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Modulo II - Organização de Emergência

O documento aborda a renovação do Técnico Superior de Segurança no Trabalho, detalhando a legislação pertinente e as classificações de utilização e locais de risco. Inclui diretrizes sobre medidas de autoproteção, procedimentos de emergência e sistemas de extinção de incêndios. O objetivo é garantir a segurança de pessoas e edifícios em caso de incêndio, conforme as normas legais em vigor.
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Renovação TP

TSST & TST

Módulo II | Organização de Emergência 1

Formadora: Carla Cerqueira


Renovação de TP de Técnico Superior de Segurança no Trabalho

Índice

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4

2. ENQUADRAMENTO LEGAL .......................................................................................................... 5

3. CLASSIFICAÇÃO DOS UTILIZAÇÃO – TIPO .............................................................................. 6

4. CLASSIFICAÇÃO DOS LOCAIS DE RISCO .................................................................................. 8

5. CATEGORIAS E FATORES DO RISCO.......................................................................................... 9 2


6. MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO ................................................................................................. 10

6.1. PROCEDIMENTOS DE PREVENÇÃO................................................................................................ 11


6.2. PLANO DE PREVENÇÃO ................................................................................................................ 12
6.3. PROCEDIMENTOS EM CASO DE EMERGÊNCIA .............................................................................. 12
6.4. PLANO DE EMERGENCIA INTERNO ............................................................................................... 13
6.4.1. Organização da Segurança ................................................................................................... 14
6.4.2. Plano de Atuação.................................................................................................................. 14
6.4.3. Plano de Evacuação.............................................................................................................. 15
6.4.4. Instruções de Segurança ....................................................................................................... 16
6.5. REGISTOS DE SEGURANÇA ........................................................................................................... 16
6.6. FORMAÇÃO EM SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ........................................................................ 17
6.7. SIMULACROS ................................................................................................................................ 18

7. FENÓMENO DO FOGO .................................................................................................................. 18

7.1. CLASSES DE FOGOS ...................................................................................................................... 21


7.1.1. Agentes Extintores ............................................................................................................... 22
7.1.2. Métodos de extinção ............................................................................................................ 22
7.1.3. Meios de Extinção ................................................................................................................ 23

8. MEIOS DE PRIMEIRA INTERVENÇÃO ...................................................................................... 24

8.1. EXTINTORES ................................................................................................................................. 24


8.2. MANTA IGNÍFUGA ........................................................................................................................ 25
8.3. REDE DE INCÊNDIO ARMADA DO TIPO CARRETEL ...................................................................... 26
8.4. BOCAS-DE-INCÊNDIO ................................................................................................................... 28
8.5. HIDRANTES EXTERIORES ............................................................................................................. 29

9. MEIOS DE SEGUNDA INTERVENÇÃO ...................................................................................... 30

9.1. BOCAS-DE-INCÊNDIO ARMADAS DO TIPO TEATRO ....................................................................... 30


Renovação de TP de Técnico Superior de Segurança no Trabalho

9.2. REDE HÚMIDA.............................................................................................................................. 31


9.3. REDE SECA ................................................................................................................................... 31

10. SISTEMAS FIXOS DE EXTINÇÃO AUTOMÁTICA DE INCÊNDIOS ...................................... 32

11. ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ............................................................................................... 34

12. SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA .............................................................................................. 35

3
1. Introdução

A regulamentação em vigor (Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de novembro1 e consequente


Portaria n.º 1532/2008 de 29 de dezembro2) visa adequar os procedimentos das condições de
segurança contra incêndios em edifícios ao novo regime jurídico da urbanização e edificação.

As medidas de autoproteção são disposições de organização e gestão da segurança, que têm


como objetivo fomentar a segurança de pessoas e dos edifícios/recintos face ao risco de incêndio, e 4
compreendem no seu conjunto medidas de prevenção, preparação e resposta, e englobam todos os
níveis dentro de uma organização.

Aplicam-se a todos os edifícios e recintos, incluindo os existentes à data de entrada em vigor


dos referidos diplomas.

1
Com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 224/2015, de 9 de outubro; pelo Decreto-Lei n.º
95/2019, de 18 de julho; e pela Lei n.º 123/2019, de 18 de outubro.
2
Com a alteração introduzida pela Lei n.º 13/2013, de 31 de janeiro.
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2. Enquadramento Legal

Os principais diplomas legais referentes à segurança contra incêndios são os seguintes:

Despacho n.º 2074/2009, de 15 de janeiro – Estabelece os critérios técnicos para


determinação da densidade de carga de incêndio modificada.
Decreto-Lei n.º 224/2015, de 9 de outubro que procede à primeira alteração ao
Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro – Aprova o Regime jurídico de
segurança contra incêndio em edifícios, abreviadamente designado por SCIE. 5
Decreto-Lei n.º 95/2019, de 18 de julho que procede à segunda alteração ao Decreto-
Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro – Estabelece o regime aplicável à reabilitação
de edifícios ou frações autónomas.
Lei n.º 123/2019, de 18 de julho que procede à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º
220/2008, de 12 de novembro – Estabelece o regime jurídico da segurança contra
incêndio em edifícios.
Portaria n.º 1532/2008, de 29 de dezembro – Regulamento técnico de segurança
contra incêndio em edifícios, tem por objeto a regulamentação técnica das condições
de segurança contra incêndio em edifícios e recintos.
Lei n.º 13/2013, de 31 de janeiro – Estabelece o regime jurídico para a utilização de
gases de petróleo liquefeito e gás natural comprimido e liquefeito como combustível
em veículos.
NP 1800 – Segurança contra incêndio. Agentes extintores. Seleção segundo as classes
de fogos.
NP EN 671-1:2013 – Instalações fixas de combate a incêndio. Sistemas armados com
mangueiras. Parte 1: Bocas de incêndio armadas com mangueiras semi-rígidas.
Decreto-Lei n.º 141/95, de 14 de junho – Estabelece as prescrições mínimas para a
sinalização de segurança e saúde no trabalho.
Decreto-Lei n.º 88/2015, de 28 de maio – Relativo à classificação, rotulagem e
embalagem de substâncias e misturas.
Portaria n.º 1456-A/95, de 11 de dezembro, com as alterações introduzidas pela
Portaria n.º 178/2015 de 15 de junho – Regulamenta as prescrições mínimas de
colocação e utilização da sinalização de segurança e de saúde no trabalho.
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3. Classificação dos Utilização-Tipo

