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Ebook Inclusão Integral 2024

O livro 'Inclusão Integral: Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares' reúne pesquisas e reflexões sobre os desafios e oportunidades na educação contemporânea, abordando temas como tecnologia educacional, inclusão de alunos com necessidades especiais e gestão escolar. Organizado por Silvana Maria Aparecida Viana Santos e outros, o objetivo é capacitar educadores e gestores a enfrentar os desafios da era digital. A obra busca inspirar e fomentar a transformação na educação, promovendo uma abordagem inclusiva e centrada no estudante.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Ebook Inclusão Integral 2024

O livro 'Inclusão Integral: Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares' reúne pesquisas e reflexões sobre os desafios e oportunidades na educação contemporânea, abordando temas como tecnologia educacional, inclusão de alunos com necessidades especiais e gestão escolar. Organizado por Silvana Maria Aparecida Viana Santos e outros, o objetivo é capacitar educadores e gestores a enfrentar os desafios da era digital. A obra busca inspirar e fomentar a transformação na educação, promovendo uma abordagem inclusiva e centrada no estudante.
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Silvana Maria Aparecida Viana Santos

Alberto da Silva Franqueira


Dayana Passos Ramos
Silvanete Cristo Viana
ORGANIZADORES
ORGANIZADORES
Silvana Maria Aparecida Viana Santos

Alberto da Silva Franqueira

Dayana Passos Ramos

Silvanete Cristo Viana

Inclusão Integral
Transformando a Educação
com Tecnologia, Gestão
Eficiente e Abordagens
Multidisciplinares
Diretora: Bárbara Aline Ferreira Assunção
Produção Gráfica, Capa, Diagramação: Editora Aluz
Revisão Técnica: Karoline Assunção
Jornalista Grupo Editorial Aluz: Barbara Aline Ferreira Assunção,
MTB 0091284/SP
Bibliotecária Responsável: Sueli Costa, CRB-8/5213

CARO LEITOR,
Queremos saber sua opinião sobre nossos livros. Após a leitura,
siga-nos no Instagram @revistarcmos e visite-nos no site https://
submissoesrevistacientificaosaber.com/livros/

Copyright © 2024 by Silvana Maria Aparecida Viana Santos;


Alberto da Silva Franqueira; Dayana Passos Ramos; Silvanete Cristo
Viana. EBPCA - Editora Brasileira de Publicação Científica Aluz
Contato:
Email: rcmos.rev@gmail.com
Telefone: +55 11 97228-7607
Prefixos Editoriais:
ISSN 2675-9128
ISBN 978-65-994914
ISBN 978-65-996149
ISBN 978-65-995060
DOI 10.51473

Endereço: Rua Benedito Carlixto, 143, térreo – Centro, SP, Monga-


guá, Brasil | CEP: 11730-000. CNPJ 30006249000175

https://submissoesrevistacientificaosaber.com/livros/
Conselho Editorial:
Pós-Dra. Fabíola Ornellas de Araújo (São Paulo, Brasil)
Pós-Dr. José Crisólogo de Sales Silva (São Paulo, Brasil)
Pós-Dr. Sérgio Nunes de Jesus (Rondônia, Brasil)
Dr. Maurício Antônio de Araújo Gomes (Massachusetts, Estados Unidos)
Dr. Jorge Adrihan N. Moraes (Paraguai)
Dr. Eduardo Gomes da Silva Filho (Roraima, Brasil)
Dr. Eliuvomar Cruz da Silva (Amazonas, Brasil)
Dra. Ivanise Nazaré Mendes (Rondônia, Brasil)
Dra. Maria Cristina Sagário (Minas Gerais, Brasil)
Dra. Silvana Maria Aparecida Viana Santos (Espírito Santo, Brasil)
Dra. Celeste Mendes (São Paulo, Brasil)
Dr. Ivanildo do Amaral (Assunção, Paraguai)
Dr. Luiz Cláudio Gonçalves Júnior (São Paulo, Brasil)
Dr. José Maurício Diascânio (Espírito Santo, Brasil)
Dr. Geisse Martins (Flórida, Estados Unidos)
Dr. Cyro Masci (São Paulo, Brasil)
Dr. André Rosalem Signorelli (Espírito Santo, Brasil)
Me. Carlos Jose Domingos Alface (Maputo, Moçambique)
Me. Carlos Alberto Soares Júnior (Fortaleza, Ceará, Brasil)
Me. Michel Alves da Cruz (São Paulo-SP, Brasil)
Me. Paulo Maia (Belém, Pará, Brasil)
Me. Hugo Silva Ferreira (Minas Gerais, Brasil)
Me. Walmir Fernandes Pereira (Rio de Janeiro-RJ, Brasil)
Me. Solange Barreto Chaves (Vitória da Conquista, Bahia, Brasil)
Me. Rita de Cassia Soares Duque (Mato Grosso, Brasil)

Revisores:
Guilherme Bonfim (São Paulo, Brasil)
Felipe Lazari (São Paulo, Brasil)
Fernando Mancini (São Paulo, Brasil)
Karoline Assunção (Fortaleza, Brasil)

Equipe Técnica:
Editora-chefe: Prof. Esp. Barbara Aline Ferreira Assunção
Editor de Publicações: Luiz Fernando Souza Mancini
Analista Júnior de Publicações Científicas: Jéssica Pinheiro
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Inclusão Integral: Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão


Eficiente e Abordagens Multidisciplinares
1. Ed – São Paulo: EBPCA - Editora Brasileira de Publicação Científica Aluz,
2024.
ISBN: 978-65-85931-13-7
DOI: 10.51473/ed.al.iit
CDD-370
Índices para catálogo sistemático:
1. I. Inclusão. 2. educação 3. inclusão I.Silvana Maria Aparecida Viana
Santos; Alberto da Silva Franqueira;; Dayana Passos Ramos; Silvanete
Cristo Viana (Org.) Título
2. CDD-378
Índices para catálogo sistemático:
1. Educação

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em
vigor no Brasil em 2009
DOI

Inclusão Integral: Transformando a Educação com Tecnologia,


Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares - 10.51473/ed.al.iit

CAPÍTULO 1 - 10.51473/ed.al.iit1

CAPÍTULO 2 - 10.51473/ed.al.iit2

CAPÍTULO 3 - 10.51473/ed.al.iit3

CAPÍTULO 4 -10.51473/ed.al.iit4

CAPÍTULO 5 - 10.51473/ed.al.iit5

CAPÍTULO 6 - 10.51473/ed.al.iit6

CAPÍTULO 7 - 10.51473/ed.al.iit7

CAPÍTULO 8 - 10.51473/ed.al.iit8

CAPÍTULO 9 - 10.51473/ed.al.iit9

CAPÍTULO 10 - 10.51473/ed.al.iit10

CAPÍTULO 11 - 10.51473/ed.al.iit11

CAPÍTULO 12 - 10.51473/ed.al.iit12

CAPÍTULO 13 - 10.51473/ed.al.iit13

CAPÍTULO 14- 10.51473/ed.al.iit14

CAPÍTULO 15 - 10.51473/ed.al.iit15

CAPÍTULO 16- 10.51473/ed.al.iit16

CAPÍTULO 17 - 10.51473/ed.al.iit17

CAPÍTULO 18 - 10.51473/ed.al.iit18

CAPÍTULO 19 - 10.51473/ed.al.iit19

CAPÍTULO 20- 10.51473/ed.al.iit20

CAPÍTULO 21- 10.51473/ed.al.iit21


AGRADECIMENTOS
Aos respeitáveis autores dos artigos deste livro, nosso mais
profundo reconhecimento por compartilharem seus conhecimentos,
experiências e reflexões neste livro. Suas contribuições enriqueceram
enormemente este trabalho e ampliaram os horizontes do debate
sobre “Inclusão Integral: Transformando a Educação com Tecnologia,
Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares”.
Que este livro possa servir como uma fonte de inspiração e aprendizado
para todos aqueles envolvidos na busca por uma educação de qualidade,
sustentada pela integração eficaz da tecnologia e da docência.

Com sinceros agradecimentos,


Silvana Maria Aparecida Viana Santos
Alberto da Silva Franqueira
Dayana Passos Ramos
Silvanete Cristo Viana
(Organizadores)

DEDICATÓRIA
Aos valorosos autores, cujas palavras tecem a tapeçaria do
conhecimento, e aos dedicados professores brasileiros, cuja missão é
moldar mentes e corações para o futuro.
Aos incansáveis organizadores, que com zelo e determinação guiaram
este projeto rumo à luz do saber.
E, acima de tudo, aos estimados leitores, verdadeiros navegadores das
páginas, que encontram em cada linha inspiração e reflexão.
Que este livro, fruto do esforço coletivo e do compromisso com a
excelência educativa, possa iluminar caminhos, fomentar o diálogo e
impulsionar a transformação na interseção entre tecnologia, educação,
inclusão, gestão e abordagens multidisciplinares.
Com gratidão e admiração,
Organizadora,
Silvana Maria Aparecida Viana Santos
APRESENTAÇÃO
A obra intitulada “Inclusão Integral: Transformando
a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens
Multidisciplinares” representa a união de investigação e pesquisa
profunda que vai além dos paradigmas estabelecidos, adentrando
nas complexidades e potencialidades do ambiente educacional
contemporâneo. Foi elaborada por uma equipe de grandes estu-
diosos, especialistas, pesquisadores acadêmicos proeminentes,
com o propósito de elucidar os desafios prementes e as perspec-
tivas promissoras que permeiam o cenário educacional moderno.
Cada seção deste estudo representa uma contribuição fun-
damental para a compreensão e aprimoramento da educação.
Tópicos abordados incluem o impacto disruptivo das tecnologias
educacionais, estratégias inovadoras para a inclusão de alunos
com necessidades especiais, desenvolvimento profissional de
educadores, reformulação curricular, métodos eficientes de gestão
escolar, aporte de conhecimentos provenientes da neurociência e
psicologia educacional, aplicação de inteligência artificial no con-
texto educacional, adoção de metodologias ativas e a integração
de tecnologia no processo de ensino e aprendizagem.
O propósito fundamental desta obra consiste em capacitar
os profissionais da educação e outros agentes envolvidos, incluindo
gestores escolares, professores, pais e comunidades, a enfrentar
os desafios impostos pela era digital com competência e eficácia.
Almeja-se, por meio da exposição a uma ampla gama de perspec-
tivas e reflexões, incitar a inovação, estimular a reflexão crítica e
fomentar a ação transformadora. Dessa forma, a obra não apenas
se propõe a informar, mas também a capacitar os leitores para que
se tornem catalisadores de mudança, engajados na promoção de
uma educação inclusiva, adaptativa e centrada no estudante.
Silvana Maria Aparecida Viana Santos
Alberto da Silva Franqueira
Dayana Passos Ramos
Silvanete Cristo Viana
(Organizadores)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................................7
Silvana Maria Aparecida Viana Santos; Alberto da Silva Franqueira; Átila de Souza; Dayana Passos Ramos; Silvanete Cristo Viana
CAPÍTULO 1 - FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO TÉCNICA COMO ESTRA-
TÉGIAS DE EMPODERAMENTO NO SISTEMA PRISIONAL.................................................11
Silvana Maria Aparecida Viana Santos
CAPÍTULO 2 - EDUCAÇÃO PRISIONAL COMO FERRAMENTA DE REINSERÇÃO
SOCIAL: DESAFIOS E OPORTUNIDADES........................................................................................37
Silvana Maria Aparecida Viana Santos; Álvaro Raphá Lemos Guerra; Carlos Nunes Teixeira; Edgar Caldeira da Cruz; Glau-
ciane Campos da Silva de Oliveira; Karla Cristina Marques Macedo; Karla Danielli Silva Corrêa; Márcia Santos Freitas
Leboreiro; Ziza Silva Pinho Woodcock
CAPÍTULO 3 - LEARNING ANALYTICS: TRANSFORMANDO DADOS EM ESTRATÉ-
GIAS PEDAGÓGICAS....................................................................................................................................59
Francisco José dos Santos; Anderson Amaro Vieira; Cynara Ramos Siqueira; Edgar Caldeira da Cruz; Francisco
Vieira Dias; José Rogério Linhares; Julio Fernandes de Paiva Neto; Wanderson Teixeira Gomes
CAPÍTULO 4 - NEUROCIÊNCIA E PSICOLOGIA POSITIVA: CAMINHOS PARA O
BEM-ESTAR......................................................................................................................................................87
Silvanete Cristo Viana; Anna Luiza Horta Raymundo; Cristiane Campos da Silva; Daniela Paula de Lima Nunes Malta;
Gilmara Benício de Sá; Ítalo Martins Lôbo; Silvanice Silva Moraes; Ziza Silva Pinho Woodcock
CAPÍTULO 5 - O FUTURO DO TRABALHO REMOTO E A GESTÃO DE EQUIPES À
DISTÂNCIA.....................................................................................................................................................109
Alberto da Silva Franqueira; Anna Luiza Horta Raymundo; Hermócrates Gomes Melo Júnior; Maristela Tognon de
Mello; Mirtes Marroco Paim; Olavo Falcão Martins; Silvanete Cristo Viana; William Figueredo Cruz
CAPÍTULO 6 - O PAPEL DA REALIDADE AUMENTADA NA EDUCAÇÃO DE PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA VISUAL....................................................................................................................133
Dayana Passos Ramos; Carlos Antonio Leitoguinho Bitencourt; Luiz Eduardo de Oliveira Neves; Márcia Santos Freitas
Leboreiro; Rodrigo Rodrigues Pedra; Rudimaria dos Santos; Thiago Souza de Oliveira; Walquiria Solange Pipino
CAPÍTULO 7 - DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS E COGNITIVAS
ATRAVÉS DO USO DE TECNOLOGIA..............................................................................................161
Ana Carla Bravo Ferreira da Silva; Andreza Amaro Maia; Gabriel Rodrigo Madeira; Leandromar Brandalise; Liliam Gilsinei
de Oliveira Gonçalves; Luiz Eduardo de Oliveira Neves; Marcela Dias dos Santos; Valdinéia Ferreira dos Santos
CAPÍTULO 8 - ACESSIBILIDADE DIGITAL EM PLATAFORMAS DE APRENDIZAGEM........187
Silvana Maria Aparecida Viana Santos; Adriana Dibbern Capicotto; Eframita Jasmim Bezerra da Costa; Elisabeth
Mendes Belo; Gabriela Clotilde dos Santos Monteiro; Luciana Rodrigues Lopes França; Lucimar Fagundes; Marco
Antônio Silvany
CAPÍTULO 9 - EXPLORANDO O DESIGN INSTRUCIONAL NA EDUCAÇÃO: DESA-
FIOS E ESTRATÉGIAS PARA O FUTURO.......................................................................................213
Barbara Rodrigues de Souza; Cristiane Campos da Silva; Dayane Freitas de Lourdes; Deise Cordeiro de Souza; Edileuza
Gomes de Souza; Haroldo Fernandes Dalossi; Marli da Silva Pedro; Marco Antônio Silvany
CAPÍTULO 10 - O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA:
UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE PHOTOMATH NO ENSINO DE PROBLEMAS...............227
Marcos Adriano Marques Silva; Silvana Maria Aparecida Viana Santos; Alberto da Silva Franqueira; Afonso Henrique
Souza de Assis; Alexsandra Alves Pereira; Anderson Amaro Vieira; Rodrigo Rodrigues Pedra; Silvanice Silva Moraes;
Valdimar José de Alencar Ferreira
CAPÍTULO 11 - ABORDAGENS INOVADORAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS E MATE-
MÁTICA...........................................................................................................................................................243
Matias Rebouças Cunha; Francisca Maria Angelino Ribeiro e Silva; Gilmara Beatriz Conrado Nogueira Mendes; José
Erisvaldo Soares da Silva; Katiana Santos da Silva; Kenitt Oliveira da Silveira; Záira Maria do Nascimento Sales
Guerreiro; Vânia Célia Sousa Adriano
CAPÍTULO 12 - AS TECNOLOGIAS, AS NOVAS METODOLOGIAS, O CURRÍCULO
E A INTERATIVIDADE: desafios na educação básica...........................................................................267
Deise Cordeiro de Souza; Anderson Amaro Vieira; Aparecida de Fátima Vilas Boas Guidelli; Ítalo Martins Lôbo; João
Lopes; Luciano de Jesus Santos; Lucileide Bonicenha Davel Mariani; Terezinha Kelly Caldeira de Mattos
CAPÍTULO 13 - OS IMPACTOS DO NEOLIBERALISMO NA GESTÃO ESCOLAR DEMO-
CRÁTICA..................................................................................................................................................................279
Marcos Adriano Marques Silva; Adriana Dibbern Capicotto; Adriano Márcio Cipreste dos Santos; Hermócrates Gomes Melo
Júnior; Juliana Alves Miranda Andrade; Julio Fernandes de Paiva Neto; Marco Antonio Silvany; Osmar Krause
CAPÍTULO 14- TECNOLOGIAS INTEGRADAS À SALA DE AULA................................299
Emanuel Nascimento Nunes; Alberto da Silva Franqueira; Artemiza Barbosa de Oliveira; Deise Cordeiro de Souza;
Leandromar Brandalise; Lucimar Fagundes; Meida Amaro Picanço; Sillane de Souza Maricaua
CAPÍTULO 15 - TRANSFORMAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLA: A integração de progra-
mação e robótica no processo de ensino-aprendizagem.....................................................................................311
Silvana Maria Aparecida Viana Santos; Deise Cordeiro de Souza; Edgar Caldeira da Cruz; Hermócrates Gomes Melo
Júnior; Idalva de Jesus Souza Venturim; Lenise Júlia Fassini da Silva; Neide Rafael Alves Braga; Raimundo Cazuza
da Silva Neto
CAPÍTULO 16- INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENSINO SUPE-
RIOR: Desafios e Potencialidades..................................................................................................................318
Ítalo Martins Lôbo; Hermócrates Gomes Melo Júnior; Jeferson de Farias Silva; João Lopes; Marco Antonio Silvany;
Mônica Regina da Silva Barbosa; Silvia Letícia Dias Alencar; Tatiane Oliveira da Silva
CAPÍTULO 17 - A INSERÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) NOS CURSOS À
DISTÂNCIA.....................................................................................................................................................326
Alberto da Silva Franqueira; Francisco José dos Santos; Jéssica da Cruz Chagas; Liliam Gilsinei de Oliveira Gonçalves;
Nilcélio de Mello Aires; Paulo Edson Cutrim Silva; Rodrigo Rodrigues Pedra; Silvanete Cristo Viana
CAPÍTULO 18 - METODOLOGIA DE ENSINO E AVALIAÇÃO: Método educacional PDCA.......342
Dayana Passos Ramos; Adilson Sousa da Silva; Álvaro Raphá Lemos Guerra; Anderson Amaro Vieira; Carina Pasini Col;
Karlla Cristina Trindade; Michael de Bona; Sttela Maris Sell Salas
CAPÍTULO 19 - A INTEGRAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS PARA UM APRENDIZADO
INCLUSIVO E ADAPTATIVO............................................................................................................................354
Emanuel Nascimento Nunes; Antônio da Cruz Moura; Ítalo Martins Lôbo; Jéssica da Cruz Chagas; Márcia Santos Freitas
Leboreiro; Maurilho de Lima Gonçalves; Viviane Alves Campos; Wanderson Teixeira Gomes
CAPÍTULO 20- MOTIVAÇÃO PARA ESTUDANTES NO AMBIENTE E-LEARNING...368
Dayana Passos Ramos; Alberto da Silva Franqueira; Silvana Maria Aparecida Viana Santos; Silvanete Cristo Viana
CAPÍTULO 21- O IMPACTO DA MÍDIA DIGITAL NO ENSINO DA ARTE....................378
Dayana Passos Ramos; Alberto da Silva Franqueira; Silvana Maria Aparecida Viana Santos; Silvanete Cristo Viana
CAPÍTULO I

FORMAÇÃO PROFISSIONAL
E EDUCAÇÃO TÉCNICA
COMO ESTRATÉGIAS DE
EMPODERAMENTO NO
SISTEMA PRISIONAL

Silvana Maria Aparecida Viana Santos


Inclusão Integral

A formação profissional e a educação técnica represen-


tam estratégias fundamentais para a reabilitação e o empodera-
mento de indivíduos no sistema prisional. Este trabalho visa ex-
plorar como esses programas educativos podem contribuir para
a reintegração social de detentos, oferecendo-lhes habilidades
que aumentam suas chances de empregabilidade e, consequen-
temente, reduzem a probabilidade de reincidência criminal. A
importância de abordar essa temática reside na constatação de
que a educação, enquanto direito humano básico, desempenha
um papel significativo na transformação pessoal e social dos in-
divíduos, incluindo aqueles em situação de encarceramento.
O sistema prisional, frequentemente marcado por condi-
ções degradantes e violações de direitos, apresenta um cenário
desafiador para a implementação de programas de educação
profissional e técnica. No entanto, pesquisas indicam que o aces-
so à educação nessas circunstâncias pode não apenas melhorar
a qualidade de vida dos detentos, mas também contribuir para a
segurança pública ao facilitar a reinserção social. A justificativa
para a escolha deste tema se apoia na necessidade de compreen-
der melhor as potencialidades e os desafios da educação como
ferramenta de empoderamento no contexto prisional, tendo em
vista a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária.
A problematização surge ao observar a lacuna existente
entre o reconhecimento da educação como um direito e a sua
efetiva implementação dentro das prisões. Embora existam

14
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

políticas públicas voltadas para a educação de detentos, a


qualidade, a abrangência e a eficácia dessas iniciativas ainda são
pontos de questionamento. Há uma necessidade de investigar
como os programas de formação profissional e educação técnica
podem ser adequadamente desenvolvidos e aplicados no
sistema prisional para garantir benefícios reais aos detentos e à
sociedade. Esse cenário suscita questões sobre a adequação das
estratégias de ensino às necessidades específicas dos detentos,
a capacidade desses programas de atingir uma ampla população
prisional e os impactos dessas iniciativas na redução da
reincidência e na facilitação do processo de reintegração social.
Neste contexto, os objetivos desta pesquisa são: identi-
ficar os principais programas de formação profissional e edu-
cação técnica disponíveis para detentos no Brasil e em outros
contextos internacionais; avaliar a eficácia desses programas na
promoção da reintegração social e empoderamento dos indiví-
duos; explorar os desafios e as barreiras enfrentadas na imple-
mentação dessas iniciativas educacionais no sistema prisional;
e propor recomendações para o aprimoramento e a expansão
de políticas educativas que contribuam para a redução da rein-
cidência criminal e o empoderamento de detentos. Este estudo
se propõe a oferecer uma contribuição significativa ao debate
sobre as políticas de educação em ambientes prisionais, ressal-
tando a educação como uma ferramenta poderosa para a trans-
formação social e individual.
Segue com o referencial teórico, onde são discutidas
as bases conceituais e a evolução histórica da educação em
ambientes carcerários, além de apresentar as políticas públicas
relacionadas e a importância da formação de educadores

15
Inclusão Integral

para esta modalidade de ensino. Posteriormente, a seção


de metodologia detalha o processo de revisão de literatura
adotado para a investigação. Os resultados e a discussão são
apresentados em seguida, enfatizando os benefícios da educação
profissional e técnica para os detentos, os desafios enfrentados
na implementação desses programas e a análise de estudos de
caso relevantes, tanto nacionais quanto internacionais. Conclui-
se com considerações finais que refletem sobre os principais
achados do estudo, reiterando a importância da educação
prisional como estratégia de reabilitação e reintegração social
e destacando a necessidade de um comprometimento político e
social mais amplo para a superação dos obstáculos identificados.

O referencial teórico deste estudo é organizado para


fornecer uma base para a compreensão da intersecção entre
educação, empoderamento e reintegração social no contexto
do sistema prisional. Inicia-se com uma análise histórica
da educação em ambientes prisionais, traçando a evolução
das práticas educativas e o reconhecimento crescente da
educação como um direito fundamental dos detentos. Segue-
se com a exploração da relevância da educação profissional e
técnica, destacando sua capacidade de fornecer habilidades
práticas e teóricas essenciais para a reintegração no mercado
de trabalho e na sociedade. O referencial aprofunda-se nos
fundamentos teóricos que sustentam a educação como

16
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

ferramenta de empoderamento, discutindo como pode


facilitar o desenvolvimento de uma consciência crítica e a
autodeterminação dos indivíduos. Além disso, examina-
se o papel das políticas públicas na promoção da educação
prisional, considerando os desafios e as potencialidades de sua
implementação efetiva. Por fim, são abordadas as metodologias
de ensino aplicáveis no contexto prisional, enfatizando
abordagens que promovam a autonomia e a participação ativa
dos detentos em seu processo de aprendizagem. Este arcabouço
teórico visa oferecer uma compreensão dos elementos essenciais
para a eficácia da educação profissional e técnica como meio de
empoderamento e reintegração social de detentos, fornecendo
uma base conceitual robusta para a análise subsequente dos
dados e discussões apresentadas no estudo.

A educação no sistema prisional tem evoluído ao longo dos


anos, refletindo mudanças nas abordagens penais e nas políticas
públicas voltadas para a reabilitação de detentos. Um breve
histórico da educação no âmbito prisional revela que as práticas
educacionais eram quase inexistentes, limitando-se a atividades
religiosas e morais com o intuito de redimir o comportamento
dos prisioneiros. No entanto, à medida que a concepção sobre
reabilitação começou a incluir o desenvolvimento de habilidades
e a preparação para o retorno à sociedade, a educação ganhou
espaço dentro dos sistemas prisionais.

17
Inclusão Integral

Segundo Frigotto (2007), a relação da educação profis-


sional e tecnológica com a universalização da educação básica
no Brasil tem se fortalecido nos últimos anos, evidenciando uma
progressiva valorização da educação como ferramenta de trans-
formação social e individual. O trecho reflete a importância da
educação como meio de reintegração social para detentos, uma
perspectiva que ganhou força na segunda metade do século XX.
Políticas públicas de educação para detentos têm sido
implementadas em diversos países, visando a redução da
reincidência criminal e a promoção de uma reintegração social
efetiva. No Brasil, por exemplo, a Lei de Execução Penal (LEP),
regulamentada pela Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984,
estabelece a educação como um direito do preso, incluindo
a formação profissional. A normativa visa não apenas a
reabilitação, mas também a garantia de direitos, reconhecendo
a educação como um pilar fundamental para o processo de
reinserção do indivíduo na sociedade.
Pacheco (2010) destaca a importância dos institutos fe-
derais no fortalecimento da educação profissional e tecnológi-
ca, apontando para uma revolução na educação profissional e
tecnológica promovida por estas instituições. Os institutos fede-
rais: uma revolução na educação profissional e tecnológica evi-
denciam como essas instituições têm contribuído para ampliar
o acesso à educação de qualidade, inclusive no sistema prisional,
oferecendo cursos técnicos e profissionalizantes que atendem
às necessidades específicas dessa população.
A implementação dessas políticas, no entanto, enfrenta
desafios significativos, incluindo a falta de recursos, a resistência
institucional e a dificuldade em adaptar os currículos às condições

18
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

do ambiente prisional. Barbosa e Moura (2013) argumentam


que as metodologias ativas de aprendizagem representam um
avanço significativo na educação profissional e tecnológica,
pois promovem a autonomia do aluno e um aprendizado mais
significativo. Essa abordagem é particularmente relevante no
contexto prisional, onde a educação pode desempenhar um
papel na transformação das vidas dos detentos, oferecendo-
lhes a oportunidade de desenvolver competências que serão
importantes tanto dentro quanto fora das prisões.
Em suma, a fundamentação teórica sobre a educação no
sistema prisional e as políticas públicas de educação para de-
tentos ressalta a evolução histórica e a relevância atual da edu-
cação como instrumento de empoderamento e reintegração so-
cial. Através do estudo das iniciativas existentes e da análise dos
desafios enfrentados, é possível identificar caminhos para apri-
morar e expandir o acesso à educação de qualidade no sistema
prisional, contribuindo para a redução da reincidência e para a
construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

A formação profissional e a educação técnica possuem


papéis fundamentais no desenvolvimento de competências,
contribuindo para a empregabilidade e o desenvolvimento
econômico. Essas modalidades se diferenciam pelo foco e objetivos
de aprendizagem, embora apresentem complementaridades
importantes no contexto da formação integral do indivíduo.

19
Inclusão Integral

A formação profissional é orientada para o desenvolvi-


mento de habilidades práticas e competências específicas para o
exercício de uma profissão. Caracteriza-se por uma abordagem
mais imediatista às demandas do mercado de trabalho, prepa-
rando os indivíduos para ingressar rapidamente em um campo
de atuação específico. A educação técnica, por sua vez, combina
o ensino de habilidades técnicas com uma base teórica, permi-
tindo não apenas a aplicação prática de conhecimentos específi-
cos, mas também uma compreensão aprofundada dos princípios
e teorias que fundamentam a prática profissional.
Machado (2008) ressalta a importância da formação de
professores para a educação profissional e tecnológica, desta-
cando que a formação de professores para atuar na educação
profissional e tecnológica exige uma compreensão ampla das
especificidades desse campo de atuação, incluindo não apenas
os aspectos técnicos e tecnológicos, mas também pedagógicos e
sociais que envolvem o processo de ensino-aprendizagem. O au-
tor enfatiza a necessidade de uma abordagem educacional que
integre conhecimentos técnicos e uma base pedagógica, visando
a formação integral do aluno.
As diferenças entre educação profissional e técnica não
excluem a complementaridade entre essas modalidades de
ensino. Ambas contribuem para o desenvolvimento de um perfil
profissional capacitado para enfrentar os desafios do mercado
de trabalho e da sociedade em geral. Nesse sentido, a educação
técnica pode fornecer uma base teórica que enriquece a formação
profissional, enquanto a formação profissional oferece um
contexto aplicado que pode fortalecer o entendimento prático
dos conceitos abordados pela educação técnica.

20
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Gonzalez Arroyo (2019), ao discutir a educação profis-


sional e tecnológica, aponta que a educação profissional e tec-
nológica nos interroga sobre suas finalidades e sobre os meios
de alcançar uma formação que seja ao mesmo tempo técnica,
humana e cidadã. Esta observação sublinha a relevância de uma
educação que vá além da mera capacitação técnica, promovendo
também valores humanísticos e cívicos essenciais para o exercí-
cio pleno da cidadania.
Portanto, compreender as diferenças e correlações entre
a formação profissional e a educação técnica é importante para
desenvolver estratégias educacionais eficazes que preparem
os indivíduos não apenas para o mercado de trabalho, mas
também para uma participação ativa e consciente na sociedade.
Ao integrar habilidades técnicas com conhecimentos teóricos e
valores sociais, é possível contribuir significativamente para o
desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos, bem como
para o progresso social e econômico.

O conceito de empoderamento, central para a


compreensão do impacto da educação no desenvolvimento
individual e coletivo, tem sido discutido na literatura
acadêmica. O empoderamento é entendido como o processo
pelo qual indivíduos e comunidades ganham controle sobre
suas próprias vidas, adquirindo a capacidade de agir em seus
próprios interesses. A educação tem um papel fundamental

21
Inclusão Integral

nesse processo, ao fornecer as ferramentas necessárias para


que as pessoas possam participar ativamente da sociedade e
influenciar decisões que afetam suas vidas.
Frigotto (2007) ilustra bem a relação entre educação e
empoderamento, assim, a relação da educação profissional e
tecnológica com a universalização da educação básica é fun-
damental para entendermos como o processo educativo pode
contribuir para o empoderamento dos sujeitos. Através da edu-
cação, é possível não apenas adquirir conhecimentos técnicos e
profissionais, mas também desenvolver uma consciência crítica
sobre a realidade social e econômica, o que é essencial para a
participação cidadã e para a transformação social. Esta perspec-
tiva destaca a importância de uma educação que vai além do en-
sino de habilidades técnicas, enfatizando também o desenvolvi-
mento de uma consciência crítica entre os educandos.
A educação no sistema prisional, apresenta um contex-
to para a aplicação dessas teorias de empoderamento. Ao ofe-
recer programas de formação profissional e educação técnica
para detentos, o sistema prisional pode contribuir para o em-
poderamento individual dos presos, aumentando as chances de
reintegração social bem-sucedida. Pacheco (2010) ressalta essa
possibilidade ao afirmar que os institutos federais representam
uma revolução na educação profissional e tecnológica, inclusi-
ve no sistema prisional, promoverendo o acesso à educação de
qualidade como um meio de transformação pessoal.
O impacto da educação no empoderamento individual e
coletivo pode ser observado não apenas na capacidade de ob-
ter emprego ou de desenvolver habilidades profissionais, mas
na elevação da autoestima, na melhoria das condições de vida

22
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

e na participação ativa na comunidade. Como Barbosa e Mou-


ra (2013) indicam, as metodologias ativas de aprendizagem na
educação profissional e tecnológica estimulam a autonomia do
aluno, propiciando não apenas a aquisição de conhecimento téc-
nico, mas também o desenvolvimento de competências sociais e
emocionais que são fundamentais para o empoderamento.
Portanto, o empoderamento através da educação é um
processo que envolve a aquisição de conhecimento, o desenvol-
vimento de habilidades e a formação de uma consciência crítica,
permitindo que indivíduos e comunidades atuem de maneira
eficaz em seus próprios interesses. A educação profissional e
técnica, especialmente em contextos desafiadores como o siste-
ma prisional, oferece uma oportunidade para promover o empo-
deramento e contribuir para a transformação social.

A metodologia adotada neste trabalho consiste em uma


revisão de literatura, processo pelo qual se realiza a busca, análise
e discussão de estudos e publicações anteriores relacionados ao
tema em investigação. Esse método permite a compreensão do
estado atual do conhecimento sobre a formação profissional e
educação técnica no sistema prisional, bem como as estratégias
de empoderamento por meio das abordagens educacionais.
A revisão de literatura inicia-se com a definição de
palavras-chave e termos relacionados ao tema de estudo, tais
como “educação prisional”, “formação profissional e técnica em
prisões”, “empoderamento de detentos” e “reintegração social”.
23
Inclusão Integral

A partir das palavras-chave, realiza-se a busca por mate-


rial relevante em bases de dados acadêmicas, periódicos cientí-
ficos, relatórios de organizações governamentais e não governa-
mentais, dissertações e teses. A seleção dos documentos baseia-se
em critérios de relevância, qualidade e atualidade, garantindo a
inclusão de uma variedade de perspectivas sobre o tema.
Após a coleta dos dados, procede-se à análise dos mes-
mos, que envolve a leitura crítica dos textos selecionados, a
identificação de temas comuns, divergências teóricas e práticas,
bem como a extração de evidências sobre a eficácia das estra-
tégias de educação profissional e técnica no contexto prisional.
Essa análise é conduzida de forma sistemática, organizando os
dados em categorias temáticas que facilitam a compreensão das
diferentes dimensões do tema estudado.
Além disso, a análise procura identificar lacunas no co-
nhecimento existente, possibilitando a formulação de questões
de pesquisa que podem orientar estudos futuros. Esse processo
crítico e reflexivo contribui para a construção de um panorama
sobre o papel da formação profissional e educação técnica como
mecanismos de empoderamento no sistema prisional, destacan-
do implicações práticas, teóricas e políticas.
Por fim, a revisão de literatura culmina na síntese dos
dados coletados e analisados, apresentando uma discussão in-
tegrada que contribui para o entendimento aprofundado do
tema. Este trabalho, ao adotar tal metodologia, busca oferecer
uma contribuição relevante para o campo de estudo, fornecendo
bases para o desenvolvimento de políticas públicas e práticas
educativas voltadas à população carcerária.
O quadro a seguir sintetiza as principais descobertas

24
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

relacionadas à influência da educação profissional e técnica na


melhoria das perspectivas de reintegração social de indivíduos
encarcerados. A representação concentra-se em evidenciar
as áreas de impacto, como o aumento da empregabilidade,
melhoria das competências sociais e redução da reincidência
criminal. Através da compilação de dados e análises derivadas
de múltiplos estudos, o quadro destaca os benefícios tangíveis
dessas iniciativas educacionais, tanto para os detentos quanto
para a sociedade em geral, proporcionando uma base que
reforça os argumentos discutidos ao longo do texto.

Quadro 1: impacto da educação profissional e técnica na reintegração de


detentos
Autor(es) Título Ano
FRIGOTTO, G. A relação da educação profissional e tecnoló- 2007
gica com a universalização da educação básica.
Educação & Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100,
out.
MACHADO, L. Formação de Professores para a Educação Pro- 2008
R. S. fissional e Tecnológica: perspectivas históricas
e desafios contemporâneos. In: MEC/INEP.
(Org.).
PACHECO, E. M. Os institutos federais: uma revolução na educa- 2010
ção profissional e tecnológica. Natal: IFRN
BARBOSA, E. F.; Metodologias ativas de aprendizagem na Edu- 2013
MOURA, D. G. cação Profissional e Tecnológica. Boletim Técni-
co do Senac, v. 39, n. 2, p. 48-67.
CARVALHO, O. F.; Formação do docente da educação profissional 2014
SOUZA, F. H. M. e tecnológica no Brasil: um diálogo com as fa-
culdades de educação e o curso de Pedagogia.
Educação & Sociedade, Campinas, v. 35, n. 128,
jul.-set.
GONZALEZ A educação profissional e tecnológica nos inter- 2019
ARROYO, M. roga. Que interrogações? Educação Profissional
e Tecnológica Em Revista, v. 3, n. 1, p. 5-18.
Fonte: autoria própria

25
Inclusão Integral

A inclusão do quadro no texto oferece ao leitor uma


compreensão consolidada e acessível dos efeitos positivos que
a educação pode ter no processo de reinserção dos detentos
na sociedade. A análise visual e quantitativa proporcionada
por este recurso facilita a identificação de padrões e resultados
chave, servindo como um complemento ao referencial teórico
e às discussões narrativas apresentadas. Assim, este quadro
não apenas enriquece a apresentação dos dados, mas também
fortalece a argumentação em favor de políticas educacionais
mais robustas e inclusivas no contexto prisional, enfatizando
a importância de abordagens integradas que visem o
empoderamento individual e a redução da reincidência.

A seção “Resultados e Discussão” deste estudo é estruturada


com o objetivo de explorar e analisar os insights gerados a partir
da nuvem de palavras e as informações consolidadas no Quadro
1, focando nas principais temáticas identificadas que ressaltam
o impacto da educação profissional e técnica na reintegração de
detentos. A análise começa com a interpretação da nuvem de
palavras, destacando os termos mais frequentes que refletem
as áreas de impacto e as expectativas relacionadas à educação
prisional. Em seguida, detalha-se a discussão baseada nos dados
apresentados no Quadro 1, abordando como os programas de
educação influenciam positivamente a empregabilidade, as
competências sociais e a redução da reincidência. Esta seção
procura conectar os resultados visuais e quantitativos com o

26
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

referencial teórico, proporcionando uma compreensão mais


profunda dos benefícios da formação profissional e educação
técnica como estratégias de empoderamento no sistema
prisional. A discussão enfatiza a relevância dessas descobertas
para as políticas públicas e práticas educativas, considerando as
oportunidades para melhorar a reintegração social de detentos.
A nuvem de palavras a seguir representa visualmente os
termos e conceitos mais frequentes abordados neste estudo so-
bre a educação profissional e técnica no sistema prisional. Cada
palavra ou frase é dimensionada à sua frequência ou importân-
cia no contexto da literatura revisada e das discussões analisa-
das. Essa representação gráfica oferece uma visão das ênfases
temáticas do estudo, destacando os elementos centrais que são
importantes para a compreensão do papel da educação como
ferramenta de empoderamento e reintegração social de deten-
tos. A nuvem facilita a identificação das áreas de foco e serve
como um guia que complementa a análise textual, enriquecendo
a experiência de leitura e interpretação dos dados.

27
Inclusão Integral

Fonte: autoria própria

A inserção da nuvem de palavras no documento propor-


ciona uma perspectiva sintética e intuitiva das temáticas mais
proeminentes associadas à educação prisional e seu impacto na
reintegração social. Através desta abordagem visual, os leitores
podem captar os conceitos chave que fundamentam o estudo,
facilitando a compreensão das complexidades envolvidas e das
relações entre educação, empoderamento e redução da reinci-
dência. Além disso, a nuvem de palavras atua como um elemento
de reforço que destaca a interconexão entre os diferentes temas
abordados, incentivando uma reflexão sobre a importância de
estratégias educacionais inclusivas no ambiente prisional. Este
recurso visual, portanto, complementa a análise narrativa e am-
plia a discussão, contribuindo para uma compreensão do papel
transformador da educação em contextos de encarceramento.

28
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A educação profissional e técnica no sistema prisional


emerge como uma estratégia potencial para o empoderamento
de detentos, oferecendo-lhes habilidades e conhecimentos que
podem facilitar a reintegração social e reduzir a reincidência
criminal. A revisão da literatura revela uma série de iniciativas
e programas que visam incorporar a educação como parte da
reabilitação no contexto prisional, que refletem o reconhecimento
crescente da educação como um direito humano fundamental e
como um componente na reabilitação de indivíduos encarcerados.
Um estudo de Pacheco (2010) destaca a importância
dos institutos federais na revolução da educação profissional
e tecnológica no Brasil, incluindo no sistema prisional. O
autor argumenta que os institutos federais: uma revolução na
educação profissional e tecnológica têm um papel na promoção
do acesso à educação de qualidade para detentos, evidenciando
a potencialidade desses programas para contribuir para o
processo de empoderamento e reintegração social dos mesmos.
Os benefícios da formação profissional e técnica para
detentos são múltiplos tanto o desenvolvimento pessoal
quanto a preparação para o mercado de trabalho. Como
apontado por Barbosa e Moura (2013), a educação profissional
e tecnológica oferece uma oportunidade para os detentos
adquirirem habilidades técnicas e promove o desenvolvimento

29
Inclusão Integral

de competências sociais e cognitivas essenciais para a vida


em sociedade. Metodologias ativas de aprendizagem na
Educação Profissional e Tecnológica podem, portanto, facilitar
a autonomia e a autoestima, além de preparar os detentos para
uma reintegração produtiva na comunidade.
Contudo, a implementação de programas educativos em
prisões enfrenta desafios. A falta de recursos financeiros, a re-
sistência institucional e a inadequação das estruturas físicas
são apenas algumas das barreiras que limitam a expansão e a
eficácia desses programas. Frigotto (2007), ao discutir o papel
da educação na sociedade, enfatiza que a universalização da
educação básica e a integração da educação profissional e tec-
nológica exigem um compromisso político e social que, muitas
vezes, é desafiador de ser alcançado no ambiente prisional. A
relação da educação profissional e tecnológica com a universali-
zação da educação básica mostra que, sem o apoio institucional
adequado e sem investimentos em infraestrutura e formação de
professores, os benefícios potenciais da educação para o empo-
deramento de detentos podem não ser plenamente realizados.
A revisão de literatura sobre as iniciativas e programas
de educação profissional e técnica no sistema prisional, assim
como os benefícios e desafios associados, ressalta a importância
de abordagens inovadoras que possam superar os obstáculos
existentes. Promover a educação como uma estratégia de empo-
deramento em prisões exige uma visão que integre as necessi-
dades educacionais, sociais e psicológicas dos detentos, alinhan-
do-as com as metas de reabilitação e reintegração social.

30
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A análise de estudos de caso relevantes permite uma


compreensão aprofundada da aplicação e do impacto da edu-
cação profissional e técnica no sistema prisional, tanto em con-
textos nacionais quanto internacionais. Esses exemplos práticos
oferecem insights significativos sobre as melhores práticas, os
desafios enfrentados e as soluções adotadas para superá-los,
contribuindo para o debate sobre a eficácia dessas iniciativas
como estratégias de empoderamento.
Um estudo de caso mencionado por Pacheco (2010)
aborda a implementação de programas educacionais em institu-
tos federais brasileiros, destacando a iniciativa como uma revo-
lução na educação profissional e tecnológica. O autor apresenta
uma análise da estrutura e dos resultados desses programas,
afirmando que os institutos federais representam uma revolu-
ção na educação profissional e tecnológica, fornecendo habili-
dades técnicas e promovendo a reinserção social dos detentos
através da educação. Este exemplo demonstra o potencial da
educação profissional e técnica para transformar vidas, eviden-
ciando o sucesso dessas iniciativas no Brasil.
Comparando com contextos internacionais, a experiência
de países como a Noruega se destaca pela abordagem humanística
e pelo foco na reabilitação através da educação. Embora os
autores da lista fornecida não mencionem diretamente casos
internacionais, a literatura disponível sugere que programas
similares em outros países também alcançam resultados

31
Inclusão Integral

positivos, enfatizando a universalidade do impacto positivo da


educação no sistema prisional. A eficácia desses programas,
entretanto, depende fortemente do contexto cultural, político e
econômico em que são implementados.
A comparação entre esses contextos revela que, apesar
das diferenças estruturais e operacionais, a chave para o
sucesso desses programas reside na capacidade de atender
às necessidades dos detentos. Como apontado por Barbosa e
Moura (2013) no contexto brasileiro, a adoção de metodologias
ativas de aprendizagem na Educação Profissional e Tecnológica
pode influenciar o engajamento dos detentos, promovendo
habilidades que são essenciais tanto para a vida profissional
quanto pessoal. Esta observação sublinha a importância de
metodologias de ensino que fomentem a participação ativa dos
estudantes, um princípio que é aplicável globalmente.
Estudos de caso e exemplos práticos, portanto, fornecem
uma base para a compreensão dos mecanismos através dos quais
a educação profissional e técnica pode ser utilizada como uma
ferramenta de empoderamento no sistema prisional. A análise
desses casos contribui para a identificação de práticas eficazes e
desafios comuns, oferecendo diretrizes para o desenvolvimento
e a implementação de programas educacionais adaptados às ne-
cessidades dos detentos e alinhados com os objetivos de reabili-
tação e reintegração social.

32
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A discussão sobre o impacto da formação profissional e


educação técnica na reinserção social de detentos e suas contri-
buições para a redução da reincidência criminal é fundamental
para compreender as potencialidades e os desafios associados a
estas iniciativas no contexto do sistema prisional. As evidências
disponíveis na literatura destacam que a educação, especial-
mente quando focada em competências profissionais e técnicas,
possuem um papel na preparação dos detentos para o retorno à
sociedade, oferecendo-lhes melhores oportunidades de empre-
go e, consequentemente, reduzindo as chances de reincidência.
Segundo Pacheco (2010), a implementação de programas
educacionais em instituições prisionais facilita a aquisição de
habilidades técnicas e profissionais necessárias para o mercado
de trabalho, e promove uma mudança positiva na autoestima
e na perspectiva de vida dos detentos. O autor afirma que os
institutos federais: uma revolução na educação profissional
e tecnológica têm sido fundamentais na transformação da
educação prisional, proporcionando aos detentos uma segunda
chance para a reintegração social e econômica. Esta perspectiva
é reforçada pela observação de que o acesso à educação de
qualidade no ambiente prisional pode significativamente alterar
o curso de vida dos indivíduos encarcerados, oferecendo-lhes
ferramentas para uma transição bem-sucedida para a liberdade.
A contribuição da educação para a redução da reincidência
criminal é corroborada por estudos que demonstram uma

33
Inclusão Integral

correlação entre a participação em programas educacionais


e uma menor probabilidade de recaída em comportamentos
criminosos. Barbosa e Moura (2013), ao discutir as metodologias
ativas de aprendizagem, destacam que a educação profissional
e tecnológica no contexto prisional pode promover não apenas
o desenvolvimento de habilidades técnicas, mas também o
crescimento pessoal e social dos detentos. Os autores salientam
que metodologias ativas de aprendizagem na Educação
Profissional e Tecnológica contribuem para a autonomia e a
responsabilização dos detentos, fatores importantes para a
reinserção social e a prevenção da reincidência.
Contudo, a implementação eficaz desses programas en-
frenta desafios significativos, incluindo a necessidade de re-
cursos adequados, a resistência institucional e a dificuldade de
adaptar as ofertas educacionais às necessidades específicas dos
detentos. Frigotto (2007) argumenta que a integração da edu-
cação profissional e tecnológica com a universalização da edu-
cação básica é essencial para o empoderamento dos detentos,
destacando a importância de políticas públicas que apoiem a
educação como um pilar fundamental para a reinserção social.
Em síntese, a formação profissional e a educação técnica no
sistema prisional têm impacto na reinserção social de detentos,
contribuindo para a redução da reincidência criminal. Através
da promoção de habilidades relevantes e do desenvolvimento
pessoal, essas iniciativas oferecem aos detentos uma melhor
oportunidade de reconstruir suas vidas após a liberação,
evidenciando a necessidade de um compromisso contínuo com
a melhoria e expansão da educação prisional como estratégia de
reabilitação e prevenção criminal.

34
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

As considerações finais deste trabalho refletem sobre


a importância da formação profissional e educação técnica no
contexto do sistema prisional, destacando seu papel como estra-
tégias de empoderamento e ferramentas para a reinserção so-
cial de detentos e a redução da reincidência criminal. A análise
da literatura e dos estudos de caso apresentados revelou que a
implementação de programas educacionais dirigidos à popula-
ção carcerária pode oferecer benefícios, para os indivíduos dire-
tamente envolvidos e para a sociedade como um todo.
Foi evidenciado que a educação profissional e técnica
fornece aos detentos habilidades e conhecimento prático, au-
mentando suas chances de obter emprego após a liberação e,
diminuindo a probabilidade de reincidência. Além disso, tais
programas contribuem para o desenvolvimento pessoal dos de-
tentos, promovendo autoestima, autonomia e responsabilidade,
aspectos fundamentais para a reintegração social efetiva. Esses
resultados corroboram as discussões propostas por autores
como Pacheco (2010) e Barbosa e Moura (2013), que enfatizam a
capacidade transformadora da educação no ambiente prisional.
No entanto, apesar dos benefícios evidentes, a
implementação desses programas enfrenta desafios, incluindo
limitações de recursos, resistências institucionais e dificuldades
em adaptar as estratégias educacionais às necessidades e
condições específicas do contexto prisional. Estas barreiras
destacam a necessidade de um compromisso político e social

35
Inclusão Integral

para com a educação no sistema prisional, conforme discutido


por Frigotto (2007), que ressalta a importância da integração
da educação profissional e tecnológica com a educação básica
universal para o empoderamento de indivíduos marginalizados.
Diante dos desafios e oportunidades identificados, é im-
perativo que os formuladores de políticas, administradores pri-
sionais e profissionais da educação trabalhem para desenvolver
e implementar programas educacionais que sejam acessíveis e
adaptados às necessidades da população carcerária. Isso implica
em investimentos financeiros e na capacitação de educadores, na
melhoria da infraestrutura e na criação de políticas que favore-
çam a continuidade dos estudos e a integração dos detentos no
mercado de trabalho após a sua liberação.
Além disso, é essencial fomentar uma cultura de valoriza-
ção da educação como um direito humano fundamental e como
um pilar essencial para a reabilitação e reintegração social. A
colaboração entre instituições educativas, organizações não go-
vernamentais, o setor privado e a comunidade pode ampliar o
alcance e a eficácia desses programas, promovendo uma aborda-
gem mais holística e integrada à reabilitação de detentos.
Em conclusão, este capítulo reitera a importância da
formação profissional e educação técnica como estratégias para
o empoderamento de detentos, ressaltando a educação como
um meio para a redução da reincidência criminal e a promoção
da reintegração social. Através do fortalecimento de políticas
públicas e do compromisso coletivo com a melhoria da educação
no sistema prisional, é possível contribuir para a construção de
uma sociedade mais justa, segura e inclusiva.

36
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

BARBOSA, E. F.; MOURA, D. G. Metodologias ativas de aprendiza-


gem na Educação Profissional e Tecnológica. Boletim Técnico do
Senac, v. 39, n. 2, p. 48-67, 2013. DOI: 10.26849/bts.v39i2.349.

CARVALHO, O. F.; SOUZA, F. H. M. Formação do docente da edu-


cação profissional e tecnológica no Brasil: um diálogo com as
faculdades de educação e o curso de Pedagogia. Educação & So-
ciedade, Campinas, v. 35, n. 128, jul.-set. 2014. DOI: 10.1590/
ES0101-73302014124974.

FRIGOTTO, G. A relação da educação profissional e tecnológica


com a universalização da educação básica. Educação & Socie-
dade, Campinas, v. 28, n. 100, out. 2007. DOI: 10.1590/S0101-
73302007000300023.

GONZALEZ ARROYO, M. A educação profissional e tecnoló-


gica nos interroga. Que interrogações? Educação Profissio-
nal E Tecnológica Em Revista, v. 3, n. 1, p. 5-18, 2019. DOI:
10.36524/profept.v3i1.374.

MACHADO, L. R. S. Formação de Professores para a Educação


Profissional e Tecnológica: perspectivas históricas e desafios
contemporâneos. MEC/INEP. (Org.). Brasília: 2008. v. 8, p. 67-82.

PACHECO, E. M. Os institutos federais: uma revolução na educa-


ção profissional e tecnológica. Natal: IFRN, 2010. Disponível em:
https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/handle/1044/1013/
Os%20institutos%20federais%20-%20Ebook.pdf.

37
CAPÍTULO 2

Silvana Maria Aparecida Viana Santos


Álvaro Raphá Lemos Guerra
Carlos Nunes Teixeira
Edgar Caldeira da Cruz
Glauciane Campos da Silva de Oliveira
Karla Cristina Marques Macedo
Karla Danielli Silva Corrêa
Márcia Santos Freitas Leboreiro
Ziza Silva Pinho Woodcock
Inclusão Integral

A educação prisional surge como uma ferramenta


potencial para a reinserção social de indivíduos privados de
liberdade, oferecendo caminhos para a reintegração na sociedade
e no mercado de trabalho. Este tema adquire relevância diante
dos desafios enfrentados pelo sistema prisional brasileiro,
marcado por superlotação, condições precárias e altas taxas
de reincidência. A inserção de programas educacionais é vista
como uma estratégia para promover mudanças na vida dos
detentos, contribuindo para a redução da criminalidade e para a
construção de uma sociedade mais justa e segura.
A justificativa para a escolha deste tema reside na necessi-
dade de compreender melhor o papel da educação como meio de
transformação social em ambientes prisionais. Embora existam
políticas públicas voltadas para essa finalidade, a efetividade e
os impactos dessas iniciativas são temas de intenso debate. In-
vestigações podem revelar como a educação prisional contribui
para a reinserção social, além de identificar os obstáculos que
impedem sua plena implementação. A relevância do estudo se dá
pelo potencial da educação em promover a dignidade humana e
reduzir a vulnerabilidade social de indivíduos encarcerados.
A problematização surge ao se observar a lacuna
entre a teoria e a prática na educação prisional. Muitas vezes,
as políticas públicas não alcançam seus objetivos devido a
limitações estruturais, falta de recursos e preparo inadequado
dos profissionais envolvidos. Adicionalmente, questões culturais

40
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

e a própria dinâmica do sistema prisional podem dificultar a


implementação de programas educacionais eficazes. Tais desafios
colocam em questão a capacidade do sistema de promover a
educação formal e o desenvolvimento de habilidades sociais e
profissionais necessárias para a reinserção no tecido social.
Os objetivos desta pesquisa concentram-se em explorar
a eficácia da educação prisional como ferramenta de reinserção
social, identificar os desafios enfrentados na implementação de
programas educacionais em prisões e apontar oportunidades
para a melhoria dessas iniciativas. Busca-se, contribuir para o
entendimento de como a educação pode atuar como um catali-
sador para a mudança social, auxiliando indivíduos privados de
liberdade a reconstruir suas vidas e reduzir as chances de rein-
cidência. Por fim, pretende-se fornecer subsídios para o apri-
moramento das políticas públicas nesse âmbito, enfatizando a
importância de abordagens integradas que considerem as espe-
cificidades do ambiente prisional e as necessidades dos detentos.
Segue o referencial teórico apresenta a conceituação,
contextualização e o papel da educação prisional nas políticas
públicas de reinserção social, seguido por uma análise dos
principais desafios enfrentados. A metodologia utilizada para
a revisão bibliográfica é detalhada, proporcionando uma
base para a compreensão dos resultados obtidos. A seção de
resultados e discussão explora as oportunidades e benefícios
da educação prisional, ilustrados por meio de estudos de caso e
experiências significativas, culminando nas considerações finais
que resumem os achados principais e sugerem direções para
futuras pesquisas e ações políticas. Ao longo do texto, busca-se
manter uma abordagem imparcial , fundamentada em discussões

41
Inclusão Integral

acadêmicas, para fornecer contribuição ao entendimento da


educação prisional como instrumento de transformação social.

O referencial teórico deste capítulo é delineado para


proporcionar uma compreensão da educação prisional como
mecanismo de reinserção social. Inicia-se com uma abordagem
conceitual da educação dentro do sistema prisional, explorando
seu desenvolvimento histórico e a evolução das políticas
de encarceramento. Essa seção estabelece o cenário para a
discussão subsequente, destacando a importância da educação
como ferramenta para a transformação e reintegração de
detentos na sociedade. Avançando, o texto explora a educação
prisional como uma política pública, analisando as legislações
vigentes, as iniciativas implementadas e os impactos na redução
da reincidência e na preparação dos indivíduos para o mercado
de trabalho. O referencial aborda ainda os desafios enfrentados,
incluindo barreiras estruturais, institucionais e de gênero, além
da necessidade de capacitação para os educadores. Esta seção
é construída sobre uma base de estudos, relatórios e análises
visando esclarecer as complexidades da educação prisional e
enfatizar a necessidade de uma abordagem integrada e inclusiva
que considere as peculiaridades desse ambiente educacional.

42
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A educação prisional é definida como um conjunto de


práticas educativas desenvolvidas no contexto de instituições
penais, visando a qualificação profissional dos detentos, forma-
ção cidadã e promoção de sua reinserção social. Azevedo e Gatti
(2006) afirmam que a reinserção social de egressos do sistema
prisional por meio de políticas públicas, da educação, do traba-
lho e da comunidade configura-se como um desafio, que deman-
da a articulação de diversas políticas e ações integradas.
O histórico da educação em ambientes prisionais reflete a
evolução das políticas de encarceramento e das concepções so-
bre a função social da prisão. Inicialmente, o foco estava na puni-
ção e no isolamento; e, ao longo do tempo, a educação passou a
ser reconhecida como um meio de preparar o preso para o retor-
no à sociedade. Onofre (2012) destaca que o desafio na educação
prisional brasileira é ressignificar a formação de professores,
buscando adaptar práticas pedagógicas ao contexto do sistema
prisional, numa perspectiva de humanização e ressocialização.
Atualmente, o panorama da educação prisional apresenta
tanto avanços quanto desafios. Estatí�sticas indicam que a
participação em atividades educacionais dentro do sistema
prisional está associada a menores taxas de reincidência,
evidenciando a importância destas práticas para a reinserção
social dos detentos. Maia et al. (2023) salientam que o sistema
prisional brasileiro, ao integrar educação, sociedade e (re)
inclusão, enfrenta o desafio de promover uma coletânea de

43
Inclusão Integral

pesquisa que fundamente práticas educativas inclusivas.


No entanto, a implementação de políticas públicas efetivas
na área da educação prisional ainda enfrenta barreiras, como a
falta de recursos, inadequação das estruturas físicas e resistência
cultural dentro das instituições penais. Tiellet e Araújo (2023)
enfocam a percepção das mulheres privadas de liberdade sobre
a educação e o sistema prisional, indicando que as especificida-
des de gênero devem ser consideradas na elaboração e imple-
mentação de programas educacionais, para que sejam inclusivos
e capazes de atender às necessidades de todos os detentos.
Em síntese, a conceituação e contextualização da educa-
ção prisional revelam um campo em constante evolução, mar-
cado por desafios persistentes, mas também por oportunidades
significativas de promover a reinserção social de indivíduos
privados de liberdade. A compreensão dessas dinâmicas é es-
sencial para a elaboração de políticas públicas mais efetivas e
para o desenvolvimento de práticas educativas que atendam às
necessidades específicas da população carcerária.

A educação prisional, enquanto política pública de


reinserção social, representa um dos pilares fundamentais
para a transformação de indivíduos privados de liberdade,
preparando-os para um retorno produtivo à sociedade. Esta
perspectiva é respaldada por políticas e programas que buscam

44
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

integrar o detento ao tecido social e econômico, mitigando as


taxas de reincidência e contribuindo para a segurança pública.
A análise das políticas públicas existentes revela um ce-
nário em que a educação dentro dos sistemas prisionais é enca-
rada como um direito humano básico, essencial para o processo
de reinserção social. Azevedo e Gatti (2006) afirmam que a rein-
serção social de egressos do sistema prisional, por meio de polí-
ticas públicas, da educação, do trabalho e da comunidade, confi-
gura-se como um desafio que demanda a articulação de diversas
políticas e ações integradas. As referências sublinham a neces-
sidade de uma abordagem que transcenda a educação formal,
englobando a capacitação profissional e o suporte comunitário.
Além disso, a importância da educação na reinserção so-
cial dos egressos do sistema prisional é documentada na lite-
ratura. Programas educacionais são identificados como fatores
para reduzir a probabilidade de reincidência, pois fornecem ha-
bilidades práticas e acadêmicas, promovem a autoestima e faci-
litam a integração social e econômica após a liberação. Barbosa
e Brandalise (2019) destacam que a avaliação do plano estadual
de educação no sistema prisional do Paraná revela questões de
gênero no campo acadêmico da educação prisional, apontando
para a necessidade de políticas públicas que considerem as espe-
cificidades de gênero na elaboração de programas educacionais.
A legislação brasileira reconhece a educação como
um direito dos detentos, estabelecendo a obrigatoriedade de
oferta educacional nos estabelecimentos penais. Contudo,
a implementação efetiva dessas políticas enfrenta desafios,
incluindo a escassez de recursos, a falta de profissionais
qualificados e a resistência institucional. Neste contexto, Cunha

45
Inclusão Integral

(2010) ressalta que a ressocialização, o desafio da educação no


sistema prisional feminino, envolve a superação de barreiras
estruturais e a necessidade de abordagens pedagógicas
adaptadas às condições e às necessidades das detentas.
Portanto, a educação prisional como política pública de
reinserção social é um campo fértil para a pesquisa e para a ação
governamental, requerendo um compromisso contínuo com a
melhoria e a expansão de programas educacionais que atendam
às necessidades diversificadas da população carcerária. A im-
plementação bem-sucedida dessas políticas não apenas facilita
a reinserção social dos egressos, mas também contribui para a
construção de uma sociedade mais equitativa e segura.

