UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA DE NAMPULA

Licenciatura em Ensino de Biologia

Breve analise das manifestações devido as últimas eleições presidenciais em

Moçambique

Discente: Julieta José Mária

Código: 708237561
Ano de Frequência: 3º

Nampula, Março de 2025

 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA DE NAMPULA

Licenciatura em Ensino de Biologia

Breve analise das manifestações devido as últimas eleições presidenciais em Moçambique

Discente: Julieta José Mária

Código: 708237561

Ano de Frequência: 3º

O presente trabalho é da cadeira de

Ética Social, leccionada pelo
docente:

Dr.: __________________________

Nampula, Março de 2025

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problema)
Introdução • Descrição dos
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objectivos
• Metodologia adequada
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ao objecto do trabalho
• Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
• Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
• Exploração dos dados 2.0
• Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
• Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª • Rigor e coerência das
Referências
edição em citações citações/referências 4.0
Bibliográficas
e bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5
2. OBJECTIVOS ..................................................................................................................... 6
2.1. Geral: ........................................................................................................................... 6
3. BREVE ANALISE DAS MANIFESTAÇÕES DEVIDO AS ÚLTIMAS ELEIÇÕES
PRESIDENCIAIS EM MOÇAMBIQUE ................................................................................... 7
3.1. Conceitos básicos ......................................................................................................... 7
3.2. Contexto das Manifestações ........................................................................................ 8
3.3. Direitos e Responsabilidades na Sociedade ................................................................. 8
3.3.1. Direitos ................................................................................................................. 8
3.3.2. Responsabilidades ................................................................................................ 8
3.4. Obrigações e Deveres do Estado e dos Cidadãos ........................................................ 9
3.4.1. O Estado ............................................................................................................... 9
3.4.2. Os Cidadãos .......................................................................................................... 9
3.5. Impactos das Manifestações ........................................................................................ 9
3.5.1. Econômicos .......................................................................................................... 9
3.5.2. Sociais................................................................................................................... 9
3.5.3. Políticos .............................................................................................................. 10
3.5.4. Caminhos para a Reconciliação .......................................................................... 10
3.5.5. Violência e Destruição de Propriedades ............................................................. 10
3.5.6. Perda de Vidas Humanas .................................................................................... 11
3.5.7. Manipulação e Desinformação ........................................................................... 11
3.5.8. Polarização e Intolerância ................................................................................... 12
3.5.9. Responsabilidade das Autoridades ..................................................................... 12
3.5.10. Impacto na Sociedade ..................................................................................... 12
3.6. Causas que determinaram o agir humano durante as manifestacoes ......................... 13
3.6.1. Factores Históricos ............................................................................................. 13
3.6.2. Factores Culturais ............................................................................................... 13
3.6.3. Factores Sociais .................................................................................................. 14
3.6.4. Factores Econômicos .......................................................................................... 14
3.6.5. Factores Políticos................................................................................................ 14
3.6.6. Factores Psicológicos ......................................................................................... 14
4. CONLUSÃO ..................................................................................................................... 15
5. REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 16

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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho, da disciplina de Ética Social, tem como tema: Breve analise das
manifestações devido as últimas eleições presidenciais em Moçambique.

As manifestações que eclodiram em Moçambique após as eleições presidenciais de outubro

de 2024 representam um marco significativo na história política e social do país. Este período
foi caracterizado por uma onda de protestos, marcada por tensões políticas, descontentamento
popular e episódios de violência que abalaram a estabilidade nacional. A contestação aos
resultados eleitorais, que declararam Daniel Chapo, candidato da FRELIMO, como vencedor,
desencadeou uma série de eventos que expuseram as fragilidades do sistema democrático
moçambicano e as profundas divisões sociais e econômicas que permeiam a sociedade.