A Utilização-Tipo (UT) de um edifício/recinto, corresponde à classificação do seu uso dominante


(Decreto-Lei n.º 220/2008, alterado e republicado pela Lei n.º 123/2019, artigo 8.º) e pode
corresponder às seguintes utilizações:

Tipo I «habitacionais», corresponde a edifícios ou partes de edifícios destinados a


habitação unifamiliar ou multifamiliar, incluindo os espaços comuns de acessos e as
áreas não residenciais reservadas ao uso exclusivo dos residentes. 6
Tipo II «estacionamentos», corresponde a edifícios ou partes de edifícios destinados
exclusivamente à recolha de veículos e seus reboques, fora da via pública, ou recintos
delimitados ao ar livre, para o mesmo fim.

Tipo III «administrativos», corresponde a edifícios ou partes de edifícios onde se


desenvolvem atividades administrativas, de atendimento ao público ou de serviços,
nomeadamente escritórios, repartições públicas, tribunais, conservatórias, balcões de
atendimento, notários, gabinetes de profissionais liberais, espaços de investigação não
dedicados ao ensino, postos de forças de segurança e de socorro, excluindo as oficinas
de reparação e manutenção.

Tipo IV «escolares», corresponde a edifícios ou partes de edifícios recebendo público,


onde se ministrem ações de educação, ensino e formação ou exerçam atividades
lúdicas ou educativas para crianças e jovens, podendo ou não incluir espaços de
repouso ou de dormida afetos aos participantes nessas ações e atividades,
nomeadamente escolas de todos os níveis de ensino, creches, jardins-de-infância,
centros de formação, centros de ocupação de tempos livres destinados a crianças e
jovens e centros de juventude.

Tipo V «hospitalares e lares de idosos», corresponde a edifícios ou partes de edifícios


recebendo público, destinados à execução de ações de diagnóstico ou à prestação de
cuidados na área da saúde, com ou sem internamento, ao apoio a pessoas idosas ou com
condicionalismos decorrentes de fatores de natureza física ou psíquica, ou onde se
desenvolvam atividades dedicadas a essas pessoas, nomeadamente hospitais, clínicas,
consultórios, policlínicas, dispensários médicos, centros de saúde, de diagnóstico, de
enfermagem, de hemodiálise ou de fisioterapia, laboratórios de análises clínicas, bem
como lares, albergues, residências, centros de abrigo e centros de dia com atividades
destinadas à terceira idade.
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Tipo VI «espetáculos e reuniões públicas», corresponde a edifícios, partes de


edifícios, recintos itinerantes ou provisórios e ao ar livre que recebam público,
destinados a espetáculos, reuniões públicas, exibição de meios audiovisuais, bailes,
jogos, conferências, palestras, culto religioso e exposições, podendo ser, ou não,
polivalentes e desenvolver as atividades referidas em regime não permanente,
nomeadamente teatros, cineteatros, cinemas, coliseus, praças de touros, circos, salas
de jogo, salões de dança, discotecas, bares com música ao vivo, estúdios de gravação,
auditórios, salas de conferências, templos religiosos, pavilhões multiusos e locais de
exposições não classificáveis na utilização-tipo X. 7

Tipo VII «hoteleiros e restauração», corresponde a edifícios ou partes de edifícios,


recebendo público, fornecendo alojamento temporário ou exercendo atividades de
restauração e bebidas, em regime de ocupação exclusiva ou não, nomeadamente os
destinados a empreendimentos turísticos, alojamento local, quando aplicável,
estabelecimentos de restauração ou de bebidas, dormitórios e, quando não inseridos
num estabelecimento escolar, residências de estudantes e colónias de férias, ficando
excluídos deste tipo os parques de campismo e caravanismo, que são considerados
espaços da utilização-tipo IX.

Tipo VIII «comerciais e gares de transportes», corresponde a edifícios ou partes de


edifícios, recebendo público, ocupados por estabelecimentos comerciais onde se
exponham e vendam materiais, produtos, equipamentos ou outros bens, destinados a
ser consumidos no exterior desse estabelecimento, ou ocupados por gares destinados a
aceder a meios de transporte rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou aéreo,
incluindo as gares intermodais, constituindo espaço de interligação entre a via pública
e esses meios de transporte, com exceção das plataformas de embarque ao ar livre.

Tipo IX «desportivos e de lazer», corresponde a edifícios, partes de edifícios e


recintos, recebendo ou não público, destinados a atividades desportivas e de lazer,
nomeadamente estádios, picadeiros, hipódromos, velódromos, autódromos,
motódromos, kartódromos, campos de jogos, parques de campismo e caravanismo,
pavilhões desportivos, piscinas, parques aquáticos, pistas de patinagem, ginásios e
saunas.
Tipo X «museus e galerias de arte», corresponde a edifícios ou partes de edifícios,
recebendo ou não público, destinados à exibição de peças do património histórico e
cultural ou a atividades de exibição, demonstração e divulgação de caráter científico,
cultural ou técnico, nomeadamente museus, galerias de arte, oceanários, aquários,
instalações de parques zoológicos ou botânicos, espaços de exposição destinados à
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divulgação científica e técnica, desde que não se enquadrem nas utilizações-tipo VI e


IX.

Tipo XI «bibliotecas e arquivos», corresponde a edifícios ou partes de edifícios,


recebendo ou não público, destinados a arquivo documental, podendo disponibilizar os
documentos para consulta ou visualização no próprio local ou não, nomeadamente
bibliotecas, mediatecas e arquivos.

Tipo XII «industriais, oficinas e armazéns», corresponde a edifícios, partes de


edifícios ou recintos ao ar livre, não recebendo habitualmente público, destinados ao 8
exercício de atividades industriais ou ao armazenamento de materiais, substâncias,
produtos ou equipamentos, oficinas de reparação e todos os serviços auxiliares ou
complementares destas atividades.

