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AMI Aula 10

A Aula Teórica 10 de Análise Matemática I aborda funções hiperbólicas, suas definições, identidades e relações com hipérboles. O documento também inclui derivadas, integrais e funções inversas das funções hiperbólicas, além de gráficos e propriedades relevantes. Os tópicos são apresentados de forma a facilitar a compreensão e aplicação em contextos matemáticos variados.

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A Aula Teórica 10 de Análise Matemática I aborda funções hiperbólicas, suas definições, identidades e relações com hipérboles. O documento também inclui derivadas, integrais e funções inversas das funções hiperbólicas, além de gráficos e propriedades relevantes. Os tópicos são apresentados de forma a facilitar a compreensão e aplicação em contextos matemáticos variados.

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ANÁLISE MATEMÁTICA I

Aula Teórica 10

José António Fonseca de Oliveira Correia


Análise Matemática I

DOCENTES

José António Fonseca de Oliveira Correia (T, TP)


jacorreia@fe.up.pt | jacorreia@inegi.up.pt

Maria Elisabete Teixeira da Silva (TP)


Guilherme Augusto Tiritan Barbosa (TP)
Rogério FIlipe Ferreira Lopes (TP)
João Pedro Sousa Ferreira (TP)
Ana Rita da Silva Cruz Moura (TP)
Ana Francisca Carvalho Alves (TP)
Tiago Rui Silva Sabino (TP)
Mariana Branco Soares Felgueiras (TP)
Paulo Renato da Silva Pereira (TP)

AULAS
Teóricas (T): 2h
Teórico-Práticas (TP): 2h
Análise Matemática I

Sumário da Aula 10

C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
C.2. Integrais Impróprios
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias (Introdução)
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Definição
Certas combinações das funções exponenciais 𝑒 e 𝑒 ocorrem com tanta frequência nas
aplicações matemáticas que recebem nomes especiais (exemplos: movimentos vibratórios dentro
de sólidos elásticos; energia mecânica; cabo flexível suspenso – linhas telefónicas; etc.) O seno
hiperbólico (sinh 𝑥) e o cosseno hiperbólico (cosh 𝑥) são as funções definidas abaixo:

𝑒 −𝑒 𝑒 +𝑒
sinh 𝑥 = 𝑒 cosh 𝑥 =
2 2
A partir destas duas funções podem ser criadas mais quatro funções para produzir o conjunto de
seis funções hiperbólicas. As novas quatro funções hiperbólicas – a tangente, a cotangente, secante e
cossecante hiperbólicas – podem ser criadas de forma análoga às das funções trigonométricas.

Tangente hiperbólica Cotangente hiperbólica Secante hiperbólica Cossecante hiperbólica


sinh 𝑥 𝑒 − 𝑒 cosh 𝑥 𝑒 + 𝑒 1 2 1 2
tanh 𝑥 = = coth 𝑥 = = sech 𝑥 = = csch 𝑥 = =
cosh 𝑥 𝑒 + 𝑒 sinh 𝑥 𝑒 − 𝑒 cosh 𝑥 𝑒 + 𝑒 sinh 𝑥 𝑒 − 𝑒
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Identidades
As funções hiperbólicas satisfazem várias identidades similares às das funções trigonométricas. A
mais fundamental das identidades é
cosh 𝑥 − sinh 𝑥 = 1
Outras identidades hiperbólicas podem ser deduzidas de modo semelhante, por exemplo,
dividindo por cosh 𝑥, tem-se
1 − tanh 𝑥 = sech 𝑥
e dividindo por sinh 𝑥, tem-se
coth 𝑥 − 1 = csch 𝑥
Um conjunto de identidades hiperbólicas podem ser obtidas de modo similar às identidades das
funções trigonométricas.
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Identidades
Teorema: Identidades hiperbólicas mais úteis

