AMI Aula 10
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Aula Teórica 10
DOCENTES
AULAS
Teóricas (T): 2h
Teórico-Práticas (TP): 2h
Análise Matemática I
Sumário da Aula 10
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
C.2. Integrais Impróprios
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias (Introdução)
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Definição
Certas combinações das funções exponenciais 𝑒 e 𝑒 ocorrem com tanta frequência nas
aplicações matemáticas que recebem nomes especiais (exemplos: movimentos vibratórios dentro
de sólidos elásticos; energia mecânica; cabo flexível suspenso – linhas telefónicas; etc.) O seno
hiperbólico (sinh 𝑥) e o cosseno hiperbólico (cosh 𝑥) são as funções definidas abaixo:
𝑒 −𝑒 𝑒 +𝑒
sinh 𝑥 = 𝑒 cosh 𝑥 =
2 2
A partir destas duas funções podem ser criadas mais quatro funções para produzir o conjunto de
seis funções hiperbólicas. As novas quatro funções hiperbólicas – a tangente, a cotangente, secante e
cossecante hiperbólicas – podem ser criadas de forma análoga às das funções trigonométricas.
As derivadas das outras funções hiperbólicas ser obtidas através da sua expressão em termos de
sinh 𝑥 e cosh 𝑥, onde as identidades das funções hiperbólicas devem ser aplicadas. Portanto, a
título de exemplo, apresenta-se a fórmula para a derivada de tanh 𝑥:
𝑑 𝑑
𝑑 𝑑 sinh 𝑥 cosh 𝑥 sinh 𝑥 − sinh 𝑥 cosh 𝑥
tanh 𝑥 = = 𝑑𝑥 𝑑𝑥 =
𝑑𝑥 𝑑𝑥 cosh 𝑥 cosh 𝑥
cosh 𝑥 − sinh 𝑥 1
= = = sech 𝑥
cosh 𝑥 cosh 𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Derivação de Funções Hiperbólicas
O teorema, abaixo apresentado, apresenta uma lista completa de fórmulas de derivação para as
funções hiperbólicas.
𝑑 𝑑𝑢 𝑑 𝑑𝑢
sinh 𝑢 = cosh 𝑢 cosh 𝑢 = sinh 𝑢
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑𝑢 𝑑 𝑑𝑢
tanh 𝑢 = sech 𝑢 coth 𝑢 = − cossech 𝑢
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑𝑢 𝑑 𝑑𝑢
sech 𝑢 = − sech 𝑢 tanh 𝑢 cossech 𝑢 = − cossech 𝑢 coth 𝑢
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Fórmulas de Integração das Funções Hiperbólicas
As fórmulas de integração podem ser obtidas a partir do teorema das derivadas das funções
hiperbólicas usando o Teorema Fundamental do Cálculo.
arcsinh 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1 arccosh 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 − 1
1 1+𝑥 1 𝑥+1
arctanh 𝑥 = ln arccoth 𝑥 = ln
2 1−𝑥 2 𝑥−1
1+ 1−𝑥 1 1+𝑥
arcsech 𝑥 = ln arccossech 𝑥 = ln +
𝑥 𝑥 𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Funções Inversas
Vai-se mostrar, a título de exemplo, a dedução da fórmula de arcsinh 𝑥 em termos de logaritmo naturais. A
ideia básica é escrever a equação 𝑥 = sinh 𝑦 em termos de funções exponenciais, e, de seguida, resolvê-la
para 𝑦 como uma função de 𝑥. Com este procedimento, tem-se a equação 𝑦 = arcsinh 𝑥, em que arcsinh 𝑥
é expressa em termos de logaritmos naturais. Portanto, vai-se expressar 𝑥 = sinh 𝑦 em termos de funções
exponenciais, e obtém-se
𝑒 −𝑒
𝑥 = sinh 𝑦 = ⟹ 𝑒 − 2𝑥 − 𝑒 =0
2
Multiplicando a equação por 𝑒 , obtém-se
𝑒 − 2𝑥𝑒 − 1 = 0
E aplicando a fórmula quadrática, obtém-se a solução que se segue:
2𝑥 ± 4𝑥 + 4
𝑒 = =𝑥± 𝑥 +1
2
Uma vez que 𝑒 > 0, a expressão apresenta o formato seguinte:
𝑒 =𝑥+ 𝑥 +1
Finalmente, é obtida a expressão da função arcsinh 𝑥 em termos da função logaritmo natural como segue
𝑦 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1 ou arcsinh 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Derivadas das Funções Inversas
As fórmulas para as derivadas das funções hiperbólicas inversas são apresentadas no teorema
abaixo indicado.