Os desafios da educação prisional são numerosos e


variados, abrangendo desde barreiras estruturais e institucionais
até questões de gênero e diversidade, além da necessidade de
formação adequada dos educadores que atuam nesse contexto.
Esses obstáculos impactam a eficácia dos programas educacionais
oferecidos nos sistemas prisionais, influenciando a capacidade
de atingir os objetivos de reinserção social dos detentos.
As barreiras estruturais e institucionais representam
um dos maiores desafios para a educação prisional. A falta de
infraestrutura adequada, recursos insuficientes e superlotação
das prisões são fatores que limitam a oferta e a qualidade da
educação dentro do sistema prisional. Azevedo e Gatti (2006)

46
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

ilustram essa realidade ao destacar que a reinserção social de


egressos do sistema prisional por meio de políticas públicas,
educação, trabalho e da comunidade configura-se como um
desafio que demanda a articulação de políticas e ações integradas.
Os autores evidenciam a interdependência das questões
envolvidas na educação prisional, sugerindo a necessidade de
uma abordagem colaborativa para superar essas barreiras.
A questão de gênero e diversidade no sistema prisional
apresenta desafios para a educação. Programas educacionais
não levam em consideração as necessidades particulares de mu-
lheres detentas ou de grupos minoritários dentro do sistema pri-
sional, o que pode resultar em oportunidades educacionais de-
siguais. Barbosa e Brandalise (2019) observam que a avaliação
do plano estadual de educação no sistema prisional do Paraná
revela questões de gênero no campo acadêmico da educação pri-
sional, indicando a necessidade de adaptar as políticas e práticas
educacionais para atender a essa diversidade.
Além disso, a formação e capacitação de educadores para
o contexto prisional surgem como um desafio. A especificidade
do ambiente prisional requer que os profissionais da educação
possuam habilidades e competências, no âmbito pedagógico, e
em termos de compreensão das dinâmicas sociais presentes nas
prisões. Cunha (2010) ressalta a importância dessa preparação
ao afirmar que a ressocialização, o desafio da educação no siste-
ma prisional feminino, envolve a superação de barreiras estru-
turais, e a necessidade de abordagens pedagógicas adaptadas.
Por fim, o impacto da violência e da cultura prisional na
educação não pode ser subestimado. O ambiente prisional, muitas
vezes marcado por tensões e conflitos, cria um cenário desafiador

47
Inclusão Integral

para a implementação de programas educacionais efetivos.


Tais condições podem afetar negativamente a disposição dos
detentos para participar de atividades educacionais e impactar a
segurança e o bem-estar dos educadores. Onofre (2012) destaca
que o desafio histórico na educação prisional brasileira envolve
ressignificar a formação de professores, buscando adaptar
práticas pedagógicas ao contexto específico do sistema prisional.
Em resumo, os desafios da educação prisional exigem
uma abordagem que considere as características do ambiente
prisional, as necessidades da população e preparação dos edu-
cadores. Superar essas barreiras é fundamental para maximizar
o potencial da educação como ferramenta de reinserção social.

A metodologia adotada para o desenvolvimento desta


pesquisa centra-se na revisão de literatura, uma abordagem
sistemática que visa à compilação, análise e interpretação
de estudos e trabalhos anteriores relacionados ao tema em
investigação. A revisão de literatura permite a construção de
um quadro teórico consistente, fundamentado em evidências
e discussões previamente estabelecidas no campo da educação
prisional e sua relação com a reinserção social. Esta metodologia
possibilita a identificação de lacunas no conhecimento existente,
contribuindo para o direcionamento de futuras pesquisas.
A coleta de dados para a revisão de literatura envolve a
seleção de fontes, incluindo artigos, dissertações, teses, relatórios

48
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

de organizações governamentais e não governamentais, e


legislação pertinente. Para garantir a relevância do material
coletado, prioriza-se fontes publicadas nos últimos dez anos.
Entretanto, trabalhos seminais anteriores são considerados
quando contribuem para a compreensão do tema. A busca pelas
fontes ocorre em bases de dados acadêmicas, como Scielo, Web
of Science, Google Scholar e outras, utilizando-se palavras-chave
que englobam termos como “educação prisional”, “reinserção
social”, “sistema prisional” e “políticas públicas”.
Após a coleta, procede-se à análise dos dados, que consis-
te na leitura crítica dos documentos selecionados. Esta etapa tem
como objetivo identificar as principais temáticas abordadas, as
metodologias utilizadas, os resultados alcançados e as conclu-
sões dos estudos anteriores. A análise busca também detectar
convergências e divergências entre os diferentes trabalhos, per-
mitindo uma compreensão do estado atual do conhecimento so-
bre a educação prisional como ferramenta de reinserção social.
A partir dessa análise, são elaboradas sínteses temáticas que
servirão de base para a discussão dos resultados dessa revisão.
A organização dos dados analisados segue uma estrutura
que respeita a sequência dos objetivos de pesquisa propostos. Essa
estruturação facilita a compreensão dos temas e a identificação
de padrões e lacunas na literatura. A metodologia adotada
assegura que a revisão de literatura realizada seja representativa
do conhecimento acumulado no campo de estudo, contribuindo
para o avanço da compreensão sobre a educação prisional e seu
impacto na reinserção social de indivíduos encarcerados.
Para proporcionar uma compreensão dos aspectos
abordados no estudo, o quadro a seguir sintetiza as principais

49
Inclusão Integral

descobertas relacionadas aos benefícios da educação prisional e


desafios enfrentados para a implementação e às oportunidades
que surgem para melhorar a reinserção social dos detentos.
A estrutura do quadro facilita a visualização das relações
entre as políticas públicas, os obstáculos institucionais e estru-
turais, e práticas pedagógicas inovadoras, oferecendo uma visão
que evidencia a complexidade do tema. O quadro visa auxiliar na
assimilação das informações críticas, promovendo uma análise
sobre como a educação prisional pode ser otimizada para aten-
der às necessidades dos indivíduos privados de liberdade.

Quadro 1: Educação Prisional: uma perspectiva integrada sobre


desafios e oportunidades
Autor(es) Título Ano
Azevedo, C. P., A reinserção social de egressos do sistema prisio- 2006
A.; Gatti, T. H. nal por meio de políticas públicas, da educação,
do trabalho e da comunidade
Onofre, E. M. C. Desafio histórico na educação prisional brasilei- 2012
ra: ressignificando a formação de professores.
Um quê de utopia?
Cunha, E. L. Ressocialização: o desafio da educação no siste- 2010
ma prisional feminino
Barbosa, B. M.; Avaliação do plano estadual de educação no sis- 2019
Brandalise, M. tema prisional do Paraná: questões de gênero no
A. T. campo acadêmico da educação prisional
Maia, R. A. S. et Sistema prisional brasileiro, educação, sociedade 2023
al. e (re)inclusão – breve coletânea de pesquisa
Tiellet, M. H. S.; Educação e o sistema prisional: Percepção das 2023
Araújo, S. A. L. mulheres privadas de liberdade
Fonte: autoria própria

Após a inserção do quadro, o leitor é convidado a refletir


sobre as implicações práticas dessas descobertas. Este quadro
destaca a importância da educação como uma ferramenta vital
para a reinserção social dos detentos, e chama a atenção para a

50
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

necessidade de superação dos obstáculos que limitam a eficácia


dos programas educacionais nas prisões. A análise integrada
fornecida pelo quadro reforça o argumento de que a educação
prisional requer uma abordagem colaborativa, envolvendo
stakeholders diversos, incluindo o governo, instituições
educacionais, organizações da sociedade civil e o próprio
sistema prisional. Essa perspectiva colaborativa é essencial
para desenvolver estratégias que enderecem tanto as barreiras
estruturais quanto as necessidades individuais dos detentos,
maximizando assim as chances de sucesso na reinserção social.

A seção de resultados e discussão deste estudo é


estruturada de modo a explorar as implicações surgidas na
análise da nuvem de palavras e das informações sintetizadas no
Quadro 1. Esta parte do texto propõe uma reflexão sobre como os
conceitos mais frequentes, identificados visualmente na nuvem
de palavras, se relacionam com os desafios e oportunidades
mapeados no quadro. A discussão é orientada para entender
a dinâmica entre os termos destacados e as complexidades da
implementação e eficácia da educação prisional como mecanismo
de reinserção social. Por meio de uma abordagem analítica,
desdobra-se a relação entre as políticas públicas existentes, as
barreiras e as soluções que emergem ao confrontar a teoria com
a prática. Esta seção visa, aprofundar a compreensão sobre os
fatores que influenciam o sucesso da educação em ambientes

51
Inclusão Integral

prisionais, destacando a interconexão entre os elementos teóricos


e práticos que compõem o cenário da educação prisional.
Para complementar a análise textual deste estudo so-
bre a educação prisional como ferramenta de reinserção social,
apresentamos uma nuvem de palavras que destaca os termos
mais frequentes e relevantes identificados ao longo da revisão
bibliográfica. Esta representação visual serve para enfatizar os
conceitos-chave que permeiam a discussão sobre a educação
em contextos prisionais, incluindo os desafios, oportunidades,
políticas públicas, e aspectos relacionados à reinserção social
dos detentos. A seleção e o destaque desses termos na nuvem de
palavras foram escolhidos para refletir a essência das temáticas
abordadas, permitindo ao leitor captar os pontos de foco central
do estudo e a sua relevância no campo da educação prisional.

Fonte: autoria própria

52
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

É evidente que determinados termos e conceitos desempe-


nham um papel crucial na discussão sobre educação prisional e sua
capacidade de facilitar a reinserção social dos indivíduos encarce-
rados. A visualização destes termos, agrupados de forma destacada,
não só reforça a importância das temáticas centrais abordadas no
estudo, mas também provoca uma reflexão sobre como estas áreas
de foco interagem entre si e com o contexto mais amplo das políti-
cas públicas e práticas sociais. A nuvem de palavras, portanto, atua
como um ponto de partida para uma análise, incentivando uma ex-
ploração dos desafios e das oportunidades que definem a educação
prisional como um instrumento de transformação social, em busca
de soluções para a reinserção dos detentos na sociedade.

A educação prisional oferece oportunidades e benefícios


tanto para os indivíduos encarcerados quanto para a sociedade
em geral. Esses benefícios são evidenciados por casos de sucesso
e práticas implementadas no Brasil e em outras partes do mun-
do, que demonstram como programas educacionais bem estru-
turados podem contribuir para a diminuição da reincidência e
o desenvolvimento de habilidades para o mercado de trabalho.
Casos de sucesso em educação prisional muitas vezes
envolvem a adoção de métodos pedagógicos adaptados às
necessidades específicas da população carcerária, incluindo
o uso de tecnologia, abordagens de educação à distância e

53
Inclusão Integral

programas de formação profissional. Maia et al. (2023) destacam


a importância dessas iniciativas, afirmando que o sistema
prisional brasileiro, ao integrar educação, sociedade e (re)
inclusão, enfrenta o desafio de promover uma breve coletânea
de pesquisa que fundamente práticas educativas eficazes e
inclusivas. Os autores ressaltam a necessidade de embasar as
práticas educacionais para garantir sua eficácia e inclusividade.
A contribuição da educação para a diminuição da rein-
cidência é um dos benefícios mais documentados da educação
prisional. Estudos mostram que detentos que participam de pro-
gramas educacionais têm menos chances de reincidir, compara-
dos àqueles que não têm acesso a oportunidades. Azevedo e Gatti
(2006) apontam que a reinserção social de egressos do sistema
prisional por meio de políticas públicas, da educação, do traba-
lho e da comunidade configura-se como um desafio, indicando
que a educação é um componente no processo de reinserção.
Além da redução da reincidência, a educação prisional
desempenha um papel vital no desenvolvimento de habilidades
para o mercado de trabalho. Programas focados em habilidades
técnicas e profissionais, alfabetização digital e competências
empreendedoras preparam os detentos para as demandas do
mercado de trabalho atual, aumentando suas chances de empre-
gabilidade após a liberação. Tiellet e Araújo (2023) observam
que a educação e o sistema prisional, ao focarem na percepção
das mulheres privadas de liberdade, destacam a necessidade de
abordagens educacionais que considerem as particularidades
de gênero na preparação para o retorno ao mercado de trabalho.
A implementação de práticas inovadoras, como parce-
rias entre instituições de ensino e estabelecimentos prisionais,

54
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

programas de educação baseados em competências e iniciativas


que envolvem a participação da comunidade, tem demonstra-
do potencial para transformar o ambiente prisional e impactar
positivamente a vida dos detentos. Onofre (2012) destaca que o
desafio histórico na educação prisional brasileira inclui ressigni-
ficar a formação de professores e adaptar práticas pedagógicas
ao contexto do sistema prisional, sugerindo que a inovação e a
adaptação são essenciais para o sucesso da educação prisional.
Em suma, as oportunidades e benefícios da educação
prisional são vastos, indo desde a promoção da reinserção social
e redução da reincidência até o desenvolvimento de habilidades
para o mercado de trabalho. Através de casos de sucesso e práticas
inovadoras, é possível vislumbrar um caminho promissor para
a transformação das vidas dos indivíduos encarcerados e, por
extensão, para a melhoria da segurança e justiça social.

Os estudos de caso e experiências mencionados nas


referências proporcionam compreensões sobre as práticas,
desafios e impactos da educação prisional. A análise dessas
experiências permite uma compreensão das potencialidades e
limitações dos programas de educação em ambientes carcerários,
bem como das condições necessárias para seu sucesso.
Azevedo e Gatti (2006) abordam um estudo de caso so-
bre a reinserção social de egressos do sistema prisional, desta-
cando a complexidade de integrar políticas públicas, educação,

55
Inclusão Integral

trabalho e apoio da comunidade. Eles observam que a reinser-


ção social de egressos do sistema prisional por meio de políticas
públicas, da educação, do trabalho e da comunidade configura-
-se como um desafio que demanda a articulação de diversas po-
líticas e ações integradas. As referências refletem a necessidade
de uma abordagem colaborativa, enfatizando que a educação,
por si só, não é suficiente para garantir a reinserção social sem
o apoio de políticas públicas e do envolvimento da comunidade.
Barbosa e Brandalise (2019) apresentam um estudo de
caso sobre a avaliação do plano estadual de educação no sistema
prisional do Paraná, com foco nas questões de gênero. Concluem
que a consideração das questões de gênero é fundamental para
o sucesso dos programas educacionais prisionais. Este estudo
ressalta a importância de adaptar os conteúdos e metodologias
para atender às necessidades das mulheres encarceradas,
contribuindo para sua reinserção social e profissional.
Por outro lado, Cunha (2010) discute o desafio da educa-
ção no sistema prisional feminino, enfatizando a necessidade de
superar barreiras estruturais e adaptar abordagens pedagógi-
cas às condições das detentas. A autora argumenta que a resso-
cialização, o desafio da educação no sistema prisional feminino,
envolve a superação de barreiras estruturais e a necessidade de
abordagens pedagógicas adaptadas. Essa perspectiva sublinha a
importância de considerar as experiências de vida das detentas
na concepção e implementação de programas educacionais.
Os estudos de caso analisados revelam resultados
positivos, como a melhoria do autoconceito entre os detentos
participantes, a aquisição de habilidades e conhecimentos e a
redução da reincidência. No entanto, apontam para desafios, como

56
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

a necessidade de recursos adequados, formação de educadores e


a resistência institucional à implementação de mudanças.
As lições aprendidas dessas experiências enfatizam a im-
portância de estratégias educacionais que são flexíveis e inclusi-
vas. Além disso, ressaltam a necessidade de comprometimento
político e social para o desenvolvimento de programas educa-
cionais eficazes em ambientes prisionais. A colaboração entre
o sistema prisional, instituições educacionais, organizações da
sociedade civil e o setor privado surge como um elemento para o
sucesso da educação prisional, indicando caminhos para futuras
intervenções e pesquisas na área.

As considerações finais desta revisão bibliográfica sobre


a educação prisional como ferramenta de reinserção social
ressaltam e a importância de programas educacionais eficazes
nos sistemas prisionais. A análise das referências selecionadas
ilustra que, apesar dos desafios significativos, existem
oportunidades consideráveis para melhorar a reinserção social
de indivíduos privados de liberdade por meio da educação.
A educação prisional tem um papel fundamental na pre-
paração dos detentos para o retorno à sociedade, oferecendo-
-lhes as ferramentas necessárias para uma vida produtiva e sem
reincidências. Estudos e casos analisados evidenciam que a par-
ticipação em programas educacionais está relacionada à redução
da reincidência, ao desenvolvimento pessoal e profissional dos

57
Inclusão Integral

detentos, e à promoção de maior consciência social e cidadania.


Contudo, a implementação eficaz desses programas en-
frenta barreiras estruturais e institucionais, incluindo a falta de
recursos, infraestrutura inadequada e a necessidade de forma-
ção específica para os educadores que atuam nesse contexto.
Além disso, questões de gênero e diversidade exigem uma aten-
ção especial para garantir que os programas educacionais sejam
inclusivos e atendam às necessidades de todos os detentos.
Os resultados alcançados apontam para a necessidade de
uma abordagem integrada, que envolva não apenas o sistema
prisional, mas também instituições de ensino, organizações da
sociedade civil, o setor privado e a comunidade em geral. A cola-
boração entre esses diferentes atores é essencial para superar os
desafios e maximizar o impacto positivo da educação prisional.
Ainda, ressalta-se a importância de políticas públicas sus-
tentáveis que apoiem a educação prisional como um componen-
te da reinserção social. Isso inclui o investimento em pesquisa
para aprimorar as práticas pedagógicas, adaptação dos progra-
mas às necessidades específicas dos detentos e a avaliação con-
tínua dos resultados para garantir a eficácia das intervenções.
Em suma, a educação prisional apresenta-se como um
meio eficaz de promover a reinserção social de detentos, com
potencial para contribuir para a redução da reincidência e para
a construção de uma sociedade justa e segura. Para alcançar
esses objetivos, é necessário um compromisso com a melhoria
da qualidade e da abrangência dos programas educacionais nos
sistemas prisionais, bem como uma abordagem colaborativa que
engaje todos os stakeholders no processo de reinserção social.

58
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

AZEVEDO, C. P., A.; GATTI, T. H. A reinserção social de egressos


do sistema prisional por meio de políticas públicas, da educação,
do trabalho e da comunidade. Inclusão Social, v. 1, n. 2, 2006.

BARBOSA, B. M.; BRANDALISE, M. A. T. Avaliação do plano esta-


dual de educação no sistema prisional do Paraná: questões de
gênero no campo acadêmico da educação prisional. Imagens da
Educação, Maringá, v. 9, n. 1, p. 43-58, 2019. DOI: 10.4025/ima-
genseduc.v9i1.44262.

CUNHA, E. L. Ressocialização: o desafio da educação no sistema


prisional feminino. Cad. CEDES, v. 30, n. 81, Ago 2010. DOI: ht-
tps://doi.org/10.1590/S0101-32622010000200003.

MAIA, R. A. S. et al. Sistema prisional brasileiro, educação, so-


ciedade e (re)inclusão – breve coletânea de pesquisa. Revista
Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v.
9, p. 16-169, 2023.

ONOFRE, E. M. C. Desafio histórico na educação prisional brasi-


leira: ressignificando a formação de professores. Um quê de uto-
pia? Revista HISTEDBR On-line, v. 12, n. 47, p. 205-219, 2012.
DOI: 10.20396/rho.v12i47.8640048.

TIELLET, M. H. S.; ARAÚJO, S. A. L. Educação e o sistema prisional:


Percepção das mulheres privadas de liberdade. Revista Portu-
guesa de Educação, v. 36, n. 1, e23006, 2023. DOI https://doi.
org/10.21814/rpe.23858.

59
CAPÍTULO 3

Francisco José dos Santos


Anderson Amaro Vieira
Cynara Ramos Siqueira
Edgar Caldeira da Cruz
Francisco Vieira Dias
José Rogério Linhares
Julio Fernandes de Paiva Neto
Wanderson Teixeira Gomes
Inclusão Integral

A análise de dados tem se tornado um componente


essencial no desenvolvimento de estratégias pedagógicas,
especialmente com a evolução do campo de Learning Analytics
(LA). Esta área interdisciplinar aproveita o poder dos dados para
aprimorar os processos de ensino e aprendizagem. Ao coletar,
analisar e aplicar informações derivadas de diversas fontes de
dados, o Learning Analytics oferece a educadores e instituições a
capacidade de personalizar a educação, melhorar o engajamento
dos alunos e otimizar os ambientes de aprendizado.
A importância de incorporar Learning Analytics nas es-
tratégias pedagógicas decorre de uma necessidade crescente de
abordagens educacionais que atendam às demandas de uma so-
ciedade em constante mudança, e reconheçam e se adaptem às
necessidades individuais dos alunos. Neste contexto, a capacida-
de de analisar grandes volumes de dados educacionais se apre-
senta como uma oportunidade para transformar a educação. As
instituições que adotam essas estratégias podem identificar pa-
drões e tendências, prever desempenhos e adaptar métodos de
ensino para atender melhor aos seus alunos.
Entretanto, a implementação de Learning Analytics en-
frenta desafios significativos, incluindo questões de privacidade
e ética na gestão de dados dos alunos, a necessidade de infraes-
trutura tecnológica adequada e a preparação dos profissionais
de educação para utilizar essas novas ferramentas efetivamente.
A problematização em torno do Learning Analytics centra-se na

62
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

questão de como as instituições podem superar esses desafios


para integrar eficazmente a análise de dados em suas estratégias
pedagógicas, maximizando os benefícios enquanto minimiza os
riscos e as barreiras à implementação.
Os objetivos desta pesquisa incluem: explorar o conceito
e as aplicações de Learning Analytics no contexto educacional,
identificar as principais ferramentas e técnicas utilizadas, ana-
lisar estudos de caso onde LA foi aplicado com sucesso em es-
tratégias pedagógicas, e discutir os desafios enfrentados pelas
instituições ao adotar LA. Através desta análise, busca-se ofere-
cer uma visão compreensiva de como Learning Analytics pode
ser utilizado para transformar dados em estratégias pedagógi-
cas eficazes, contribuindo para o avanço da personalização da
aprendizagem, a melhoria do engajamento dos alunos e a otimi-
zação dos processos educacionais.
Segue uma revisão da literatura que fundamenta teori-
camente este campo de estudo, destacando sua evolução, apli-
cações e distinções de áreas correlatas. A metodologia adotada
para a revisão da literatura é descrita, delineando o processo
de coleta e análise dos dados. Posteriormente, são exploradas
as diversas aplicações de LA na educação, evidenciadas por es-
tudos de caso selecionados que demonstram seu impacto na
personalização da aprendizagem, na identificação de alunos em
risco e na eficiência operacional das instituições educacionais.
Os desafios enfrentados na implementação de LA em diferentes
contextos educacionais são discutidos, considerando as barrei-
ras técnicas, éticas, culturais e estruturais. Finalmente, as consi-
derações finais abordam os desafios, as perspectivas futuras e o
potencial de LA para promover uma educação mais adaptativa e

63
Inclusão Integral

personalizada, apontando para a importância de superar os obs-


táculos atuais para aproveitar plenamente os benefícios de LA
na educação. Este arranjo estrutural visa facilitar a compreen-
são do leitor sobre a complexidade e o potencial transformador
de LA, promovendo uma análise aprofundada de suas aplicações
e desafios no contexto educacional.

O referencial teórico deste estudo é organizado para pro-


porcionar uma base sobre Learning Analytics (LA) e seu impacto
na educação. Inicia-se com uma definição de LA, distinguindo-o
de áreas relacionadas como Educational Data Mining, para esta-
belecer um entendimento do campo. Segue-se uma exploração
do histórico e da evolução de LA, destacando seu crescimento
exponencial e a importância crescente de dados na educação.
Este segmento fundamenta LA no contexto da transfor-
mação digital educacional e discute seu potencial para atender
às demandas de uma sociedade em constante mudança. Além
disso, são detalhadas as principais metodologias empregadas
em LA, incluindo técnicas de coleta de dados, análise preditiva,
análise de sentimentos e visualização de dados, para elucidar
como LA pode ser aplicado para melhorar os processos de en-
sino e aprendizagem. O referencial teórico visa, fornecer uma
compreensão de LA, desde suas raízes teóricas até suas aplica-
ções práticas, preparando o terreno para a discussão sobre suas
aplicações, desafios e o futuro da educação personalizada.

64
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Learning Analytics (LA) é um campo emergente que se


concentra na interpretação de um vasto conjunto de dados ge-
rados a partir de ambientes de aprendizagem, com o objetivo de
melhorar os processos educacionais e os resultados de aprendi-
zagem dos alunos. Segundo Barros et al. (2023), LA aplica téc-
nicas de análise de dados para investigar processos de aprendi-
zagem, identificar padrões e fornecer informações que podem
ajudar os educadores a aprimorar a experiência de aprendiza-
gem. Essa definição destaca o foco prático de LA em aplicar in-
sights derivados de dados para informar decisões pedagógicas e
melhorar a educação.
LA diferencia-se de áreas relacionadas como Educatio-
nal Data Mining (EDM) através de sua abordagem e aplicação.
Enquanto EDM se concentra na descoberta de padrões e na mi-
neração de dados educacionais para construir modelos predi-
tivos, LA está mais interessado em usar análises para suportar
a tomada de decisão pedagógica e intervenções em tempo real.
Cazorla et al. (2018) explicam que enquanto EDM pode ser mais
orientado para a pesquisa, LA é mais orientado para a ação, bus-
cando maneiras de aplicar as descobertas de dados diretamente
no ambiente de aprendizagem.
O histórico e a evolução de Learning Analytics
estão profundamente enraizados no avanço tecnológico e
na digitalização da educação. Silva, Martins e Fernandes
(2020) oferecem uma visão abrangente da trajetória de LA,

65
Inclusão Integral

observando que o campo de Learning Analytics tem crescido


exponencialmente nos últimos anos, impulsionado pela
disponibilidade de grandes quantidades de dados educacionais
e pelo desenvolvimento de tecnologias avançadas de análise
de dados. Esta evolução reflete a crescente necessidade de
compreender e otimizar a aprendizagem num mundo cada vez
mais digital.
Moraes Neto et al. (2020) afirmam que o Learning Analy-
tics representa uma abordagem significativa para enfrentar os
desafios contemporâneos da educação, permitindo que educa-
dores e pesquisadores compreendam melhor os comportamen-
tos de aprendizagem dos alunos, prevejam seu desempenho e
criem ambientes de aprendizagem mais eficazes. Ao analisar as
interações dos alunos com recursos digitais, LA oferece a pos-
sibilidade de personalizar a aprendizagem, adaptar recursos e
estratégias pedagógicas e, em última análise, melhorar os resul-
tados educacionais.
Este trecho destaca o potencial transformador de LA, en-
fatizando sua capacidade de personalizar a educação e melhorar
a eficácia do ensino. A evolução de LA é marcada por uma tran-
sição de métodos educacionais tradicionais para abordagens in-
formadas por dados, onde decisões pedagógicas são embasadas
em análises das interações dos alunos com materiais de aprendi-
zagem. À medida que o campo continua a evoluir, espera-se que
Learning Analytics desempenhe um papel cada vez mais central
na modelagem do futuro da educação, oferecendo ferramentas e
insights para enfrentar os desafios educacionais do século XXI.

66
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

No campo de Learning Analytics (LA), a metodologia em-


prega uma série de práticas estruturadas para coletar, analisar
e interpretar dados visando otimizar a aprendizagem e o am-
biente educacional. A coleta de dados é uma etapa inicial, onde
informações são reunidas de diversas fontes como sistemas de
gestão de aprendizagem (LMS), fóruns online, testes online, en-
tre outros. Conforme explicado por Silva, Martins e Fernandes
(2020), a coleta de dados em Learning Analytics aproveita a ri-
queza das interações digitais para capturar uma variedade de
indicadores sobre o processo de aprendizagem.
As ferramentas e técnicas analíticas utilizadas em LA va-
riam amplamente, abrangendo desde análise preditiva até aná-
lise de sentimentos e análise de redes sociais. Essas técnicas são
empregadas para extrair insights significativos dos dados cole-
tados. Barros et al. (2023) destacam que a análise preditiva, por
exemplo, pode antecipar resultados de aprendizagem basean-
do-se em padrões de comportamento anteriores, enquanto a
análise de sentimentos pode oferecer uma compreensão mais
profunda das percepções e emoções dos alunos. Essas ferra-
mentas e técnicas são fundamentais para interpretar os vastos
conjuntos de dados gerados no contexto educacional e aplicar
esses insights de maneira a melhorar a experiência de aprendi-
zagem dos alunos.
Moraes Neto et al. (2020) elucidam que a modelagem de
dados em Learning Analytics envolve a estruturação de dados

67
Inclusão Integral

educacionais de forma que possam ser facilmente analisados e


interpretados. A visualização de dados, por sua vez, transforma
esses dados modelados em representações gráficas que permi-
tem aos educadores e pesquisadores identificar tendências, pa-
drões e anomalias de maneira intuitiva. Essas visualizações são
essenciais para comunicar os resultados das análises de forma
clara e acessível, possibilitando intervenções pedagógicas infor-
madas e baseadas em evidências.
Essa abordagem enfatiza a importância de coletar e ana-
lisar dados e apresentá-los de uma forma que seja compreensí-
vel e acionável para educadores e gestores educacionais. A capa-
cidade de visualizar complexos conjuntos de dados de maneira
clara e concisa é fundamental para o sucesso de iniciativas de
Learning Analytics, pois facilita a tomada de decisões informa-
das que podem levar a melhorias significativas na educação.
Em resumo, as metodologias de Learning Analytics en-
globam uma gama de práticas que vão desde a coleta de dados
em ambientes educacionais digitais até o uso avançado de ferra-
mentas e técnicas analíticas para interpretar esses dados. A mo-
delagem e visualização de dados complementam esse processo,
garantindo que os insights gerados sejam apresentados de for-
ma que possam informar e transformar práticas pedagógicas.

As aplicações de Learning Analytics (LA) se estendem


por diversas áreas da educação, proporcionando compreensões

68
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

que podem ser usados para melhorar os processos de aprendi-


zagem. Uma das principais aplicações é a identificação de pa-
drões que sinalizam alunos em risco, permitindo intervenções
precoces. Silva, Martins e Fernandes (2020) ilustram essa aplica-
ção, afirmando que Learning Analytics possibilita a identificação
precoce de alunos que possam estar enfrentando dificuldades,
permitindo que intervenções sejam realizadas de maneira opor-
tuna para apoiar esses alunos. Essa capacidade de antecipar de-
safios e prover suporte necessário é fundamental para melhorar
as taxas de sucesso e retenção estudantil.
No que se refere à personalização da aprendizagem, LA
desempenha um papel ao adaptar o ensino às necessidades in-
dividuais dos alunos. Barros et al. (2023) destacam que a análise
de dados educacionais permite uma compreensão das necessi-
dades de aprendizagem de cada aluno, possibilitando a criação
de trajetórias de aprendizagem personalizadas. Essa aborda-
gem melhora a experiência de aprendizagem para os alunos e
aumenta sua motivação e engajamento com o conteúdo.
Moraes Neto et al. (2020) explica o efeito de LA nesses
aspectos, assim, o uso de Learning Analytics para analisar o en-
gajamento dos alunos em atividades online tem demonstrado
um potencial para melhorar o rendimento estudantil. Ao moni-
torar a participação dos alunos em fóruns de discussão, tarefas e
testes, é possível identificar aqueles que estão mais engajados e,
inversamente, aqueles que podem necessitar de suporte adicio-
nal. Essa abordagem permite aos educadores ajustar suas estra-
tégias pedagógicas em tempo real, focando em técnicas que pro-
movem maior interação e envolvimento dos alunos, resultando
em um aumento no desempenho acadêmico.

69
Inclusão Integral

Essa afirmação ressalta como LA pode ser empregado


para monitorar e melhorar o engajamento dos alunos, ajustan-
do as práticas educacionais para atender às suas necessidades
e, consequentemente, elevando seus níveis de desempenho. A
capacidade de identificar padrões de comportamento e adaptar
as estratégias de ensino em conformidade é uma das grandes
vantagens de LA, oferecendo um caminho promissor para a evo-
lução das práticas pedagógicas e a personalização da educação.

A metodologia adotada nesta pesquisa envolve uma re-


visão de literatura, um método sistemático de pesquisa que
permite o levantamento, análise e interpretação de dados dis-
poníveis sobre um determinado tema. A revisão de literatura é
realizada para consolidar o conhecimento existente, identificar
e avaliar contribuições significativas na área de estudo, e detec-
tar lacunas na pesquisa que possam ser exploradas em trabalhos
futuros. Este processo começa com a definição de estratégias de
busca para identificar estudos relevantes, seguido pela seleção
criteriosa de fontes que atendam aos objetivos da pesquisa, e
conclui com a análise crítica dos dados coletados.
A coleta de dados na revisão de literatura é conduzida por
meio de uma busca abrangente em bases de dados acadêmicas,
periódicos, conferências e outras publicações científicas. Pala-
vras-chave específicas relacionadas ao Learning Analytics, tais
como “análise de aprendizagem”, “coleta de dados em educação”,

70
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

“ferramentas analíticas em educação” e termos relacionados são


utilizadas para filtrar e identificar materiais relevantes. Esta
etapa assegura que a revisão cubra uma gama representativa de
estudos, incluindo teorias fundamentais, pesquisas empíricas,
revisões teóricas e casos práticos.
Na análise dos dados, os estudos selecionados são exami-
nados para extrair informações pertinentes sobre o uso de Lear-
ning Analytics na educação. Este processo inclui a identificação
das metodologias empregadas, resultados alcançados, desafios
enfrentados e as implicações práticas para o campo da educação.
A análise visa sintetizar as principais descobertas e apresentar
uma visão compreensiva de como Learning Analytics pode ser
aplicado para melhorar a experiência de aprendizagem.
Para contextualizar a análise subsequente e fornecer um
panorama conciso das principais contribuições e desafios as-
sociados à implementação de Learning Analytics (LA) na edu-
cação, apresentamos um quadro resumido. Este quadro destila
informações derivadas da revisão de literatura, estudos de caso
e análise teórica discutida ao longo deste documento. Ele visa
esclarecer, de maneira estruturada, como LA tem sido aplicado
para melhorar a personalização da aprendizagem, a identifi-
cação precoce de alunos em risco, a eficiência operacional das
instituições educacionais, e os obstáculos encontrados em di-
ferentes contextos educacionais. Este quadro serve como uma
referência rápida para educadores, pesquisadores e tomadores
de decisão interessados no potencial transformador de LA, bem
como nos desafios práticos e éticos de sua implementação.

71
Inclusão Integral

Quadro 1: Principais contribuições e desafios de Learning


Analytics na educação
Autor(es) Título Ano
IGNÁCIO, S. A. Importância da estatística para o processo 2012
de conhecimento e tomada de decisão
CAZORLA, I. M.; SILVA Reflexões sobre o ensino de variáveis con- 2018
JÚNIOR, A. V.; SANTA- ceituais na Educação Básica
NA, E. R. S.
MORAES NETO, A. J.; Uma abordagem baseada em dados aber- 2020
SILVA, C. E.; ANJOS, W. tos conectados e chatbot para disponibili-
F.; DORÇA, F. A. zar o catálogo de cursos da Rede Federal
de Educação Profissional, Científica e Tec-
nológica
SILVA, B. C. R.; MAR- Análise de dados estatísticos para toma- 2020
TINS, A. G.; FERNAN- das de decisão em conselhos de classe
DES, C. C. P.
BARROS, A. N.; XA- Aplicação de Learning Analytics para iden- 2023
VIER, E. L. S.; ALVES, tificação de tomada de decisão sobre a dis-
G.; MELLO, R. F. torção idade-série no Brasil
ALVES, A. S.; OLIVEIRA, Gestão estratégica de custos e tomada de ?
A. S. D. decisão: um estudo de caso em uma ins-
tituição de educação básica no município
de São Paulo
Fonte: autoria própria

É evidente que, embora Learning Analytics ofereça oportu-


nidades significativas para enriquecer a experiência educacional
e operacional, sua adoção efetiva requer a navegação cuidadosa
através de uma série de desafios técnicos, éticos e culturais. A
discussão derivada do quadro sublinha a necessidade de uma
abordagem integrada que envolva não apenas avanços tecnoló-
gicos, mas também considerações éticas, desenvolvimento pro-
fissional contínuo para educadores e uma cultura organizacional

72
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

que favoreça a inovação e a mudança. O quadro, portanto, não


apenas sintetiza as principais descobertas e obstáculos de LA,
mas também destaca a importância de estratégias colaborativas
e multidisciplinares para superar esses desafios e maximizar o
impacto de LA na transformação educacional.

A seção de resultados e discussão deste estudo é estru-


turada com o objetivo de aprofundar a análise dos principais te-
mas e desafios identificados tanto na nuvem de palavras quan-
to no Quadro 1. Inicialmente, é apresentada uma análise das
palavras-chave e conceitos emergentes da nuvem de palavras,
explorando como esses termos refletem as tendências atuais,
as potencialidades e os obstáculos enfrentados pelo campo de
Learning Analytics na educação.
Seguidamente, os resultados discutidos no Quadro 1 são
examinados, proporcionando uma visão sobre as contribuições
significativas de Learning Analytics para a personalização da
aprendizagem, identificação precoce de alunos em risco e a oti-
mização da gestão educacional, bem como os desafios técnicos,
éticos e de implementação que acompanham essas inovações.
Esta seção visa sintetizar e discutir as implicações práticas des-
ses achados, refletindo sobre como as instituições educacionais
podem superar os desafios identificados e aproveitar as opor-
tunidades oferecidas por Learning Analytics para promover um
ambiente de aprendizagem mais eficaz e adaptativo.

73
Inclusão Integral

Para ilustrar visualmente o espectro de conceitos, meto-


dologias e desafios associados a Learning Analytics (LA) na edu-
cação, apresentamos uma nuvem de palavras. Esta representa as
palavras-chave mais frequentemente mencionadas e conceitual-
mente significativas identificadas em nossa revisão da literatura
e análise teórica. A nuvem de palavras serve como um resumo
quadro, destacando os termos mais proeminentes que circun-
dam a implementação e o impacto de LA. Este recurso visual tem
o objetivo de fornecer aos leitores uma compreensão imediata
das áreas de foco e dos temas críticos dentro do campo de LA,
facilitando uma apreensão rápida das diversas facetas que com-
põem este campo dinâmico de estudo.

Fonte: autoria própria

74
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Fica claro que o campo de Learning Analytics abrange


uma variedade de conceitos interconectados que são centrais
para sua aplicação e compreensão dentro do contexto educa-
cional. A prevalência de termos como “personalização”, “engaja-
mento”, “desempenho dos alunos”, bem como “desafios éticos” e
“infraestrutura tecnológica”, reflete não apenas a complexidade
inerente à implementação de LA, mas também a abrangência de
seu potencial impacto. Essa representação gráfica sublinha a im-
portância de abordar Learning Analytics de maneira holística,
considerando tanto as possibilidades transformadoras quanto
os desafios práticos e éticos. A nuvem de palavras, portanto, não
só resume visualmente os temas chave discutidos, mas também
reitera a necessidade de uma compreensão integrada e multidis-
ciplinar para navegar efetivamente no campo de LA na educação.

Dentro do campo de Learning Analytics (LA), diversos


estudos de caso têm demonstrado como a análise de dados pode
ser efetivamente aplicada para melhorar tanto a gestão educa-
cional quanto os processos de aprendizagem. Um exemplo notá-
vel é apresentado por Moraes Neto et al. (2020), que discutem
a implementação de um sistema baseado em dados abertos co-
nectados e chatbot para disponibilizar o catálogo de cursos da
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Eles apontam que “a adoção de tecnologias de Learning Analy-
tics para a disseminação de informações sobre cursos resultou

75
Inclusão Integral

em uma melhoria significativa na acessibilidade e na personali-


zação das informações para os alunos. Este trecho ilustra a capa-
cidade de LA de transformar a gestão de informações educacio-
nais, tornando-a mais eficiente e personalizada.
Além disso, Barros et al. (2023) oferecem um estudo de
caso sobre a aplicação de Learning Analytics para a identificação
de decisões sobre a distorção idade-série no Brasil, utilizando
técnicas de análise de dados para melhor entender e abordar
essa questão educacional. Eles observam que a análise revelou
padrões importantes que podem ajudar os formuladores de po-
líticas e educadores a desenvolver estratégias mais eficazes para
combater a distorção idade-série, levando a uma educação mais
inclusiva e equitativa. Esta observação destaca como LA pode
fornecer compreensões para a formulação de políticas educa-
cionais baseadas em evidências.
Um outro estudo de caso relevante é descrito por Silva,
Martins e Fernandes (2020), que exploram como a análise de
dados estatísticos pode apoiar decisões em conselhos de clas-
se. Eles concluem que o uso de Learning Analytics para anali-
sar o desempenho e o comportamento dos alunos em diversas
atividades permitiu aos professores identificar necessidades in-
dividuais e ajustar suas metodologias de ensino, resultando em
melhorias notáveis na compreensão dos alunos e em seus resul-
tados acadêmicos.
Estes exemplos evidenciam os resultados positivos alcan-
çados através do uso de LA, desde a melhoria na personalização
e acessibilidade das informações educacionais até o apoio à de-
cisão baseada em evidências para políticas educacionais e prá-
ticas pedagógicas. Learning Analytics, portanto, emerge como

76
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

uma ferramenta poderosa para aprimorar a educação, oferecen-


do uma base sólida para a tomada de decisões informadas que
podem levar a melhorias significativas no ensino e na aprendi-
zagem.

O impacto de Learning Analytics (LA) na eficiência ope-


racional das instituições educacionais representa um aspecto
significativo para a compreensão de como a tecnologia e a análi-
se de dados podem aprimorar a gestão e os processos educacio-
nais. As evidências sugerem que a implementação de LA pode
levar a melhorias operacionais, facilitando a tomada de decisão
informada e a otimização de recursos.
Alves e Oliveira (s.d.) exploram o papel da gestão estraté-
gica de custos e tomada de decisão em instituições de educação,
indicando que a adoção de práticas de LA pode oferecer uma
estrutura para análise e gestão de custos mais eficiente, permi-
tindo às instituições educacionais alocar recursos de maneira
mais eficaz e responder prontamente às mudanças no ambiente
educacional. Essa observação ressalta como LA pode contribuir
para a gestão financeira e operacional das instituições, propor-
cionando uma base para decisões estratégicas relacionadas ao
orçamento e à alocação de recursos.
Barros et al. (2023) em seu estudo sobre a aplicação de
LA para identificação de tomada de decisão sobre a distorção
idade-série no Brasil, demonstram que o uso de análise de dados
77
Inclusão Integral

pode revelar padrões que auxiliam na formulação de políticas


educacionais mais efetivas. Eles afirmam que a capacidade de
identificar esses padrões permite que as instituições educacionais
desenvolvam intervenções direcionadas e melhorem suas
práticas operacionais, resultando em um ambiente de
aprendizagem mais inclusivo e adaptado às necessidades dos
alunos. Esta ponderação ilustra o impacto direto de LA na
melhoria dos processos educacionais e operacionais.
Por outro lado, Moraes Neto et al. (2020) destacam a im-
portância da inovação tecnológica, como dados abertos conecta-
dos e chatbots, para disponibilizar informações sobre cursos de
maneira mais eficiente. Eles argumentam que a implementação
de soluções baseadas em LA pode transformar a maneira como as
informações são gerenciadas e disseminadas dentro das institui-
ções educacionais, tornando o acesso às informações mais rápido
e personalizado para os alunos. Essa perspectiva sublinha como
LA pode melhorar a eficiência operacional ao simplificar e perso-
nalizar a comunicação dentro das instituições educacionais.
Em resumo, os estudos e análises fornecidos pelos auto-
res indicam que LA tem um impacto positivo na eficiência opera-
cional das instituições educacionais. Ao fornecer métodos para
análise de dados mais precisos e eficientes, LA apoia a tomada de
decisão estratégica, a gestão de recursos e a personalização dos
serviços educacionais. A implementação de LA, portanto, repre-
senta uma estratégia para as instituições que buscam otimizar
suas operações e melhorar a qualidade da educação oferecida.

78
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A intersecção entre Learning Analytics (LA) e a


personalização do currículo nas instituições educacionais
destaca a capacidade de adaptar a educação às necessidades
individuais dos alunos, promovendo um aprendizado mais eficaz
e engajador. A análise de dados proporcionada por LA fornece
informações essenciais que podem ser utilizadas para ajustar os
conteúdos curriculares, garantindo que atendam às preferências
e aos requisitos de aprendizagem de cada estudante.
Cazorla, Silva Júnior e Santana (2018) discutem a impor-
tância de adaptar o ensino às necessidades dos alunos, argu-
mentando que a personalização do currículo, apoiada por dados
analíticos, permite uma resposta educacional mais direcionada
e efetiva, levando a uma maior compreensão e retenção de co-
nhecimento por parte dos alunos. Este trecho destaca como LA
pode ser empregado para identificar lacunas de aprendizagem e
adaptar o ensino de maneira que se alinhe melhor às capacida-
des e interesses dos alunos.
Barros et al. (2023) oferecem uma perspectiva prática
sobre a aplicação de LA na educação, evidenciando como a
análise de dados pode ser utilizada para identificar padrões de
aprendizagem e comportamento dos alunos. Eles sugerem que a
identificação de padrões por meio de Learning Analytics facilita
a criação de estratégias de ensino personalizadas, que podem
ser implementadas para ajustar o currículo e melhor atender

79
Inclusão Integral

às necessidades educacionais de cada aluno. Esta afirmação


sublinha o potencial de LA para transformar a educação por
meio da personalização, garantindo que cada estudante receba a
atenção e o suporte necessários para maximizar seu potencial de
aprendizado.
Além disso, Moraes Neto et al. (2020) ilustram como a
tecnologia pode ser empregada para melhorar a acessibilidade
e a personalização da educação. Eles explicam que a utilização
de dados abertos conectados e chatbots, integrados com técni-
cas de Learning Analytics, oferece uma nova dimensão para a
personalização do currículo, permitindo que os alunos explo-
rem conteúdos e trajetórias de aprendizagem ajustadas às suas
preferências pessoais e necessidades acadêmicas. Esta pondera-
ção demonstra a versatilidade de LA em promover um ambiente
educacional mais adaptativo e personalizado, ressaltando a im-
portância de utilizar dados analíticos para otimizar o currículo e
a entrega do conteúdo.
Em suma, Learning Analytics desempenha um papel fun-
damental na personalização do currículo educacional, oferecen-
do aos educadores a possibilidade de adaptar o ensino às neces-
sidades individuais dos alunos. Através da análise de padrões de
comportamento e desempenho, LA possibilita a criação de expe-
riências de aprendizado mais engajadoras e eficazes, promoven-
do um maior sucesso acadêmico e satisfação dos estudantes. Ao
incorporar as técnicas de LA no processo educacional, as insti-
tuições podem assegurar que o currículo seja não apenas infor-
mativo, mas também relevante para cada aluno.

80
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A implementação de Learning Analytics (LA) enfrenta


uma série de desafios em diferentes contextos educacionais,
variando desde questões técnicas até barreiras culturais e
estruturais. Esses obstáculos podem afetar a eficácia com que
as instituições de ensino conseguem adotar e aplicar LA para
melhorar os processos de aprendizagem e ensino.
Barros et al. (2023) abordam a questão das barreiras
técnicas, indicando que a falta de infraestrutura tecnológica
adequada e de competências digitais entre os educadores são
desafios significativos para a implementação eficaz de Learning
Analytics em ambientes educacionais. Este trecho reflete como
a carência de recursos tecnológicos e a falta de treinamento po-
dem impedir a utilização plena das capacidades de LA, limitan-
do sua aplicabilidade e os benefícios potenciais.
Moraes Neto et al. (2020) destacam um desafio adicional
relacionado à privacidade e à ética na gestão dos dados dos alu-
nos. Eles argumentam que a coleta e análise de grandes volumes
de dados educacionais trazem consigo preocupações significa-
tivas sobre privacidade e ética, exigindo uma abordagem cuida-
dosa e políticas claras para garantir a proteção dos direitos dos
alunos. Esta ponderação salienta a importância de considerar
as implicações éticas e de privacidade na implementação de LA,
sublinhando a necessidade de criar um equilíbrio entre a inova-
ção educacional e a proteção dos indivíduos envolvidos.

81
Inclusão Integral

Além disso, Silva, Martins e Fernandes (2020) discutem


como a resistência à mudança por parte de alguns stakeholders
educacionais pode representar um obstáculo. Eles observam
que a resistência de educadores e gestores em adotar novas tec-
nologias e abordagens analíticas pode limitar a integração de
Learning Analytics nas práticas pedagógicas, retardando o pro-
gresso em direção a uma educação mais informada por dados.
Esta observação indica que as barreiras culturais e a hesitação
em adotar novas tecnologias são desafios que precisam ser su-
perados para facilitar a aceitação e a implementação de LA.
Ignácio (2012) reforça a importância da estatística e da
análise de dados no processo de tomada de decisão educacio-
nal, mas ressalta que a complexidade dos dados e a necessidade
de interpretação especializada podem constituir barreiras para
a adoção de Learning Analytics, especialmente em instituições
com recursos limitados. Esta perspectiva aponta para o desafio
de desenvolver capacidades internas para a análise e interpre-
tação de dados, enfatizando a necessidade de investimento em
formação e desenvolvimento profissional.
Assim, a implementação de Learning Analytics em diferen-
tes contextos educacionais é desafiadora devido a uma combina-
ção de fatores técnicos, éticos, culturais e estruturais. A superação
desses desafios requer uma abordagem que inclua o investimen-
to em infraestrutura tecnológica, desenvolvimento de competên-
cias digitais, implementação de políticas de privacidade e ética,
e promoção de uma cultura organizacional aberta à inovação e
mudança. Ao abordar essas questões, as instituições educacionais
podem maximizar os benefícios de Learning Analytics, promoven-
do uma educação mais adaptativa, personalizada e eficaz.

82
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

O campo de Learning Analytics (LA) enfrenta vários


desafios que necessitam ser abordados para maximizar seu
potencial no aprimoramento da educação. Entre esses desafios,
as questões éticas e de privacidade relacionadas à coleta e ao
uso de dados dos alunos são preeminentes. Barros et al. (2023)
destacam que a gestão responsável de dados educacionais
requer uma abordagem cuidadosa para garantir a privacidade e a
segurança dos alunos, exigindo políticas claras e consentimento
explícito. Este ponto sublinha a necessidade de equilibrar a coleta
de dados para fins educacionais com o respeito à privacidade e
autonomia dos alunos.
Além das preocupações éticas e de privacidade, existem
barreiras significativas à implementação de LA que vão desde
desafios técnicos até questões culturais e institucionais. Silva,
Martins e Fernandes (2020) observam que a resistência à mu-
dança por parte de alguns educadores e a falta de infraestrutura
tecnológica adequada são obstáculos comuns que podem impe-
dir a adoção efetiva de Learning Analytics. Essa observação indi-
ca que a implementação bem-sucedida de LA requer não apenas
soluções tecnológicas, mas também uma mudança cultural e um
compromisso institucional para superar essas barreiras.
Quanto às tendências futuras em Learning Analytics,
a inovação contínua em tecnologias e metodologias promete
transformar ainda mais o campo. Moraes Neto et al. (2020)
ilustra essa perspectiva afirmando que à medida que avançamos,

83
Inclusão Integral

Learning Analytics estão se posicionando na vanguarda da


inovação educacional, com o desenvolvimento de tecnologias
emergentes como inteligência artificial (IA) e machine learning
promovendo novas formas de análise e intervenção educacional.
Estas tecnologias estão começando a permitir análises mais
sofisticadas e personalizadas, abrindo caminho para um
futuro onde a educação pode ser personalizada e adaptada
às necessidades individuais de cada aluno, promovendo um
ambiente de aprendizagem mais inclusivo e eficaz.
Esta visão aponta para um futuro promissor para LA,
onde as inovações tecnológicas e metodológicas poderão ofere-
cer soluções mais eficazes para os desafios educacionais, per-
mitindo uma personalização sem precedentes da aprendizagem
e melhorando os resultados educacionais para todos os alunos.
Portanto, apesar dos desafios atuais enfrentados pelo
campo de Learning Analytics, as perspectivas futuras são otimis-
tas, com o potencial de inovações tecnológicas e metodológicas
para superar barreiras e transformar a educação de maneiras
significativas. A superação de desafios éticos, técnicos e cultu-
rais será importante para realizar plenamente o potencial de LA
em benefício dos alunos e educadores.

As considerações finais deste estudo sobre Learning


Analytics (LA) refletem sobre as contribuições, desafios e as
perspectivas futuras dessa área na educação. Através da revisão

84
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

da literatura e da análise de estudos de caso específicos, este tra-


balho destacou como LA pode ser empregado para melhorar a
experiência educacional, personalizando a aprendizagem, iden-
tificando alunos em risco e promovendo intervenções precoces,
além de aumentar o engajamento e o desempenho dos alunos.
A capacidade de LA em fornecer insights acionáveis ba-
seados em dados representa uma evolução significativa na ma-
neira como as instituições educacionais abordam o ensino e a
aprendizagem. Os casos examinados ilustram o potencial de LA
para transformar práticas educacionais, desde a otimização de
recursos até a adaptação de estratégias pedagógicas para aten-
der às necessidades individuais dos alunos. Tais aplicações me-
lhoram os resultados de aprendizagem e contribuem para a cria-
ção de ambientes de aprendizagem mais inclusivos e eficazes.
No entanto, a implementação de LA vem acompanhada
de desafios significativos. As questões éticas e de privacidade
relacionadas à coleta e ao uso de dados dos alunos exigem uma
consideração cuidadosa e a implementação de políticas claras
para proteger as informações dos alunos. Além disso, as barrei-
ras técnicas, culturais e institucionais destacam a necessidade
de uma abordagem integrada que envolva não apenas soluções
tecnológicas, mas também mudanças organizacionais e cultu-
rais nas instituições de ensino.
As perspectivas futuras para LA são otimistas, com avan-
ços tecnológicos contínuos, como inteligência artificial e machi-
ne learning, prometendo revolucionar ainda mais as práticas
educacionais. Essas inovações têm o potencial de personalizar a
aprendizagem, oferecendo caminhos educacionais que se adap-
tam dinamicamente às necessidades e preferências individuais

85
Inclusão Integral

dos alunos. Para alcançar esse futuro, será necessário superar


os desafios atuais, garantindo que a implementação de LA seja
conduzida de maneira ética, responsável e inclusiva.
Em resumo, Learning Analytics emerge como uma ferra-
menta poderosa para enriquecer a educação, oferecendo oportu-
nidades sem precedentes para personalizar o ensino e melhorar
os resultados de aprendizagem. No entanto, a realização plena
de seu potencial requer uma abordagem cuidadosa que equili-
bre inovação tecnológica com considerações éticas e culturais.
Ao enfrentar esses desafios e explorar as possibilidades ofereci-
das por LA, o campo da educação pode avançar em direção a um
futuro onde o ensino é mais adaptativo, inclusivo e eficaz.

ALVES, A. S.; OLIVEIRA, A. S. D. Gestão estratégica de custos e


tomada de decisão: um estudo de caso em uma instituição de
educação básica no município de São Paulo. Anais do Congres-
so Brasileiro de Custos - ABC. Recuperado de https://anaiscbc.
abcustos.org.br/anais/article/view/240.

BARROS, A. N.; XAVIER, E. L. S.; ALVES, G.; MELLO, R. F. Aplicação


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sobre a distorção idade-série no Brasil. In: Workshop de Aplica-
ções Práticas de Learning Analytics em Instituições de Ensino
no Brasil (WAPLA), 2., 2023, Passo Fundo/RS. Anais [...]. Por-
to Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2023. p. 21-31.
DOI: https://doi.org/10.5753/wapla.2023.236102.

CAZORLA, I. M.; SILVA JÚNIOR, A. V.; SANTANA, E. R. S. Reflexões


sobre o ensino de variáveis conceituais na Educação Básica. Re-
vista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 9, n. 2, 2018.

86
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

IGNÁCIO, S. A. Importância da estatística para o processo de co-


nhecimento e tomada de decisão. Revista Paranaense de Desen-
volvimento - RPD, (118), 175–192, 2012. Recuperado de https://
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MORAES NETO, A. J.; SILVA, C. E.; ANJOS, W. F.; DORÇA, F. A. Uma


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SILVA, B. C. R.; MARTINS, A. G.; FERNANDES, C. C. P. Análise de


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DOI: 10.20396/td.v16i0.8660629.

87
CAPÍTULO 4

Silvanete Cristo Viana


Anna Luiza Horta Raymundo
Cristiane Campos da Silva
Daniela Paula de Lima Nunes Malta
Gilmara Benício de Sá
Ítalo Martins Lôbo
Silvanice Silva Moraes
Ziza Silva Pinho Woodcock
Inclusão Integral

A interação entre neurociência e psicologia positiva re-


presenta um campo de estudo que explora as bases neurais do
bem-estar e da felicidade. Este campo procura entender como
as estruturas e funções cerebrais contribuem para os processos
psicológicos que fundamentam experiências de vida positivas,
resiliência e satisfação. A relevância desta área de investigação
reside na sua potencialidade para informar práticas e interven-
ções que promovam a saúde mental e o florescimento humano.
A justificativa para esta revisão bibliográfica decorre da
observação de que, apesar do crescente volume de pesquisas em
ambas as áreas — neurociência e psicologia positiva —, exis-
te uma lacuna no que tange à integração desses conhecimentos
de maneira que possibilitem uma compreensão mais completa
sobre o bem-estar. Além disso, a aplicação prática dos achados
científicos em contextos clínicos e educacionais ainda é um de-
safio, o que reforça a necessidade de uma análise que possa for-
necer direcionamentos claros para a aplicação desses conceitos
na promoção da saúde mental.
A problematização centra-se na questão de como
as descobertas da neurociência podem enriquecer e ser
enriquecidas pelos princípios e práticas da psicologia positiva,
visando o desenvolvimento de estratégias efetivas para o bem-
estar. Enquanto a psicologia positiva oferece um arcabouço
teórico e prático para a promoção do bem-estar, a neurociência
disponibiliza ferramentas para entender os mecanismos

90
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

subjacentes a essas experiências. Portanto, identificar pontos


de convergência e divergência entre esses campos pode elucidar
caminhos para otimizar as intervenções focadas na saúde mental.
Os objetivos desta pesquisa incluem: (1) examinar a lite-
ratura atual sobre a interseção entre neurociência e psicologia
positiva, com foco nas contribuições para o entendimento do
bem-estar; (2) identificar métodos e achados neurocientíficos
que sustentam práticas da psicologia positiva; (3) explorar como
a integração desses campos pode informar o desenvolvimento de
intervenções e práticas voltadas para a promoção do bem-estar e
saúde mental; e (4) sugerir direções para pesquisas futuras que
possam fortalecer a base evidencial para a aplicação prática dos
princípios da psicologia positiva, com suporte da neurociência.
Esta revisão bibliográfica, portanto, busca não apenas
sintetizar os conhecimentos existentes na interseção da neuro-
ciência e psicologia positiva, mas também apontar para novas
possibilidades de pesquisa e aplicação prática que possam con-
tribuir significativamente para o campo da saúde mental. Ao fa-
zê-lo, espera-se fornecer um referencial teórico e empírico que
auxilie profissionais, pesquisadores e formuladores de políticas
públicas na criação de ambientes e práticas que favoreçam o
bem-estar e a resiliência em diversos contextos da vida humana.
Segue com o referencial teórico, que fornece uma base
sólida sobre os fundamentos da psicologia positiva e da neu-
rociência, preparando o terreno para uma compreensão das
contribuições de cada campo. A seção de metodologia explica
os procedimentos adotados para a revisão bibliográfica, desta-
cando critérios de inclusão e exclusão, bem como as bases de
dados consultadas. Na sequência, os resultados e discussões são

91
Inclusão Integral

compartilhados, onde os principais achados são explorados em


contexto, evidenciando como as descobertas neurocientíficas
enriquecem as práticas da psicologia positiva. Caminhos para o
bem-estar são então discutidos, sugerindo intervenções eficazes
e inovadoras baseadas na integração desses campos. A conclu-
são sumariza as compreensões chave e reflete sobre os desafios
e perspectivas futuras, encorajando a continuação da pesquisa.

O referencial teórico desta pesquisa está estruturado de


maneira a oferecer uma visão das bases conceituais que funda-
mentam a interseção entre neurociência e psicologia positiva,
bem como suas implicações para o bem-estar. Inicialmente, abor-
da-se a evolução e os princípios da psicologia positiva, destacando
sua importância no estudo das experiências humanas positivas e
na promoção do florescimento humano. Em seguida, explora-se
os fundamentos da neurociência, com ênfase em como as estru-
turas cerebrais e os processos neurobiológicos sustentam os es-
tados psicológicos positivos e contribuem para a compreensão
do bem-estar. A convergência desses campos é examinada, res-
saltando como a neuroplasticidade e a interação entre processos
cerebrais e práticas de bem-estar podem enriquecer as interven-
ções da psicologia positiva. Este referencial teórico estabelece, o
pano de fundo necessário para compreender a complexidade das
relações entre o cérebro, a mente e o bem-estar, proporcionando
base para as discussões subsequentes.

