Avaliação Oral - Variação Linguística
Avaliação Oral - Variação Linguística
O nome do inseto pirilampo (vaga-lume) tem uma interessante certidão de nascimento. De repente, no fim
do século XVII, os poetas de Lisboa repararam que não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de ele ser
um manancial de metáforas, pois possuía um nome “indecoroso” que não podia ser “usado em papéis
sérios”: caga-lume. Foi então que o dicionarista Raphael Bluteau inventou a nova palavra, pirilampo, a partir
do grego pyr, significado “fogo”, e lampas, “candeia”.
FERREIRA, M.B. Caminhos do português: exposição comemorativa do Ano Europeu das Línguas.
Portugal: Biblioteca Nacional, 2001 (adaptado).
O texto descreve a mudança ocorrida na nomeação do inseto, por questões de tabu linguístico. Esse tabu diz
respeito à
(A) recuperação histórica do significado.
(B) ampliação do sentido de uma palavra.
(C) produção imprópria de poetas portugueses.
(D) denominação científica com base em termos gregos.
(E) restrição ao uso de um vocabulário pouco aceito socialmente.
Sítio Gerimum
Este é o meu lugar (...)
Meu Gerimum é com g
Você pode ter estranhado
Gerimum em abundância
Aqui era plantado
E com a letra g
Meu lugar foi registrado.
OLIVEIRA, H.D. Língua Portuguesa, n. 88, fev. 2013 (fragmento)
Nos versos de um menino de 12 anos, o emprego da palavra “Gerimum” grafada com a letra “g” tem por
objetivo
Até quando?
Percebe-se que o autor do texto optou por algumas escolhas linguísticas. Essas escolhas se deram devido
(A) ao caráter conativo, ou seja, de apelo que se formaliza por meio da linguagem conotativa.
(B) à influência dos meios tecnológicos, sobretudo da internet.
(C) ao uso reiterado de gírias, em consequência da sequência dialógica.
(D) à opção do autor pela linguagem coloquial.
(E) ao estreitamento da linguagem, que se apresenta concisa e enxuta.
VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM,
1997.
O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez
de pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é inadequado, pois
(A) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
(B) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
(C) gera inadequação na concordância com o verbo.
(D) gera ambiguidade na leitura do texto.
(E) apresenta dupla marcação de sujeito.
TEXTO I
Entrevistadora – eu vou conversar aqui com a professora A. D. … o português então não é uma língua
difícil?
Professora – olha se você parte do princípio… que a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não se
você se apaixona pela língua que você… já domina que você já fala ao chegar na escola se o teu professor
cativa você a ler obras da literatura… obras da/ dos meios de comunicação… se você tem acesso a
revistas… é… a livros didáticos… a… livros de literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola
transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
TEXTO II
Entrevistadora – Vou conversar com a professora A. D. O português é uma língua difícil?
Professora – Não, se você parte do princípio que a língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar
à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias, e se tem acesso a
revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as
aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001
(adaptado).
O Texto I é a transcrição de uma entrevista concedida por uma professora de português a um programa de
rádio. O Texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses textos
(A) conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser
considerada exemplar.
(B) sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico.
(C) a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas
produzidas pelos falantes
(D) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é prejudicial a
um sistema linguístico.
(E) um conjunto de variedade linguísticas, dentre as quais a variante padrão deve ser sempre usada, em
qualquer contexto de comunicação.
QUESTÃO 09: O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático
nos textos abaixo:
TEXTO I
Pronominais
TEXTO II
“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita
quando se deseja reproduzir a fala dos personagens [...]”.
(CEGALLA, Domingos Paschoal).
Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:
QUESTÃO 10: Contudo, a divergência está no fato de existirem pessoas que possuem um grau de
escolaridade mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um determinado modo de falar
como o “correto”, não levando em consideração essas variações que ocorrem na língua. Porém, o senso
linguístico diz que não há variação superior à outra, e isso acontece pelo “fato de no Brasil o português ser a
língua da imensa maioria da população não implica automaticamente que esse português seja um bloco
compacto coeso e homogêneo”. (BAGNO, 1999, p. 18)
GABARITO:
01: B 06: A
02: E 07: E
03: E 08: A
04: D 09: A
05: B 10: C