Comunicação e Linguagem
Comunicação e Linguagem
br/comlin-g00384-
dez-2022-grad-ead/)
1. Introdução
Boas-vindas! A partir de agora, embarcaremos em uma viagem que permite
conhecer um pouco mais as facetas da língua portuguesa em sua utilização
para �ns comunicativos. Com esse objetivo, exploraremos informações que
permitirão uma ampliação de sua re�exão e de seu pensamento crítico sobre a
língua e seu uso.
Em nossos estudos, será possível perceber que, apenas ao nos fazermos enten-
der, nos tornamos participativos no mundo. Para isso, abordaremos o entendi-
mento do processo de comunicação por meio de linguagens; a leitura com �ns
determinados; a compreensão e interpretação de textos verbo-visuais; a pro-
dução textual, no que concerne à atividade prática da escrita; e o uso adequa-
do da norma-padrão da língua portuguesa em situações formais de comunica-
ção. Dessa maneira, vamos nos tornar mais conscientes e competentes dis-
cursivamente para nos comunicarmos em qualquer área de atuação pro�ssio-
nal.
Vamos compreender que o modo de nos comunicarmos uns com os outros é
diferente. Se falamos com alguém que é mais íntimo, podemos cometer certos
“erros”, visto que nesse momento não há problemas em cometê-los. Porém,
quando conversamos com alguém que não faz parte de nosso círculo social,
precisamos fazer adaptações em nosso modo de falar. O mesmo acontece
quando precisamos escrever um texto, pois ele precisa ser bem compreendido
por quem vai lê-lo. Há de se ter um cuidado ao escrever um texto.
O estudo desta disciplina está dividido em unidades que visam a uma melhor
compreensão de conceitos e de técnicas que lhe permitam ler, compreender,
interpretar e escrever bem textos que farão parte não só de sua vida
acadêmico-pro�ssional, mas também da integralidade de sua vida. Para co-
nhecer mais detalhes sobre nosso trajeto de estudos, assista ao vídeo a seguir:
2. Informações da disciplina
Ementa
A disciplina desenvolve condições de letramento
para as exigências da Educação Superior, no tocante ao estímulo da capacida-
de de interpretar, analisar e discutir textos sobre assuntos variados e produzi-
dos no meio cientí�co. Tal enfoque possibilita a compreensão das estruturas
textuais concernentes aos gêneros textuais propícios ao ambiente acadêmico.
Para isso, abordam-se questões relativas aos conceitos de comunicação, lin-
guagem, texto e discurso; às noções de registro, nível e estilo de linguagem; às
características peculiares da linguagem acadêmica; aos procedimentos de in-
terpretação e de produção de textos, com a explanação de técnicas de parafra-
sagem e de sintetização; à tipologia textual argumentativa presente no discur-
so acadêmico, mais especi�camente nos gêneros resumo e resenha; aos as-
pectos gramaticais da língua portuguesa e ao uso da norma-padrão. Nesse
sentido, o aluno poderá proceder a leitura e a escrita também como uma práti-
ca de sua cidadania e integralização ao mundo. Além disso, serão discutidos
os seguintes temas: comunicação (conceitos básicos); linguagem (conceito, re-
gistro, nível e estilo); linguagem acadêmica (principais características); texto
(conceito, tipologia e gênero); fatores de textualidade (coesão e coerência); dis-
curso (conceito, marcas estruturais e ideológicas em textos); produção de tex-
tos acadêmicos (resumo e resenha); paráfrase; argumentação; leitura crítica,
interpretativa e analítica; aspectos gramaticais relevantes à produção textual.
Objetivo geral
Os alunos da disciplina , por meio de compreensão
do uso da língua portuguesa em textos acadêmicos, serão capazes de compre-
ender como ler, interpretar e compreender uma gama de textos que rondam o
discurso acadêmico, além de produzir textos inerentes a esses gêneros textu-
ais, de modo a conhecerem as características da linguagem acadêmica relati-
vas a registro, nível e estilo. Para isso, contarão não só com as obras de refe-
rência, mas também com outras referências bibliográ�cas, eletrônicas, links
de navegação e vídeos.
Objetivos especí�cos
• Compreender as noções de comunicação, linguagem, texto e discurso.
• Veri�car como se sistematiza a comunicação humana.
• Conhecer as características da linguagem acadêmica, no tocante a regis-
tro, nível e estilo.
• Compreender procedimentos de leitura, análise, interpretação e produção
de textos, mais especi�camente os acadêmicos.
• Veri�car as noções de norma-padrão e variante popular, no tocante às
utilizações na escrita e na fala.
• Perceber como utilizar adequadamente a norma-padrão na produção de
textos acadêmicos.
• Revisar conteúdos da língua portuguesa quanto a normas gramaticais.
• Aplicar tais conhecimentos na produção de textos acadêmicos coerentes
e coesos, a �m de poder exercer sua cidadania e sua integralização ao
mundo.
(https://md.claretiano.edu.br/comlin-g00384-
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Objetivos
• Familiarizar-se com os conceitos básicos concernentes à comunicação
e linguagem.
• Proporcionar ao aluno o reconhecimento do uso da linguagem acadêmi-
ca e de suas principais características.
Conteúdos
• Conceito de comunicação.
• Conceitos de linguagem, linguagem verbal e não verbal, mista/híbrida
/multifuncional, linguagem falada e escrita.
• Conceito de língua e norma-padrão.
• Registro, nível e estilo de linguagem.
• A linguagem acadêmica e suas características principais.
Problematização
O que é comunicação? O que é emissor? O que é receptor? O que é mensagem?
O que é linguagem? Quais são os tipos de linguagem? Como cada um deles se
caracteriza? Quais são as modalidades de linguagem? Qual é o conceito de
língua? Qual é o conceito de norma-padrão? De que modo língua e norma-
padrão estão relacionadas? O que é registro de linguagem? O que é nível de
linguagem? O que é estilo de linguagem? Como a linguagem deve ser utiliza-
da em textos acadêmicos?