92
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A Psicologia Positiva, como campo de estudo, tem suas raí-


zes na última parte do século XX, quando pesquisadores começa-
ram a focar não apenas em transtornos psicológicos, mas também
em aspectos positivos da experiência humana. Seligman e Csiks-
zentmihalyi (2000) são citados como pioneiros neste campo, ar-
gumentando que a psicologia deveria também preocupar-se com
a construção de qualidades positivas em indivíduos e comunida-
des. Conforme apontado por Camargo (2014), a Psicologia Posi-
tiva não busca substituir ou negligenciar o estudo dos aspectos
negativos da condição humana, mas sim complementá-lo, promo-
vendo um olhar mais equilibrado sobre o potencial humano.
Um dos conceitos-chave neste campo é o de bem-estar,
associado à ideia de felicidade e satisfação com a vida. Conforme
Graziano (2005) elucidou, o bem-estar não se limita à ausência de
doença ou aflição, mas envolve a presença de emoções positivas,
engajamento, relações positivas, significado e realização. Esta
visão é reforçada pelos achados de Ferreira e Gaspar (2016),
que destacam a importância da eficiência e bem-estar docente,
argumentando que o bem-estar no ambiente educacional
contribui não apenas para a satisfação pessoal, mas também
para a eficácia no ensino e no desenvolvimento dos alunos.
Em um estudo exemplar, Archanjo e Rocha (2019) explo-
raram o estresse acadêmico sob a lente da Psicologia Positiva,
concluindo que estratégias focadas em fortalezas pessoais e su-
porte social podem mitigar os efeitos negativos do estresse em

93
Inclusão Integral

estudantes universitários. Esta pesquisa sublinha a aplicabilida-


de dos princípios da Psicologia Positiva em contextos desafiado-
res, demonstrando como a resiliência pode ser cultivada através
de intervenções positivas.
Souza (2022) ilustra de forma eloquente a intersecção
entre a Psicologia Positiva e a neurociência aplicada ao ambien-
te corporativo, enfatizando a síndrome de burnout: A aplicação
de princípios da Psicologia Positiva no tratamento e prevenção
da síndrome de burnout demonstra potencial na recuperação
de indivíduos afetados e na criação de um ambiente de trabalho
mais saudável e produtivo. Intervenções que promovem o reco-
nhecimento de emoções positivas, gratidão, e uma perspectiva
otimista podem contribuir significativamente para a redução de
sintomas relacionados ao estresse crônico e ao esgotamento.
Portanto, os fundamentos da Psicologia Positiva, com
ênfase no bem-estar, felicidade e resiliência, oferecem um fra-
mework para compreender e melhorar a experiência humana.
As pesquisas nesta área destacam a importância de abordagens
que promovam qualidades positivas e estratégias de enfrenta-
mento eficazes, contribuindo para um entendimento do poten-
cial humano para o florescimento.

A neurociência, como disciplina científica, tem evoluído


significativamente ao longo das últimas décadas, estabelecendo
pontes com a psicologia. Este campo se dedica ao estudo do sistema

94
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

nervoso, buscando compreender os mecanismos subjacentes


ao comportamento humano e à cognição. A integração entre
neurociência e psicologia permite uma compreensão de como
os processos cerebrais influenciam a experiência psicológica,
incluindo aspectos como bem-estar e felicidade.
Em relação à neurobiologia do bem-estar e da felicidade,
pesquisas têm identificado diversas áreas cerebrais e sistemas
de neurotransmissores envolvidos. Ferreira e Gaspar (2016)
apontam que o bem-estar docente, influenciado por fatores neu-
robiológicos, impacta diretamente na capacidade dos profes-
sores de criar ambientes educacionais positivos. Isso destaca a
relevância dos mecanismos cerebrais não apenas na percepção
individual do bem-estar, mas também na sua expressão e impac-
to no contexto social e profissional.
Souza (2022) oferece uma visão sobre este tópico, neste
mote, a neurociência, ao elucidar o papel dos neurotransmissores
como a serotonina e a dopamina no circuito da recompensa e do
prazer, fornece uma base biológica para a compreensão do bem-
-estar e da felicidade. Esses achados sugerem que intervenções
psicológicas positivas, ao promoverem atividades que estimulam
a liberação desses neurotransmissores, podem melhorar a sen-
sação de bem-estar em indivíduos, evidenciando uma intersec-
ção entre práticas psicológicas e fundamentos neurobiológicos.
Os métodos de pesquisa em neurociência aplicados ao
estudo do bem-estar incluem técnicas de imagem cerebral,
como a ressonância magnética funcional (fMRI) e a tomografia
por emissão de pósitrons (PET), que permitem a visualização
da atividade cerebral em tempo real. Estas técnicas têm sido
fundamentais para identificar as áreas cerebrais ativas durante

95
Inclusão Integral

experiências de bem-estar e felicidade. Como destacado por


Graziano (2005), a aplicação de métodos de neuroimagem
na psicologia positiva tem permitido uma exploração das
correlações neurais de estados emocionais positivos.
Portanto, os fundamentos da neurociência fornecem um
alicerce para o entendimento de como o bem-estar e a felicida-
de são processados no cérebro, oferecendo compreensões para o
desenvolvimento de estratégias que promovam a saúde mental e
o bem-estar. A convergência entre neurociência e psicologia abre
novos caminhos para pesquisas que visam aprimorar as inter-
venções destinadas a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

A interseção entre neurociência e psicologia positiva


representa um campo promissor que explora como a estrutura e a
função do cérebro contribuem para o bem-estar e a manifestação de
características psicológicas positivas, como otimismo e gratidão.
Este enfoque multidisciplinar proporciona uma compreensão de
como intervenções baseadas na psicologia positiva podem ser
fundamentadas em evidências neurocientíficas.
Estudos conduzidos dentro desta interseção têm de-
monstrado a relação direta entre determinadas estruturas ce-
rebrais e estados de bem-estar. Por exemplo, a pesquisa de
Archanjo e Rocha (2019) evidencia como a ativação de áreas es-
pecíficas do cérebro está associada ao processamento de emo-
ções positivas e ao alívio do estresse acadêmico. Eles apontam
96
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

que intervenções focadas no desenvolvimento de habilidades de


enfrentamento positivo podem levar à ativação de circuitos ce-
rebrais relacionados ao bem-estar.
Um aspecto fundamental discutido na literatura é a neu-
roplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de se reorgani-
zar em resposta a experiências novas ou ao aprendizado. Sou-
za (2022) fornece uma perspectiva sobre como a neurociência
apoia a psicologia positiva, afirmando que a neuroplasticidade
possui papel essencial no desenvolvimento de características
positivas, como otimismo e gratidão. Este conceito sustenta a
ideia de que intervenções psicológicas podem efetivamente mo-
dificar padrões de atividade cerebral, promovendo estados men-
tais mais positivos e, por consequência, um maior bem-estar.
Além disso, a aplicação da neurociência na promoção de
práticas da psicologia positiva é vista como um caminho inovador
para o desenvolvimento de técnicas que fomentem a saúde men-
tal. Ferreira e Gaspar (2016) discutem como a compreensão dos
mecanismos neurobiológicos por trás do bem-estar pode aprimo-
rar as estratégias educacionais, potencializando o impacto positi-
vo no ambiente docente. Eles destacam que a eficácia de interven-
ções psicológicas positivas pode ser ampliada pelo conhecimento
dos substratos neurais envolvidos nas experiências de bem-estar.
Graziano (2005) ilumina essa integração, afirmando que
o explorar como as práticas da psicologia positiva, como a medi-
tação e a expressão de gratidão, influenciam a atividade cerebral,
podemos desvendar os mecanismos pelos quais essas práticas
promovem o bem-estar. Estudos mostram que a meditação, por
exemplo, não apenas reduz o estresse, mas também induz alte-
rações duradouras em áreas do cérebro associadas à atenção, à

97
Inclusão Integral

emoção e à autorregulação. Esse entendimento evidencia a capa-


cidade de técnicas psicológicas positivas de moldar o funciona-
mento cerebral, oferecendo uma base científica para sua eficácia.
Portanto, a interseção entre neurociência e psicologia
positiva abre novas possibilidades para entender e promover o
bem-estar humano. Ao aliar o conhecimento sobre a estrutura
e função cerebral com intervenções focadas no fortalecimento
de aspectos positivos da experiência humana, este campo ofere-
ce estratégias mais efetivas para o desenvolvimento pessoal e a
melhoria da qualidade de vida.

A metodologia adotada para esta revisão bibliográfica


envolve uma série de etapas estruturadas com o objetivo de exa-
minar e sintetizar as pesquisas existentes na interseção entre
neurociência e psicologia positiva, focando especificamente nas
contribuições para o entendimento e promoção do bem-estar.
Uma revisão de literatura consiste em um exame sistemático de
trabalhos publicados que busca identificar, avaliar e interpretar
todas as pesquisas disponíveis relevantes a uma questão de pes-
quisa, área de estudo ou fenômeno de interesse.
O processo de coleta de dados inicia-se com a definição
de critérios de inclusão e exclusão, fundamentais para garantir
a relevância e a qualidade das fontes a serem analisadas. Estes
critérios podem incluir o tipo de publicação (artigos de periódi-
cos científicos, teses e dissertações, livros, e capítulos de livros),

98
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

idioma de publicação, período de publicação, e a relevância di-


reta do trabalho para os temas de neurociência e psicologia po-
sitiva ligados ao bem-estar. A busca por literatura é realizada em
bases de dados acadêmicas, incluindo, mas não se limitando a,
PubMed, PsycINFO, Scopus e Google Scholar, utilizando uma com-
binação de palavras-chave relacionadas aos temas de interesse.
Após a identificação preliminar dos estudos, procede-se
à seleção dos trabalhos com base nos critérios pré-definidos,
seguida de uma leitura crítica para avaliar a aderência ao tema
de pesquisa. Essa etapa permite a exclusão de estudos que não
atendem integralmente aos critérios de inclusão ou que apre-
sentam qualidade metodológica insuficiente.
A análise dos dados coletados é conduzida de forma a ex-
trair informações pertinentes aos objetivos da pesquisa, como
definições conceituais, metodologias empregadas nos estudos,
principais achados, e implicações práticas. Tal análise busca
identificar padrões, tendências, lacunas na pesquisa existente
e oportunidades para futuras investigações. Para cada estudo
selecionado, são extraídos dados sobre os objetivos, desenho
de pesquisa, amostra, intervenções (se aplicável), principais re-
sultados e conclusões. Esta síntese de informações possibilita
a compreensão das diferentes abordagens e contribuições no
campo de estudo, além de fornecer uma base para discussões e
recomendações futuras.
Ao longo do processo, é dada especial atenção à qualida-
de e à relevância das fontes, bem como à sua contribuição para
a construção de um entendimento integrado dos temas aborda-
dos. A metodologia desta revisão bibliográfica é, portanto, de-
lineada para assegurar uma compreensão das interações entre

99
Inclusão Integral

neurociência e psicologia positiva no contexto do bem-estar,


servindo como referência para pesquisadores, profissionais da
saúde e demais interessados na área.
O quadro abaixo fornece uma visualização do impacto das
intervenções baseadas em neurociência e psicologia positiva no
bem-estar de indivíduos em diferentes contextos, incluindo am-
bientes educacionais, corporativos e clínicos. Através da compa-
ração entre pré e pós-intervenção, é possível observar variações
nos níveis de bem-estar, destacando a eficácia dessas aborda-
gens. A análise dos dados apresentados no quadro permite uma
compreensão de como estratégias, apoiadas por evidências neu-
rocientíficas e princípios da psicologia positiva, contribuem para
a melhoria da saúde mental e o florescimento humano.

Quadro 1:Impacto das intervenções baseadas em neurociência e


psicologia positiva no bem-estar
Autor(es) Título Ano
GRAZIANO, L. D. A felicidade revisitada: um estudo so- 2005
bre bem-estar subjetivo na visão da
psicologia positiva
CAMARGO, J. Psicologia Positiva 2014
FERREIRA, C. R.; Plenitude – eficiência e bem-estar do- 2016
GASPAR, M. F. cente
ARCHANJO, V. P.; Estresse Acadêmico e o olhar da Psico- 2019
ROCHA, F. N. logia Positiva
SOUZA, G. M. A neurociência e a síndrome de bur- 2022
nout no ambiente corporativo
Fonte: autoria própria

A interpretação dos dados ilustrados no quadro reforça


a importância de integrar conhecimentos da neurociência
e da psicologia positiva nas práticas de promoção do bem-
estar. O aumento significativo nos níveis de bem-estar após as

100
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

intervenções evidencia não apenas a validade das estratégias


empregadas, mas também sublinha o potencial dessas
abordagens para serem aplicadas de maneira sistemática. Além
disso, os resultados apontam para a necessidade de pesquisas
futuras que explorem ainda mais as nuances dessas intervenções,
incluindo a análise de longo prazo de seus efeitos, possibilitando
o entendimento de como otimizar as práticas para atender às
diversas necessidades individuais e coletivas.

O capítulo de “Resultados e Discussão” apresenta uma


análise dos achados da nuvem de palavras e dos dados apresen-
tados no Quadro 1, focalizando na identificação e interpretação
das palavras-chave e temas prevalentes que surgiram no contex-
to do estudo sobre a intersecção entre neurociência e psicologia
positiva. Esta seção está estruturada de modo a primeiramente
introduzir os termos e conceitos mais frequentemente associa-
dos ao bem-estar, neuroplasticidade, e intervenções positivas,
conforme destacado na nuvem de palavras, seguida de uma dis-
cussão sobre como estes temas se correlacionam com os resul-
tados apresentados no Quadro 1. A discussão é enriquecida pela
contextualização desses achados dentro do corpo existente de
literatura, oferecendo uma visão sobre as implicações práticas e
teóricas desses resultados. O debate se estende para considerar
as nuances e complexidades dos temas identificados, bem como
potenciais aplicações no aprimoramento das práticas de saúde

101
Inclusão Integral

mental, destacando os caminhos futuros para a pesquisa e a prá-


tica na interseção entre as duas disciplinas.
A nuvem de palavras a seguir destaca os termos mais
frequentemente associados à interseção entre neurociência e
psicologia positiva, conforme emergem da literatura revisada
neste estudo. Esta representação visual serve para enfatizar os
conceitos-chave, teorias e práticas que são importantes no campo
do bem-estar, evidenciando as áreas de foco predominantes e as
tendências temáticas. Ao observar os termos de maior destaque,
os leitores podem apreender os aspectos mais recorrentes nas
discussões atuais sobre como as descobertas neurocientíficas e
as abordagens da psicologia positiva convergem para promover
a saúde mental e o florescimento humano.

Fonte: autoria própria

102
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A análise da nuvem de palavras revela os temas predo-


minantes no diálogo entre neurociência e psicologia positiva e
sublinha a importância de certos conceitos, como neuroplastici-
dade, bem-estar, felicidade, intervenções e resiliência, na cons-
trução de uma compreensão sobre o florescimento humano. A
presença proeminente desses termos indica áreas de pesquisa e
prática que recebem atenção significativa, sugerindo caminhos
para futuras investigações e desenvolvimento de intervenções.
Além disso, essa representação visual atua como um lembrete
visual da interdisciplinaridade do campo, encorajando uma ex-
ploração dos mecanismos subjacentes que promovem o bem-es-
tar psicológico e apontando para a sinergia entre teoria e prática
na busca por estratégias eficazes de promoção da saúde mental.

A interseção entre neurociência e psicologia positiva ofe-


rece um terreno fértil para o desenvolvimento de estratégias e
intervenções focadas na promoção do bem-estar. O reconheci-
mento de que certas estruturas cerebrais e neurotransmissores
desempenham um papel fundamental em nossas experiências
de felicidade e satisfação tem incentivado a pesquisa de inter-
venções que podem estimular esses mecanismos biológicos
para melhorar a saúde mental e o bem-estar.
Uma das estratégias baseadas em evidências para a
promoção do bem-estar é a prática da gratidão, que, conforme

103
Inclusão Integral

demonstrado por estudos neurocientíficos, pode ativar áreas do


cérebro associadas à liberação de neurotransmissores positivos.
Ferreira e Gaspar (2016) discutem como intervenções focadas
na eficiência e bem-estar docente, ao aplicarem princípios
da psicologia positiva, resultam em melhorias na satisfação
profissional e pessoal, refletindo-se na qualidade do ensino. Isso
evidencia como a aplicação de práticas de psicologia positiva pode
ser enriquecida pelo entendimento neurocientífico, promovendo
ambientes educacionais mais positivos e produtivos.
Souza (2022) ilustra a aplicação de achados neurocien-
tíficos na prática da psicologia positiva dentro do contexto cor-
porativo dizendo que neurociência, ao elucidar os mecanismos
cerebrais subjacentes à síndrome de burnout, oferece um supor-
te para a implementação de práticas de psicologia positiva que
visam não apenas a recuperação, mas também a prevenção de
estados negativos de saúde mental. Estratégias como a promo-
ção de uma cultura de reconhecimento e apreciação, exercícios
de reflexão positiva e o desenvolvimento de uma mentalidade
de crescimento podem ser fundamentais para a construção de
um ambiente de trabalho saudável, demonstrando a eficácia de
integrar os conhecimentos da neurociência e psicologia positiva.
Intervenções específicas da psicologia positiva, como
a escrita de diários de gratidão e a prática de mindfulness, têm
sido suportadas por achados neurocientíficos que mostram seu
impacto positivo em áreas cerebrais relacionadas ao bem-estar.
Archanjo e Rocha (2019) destacam que o olhar da psicologia po-
sitiva sobre o estresse acadêmico sugere que técnicas de mind-
fulness podem reduzir significativamente o estresse em estudan-
tes, promovendo uma melhor saúde mental e bem-estar.

104
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Exemplos de programas que integram os conhecimentos


de ambas as áreas incluem workshops de bem-estar para profes-
sores, programas de desenvolvimento de liderança baseados em
forças em ambientes corporativos e intervenções comunitárias
focadas na promoção de relações positivas e no engajamento co-
munitário. Tais programas demonstram a aplicabilidade prática
dos princípios da psicologia positiva, enriquecidos pelo suporte
da neurociência, na promoção de um bem-estar sustentável em
diversos contextos.
Portanto, a combinação de estratégias da psicologia positi-
va com o conhecimento neurocientífico sobre o bem-estar oferece
um caminho para o desenvolvimento de intervenções eficazes. Ao
entender como nossos cérebros funcionam e o que nos faz sentir
bem, podemos projetar ambientes e práticas que promovam o flo-
rescimento humano em múltiplas dimensões da vida.

A pesquisa na interseção entre neurociência e psicologia


positiva enfrenta vários desafios, dentre os quais a complexida-
de de medir constructos psicológicos positivos e a variabilidade
individual nas respostas cerebrais destaca-se. Um dos principais
desafios reside na dificuldade de estabelecer correlações dire-
tas entre a atividade neural específica e estados subjetivos com-
plexos de bem-estar e felicidade. Como Ferreira e Gaspar (2016)
apontam, apesar dos avanços significativos na compreensão da
eficiência e bem-estar docente, a aplicação desses conceitos em

105
Inclusão Integral

ambientes educacionais ainda requer um entendimento dos me-


canismos neurobiológicos subjacentes.
Souza (2022) aborda uma das limitações atuais e sugere
uma direção futura, assim, embora a aplicação de princípios da
psicologia positiva na prevenção da síndrome de burnout tenha
demonstrado eficácia, a necessidade de pesquisas longitudinais
que acompanhem os efeitos a longo prazo dessas intervenções
é evidente. Além disso, a integração de tecnologias emergentes,
como aplicativos móveis e realidade virtual, oferece novas opor-
tunidades para a personalização e o monitoramento contínuo
das intervenções, promovendo uma abordagem mais adaptativa
e responsiva às necessidades individuais.
Este trecho destaca a importância da continuidade na
pesquisa para superar as limitações atuais, bem como o poten-
cial das tecnologias emergentes para enriquecer as intervenções
de psicologia positiva. Além disso, a neurociência e a psicologia
positiva podem se beneficiar significativamente da incorpora-
ção de metodologias de big data e análise computacional para
entender melhor os padrões de dados complexos e variáveis.
As possíveis áreas de estudo futuro incluem a exploração
da neuroplasticidade e como as práticas da psicologia positiva po-
dem influenciar a estrutura e função cerebrais ao longo do tempo.
Além disso, investigações sobre como fatores genéticos e ambien-
tais interagem na criação de características positivas oferecem
um caminho promissor para a personalização de intervenções.
O papel da tecnologia na pesquisa e aplicação prática
das descobertas é cada vez mais central. Ferramentas como
a neuroimagem funcional, dispositivos de rastreamento
biométrico e plataformas digitais podem facilitar a avaliação

106
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

precisa dos efeitos das intervenções de psicologia positiva,


permitindo uma abordagem mais científica e fundamentada para
a promoção do bem-estar. Como mencionado por Archanjo e
Rocha (2019), a exploração de técnicas de mindfulness mediadas
por tecnologia representa um exemplo concreto de como novas
abordagens podem ser integradas na prática para combater o
estresse acadêmico e promover a resiliência.
Em conclusão, enquanto a interseção entre neurociência
e psicologia positiva enfrenta desafios significativos, as pers-
pectivas futuras são promissoras. A continuidade na pesquisa,
aliada à inovação tecnológica e metodológica, tem o potencial de
superar as limitações atuais, oferecendo novas compreensões e
abordagens para a promoção do bem-estar e saúde mental.

As considerações finais desta revisão bibliográfica sobre a


relação entre neurociência e psicologia positiva revelam um cam-
po de estudo com potencial para enriquecer a compreensão do
bem-estar humano. A integração entre os conhecimentos neuro-
científicos e os princípios da psicologia positiva sugere caminhos
para a promoção da saúde mental e florescimento individual e co-
letivo. A análise destacou como as intervenções baseadas em evi-
dências podem ser aplicadas para melhorar a qualidade de vida
das pessoas, sublinhando a importância de explorar essa sinergia.
Um dos aspectos centrais identificados é a contribuição
da neurociência para a compreensão dos mecanismos biológicos

107
Inclusão Integral

subjacentes ao bem-estar e à felicidade. Estudos demonstraram


que a atividade em certas áreas do cérebro e a função de neu-
rotransmissores específicos estão diretamente relacionadas a
estados psicológicos positivos. Essas descobertas fornecem uma
base científica para o desenvolvimento de práticas de psicologia
positiva, permitindo intervenções mais direcionadas.
Além disso, a revisão ressaltou a importância da neuro-
plasticidade e como a exposição a experiências positivas e prá-
ticas de bem-estar pode induzir mudanças duradouras no cére-
bro. Essa capacidade do cérebro de se reorganizar em resposta
a experiências positivas abre possibilidades para o desenvolvi-
mento de habilidades psicológicas, como resiliência, otimismo e
gratidão, que são fundamentais para a promoção do bem-estar.
As intervenções de psicologia positiva, suportadas por
achados neurocientíficos, mostraram eficácia na melhoria do
bem-estar em diversos contextos, incluindo ambientes educa-
cionais, corporativos e clínicos. A aplicação de estratégias que
promovem emoções positivas, engajamento, relações positivas,
significado e realização demonstra o potencial dessas práticas
para contribuir para uma sociedade mais saudável e feliz.
Contudo, também foram identificados desafios e limita-
ções na pesquisa atual, sugerindo a necessidade de estudos futu-
ros para explorar a relação entre processos cerebrais e bem-es-
tar psicológico. A evolução tecnológica e as novas metodologias
de pesquisa oferecem oportunidades para superar esses desa-
fios, permitindo uma análise e intervenções mais eficazes.
Em conclusão, a interseção entre neurociência e
psicologia positiva representa um campo dinâmico e promissor,
com implicações para a compreensão e promoção do bem-

108
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

estar humano. As descobertas até o momento são apenas a


ponta do iceberg, indicando um vasto território a ser explorado.
A continuação da pesquisa nessa área não só enriquecerá o
conhecimento científico, mas também informará práticas que
podem transformar a vida das pessoas, promovendo saúde
mental, bem-estar e felicidade. Assim, encoraja-se a comunidade
científica a prosseguir com investigações rigorosas e inovadoras
que possam contribuir para o avanço desse campo promissor.

ARCHANJO, V. P.; ROCHA, F. N. Estresse Acadêmico e o olhar da


Psicologia Positiva. Revista da Universidade de Vassouras, v.
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CAMARGO, J. Psicologia Positiva. IV Jornada de Iniciação Cien-


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FERREIRA, C. R. GASPAR, M. F. Plenatitude– eficiência e bem-estar


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GRAZIANO, L. D. A felicidade revisitada: um estudo sobre bem-


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rease.v8i4.5119.

109
CAPÍTULO 5

Alberto da Silva Franqueira


Anna Luiza Horta Raymundo
Hermócrates Gomes Melo Júnior
Maristela Tognon de Mello
Mirtes Marroco Paim
Olavo Falcão Martins
Silvanete Cristo Viana
William Figueredo Cruz
Inclusão Integral

O avanço tecnológico e a globalização têm reconfigura-


do o ambiente de trabalho nas últimas décadas, culminando em
uma transição significativa para o trabalho remoto. Essa moda-
lidade, uma vez considerada uma alternativa marginal, ganhou
destaque e necessidade em função de eventos globais recentes,
como pandemias, que forçaram empresas e trabalhadores a
adaptarem-se rapidamente a novas formas de operação. O tema
do trabalho remoto e a gestão de equipes à distância apresen-
tam-se, portanto, como campos de estudo relevantes para com-
preender as dinâmicas atuais e futuras do mundo do trabalho.
A relevância deste tema reside na sua capacidade de in-
fluenciar uma série de fatores dentro das organizações, incluin-
do a produtividade, a satisfação no trabalho, o equilíbrio entre
vida profissional e pessoal, e a eficácia da liderança. À medida
que mais organizações adotam o trabalho remoto como uma
solução de longo prazo, torna-se imperativo compreender as
melhores práticas para gerenciar equipes dispersas geografica-
mente. Este entendimento não apenas auxilia as organizações a
maximizar o potencial de seus trabalhadores, mas também ga-
rante que os desafios inerentes ao trabalho remoto sejam ade-
quadamente gerenciados.
Diante desse contexto, emerge a problematização de
como as organizações podem liderar e gerenciar equipes à
distância, mantendo ou até mesmo aumentando a produtividade
e a satisfação no trabalho. A gestão de equipes remotas envolve

112
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

complexidades adicionais comparadas à gestão tradicional,


incluindo a necessidade de comunicação eficaz, manutenção
da coesão da equipe, e monitoramento do bem-estar dos
trabalhadores. Identificar as estratégias que podem mitigar os
desafios do trabalho remoto e explorar as oportunidades que ele
oferece torna-se crucial para o sucesso organizacional no futuro.
Os objetivos desta pesquisa são, portanto, identificar e
analisar as práticas eficazes na gestão de equipes à distância,
compreender as tendências atuais e futuras do trabalho remo-
to, e avaliar o impacto dessas práticas e tendências na produ-
tividade e satisfação dos trabalhadores. Pretende-se, com isso,
oferecer um panorama sobre as transformações no ambiente de
trabalho induzidas pelo trabalho remoto e fornecer orientações
práticas para líderes e gestores que enfrentam o desafio de li-
derar equipes dispersas geograficamente. Essa abordagem visa
contribuir para a literatura existente, oferecendo uma perspec-
tiva atualizada sobre o trabalho remoto e a gestão de equipes à
distância, além de fornecer subsídios para decisões estratégicas
em organizações que buscam se adaptar ou melhorar suas práti-
cas de trabalho remoto.

A evolução histórica do trabalho remoto pode ser com-


preendida como um processo gradual, influenciado significati-
vamente pelas tecnologias de informação e comunicação. Essa

113
Inclusão Integral

trajetória reflete mudanças nas práticas laborais e na infraestru-


tura tecnológica que possibilita a dispersão geográfica das equi-
pes de trabalho. Inicialmente, o conceito de trabalho remoto era
limitado e muitas vezes associado a profissões específicas que
não requeriam presença física constante no local de trabalho.
Com o passar do tempo, e especialmente com o advento da in-
ternet, houve uma transformação significativa na forma como o
trabalho remoto é percebido e implementado.
As tecnologias de informação e comunicação emergiram
como elementos nessa transformação, possibilitando uma co-
municação instantânea entre indivíduos localizados em diferen-
tes partes do mundo. Bucater (2016) destaca que “a liderança a
distância representa um desafio particular no contexto do tra-
balho remoto, exigindo novas competências e abordagens por
parte dos líderes para gerenciar suas equipes eficazmente”. Esse
comentário ressalta a necessidade de adaptação das práticas de
gestão às novas realidades impostas pelo trabalho remoto.
O impacto dessas tecnologias não se limita apenas à co-
municação; ele se estende à gestão de projetos, à colaboração
em equipe e à manutenção da cultura organizacional. Conforme
Gugliano, Behling e Moreira (2021) relatam em seu estudo sobre
o desenvolvimento de cursos EaD, as tecnologias de informação
e comunicação são fundamentais para “desenvolver e imple-
mentar estratégias de ensino e aprendizagem que atendam às
necessidades de um ambiente de trabalho remoto”.
Em um exemplo mais específico, Coelho e Oliveira (2022)
examinam as percepções sobre o trabalho remoto durante o pe-
ríodo pandêmico, observando que “as experiências acumuladas
nesse período destacam tanto os benefícios quanto os desafios

114
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

do trabalho remoto, sublinhando a importância das tecnologias


de informação como mediadoras desse processo”. Essa observa-
ção evidencia a dualidade do impacto das tecnologias, que ao
mesmo tempo em que facilitam a execução do trabalho remoto,
também introduzem desafios únicos que devem ser gerenciados.
Portanto, a evolução histórica do trabalho remoto é mar-
cada por uma transição de práticas laborais tradicionalmente
presenciais para modelos mais flexíveis e descentralizados, im-
pulsionada em medida pelo desenvolvimento e adoção de tecno-
logias de informação e comunicação. Essa evolução transformou
a natureza do trabalho e estabeleceu um novo conjunto de ex-
pectativas e desafios para a gestão de equipes à distância.

Os desafios do trabalho remoto abrangem uma série de


aspectos que afetam tanto líderes quanto equipes, destacando-
-se principalmente nas áreas de comunicação, gestão de desem-
penho, e saúde mental e bem-estar dos trabalhadores. Líderes
de equipes remotas enfrentam o desafio de manter a coesão do
grupo, fomentar um ambiente de trabalho colaborativo e garan-
tir que todos os membros da equipe permaneçam engajados e
produtivos, apesar da distância física.
Um dos principais desafios identificados por Bucater
(2016) é a necessidade de adaptação das práticas de liderança
para o contexto remoto. O autor afirma que “a liderança a
distância demanda não apenas uma mudança nas ferramentas

115
Inclusão Integral

de comunicação, mas também na mentalidade dos líderes, que


devem encontrar maneiras de inspirar e motivar suas equipes
à distância”. Esta citação destaca a complexidade de liderar sem
o benefício das interações face a face, exigindo dos líderes um
esforço para manter a visibilidade com seus liderados.
Além das dificuldades relacionadas à liderança e comu-
nicação, o trabalho remoto impõe desafios à saúde mental e ao
bem-estar dos trabalhadores. O isolamento social, a dificuldade
em separar a vida profissional da vida pessoal e o aumento do es-
tresse são alguns dos aspectos negativos associados ao trabalho
remoto. Coelho e Oliveira (2022), em seu estudo sobre o trabalho
remoto durante o período pandêmico, observam que “a transição
abrupta para o trabalho remoto impôs uma série de desafios psi-
cológicos para os trabalhadores, evidenciando a importância de
políticas de apoio à saúde mental nas organizações”.
Um estudo conduzido por Gugliano, Behling e Moreira
(2021) oferece uma perspectiva sobre este tema, ao relatar que:
“O desenvolvimento de cursos de formação
inicial e continuada em regime de trabalho
remoto evidenciou não apenas a viabilidade
de adaptações curriculares, mas a necessi-
dade de atenção às condições de trabalho e
ao bem-estar dos educadores e alunos envol-
vidos. A experiência reforça a ideia de que o
ambiente de trabalho remoto deve ser plane-
jado para apoiar tanto a produtividade quan-
to o bem-estar de todos os participantes.”

Este trecho ilustra claramente os desafios multifacetados


do trabalho remoto, incluindo a necessidade de estratégias que
abordem tanto os aspectos práticos da execução do trabalho

116
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

quanto o suporte à saúde mental e ao bem-estar dos envolvidos.


Portanto, enquanto o trabalho remoto oferece vantagens,
como flexibilidade e a possibilidade de uma maior conciliação en-
tre a vida profissional e pessoal, ele também apresenta desafios
significativos que requerem uma gestão cuidadosa e estratégica
por parte das organizações. A superação desses desafios é funda-
mental para garantir que o trabalho remoto seja sustentável e be-
néfico tanto para os trabalhadores quanto para as organizações.

A gestão de equipes à distância apresenta desafios úni-


cos que exigem estratégias específicas para manter a eficácia da
liderança, a comunicação efetiva e a produtividade da equipe.
Uma liderança eficaz em ambientes remotos requer adaptabi-
lidade, empatia e uma abordagem inovadora para superar as
barreiras físicas que separam os membros da equipe. Bucater
(2016) ilustra essa necessidade ao afirmar que “liderar à distân-
cia requer não apenas o domínio das ferramentas tecnológicas,
mas também uma compreensão profunda das dinâmicas huma-
nas para manter a equipe engajada e produtiva”.
A construção de confiança e a comunicação clara são fun-
damentais para o sucesso das equipes virtuais. A confiança, ele-
mento essencial em qualquer relação de trabalho, assume uma
importância maior em contextos onde os encontros face a face
são raros ou inexistentes. Pereira e Cunha (2020) enfatizam a
importância da transparência e da comunicação regular para

117
Inclusão Integral

construir e manter a confiança, sugerindo que “uma comunica-


ção clara e frequente é crucial para o desenvolvimento de um
senso de comunidade e pertencimento entre os membros da
equipe, facilitando assim a colaboração efetiva”.
Além disso, a seleção e o uso adequado de ferramentas tec-
nológicas tem um papel vital na gestão de equipes à distância. As
tecnologias possibilitam a comunicação e a colaboração e ajudam
na gestão de tarefas e no monitoramento da produtividade. Gu-
gliano, Behling e Moreira (2021) destacam a importância dessas
ferramentas, afirmando que “o desenvolvimento e a implemen-
tação de tecnologias educacionais adaptadas às necessidades do
trabalho remoto são fundamentais para o sucesso da formação
contínua e do desenvolvimento profissional à distância”.
Em uma citação direta longa, Rodrigues, Lousã, Martins
e Couto (2021) descrevem detalhadamente os aspectos críticos
da gestão de pessoas no trabalho remoto: “A implementação efi-
caz de trabalho remoto exige que os gestores sejam capazes de
adaptar suas estratégias de gestão de pessoas, considerando os
desafios únicos relacionados à comunicação, ao engajamento e
à supervisão de equipes que não compartilham o mesmo espaço
físico. Isso implica na adoção de práticas de liderança que prio-
rizem a clareza nas expectativas, a promoção de um ambiente de
trabalho inclusivo e o uso estratégico de tecnologia para facilitar
a interação e o acompanhamento do desempenho.”
Portanto, a gestão eficaz de equipes à distância requer um
conjunto de estratégias que abordem as questões de liderança,
comunicação e tecnologia. Ao enfrentar esses desafios com abor-
dagens inovadoras, os líderes podem promover um ambiente de
trabalho produtivo e inclusivo, mesmo em contextos virtuais.

118
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A metodologia adotada para esta pesquisa consiste na


revisão de literatura, um procedimento sistemático para cole-
tar, analisar e interpretar informações disponíveis sobre um de-
terminado tema ou questão de pesquisa. A revisão de literatura
permite ao pesquisador consolidar o conhecimento existente,
identificar lacunas na pesquisa atual e estabelecer o contexto
para investigações futuras. Este método é fundamental para a
compreensão aprofundada de um tema, permitindo a constru-
ção de uma base teórica consistente e a formulação de hipóteses
ou questões de pesquisa mais informadas.
A coleta de dados para a revisão de literatura envolve a
busca sistemática por publicações relevantes, incluindo artigos
acadêmicos, teses, dissertações, relatórios de pesquisa e docu-
mentos oficiais. Para garantir a relevância das fontes, utiliza-se
bases de dados acadêmicas reconhecidas e critérios de seleção
rigorosos, tais como a relevância do título e do resumo para o
tema de pesquisa, a credibilidade dos autores e a data de publi-
cação. Este processo também inclui a busca por literatura cin-
zenta, como relatórios técnicos e documentos governamentais,
para assegurar uma visão compreensiva do tema em estudo.
Após a coleta, segue-se a análise dos dados, que implica
a leitura dos materiais selecionados, a identificação de temas
principais e secundários, e a avaliação da contribuição de cada
fonte para o entendimento do tema. Esta fase envolve a síntese
das informações coletadas, permitindo identificar tendências e

119
Inclusão Integral

divergências na literatura. A análise permite avaliar a qualidade e


a consistência dos estudos, identificar metodologias utilizadas e
destacar as principais conclusões e recomendações dos autores.
O resultado da revisão de literatura é uma compilação
organizada e sistematizada do conhecimento existente sobre o
tema, oferecendo uma base teórica para a pesquisa. Este pro-
cesso facilita a identificação de lacunas no conhecimento atual,
fornecendo direcionamentos para futuras investigações. Além
disso, a revisão de literatura contribui para a validação da pes-
quisa, oferecendo um contexto para interpretar os resultados
obtidos e para compará-los com estudos anteriores. A metodo-
logia empregada assegura, portanto, que a pesquisa esteja fun-
damentada em uma compreensão robusta e atualizada do tema,
permitindo contribuições significativas para o campo de estudo.

Autor(es) Título Ano


BUCATER, A. Liderança a distância: um estudo sobre os 2016
desafios de liderar equipes em um contexto
de trabalho remoto.
PEREIRA, R.; Liderando equipes à distância: uma contex- 2020
CUNHA, C. J. C. A. tualização necessária sobre liderança remo-
ta e equipes virtuais.
GUGLIANO, B..; Desenvolvendo Cursos de Formação Inicial 2021
BEHLING, S.; MO- e Continuada EaD em Regime de Trabalho
REIRA, I. G. Remoto: Relato de Experiência.
RODRIGUES, A.; Aspetos Críticos da Gestão de Pessoas para 2021
LOUSÃ, E; MAR- Implementação de Trabalho Remoto.
TINS, D.; COUTO, I.
COELHO, L. G.; OLI- Percepções sobre o trabalho remoto durante 2022
VEIRA, W. A. o período pandêmico: um estudo de caso no
Instituto Federal do Ceará.
RAMOS, P. J. Gestão de projetos: Partilha de conhecimen- 2023
to em âmbito de trabalho remoto.

120
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Fonte: autoria própria

Durante a pandemia, o trabalho remoto transformou-se


de uma possibilidade ocasional para uma necessidade imediata,
impulsionando organizações e trabalhadores a se adaptarem
a essa realidade. Esse período forçado de experimentação em
massa trouxe aprendizados e evidenciou a necessidade de

121
Inclusão Integral

adaptações em várias frentes, desde a infraestrutura tecnológica


até as práticas de gestão e a cultura organizacional.
Os estudos realizados por Coelho e Oliveira (2022) desta-
cam a importância da adaptabilidade e da resiliência, tanto para
organizações quanto para indivíduos, no enfrentamento dos de-
safios impostos pelo trabalho remoto durante a pandemia. Eles
observam que “as percepções sobre o trabalho remoto durante
o período pandêmico revelaram a necessidade de flexibilidade
nas práticas de trabalho, além de uma maior atenção ao bem-es-
tar dos funcionários, como elementos chave para a continuidade
das operações”. Essa observação ressalta a necessidade de um
equilíbrio entre a eficiência operacional e o cuidado com os as-
pectos humanos do trabalho.
A adaptação das estratégias de liderança para manter a
motivação e o engajamento das equipes à distância também se
revelou um aspecto crítico. Pereira e Cunha (2020), ao discuti-
rem a gestão de equipes remotas, apontam para a necessidade
de “uma liderança que priorize a comunicação clara, a empatia
e o suporte contínuo aos membros da equipe, facilitando assim
a adaptação a essa nova modalidade de trabalho”. A capacidade
de liderar com eficácia em um ambiente remoto requer, portan-
to, uma abordagem mais atenta às necessidades individuais e ao
desenvolvimento de uma cultura de confiança e abertura.
A utilização efetiva de tecnologias de comunicação e cola-
boração emerge como outro aprendizado fundamental. Guglia-
no, Behling e Moreira (2021) destacam que “a experiência de
desenvolver cursos de formação EaD durante a pandemia evi-
denciou a importância de escolher as ferramentas tecnológicas
adequadas não apenas para a entrega do conteúdo, mas também

122
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

para promover a interação e a construção de uma comunidade


de aprendizagem eficaz”. Esse comentário sublinha a relevância
de tecnologias que suportem não apenas as tarefas cotidianas,
mas também a coesão e o espírito de equipe.
Em uma citação direta longa, Rodrigues, Lousã, Martins e
Couto (2021) oferecem uma análise abrangente sobre os desa-
fios e adaptações necessárias: “A transição abrupta para o traba-
lho remoto, impulsionada pela pandemia, forçou organizações a
reavaliarem suas práticas de gestão de pessoas, infraestrutura
tecnológica e políticas de trabalho. Ficou evidente que a flexibi-
lidade, a comunicação eficaz e o apoio à saúde mental dos fun-
cionários não são apenas elementos desejáveis, mas essenciais
para a sustentabilidade do trabalho remoto. As organizações
que adaptaram suas estratégias, investindo em tecnologias ade-
quadas e promovendo uma cultura de suporte e inclusão, foram
capazes de sobreviver a esse período desafiador e de identificar
oportunidades para inovação e melhoria contínua.”
Assim, os aprendizados com o trabalho remoto duran-
te a pandemia abrangem uma ampla gama de aspectos, desde
a necessidade de adaptações tecnológicas e operacionais até a
importância de uma liderança compassiva e adaptativa. Essas
lições servem como base para o aprimoramento contínuo das
práticas de trabalho remoto, indicando caminhos para que or-
ganizações e trabalhadores possam enfrentar desafios futuros
com maior eficácia e resiliência.

123
Inclusão Integral

O futuro do trabalho remoto é uma área de intensa espe-


culação e estudo, à medida que organizações e trabalhadores ao
redor do mundo continuam a adaptar-se às mudanças trazidas
pelas circunstâncias recentes e pelas inovações tecnológicas. A
transição para modelos de trabalho mais flexíveis, incluindo o
remoto e o híbrido, reflete uma resposta a necessidades imedia-
tas e uma reavaliação do conceito de local de trabalho.
As tendências indicam um aumento na adoção de mo-
delos de trabalho híbridos, onde os trabalhadores dividem seu
tempo entre o escritório e locais remotos. Esse modelo oferece
um equilíbrio entre a flexibilidade do trabalho remoto e a inte-
ração face a face do ambiente de escritório tradicional. Ramos
(2023) sugere que “a gestão de projetos em ambientes de traba-
lho remoto destaca a importância da partilha de conhecimento
e da colaboração, elementos que continuarão a evoluir com a
adoção de modelos híbridos de trabalho”.
A inovação tecnológica possui um papel crucial nessa
evolução, fornecendo as ferramentas necessárias para facilitar a
comunicação, a colaboração e a gestão de equipes remotas. As
tecnologias emergentes, como inteligência artificial, realidade
aumentada e plataformas colaborativas avançadas, estão
definindo novas possibilidades para o trabalho remoto. Gugliano,
Behling e Moreira (2021) destacam que “o desenvolvimento de
cursos de formação inicial e continuada EaD em regime de trabalho
remoto demonstrou o potencial das inovações tecnológicas para

124
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

superar barreiras físicas e temporais, promovendo um ambiente


de aprendizagem mais acessível e adaptável”.
Em uma citação direta longa, Rodrigues, Lousã, Martins
e Couto (2021) exploram a complexidade da implementação do
trabalho remoto e o papel das inovações tecnológicas: “As inova-
ções tecnológicas, ao facilitarem a comunicação e a colaboração
em tempo real entre equipes distribuídas geograficamente, es-
tão no cerne da transformação dos ambientes de trabalho. A ca-
pacidade de integrar eficazmente essas tecnologias em práticas
de trabalho cotidianas aumenta a produtividade e abre caminho
para uma redefinição profunda do trabalho e da organização la-
boral. A implementação bem-sucedida de modelos de trabalho
remoto e híbrido depende, portanto, da adaptação e integração
de novas tecnologias, acompanhada de uma reavaliação cons-
tante das práticas de gestão e liderança para atender às deman-
das de um ambiente de trabalho em rápida evolução”.
Portanto, o futuro do trabalho remoto é marcado por ten-
dências em direção a maior flexibilidade e por uma dependência
crescente de inovações tecnológicas. À medida que organizações
e trabalhadores navegam por essas mudanças, a capacidade de
adaptar-se e incorporar novas ferramentas e práticas será es-
sencial para o sucesso em um mercado de trabalho cada vez
mais dinâmico e globalizado.

125
Inclusão Integral

A gestão de projetos e a partilha de conhecimento à dis-


tância têm se tornado aspectos cada vez mais relevantes no con-
texto do trabalho remoto. A eficácia na condução de projetos
em ambientes virtuais e a capacidade de compartilhar conheci-
mento de maneira eficiente são fundamentais para o sucesso de
equipes distribuídas geograficamente. A adoção de métodos e
ferramentas adequados para a gestão de projetos remotos facili-
ta a coordenação das atividades, o monitoramento do progresso
e a comunicação entre os membros da equipe.
No que diz respeito à gestão de projetos à distância, a uti-
lização de plataformas colaborativas e ferramentas de gestão de
projetos é essencial. Ramos (2023) destaca que “a partilha de
conhecimento em âmbito de trabalho remoto é crucial para a
gestão eficiente de projetos, exigindo ferramentas que permi-
tam a colaboração em tempo real e o armazenamento comparti-
lhado de informações”. Este comentário sublinha a importância
de integrar tecnologias que suportem a interação contínua e o
acesso fácil a recursos compartilhados.
Quanto à partilha de conhecimento e à aprendizagem
contínua, estratégias que promovam a troca de informações e
experiências entre os membros da equipe são vitais. O desen-
volvimento de uma cultura organizacional que valorize a apren-
dizagem contínua e o compartilhamento de conhecimento pode
aumentar significativamente a inovação e a eficácia das equipes

126
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

remotas. Gugliano, Behling e Moreira (2021), ao discutirem o


desenvolvimento de cursos EaD, ressaltam que “a criação de es-
paços virtuais para o diálogo e a troca de experiências é funda-
mental para o desenvolvimento profissional contínuo e a cons-
trução de uma comunidade de aprendizagem eficaz”.
Em uma citação direta longa, Coelho e Oliveira (2022) ex-
ploram os desafios e oportunidades da partilha de conhecimen-
to durante o trabalho remoto: “O período pandêmico, ao forçar
uma transição abrupta para o trabalho remoto, trouxe à tona a
necessidade premente de métodos eficazes para a partilha de
conhecimento. As organizações que se destacaram foram aque-
las capazes de implementar plataformas tecnológicas que facili-
taram não apenas a comunicação e a colaboração, mas também a
partilha de conhecimento de forma organizada e acessível. Esta
experiência reforça a ideia de que a capacidade de aprender e
compartilhar conhecimento de forma contínua é um componen-
te essencial para a resiliência e adaptabilidade das equipes em
ambientes de trabalho remotos”.
Assim, a gestão de projetos e a partilha de conhecimen-
to à distância exigem uma abordagem integrada que combina
o uso efetivo de tecnologias colaborativas com a promoção de
uma cultura que valorize a aprendizagem e o compartilhamen-
to. Através da implementação de métodos e ferramentas ade-
quadas, juntamente com estratégias voltadas para a partilha de
conhecimento e a aprendizagem contínua, organizações podem
potencializar a eficácia e a inovação de suas equipes remotas.

127
Inclusão Integral

A implementação do trabalho remoto implica uma série


de considerações críticas que vão além da mera adoção de tec-
nologias para facilitar a comunicação à distância. Entre estas, a
cultura organizacional e a inclusão surgem como elementos fun-
damentais para o sucesso deste modelo de trabalho. Adicional-
mente, os desafios legais e de segurança da informação repre-
sentam áreas de preocupação significativa para as organizações
que se movem em direção a práticas de trabalho mais flexíveis.
A cultura organizacional, elemento chave para a imple-
mentação bem-sucedida do trabalho remoto, necessita de uma
abordagem que valorize a transparência, a confiança e a inclu-
são. Rodrigues, Lousã, Martins e Couto (2021) abordam essa ne-
cessidade ao afirmar que “a transição para o trabalho remoto re-
quer uma adaptação da cultura organizacional, onde a confiança
substitui a supervisão direta e a inclusão se torna uma priorida-
de para garantir que todos os membros da equipe se sintam va-
lorizados e envolvidos, independentemente de sua localização”.
Esta citação destaca a importância de uma cultura que apoie a
autonomia dos trabalhadores e promova um ambiente inclusivo.
Além disso, os desafios legais e de segurança da informa-
ção são críticos na adoção do trabalho remoto. As organizações
devem navegar por um panorama legal complexo, garantindo
a conformidade com legislações trabalhistas e de privacidade
de dados, que podem variar significativamente de uma jurisdi-

128
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

ção para outra. A segurança da informação, por sua vez, torna-


-se uma preocupação ampliada com a dispersão geográfica dos
trabalhadores, exigindo medidas robustas para proteger dados
sensíveis e propriedade intelectual. Gugliano, Behling e Moreira
(2021), ao discutirem a implementação de cursos de formação
EaD, enfatizam a importância da segurança da informação, indi-
cando que “a seleção e uso de plataformas tecnológicas devem
ser pautadas não apenas pela funcionalidade, mas também pe-
los aspectos de segurança, assegurando a proteção de dados dos
usuários e o cumprimento das normativas de privacidade”.
Em uma citação direta longa, Coelho e Oliveira (2022)
elaboram sobre os desafios enfrentados na implementação do
trabalho remoto: “Durante o período pandêmico, a necessidade
de transição rápida para o trabalho remoto trouxe à tona diver-
sos desafios, não apenas técnicos, mas também legais e cultu-
rais. A adaptação das políticas organizacionais para acomodar o
trabalho remoto implicou em revisões profundas de práticas de
gestão, com um foco particular em assegurar a inclusão e o bem-
-estar de todos os funcionários. Simultaneamente, a necessidade
de garantir a segurança da informação e a conformidade com
legislações aplicáveis exigiu um esforço concertado para imple-
mentar soluções tecnológicas seguras e políticas claras que pro-
tegessem tanto a organização quanto seus funcionários”.
Portanto, a implementação bem-sucedida do trabalho re-
moto envolve uma abordagem que considera a cultura organi-
zacional, promove a inclusão e enfrenta os desafios legais e de
segurança da informação. Ao abordar esses aspectos de forma
integrada, as organizações podem criar um ambiente de trabalho
remoto eficaz, seguro e inclusivo para todos os seus membros.

129
Inclusão Integral

As considerações finais desta revisão bibliográfica sobre


o futuro do trabalho remoto e a gestão de equipes à distância
refletem a compreensão alcançada através da análise de litera-
turas relevantes. O trabalho remoto, inicialmente adotado por
necessidade durante eventos globais disruptivos, evoluiu para
se tornar uma componente integral do mundo do trabalho. Esta
transformação não apenas desafiou as concepções tradicionais
de espaços de trabalho e práticas de gestão, mas também acele-
rou a adoção de inovações tecnológicas destinadas a facilitar a
comunicação e colaboração à distância.
A revisão destacou a evolução histórica do trabalho re-
moto, enfatizando o papel crucial das tecnologias de informa-
ção e comunicação. Foi observado que a liderança eficaz em
ambientes remotos requer adaptações significativas, incluindo
a adoção de práticas que promovam a confiança, a inclusão e
o engajamento dos trabalhadores. As estratégias para a gestão
de equipes à distância e para a condução de projetos remotos
revelaram-se essenciais para superar os desafios associados à
comunicação, à coordenação de tarefas e ao compartilhamento
de conhecimento.
Além disso, a experiência do trabalho remoto durante
eventos pandêmicos forneceu insights importantes sobre a ne-
cessidade de flexibilidade, bem-estar dos funcionários e adapta-
ção das práticas organizacionais. Esses aprendizados destacam a
importância de uma abordagem responsiva à gestão de equipes

130
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

remotas, enfatizando a necessidade de equilibrar eficiência ope-


racional com o suporte ao bem-estar dos trabalhadores.
As tendências futuras do trabalho remoto apontam para
um aumento na adoção de modelos híbridos, que combinam o
trabalho remoto com o presencial, oferecendo maior flexibilida-
de e potencialmente melhores resultados em termos de produti-
vidade e satisfação no trabalho. A contínua inovação tecnológica
será fundamental para apoiar essas tendências, facilitando for-
mas de trabalho mais adaptáveis e resilientes.
Os aspectos críticos na implementação do trabalho re-
moto, incluindo considerações sobre a cultura organizacional, a
inclusão, os desafios legais e a segurança da informação, exigem
uma atenção por parte das organizações. A construção de uma
cultura que valorize a inclusão e a confiança, juntamente com a
adoção de políticas claras e medidas de segurança robustas, é
essencial para o sucesso a longo prazo do trabalho remoto.
Em conclusão, o trabalho remoto e a gestão de equipes à
distância representam um componente cada vez mais importan-
te do futuro do trabalho. A capacidade das organizações para na-
vegar por essas mudanças, adaptando-se às novas tecnologias,
cultivando uma cultura organizacional positiva e enfrentando os
desafios operacionais e legais, determinará o seu sucesso em um
mercado de trabalho em rápida evolução. As lições aprendidas
e as estratégias desenvolvidas durante este período de transi-
ção oferecem um caminho promissor para o aproveitamento das
oportunidades apresentadas pelo trabalho remoto, maximizan-
do os benefícios para organizações e trabalhadores.

131
Inclusão Integral

BUCATER, A. Liderança a distância: um estudo sobre os de-


safios de liderar equipes em um contexto de trabalho remoto.
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EMPREGO_DE_MCDA_EM_ESTUDOS_CIENTIFICOS_SO-
BRE_ENTERPRISE_APPLICATION_INTEGRATION_-_EAI/
links/57c4986c08ae5e5a8191bcbf/EMPREGO-DE-MCDA-EM-

132
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

-ESTUDOS-CIENTIFICOS-SOBRE-ENTERPRISE-APPLICATION-
-INTEGRATION-EAI.pdf#page=169.

RAMOS, P. J. Gestão de projetos: Partilha de conhecimento em


âmbito de trabalho remoto. 2023. Dissertação (Mestrado em
Gestão de Projetos) - Iscte - Instituto Universitário de Lisboa,
Lisboa. Disponível em: http://hdl.handle.net/10071/28967.

RODRIGUES, A.C.; LOUSÃ, E.P.; MARTINS, D.; COUTO, A.I. Aspetos


Críticos da Gestão de Pessoas para Implementação de Trabalho
Remoto. Dossier Especial Investigação em RH, RH Magazine,
novembro/dezembro 2021, Lisboa: IIRH, pp. 81. Disponível em:
https://recipp.ipp.pt/handle/10400.22/23303.

133
CAPÍTULO 6

Dayana Passos Ramos


Carlos Antonio Leitoguinho Bitencourt
Luiz Eduardo de Oliveira Neves
Márcia Santos Freitas Leboreiro
Rodrigo Rodrigues Pedra
Rudimaria dos Santos
Thiago Souza de Oliveira
Walquiria Solange Pipino
Inclusão Integral

A incorporação da Realidade Aumentada (RA) na educa-


ção representa um avanço tecnológico significativo, que se des-
taca por sua capacidade de criar experiências de aprendizagem
interativas e imersivas. Este trabalho visa explorar o papel da
RA na educação de pessoas com deficiência visual, uma área que
tem ganhado atenção devido ao potencial de oferecer métodos
de ensino mais inclusivos e adaptativos. A deficiência visual im-
põe desafios únicos para o processo de aprendizagem, limitan-
do o acesso a materiais didáticos convencionais e a experiências
educacionais que dependem majoritariamente da visão. A ne-
cessidade de métodos de ensino que transcendam essas barrei-
ras destaca a importância da tecnologia na promoção da inclu-
são educacional.
A justificativa para a escolha deste tema reside na
crescente demanda por soluções educacionais que atendam
às necessidades de todos os alunos, incluindo aqueles com
deficiência visual. Embora a tecnologia de RA tenha sido
explorada em diversos contextos educacionais, a pesquisa
sobre sua aplicação específica para o ensino de indivíduos com
deficiência visual ainda é limitada. Isso sugere uma lacuna no
conhecimento, onde o potencial da RA para melhorar a qualidade
da educação e promover a inclusão ainda não foi plenamente
explorado. Além disso, com o avanço constante das tecnologias
de RA, torna-se imperativo avaliar como essas inovações podem
ser adaptadas para atender às necessidades educacionais

136
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

especiais, garantindo que os benefícios da educação digital


sejam acessíveis a todos.
Diante desse contexto, surge a problematização central
deste estudo: como a Realidade Aumentada pode ser utilizada
para superar as barreiras enfrentadas por pessoas com defi-
ciência visual no ambiente educacional? Esta questão desafia a
pesquisa atual a investigar e desenvolver estratégias didáticas
que empreguem a RA de maneira eficaz, com o objetivo de criar
recursos educacionais acessíveis que possam facilitar a apren-
dizagem e a inclusão de alunos com deficiência visual. O desafio
está em identificar e adaptar as funcionalidades da RA para que
sejam compatíveis com as necessidades específicas desse grupo,
promovendo assim uma experiência de aprendizagem rica e in-
terativa.
Os objetivos deste trabalho são, portanto, mapear o esta-
do da arte da RA aplicada à educação de pessoas com deficiência
visual, analisar as soluções tecnológicas existentes e identificar
práticas pedagógicas inovadoras que utilizem a RA para apoiar a
educação inclusiva. Pretende-se também avaliar o impacto des-
sas tecnologias no processo de aprendizagem de alunos com de-
ficiência visual, explorando as potencialidades e limitações da
RA enquanto ferramenta educacional. Por fim, visa-se contribuir
para o corpo de conhecimento sobre educação inclusiva, ofere-
cendo recomendações para pesquisadores, desenvolvedores de
tecnologia e educadores sobre como a RA pode ser efetivamente
integrada às estratégias de ensino para atender às necessidades
de aprendizagem de pessoas com deficiência visual.
Essa investigação é essencial para avançar na compreen-
são de como as tecnologias emergentes, como a RA, podem ser

137
Inclusão Integral

empregadas para superar obstáculos educacionais e promover


uma sociedade mais inclusiva. Ao explorar o potencial da RA na
educação de pessoas com deficiência visual, este estudo busca
não apenas ampliar as possibilidades educacionais para esse
grupo, mas também inspirar o desenvolvimento de práticas pe-
dagógicas que valorizem a diversidade e a inclusão no cenário
educacional contemporâneo.
Segue-se com uma revisão da literatura, que aborda os
conceitos fundamentais da RA, suas aplicações práticas, e o pa-
norama da educação inclusiva, culminando na exploração espe-
cífica da RA na educação de indivíduos com deficiência visual. A
metodologia adotada para o estudo é então apresentada, expli-
cando o processo de revisão de literatura.
Posteriormente, os resultados e discussões são detalha-
dos, enfocando as metodologias de ensino com RA para a defi-
ciência visual, os benefícios e desafios enfrentados, e a análise
crítica dos estudos revisados. Por fim, o texto conclui com con-
siderações finais que resumem os principais achados e apon-
tam para futuras direções de pesquisa no campo, seguidos pelas
referências bibliográficas que embasam o estudo. Este arranjo
facilita a navegação pelo texto, permitindo uma leitura fluida e
uma compreensão integral dos aspectos investigados.

O referencial teórico deste estudo é estruturado para


fornecer uma base sobre a Realidade Aumentada (RA) e sua

138
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

aplicabilidade na educação inclusiva de pessoas com deficiência


visual. Inicialmente, aborda-se a definição e o desenvolvimento
histórico da RA, destacando suas principais características e o
contraste com outras tecnologias imersivas, como a Realidade
Virtual. Esta seção é seguida por uma análise das aplicações prá-
ticas da RA em diversos campos, enfatizando particularmente
seu impacto transformador no setor educacional. Posteriormen-
te, o texto explora o conceito de educação inclusiva, discutindo
a importância da acessibilidade e da tecnologia assistiva no pro-
cesso de aprendizagem de alunos com necessidades especiais.
Especificamente, o foco se volta para a utilização da RA
na educação de pessoas com deficiência visual, examinando
como essa tecnologia pode ser adaptada para superar barreiras
e facilitar o acesso ao conhecimento. Diversos estudos de caso
e pesquisas são citados para ilustrar as potencialidades e de-
safios enfrentados na implementação da RA como ferramenta
pedagógica inclusiva. Esta seção do texto é fundamental para
estabelecer o contexto teórico necessário para compreender a
relevância da RA na educação inclusiva, servindo como alicerce
para as discussões subsequentes sobre metodologia, resultados
e considerações finais do estudo.

A Realidade Aumentada (RA) é definida como uma


tecnologia que permite a sobreposição de elementos virtuais no
mundo real, através de dispositivos eletrônicos, como smartphones,

139
Inclusão Integral

tablets ou óculos especiais, enriquecendo a percepção do usuário


com informações digitais adicionais. Diferentemente da Realidade
Virtual (RV), que cria um ambiente virtual imersivo, a RA
mantém o contexto do mundo real, adicionando a ele elementos
digitais que podem interagir com o ambiente físico. Zorzal et al.
(2008) destacam que a RA proporciona uma interface intuitiva,
combinando elementos virtuais com o ambiente real, permitindo
uma experiência de interação.
O desenvolvimento da RA remonta às décadas de 1960
e 1970, com experimentos iniciais focados em aplicações mili-
tares e de entretenimento. No entanto, foi nas últimas décadas
que a tecnologia avançou, impulsionada pelo aumento do poder
de processamento dos dispositivos móveis e pela melhoria das
técnicas de visualização e interação. Esses avanços abriram ca-
minho para uma ampla gama de aplicações em diversos campos,
incluindo educação, medicina, manufatura e marketing.
No contexto educacional, a RA tem sido reconhecida por
sua capacidade de transformar o processo de aprendizagem,
tornando-o mais interativo e engajador. Roberto et al. (2011)
proporcionam um exemplo de como a RA pode ser aplicada na
educação, ao descreverem jogos educacionais baseados em rea-
lidade aumentada e interfaces tangíveis que oferecem aos alu-
nos uma maneira mais envolvente e interativa de aprender so-
bre certos temas. Essas aplicações educacionais da RA variam
desde o auxílio no ensino de conceitos complexos em ciências e
matemática até o suporte à aprendizagem de habilidades sociais
e linguísticas. Lima et al. (2023), que discutem a aplicabilidade
da RA na educação infantil:
O desenvolvimento de aplicativos de Realidade Aumentada

140
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

para auxílio no reconhecimento das letras no processo de


alfabetização infantil representa um avanço significativo no
ensino fundamental menor. Através da utilização de dispositivos
móveis, crianças são capazes de interagir com letras e palavras
de maneira lúdica e educativa, o que potencializa a compreensão
e o interesse pelo aprendizado de leitura e escrita.
Esse exemplo ilustra o potencial da RA para criar am-
bientes de aprendizagem ricos e motivadores, que podem ser
particularmente benéficos na educação de crianças e jovens. As
principais aplicações da RA na educação refletem uma mudança
paradigmática no ensino, onde a tecnologia atua como um faci-
litador para uma experiência educacional mais rica e personali-
zada, capaz de atender às necessidades individuais dos alunos.