𝑑 1 𝑑𝑢 𝑑 1 𝑑𝑢
arcsinh 𝑢 = arccoth 𝑢 = , 𝑢 >1
𝑑𝑥 1 + 𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 1 − 𝑢 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑𝑢 𝑑 1 𝑑𝑢
arccosh 𝑢 = , 𝑢>1 arcsech 𝑢 = − ,0 < 𝑢 < 1
𝑑𝑥 𝑢 − 1 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑢 1 − 𝑢 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑𝑢 𝑑 1 𝑑𝑢
arctanh 𝑢 = , 𝑢 <1 arccsch 𝑢 = − , 𝑢≠1
𝑑𝑥 1 − 𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑢 1 + 𝑢 𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Derivadas das Funções Inversas
A título de exemplo, apresenta-se a derivada da função hiperbólica inversa de arcsinh 𝑥:
𝑑 𝑑 1 𝑥
arcsinh 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1 = 1+
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑥+ 𝑥 +1 𝑥 +1
Então, obtém-se
𝑑 𝑥 +1+𝑥
arcsinh 𝑥 =
𝑑𝑥 𝑥+ 𝑥 +1 𝑥 +1
𝑑 1
arcsinh 𝑥 =
𝑑𝑥 𝑥 +1
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Fórmulas de Integração das Funções Inversas
As fórmulas para a integração das funções hiperbólicas inversas são apresentadas em termos das
respetivas função arco e a equivalente expressa em termos de logaritmos naturais.
A integração das funções hiperbólicas inversas envolve duas fórmulas de integração – a fórmula
arcsinh 𝑥 e a fórmula equivalente envolvendo logaritmos naturais – tal como:
1
𝑑𝑥 = arcsinh 𝑥 + 𝐶 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1 + 𝐶
𝑥 +1
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Fórmulas de Integração das Funções Inversas
O teorema relativo às fórmulas de integração das funções inversas é apresentado.
Teorema: Integração das funções inversas em termos da função arco e dos logaritmos naturais. Se
𝑎 > 0, então
1 𝑢
𝑑𝑢 = arcsinh + 𝐶 ou ln 𝑢 + 𝑢 + 𝑎 +𝐶
𝑎 +𝑢 𝑎
1 𝑢
𝑑𝑢 = arccosh +𝐶 ou ln 𝑢 + 𝑢 − 𝑎 + 𝐶, 𝑢>𝑎
𝑢 −𝑎 𝑎
1 𝑢
1 arctanh + 𝐶, 𝑢 <𝑎 1 𝑎+𝑢
𝑑𝑢 = 𝑎 𝑎 ou ln + 𝐶, 𝑢≠𝑎
𝑎 −𝑢 1 𝑢 2𝑎 𝑎−𝑢
arccoth + 𝐶, 𝑢 >𝑎
𝑎 𝑎
1 1 𝑢 1 𝑎+ 𝑎 −𝑢
𝑑𝑢 = − arcsech +𝐶 ou − ln + 𝐶, 0< 𝑢 <𝑎
𝑢 𝑎 −𝑢 𝑎 𝑎 𝑎 𝑢
1 1 𝑢 1 𝑎+ 𝑎 +𝑢
𝑑𝑢 = − arccsch +𝐶 ou − ln + 𝐶, 𝑢≠𝑎
𝑢 𝑎 +𝑢 𝑎 𝑎 𝑎 𝑢
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Definição
Nesta secção, dois tipos diferentes de integrais – 1.ª espécie e 2.ª especiais (ou mistos) – são
abordados. Estes tipos de integrais são designados de integrais impróprios. Até agora, o estudo
concentrou-se nos integrais definidos com integrais contínuos e intervalos de integração finitos.