cosh 𝑥 + sinh 𝑥 = 𝑒 sinh 𝑥 + 𝑦 = sinh 𝑥 cosh 𝑦 + cosh 𝑥 sinh 𝑦


cosh 𝑥 − sinh 𝑥 = 𝑒 cosh 𝑥 + 𝑦 = cosh 𝑥 cosh 𝑦 + sinh 𝑥 sinh 𝑦
cosh 𝑥 − sinh 𝑥 = 1 sinh 𝑥 − 𝑦 = sinh 𝑥 cosh 𝑦 − cosh 𝑥 sinh 𝑦
1 − tanh 𝑥 = sech 𝑥 cosh 𝑥 − 𝑦 = cosh 𝑥 cosh 𝑦 − sinh 𝑥 sinh 𝑦
coth 𝑥 − 1 = csch 𝑥 sinh 2𝑥 = 2 sinh 𝑥 cosh 𝑥
cosh −𝑥 = cosh 𝑥 cosh 2𝑥 = cosh 𝑥 + sinh 𝑥
sinh −𝑥 = −sinh 𝑥 cosh 2𝑥 = 2 sinh 𝑥 + 1 = 2 cosh 𝑥 − 1
1 + cosh 2𝑥 cosh 2𝑥 − 1
cosh 𝑥 = sinh 𝑥 =
2 2
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Relações com a Hipérbole 𝒙𝟐 − 𝒚𝟐 = 𝟏
O seno e o cosseno hiperbólicos estão relacionados com a hipérbole 𝑥 −
𝑦 = 1, tal como acontece com o seno e o cosseno “circulares”, que estão
relacionados com o círculo 𝑥 + 𝑦 = 1, como segue:
1. Para cada real 𝑡, tem-se cos 𝑡 + sin 𝑡 = 1, e assim o ponto cos 𝑡 , sin 𝑡
está na circunferência 𝑥 + 𝑦 = 1. De forma análoga, Para cada real 𝑡, tem-
se cosh 𝑡 − sinh 𝑡 = 1, e assim o ponto cosh 𝑡 , sinh 𝑡 está na hipérbole
𝑥 − 𝑦 = 1.
2. Para cada 𝑡 no intervalo 0,2𝜋 , o número 1⁄2 𝑡 fornece a área do setor
circular gerado pelo arco circular que começa em 1,0 e termina em
cos 𝑡 , sin 𝑡 . Já no caso da hipérbole, para cada 𝑡 > 0, o número 1⁄2 𝑡
fornece a área do setor hiperbólico gerado pelo arco hiperbólico que começa
em 1,0 e termina em cosh 𝑡 , sinh 𝑡 .
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Gráficos das funções Cosseno e Seno Hiperbólicos
Os gráficos das funções cosseno e seno hiperbólicos são obtidos usando as funções 𝑒 ⁄2 e 𝑒 ⁄2. No caso
da função cosh 𝑥 (= 𝑒 + 𝑒 ⁄2), a sua forma geral, é obtido somando essas duas funções exponenciais
referidas. Analogamente, no caso da função sinh 𝑥 (= 𝑒 − 𝑒 ⁄2) é obtido através da subtração das
funções exponenciais apresentadas. Observe que sinh 𝑥 tem um domínio de −∞, +∞ e um
contradomínio de −∞, +∞ , enquanto cosh 𝑥 tem um domínio de −∞, +∞ e um contradomínio de
[1, +∞). Ambas as funções têm assimptotas curvilíneas conforme apresentadas nas Figuras.
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Gráficos das Outras Funções Hiperbólicas
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Gráficos das Outras Funções Hiperbólicas
Os gráficos das funções secante e cossecante hiperbólicos estão apresentados nas Figuras. Observe
que sech 𝑥 tem um domínio de −∞, +∞ e um contradomínio de (0, 1], enquanto cossech 𝑥 tem
um domínio de −∞, 0 ∪ 0, +∞ e um contradomínio de −∞, 0 ∪ 0, +∞ .
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Derivação de Funções Hiperbólicas
As fórmulas para as derivadas de sinh 𝑥 e cosh 𝑥 podem ser obtidas através da sua expressão em
termos de 𝑒 e 𝑒 :
𝑑 𝑑 𝑒 −𝑒 𝑒 +𝑒
sinh 𝑥 = = = cosh 𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥 2 2
𝑑 𝑑 𝑒 +𝑒 𝑒 −𝑒
cosh 𝑥 = = = sinh 𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥 2 2

As derivadas das outras funções hiperbólicas ser obtidas através da sua expressão em termos de
sinh 𝑥 e cosh 𝑥, onde as identidades das funções hiperbólicas devem ser aplicadas. Portanto, a
título de exemplo, apresenta-se a fórmula para a derivada de tanh 𝑥:
𝑑 𝑑
𝑑 𝑑 sinh 𝑥 cosh 𝑥 sinh 𝑥 − sinh 𝑥 cosh 𝑥
tanh 𝑥 = = 𝑑𝑥 𝑑𝑥 =
𝑑𝑥 𝑑𝑥 cosh 𝑥 cosh 𝑥
cosh 𝑥 − sinh 𝑥 1
= = = sech 𝑥
cosh 𝑥 cosh 𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Derivação de Funções Hiperbólicas
O teorema, abaixo apresentado, apresenta uma lista completa de fórmulas de derivação para as
funções hiperbólicas.

Teorema: Derivadas das funções hiperbólicas

𝑑 𝑑𝑢 𝑑 𝑑𝑢
sinh 𝑢 = cosh 𝑢 cosh 𝑢 = sinh 𝑢
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑𝑢 𝑑 𝑑𝑢
tanh 𝑢 = sech 𝑢 coth 𝑢 = − cossech 𝑢
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑𝑢 𝑑 𝑑𝑢
sech 𝑢 = − sech 𝑢 tanh 𝑢 cossech 𝑢 = − cossech 𝑢 coth 𝑢
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Fórmulas de Integração das Funções Hiperbólicas
As fórmulas de integração podem ser obtidas a partir do teorema das derivadas das funções
hiperbólicas usando o Teorema Fundamental do Cálculo.