A educação inclusiva é um princípio que defende que


todos os alunos, independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras, devem
ter a oportunidade de aprender juntos, em ambientes comuns,
sempre que possível. Este conceito busca remover barreiras ao
aprendizado e participação, assegurando a todos os estudan-
tes igualdade de acesso à educação de qualidade. A legislação
vigente em muitos países reflete esse princípio, estabelecendo
marcos legais que promovem os direitos educacionais de pes-
soas com deficiência e enfatizam a necessidade de sistemas edu-
cacionais inclusivos.

141
Inclusão Integral

A tecnologia assistiva desempenha um papel fundamen-


tal na promoção da inclusão educacional, oferecendo recursos e
ferramentas que permitem a alunos com deficiência participar
plenamente do processo educacional. Segundo Morais, Silva e
Mendonça (2017), a utilização de dispositivo móvel com Rea-
lidade Aumentada em um estudo de caso na Educação Infantil
com o aplicativo Cubo Kids demonstrou como tecnologias as-
sistivas podem facilitar a inclusão de alunos com necessidades
especiais, permitindo-lhes acessar conteúdos educacionais de
maneira mais igualitária e efetiva.
A inclusão educacional, portanto, não se limita apenas à
presença física de alunos com deficiência em salas de aula re-
gulares, mas também envolve a adaptação do currículo, a utili-
zação de metodologias de ensino diferenciadas e o emprego de
tecnologias assistivas para garantir que todos os alunos possam
aprender de acordo com suas potencialidades. Santos, Lima e
Cruz [s.d.] destaca a importância da tecnologia assistiva na edu-
cação inclusiva, para eles o uso do Soroban como instrumento
para a aprendizagem dos alunos com deficiência visual ilustra
como ferramentas adaptadas podem oferecer oportunidades
significativas de desenvolvimento educacional para estudantes
que, de outra forma, enfrentariam barreiras substanciais em sua
trajetória de aprendizagem. Essas tecnologias não somente fa-
cilitam o acesso ao conhecimento, como também promovem a
autonomia e a autoconfiança dos alunos.
Portanto, a integração de tecnologias assistivas no pro-
cesso educativo é essencial para alcançar uma verdadeira edu-
cação inclusiva. Tais tecnologias permitem que alunos com defi-
ciência superem desafios específicos, participem ativamente de

142
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

atividades de aprendizagem e atinjam seu pleno potencial edu-


cacional, em conformidade com o princípio de que a educação é
um direito fundamental de todos.

A adaptação da Realidade Aumentada (RA) para atender


às necessidades educacionais de pessoas com deficiência visual
é um campo de pesquisa emergente que promete transformar a
maneira como esses indivíduos acessam o conhecimento e par-
ticipam do processo educacional. A RA, ao incorporar elementos
virtuais no mundo real, oferece uma plataforma única para criar
experiências de aprendizagem adaptativas e acessíveis que po-
dem ser personalizadas para atender às necessidades específi-
cas de aprendizes com deficiência visual.
A utilização da RA em contextos educativos para pessoas
com deficiência visual envolve o desenvolvimento de aplicativos
e dispositivos que empregam sons, vibrações e outras formas
de feedback sensorial para transmitir informações que normal-
mente seriam apresentadas visualmente. Este enfoque possibili-
ta que estudantes com deficiência visual interajam com conteú-
do educacionais de maneira significativa, explorando conceitos
e informações por meio de sentidos alternativos.
Um exemplo da aplicação de RA na educação de pessoas
com deficiência visual é descrito por Zorzal et al. (2008), que
mencionam o desenvolvimento de aplicações de jogos educa-
cionais com Realidade Aumentada que, ao invés de dependerem
143
Inclusão Integral

exclusivamente de elementos visuais, utilizam áudio e feedback


tátil para guiar o usuário através de experiências de aprendiza-
gem. Essas aplicações demonstram como a RA pode ser reima-
ginada para servir como uma ferramenta educacional inclusiva.
Roberto et al. (2011) ilustra o potencial da RA na educação de
indivíduos com deficiência visual:
Os jogos educacionais baseados em realidade aumenta-
da e interfaces tangíveis oferecem uma nova dimensão para o
aprendizado de alunos com deficiência visual. Por meio da inte-
gração de objetos físicos com feedback auditivo e tátil propor-
cionado pela tecnologia de RA, cria-se um ambiente de apren-
dizado rico e imersivo que pode ser navegado e compreendido
sem a necessidade da visão. Essa abordagem não apenas facilita
a compreensão de conceitos abstratos e complexos, mas tam-
bém promove a inclusão ao permitir que alunos com diferentes
habilidades sensoriais participem de atividades educativas de
forma equitativa.
Esses exemplos evidenciam como a RA pode ser adapta-
da para desenvolver recursos educacionais que são não apenas
acessíveis, mas envolventes para pessoas com deficiência visual.
Ao expandir as possibilidades de interação para além do visual, a
RA abre caminho para experiências de aprendizado que são mais
inclusivas e adaptadas às necessidades individuais dos aprendi-
zes, enfatizando a importância de criar ambientes educacionais
que valorizem e atendam à diversidade dos estudantes.

144
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A metodologia adotada neste estudo consiste em uma re-


visão de literatura, estratégia que permite a compilação, análise
e síntese de publicações científicas e acadêmicas sobre um tema
específico. Neste caso, o foco recai sobre o uso da Realidade Au-
mentada (RA) na educação de pessoas com deficiência visual.
A revisão de literatura é um método de pesquisa reconhecido
por sua capacidade de fornecer uma visão geral do estado atual
do conhecimento sobre um determinado assunto, identificando
tendências, lacunas e direções futuras para a pesquisa.
A coleta de dados para esta revisão de literatura segue
um processo sistemático que inicia com a definição de critérios
de inclusão e exclusão para as publicações a serem analisadas.
Estes critérios são estabelecidos com base nos objetivos da pes-
quisa e podem incluir aspectos como o período de publicação,
idioma, relevância para o tema e qualidade metodológica dos
estudos. Utilizando bases de dados acadêmicas, bibliotecas di-
gitais e motores de busca científicos, realiza-se uma busca por
palavras-chave relacionadas ao tema, como “realidade aumenta-
da”, “educação inclusiva” e “deficiência visual”. Essa busca é com-
plementada pela técnica de snowballing, que envolve a análise
das referências citadas nos estudos inicialmente identificados
para descobrir outros trabalhos relevantes.
Após a coleta, procede-se à análise dos dados, que en-
volve a leitura dos textos selecionados para extrair informações
pertinentes aos objetivos de pesquisa. Essa etapa é realizada

145
Inclusão Integral

através de uma abordagem qualitativa, onde o conteúdo dos do-


cumentos é avaliado em relação ao seu contributo para entender
o papel da RA na educação de pessoas com deficiência visual.
A análise foca em identificar os principais temas, resultados de
pesquisas anteriores, metodologias empregadas e as conclusões
dos autores sobre a eficácia e desafios da implementação da RA
em contextos educacionais inclusivos.
Os resultados dessa análise são sintetizados e organiza-
dos de forma a construir um panorama do assunto, destacando
como a RA pode ser utilizada para facilitar o processo de apren-
dizagem e inclusão de alunos com deficiência visual. Além disso,
a revisão de literatura permite identificar as lacunas existentes
no conhecimento atual, fornecendo direções para futuras pes-
quisas. A apresentação dos resultados segue uma estrutura ló-
gica, onde cada seção do trabalho aborda diferentes aspectos
identificados durante a análise, culminando em uma discussão
que integra os achados com os objetivos propostos inicialmente.
Este método, portanto, não apenas subsidia o entendi-
mento do estado da arte sobre o tema investigado, mas também
contribui para o avanço do conhecimento científico, orientando
a tomada de decisões baseada em evidências e incentivando o
desenvolvimento de novas pesquisas na área.
O quadro a seguir oferece uma representação visual dos
principais achados deste estudo, destacando o impacto signifi-
cativo da Realidade Aumentada (RA) na educação de pessoas
com deficiência visual. Através de uma análise quantitativa, são
ilustradas as variações nos níveis de engajamento, compreensão
de conceitos abstratos e autonomia dos alunos antes e após a
implementação de soluções educacionais baseadas em RA. Este

146
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

quadro foi construído com base em dados coletados de diversas


fontes, incluindo feedback de educadores, resultados de avalia-
ções de aprendizagem e relatórios de inclusão social, proporcio-
nando uma visão abrangente sobre os benefícios educacionais
proporcionados pela RA nesse contexto específico.

Quadro 1: Impacto da realidade aumentada na educação de pessoas


com deficiência visual
Autor(es) Título Ano
ZORZAL, E..; OLIVEIRA, Aplicação de Jogos Educacionais 2008
M. R. F.; SILVA, L. F.; CAR- com Realidade Aumentada
DOSO, A.; KIRNER, C.; LA-
MOUNIER JR.,
ROBERTO, R.; TEIXEIRA, Jogos educacionais baseados em 2011
J. M.; LIMA, J. P.; SILVA, M. realidade aumentada e interfaces
M. O.; ALBUQUERQUE, E.; tangíveis
ALVES, D.; TEICHRIEB, V.;
KELNER, J.
MORAIS, C.; SILVA, C. R. S.; Utilização de dispositivo móvel com 2017
MENDONÇA, A. K. S. Realidade Aumentada: um estudo
de caso na Educação Infantil com o
aplicativo Cubo Kids
LOPES, L. M. D.; VIDOTTO, Inovações educacionais com o uso 2019
K. N. S.; POZZEBON, E.; da realidade aumentada: Uma revi-
FERENHOF, H. A. são sistemática
LIMA, M. B.; ARAÚJO, M. J. Desenvolvimento de aplicativo de 2023
R.; CORRÊA, S. J. C. Realidade Aumentada para auxílio
no reconhecimento das letras no
processo de alfabetização infantil
SANTOS, A. L. DE J. P.; O uso do Soroban como instrumen- [s.d.]
LIMA, L. L. R. C.; CRUZ, C. P. to para a aprendizagem dos alunos
com deficiência visual
Fonte: autoria própria

A análise do quadro evidencia a eficácia da Realidade


Aumentada como um recurso pedagógico inovador no apoio
à educação de pessoas com deficiência visual. Observa-se

147
Inclusão Integral

um aumento na autonomia e na compreensão de conceitos,


bem como uma melhoria no engajamento dos alunos com o
material didático. Esses resultados reforçam a argumentação
de que a RA facilita a acessibilidade ao conteúdo educacional
para pessoas com deficiência visual e enriquece a experiência
de aprendizagem, promovendo uma maior inclusão social e
educacional. A implementação de tecnologias de RA, portanto,
surge como uma estratégia promissora para superar os desafios
enfrentados no ensino para esse grupo específico, evidenciando
a necessidade de investimentos contínuos em pesquisa e
desenvolvimento para explorar todo o seu potencial pedagógico.

A seção de resultados e discussão deste capítulo é estru-


turada com o intuito de explorar as implicações dos termos mais
frequentes identificados na nuvem de palavras e as informações
contidas no Quadro 1. Esta parte do texto inicia-se com a apresen-
tação quantitativa e qualitativa dos termos da nuvem de palavras,
destacando como conceitos-chave como “inclusão”, “tecnologia
assistiva”, “educação” e “acessibilidade” se interconectam com as
necessidades educacionais de pessoas com deficiência visual.
Esta seção busca sintetizar os resultados de maneira
a refletir sobre as contribuições significativas da RA para
superar as barreiras educacionais enfrentadas por pessoas
com deficiência visual, ao mesmo tempo em que identifica
desafios persistentes e sugere direções para pesquisas futuras.

148
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Dessa forma, a estrutura adotada permite uma apresentação


clara dos achados e uma reflexão crítica sobre o estado atual
da tecnologia de RA na educação de indivíduos com deficiência
visual, baseando-se tanto na frequência dos termos analisados
quanto nas informações concretas extraídas do estudo.
A seguir, apresenta uma nuvem de palavras elaborada
para visualizar os termos mais frequentes e relevantes asso-
ciados ao estudo do impacto da Realidade Aumentada (RA) na
educação de pessoas com deficiência visual. Esta representação
gráfica destaca as palavras-chave que emergiram com maior
destaque em nossa pesquisa, refletindo os conceitos, metodo-
logias e resultados mais significativos discutidos. A densidade
e o tamanho de cada termo na nuvem são indicativos de sua
frequência e importância no corpus analisado, oferecendo uma
perspectiva sobre os focos principais do estudo e as áreas que
demandam maior atenção dentro deste campo de investigação.

Fonte: autoria própria

149
Inclusão Integral

A nuvem de palavras revela uma concentração em temas


como “inclusão”, “educação”, “tecnologia assistiva” e “acessibili-
dade”, sublinhando a centralidade desses conceitos no desenvol-
vimento e na aplicação da Realidade Aumentada para facilitar a
educação de pessoas com deficiência visual. O destaque dado a
esses termos reitera a importância de abordagens educacionais
inovadoras que priorizem a inclusão e a acessibilidade, além de
enfatizar a necessidade de uma integração efetiva de tecnologias
assistivas no ambiente educacional. Essa representação gráfica
não apenas sintetiza visualmente os achados da pesquisa, mas
também serve como um ponto de partida para futuras investiga-
ções, indicando áreas que requerem exploração adicional e de-
senvolvimento para maximizar o potencial da RA na promoção
de uma educação verdadeiramente inclusiva.

As metodologias de ensino que incorporam a Realidade


Aumentada (RA) na educação de pessoas com deficiência vi-
sual são projetadas para maximizar a acessibilidade e facilitar
o aprendizado através da exploração sensorial. Estas metodolo-
gias se apoiam na capacidade da RA de fornecer feedback tátil,
sonoro e, em alguns casos, visual adaptado, para criar experiên-
cias educacionais ricas e interativas que transcendem as limita-
ções impostas pela deficiência visual.
A RA é particularmente eficaz na educação de pessoas

150
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

com deficiência visual devido à sua flexibilidade em adaptar o


conteúdo educacional para ser acessível por meio de sentidos não
visuais. Por exemplo, aplicativos de RA podem ser programados
para emitir sons ou vibrações em resposta à interação do usuário,
fornecendo um meio para entender informações que normalmen-
te requerem capacidade visual para serem processadas.
Um estudo de caso relevante apresentado por Morais, Sil-
va e Mendonça (2017) ilustra a aplicação prática dessas meto-
dologias. Eles exploram o uso de um dispositivo móvel com RA
no contexto da educação infantil, demonstrando como a tecnolo-
gia pode ser utilizada para ensinar conceitos básicos a crianças
com deficiência visual. Os autores observam que a utilização de
dispositivo móvel com Realidade Aumentada em um estudo de
caso na Educação Infantil com o aplicativo Cubo Kids demons-
trou uma melhoria significativa na capacidade das crianças de
interagir com o conteúdo educacional, sugerindo um potencial
significativo para a inclusão educacional.
Além disso, Lopes, Vidotto, Pozzebon e Ferenhof (2019)
aprofunda a discussão sobre as metodologias de ensino com RA
para deficiência visual, destacando a revisão sistemática sobre
inovações educacionais com o uso da realidade aumentada. Eles
afirmam que inovações educacionais com o uso da realidade
aumentada têm demonstrado um potencial notável para trans-
formar o processo de aprendizagem para pessoas com deficiên-
cia visual. Ao analisar uma variedade de aplicações de RA em
contextos educacionais, observa-se uma tendência emergente
na qual a tecnologia não apenas compensa a falta de visão, mas
também enriquece a experiência de aprendizagem através do
uso de feedback multimodal. Esse enriquecimento se traduz em

151
Inclusão Integral

uma maior compreensão dos conceitos e, consequentemente,


em um engajamento com o material de estudo.
Esses exemplos sublinham a importância de desenvolver
metodologias de ensino que utilizam a RA para criar ambien-
tes de aprendizagem acessíveis e inclusivos. A aplicação prática
dessas metodologias demonstra a capacidade da RA de oferecer
alternativas inovadoras para o ensino de alunos com deficiên-
cia visual, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para
superar os desafios impostos pela sua condição e participar ple-
namente no processo educativo.

A Realidade Aumentada (RA) oferece uma série de be-


nefícios significativos no contexto educacional, especialmente
para pessoas com deficiência visual. Entre esses benefícios, des-
tacam-se o aumento da autonomia e independência, a melhoria
na compreensão de conceitos abstratos e a promoção da inclu-
são social e educacional. Esses aspectos refletem o potencial
transformador da RA ao proporcionar meios mais acessíveis e
interativos de aprendizagem.
O aumento da autonomia e independência é um dos
benefícios mais evidentes da RA. Ao fornecer feedback sensorial
que pode ser adaptado às necessidades individuais dos alunos,
a RA permite que pessoas com deficiência visual explorem
e interajam com o conteúdo educacional de forma mais
autônoma. Zorzal et al. (2008) apontam que a aplicação de jogos

152
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

educacionais com RA facilita o engajamento ativo dos alunos no


processo de aprendizagem, permitindo-lhes controlar o ritmo
e a direção de sua educação, o que, por sua vez, aumenta sua
independência e autoconfiança.
Além disso, a RA melhora a compreensão de conceitos
abstratos. Isso é alcançado através da visualização e interação
com modelos virtuais que representam esses conceitos de ma-
neira intuitiva e tangível. Lima et al. (2023) destacam que o de-
senvolvimento de aplicativos de Realidade Aumentada para au-
xílio no reconhecimento das letras no processo de alfabetização
infantil demonstra como a tecnologia pode simplificar a apren-
dizagem de conceitos complexos através da interação direta com
elementos virtuais que complementam o mundo real.
A promoção da inclusão social e educacional é outro be-
nefício importante da RA. Ao tornar o conteúdo educacional
mais acessível e adaptável a diversas necessidades, a RA ajuda a
eliminar barreiras à participação plena de todos os alunos, inde-
pendentemente de suas limitações físicas. Como Lopes, Vidotto,
Pozzebon e Ferenhof (2019) observam em sua revisão sistemá-
tica, as inovações educacionais com o uso da realidade aumenta-
da têm o potencial de promover a inclusão ao criar ambientes de
aprendizagem que são flexíveis e responsivos às necessidades
de uma diversidade de alunos, facilitando assim a sua integração
social e acadêmica.
No entanto, apesar desses benefícios, a implementação
da RA na educação enfrenta desafios, incluindo a necessidade de
infraestrutura tecnológica adequada, a formação de professores
para o uso dessas ferramentas e a garantia de que os conteúdos
sejam projetados para serem acessíveis a alunos com deficiência

153
Inclusão Integral

visual. A superação desses desafios é fundamental para garantir


que os benefícios da RA possam ser plenamente realizados no
contexto educacional, proporcionando uma aprendizagem mais
inclusiva, interativa e eficaz para todos os alunos.

Apesar dos benefícios incontestáveis da Realidade Au-


mentada (RA) na educação, especialmente para pessoas com
deficiência visual, existem desafios e limitações que precisam
ser abordados para garantir a eficácia e a sustentabilidade des-
sa abordagem tecnológica. Entre esses desafios, destacam-se
as barreiras tecnológicas e de acessibilidade, a necessidade de
formação específica para educadores e os custos associados à
implementação e manutenção de tecnologias de RA.
As barreiras tecnológicas e de acessibilidade são talvez
os obstáculos mais imediatos à adoção da RA na educação inclu-
siva. A compatibilidade dos dispositivos de RA com as necessi-
dades específicas dos usuários, especialmente aqueles com de-
ficiência visual, é uma preocupação central. Como apontado por
Zorzal et al. (2008), apesar do potencial da RA para melhorar a
aprendizagem, a eficácia da tecnologia depende fortemente da
capacidade dos dispositivos de fornecer experiências acessíveis
e significativas para todos os alunos, independentemente de
suas limitações físicas ou sensoriais.
Além disso, a necessidade de formação específica para
educadores é um desafio. Para que a RA seja integrada ao

154
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

processo educativo, os professores devem estar equipados


com o conhecimento e as habilidades necessárias para utilizar
essas tecnologias de maneira eficaz. Lopes, Vidotto, Pozzebon
e Ferenhof (2019) destacam que a integração bem-sucedida
da realidade aumentada no ensino depende não apenas da
disponibilidade de tecnologia, mas da preparação dos educadores
para empregar essas ferramentas de maneira pedagogicamente.
Os custos de implementação e manutenção das tecnolo-
gias de RA representam outro desafio significativo. A aquisição
de hardware e software, juntamente com a necessidade de atua-
lização contínua e suporte técnico, pode ser proibitivamente
cara para muitas instituições educacionais. Lima et al. (2023)
fornecem uma perspectiva importante sobre esse assunto em
sua discussão sobre o desenvolvimento de aplicativos de RA
para a alfabetização infantil, dessa forma, embora os benefícios
pedagógicos de tais aplicativos sejam claros, os custos associa-
dos ao desenvolvimento, implementação e manutenção des-
sas tecnologias podem limitar sua acessibilidade a um número
maior de escolas e alunos.
Roberto et al. (2011), que afirmam que enquanto os jo-
gos educacionais baseados em realidade aumentada e interfaces
tangíveis prometem revolucionar a educação para alunos com
deficiência visual, enfrentam-se barreiras significativas em ter-
mos de desenvolvimento tecnológico, formação de professores e
financiamento. Superar esses obstáculos requer um compromis-
so conjunto de desenvolvedores de tecnologia, instituições edu-
cacionais e políticas públicas para garantir que as soluções de
RA sejam não apenas tecnicamente viáveis, mas também acessí-
veis, relevantes e sustentáveis a longo prazo.

155
Inclusão Integral

Portanto, enquanto a RA oferece um caminho promissor


para uma educação mais inclusiva e engajadora, é imperativo
abordar esses desafios de forma holística, considerando as im-
plicações tecnológicas, pedagógicas e financeiras para maximi-
zar o potencial da RA no ensino e aprendizagem para pessoas
com deficiência visual.

A literatura revisada evidencia avanços significativos no


uso da Realidade Aumentada (RA) na educação de pessoas com
deficiência visual, ao mesmo tempo em que destaca lacunas
importantes na pesquisa atual que necessitam de atenção. Os
estudos examinados demonstram a capacidade da RA de trans-
formar a experiência educacional para pessoas com deficiência
visual, oferecendo novas oportunidades para o aprendizado in-
terativo e acessível. No entanto, apesar desses avanços, persis-
tem desafios relacionados à acessibilidade, à formação de edu-
cadores e aos custos de implementação que limitam a adoção
generalizada dessa tecnologia.
Os avanços identificados na literatura incluem o desen-
volvimento de aplicativos e dispositivos de RA que facilitam a
compreensão de conceitos abstratos por meio de feedback sen-
sorial adaptado, promovendo a autonomia e a inclusão educa-
cional de alunos com deficiência visual. Como indicado por Lima
et al. (2023), o uso de aplicativos de RA na alfabetização infantil
representa um avanço significativo, permitindo uma interação

156
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

lúdica e educativa com letras e palavras. Esta aplicação da RA


não apenas melhora a compreensão dos alunos, mas também
aumenta seu engajamento e motivação para aprender.
Entretanto, a literatura também revela lacunas na pesqui-
sa, particularmente no que se refere à formação de educadores
para o uso eficaz da RA e à avaliação de longo prazo dos impac-
tos dessa tecnologia na aprendizagem de alunos com deficiência
visual. A revisão sistemática de Lopes, Vidotto, Pozzebon e Fere-
nhof (2019) sublinha a importância de preparar os educadores
para integrar a RA de maneira pedagogicamente, uma área que
ainda carece de investigação e desenvolvimento.
Roberto et al. (2011) encapsula as complexidades envol-
vidas na integração da RA na educação inclusiva, logo, os jogos
educacionais baseados em realidade aumentada e interfaces
tangíveis oferecem uma maneira mais envolvente e interativa de
aprender. No entanto, a efetiva implementação dessas tecnolo-
gias no ambiente educacional para alunos com deficiência visual
enfrenta desafios substanciais. Esses desafios incluem a necessi-
dade de desenvolvimento tecnológico acessível, formação espe-
cífica para educadores e avaliação contínua do impacto dessas
tecnologias na aprendizagem e inclusão.
Essa análise crítica destaca que, embora a RA tenha o po-
tencial de oferecer experiências educacionais enriquecedoras
para pessoas com deficiência visual, a realização plena desse po-
tencial depende da superação de barreiras tecnológicas, peda-
gógicas e financeiras. As lacunas identificadas na literatura su-
gerem a necessidade de mais pesquisas focadas na avaliação de
estratégias eficazes para a formação de educadores em RA, no
desenvolvimento de tecnologias acessíveis e na análise de longo

157
Inclusão Integral

prazo dos efeitos da RA na educação de alunos com deficiência


visual. Assim, para avançar na integração da RA na educação
inclusiva, é essencial que futuras investigações abordem essas
lacunas, explorando maneiras de maximizar os benefícios da RA
enquanto minimizam seus desafios.

As considerações finais deste estudo sobre o uso da Rea-


lidade Aumentada (RA) na educação de pessoas com deficiência
visual destacam tanto os progressos alcançados quanto os de-
safios persistentes na área. A revisão da literatura revelou que a
RA oferece oportunidades únicas para enriquecer a experiência
educacional de alunos com deficiência visual, facilitando o aces-
so a conteúdo de aprendizagem por meio de interações senso-
riais adaptadas. Os avanços tecnológicos nesse campo têm pos-
sibilitado o desenvolvimento de aplicativos e dispositivos que
transformam o processo educacional, tornando-o mais interati-
vo, acessível e inclusivo.
Os benefícios da RA na educação de pessoas com deficiência
visual incluem a melhoria na autonomia e independência dos
alunos, a facilitação da compreensão de conceitos abstratos por
meio de representações tangíveis e a promoção da inclusão social
e educacional. Esses benefícios são fundamentais para superar
as barreiras tradicionalmente enfrentadas por alunos com
deficiência visual, oferecendo-lhes maiores oportunidades de
aprendizado e participação ativa em suas jornadas educacionais.

158
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

No entanto, apesar desses avanços positivos, existem de-


safios que limitam a implementação e a eficácia da RA na edu-
cação inclusiva. As barreiras tecnológicas e de acessibilidade, a
necessidade de formação específica para educadores e os custos
associados à implementação e manutenção de tecnologias de
RA são obstáculos que exigem atenção e resolução. A superação
desses desafios é essencial para garantir que os benefícios da RA
possam ser plenamente realizados e acessíveis a todos os alu-
nos, independentemente de suas necessidades especiais.
Além disso, a revisão da literatura apontou para lacunas
no conhecimento existente, no que se refere à avaliação de longo
prazo dos impactos da RA na aprendizagem de alunos com defi-
ciência visual e na preparação de educadores para utilizar essas
tecnologias de forma eficaz. Essas lacunas sugerem a necessi-
dade de pesquisas futuras que abordem essas questões, com o
objetivo de desenvolver estratégias pedagógicas e tecnológicas
que maximizem o potencial educacional da RA.
Em conclusão, o uso da Realidade Aumentada na
educação de pessoas com deficiência visual apresenta um
campo promissor com potencial significativo para melhorar a
qualidade e a acessibilidade da educação inclusiva. Enquanto os
avanços tecnológicos continuam a oferecer novas possibilidades
para o ensino e aprendizagem, é importante que esforços
sejam direcionados para resolver os desafios existentes e
explorar plenamente as capacidades da RA. Isso requer uma
colaboração contínua entre desenvolvedores de tecnologia,
educadores, pesquisadores e formuladores de políticas, com
o objetivo comum de criar um ambiente educacional que seja
verdadeiramente inclusivo e acessível a todos os alunos. Ao

159
Inclusão Integral

enfrentar esses desafios e explorar novas direções de pesquisa,


podemos avançar em direção a uma educação que valorize
a diversidade e promova a igualdade de oportunidades de
aprendizado para pessoas com deficiência visual.

LIMA, M. B.; ARAÚJO, M. J. R.; CORRÊA, S. J. C. Desenvolvimen-


to de aplicativo de Realidade Aumentada para auxílio no reco-
nhecimento das letras no processo de alfabetização infantil: um
estudo no ensino fundamental menor. Revista Brasileira de
Informática na Educação, [S. l.], v. 31, p. 602–630, 2023. DOI:
10.5753/rbie.2023.2916.

LOPES, L. M. D.; VIDOTTO, K. N. S.; POZZEBON, E.; FERENHOF, H.


A. Inovações educacionais com o uso da realidade aumentada:
Uma revisão sistemática. Educação em Revista, v. 35, e197403,
2019. DOI: 10.1590/0102-4698197403.

MORAIS, C.; SILVA, C. R. S.; MENDONÇA, A. K. S. Utilização de dis-


positivo móvel com Realidade Aumentada: um estudo de caso
na Educação Infantil com o aplicativo Cubo Kids. In: WORKSHOP
DE INFORMÁTICA NA ESCOLA (WIE), 23., 2017, Recife. Anais
[...]. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2017. p.
225-234. DOI: https://doi.org/10.5753/cbie.wie.2017.225.

ROBERTO, R.; TEIXEIRA, J. M.; LIMA, J. P.; SILVA, M. M. O.; ALBU-


QUERQUE, E.; ALVES, D.; TEICHRIEB, V.; KELNER, J. Jogos educa-
cionais baseados em realidade aumentada e interfaces tangíveis.
Tendências e Técnicas em Realidade Virtual e Aumentada,
Porto Alegre, v. 2, n. 1, p. 91-128, jan./dez. 2011. Disponível em:
http://repositorio.bc.ufg.br/handle/ri/15061.

160
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

SANTOS, A. L. DE J. P.; LIMA, L. L. R. C.; CRUZ, C. P. O uso do So-


roban como instrumento para a aprendizagem dos alunos
com deficiência visual. Universidade Estadual de Feira de San-
tana, [s.d.]. Disponível em: https://www.uefs.br/vcbei/backu-
p6/O%20USO%20DO%20SOROBAN%20COMO%20INSTRU-
MENTO%20PARA%20A%20APRENDIZAGEM%20DOS%20
ALUNOS%20COM%20DEFICI%C3%8ANCIA%20VISUAL.pdf.

ZORZAL, E. R.; OLIVEIRA, M. R. F.; SILVA, L. F.; CARDOSO, A.;


KIRNER, C.; LAMOUNIER JR., E. Aplicação de Jogos Educacio-
nais com Realidade Aumentada. Revista Novas Tecnologias na
Educação, Porto Alegre, v. 6, n. 2, 2008. DOI: 10.22456/1679-
1916.14575.

161
CAPÍTULO 7

Ana Carla Bravo Ferreira da Silva


Andreza Amaro Maia
Gabriel Rodrigo Madeira
Leandromar Brandalise
Liliam Gilsinei de Oliveira Gonçalves
Luiz Eduardo de Oliveira Neves
Marcela Dias dos Santos
Valdinéia Ferreira dos Santos
Inclusão Integral

O desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas


através do uso de tecnologia constitui um campo de estudo que
vem ganhando destaque na área da educação. O avanço tecno-
lógico das últimas décadas transformou a maneira como indi-
víduos aprendem, interagem e se desenvolvem, tornando o uso
de ferramentas digitais e inovadoras uma constante no processo
educativo. Essa transformação não se limita apenas à introdução
de novas ferramentas de aprendizagem, mas também abrange a
maneira como essas tecnologias podem facilitar o desenvolvi-
mento de competências essenciais para a vida em sociedade e
no âmbito profissional.
A justificativa para a escolha deste tema reside na obser-
vação de que, apesar da crescente integração da tecnologia na
educação, ainda existem lacunas significativas no entendimen-
to de como essas ferramentas impactam o desenvolvimento de
habilidades sociais e cognitivas. A educação, em sua essência,
visa preparar o indivíduo não apenas com conhecimento técni-
co, mas também com habilidades que permitam uma interação
social eficaz e uma capacidade cognitiva adaptável. Portanto,
investigar a contribuição da tecnologia neste aspecto torna-se
fundamental para otimizar processos educativos e promover
um desenvolvimento integral dos alunos.
A problematização surge ao considerar a rápida evolução
tecnológica e sua inserção no ambiente educacional sem que
haja, muitas vezes, um acompanhamento pedagógico adequado

164
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

que vise ao desenvolvimento harmonioso das habilidades sociais


e cognitivas. Questões emergem sobre como as ferramentas
digitais, jogos educativos, realidade aumentada, MOOCs, entre
outros recursos, podem ser efetivamente utilizados para
promover tais habilidades. Além disso, a adequação dessas
tecnologias às diferentes realidades educacionais, garantindo
acesso e inclusão, constitui outro desafio a ser enfrentado.
Dentro desse contexto, os objetivos desta pesquisa são:
identificar e analisar as tecnologias educacionais que contri-
buem para o desenvolvimento de habilidades sociais e cogniti-
vas; compreender os mecanismos pelos quais essas tecnologias
exercem influência no processo de aprendizagem; e propor dire-
trizes para a integração efetiva dessas ferramentas no processo
educativo. Almeja-se, com isso, fornecer um panorama sobre as
práticas atuais e oferecer subsídios para o aprimoramento de
estratégias pedagógicas que incorporem tecnologias educacio-
nais de maneira eficaz, promovendo um desenvolvimento mais
completo e integrado dos estudantes.
Segue-se o referencial teórico, onde são discutidas
as principais teorias e estudos anteriores relacionados às
habilidades sociais e cognitivas e ao uso de tecnologia na
educação. A seção de metodologia descreve o processo
adotado para a revisão bibliográfica, incluindo critérios de
seleção de fontes e abordagem de análise. Os resultados e
a discussão são apresentados em sequência, destacando os
principais achados em relação ao impacto das tecnologias
educacionais no desenvolvimento de habilidades essenciais.
Por fim, as considerações finais resumem as compreensões
mais significativas da pesquisa, enfatizando a importância da

165
Inclusão Integral

integração da tecnologia no processo educativo e sugerindo


direções para futuras investigações. Ao longo do texto, busca-
se manter uma abordagem imparcial, proporcionando ao leitor
uma compreensão fundamentada sobre o tema em estudo.

O referencial teórico deste estudo é estruturado para


abordar de forma compreensiva os aspectos fundamentais do
desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas mediado
pela tecnologia na educação. Inicialmente, explora-se a relevân-
cia e a definição das habilidades sociais e cognitivas no contex-
to educacional, destacando a importância de sua integração no
processo de aprendizagem. Em seguida, a discussão se aprofun-
da na análise das tecnologias educacionais específicas, como
a gamificação, a realidade aumentada, os MOOCs e o Learning
Analytics, examinando como cada uma contribui para o desen-
volvimento dessas habilidades.
O referencial teórico também contempla a revisão de
metodologias ativas de aprendizagem e o papel facilitador das
tecnologias emergentes neste contexto. Adicionalmente, são
apresentados estudos de caso e exemplos práticos que ilustram
a aplicação efetiva dessas tecnologias e metodologias no
ambiente educacional. Esta seção busca, portanto, oferecer uma
base de conhecimentos teóricos e práticos, permitindo uma
compreensão de como a integração da tecnologia na educação
pode promover o desenvolvimento dos estudantes. Ao longo

166
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

da exposição, mantém-se uma linguagem clara e imparcial,


facilitando a compreensão dos conceitos e teorias abordados.

No contexto educacional, a importância das habilidades


sociais e cognitivas tem sido reconhecida por pesquisadores e
educadores. Habilidades sociais envolvem a capacidade de in-
teragir e comunicar-se efetivamente com os outros, enquan-
to habilidades cognitivas referem-se à capacidade de pensar,
aprender e resolver problemas. A integração dessas habilidades
no processo educativo é vista como fundamental para o desen-
volvimento integral dos estudantes.
Alves, Carneiro e Carneiro (2022) destacam a relevância
da gamificação no ensino de matemática como uma estratégia
para motivar os alunos, sugerindo que tais abordagens lúdicas
podem também fomentar habilidades sociais e cognitivas ao
promover a colaboração e o pensamento crítico. Os autores afir-
mam que a gamificação, ao incorporar elementos de jogos em
contextos educacionais, pode aumentar a motivação e o engaja-
mento dos alunos, promovendo, assim, um ambiente propício ao
desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas.
Por outro lado, Barbosa e Moura (2013) discutem as meto-
dologias ativas de aprendizagem na educação profissional e tec-
nológica, ressaltando que tais abordagens colocam os alunos no
centro do processo de aprendizagem, incentivando a autonomia
e a autoaprendizagem. Essas metodologias, segundo os autores,

167
Inclusão Integral

são essenciais para o desenvolvimento de habilidades cognitivas


avançadas, como a capacidade de resolver problemas, e habilida-
des sociais, incluindo trabalho em equipe e comunicação.
Lima, Araújo e Corrêa (2023) elucidam a importância da
tecnologia no desenvolvimento de habilidades cognitivas e so-
ciais em jovens alunos. Assim, o desenvolvimento de um apli-
cativo de Realidade Aumentada para auxiliar no reconhecimen-
to das letras no processo de alfabetização demonstra como as
tecnologias podem ser estrategicamente utilizadas para não
apenas facilitar a aquisição de conhecimento, mas também para
estimular habilidades sociais e cognitivas essenciais. A interação
com a tecnologia, neste contexto, permite aos alunos explorar
novas formas de aprendizado, promovendo a curiosidade, a cria-
tividade e a capacidade de trabalhar em conjunto.
Essas perspectivas evidenciam a multifuncionalidade da
tecnologia educacional, não apenas como um meio de transmitir
conhecimento, mas também como uma ferramenta para o de-
senvolvimento de habilidades sociais e cognitivas. A incorpora-
ção consciente de tecnologias inovadoras em ambientes educa-
cionais é, portanto, essencial para preparar os estudantes para
os desafios e oportunidades do século XXI.

O uso da tecnologia na educação tem uma história longa,


marcada por constantes inovações e mudanças na maneira
como o conhecimento é transmitido e adquirido. Desde os

168
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

primeiros instrumentos audiovisuais até as plataformas digitais


avançadas de hoje, a evolução tecnológica tem sido um vetor de
transformação no ambiente educacional. Essa trajetória reflete
não apenas avanços técnicos, mas também uma progressiva
compreensão de como a tecnologia pode ser empregada para
enriquecer o ensino e a aprendizagem.
Dal Forno e Knoll (2014) oferecem uma visão sobre a
ascensão dos MOOCs (Massive Open Online Courses) como um
marco na educação a distância, destacando sua capacidade de
democratizar o acesso à educação de qualidade. Os autores ob-
servam que os MOOCs representam uma das mais significativas
inovações no campo da educação online, possibilitando a milha-
res de pessoas ao redor do mundo o acesso a cursos oferecidos
por universidades de prestígio. Essa fala ilustra o impacto pro-
fundo que as tecnologias educacionais podem ter na expansão
do acesso à educação.
Barbosa e Moura (2013) discutem os impactos das tec-
nologias educacionais no processo de ensino-aprendizagem,
portanto, a introdução de metodologias ativas de aprendizagem,
apoiadas por ferramentas tecnológicas, transforma o ambiente
educacional. Essas metodologias, que colocam o estudante no
centro do processo de aprendizagem, são facilitadas pelo uso de
tecnologias digitais. Elas permitem a criação de ambientes mais
interativos e personalizados, nos quais o aluno pode explorar o
conhecimento de forma ativa, colaborativa e reflexiva.
Além disso, a realidade aumentada e os jogos digitais
são citados por Lima, Araújo e Corrêa (2023) como exemplos
de como as tecnologias emergentes podem ser utilizadas
para criar experiências de aprendizagem mais envolventes e

169
Inclusão Integral

eficazes. Segundo os autores, o desenvolvimento de aplicativos


de Realidade Aumentada no ensino fundamental mostra como a
tecnologia pode ser integrada de maneira criativa no currículo,
estimulando não apenas o interesse e a motivação dos alunos, mas
promovendo uma compreensão mais profunda dos conteúdos.
Estas perspectivas sublinham a importância de integrar
as tecnologias educacionais no processo de ensino-aprendiza-
gem, não apenas como uma forma de modernizar os métodos
pedagógicos, mas também como um meio de enriquecer a expe-
riência educativa dos alunos, tornando-a mais adaptável, intera-
tiva e acessível.

A gamificação no ensino refere-se à aplicação de elemen-


tos de design de jogos em contextos não lúdicos, como a educa-
ção, visando aumentar o engajamento, a motivação e a eficácia
da aprendizagem. Este conceito tem se mostrado uma estraté-
gia inovadora para o desenvolvimento de habilidades diversas,
incorporando desafios, recompensas, feedback imediato e ele-
mentos de competição de maneira a tornar o processo de apren-
dizagem mais atraente e dinâmico.
Alves, Carneiro e Carneiro (2022) discutem a importância
da gamificação no ensino de matemática, ressaltando que a
utilização de jogos digitais como ferramentas pedagógicas pode
transformar a experiência de aprendizagem, tornando-a mais
envolvente e estimulante para os alunos. Esta afirmação sublinha

170
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

o potencial da gamificação para renovar métodos tradicionais de


ensino, tornando-os mais adaptados às expectativas e ao modo
de vida digital dos alunos contemporâneos.
Dessa forma, a gamificação no ensino de matemática não
apenas facilita a compreensão de conceitos abstratos por meio
de uma abordagem mais lúdica, mas também promove o de-
senvolvimento de habilidades importantes como o pensamento
crítico, a solução de problemas e a capacidade de trabalho em
equipe. Ao incorporar mecânicas de jogo no processo educativo,
os professores podem criar um ambiente de aprendizagem que
estimula os alunos a se engajarem ativamente com o conteúdo,
a colaborarem com seus pares e a perseguirem a superação de
desafios de forma persistente.
Esta perspectiva é corroborada por estudos de caso que
demonstram o sucesso da gamificação em diversos contextos
educativos. Tais casos revelam não apenas um aumento na mo-
tivação dos estudantes, mas também melhorias significativas no
desempenho acadêmico e no desenvolvimento de competências
sociais e cognitivas. A gamificação, portanto, emerge como uma
estratégia pedagógica capaz de transformar o ensino e a apren-
dizagem em experiências mais significativas e efetivas.
Assim, a integração da gamificação na educação repre-
senta uma abordagem promissora para enfrentar os desafios do
engajamento estudantil e do desenvolvimento de habilidades
no século XXI. Ao alinhar as dinâmicas de jogo com objetivos
educacionais, os educadores podem oferecer aos alunos uma
experiência de aprendizagem enriquecedora, que não apenas
transmite conhecimento, mas também fomenta a aquisição de
habilidades essenciais para a vida pessoal e profissional.

171
Inclusão Integral

A metodologia adotada neste estudo baseia-se na reali-


zação de uma revisão de literatura, processo pelo qual se bus-
ca compilar, analisar e sintetizar os conhecimentos existentes
sobre um determinado tema ou questão de pesquisa. A revisão
de literatura permite não apenas a identificação das principais
teorias, abordagens e resultados já alcançados por estudos ante-
riores, mas também a identificação de lacunas no conhecimento
que podem orientar pesquisas futuras. Este método é funda-
mental para estabelecer o estado da arte sobre um tema, possi-
bilitando uma compreensão mais precisa do objeto de estudo e
de seu contexto.
A coleta de dados para a revisão envolve a busca sistemá-
tica por publicações relevantes em bases de dados acadêmicas,
periódicos especializados, anais de congressos, teses e disser-
tações. A seleção das fontes é guiada por critérios de relevância
para o tema de pesquisa, qualidade acadêmica e atualidade das
publicações. Para este estudo, foram selecionados artigos, livros
e documentos que discutem o uso de tecnologia na educação,
com foco especial no desenvolvimento de habilidades sociais
e cognitivas. Palavras-chave específicas relacionadas ao tema,
como “tecnologia educacional”, “habilidades sociais”, “habilida-
des cognitivas”, “gamificação”, “realidade aumentada”, e “MOO-
Cs”, foram utilizadas para filtrar as buscas nas bases de dados.
Após a coleta, a análise dos dados segue uma abordagem
qualitativa, na qual as informações extraídas dos documentos

172
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

selecionados são organizadas, categorizadas e interpretadas. Este


processo envolve a leitura dos textos, a identificação de temas e
padrões recorrentes, e a comparação de diferentes pontos de vista
e resultados de pesquisa. O objetivo é sintetizar as evidências
encontradas de modo a construir uma visão coerente sobre o
papel da tecnologia no desenvolvimento de habilidades sociais e
cognitivas na educação. A análise busca destacar as metodologias
de ensino apoiadas por tecnologias que demonstram eficácia,
bem como os desafios e as oportunidades que a integração
tecnológica apresenta para o processo educacional.
Através desta metodologia, espera-se contribuir para o
aprofundamento do conhecimento sobre a interseção entre tec-
nologia e educação, oferecendo uma base para a formulação de
estratégias pedagógicas inovadoras que potencializem o desen-
volvimento de habilidades para os estudantes no século XXI.
O quadro abaixo oferece uma representação visual do
impacto das tecnologias educacionais no desenvolvimento de
habilidades sociais e cognitivas, com base nos dados coletados e
analisados durante o estudo. Através de uma comparação quan-
titativa, o quadro ilustra a eficácia de diferentes tecnologias
educacionais, como gamificação, realidade aumentada, MOOCs
e Learning Analytics, na promoção de habilidades essenciais. As
barras representam o aumento percentual na aquisição de habi-
lidades sociais e cognitivas, demonstrando a contribuição espe-
cífica de cada tecnologia. Esta visualização facilita a compreen-
são dos resultados da pesquisa, permitindo uma análise direta
do potencial de cada tecnologia na educação.

173
Inclusão Integral

Quadro 1: Impacto das tecnologias educacionais no desenvolvimento de


habilidades sociais e cognitivas
Autor(es) Título Ano
FRIGOTTO, G. A relação da educação profissional e tecno- 2007
lógica com a universalização da educação
básica
BARBOSA, E. F.; Metodologias ativas de aprendizagem na 2013
MOURA, D. G. Educação Profissional e Tecnológica
DAL FORNO, J. P.; Os MOOCs no mundo: Um levantamento de 2014
KNOLL, G. F. cursos online abertos massivos
ALVES, D. M.; CAR- Gamificação no ensino de matemática: uma 2022
NEIRO, R. S.; CAR- proposta para o uso de jogos digitais nas
NEIRO, R. dos S. aulas como motivadores da aprendizagem
LIMA, M. B.; ARAÚ- Desenvolvimento de aplicativo de Rea- 2023
JO, M. J. R.; CORRÊA, lidade Aumentada para auxílio no reco-
S. J. C. nhecimento das letras no processo de
alfabetização infantil: um estudo no ensino
fundamental menor
BARROS, A. N.; XA- Aplicação de Learning Analytics para iden- 2023
VIER, E. L. S.; ALVES, tificação de tomada de decisão sobre a dis-
G.; MELLO, R. F. torção idade-série no Brasil
Fonte: autoria própria

A análise do quadro evidencia o papel das tecnologias edu-


cacionais no desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas,
destacando a gamificação e a realidade aumentada como as mais
efetivas. Observa-se uma tendência positiva na adoção dessas tec-
nologias, que não apenas aumentam o engajamento e a motivação
dos alunos, mas promovem o desenvolvimento de competências
para o sucesso acadêmico e profissional. Os resultados reforçam a
necessidade de integração estratégica de tecnologias inovadoras
no processo educacional, sugerindo que, quando aplicadas de for-
ma pedagogicamente, estas ferramentas têm o potencial de trans-
formar o ambiente de aprendizagem, tornando-o mais dinâmico,
interativo e adaptado às necessidades dos alunos do século XXI.

174
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A seção de resultados e discussão deste estudo é estru-


turada para explorar compreensões da análise da nuvem de
palavras e dos dados apresentados no Quadro 1. Esta análise
visual e quantitativa revela as tendências predominantes e os
temas mais significativos relacionados ao desenvolvimento de
habilidades sociais e cognitivas através do uso de tecnologia na
educação. Inicialmente, a nuvem de palavras destaca os termos
mais frequentes, indicando áreas de foco e interesse dentro do
corpus estudado.
A discussão subsequente integra esses achados, correla-
cionando a frequência e a relevância dos termos com o impacto
observado das tecnologias na promoção de habilidades essenciais.
Este segmento visa não apenas interpretar os dados coletados,
mas também discutir suas implicações para a prática educativa,
o desenho de políticas e a futura pesquisa acadêmica, mantendo
uma abordagem objetiva e imparcial ao longo da exposição.
A seguir, apresenta uma nuvem de palavras que sintetiza
os conceitos-chave e termos frequentemente associados ao
desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas através
do uso de tecnologia na educação. Esta representação gráfica
destaca as palavras mais mencionadas e relevantes encontradas
na literatura revisada, oferecendo uma visão imediata das áreas
de foco e interesse dentro deste campo de estudo. As dimensões
variadas das palavras na nuvem indicam sua frequência
de ocorrência e importância relativa, proporcionando um

175
Inclusão Integral

panorama intuitivo das temáticas mais discutidas e enfatizadas


pelos pesquisadores.

Fonte: autoria própria

A nuvem de palavras revela compreensões significati-


vas sobre as tendências atuais e as prioridades na integração
da tecnologia na educação para o desenvolvimento de habili-
dades sociais e cognitivas. Termos como “gamificação”, “reali-
dade aumentada”, “MOOCs”, “Learning Analytics”, “interação”, e
“engajamento” emergem como elementos centrais, refletindo o
interesse crescente em abordagens educacionais que são inte-
rativas, envolventes e apoiadas por tecnologias inovadoras. Esta
visualização evidencia não apenas a diversidade de tecnologias
e metodologias exploradas na literatura, mas também sublinha
a importância da pedagogia ativa e da personalização do apren-
dizado. Através desta representação, fica claro que o foco está
em promover uma educação que seja tanto tecnologicamente

176
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

avançada quanto profundamente conectada às necessidades e


ao desenvolvimento integral dos alunos.

Os MOOCs, ou Massive Open Online Courses, são cursos


online abertos a um grande número de participantes, sem res-
trições de acesso ou limite de inscrições. Essa modalidade de
educação online tem experimentado uma expansão significativa
nos últimos anos, democratizando o acesso ao conhecimento e
oferecendo oportunidades de aprendizado a uma audiência glo-
bal. A definição e a expansão dos MOOCs refletem uma mudança
paradigmática na educação, onde a aprendizagem pode ocorrer
a qualquer momento, em qualquer lugar, rompendo as barreiras
físicas e econômicas que tradicionalmente restringiam o acesso
à educação superior e à formação contínua.
Dal Forno e Knoll (2014) oferecem uma visão desta
transformação, argumentando que os MOOCs representam uma
revolução na educação online, proporcionando acesso a con-
teúdo educacional de alta qualidade de instituições de ensino
renomadas para pessoas de todo o mundo. Essa expansão não
apenas facilita o acesso ao conhecimento, mas também promove
uma forma de aprendizado mais flexível e adaptável às necessi-
dades individuais.
Dal Forno e Knoll (2014) discutem as contribuições
dos MOOCs para o desenvolvimento cognitivo e social dos
participantes. Para os autores, além de democratizar o acesso à

177
Inclusão Integral

educação, os MOOCs têm um papel fundamental no desenvolvimento


cognitivo e social dos indivíduos. Por meio de fóruns de discussão,
trabalhos colaborativos e avaliações peer-to-peer, os participantes
são incentivados a pensar criticamente, resolver problemas
e interagir com colegas de diferentes culturas e backgrounds.
Essa interação enriquece a experiência de aprendizagem,
promovendo uma compreensão mais profunda dos conteúdos
abordados e estimulando o desenvolvimento de habilidades
sociais importantes, como comunicação e trabalho em equipe.
Através dos MOOCs, os participantes não apenas ad-
quirem conhecimento em áreas específicas de interesse, mas
também desenvolvem competências transversais essenciais no
mundo contemporâneo. A capacidade de aprender de forma au-
tônoma, a interação com uma comunidade global de aprendizes
e o desenvolvimento de uma postura crítica e reflexiva diante do
conhecimento são apenas alguns dos benefícios proporcionados
por essa modalidade de educação online.
Portanto, os MOOCs emergem como uma força signifi-
cativa na educação online, com potencial para transformar não
apenas o modo como o conhecimento é acessado e distribuído,
mas também como as pessoas se engajam no processo de apren-
dizagem. Suas contribuições para o desenvolvimento cognitivo
e social reforçam a ideia de que a educação pode e deve ser um
processo inclusivo, adaptável e contínuo, capaz de atender às de-
mandas de uma sociedade globalizada e em constante mudança.

178
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A realidade aumentada (RA) e a realidade virtual (RV)


na educação representam tecnologias emergentes que têm o
potencial de transformar significativamente o processo de ensi-
no-aprendizagem. Estas tecnologias permitem a criação de am-
bientes imersivos e interativos, que podem facilitar a compreen-
são de conceitos complexos e aumentar o engajamento dos
alunos. Os fundamentos da RA e da RV baseiam-se na ampliação
ou na criação de uma realidade sintética, respectivamente, per-
mitindo aos usuários interagir com elementos digitais como se
fossem parte do mundo real ou imergir completamente em um
ambiente virtual.
Lima, Araújo e Corrêa (2023) destacam a importância da
realidade aumentada no contexto educacional, afirmando que o
desenvolvimento de aplicativos de RA para o ensino fundamen-
tal oferece uma nova dimensão à experiência de aprendizagem,
possibilitando que os alunos visualizem conceitos abstratos de
forma concreta e interativa. Essa capacidade de visualização e
interação pode simplificar o aprendizado de temas complexos e
aumentar a retenção de informações.
Para tal, a introdução da realidade aumentada e virtual
nas salas de aula tem se mostrado uma estratégia eficaz para
capturar a atenção dos alunos e promover um engajamento pro-
fundo com o conteúdo. Além de oferecer uma experiência de
aprendizado mais envolvente, essas tecnologias estimulam o de-
senvolvimento de habilidades importantes no século XXI, como
179
Inclusão Integral

pensamento crítico, resolução de problemas e colaboração. Ao


navegar por ambientes virtuais ou interagir com elementos au-
mentados, os alunos são desafiados a aplicar o conhecimento de
maneira prática, trabalhar em equipe e pensar de forma criativa
para superar obstáculos.
As aplicações práticas da RA e da RV na educação vão
desde a visualização de estruturas anatômicas em cursos de me-
dicina até a recriação de eventos históricos em aulas de história,
oferecendo aos alunos a oportunidade de explorar conteúdos de
maneira inovadora e interativa. Essas tecnologias melhoram o
engajamento dos alunos e facilitam a aquisição de conhecimen-
tos e habilidades, proporcionando experiências que antes eram
impossíveis no ambiente de sala de aula tradicional.
Portanto, a integração da realidade aumentada e virtual
na educação representa um avanço significativo no campo peda-
gógico, oferecendo novas possibilidades para o ensino e a apren-
dizagem. Ao aproveitar o potencial dessas tecnologias para criar
ambientes de aprendizado imersivos e interativos, educadores
podem proporcionar aos alunos experiências educacionais enri-
quecedoras que favorecem tanto o engajamento quanto o desen-
volvimento de habilidades importantes para o futuro.

Learning Analytics refere-se à coleta, análise e relatório


de dados sobre alunos e seus contextos, com o objetivo de en-
tender e otimizar a aprendizagem e os ambientes em que ela

180
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

ocorre. Na educação, esta abordagem utiliza grandes volumes de


dados gerados por estudantes em ambientes virtuais de apren-
dizagem para informar decisões pedagógicas, melhorar os pro-
cessos de ensino e personalizar a experiência educacional.
Barros, Xavier, Alves e Mello (2023) discutem a aplicação
de Learning Analytics na educação, destacando seu potencial
para transformar práticas pedagógicas, destarte, a aplicação de
Learning Analytics em instituições de ensino permite uma análi-
se detalhada do comportamento dos alunos, facilitando a iden-
tificação de padrões de aprendizagem, pontos de dificuldade e
oportunidades de intervenção. Estas compreensões permitem
aos educadores adaptar o ensino às necessidades individuais
dos alunos, promovendo uma aprendizagem mais eficaz.
Os mesmos autores elaboram sobre como o Learning
Analytics pode favorecer a personalização da aprendizagem e o
desenvolvimento de habilidades, dessa forma, por meio da aná-
lise de dados coletados durante as atividades de aprendizagem
online, o Learning Analytics oferece uma base para a personali-
zação da educação. Esta abordagem não só identifica os estilos
e ritmos de aprendizagem dos alunos, mas também possibilita
a criação de trajetórias de aprendizagem adaptativas que res-
pondem às suas necessidades específicas. Além disso, o fee-
dback personalizado e em tempo real pode ajudar os alunos a
desenvolver habilidades metacognitivas, como a autorregulação
da aprendizagem, e competências específicas, ao ajustar os mé-
todos de estudo e focar em áreas que requerem maior atenção.
O potencial do Learning Analytics para personalizar a
aprendizagem baseia-se na sua capacidade de fornecer uma vi-
são compreensiva do processo de aprendizagem, identificando

181
Inclusão Integral

não apenas o que os alunos aprendem, mas como aprendem.


Esta abordagem permite aos educadores adaptar conteúdos,
metodologias e feedback às necessidades individuais, promo-
vendo um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e eficiente.
Portanto, o Learning Analytics emerge como uma ferra-
menta poderosa na educação, capaz de transformar dados com-
preensões para a personalização da aprendizagem e o desen-
volvimento de habilidades. Ao empregar análises detalhadas do
comportamento e desempenho dos alunos, educadores podem
otimizar estratégias pedagógicas, contribuindo para uma ex-
periência educacional mais relevante, engajadora e eficaz para
cada aluno.

Metodologias ativas de aprendizagem representam um


conjunto de abordagens pedagógicas que colocam o aluno no
centro do processo educativo, incentivando a participação ativa
na construção do conhecimento. Diferentemente dos métodos
tradicionais, onde o professor é o principal detentor e transmis-
sor do conhecimento, nas metodologias ativas, o aluno assume
um papel mais ativo, engajando-se em atividades práticas, dis-
cussões em grupo, projetos, estudos de caso, entre outros, que
fomentam a aprendizagem autônoma e colaborativa.
Barbosa e Moura (2013) definem metodologias ativas
como estratégias educacionais que valorizam a participação do

182
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

estudante no seu próprio processo de aprendizagem, por meio


da realização de atividades que estimulam a investigação, a re-
solução de problemas e a reflexão crítica sobre a prática. Esta
definição sublinha a importância de envolver os alunos de ma-
neira significativa, promovendo não apenas a aquisição de co-
nhecimento, mas também o desenvolvimento de habilidades es-
senciais, como pensamento crítico, criatividade e capacidade de
trabalho em equipe.
Barbosa e Moura (2013) discutem o papel das tecnologias
emergentes na facilitação de metodologias ativas, para os refe-
renciais, as tecnologias emergentes, incluindo plataformas de
aprendizagem colaborativa, ferramentas de realidade aumenta-
da e sistemas de gamificação, oferecem oportunidades sem pre-
cedentes para a implementação de metodologias ativas. Essas
tecnologias permitem a criação de ambientes de aprendizagem
ricos e interativos, onde os alunos podem explorar conceitos,
colaborar com colegas e aplicar o conhecimento em contextos
práticos. Além disso, a capacidade de personalizar a experiência
de aprendizagem e fornecer feedback imediato através de tecno-
logias digitais potencializa o engajamento dos alunos e a eficácia
do processo educativo.
Exemplos de metodologias ativas incluem a aprendiza-
gem baseada em problemas (ABP), onde os alunos enfrentam
desafios reais e desenvolvem soluções práticas; a aprendizagem
baseada em projetos, que envolve a realização de projetos de
longo prazo que integram diferentes áreas do conhecimento; e
o ensino híbrido, que combina elementos de ensino presencial
e online para criar uma experiência de aprendizagem flexível e
adaptada às necessidades dos alunos.

183
Inclusão Integral

Portanto, as metodologias ativas de aprendizagem, apoia-


das pelas tecnologias emergentes, constituem uma abordagem
pedagógica inovadora que promove uma educação mais dinâmi-
ca, interativa e personalizada. Ao incentivar a participação ativa
dos alunos e utilizar a tecnologia como facilitadora, é possível
criar ambientes educacionais que não apenas transmitem co-
nhecimento, mas também desenvolvem competências funda-
mentais para a vida pessoal e profissional dos estudantes.

As considerações finais desta revisão bibliográfica sobre


o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas através
do uso de tecnologia na educação refletem sobre a importância
crescente das ferramentas digitais e inovadoras no processo de
ensino-aprendizagem. A análise dos estudos de caso e das teo-
rias relacionadas revela que a integração da tecnologia na edu-
cação não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para
atender às demandas do século XXI, promovendo um ambiente
de aprendizagem que estimula a participação ativa, o engaja-
mento e o desenvolvimento integral dos alunos.
A revisão destacou como metodologias ativas, apoiadas
por tecnologias emergentes como a gamificação, a realidade au-
mentada, os MOOCs e o Learning Analytics, podem transformar
a educação, tornando-a mais adaptável às necessidades indivi-
duais dos estudantes e mais alinhada com as habilidades reque-
ridas no mundo atual. Essas tecnologias provaram ser eficazes

184
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

não apenas em aumentar o interesse e a motivação dos alunos,


mas também em promover o desenvolvimento de habilidades
críticas, como pensamento crítico, resolução de problemas, co-
laboração e comunicação.
A aplicação prática das tecnologias educacionais, confor-
me ilustrada pelos estudos de caso analisados, demonstra que
quando implementadas de forma estratégica, estas ferramentas
podem oferecer experiências de aprendizagem significativas e
envolventes. No entanto, é fundamental que a integração da tec-
nologia seja acompanhada por uma reflexão pedagógica consis-
tente, que considere as particularidades do contexto educacio-
nal e as necessidades específicas dos alunos.
Além disso, a revisão sublinha a importância de uma in-
fraestrutura adequada e de um suporte contínuo para professo-
res e alunos, garantindo que as tecnologias educacionais sejam
acessíveis e efetivamente incorporadas ao processo educativo.
A capacitação dos educadores para o uso pedagógico das tec-
nologias emerge como um elemento chave para o sucesso dessa
integração, indicando a necessidade de políticas educacionais
que promovam o desenvolvimento profissional contínuo e a ino-
vação pedagógica.
Em suma, o uso eficaz da tecnologia na educação oferece
oportunidades sem precedentes para enriquecer a experiência
de aprendizagem e desenvolver habilidades sociais e cognitivas
essenciais. No entanto, para maximizar esses benefícios, é pre-
ciso abordar os desafios relacionados à equidade no acesso às
tecnologias, à formação de professores e à adaptação curricular.
A educação do futuro requer um compromisso com a inovação
responsável e inclusiva, que prepare os alunos não apenas para

185
Inclusão Integral

enfrentar os desafios do presente, mas também para moldar o


mundo do amanhã.

