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Apostila - ALGAS

As algas são organismos fotossintetizantes, uni- ou pluricelulares, que se distinguem das plantas por não possuírem tecidos especializados e embrião, incluindo cianobactérias e protistas. Elas desempenham um papel crucial na produção de oxigênio e na cadeia alimentar aquática, além de terem relevância econômica em diversas indústrias. A teoria da endossimbiose sugere que mitocôndrias e cloroplastos se originaram de relações simbióticas entre células eucariontes e bactérias, com implicações significativas para a evolução dos organismos.

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Apostila - ALGAS

As algas são organismos fotossintetizantes, uni- ou pluricelulares, que se distinguem das plantas por não possuírem tecidos especializados e embrião, incluindo cianobactérias e protistas. Elas desempenham um papel crucial na produção de oxigênio e na cadeia alimentar aquática, além de terem relevância econômica em diversas indústrias. A teoria da endossimbiose sugere que mitocôndrias e cloroplastos se originaram de relações simbióticas entre células eucariontes e bactérias, com implicações significativas para a evolução dos organismos.

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ALGAS

Fonte: http://www.criptogamas.ib.ufu.br/node/2

As algas são seres uni- ou pluricelulares fotossintetizantes que são distintos das
plantas por não possuírem tecidos especializados e embrião. São consideradas algas
as cianobactérias e os protistas fotossintetizantes, além de alguns de seus parentes não
fotossintetizantes. As cianobactérias, também conhecidas como cianofíceas ou algas azuis,
são seres procariontes e pertencem ao domínio Bacteria, sendo as únicas algas
pertencentes a esse grupo. O reino Protista, pertencente ao domínio Eukarya, reúne os
eucariontes que não pertencem aos reinos Plantae, Fungi e Animalia. As algas do reino
Protista tiveram origem em eventos de endossimbiose primária ou secundária, podendo
apresentar todos os tipos de clorofila conhecidos. Os protistas não fotossintetizantes
estudados juntamente com as algas são seres filogeneticamente próximos aos organismos
que fizeram endossimbiose no passado, ou são derivados de grupos fotossintetizantes que
perderam a capacidade de realizar fotossíntese. Contudo, poucos protistas não
fotossintetizantes são abordados em Sistemática de Criptógamas, cabendo a certos ramos
da Zoologia estudar outras diversidades de protistas.

As algas desempenham um papel ecologicamente semelhante àquele exercido


pelas plantas terrestres, sendo responsáveis pela maior produtividade de oxigênio do
planeta. Também se destacam por fazerem parte do fitoplâncton, a base da cadeia
alimentar em ambientes aquáticos. Tem relevante importância econômica na indústria
alimentícia, têxtil, farmacêutica e química, além de gerar grandes prejuízos às populações
humanas através dos eventos defloração tóxica.

A origem: Teoria da Endossimbiose


Fonte: http://www.criptogamas.ib.ufu.br/node/2

A capacidade de multiplicação dos plastos e suas semelhanças bioquímicas com os


seres procariontes atuais sugerem que essas organelas tiveram como ancestrais bactérias
fotossintetizantes primitivas, que há centenas de milhões de anos estabeleceram uma
relação de cooperação com células eucariontes. No decorrer do processo evolutivo, a
dependência entre os dois tipos de organismos teria se tornado tão grande que as
bactérias fotossintetizantes e a célula eucarionte hospedeira perderam a capacidade de
viver isoladamente.

A teoria da endossimbiose acredita que as mitocôndrias e cloroplastos são


organelas derivadas da interação entre um organismo procarionte ancestral aeróbio e um
organismo unicelular anaeróbico, já com carioteca. Supõe-se que os primeiros eucariontes
tinham por hábito englobar bactérias como alimento. Em algum momento da evolução
desses organismos, algumas bactérias, que já tinham a capacidade de realizar a respiração,
foram mantidas no citoplasma dos eucariontes sem serem degradadas. Essas bacterias
teriam sido mantidas por beneficiarem os eucariontes, realizando para eles a respiração e
os eucariontes lhes proporcionava proteção e nutrientes. Essa relação biótica com
benefício para ambos os indivíduos (mutualismo) teria se perpetuado, e essas bactérias
teriam dado origem às atuais mitocôndrias.