4. Classificação dos Locais de Risco

Local de Risco A – local que não apresenta riscos especiais, no qual se verifiquem
simultaneamente as seguintes condições:

• O efetivo não exceda 100 pessoas;

• O efetivo de público não exceda 50 pessoas;

• Mais de 90 % dos ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nas


capacidades de perceção e reação a um alarme;

• As atividades exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos que contém


não envolvam riscos agravados de incêndio.

Local de Risco B – local acessível ao público ou ao pessoal afeto ao estabelecimento,


com um efetivo superior a 100 pessoas ou um efetivo de público superior a 50
pessoas, no qual se verifiquem simultaneamente as seguintes condições:

• Mais de 90% dos ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nas


capacidades de perceção e reação a um alarme;
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• As atividades exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos que contém


não envolvam riscos agravados de incêndio.

Local de Risco C – local que apresenta riscos particulares agravados de eclosão e de


desenvolvimento de incêndio devido, quer às atividades nele desenvolvidas, quer às
caraterísticas dos produtos, materiais ou equipamentos nele existentes,
designadamente à carga de incêndio modificada, à potência útil e à quantidade de
líquidos inflamáveis e, ainda, ao volume dos compartimentos. Sempre que o local de
risco C se encontre numa das condições referidas no n.º 3 do artigo 11.º do Decreto- 9
Lei n.º 220/2008, alterado e republicado pela Lei n.º 123/2019, designa-se como local
de risco C agravado.

Local de Risco D – local de um estabelecimento com permanência de pessoas


acamadas ou destinado a receber crianças com idade não superior a 3 anos ou pessoas
limitadas na mobilidade ou nas capacidades de perceção e reação a um alarme.

Local de Risco E — local de um estabelecimento destinado a dormida, em que as


pessoas não apresentem as limitações indicadas nos locais de risco D.

Local de Risco F — local que possua meios e sistemas essenciais à continuidade de


atividades sociais relevantes, nomeadamente os centros nevrálgicos de comunicação,
comando e controlo.

5. Categorias e Fatores do Risco

As medidas de autoproteção exigíveis para cada UT dependem da categoria de risco (CR)


(artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, alterado e republicado pela Lei n.º 123/2019).

As CR, organizam-se em quatro níveis de risco para qualquer UT de um edifício e/ou recinto,
atendendo a fatores de risco.

Categorias de risco:

1ª - Risco reduzido;

2ª - Risco moderado;

3ª - Risco elevado;

4ª - Risco muito elevado;


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São fatores de risco:

• Altura da UT;

• Efetivo Total;

• Efetivo locais risco D e E;

• Espaço Coberto ou ao Ar livre;

• O Número de Pisos Abaixo do plano de referência; 10

• A Carga de Incêndio.

• Saída direta para o exterior no plano de referência, para as 1ªs categorias de


risco.

Estes fatores são critérios que vão influenciar, nos termos dos quadros I a X do Anexo III, do
Decreto-Lei n.º 220/2008, alterado e republicado pela Lei n.º 123/2019 a classificação da Categoria de
Risco para cada UT.

6. Medidas de Autoproteção

As medidas de autoproteção previstas no RJ-SCIE, exigíveis para cada categoria de risco nas
diversas utilizações-tipo, contemplam:

a) Medidas preventivas, conforme a categoria de risco tomam a forma de:

• Procedimentos de Prevenção; ou

• Planos de Prevenção;

b) Medidas de intervenção em caso de incêndio, conforme a categoria de risco tomam a


forma de:

• Procedimentos em Caso de Emergência; ou

• Planos de Emergência Interno;

c) Registo de segurança onde devem constar:

• Os relatórios de vistoria ou inspeção;


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• A relação de todas as ações de manutenção direta ou indiretamente relacionadas


com a SCIE; e

• A relação das ocorrências direta ou indiretamente relacionadas com a SCIE;

d) Formação em SCIE, sob a forma de ações destinadas a todos os funcionários e


colaboradores das entidades exploradoras, ou de formação específica, destinada aos delegados
de segurança e outros elementos que lidam com situações de maior risco de incêndio;

e) Simulacros, para teste do plano de emergência interno e treino dos ocupantes com vista a 11
criação de rotinas de comportamento e aperfeiçoamento de procedimentos.

As Medidas de Autoproteção, quando constituídas pelo plano de prevenção, pelo plano de


emergência interno e pelos registos de segurança, tomam a designação de Plano de Segurança
Interno.

6.1. Procedimentos de Prevenção


Os procedimentos de prevenção determinam as regras de exploração e comportamento nas
utilizações-tipo, que os ocupantes devem adotar e garantem a manutenção das condições de segurança.

Os procedimentos de exploração e utilização dos espaços devem garantir constantemente a:

Acessibilidade dos meios de socorro externos às instalações;


Acessibilidade dos veículos de socorro dos bombeiros aos meios de abastecimento de
água, nomeadamente, aos hidrantes exteriores;
Praticabilidade dos caminhos de evacuação e saídas de emergência;
Eficácia da estabilidade ao fogo e dos meios de compartimentação, isolamento e
proteção;
Acessibilidade aos meios de alarme e de intervenção em caso de emergência;
Vigilância dos espaços, em especial os de maior risco de incêndio e os que estão
normalmente desocupados;
Conservação dos espaços em condições de limpeza e arrumação adequadas;
Segurança na produção, na manipulação e no armazenamento de matérias e
substâncias perigosas;
Segurança em todos os trabalhos de manutenção, recuperação, beneficiação, alteração
ou remodelação de sistemas ou das instalações, que impliquem um risco agravado de
incêndio, introduzam limitações em sistemas de segurança instalados ou que possam
afetar a evacuação dos ocupantes.
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6.2. Plano de Prevenção


O plano de prevenção visa identificar, prevenir e reduzir os riscos de ocorrência e
desenvolvimento de situações de emergência, definindo regras de segurança, de exploração e de
comportamento a adotar.