O contexto dessas manifestações vai além da simples rejeição dos resultados eleitorais. Ele
reflete um acúmulo de insatisfações relacionadas a questões estruturais, como desigualdade
social, corrupção, aumento do custo de vida e falta de oportunidades econômicas. A
população, especialmente os jovens e os grupos marginalizados, encontrou nos protestos uma
forma de expressar seu descontentamento com a gestão governamental e com as condições de
vida que enfrentam diariamente. Além disso, a polarização política entre os apoiadores do
governo e da oposição intensificou os conflitos, dificultando o diálogo e a busca por soluções
pacíficas.

As manifestações também levantaram questões éticas e morais sobre o exercício do direito à

manifestação e a responsabilidade das autoridades em garantir a segurança pública. Por um
lado, os protestos são uma expressão legítima de descontentamento em uma democracia; por
outro, a violência, a destruição de propriedades e a repressão policial excessiva geraram um
ciclo de instabilidade que prejudicou tanto a economia quanto o tecido social do país. A
análise desse fenômeno exige uma abordagem multidimensional, que considere os fatores
históricos, culturais, políticos e econômicos que moldaram o cenário atual.

Portanto, este tema não apenas destaca os desafios enfrentados por Moçambique em sua
trajetória democrática, mas também oferece uma oportunidade para refletir sobre os caminhos
possíveis para a reconciliação nacional e a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
A análise das manifestações pós-eleitorais é essencial para compreender as dinâmicas sociais
e políticas do país, bem como para identificar as lições que podem ser aprendidas para evitar

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crises futuras.

Assim, para a materialização do presente trabalho usar-se-á como recurso varias obras
bibliográficas e algumas obras electrónicas onde far-se-á recolha de dados, analise, censura,
síntese e posterior compilação dos mesmos dados a nível pessoal. E, em termos da estrutura o
trabalho contém os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.

2. OBJECTIVOS

2.1. Geral:
✓ Falar das manifestações devido as últimas eleições presidenciais em Moçambique.
2.2. Específicos:
✓ Apontar alguns problemas éticos e morais notados nas manifestaçes;
✓ Mencionar 3 obrigações do Estado e 3 deveres do povo que poderiam contribuir para
se viver um ambiente mais saudável, ético e moral;
✓ Mencionar algumas causas que determinaram esse agir humano na sociedade
moçambicana;

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3. BREVE ANALISE DAS MANIFESTAÇÕES DEVIDO AS ÚLTIMAS ELEIÇÕES
PRESIDENCIAIS EM MOÇAMBIQUE

3.1. Conceitos básicos

✓ Manifestação – é um fenômeno social que ocorre quando um grupo de pessoas se reúne
publicamente para expressar suas opiniões, reivindicar direitos, protestar contra injustiças
ou apoiar uma causa específica. Essa forma de expressão coletiva é uma das bases da
democracia e tem sido utilizada ao longo da história como uma forma de pressionar
governos e instituições a promover mudanças (Dall`Agnol, 2009).
✓ As eleições – são o mecanismo através do qual o povo soberano legitima o exercício do
poder legislativo, e – directa- ou indirectamente- do poder executivo para um tempo
determindado. Porém, esta legitimação num regime democrático não é absoluta, devendo
os dirigentes prestar contas perante o eleitorado sobre o trabalho desenvolvido (Ferraz,
2014).

Numa definição famosa, o académico norte-americano Robert Dahl estabeleceu oito critérios
formais mínimos para caracterizar um sistema como democrático, dentre dos quais cinco
fazem referência directa à realização de eleições, nomeadamente:

1. O direito de voto;
2. A eligibilidade;
3. O direito à concorrência política na busca de apoio e votos;
4. Eleições livres e justas;
5. A sujeição das decisões políticas aos resultados de eleições e de outras formas
de articulação de preferências.
✓ A Ética – “Do ponto de vista etimológico, a palavra ética tem origem grega: ethos, que
significa morada coletiva e vida coletiva. Por isso que o conceito de ética é usado para
acções que promovam o bem comum ou a justiça no meio sócial” (Gonçalves et al, 2016,
p. 8). Exemplos de ética: Respeitar as leis que sejam justas; Procurar agir com justiça; Não
se apropriar, indevidamente, do que não é seu; Não prejudicar os outros; Respeitar o
convívio social.
✓ Moral – é um conjunto de regras no convívio. O seu campo de aplicação é maior do que o
campo do Direito. Nem todas as regras Morais são regras jurídicas. O campo da moral é
mais amplo. A semelhança que o Direito tem com a Moral é que ambas são formas de
controle social

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A moral é uma espécie de conjunto de hábitos e costumes de uma sociedade. A moral, em
geral, faz-se de acordo com a cultura de um local em um determinado espaço de tempo.
Normalmente, alguns elementos da sociedade influenciam-na, como a religião, o modo de
vida da sociedade, o acesso que essa sociedade tem à informação e o uso que as pessoas de
determinado recorte social fazem da informação. A moral, normalmente, é exposta sobre
preceitos e, muitas vezes, expressa como normas de proibição e permissão.

3.2. Contexto das Manifestações

As eleições presidenciais de 2024 foram acompanhadas por alegações de fraude e
irregularidades, gerando descontentamento entre setores da população. O candidato da
oposição, Venâncio Mondlane, contestou os resultados que deram vitória ao candidato da
FRELIMO, Daniel Chapo. Esse cenário desencadeou protestos em várias regiões do país,
inicialmente motivados pela rejeição dos resultados eleitorais, mas que evoluíram para
reivindicações mais amplas, como o aumento do custo de vida e problemas sociais.

3.3. Direitos e Responsabilidades na Sociedade

Em qualquer sociedade, os cidadãos têm direitos fundamentais, como liberdade de expressão
e manifestação, que são garantidos por leis e tratados internacionais. No entanto, esses
direitos vêm acompanhados de responsabilidades, como o respeito às leis e à integridade dos
outros membros da sociedade (Dall`Agnol, 2009).

3.3.1. Direitos
✓ Direito à manifestação: Os protestos são uma forma legítima de expressar
descontentamento, especialmente em contextos de alegações de injustiça eleitoral.
✓ Direito à segurança: Tanto manifestantes quanto autoridades têm o direito de viver em
um ambiente seguro, sem violência ou ameaças.

3.3.2. Responsabilidades
✓ Respeito às leis: As manifestações devem ocorrer dentro dos limites legais, evitando
vandalismo e destruição de propriedades.
✓ Diálogo e negociação: É responsabilidade dos líderes políticos e sociais buscar soluções
pacíficas para os conflitos.

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3.4. Obrigações e Deveres do Estado e dos Cidadãos

3.4.1. O Estado
✓ “O Estado tem a obrigação de garantir a segurança e os direitos dos cidadãos, mesmo em
momentos de crise” (Ferraz, 2014, p. 65).

As obrigações do Estado devem estar centradas na garantia de direitos básicos, na

manutenção da ordem pública e na promoção de políticas que assegurem o bem-estar coletivo.
Isso inclui:
✓ Garantir transparência eleitoral: Para evitar desconfiança e instabilidade.
✓ Proteger os manifestantes e a população em geral: Evitar o uso excessivo de força
policial e promover o diálogo.
✓ Investir em infraestrutura e assistência social: Minimizar os impactos econômicos e
sociais das manifestações.

3.4.2. Os Cidadãos
Segundo Fonseca e Fonseca (2016, p. 34), os cidadãos têm o dever de:
✓ Exercer seus direitos de forma pacífica: Evitar acções que prejudiquem outros membros
da sociedade.
✓ Participar ativamente do processo democrático: Por meio do voto e do engajamento
político.