Nesta secção, o estudo do conceito de integral definido é alargado para o estudo de integrais com
intervalos de integração infinitos e integrais que se tornam infinitos no intervalo de integração.
Portanto, quer isto dizer que o conceito de integral pode ser definido quando o intervalo de
integração é ilimitado, , (−∞, 𝑏] ou , ou quando as funções não são limitadas na
vizinhança de algum ponto desse intervalo de integração, isto é, o gráfico da função integranda tem
alguma assimptota vertical, 𝑥 = 𝑐, onde 𝑐 pertence ao intervalo de integração.
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Definição
Alguns exemplos de integrais impróprios:
- Integrais impróprios com intervalos de integração infinitos
1 1
𝑑𝑥, 𝑒 𝑑𝑥, 𝑑𝑥
𝑥 1+𝑥
𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = lim 𝑓 𝑡 𝑑𝑡
→
𝑔 𝑡 𝑑𝑡 = lim 𝑔 𝑡 𝑑𝑡
→
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
De referir, que alguns autores designam os integrais impróprios mistos como sendo os integrais
impróprios de 3.ª espécie.
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Integrais impróprios de 1.ª espécie – intervalo de integração ilimitado
Seja 𝑎 ∈ ℝ e 𝑓 uma função definida no intervalo 𝐼 = 𝑎, +∞ , em que se considera que 𝑓 é
integrável em qualquer intervalo 𝑎, 𝑥 com 𝑥 > 𝑎, e
𝜑 𝑥 = 𝑓 𝑡 𝑑𝑡
Se 𝜑 𝑥 tem limite finito quando 𝑥 → +∞, então, diz-se que 𝑓 é integrável (em sentido impróprio)
no intervalo 𝐼, o que o integral impróprio
𝑓 𝑡 𝑑𝑡
𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = lim 𝜑 𝑥
→
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Integrais impróprios de 2.ª espécie – 𝑓 é ilimitada no intervalo de integração
Seja 𝐼 = 𝑎, 𝑏 num intervalo limitado, e, seja 𝑓 uma função cujo domínio contenha esse intervalo 𝐼,
em que se admite que 𝑓 é integrável em qualquer intervalo da forma 𝑥, 𝑏 , com 𝑎 < 𝑥 < 𝑏, mas não
é limitada no intervalo 𝐼.
Desta forma, diz-se que o integral da função 𝑓 existe no intervalo 𝐼 ou é convergente, se e só se a
função
𝑓 𝑡 𝑑𝑡
𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = lim 𝑓 𝑡 𝑑𝑡
→
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Exercício 137: Verifique se o integral impróprio dado existe.
1
𝑑𝑥
1−𝑥
Resolução:
O integral impróprio é calculado por:
1 1
𝑑𝑥 = lim 𝑑𝑥 = lim −2 1−𝑥 = lim 2 1 − 𝑡 − 2 = +∞
1−𝑥 → 1−𝑥 → →
Resolução:
A função integranda assume um valor infinito conforme 𝑥 → 2.
O integral impróprio é calculado por:
1 1 1 1
𝑑𝑥 = lim 𝑑𝑥 = lim − = lim −1 − = +∞
𝑥−2 → 𝑥−2 → 𝑥−2 → 𝑡−2
1 1
𝑑𝑥 = lim 𝑑𝑥 = lim 2 ln 𝑥 − 1 = lim 2 ln 4 − 1 − 2 ln 𝑡 − 1 = 2 ln 4 − 1
𝑥 ln 𝑥 − 1 → 𝑥 ln 𝑥 − 1 → →
1 1
𝑑𝑥 = lim 𝑑𝑥 = lim 2 ln 𝑥 − 1 = lim 2 ln 𝑡 − 1 − 2 ln 4 − 1 = +∞
𝑥 ln 𝑥 − 1 → 𝑥 ln 𝑥 − 1 → →
𝑑𝑢
+ 𝑥𝑢 = 0, 𝑢=𝑢 𝑥
𝑑𝑥
- Equações diferenciais parciais (EDPs)
A função desconhecida depende de várias variáveis independentes:
𝑑𝑢 𝑑𝑢
+𝑣 𝑡 =0
𝑑𝑡 𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Portanto, as equações diferenciais classificam-se por tipo, ordem e linearidade.
