Apostila - ALGAS
Apostila - ALGAS
Fonte: http://www.criptogamas.ib.ufu.br/node/2
As algas são seres uni- ou pluricelulares fotossintetizantes que são distintos das
plantas por não possuírem tecidos especializados e embrião. São consideradas algas
as cianobactérias e os protistas fotossintetizantes, além de alguns de seus parentes não
fotossintetizantes. As cianobactérias, também conhecidas como cianofíceas ou algas azuis,
são seres procariontes e pertencem ao domínio Bacteria, sendo as únicas algas
pertencentes a esse grupo. O reino Protista, pertencente ao domínio Eukarya, reúne os
eucariontes que não pertencem aos reinos Plantae, Fungi e Animalia. As algas do reino
Protista tiveram origem em eventos de endossimbiose primária ou secundária, podendo
apresentar todos os tipos de clorofila conhecidos. Os protistas não fotossintetizantes
estudados juntamente com as algas são seres filogeneticamente próximos aos organismos
que fizeram endossimbiose no passado, ou são derivados de grupos fotossintetizantes que
perderam a capacidade de realizar fotossíntese. Contudo, poucos protistas não
fotossintetizantes são abordados em Sistemática de Criptógamas, cabendo a certos ramos
da Zoologia estudar outras diversidades de protistas.
Algum tempo depois, alguns eucariontes iniciaram outra relação simbiótica, desta
vez com cianobactérias. Estas realizavam a fotossíntese e dele recebiam proteção e
matéria-prima. Essa relação mostrou-se tão vantajosa que se perpetuou, e essas
cianobactérias teriam dado origem aos atuais cloroplastos.
A Teoria endossimbiótica foi popularizada por Lynn Margulis em 1981 em seu livro
Symbiosis in Cell Evolution. Algumas evidências que dão suporte a tal teoria são:
Fonte: http://plastosbiologia.blogspot.com.br/2011/06/origem-teoria-da-
endossimbiose.html
Endossimbiose Primária
A simbiose entre uma célula hospedeira ancestral dos eucariotos e uma célula procariótica
é que deu origem às mitocôndrias e aos cloroplastos dos seres eucariotos.
Endossimbiose Secundária
Fonte: http://www.criptogamas.ib.ufu.br/node/30
http://www.criptogamas.ib.ufu.br/node/31
Segundo esta idéia, uma célula procariótica teria perdido sua parede, ganhando
flexibilidade na membrana, a qual sofreu diversas invaginações, dando origem ao
envoltório nuclear e às organelas membranosas de um eucarioto. A célula derivada desta
transformação teria ganho também a capacidade de endocitar células vizinhas e se
alimentar delas. Um descendente desta célula transformada teria, segundo esta hipótese,
endocitado células de uma bactéria altamente eficiente em respiração aeróbia (alpha-
proteobactéria), mas não teria realizado sua digestão, e sim passado a viver numa relação
de simbiose com esta bactéria. A célula hospedeira forneceria abrigo à bactéria, e o
endossimbionte forneceria energia para a célula. Durante o desenvolvimento desta
relação a bactéria teria perdido seus genes referentes ao desenvolvimento independente ,
doado alguns para o núcleo do hospedeiro e mantido alguns, como o que codifica a SSU
rRNA da mitocôndria. Da mesma maneira teriam surgido os cloroplastos, a partir da
endocitose de cianobactérias por um eucarioto já possuidor de mitocôndria. Mais tarde
essa hipótese viria a ser confirmada, através do sequenciamento de alguns dos genes que
codificam a SSU rRNA, encontrados nas mitocôndrias e nos cloroplastos , que teriam se
originado das alpha-proteobactéria e cianobactérias, respectivamente. Em outra pesquisa,
Woese ainda defendia a divisão dos organismos em mais um grupo - o das
arqueobactérias - pois certos procariontes classificados como bactérias eram tão
geneticamente diferentes das bactérias, quanto dos eucariontes, e deveriam ser
classificados num grupo a parte.
