Diretiva Recipientes de Pressão
Diretiva Recipientes de Pressão
87
DIRECTIVA DO CONSELHO
de 25 de Junho de 1987
relativa à aproximação das legislações dos Estados-membros respeitantes aos recipientes sob
pressão simples
( 87 / 404 / CEE )
0 ) JO n ? C 89 de 15 . 4 . 1986 , p . 2 .
( 2 ) JO n ? C 190 de 20 . 7 . 1987 .
( 3 ) JO n ? C 328 de 22 . 12 . 1986 , p . 20 . («) JO n ? L 109 de 26 . 4 . 1983 , p . 8 .
8 . 8 . 87 Jornal Oficial das Comunidades Europeias N? L 220/ 49
Considerando que a presença da marca CE num recipiente — recipientes destinados especificamente para utilização
sob pressão simples leva a presumir que este se encontra em nuclear , e cuja avaria possa causar emissão de radio
conformidade com a presente directiva e torna , por conse actividade ,
guinte , inútil , aquando da importação e utilização , a repe — extintores de incêndio .
tição dos controlos já efectuados ; que todavia , pode acon
tecer que recipientes sob pressão simples comprometam a
segurança ; que é conveniente , portanto , prever um proce
dimento destinado a atenuar este perigo , Artigo 2°
Âmbito de aplicação, comercialização e livre circulação 2 . As disposições da presente directiva não afectam o
direito dos Estados-membros de especificarem — na devida
observância do Tratado — as condições que consideram
Artigo 1 ? necessárias para assegurar a protecção dos trabalhadores
durante a utilização dos recipientes, desde que tal não
1 . A presente directiva aplica-se a recipientes simples sob implique a alteração dos referidos recipientes em moldes
pressão fabricados em série . não especificados na presente directiva .
Artigo 6°
Tendo em conta o parecer do Comité , a Comissão notifi 1 . Antes da construção dos recipientes, cujo produto de
cará aos Estados-membros se as normas em causa devem PS . V seja superior a 20 bar . L , fabricados :
ou não ser retiradas das publicações referidas no n9 1 do a ) Em conformidade com as normas referidas no n9 1 do
artigo 5 ? artigo 59 , o fabricante , ou o seu mandatário estabeleci
do na Comunidade, deve , à sua escolha :
— ou informar desse fabrico um organismo de con
Artigo 7 trolo aprovado , referido no artigo 99 , que estabele
cerá , com base na documentação técnica referida no
1 . Sempre que em Estado-membro verifique que recipien ponto 3 do Anexo II , um certificado de conformida
tes providos da marca « CE » e utilizados em conformidade de dessa documentação ,
com o fim a que se destinam correm o risco de comprome — ou apresentar um modelo do recipiente ao exame
ter a segurança das pessoas , dos animais domésticos ou dos « CE » de tipo referido no artigo 109 ;
bens, tomará todas as medidas necessárias para retirar os
produtos do mercado , proibir ou restringir a sua comerci b ) Sem respeitar , ou respeitando apenas em parte, as
alização . normas referidas no n9 1 do artigo 59 , o fabricante, ou
o seu mandatário estabelecido na Comunidade, deve
O Estado-membro informará imediatamente a Comissão apresentar um modelo do recipiente ao exame « CE » de
dessa medida e indicará as razões da sua decisão e , em tipo referido no artigo 109
especial , se a não conformidade resulta :
a) Da não observância das exigências essenciais referidas
2 . Os recipientes fabricados em conformidade com as
normas referidas no n9 1 do artigo 59 ou com o modelo
no artigo 39 , quando o recipiente não corresponder às
normas referidas no n9 1 do artigo 59 , aprovado serão submetidos, antes da sua colocação no
mercado :
b ) De uma má aplicação das normas referidas no n9 1 do
artigo 59 , a ) Quando o produto de PS por V for superior a 3 000
bar . L , à verificação CE referida no artigo 119 ;
c) De uma lacuna das próprias normas referidas no n9 1
do artigo 59 b ) Quando o produto de PS . V for inferior ou igual a
3 000 bar . L e superior e 20 bar. L , à escolha do
fabricante :
2 . A Comissão consultará as partes interessados tão
rapidamente quanto possível . Se , após essas consultas , a — ou à declaração de conformidade « CE » referida no
artigo 129 ,
Comissão verificar que se justifica a actuação referida no
n9 1 , dá-lo-á a conhecer imediatamente ao Estado-membro — ou à verificação « CE » referida no artigo 119
que tomou a iniciativa bem como aos outros Estados
-membros . Quando a decisão referida no n9 1 for motivada 3 . A documentação e a correspondência relativas aos
por uma lacuna das normas , a Comissão , após consulta das procedimentos de certificação referidos nos n?s 1 e 2 serão
partes interessadas , apresentará o assunto ao Comité num redigidas numa língua oficial do Estado-membro em que o
prazo de dois meses , se o Estado-membro que tiver tomado organismo aprovado estiver estabelecido , ou numa língua
as medidas pretender mantê-las , e iniciará os procedimen por ele aceite .