Orientações para o estudo
Esta unidade de estudos está organizada para que você tenha compreensão
dos fundamentos da comunicação e da linguagem, diante de sua utilização
no ambiente acadêmico. Para aproveitar seus estudos ao máximo, não deixe
de consultar as indicações de materiais, ler os textos, assistir aos vídeos e
acessar os links indicados.
1. Introdução
Para iniciarmos nossos estudos sobre comunicação e linguagem, é necessário
fazermos uma exploração dos conceitos envolvidos nesse tema, para que os
compreendamos melhor e, assim, possamos navegar por essa área com maior
clareza e facilidade. A comunicação e a linguagem estão presentes constante-
mente em nossa vida, mas você já se perguntou o que exatamente cada uma
delas é? Vamos investigar juntos a partir de agora!
Nesse processo, percebe-se que há entes envolvidos: os falantes, que são cha-
mados de e . O primeiro emite uma mensagem destinada ao
último, que recebe a mensagem. Esses três elementos – emissor, receptor e
mensagem – formam o que chamamos de (Figura 1).
O emissor emite uma mensagem, de modo oral ou escrito, ao seu receptor, que precisa com-
preender essa mensagem, a �m de que a comunicação se efetive. Vale ressaltar que a co-
municação somente se efetiva se a mensagem emitida for compreendida.
: Banco de Imagens Claretiano*.
Para transmitir essa mensagem, o homem passou a utilizar signos, que foram
inventados conforme as necessidades surgiam e foram dotados de signi�ca-
dos. Esses signos são o que compõem a(s) linguagem(ns).
A linguagem verbal, por ser aquela que se expressa por meio de palavras, se
constitui num conjunto sistematizado, ordenado, �exível, adaptável e comple-
xo dessas palavras (signos linguísticos), a . Desse modo, a língua é uma
das linguagens de que o ser humano dispõe para se comunicar, um instru-
mento de comunicação, formalizado por um sistema de signos vocais especí-
�cos aos membros de uma mesma comunidade. Trata-se de um conjunto de
convenções e de regras adotadas por um corpo social a exercer a faculdade da
linguagem. A língua é, também, um sistema de relações, visto que os signos
não têm valor se não estiverem relacionados uns aos outros.
Se a linguagem verbal é o uso da palavra, a é o não uso
da palavra na comunicação, con�gurando uma troca de mensagens por meio
de sons, imagens, gestos, símbolos etc. (isto é, tudo o que não for palavra).
Nesse sentido, esse tipo de linguagem é a que se vale de outros signos, sendo,
por isso mesmo, múltipla. Considerando a riqueza de possibilidades de repre-
sentação e de expressão, é possível falar em linguagem musical, linguagem
cinematográ�ca, linguagem teatral, linguagem corporal, linguagem artística,
linguagem de programação, linguagem do vestuário, dentre as in�nitas possi-
bilidades que há em nosso mundo.
Vale ressaltar também as linguagens arti�ciais, que são sistemas de comunicação elabora-
dos de forma consciente com vistas ao desenvolvimento de domínios especí�cos do saber.
Como exemplo dessas linguagens, temos as que são utilizadas na matemática, na lógica ou
na computação.
Além disso, a linguagem pode ser (ou sincrética, ou híbrida), quando são
utilizadas em conjunto a linguagem verbal e não verbal. Misturam-se pala-
vras e sons, ou palavras e gestos, ou palavras e imagens etc., como acontece
em �lmes, seriados televisivos. Observe os exemplos na Figura 2:
Por esse motivo, vemos que, na língua portuguesa, por exemplo, um termo se
relaciona com outro em combinações especí�cas, feitas nas frases construí-
das pelos falantes.
Um signo isolado pode não signi�car muito, a não ser aquilo que carrega de
sentido (carro: algo utilizado pelo ser humano para locomoção motorizada e
mais rápida; casa: algo utilizado para habitação e proteção de intempéries da
natureza). Porém, a combinação de signos é que nos mostra valores. Os dois
substantivos citados podem ser relacionados ao adjetivo “moderno/moderna”,
o que faz criar um valor: já não se pensa em qualquer carro ou qualquer casa,
mas somente naqueles que são dotados de modernidade, que são modernos.
Para ilustrar o que foi exposto, vejamos, a seguir, a transcrição da fala oraliza-
da de uma pessoa, adaptada de Carvalho (2018):
Thelma Guimarães (2019, p. 45-46) ilustrou muito bem esse fenômeno, ao ex-
por que:
Nas aulas de física, você aprendeu que a força centrípeta tende a puxar um corpo
para o centro de uma trajetória, enquanto a centrífuga tende a afastá-lo desse cen-
tro. O que você talvez não saiba é que essas duas forças atuam também na língua
portuguesa — metaforicamente, é claro.
O português, assim como qualquer outra língua viva, é dinâmico e está em cons-
tante processo de inovação e mudança. Esse movimento, chamado de variação lin-
guística, tende a afastar a língua de seu núcleo mais estável, atuando, portanto, co-
mo uma força centrífuga.
Se apenas essa força agisse sobre a língua, em alguns séculos (ou talvez mesmo em
décadas) o português iria se transformar em outro idioma. Ou, então, cada falar re-
gional iria se tornar um dialeto, e os dialetos acabariam virando também novas lín-
guas. Desse modo, no Brasil, não teríamos mais o português, e sim o baianês, o gau-
chês, o paulistês…
Tais fatos não ocorrem – ou, pelo menos, demoram muito para ocorrer – porque
também há uma força centrípeta atuando sobre a língua: é a força da conservação,
exercida pela escola, pela imprensa, pelos documentos o�ciais e pela própria tradi-
ção cultural e literária, que une os povos falantes do mesmo idioma.
voce-arrasar-sempre/4k5/).