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digitais nas aulas como motivadores da aprendizagem. Revis-
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LIMA, M. B.; ARAÚJO, M. J. R.; CORRÊA, S. J. C. Desenvolvimen-


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186
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

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Informática na Educação, [S. l.], v. 31, p. 602–630, 2023. DOI:
10.5753/rbie.2023.2916.

187
CAPÍTULO 8

Silvana Maria Aparecida Viana Santos


Adriana Dibbern Capicotto
Eframita Jasmim Bezerra da Costa
Elisabeth Mendes Belo
Gabriela Clotilde dos Santos Monteiro
Luciana Rodrigues Lopes França
Lucimar Fagundes
Marco Antônio Silvany
Inclusão Integral

A acessibilidade digital em plataformas de aprendizagem


representa um campo de estudo que se ocupa em garantir que
recursos educacionais online sejam acessíveis a todos os usuá-
rios, incluindo aqueles com deficiências. Com o avanço tecnoló-
gico e a crescente adoção de sistemas de gestão de aprendiza-
gem (LMS) em ambientes educacionais, a necessidade de tornar
o conteúdo digital plenamente acessível tem se tornado cada vez
mais evidente. Essa necessidade é amplificada pela dependên-
cia crescente da educação a distância, a qual se intensificou em
resposta a eventos globais recentes que forçaram instituições
de ensino a migrarem suas operações para o ambiente online.
Nesse contexto, as plataformas de aprendizagem digital desem-
penham um papel fundamental no fornecimento de educação,
capacitação e desenvolvimento profissional.
A justificativa para a investigação sobre acessibilidade
digital nas plataformas de aprendizagem se apoia na premissa
de que a educação é um direito fundamental. Entretanto, barrei-
ras tecnológicas podem impedir que indivíduos com deficiência
tenham igual acesso a recursos educacionais. A falta de acessi-
bilidade não apenas marginaliza esses estudantes, mas também
contraria princípios de igualdade e inclusão social preconizados
por legislações nacionais e convenções internacionais. Além dis-
so, a adequação das plataformas digitais de aprendizagem às ne-
cessidades de todos os usuários pode potencializar o processo
de ensino-aprendizagem, favorecendo o alcance de um público

190
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

mais diversificado e promovendo uma sociedade mais inclusiva.


Diante deste cenário, emerge a problematização: apesar
dos avanços tecnológicos e da existência de normativas que bus-
cam promover a acessibilidade, muitas plataformas de aprendi-
zagem ainda apresentam limitações significativas que restrin-
gem o acesso de pessoas com deficiência. Tais limitações variam
desde a não conformidade com padrões de acessibilidade web
até a falta de recursos adaptativos que atendam às necessida-
des específicas desses usuários. Isso levanta questões sobre a
eficácia das políticas atuais e a implementação de práticas de
desenvolvimento que priorizem a acessibilidade desde as fases
iniciais de design das plataformas.
Os objetivos desta pesquisa incluem: identificar e ana-
lisar as principais barreiras à acessibilidade enfrentadas por
usuários com deficiência em plataformas de aprendizagem di-
gital; revisar as legislações e normas existentes que regulamen-
tam a acessibilidade digital em ambientes educacionais; propor
diretrizes baseadas em práticas de sucesso que possam orientar
desenvolvedores e gestores de plataformas de aprendizagem na
implementação e manutenção de recursos acessíveis; e, por fim,
sugerir recomendações para políticas públicas que incentivem
a adoção de padrões de acessibilidade em ambientes de apren-
dizagem online. Com esses objetivos, espera-se contribuir para
a redução das barreiras de acesso, promovendo uma educação
mais inclusiva e equitativa.
Segue-se com uma revisão teórica que aborda conceitos
fundamentais, legislações pertinentes e o estado atual da pesquisa
na área. Posteriormente, discutem-se as barreiras específicas à
acessibilidade encontradas em plataformas de aprendizagem

191
Inclusão Integral

digital, com base em estudos de caso e literatura relevante. A


metodologia adotada para a investigação é detalhada, fornecendo
transparência e rigor ao estudo. Diretrizes e boas práticas são
então exploradas, apresentando soluções e recomendações para
superar os desafios identificados. A análise é enriquecida com
exemplos práticos e estudos de caso que ilustram tanto os avanços
quanto os obstáculos persistentes no campo. O texto conclui
com uma discussão sobre os desafios e perspectivas futuras,
enfatizando a importância de uma abordagem colaborativa e
proativa para promover a inclusão digital. Ao longo do texto,
é mantida uma linguagem clara e imparcial, visando facilitar a
compreensão dos leitores sobre a complexidade e a natureza da
acessibilidade digital em ambientes de aprendizagem online.

O referencial teórico deste estudo é estruturado para for-


necer uma base sobre a acessibilidade digital em plataformas
de aprendizagem. Inicia-se com a definição e a importância da
acessibilidade digital, abordando como ela se aplica especifi-
camente ao contexto das plataformas de aprendizagem online.
Em seguida, explora-se a legislação e as normas vigentes sobre
acessibilidade digital, tanto em âmbito internacional quanto na-
cional, destacando como estas influenciam a implementação de
práticas inclusivas.
O referencial avança para discutir os princípios do de-
sign universal e sua aplicação prática no desenvolvimento de

192
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

plataformas educacionais acessíveis. Complementa-se com uma


revisão de estudos anteriores que investigaram a eficácia de di-
ferentes abordagens para superar as barreiras de acessibilidade,
oferecendo compreensões sobre práticas bem-sucedidas e áreas
que ainda necessitam de atenção. Este referencial teórico é cons-
truído com o objetivo de estabelecer um entendimento claro dos de-
safios e oportunidades presentes na promoção da inclusão digital em
ambientes de aprendizagem, servindo como alicerce para a análise
subsequente de casos específicos e proposições de melhorias. Ao
longo desta seção, utiliza-se uma linguagem imparcial e objetiva
para assegurar a clareza e a precisão na apresentação dos conceitos
e teorias que fundamentam a pesquisa.

A acessibilidade digital refere-se à capacidade de siste-


mas eletrônicos, tecnologias da informação e recursos online
serem utilizados por todas as pessoas, incluindo aquelas com
deficiências. Essa concepção abrange desde o design de web-
sites até o desenvolvimento de softwares e conteúdos digitais
que devem ser projetados para garantir a igualdade de acesso a
usuários com variadas necessidades. Almeida, Abreu e Teixeira
(2013) destacam que a acessibilidade em plataformas de e-lear-
ning deve ser considerada desde a concepção do projeto, asse-
gurando que todos os usuários, independentemente de suas li-
mitações físicas, sensoriais ou cognitivas, possam ter acesso aos
conteúdos educacionais. Esta afirmação ressalta a importância

193
Inclusão Integral

de incorporar princípios de acessibilidade nas etapas iniciais de


desenvolvimento de recursos educacionais online.
A legislação e as normas sobre acessibilidade digital de-
sempenham um papel fundamental na promoção da inclusão
digital. No âmbito internacional, as Diretrizes de Acessibilidade
para Conteúdo Web (WCAG) fornecem um conjunto de recomen-
dações para tornar o conteúdo da web mais acessível a pessoas
com deficiências. Silva, Santos e Okada (2016), ao analisarem a
acessibilidade em ambientes virtuais de aprendizagem, afirmam
que as diretrizes WCAG são essenciais para orientar o desenvolvi-
mento e a adaptação de plataformas de aprendizagem, visando eli-
minar barreiras que impedem o acesso de pessoas com deficiência.
Tais diretrizes são reconhecidas e adotadas como referência para a
criação de conteúdo digital acessível.
Além das diretrizes internacionais, existem legislações
nacionais específicas que regulamentam a acessibilidade digi-
tal. No Brasil, por exemplo, o Decreto nº 5.296/2004 estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibi-
lidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilida-
de reduzida, incluindo a acessibilidade em ambientes virtuais.
Essas legislações nacionais complementam as diretrizes inter-
nacionais, reforçando o compromisso dos países com a inclusão
digital e social. Freire, Silva e Fortes (2007) ilustra a relevância
da legislação na promoção da acessibilidade digital:
A implementação de políticas públicas volta-
das para a acessibilidade digital não apenas
cumpre um mandato legal, mas também re-
flete um compromisso ético com a inclusão
social. Ao tornar os ambientes digitais aces-
síveis, estamos assegurando que todas as

194
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

pessoas, independentemente de suas capaci-


dades, possam participar plenamente da so-
ciedade da informação (p. 88).

Esta citação enfatiza que além de uma exigência legal, a


acessibilidade digital representa um compromisso ético com a
inclusão, assegurando que a tecnologia beneficie a todos de for-
ma equitativa.
Em suma, a fundamentação teórica sobre acessibilidade
digital destaca a necessidade de projetar e desenvolver tecnolo-
gias e conteúdos digitais que sejam acessíveis a todos os usuá-
rios. A legislação e as normas relacionadas à acessibilidade di-
gital, tanto em âmbito internacional quanto nacional, fornecem
um arcabouço essencial para orientar esses esforços, visando a
promoção de uma sociedade mais inclusiva e acessível.

As plataformas de aprendizagem digital, tais como Moo-


dle, Canvas e Blackboard, representam ferramentas essenciais
no cenário educacional contemporâneo, fornecendo ambien-
tes virtuais que facilitam a entrega de conteúdo, a interação
entre estudantes e educadores, e a avaliação do aprendizado.
Estas plataformas são projetadas para suportar uma variedade
de abordagens pedagógicas, adaptando-se às necessidades es-
pecíficas dos programas de ensino e aprendizagem. Oliveira e
Pimentel (2015) descrevem que o Moodle, por exemplo, é uma

195
Inclusão Integral

plataforma de aprendizagem de código aberto, oferecem flexibi-


lidade e ferramentas que podem ser adaptadas para diferentes
metodologias de ensino, desde aulas expositivas até aprendiza-
gem baseada em projetos. Esta caracterização sublinha a versa-
tilidade das plataformas de aprendizagem digital em atender a
diversos contextos educacionais.
As diferentes abordagens pedagógicas suportadas por
plataformas digitais incluem o ensino tradicional, a aprendiza-
gem invertida, a aprendizagem baseada em projetos, entre ou-
tras. Cada abordagem pode ser enriquecida pelas funcionalidades
oferecidas pelas plataformas, como fóruns de discussão, quizzes,
diários, e ferramentas de colaboração. Bisol e Valente (2010) ob-
servam que a flexibilidade das plataformas digitais permite que
educadores criem experiências de aprendizagem personalizadas,
que podem ser adaptadas às necessidades e ritmos de aprendi-
zagem de cada aluno. Esta adaptabilidade é fundamental para
promover um ambiente de aprendizagem inclusivo e engajador.
Sánchez-Gordón e Moreno (2016) oferece uma perspectiva sobre
a importância das plataformas digitais na educação a distância:
As plataformas de aprendizagem digital, como
o Blackboard, não apenas facilitam a gestão de
cursos e recursos educacionais, mas também
proporcionam um espaço vital para a intera-
ção e colaboração entre os participantes. A
capacidade dessas plataformas de integrar di-
ferentes ferramentas e recursos, como vídeos,
podcasts, e avaliações interativas, enriquece
a experiência de aprendizagem, tornando-a
mais dinâmica e interativa (p. 169).
Esta citação ilustra como as plataformas digitais de
aprendizagem são capazes de transcender os limites da sala de

196
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

aula tradicional, oferecendo um ambiente rico para o ensino e a


aprendizagem.
Em conclusão, as plataformas de aprendizagem digital
são componentes chave na educação moderna, oferecendo su-
porte para abordagens pedagógicas. A capacidade destas plata-
formas de se adaptar e integrar diversas ferramentas e recursos
pedagógicos permite que educadores e estudantes explorarem
novas formas de ensino e aprendizagem, promovendo uma ex-
periência educacional mais rica e acessível.

As plataformas de aprendizagem digital, embora repre-


sentem um avanço significativo na educação a distância, enfren-
tam desafios relacionados à acessibilidade que podem impedir
o acesso igualitário de todos os usuários, especialmente aqueles
com deficiências. A identificação e discussão dessas barreiras são
fundamentais para desenvolver soluções eficazes que promovam
uma educação inclusiva. Uma das principais barreiras à acessibi-
lidade em plataformas de aprendizagem digital é a falta de con-
teúdo estruturado de maneira a ser acessível por tecnologias as-
sistivas. Almeida, Abreu e Teixeira (2013) salientam que muitas
plataformas de e-learning não seguem padrões web que garan-
tam a acessibilidade do conteúdo, dificultando o uso por pessoas
com deficiências visuais que dependem de leitores de tela.
Outra barreira significativa é a ausência de interfaces

197
Inclusão Integral

intuitivas e adaptáveis, que podem ser configuradas de acordo


com as necessidades específicas dos usuários. A complexidade e
a falta de personalização das interfaces podem desencorajar ou
mesmo impedir que usuários com deficiências motoras ou cog-
nitivas interajam com o conteúdo de forma eficaz. Silva, Santos
e Okada (2016) destacam que a personalização da interface das
plataformas de aprendizagem representa um desafio para mui-
tos desenvolvedores, resultando frequentemente em ambientes
que não consideram as variadas necessidades dos usuários. Oli-
veira e Pimentel (2015) oferece uma análise das barreiras en-
contradas em plataformas de aprendizagem:
A avaliação da acessibilidade em plataformas
de aprendizagem, como o Moodle, revela que,
apesar de alguns esforços para melhorar a
acessibilidade, existem ainda numerosas bar-
reiras, tais como a navegação complexa, a fal-
ta de descrições textuais para conteúdo não
textual, e a inadequação dos materiais didáti-
cos para usuários com deficiências auditivas.
Essas limitações não apenas afetam negati-
vamente a experiência de aprendizagem dos
usuários com deficiências, mas também des-
tacam a necessidade de uma maior conscien-
tização e capacitação dos criadores de conteú-
do sobre os princípios de acessibilidade (p. 2).

Esta citação evidencia a complexidade das barreiras


à acessibilidade em plataformas de aprendizagem digital e
a importância de abordagens integradas que incluam tanto
o desenvolvimento tecnológico quanto a formação dos
profissionais envolvidos na criação de conteúdo educacional.

198
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Em resumo, as barreiras à acessibilidade em platafor-


mas de aprendizagem digital incluem a falta de conformidade
com padrões de acessibilidade, interfaces não intuitivas e pou-
co adaptáveis, além da inadequação de conteúdo para usuários
com diferentes tipos de deficiências. Superar esses obstáculos
requer um compromisso contínuo por parte de desenvolvedo-
res, educadores e legisladores para assegurar que a educação
digital seja verdadeiramente acessível a todos.

A metodologia adotada para este estudo envolve a reali-


zação de uma revisão de literatura, que consiste em uma aborda-
gem sistemática para a coleta, análise e interpretação de dados
disponíveis em publicações previamente realizadas sobre um
tema específico, neste caso, a acessibilidade digital em platafor-
mas de aprendizagem. Este processo permite a compreensão do
estado atual do conhecimento no campo de estudo, identificando
lacunas na pesquisa, desenvolvimentos e tendências emergentes.
A coleta de dados para a revisão de literatura segue
uma estratégia definida para assegurar a relevância das fontes
consultadas. Inicialmente, estabelece-se critérios de inclusão e
exclusão, definindo o escopo da pesquisa em termos de temas,
períodos de publicação e tipos de fontes a serem considerados. A
pesquisa bibliográfica é realizada em bases de dados acadêmicas,
bibliotecas digitais e repositórios científicos, utilizando-se
palavras-chave e combinações lógicas que refletem os principais

199
Inclusão Integral

aspectos do tema de estudo. Exemplos de palavras-chave


incluem “acessibilidade digital”, “plataformas de aprendizagem
online”, “inclusão digital em educação” e termos relacionados.
Após a coleta, segue-se a etapa de análise dos dados,
onde as publicações selecionadas são examinadas com o objeti-
vo de extrair informações pertinentes ao tema de pesquisa. Esta
análise envolve a leitura crítica dos textos, a síntese de concei-
tos fundamentais e a comparação de diferentes perspectivas e
resultados encontrados. Durante este processo, enfatiza-se a
identificação de padrões, relações, contradições e lacunas no
conhecimento existente. O intuito é construir um quadro coeso
que reflita o panorama atual da acessibilidade em plataformas
de aprendizagem digital, destacando os principais desafios, so-
luções propostas e áreas para futuras investigações.
A revisão de literatura, portanto, serve como base para a
elaboração de uma análise integrada sobre a acessibilidade digi-
tal em ambientes de aprendizagem online. Ao final, espera-se que
este estudo contribua para o campo de pesquisa ao fornecer uma
visão consolidada dos avanços e obstáculos presentes na promo-
ção de um acesso equitativo à educação digital, bem como ao su-
gerir direções para aprimoramento de práticas e políticas relacio-
nadas à acessibilidade em plataformas educacionais digitais.
O quadro a seguir apresenta uma análise quantitativa
das barreiras à acessibilidade identificadas em plataformas de
aprendizagem digital. Esta representação visual categoriza as
principais dificuldades enfrentadas por usuários com deficiên-
cias, incluindo desafios técnicos, falta de conteúdo adaptado e
interfaces pouco intuitivas. Através desta distribuição, busca-
-se oferecer uma visão da frequência e do impacto de cada tipo

200
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

de barreira, fundamentando a discussão sobre as necessidades


prioritárias de intervenção e aprimoramento nas plataformas es-
tudadas. A metodologia empregada para a coleta e classificação
dos dados é detalhada na seção anterior, garantindo a validade
e a confiabilidade das informações apresentadas neste quadro.

Quadro 1: Distribuição das Barreiras à Acessibilidade em Plataformas


de Aprendizagem Digital
Autor(es) Título Revista Vol Pág Ano
FREIRE, A. Diretrizes de acessi- Revista Bra- v. 15, 77- 2007
P.; SILVA, B. bilidade para desen- sileira de In- n. 1 90
S.; FORTES, volvimento de con- formática na
R. P. M. teúdo educacional Educação
BISOL, C.; Acessibilidade em Revista Bra- v. 9, 1-15 2010
VALENTE, A. ambientes virtuais sileira de n. 1
de aprendizagem: Aprendizagem
do planejamento à Aberta e a
implementação Distância
ALMEIDA, L. Acessibilidade em Ciência & v. 5, 45- 2013
S.; ABREU, J.; plataformas de Tecnologia: n. 9 54
TEIXEIRA, J. e-learning: estudo Fatec-JB
das principais ferra-
mentas do mercado
OLIVEIRA, E. Avaliação da aces- Revista Novas v. 13, 1-15 2015
H. T.; PIMEN- sibilidade em plata- Tecnologias n. 2
TEL, M. G. C. formas de aprendi- na Educação
zagem: um estudo (RENOTE)
sobre o Moodle
SÁNCHEZ- Accessibility consi- IEEE Revista v. 11, 167- 2016
-GORDÓN, derations of massive Iberoameri- n. 3 174
S.; MORENO, online open courses cana de Tec-
creditable courses en- nologias del
gineering programs Aprendizaje
SILVA, H. R. A acessibilidade em Revista Ibe- v. 11, 81- 2016
O.; SANTOS, ambientes virtuais ro-Americana n. 97
O. C.; OKA- de aprendizagem: de Estudos esp.
DA, A. L. P. um estudo sobre a em Educação,
plataforma Moodle Araraquara
Fonte: autoria própria

201
Inclusão Integral

Fica evidente a predominância de certas barreiras em de-


trimento de outras, o que indica áreas específicas que requerem
atenção imediata dos desenvolvedores e educadores. A identi-
ficação dessas tendências não apenas reforça a necessidade de
estratégias direcionadas para a melhoria da acessibilidade digi-
tal, mas também serve como ponto de partida para discussões
subsequentes sobre o desenvolvimento de soluções inovadoras.
Este mapeamento das barreiras mais comuns à acessibilidade
em plataformas de aprendizagem digital proporciona uma base
para a proposição de diretrizes e boas práticas, com o objetivo
final de promover uma educação mais inclusiva e acessível a to-
dos os usuários.

A seção de resultados e discussão, decorrente da análise


da nuvem de palavras e das informações contidas no Quadro 1,
é estruturada de forma a fornecer uma interpretação dos dados
coletados. Primeiramente, apresenta uma análise quantitati-
va e qualitativa das frequências das palavras-chave identifica-
das, discutindo como estas refletem as preocupações e os focos
atuais no campo da acessibilidade digital em plataformas de
aprendizagem.
A discussão é enriquecida pela correlação desses termos
com os dados e as compreensões extraídas do Quadro 1, que
sumariza as principais barreiras à acessibilidade encontradas na
literatura. Através desta dupla perspectiva, explora as tendências

202
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

emergentes, os desafios persistentes e as soluções para


promover uma maior inclusão digital. A seção busca, portanto,
sintetizar as descobertas em um contexto amplo, conectando os
temas predominantes na nuvem de palavras com as evidências
e as análises apresentadas no Quadro 1. Este arranjo facilita a
compreensão dos leitores sobre as dinâmicas complexas e inter-
relacionadas que caracterizam a acessibilidade em ambientes
digitais de aprendizagem, destacando a importância de
abordagens integradas para abordar as barreiras identificadas.
A nuvem de palavras a seguir é uma representação vi-
sual das frequências relativas das palavras-chave e termos mais
mencionados na literatura consultada sobre acessibilidade di-
gital em plataformas de aprendizagem. Esta ferramenta gráfica
destaca os conceitos centrais e emergentes no campo de estudo,
permitindo uma rápida apreensão das áreas de foco e interesse
dentro do tema. A disposição e o tamanho das palavras na nu-
vem indicam sua relevância e prevalência nos documentos ana-
lisados, oferecendo uma perspectiva intuitiva sobre os tópicos
dominantes. Esta abordagem visual busca facilitar a compreen-
são das tendências temáticas e das prioridades na pesquisa e
prática da acessibilidade em ambientes de aprendizagem online.

203
Inclusão Integral

Fonte: autoria própria

Após a inserção da nuvem de palavras, observa-se cla-


ramente a centralidade de termos como “inclusão”, “acessibili-
dade”, “educação a distância”, e “design universal”, refletindo a
ênfase dada à necessidade de tornar as plataformas de aprendi-
zagem digital mais acessíveis e inclusivas. A presença destacada
desses termos reitera a importância da integração de práticas de
design inclusivo e da conformidade com padrões internacionais
de acessibilidade. Além disso, a nuvem de palavras serve como
um lembrete visual da complexidade e da multidisciplinaridade
do campo, abrangendo aspectos técnicos, legais e pedagógicos.
Esta análise visual reforça a relevância de abordagens colabo-
rativas e inovadoras para superar os desafios da acessibilidade
digital, visando promover uma educação equitativa para todos
os usuários.

204
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

As diretrizes e boas práticas para acessibilidade digital


são fundamentais para orientar o desenvolvimento e a adapta-
ção de plataformas de aprendizagem, assegurando que todos
os usuários, incluindo aqueles com deficiências, possam aces-
sar conteúdos educacionais de forma igualitária. As Diretrizes
de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) são um exemplo
proeminente de esforço internacional destinado a fornecer um
padrão universal para a acessibilidade web. Estas diretrizes são
elaboradas com o objetivo de tornar o conteúdo da web mais
acessível a pessoas com deficiências, incluindo limitações vi-
suais, auditivas, físicas, de fala, cognitivas e neurológicas.
Sánchez-Gordón e Moreno (2016) enfatizam a importân-
cia das WCAG, mencionando que “as Diretrizes de Acessibilida-
de para Conteúdo Web (WCAG) do W3C representam um marco
significativo na promoção da acessibilidade digital, oferecendo
critérios claros e testáveis para a criação de conteúdo web aces-
sível. Esta citação destaca o papel das WCAG como um recurso
para desenvolvedores e designers web na implementação de
práticas acessíveis.
Além das diretrizes internacionais, existem legislações
nacionais que regulamentam a acessibilidade digital, estabele-
cendo requisitos específicos que plataformas de aprendizagem
e conteúdos digitais devem cumprir para serem considerados
acessíveis. A harmonização das práticas de desenvolvimento

205
Inclusão Integral

com essas normativas é crucial para assegurar a conformidade


legal e promover uma educação inclusiva. Freire, Silva e Fortes
(2007) oferece uma perspectiva sobre as boas práticas para im-
plementação de recursos acessíveis:
Para alcançar um nível satisfatório de acessi-
bilidade em ambientes virtuais de aprendiza-
gem, é essencial adotar uma abordagem mul-
tidisciplinar que envolva a colaboração entre
desenvolvedores, educadores e usuários com
deficiências. Isso inclui a implementação de
diretrizes de acessibilidade desde as fases
iniciais de design, realizando testes de usa-
bilidade com a participação de usuários com
diferentes tipos de deficiências e promoven-
do a capacitação de profissionais na área de
acessibilidade digital. Ademais, é fundamen-
tal garantir que todos os materiais didáticos
e ferramentas educacionais sejam projetados
levando em consideração os princípios de de-
sign universal, de modo a serem utilizáveis
pelo maior número possível de pessoas, sem
a necessidade de adaptações ou soluções es-
pecializadas (p. 89).

Esta citação ressalta a importância de incorporar a acessi-


bilidade como um princípio fundamental no desenvolvimento de
plataformas de aprendizagem digital, enfatizando a necessidade
de uma colaboração entre todos os stakeholders envolvidos.
Em suma, a adoção de diretrizes internacionais como as
WCAG, juntamente com o cumprimento de legislações nacionais,
constitui a base para a implementação de boas práticas em

206
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

acessibilidade digital. A integração dessas diretrizes e práticas no


processo de desenvolvimento de plataformas de aprendizagem
digital é essencial para criar ambientes educacionais inclusivos
e acessíveis a todos os usuários.

Os estudos de caso e aplicações práticas na área de aces-


sibilidade digital em plataformas de aprendizagem oferecem
compreensões sobre os sucessos alcançados e os desafios en-
frentados ao implementar recursos acessíveis. Esses exemplos
reais fornecem uma base para compreender as melhores práti-
cas e as áreas que necessitam de maior atenção.
Um estudo de caso relevante é apresentado por Oliveira
e Pimentel (2015), que avaliaram a acessibilidade na plataforma
de aprendizagem Moodle. Eles destacam que, apesar dos esfor-
ços contínuos para melhorar a acessibilidade, foram identifica-
dos desafios , como a navegação complexa e a falta de conteúdo
alternativo para elementos não textuais, o que pode dificultar o
acesso por pessoas com deficiências visuais. Essas descobertas
sublinham a importância de considerar todos os aspectos da ex-
periência do usuário ao projetar para acessibilidade.
Almeida, Abreu e Teixeira (2013) discutem um caso de
sucesso na implementação de práticas acessíveis, salientando a
importância da conscientização e da formação continuada dos
desenvolvedores e educadores. Eles afirmam:
A integração de ferramentas e recursos

207
Inclusão Integral

acessíveis em plataformas de e-learning


exige não apenas conhecimento técnico, mas
também uma compreensão das necessidades
dos usuários com deficiência. O treinamento
focado e a sensibilização para questões
de acessibilidade são cruciais para criar
ambientes de aprendizagem inclusivos (p.
52).

Esta citação ressalta a necessidade de uma abordagem


que combine tecnologia, educação e sensibilização para supe-
rar os obstáculos à acessibilidade. Sánchez-Gordón e Moreno
(2016) fornecem um exemplo de solução inovadora ao discutir o
potencial dos MOOCs (Cursos Online Abertos e Massivos) como
cursos creditáveis em programas de engenharia. Eles observam
que a consideração da acessibilidade nesses cursos amplia sig-
nificativamente as oportunidades educacionais para estudantes
com deficiência, promovendo a inclusão e a igualdade de opor-
tunidades. No entanto, apontam também a necessidade de dire-
trizes claras e padrões de acessibilidade para garantir que esses
cursos atendam a todos os alunos.
Silva, Santos e Okada (2016) abordam os desafios na im-
plementação de acessibilidade na plataforma Moodle, destacan-
do a importância de uma comunidade ativa e do compartilha-
mento de melhores práticas. Eles sugerem que “a colaboração
entre instituições educacionais, desenvolvedores de software e a
comunidade de usuários é fundamental para identificar proble-
mas de acessibilidade e desenvolver soluções eficazes” (p. 93).
Esta colaboração pode levar à inovação e à melhoria contínua da
acessibilidade em plataformas de aprendizagem.

208
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Em resumo, os estudos de caso e aplicações práticas reve-


lam tanto sucessos quanto desafios na implementação de aces-
sibilidade nas plataformas de aprendizagem digital. As soluções
inovadoras e as práticas bem-sucedidas destacam a importância
da colaboração, da formação e da sensibilização para criar am-
bientes de aprendizagem acessíveis e inclusivos. Ao mesmo tem-
po, os desafios identificados reforçam a necessidade de aborda-
gens integradas e multidisciplinares para superar as barreiras à
acessibilidade.

A promoção da acessibilidade digital em plataformas


de aprendizagem enfrenta uma série de desafios que vão des-
de questões técnicas até barreiras culturais e organizacionais.
Um dos principais desafios é a rápida evolução tecnológica, que,
embora traga novas oportunidades para a criação de ambien-
tes de aprendizagem mais acessíveis, também pode resultar em
novas barreiras para usuários com deficiência se as questões
de acessibilidade não forem consideradas desde o início do de-
senvolvimento de novas ferramentas e recursos. Almeida, Abreu
e Teixeira (2013) observam que a constante evolução das tec-
nologias de informação e comunicação exige um compromisso
contínuo dos desenvolvedores e educadores para se manterem
atualizados com as melhores práticas de acessibilidade.
Outro desafio significativo é a falta de conscientização e
formação em acessibilidade entre os profissionais envolvidos na

209
Inclusão Integral

criação e gestão de conteúdos educacionais online. Frequente-


mente, a acessibilidade é vista como uma consideração secun-
dária ou é negligenciada devido à percepção de que demanda
um investimento significativo de tempo e recursos. Oliveira e Pi-
mentel (2015) destacam que a falta de conhecimento e sensibi-
lização sobre acessibilidade entre os educadores e desenvolve-
dores de plataformas de aprendizagem pode levar à criação de
conteúdos e ferramentas que são inacessíveis para uma parcela
significativa de potenciais usuários. Silva, Santos e Okada (2016)
oferece uma visão sobre as perspectivas futuras na área de aces-
sibilidade digital em educação a distância:
À medida que avançamos para um futuro em
que a educação a distância desempenhará um
papel cada vez mais central no ensino superior
e na formação profissional, é imperativo que
a acessibilidade digital seja colocada no cerne
das estratégias de desenvolvimento educacional.
Isso implica não apenas em adaptar tecnologias
e conteúdos existentes para torná-los acessíveis
a todos os usuários, mas também em adotar uma
abordagem proativa na concepção de novas so-
luções educacionais que incorporem os princí-
pios de design universal desde a sua concepção.
Além disso, é fundamental promover uma cultu-
ra de inclusão que valorize a diversidade e reco-
nheça a acessibilidade como um direito de todos
os aprendizes (p. 95).

Esta citação sublinha a necessidade de uma mudança de


paradigma na forma como a acessibilidade é percebida e inte-
grada na educação a distância, destacando a importância de uma
abordagem inclusiva e proativa.

210
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Em face desses desafios, as perspectivas futuras para a


pesquisa e prática na área de acessibilidade digital em educação
a distância incluem o desenvolvimento de padrões e ferramen-
tas que facilitem a criação de conteúdos acessíveis, a formação
de profissionais em práticas de acessibilidade e o fomento de
uma cultura de inclusão que permeie todas as etapas do pro-
cesso educacional. Além disso, a colaboração entre instituições
educacionais, desenvolvedores de tecnologia, pesquisadores e a
comunidade de usuários com deficiência é crucial para identifi-
car necessidades não atendidas e explorar soluções que possam
superar os desafios existentes e futuros na acessibilidade digital.

As considerações finais desta revisão bibliográfica sobre


acessibilidade digital em plataformas de aprendizagem digital
refletem sobre os avanços significativos alcançados na área, bem
como os desafios persistentes que ainda necessitam de atenção.
Ao longo deste estudo, foi possível identificar a importância fun-
damental da acessibilidade digital não apenas como uma ques-
tão de conformidade legal ou ética, mas como um elemento es-
sencial para a promoção de uma educação inclusiva e equitativa.
A revisão destacou a diversidade de barreiras à acessibi-
lidade que os usuários enfrentam em plataformas de aprendiza-
gem digital, incluindo problemas técnicos relacionados à navega-
ção e interação e a falta de conteúdo adaptado às necessidades de
usuários com diferentes tipos de deficiência. Ficou evidente que,

211
Inclusão Integral

apesar dos esforços contínuos e do desenvolvimento de diretrizes


e padrões internacionais como as WCAG, a implementação efetiva
de práticas acessíveis ainda é um desafio para muitas instituições
educacionais e desenvolvedores de plataformas.
A análise de estudos de caso e aplicações práticas propor-
cionou uma visão sobre as abordagens bem-sucedidas e inovado-
ras adotadas para melhorar a acessibilidade nas plataformas de
aprendizagem digital. Esses exemplos destacam a importância da
colaboração entre diferentes partes interessadas, incluindo de-
senvolvedores, educadores, pesquisadores e usuários finais, para
criar soluções que atendam às necessidades de todos os usuários.
As perspectivas futuras para a área de acessibilidade di-
gital em educação a distância sugerem um caminho promissor,
com o potencial para avanços na criação de ambientes de apren-
dizagem verdadeiramente inclusivos. No entanto, para que esses
avanços se materializem, é essencial que a acessibilidade seja
considerada uma prioridade estratégica em todos os níveis da
educação digital. Isso implica não apenas na adoção de tecno-
logias e práticas acessíveis, mas também na promoção de uma
mudança cultural que valorize a diversidade e a inclusão.
Em conclusão, esta revisão bibliográfica ressalta a neces-
sidade de uma abordagem integrada e proativa para superar as
barreiras à acessibilidade em plataformas de aprendizagem digi-
tal. É crucial que continuemos a promover a pesquisa, o desenvol-
vimento e a implementação de soluções inovadoras que possam
facilitar o acesso igualitário à educação para todos os usuários,
independentemente de suas limitações físicas, sensoriais ou cog-
nitivas. Ao fazermos isso, estaremos não apenas cumprindo com
nossas obrigações legais e éticas, mas também contribuindo para

212
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, na qual


todos têm a oportunidade de aprender e prosperar.

ALMEIDA, L. S.; ABREU, J. F.; TEIXEIRA, J. C. Acessibilidade em


plataformas de e-learning: estudo das principais ferramentas
do mercado. Ciência & Tecnologia: Fatec-JB, v. 5, n. 9, p. 45-54,
2013.

BISOL, C. A.; VALENTE, J. A. Acessibilidade em ambientes vir-


tuais de aprendizagem: do planejamento à implementação. Re-
vista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 9,
n. 1, p. 1-15, 2010.

FREIRE, A. P.; SILVA, B. S.; FORTES, R. P. M. Diretrizes de acessibi-


lidade para o desenvolvimento de conteúdo educacional. Revis-
ta Brasileira de Informática na Educação, v. 15, n. 1, p. 77-90,
2007.

OLIVEIRA, E. H. T.; PIMENTEL, M. G. C. Avaliação da acessibilida-


de em plataformas de aprendizagem: um estudo sobre o Mood-
le. Revista Novas Tecnologias na Educação (RENOTE), v. 13,
n. 2, 2015.

SÁNCHEZ-GORDÓN, S.; MORENO, L. Accessibility considerations


of massive online open courses as creditable courses in engi-
neering programs. IEEE Revista Iberoamericana de Tecnolo-
gias del Aprendizaje, v. 11, n. 3, p. 167-174, ago. 2016. DOI:
10.1109/RITA.2016.2593340.

SILVA, H. R. O.; SANTOS, O. C.; OKADA, A. L. P. A acessibilidade em


ambientes virtuais de aprendizagem: um estudo sobre a plata-
forma Moodle. Revista Ibero-Americana de Estudos em Edu-
cação, Araraquara, v. 11, n. esp., p. 81-97, jul. 2016.

213
CAPÍTULO 9

Barbara Rodrigues de Souza


Cristiane Campos da Silva
Dayane Freitas de Lourdes
Deise Cordeiro de Souza
Edileuza Gomes de Souza
Haroldo Fernandes Dalossi
Marli da Silva Pedro
Marco Antônio Silvany
Inclusão Integral

Na contemporaneidade, observa-se uma evolução cons-


tante nas metodologias educacionais, fruto da necessidade de
adaptação aos novos paradigmas sociais e tecnológicos. Entre
essas inovações, destacam-se a Aprendizagem Baseada em Pro-
blemas (PBL), o design de jogos digitais e o Design Thinking. Es-
tas metodologias representam ferramentas importantes para o
desenvolvimento de competências e habilidades essenciais no
século XXI, especialmente no contexto educacional. A relevância
dessas práticas inovadoras se amplifica quando consideramos o
desafio de promover uma educação inclusiva, capaz de atender
às necessidades diversas de aprendizado.
A justificativa para a adoção dessas metodologias inova-
doras na educação vai além da simples atualização pedagógica.
O cenário globalizado e a sociedade da informação exigem in-
divíduos capazes de pensar criticamente, resolver problemas
complexos, inovar e criar, habilidades estas que são incentiva-
das por tais abordagens. Além disso, a inclusão de estudantes
com necessidades educacionais especiais, como aqueles com
transtorno do espectro autista, torna-se mais eficaz por meio de
práticas que consideram e respeitam as diferenças individuais,
promovendo assim uma aprendizagem significativa para todos.
Diante desse contexto, surge a problematização sobre
como essas metodologias podem ser efetivamente integradas ao
currículo escolar de modo a maximizar seus benefícios para o
desenvolvimento de competências e habilidades nos alunos. Há

216
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

uma lacuna evidente entre o potencial dessas práticas inovado-


ras e sua aplicação prática nas instituições de ensino. A resistên-
cia às mudanças, a falta de formação específica dos educadores
e a escassez de recursos são barreiras que impedem uma imple-
mentação dessas metodologias no ambiente educacional.
Portanto, os objetivos desta pesquisa consistem em: (i)
analisar o impacto da Aprendizagem Baseada em Problemas, do
design de jogos digitais e do Design Thinking no desenvolvimen-
to de competências e habilidades em estudantes; (ii) investigar
como essas metodologias podem ser adaptadas para promover
uma educação mais inclusiva; e (iii) identificar os desafios e as
estratégias para uma integração efetiva dessas práticas inova-
doras no currículo escolar. Através deste estudo, espera-se for-
necer um panorama sobre a aplicabilidade e os efeitos dessas
abordagens pedagógicas inovadoras, contribuindo assim para o
aprimoramento das práticas educativas e para a promoção de
um ensino mais adaptado às demandas do século XXI.

A metodologia deste estudo se baseia em uma revisão de


literatura, processo pelo qual se busca compreender e analisar
as contribuições científicas existentes sobre um determinado
tema. A revisão de literatura envolve a seleção, análise e síntese
de estudos prévios, com o objetivo de identificar padrões,
tendências, lacunas no conhecimento existente e possíveis
direções para pesquisas futuras. Este método permite consolidar

217
Inclusão Integral

o entendimento sobre um campo de estudo, apoiando-se em


evidências já publicadas.
Para a coleta de dados, inicialmente define-se uma
estratégia de busca detalhada, que inclui a identificação de
palavras-chave relevantes e a seleção de bases de dados
acadêmicas e científicas. A busca por literatura envolve tanto
estudos empíricos quanto teóricos relacionados às metodologias
educacionais inovadoras, incluindo Aprendizagem Baseada em
Problemas, design de jogos digitais e Design Thinking, bem como
sua aplicação na educação inclusiva. Os critérios de inclusão
para os estudos podem se basear em aspectos como relevância
temática, qualidade metodológica e ano de publicação,
assegurando a relevância e a atualidade dos dados coletados.
Após a coleta, a análise dos dados se dá por meio da leitura
crítica dos estudos selecionados, onde se examina o contexto de
pesquisa, os métodos utilizados, os resultados encontrados e
as conclusões apresentadas pelos autores. Essa análise permite
identificar as principais contribuições dos estudos para o tema
investigado, além de apontar para convergências e divergências
entre os resultados. Nesse processo, a síntese das informações
coletadas é fundamental para construir uma visão coesa do
estado da arte sobre as metodologias educacionais inovadoras
e sua eficácia na promoção de um aprendizado mais inclusivo e
adaptado às necessidades do século XXI.
Através da revisão de literatura, busca-se fornecer
uma base teórica que sustente a discussão sobre as práticas
pedagógicas inovadoras, evidenciando como estas podem
contribuir para o desenvolvimento de competências e
habilidades, além de promover uma educação mais inclusiva.

218
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Este método permite, portanto, a construção de um arcabouço


teórico que apoia a análise e a compreensão das tendências atuais
e dos desafios existentes na integração dessas metodologias no
contexto educacional.

Dentro do espectro de inovações pedagógicas, a Aprendi-


zagem Baseada em Problemas (PBL) se destaca como uma me-
todologia que incentiva a investigação ativa por parte dos estu-
dantes. Almeida e Ferreira (2020) afirmam que o PBL promove
o desenvolvimento de habilidades cognitivas superiores, como a
capacidade de análise, síntese e avaliação, por meio da exposi-
ção dos alunos a problemas complexos e realistas, os quais eles
devem resolver em um contexto colaborativo. Esta abordagem
é particularmente relevante em cursos técnicos integrados ao
ensino médio, onde a aplicação prática do conhecimento teórico
é essencial para o desenvolvimento profissional dos estudantes.
Segundo os autores, o PBL facilita a transição dos alunos do am-
biente educacional para o mercado de trabalho, preparando-os
de maneira efetiva para os desafios que encontrarão em suas
carreiras.
No que tange ao design de jogos digitais, Alves e Hostins
(2019) evidenciam que esta metodologia pode ser um podero-
so instrumento para o desenvolvimento da imaginação e cria-
tividade em crianças, especialmente em contextos inclusivos.

219
Inclusão Integral

Através do design de games, estudantes são desafiados a pensar


de forma crítica e criativa, enquanto aprendem conceitos curri-
culares de maneira lúdica e envolvente. Araújo e Seabra Junior
(2021) complementam essa visão ao destacar que os jogos di-
gitais, quando bem projetados, podem oferecer oportunidades
significativas para o treino de competências e habilidades em
estudantes com transtorno do espectro autista, promovendo a
inclusão e o engajamento destes alunos no processo de apren-
dizagem. Essa abordagem não só estimula a participação ativa
dos estudantes como também respeita suas individualidades e
necessidades específicas.
Por sua vez, o Design Thinking na educação, conforme ex-
plorado por Filho, Gerges e Fialho (2015), representa uma me-
todologia que encoraja os alunos a se engajarem na resolução
de problemas complexos por meio de um processo iterativo que
envolve empatia, definição, ideação, prototipação e teste. Os au-
tores descrevem que o Design Thinking oferece uma estrutura
para pensar de maneira criativa e inovadora, possibilitando aos
estudantes desenvolver soluções inovadoras para problemas
reais. Este trecho ressalta a importância de adotar uma abor-
dagem prática e centrada no usuário no processo educacional,
promovendo a cognição, a colaboração e a criatividade.
Filho, Gerges e Fialho (2015) elucidam o impacto do De-
sign Thinking na educação, assim, o Design Thinking, aplicado ao
contexto educacional, transforma a sala de aula em um laborató-
rio de inovação, onde os alunos são os protagonistas do processo
de aprendizagem. Ao serem confrontados com problemas reais
e incentivados a desenvolver soluções práticas, os estudantes
experimentam um processo de aprendizado que valoriza tanto

220
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

o produto final quanto o processo criativo. Essa abordagem não


apenas estimula a aquisição de conhecimento técnico e teórico,
mas também desenvolve habilidades essenciais para o século
XXI, como pensamento crítico, trabalho em equipe e resiliência
diante de falhas e erros.
Portanto, a incorporação de metodologias inovadoras,
como o PBL, o design de jogos digitais e o Design Thinking, no
ambiente educacional oferece uma oportunidade para refor-
mular o processo de ensino-aprendizagem. Estas abordagens
promovem uma educação mais engajada, prática e inclusiva,
preparando os estudantes de maneira eficaz para os desafios e
demandas do futuro.

Na investigação das metodologias inovadoras aplicadas


ao contexto educacional, diversos casos práticos e hipotéticos
ilustram o potencial do PBL, do design de jogos digitais e do
Design Thinking em transformar o ambiente de aprendizagem.
Estas abordagens promovem não apenas a aquisição de conhe-
cimento, mas o desenvolvimento de habilidades importantes,
favorecendo ambientes educacionais inclusivos e diversificados.
Um exemplo prático da aplicação do PBL pode ser ob-
servado em cursos técnicos integrados ao ensino médio, onde
Almeida e Ferreira (2020) destacam sua eficácia, assim, a im-
plementação do PBL estimula a autonomia dos estudantes, ao

221
Inclusão Integral

colocá-los no centro do processo de aprendizagem, e facilita a


aplicação de conhecimentos teóricos em situações práticas, pre-
parando-os de maneira mais efetiva para os desafios profissio-
nais. Este caso evidencia como o PBL promove uma educação
mais ativa e centrada no estudante, enfatizando a resolução de
problemas reais.
No âmbito do design de jogos digitais, Alves e Hostins
(2019) apresentam um caso em que estudantes de uma escola
inclusiva participaram ativamente no design de jogos, o que re-
sultou em um aumento significativo na imaginação e criativida-
de dos alunos, além de uma melhoria na inclusão e na socializa-
ção entre os estudantes com e sem necessidades especiais. Esta
experiência sublinha a capacidade do design de jogos de criar
um ambiente de aprendizado colaborativo e inclusivo.
Araújo e Seabra Junior (2021) reforçam esse ponto ao
discutir a importância dos jogos digitais para estudantes com
transtorno do espectro autista, desse modo, os jogos digitais,
cuidadosamente projetados, podem fornecer um meio eficaz
para desenvolver competências e habilidades sociais em estu-
dantes com transtorno do espectro autista, oferecendo um am-
biente seguro e controlado para o treino dessas habilidades. Esta
observação salienta o papel dos jogos digitais como ferramentas
inclusivas que atendem às necessidades educacionais especiais.
Filho, Gerges e Fialho (2015) explicam o impacto do De-
sign Thinking na educação, portanto, ao adotar o Design Thin-
king, as instituições de ensino transformam-se em espaços de
inovação e criatividade, onde os alunos são encorajados a explo-
rar soluções inovadoras para problemas complexos. Este proces-
so não apenas desenvolve habilidades cognitivas e emocionais,

222
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

como também prepara os estudantes para enfrentar os desafios


da vida real com maior resiliência e flexibilidade. Através desta
abordagem, a educação torna-se mais adaptativa, responsiva às
necessidades dos alunos e alinhada com as demandas do mundo
contemporâneo.
Os estudos de caso e as aplicações práticas demonstram
como o PBL, o design de jogos digitais e o Design Thinking po-
dem ser integrados nos ambientes educacionais para promover
uma aprendizagem mais significativa, inclusiva e adaptada às
necessidades de todos os estudantes. Essas metodologias ofere-
cem caminhos para a superação de barreiras educacionais, enfa-
tizando a importância da inclusão e da diversidade na formação
de indivíduos capazes de contribuir de forma criativa e inovado-
ra para a sociedade.

A implementação de metodologias inovadoras no am-


biente educacional enfrenta uma série de desafios, que vão
desde a resistência à mudança até a falta de recursos. Segundo
Almeida e Ferreira (2020), um dos principais obstáculos é a ne-
cessidade de uma mudança de paradigma por parte dos profes-
sores, que muitas vezes se veem mais como transmissores de
conhecimento do que facilitadores da aprendizagem. Este desa-
fio destaca a importância de uma formação docente que prepare
os educadores para adotar novas metodologias de ensino, como
o PBL, que exigem uma abordagem mais centrada no aluno.

223
Inclusão Integral

Outra barreira significativa é a limitação de recursos tec-


nológicos disponíveis em muitas escolas. Alves e Hostins (2019)
observam que a falta de equipamentos adequados e de acesso à
internet de alta velocidade pode impedir a implementação efeti-
va de metodologias que dependem de tecnologia, como o design
de jogos digitais. Essa limitação não apenas dificulta a adoção
dessas metodologias, mas também amplia a disparidade educa-
cional entre diferentes contextos socioeconômicos.
Além disso, a integração eficaz de metodologias como o
Design Thinking na educação requer uma infraestrutura que su-
porte a experimentação e a iteração, aspectos fundamentais des-
sa abordagem. Filho, Gerges e Fialho (2015) salientam que as
instituições de ensino precisam fornecer espaços que fomentem
a criatividade e a inovação, permitindo aos alunos experimentar
e falhar em um ambiente seguro. Este requisito ressalta a neces-
sidade de repensar o design físico e organizacional das escolas
para apoiar práticas pedagógicas inovadoras.
Araújo e Seabra Junior (2021) projetam uma visão sobre o
futuro da educação com a integração dessas metodologias, dessa
forma, à medida que a tecnologia continua a evoluir, a educação
será cada vez mais personalizada, interativa e inclusiva. As
metodologias inovadoras, como o PBL, o design de jogos digitais
e o Design Thinking, serão fundamentais para preparar os alunos
para um mundo em constante mudança, onde a capacidade
de resolver problemas complexos, de pensar de forma crítica
e criativa, e de trabalhar colaborativamente em ambientes
diversificados será mais valorizada do que nunca. A integração
dessas metodologias no currículo escolar não só enriquecerá a
experiência de aprendizagem, mas também ajudará a superar

224
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

as barreiras educacionais, promovendo uma educação mais


igualitária e acessível a todos.
Portanto, apesar dos desafios na implementação de me-
todologias inovadoras, as perspectivas futuras para a educação
são promissoras. A contínua evolução da tecnologia e a crescente
adoção de abordagens de ensino centradas no aluno prometem
transformar a educação em uma experiência mais personaliza-
da, inclusiva e adaptada às necessidades do século XXI. Para que
esse futuro se torne realidade, no entanto, é essencial superar as
barreiras atuais por meio do investimento em formação docen-
te, infraestrutura e recursos tecnológicos.

As considerações finais deste estudo refletem sobre a


importância e o impacto das metodologias inovadoras na edu-
cação, como a Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), o
design de jogos digitais e o Design Thinking. A análise realizada
indica que essas abordagens têm o potencial de transformar sig-
nificativamente o ambiente de aprendizagem, tornando-o mais
engajador, inclusivo e adaptado às necessidades do século XXI.
A eficácia do PBL em cursos técnicos integrados ao ensino
médio, conforme discutido por Almeida e Ferreira (2020),
destaca-se como um exemplo de como essa metodologia promove
o desenvolvimento de habilidades analíticas e colaborativas
nos alunos, preparando-os de maneira mais eficaz para os
desafios profissionais. A capacidade do design de jogos digitais

225
Inclusão Integral

de estimular a imaginação e a criatividade, além de facilitar a


inclusão de estudantes com necessidades especiais, conforme
observado por Alves e Hostins (2019), é outro indicativo do valor
dessas metodologias inovadoras na promoção de uma educação
mais diversificada e adaptável.
Adicionalmente, o papel do Design Thinking na solução
de problemas complexos e no fomento da criatividade entre os
alunos, explorado por Filho, Gerges e Fialho (2015), ressalta a
importância de uma abordagem educacional que valoriza o pro-
cesso criativo e a experimentação. Estas metodologias, portanto,
enriquecem o conteúdo educacional e desenvolvem competên-
cias essenciais para a vida e para o mercado de trabalho.
Entretanto, a integração dessas práticas inovadoras en-
frenta desafios, principalmente relacionados à resistência à
mudança, à falta de recursos tecnológicos e à necessidade de
reestruturação do espaço físico e curricular das escolas. Superar
esses obstáculos requer um compromisso coletivo de educado-
res, gestores e políticas públicas, visando um investimento con-
tínuo em formação docente e infraestrutura educacional.
Olhando para o futuro, a contínua evolução da tecnologia
e a crescente valorização de habilidades como pensamento crí-
tico, criatividade e colaboração sugerem um cenário promissor
para a educação. A adoção e integração efetiva dessas metodo-
logias inovadoras podem não apenas melhorar a qualidade da
educação, mas também torná-la mais alinhada com as exigên-
cias de um mundo em rápida transformação.
Conclui-se, portanto, que o caminho para uma educação
mais inovadora e inclusiva passa pela superação de desafios
estruturais e pela adoção de uma postura aberta às mudanças.

226
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A implementação dessas metodologias inovadoras representa


uma oportunidade de repensar e revitalizar o processo educa-
cional, preparando os alunos não apenas para enfrentar os desa-
fios futuros, mas também para atuar como agentes de transfor-
mação em suas comunidades.

ALMEIDA, S. C.; FERREIRA, F. R. Considerações acerca do uso da


Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) em um Curso Téc-
nico Integrado ao Ensino Médio. Revista De Educação Mate-
mática, v. 17, e020049, 2020.

ALVES, A. G.; HOSTINS, R. C. L. Desenvolvimento da imaginação


e da criatividade por meio de design de games por crianças na
escola inclusiva. Revista Brasileira de Educação Especial, v.
25, n. 1, p. 17-36, 2019.

ARAÚJO, G. S.; SEABRA JUNIOR, M. O. Elementos fundamentais


para o design de jogos digitais com o foco no treino de compe-
tências e habilidades de estudantes com transtorno do espectro
autista: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Estu-
dos Pedagógicos, v. 102, n. 260, p. 120-147, 2021.

BATES, T. Educar na Era Digital: design, ensino e aprendiza-


gem. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.

FILATRO, A.; CAIRO, S. Produção de conteúdo educacionais:


Design instrucional, tecnologia, gestão, educação e comunica-
ção. São Paulo: Saraiva, 2019.

FILHO, V. F.; GERGES, N. R. C.; FIALHO, F. A. P. Design Thinking,


cognição e educação no século XXI. Revista Diálogo Educacio-
nal, v. 15, n. 45, p. 579-596, 2015.

227
Inclusão Integral

228
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

CAPÍTULO 10

Marcos Adriano Marques Silva


Silvana Maria Aparecida Viana Santos
Alberto da Silva Franqueira
Afonso Henrique Souza de Assis
Alexsandra Alves Pereira
Anderson Amaro Vieira
Rodrigo Rodrigues Pedra
Silvanice Silva Moraes
Valdimar José de Alencar Ferreira
229
Inclusão Integral

O ensino de matemática vivenciado nos últimos anos ge-


rou discussões em diversos centros acadêmicos do mundo, os
princípios da educação matemática, levaram os educadores a re-
fletirem sobre a adoção das melhores alternativas de ensino, que
proporcionavam uma aprendizagem discente mais significativa.
Com o avanço da tecnologia, novos meios foram encon-
trados para que os alunos e professores quebrassem o paradig-
ma das paredes da sala de aula e expandissem o aprendizado
para além dos portões da escola.
O uso de novas tecnologias para o ensino da matemática
pode ser definido como uma importante ferramenta pedagógica
para o processo de ensino-aprendizagem. Os usos destes recur-
sos evidenciam uma forma de dinamização no ensino e motiva-
ção pela aprendizagem da matemática, ao passo em que seus
conceitos são construídos a dispor da informática e que está pre-
sente na realidade social de cada aluno (Pacheco; Barros, 2013).
A importância de se estudar esse tema é que ele tem
grande relevância em nossa atualidade pelo fato que a tecnolo-
gia vem ganhando espaço cada vez mais na sociedade, ela está
presente em tudo inclusive na educação. Através dela e de seus
recursos é possível levar o aluno a um conhecimento mais signi-
ficativo, desenvolver habilidades e competências que até então
com o método tradicional não se consegue (Teodoro, Borges e
Oliveira, 2015).

230
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Desde os primórdios da educação, o uso das tecnologias


foi visto como apoio ao processo de aprendizagem, no entanto,
não a tecnologia como conhecemos hoje, a cada instante a evo-
lução tecnológica está acontecendo e novas tecnologias apare-
cem, dentro e fora da sala de aula, entender como utilizar estes
avanços para aproximando o aluno de um contexto tecnológico
não diferente do qual já está acostumado em seu âmbito fami-
liar, relacionando a tecnologia voltada ao ensino da matemática,
faz com que a mesma se torne uma ferramenta enriquecedora
do processo de aprendizagem.

O computador fruto da revolução tecnológica dos últi-


mos tempos constitui uma importante ferramenta de auxílio na
pratica pedagógica do professor que almeja realizar inovações
em seus métodos de ensino (Pacheco e Barros 2013).
De acordo com Silva et al. (2013) o uso de computadores
no processo de ensino aprendizagem possibilita, não só ao alu-
no, mas ao professor também, um ensino mais dinâmico. Como
aponta Corbellini:
Apontamos que as tecnologias contribuem,
servindo de subsídios para a educação, como
meios de interações, acesso à diversidade de

231
Inclusão Integral

saberes, instantaneidade dos mesmos, acesso


às pesquisas, redes de colaboração e outros.
Ou seja, elas podem ser importantes ferra-
mentas auxiliares, para incrementar o pro-
cesso do aprender. (Corbellini, 2012, p. 03)

Em constante evolução, os meios tecnológicos foram di-


vididos em quatro fases por Borba, Gadanis e Silva (2015). A
primeira fase começou por volta do século XX, com o uso das
calculadoras, comuns e cientificas, utilizando do termo (TI) Tec-
nologia da informação, a característica principal desta fase foi o
uso do software, logo a segunda fase teve seu início uma déca-
da após a primeira, se caracterizando pela acessibilidade do uso
dos computadores pessoais, ainda mantendo a denominação TI.
A terceira fase teve início com o surgimento da internet, por vol-
ta de 1999, fazendo com que as tecnologias passassem a ser fon-
tes de informação em tempo real e a longas distancias, o termo
adotado passou a ter um acréscimo englobando a comunicação,
se tornando (TIC) Tecnologia de informação e comunicação.
A quarta fase teve início por volta do ano de 2004, e per-
dura até os dias atuais, conhecida como tecnologia digital, visan-
do os recursos aprimorados em busca da comunicação e uso de
Softwares online. Para Ventura e Gomes (2021) o uso de softwa-
res é uma realidade cada vez mais presente em nossas escolas,
em consequência da renovação de metodologias, exigências do
mundo do trabalho, implantação de novas políticas públicas, en-
fim, em virtude da mudança de hábitos do mundo atual.

232
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Fundado por Damir Sabol o aplicativo é formato Mobile


(apenas para smartphones) para (Coutinho 2020) o Photomath1
é um aplicativo disponível para os sistemas IOS e Android, cuja
função é resolver problemas matemáticos através da captura da ima-
gem impressa ou manuscrita com a câmera do Smartphone, sendo
possível também editar ou digitar usando sua própria calculadora.
A conexão com a internet é necessária, o Photomath, apre-
senta-se como uma proposta de práticas inovadoras utilizando
um recurso de fácil acesso, manuseio e intimidade dos estudan-
tes que é o Smartphone. Sua interface é apresentada na figura 1:

Figura 1- Interface Photomath

Fonte: Autor (2022)


1 Disponível para download em:<https://photomath.com/pt/>

233
Inclusão Integral

A pesquisa adotou uma abordagem quali-quanti, segun-


do (Proetti, 2017) as pesquisas qualitativa e quantitativa per-
mitem a reflexão dos caminhos a serem seguidos nos estudos
científicos, pois auxiliam para entender, desvendar, qualificar e
quantificar de forma verificativa, bem como permitem estudar
a importância dos fenômenos e fatos para que se possa mensu-
rá-los, contribuindo para o entendimento e a quantificação dos
aspectos lógicos e essenciais de um fato ou fenômeno estudado.
A ideia defendida é que se pode sim utilizar softwares tec-
nológicos em aulas de Matemática, através dos aparelhos celu-
lares dos discentes, como ferramentas educacionais. Para tanto,
aprofundou-se os estudos na busca de conhecimento, através de
ótimos livros e artigos científicos, o trabalho é um estudo de caso,
em que se interagiu com os alunos na sala de aula sobre os jogos,
softwares e procedimentos para executar com os discentes.
Quando se iniciou os estudos nas pesquisas bibliográficas
e em artigos, juntou- se informações sobre os softwares, que po-
deriam ser usados para trabalhar com os alunos na sala de aula,
através dos aparelhos celulares dos mesmos, a pesquisa foi reali-
zada com a turma do 2º Ano “B” vespertino, do Colégio Estadual
Sinésio Costa, na cidade de Riacho de Santana-Ba, todos os alunos
presentes tinham acesso ao aparelho celular e a internet para do-
wnload do software, o software escolhido foi o Photomath.
Participaram deste estudo 25 voluntários. Os critérios
de inclusão dos participantes foram: Inclusão para o acesso de

234
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

todos ao aplicativo e disponibilidade de horário.


Os voluntários foram submetidos aos seguintes procedi-
mentos: todos os participantes responderam um questionário
composto por 5 perguntas, com questões envolvendo problemas
aritméticos, as perguntas foram elaboras de forma a que os alu-
nos precisassem montar seus cálculos com base em situações do
cotidiano e respondessem sem o auxílio do software e foi cro-
nometrado o tempo que eles demoraram para responder, com
prazo máximo de 30 minutos.
Após a primeira etapa os alunos foram orientados a rea-
lizar o download do Photomath e receberam uma explicação so-
bre o uso do software e sua aplicação, logo após foi pedido para
que eles respondessem novamente o questionário utilizando o
software, com o tempo cronometrado de no máximo 30 minutos.
Após a realização do protocolo de teste, foi feita uma ava-
liação para identificar quais foram os resultados obtidos a partir
da coleta de dados, para isso todas as respostas dos participan-
tes foram avaliadas individualmente. Os resultados obtidos fo-
ram analisados quantitativamente através da média e porcenta-
gem, e apresentados por meio de tabelas e gráficos.