Teorema: Integração das funções hiperbólicas

cosh 𝑢 𝑑𝑢 = sinh 𝑢 + 𝐶 sinh 𝑢 𝑑𝑢 = cosh 𝑢 + 𝐶

sech 𝑢 𝑑𝑢 = tanh 𝑢 + 𝐶 csch 𝑢 𝑑𝑢 = − coth 𝑢 + 𝐶

sech 𝑢 tanh 𝑢 𝑑𝑢 = − sech 𝑢 + 𝐶 csch 𝑢 coth 𝑢 𝑑𝑢 = − csch 𝑢 + 𝐶


C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Funções Inversas
A inversa das funções hiperbólicas é obtida por reflexão em torno da reta 𝑦 = 𝑥, naturalmente,
com as restrições apropriadas.
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Funções Inversas
A inversa das funções hiperbólicas é obtida por reflexão em torno da reta 𝑦 = 𝑥, naturalmente,
com as restrições apropriadas.
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Funções Inversas
As propriedades das funções hiperbólicas inversas estão apresentadas na Tabela abaixo indicada.

Função Domínio Contradomínio Relações Básicas


arcsinh sinh 𝑥 = 𝑥 se −∞ < 𝑥 < +∞
arcsinh 𝑥 −∞, +∞ −∞, +∞
sinh arcsinh 𝑥 = 𝑥 se −∞ < 𝑥 < +∞
arccosh cosh 𝑥 = 𝑥 se 𝑥≥0
arcosh 𝑥 [1, +∞) [0, +∞)
cosh arccosh 𝑥 = 𝑥 se 𝑥≥1
arctanh tanh 𝑥 = 𝑥 se −∞ < 𝑥 < +∞
arctanh 𝑥 −1,1 −∞, +∞
tanh arctanh 𝑥 = 𝑥 se −1 < 𝑥 < 1
arccoth coth 𝑥 = 𝑥 se 𝑥 < 0 ou 𝑥 > 0
arccoth 𝑥 −∞, −1 ∪ 1, +∞ −∞, 0 ∪ 0, +∞
coth arccoth 𝑥 = 𝑥 se 𝑥 < −1 ou 𝑥 > 1
arcsech sech 𝑥 = 𝑥 se 𝑥 ≥ 0
arcsech 𝑥 (0, 1] [0, +∞)
sech arcsech 𝑥 = 𝑥 se 0 < 𝑥 ≤ 1
arccossech cossech 𝑥 = 𝑥 se 𝑥 < 0 ou 𝑥 > 0
arccsch 𝑥 −∞, 0 ∪ 0, +∞ −∞, 0 ∪ 0, +∞
cossech arccossech 𝑥 = 𝑥 se 𝑥 < 0 ou 𝑥 > 0
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Funções Inversas
É sabido que as funções hiperbólicas são expressas em termos de 𝑒 , e, por isso, não é uma
surpresa que as funções hiperbólicas inversas sejam expressas em termos dos logaritmos naturais.
As relações são válidas em cada 𝑥 do domínio das funções hiperbólicas inversas apresentadas.

Teorema: Funções inversas em termos dos logaritmos naturais.

arcsinh 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1 arccosh 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 − 1

1 1+𝑥 1 𝑥+1
arctanh 𝑥 = ln arccoth 𝑥 = ln
2 1−𝑥 2 𝑥−1

1+ 1−𝑥 1 1+𝑥
arcsech 𝑥 = ln arccossech 𝑥 = ln +
𝑥 𝑥 𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Funções Inversas
Vai-se mostrar, a título de exemplo, a dedução da fórmula de arcsinh 𝑥 em termos de logaritmo naturais. A
ideia básica é escrever a equação 𝑥 = sinh 𝑦 em termos de funções exponenciais, e, de seguida, resolvê-la
para 𝑦 como uma função de 𝑥. Com este procedimento, tem-se a equação 𝑦 = arcsinh 𝑥, em que arcsinh 𝑥
é expressa em termos de logaritmos naturais. Portanto, vai-se expressar 𝑥 = sinh 𝑦 em termos de funções
exponenciais, e obtém-se
𝑒 −𝑒
𝑥 = sinh 𝑦 = ⟹ 𝑒 − 2𝑥 − 𝑒 =0
2
Multiplicando a equação por 𝑒 , obtém-se
𝑒 − 2𝑥𝑒 − 1 = 0
E aplicando a fórmula quadrática, obtém-se a solução que se segue:
2𝑥 ± 4𝑥 + 4
𝑒 = =𝑥± 𝑥 +1
2
Uma vez que 𝑒 > 0, a expressão apresenta o formato seguinte:
𝑒 =𝑥+ 𝑥 +1
Finalmente, é obtida a expressão da função arcsinh 𝑥 em termos da função logaritmo natural como segue
𝑦 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1 ou arcsinh 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Derivadas das Funções Inversas
As fórmulas para as derivadas das funções hiperbólicas inversas são apresentadas no teorema
abaixo indicado.