tos referidos no artigo 69
gados de efectuar os procedimentos de certificação referi 4 . Se o modelo corresponder às disposiçoes que lhe dizem
dos nos n<?s 1 e 2 do artigo 8 ? Para efeitos de informação, a respeito , o organismo emitirá um certificado « CE » de tipo,
comissão publicará no Jornal Oficial das Comunidades que será notificado ao requerente. Esse certificado reprodu
Europeias a lista desses organismos , bem como o respecti zirá as conclusões do exame, indicará as condições que
vo número distintivo por ela atribuído , e assegurará a sua eventualmente o acompanhem e compreenderá as descri
actualização . ções e desenhos necessários para identificar o modelo
aprovado .
2 . O Anexo III contém os critérios mínimos que devem ser
respeitados pelos Estados-membros para a aprovação des A Comissão , os outros organismos aprovados e os outros
ses organismos.
Estados-membros podem obter cópias do certificado e, a
pedido fundamentado , cópias da documentação técnica de
3 . Um Estado-membro que tenha aprovado um organis fabrico e dos relatórios dos exames e ensaios efectuados .
mo deve retirar essa aprovação se verificar que o organismo
já não satisfaz os critérios enumerados no Anexo III . Desse
facto informará imediatamente a Comissão e os outros 5 . O organismo que recusar emitir um certificado « CE »
Estados-membros . de tipo informará desse facto os outros organismos aprova
dos . O organismo que retirar um certificado « CE » de tipo
informará desse facto o Estado-membro que o tiver apro
vado . Este Estado-membro informará desse facto os outros
Estados-membros e a Comissão , expondo os motivos dessa
Exame « CE » de tipo decisão .
Artigo 10 ?
sobre provetas retirados , à escolha do fabricante , de um c) O compromisso de levar a cabo os exames e ensaios em
talão testemunho de produção ou de um recipiente , a fim conformidade como registo de controlo referido na
de controlar a qualidade das soldaduras . Os ensaios serão alínea b ) e de fazer um ensaio hidráulico ou, mediante o
efectuados sobre as soldaduras longitudinais . Todavia , acordo do Estado-membro, um ensaio pneumático, a
quando for utilizado um método de soldadura diferente uma pressão de ensaio igual a 1,5 vezes a pressão de
para as soldaduras longitudinais e para as circulares , esses cálculo sobre cada recipiente fabricado .
ensaios serão repetidos nas soldaduras circulares .
Esses exames e ensaios devem ser efectuados sob a
responsabilidade de pessoal qualificado e suficiente
Para os recipientes referidos no ponto 2.1.2 do Anexo I , os mente independente em relação aos serviços encarrega
ensaios sobre provetas serão substituídos por um ensaio dos da produção , e ser objecto de um relatório ;
hidráulico efectuado em cinco recipientes tirados ao acaso
de cada lote, a fim de verificar a sua conformidade com o d ) O endereço dos locais de fabrico e de entreposto, bem
disposto no ponto 2.1.2 do Anexo 1 . como a data de início do fabrico .
Artigo 15 ? Artigo 17 ?
Quando se verificar que a marca « CE » foi aposta indevida Qualquer decisão tomada em aplicação da presente direc
mente em recipientes : tiva que restrinja a comercializaço e / ou a colocação em
serviço de um recipiente deve ser fundamentada com preci
— não conformes com o modelo aprovado , são . Essa decisão será comunicada ao interessado o mais
— conformes com um modelo aprovado que não corres rapidamente possível , com a indicação das vias de recurso
ponde às exigências essenciais referidas no artigo 3° , previstas na legislação em vigor nesse Estado-membro e
dos prazos dentro dos quais devem ser interpostos os
— não conformes , quanto aos recipientes referidos no recursos .
n9 1 , alínea a ), do artigo 8 ?, com as normas referidas
no n9 1 do artigo 59 que lhes dizem respeito ,
Artigo 18 ?