Morfológico • Flecha/frecha.
• Vassoura/bassoura.
• Me avisa, quando você encontrar a Maria/Avise-me
quando você encontrar a Maria.
• Quando eu ver a Maria, aviso ela/Quando eu vir a
Maria, aviso-a.
• Fui na praia/Fui à praia.
• Cheguei em casa/Cheguei à casa.
Semântico/lexical • Abóbora/jerimum.
• Mandioca/macaxeira/aipim.
/pin/490118371953504663/).
É nesse ambiente que a língua será utilizada para realizar diversas atividades
orais e, principalmente, escritas. Por isso, considerando o contexto do sistema
universitário brasileiro, é preciso promover o letramento em nível de Ensino
Superior para escrever e publicar textos de qualidade condizente ao meio aca-
dêmico, que demanda um tom formal de linguagem, de modo a não serem uti-
lizados gírias, coloquialismos, expressões de senso comum, chavões e subjeti-
vidade. Nesse sentido, temos que o estilo da linguagem acadêmica é formal,
sujeito a padrões de linguagem.
Desse modo, o pensamento cientí�co é aquele que passa por veri�cação, análise e/ou com-
paração, a �m de se comprovar algo, o que é relativo ao racionalismo. É diferente do pensa-
mento do senso comum, que pode se embasar em sensações, experiências e opiniões subje-
tivas.
Dado que o pensamento cientí�co passa por análise para ser comprovado, é
preciso que o objeto de estudo seja analisado de modo objetivo e neutro.
No campo cientí�co, diz respeito à qualidade do que é objetivo,
externo à consciência, pois o resultado precisa ser alcançado mediante uma
observação imparcial/neutra, independente de preferências individuais.
Ainda mais, trata-se da propriedade de teorias cientí�cas para o estabeleci-
mento de a�rmações inequívocas, que podem ser testadas independentemen-
te dos cientistas que as propuseram. Está diretamente relacionada ao atributo
de ser passível de reprodução, típico dos experimentos cientí�cos. Uma teoria,
hipótese, asserção ou proposição, para ser considerada objetiva, precisa ser
passível de transmissão de uma pessoa para outra, demonstrável a terceiros,
bem como deve representar um avanço no entendimento do mundo real.
Considerando tais aspectos, o discurso cientí�co precisa ser proferido com uso
da linguagem acadêmica, que vai lhe conferir objetividade e neutralidade, de
modo a transformar o subjetivismo (veiculado por expressões do tipo “eu
acho”, “eu entendo”, “na minha opinião” etc.) em um discurso objetivo, no qual
há mudança do estilo de linguagem com vistas à objetividade.
Não obstante, todos os textos expressam, de certo modo, uma opinião, pois são
dotados de um posicionamento crítico, e podem ser subjetivos (quando há cla-
ramente o uso de expressões que denotam um subjetivismo), ou objeti-
vos/neutros, quando há impessoalização do sujeito e ou uso da expressão cole-
tiva “nós” ao focar o objeto discutido, dado que não interessa o sujeito empírico
que discute o assunto.
Vemos, então, que o texto no contexto acadêmico é marcado por modo especí-
�co de expressar (estilo de escrever, de manifestar). Em vez de um subjetivis-
mo presente e claramente demarcado em um texto, nesse contexto, ele deverá
estar “apagado”, para transmitir a con�abilidade conferida por uma “neutrali-
dade” e uma objetividade.
3. Considerações
Nesta unidade, compreendemos os conceitos básicos sobre a comunicação, o
uso da linguagem e a sistematização de uma língua enquanto meios impor-
tantes para o bom convívio social. Além disso, vimos como a língua varia no
tempo e no espaço, pois há adequações que precisam ser feitas a depender da
situação (contexto) em que é utilizada. Nesse sentido, conhecemos a lingua-
gem acadêmica, aquela utilizada no ambiente formal das universidades e que
contém características especí�cas que fazem um texto ser reconhecido como
próprio da academia.
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Objetivos
• Conhecer os conceitos de texto, contexto e discurso.
• Detectar os elementos que conferem textualidade, a �m de poder cons-
truir textos coesos e coerentes.
• Compreender a importância de estruturar textos em parágrafos.
• Veri�car a técnica de parafrasagem como estratégia de produção textual
importante no meio acadêmico.
• Conhecer as características do gênero resumo em textos acadêmicos.
Conteúdos
• Conceitos de texto, contexto e discurso.
• Marcas estruturais e ideológicas: os sentidos nos textos.
• A paráfrase como técnica de produção textual.
• O gênero resumo e suas nuances em textos acadêmicos.
Problematização
O que é texto? Quais fatores estão envolvidos para que um texto seja assim
considerado como tal? O que são coesão e coerência textuais? Como esses
dois fatores são importantes para que um texto seja compreensível pelo lei-
tor? O que é paragrafação? Como construir parágrafos para que um texto seja
mais bem compreendido? O que é tipologia textual? Quais são as tipologias
textuais? O que é gênero textual? O que é contexto? O que é discurso? Como
texto, contexto e discurso se relacionam? É preciso identi�car valores, ideias
e pensamentos em textos para assim atribuir-lhes sentido? É preciso identi�-
car o modo como o texto foi construído, em um sentido estrutural, para que
possamos atribuir sentido a ele? O que é paráfrase? De que modo a paráfrase
está relacionada à produção textual? Qual é o conceito do gênero resumo?
Quais tipologias textuais estão presentes no gênero resumo?
1. Introdução
Na unidade anterior, nossa abordagem teórica nos levou a tratar de comunica-
ção, linguagem e língua, bem como de alguns dos elementos mais gerais des-
ta. Nesta unidade, nosso foco estará nos conceitos de texto, contexto e discur-
so, e em como reproduzir ideias alheias no texto acadêmico, para não incorrer
no plágio. Nesse sentido, o resumo, um dos gêneros de texto peculiares a esse
universo, serve como base de aplicação para as técnicas da parafrasagem e da
sintetização de ideias. Vamos lá?