Teorema: Derivadas das funções inversas em termos dos logaritmos naturais.

𝑑 1 𝑑𝑢 𝑑 1 𝑑𝑢
arcsinh 𝑢 = arccoth 𝑢 = , 𝑢 >1
𝑑𝑥 1 + 𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 1 − 𝑢 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑𝑢 𝑑 1 𝑑𝑢
arccosh 𝑢 = , 𝑢>1 arcsech 𝑢 = − ,0 < 𝑢 < 1
𝑑𝑥 𝑢 − 1 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑢 1 − 𝑢 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑𝑢 𝑑 1 𝑑𝑢
arctanh 𝑢 = , 𝑢 <1 arccsch 𝑢 = − , 𝑢≠1
𝑑𝑥 1 − 𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑢 1 + 𝑢 𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Derivadas das Funções Inversas
A título de exemplo, apresenta-se a derivada da função hiperbólica inversa de arcsinh 𝑥:

𝑑 𝑑 1 𝑥
arcsinh 𝑥 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1 = 1+
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑥+ 𝑥 +1 𝑥 +1
Então, obtém-se

𝑑 𝑥 +1+𝑥
arcsinh 𝑥 =
𝑑𝑥 𝑥+ 𝑥 +1 𝑥 +1

𝑑 1
arcsinh 𝑥 =
𝑑𝑥 𝑥 +1
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Fórmulas de Integração das Funções Inversas
As fórmulas para a integração das funções hiperbólicas inversas são apresentadas em termos das
respetivas função arco e a equivalente expressa em termos de logaritmos naturais.
A integração das funções hiperbólicas inversas envolve duas fórmulas de integração – a fórmula
arcsinh 𝑥 e a fórmula equivalente envolvendo logaritmos naturais – tal como:

1
𝑑𝑥 = arcsinh 𝑥 + 𝐶 = ln 𝑥 + 𝑥 + 1 + 𝐶
𝑥 +1
C. Tópicos Adicionais
C.1. Funções Hiperbólicas
Fórmulas de Integração das Funções Inversas
O teorema relativo às fórmulas de integração das funções inversas é apresentado.

Teorema: Integração das funções inversas em termos da função arco e dos logaritmos naturais. Se
𝑎 > 0, então
1 𝑢
𝑑𝑢 = arcsinh + 𝐶 ou ln 𝑢 + 𝑢 + 𝑎 +𝐶
𝑎 +𝑢 𝑎

1 𝑢
𝑑𝑢 = arccosh +𝐶 ou ln 𝑢 + 𝑢 − 𝑎 + 𝐶, 𝑢>𝑎
𝑢 −𝑎 𝑎

1 𝑢
1 arctanh + 𝐶, 𝑢 <𝑎 1 𝑎+𝑢
𝑑𝑢 = 𝑎 𝑎 ou ln + 𝐶, 𝑢≠𝑎
𝑎 −𝑢 1 𝑢 2𝑎 𝑎−𝑢
arccoth + 𝐶, 𝑢 >𝑎
𝑎 𝑎

1 1 𝑢 1 𝑎+ 𝑎 −𝑢
𝑑𝑢 = − arcsech +𝐶 ou − ln + 𝐶, 0< 𝑢 <𝑎
𝑢 𝑎 −𝑢 𝑎 𝑎 𝑎 𝑢

1 1 𝑢 1 𝑎+ 𝑎 +𝑢
𝑑𝑢 = − arccsch +𝐶 ou − ln + 𝐶, 𝑢≠𝑎
𝑢 𝑎 +𝑢 𝑎 𝑎 𝑎 𝑢
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Definição

Nesta secção, dois tipos diferentes de integrais – 1.ª espécie e 2.ª especiais (ou mistos) – são
abordados. Estes tipos de integrais são designados de integrais impróprios. Até agora, o estudo
concentrou-se nos integrais definidos com integrais contínuos e intervalos de integração finitos.

Nesta secção, o estudo do conceito de integral definido é alargado para o estudo de integrais com
intervalos de integração infinitos e integrais que se tornam infinitos no intervalo de integração.

Portanto, quer isto dizer que o conceito de integral pode ser definido quando o intervalo de
integração é ilimitado, , (−∞, 𝑏] ou , ou quando as funções não são limitadas na
vizinhança de algum ponto desse intervalo de integração, isto é, o gráfico da função integranda tem
alguma assimptota vertical, 𝑥 = 𝑐, onde 𝑐 pertence ao intervalo de integração.
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Definição
Alguns exemplos de integrais impróprios:
- Integrais impróprios com intervalos de integração infinitos
1 1
𝑑𝑥, 𝑒 𝑑𝑥, 𝑑𝑥
𝑥 1+𝑥

- Integrais impróprios com descontinuidades infinitas no intervalo de integração


1 1
𝑑𝑥, 𝑑𝑥, tan 𝑥 𝑑𝑥
𝑥 𝑥−2

- Integrais impróprios com descontinuidades infinitas e intervalos infinitos de integração


1 1
𝑑𝑥, 𝑑𝑥, sec 𝑥 𝑑𝑥
𝑥−1 𝑥 −4
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Seja 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ ∧ 𝑎 < 𝑏, e suponha-se que 𝑓 𝑥 é integrável em 𝑎, 𝑥 , com 𝑥 ∈ [𝑎, 𝑏), então, se 𝑓 𝑥 é
limitada no intervalo 𝑎, 𝑏 verifica-se

𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = lim 𝑓 𝑡 𝑑𝑡

que é uma consequência da continuidade do integral indefinido.