A classificação quanto à sua ordem está relacionada com a ordem da mais alta derivada que
aparece na equação.
Exemplos:
- Equação Diferencial de 1.ª Ordem
𝑦 =𝑥+4
- Equação Diferencial de 3.ª Ordem
𝑦 + 2𝑥𝑦 + 𝑦 = 0
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Portanto, as equações diferenciais classificam-se por tipo, ordem e linearidade.
A classificação quanto à linearidade:
- Uma equação diferencial diz-se LINEAR quando 𝑭 é uma função linear das variáveis 𝑦, 𝑦 , 𝑦 ,
…, 𝑦 .
𝑎 𝑡 𝑦 +𝑎 𝑡 𝑦 + ⋯+ 𝑎 𝑡 𝑦 = g 𝑡
- Uma equação diferencial diz-se NÃO-LINEAR quando 𝑭 não é uma função linear das variáveis
𝑦, 𝑦 , 𝑦 , …, 𝑦 .
𝑦 +𝑒 𝑦 −𝑦 =0
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Neste tópico adicional relacionado com as equações diferenciais ordinárias são abordadas as
seguintes equações:
- Equações Diferenciais de 1.ª Ordem
Equações Diferenciais de Variáveis Separáveis
Equações Diferenciais Lineares
Equações Diferenciais de Bernoulli
Equações Diferenciais Homogéneas
- Equações Diferenciais de 2.ª Ordem
Equações Diferenciais Homogéneas: Coeficientes Constantes e Não-Constantes
Equações Diferenciais Não-Homogéneas: Coeficientes Indeterminados
Equações Diferenciais Não-Homogéneas: Método de Variação de Parâmetros
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Certas equações diferenciais podem ser resolvidas recorrendo ao conceito de integral indefinido,
uma vez que, dada uma derivada 𝑓 𝑥 pode-se integrar usando o corolário do Segundo Teorema
Fundamental do Cálculo:
𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑓 𝑥 − 𝑓 𝑐
e, então, tem-se
𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑓 𝑥 + 𝐶
𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 6𝑥 + 𝑥 − 5 𝑑𝑥
1
𝑓 𝑥 = 2𝑥 + 𝑥 − 5𝑥 + 𝐶
2
Usando a condição inicial, tem-se
𝐶=2
A solução 𝑓 da equação diferencial é:
1
𝑓 𝑥 = 2𝑥 + 𝑥 − 5𝑥 + 2
2
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Variáveis Separáveis
Suponha-se uma aplicação em que a taxa de variação 𝑞 𝑡 , de uma determinada quantidade física
𝑞 𝑡 , é diretamente proporcional à grandeza da quantidade no tempo 𝑡, então, tem-se
𝑞 𝑡 =𝑐 𝑞 𝑡
Alguns exemplos que podem ser descritos por esta relação são os seguintes:
- A taxa de crescimento aumenta com o número de bactérias de uma cultura;
- O decrescimento da taxa de emissão de radiação de uma substância radioativa com a
diminuição da matéria;
- Se a carga de um condensador é grande então a sua descarga também é grande e conforme
a carga diminui o condensador descarrega mais lentamente.