Algum tempo depois, alguns eucariontes iniciaram outra relação simbiótica, desta
vez com cianobactérias. Estas realizavam a fotossíntese e dele recebiam proteção e
matéria-prima. Essa relação mostrou-se tão vantajosa que se perpetuou, e essas
cianobactérias teriam dado origem aos atuais cloroplastos.

A Teoria endossimbiótica foi popularizada por Lynn Margulis em 1981 em seu livro
Symbiosis in Cell Evolution. Algumas evidências que dão suporte a tal teoria são:

1. · Mitocôndrias e cloroplastos possuem DNA, RNA e ribossomos próprios.


2. · Tanto as mitocôndrias como os cloroplastos possuem DNA bastante diferente do que
existe no núcleo celular e em quantidades semelhantes ao das bactérias;
3. · Ambas as organelas se encontram rodeados por duas ou mais membranas e a mais
interna tem diferenças na composição em relação às outras membranas da célula e
semelhanças com a dos procariontes;
4. · Muito da estrutura bioquímica dos cloroplastos, como por exemplo, a presença de
tilacóides e tipos particulares de pigmentos, é muito semelhante aos das cianobactérias;
5 · Tanto as mitocôndrias como os cloroplastos possuem genomas muito pequenos, em
comparação com outros organismos, o que pode significar um aumento da dependência
destes organelos depois da simbiose se tornar obrigatória, ou melhor, passar a ser um
organismo novo.

Fonte: http://plastosbiologia.blogspot.com.br/2011/06/origem-teoria-da-
endossimbiose.html
Endossimbiose Primária

A simbiose entre uma célula hospedeira ancestral dos eucariotos e uma célula procariótica
é que deu origem às mitocôndrias e aos cloroplastos dos seres eucariotos.
Endossimbiose Secundária

Um evento de endossimbiose secundária é aquele onde uma célula eucariótica


hospedeira engloba outra célula eucariótica que já realizou endossimbiose primária e
adquiriu um cloroplasto. Eventos de endossimbiose secundários geraram cloroplastos
complexos com mais de duas membranas (três ou quatro).

Fonte: http://www.criptogamas.ib.ufu.br/node/30
http://www.criptogamas.ib.ufu.br/node/31

Evolução da Teoria Endossimbiótica

A teoria da evolução de Darwin gerou o conceito de que as espécies modernas


divergiram de um grupo de ancestrais mais limitados que divergiram de outros ancestrais
e desse modo até o princípio da vida. Durante mais de 10 anos foi consenso que a vida
teria se originado a partir de uma única célula ancestral, situada na raiz da árvore da vida.
Atualmente este conceito está sendo questionado devido a recentes descobertas
proveniente do desenvolvimento tecnológico que expuseram a raiz dessa árvore
filogenética.

As primeira tentativas de construção de uma árvore genealógica que resume a


origem e evolução da vida foram baseadas em comparações anatômicas e fisiológicas
entre os organismo; no entanto, esse método, apesar de aplicável a organismos mais
complexos, era inviável para microorganismos, que apresentavam pouquíssimos
parâmetros de comparação. Isto levava a um grave problema, pois microorganismos eram
a única forma de vida existente no período que representava a raiz da árvore da evolutiva,
ou seja, a origem de todos seres vivos.