Mesmo que 𝑓 não seja limitada no intervalo 𝑎, 𝑏 , o seu integral indefinido com origem no ponto 𝑎
pode ter limite quando 𝑥 → 𝑏.
Portanto, de forma análoga, considere-se 𝑔 𝑥 uma função integrável no intervalo 𝑎, 𝑥 para cada
𝑥 > 𝑎, se o seu integral indefinido com origem em 𝑎 convergir para um limite finito quando 𝑥 →
+ ∞, tem-se

𝑔 𝑡 𝑑𝑡 = lim 𝑔 𝑡 𝑑𝑡

C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie

Portanto, conclui-se então que se tem dois tipos de integrais impróprios:

- Integral impróprio de 1.ª espécie

Intervalo 𝑎, 𝑏 ilimitado e 𝑓 𝑡 limitada

- Integral impróprio de 2.ª espécie

Intervalo 𝑎, 𝑏 limitado e 𝑓 𝑡 ilimitada

De referir, que alguns autores designam os integrais impróprios mistos como sendo os integrais
impróprios de 3.ª espécie.
C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Integrais impróprios de 1.ª espécie – intervalo de integração ilimitado
Seja 𝑎 ∈ ℝ e 𝑓 uma função definida no intervalo 𝐼 = 𝑎, +∞ , em que se considera que 𝑓 é
integrável em qualquer intervalo 𝑎, 𝑥 com 𝑥 > 𝑎, e

𝜑 𝑥 = 𝑓 𝑡 𝑑𝑡

Se 𝜑 𝑥 tem limite finito quando 𝑥 → +∞, então, diz-se que 𝑓 é integrável (em sentido impróprio)
no intervalo 𝐼, o que o integral impróprio

𝑓 𝑡 𝑑𝑡

existe ou é convergente, e, portanto, tem-se

𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = lim 𝜑 𝑥

C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Integrais impróprios de 2.ª espécie – 𝑓 é ilimitada no intervalo de integração
Seja 𝐼 = 𝑎, 𝑏 num intervalo limitado, e, seja 𝑓 uma função cujo domínio contenha esse intervalo 𝐼,
em que se admite que 𝑓 é integrável em qualquer intervalo da forma 𝑥, 𝑏 , com 𝑎 < 𝑥 < 𝑏, mas não
é limitada no intervalo 𝐼.
Desta forma, diz-se que o integral da função 𝑓 existe no intervalo 𝐼 ou é convergente, se e só se a
função

𝑓 𝑡 𝑑𝑡

tiver limite finito quando 𝑥 → 𝑎 , e portanto, tem-se

𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = lim 𝑓 𝑡 𝑑𝑡

C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Exercício 137: Verifique se o integral impróprio dado existe.
1
𝑑𝑥
1−𝑥
Resolução:
O integral impróprio é calculado por:
1 1
𝑑𝑥 = lim 𝑑𝑥 = lim −2 1−𝑥 = lim 2 1 − 𝑡 − 2 = +∞
1−𝑥 → 1−𝑥 → →

O integral impróprio, do exercício proposto, diverge.


C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Exercício 138: Verifique se o integral impróprio dado existe.
1
𝑑𝑥
𝑥−2

Resolução:
A função integranda assume um valor infinito conforme 𝑥 → 2.
O integral impróprio é calculado por:
1 1 1 1
𝑑𝑥 = lim 𝑑𝑥 = lim − = lim −1 − = +∞
𝑥−2 → 𝑥−2 → 𝑥−2 → 𝑡−2

O integral impróprio, do exercício proposto, diverge.


C. Tópicos Adicionais
C.2. Integrais Impróprios
Integrais Impróprios de Primeira e Segunda Espécie
Exercício 139: Verifique se o integral impróprio misto dado existe.
1
𝑑𝑥
𝑥 ln 𝑥 − 1
Resolução: O integral impróprio é calculado por:
1 1 1
𝑑𝑥 = 𝑑𝑥 + 𝑑𝑥
𝑥 ln 𝑥 − 1 𝑥 ln 𝑥 − 1 𝑥 ln 𝑥 − 1
ó .ª é ó .ª é

1 1
𝑑𝑥 = lim 𝑑𝑥 = lim 2 ln 𝑥 − 1 = lim 2 ln 4 − 1 − 2 ln 𝑡 − 1 = 2 ln 4 − 1
𝑥 ln 𝑥 − 1 → 𝑥 ln 𝑥 − 1 → →

1 1
𝑑𝑥 = lim 𝑑𝑥 = lim 2 ln 𝑥 − 1 = lim 2 ln 𝑡 − 1 − 2 ln 4 − 1 = +∞
𝑥 ln 𝑥 − 1 → 𝑥 ln 𝑥 − 1 → →

O integral impróprio, do exercício proposto, diverge.