Se o intuito é transmitir uma mensagem, vemos que o texto tem uma função
comunicativa de cunho social. Ele funciona como um local de interação entre
dois entes envolvidos: emissor e receptor, como podemos ver no esquema a
seguir:
: elaborada pela autora.
É por meio do texto que o autor (emissor) interage com seu leitor (receptor). A
compreensão do texto resulta dessa interação, sendo que o sentido de um tex-
to não reside somente em um desses polos, ou seja, a construção de sentidos
em um texto não é de responsabilidade única do emissor nem do receptor.
Na produção do texto, vemos que o autor utiliza a língua para construir signi�-
cados, ou seja, o sentido é construído ali, naquele momento. Por isso, os signi-
�cados que o autor constrói precisam ser lógicos (coerentes), a �m de que se-
jam compreensíveis para o receptor.
1. as intenções do autor;
2. as imagens que cada um dos interlocutores (autor e leitor) tem de si mes-
mo, do outro, do outro em relação a si mesmo e ao tema do discurso;
3. o que é pertinente numa situação, mas não é em outra;
4. o contexto sociocultural no qual o discurso foi produzido;
5. os conhecimentos que são partilhados.
e-intertextualidade/).
Para encerrarmos este tópico, assista ao vídeo a seguir, que detalha e aprofun-
da a questão do conceito de texto.
Trata-se aqui também da ligação harmoniosa dos parágrafos, que faz com que
eles �quem ajustados entre si, mantendo, assim, uma relação de signi�cância.
Por exemplo, um texto em que há sobrecarga de palavras repetidas do início
ao �m não é coeso. Para evitar isso, há termos que substituem a ideia apresen-
tada, a �m de evitar a repetição.
Por �m, cabe destacar recursos que contribuem para a coesão textual:
,
uma das principais universidades do mundo. Esse fato mostra que as pessoas
não são totalmente vítimas do contexto. Por muito tempo, acreditou-se na teo-
ria determinista, que diz que o homem é fruto do meio.
Além de sua organização por ideias e sua importância, o parágrafo pode ser
dividido em partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Tomando o
exemplo anterior, podemos identi�car o seguinte:
Para que tenha um sentido completo, é preciso que o parágrafo tenha um iní-
cio, um meio e um �m, ou seja, que proponha uma ideia/informação, a desen-
volva e "encerre" seu raciocínio em relação a ela.
E que tal, agora, você veri�car se o conteúdo apresentado até o momento foi
assimilado? Para isso, tente responder às questões a seguir:
6. O contexto
Sabe-se que todo e qualquer texto está embasado no conhecimento do mundo
real dos falantes, condição que contribui com a signi�cação global. Nesse sen-
tido, ao investigarmos a comunicação, é importante considerar os elementos
contextuais que in�uenciam a mensagem. Tratam-se de conjunturas materi-
ais ou abstratas que rodeiam um acontecimento ou um fato, por exemplo, e
que in�uenciam a produção de um texto. Nesse sentido, contexto são os ele-
mentos externos que in�uenciam um texto, bem como o encadeamento de
ideias nele presentes.
Podemos ilustrar isso com este exemplo: uma piada pode não ser compreendi-
da (não fazer sentido) quando está contextualizada em uma dada cultura cujo
repertório interpretativo não a abarca, isto é, se o ouvinte da piada não identi�-
ca o contexto próprio a ela, não conseguirá compreender o efeito de sentido de
humor e não achará graça.
/JoseRobsonSantiago/texto-contexto-e-situao).
7. O discurso
Considerando ainda que o conhecimento do mundo real dos falantes é a base
de um texto e que o contexto em que o texto se insere in�uencia sua compre-
ensão, percebe-se que, nos textos, estão expressos não só ideias e pensamen-
tos, mas sim valores, costumes, tradições, crenças de um povo, de uma comu-
nidade social.
Desse modo, um texto não é resultado de uma produção isolada, pois não é so-
mente uma manifestação individual de quem o produziu. Tais valores, costu-
mes, tradições e crenças estão presentes em um texto, que contém, assim, o
pronunciamento de um debate de escala mais ampla.
No entanto, o objetivo desse autor pode ser algo que vá além da simples trans-
missão de uma mensagem. Por meio do texto, pode fazer seu leitor/ouvinte re-
�etir sobre algo, ou até mesmo pode realizar algo por conta do conteúdo da
mensagem.
Dessarte, a partir do momento em que o autor coloca a língua em ação e a as-
sume de fato, faz veicular no texto um ou mais discursos. O é o que se
manifesta em um texto, é a linguagem sendo colocada em ação, ao ser assu-
mida de fato pelo falante.
Para que o conceito de discurso �que bem claro, e você possa entender sua re-
lação com a ideia de texto, assista ao vídeo a seguir:
É bom lembrar que, ao adotar essa técnica de produção textual, não se devem acrescentar
dados complementares, justamente pensando na manutenção do sentido original. Isso tam-
bém se deve ao fato de que a paráfrase é um efeito ideológico de continuidade de pensa-
mento, fé ou procedimento estético.
Como já dito, deve-se lançar mão dessa estratégia de produção de texto para
não incorrer em plágio (a reprodução de cópias literais, sem a devida atribui-
ção de autoria, é considerada crime pelo Código Penal brasileiro). Contudo, na
paráfrase, há de se cuidar também para não distorcer a perspectiva do texto
original.
Para conhecer quais técnicas são utilizadas para parafrasear textos com
habilidade e con�ança, leia o capítulo 6, "A paráfrase" (páginas de 69 a
110), do livro Comunicação e expressão, de León et al. (2013), disponível
na Biblioteca Virtual Pearson.
É válido lembrar também que resumir não se trata de fazer uma seleção pes-
soal de informações que estão presentes em um texto, mas sim de apresentar
no novo texto as informações mais relevantes.
player.com.br/slide/11896017).