Em 1960, Zucker Kand e Pauling propuseram um novo método para a construção


de árvores filogenéticas, baseado nas diferenças determinadas pelos genes e proteínas nas
diferentes espécies. Esse método baseia-se no fato de que organismos diferentes possuam
sequências diferentes em seus genes e proteínas.
.
SSU rRNA
.
Conforme este trabalho com proteínas progredia, Carl R. Woese iniciava seus
trabalhos com a subunidade menor de RNAr (SSU rRNA). Esta subunidade é constituinte
dos ribossomos que fazem parte da maquinaria de síntese de proteínas, e por serem
constituídos de RNAr têm uma relação direta com o DNA do organismo. Estas
características faziam com que a SSU rRNA fosse “um cronômetro molecular universal”, ou
seja, esta era capaz de “dizer” a seqüência com que as espécies evoluíram.

Os dados iniciais da análise de SSU rRNA confirmaram a distinção entre procariotos


e eucariotos, que havia sido estabelecida na década de 60, tendo como critério a presença
ou não de um envoltório nuclear, além de reforçar a hipótese da endossimbiose. Tal
hipótese tenta explicar a origem da mitocôndria e do cloroplasto nas células eucarióticas.
..
Teoria da Endossimbiose
..

Segundo esta idéia, uma célula procariótica teria perdido sua parede, ganhando
flexibilidade na membrana, a qual sofreu diversas invaginações, dando origem ao
envoltório nuclear e às organelas membranosas de um eucarioto. A célula derivada desta
transformação teria ganho também a capacidade de endocitar células vizinhas e se
alimentar delas. Um descendente desta célula transformada teria, segundo esta hipótese,
endocitado células de uma bactéria altamente eficiente em respiração aeróbia (alpha-
proteobactéria), mas não teria realizado sua digestão, e sim passado a viver numa relação
de simbiose com esta bactéria. A célula hospedeira forneceria abrigo à bactéria, e o
endossimbionte forneceria energia para a célula. Durante o desenvolvimento desta
relação a bactéria teria perdido seus genes referentes ao desenvolvimento independente ,
doado alguns para o núcleo do hospedeiro e mantido alguns, como o que codifica a SSU
rRNA da mitocôndria. Da mesma maneira teriam surgido os cloroplastos, a partir da
endocitose de cianobactérias por um eucarioto já possuidor de mitocôndria. Mais tarde
essa hipótese viria a ser confirmada, através do sequenciamento de alguns dos genes que
codificam a SSU rRNA, encontrados nas mitocôndrias e nos cloroplastos , que teriam se
originado das alpha-proteobactéria e cianobactérias, respectivamente. Em outra pesquisa,
Woese ainda defendia a divisão dos organismos em mais um grupo - o das
arqueobactérias - pois certos procariontes classificados como bactérias eram tão
geneticamente diferentes das bactérias, quanto dos eucariontes, e deveriam ser
classificados num grupo a parte.
Árvore da vida segundo conceito do ancestral comum único.

Arqueobactéria vs Eubactéria
.
Estudos moleculares vieram confirmar a divisão em três grupos. A estrutura da
membrana celular, assim como de proteínas responsáveis por processos vitais para as
células são diferentes em Archea. Dessa maneira, processos como transcrição e tradução
ocorrem diferentemente nessas últimas. Estudando esses processos, descobriu-se que o
RNA mensageiro de Arqueobactérias estava muito mais próximo do de Eucariotos do que
das Eubactérias. Além disso foi observada uma grande semelhança na maquinaria da
transcrição e tradução entre as Arqueobactérias e os Eucariotos, sugerindo que esses
últimos originaram-se de Archea. Em 1989, estudos feitos com DNA e proteínas vieram
comprovar a semelhança entre esses dois grupos.
.
Surge uma nova Teoria

Com base nessas pesquisas, era esperado que o único DNA bacteriano presente em
uma célula Eucariota fosse o advindo das bactérias que originaram as mitocôndrias e os
cloroplastos. Consequentemente, os outros genes seriam originários das Arqueobactérias
(supostos ancestrais dos Eucariotos). Mas essas expectativas foram refutadas com a
descoberta de que os Eucariotos possuem em seu núcleo genes de Eubactérias além dos
provenientes da endossimbiose que originou as mitocôndrias e os cloroplastos. Do mesmo
modo, Arqueobactérias possuem uma grande quantidade de genes de Eubactérias.