C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Muitos fenómenos físicos ou outros, descritos através de modelos matemáticos, podem ser
representados em termos de uma equação diferencial, isto é, uma equação que envolve derivadas de
uma função incógnita.
Uma função 𝑓 é uma solução de uma equação diferencial se verificar a equação. Portanto, resolver
uma equação diferencial implica que se encontre todas as suas soluções.
Em determinados fenómenos em estudo, para além da equação diferencial são conhecidos alguns
valores de 𝑓, que, são designados por condições especiais ou particulares.
Nesta secção, as equações diferenciais ordinárias (EDOs) e os seus métodos mais importantes, para a
sua resolução, são apresentados.
As equações diferenciais ordinárias (EDOs) são equações diferenciais que dependem de uma única
variável independente. Quando o fenómeno em estudo depende de diversas variáveis independentes
trata-se, portanto, de resolver equações diferenciais parciais (EDPs), que são por norma mais difíceis
de abordar. Estas últimas não são abordas nesta secção.
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Portanto, as equações diferenciais classificam-se por tipo, ordem e linearidade.
A classificação quanto ao seu tipo:
- Equações diferenciais ordinárias (EDOs)
A função desconhecida depende de uma única variável independente:

𝑑𝑢
+ 𝑥𝑢 = 0, 𝑢=𝑢 𝑥
𝑑𝑥
- Equações diferenciais parciais (EDPs)
A função desconhecida depende de várias variáveis independentes:

𝑑𝑢 𝑑𝑢
+𝑣 𝑡 =0
𝑑𝑡 𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Portanto, as equações diferenciais classificam-se por tipo, ordem e linearidade.
A classificação quanto à sua ordem está relacionada com a ordem da mais alta derivada que
aparece na equação.

Exemplos:
- Equação Diferencial de 1.ª Ordem
𝑦 =𝑥+4
- Equação Diferencial de 3.ª Ordem
𝑦 + 2𝑥𝑦 + 𝑦 = 0
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Portanto, as equações diferenciais classificam-se por tipo, ordem e linearidade.
A classificação quanto à linearidade:

- Uma equação diferencial diz-se LINEAR quando 𝑭 é uma função linear das variáveis 𝑦, 𝑦 , 𝑦 ,
…, 𝑦 .
𝑎 𝑡 𝑦 +𝑎 𝑡 𝑦 + ⋯+ 𝑎 𝑡 𝑦 = g 𝑡

- Uma equação diferencial diz-se NÃO-LINEAR quando 𝑭 não é uma função linear das variáveis
𝑦, 𝑦 , 𝑦 , …, 𝑦 .
𝑦 +𝑒 𝑦 −𝑦 =0
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Neste tópico adicional relacionado com as equações diferenciais ordinárias são abordadas as
seguintes equações:
- Equações Diferenciais de 1.ª Ordem
Equações Diferenciais de Variáveis Separáveis
Equações Diferenciais Lineares
Equações Diferenciais de Bernoulli
Equações Diferenciais Homogéneas
- Equações Diferenciais de 2.ª Ordem
Equações Diferenciais Homogéneas: Coeficientes Constantes e Não-Constantes
Equações Diferenciais Não-Homogéneas: Coeficientes Indeterminados
Equações Diferenciais Não-Homogéneas: Método de Variação de Parâmetros
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Certas equações diferenciais podem ser resolvidas recorrendo ao conceito de integral indefinido,
uma vez que, dada uma derivada 𝑓 𝑥 pode-se integrar usando o corolário do Segundo Teorema
Fundamental do Cálculo:

𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑓 𝑥 − 𝑓 𝑐

e, então, tem-se

𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑓 𝑥 + 𝐶

Dada uma condição inicial para 𝑓, é possível obter 𝑓 𝑥 explicitamente.