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Variáveis Separáveis
Uma equação diferencial de 1.ª ordem (equação diferencial separável ou de variáveis separáveis),
na forma normal, tem a estrutura 𝑞 𝑡 = 𝑐𝑞 𝑡 , e tomando 𝑦 = 𝑞 𝑡 , tem-se
𝑑𝑦 1
= 𝑐𝑦 ⟹ 𝑑𝑦 = 𝑐 𝑦 𝑑𝑡 ⟹ 𝑑𝑦 = 𝑐 𝑑𝑡
𝑑𝑡 𝑦
É possível obter soluções integrando ambos os membros da equação separada (𝑦 > 0), como
segue
1
𝑑𝑦 = 𝑐 𝑑𝑡 ⟹ ln 𝑦 = 𝑐𝑡 + 𝑘 ⟹ 𝑦 = 𝑒 =𝑒 𝑒
𝑦
Teorema:
Seja 𝑦 uma função diferenciável de 𝑡 tal que 𝑦 > 0 para todo o 𝑡, e seja 𝑦 o valor de 𝑦 em 𝑡 = 0.
Seja
𝑑𝑦
= 𝑐𝑦
𝑑𝑡
Para alguma constante 𝑐, então tem-se
𝑦=𝑦 𝑒
Se 𝑦 aumentar com 𝑡, a relação acima representa uma lei de crescimento, e, se 𝑦 decresce obtém-se
uma lei de decaimento.
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Variáveis Separáveis
Exercício 141: Resolva a equação diferencial 𝑦 = 𝑥 + 1 𝑒 𝑦 .
Resolução:
A equação diferencial ordinária de 1.ª ordem, 𝑦 = 𝑥 + 1 𝑒 𝑦 , é de variáveis separáveis,
onde se obtém
𝑦 𝑑𝑦 = 𝑥 + 1 𝑒 𝑑𝑥
Por integração tem-se
𝑦 𝑑𝑦 = 𝑥+1 𝑒 𝑑𝑥 ⟹ −𝑦 =− 𝑥+2 𝑒 +𝑐
Então,
1
𝑦=
𝑥+2 𝑒 −𝑐
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Sejam 𝑝 𝑥 e 𝑞 𝑥 funções contínuas. Uma equação da forma
𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥
é chamada de equação diferencial linear de primeira ordem.
Então,
i) 𝑞 𝑥 = 0 para todo o 𝑥:
1
𝑑𝑦 = −𝑝 𝑥 𝑑𝑥
𝑦
𝑦
ln 𝑦 = − 𝑝 𝑥 𝑑𝑥 + ln 𝐾 ⟹ ln =− 𝑝 𝑥 𝑑𝑥
𝐾
𝑦 ∫
=𝑒 ⟹ 𝑦 𝑒∫ =𝐾
𝐾
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Observe-se que pela regra do produto e derivando em relação a 𝑥, obtém-se
𝑑 𝑑𝑦 ∫ 𝑑
𝑦 𝑒∫ = 𝑒 +𝑦 𝑒∫ =𝑦 𝑒∫ +𝑦 𝑝 𝑥 𝑒∫
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑
𝑦 𝑒∫ = 𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦 𝑒∫
𝑑𝑥
ii) Multiplicando ambos os membros da equação 𝑦 + 𝑝 𝑥 𝑦 = 𝑞 𝑥 pelo fator integrante, vem
𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦 𝑒∫ =𝑞 𝑥 𝑒∫
e então,
𝑑
𝑦 𝑒∫ =𝑞 𝑥 𝑒∫
𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Integrando ambos os membros, obtém-se a solução implícita da equação diferencial de primeira
ordem, tal como
𝑦 𝑒∫ = 𝑞 𝑥 𝑒∫ 𝑑𝑥 + 𝐶
Depois, resolvendo esta equação em relação a 𝑦 obtém-se uma solução explicita. O fator integrante
é
𝑒∫
Teorema:
A equação diferencial linear de primeira ordem
𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥
Pode ser transformada numa equação diferencial de variáveis separáveis através da multiplicação
𝑒∫ =𝑒
que dá
𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑
𝑒 − 3𝑥 𝑒 𝑦=𝑥 𝑒 ⟹ 𝑒 + 𝑒 𝑦=𝑥 𝑒
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑
𝑦𝑒 =𝑥 𝑒
𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Exercício 142: (continuação)
Resolução: (continuação)
Integrando ambos os membros da equação, tem-se
1
𝑦 𝑒 = 𝑥 𝑒 𝑑𝑥 = − 𝑒 +C
3
A solução explicita é
1
𝑦 =− +𝐶 𝑒
3
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Bernoulli
Numerosas aplicações podem ser modeladas por equações diferenciais ordinárias que são não
lineares, mas podem ser transformadas em equações diferenciais ordinárias lineares. Uma das
mais úteis é a equação de Bernoulli dada por
𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥 𝑦
que é uma equação não linear que se transforma numa equação linear através de uma substituição
apropriada.