O plano de prevenção deve ser constituído, por informações relativas à:

Identificação da utilização-tipo;
12
Data da sua entrada em funcionamento;
Identificação do RS (Responsável de Segurança);
Identificação de eventuais delegados de segurança;
Por plantas, à escala de 1:100 ou 1:200 com a representação inequívoca, recorrendo a
simbologia constante das normas portuguesas, dos seguintes aspetos:
• Classificação de risco e efetivo previsto para cada local, de acordo com o
disposto no regulamento;
• Vias horizontais e verticais de evacuação, incluindo os eventuais percursos em
comunicações comuns;
• Localização de todos os dispositivos e equipamentos ligados à segurança contra
incêndio.
Pelos procedimentos de prevenção.

6.3. Procedimentos em Caso de Emergência


Os procedimentos em caso de emergência devem ser do conhecimento geral da equipa de
segurança, com a sistematização das ações de deteção, alarme e alerta, ações de combate, ações de
evacuação do edifício e os procedimentos de receção e encaminhamento dos bombeiros (este
documento está associado ao plano de atuação).

Estes procedimentos e técnicas de atuação devem ser constituídos com a seguinte informação:

Procedimentos de alarme, a cumprir em caso de deteção ou perceção de um incêndio;


Procedimentos de alerta;
Procedimentos a adotar para garantir a evacuação rápida e segura dos espaços em
risco;
As técnicas de utilização dos meios de primeira intervenção e de outros meios de
atuação em caso de incêndio que sirvam os espaços da utilização-tipo;
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Procedimentos de receção e encaminhamento dos bombeiros.

6.4. Plano de Emergencia Interno


O plano de emergência interno é um documento no qual estão indicadas as medidas de
autoproteção a adotar, por uma entidade, para fazer face a uma situação de incêndio nas instalações
ocupadas por essa entidade, nomeadamente a organização, os meios humanos e materiais a envolver e
os procedimentos a cumprir nessa situação. Contém o plano de atuação e o de evacuação.
13
São objetivos do plano de emergência interno do edifício ou recinto, sistematizar a evacuação
enquadrada dos ocupantes da utilização-tipo, que se encontrem em risco, limitar a propagação e as
consequências dos incêndios, recorrendo a meios próprios.

O plano de emergência interno deve ser constituído:

Pela definição da organização a adotar em caso de emergência;


Pela indicação das entidades internas e externas a contactar em situação de
emergência;
Pelo plano de atuação;
Pelo plano de evacuação;
Instruções de segurança;
Plantas de emergência, podendo ser acompanhadas por esquemas de emergência.

A organização em situação de emergência deve contemplar:

Os organogramas hierárquicos e funcionais do Serviço de Segurança contra Incêndio


cobrindo as várias fases do desenvolvimento de uma situação de emergência;
A identificação dos delegados e agentes de segurança componentes das várias equipas
de intervenção, respetivas missões e responsabilidades, a concretizar em situações de
emergência.
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6.4.1. Organização da Segurança


Para concretização das medidas de autoproteção, o RS deve estabelecer a organização
necessária, recorrendo a funcionários, trabalhadores e colaboradores das entidades exploradoras dos
espaços ou a terceiros.

Os elementos nomeados para as equipas de segurança da utilização-tipo são responsabilizados


pelo RS, relativamente ao cumprimento das atribuições que lhes forem cometidas na organização de 14
segurança estabelecida.

Durante os períodos de funcionamento das utilizações-tipo deve ser assegurada a presença


simultânea do número mínimo de elementos da equipa de segurança que constam no Quadro XL, no
n.º 3, do artigo 200.º, da Portaria n.º 1532/2008 de 29 de dezembro.

Durante os períodos de funcionamento das utilizações-tipo, o posto de segurança que as


supervisiona deve ser mantido ocupado, em permanência, no mínimo por um agente de segurança.

Nas situações em que seja exigível a existência de um plano de emergência interno, deve ser
implementado um Serviço de Segurança contra Incêndio (SSI), constituído por um delegado de
segurança com as funções de chefe de equipa e pelo número de elementos adequado à dimensão da
utilização-tipo e categoria de risco.

Nos estabelecimentos que recebem público das 3.ª e 4.ª categorias de risco, o delegado de
segurança, que chefia a equipa, deve desempenhar as suas funções enquanto houver público presente,
podendo os restantes agentes de segurança ocupar-se habitualmente com outras tarefas, desde que se
encontrem permanentemente suscetíveis de contato com o posto de segurança e rapidamente
mobilizáveis.

O SSI deve ser constituído, por iniciativa do RS, por pessoas de reconhecida competência em
matéria de SCIE, de acordo com padrões de certificação para os vários perfis funcionais a integrar.

6.4.2. Plano de Atuação


O plano de atuação deve contemplar a organização das operações a desencadear pela equipa
de segurança em situação de emergência e os procedimentos a adotar.

O plano de atuação deve integrar os seguintes elementos:


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O conhecimento prévio dos riscos presentes nos espaços afetos à utilização-tipo,


nomeadamente nos locais de risco C, D e F;
Os procedimentos a adotar em caso de deteção ou perceção de um alarme de incêndio;
A planificação da difusão dos alarmes restritos e geral e a transmissão do alerta;
A coordenação das operações previstas no plano de evacuação;
A ativação dos meios de primeira intervenção que sirvam os espaços da utilização-
tipo, apropriados a cada circunstância, incluindo as técnicas de utilização desses
meios;
A execução da manobra dos dispositivos de segurança, designadamente de corte da 15
alimentação de energia elétrica e de combustíveis, de fecho de portas resistentes ao
fogo e das instalações de controlo de fumo;
A prestação de primeiros socorros;
A proteção de locais de risco e de pontos nevrálgicos da utilização-tipo;
O acolhimento, informação, orientação e apoio dos bombeiros;
A reposição das condições de segurança após uma situação de emergência.

6.4.3. Plano de Evacuação


O plano de evacuação é um documento, no qual estão indicados os caminhos de evacuação,
regras de conduta das pessoas e a sucessão de ações a terem lugar durante a evacuação de um local,
estabelecimento, recinto ou edifício, em caso de emergência.