— para os quais o fabricante não respeite as obrigações
que lhe incumbem por força do artigo 139 , 1 . Os Estados-membros adoptarão e publicarão , antes de
1 de Janeiro de 1990 , as disposições legislativas, regula
mentares e administrativas necessárias para darem cumpri
o organismo encarregado da vigilância « CE » deve comuni mento à presente directiva . Do facto informarão imediata
car o facto ao Estado-membro competente e , se for caso mente a Comissão .
disso , retirar o certificado « CE » de tipo .
Os Estados-membros aplicarão essas disposições a partir de
1 de Julho de 1990 .
2. Os Estados-membros comunicarão à Comissão o texto
Artigo 16 ? das disposições de direito interno que adoptarem no
domínio regulado pela presente directiva .
1 . A marca « CE », bem como as inscrições previstas no
ponto 1 do Anexo II devem ser apostas de modo visível , Artigo 19 ?
legível e indelével no recipiente ou numa placa sinalética
fixada de modo inamovível sobre o recipiente. Os Estados-membros são os destinatários da presente
directiva .
O Presidente
2. E proibido apor nos recipientes marcas ou inscrições
susceptíveis de criar confusões com a marca « CE » . H. DE CROO
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ANEXO I
1. MATERIAIS
Os materiais devem ser seleccionados de acordo com a utilização prevista para os recipientes e em
conformidade com os pontos 1.1 a 1.4 .
Quanto aos recipientes de aço , devem também satisfazer as exigências estabelecidas no ponto 1.1.1 , e
quanto aos recipientes de alumínio ou ligas de alumínio as estabelecidas no ponto 1.1.2 .
Os materiais devem ser acompanhados por um relatório de controlo , tal como descrito no Anexo II ,
emitido pelo produtor dos materiais .
Estes acessórios (parafusos , porcas, . . . ) devem ser fabricados quer num material especificado em 1.1
quer outros tipos de aço , alumínio ou ligas de alumínio apropriadas e compatíveis com os materiais
utilizados no fabrico das partes submetidas a pressão .
Estes últimos materiais devem ter , à temperatura mínima de serviço , um alongamento após ruptura e
uma tenacidade adequados .
Todas as partes dos recipientes não submetidas a pressão , montadas por soldadura , devem ser de
materiais compatíveis com o dos elementos aos quais estão soldadas .
Contudo , caso seja adoptada uma temperatura mínima de serviço superior a - 10° C , as características
exigidas dos materiais devem ser satisfeitas a - 10° C.
— os recipientes devem estar adequadamente protegidos contra a corrosão , tendo em conta o fim a que
se destinam ;
As juntas circulares e longitudinais devem ser realizadas com soldaduras de penetração total ou
soldaduras de eficácia equivalente . Os fundos copados que não sejam hemisféricos devem ter um bordo
cilíndrico .
Se o produto de PS e de V não for superior a 3 000 bar . L , o fabricante deve escolher um dos métodos
descritos em 2.1.1 e 2.1.2 para determinar a espessura das paredes no recipiente ; se o produto de PS e
de V for superior a 3. 000 bar . L ou se a temperatura máxima de serviço exceder 100° C , a espessura de
paredes deve ser determinada pelo método descrito em 2.1.1 .
A espessura efectiva das paredes da virola e dos fundos não deve , contudo , ser inferior a 2mm no caso
dos recipientes de aço e a 3 mm no caso dos recipientes de alumínio ou de liga de alumínio .
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A espessura mínima das partes submetidas a pressão deve ser calculada em função da intensidade das
tensões e das disposições seguintes :
— a pressão de cálculo a ter em conta não deve ser inferior à pressão máxima de serviço escolhida,
— a tensão geral de membrana admissível não deve ser superior ao mais baixo dos valores 0,6 RET ou
0,03 Rm . Para determinar o estado de tensão admissível , o fabricante deve utilizar os valores de RET
e Rm mínimos garantidos pelo fabricante do material .
Contudo , quando a parte cilíndrica do recipiente contiver uma ou várias soldaduras longitudinais feitas
por um processo de soldadura não automática , a espessura , calculada de acordo com as regras acima
indicadas , deve ser multiplicada pelo coeficiente 1,15 .
3. PROCESSOS DE FABRICO
Os recipientes devem ser fabricados e sujeitos a controlos de produção de acordo com a documentação
técnica de fabrico referida no n ? 3 do Anexo II .
ANEXO II
1. MARCA CE E INSCRIÇÕES
O recipiente ou a placa sinalética deve exibir a marca CE prevista no artigo 169 e, pelo menos, as
seguintes inscrições :
— a pressão máxima de serviço PS em bar
— a temperatura máxima de serviço Tmax em °C
— a temperatura mínima de serviço Tmin em °C
— a capacidade do recipiente V em 1
— o nome ou a marca do fabricante
Quando for utilizada uma placa sinalética , esta deve ser concebida de maneira a não poder voltar a ser
utilizada e deve incluir um espaço livre a fim de possibilitar a inscrição de outros dados.