C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
Introdução
Exercício 140: Resolva a equação diferencial 𝑓 𝑥 = 6𝑥 + 𝑥 − 5, com a condição inicial 𝑓 0 = 2.
Resolução: Aplicando o 2.º Teorema Fundamental do Cálculo, tem-se

𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = 6𝑥 + 𝑥 − 5 𝑑𝑥

1
𝑓 𝑥 = 2𝑥 + 𝑥 − 5𝑥 + 𝐶
2
Usando a condição inicial, tem-se
𝐶=2
A solução 𝑓 da equação diferencial é:

1
𝑓 𝑥 = 2𝑥 + 𝑥 − 5𝑥 + 2
2
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Variáveis Separáveis
Suponha-se uma aplicação em que a taxa de variação 𝑞 𝑡 , de uma determinada quantidade física
𝑞 𝑡 , é diretamente proporcional à grandeza da quantidade no tempo 𝑡, então, tem-se
𝑞 𝑡 =𝑐 𝑞 𝑡

Alguns exemplos que podem ser descritos por esta relação são os seguintes:
- A taxa de crescimento aumenta com o número de bactérias de uma cultura;
- O decrescimento da taxa de emissão de radiação de uma substância radioativa com a
diminuição da matéria;
- Se a carga de um condensador é grande então a sua descarga também é grande e conforme
a carga diminui o condensador descarrega mais lentamente.
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Variáveis Separáveis
Uma equação diferencial de 1.ª ordem (equação diferencial separável ou de variáveis separáveis),
na forma normal, tem a estrutura 𝑞 𝑡 = 𝑐𝑞 𝑡 , e tomando 𝑦 = 𝑞 𝑡 , tem-se

𝑑𝑦 1
= 𝑐𝑦 ⟹ 𝑑𝑦 = 𝑐 𝑦 𝑑𝑡 ⟹ 𝑑𝑦 = 𝑐 𝑑𝑡
𝑑𝑡 𝑦

É possível obter soluções integrando ambos os membros da equação separada (𝑦 > 0), como
segue

1
𝑑𝑦 = 𝑐 𝑑𝑡 ⟹ ln 𝑦 = 𝑐𝑡 + 𝑘 ⟹ 𝑦 = 𝑒 =𝑒 𝑒
𝑦

E admitindo que 𝑦 designa o valor inicial de 𝑦 correspondente a 𝑡 = 0, tem-se


𝑦 =𝑒 ⟹ 𝑦=𝑦 𝑒
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Variáveis Separáveis

Teorema:
Seja 𝑦 uma função diferenciável de 𝑡 tal que 𝑦 > 0 para todo o 𝑡, e seja 𝑦 o valor de 𝑦 em 𝑡 = 0.
Seja

𝑑𝑦
= 𝑐𝑦
𝑑𝑡
Para alguma constante 𝑐, então tem-se
𝑦=𝑦 𝑒

Se 𝑦 aumentar com 𝑡, a relação acima representa uma lei de crescimento, e, se 𝑦 decresce obtém-se
uma lei de decaimento.
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C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Variáveis Separáveis
Exercício 141: Resolva a equação diferencial 𝑦 = 𝑥 + 1 𝑒 𝑦 .
Resolução:
A equação diferencial ordinária de 1.ª ordem, 𝑦 = 𝑥 + 1 𝑒 𝑦 , é de variáveis separáveis,
onde se obtém
𝑦 𝑑𝑦 = 𝑥 + 1 𝑒 𝑑𝑥
Por integração tem-se

𝑦 𝑑𝑦 = 𝑥+1 𝑒 𝑑𝑥 ⟹ −𝑦 =− 𝑥+2 𝑒 +𝑐

Então,
1
𝑦=
𝑥+2 𝑒 −𝑐
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C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Sejam 𝑝 𝑥 e 𝑞 𝑥 funções contínuas. Uma equação da forma
𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥
é chamada de equação diferencial linear de primeira ordem.
Então,
i) 𝑞 𝑥 = 0 para todo o 𝑥:

1
𝑑𝑦 = −𝑝 𝑥 𝑑𝑥
𝑦

𝑦
ln 𝑦 = − 𝑝 𝑥 𝑑𝑥 + ln 𝐾 ⟹ ln =− 𝑝 𝑥 𝑑𝑥
𝐾

𝑦 ∫
=𝑒 ⟹ 𝑦 𝑒∫ =𝐾
𝐾
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C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Observe-se que pela regra do produto e derivando em relação a 𝑥, obtém-se

𝑑 𝑑𝑦 ∫ 𝑑
𝑦 𝑒∫ = 𝑒 +𝑦 𝑒∫ =𝑦 𝑒∫ +𝑦 𝑝 𝑥 𝑒∫
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑
𝑦 𝑒∫ = 𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦 𝑒∫
𝑑𝑥
ii) Multiplicando ambos os membros da equação 𝑦 + 𝑝 𝑥 𝑦 = 𝑞 𝑥 pelo fator integrante, vem

𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦 𝑒∫ =𝑞 𝑥 𝑒∫
e então,

𝑑
𝑦 𝑒∫ =𝑞 𝑥 𝑒∫
𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Integrando ambos os membros, obtém-se a solução implícita da equação diferencial de primeira
ordem, tal como

𝑦 𝑒∫ = 𝑞 𝑥 𝑒∫ 𝑑𝑥 + 𝐶

Depois, resolvendo esta equação em relação a 𝑦 obtém-se uma solução explicita. O fator integrante
é

𝑒∫
Teorema:
A equação diferencial linear de primeira ordem
𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥
Pode ser transformada numa equação diferencial de variáveis separáveis através da multiplicação

de ambos nos membros pelo fator integrante, 𝑒 ∫ .