O plano de evacuação deve integrar as seguintes instruções e procedimentos:

O encaminhamento rápido e seguro dos ocupantes desses espaços para o exterior ou


para uma zona segura, mediante referenciação de vias de evacuação, zonas de refúgio
e pontos de encontro;
O auxílio a pessoas com capacidades limitadas ou em dificuldade, de forma a
assegurar que ninguém fique bloqueado;
A confirmação da evacuação total dos espaços e garantia de que ninguém a eles
regressa.

Após efetuada a confirmação do sinistro e avaliada a sua extensão será acionado o plano de
evacuação. O Coordenador de Segurança irá determinar o tipo de evacuação que deve ser realizada, ou
seja, se a evacuação terá uma dimensão total ou parcial.

Desta forma, sempre que seja dada a ordem de evacuação, é obrigatório o seu cumprimento,
devendo o delegado da segurança informar a equipa de evacuação para evacuar os ocupantes.
Renovação de TP de Técnico Superior de Segurança no Trabalho

As necessidades de evacuação de um edifício são fortemente dependentes do número de


ocupantes de cada espaço (efetivo) e das suas características (conhecimento do edifício, capacidade de
reação e mobilidade, etc.) e são condicionadas pela arquitetura do edifício.

Visando a evacuação segura dos ocupantes, os edifícios devem possuir saídas em número e
largura adequados ao seu efetivo e distribuídas de forma a limitar ao mínimo as distâncias a percorrer
em evacuação.

16
6.4.4. Instruções de Segurança
Independentemente da categoria de risco, devem ser elaboradas e afixadas instruções de
segurança especificamente destinadas aos ocupantes dos locais de risco C, D, E e F.

As instruções de segurança devem:

® Conter os procedimentos de prevenção e os procedimentos em caso de emergência aplicáveis


ao espaço em questão;
® Ser afixadas em locais visíveis, designadamente na face interior das portas de acesso aos
locais a que se referem;
® Nos locais de risco D e E, devem ser acompanhadas de uma planta de emergência
simplificada, onde constem as vias de evacuação que servem esses locais, bem como os meios
de alarme e os de primeira intervenção.

Quando numa dada utilização-tipo não for exigível, nos termos do regulamento de segurança
contra incêndio, procedimentos ou plano de emergência interno, devem ser afixadas, nos mesmos
locais, instruções de segurança simplificadas, incluindo:

® Procedimentos de alarme, a cumprir em caso de deteção ou perceção de um incêndio;


® Procedimentos de alerta;
® Técnicas de utilização dos meios de primeira intervenção e de outros meios de atuação em
caso de incêndio que sirvam os espaços da utilização-tipo.

Devem ainda existir instruções gerais de segurança nas plantas de emergência.

6.5. Registos de Segurança


Os registos de segurança são um conjunto de documentos que contém os registos de
ocorrências relevantes e de relatórios relacionados com a segurança contra incêndios.
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As ocorrências devem ser registadas com data de início, fim, e o responsável pelo seu
acompanhamento referindo-se, nomeadamente, à conservação ou manutenção das condições de
segurança, às modificações, alterações e trabalhos perigosos efetuados, incidentes e avarias ou, ainda,
visitas de inspeção.

De entre os relatórios a incluir nos registos de segurança, destacam-se os das ações de


instrução e de formação, dos exercícios de segurança e de eventuais incêndios ou outras situações de
emergência. Estes registos deverão ser mantidos durante 10 anos e organizados de forma a ser
facilmente auditáveis. 17

6.6. Formação em Segurança Contra Incêndio


As ações de formação compreendem a sensibilização para a segurança contra incêndios,
cumprimento dos procedimentos de alarme e evacuação e instruções básicas de operação de extintores
e carretéis.

É importante concretizar ações de formação a vários níveis de modo a que os formandos


quando as concluírem, tenham consciência dos riscos a que estão expostos, cumpram as medidas de
segurança e sejam capazes de executar os procedimentos de prevenção e emergência.

Devem possuir formação no domínio da segurança contra incêndio:

Os funcionários e colaboradores das entidades exploradoras dos espaços afetos às


utilizações-tipo;
Todas as pessoas que exerçam atividades profissionais por períodos superiores a 30
dias por ano nos espaços afetos às utilizações-tipo;
Todos os elementos com atribuições previstas nas atividades de autoproteção.

A sensibilização para a segurança contra incêndio, aos destinatários anteriormente


mencionados, deve ser feita através de sessões informativas.
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6.7. Simulacros
Os simulacros são exercícios de simulação de uma situação de emergência que visam a
criação de rotinas e a avaliação da eficácia das medidas de autoproteção.

Os exercícios devem ser devidamente planeados e avaliados, contando com a colaboração dos
corpos de bombeiros.

18

Deve ser sempre dada informação prévia aos ocupantes da realização de exercícios, podendo
não ser rigorosamente estabelecida a data e ou hora programadas.

Quando as características dos ocupantes inviabilizem a realização de exercícios de evacuação,


devem ser realizados exercícios de quadros que os substituam e reforçadas as medidas de segurança,
designadamente nos domínios da vigilância do fogo e das instruções de segurança.

7. Fenómeno do Fogo

Fogo é uma combustão. Esta é uma recção química particular acompanhada pela libertação de
calor, isto é, uma reação exotérmica.

Os incêndios só ocorrem se estiverem criadas algumas condições:

Existência de um combustível – qualquer substância que seja capaz de arder (pode ser
sólida, líquida ou gasosa);
Existência de um comburente – por norma, o ar, que contém cerca de 21% de
oxigénio;
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Existência de energia – os focos de energia mais comuns são os cigarros, as faíscas, a


eletricidade estática, etc.

Estes três fatores constituem o que se costuma designar por triângulo do fogo.

19

Imagem 1 - Triângulo do fogo.

As técnicas de prevenção e combate de incêndios fundamentam-se no conhecimento detalhado


destes fatores. A prevenção consiste em evitar a sua conjugação simultânea. O combate visa a extinção
de um incêndio no qual se procura eliminar um ou mais daqueles fatores.
Uma explosão é uma reação súbita de oxidação ou de decomposição que envolve um aumento
de temperatura, pressão ou ambos.
A explosão é um tipo particular de combustão sendo portanto necessária a presença simultânea
dos elementos constituintes do triângulo do fogo. No caso específico das explosões envolvendo
poeiras combustíveis, além desses elementos é necessária a presença de mais outros três, constituindo-
se o hexágono da explosão, conforme se ilustra de seguida.
Quadro 1 - Condições necessárias para a ocorrência de uma explosão.