A melhor explicação para esses fatos é que a evolução não é um acontecimento


linear, como Darwin imaginava. Apesar de os genes também serem transmitidos
“verticalmente” de geração para geração, esse não é o único evento importante na
evolução. Existem transmissões “horizontais” de genes, que fazem a interação entre
grupos distintos (o que pode explicar como Arqueobactérias possuem genes encontrados
em Eubactérias, por exemplo).

Mas, da mesma forma, muitos genes de Eucariotos não são de nenhum dos outros
grupos conhecidos. Supõe-se que esse genes sejam originários de quatro grupos de
organismos, hoje extintos, que transmitiram seu material genético horizontalmente. Com
essas novas descobertas surgiram evidências de que a árvore aceita consensualmente está
errada ou muito simplificada tanto no ponto de surgimento dos eucariotos a partir das
arqueobactérias, quanto na quantidade de transmissões horizontais de genes.
Plausivelmente a célula eucariótica surgiu de uma ancestral que seria produto de um
número qualquer de transmissões genéticas horizontais ocorridas entre arqueobactérias,
eubactérias e quatro ou mais prováveis grupos desconhecidos e é também razoável
afirmar que as transmissões horizontais ao longo da evolução destes grupos tenham sido
muito mais numerosas que as propostas pela teoria endossimbiótica. Tendo em vista estes
aspectos, pode-se concluir que a árvore que foi tida como definitiva está muito
simplificada.
.
A nova filogenia

Um modelo que representasse algo mais próximo da realidade seria o seguinte: no


topo seria mantido o aspecto de árvore da antiga escala filogenética, no que se refere a
seres multicelulares, como animais, plantas e fungos. As transferências genéticas
envolvidas na formação, a partir da endossimbiose, da mitocôndria e do cloroplasto
seriam mantidas. Abaixo destes pontos de transferência (e acima, entrando na evolução
das atuais archeobactérias e eubactérias) haveria vários pontos de fusão e trocas
genéticas. A designação de qualquer tronco evolutivo dentro dos procariotos e na base
dos eucariotos como sendo o principal seria arbitrária.
Mesmo esta revisão da antiga árvore seria inevitavelmente simplificada, pois a
versão que tentasse representar o real caráter das transferências genéticas durante a
evolução teria que representar a superposição e junção de centenas de genomas ou
famílias de genes.

O fato de que há sequências de genes nos ancestrais dos três domínios de seres
vivos conhecidos que não são totalmente compartilhadas indica que a tradicional visão de
que a árvore filogenética teria uma raiz única (representada por uma única célula
procarionte) está errada pois, se esta hipótese estivesse correta, as transferências de
genes teriam como resultado a inexistência de sequências exclusivas entre os ancestrais
destes três domínios. A comprovação de que houve transferência horizontal de genes e a
constatação de que os domínios existentes possuem sequências não compartilhadas entre
seus ancestrais leva necessariamente a uma escala evolutiva que tenha origem em várias
células diferentes. E a partir da troca livre de genes entre estas células houve o
compartilhamento de características assim como a manutenção de genes exclusivos que
numa visão ampla deram origem aos três domínios conhecidos atualmente.

Fonte: http://www.nucleodeaprendizagem.com.br/endossimbiose.pdf

Características
(Fonte: Lopes, M.G.C. 2009)

As algas caracterizam-se por serem organismos eucarióticos unicelulares ou


multicelulares que, em sua maioria, apresentam parede celular formada de celulose e
mais alguma substância como ágar, carragenina, carbonato de cálcio etc. O corpo das
algas multicelulares é chamado de talo e pode apresentar-se como filamentos, lâminas
ou estruturas que lembram caules e folhas de plantas.