Antes de �nalizarmos esta unidade, assista ao vídeo a seguir, que vai se apro-
fundar nos conceitos de paráfrase e resumo:
10. Considerações
Chegamos ao �nal desta unidade! Nela nos dedicamos a compreender o con-
ceito de texto, o conjunto de fatores que lhe conferem textualidade, a impor-
tância da coesão e da coerência na construção textual, a importância do con-
texto e da ideia de discurso para a produção e compreensão do texto, a pará-
frase como técnica de construção textual muito utilizada no discurso acadê-
mico e a importância do gênero resumo nesse mesmo universo discursivo.
dez-2022-grad-ead/)
Objetivos
• Entender a importância da tipologia argumentativa para a tessitura do
texto acadêmico.
• Conhecer os conceitos de argumentação, operador argumentativo e es-
tratégia argumentativa.
• Compreender o uso de operadores argumentativos que contribuem para
a aplicação de estratégias argumentativas.
• Identi�car as características do gênero resenha enquanto um texto aca-
dêmico.
• Compreender aspectos relevantes de planejamento, esboço e revisão co-
mo elementos importantes para a tessitura de textos.
Conteúdos
• A argumentação nos textos.
• Estratégias argumentativas e operadores argumentativos.
• O gênero resenha como texto acadêmico.
• Planejamento, esboço e revisão textual.
Problematização
A tipologia argumentativa é importante para a tessitura do discurso acadê-
mico? O que signi�ca argumentação? Há estratégias argumentativas que au-
xiliam a produção textual? O que são operadores argumentativos? Os opera-
dores argumentativos são importantes para a produção textual? O que é o gê-
nero resenha? Quais são as tipologias textuais presentes em uma resenha?
Como uma resenha é construída no ambiente acadêmico? O que signi�ca
planejamento textual? O que signi�ca fazer um esboço de texto? O que é revi-
são textual? Planejamento, esboço e revisão textuais são importantes para a
construção de textos coesos e coerentes?
1. Introdução
Nosso próximo foco de estudo será a argumentação, ferramenta-chave para
inúmeros gêneros textuais, especialmente no contexto acadêmico. Nesta uni-
dade, vamos investigar o conceito de argumentação e entender como redigir
textos argumentativos no universo acadêmico. Além disso, abordaremos co-
mo planejar e revisar textos para que �quem coesos e coerentes. Vamos lá!
Pode-se dizer, conforme Abreu (2001, p. 93), que argumentar signi�ca conven-
cer, isto é, vencer junto, vencer com o outro, caminhar ao seu lado. Para isso,
são utilizadas técnicas argumentativas com ética. Trata-se de motivar o outro
a fazer o que se quer, porém deixando-o fazer isso com autonomia, por meio de
sua própria escolha.
Percebe-se que tais elementos fazem parte do texto acadêmico, que tem por
objetivos sustentar uma a�rmação, obter uma adesão ao discurso e justi�car
uma tomada de posição. O texto acadêmico, assim como outros gêneros textu-
ais, tem por objetivo o convencimento de seu ouvinte/leitor, e é preciso que o
emissor esteja pautado em um ponto de vista central que se pretende veicular
e de cuja validade se pretende convencer esse leitor.
Esse ponto de vista central, a a�rmação que o autor apresenta para a aprova-
ção do leitor, é denominado . Ela será exposta/sustentada por meio de
, que são os dados ou fatos apresentados para comprová-la.
Após essa investigação conceitual, é importante que você veri�que seu enten-
dimento, respondendo à questão a seguir.
Argumento de autoridade
Esse tipo de argumento é utilizado para sustentar a conclusão a partir da cita-
ção de uma fonte con�ável (um especialista no assunto, dados de uma insti-
tuição de pesquisa, frase dita por alguém in�uente e que é realmente uma au-
toridade no assunto abordado), uma vez que isso auxilia e deixa a tese mais
consistente.
Vale ressaltar que, por serem textos acadêmicos que resultam de pesquisas ci-
entí�cas, as resenhas baseadas em um referencial teórico não podem apre-
sentar julgamentos pessoais do resenhista, tampouco digressões que apenas
servem para a�rmar as próprias concepções sobre o assunto, mas que pouco
esclarecem o conteúdo tratado. Elas devem atender então ao critério da cienti-
�cidade, de modo que gostos pessoais não devem sustentar a avaliação crítica
sobre determinado assunto.
1. título da resenha;
2. contextualização do tema;
3. exposição das ideias centrais dos textos resenhados;
4. avaliação crítica do tema apresentado, dos resultados e das con�rmações
relativas a um contexto teórico ou prático (por exemplo, implicações de
nível pedagógico, teórico, econômico, social etc.);
5. referência dos textos resenhados.
Com isso em mente, passaremos a abordar como lidar com a confecção des-
sas partes do texto. Se há uma estrutura a ser seguida, ela deve ser respeitada,
a �m de que o texto seja coeso e coerente. Por isso, o ato de escrita não pode
nem deve ser feito de modo aleatório: é preciso planejar um texto antes de o
escrever.
Tomando por base o signi�cado apresentado pelo Dicionário Priberam (s. d., n.
p.), o termo "planejamento" é um substantivo masculino que quer dizer "(1) ato
ou efeito de planejar, (2) plano de trabalho pormenorizado e (3) serviço de pre-
paração do trabalho ou das tarefas". Sendo assim, o ato de planejar um texto
corresponde ao processo de re�exão anterior à escrita, ao qual devemos dar
importância. Antes de iniciar a redação de um texto, temos de pensar em seu
contexto de circulação, na imagem que pretendemos passar com o texto, bem
como no público-alvo. Então, durante esse processo, devemos re�etir e res-
ponder a estes questionamentos fundamentais:
• a recuperação das ideias, seja pela memória, seja pelo contexto, seja pela
leitura de textos em busca de informações necessárias;
• a organização dessas ideias levantadas.