Gases, vapores e névoas Poeiras

Triângulo da explosão Hexágono da explosão


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Quadro 2 - Principais fontes de energia de ativação.

20
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7.1. Classes de Fogos


A manifestação mais visível da combustão são as chamas, sendo a zona de gases
incandescentes visível em redor da superfície do material em combustão.
O fumo é outro elemento visível, sendo o resultado de uma combustão incompleta.
Os gases resultam da modificação da composição do combustível, podendo ser produzido
monóxido de carbono, dióxido de carbono, cianeto de hidrogénio, óxidos de azoto, etc. estes gases
podem ser tóxicos (destroem os tecidos pulmonares) ou asfixiantes (dificultam ou impedem a chegada 21
de oxigénio ás células).
Os fogos são classificados em quatro classes, como mostra o quadro seguinte:

Quadro 3 – Classes de fogos.

Fonte: Rafael Peixoto, 2019.


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7.1.1. Agentes Extintores

Consideram-se adequados para cada uma das classes de fogo, os seguintes agentes extintores:

Quadro 4 – Agentes extintores de acordo com a classe de fogo.

Nota: Na elaboração deste Quadro teve-se em consideração a NP-1800. 22


CLASSE DE FOGO

AGENTE EXTINTOR A B C D

Água em jacto Eficaz Não Usar Não Usar Não Usar

Água em nevoeiro Muito Eficaz Não Usar Não Usar Não Usar

Espuma Eficaz Muito Eficaz Não Usar Não Usar

Pó BC Não Usar Muito Eficaz Muito Eficaz Não Usar

Pó ABC Muito Eficaz Muito Eficaz Muito Eficaz Não Usar

CO2 Pouco eficaz Eficaz Eficaz Não Usar

Pó Especial Não Usar Não Usar Não Usar Eficaz

Fonte: http//sapadoresdecoimbra.no.sapo.pt

7.1.2. Métodos de extinção


A extinção da combustão corresponde sempre à eliminação (ou minimização) de, pelo menos,
um dos elementos do tetraedro do fogo.
Existem quatro métodos teóricos de extinção:

Carência - ou dispersão do combustível (remoção do combustível) é, em teoria, o


método mais eficaz mas, regra geral, a complexidade da sua execução pode
impossibilitar a sua aplicação;
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Limitação do comburente - a injeção de um gás inerte (azoto, por exemplo) ou a


cobertura das chamas com uma substância com resistência suficiente à inflamação
(espuma, por exemplo), são dois exemplos de abafamento. Este método é geralmente
aplicado para incêndios de menores dimensões;

Arrefecimento - ou redução da temperatura consiste em eliminar a energia


provocando-se uma diminuição da temperatura do combustível (abaixo da sua
temperatura de inflamação) e, consequentemente, extinguindo o incêndio (água, por 23
exemplo);

Inibição - ou rutura da reação em cadeia consiste em impedir a transmissão de energia


(calor) de umas partículas do combustível para outras limitando, assim, a formação de
radicais livres e/ou consumindo-os à medida que se formam (atuação do pó químico
extintor, por exemplo).

7.1.3. Meios de Extinção

Como meios de extinção podem-se destacar:

Meios de extinção de fixos (Instalações automáticas com água (sprinkler) com agente
de substituição, anidrido carbónico e pó químico; e Instalações de extinção com água
através de mangueiras – RIA (rede de incendio armada).

Meios de extinção móveis - Extintores portáteis e móveis.


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8. Meios de Primeira Intervenção

Primeira intervenção – Medida de autoproteção que consiste na intervenção no combate


a um incêndio desencadeada, imediatamente após a sua deteção, pelos ocupantes de um
edifício, recinto ou estabelecimento.

24
8.1. Extintores

Extintor de incêndio - aparelho contendo um agente extintor, que pode ser descarregado
sobre um incêndio por ação de uma pressão interna (Portaria n.º 1532/2008).

No dimensionamento dos extintores deve ter-se em consideração os seguintes elementos:

Distância a percorrer de uma saída para o caminho de evacuação até ao extintor – 15


metros;
Dimensionamento: 18 Litros de agente padrão por 500 m2;
Implementados em locais visíveis e desimpedidos, sinalizados, fixados com o
manípulo a 1,20 metro do chão.

Imagem 2 – Constituição de um extintor.


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Todos os extintores devem ser alvo de manutenção anualmente, ou seja, mesmo não tendo
sido utilizados devem ser recarregados. Este tipo de manutenção deve ser efetuado por profissionais
credenciados para o efeito.

Os extintores devem ser convenientemente distribuídos, sinalizados e instalados em locais


bem visíveis, colocados em suporte próprio de modo a que o seu manípulo fique a uma altura não
superior a 1,2 m do pavimento e localizados preferencialmente:

Nas comunicações horizontais ou, em alternativa, no interior das câmaras corta-fogo,


quando existam; 25

No interior dos grandes espaços e junto às suas saídas.

8.2. Manta Ignífuga


As mantas podem atuar prontamente num pequeno foco de incêndio, extinguindo-o por
abafamento sem provocar danos significativos, podendo mesmo ser aplicadas em pessoas cujas roupas
estejam em chamas.

A sua localização preferencial é junto aos equipamentos a proteger, por exemplo, fogão,
blocos de confeção das cozinhas, etc. Deve ainda, encontrar-se adequadamente sinalizada.

Imagem 3 – Manta ignífuga.


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8.3. Rede de incêndio Armada do Tipo Carretel

Carretel de incêndio armado ou boca-de-incêndio tipo carretel: boca-de-incêndio


armada cuja mangueira é semi-rígida e está enrolada num suporte tipo carretel. Deve estar
em conformidade com a NP EN 671-1. Trata-se de um meio de primeira intervenção em
caso de incêndio (Portaria n.º 1532/2008).
26

Rede de incêndio armada – rede de água, exclusivamente destinada ao combate a


incêndios, mantida permanentemente em carga e dotada de bocas-de-incêndio armada
(Portaria n.º 1532/2008).