3.5. Impactos das Manifestações

3.5.1. Econômicos
As manifestações resultaram em prejuízos significativos para a economia moçambicana, com
destruição de empresas, escolas e unidades de saúde. Isso agravou o desemprego e reduziu o
crescimento econômico, que ficou abaixo do esperado em 2024.

3.5.2. Sociais
A perda de vidas humanas e o aumento da insegurança geraram um clima de medo e
instabilidade. Além disso, a polarização política dificultou o diálogo entre diferentes grupos.

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3.5.3. Políticos
A crise pós-eleitoral expôs fragilidades no sistema democrático moçambicano, como a falta
de confiança nas instituições eleitorais.

3.5.4. Caminhos para a Reconciliação

Para superar essa crise, é essencial:
1. Promover o diálogo inclusivo: Entre governo, oposição e sociedade civil.
2. Revisar o sistema eleitoral: Garantir maior transparência e credibilidade.
3. Investir em educação política: Para fortalecer a consciência democrática dos cidadãos.
4. Implementar políticas de assistência social: Para apoiar as vítimas das manifestações e
reduzir o impacto econômico.

3.5.5. Violência e Destruição de Propriedades

Um dos aspectos mais preocupantes das manifestações foi o uso de violência e a destruição de
infraestruturas privadas e governamentais. Embora o direito à manifestação seja legítimo e
protegido por leis nacionais e internacionais, o vandalismo e a pilhagem de bens violam
princípios éticos fundamentais, como o respeito à propriedade alheia e à integridade dos
espaços públicos.

Problemas Éticos e Morais:

✓ Violação de direitos de terceiros: A destruição de propriedades afeta diretamente
pessoas inocentes, como empresários e trabalhadores, que dependem dessas estruturas
para sua subsistência.
✓ Impacto na coletividade: A destruição de bens públicos, como escolas e hospitais,
prejudica toda a sociedade, especialmente os mais vulneráveis.

Reflexão Ética:
A liberdade de expressão e o direito à manifestação devem ser exercidos de forma pacífica,
sem comprometer os direitos de outros cidadãos. A violência contradiz os princípios de
convivência harmoniosa e respeito mútuo.

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3.5.6. Perda de Vidas Humanas
As manifestações resultaram em mortes e ferimentos graves, tanto entre manifestantes quanto
entre forças de segurança. Esse cenário levanta questões éticas sobre o valor da vida humana e
a responsabilidade de todos os envolvidos em evitar tragédias.

Problemas Éticos e Morais:

✓ Uso excessivo de força: Em alguns casos, as autoridades foram acusadas de usar força
desproporcional para conter os protestos, violando o direito à vida e à integridade
física.
✓ Incitação à violência: Líderes políticos e sociais que incentivam acções violentas
durante manifestações também têm responsabilidade ética pelas consequências.

Reflexão Ética:
A proteção da vida humana deve ser prioridade absoluta em qualquer contexto. Tanto
manifestantes quanto autoridades têm o dever moral de evitar ações que coloquem vidas em
risco.

3.5.7. Manipulação e Desinformação

Durante as manifestações, houve relatos de manipulação política e disseminação de
informações falsas para mobilizar a população. Esse tipo de prática é eticamente condenável,
pois compromete a autonomia dos indivíduos e distorce a realidade.

Problemas Éticos e Morais:

✓ Manipulação de emoções: Líderes que exploram o descontentamento popular para
promover agendas pessoais ou partidárias violam princípios de honestidade e
transparência.
✓ Desinformação: A disseminação de notícias falsas agrava o conflito e dificulta a busca
por soluções pacíficas.

Reflexão Ética:
A ética na comunicação exige que informações sejam transmitidas de forma clara e verdadeira,
respeitando o direito dos cidadãos à informação confiável.

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3.5.8. Polarização e Intolerância
As manifestações também evidenciaram um aumento da polarização política e social, com
discursos de ódio e intolerância entre diferentes grupos. Esse comportamento é moralmente
problemático, pois mina os valores de respeito e coexistência pacífica.