Os autores ainda a�rmam que um texto será mais bem compreendido confor-
me as ideias acrescidas ali forem bem organizadas e que tal organização re�e-
te o domínio do autor sobre o assunto exposto.
6. Considerações
Nesta unidade, compreendemos o que é argumentação, em que consiste argu-
mentar e como fazer isso em textos argumentativos típicos do meio acadêmi-
co, que seguem uma estrutura básica e adequada à coesão e à coerência.
Vimos também que, considerando essa estrutura textual, não basta escrever
textos de qualquer modo: é preciso planejá-los de modo acurado, além de
revisá-los, certi�cando-se de que não há erros ou pontos que prejudiquem a
leitura e a compreensão.
Na próxima unidade, vamos conversar mais a respeito da leitura, da compre-
ensão e da interpretação de textos, que requerem a aplicação de estratégias
para que possam ser executadas de modo e�ciente. Assim, você vai conhecer
como realizar bem a leitura de textos verbais, não verbais e sincréticos. Até lá!
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Objetivos
• Compreender o conceito de interpretação de texto.
• Entender a importância da compreensão textual no processo interpreta-
tivo.
• Conhecer os conceitos de leitura de fruição e leitura para �ns didáticos.
• Dominar estratégias de leitura que promovam uma interpretação de tex-
to mais e�caz.
Conteúdos
• Leitura de fruição e leitura para �ns didáticos.
• Signi�cado de compreensão textual.
• Signi�cado de interpretação textual.
• Aplicação de estratégias na leitura para �ns didáticos.
• Compreensão e interpretação de textos não verbais.
Problematização
O que é leitura? O que é uma leitura de fruição? O que é uma leitura para �ns
didáticos? O que é compreensão textual? O que é interpretação textual? Há
estratégias de leitura que podem ser aplicadas para conseguir compreender
bem e interpretar melhor os textos? Quais são essas estratégias e no que con-
siste cada uma delas? Como proceder a leitura de textos não verbais para que
possam ser mais bem compreendidos e interpretados?
1. Introdução
Após nossos estudos em unidades anteriores terem se voltado a importantes
aspectos da comunicação e do uso da linguagem, com a �nalidade de produ-
ção textual, chegou a hora de pensarmos na outra parte fundamental do ato da
comunicação: a recepção. Em nosso caso, isso signi�ca a leitura de textos. A
vida sem leitura é vida sem signi�cado e sem aquisição de conhecimentos.
Por isso, esta unidade de estudos está organizada para que abordemos os con-
ceitos de leitura, compreensão e interpretação de textos, e investiguemos es-
tratégias que podem ser utilizadas para ler de modo mais e�ciente.
[...] ler consiste em produzir sentidos por meio de um diálogo, um diálogo que tra-
vamos com o passado enquanto experiência do outro, experiência que comparti-
lhamos e pela qual nos inserimos em determinada comunidade de leitores.
Entendida dessa forma, a leitura é uma competência individual e social, um pro-
cesso de produção de sentidos que envolve quatro elementos: o leitor, o autor, o tex-
to e o contexto.
Con�ra a Figura 1, a partir da qual podemos pensar com mais clareza como
considerar os quatro elementos envolvidos na produção de sentido, ou seja,
como buscar o que o autor diz, o que compreender e como interpretar isso.
/pin/536702480573912328/).
Esses conceitos são importantes para que possamos compreender o que é lei-
tura de fruição e leitura para �ns didáticos, tema de nosso próximo tópico.
Antes de passarmos a ele, é importante veri�car seu aprendizado, responden-
do às questões a seguir:
Enquanto a leitura por fruição pode ser compreendida como aquela relaciona-
da à diversão, a leitura para �ns de estudo tem outros propósitos. Ela pode
acontecer no ambiente educacional ou outros contextos, como o trabalho, e há
a indicação de uma bibliogra�a a ser lida, ou a própria pessoa precisa buscar
por si só o que ler, visto que está em busca de informações.
Quer saber mais sobre este assunto? Leia os capítulos 4, "A leitura no dia
a dia" (páginas de 105 a 129), e 6, "Leitura para �ns de estudo" (páginas de
169 a 194), do livro Comunicação e linguagem, de Thelma Guimarães
(2012), disponível na Biblioteca Virtual Pearson.
Estabelecimento de objetivos
Nenhuma leitura, seja por fruição, seja para �ns de estudo, se inicia sem que
tenha um objetivo, visto que, quando não temos objetivos de leitura, não sabe-
mos que tipo de informação buscar. Nesse sentido, ter objetivos traçados, por
si mesmo ou por outrem, é importantíssimo para que uma leitura seja execu-
tada.
Seleção
Trata-se aqui de separar trechos de um texto que mais interessam daqueles
que não necessitam de tanta atenção ou podem ser descartados.
Antecipação
Como o próprio termo já sugere, trata-se do processo de antecipar algumas in-
formações na mente, formulando hipóteses para que possa reconhecer, no
texto lido, as "pistas" deixadas pelo autor.
Pode-se pensar nestas perguntas para formular hipóteses e checar suas res-
postas ao longo da leitura:
Inferência
Inferência é uma estratégia de leitura que consiste em recuperar os elementos
implícitos em um texto, por meio de dedução ou conclusão.
Veri�cação
A veri�cação não se refere apenas à parte �nal da leitura, pois ela participa de
todo o processo. O leitor a executa com o objetivo de checar se fez a seleção
corretamente, se as hipóteses que formulou e se as inferências realizadas são
adequadas. A leitura não requer uma postura in�exível, dado que, a todo mo-
mento, é preciso monitorar o que está sendo lido.
Conhecimentos prévios são aqueles adquiridos ao longo da vida e que são ati-
vados no ato da leitura, pois são necessários para colocar em prática as outras
estratégias.