Imagem 4 – Carretel de incêndio armado.

Caso não existam manómetros instalados em todos os carretéis da RIA, deverá existir, pelo
menos, um no ponto mais desfavorável da instalação para controlo da pressão, quer em repouso quer
nos vários regimes de funcionamento da instalação.

Os carretéis de incêndio armados devem possuir as características definidas na Norma


Portuguesa NP EN 671-1, sendo equipados com o seguinte material:

Armário (opcional);
Boca-de-incêndio normalizada (diâmetro de 25 mm) com válvula de manobra (fecho
manual);
Lanço de mangueira semi-rígida (diâmetro de 25 mm) e respetivas uniões, com uma
delas, ligada à conduta de alimentação. O seu comprimento máximo deve ser de 20
metros;
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Uma agulheta de três posições (diâmetro de 25 mm) ligada na outra união;


Tambor de alimentação axial para enrolamento de mangueira;
Orientador da mangueira (opcional).

Os carreteis de incendio devem ser dispostos nos seguintes termos:

O comprimento das mangueiras utilizadas permita atingir, no mínimo, por uma


agulheta, uma distância não superior a 5 m de todos os pontos do espaço a proteger; 27
A distância entre as bocas não seja superior ao dobro do comprimento das
mangueiras utilizadas;
Exista uma boca-de-incêndio nos caminhos horizontais de evacuação junto à saída
para os caminhos verticais, a uma distância inferior a 3 m do respetivo vão de
transição;
Exista uma boca-de-incêndio junto à saída de locais que possam receber mais de 200
pessoas.

Os carretéis de incêndio devem ainda assegurar que:

O seu manípulo de manobra se situa a uma altura do pavimento não superior a 1,50 m;

Os carretéis de tambor fixo são exclusivamente para instalação à face da parede e


possuem guia de roletes omnidirecional;

Os carretéis encastrados, com ou sem armário, são do tipo de rodar ou de pivotar;

Os armários são sempre do tipo homologado em conjunto com o carretel e a respetiva


porta, instalada à face da parede ou saliente desta, de modo a que possa rodar 170º na
sua abertura.

A eixo com os carretéis, instalados ou não em armário, deve existir um espaço


desimpedido e livre de quaisquer elementos que possam comprometer o seu acesso ou
a sua manobra, com um raio mínimo, medido em planta, de 1 m e altura de 2.
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8.4. Bocas-de-Incêndio

Boca-de-incêndio: hidrante, normalmente com uma única saída. Pode ser armada,
destinando-se ao ataque direto a um incêndio. Pode ser exterior não armada, destinando-se
ao reabastecimento dos veículos de combate a incêndios. Neste caso, deve existir uma
válvula de suspensão no ramal de ligação que a alimenta, para fecho deste em caso de
avaria. Pode ser interior não armada, destinando-se ao combate a um incêndio recorrendo 28
a meios dos bombeiros (Portaria n.º 1532/2008).

A boca-de-incêndio armada é constituída, em regra, por um lanço de mangueira com 20


metros de comprimento, no mínimo, guarnecido com agulheta e ligado à canalização da RIA, por uma
válvula de controlo. Deve dispor ainda de meios de suporte da mangueira e da agulheta, bem como de
proteção do conjunto. A agulheta deverá possuir, no mínimo, três posições (fechada, jacto e
pulverizada).

As bocas-de-incêndio devem ter um diâmetro de 25 mm, assim como ser equipadas com uma
mangueira semi-rígida enrolada em carretel, designando-se por carretel de incêndio.

Quanto à localização das BIA, deve atender-se aos seguintes requisitos, para otimizar esta
medida de proteção:

Devem situar-se no edifício, preferencialmente no seu interior, tão perto quanto


possível dos acessos aos espaços a proteger;
O seu acesso deve ser deixado sempre desimpedido de qualquer obstáculo que
prejudique a sua manobra, e a utilização da mangueira, sendo conveniente garantir
uma área livre de 1 m2 centrada na BIA, no sentido da sua utilização;
As BIA tipo carretel podem estar localizadas a qualquer altura, mas a sua válvula de
manobra e agulheta devem ficar a uma altura do solo compreendida entre 0,5 e 1,5 m.

O dimensionamento das canalizações da RIA deve garantir uma pressão de, pelo menos, 250
kPa, no ponto de cota mais elevada ou na BIA que for considerada em posição mais desfavorável. O
caudal a considerar nesta medição será o correspondente ao funcionamento simultâneo de metade das
bocas-de-incêndio da RIA, com um máximo de quatro.

A alimentação da RIA (abastecimento de água) deve ser feita de acordo com a Portaria n.º
1532/2008, Capítulo V, artigo 167.º.
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8.5. Hidrantes Exteriores


Os hidrantes exteriores destinam-se ao reabastecimento de veículos de combate a incêndios
dos bombeiros, devem ser colocados junto às vias de acesso e em torno dos edifícios, para que, no
mínimo, fiquem localizados a uma distância não superior a 30 m de qualquer das saídas do edifício
que façam parte dos caminhos de evacuação.

Os hidrantes são, essencialmente, de dois tipos: 29


® Boca-de-incêndio;
® Marcos de incêndio, também conhecidos por marcos de água, mais eficazes pois
proporcionam caudais cerca de quatro vezes superiores aos das bocas-de-incêndio.

As bocas-de-incêndio possuem uma saída e são normalmente colocadas em paredes de


edifícios, em muros de separação de propriedades, ou ainda em pavimentos, apresentando o
inconveniente de necessitarem de um acessório em curva para acoplamento das mangueiras dos
bombeiros.

Os marcos de incêndio mais frequentes são hidrantes de coluna, ou seja, conjuntos auto
sustentados, salientes do solo, que possuem várias saídas ligadas a uma conduta subterrânea.

As bocas de saída dos marcos de incêndio podem estar na horizontal ou ligeiramente


inclinadas para o solo, devem dispor de uniões do tipo simétrico.

Imagem 5 - Hidrante Exterior.