2. INSTRUÇÕES
A documentação técnica de fabrico deve incluir uma descrição das técnicas a actividades de carácter
operacional a utilizar para satisfazer as exigências essenciais referidas no artigo 3 ? ou nas normas
referidas no n ? 1 do artigo 5° e , nomeadamente :
b ) As instruções ;
Quando forem utilizados os procedimentos previstos nos artigos 119 a 149 , esta documentação deve
incluir ainda :
ii ) O relatório de controlo dos materiais utilizados para o fabrico dos componentes e juntas que
contribuem para a resistência do recipiente de pressão ;
iii ) Um relatório dos exames e ensaios efectuados ou a descrição dos controlos previstos .
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4. DEFINIÇÕES E SÍMBOLOS
4.1 . Definições
a ) A pressão do cálculo « P » é a pressão manométrica escolhida pelo fabricante e utilizada para
determinar a espessura das partes submetidas a pressão ;
b ) A pressão máxima de serviço « PS » é a pressão manométrica máxima que pode ser exercida nas
condições normais de utilização ;
c) A temperatura mínima de serviço « Tmin » é a temperatura estabilizada mais baixa da parede do
recipiente nas condições normais de utilização ;
d) A temperatura máxima de serviço « Tmax » é a temperatura estabilizada mais elevada da parede do
recipiente nas condições normais de utilização ;
e) A tensão limite de elasticidade « REX » é o valor, à temperatura máxima de serviço Tmax :
— ou da tensão superior de cedência ReH, para uma material que apresente uma tensão inferior e
uma tensão superior de cedência ,
— ou da tensão limite convencional de elasticidade Rp0,2 ,
— ou da tensão limite convencional de elasticidade R„1,0 no caso de alumínio não ligado ;
f) Família de recipientes :
Fazem parte de uma mesma família os recipientes que apenas difiram do modelo pelo seu diâmetro ,
desde que não sejam excedidas as normas referidas nos pontos 2.1.1 e 2.1.2 do Anexo I , e / ou pelo
comprimento da sua parte cilíndrica , com os seguintes limites :
— quando o modelo for constituído , por uma ou várias vírolas , para além dos fundos , as variantes
devem incluir pelo menos um virola ,
— quando o modelo for constituído apenas por dois fundos copados, as variantes não devem
incluir vírolas .
As variações de comprimento que provoquem modificações das aberturas e / ou picagens devem ser
indicadas nos desenhos de cada variante ;
g ) Um lote de recipientes é constituído no máximo por 3 000 recipientes do mesmo tipo ;
h ) Existe fabrico em série , na acepção da presente directiva , se no decurso de um dado período , forem
fabricados , pelos mesmos processos de fabrico e em regime contínuo vários recipientes do mesmo
tipo que obedeçam a uma concepção comum ;
i ) Relatório de controlo : documento pelo qual o fabricante atesta que os produtos entregues estão em
conformidade com as especificações da encomenda e no qual apresenta os resultados dos ensaios de
inspecção de rotina efectuados em fábrica , em especial a composição química e as características
mecânicas , realizados em produtos resultantes de um processo de fabrico idêntico ao utilizado no
fabrico do produto fornecido , mas não necessariamente nos produtos entregues.
4.2 . Símbolos
ANEXO III
3 . O organismo de controlo deve dispor do pessoal e dos meios necessários para cumpir de forma adequada as
tarefas técnicas e administrativas ligadas à execução das verificações ; deve igualmente ter acesso ao material
necessário para as verificações excepcionais .
— a aptidão requerida para redigir os certificados , boletins e relatórios que constituem a materialização
dos controlos efectuados .
5 . Deve ser garantida a independência do pessoal encarregado dos controlos. A remuneração de cada
controlador não deve ser função nem do número de controlos que efectuar, nem dos resultados desses
controlos .
6 . O organismo de controlo deve subscrever um seguro de responsabilidade civil , excepto se essa responsabi
lidade for coberta pelo Estado com base no direito interno ou se os controlos forem efectuados directamente
pelo Estado-membro .
7 . O pessoal do organismo de controlo fica sujeito ao sigilo profissional relativamente a todas as informações
de que possa tomar conhecimento no exercício das suas funções (excepto em relação às autoridades
administrativas competentes do Estado onde exerce a sua actividade) no âmbito da presente directiva ou de
qualquer disposição de direito interno adoptada para efeitos da sua execução.