Antes de �nalizarmos esta unidade, assista ao vídeo a seguir, que aborda es-
tratégias de leitura:
5. Considerações
Nesta unidade, tratamos sobre como ler, compreender e interpretar bem textos
verbais, não verbais e sincréticos, por meio da aplicação de estratégias que
propiciam uma leitura mais e�ciente.
Na próxima unidade, vamos falar de alguns pontos gramaticais que são im-
portantes para a construção textual, como uso da crase, concordância verbal e
nominal, uso de vírgulas e pontos, colocação de pronomes, bem como estrutu-
ração de frases em ordem direta, indireta e intercalada. Até lá!
(https://md.claretiano.edu.br/comlin-g00384-
dez-2022-grad-ead/)
Objetivos
• Entender o que é gramática e a importância de seu estudo para a ade-
quação de discurso ao universo acadêmico.
• Compreender como acontece a estruturação de frases na língua portu-
guesa.
• Conhecer alguns aspectos gramaticais relevantes à produção textual.
• Entender conceitos de concordância nominal e verbal, colocação prono-
minal, uso da crase e pontuação, e as relações desses conceitos com a
leitura, a interpretação e a produção textual.
Conteúdos
• A estruturação de frases: ordem direta, ordem indireta e ordem interca-
lada.
• Concordância verbal e nominal.
• Colocação pronominal.
• Crase.
• Pontuação: uso de vírgula, ponto e ponto e vírgula na construção de pa-
rágrafos.
Problematização
O que é gramática? Ela está relacionada à construção textual? É importante
conhecer aspectos gramaticais de uma língua e, desse modo, produzir textos
mais coesos e coerentes? O que signi�ca estruturação de frase? Como a frase
é estruturada nas ordens direta, indireta e intercalada? O que é concordância
verbal? Ela é importante para a compreensão de um texto? O que é concor-
dância nominal? Ela é importante para a compreensão de um texto? O que é
colocação pronominal? Ela se relaciona com a linguagem acadêmica? O que
é crase? A ausência ou presença do acento grave indicativo de crase na letra
“a” interfere na compreensão textual? A construção de um parágrafo requer o
uso de vírgula, ponto e vírgula e ponto? Como utilizar corretamente vírgula,
ponto e vírgula e ponto em parágrafos de textos?
Além disso, não deixe de acessar nenhuma das indicações de outros materi-
ais, pois eles permitirão que você conheça em maior detalhe cada uma das
importantes regras gramaticais abordadas.
1. Introdução
Nas unidades anteriores, entendemos conceitos importantes que auxiliam a
compreensão de como o discurso acadêmico se con�gura, ou seja, como nos
comunicamos em textos acadêmicos e como a língua portuguesa é utilizada
nesses mesmos textos. Nesse sentido, é importante que compreendamos co-
mo redigir as frases componentes desses textos, de modo que atendam à cor-
reção gramatical. Por isso, nesta última unidade, estudaremos alguns aspec-
tos gramaticais relevantes à produção textual.
Para respondermos a ela, tomamos por base que a gramática (ou norma-
padrão) contém as regras que os falantes precisam seguir para que a comuni-
cação não �que incompreensível. Ela tem como função regular a linguagem,
para que se torne padrão, e este é o que precisa ser seguido quando falamos e
escrevemos. É a gramática que nos apresenta estruturas e unidades que viabi-
lizam o bom uso da nossa língua portuguesa.
Vimos que isso é admissível, em razão da variação linguística, e que, por conta
dela, há desvios em relação ao padrão. Além disso, falamos e escrevemos de
acordo com o grau de formalidade, em adequação à situação de comunicação.
É esta a regra básica que a gramática prescreve para que todos os falantes da
língua portuguesa “montem” suas frases:
+ + COMPLEMENTOS
4. Concordância
Parte essencial das regras gramaticais do português, e elemento em relação
ao qual se deve ter muito cuidado na elaboração de frases e textos, é a
. Em suma, trata-se de relações criadas entre diferentes palavras numa
mesma frase e que devem ser obedecidas para que a mensagem �que perfeita-
mente clara. Vejamos, a seguir, dois tipos de concordância: verbal e nominal.
Concordância verbal
Quando pensamos na estrutura de frase SVO, isso quer dizer que sujeito, verbo
e complementos vão se relacionar uns com os outros. Mas o que signi�ca is-
so?
Tomemos um exemplo: queremos falar algo sobre Pedrinho. Sendo assim, ele
éo da frase. E o que será falado sobre o Pedrinho? Ele fez algo? Ele está
sentindo algo? Tais informações são transmitidas com usos de diferentes ver-
bos. Nesse caso, sujeito e verbo vão se relacionar na frase, porque precisam
combinar para expressar de forma clara algo sobre o Pedrinho. Assim, sabe-
mos o que ocorreu e a quem essa ocorrência está ligada.
à escola hoje.
+ + complementos
Agora, ao pensarmos que temos algo a dizer sobre Pedrinho e Maria, a frase
deve se modi�car, adequando à alteração no sujeito. Assim:
à escola hoje.
+ + complementos
Vale destacar que, quando o sujeito da frase não é mais um ser de quem se fa-
la, mas sim uma ideia, um objetivo, um pensamento, um valor, um produto,
uma mercadoria etc., o mesmo vai acontecer, pois precisamos manter essa re-
gra de concordância. Vejamos exemplos de uma frase no singular e da mesma
frase no plural; note como a concordância é mantida:
a convivência pací�ca.
+ + complementos
a convivência pací�ca.
+ + complementos
Concordância nominal
Para entender a , vamos às frases a seguir:
• A menina bonita.
• O menino bonito.
Nelas vemos que a palavra “menina” combina corretamente com outras duas:
“a” e “bonita”. O mesmo acontece com a palavra “menino”, que combina com
“o” e “bonito”.