As algas são autótrofas, isto é, são capazes de realizar fotossíntese e sintetizar


moléculas orgânicas (alimento) a partir de substâncias inorgânicas e da energia da luz
solar. A maioria apresenta cloroplastos cujo número e forma podem variar mas, que
sempre apresentam clorofila, pigmento importante para a realização da fotossíntese.
Além de diferentes tipos de clorofila (a, b, c, d ou e), os cloroplastos das algas podem
apresentar outros pigmentos, tais como carotenos ou xantofilas. A presença desses
pigmentos é uma característica muito importante como critério de classificação.

O fato de serem autótrofas faz das algas organismos de grande importância


ecológica, representando a base da cadeia alimentar de oceanos e lagos. Além disso,
apresentam grande importância econômica para o ser humano como fonte de
oxigênio, alimento, produção de ágar, alginatos, carragenanos (colóides), fertilizantes
e adubos, uso medicinal.

A reprodução das algas


As algas, tanto as unicelulares como as multicelulares, apresentam reprodução
assexuada e sexuada. Nas algas unicelulares a reprodução assexuada ocorre por
divisão binária, com um indivíduo dando origem a dois outros. No caso das algas
multicelulares, esse tipo de reprodução pode ocorrer por fragmentação do talo, como
é comum nas algas filamentosas, ou por zoosporia. Neste processo, um indivíduo
forma células flageladas chamadas de zoósporos que soltam-se e, ao fixar-se em algum
substrato, originam novos indivíduos.

A reprodução sexuada envolve, como em outros organismos, a fusão de


gametas haplóides. Em algas unicelulares, como as Chlamydomonas, cada indivíduo
funciona como um gameta e, em certa fase de seu desenvolvimento, dois indivíduos
unem-se formando um zigoto que sofre meiose formando quatro células-filhas. Em
algas multicelulares filamentosas algumas células transformam-se em gametas
masculinos e outras em gametas femininos. Um gameta masculino pode atingir o
gameta feminino através de pontes que se estabelecem entre filamentos diferentes. O
zigoto que se forma liberta-se do filamento materno e dá origem a novo talo.
Também é comum em várias espécies de algas multicelulares, a ocorrência de um
fenômeno chamado alternância de gerações. Durante o ciclo de vida dessas algas
alternam-se gerações de indivíduos haplóides que produzem gametas e indivíduos
diplóides que produzem esporos.

Tradicionalmente, sobretudo nos livros didáticos voltados para o Ensino


Fundamental e Médio, as algas têm sido classificadas no Reino Protista, ou Protoctista,
como sugerido por Margulis e Schwartz em 1982. No entanto, a classificação dos seres
vivos tem passado por várias modificações, principalmente em função dos avanços em
biologia molecular e sua influência sobre o estudo da evolução dos seres vivos. Tais
modificações são, ainda, alvo de muitos debates entre os cientistas.

Assim, em propostas de classificação mais recentes, como a sugerida por


Sandra Baudalf (2003), o reino protista deixa de existir e os diferentes filos de algas se
distribuem por grandes agrupamentos de seres vivos. Por exemplo, os filos
Chlorophyta (algas verdes), Phaeophyta (algas pardas) e Charophyta (carofíceas) são
colocados no mesmo agrupamento das plantas terrestres. Alguns autores de livros
didáticos, mesmo adotando o termo Protista, já procuram deixar claro que se trata de
um coletivo sem valor taxonômico.

De qualquer forma, as algas caracterizam-se por serem organismos eucarióticos


unicelulares ou multicelulares que, em sua maioria, apresentam parede celular
formada de celulose e mais alguma substância como ágar, carragenina, carbonato de
cálcio etc. O corpo das algas multicelulares é chamado de talo e pode apresentar-se
como filamentos, lâminas ou estruturas que lembram caules e folhas de plantas.

As algas são autótrofas, isto é, são capazes de realizar fotossíntese e sintetizar


moléculas orgânicas (alimento) a partir de substâncias inorgânicas e da energia da luz
solar. A maioria apresenta cloroplastos cujo número e forma podem variar, mas que
sempre apresentam clorofila, pigmento importante para a realização da fotossíntese.
Além de diferentes tipos de clorofila (a, b, c, d ou e), os cloroplastos das algas podem
apresentar outros pigmentos, tais como carotenos ou xantofilas. A presença desses
pigmentos é uma característica muito importante como critério de classificação.