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Os modelos dos hidrantes exteriores devem obedecer à norma NP EN 14384:2007, dando


preferência à colocação de marcos de incêndio relativamente a bocas-de-incêndio, sempre que tal for
permitido pelo diâmetro e pressão da canalização pública.

A configuração do marco de incêndio de coluna, mais utilizado, possui as seguintes


características: uma saída de 70 mm e duas de 50 mm, exigindo um diâmetro na alimentação superior
ou igual a 100 mm, este tipo de configuração é o mais adequado, atendendo aos diâmetros das
mangueiras utilizadas pelos Bombeiros. 30

9. Meios de Segunda Intervenção

Intervenção no combate a um incêndio desencadeada, imediatamente após o alarme, pelos


Bombeiros ou por equipas especializadas ao serviço do responsável de segurança de um
edifício, parque de estacionamento, estabelecimento ou recinto.

9.1. Bocas-de-incêndio armadas do tipo teatro


As bocas-de-incêndio armadas do tipo teatro são constituídas por mangueiras flexíveis e
diâmetros de 45 ou 70 mm, devem estar devidamente sinalizadas e localizar-se, por ordem de
prioridade, na caixa da escada, em câmaras corta-fogo, se existirem, permitindo que o combate a um
eventual incêndio se faça sempre a partir de um local protegido.

Imagem 6 – Boca de incendio do tipo teatro


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9.2. Rede Húmida


A rede húmida é uma tubagem fixa e rígida montada num edifício, permanentemente em
carga, ligada a uma rede de água, exclusivamente destinada ao combate a incêndios.

31

Imagem 7 - Rede de incêndio armada – rede húmida

9.3. Rede Seca


A rede seca é uma tubagem fixa e rígida montada, com caráter permanente, num edifício e
destinada a ser ligada ao sistema de alimentação de água a fornecer pelos bombeiros e posta em carga
no momento da utilização. Trata-se de uma instalação destinada a apoiar as operações de combate a
um incêndio por parte dos bombeiros. Para tal, dispõe de uma entrada de alimentação dupla com
uniões storz de 75 mm, em local exterior acessível aos bombeiros, e bocas-de-incêndio interiores não
armadas, cada uma delas com duas saídas com uniões storz de 52 mm.
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32

Imagem 8 – Rede de incêndio armada – rede seca

10. Sistemas Fixos de Extinção Automática de Incêndios

Os sistemas de sprinklers são essencialmente, sistemas automáticos de extinção a água, que


desempenham três funções distintas de proteção contra incêndios:

Detetam a ocorrência de um foco de incêndio;


Circunscrevem-no a um espaço limitado e, muitas vezes, extinguem-no;
Emitem o alarme de incêndio.

Imagem 9 – Sprinklers.
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Estes sistemas têm com vantagens efetuarem a deteção e desencadearem automaticamente a


extinção, pelo que a sua eficácia é bastante elevada no combate a um incêndio e, consequentemente,
na limitação da sua progressão e na emissão de fumos e gases de combustão. Para a mesma eficácia de
extinção, consomem menos quantidade de água do que as RIA.

Um sistema de sprinklers deve ser constituído por:

Dispositivos de pulverização e projeção da água (sprinklers ou pulverizadores); 33


Dispositivos de deteção de incêndios, normalmente associados aos sprinklers;
Posto de controlo com dispositivo de emissão do alarme;
Condutas da rede (canalizações);
Válvulas, nomeadamente as de seccionamento, de teste e de retenção;
Manómetros e dispositivos de monitorização;
Fonte de abastecimento e pressurização de água.

Os sprinklers devem estar ligados a uma rede água sob pressão, e ser munidos de um elemento
fusível ou uma ampola explosiva que é rebentada a uma determinada temperatura elevada, permitindo
a descarga de água diretamente no foco do incêndio.

A regulamentação de segurança contra incêndios, nomeadamente, a Portaria n.º 1532/2008,


Capítulo VI, Secção I, artigo 174.º, n.º 3, alínea a), quadro XXXVII, estabelece para cada utilização-
tipo, os seguintes critérios gerais de dimensionamento.

Quadro 5 – Critérios de dimensionamento de sistemas fixos de extinção automática por água.

No que se refere à localização dos sprinklers, deve ter-se em conta vários fatores, dos quais se
destacam os referentes à arquitetura dos espaços a proteger, e para além de serem respeitados os
critérios de densidade e espaçamento acima referidos, a sua localização deve ser de modo a que nem
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elementos estruturais, nem equipamentos ou produtos armazenados no espaço coberto, inviabilizem a


projeção de água sobre um eventual foco de incêndio.

A alimentação do sistema de sprinklers é comum às outras instalações hidráulicas de proteção


contra incêndios projetadas para o edifício.

11. Iluminação de Emergência 34

Quanto à iluminação de emergência, devem ser considerados dois aspetos:

Iluminação ambiente, também designada por antipânico, que acarreta dois efeitos:
iluminar os locais com a presença de pessoas e os caminhos de evacuação, bem como
proporcionar a iluminação necessária para acesso aos meios de intervenção, comandos
e cortes de emergência;
Iluminação de balizagem ou de circulação, tem como objetivo facilitar a visibilidade
no encaminhamento das pessoas até à zona de segurança e possibilita a execução das
manobras respeitantes à segurança e intervenção dos meios de socorro.

A iluminação de emergência pode ser baseada em fontes centrais de alimentação de energia


(exemplos: geradores, baterias de acumuladores) ou em fontes locais (exemplos: blocos autónomos ou
aparelhos de iluminação normal com kits de emergência).

A obrigatoriedade da utilização de blocos autónomos está indicada na Portaria n.º 1532/2008,


artigo 115.º.

Imagem 10 – Bloco autónomo de iluminação


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12. Sinalização de Emergência

Os critérios gerais de dimensionamento de sinalização de emergência são os seguintes:

Aplicável a todos os edifícios e recintos com exceção da UT I, 1.ª categoria;


Visível para todas as pessoas;
Não limitar a linha de visão das pessoas;
Obedecer ao Decreto-Lei n.º 141/95 e Portaria n.º 1456-A/95.
35
Quadro 6 – Sinais relativos ao material de combate a incêndio.

Quadro 7 – Sinais de salvamento ou emergência.

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