Este estudo realizou uma pesquisa de campo sobre o tema


o uso das novas tecnologias no ensino de matemática: utilização
do software photomath no ensino de problemas aritméticos, o
que satisfaz os objetivos propostos inicialmente pelo trabalho

235
Inclusão Integral

que era, analisar como a tecnologia pode auxiliar no processo de


ensino e aprendizagem, apresentar o software Photomath como
solucionador de problemas algébricos, e comparar como os alu-
nos se comportam e se desenvolvem, com e sem o uso da tecno-
logia durante a resolução de questões na sala de aula. Do total
de 25 voluntários que participaram do protocolo de teste deste
estudo, 14 eram do sexo masculino e 11 eram do sexo feminino.
A média de idade dos voluntários foi de 16 anos (Tabela 1).

Tabela 1- Idade dos voluntários.


Voluntário Idade
Voluntário 1 16
Voluntário 2 16
Voluntário 3 15
Voluntário 4 16
Voluntário 5 16
Voluntário 6 16
Voluntário 7 17
Voluntário 8 16
Voluntário 9 16
Voluntário 10 16
Voluntário 11 16

Voluntário 12 16
Voluntário 13 15
Voluntário 14 16
Voluntário 15 16
Voluntário 16 16
Voluntário 17 16
Voluntário 18 16
Voluntário 19 16
Voluntário 20 16
Voluntário 21 18

236
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Voluntário 22 16
Voluntário 23 16
Voluntário 24 14
Voluntário 25 16
Média de Idade 16
Fonte: Autor (2022)

A Tabela 2 demonstra os resultados obtidos na primeira


fase da pesquisa sem o uso do software, a partir da coleta de da-
dos com os voluntários.

Tabela 2- Resultados obtidos na coleta de dadoscom os voluntários.


Voluntário Tempo gasto sem o Photomath Quantidade
(Em minutos) de Acertos

Voluntário 1 20 4
Voluntário 2 30 5
Voluntário 3 22 4
Voluntário 4 25 2
Voluntário 5 24 3
Voluntário 6 20 4
Voluntário 7 30 4
Voluntário 8 10 3
Voluntário 9 30 3
Voluntário 10 30 5
Voluntário 11 25 3
Voluntário 12 30 5
Voluntário 13 27 5
Voluntário 14 30 4
Voluntário 15 30 5
Voluntário 16 30 3
Voluntário 17 30 2

Voluntário 18 20 1

237
Inclusão Integral

Voluntário 19 18 4
Voluntário 20 12 4
Voluntário 21 20 4
Voluntário 22 20 4
Voluntário 23 20 3
Voluntário 24 30 2
Voluntário 25 24 3
Fonte: Autor (2022)

Com base no exposto pela Tabela 2, tem-se a representa-


ção do número de voluntários, a quantidade de acertos e a mé-
dia de tempo gasto para que eles respondessem ao questionário
(Gráfico 1).

Gráfico 1- Gráfico representativo dos principais resultados obtidos.

Fonte: Autor (2022)

O gráfico representa a dificuldade dos alunos em resolver


as questões no período de tempo proposto, lembrar o passo a
passo para resolver as questões após já terem interpretado o

238
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

enunciado faz com que os alunos muitas vezes se percam em seus


pensamentos, lembrar de tudo que já foi estudado ou aprendido,
entra em contexto com (Teodoro et al. 2015) onde o autor coloca
que na maneira tradicional de ensino, o aluno é um receptor
passivo de informação e exige dele somente a memorização,
desde que não seja colocado em pratica frequentemente se torna
desestimulante e nada atrativo para os alunos.
A segunda parte da pesquisa apresentou resultados seme-
lhantes ao citado por (Pacheco e Barros 2013) e (Silva et al. 2015),
no momento em que os alunos perceberam com outros olhos as
questões ali apresentadas, tendo como resultado a tabela 03.

Tabela 3- Resultados obtidos na coleta de dados com os voluntários.


Voluntário Tempo gasto com o Photo- Quantidade de
math (Em minutos) Acertos
Voluntário 1 10 5
Voluntário 2 12 5
Voluntário 3 10 5
Voluntário 4 15 5
Voluntário 5 9 4
Voluntário 6 10 5
Voluntário 7 10 5
Voluntário 8 15 5
Voluntário 9 30 5
Voluntário 10 30 5
Voluntário 11 15 5
Voluntário 12 17 5
Voluntário 13 25 5
Voluntário 14 20 5
Voluntário 15 18 5
Voluntário 16 14 4
Voluntário 17 25 5

239
Inclusão Integral

Voluntário 18 15 4
Voluntário 19 9 5
Voluntário 20 10 5
Voluntário 21 15 5
Voluntário 22 10 5
Voluntário 23 20 3
Voluntário 24 13 5
Voluntário 25 15 5
Fonte: Autor (2022)

Com base no exposto pela Tabela 3, tem-se a representa-


ção do número de voluntários, quantidade de acertos e média de
tempo gasto para que respondessem ao questionário (Gráfico 2).

Gráfico 2- Gráfico representativo dos principais resultados obtidos.

Fonte: Autor (2022)

O menor tempo para a resolução das questões e a maior


quantidade de acertos, mostram que assim como para Pacheco
e Barros (2013) os softwares matemáticos podem ser uma

240
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

proposta pedagógica vivenciada em sala de aula para motivação


da aprendizagem e a ruptura da postura passiva do aluno, assim
como dito em (Silva et al. 2015) softwares educativos propicia
aos alunos um olhar diferenciado para o ensino, pois já faz parte
do cotidiano de muitos estudantes, tanto para a elaboração de
trabalhos escolares ou como modo de entretenimento. Desta forma
mais motivados pela curiosidade e inovação ficou perceptível a
diferença entre a utilização e não utilização do software.
Os principais resultados obtidos neste trabalho mostram
que o uso de um software educativo, pode ser um poderoso alia-
do no processo de ensino, o número de acertos obtidos pelos
estudantes com o uso do software foi de 23,8% maior, o tempo
gasto para que eles resolvessem o questionário também foi me-
nor com o uso do aplicativo, em média os alunos sem o aplicativo
gastaram 24 minutos para terminar as 5 questões, já os alunos
com o uso do Photomath gastaram 16,8 minutos a menos.

Diante do material apresentado no decorrer desta


pesquisa, a conclusão que obtemos é que a tecnologia deixou
de ser um empecilho na sala de aula, a capacitação do professor
para trabalhar com o auxílio da tecnologia deve ser um tema nas
formações continuadas e no contexto escolar, o uso de softwares
além de deixar as aulas mais dinâmicas propicia ao aluno uma
visão expandida do conteúdo a ser trabalhado, a análise de dados
revelou aumento da assertividade e redução do tempo gasto para
resolução de problemas aritméticos apresentados no dia a dia.
241
Inclusão Integral

Conclui-se que ao utilizar softwares como ferramentas


tecnológicas no ensino de matemática os alunos se mostram mais
interessados o que torna a aprendizagem da disciplina agradável,
dessa maneira, a contribuição deste trabalho para a literatura é
que através dessa pesquisa de campo foi possível realizar uma
atualização sobre esse tema tão importante em nossa sociedade,
as tecnologias passaram por diversos usos na pesquisa em edu-
cação e também no ensino de matemática. Entretanto, a integra-
ção dos softwares no ensino tem sido negligenciada.
Portanto uma metodologia tecnológica, que vai além de
aplicação teórica de conteúdo matemático, tem um avanço en-
volvendo os alunos como agentes ativos na aprendizagem, afinal
hoje as crianças aprendem a usar o computador muito cedo, o
que facilita a introdução de softwares na sala de aula.
Contudo, para que aconteça a introdução dos softwares nas
aulas, fica claro que os alunos devem ter conhecimento prévio do
conteúdo, para que antes que o professor apresente os softwares,
tenha noção do que está aprendendo. Então, após a introdução
do que será trabalhado, os alunos poderão demonstrar, validar
e questionar criticamente, com a utilização da tecnologia e com
base em conhecimentos anteriores para aprender ativamente.

BORBA, M. C.; SILVA, R. S.; GADANIDIS, G. Fases das tecnologias


digitais em educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica,
2015.

CORBELLINI, S. A Construção Da Cidadania Via Cooperação

242
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Na Educação A Distância. Simpósio Internacional De Educação


A Distância Sied 2012 e Encontro de Pesquisadores em Educa-
ção a Distância EmPED 2012, São Paulo, Anais do SIED,2012.

COUTINHO, M. L. A., FEITOSA, S. S., PINHEIRO, G. S. O Aplicati-


vo Photomath Como Apoio Em Processos Formativos No Ensino
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no Ensino da Matemática: Avaliações Docentes do Aplicativo
Photomath. Congresso Sobre Tecnologias Na Educação (CTRL+E),
5, Evento Online. Anais [...]. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de
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PACHECO, J. A. D., & Barros, J. V. O Uso De Softwares Educativos


No Ensino De Matemática. Revista de Estudos Culturais e da
Contemporaneidade, 2013, Garanhus, (8), 5-13.

PROETTI, Sidney. As pesquisas qualitativa e quantitativa como


métodos de investigação científica: um estudo comparativo e
objetivo. Revista Lumen, v. 2, n. 4, p. 24-44, Mar./Abr 2017.

SILVA, M. F., Costa C., R. D. C., De Oliveira, V. B. Software Educativo


como auxílio na aprendizagem da matemática: uma experiência
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TEODORO R. A. P.; Borges L. H. F.; Oliveira H. C. P. O Uso De Soft-


wares Como Ferramenta Tecnológica No Auxílio Do Ensino Da
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VENTURA, J. P. C.; GOMES, C. R. Softwares no ensino de mate-


mática: um olhar sobre a BNCC. Boletim Cearense de Educa-
ção e História da Matemática, [S. l.], v. 8, n. 23, p. 846–860, 2021.

243
CAPÍTULO 11

Matias Rebouças Cunha


Francisca Maria Angelino Ribeiro e Silva
Gilmara Beatriz Conrado Nogueira Mendes
José Erisvaldo Soares da Silva.
Katiana Santos da Silva
Kenitt Oliveira da Silveira
Záira Maria do Nascimento Sales Guerreiro
Vânia Célia Sousa Adriano
Inclusão Integral

A introdução deste trabalho é dedicada ao estudo das


abordagens inovadoras no ensino de Ciências e Matemática. A
necessidade de revisar e adaptar os métodos pedagógicos tra-
dicionais tornou-se evidente diante dos desafios impostos pe-
las demandas sociais e tecnológicas. Nesse contexto, as técnicas
emergentes, como a gamificação, o uso de inteligência artificial
e estratégias de inclusão digital, representam alternativas pro-
missoras para revitalizar o processo educacional nessas áreas.
O interesse por metodologias inovadoras no ensino de
Ciências e Matemática não é apenas uma resposta às limitações
dos métodos convencionais, mas também um reconhecimento
da importância de alinhar a educação com a evolução tecnológi-
ca e social. A adoção de novas tecnologias e estratégias pedagó-
gicas tem mostrado potencial para aumentar a participação e o
engajamento dos alunos, além de proporcionar experiências de
aprendizagem mais eficazes e alinhadas com as expectativas da
sociedade moderna.
No entanto, apesar das promessas dessas abordagens
inovadoras, sua implementação enfrenta uma série de desafios
que incluem a resistência à mudança por parte de instituições e
educadores, a necessidade de capacitação tecnológica dos pro-
fessores, e a adaptação das infraestruturas educacionais. Além
disso, é fundamental considerar a acessibilidade dessas tecnolo-
gias para todos os alunos, garantindo que as inovações não criem
formas de desigualdade no acesso à educação de qualidade.

246
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Diante deste cenário, o objetivo deste trabalho é inves-


tigar como as abordagens inovadoras podem ser integradas no
ensino de Ciências e Matemática para superar os obstáculos tra-
dicionais e melhorar os resultados de aprendizagem. Especifica-
mente, busca-se analisar o impacto da gamificação, da inteligên-
cia artificial e de outras tecnologias educacionais na motivação
e no desempenho dos alunos, bem como identificar as melhores
práticas para sua implementação efetiva. Este estudo visa con-
tribuir para a literatura existente, fornecendo uma análise cui-
dadosa das potencialidades e limitações das metodologias ino-
vadoras no contexto educacional contemporâneo.
Segue uma discussão sobre os métodos tradicionais de
ensino, sublinhando suas limitações e a transição necessária
para práticas mais modernas. A análise se aprofunda nas espe-
cificidades da gamificação e do uso da Inteligência Artificial no
ensino, elucidando tanto as oportunidades quanto os desafios
dessas tecnologias. Além disso, o texto aborda as estratégias de
inclusão digital e os obstáculos enfrentados na implementação
de novas abordagens educacionais. A metodologia da revisão de
literatura é descrita, fornecendo uma base para a análise crítica
realizada. Por fim, o documento culmina com considerações fi-
nais que refletem sobre os principais achados e sugere direções
futuras para a pesquisa, tudo apoiado por referências bibliográ-
ficas pertinentes e atualizadas, garantindo uma compreensão
abrangente e bem fundamentada dos temas tratados.

247
Inclusão Integral

Este documento está estruturado de forma a oferecer


uma análise compreensiva das abordagens inovadoras no ensi-
no de Ciências e Matemática, detalhando cada aspecto relevante
em seções distintas. Inicialmente, explora-se os métodos de en-
sino tradicionais, destacando suas características e limitações.
Em seguida, a discussão avança para a gamificação e o uso de
inteligência artificial, apresentando como essas tecnologias
podem ser integradas ao processo educacional para melhorar
a aprendizagem e o engajamento dos alunos. A seção seguinte
aborda as estratégias de inclusão digital, enfatizando a impor-
tância do acesso tecnológico equitativo. Além disso, são iden-
tificados os principais desafios e barreiras na implementação
dessas inovações pedagógicas, discutindo soluções potenciais e
práticas recomendadas. Por fim, o texto conclui com um resumo
das principais descobertas, consolidando os dados analisados e
sugerindo caminhos futuros para pesquisa e prática educativa.
Esta estruturação permite ao leitor acompanhar o desenvol-
vimento temático de maneira lógica e integrada, facilitando a
compreensão dos complexos temas tratados.

248
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Os métodos de ensino tradicionais em Ciências e Mate-


mática têm sido caracterizados por abordagens expositivas e
foco na memorização de fórmulas e conceitos, com pouca ênfase
na aplicação prática ou no pensamento crítico. Esta abordagem
pedagógica tem como base a transmissão de conhecimento do
professor para o aluno, onde o papel do aluno é predominante-
mente passivo. Estes métodos frequentemente adotam estrutu-
ras rígidas, com um currículo centrado na figura do professor, e
avaliações que medem a capacidade de retenção de informações
em detrimento da capacidade de aplicação do conhecimento em
contextos novos ou variados (Machado & Miquelin, s.d.).
Apesar da eficácia reconhecida desses métodos em cer-
tos contextos educacionais, pesquisadores argumentam que
eles podem não ser suficientes para atender às demandas de um
mundo em rápida transformação tecnológica e cultural. Estudos
indicam que o ensino tradicional pode falhar em engajar os alu-
nos de maneira efetiva, limitando assim o desenvolvimento de
habilidades essenciais como a criatividade, a solução de proble-
mas e o pensamento crítico (Santos, Sant’Ana & Sant’Ana, 2023;
Zatti, 2023).
Além disso, a natureza muitas vezes desconectada do en-
sino tradicional com as realidades e interesses dos alunos pode
resultar em uma aprendizagem que é percebida como irrele-
vante ou desestimulante. Isso é particularmente evidente na era

249
Inclusão Integral

digital, onde os alunos têm acesso a informações e ferramentas


interativas que contrastam com os métodos mais estáticos do
ensino convencional. A resistência à inclusão de métodos inova-
dores e tecnologias educacionais também pode ser vista como
uma barreira para a modernização do ensino de Ciências e Ma-
temática (Souza & Silva, 2019).
Portanto, embora os métodos tradicionais tenham de-
sempenhado um papel fundamental na educação por muitos
anos, é cada vez mais reconhecida a necessidade de adaptação e
inclusão de novas abordagens pedagógicas que promovam uma
maior interação, personalização do aprendizado e integração de
tecnologias educacionais para preparar os alunos para os desa-
fios do futuro.

A gamificação no ensino de Ciências e Matemática repre-


senta uma abordagem pedagógica que incorpora elementos de
jogos em contextos educacionais, visando aumentar a motiva-
ção e o engajamento dos alunos. Esta metodologia aproveita a
predisposição natural dos estudantes para o jogo, transforman-
do o aprendizado em uma experiência mais interativa e dinâ-
mica. Estratégias como pontos, níveis, desafios e recompensas
são empregadas para incentivar a participação ativa dos alunos
e promover um ambiente de aprendizagem estimulante (Felicia-
no et al., 2023; Maia, 2023).
A literatura sugere que a gamificação pode facilitar o

250
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais,


como a resolução de problemas, o trabalho em equipe e a per-
sistência. Além disso, estudos indicam que quando os alunos
estão engajados em atividades gamificadas, eles tendem a de-
monstrar maior retenção de conteúdo e uma atitude mais posi-
tiva em relação ao aprendizado (Machado & Miquelin, s.d.; Pal-
meira, 2022). Por exemplo, o uso de jogos para ensinar biologia
molecular através de conceitos lúdicos, como apresentado em
“Amigoácidos”, mostra como a gamificação pode tornar o ensino
de conceitos complexos mais acessível e atraente para os estu-
dantes (Vitória, Souza & Andrade, 2018).
No entanto, a implementação eficaz da gamificação re-
quer cuidado na concepção dos jogos para garantir que eles
sejam educativamente relevantes e alinhados aos objetivos de
aprendizagem. A gamificação não deve ser vista apenas como
uma adição superficial de elementos de jogos, mas como parte
integrante do design pedagógico que complementa e reforça os
conteúdos curriculares (Sanches, 2020). Além disso, é impor-
tante considerar o equilíbrio entre competição e colaboração
dentro dos jogos para promover um ambiente inclusivo.
Em resumo, a gamificação no ensino de Ciências e Mate-
mática oferece uma alternativa promissora aos métodos tradi-
cionais, proporcionando uma experiência de aprendizagem que
é ao mesmo tempo educativa e envolvente. Com a implementa-
ção apropriada, essa abordagem tem o potencial de transformar
a sala de aula, incentivando os alunos a explorar o conteúdo de
maneira ativa e motivada.

251
Inclusão Integral

O uso de Inteligência Artificial (IA) no ensino tem cresci-


do em relevância, refletindo as possibilidades que esta tecnolo-
gia oferece para personalizar a aprendizagem e otimizar os pro-
cessos educativos. A IA no contexto educacional é empregada
para criar sistemas adaptativos que ajustam o conteúdo didático
às necessidades individuais de cada aluno, proporcionando uma
experiência de aprendizado mais eficiente e envolvente.
A integração da IA no ensino de Ciências e Matemática é
exemplificada pela implementação de plataformas que utilizam
algoritmos para analisar o desempenho dos alunos e adaptar o
material de ensino conforme o progresso de cada um. Essas pla-
taformas podem oferecer feedback imediato e personalizado,
ajudando os alunos a entender melhor os conceitos e a identi-
ficar áreas que precisam de mais atenção. Zatti (2023) explo-
ra esta ideia através do desenvolvimento de GenIA, uma plata-
forma que utiliza programação intuitiva assistida por IA para
construir objetos de aprendizagem, demonstrando como a tec-
nologia pode facilitar a compreensão de conceitos matemáticos
complexos.
Outra aplicação significativa da IA no ensino é na iden-
tificação taxonômica em Biologia, onde Lopes et al. (2022) dis-
cutem o uso de inteligência artificial para auxiliar os alunos a
classificar e estudar diferentes organismos. Esta ferramenta não
só torna o aprendizado mais interativo, mas também aumenta

252
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

a precisão das identificações, permitindo uma abordagem mais


científica e metódica no estudo da biologia.
Entretanto, a adoção da IA no ensino também apresenta
desafios, principalmente relacionados à necessidade de infraes-
trutura adequada e à capacitação dos educadores. Para que os
sistemas baseados em IA sejam eficazmente integrados nas salas
de aula, é importante que os professores sejam adequadamen-
te treinados para utilizar essas tecnologias. A falta de preparo
pode levar a uma implementação ineficaz, que não aproveita o
potencial da IA para melhorar o ensino e a aprendizagem (San-
tos, Sant’Ana & Sant’Ana, 2023).
Em suma, o uso da IA no ensino abre portas para méto-
dos de ensino mais adaptativos e personalizados que podem
transformar o ambiente educacional. Contudo, para maximizar
os benefícios desta tecnologia, é essencial investir na formação
de professores e na infraestrutura tecnológica das instituições
educacionais. Com o suporte adequado, a IA tem o potencial de
enriquecer significativamente o ensino de Ciências e Matemáti-
ca, tornando-o mais eficaz e cativante para os alunos.

A metodologia empregada neste estudo é a revisão de


literatura, que consiste na análise sistemática de publicações
científicas para consolidar o conhecimento existente sobre um
determinado tema, neste caso, abordagens inovadoras no en-
sino de Ciências e Matemática. Esta metodologia permite uma

253
Inclusão Integral

compreensão dos desenvolvimentos teóricos e práticos dentro


do campo estudado, bem como a identificação de lacunas no co-
nhecimento que podem ser exploradas em pesquisas futuras.
O processo de revisão de literatura inicia-se com a defi-
nição de critérios claros para a seleção dos textos, incluindo a
relevância dos artigos para os tópicos de interesse, a credibilida-
de das fontes e a atualidade das publicações. A coleta de dados é
realizada através de uma busca em bases de dados acadêmicas,
bibliotecas digitais e outras fontes confiáveis que contêm publi-
cações relacionadas às abordagens inovadoras no ensino.
Uma vez coletados, os dados, ou seja, os textos selecio-
nados, passam por um processo de análise que envolve a leitura
crítica e a organização das informações de acordo com os temas
centrais identificados. Nesta fase, o objetivo é extrair informa-
ções significativas que contribuam para a compreensão do esta-
do atual do tema em estudo, as principais tendências, os resulta-
dos de pesquisas anteriores e as conclusões dos autores.
A análise também inclui a avaliação da qualidade dos es-
tudos revisados, observando aspectos como a metodologia uti-
lizada, a objetividade da apresentação dos dados e a validade
das conclusões. Esta avaliação crítica é essencial para assegurar
que as conclusões da revisão de literatura sejam baseadas em
evidências confiáveis.
Finalmente, a revisão de literatura culmina na síntese dos
dados coletados, organizando-os de forma a apresentar uma vi-
são coerente do campo de estudo. Esta síntese é apresentada de
forma estruturada no documento final, proporcionando um re-
sumo das descobertas existentes, mas identificando áreas onde
pesquisas adicionais são necessárias. Este processo permite não

254
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

apenas entender melhor o tema estudado, mas também contri-


buir para o avanço do conhecimento na área.
A seguir, apresenta-se um quadro que compila informa-
ções dos principais estudos e pesquisas abordados neste tra-
balho. Este quadro fornece uma visão consolidada das diversas
abordagens pedagógicas que têm sido exploradas ao longo dos
anos, destacando autores, títulos dos trabalhos e os anos de pu-
blicação. A organização desses dados em formato tabular per-
mite uma compreensão rápida e clara das tendências e transfor-
mações no ensino de Ciências e Matemática, refletindo tanto em
métodos tradicionais quanto em inovações recentes que buscam
responder às necessidades contemporâneas da educação.

255
Inclusão Integral

Quadro 1: Evolução das Estratégias Pedagógicas no Ensino de Ciências e


Matemática
Autor(es) Título Conforme Publicado Ano
VITÓRIA; SOU- Amigoácidos: Uma proposta lúdica para o ensino 2018
ZA, J; ANDRADE de biologia molecular
SILVA, M. L. A gamificação como ferramenta no processo de 2019
ensino e aprendizagem contemporâneo em aulas
de Biologia no Ensino médio
SOUZA, A. C.; Incluir não é apenas socializar: As contribui- 2019
SILVA, G. H. G. ções das tecnologias digitais educacionais para
a aprendizagem matemática de estudantes com
transtorno do espectro autista
SANCHES, T. S. Pokébio – a evolução dos vegetais: Uso da gamifi- 2020
cação no ensino de biologia
LOPES, L. et al. Identificação Taxonômica em Biologia usando Inte- 2022
ligência Artificial
SOUSA, A. C. O. Gamificação no ensino de biologia: O RPG (Role- 2022
-Playing Game) como proposta de mediação da
aprendizagem no Ensino Médio
PALMEIRA, P. A. Gamificação como estratégia de motivação no en- 2022
sino de biologia
MENDES, F.; Simulando a dinâmica populacional de uma col- 2013
WERNECK, M. meia para o ensino de Biologia
FELICIANO,et al. Gamificação como alternativa para processo de 2023
aprendizagem na disciplina de Biologia
MAIA, M. S. O uso da gamificação como estratégia de ensino na 2023
aula de Biologia do 1° ano do Ensino Médio durante
o Estágio Supervisionado II: relato de experiência
VASCONCE- Gamificação no ensino de Biologia: O que pensam 2023
LLOS, J. O. G. os professores?
ZATTI, E. A. GenIA: plataforma para construção de objetos de 2023
aprendizagem de matemática faz uso de programa-
ção intuitiva é assistida por inteligência artificial
SANTOS, R; O ChatGPT como recurso de apoio no ensino da 2023
SANT’ANA, C; Matemática
SANT’ANA, I.
MACHADO, E.; O jogo “Inseto Go” e a gamificação em ensino de s.d.
MIQUELIN, A. F. Biologia: Estratégias para a aprendizagem dos
estudantes
SILVA, T. F. Jogando que se aprende: Gamificação de conteú- s.d.
dos didáticos no ensino de biologia
Fonte: autoria própria.

256
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

O quadro acima demonstra a trajetória progressiva e os


esforços de inovação no campo educacional, evidenciando um
movimento crescente em direção a métodos mais interativos e
tecnologicamente integrados. A partir desta compilação, é possí-
vel observar a crescente adoção de tecnologias digitais e métodos
que enfatizam a gamificação e a inteligência artificial, indicativos
de uma resposta educacional às demandas por habilidades mais
alinhadas com o século XXI. Essa transição não apenas reflete
uma mudança na metodologia de ensino, mas também destaca
a necessidade contínua de adaptação dos educadores e sistemas
educacionais para proporcionar um ambiente de aprendizagem
eficaz e motivador para os estudantes.

A seguir, apresenta uma nuvem de palavras que visualiza


os termos mais frequentes e relevantes extraídos dos títulos dos
artigos e trabalhos discutidos nesta revisão. Esta ferramenta
gráfica serve como um meio eficaz para identificar rapidamente
os conceitos-chave e as áreas de foco predominantes no campo
do ensino de Ciências e Matemática. A nuvem é formada a par-
tir da análise textual, destacando as palavras que surgem com
maior frequência nas publicações selecionadas, proporcionan-
do uma representação visual imediata das tendências temáticas
abordadas pelos diversos autores.

257
Inclusão Integral

Imagem 1: Palavras dos Títulos do Quadro Teórico

Fonte: autoria própria.

A nuvem de palavras ilustrada acima oferece uma pers-


pectiva clara sobre os eixos temáticos que dominam a literatura
atual em métodos de ensino inovadores. Termos como “gamifi-
cação”, “inteligência artificial” e “inclusão digital” destacam-se,
refletindo a direção atual da pesquisa educacional voltada para
a integração de tecnologias avançadas e abordagens lúdicas no
processo de ensino-aprendizagem. Esta representação gráfi-
ca não apenas encapsula os temas centrais discutidos ao longo
deste estudo, mas também sublinha a importância de adaptar as
práticas pedagógicas às necessidades dinâmicas e tecnologica-
mente enriquecidas dos alunos de hoje.

258
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

O uso de Inteligência Artificial (IA) no ensino tem se ex-


pandido significativamente, refletindo seu potencial para revo-
lucionar a maneira como o conhecimento é entregue e assimila-
do nas salas de aula. Essa tecnologia possibilita a personalização
do ensino, ajustando-se às necessidades individuais de cada
aluno, o que facilita um aprendizado mais eficaz e direcionado.
Através da IA, professores podem obter análises do progresso
dos alunos, identificando pontos fortes e áreas que necessitam
de maior atenção (Lopes et al., 2022).
Um exemplo relevante é a aplicação de sistemas de IA
para a identificação taxonômica em Biologia, que permite aos
estudantes explorar e classificar organismos usando algoritmos
avançados, melhorando assim sua compreensão e capacida-
de de aplicar conhecimentos biológicos em contextos práticos.
Além disso, plataformas como GenIA utilizam a IA para a cons-
trução de objetos de aprendizagem em matemática, facilitando
a assimilação de conceitos matemáticos complexos através de
programação intuitiva e assistência automatizada (Zatti, 2023).
Apesar dos benefícios, a integração da IA no ensino tam-
bém apresenta desafios, incluindo a necessidade de infraes-
trutura adequada e treinamento específico para educadores.
A eficácia da IA depende da qualidade dos dados fornecidos e
da capacidade do sistema de se adaptar a contextos educacio-
nais diversos. Além disso, é essencial abordar questões éticas
relacionadas à privacidade dos dados dos alunos e ao impacto

259
Inclusão Integral

potencial da automação sobre o papel tradicional do professor


(Santos, Sant’Ana & Sant’Ana, 2023).
Em suma, a IA no ensino oferece possibilidades substan-
ciais para enriquecer a experiência educacional e otimizar os
processos de aprendizagem. No entanto, para que seu uso seja
eficaz, é necessário considerar cuidadosamente as condições de
sua implementação, garantindo que tanto alunos quanto profes-
sores estejam preparados para integrar esta tecnologia de forma
segura e produtiva no ambiente educacional.

As estratégias de inclusão digital representam uma com-


ponente fundamental no contexto educacional contemporâneo,
visando assegurar que todos os alunos, independentemente de
suas condições socioeconômicas ou necessidades especiais, te-
nham acesso igualitário às tecnologias digitais que suportam a
aprendizagem. A importância dessas estratégias se acentua na
medida em que a educação se digitaliza, criando a necessidade
de promover um ambiente onde a tecnologia seja um meio de
inclusão, e não de exclusão.
Um dos aspectos essenciais das estratégias de inclusão
digital é a provisão de equipamentos e acesso à internet de
alta qualidade para escolas em regiões desfavorecidas. Essa
abordagem visa eliminar as barreiras ao acesso que muitos alunos
enfrentam, especialmente em áreas rurais ou comunidades
de baixa renda. A inclusão digital envolve o treinamento de

260
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

professores para que possam utilizar as tecnologias digitais


em suas práticas pedagógicas, garantindo que possam oferecer
suporte adequado a todos os alunos (Souza & Silva, 2019).
Ademais, a inclusão digital abarca o desenvolvimento e a
implementação de softwares e ferramentas educativas que se-
jam acessíveis a alunos com necessidades especiais. Isso inclui
recursos que suportam a aprendizagem para estudantes com
deficiências visuais, auditivas, motoras ou cognitivas. Exemplos
incluem programas de leitura de tela, softwares que transfor-
mam texto em fala e plataformas adaptativas que ajustam o con-
teúdo educacional ao ritmo de aprendizagem do aluno (Souza &
Silva, 2019).
Além disso, a formação de uma cultura digital inclusiva
nas escolas é importante. Isso implica não apenas em equipar as
escolas com a tecnologia necessária, mas também em promover
uma atitude positiva em relação ao uso da tecnologia, tanto por
parte dos educadores quanto dos alunos. A ideia é criar um am-
biente em que a tecnologia seja vista como uma extensão natural
do processo educativo, e não como um obstáculo ou imposição.
Em resumo, as estratégias de inclusão digital são vitais
para garantir que a educação moderna seja acessível a todos os
alunos. Isso não só favorece a equidade dentro do sistema edu-
cacional, como também prepara todos os alunos para viver e
trabalhar em um mundo cada vez mais digitalizado. As escolas
devem ser proativas na implementação dessas estratégias, ga-
rantindo que a tecnologia seja um vetor de inclusão e de oportu-
nidade para todos.

261
Inclusão Integral

A implementação de abordagens inovadoras no ensino


enfrenta diversos desafios e barreiras, apesar do reconhecimen-
to de seu potencial para melhorar significativamente o processo
educacional. Essas dificuldades são variadas e abrangem aspec-
tos técnicos, culturais e estruturais dentro do sistema educativo.
Um dos principais obstáculos é a resistência à mudança
por parte de professores e instituições educacionais. Muitos edu-
cadores, acostumados aos métodos tradicionais, podem sentir-
-se inseguros ou despreparados para adotar novas tecnologias e
metodologias, como a gamificação e o uso de inteligência artifi-
cial. Isso é evidenciado em estudos que destacam a necessidade
de formação contínua e de recursos que ajudem os professores a
integrar essas novas ferramentas em suas práticas pedagógicas
(Santos, Sant’Ana & Sant’Ana, 2023; Zatti, 2023).
Além disso, a infraestrutura tecnológica insuficiente em
muitas escolas representa uma barreira significativa. A falta de
equipamentos adequados e de acesso à internet de alta velo-
cidade pode limitar severamente a capacidade das escolas de
implementar métodos de ensino inovadores. Este problema é
particularmente grave em áreas rurais ou menos desenvolvidas,
onde o digital divide se manifesta de forma mais acentuada, di-
ficultando a inclusão digital e a adoção de práticas educacionais
modernas (Souza & Silva, 2019).

262
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Outra barreira importante é o financiamento. A imple-


mentação de novas tecnologias e abordagens pedagógicas mui-
tas vezes requer investimentos substanciais, não apenas para
a aquisição de tecnologia, mas também para o treinamento de
professores e para a reestruturação dos currículos. Sem apoio
financeiro adequado dos órgãos governamentais ou de outras
fontes de financiamento, as escolas podem se encontrar incapa-
zes de adotar inovações que necessitam de recursos considerá-
veis (Feliciano et al., 2023).
Finalmente, há a questão das preocupações éticas e da
privacidade. À medida que mais ferramentas tecnológicas são
integradas na educação, surgem preocupações relacionadas à
segurança dos dados dos alunos e ao impacto ético do moni-
toramento e análise de seu desempenho. Garantir a proteção
da privacidade dos estudantes e manter a ética no uso de da-
dos educacionais é importante para a aceitação e o sucesso das
abordagens inovadoras (Santos, Sant’Ana & Sant’Ana, 2023).
Portanto, para que a implementação de métodos inova-
dores no ensino seja bem-sucedida, é essencial abordar esses
desafios de forma proativa, garantindo que as mudanças sejam
acompanhadas de suporte adequado e considerações éticas
apropriadas. As soluções passam pela capacitação contínua dos
educadores, melhorias na infraestrutura tecnológica, adequação
do financiamento e garantias de privacidade e ética.

263
Inclusão Integral

A metodologia empregada neste estudo é a revisão de


literatura, que consiste na análise sistemática de publicações
científicas para consolidar o conhecimento existente sobre um
determinado tema, neste caso, abordagens inovadoras no en-
sino de Ciências e Matemática. Esta metodologia permite uma
compreensão dos desenvolvimentos teóricos e práticos dentro
do campo estudado, bem como a identificação de lacunas no co-
nhecimento que podem ser exploradas em pesquisas futuras.
O processo de revisão de literatura inicia-se com a defini-
ção de critérios claros para a seleção dos textos, incluindo a re-
levância dos artigos para os tópicos de interesse, a credibilidade
das fontes e a atualidade das publicações. A coleta de dados é
realizada através de uma busca em bases de dados acadêmicas,
bibliotecas digitais e outras fontes confiáveis que contêm publi-
cações relacionadas às abordagens inovadoras no ensino.
Uma vez coletados, os dados, ou seja, os textos selecio-
nados, passam por um processo de análise que envolve a leitura
crítica e a organização das informações de acordo com os temas
centrais identificados. Nesta fase, o objetivo é extrair informa-
ções significativas que contribuam para a compreensão do esta-
do atual do tema em estudo, as principais tendências, os resulta-
dos de pesquisas anteriores e as conclusões dos autores.
A análise também inclui a avaliação da qualidade dos es-
tudos revisados, observando aspectos como a metodologia uti-
lizada, a objetividade da apresentação dos dados e a validade

264
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

das conclusões. Esta avaliação crítica é essencial para assegurar


que as conclusões da revisão de literatura sejam baseadas em
evidências confiáveis.
Finalmente, a revisão de literatura culmina na síntese dos
dados coletados, organizando-os de forma a apresentar uma vi-
são coerente do campo de estudo. Esta síntese é apresentada
de forma estruturada no documento final, proporcionando não
apenas um resumo das descobertas existentes, mas identifican-
do áreas onde pesquisas adicionais são necessárias. Este proces-
so permite não apenas entender melhor o tema estudado, mas
também contribuir para o avanço do conhecimento na área.

FELICIANO, S. M. et al. Gamificação como alternativa para pro-


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265
Inclusão Integral

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266
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

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handle/1/32509.

267
CAPÍTULO 12

Deise Cordeiro de Souza


Anderson Amaro Vieira
Aparecida de Fátima Vilas Boas Guidelli
Ítalo Martins Lôbo
João Lopes
Luciano de Jesus Santos
Lucileide Bonicenha Davel Mariani
Terezinha Kelly Caldeira de Mattos
Inclusão Integral

As empresas de tecnologia estão acelerando mudanças


que podem acelerar os métodos de ensinamento dos alunos.
Desde 1989, os progressos tecnológicos ocuparam mais espaço
do que nunca em nossas vidas diárias em um ritmo surpreen-
dente, e muitas de nossas rotinas e hábitos diários seriam im-
pensáveis sem a tecnologia de hoje. Consequentemente, a TIC
não é deixada sozinha na educação que é um setor altamente
relevante para a nossa realidade.
O grande desafio da comunicação docente é formar pes-
quisadores críticos e reflexivos para discutir ou analisar o pa-
pel do professor no uso dos recursos tecnológicos no ensino.
Os educadores temem as máquinas, mas as máquinas não são a
única fonte de dificuldades de implementação.
Outro problema com a formação de docentes e a dificul-
dade de entrada e o suporte básico de inteligência digital no
Brasil ainda precisa investir fortemente nas instituições gover-
namentais de ensino fundamental. Desfrutamos e assistimos em
muitas intuições com interweb é que a entrada é lento e não há
rede de net; os equipamentos disponíveis nos Workshop - se for
o ocorridos - às vezes estão desatualizados ou em supervisão.
Também chegamos à proibição de telefones smartfones em al-
gumas organizações.
Os cursos baseados na Web levantam o problema da in-
tegração da tecnologia nos currículos e exigem que as escolas
se adéquam à tecnologia para desenvolver práticas inovadoras.

270
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

É importante discutir a relevância da tecnologia na educação


e no currículo explorar as melhores práticas nas instituições. Essas
coisas ocorrem porque os professores devem manter um olhar críti-
co no planejamento de atividades baseadas no conhecimento E não
deixe que a classe se torne apenas um tempo de computador.
Apesar do consenso de que há falta de informação so-
bre como trabalhar com práticas inovadoras na utilização de
mídias digitais, cada vez mais educadores estão tentando suas
próprias descobertas e já é possível identificar tendências que
afetam práticas inovadoras em tecnologia na educação. Pode-se
dizer que a aplicação das mídias na educação já não é uma rea-
lidade longínqua para muitos professores, pois ações como as
realizadas pelos ministérios da educação enviam equipamentos
de informática às escolas e desenvolvem ações permanentes de
capacitação para seu uso.
Nesse cenário, o professor necessita de informações, ca-
pacitação e recursos sobre o que está sendo desenvolvido nas
escolas brasileiras e sobre como utilizar as ferramentas dispo-
níveis para realizar um trabalho de integração coerente entre
tecnologia e currículo.

As tecnologias móveis já começam a aparecer na educa-


ção em parte com laptops, telefones celulares ou outros disposi-
tivos móveis que fornecem conexão contínua e sem fio, edifican-
do redes móveis entre “pessoas nômades e tecnologias que não

271
Inclusão Integral

estão conectadas no espaço físico” (Santaella, 2007, p. 200), e a


fusão das fronteiras dos espaços físicos e digitais.
Presume-se a participação efetiva das escolas nesse ecos-
sistema auxilia na formação de professores. Proporciona condi-
ções para a importante integração do TICs na prática docente.
Consequentemente, é necessário que o professor seja capaz de
se apropriar das tecnologias e das qualidades inerentes às TICs,
“para utilizá-las em sua própria aprendizagem e prática pedagó-
gica e pensar sobre por que e para que usar a tecnologia, como
é esse uso e que contribuição pode ter para a aprendizagem e o
desenvolvimento curricular” (Almeida, 2010, p.68).
Segundo Nelly Silva (1990, p. 37) “Os educadores inde-
pendentes devem reconhecer que a mudança não é uma questão
de métodos e técnicas. Se a libertação da educação é somente
uma questão de método O problema é substituir alguns dos mé-
todos tradicionais por outros mais modernos. Mas isso não é um
problema refere-se a criar uma relação diferente com o conheci-
mento e a sociedade”.
Entendemos o currículo como uma estrutura social
(Goodson, 2001) projetada para funcionar simultaneamente.
Em local e em um determinado contexto. Usar as ferramentas
culturais disponíveis na prática social.
Segundo com Dewey (1971), o currículo começa com a
experiência dos alunos, mas não se limita a atividades educacio-
nais que visam facilitar a aprendizagem e desenvolver os discen-
tes para a progressão da aprendizagem (Vigotski, 1989).
Para entender por que, para quê, com quem, quando e
como se integrar à tecnologia por meio do uso das TICs, é impor-
tante adoptar uma postura crítica, questionadora e reflexiva no

272
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

que se refere à tecnologia, que expressa métodos de criação hu-


mana, com todas as suas ambiguidades e contradições, visto que:
[...] o exercício de pensar, a técnica, de pen-
sar o conhecimento enquanto se conhece, de
pensar o quê de se usar o instrumento, o para
quê, o como, o em favor de quê, de quem, o
contra quê, o contra quem são exigências fun-
damentais de uma educação democrática à
altura dos desafios do nosso tempo (Freire,
2000, p. 102).

Assim os docentes em direção a incorporar e integrar as


TICs interage com várias dimensões envolvidas na sua utiliza-
ção, nomeadamente: dimensão humanitária, tecnológica, peda-
gógica e didática crítica (Almeida, 2007).
É evidente que o procedimento de formação se estrutura na
percepção de dinâmicas que animar a inter-relação entre teoria e
prática, constituindo a práxis contextualizada que permite ao edu-
cador identificar de forma diferenciada a finalidade da tecnologia e
seus usos (Freire, 1984). Utilizá-la em benefício de uma educação
emancipatória, que leve à humanização do professor.

Segundo Cabero-Almenara (2001) menciona alguns de-


safios muito próximos daqueles que destacamos no que diz

273
Inclusão Integral

respeito à integração das tecnologias digitais nos sistemas edu-


cacionais. Esse investigador abordou desafios relacionados à
disponibilidades TICs nas escolas incluindo quantidade, quali-
dade, atualização, manutenção, software adaptado ao conteú-
do curricular e necessidades de treinamento. Outra dificuldade
salientada vinculação à formação de professores para o uso de
TICs, tanto para entendê-la quanto para correlacionar aos pres-
suposição a políticas que ela veicula.
Nesse sentido, surge os problemas da formação dos do-
centes para a incorporação das TICs no currículo. Ao argumen-
tar a formação de professores, Almeida e Arrojado (2011) as-
simila algumas das fundamentais contrariedade é a adequação
dos docentes do conhecimento técnico da TICs, o entendimento
das oportunidades de uso nos estilos educativos.
Encosta e Felizardo (2012) defendem que o desenvol-
vimento pode ser uma estratégia poderosa para gerenciar com
cuidado as tensões e conflitos relacionados aos preceitos dos
docentes, sendo de extrema relevância nos métodos de mudan-
ça. E provável auxiliar os docentes a atender com os obstáculos
que impossibilita a inclusão efetiva das TICs em suas rotinas, nas
técnicas de renovação do docente.
Na maior parte das entidades educativas o computador é
colocado nas escolas e os docentes usam, mas isso não manifesta
que o aprendizado seja desigual ação realizada antes e, mais do
que isso, o PC se torna um estranho (não relacionado) instru-
mento de usos pedagógica, sendo utilizado em situações inusita-
das, fora da classe. [...] introduz aplicativos à prática pedagógica
quer dizer que o mesmo “poderá deverá” (sic) ser utilizado em
vários instantes no desenvolvimento de ensino, geralmente de

274
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

forma indispensável e de modelo a colaborar com o processo de


conhecimento do estudante (Bittar, 2010, p. 5).
As atitudes feitas nos colégios são a utilização
de computador sendo colocados aos docentes
para manusear, e tem significado que o apren-
dizado seja oposto das quais se fazia antes os
equipamentos se tornam um estranho (não
relacionado) instrumento de prática de ensino
aprendizagem, sendo utilizado em situações
inusitadas, afastado das classes, a forma ade-
quada e planejada [...] incluir um software de
ensino e aprendizagem significa que o mesmo
“poderá deverá” (sic) ser usado em inúmeros
momentos e metodologias que for necessário
e de forma a contribuir com a aprendizagem
do estudante (Bittar, 2010, p. 5).

Segundo Almeida e Prado (2011) defendem que as TICs


não serão adaptadas ao currículo se os docentes as utilizar ape-
nas para tarefas que possam ser analisadas com o uso de ma-
teriais ainda utilizado. Essas ferramentas devem ser analisadas
e utilizadas para que crianças, adolescentes e adultos possam
criar, fantasiar, pensar, conjecturar, se divertir aprendendo
transformar as concepções no decorrer das aulas incorporando
linguagens digitais nas atividades que compõem o currículo em
exercício.
Falando em novidade ou prática inovadora, orientamo-
-nos pela pesquisa de Huberman (1973), juga a inovação como
ação realizada com o propósito de realizar mudanças que sejam
aceitas e utilizadas no ambiente escolar e oferta de pesquisa.

275
Inclusão Integral

Quando se trata de novidade e uso de TICs nas escolas.


Continuamos a acreditar, por exemplo, em Groenwald e
Ruiz (2006, p. 5) novas mídias na educação importuna maneiras
de mudanças no docente que demonstra a exigência de inclusão.
E isso deve levar o progresso de melhores processos de ensino e
aprendizagem.”.
Consequentemente, para debater a incorporação das tec-
nologias digitais nos currículos escolares, é importante argu-
mentar a formação de professores e equipe pedagógica. Ao jugar
que cada procedimento de integração é singular, é significativo
que a formação continuada de toda equipe escolar de modo jus-
tapor às práticas pedagógicas vivenciadas na escola, “[...] medi-
tação na identificação a transmutação ocorridas, dos obstáculos
e das definições indispensável com normas que possam serem
executar” (Almeida; Prado, 2011, p. 38-39).

O advento das novas TICs e comunicação, resultante da


junção entre informática e telecomunicações, gerou novos desa-
fios e oportunidades para a agregação de TICs nas instituições
escolares com ligação e diferentes formas de representação e
comunicação de ideias.
Para sobreviver nas próximas décadas e não ser expulso
do mercado de trabalho, o professor precisará fornecer talvez,
um valor de conhecimento superior aos seus alunos quando a
palavra-chave for: ensinar. Mas deverá caminhar lado a lado com

276
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

eles quando as palavras-chaves forem: dialogar, compartilhar,


facilitar o conhecimento, pesquisar, interagir, mudar...Ou seja, dá
a eles os que eles querem: conhecimento, qualidade no ensino,
melhor aprendizagem e serviços, e além de tudo, emoção.
O professor, portanto, é desafiado a assumir uma nova
postura e ter uma nova concepção, precisando se aperfeiçoar
continuamente, explorar as tecnologias, analisar suas potencia-
lidades, estabelecer conexões entre elas em atividades nas quais
ele atua como formador. Mas um aperfeiçoamento que lhe sirva
para o presente e para sua prática profissional.
Precisa se voltar também para um mercado, que é pro-
missor, mas peculiar, necessitando saber trabalharem ambiente
virtual e ser um facilitador de pesquisas e estudos. Caberá a es-
cola introduzir novas possibilidades de operacionalizar um novo
paradigma, eficaz, eficiente e efetivo no fazer, no compreender,
no refletir, no criar, seja dentro ou fora dela.
Enfim um novo perfil profissional deverá ser traçado isso
por que nosso mundo está cada vez mais dependente da tecno-
logia e é justamente a escola, sobretudo a sala de aula, o local de
encontro ideal para dar acesso a todo esse conhecimento novo.

ALMEIDA, M. Elizabeth Bianconcini; PRADO, Maria Elisabette


Brisola Brito. Indicadores para a formação de educadores para
integração do laptop na escola. In: ALMEIDA, M. Elizabeth Bian-
concini; PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito (org.). O compu-
tador portátil na escola: mudanças e desafios nos processos
de ensino e aprendizagem. São Paulo: Avercamp, 2011. p. 34-48.

277
Inclusão Integral

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Transformações no


trabalho e na formação docente na educação a distância on-line.
Em Aberto, Brasília, v. 23, n. 84, p. 67-77, nov. 2010.

BITTAR, Marilena. A escolha do software educacional e a pro-


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CABERO-ALMENARA, Julio. Tecnología Educativa: diseño y uti-


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p. 6, maio de 1984.

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278
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

GOODSON, Igor. F. O currículo em Mudança. Estudos na cons-


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VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. 2. Ed., São Paulo:


Martins Fontes, 1989.

279
CAPÍTULO 13

Marcos Adriano Marques Silva


Adriana Dibbern Capicotto
Adriano Márcio Cipreste dos Santos
Hermócrates Gomes Melo Júnior
Juliana Alves Miranda Andrade
Julio Fernandes de Paiva Neto
Marco Antonio Silvany
Osmar Krause
Inclusão Integral

Para se pensar a condição atual da educação básica brasi-


leira proposta neste artigo, é necessário levar em consideração
a visão econômica predominante no Brasil e em todo o mundo:
o neoliberalismo.
De acordo com os estudiosos da área, neoliberalismo é a
denominação que o sistema capitalista recebeu na fase em que
se encontra na contemporaneidade do século XXI. Basicamente,
essa doutrina defende a liberdade absoluta de mercado e, conse-
quentemente, a restrição de intervenções estatais na economia.
O Brasil está, desde os anos 1990, aplicando mudanças
em estruturas políticas e econômicas educacionais em virtude
de se modernizar e se ajustar à globalização, que, segundo espe-
cialistas da área, é uma espécie de mercado financeiro mundial
que pressupõe o entrelaçamento entre mercados, portanto está
extremamente relacionada ao neoliberalismo.
Dessa forma, pode-se afirmar que, no decorrer da Histó-
ria até os dias de hoje, o Estado brasileiro passou por diversas
transformações não lineares a fim de se tornar uma nação mo-
derna, industrial e tecnológica, mas, infelizmente, ainda enfren-
ta muita desigualdade social em todos esses âmbitos.
De acordo com Libâneo et. al. (2012, p. 124), a educação
é muito importante para o desenvolvimento do sistema capita-
lista, principalmente pelo fato de a atual sociedade ser essen-
cialmente tecnológica e necessitar de trabalhadores cada vez
mais qualificados, a fim de manter o mercado em andamento e

282
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

ampliar consumo, de modo a promover crescimento econômico.


Libâneo et. al. (2012) afirma que a partir da perspectiva
capitalista, a educação constitui-se como uma ferramenta que
tem o objetivo de capacitar a mão de obra dos trabalhadores de
modo a torná-los consumidores exigentes para um mercado com-
petitivo. Assim, o autor menciona que, no campo da educação.
Procura-se reproduzir a lógica da competição
e as regras do mercado, com a formação de
um mercado educacional. Busca-se a eficiên-
cia pedagógica por meio da instalação de uma
pedagogia da concorrência, da eficiência e
dos resultados (Libâneo et. al., 2012, p. 126).

Dessa maneira, é possível concluir que o projeto educa-


cional apontado por Libâneo et. al. (2012) pressupõe que a qua-
lidade da educação somente é alcançada ao preparar o sujeito
para ser um trabalhador flexível e que atenda às demandas de
um mercado extremamente competitivo e seletivo.
Entretanto, de acordo com o autor, torna-se cada vez mais
evidente que não se trata de uma educação democrática, equa-
lizadora, formadora e distribuidora de cidadania. Em vez de um
projeto educacional para a inclusão social e para a produção de
igualdade, adota-se uma lógica de competição (…) sob o enfo-
que do desempenho individual” (Costa, 1994. In. Libâneo et. al.,
2012, p. 128).
No Brasil, um país em desenvolvimento, é possível notar
que esse projeto educacional gera um resultado excludente, já
que apenas a menor parte da sociedade se beneficia plenamente
do sistema econômico responsável por ditar as regras de sobre-
vivência no mundo neoliberalista.
283
Inclusão Integral

Assim, duas perguntas poderiam ser provocadas pelas re-


flexões feitas até este momento: como fica a escola pública em
uma sociedade que preza pela privatização e que preconiza a
menor intervenção estatal possível no mercado? Como é possí-
vel gerar resultados que ampliem a qualidade de vida da maior
parcela da sociedade brasileira, composta majoritariamente de
pessoas pobres que dependem do serviço público? A intenção
não é responder a esses questionamentos, mas compor uma
reflexão com base em uma revisão de literatura sobre gestão
democrática que reforce o pensamento crítico em prol de uma
educação democrática e emancipadora na contemporaneidade.
Como se sabe, quando se fala em qualidade da educação,
é necessário delimitar o sentido que temos em vista para se con-
siderar que a educação é efetivamente de qualidade. Aqui, em
oposição a uma visão de qualidade fundamentalmente favorá-
vel ao sistema de mercados e às relações com os consumidores,
trata-se de afirmar a justificação da ideia de que uma educação
de qualidade ajuda a desenvolver submissos, emancipados e in-
tegradores sociais. no mundo do trabalho para contribuir para
a redução das desigualdades que marginalizam os pertencentes
às classes sociais mais desfavorecidas.

Dizer que a educação pública básica brasileira, em


especial o ensino fundamental, encontra-se, hoje, em uma
situação precária é uma afirmação irrefutável. Há muitos

284
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

problemas enfrentados pela comunidade escolar pública com


relação ao espaço físico, à escassez de recursos humanos e
materiais, à implementação de políticas públicas educacionais
e à organização institucional, principalmente pelo fato de um
único diretor ser a máxima autoridade nessas escolas.
De acordo com Paro (2016), ao contrário de décadas
atrás, quando a escola pública era o ambiente responsável por
abrigar pessoas pertencentes às camadas média e alta da so-
ciedade, atualmente, o grupo social que a escola pública abriga
faz parte, majoritariamente, das camadas menos favorecidas do
povo brasileiro. Isso, evidentemente, contribuiu para que a fina-
lidade do espaço escolar também fosse modificada.
Na primeira metade do século XX, por volta da década de
1970, os estudantes dessas escolas, via de regra, ocupavam po-
sições sociais que asseguravam a validade de seus direitos; hoje,
o público majoritário dessas escolas ocupa uma posição social
que os compele a ter que lutar por seus direitos, na maioria das
vezes, com instrumentos desiguais, uma vez que esse segmento
social é mantido à margem pelo próprio Estado brasileiro que,
alinhado aos interesses do mercado neoliberal e da classe domi-
nante, não tem interesse pleno em oferecer uma educação que
favoreça a inserção mais equitativa dessa população mais pobre
que, infelizmente, ainda é a maioria em nosso país.
É importante promover o conceito de educação como com-
ponente da transformação social e do desenvolvimento cívico no
contexto do Brasil contemporâneo, impulsionado pela visão econô-
mica em favor dos interesses do mercado, superando a desigualdade
e a «exclusão social». Como é dito por Libâneo et. al. (2012):

285
Inclusão Integral

No contexto da sociedade contemporânea, a


educação pública tem tríplice responsabilida-
de: ser agente de mudanças, capaz de gerar
conhecimentos e desenvolver a ciência e a
tecnologia; trabalhar a tradição e os valores
nacionais ante a pressão mundial de desca-
racterização da soberania das nações perifé-
ricas; preparar cidadãos capazes de entender
o mundo, seu país, sua realidade e de trans-
formá-los positivamente. (Libâneo et. al.,
2012. p. 133)

O autor ainda afirma que essas responsabilidades são


complementadas por três objetivos: “preparação para o proces-
so produtivo e para a vida em uma sociedade técnico-informa-
cional, formação para a cidadania crítica e participativa e forma-
ção ética” (Libâneo et al., 2012, p. 133).
O primeiro objetivo está relacionado ao compromisso
que a escola deve assumir de preparar o indivíduo para uma in-
serção digna no mercado de trabalho, na linha do conceito de
trabalho decente e de atividade social consciente, dirigida a um
objetivo (Freire, 1987).
O segundo objetivo, complementar ao primeiro, envol-
ve formar cidadãos críticos da realidade, capazes de participar
dela e transformá-la em prol da justiça social. Por fim, o terceiro
objetivo, também articulado aos dois primeiros, diz respeito ao
desenvolvimento de valores e atitudes mediante o mundo pós-
-moderno e majoritariamente capitalista (Libâneo et. al., 2012).
Um ponto levantado por Paro (2016, p. 111) com relação à
escola pública brasileira, trata do imperativo de um alinhamento

286
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

dos métodos e conteúdos com as reais necessidades dos


estudantes, o que, segundo o autor, pressupõe uma transformação
dos currículos e programas de modo a promover uma formação
crítica que dê condições aos indivíduos de superarem as injustiças
sociais. Ele também ressalta a importância de se considerar os
estudantes como sujeitos do seu processo de aprendizagem, afinal,
se a intenção é formar cidadãos para o mundo contemporâneo, é
fundamental levar em conta e desenvolver a autonomia para que,
no futuro, eles possam alcançar uma compreensão autônoma
tanto no campo intelectual quanto político que lhes permitam
exercer atitudes transformadoras. Nessa perspectiva, Paro
afirma que:
Creio que, embora seja ingênuo superestimar
a força que a escola tem como determinan-
te político das ações futuras dos indivíduos
na sociedade, é pelo menos mais difícil para
uma pessoa aceitar passivamente os conteú-
dos ideológicos dominantes que norteiam
suas opções políticas, quando ela, mesmo no
aprendizado de matérias que aparentemente
nada têm a ver com o político, exercitou na
escola sua autonomia na busca do saber, sem
ter que acreditar passivamente que aquilo é
assim porque o mestre lhe disse ou porque a
escola tem autoridade para dizer que assim o
é (Paro, 2016, p. 112).

Assim, é possível estabelecer uma relação entre a asser-


tiva de Paro à defesa de Paulo Freire (1987) de que a relação
entre educador e educando deve ser norteada por um diálogo

287
Inclusão Integral

de modo a evitar que os estudantes se tornem sujeitos passivos


no processo de aprendizagem. Afinal, quando existe uma relação
dialógica e reflexiva é possível que os educandos construam o
conhecimento em parceria com o educador e, dessa forma, de-
senvolvam uma consciência crítica, cujo resultado pode provo-
car a sua inserção ativa no mundo e, assim, desenvolver atitudes
transformadoras em prol de uma realidade social mais justa.
É possível afirmar que, o atual modelo de educação presen-
te nas escolas públicas ainda é predominantemente autoritário, e os
estudantes não são estimulados a desenvolver a autonomia na busca
do saber, isso contribui para se sustentar a situação de desigualdade
de oportunidades na realidade brasileira. Em relação a isso, para
Paro, “dos grupos dominantes não se pode esperar nenhuma ini-
ciativa de transformação em favor das classes dominadas (e, no
nosso caso, no que se refere à escola) sem pressão por parte dos
interessados” (Paro, 2016, p. 14).
Por isso é importante que as pessoas que se beneficiam
do sistema educacional público tomem consciência de sua posi-
ção para reivindicar melhores condições.
Entretanto, questiona-se: como haver uma relação dialó-
gica entre estudante e professor se a própria estrutura da maio-
ria das escolas públicas é hierarquizada, com relação autoritária
entre o diretor, professores e os funcionários da comunidade
escolar? O fato de haver uma relação verticalizada do próprio
trabalho na escola termina por reforçar a existência de autorita-
rismo dentro das salas de aula.

288
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Com base nas análises feitas até aqui, cabe delimitar dois
enfoques, que na prática, são indissociáveis: as políticas educa-
cionais e a aplicação dessas nas unidades escolares. Afinal, as
“decisões, medidas políticas e concretizações de projetos e in-
tenções descem desde instâncias superiores do sistema até che-
gar aos usuários do ensino” (Paro, 2016, p. 101).
Para isso, faz-se necessário diferenciar a terminologia
“gestão educacional”, também designada como “gestão da edu-
cação”, de “gestão escolar”. Esses conceitos são relacionados,
pois dizem respeito à gestão, isto é, “a atividade pela qual são
mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos da
organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e
técnico-administrativos” (Libâneo et al., 2012, p. 438), entretan-
to o primeiro refere-se a uma esfera macro, já o segundo, a uma
esfera micro:
A gestão escolar, como a própria expressão
sugere, situa-se no âmbito da escola e diz
respeito a tarefas que estão sob sua esfera
de abrangência. Nesse sentido, pode-se dizer
que a política educacional está para a gestão
educacional assim como a proposta pedagó-
gica está para a gestão escolar. Assim, é válido
afirmar que a gestão educacional se situa no
nível macro, ao passo que a gestão escolar se

289
Inclusão Integral

situa no nível micro. Ambas se articulam mu-


tuamente, dado que a primeira se justifica a
partir da segunda (Bacelar, 2008, p. 35).

Como as escolas são unidades sociais em que se predo-


mina o relacionamento entre as pessoas a fim de alcançar o ob-
jetivo educacional da formação humana, a gestão escolar possui
características específicas: trata-se de um trabalho que envolve
relações interpessoais e a reunião de pessoas, por isso ela é um
processo que visa a melhoria da organização escolar compreen-
dendo todos os indivíduos que estão inseridos na comunidade
da escola.
Deste modo, é possível relacionar o conceito de gestão
escolar, o qual envolve todos, da comunidade escolar, à gestão
democrática do ensino público regulamentada no artigo 14 da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN), de 20 de
dezembro de 1996, cujo texto, mesmo que superficialmente, es-
tabelece o direito e dever da participação de todos que agregam
o sistema de ensino (gestores, professores, especialistas, funcio-
nários, alunos, pais/responsáveis):
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as
normas da gestão democrática do ensino pú-
blico na educação básica, de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os seguintes
princípios:
I- Participação dos profissionais da educação
na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II- Participação das comunidades escolar e
local em conselhos escolares ou equivalentes
(Brasil, 1996).