O fato de serem autótrofas faz das algas organismos de grande importância


ecológica, representando a base da cadeia alimentar de oceanos e lagos. Além disso,
apresentam grande importância econômica para o ser humano.

Principais grupos de algas


Há três filos que agrupam exclusivamente algas unicelulares: as diatomáceas
(Bacillariophyta), os dinoflagelados (Dinophyta) e os euglenóides (Euglenophyta). A
maioria das espécies nos dois primeiros grupos é encontrada nos oceanos,
constituindo o principal componente do fitoplâncton marinho, enquanto os
euglenóides são, na sua maioria, de água doce. Os euglenóides não possuem parede
celular e apresentam uma característica bastante peculiar: embora possuam
cloroplastos e sejam fotossintetizantes, são capazes de sobreviver na ausência de luz,
ingerindo partículas de alimento do meio externo, comportando-se, nesse caso, como
heterótrofos. No sistema de classificação proposto por Baudalf, os euglenóides
encontram-se no mesmo grupo dos tripanossomas e leishmanias (tradicionalmente
classificados como protozoários). Os euglenóides, assim como os dinoflagelados
possuem flagelos que auxiliam sua locomoção.
O filo dos dinoflagelados abriga algumas espécies curiosas. Algumas delas não
possuem cloroplastos, apresentando alimentação heterotrófica. Outras vivem no
interior das células de protozoários ou de alguns animais marinhos, como cnidários e
moluscos, sendo chamadas de zooxantelas. Há ainda espécies do gênero Noctiluca que
emitem uma luz esverdeada provocando o fenômeno da bioluminescência do mar.
Este filo apresenta-se também relacionado ao fenômeno da maré vermelha em que
ocorre uma enorme proliferação dessas algas, colorindo a água de tons marrom-
avermelhados e eliminando substâncias que causam a morte de animais marinhos.
Tanto os dinoflagelados como as diatomáceas possuem uma carapaça
revestindo suas células. A carapaça das diatomáceas é constituída de sílica e em alguns
locais é possível encontrar-se depósitos de carapaças que se acumularam no fundo do
mar ao longo de milhares de anos, formando os diatomitos, utilizados como matéria
prima para polidores e na fabricação de filtros e isolantes.


Alguns exemplos de algas unicelulares. Da esquerda para a direita: Diatomáceas, euglenóides e dois
exemplos de dinoflagelados: Noctilluca e Ceratium.

O filo das algas pardas ou feofíceas (Phaeophyta) apresenta apenas espécies


multicelulares que podem ter de alguns centímetros até mais de 60 m de
comprimentos. Apresentam coloração castanho-amarelada devido ao pigmento
ficoxantina existente em seus cloroplastos e certas espécies apresentam partes
semelhantes às raízes e folhas das plantas. Neste filo encontra-se a Laminaria, espécie
conhecida como kombu, de importância na culinária japonesa:

Alga parda do gênero Laminaria.

Dois outros filos apresentam tanto espécies unicelulares como multicelulares: o


das algas vermelhas ou rodofíceas (Rodophyta) e o das algas verdes ou clorofíceas
(Chlorophyta).
Esses dois filos apresentam espécies marinhas e de água doce e algumas
terrestres que vivem em ambientes úmidos como barrancos e troncos de árvores em
florestas.

Algumas clorofíceas associam-se a fungos formando os liquens e outras vivem


no interior do organismo de animais de água doce como a Hydra, sendo chamadas de
zooclorelas. Entre as algas vermelhas encontramos a Porphyra, também utilizada na
culinária japonesa, sendo chamada de nori.


Exemplos de algas vermelhas e verdes multicelulares: Asparagopsis (esquerda) e Ulva, também
conhecida como alface do mar, muito comum no Brasil.

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