Árvore da vida segundo conceito do ancestral comum único.
Arqueobactéria vs Eubactéria
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Estudos moleculares vieram confirmar a divisão em três grupos. A estrutura da
membrana celular, assim como de proteínas responsáveis por processos vitais para as
células são diferentes em Archea. Dessa maneira, processos como transcrição e tradução
ocorrem diferentemente nessas últimas. Estudando esses processos, descobriu-se que o
RNA mensageiro de Arqueobactérias estava muito mais próximo do de Eucariotos do que
das Eubactérias. Além disso foi observada uma grande semelhança na maquinaria da
transcrição e tradução entre as Arqueobactérias e os Eucariotos, sugerindo que esses
últimos originaram-se de Archea. Em 1989, estudos feitos com DNA e proteínas vieram
comprovar a semelhança entre esses dois grupos.
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Surge uma nova Teoria
Com base nessas pesquisas, era esperado que o único DNA bacteriano presente em
uma célula Eucariota fosse o advindo das bactérias que originaram as mitocôndrias e os
cloroplastos. Consequentemente, os outros genes seriam originários das Arqueobactérias
(supostos ancestrais dos Eucariotos). Mas essas expectativas foram refutadas com a
descoberta de que os Eucariotos possuem em seu núcleo genes de Eubactérias além dos
provenientes da endossimbiose que originou as mitocôndrias e os cloroplastos. Do mesmo
modo, Arqueobactérias possuem uma grande quantidade de genes de Eubactérias.
Mas, da mesma forma, muitos genes de Eucariotos não são de nenhum dos outros
grupos conhecidos. Supõe-se que esse genes sejam originários de quatro grupos de
organismos, hoje extintos, que transmitiram seu material genético horizontalmente. Com
essas novas descobertas surgiram evidências de que a árvore aceita consensualmente está
errada ou muito simplificada tanto no ponto de surgimento dos eucariotos a partir das
arqueobactérias, quanto na quantidade de transmissões horizontais de genes.
Plausivelmente a célula eucariótica surgiu de uma ancestral que seria produto de um
número qualquer de transmissões genéticas horizontais ocorridas entre arqueobactérias,
eubactérias e quatro ou mais prováveis grupos desconhecidos e é também razoável
afirmar que as transmissões horizontais ao longo da evolução destes grupos tenham sido
muito mais numerosas que as propostas pela teoria endossimbiótica. Tendo em vista estes
aspectos, pode-se concluir que a árvore que foi tida como definitiva está muito
simplificada.
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A nova filogenia
O fato de que há sequências de genes nos ancestrais dos três domínios de seres
vivos conhecidos que não são totalmente compartilhadas indica que a tradicional visão de
que a árvore filogenética teria uma raiz única (representada por uma única célula
procarionte) está errada pois, se esta hipótese estivesse correta, as transferências de
genes teriam como resultado a inexistência de sequências exclusivas entre os ancestrais
destes três domínios. A comprovação de que houve transferência horizontal de genes e a
constatação de que os domínios existentes possuem sequências não compartilhadas entre
seus ancestrais leva necessariamente a uma escala evolutiva que tenha origem em várias
células diferentes. E a partir da troca livre de genes entre estas células houve o
compartilhamento de características assim como a manutenção de genes exclusivos que
numa visão ampla deram origem aos três domínios conhecidos atualmente.
Fonte: http://www.nucleodeaprendizagem.com.br/endossimbiose.pdf
Características
(Fonte: Lopes, M.G.C. 2009)
Alguns exemplos de algas unicelulares. Da esquerda para a direita: Diatomáceas, euglenóides e dois
exemplos de dinoflagelados: Noctilluca e Ceratium.
Exemplos de algas vermelhas e verdes multicelulares: Asparagopsis (esquerda) e Ulva, também
conhecida como alface do mar, muito comum no Brasil.