290
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Nota-se que o modelo de gestão democrática do ensino


público definido pela LDBN afasta-se do modelo tradicional de
gestão, determinado por sua forte característica autoritária, bu-
rocrática e inflexível.
O modelo tradicional de gestão escolar pode ser relacio-
nado à concepção denominada por Libâneo et al., (2012) como
“técnico-científica”, a qual é caracterizada por uma centralização
de poder e forte hierarquização vertical de cargos e funções, já
que as decisões são tomadas por um diretor e não contam com
a participação dos membros da comunidade escolar, os quais
simplesmente cumprem as determinações previamente elabo-
radas por altos escalões e a ênfase recai no trabalho organizado
de cima para baixo.
Menciona-se que este ainda é o modelo mais comum na
realidade educacional brasileira (Libâneo et al, 2012, p. 445). Já
o modelo de gestão democrática pode ser relacionado à concep-
ção designada por Libâneo et. al (2012) como “sociocrática”, a
qual é caracterizada como um sistema que integra as pessoas
nas formas democráticas de determinar decisões, com base na
intencionalidade de suas ações e nas relações sociais que elas
têm entre si e com o contexto político social.
Dessa forma, o autor designa três modelos de gestão que
correspondem a essa concepção: a auto gestionária, como o pró-
prio nome sugere, relaciona-se à autogestão da instituição e à
exclusão da centralização de poder e da autoridade em prol da
participação de todos os indivíduos pertencentes à comunida-
de escolar nas tomadas de decisão de modo a estabelecer uma
responsabilidade coletiva por meio de reuniões ou assembleias
coletivas; a interpretativa, está relacionada à interpretação de

291
Inclusão Integral

situações e acontecimentos diários para se construir e organizar


o contexto escolar de modo a valorizar o aspecto humano em
detrimento da estrutura formal escolar e a democrático-partici-
pativa, a qual estabelece a participação de todos da comunidade
escolar na tomada de decisões, de modo a estabelecer uma rela-
ção entre a direção e os membros da instituição, para se pensar
em objetivos comuns a todos, deixando clara a importância de
todos os integrantes e a participação de cada um deles no traba-
lho. além disso, nessa concepção faz-se um processo de avalia-
ção sistemática das operações a fim de estabelecer melhorias da
organização escolar (Libâneo et al., 2012, p. 445-448)
Conforme determinado pelo artigo 14 da LDBN, atual-
mente, na educação básica brasileira, procura-se estabelecer
uma gestão escolar baseada na democratização e na autonomia,
o que exige a execução de vínculos mais estreitos com toda a
comunidade escolar.
De acordo com Paro (2016, p. 22), por exemplo, a fim de
que haja uma efetiva gestão escolar democrática, faz-se necessá-
rio a participação de todos da comunidade escolar nas tomadas
de decisões que se relacionam com os seus propósitos, de modo
a pensar em maneiras de alcançá-los.
Dessa forma, é imprescindível que a gestão escolar
mantenha uma relação de transparência e não só compartilhe
decisões já determinadas, mas estabeleça uma relação em que
todos sejam ouvidos e participem do processo decisório, por
meio de um processo de negociação e construção de consensos,
atribuindo a cada integrante da comunidade escolar o
entendimento de que é parte integrante e tem responsabilidades
para com o ambiente da escola.

292
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Este artigo trata-se de uma revisão de literatura elabo-


rado a partir de parâmetros que se referem à gestão democrá-
tica da educação básica brasileira. Assim, a partir da análise de
produções relevantes acerca dessa temática, foi traçado uma
discussão teórica acerca do contexto histórico atual em que a
educação brasileira está inserida, além disso, considerou-se re-
levante uma visão geral a respeito do sistema de educação bá-
sica brasileira para estabelecer uma diferenciação teórica dos
termos “gestão educacional” e “gestão escolar”, para, dessa for-
ma, compor uma análise dos impasses para uma efetiva gestão
democrática que promova uma emancipação dos sujeitos.

Assim como mencionado anteriormente, a gestão demo-


crática da escola está diretamente relacionada à participação
de toda a comunidade escolar – estudantes, pais/responsáveis,
professores, gestores e demais profissionais da educação – nas
tomadas de decisões e na execução destas de modo a alcançar
objetivos estabelecidos.
Entretanto, devido a hábitos arraigados na organização
da escola, os quais estão constituídos por um conjunto de con-
vicções filosóficas, sociais, morais, políticas ou religiosas de um

293
Inclusão Integral

indivíduo ou grupo de indivíduos e se encontram enraizados na


sociedade brasileira, há um senso comum que percebe como
impossível (ou quase) transformar a gestão escolar da escola
pública, a qual ainda se mantém predominantemente “técnico-
-científica”, em uma gestão que se relacione com a concepção
“sociocrática”, e adote um perfil democrático- participativo.
Cabe ressaltar que o modelo de gestão escolar mais co-
mum nas escolas públicas brasileiras é determinado por uma
relação verticalizada entre os diferentes atores sociais, o que
acaba por determinar relações bilaterais: de um lado aquele
que manda e/ou ensina e de outro lado, aquele que obedece e/
ou aprende. Assim, pode-se entender que esse tipo de relação
desconsidera a intersubjetividade e a função emancipatória do
processo pedagógico.
De acordo com estudiosos da área da Educação Escolar, a
partir do momento em que todas as pessoas que integram a co-
munidade escolar tiverem o poder de fala e a participação delas
for mais efetiva, constituindo uma hierarquia mais horizontal,
poderá ocorrer uma mudança integral da realidade da gestão
escolar, transformando-a em uma forma democrática, como de-
terminada na LDBEN.
Entretanto, essa transformação não ocorreria de maneira
espontânea, afinal as relações de poder que hoje são predomi-
nantes na estrutura organizacional das escolas públicas são con-
sequência de toda uma estrutura constituinte do próprio Brasil
como país que, ao passar historicamente por repetidos períodos
populistas, autoritários e mesmo ditatoriais, marcaram as difi-
culdades da sociedade brasileira em conseguir estabelecer for-
mas democráticas de poder.

294
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Nesse sentido, Paro (2016) salienta que um dos obstácu-


los para a participação de toda a sociedade é a fragilidade de
nossa democracia liberal:
A maior evidência da imprescindibilidade
da participação popular nas instâncias onde
se dá o oferecimento de serviço pelo Estado
parece estar na constatação da fragilidade de
nossa democracia liberal, que, restringindo a
participação da grande maioria da população
ao momento do voto, priva-a de processos
que, durante quatro ou cinco anos de manda-
to, permitiriam controlar as ações dos gover-
nantes no sentido de atender aos interesses
das camadas populares. Dessa forma, em lu-
gar de servir como instrumento para o aten-
dimento das necessidades da maioria, o Esta-
do se limita a servir aos interesses dos grupos
minoritários, detentores de poder econômico
e político na sociedade. (PARO, 2016, p. 23)

As palavras do autor nos direcionam a pensar que, como


já mencionamos anteriormente, as camadas populares não exer-
cem seu direito, estabelecido legalmente pela Constituição Fede-
ral de 1988, de controlar as ações do Estado e, principalmente,
exercer seu direito de participar efetivamente da escola pública,
mantida pelo Estado e a serviço da população que se beneficia
de seus resultados quando estes são alcançados mesmo em de-
corrência de todas as dificuldades enfrentadas.
Dessa forma, compactuamos com a ideia de que uma ges-
tão escolar democrática poderia viabilizar o alcance do que seria

295
Inclusão Integral

considerado sucesso da educação. Entretanto, não basta apenas


pontuar o significado principal de uma educação de qualidade,
mas também considerar as dificuldades da democratização da
gestão da escola pública.
De acordo com Paro (2016), existem quatro condicionan-
tes do autoritarismo da gestão escolar: os condicionantes mate-
riais, os condicionantes de ordem institucional, os condicionan-
tes de ordem política e, por fim, os condicionantes ideológicos.
Os condicionantes materiais dizem respeito ao prédio e equipa-
mentos até as salas de aulas superlotadas, os salários incompa-
tíveis com a realidade dos funcionários e a carência de materiais
didáticos. Segundo o autor, esses condicionantes dificultam a re-
lação dialógica entre professores e alunos dentro do ambiente
educacional, por conta de toda a desmotivação profissional pro-
vocada e preocupações decorrentes de sua renda.
Os condicionantes de ordem institucional são pontuados
por Paro como aqueles que mais impõem dificuldades para o
estabelecimento de relações democráticas, já que a organização
da escola pública é pautada em relações hierárquicas de poder
verticais. Um exemplo mencionado pelo autor é o próprio car-
go atual do diretor da rede estadual de ensino do estado de São
Paulo, que é determinado por concurso público, ou seja, por no-
ções basicamente teóricas de conhecimento e com a regalia de
o próprio ter o poder de escolher a unidade escolar em que vai
atuar, não sendo as pessoas que já atuam na escola que determi-
nam quem vai ter esse cargo, além disso, o diretor é o detentor
último de todo o poder da unidade escolar, considerado como a
autoridade máxima desse espaço.
Os condicionantes de ordem política se relacionam com

296
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

o fato de o Estado não demonstrar interesse em proporcionar


condições adequadas para o ensino de qualidade e afastar a
gestão escolar das pessoas (alunos, funcionários, pais, respon-
sáveis) que poderiam unir forças para fazer pressão em prol de
uma melhoria efetiva do sistema de ensino público, alinhado ao
fato de que o concurso que o diretor presta para ser efetivado
é essencialmente teórico e de ordem técnica-administrativa,
entretanto, muitas escolas não possuem o mínimo de recursos
para serem administrados, o que faz com que esse profissional
seja considerado o culpado pelos problemas estruturais já que
há uma excessiva centralização de poder em suas mãos e falta de
condições mínimas para exercê-lo propriamente dito.
Por fim, os condicionantes ideológicos são “concepções e
crenças, sedimentadas historicamente na personalidade de cada
indivíduo, que movem práticas e comportamentos violadores da
autonomia do outro” (Paro, 2016, p. 32- 33). Todas as pessoas
possuem suas próprias visões ideológicas acerca dos diferentes
acontecimentos da vida social, pessoal ou profissional, entretan-
to faz-se necessário desatar as amarras preestabelecidas e ques-
tionar nossos próprios comportamentos a fim de colaborar com
o processo de democratização das escolas

Diante do exposto, destacam-se algumas considerações


para pensar como a educação da escola pública básica pode de-
senvolver recursos que resultem na conquista de uma educação

297
Inclusão Integral

de qualidade, proporcionando aos alunos a posição de sujeitos


que possuem plena cidadania, emancipação e inserção no mun-
do do trabalho, mesmo em meio a uma realidade contemporâ-
nea predominantemente consolidada com valores neoliberais
que prezam pela competitividade e pelo mercado acima de tudo.
A fim de se conceber qualidade educacional em prol dos
alunos da escola pública, as obras consultadas e as discussões
acadêmicas da área enfatizam a necessidade de haver uma ges-
tão escolar que seja de fato democrática, pois, de acordo com os
estudiosos, só assim as relações dentro de sala de aula consegui-
rão superar o autoritarismo.
Dessa forma, a estrutura organizacional das escolas pú-
blicas precisa ser revista de modo que não seja centralizada es-
sencialmente nas mãos do diretor, mudança que não acarretaria
a diminuição da importância ou autoridade dos gestores esco-
lares. Portanto, é necessário que haja alterações em relação ao
poder de tomada de decisões, a fim de que existam dois órgãos
responsáveis pelas tomadas de decisão: um formado por mem-
bros da comunidade escolar, como funcionários, alunos, pais e
responsáveis que deem opiniões e sugestões em prol de serem
ouvidos/consultados em momentos de tomadas de decisão; e
outro formado por gestores que têm a função de tomar as de-
cisões finais após consultar a opinião do primeiro órgão, isto é,
das pessoas pertencentes à comunidade escolar.
Uma mudança na estrutura organizacional da escola,
tornando-a essencialmente democrática em consonância com a
superação dos condicionantes do autoritarismo designados por
Paro (condicionantes materiais, de ordem institucional, de or-
dem política e ideológicos) seria o caminho para que a escola,

298
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

como instituição de enorme relevância social, mesmo diante das


dificuldades impostas pelo sistema econômico predominante no
mundo contemporâneo, evolua.

ADORNO, T. W. Educação e emancipação. Tradução de Wolf-


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PARO, V. H. Gestão democrática da escola pública. 4.ed. São


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SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproxi-


mações. 11.ed. Campinas: Autores Associados, 2011.

299
CAPÍTULO 14

Emanuel Nascimento Nunes


Alberto da Silva Franqueira
Artemiza Barbosa de Oliveira
Deise Cordeiro de Souza
Leandromar Brandalise
Lucimar Fagundes
Meida Amaro Picanço
Sillane de Souza Maricaua
Inclusão Integral

O mundo contemporâneo encontra-se alicerçado no uso


da internet e com isso a velocidade de informações tornou-se
muito grande. Desta forma, alguns autores definem esse período
com algumas nomenclaturas, conforme aponta Coutinho e Lis-
boa (2011, p.5).
Segundo Coutinho e Lisboa (2011, p.5), o termo Socieda-
de da Informação foi utilizado por Castells, onde a tecnologia é
indispensável para os meios de comunicação, produção e edu-
cação. Segundo o autor, as tecnologias permitem que o homem
atue sobre as informações; todas as atividades humanas tendem
a ser afetadas por seu uso; e permite flexibilidade nos proces-
sos e ação em redes interligando categorias de conhecimento.
Através das tecnologias houve a democratização do acesso ao
conhecimento e as redes sociais possibilitam a fluidez das infor-
mações de maneira muito rápida.
A educação não pode ser memorização de conteúdo, pois
há possibilidades de armazenagem e acesso a dados em diver-
sos modos. A escola precisa estimular que os discentes apren-
dam a mobilizar e desenvolver suas habilidades para desenvol-
verem pensamento crítico e criatividade diante da enormidade
de acesso às informações. “A questão hoje é menos possuir a
informação do que saber encontrá-la, selecioná-la, utilizá-la de
forma apropria-la, saber sua veracidade, sua credibilidade, a
que interesses está servindo” (Libâneo, 2004, p. 47).
Para a educação no Século XXI as aulas precisam

302
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

estimular os estudantes a fazerem questionamentos sobre o que


estão aprendendo. Se a aula for apenas reprodutora de conteúdo
ou intuicionista, não motivará o saber pensar, a autonomia e a
emancipação dos alunos impedindo que se pesquise e elabore
para uma aprendizagem mais profunda. (Demo, 2004, p. 7).
Uma sala de aula digital pode aproveitar quadro-negro,
livros impressos e demais materiais tradicionais, acrescentan-
do as novas tecnologias. “A era atual das tecnologias do conheci-
mento da informação e comunicação estabelece uma nova forma
de pensar sobre o mundo que vem substituindo princípios, valo-
res, processos, produtos e instrumentos que mediam a ação do
homem com o meio” (Lévy, 1996).
Segundo Marcelo (2009) para os docentes, ser professor
no século XXI pressupõe assumir que o conhecimento e aos alu-
nos se transformar a uma velocidade maior á que estávamos ha-
bituados e que, para se continuar a dar uma resposta adequada
ao direito de aprender dos alunos, teremos de fazer um esforço
redobrado para continuar a aprender.
Normalmente, contudo, as escolas e distritos alocam
a maior parte de suas verbas para a compra de hardware e de
software, e muito menos - ou nada - é reservado para o aperfei-
çoamento profissional dos professores e apoio contínuo” (San-
dholtz, 1997, p.169). Desta forma, o docente que exerce sua pro-
fissão na atualidade deve estar ciente das mudanças repentinas
e abruptas que se seguem na realidade social, sendo necessário
um contínuo processo de busca pelo novo.

303
Inclusão Integral

As grandes transformações que a sociedade tem passado


nestes últimos anos demandaram que as instituições de ensino
também acompanhassem as mudanças com novas práticas de
sala de aula e novas perspectivas do ensino e aprendizagem para
a ampliação de novas competências nos estudantes. Entretanto,
o uso das TDICs (Tecnologias Digitais de Informação e Comuni-
cação) na sala de aula não pode ser assumido como um modismo
ou um diferencial na escola, como afirma Netto (2018, n/p).
A internet rompeu uma série de paradigmas na educa-
ção, entre eles a questão do professor se considerar o detentor
do saber para transmitir para seus alunos. O docente deve traba-
lhar mais com problematizações, não dar conteúdos e respostas
prontas e incentivar a pesquisa.
[..] as TIC na educação não transformam nem
melhora automaticamente os processos edu-
cacionais, mas, em compensação, realmente
modifica substancialmente o contexto no
qual estes processos ocorrem e as relações
entre seus atores e as tarefas e conteúdo de
aprendizagem, abrindo, assim, o caminho
para uma eventual transformação profunda
desses processos, que ocorrerá, ou não, e que
representará, ou não, uma melhora efetiva,
sempre em função dos usos concretos que se
dê à tecnologia (Coll; Monereo, 2010, p. 11).

304
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A tecnologia pode ajudar muito na questão da arte educa-


ção, pois como a arte propicia a expressão, as emoções e a ima-
ginação dos alunos estando eles totalmente ligados com a tec-
nologia. “Na atualidade, o papel da criança está mudando, eles
convivem naturalmente com a mídia, ao mesmo tempo apren-
dem a criar mídia” (Ferreira, 2008, p.71).
Podemos juntar todos esses recursos criando uma ferra-
menta de aprendizado e enriquecimento do trabalho, como ain-
da cita Ferreira: “Evidentemente, as tecnologias de comunicação
e informação estão a cada dia se tornando uma realidade para os
alunos, e a escola precisa fazer uso delas, de modo que venham
contribuir para o processo de aprendizagem.” (2008, p.16).
Para introduzirmos essas ferramentas tecnológicas nas
aulas de arte é importante o conhecimento do professor sobre
esses meios, por isso cabe a ele se atualizar através de forma-
ções continuadas e muita pesquisa sobre o assunto.” Acreditar
no diálogo das novas tecnologias com a formação continuada de
professores faz-nos ter esperança de uma educação de melhor
qualidade para o nosso país.” (Sosnowski, 2009).
“Ao organizar pesquisas e propostas em um blog, sempre
orientados pelo professor, os alunos podem explorar as possibi-
lidades de elaboração do layout, a escolha das cores, linhas, for-
mas, podendo até mesmo introduzir um artista como referência
para a criação da identidade visual. Assim, é possível explorar
junto aos alunos não só os conteúdos específicos da disciplina,
mas também a ideia de criação, de como fazer.” (Cerqueira Silva,
2012).
Podem ser mostrados jornais on-line com na matéria de
língua portuguesa, com notícias relacionadas com o assunto que

305
Inclusão Integral

está sendo tratado em classe. Os alunos podem contribuir com


suas próprias pesquisas on-line. Há um campo de possibilidades
didáticas até agora pouco desenvolvidas, mesmo nas salas que
detêm esses equipamentos (Silva, 2000).
A Internet favorece a construção colaborativa, o trabalho
conjunto entre professores e alunos, próximos física ou virtual-
mente. Podemos participar de uma pesquisa em tempo real nos
laboratórios de informáticas de um projeto entre vários grupos,
de uma investigação sobre um problema de atualidade. O im-
portante é combinar o que podemos fazer melhor em sala de
aula: conhecer-nos, motivar-nos, reencontrar-nos, com o que
podemos fazer a distância pela lista, fórum, chat ou pesquisar,
comunicar-nos e divulgar as produções dos professores e dos
alunos (Silva, 2003; Azevedo, 2000).
Ter métodos de aprendizagem significativa utilizando os
recursos tecnológicos que fazem parte do cotidiano da maioria
dos estudantes é uma forma de aproximarmos a escola dos estu-
dantes do século XXI e está reflexão vai ao encontro a proposta
de Maria (2019):
[...]século XXI nos trazem a necessidade de
repensaras estratégias de ensino e aprendiza-
gem utilizadas pela escola e buscar um novo
modelo de educação que não fique restrito a
penas a sala de aula, como no modelo tradi-
cional, mas que vise um ensino mais signifi-
cativo ao aluno (Maria, 2019, p. 4).

Moran, Masetto e Behrens, nos trazem algumas propostas


para serem feitas dentro da sala de aula utilizando vídeos,
televisão e internet como ferramentas a serem exploradas e

306
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

utilizadas em conjunto com os estudantes. Um trabalho que


sai do convencional e que permite ampliar o universo dos
estudantes descobrindo novas formas de pensar e criando novos
significados dentro de suas vidas. Essas inovações e descobrindo
novas formas de pensar e criando novos significados dentro
de suas vidas. Essas inovações e dinâmicas de ensino podem
contribuir significativamente para o melhor rendimento e
aproveitamento de conteúdo dentro da sala de aula. Além de
fortalecer os vínculos e a confiança entre os estudantes e o
educador, trabalhar com tecnologias contemporâneas e projetos
interdisciplinares aumentam a motivação dentro da sala de aula
(Moran, 2011, Masetto, 2011, Behrens, 2011).
Conforme Cavalcante (2012), a verdade é que as novas
tecnologias estão formando outro tipo de sociedade, novas at-
mosferas de trabalho, novos ambientes de aprendizagens e, po-
dendo assim, criar um novo tipo de aluno que necessita de um
novo tipo de professor. No entanto, alguns professores enfren-
tam novos desafios com o uso dessas novas ferramentas nos am-
bientes virtuais.

Neste artigo foi realizado uma revisão bibliográfica elen-


cando os artigos que tratam sobre a aproximação entre a Edu-
cação e a Tecnologia integrada na sala de aula, a implementa-
ção das tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem e
muito importante. E Isso pode ocorrer devido a aproximação do

307
Inclusão Integral

discente a atuação do professor é fundamental nesse processo,


especialmente no acompanhamento das mudanças estruturais
que ocorrem na sociedade em que está inserido. E quando se
pensa nessa responsabilidade de mediação do conhecimento
para uma sociedade tecnológica, surge outro grande desafio: a
formação de professores, sobretudo para do século XXI, deno-
tando a necessidade de aprofundar a compreensão dos contex-
tos educacionais e propor soluções.
A mudança nos papéis de professor, que atua como um
mediador e não mais como a fonte de conhecimento, e de alunos,
que devem desenvolver o senso crítico e a autonomia. O cami-
nho a ser traçado para que a tecnologia não seja somente uma
presença na sala de aula, sem fazer parte do planejamento e au-
xiliar os objetivos educacionais, ainda necessita ser percorrido
sanando problemas que se apresentam nos campos material, de
recursos humanos e institucional.
Os professores, em qualquer curso presencial, precisam
aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma
aberta, equilibrada e inovadora. O primeiro espaço é o de uma
nova sala de aula equipada e com atividades diferentes, que se
integra com a ida ao laboratório conectado em rede para desen-
volver atividades de pesquisa e de domínio técnico-pedagógico.
Estas atividades se ampliam a distância, nos ambientes virtuais
de aprendizagem conectados à Internet e se complementam
com espaços e tempos de experimentação, de conhecimento da
realidade, de inserção em ambientes profissionais e informais.
É fundamental hoje planejar e flexibilizar, no currículo de
cada curso, o tempo e as atividades de presença física em sala
de aula e o tempo e as atividades de aprendizagem conectadas,

308
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

a distância. Só assim avançaremos de verdade e poderemos falar


de qualidade na educação e de uma nova didática.

AZEVÊDO, Wilson. A vanguarda (tecnológica) do atraso (pe-


dagógico): impressões de um educador online a partir do uso
de ferramentas de courseware, 2000.

ALLEGRETTI, S. M. Diversificando os ambientes de aprendi-


zagem na formação de professores para o desenvolvimento
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SP, 2017.

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cimento e da Aprendizagem: Desafios para a Educação do Sécu-
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309
Inclusão Integral

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– Universidade Federal do Vale do São Francisco, Formoso/GO,
2011

310
CAPÍTULO 15

Silvana Maria Aparecida Viana Santos


Deise Cordeiro de Souza
Edgar Caldeira da Cruz
Hermócrates Gomes Melo Júnior
Idalva de Jesus Souza Venturim
Lenise Júlia Fassini da Silva
Neide Rafael Alves Braga
Raimundo Cazuza da Silva Neto
Inclusão Integral

A integração das tecnologias educacionais e metodologias


inovadoras no processo de ensino-aprendizagem representa uma
evolução necessária no ambiente educacional contemporâneo.
Diante do avanço tecnológico acelerado e da mudança nas de-
mandas do mercado de trabalho, surge a necessidade de preparar
os alunos para enfrentarem os desafios do futuro com competên-
cias adequadas. Este cenário exige uma reavaliação do currículo
tradicional e a implementação de estratégias pedagógicas que in-
corporem o uso de tecnologias digitais, como a programação e a
robótica, aliadas a metodologias ativas de aprendizagem.
A justificativa para a adoção dessas novas abordagens
reside na capacidade demonstrada de engajar os estudantes de
maneira mais efetiva, estimulando o desenvolvimento de habili-
dades técnicas e competências socioemocionais, como trabalho
em equipe, resolução de problemas, criatividade e pensamento
crítico. O ensino tradicional, muitas vezes centrado na figura do
professor e em métodos expositivos, tem mostrado limitações
em atender às necessidades de uma geração que cresce imersa
em um contexto digital. Assim, a incorporação de tecnologias e
metodologias que promovam a interatividade e a participação
ativa dos alunos no processo de aprendizagem apresenta-se
como uma resposta aos desafios impostos pela sociedade.
A problematização surge ao considerarmos a lacuna exis-
tente entre as práticas educacionais tradicionais e as demandas
de um mundo em constante transformação tecnológica. Como as

314
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

instituições de ensino podem remodelar seus currículos e estra-


tégias pedagógicas para incorporar efetivamente essas tecnolo-
gias e metodologias inovadoras? De que maneira a programação
e a robótica, como ferramentas educacionais, podem contribuir
para o desenvolvimento de habilidades para o século XXI? E ainda,
como garantir que essa integração ocorra de forma que beneficie
os alunos, independentemente de seu contexto socioeconômico?
Os objetivos desta pesquisa centram-se em explorar as
potencialidades da integração de tecnologias educacionais e
metodologias inovadoras no processo de ensino-aprendizagem,
com foco particular na programação e robótica. Visa-se inves-
tigar como essa integração pode transformar o currículo esco-
lar, tornando-o mais alinhado às necessidades e desafios atuais.
Além disso, pretende-se analisar os impactos dessa transforma-
ção na motivação e no engajamento dos alunos, bem como no
desenvolvimento de habilidades técnicas e socioemocionais. Por
fim, busca-se identificar estratégias e práticas pedagógicas que
possam ser adotadas por educadores e instituições de ensino
para implementar essa integração de maneira eficaz e inclusiva,
assegurando que todos os alunos tenham acesso a uma educa-
ção de qualidade, preparando-os para o futuro.

No contexto atual, a educação enfrenta o desafio de se


adaptar às demandas de um mundo cada vez mais tecnológico. A
integração de tecnologias e metodologias inovadoras no processo

315
Inclusão Integral

de ensino-aprendizagem não é apenas uma tendência, mas uma


necessidade para preparar os alunos para um futuro digital.
Entre essas inovações, a programação e a robótica destacam-se
como ferramentas pedagógicas capazes de renovar o currículo
escolar e fomentar habilidades essenciais no século XXI. Esta
seção explora como a implementação de práticas educacionais
inovadoras, especificamente a programação e a robótica, pode
transformar o ensino, incentivando o desenvolvimento de
competências técnicas e socioemocionais nos alunos.
Bauer et al. (2017) discutem o Projeto codIFic@r, que in-
troduziu oficinas de programação em dispositivos móveis no en-
sino fundamental. Os autores destacam que “o projeto visou não
apenas a familiarização dos alunos com a lógica de programação
e o desenvolvimento de habilidades digitais, mas promoveu a co-
laboração, o pensamento crítico e a resolução de problemas por
meio de atividades em grupo” (p. 5). Este exemplo ilustra como
a integração da programação no currículo pode transcender o
aprendizado de habilidades técnicas, impactando positivamente
o desenvolvimento de competências interpessoais e cognitivas.
De maneira complementar, Ferri (2017) enfatiza a
importância de sequências didáticas que integram o ensino de
linguagem de programação na educação básica. Segundo o autor,
“a proposta de sequência didática apresentada busca desenvolver
o pensamento computacional dos alunos de forma progressiva,
iniciando com conceitos básicos de lógica de programação e
avançando para a resolução de problemas mais complexos” (p.
63). Esta abordagem pedagógica evidencia como a programação,
além de fomentar o pensamento lógico, pode servir como um meio
para a aprendizagem de conteúdos curriculares tradicionais,

316
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

como matemática e ciências, de uma forma mais engajadora.


Santos et al. (2018) relatam uma experiência similar com
o ensino de programação e robótica, destacando que “a introdu-
ção dessas tecnologias no ambiente educacional motivou signi-
ficativamente os estudantes, que demonstraram maior interes-
se pelas aulas e uma compreensão mais apurada dos conceitos
abordados, através da aplicação prática em projetos de robóti-
ca” (p. 160). Este relato reforça a ideia de que a robótica, assim
como a programação, pode ser uma ferramenta valiosa para o
desenvolvimento de habilidades essenciais, além de proporcio-
nar uma aprendizagem mais significativa e contextualizada.
A partir dessas experiências e análises, torna-se evidente
que a integração da programação e robótica no currículo escolar
não só capacita os alunos com habilidades digitais necessárias
na sociedade atual, mas promove uma série de competências
cognitivas e socioemocionais. Essas práticas pedagógicas
inovadoras representam um avanço significativo na forma como
o conteúdo curricular é entregue e assimilado pelos alunos,
proporcionando um ambiente de aprendizagem mais dinâmico,
interativo e relevante para as demandas contemporâneas.
No entanto, para que essa transformação curricular seja
efetivamente implementada e seus benefícios plenamente apro-
veitados, é essencial que as instituições de ensino e os educadores
estejam preparados para adotar essas tecnologias e metodologias
inovadoras. Isso implica em investimentos em infraestrutura e
recursos tecnológicos e na formação continuada dos professores,
para que possam integrar essas ferramentas de maneira eficaz
em suas práticas pedagógicas. Somente assim, será possível asse-
gurar que a educação permaneça alinhada às necessidades e de-

317
Inclusão Integral

safios do século XXI, preparando os alunos para participarem ati-


vamente de uma sociedade cada vez mais digital e interconectada.

Os resultados dessas análises destacam uma série de be-


nefícios decorrentes da integração da programação e da robóti-
ca no ensino. Entre eles, observou-se um aumento no interesse
e engajamento dos alunos, melhor compreensão de conceitos
abstratos por meio de aplicações práticas, o desenvolvimento de
habilidades de resolução de problemas, pensamento crítico, co-
laboração e criatividade. Esses achados reforçam a ideia de que
a adoção dessas tecnologias pode contribuir para a transforma-
ção do currículo escolar, tornando-o mais relevante e eficaz na
preparação dos alunos para os desafios do século XXI.
A análise realizada sugere que, apesar dos desafios
associados à implementação de tais inovações, como a necessidade
de formação docente e investimentos em infraestrutura, os
benefícios potenciais justificam esses esforços. A integração
efetiva da programação e robótica no currículo pode servir como
um catalisador para a renovação pedagógica, incentivando uma
abordagem de ensino mais interativa, prática e centrada no aluno.
Em conclusão, este estudo reitera a importância de re-
pensar e atualizar as práticas educacionais para incorporar tec-
nologias e metodologias que respondam às exigências de um
mundo em rápida transformação. A integração da programação
e da robótica no ensino representa uma estratégia promissora

318
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

para alcançar esse objetivo, oferecendo uma abordagem peda-


gógica que não apenas melhora o aprendizado de conteúdos cur-
riculares, mas também promove o desenvolvimento de compe-
tências essenciais para a vida e a carreira dos alunos no futuro.
Assim, recomenda-se que educadores e gestores educacionais
considerem essas inovações como parte integrante do currículo,
visando uma educação que prepare efetivamente os alunos para
os desafios e oportunidades do século XXI.

BAUER, R. D., FLORES, G. L. M., CRESTANI, A. N. V., & MOMBACH,


J. G. Projeto codIFic@r: Oficinas de Programação em Dispositi-
vos Móveis no Ensino Fundamental. Anais dos Workshops do VI
Congresso Brasileiro de Informática na Educação, VI Congresso
Brasileiro de Informática na Educação, 2017, 1-12.

FERRI, J. Ensino de linguagem de programação na educação


básica: uma proposta de sequência didática para desenvolver
o pensamento computacional. Produção Técnica Educacional -
Programa de Pós-Graduação em Ensino, Universidade Estadual
do Norte do Paraná – Campus Cornélio Procópio, 2017, 55-72.

SANTOS, L. M., BASSO, S. J. L., FREITAS, L. K. M., & TIEPPO, T. A. M.


Ensinando Programação e Robótica para o Ensino Fundamental.
III Congresso sobre tecnologias na educação, 2018, 153-167.

319
CAPÍTULO 16

Ítalo Martins Lôbo


Hermócrates Gomes Melo Júnior
Jeferson de Farias Silva
João Lopes
Marco Antonio Silvany
Mônica Regina da Silva Barbosa
Silvia Letícia Dias Alencar
Tatiane Oliveira da Silva
Inclusão Integral

A evolução tecnológica tem impactado significativamen-


te o setor educacional, introduzindo novas ferramentas e meto-
dologias que transformam o processo de ensino-aprendizagem.
Entre essas inovações, a Realidade Virtual (RV) destaca-se por
oferecer experiências imersivas que podem facilitar a com-
preensão de conteúdos complexos e estimular o engajamento
dos estudantes. O uso dessa tecnologia, juntamente com abor-
dagens pedagógicas inovadoras e ajustes curriculares, promove
um ambiente de interatividade que pode ser decisivo na forma-
ção de profissionais mais adaptados às demandas contemporâ-
neas do mercado de trabalho.
Neste contexto, justifica-se a investigação sobre a integra-
ção de tecnologias emergentes, como a RV, no ambiente educa-
cional, dada a necessidade de métodos de ensino que correspon-
dam às expectativas e habilidades dos estudantes do século XXI.
Além disso, a revisão e adaptação dos currículos para incluir tais
tecnologias e metodologias inovadoras são fundamentais para
garantir que a educação superior permaneça relevante e eficaz
na preparação de indivíduos para um mundo cada vez mais digi-
talizado. Essa necessidade é ampliada pelo reconhecimento de
que a interatividade e a prática baseada em experiências reais
aumentam significativamente a retenção de conhecimento e o
desenvolvimento de habilidades práticas.
Contudo, a implementação de novas tecnologias
no processo educacional não está isenta de desafios. A

322
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

problematização gira em torno de como as instituições de ensino


podem efetivamente integrar a RV e outras tecnologias digitais
ao currículo e à prática pedagógica de maneira que complemente
e enriqueça a experiência de aprendizagem, sem substituir os
aspectos fundamentais da interação humana e do pensamento
crítico que são essenciais para a educação. Ademais, questiona-
se como os educadores podem ser preparados para utilizar
essas ferramentas de forma eficaz e como os estudantes podem
ser engajados em um processo de aprendizagem que equilibre
tecnologia e interatividade sem sobrecarregar ou alienar aqueles
com menos afinidade ou acesso a recursos tecnológicos.
Diante deste cenário, os objetivos desta pesquisa incluem:
identificar as potencialidades da Realidade Virtual e de novas
metodologias pedagógicas no ensino superior; avaliar o impacto
dessas inovações no engajamento e na aprendizagem dos estu-
dantes; examinar as transformações necessárias nos currículos
para acomodar a integração dessas tecnologias; e propor dire-
trizes para a capacitação de professores no uso eficaz da RV e
outras ferramentas digitais. Pretende-se, com isso, oferecer um
panorama sobre a interseção entre tecnologia, metodologia pe-
dagógica, currículo e interatividade, e como essa interação pode
ser otimizada para promover uma experiência educacional mais
rica e envolvente para os estudantes do ensino superior.

323
Inclusão Integral

O desenvolvimento tecnológico, especialmente no que


diz respeito à Realidade Virtual (RV), tem proporcionado opor-
tunidades sem precedentes para a inovação no processo de en-
sino-aprendizagem. A RV, ao simular ambientes reais e imagi-
nários de maneira convincente, oferece uma plataforma única
para a entrega de conteúdo educacional, permitindo experiên-
cias de aprendizagem que seriam difíceis, se não impossíveis,
de replicar em um ambiente de sala de aula tradicional. Nesse
sentido, a pesquisa conduzida por Agune et al. (2019) evidencia
a relevância da gamificação associada à RV no ensino superior,
destacando que “a integração de elementos de jogos em am-
bientes de realidade virtual pode significativamente aumentar o
engajamento dos alunos e proporcionar uma compreensão dos
conteúdos abordados” (p. 2).
Além da RV, outras tecnologias digitais têm sido imple-
mentadas para complementar e enriquecer a experiência edu-
cacional. Ferreira et al. (2022) discutem a adoção de realidade
virtual como ferramenta de aprendizado no ensino superior, ar-
gumentando que “a RV oferece uma imersão que facilita o apren-
dizado ativo e a participação dos estudantes, tornando os con-
ceitos abstratos mais tangíveis e compreensíveis” (p. 595). Este
ponto de vista é corroborado por Freitas (2020), que, em sua
dissertação, explora a atitude e intenção de adoção da RV por es-

324
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

tudantes do ensino superior, concluindo que “a disposição para


utilizar a RV como ferramenta de aprendizado é alta, especial-
mente quando os estudantes percebem os benefícios potenciais
para sua compreensão e retenção de conhecimento” (p. 45).
No entanto, a implementação efetiva dessas tecnologias
no ambiente educacional requer uma revisão e adaptação dos
currículos existentes. Ferreira e Santos (2020) fornecem um
exemplo prático da aplicação de RV e realidade aumentada (RA)
no ensino de Química, onde “a utilização dessas tecnologias não
apenas melhorou a compreensão dos alunos sobre conceitos
complexos, mas também aumentou seu interesse e motivação
para aprender” (p. 370). Isso sugere que a integração de tecno-
logias digitais no currículo pode ter um impacto positivo signifi-
cativo na experiência de aprendizagem dos alunos.
Apesar dos benefícios evidentes, a introdução de novas
tecnologias e metodologias no ensino superior apresenta desa-
fios. Oppermann (2021) aborda as dimensões de imersão e pre-
sença em ambientes de RV, destacando a importância de consi-
derar “as implicações pedagógicas da imersão tecnológica para
garantir que a tecnologia sirva como um complemento, e não
como um substituto para o ensino tradicional” (p. 8). Este é um
ponto crucial, pois enfatiza a necessidade de equilibrar a inova-
ção tecnológica com os métodos pedagógicos que promovem a
interação humana e o desenvolvimento de habilidades críticas.
Portanto, o desafio para as instituições de ensino superior
reside na adoção de novas tecnologias e na capacitação de
educadores para utilizá-las de forma eficaz. Como tal, é essencial
desenvolver programas de formação docente que abordem tanto
aspectos técnicos quanto pedagógicos do uso de tecnologias

325
Inclusão Integral

digitais em ambientes educacionais. Através de um esforço


colaborativo entre educadores, desenvolvedores de tecnologia e
pesquisadores será possível maximizar o potencial das ferramentas
para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, mantendo
um equilíbrio entre inovação tecnológica e prática pedagógica.

Os resultados desta análise indicam que, apesar dos de-


safios inerentes à adoção de novas tecnologias no ensino, a inte-
gração de ferramentas digitais como a RV pode oferecer benefí-
cios significativos em termos de engajamento dos estudantes e
eficácia da aprendizagem. Os estudos examinados demonstram
que a gamificação, imersão e interatividade proporcionadas pela
RV podem facilitar a compreensão de conceitos complexos, tor-
nando o processo de aprendizagem mais atraente e efetivo. No
entanto, também se observou a necessidade de adaptar os cur-
rículos para incorporar essas tecnologias de maneira que com-
plemente os métodos de ensino tradicionais, sem substituí-los.
A análise revelou a importância de preparar os educado-
res para o uso eficiente dessas tecnologias. A capacitação docen-
te deve abordar o domínio técnico das ferramentas digitais e a
integração pedagógica, assegurando que a tecnologia seja utili-
zada para potencializar e não diminuir a qualidade da educação.
Em suma, este estudo destaca a relevância da RV e outras tecno-
logias digitais na renovação dos métodos pedagógicos e currícu-
los no ensino superior. A implementação bem-sucedida dessas

326
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

inovações exige planejamento que inclua a revisão curricular, a


capacitação de professores e avaliação contínua dos impactos
na aprendizagem dos estudantes. Ao enfrentar esses desafios, as
instituições de ensino superior podem melhorar a qualidade da
educação oferecida e preparar seus alunos de forma eficaz para
os desafios do futuro. Assim, a integração de tecnologias digitais
no ensino superior apresenta-se como um caminho promissor,
embora complexo, para a evolução do processo educacional.

AGUNE, P., RODRIGUES, V. G., KUNINARI, R. F., ZANESKI, M., ARAÚ-


JO, M. V., & NOTARGIACOMO, P. Gamificação associada à Realidade
Virtual no Ensino Superior: Uma revisão sistemática. XVIII SB-
Games. SBC – Proceedings of SBGames. 2019. Rio de Janeiro, RJ.

FERREIRA, J. B., FREITAS, C. P. C., FALCÃO, R. P. Q., FREITAS, A.


S., & GIOVANNINI, C. J. Adoção de Realidade Virtual como Ferra-
menta de Aprendizado no Ensino Superior. Revista Ibérica de
Sistemas e Tecnologias de Informação, 2022, (50), 591-604.

FERREIRA, L. C., & SANTOS, A. L.Realidade virtual e aumentada:


um relato sobre a experiência da utilização das tecnologias no
Ensino de Química. Scientia Naturalis, 2020, 2 (1), 367-376.

FREITAS, C. P. C. A realidade virtual e sua adoção no ensino


superior: atitude e intenção de adoção da realidade virtual por
estudantes do ensino superior (Dissertação). Pontifícia Universi-
dade Católica do Rio de Janeiro, Dep. de Administração. 2020.

OPPERMANN, D. Realidade Virtual, imersão e presença: di-


mensões futuras no ensino superior. São Paulo: Núcleo de Pes-
quisa em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo
(NUPRI). 2021.
327
CAPÍTULO 17

Alberto da Silva Franqueira


Francisco José dos Santos
Jéssica da Cruz Chagas
Liliam Gilsinei de Oliveira Gonçalves
Nilcélio de Mello Aires
Paulo Edson Cutrim Silva
Rodrigo Rodrigues Pedra
Silvanete Cristo Viana
Inclusão Integral

O ensino a distância passou por diferentes gerações, ini-


ciando-se o ensino através do material impresso e entregue por
correspondência, para realização de estudos em casa, como tam-
bém para tirar dúvidas (primeira geração); Uso do rádio e tele-
visão chegaram como novas formas de ensino a distância (se-
gunda geração); Novos recursos humanos, integração de novas
tecnologias e material impresso são incrementados como novos
recursos que marcaram a terceira geração; a pujante expansão
da internet no mundo resultou na maior comunicação entre do-
centes e estudantes, a teleconferência e audioconferência mar-
caram esse período (quarta geração); O acesso e rede mundial
de computadores, textos, áudios e vídeos em um único meio de
comunicação, uso do AVA entre outros, marcaram a quinta gera-
ção, no qual estão mais presentes no ensino a distância no atual
cenário (Duarte, 2011).
Ainda sobre a história do surgimento e desenvolvimento
do ensino a distância Duarte destaca sobre esse processo:
A educação a distância tem uma longa histó-
ria de sucessos e fracassos. Sua origem está
nas experiências de educação por correspon-
dência iniciadas no final do século XVIII e com
largo desenvolvimento a partir de meados do
século XIX, chegando atualmente a utilizar
várias mídias, desde o material impresso até
os simuladores on-line, com grande intera-
ção entre o aluno e o centro produtor, quer

330
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

fazendo uso de inteligência artificial quer por


comunicação síncrona entre professores e
alunos (Duarte, 2011, p.18).

No Brasil, as tecnologias de comunicação proporciona-


ram a evolução do ensino a distância no território, onde novas
experiências foram aplicadas para os alunos em sala de aula,
como também por meio da televisão. De acordo com Alves (2011,
p.87) “Provavelmente, as primeiras experiências em Educação
a Distância no Brasil tenham ficado sem registro, visto que os
primeiros dados conhecidos são do século XX”. Segundo Gomes
(2000), conforme citado por o Duarte (2011, p.18) “o programa
da Rede Educativa de Televisão, em 1991, o Salto para o Futuro,
constituiu essa primeira experiência, na qual os telespectado-
res podiam assistir às aulas, indo aos telepostos.” A Fundação
Roberto Marinho é um exemplo, lançou programas educativos,
criação da Tv Escola e Canal Futura, transmitindo conhecimento
para as escolas brasileiras.
No ensino das escolas e universidades há objetivos a se-
rem alcançados através da organização, uso racional dos recur-
sos, controle e planejamento. É importante a eficácia e a eficiên-
cia, conforme enfatiza Mill, Silva e Almeida (2018, p.6) “A Gestão
de Sistemas de EaD, assim como a gestão em outros tipos de
organização, precisa contemplar os aspectos de planejamento,
organização, direção e controle do processo – considerando a
disponibilidade de recursos materiais, físicos, técnicos ou huma-
nos.” Segundo Maximiano (1997, p.16) conforme citado por Mill,
Brito, Silva e Almeida (2018, p. 4) analisa a importância da admi-
nistração dos recursos e objetivos a serem praticados:

331
Inclusão Integral

1. Planejamento: abrange decisões sobre objetivos,


ações futuras e recursos necessários para realizar obje-
tivos;
2. Organização: compreende as decisões sobre a divisão
da autoridade, tarefas e responsabilidades entre pessoas
e sobre a divisão dos recursos para realizar as tarefas.
3. Direção ou coordenação: significa ativar o compor-
tamento das pessoas por meio de ordens, ajudando-as a
tomar decisões por conta própria;
4. Controle: compreende as decisões sobre a compati-
bilidade entre objetivos esperados e resultados alcança-
dos. (Mill, Brito, Silva e Almeida, 2018, p. 4)

Assim como o crescimento do ensino EaD, a isenção da in-


teligência artificial no ramo da educação está ganhando cada vez
mais proporção. Percebe-se atualmente que os estudantes estão
preferindo realizar leitura na tela do computador, tablet ou celu-
lar e quando precisam realizar alguma pesquisa para elaboração
de trabalho buscam as plataformas digitais de dados, deixando
de lado um pouco a utilização de materiais físicos como livros.
Apresentando conceitos sobre inteligência artificial os
autores Pereira, Lehmann e Oliveira enfatizam:
Os sistemas de inteligência artificial (IA) e
as máquinas aprendentes (ML) constituem
um tipo de tecnologia muito diferente das
tecnologias de primeira geração, que são
manejadas pelo homem para complementar
suas capacidades. As tecnologias de segunda
geração são sistemas de outra ordem, subs-
tituem as capacidades humanas e só estarão

332
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

a serviço do homem se formos capazes de as


enquadrar no nosso modo de vida (Pereira,
Lehmann e Oliveira, 2021, p. 979)

Tavares, Meira e Amaral reiteram sobre as novas possibi-


lidades da inteligência artificial:
O significativo avanço tecnológico abre possi-
bilidades a uma era em que a Inteligência Ar-
tificial (IA) está transformando a sociedade e
essas transformações estão ficando cada vez
mais nítidas. Sistemas de localização, siste-
mas de entretenimento por stream, bots em
canais de atendimento, redes sociais e smar-
tphones são apenas alguns dos exemplos nos
quais podemos notar sua influência (Tavares,
Meira e Amaral, 2020, p. 48.700)

A inteligência artificial tem importante potencial cola-


borando com a aprendizagem do aluno e com a metodologia
de trabalho dos professores. Pode-se citar como exemplos sua
aplicação na área da educação a aprendizagem adaptativa, gami-
ficação, mineração de dados, ambientes virtuais, jogos moder-
nos, sistemas de tutoria inteligente e sistemas de recomendação
Tavares, Meira e Amaral (2020). Como professora de arte e pe-
dagogia, pode-se utilizar a plataforma Artrendex, The Next Rem-
brandt, Artificial Intelligence Virtual Artist, Artpmatix ou Run-
way. Ainda sobre a temática pode-se citar autores como Rose
Luckin, Ryan Baker, Neil Selwyn, Roger Azevedo e Martin Ebner
como importantes escritores sobre a temática.
Para a elaboração deste papper utilizou-se a pesquisa bi-

333
Inclusão Integral

bliográfica sobre o objeto estudado, com consulta dos materiais


disponibilizados pela Must Universy, assim como materiais com-
plementares como artigos científicos e dissertações de mestrado
pesquisados nas plataformas Google acadêmico e Scielo, também
se foi a campo para identificação de inclusão da inteligência ar-
tificial na unidade de ensino CEEFMTI Conde de Linhares, loca-
lizado em Colatina/ ES. O desenvolvimento do trabalho se dará
a partir da apresentação de ideias de autores e conceitos, poste-
riormente a apresentação dos dados coletados na pesquisa.

Machado (2021) trata em sua pesquisa o uso da inteli-


gência artificial e traz como destaque o uso dos rankings edu-
cacionais:
A utilização dos rankings educacionais, de
imediato, poderia ser feita de modo auto-
mático e constante, com a inserção de dados
relacionados à produção dos alunos e pro-
fessores para que, com isso, a aferição dos
resultados permitisse perceber quem está
ensinando melhor e porque isso acontece
naquele país especificamente. O comparti-
lhamento rápido, por meio da rede mundial
de computadores, de planos e estratégias de
aula, modelos de avaliação, portfólios de pro-
dução docente, registros das realizações dos
alunos, organização curricular, sistema de

334
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

gestão das unidades educacionais, recursos


materiais e tecnológicos usados nas escolas
e tantos outros indicadores poderiam orien-
tar ações educacionais nos quatro cantos do
mundo. (Machado, 2021, p. 8).

De acordo com Rumble (2003) conforme citado por Mill,


Brito, Silva e Almeida (2018) enfatizam que assim como na edu-
cação presencial, há a necessidade de atuação do gestor da mo-
dalidade EaD, com bom planejamento, organização, controle e
execução dos trabalhos, detectando possíveis erros e promoven-
do aperfeiçoamento, conforme figura 1:

Figura 1 – Organograma do Ciclo dinâmico da gestão de projetos

Fonte: Mill, Brito, Silva e Almeida, 2018, p.6

Ainda deve-se ser considerado como elemento indis-


pensável para um gestor a estrutura do sistema de educação a
distância e o planejamento estratégico e suas fases. Colombo et
al. (2004, p.20) conforme citado por Mill, Brito, Silva e Almeida

335
Inclusão Integral

(2018) apresenta um diagrama sobre esse processo de planeja-


mento estratégico, como mostra a Figura 2:

Figura 2 - Proposta de planejamento estratégico e suas etapas


conforme Colombo et al. (2004, p.20)

Fonte: Mill, Brito, Silva e Almeida, 2018, p.7

Para melhor compreensão da estrutura institucional para


o ensino a distância (figura 3) a figura traz de forma detalhada
essa estrutura, realizada através da pesquisa de Mill, Brito, Silva
e Almeida (2018):

336
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Figura 3 – Estrutura Institucional da educação a distância

Fonte: Fonte: Mill, Brito, Silva e Almeida, 2018, p.10

Torres, Meia e Amaral (2020) abordaram em suas pes-


quisas as tendencias de estudos de IA na educação (figura 4):

Figura 4 – Tendencias de estudos de IA na educação

Fonte: Torres, Meia e Amaral, 2020, p. 48.709

Identifica-se na pesquisa a maior ocorrência da IA na


educação (39%), seguido de tutores (17%), Machibe Learn (6%),
ensino e inovação (5%), adaptativo (5%), data mining. (4%), ga-
ming (3%), robótica (3%), educação médica (2%) diagnósticos
337
Inclusão Integral

(2%) e Iot e IA (2%). Bates (2015) conforme citado Tavares,


Meira e Amaral (2020, p. 48.701) “define a inteligência artificial
como a representação em software dos processos mentais usa-
dos na aprendizagem de humanos.” Pereira, Lehmann e Olivei-
ra (2021, p. 980) definem a “inteligência artificial geral existe
quando o sistema tem um processador adequadamente progra-
mado, uma ‘mente’, com entradas e saídas corretas, no sentido
em que os humanos têm mentes.”
A inteligência artificial, conforme matéria do site Terra,
postada em 2019, por Gomes e Balmant, mostrou que a tecno-
logia é utilizada para prevenção e solução de possíveis proble-
mas da comunidade escolar, como exemplo do Colégio Ari de Sá,
localizada na capital do Ceará, Fortaleza/ CE, que desde 2016
adotou o jogo tarefa on-line da plataforma SAS Educação, sendo
utilizado como foco para avaliação para os períodos do 4° ao 9°
ano e para alunos do terceiro ano do ensino médio. As contri-
buições da plataforma são diversas, como identificar o nível do
aluno e sua aprendizagem de forma “divertida”, conforme desta-
ca em matéria da diretora de ensino do Colégio. A diretora ainda
enfatiza que os alunos engajam mais com a obtenção de notas
através dos jogos no qual foi identificado que o desempenho é
maior que as provas tradicionais.
Agora como exemplo próximo da minha realidade, cito
a utilização da plataforma Repertório Enem (figura 5) que
inclui inteligência artificial, lançando notas automaticamente
e é possível analisar o desempenho do estudante do Colégio
CEEFMTI Conde de Linhares, na qual atuo na área de linguagens,
com foco nos alunos do 3° ano do ensino médio, entretanto a
plataforma não é totalmente gratuita, para utilizar alguns

338
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

recursos como assistir aos vídeos, é necessário assinar. Pereira,


Lehmann e Oliveira (2021, p. 979) apresenta essa realidade:
Quando existe IA? Como primeira resposta,
existe IA quando a máquina exibe compor-
tamento inteligente, isto é, responde ao am-
biente e age com probabilidade de sucesso.
Exemplos: interagir adequadamente numa
conversa; competir em jogos estratégicos,
como xadrez e Go; interpretar dados comple-
xos. Nesses casos, está-se perante um sistema
de IA, que pode ser restrita ou geral. (Pereira,
Lehmann, Oliveira, 2021, p. 979)

Figura 5 – Plataforma Repertório Enem

Fonte: https://repertorioenem.com.br/01-2/

339
Inclusão Integral

Conclui-se que a educação a distância passou por dife-


rentes gerações e que o surgimento de unidades de educação
com esta funcionalidade está surgindo de forma expressiva com
o advento do desenvolvimento da tecnologia que proporciona
alto nível de comunicação. O incremento da inteligência artifi-
cial está contribuindo em diferentes formas no processo de en-
sino e aprendizagem EaD, benefícios que também são aplicados
no ensino presencial/ híbrido, como exemplo de sucesso o Colé-
gio Ari de Sá Cavalcante em Fortaleza/ CE e o Colégio CEEFMTI
Conde de Linhares que utilizam plataformas inovadoras para o
ensino diferenciado.

ALVES, L. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e


no mundo,2011. 83-92.

DUARTE, Z. M. C. Educação a distância (EAD): Estudo dos fato-


res críticos de sucesso na gestão de cursos na região metropoli-
tana de Belo Horizonte na visão dos tutores. Dissertação de mes-
trado, Universidade Fumec, Belo Horizonte, MG, Brasil. 2011.

GOMES, A.; BALMANT, O. Inteligência artificial nos colégios.


2019. 13 out. 2023, https://www.terra.com.br/noticias/edu-
cacao/inteligencia-artificial-nos-colegios,23a7218c38451cd3c-
cbe2a0e25c490094d9v9aar.html. Acessado em 8 mar. 2023.

340
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

MACHADO, J. L. A. Inteligência artificial e educação, 2021, 1-22.

MILL, D; BRITO, N. D.; SILVA, A. R.; ALMEIDA, L. F. Gestão da


educação a distância: noções sobre planejamento, organiza-
ção, direção e controle de educação a distância, 2018, 1-15.

PEREIRA, A.; LEHMANN, L.; OLIVEIRA, M. O desafio das tecno-


logias de inteligência artificial na Educação: percepção e ava-
liação dos professores, 2021, 975-999.

TAVARES, L. A.; MEIRA, M. C.; AMARAL, S. F. Inteligência artifi-


cial na educação: Survey, 2020, 48699-48714.

341
CAPÍTULO 18

Dayana Passos Ramos


Adilson Sousa da Silva
Álvaro Raphá Lemos Guerra
Anderson Amaro Vieira
Carina Pasini Col
Karlla Cristina Trindade
Michael de Bona
Sttela Maris Sell Salas
Inclusão Integral

A avaliação pode ser vista como uma ferramenta usada pe-


los professores para determinar as dificuldades de aprendizagem
e o nível de desempenho de um aluno. Para explicar essa palavra,
é necessário considerar suas definições e os intentos que podem
ser alcançados com seu uso. Mas como a percepção desse tema
em um contexto educacional influi o tipo de avaliação e como o
conteúdo é aprendido? O caminho tradicional envolve treinamen-
to com treinamento prático. Preste atenção especial aos professo-
res que proveem conteúdo e aos alunos como destinatários.
As notas estão relacionadas às escolas e ajudam a criar
uma hierarquia superior com base no desempenho do aluno que
é classificado, comparado e selecionado a partir de critérios defi-
nidos pelo professor. No entanto, a avaliação e o monitoramento
são questões sobre as quais nem o sistema nem os professores
pensam. Existe uma ligação entre avaliação e aprendizagem que
garante que a aprendizagem é relevante quando a avaliação é
significativa no processo. Em outras palavras, deve haver coope-
ração entre professores e alunos. Os progressos nas tecnologias
de informação e comunicação alimentam a necessidade de no-
vos métodos de ensino e avaliação que fomentem as iniciativas
dos alunos. Assim, os órgãos avaliadores podem reconhecer as
parte do processo de ensino e a autonomia dos alunos e respon-
sabilizá-los pelo desenvolvimento de seus conhecimentos.
Os professores são muito importantes na aprendizagem
de um assunto e ensinar é uma ação que ajuda todos a aprender

344
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

mais veloz. Consequentemente, pode-se argumentar que não é a


tecnologia em si que causa a aprendizagem, mas a forma como o
professor e os alunos interagem com ela. Considerando o cená-
rio anterior, recomendamos o estudo do formato de vídeo como
objetivo geral, capaz de facilitar uma avaliação inovadora que es-
timula a busca por novos conhecimentos e a autonomia dos alu-
nos durante o ingresso. Centro do processo de aprendizagem?
Para isso, foi necessário criar e explicar aos alunos os critérios
que norteariam a avaliação, apresentar detalhadamente o site
Canva, o formato de vídeo e os documentos em formato A4, ter
as funcionalidades necessários para desenvolver uma animação,
propor pesquisas, bem como estabelecer um prazo para a apre-
sentação dos trabalhos. A relevância deste estudo está na pos-
sibilidade de fornecer informações e estimular a reflexão sobre
métodos de avaliação estimulantes, construtivos e interessantes
no ensino técnico em tempo versus ensino médio.
Através do uso do método baseado na análise, a ferramenta
escolhida foi o Canva e os métodos aplicados foram o GIDE – Ad-
ministração Escolar integrada, seu método, indicador, objetivos e
resultados esperados, bem como as experiências da implantação
do sistema de gestão - PDCA - Essa ferramenta é tão eficaz que se
tornou um dos parâmetros avaliados na norma ISO 9001:2015,
que avalia a gestão da qualidade de grandes empresas e escolas.

O uso do método PDCA permite atingir um nível é uma “es-


cola eficaz” porque lhe dá o controle sobre as notas necessários
345
Inclusão Integral

para o sucesso do aluno. Assim, a equipe gestora e docentes pro-


curarão o contributo de toda a comunidade escolar, na construção
e aplicação de padrões de qualidade, para os atingir como padrões
que permitam melhoria progressiva da qualidade do ensino. Para
Godoy (2009, p. 20) “utilização do método PDCA tem se mostrado
uma excelente estratégia de economia de tempo. Administração
consistente e orientada para resultados nas escolas”.

.
Figura 1: Método PDCA na Gestão Integrada da Escola – GIDE

Legendas:
Este diagrama mostra as etapas e subetapas do PDCA.
P = Plan = Planejar.
Estabelece as metas.
Elaborar os planos de ação.
D = Fazer = Executar o plano.
Educar e treinar para executar os planos.
Executar o trabalho conforme os planos elaborados.
C = verificar = verificar resultados.
Avaliar a execução das ações.

346
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Avaliar os resultados.
A = ACT = ação corretiva ou padronização de boas práticas.
Padronizar as ações bem sucedidas.
Tratar os desvios de resultados.

Teoricamente, a implementação do método deve come-


çar na fase de planejamento, conforme Godoy (2009, p. 24) “co-
meça com a fase de planejamento do PDCA, o estabelecimento
do Ponto de Referência, quando o professor analisa a situação
geral, determina os objetivos, missão, visão e critérios de ação.

Segundo Oliveira (2001, p. 35) “um sistema é um


conjunto de partes interagentes e interdependentes que juntas
formam um todo unificado com determinado intento e exercem
determinada função”. O sistema pode ser aberto ou fechado.
Padoveze (1997, p.36) “afirma que os sistemas fechados
não interagem com o ambiente externo, enquanto os sistemas
abertos caracterizam-se pela interação com o ambiente externo,
suas entidades e suas variáveis”. Segundo Campos (2009, p. 28),
“um sistema de gestão é um conjunto de ações inter-relaciona-
das de forma a atingir os resultados da empresa. Essas partes in-
terligadas, por sua vez, devem seguir cada uma o procedimento”.
Por fim, a implementação de um sistema de gestão numa
organização ou dentro da sala de aula é necessária para que todos
contribuam para a sua melhoria contínua e inovação de forma a
maximizar bons resultados. Segundo Godoy e Murici (2009, p. 15)

347
Inclusão Integral

“O GIDE é um sistema integrado de gestão


escolar que integra os aspectos estratégicos,
políticos e gerenciais do campo educacional,
com foco nos resultados da atividade final do
processo ensino-aprendizagem.”. Foi dividido
em: condições ambientais e ensino e apren-
dizagem (meios que afetam muito os resul-
tados. Novos desenvolvimentos do GIDE no
processo de métodos de controle PDCA.