A equação é linear se 𝑛 = 0, e, é de variáveis separáveis se 𝑛 = 1.
Para 𝑛 ≠ 0 e 𝑛 ≠ 1, e começando por multiplicar a equação por 𝑦 e 1 − 𝑛 , tem-se:
𝑦 𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦 =𝑞 𝑥 ⟹ 1−𝑛 𝑦 𝑦 + 1−𝑛 𝑝 𝑥 𝑦 = 1−𝑛 𝑞 𝑥
𝑑
𝑦 + 1−𝑛 𝑝 𝑥 𝑦 = 1−𝑛 𝑞 𝑥
𝑑𝑥
Portanto, tem-se uma equação linear com 𝑢 = 𝑦 .
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Bernoulli
Assim, efetuando a substituição por 𝑢 = 𝑦 tem-se
𝑑𝑢
+ 1−𝑛 𝑝 𝑥 𝑢 = 1−𝑛 𝑞 𝑥
𝑑𝑥
isto é,
𝑑𝑢
+𝑃 𝑥 𝑢=𝑄 𝑥
𝑑𝑥
com
𝑃 𝑥 = 1−𝑛 𝑝 𝑥 e 𝑄 𝑥 = 1−𝑛 𝑞 𝑥
Desta forma, por integração tem-se
𝑢 𝑒∫ = 𝑄 𝑥 𝑒∫ 𝑑𝑥 + 𝐶
𝑦 𝑒∫ = 1−𝑛 𝑞 𝑥 𝑒∫ 𝑑𝑥 + 𝐶
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Bernoulli
Exercício 143: Determine a solução geral da equação diferencial 𝑦 + 𝑥 𝑦 = 𝑥 𝑒 𝑦 .
Resolução:
A equação diferencial de Bernoulli 𝑦 + 𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥 𝑦 tem 𝑛 = −3, em que se considera para
substituição
𝑢=𝑦 e 𝑢 = 4𝑦 𝑦
E, multiplicando por 𝑦 1 − 𝑛 , isto é, 4𝑦 , tem-se
4𝑦 𝑦 + 4𝑥𝑦 = 4𝑥 𝑒
Que conduz a uma equação linear de 1.ª ordem, tal como
𝑢 + 4𝑥 𝑢 = 4𝑥 𝑒
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Bernoulli
Exercício 143: (continuação)
Resolução: (continuação)
De seguida, calcula-se o fator integrante,
𝑃 𝑥 𝑑𝑥 = 4𝑥 𝑑𝑥 = 2𝑥 ⟹ 𝑒∫ =𝑒
Tem-se
𝑑
𝑢 𝑒 + 4𝑥 𝑢 𝑒 = 4𝑥 𝑒 ⟹ 𝑢 𝑒 = 4𝑥 𝑒
𝑑𝑥
Integrando ambos os membros da equação, obtém-se
𝑢 𝑒 = 4𝑥 𝑒 𝑑𝑥 ⟹ 𝑢 𝑒 = 2𝑒 +𝐶
𝑢 = 2𝑒 +𝐶 𝑒 e 𝑢=𝑦
Conclui-se, que
𝑦 = 2𝑒 +𝐶 𝑒
ANÁLISE MATEMÁTICA I
Aula Teórica 11
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias (continuação)
C.4. Introdução às Transformadas de Laplace