Problemas Éticos e Morais:

✓ Discriminação: Discursos que promovem ódio ou exclusão violam princípios de
igualdade e dignidade humana.
✓ Fragmentação social: A polarização dificulta o diálogo e a construção de soluções
coletivas.
Reflexão Ética:
Uma sociedade ética deve promover o respeito às diferenças e o diálogo construtivo, evitando
divisões que enfraquecem a coesão social.

3.5.9. Responsabilidade das Autoridades

As autoridades têm um papel crucial na gestão de crises, mas também enfrentaram críticas
éticas durante as manifestações. A falta de diálogo e a repressão violenta são exemplos de
ações que comprometem a moralidade do Estado.

Problemas Éticos e Morais:

✓ Falta de transparência: A ausência de respostas claras sobre as alegações de fraude
eleitoral contribuiu para o descontentamento popular.
✓ Repressão: O uso de força excessiva contra manifestantes pacíficos viola princípios de
justiça e proporcionalidade.

Reflexão Ética:
O Estado tem a obrigação moral de agir com transparência e respeito aos direitos humanos,
buscando soluções pacíficas para os conflitos.

3.5.10. Impacto na Sociedade

As manifestações tiveram consequências graves para a sociedade moçambicana, incluindo
prejuízos econômicos, aumento da insegurança e deterioração das relações sociais. Esses
impactos levantam questões éticas sobre a responsabilidade coletiva em momentos de crise.

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Problemas Éticos e Morais:
✓ Prejuízo aos mais vulneráveis: A destruição de serviços públicos afeta principalmente os
grupos mais pobres e marginalizados.
✓ Desconfiança nas instituições: A crise pós-eleitoral enfraqueceu a confiança da
população nas instituições democráticas.

Reflexão Ética:
A ética social exige que todos os atores envolvidos busquem minimizar os impactos negativos
de suas ações, promovendo o bem-estar coletivo.

3.6. Causas que determinaram o agir humano durante as manifestacoes

O comportamento humano na sociedade moçambicana é moldado por uma combinação de
factores históricos, culturais, sociais, econômicos e políticos. Esses factores interagem de
maneira complexa, influenciando as acções, atitudes e decisões dos indivíduos e grupos.

3.6.1. Factores Históricos

Moçambique possui um passado marcado por colonização, luta pela independência e conflitos
armados, como a guerra civil que durou 16 anos. Esses eventos históricos deixaram marcas
profundas na sociedade, influenciando o comportamento humano de várias formas (Fonseca
& Fonseca, 2016):
✓ Legado da colonização: A desigualdade social e econômica herdada do período colonial
ainda afeta a forma como os moçambicanos interagem e percebem as estruturas de
poder.
✓ Traumas da guerra civil: A violência e a instabilidade política criaram desconfiança
entre grupos sociais e uma cultura de sobrevivência que, muitas vezes, prioriza
interesses individuais sobre o coletivo.

3.6.2. Factores Culturais

A diversidade cultural de Moçambique, com mais de 20 grupos étnicos e línguas, é uma
riqueza que também influencia o comportamento humano. No entanto, algumas práticas
culturais podem gerar desafios:
✓ Valorização da comunidade: Em muitas regiões, o coletivo é priorizado sobre o
individual, promovendo solidariedade, mas também podendo limitar a autonomia

13
 pessoal.
✓ Tradições e costumes: Algumas práticas tradicionais, como cerimônias e rituais,
moldam o comportamento social, mas podem entrar em conflito com valores
modernos ou universais.

3.6.3. Factores Sociais

As condições sociais em Moçambique desempenham um papel significativo no agir humano:
✓ Educação limitada: A falta de acesso à educação de qualidade em algumas áreas
contribui para a perpetuação de comportamentos baseados em desinformação ou
preconceitos.
✓ Desigualdade social: A disparidade entre ricos e pobres cria tensões e pode levar a
comportamentos como protestos ou actos de violência.