C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Exercício 142: Resolva a equação diferencial 𝑦 − 3𝑥 𝑦 = 𝑥 .
Resolução: Considere-se 𝑝 𝑥 = −3𝑥 e 𝑞 𝑥 = 𝑥 . Então,
𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥
e, o fator integrante

𝑒∫ =𝑒
que dá

𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑
𝑒 − 3𝑥 𝑒 𝑦=𝑥 𝑒 ⟹ 𝑒 + 𝑒 𝑦=𝑥 𝑒
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥

𝑑
𝑦𝑒 =𝑥 𝑒
𝑑𝑥
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO Lineares de 1.ª Ordem
Exercício 142: (continuação)
Resolução: (continuação)
Integrando ambos os membros da equação, tem-se

1
𝑦 𝑒 = 𝑥 𝑒 𝑑𝑥 = − 𝑒 +C
3

A solução explicita é

1
𝑦 =− +𝐶 𝑒
3
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Bernoulli
Numerosas aplicações podem ser modeladas por equações diferenciais ordinárias que são não
lineares, mas podem ser transformadas em equações diferenciais ordinárias lineares. Uma das
mais úteis é a equação de Bernoulli dada por
𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥 𝑦
que é uma equação não linear que se transforma numa equação linear através de uma substituição
apropriada.
A equação é linear se 𝑛 = 0, e, é de variáveis separáveis se 𝑛 = 1.
Para 𝑛 ≠ 0 e 𝑛 ≠ 1, e começando por multiplicar a equação por 𝑦 e 1 − 𝑛 , tem-se:
𝑦 𝑦 +𝑝 𝑥 𝑦 =𝑞 𝑥 ⟹ 1−𝑛 𝑦 𝑦 + 1−𝑛 𝑝 𝑥 𝑦 = 1−𝑛 𝑞 𝑥

𝑑
𝑦 + 1−𝑛 𝑝 𝑥 𝑦 = 1−𝑛 𝑞 𝑥
𝑑𝑥
Portanto, tem-se uma equação linear com 𝑢 = 𝑦 .
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Bernoulli
Assim, efetuando a substituição por 𝑢 = 𝑦 tem-se
𝑑𝑢
+ 1−𝑛 𝑝 𝑥 𝑢 = 1−𝑛 𝑞 𝑥
𝑑𝑥

isto é,
𝑑𝑢
+𝑃 𝑥 𝑢=𝑄 𝑥
𝑑𝑥

com
𝑃 𝑥 = 1−𝑛 𝑝 𝑥 e 𝑄 𝑥 = 1−𝑛 𝑞 𝑥
Desta forma, por integração tem-se

𝑢 𝑒∫ = 𝑄 𝑥 𝑒∫ 𝑑𝑥 + 𝐶

𝑦 𝑒∫ = 1−𝑛 𝑞 𝑥 𝑒∫ 𝑑𝑥 + 𝐶
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Bernoulli
Exercício 143: Determine a solução geral da equação diferencial 𝑦 + 𝑥 𝑦 = 𝑥 𝑒 𝑦 .
Resolução:
A equação diferencial de Bernoulli 𝑦 + 𝑝 𝑥 𝑦=𝑞 𝑥 𝑦 tem 𝑛 = −3, em que se considera para
substituição
𝑢=𝑦 e 𝑢 = 4𝑦 𝑦
E, multiplicando por 𝑦 1 − 𝑛 , isto é, 4𝑦 , tem-se
4𝑦 𝑦 + 4𝑥𝑦 = 4𝑥 𝑒
Que conduz a uma equação linear de 1.ª ordem, tal como
𝑢 + 4𝑥 𝑢 = 4𝑥 𝑒
C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias
EDO 1.ª Ordem de Bernoulli
Exercício 143: (continuação)
Resolução: (continuação)
De seguida, calcula-se o fator integrante,

𝑃 𝑥 𝑑𝑥 = 4𝑥 𝑑𝑥 = 2𝑥 ⟹ 𝑒∫ =𝑒

Tem-se
𝑑
𝑢 𝑒 + 4𝑥 𝑢 𝑒 = 4𝑥 𝑒 ⟹ 𝑢 𝑒 = 4𝑥 𝑒
𝑑𝑥
Integrando ambos os membros da equação, obtém-se

𝑢 𝑒 = 4𝑥 𝑒 𝑑𝑥 ⟹ 𝑢 𝑒 = 2𝑒 +𝐶

𝑢 = 2𝑒 +𝐶 𝑒 e 𝑢=𝑦
Conclui-se, que
𝑦 = 2𝑒 +𝐶 𝑒
ANÁLISE MATEMÁTICA I

Aula Teórica 11

Sumário Proposto para a Aula 11

C. Tópicos Adicionais
C.3. Equações Diferenciais Ordinárias (continuação)
C.4. Introdução às Transformadas de Laplace

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