Assim, nas frases que nos servem de exemplo, os artigos de�nidos “a” e “o”,
bem como os adjetivos “bonita” e “bonito”, estão concordando com os substan-
tivos aos quais estão ligados – “menina” e “menino”, respectivamente. Esse
exemplo deixa bem claro que a concordância nominal (“nominal” porque se
trata de um substantivo – nome que é dado às coisas) envolve, como mencio-
nado, o gênero do substantivo, que pode ser masculino ou feminino, e os ou-
tros termos (adjetivo, pronome ou artigo) precisam estar de acordo com ele.
• As meninas bonitas.
• Os meninos bonitos.
Sendo tal conteúdo tão importante, é importante veri�car seu aprendizado an-
tes de passarmos a outro assunto. Por isso, tente responder às questões a se-
guir.
5. A colocação pronominal
Antes de tratarmos da colocação pronominal propriamente, precisamos com-
preender o que são pronomes. Um é uma palavra que substitui ou
determina um substantivo e, assim, indica as pessoas do discurso. Con�ra
quais são eles no Quadro 1.
Pronomes do Português.
Tônicos Átonos
3ª pessoa do Eles, elas Eles, elas, si, Se, os, as, lhes
plural consigo
: Beduka (2020).
Porém, nem sempre essa substituição é simples. Imagine que precisemos fa-
lar, por exemplo, de duas pessoas do mesmo gênero e, ao longo de nosso dis-
curso, façamos as substituições por pronomes da seguinte forma:
Para evitar situações como essa, entram em cena os pronomes pessoais do ca-
so oblíquo. Con�ra o exemplo:
Para compreender melhor a utilização dos pronomes e tornar seu texto mais
claro e menos repetitivo, assista ao vídeo a seguir:
6. A crase
O termo “crase” tem origem na Grécia e signi�ca “mistura” ou “fusão”. Na lín-
gua portuguesa, “crase” indica a contração de duas vogais idênticas, isto é, a
junção da preposição “a” e do artigo feminino “a”, ou da letra “a” do início de al-
guns pronomes. Esse fenômeno é indicado pela gra�a de somente uma letra
“a”, acrescida do acento grave “ ` ”, que também é chamado de acento indicador
de crase.
Sendo assim, a crase representa a união dos sons de duas vogais idênticas, de
modo que, na oralidade, se trata somente da emissão de um som, “a”. Contudo,
na escrita, a vogal “a” deve vir marcada pelo acento grave, pois ele lhe é im-
prescindível.
Aprender corretamente quando acentuar a letra “a” com o acento grave para
indicar a crase é importante, para que a leitura não �que confusa. Desse modo,
é preciso compreender as situações em que se con�gura esse fenômeno e se
faz necessário o uso do acento, veri�cando a ocorrência simultânea de uma
preposição e um artigo ou pronome.
Nesses exemplos, veri�ca-se que, em virtude de o artigo feminino “a” ser pre-
cedido pela preposição “a”, a crase ocorre antes de palavra feminina, ou seja,
não ocorre antes de palavra masculina.
Agora assista ao vídeo a seguir, que vai ajudar ainda mais você a entender o
fenômeno da crase na língua portuguesa.
Será que você entendeu bem quando usar a crase? Avalie seu aprendizado, ao
responder à questão a seguir.
Um aluno de uma escola pública conseguiu garantir sua vaga em Harvard uma das princi-
pais universidades do mundo esse fato mostra que as pessoas não são totalmente vítimas
do contexto por muito tempo acreditou-se na teoria determinista que diz que o homem é
fruto do meio no entanto há outros fatores que contribuem para o sucesso de um indivíduo
tais como família esforço pessoal e educação.
Quando nos deparamos com um parágrafo escrito assim, sem vírgula, ponto e
vírgula ou ponto, temos uma sensação de estranheza, além de não conseguir-
mos compreender bem ou termos de nos esforçar consideravelmente para
compreender o que foi escrito.
•
•
Por �m, o sinal de pontuação utilizado para marcar uma pausa total é o
, cuja pausa é considerada maior que a da vírgula. Seu uso pode ser confe-
rido no exemplo a seguir:
Esses três sinais de pontuação podem ser utilizados para pontuar o parágrafo,
tornando-o muito mais compreensível. Ao pensarmos na construção de um
parágrafo em partes, com introdução, desenvolvimento e conclusão, podemos
separar com pontos as frases que compõem respectivamente cada uma des-
sas partes. Dentro dessas frases, fazemos uso de vírgulas, a �m de que os ele-
mentos constantes nessas frases possam ser organizados.
Um aluno de uma escola pública conseguiu garantir sua vaga em Harvard uma das princi-
pais universidades do mundo Esse fato mostra que as pessoas não são totalmente vítimas
do contexto Por muito tempo acreditou-se na teoria determinista que diz que o homem é
fruto do meio. No entanto há outros fatores que contribuem para o sucesso de um indiví-
duo tais como: família esforço pessoal e educação.
Foi possível perceber que, ao ser pontuado corretamente, o parágrafo �ca com-
preensível para a leitura. São textos com esse tipo de pontuação que o leitor
deve receber!
8. Considerações �nais
Nesta unidade, compreendemos como o conhecimento de aspectos gramati-
cais é relevante para a construção do texto, pois repercute na sua coesão e co-
erência. Construir frases não é um trabalho fácil, porém não é também um “bi-
cho de sete cabeças”. Saber aplicar algumas técnicas nessa construção e pra-
ticar isso com constância possibilita melhorar o estilo de escrita. Trata-se do
famoso dito popular: “Quanto mais se estuda, mais se aprende”. O estudo da
língua portuguesa precisa ser praticado: tal como se aprende matemática fa-
zendo contas, aprende-se a língua portuguesa lendo e escrevendo!
Se apaixone por estudar, pois é isso que vai tornar seu sonho realidade... Lute, per-
severe, desa�e-se! O prêmio �nal por toda a sua dedicação e disciplina será de gra-
ti�cação incomensurável... É o ciclo da vida!