3.6.4. Factores Econômicos

A economia moçambicana enfrenta desafios como pobreza, desemprego e dependência de
recursos naturais. Esses factores influenciam diretamente o comportamento humano (Rede,
2011).:
✓ Busca por sobrevivência: Em situações de pobreza extrema, as pessoas podem adotar
comportamentos que priorizam a sobrevivência, mesmo que isso implique em acções
antiéticas.
✓ Desemprego: A falta de oportunidades econômicas pode levar ao aumento da
criminalidade e da informalidade.

3.6.5. Factores Políticos

O ambiente político em Moçambique também molda o comportamento humano:
✓ Desconfiança nas instituições: Alegações de corrupção e falta de transparência geram
descontentamento e manifestações populares.
✓ Polarização política: A divisão entre partidos e grupos políticos pode intensificar
conflitos e influenciar o comportamento das massas.

3.6.6. Factores Psicológicos

Os factores psicológicos individuais e coletivos também são determinantes:
✓ Traumas e estresse: Experiências de violência ou instabilidade podem levar a
comportamentos impulsivos ou agressivos.
✓ Influência de líderes: Líderes comunitários ou políticos têm um papel importante na
modelagem do comportamento coletivo, seja para o bem ou para o mal.

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4. CONLUSÃO
Durante a abordagem do tema vimos que as manifestações que ocorreram em Moçambique
após as eleições presidenciais de 2024 são um reflexo das tensões acumuladas ao longo de
décadas de desafios políticos, econômicos e sociais. Elas evidenciam a necessidade urgente de
reformas estruturais que fortaleçam a democracia, promovam a justiça social e garantam a
participação efetiva de todos os cidadãos nos processos de tomada de decisão. A crise pós-
eleitoral revelou não apenas a insatisfação popular com o sistema político, mas também a
fragilidade das instituições em lidar com conflitos de maneira pacífica e eficaz.

A análise desse período conturbado destaca a importância de um diálogo inclusivo entre

governo, oposição e sociedade civil como caminho para a reconciliação nacional. É
fundamental que as lideranças políticas assumam a responsabilidade de promover a
transparência, combater a corrupção e implementar políticas que atendam às necessidades da
população. Da mesma forma, os cidadãos têm o dever de exercer seus direitos de forma
pacífica e respeitosa, contribuindo para a construção de uma sociedade mais ética e solidária.

Além disso, as manifestações ressaltam a importância de se investir em educação cívica e na

conscientização sobre os direitos e deveres de cada indivíduo em uma democracia. Apenas
por meio de um esforço coletivo será possível superar as divisões e construir um futuro em
que os conflitos sejam resolvidos por meio do diálogo e da cooperação, e não pela violência.

Em última análise, as manifestações pós-eleitorais em Moçambique são um lembrete

poderoso de que a democracia é um processo contínuo, que exige vigilância, participação e
compromisso de todas as partes envolvidas. Elas oferecem uma oportunidade para o país
refletir sobre suas prioridades e trabalhar em direção a um modelo de governança que seja
verdadeiramente inclusivo e representativo. O caminho para a estabilidade e o progresso pode
ser desafiador, mas é também uma oportunidade para Moçambique reafirmar seu
compromisso com os valores democráticos e com o bem-estar de sua população.

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5. REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Dall`Agnol, D. (2009). Direito do cidadão. (s/ed.). Florianópolis, Brasil: UFSC.

Ferraz, C. A. (2014).Manifestações. Rio de Janeiro, Brasil: CRB.

Fonseca, J. J. S. & Fonseca, S. M. H. P. (2016). Ética. (s/ed.). Sobral, Brasil: INTA.

Gonçalves et al. (2016). O estado. (s/ed.). Brasilia, Processus: ISBN.

Rede, S. P. (2011). Formação Docente: Ética. (s/ed.). São Paulo, Brasil: SEESP.

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