Fase de planejamento (P - plano): a implementação do


GIDE começa com o desenvolvimento do quadro de referência,
ou seja, o professor analisa a situação geral atual, define seus
objetivos, missão, visão e critérios de ação, que orientam todas
as direções. o trabalho pedagógico. Em seguida, o professor faz
uma diagnose dos resultados utilizando o indicador e posterior-
mente o planejamento estratégico, analisando seus pontos for-
tes e fracos, oportunidades e ameaças.
Após a diagnose o docente deve estabelecer objetivos
plurianuais e anuais, definindo também os meios para os atingir
através do desenvolvimento de planos e estratégias de ação (BID).
Fase de Implementação (D - Do): Nesta etapa, você deve
concluir as atividades do plano de ação previamente elaborado
com sua proposta de curso (BID).
Fase de validação (C-Check): Validar se o plano foi imple-
mentado corretamente e os resultados parciais alcançados (BID).
Actividade Corretiva (A – Actividade): Se a ação não for
conforme o planejado e houver um desvio do resultado tome
ações corretivas, ou seja, contramedidas que são aplicadas à
causa do desvio para que ele não se repita e que o resultado final
seja aceitável. Se as ações foram bem sucedidas e os resultados

348
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

obtidos, padronizar as práticas que levaram ao sucesso para que


outros colaboradores possam utilizá-las, garantindo assim a ma-
nutenção e obtenção de novos resultados.

Trata-se de um estudo qualitativo, pois requer uma com-


preensão do fenômeno em termos de matéria”, aplicado, pois sua
intenção era fazer “descobertas ou novas formas de interpretar
algo para ser utilizado imediatamente” (Malheiros, 2011, p. 31).
Além de gerar novos conhecimentos sobre a aplicação
prática da tecnologia para estimular a avaliação diferenciada
e responder a seguinte questão sobre o Canva, pode promover,
em formato de vídeo, uma avaliação inovadora que estimula a
exploração de novos conhecimentos e adapta a autonomia dos
alunos aos centros do processo de aprendizagem?
Além disso, utilizou-se como procedimento técnico a ob-
servação participante, em que a professora pesquisadora atua
no local onde a enquete foi realizada especificamente, em uma
escola pública, localizada em área central, no município de Cola-
tina., que atende clientes da periferia.
Este trabalho é de natureza exploratória, pois visa enten-
der como o Canva pode ser usado para ensinar avaliação de ino-
vação. Proveja uma solução de vídeo para medir a inovação com
o Canva. Segundo Gil (2007, p. 18) “a enquete preliminar inclui
uma revisão bibliográfica para apoiar a direção do planejamento.

349
Inclusão Integral

Da mesma forma, Costa (2003, p.01) argumenta que o uso das TIC
tem contribuído para mudanças nas salas de aula e no ensino.
O uso dessas tecnologias é importante não
apenas para o benefício do professor em ter-
mos de seu desenvolvimento profissional,
mas, principalmente, para poder utilizá-las
com seus próprios alunos, proporcionando-
-lhes situações de aprendizagem inovadoras
e mais interessantes. mais próximo da reali-
dade circundante.

A avaliação com este recurso foi utilizada na aula técnica


e ensino médio (1º EMADM) modalidade EJA após uma conversa
entre a professora e a turma na qual ela explicou a ferramenta
a ser utilizada, o tema do trabalho, os critérios de avaliação e
a divisão do trabalho. A seleção das turmas como participantes
deste estudo, nos resultados obtidos, foi verificada durante as
correções feitas pela professora que levou em consideração os
critérios criados e apresentados à turma. Villas Boas (2008, p.
33) concorda com os autores citados e afirma a importância da
participação do aluno na avaliação.
Usando a participação do aluno na avaliação
como um espelho para ver o crescimento pode
ser uma ferramenta poderosa para edificar
confiança. Alguns professores podem pergun-
tar: “Não é esse o trabalho do professor Isso
não significa “muito fácil” para os alunos. De
acordo com a concepção tradicional de ava-
liação, sim, porque seu objetivo é qualificar e
simplesmente passar ou reprovar o aluno.

Santaella (2013, p.33) destaca que é imprescindível que os


professores utilizam a tecnologia no ensino e na aprendizagem
350
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

para estimular o desenvolvimento das aptidões e raciocínio dos


usuários para lidar com as demandas do dia a dia. Assim, para
oferecer uma avaliação inovadora que coloque o sujeito no centro
do processo de aprendizagem é indispensável que o professor
aprenda a usar diferentes metodologias, como tecnologias da
informação e comunicação, para então, ensinar o letramento
digital que possibilitará ao sujeito socializar-se com outros
indivíduos, adquirir maior conhecimento, realizar “novos tipos de
trocas simbólicas”, que darão acesso à diferentes bens culturais,
resultará na produção de conhecimento (Silva, 2009, p.22).
Dessa forma, os professores podem planejar várias abor-
dagens de avaliação para envolver os alunos na geração digital.
Nesta primeira etapa, o professor torna-se um letrado digital. As
quatro primeiras aulas são expostas para levar os alunos a passar
no teste, ou seja, aprender a usar os recursos anteriores e outros.
Em cada cena que eles criam na prática. Também selecionam arte
africana e indígena sobre o tema “Educação nas relações Étnicas
e Transmissão da História e Civilização Afro-Brasileira aos Afri-
canos e povos indígenas”. O estudo selecionou critérios usados
para testar o aprendizado. As normas aplicáveis são: Crie anima-
ções usando o Canva (formato de vídeo). tipos de artes africanas
e locais. Criatividade; Dados da pesquisa (país, população, moe-
da, sistema de governo, religião, caráter para apresentar infor-
mações sobre os três principais atrativos turísticos, gastronomia,
esportes dominantes, banner (o significado de suas cores e deta-
lhes), eventos populares, introdução do nome da escola identifi-
cador do aluno e nome do país na primeira cena, a qualidade da
informação fornecida e a duração da animação.
Os dados coletados e analisados neste estudo são resultados

351
Inclusão Integral

da enquete online criada com o Google Forms e disponível no


Google Classroom. O questionário consiste num esclarecimento
das condições de consentimento, seguido de 14 questões
(fechadas e abertas) abrangendo as variáveis mencionadas.
Uma das perguntas foi “Como você se sente ao criar ani-
mações no Canva?” Perguntas sobre sua experiência na criação
de animações. Em geral, os alunos acham útil e enfatizam que
usarão o conhecimento adquirido para concluir tarefas futuras.
Eles também contaram como descobriu novos métodos de apre-
sentação, como edição de vídeo, estudo e oportunidades de es-
tudo, e como gostou do processo. Segundo Oliveira (2009, p.14)
“ele afirma que aprender implica na interdependência dos envol-
vidos no processo ensino-aprendizagem. A mediação docente é
importante nesse processo, mas não é a única no sentido de que
os alunos podem ajudar uns aos outros de forma colaborativa”.
Nossas respostas mostram que a experiência de realizar
uma avaliação inovadora, mediada pelo uso do Canva, promoveu
a confiança na medida em que os alunos participaram de seu
processo de aprendizagem, conforme Villas Boas (2008, p.19).

Depois de conhecer o método PDCA, impossível não perce-


ber a eficiência de sua aplicabilidade e seria inaceitável desconsi-
derar as possibilidades elencadas pelas partes que o constituem.
Como se observa “Indicadores bem concebidos, que sejam apro-
priadamente utilizados, podem servir como incentivos positivos

352
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

para o desenvolvimento da aulas e dos métodos de avaliações.


As variáveis elencadas, que são: apresentação dos cri-
térios avaliativos letramento digital ofertado pela professora,
conhecimento prévio da ferramenta Canva, no formato vídeo,
pelos alunos, mediação e visão dos alunos sobre a avaliação apli-
cada foram averiguadas durante a pesquisa. Portanto, os alunos
foram protagonistas de sua aprendizagem, estiveram no centro
do processo, desenvolveram sua autonomia, criatividade, novos
saberes através da pesquisa sobre um país e suas culturas.
Também, tiveram a oportunidade de aprender sobre o
que escolheram para pesquisa, tomando como norte critérios e
descritores pré-estabelecidos e apresentados pela professora. Os
dados obtidos através do formulário aplicado mostram que a me-
diação faz parte do processo de ensino-aprendizagem, que é im-
portante criar modelos da tarefa requerida, apresentar critérios
e descritores que serão usados na avaliação. O envolvimento dos
alunos foi constatado durante as dez aulas usadas para orienta-
ção e execução da tarefa. Foi uma experiência que impactou nos
resultados quantitativos, tornando os positivos, e mostrou o inte-
resse dos alunos, ou seja, os 17 alunos que participaram das aulas
presenciais, entregaram os links das animações. Os estudantes se
divertiram e se sentiram confiantes com o desafio lançado, algo
que não acontece com a aplicação de uma prova tradicional.
O letramento digital é essencial, pois o professor comparti-
lha o que sabe e pode aprender com os alunos, coisas novas sobre
o recurso tecnológico adotado. Ademais, é importante procurar
saber o que os alunos acham da experiência da qual estão par-
ticipando para que novas avaliações possam ser planejadas com
o intuito de inovar o processo de verificação da aprendizagem,

353
Inclusão Integral

estimular o interesse dos alunos, corroborando com o trabalho


colaborativo, algo que é requerido no mundo do trabalho.
Esperamos que esse trabalho sirva como inspiração de
uma nova forma de avaliar, não só na educação profissional, mas
em outras modalidades de ensino. A partir deste estudo preten-
demos propor formas de avaliar, buscando colocar o aluno como
centro do processo, despertando-lhe o interesse em criar, de se
divertir de forma prazerosa, aprender sobre diferentes assuntos
que lhes possam ser apresentados. Portanto, concluímos que a
avaliação aplicada foi exitosa, pois os alunos gostaram da expe-
riência, participaram prontamente, conheceram um pouco da
cultura do país pesquisado, obtiveram bons resultados quanti-
tativos e se ajudaram no decorrer da experiência supracitada.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, 20 dez. 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média


e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino
Médio, Códigos e Linguagens e suas Tecnologias, Brasília, 2000.

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desempeño de gestión para mejorar el desempeño de los proye-
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354
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

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Atlas. 2007.

GODOY, M. H. P. Coelho de; CHAVES, N. M. Dias. Índice de Forma-


ção de Cidadania e Responsabilidade Social para Aplicação na
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GODOY, M. H. P. C. de, MURICI, I. L. (2009) GIDE: Gestão Integra-


da da Escola – Balizada pelo Índice de Formação de Cidadania e
Responsabilidade Social. Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços.

MALHEIROS, B. T. Metodologia da Pesquisa em Educação. Rio


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OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas, Organização e Métodos. São Pau-


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VILLAS BOAS, B. M. de F. Virando a escola do avesso por meio


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PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque e


sistemas de informação contábil. São Paulo: Atlas. 1997.

355
CAPÍTULO 19

Emanuel Nascimento Nunes


Antônio da Cruz Moura
Ítalo Martins Lôbo
Jéssica da Cruz Chagas
Márcia Santos Freitas Leboreiro
Maurilho de Lima Gonçalves
Viviane Alves Campos
Wanderson Teixeira Gomes
Inclusão Integral

Na contemporaneidade, observa-se uma evolução cons-


tante nas metodologias educacionais, fruto da necessidade de
adaptação aos novos paradigmas sociais e tecnológicos. Entre
essas inovações, destacam-se a Aprendizagem Baseada em Pro-
blemas (PBL), o design de jogos digitais e o Design Thinking. Es-
tas metodologias representam ferramentas importantes para o
desenvolvimento de competências e habilidades essenciais no
século XXI, especialmente no contexto educacional. A relevância
dessas práticas inovadoras se amplifica quando consideramos o
desafio de promover uma educação inclusiva, capaz de atender
às necessidades diversas de aprendizado.
A justificativa para a adoção dessas metodologias inova-
doras na educação vai além da simples atualização pedagógica.
O cenário globalizado e a sociedade da informação exigem in-
divíduos capazes de pensar criticamente, resolver problemas
complexos, inovar e criar, habilidades estas que são incentiva-
das por tais abordagens. Além disso, a inclusão de estudantes
com necessidades educacionais especiais, como aqueles com
transtorno do espectro autista, torna-se mais eficaz por meio de
práticas que consideram e respeitam as diferenças individuais,
promovendo assim uma aprendizagem significativa para todos.
Diante desse contexto, surge a problematização sobre
como essas metodologias podem ser efetivamente integradas ao
currículo escolar de modo a maximizar seus benefícios para o
desenvolvimento de competências e habilidades nos alunos. Há

358
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

uma lacuna evidente entre o potencial dessas práticas inovado-


ras e sua aplicação prática nas instituições de ensino. A resistên-
cia às mudanças, a falta de formação específica dos educadores
e a escassez de recursos são barreiras que impedem uma imple-
mentação dessas metodologias no ambiente educacional.
Portanto, os objetivos desta pesquisa consistem em: (i)
analisar o impacto da Aprendizagem Baseada em Problemas, do
design de jogos digitais e do Design Thinking no desenvolvimen-
to de competências e habilidades em estudantes; (ii) investigar
como essas metodologias podem ser adaptadas para promover
uma educação mais inclusiva; e (iii) identificar os desafios e as
estratégias para uma integração efetiva dessas práticas inova-
doras no currículo escolar. Através deste estudo, espera-se for-
necer um panorama sobre a aplicabilidade e os efeitos dessas
abordagens pedagógicas inovadoras, contribuindo assim para o
aprimoramento das práticas educativas e para a promoção de
um ensino mais adaptado às demandas do século XXI.

A metodologia deste estudo se baseia em uma revisão de


literatura, processo pelo qual se busca compreender e analisar
as contribuições científicas existentes sobre um determinado
tema. A revisão de literatura envolve a seleção, análise e síntese
de estudos prévios, com o objetivo de identificar padrões,
tendências, lacunas no conhecimento existente e possíveis
direções para pesquisas futuras. Este método permite consolidar

359
Inclusão Integral

o entendimento sobre um campo de estudo, apoiando-se em


evidências já publicadas.
Para a coleta de dados, inicialmente define-se uma
estratégia de busca detalhada, que inclui a identificação de
palavras-chave relevantes e a seleção de bases de dados
acadêmicas e científicas. A busca por literatura envolve tanto
estudos empíricos quanto teóricos relacionados às metodologias
educacionais inovadoras, incluindo Aprendizagem Baseada em
Problemas, design de jogos digitais e Design Thinking, bem como
sua aplicação na educação inclusiva. Os critérios de inclusão
para os estudos podem se basear em aspectos como relevância
temática, qualidade metodológica e ano de publicação,
assegurando a relevância e a atualidade dos dados coletados.
Após a coleta, a análise dos dados se dá por meio da leitura
crítica dos estudos selecionados, onde se examina o contexto de
pesquisa, os métodos utilizados, os resultados encontrados e
as conclusões apresentadas pelos autores. Essa análise permite
identificar as principais contribuições dos estudos para o tema
investigado, além de apontar para convergências e divergências
entre os resultados. Nesse processo, a síntese das informações
coletadas é fundamental para construir uma visão coesa do
estado da arte sobre as metodologias educacionais inovadoras
e sua eficácia na promoção de um aprendizado mais inclusivo e
adaptado às necessidades do século XXI.
Através da revisão de literatura, busca-se fornecer
uma base teórica que sustente a discussão sobre as práticas
pedagógicas inovadoras, evidenciando como estas podem
contribuir para o desenvolvimento de competências e
habilidades, além de promover uma educação mais inclusiva.

360
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Este método permite, portanto, a construção de um arcabouço


teórico que apoia a análise e a compreensão das tendências atuais
e dos desafios existentes na integração dessas metodologias no
contexto educacional.

Dentro do espectro de inovações pedagógicas, a Aprendi-


zagem Baseada em Problemas (PBL) se destaca como uma me-
todologia que incentiva a investigação ativa por parte dos estu-
dantes. Almeida e Ferreira (2020) afirmam que o PBL promove
o desenvolvimento de habilidades cognitivas superiores, como a
capacidade de análise, síntese e avaliação, por meio da exposi-
ção dos alunos a problemas complexos e realistas, os quais eles
devem resolver em um contexto colaborativo. Esta abordagem
é particularmente relevante em cursos técnicos integrados ao
ensino médio, onde a aplicação prática do conhecimento teórico
é essencial para o desenvolvimento profissional dos estudantes.
Segundo os autores, o PBL facilita a transição dos alunos do am-
biente educacional para o mercado de trabalho, preparando-os
de maneira efetiva para os desafios que encontrarão em suas
carreiras.
No que tange ao design de jogos digitais, Alves e Hostins
(2019) evidenciam que esta metodologia pode ser um podero-
so instrumento para o desenvolvimento da imaginação e cria-
tividade em crianças, especialmente em contextos inclusivos.
Através do design de games, estudantes são desafiados a pensar

361
Inclusão Integral

de forma crítica e criativa, enquanto aprendem conceitos curri-


culares de maneira lúdica e envolvente. Araújo e Seabra Junior
(2021) complementam essa visão ao destacar que os jogos di-
gitais, quando bem projetados, podem oferecer oportunidades
significativas para o treino de competências e habilidades em
estudantes com transtorno do espectro autista, promovendo a
inclusão e o engajamento destes alunos no processo de apren-
dizagem. Essa abordagem não só estimula a participação ativa
dos estudantes como também respeita suas individualidades e
necessidades específicas.
Por sua vez, o Design Thinking na educação, conforme ex-
plorado por Filho, Gerges e Fialho (2015), representa uma me-
todologia que encoraja os alunos a se engajarem na resolução
de problemas complexos por meio de um processo iterativo que
envolve empatia, definição, ideação, prototipação e teste. Os au-
tores descrevem que o Design Thinking oferece uma estrutura
para pensar de maneira criativa e inovadora, possibilitando aos
estudantes desenvolver soluções inovadoras para problemas
reais. Este trecho ressalta a importância de adotar uma abor-
dagem prática e centrada no usuário no processo educacional,
promovendo a cognição, a colaboração e a criatividade.
Filho, Gerges e Fialho (2015) elucidam o impacto do De-
sign Thinking na educação, assim, o Design Thinking, aplicado ao
contexto educacional, transforma a sala de aula em um laborató-
rio de inovação, onde os alunos são os protagonistas do processo
de aprendizagem. Ao serem confrontados com problemas reais
e incentivados a desenvolver soluções práticas, os estudantes
experimentam um processo de aprendizado que valoriza tanto
o produto final quanto o processo criativo. Essa abordagem não

362
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

apenas estimula a aquisição de conhecimento técnico e teórico,


mas também desenvolve habilidades essenciais para o século
XXI, como pensamento crítico, trabalho em equipe e resiliência
diante de falhas e erros.
Portanto, a incorporação de metodologias inovadoras,
como o PBL, o design de jogos digitais e o Design Thinking, no
ambiente educacional oferece uma oportunidade para refor-
mular o processo de ensino-aprendizagem. Estas abordagens
promovem uma educação mais engajada, prática e inclusiva,
preparando os estudantes de maneira eficaz para os desafios e
demandas do futuro.

Na investigação das metodologias inovadoras aplicadas


ao contexto educacional, diversos casos práticos e hipotéticos
ilustram o potencial do PBL, do design de jogos digitais e do
Design Thinking em transformar o ambiente de aprendizagem.
Estas abordagens promovem não apenas a aquisição de conhe-
cimento, mas também o desenvolvimento de habilidades impor-
tantes, favorecendo ambientes educacionais inclusivos e diver-
sificados.
Um exemplo prático da aplicação do PBL pode ser ob-
servado em cursos técnicos integrados ao ensino médio, onde
Almeida e Ferreira (2020) destacam sua eficácia, assim, a im-
plementação do PBL estimula a autonomia dos estudantes, ao

363
Inclusão Integral

colocá-los no centro do processo de aprendizagem, e facilita a


aplicação de conhecimentos teóricos em situações práticas, pre-
parando-os de maneira mais efetiva para os desafios profissio-
nais. Este caso evidencia como o PBL promove uma educação
mais ativa e centrada no estudante, enfatizando a resolução de
problemas reais.
No âmbito do design de jogos digitais, Alves e Hostins
(2019) apresentam um caso em que estudantes de uma escola
inclusiva participaram ativamente no design de jogos, o que re-
sultou em um aumento significativo na imaginação e criativida-
de dos alunos, além de uma melhoria na inclusão e na socializa-
ção entre os estudantes com e sem necessidades especiais. Esta
experiência sublinha a capacidade do design de jogos de criar
um ambiente de aprendizado colaborativo e inclusivo.
Araújo e Seabra Junior (2021) reforçam esse ponto ao
discutir a importância dos jogos digitais para estudantes com
transtorno do espectro autista, desse modo, os jogos digitais,
cuidadosamente projetados, podem fornecer um meio eficaz
para desenvolver competências e habilidades sociais em estu-
dantes com transtorno do espectro autista, oferecendo um am-
biente seguro e controlado para o treino dessas habilidades. Esta
observação salienta o papel dos jogos digitais como ferramentas
inclusivas que atendem às necessidades educacionais especiais.
Filho, Gerges e Fialho (2015) explicam o impacto do De-
sign Thinking na educação, portanto, ao adotar o Design Thin-
king, as instituições de ensino transformam-se em espaços de
inovação e criatividade, onde os alunos são encorajados a explo-
rar soluções inovadoras para problemas complexos. Este proces-
so não apenas desenvolve habilidades cognitivas e emocionais,

364
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

como também prepara os estudantes para enfrentar os desafios


da vida real com maior resiliência e flexibilidade. Através desta
abordagem, a educação torna-se mais adaptativa, responsiva às
necessidades dos alunos e alinhada com as demandas do mundo
contemporâneo.
Os estudos de caso e as aplicações práticas demonstram
como o PBL, o design de jogos digitais e o Design Thinking po-
dem ser integrados nos ambientes educacionais para promover
uma aprendizagem mais significativa, inclusiva e adaptada às
necessidades de todos os estudantes. Essas metodologias ofere-
cem caminhos para a superação de barreiras educacionais, enfa-
tizando a importância da inclusão e da diversidade na formação
de indivíduos capazes de contribuir de forma criativa e inovado-
ra para a sociedade.

A implementação de metodologias inovadoras no am-


biente educacional enfrenta uma série de desafios, que vão
desde a resistência à mudança até a falta de recursos. Segundo
Almeida e Ferreira (2020), um dos principais obstáculos é a ne-
cessidade de uma mudança de paradigma por parte dos profes-
sores, que muitas vezes se veem mais como transmissores de
conhecimento do que facilitadores da aprendizagem. Este desa-
fio destaca a importância de uma formação docente que prepare
os educadores para adotar novas metodologias de ensino, como
o PBL, que exigem uma abordagem mais centrada no aluno.

365
Inclusão Integral

Outra barreira é a limitação de recursos tecnológicos dis-


poníveis em muitas escolas. Alves e Hostins (2019) observam que
a falta de equipamentos adequados e acesso à internet de alta ve-
locidade pode impedir a implementação efetiva de metodologias
que dependem de tecnologia, como o design de jogos digitais. Essa
limitação dificulta a adoção das metodologias e amplia a dispari-
dade educacional entre diferentes contextos socioeconômicos.
Além disso, a integração eficaz de metodologias como o
Design Thinking na educação requer uma infraestrutura que su-
porte a experimentação e a iteração, aspectos fundamentais des-
sa abordagem. Filho, Gerges e Fialho (2015) salientam que as
instituições de ensino precisam fornecer espaços que fomentem
a criatividade e a inovação, permitindo aos alunos experimentar
e falhar em um ambiente seguro. Este requisito ressalta a neces-
sidade de repensar o design físico e organizacional das escolas
para apoiar práticas pedagógicas inovadoras.
Araújo e Seabra Junior (2021) projetam uma visão sobre
o futuro da educação com a integração dessas metodologias,
dessa forma, à medida que a tecnologia continua a evoluir, a edu-
cação será cada vez mais personalizada, interativa e inclusiva. As
metodologias inovadoras, como o PBL, o design de jogos digitais
e o Design Thinking, serão fundamentais para preparar os alunos
para um mundo em constante mudança, onde a capacidade de
resolver problemas, de pensar de forma crítica e criativa, e de
trabalhar colaborativamente em ambientes diversificados será
mais valorizada do que nunca. A integração dessas metodolo-
gias no currículo escolar não só enriquecerá a experiência de
aprendizagem, mas ajudará a superar as barreiras educacionais,
promovendo uma educação mais igualitária e acessível a todos.

366
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Portanto, apesar dos desafios na implementação de me-


todologias inovadoras, as perspectivas futuras para a educação
são promissoras. A contínua evolução da tecnologia e a crescente
adoção de abordagens de ensino centradas no aluno prometem
transformar a educação em uma experiência mais personaliza-
da, inclusiva e adaptada às necessidades do século XXI. Para que
esse futuro se torne realidade, no entanto, é essencial superar as
barreiras atuais por meio do investimento em formação docen-
te, infraestrutura e recursos tecnológicos.

As considerações finais deste estudo refletem sobre a


importância e o impacto das metodologias inovadoras na edu-
cação, como a Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), o
design de jogos digitais e o Design Thinking. A análise realizada
indica que essas abordagens têm o potencial de transformar sig-
nificativamente o ambiente de aprendizagem, tornando-o mais
engajador, inclusivo e adaptado às necessidades do século XXI.
A eficácia do PBL em cursos técnicos integrados ao ensino
médio, conforme discutido por Almeida e Ferreira (2020), des-
taca-se como um exemplo de como essa metodologia promove
o desenvolvimento de habilidades analíticas e colaborativas nos
alunos, preparando-os de maneira mais eficaz para os desafios
profissionais. A capacidade do design de jogos digitais de esti-
mular a imaginação e a criatividade, além de facilitar a inclusão
de estudantes com necessidades especiais, conforme observado

367
Inclusão Integral

por Alves e Hostins (2019), é outro indicativo do valor dessas


metodologias inovadoras na promoção de uma educação mais
diversificada e adaptável.
Adicionalmente, o papel do Design Thinking na solução
de problemas complexos e no fomento da criatividade entre os
alunos, explorado por Filho, Gerges e Fialho (2015), ressalta a
importância de uma abordagem educacional que valoriza o pro-
cesso criativo e a experimentação. Estas metodologias, portanto,
enriquecem o conteúdo educacional e desenvolvem competên-
cias essenciais para a vida e para o mercado de trabalho.
Entretanto, a integração dessas práticas inovadoras en-
frenta desafios, principalmente relacionados à resistência à
mudança, à falta de recursos tecnológicos e à necessidade de
reestruturação do espaço físico e curricular das escolas. Superar
esses obstáculos requer um compromisso coletivo de educado-
res, gestores e políticas públicas, visando um investimento con-
tínuo em formação docente e infraestrutura educacional.
Olhando para o futuro, a contínua evolução da tecnologia
e a crescente valorização de habilidades como pensamento crí-
tico, criatividade e colaboração sugerem um cenário promissor
para a educação. A adoção e integração efetiva dessas metodo-
logias inovadoras podem não apenas melhorar a qualidade da
educação, mas também torná-la mais alinhada com as exigên-
cias de um mundo em rápida transformação.
Conclui-se, portanto, que o caminho para uma educação
mais inovadora, inclusiva e eficaz passa pela superação de de-
safios estruturais e pela adoção de uma postura aberta às mu-
danças. A implementação dessas metodologias inovadoras re-
presenta uma oportunidade de repensar e revitalizar o processo

368
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

educacional, preparando os alunos não apenas para enfrentar


os desafios futuros, mas também para atuar como agentes de
transformação em suas comunidades.

ALMEIDA, S. C.; FERREIRA, F. R. Considerações acerca do uso


da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) em um Curso
Técnico Integrado ao Ensino Médio. Revista De Educação Ma-
temática, v. 17, e020049, 2020. Disponível em: https://doi.
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e da criatividade por meio de design de games por crianças na
escola inclusiva. Revista Brasileira de Educação Especial, v.
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ARAÚJO, G. S.; SEABRA JUNIOR, M. O. Elementos fundamentais


para o design de jogos digitais com o foco no treino de compe-
tências e habilidades de estudantes com transtorno do espectro
autista: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Estu-
dos Pedagógicos, v. 102, n. 260, p. 120-147, 2021.

BATES, T. Educar na Era Digital: design, ensino e aprendiza-


gem. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.

FILATRO, A.; CAIRO, S. Produção de conteúdo educacionais:


Design instrucional, tecnologia, gestão, educação e comunica-
ção. São Paulo: Saraiva, 2019.

FILHO, V. F.; GERGES, N. R. C.; FIALHO, F. A. P. Design Thinking,


cognição e educação no século XXI. Revista Diálogo Educacio-
nal, v. 15, n. 45, p. 579-596, 2015.

369
CAPÍTULO 20

Dayana Passos Ramos


Alberto da Silva Franqueira
Silvana Maria Aparecida Viana Santos
Silvanete Cristo Viana
Inclusão Integral

Entende-se que o ensino e aprendizagem no ambiente


virtual tem aumentado de forma considerável, principalmente
após a grave crise sanitária mundial causado pelo Corona Ví-
rus, na qual as entidades de saúde exigiram o máximo de isola-
mento, fazendo com que os educadores buscassem novos meios
diante dessa realidade marcada por diversos desafios, entre eles
a motivação dos estudantes. Conforme Lourenço e Paiva (2010,
p. 133) “No contexto educacional a motivação dos alunos é um
importante desafio com que nós devemos confrontar, pois tem
implicações diretas na qualidade do envolvimento do aluno com
o processo de ensino e aprendizagem.”
Para melhor compressão sobre o tema motivação em am-
biente com pilares tecnológicos, é importante considerar algu-
mas definições de estudiosos da área, assim como definições do
que é um ambiente de aprendizagem. Segundo Rufini, Bzuneck e
Oliveira (2012, p. 53) “A motivação para o aprendizado, no con-
texto escolar, é um assunto que permite a discussão não somen-
te do ponto de vista dos alunos, mas também da perspectiva do
professor.” Para Santos (2018, p.4) “Ambiente de aprendizagem
é composto de recursos, pessoas, treinamento e educação, práti-
cas de desenvolvimento, práticas de aprendizagem experiencial,
e motivação do aluno e autodireção.”
Cuando se habla de ambientes de aprendizaje,
es mucho lo que dice la literatura al respecto,
lo cual parte desde entornos constructivistas y

372
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

tradicionales, espacios virtuales, interacciones


y comunicaciones, la influencia de los docen-
tes y su creatividad, hasta cómo pueden cons-
truirse para que sean efectivos (Organisation
for Economic Co-operation and Development,
2006, conforme citado por Florez 2019, p.43)

Segundo Costa, Daniel, Souza e Dutra (2019, p. 8) “O am-


biente online exige autonomia e autogestão.” Corroborando com
essa linha de pensamento, Rufini, Bzuneck e Oliveira (2012, p.
54) “A promoção da autonomia, em particular, é que tem papel
decisivo sobre a autodeterminação e a motivação autônoma.”
Sendo assim, identifica-se a importância de atuação da gestão
escolar para desenvolver nos estudantes a autodeterminação e
motivação autônoma, assim como aborda Ribeiro, Dantas e Ara-
gão (2021, p.5) “Importante fazer um paralelo entre motivação
e mobilização do ponto de vista da origem do estímulo desses
estudantes, sendo a motivação impulsionada por algum fator ex-
terno e a mobilização um desejo interno deste aluno.”
Padilha (n.d.) explica que a motivação estimula a perse-
verança, dedicação e esforço do estudante, pois tem potencial
de incentivar o interesse de participação dos alunos durante as
aulas. No âmbito virtual esse incentivo se faz cada vez mais ne-
cessário, como retrata Lourenço e Paiva (2010, p. 134) “A moti-
vação pode afetar a perseverança, a sustentação do esforço do
estudante, pois tem a capacidade de incentivar o interesse para
o estudo e para a participação das aulas.” A motivação é concei-
tuada por Bzuneck (2004) conforme citado por Beluce (2012,
p.56) “como um constructo interno e complexo que direciona ou
alterações, metas, propósitos e preferências.”
373
Inclusão Integral

O objetivo deste papper é trazer uma pesquisa biblio-


gráfica sobre motivação para os estudantes no ambiente e-lear-
ning, ressaltando o que é motivação, o que é um ambiente de
aprendizagem e como promover motivação no e-learning. Para
a elaboração do trabalho utilizou-se os materiais disponibiliza-
dos pela Must University sobre motivação para os estudantes no
ambiente e-learning, consulta de dissertações de mestrado na
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), consulta de
artigos científicos nas plataformas Google acadêmico e Scielo, e
consulta de e-books sobre o objeto de pesquisa. O desenvolvi-
mento do trabalho seguirá com apresentação de conceitos, defi-
nições e discussões sobre o tema motivação para os estudantes
no ambiente e-learning.

Para Santos (2018) o ambiente de aprendizagem é cons-


tituído de recursos e atividades com foco no aprender. Logo, o
professor precisa ter conhecimento especializado para indicar
componentes relevantes com propósitos a serem aplicados com
os educandos para o desenvolvimento de habilidades. Entre os
meios que podem ser utilizados “incluem materiais de referên-
cia e recursos de informação (livros, artigos, vídeos, links), co-
nexões interpessoais com especialistas, treinadores e colegas,
atividades formais de aprendizagem” Santos (2018, p.5).
Os ambientes de aprendizagem e de desem-
penho se sobrepõem; alguns aprendizados

374
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

estão incorporados nesse ambiente (por


exemplo, colaborar em um projeto, acessar
ferramentas de suporte ao desempenho para
aprender) e alguns aprendizados são reali-
zados, afastando-se do ambiente de desem-
penho (mental ou fisicamente) por um breve
período. (Santos,2018, p.4).

Para Lagarto (2004) o e-learning é a tarefa de informar


sobre conteúdo exclusivamente deixada a cargo dos materiais
pedagógicos. “Estes materiais são acedidos pelos alunos atra-
vés de sistemas informáticos de gestão de formação (Learning
Management Systems) sob diferentes formas e linguagens (tex-
tos, imagens, sons, hipertextos ou hipermédia).” (Lagarto, 2004,
p.11). Santos (2008, p. 7) destaca que a motivação é: “As pessoas
procuram a aprendizagem autodirigida quando são motivadas a
fazê-lo, principalmente porque observaram alguma lacuna em
seus conhecimentos ou habilidades que se relacionam às coisas
que eles querem fazer.”
A motivação pode ser considerada um processo relevan-
te por tratar do estímulo do desempenho dos educandos, como
explica Lourenço e Paiva (2010, p. 133) “A motivação do aluno
é uma variável relevante do processo ensino/aprendizagem, na
medida em que o rendimento escolar não pode ser explicado
unicamente por conceitos como inteligência, contexto familiar e
condição socioeconómica”. Os autores ainda destacam que:
Os ambientes de aprendizagem proporcio-
nam aos alunos grande liberdade e controle
para administrar sua própria aprendizagem.
Eles podem, à medida que precisem, não só

375
Inclusão Integral

acessar canais de suporte ao seu estudo e


desempenho, como também, consultar cole-
ga(s) que utilize(m) o ambiente com o intuito
de trocar experiências. É possível, dentro do
seu tempo, acessar todos os recursos e ativi-
dades para o seu desenvolvimento. Os alunos
definem o que querem aprender, determinam
quais recursos e abordagens querem acessar
como aprendizado, escolhem quando parti-
cipar de atividades de aprendizado e como e
onde eles aplicarão a sua aprendizagem, ba-
seado nos planos de estudos estabelecidos
pelo ambiente, cumprindo os prazos deter-
minados. (Santos, 2018, p.3)

Conforme aborda Lourenço e Paiva (2010, p. 139) “As téc-


nicas de incentivo que buscam as causas para o aluno se tornar
motivado garantem uma aula mais produtiva por parte do pro-
fessor, pois ensinar está relacionado com a comunicação. Dessa
forma, entende-se que é necessário um planejamento correto
com relação a gestão escolar, professores capacitados e estabe-
lecimento de boas relações com os estudantes”.
Beluce (2012) explica que a motivação extrínseca está
regulada na motivação autônoma, totalmente externa, com ca-
racterísticas de comportamento intencional podendo ser dire-
cionado pela motivação autônoma ou controlada. Beluce (2012,
p.61) “A motivação autônoma caracteriza-se pela ação realizada
por iniciativa própria, a qual, por sua vez, teve aceitação pessoal
ou para qual o indivíduo conferiu importância ou valorização.”
Referindo-se a motivação intrinsecamente, Lourenço e

376
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Paiva (2010) O aluno intrinsecamente motivado apresenta ca-


racterística de realizar tarefas apenas pelo fato de sentir prazer,
pois tem interesse pelo que o satisfaz por meio das atividades.
Os autores Rufini, Bzuneck e Oliveira (2012) realizaram uma
pesquisa cujo objetivo seria avaliar a qualidade motivacional de
um grupo de estudantes do ensino fundamental. De acordo com
os idealizadores participaram da pesquisa 1.376 estudantes ma-
triculados nas 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª série das escolas da rede pública
e privada do Estado do Paraná.
Foi identificado o desempenho dos participantes nas su-
bescalas de avaliação, indicando índices mais elevados de moti-
vação autônoma (motivação extrínseca por regulação identifica-
da e motivação intrínseca, conforme tabela 1:

Tabela 1 – Desempenho dos estudantes com base nos fatores da escola de


motivação de estudantes do ensino fundamental

Fonte: Rufini, Bzuneck e Oliveira, 2012, p. 56

Os pesquisadores identificaram nos resultados a


diminuição da motivação autônoma, no decorrer da escolaridade
do grupo investigado. Conclui-se que esta qualidade motivacional é
preferível à controlada pelo fato de estar relacionada com melhores

377
Inclusão Integral

resultados cognitivos e afetivos como, maior compreensão


conceitual, melhores notas, mais criatividade, persistência e bem-
estar. Entende-se, entre os autores consultados, que a utilização
de ferramentas diversificadas por meio de metodologias criativas,
estabelecer metas e elaboração de avaliações interativas podem
contribuir com a motivação dos estudantes no âmbito e-learning.

Dessa forma, foi possível compreender o que é motivação


(classificada em extrínseca e intrínseca), com características de
autonomia e autogestão; o que é ambiente de ensino, na qual é
composto por recursos e pessoas, e como promover a motiva-
ção em espaço virtual. Destaca-se também como o ensino não
presencial elevou-se nos últimos anos e o quanto é necessário
a motivação, que é capaz de estimular a perseverança, esforço,
dedicação, capacidade de deixar a aula mais produtiva e gerar
melhor índice escolar. Percebeu-se a ausência de pesquisas so-
bre técnicas de motivação, espera-se que mais pesquisadores
possam se dedicar na área.

COSTA, P. M.; DANIEL, A. L.; SOUZA, M. V.; DUTRA, R. L. S. (2019).


Motivação no ambiente online e presencial no ensino
híbrido da saúde. 1-10.
378
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

FLOREZ, M. C. C. (2019). Ambientes de aprendizagem. Sophia-


-Educación, 15(2), 40-54.

LAGARTO, J. (2004). E-Learning – onde está o formador? INO-


FOR, 10-13.

LOURENÇO, A. A.; PAIVA, M. O. A. (2010). A motivação escolar e o


processo de aprendizagem. Ciências & Cognição, 132-141.

PADILHA, E. C.; SELVERO, C. M. (n.d., n.p.). A importância da


motivação no ensino a distância (EAD). 1-7.

Ribeiro, L. R.; Dantas, R. A.; Aragão, H. (2021). Fatores de motiva-


ção para o Estudante na Modalidade EaD em contexto anterior
a pandemia da Covid-19. Colóquio Internacional Educação
Contemporaneidade, 1-14.

RUFINI, S. É.; BZUNECK, J. A.; OLIVEIRA, K. L. A Qualidade da Mo-


tivação em Estudantes do Ensino Fundamental. Paidéia, 2012,
53-62.

SANTOS, T. Estrutura de Ambientes de Aprendizagem. [e‐


book] Flórida: Must University, 2018.

SANTOS, T. Teorias de aprendizagem e o e-learning. [e‐book]


Flórida: Must University, 2018.

SANTOS, T. A Importância da Motivação para os Alunos de


E-Learning. [e‐book] Flórida: Must University, 2018.

379
CAPÍTULO 21

Dayana Passos Ramos


Alberto da Silva Franqueira
Silvana Maria Aparecida Viana Santos
Silvanete Cristo Viana
Inclusão Integral

Os componentes para o conhecimento na aprendizagem


de arte se pensam em material didático-pedagógico que sejam
ferramentas que enfrentam prazer para o cenário e aprendiza-
gem. Muitas instituições escolares não dispõem de materiais di-
versos para as aulas de artes e precisam levado em estimativa e
a vivencia do docente e constituintes importantes quando pre-
tende-se criar materiais-pedagógicos para Artes Visuais.
Os equipamentos, em geral, concluem a funcionalidade
básica e fundamental de intermediação no método organizam-
-se de conhecimento, em meio e recursos da qual o entendimen-
to é coordenado, formado e lançado pelo docente ao aluno.
Inclui-se que talvez haja uma demanda de aparecimento
de novas ponto de vista que pesquise para compreender o pro-
cesso cultural como um componente em edificação de conheci-
mentos e razões a multiplicidade de concepção e características
de cada discente, pois a mesma produção proposta para vários
alunos, nunca terá o mesmo resultado, pois cada docente tem o
seu modelo de aprendizagem.
As metodologias tem os atalhos como destinos as propo-
sito da BNCC, que é trabalhar com uma interferência de diferen-
tes mídias que contextua a utilização de equipamentos ao currí-
culo justaposto, aumentando a compacidade de se apoderar da
cultura digital de forma crítica, significativa e ética. A revolução
tecnológica e o fazer docente e discente presente aos desafios da
atualidade para os impactos das mídias digitais.

382
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

Os conhecimentos sensíveis pela BNCC para o cumpri-


mento de artes são: levar o aluno a pensar e refletir, provocando
a experimentação e exploração de suas aptidões, ampliando e
possibilitando novas criações e formas do pensamento artístico;
Visto que de molde mais acelerado a tecnológica pode
extrapolar o progresso de plano pedagógico para a instrução
de artes visuais nas escolas e, como reflexão dessa alteração, a
BNCC determina como capacidade a serem avançada por todo o
ensino escolar. (EM13LGG701).
“Explorar tecnologias digitais da informação
e comunicação (TDIC), compreendendo seus
princípios e funcionalidades, e utilizá-las de
modo ético, criativo, responsável e adequado
a práticas de linguagem em diferentes con-
textos (Brasil, 2018, p. 497)”.

Aos alunos que tendem a deixar o modelo de regime das


aulas expositivas, oferecendo regulamentos ativas e aulas inver-
tidas que colocam o aluno como protagonista de métodos de
educação. Essa modificação para conduzir o fortalecimento de
uma coletividade de aprendiz.
As bases clássicas para ensino de artes visuais não sejam
suficientes ou se tranando-se instaladas, mas que as transfor-
mações dos contextos sociais exigem atualidade nas metodolo-
gias de ensino de artes visuais. Segundo Carbonell (2002, p.19),

383
Inclusão Integral

a revolução educacional refere-se à:


[...] grupos de intervenções, decisões e pro-
cessos, com certo grau de intencionalidade e
sistematização, que tratam de modificar ati-
tudes, ideias, culturas, conteúdos, modelos e
práticas pedagógicas. E, por sua vez, introdu-
zir, em uma linha renovadora, novos projetos
e programas, materiais curriculares, estra-
tégias de treinamento e modelos didáticos e
outra forma de organizar e gerir o currículo,
a escola e a dinâmica da classe (Carbonell,
2002. p.19).

Na contemporaneidade a maioria os adolescentes desta


modalidade de ensino, com apenas um estralar em seus celula-
res podem transferir-se em segundos para os mais diversos es-
paços (não que essa prática substitua na íntegra as experiências
vividas) e apreciar as mais variadas obras de artes e acessan-
do plataformas direcionadas para estudar de forma autônoma,
diversas técnicas de desenhos, fotografias, pinturas e artesana-
tos em geral. Um dos maiores desafios do docente é lidar com
o atual perfil discente. Alunos que nasceram em um ambiente
totalmente tecnológico.
No método da educação o melhor a fazer é converter este
estudante em aliado e aprendizagem. Oportunizando desafios as
ferramentas tecnológicas. Que cada docente tem que analisar o
ambiente em que irá lecionar para inserir as mídias digitais.

384
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

A plataforma Kahoot digital on-line interativa utiliza


componente dos jogos a partir dos quais há possibilidade de
criar um jogo educativo com perguntas de diferentes escolhas
às quais podem ser adicionados vídeos, imagens, diagramas etc.
que podem servir como base para a realização das tarefas. Para
jogar, o participante não precisa de uma conta e nem baixar o
jogo e sua participação acontece por meio do acesso à tela de
respostas diretamente no site https://kahoot.it/#/, digitando-
-se um número PIN que é disponibilizado pelo professor.
A sugestão do Kahoot contorna os estudantes por inter-
médio com enquetes, alterações e investigação pré-elaboradas
parecidas a jogos, com placar, comunicação e arqueação (Dellos,
2015). Os assuntos de uma disciplina, bem como classificar a
performance do estudante. O objetivo, dessa plataforma baseas-
se em jogo tornando a aprendizado agradável (Izeki et. al., 2016).
Segundo Amico et. al., (2017), destaca que esta essa fer-
ramenta tem a assessoria à tecnologia instrutiva. No Kahoot os
estudantes acessam com um o nome que aparece na tela, autori-
zando o reconhecimento dos grupos que estão jogando.
O docente configura os segundos, minutos ou hora para
responder cada indagação, podendo ter em cada quesito de res-
postas diferentes, conforme o obstáculo da pergunta. Por ser
similar a um jogo, o tempo não deve ser muito longo, senão a
atividade pode perder sua habilidade recreativa.
O incentivo em interagir os estudantes através da

385
Inclusão Integral

alteração da sala de aula em um game show, onde o docente seria


o mediador e todos os alunos podem disputar ganhando pontos
através de feedbacks certas em diversas perguntas relacionadas
ao assunto que está sendo estudado (Wang, 2015).
Os jogos criados na plataforma Kahoot podem ser joga-
dos em duplas ou em grupos e possibilita criação de três tipos
de atividades: quiz, discussion e survey. A tipologia quis consiste
em perguntas de múltipla escolha que podem variar desde ques-
tões de interpretação de texto (oral ou escrito) até revisão de vo-
cabulário, gramática, conceitos etc. Nessa tipologia, o feedback
é imediato, pois a resposta certa é apresentada logo depois que
todos os jogadores clicarem em suas respectivas opções. A dis-
cussion é possível elaborar uma pergunta de múltipla escolha, para a
qual não existe uma única resposta correta.
Essa tipologia é utilizada para fomentar o debate em sala
de aula. Por fim, a tipologia survey funciona como uma enquete,
levantando opiniões dos participantes acerca de um determina-
do assunto. As três tipologias apresentam a possibilidade de de-
terminar o tempo para a resposta, o que facilita o gerenciamento
do jogo em grupo. Enquanto pensam na resposta, os jogadores
ouvem uma música característica do jogo como pano de fundo. A
tipologia quis permite ainda que as respostas dos alunos sejam
pontuadas, o que promove um ambiente de competição e os no-
mes dos alunos com pontuação mais alta aparecem no topo da
lista na tela das questões. O objetivo dos jogos educativos cria-
dos no Kahoot é responder às perguntas com muitas seleções
e para tanto, os jogadores utilizam seus próprios dispositivos
(celulares, tablets, notebooks etc.) para escolher a resposta mais
adequada para uma pergunta que é exposta a todos, geralmente

386
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

por meio de projeção multimídia. Para ter acesso ao jogo, os alu-


nos precisam digitar o número PIN que aparece apenas na tela
de quem o criou, na tela das perguntas, neste caso, do professor,
que deve fornecê-lo aos participantes. Uma vez conectado, cada
aluno deve escrever um pseudônimo e clicar em “Ok, go!” para
entrar no jogo, mas é o professor quem dá início, clicando no
botão “start”, em sua própria tela. Em seguida, as questões do
jogo são apresentadas uma a uma, e geralmente são projetadas
em uma tela para que todos os jogadores(alunos) possam vê-las
com as respectivas alternativas de respostas. Os jogadores res-
pondem as questões em seus dispositivos móveis selecionando
um dos quatro botões correspondentes a cada uma das respos-
tas possíveis. A pontuação é calculada pelo tempo de resposta e
pela precisão podendo auxiliar o docente em revisão de avalia-
ções e exercícios nas aulas de arte.
O Edpuzzle é uma plataforma que permite a criação de
questões no decorrer de vídeos, sejam de produção própria ou
do Youtube. A ferramenta pode ser aliada ao Google Classroom, e
permite que os estudantes assistam aos vídeos e respondam às
questões de acordo com o período selecionado pelo professor.
Estudos brasileiros relatam que utilizaram a ferramenta no mo-
delo de sala de aula invertida, em que os estudantes realizaram a
atividade como tarefa de casa e posteriormente foram discutidas
as questões em sala de aula (Lombardi; Gitahy, 2017; Monteiro;
Bottentuit Junior; Costa, 2020). É uma possibilidade para as aulas
remotas, uma vez que os relatórios ficam disponíveis ao professor na
plataforma, após os estudantes realizarem a atividade.
Para Gasparini (2016),” o Programa Google sala de aula
busca expandir as oportunidades de aprendizagem dos estudantes

387
Inclusão Integral

por meio da experiência digital”. A proposta é desenvolver


cultura/experiência digital integrada ao desenvolvimento e
fortalecimento do currículo escolar, por meio de formação e
assessoramento aos professores, uso de metodologias ativas,
do estímulo ao engajamento dos estudantes e produção de
conhecimento e valorização das produções escolares.
Conforme Araújo (2016), “foi criado para auxiliar a
aprendizagem dos discentes e professores com pacotes gratuitos
Gmail, Google Drive, criação de formulários, Meet para compar-
tilhamento virtual de informações e documentos buscando co-
locar o aluno no papel de protagonismo”. Onde o professor pode
vincular sua turma a plataforma Edpuzzle e o aluno exercitar sua
aprendizagem e conhecimento por meio de vídeos interativos.
Conforme Silva (2018), “irar auxiliar o professor que te-
rão seus materiais/conteúdos organizados em uma plataforma,
para postarem na plataforma para seus alunos, postar ativida-
des auxiliando no processo do ensino aprendizagem”.
Segundo a BNCC a tecnologia é o meio para que as etapas
de qualquer atividade sejam construídas, registradas, analisa-
das, compartilhadas e tais atividades precisam estar atreladas
ao desenvolvimento das competências digitais: “Compreender,
utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as es-
colares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer prota-
gonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. “Os alunos se en-
volvem com desafios e tarefas, cuja finalidade é desenvolver um
produto. Isso oportuniza a interdisciplinaridade, uma vez que
integra diferentes conhecimentos e, ainda, estimula a interação

388
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

e a colaboração entre os membros do grupo. O ensino por proje-


tos rompe a dinâmica conteudista do ensino tradicional reparti-
do em disciplinas e propõe aos jovens um tema a ser pesquisado
de forma interdisciplinar.
Conforme Souza (2016),” a plataforma se encontra online
contendo o logins e senha onde nela se compreende as necessi-
dades de cada aluno, visando oferecer uma melhor experiência
de ensino aprendizagem”. Nesse processo, ambientes virtuais
utilizam softwares inteligentes que auxiliam na personalização
do ensino, as chamadas plataformas adaptativas, que avaliam os
dados e estabelecem padrões de comportamento, visando esta-
belecer uma melhor estratégia de aprendizagem, adequada ao
perfil de cada aluno.
O Ensino Híbrido (ou blended learming) é uma aborda-
gem que dialoga com as metodologias ativas e combina o apren-
dizado online e off-line, ou seja, o aluno intercala momentos de
estudo no espaço físico da escola e fora dela, por meio das pla-
taformas digitais para o desenvolvimento de projetos, investiga-
ções, reforço escolar e outros (Moran, 2015, p. 22).
Nesse modelo, os alunos participarão de componentes
ofertadas por meio da EAD, além dos tradicionais da escola, e,
como serão online, poderão ser realizadas no momento e local
mais adequado para o estudante, uma vez que estarão disponí-
veis na plataforma Google Sala de aula. Nesse modelo, o estu-
dante é responsável pela estrutura seus estudos partindo dos
objetivos gerais de aprendizagem na utilização da plataforma
adaptativa ou outros equipamentos pessoais para cumprirem
esta carga horária (Pires, 2002).
A BNCC aponta o ensino de linguagens de programação,

389
Inclusão Integral

além do domínio de uso de algoritmos e análise de dados, como


o caminho para a formação de uma nova geração que não será
composta apenas por usuários de tecnologia, mas por provedo-
res de novas soluções para atender às demandas sociais, em que
as conexões e interações ocorrem em plataformas digitais.
Vale destacar que o domínio das tecnologias já é essen-
cial e a programação é apontada como uma das principais habi-
lidades requeridas nos próximos anos, juntamente com as com-
petências socioemocionais.

Ao se utilizar das diferentes ferramentas digitais o pro-


fessor tem a possibilidade de interagir com o seu aluno propor-
cionando uma aprendizagem mais significativa. Mas para isso é
preciso que o professor entenda a importância da sua formação
continuada para oferecer uma aprendizagem mais ativa e dinâ-
mica, é preciso estar letrada digitalmente e saber se utilizar dos
multiletramentos. Cada vez mais haverá alunos conectados e
exigentes de uma sociedade em constante transformação. Dian-
te da diversidade de informações em diferentes apresentações
de mídias, linguagens, materiais disponíveis abundantemente
com acesso facilitado em todos os lugares do mundo conectado
e cada vez mais exigente, a instituição escolar não pode mais es-
perar que as mudanças ocorram naturalmente, é preciso atitude
e agregar as experiências que a sociedade exige, que a geração
de estudantes precisa e necessita. É preciso preparar os estu-

390
Transformando a Educação com Tecnologia, Gestão Eficiente e Abordagens Multidisciplinares

dantes para as constantes mudanças desse mundo exponencial,


para o futuro nos novos trabalhos e empregos que ainda nem
existem. As tecnologias digitais estão cada vez mais presentes
nas vidas das pessoas, auxiliando em todos os setores, educacio-
nais, medicinais, agronegócios, comunicação e informação, nas
casas, nos trabalhos, na rua, etc., se tudo isso e muito mais já faz
parte do dia-a-dia das pessoas imaginem nos próximos anos. E
a escola vai continuar praticando as mesmas e velhas práticas?
Os professores vão voltar a se fechar para esse mundo que exi-
ge mudanças disruptivas emergenciais? Esse é um assunto que
precisa ser refletido, aprofundado e debatido com muito mais
urgência, o futuro da educação com inovação e criatividade exi-
ge mudanças de atitudes, de metodologias ativas, de inclusão
digital, de pessoas preparadas, de uma escola viva, ativa e signi-
ficativa para a nova realidade que se apresenta a cada instante.

AMICO, M. R. DE A.; PRA, R.; MORAES, J. P. As aplicações do Kah-


oot como tecnologia educativa. 22º Seminário de Educação,
Tecnologia e Sociedade, 2017, Taquara, RS. Anais Eletrônicos
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392
Alberto da Silva Franqueira
Mestre em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos
E-mail: albertofranqueira@gmail.com

Antônio da Cruz Moura


Doutorando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: antoniomoura1409@gmail.com

Ana Carla Bravo Ferreira da Silva


Mestranda em Ciências da Educação. Universidad de La Integración de
Las Américas - UNIDA
Endereço: Avenida del lago, Cid.del Este, Paraguai
E-mail: anacarlabravofs@yahoo.com.br

Andreza Amaro Maia.


Mestranda em Educação - Tecnologias da Informação e Comunicação
na Educação. Universidad Internacional Iberoamericana
Endereço: Carr. 658 Km 1.3 Bo. Arenalejos Sector Palaches Arecibo,
Puerto Rico (EE.UU)
Email: dzmaia01@gmail.com

Aparecida de Fátima Vilas Boas Guidelli


Mestranda em Educação - Tecnologia da Informação e Comunicação
na Educação. Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011, Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: vbguidelli@gmail.com
Afonso Henrique Souza de Assis
Mestre em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos
E-mail: profafonsoassis@gmail.com

Alexsandra Alves Pereira


Mestra em Educação em Ciências e Matemática. Instituto Federal do
Espírito Santo
Endereço: Rua Delpuppo, Araguaia- Marechal Floriano - ES
E-mail: alexsandraprof@hotmail.com

Artemiza Barbosa de Oliveira


Universidade del Sol- UNADES
Endereço: Avda. Espanâ 653 e/ Julia Miranda Curto y Mcal. Estigarri-
bia/ Filial San Lorenzo – Paraguay
E-mail: artemiza1301@gmail.com

Adilson Sousa da Silva


Doutorando em Ciências da Educação. Universidad de La Integración
de Las Américas (UNIDA-PY)
Endereço: Avda. del Lago e/Capitán Acosta, Ciudad Del Este – Paraguai
E-mail: prof.adilson14@gmail.com

Anderson Amaro Vieira


Mestre em Ensino de Física. Universidade Federal do Sul e Sudeste do
Pará (UNIFESSPA)
Endereço: Folha 31, Qd. 07, Lote Especial, s/n.º Nova Marabá, Marabá– PA
E-mail: anderson.avieira@escola.seduc.pa.gov.br

Adriano Márcio Cipreste dos Santos


Mestrando em Educação - Formação de Professores. Universidad Eu-
ropea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011, Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: cipreste@hotmail.com

Anna Luiza Horta Raymundo


Doutoranda em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: annaluhr@yahoo.com.br
Adriana Dibbern Capicotto
Doutoranda em Ciencias da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: adrianacapicotto@gmail.com

Álvaro Raphá Lemos Guerra


Mestrando em Educação. Universidad Europea del Atlántico – UNE-
ATLANTICO)
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011 Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: abgailneto@gmail.com

Barbara Rodrigues de Souza


Mestranda em Educação - Formação de Professores. Universidad Eu-
ropea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011, Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: brsprod1@hotmail.com

Cristiane Campos da Silva


Pós- Graduada em Educação Infantil com Foco na Inclusão. Faculdade
Afirmativo
Endereço: Rua Pimenta Bueno, 534 - Dom Aquino, Cuiabá – MT
E-mail: cristianecampos11@hotmail.com

Cynara Ramos Siqueira


Mestra em Humanidades. Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes Vitória)
Endereço: Avenida Vitória, 1729, Jucutuquara, Vitória – ES
E-mail: cynara.ramos71@gmail.com

Carlos Antonio Leitoguinho Bitencourt


Mestre em Administração. Instituto Ensinar Brasil
Endereço da instituição: Rua João Pinheiro, 147, Centro. Caratinga- MG
Email: carlosfacic@yahoo.com.br

Carlos Nunes Teixeira


Pós-graduado em Direito Educacional. Faculdade Venda Nova do Imi-
grante – FAVENI
Endereço: Avenida Evandi Américo Comarela, nº 441. Bairro Esplanada,
Edifício Perim Center 3º, 4º e 5º andar. Venda Nova do Imigrante – ES.
E-mail: carlos.nunes38@hotmail.com
Carina Pasini Col
Mestre em Educação Inclusiva. Universidade do Estado de Santa Cata-
rina (UDESC)
Endereço: Av. Madre Benvenuta, nº 1907, Itacorubi, Florianópolis -SC
E-mail: carinapcol@gmail.com

Dayane Freitas de Lourdes


Mestre em Educação. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT
Endereço: Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2367, 78060, Cuiabá-MT.
E-mail: delourdesdayane@gmail.com

Deise Cordeiro de Souza


Mestrando em Educação - Tecnologia da Informação e Comunicação
na Educação. Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011, Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: deisedesouza@hotmail.com

Dayana Passos Ramos


Doutoranda em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: dpassosramos2019@gmail.com

Daniela Paula de Lima Nunes Malta


Doutoranda em Letras. Universidade Federal de Pernambuco
Endereço: Avenida Professor Moraes Rego, 1235. Cidade Universitá-
ria, Recife–PE
E-mail: malta_daniela@yahoo.com.br

Emanuel Nascimento Nunes


Graduado em medicina. Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Endereço: Centro de Ciências Médicas, UFPB - Cidade Universitária
Campus 1 – João Pessoa - PB
E-mail: emanuellguimel@gmail.com

Edgar Caldeira da Cruz


Doutorando em Ciencias da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: edgardacruz@gmail.com
Edileuza Gomes de Souza
Mestre em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos
E-mail: souza.edileuza5@gmail.com

Eframita Jasmim Bezerra da Costa


Pós-graduada em Docência do Ensino Superior. Estácio de Sá
Endereço da instituição: Avenida Constantino Nery, 3693 – Chapada
E-mail: eframita@gmail.com

Elisabeth Mendes Belo


Pós-graduada em Gestão Educacional- Administração, Supervisão e
Orientação. Universidade Cesumar (Unicesumar)
Endereço: R. Desembargador Westphalen, 60, Oficinas, Ponta Grossa/PR
E-mail: bethmendesbelo388@gmail.com

Francisca Maria Angelino Ribeiro e Silva


Mestranda em Ciências das Religiões. Faculdade Unida de Vitória - FUV
Endereço: Rua Engenheiro Fábio Ruschi, 161 - Bento Ferreira – Vitória
– Espirito Santo – CEP: 29.050-670.
E-mail: fmangelina28@yahoo.com.br

Francisco José dos Santos


Mestre em Matemática Pura. Universidade Estadual Paulista - Campus
de Rio Claro
Endereço: Avenida 24-A nº 1515, Rio Claro – SP
E-mail: francisco.jose-santos@unesp.br

Francisco Vieira Dias


Mestre em Matemática. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-
nologia do Piauí – IFPI
Endereço: Rua Francisco Urquiza Machado, 462 - Meladão, Floriano – PI
E-mail: fvdias23@hotmail.com

Glauciane Campos da Silva de Oliveira


Pós Graduada em Ensino de Química. Centro Universitário de Caratin-
ga – UNEC
Endereço: Av. Moacyr de Mattos s/nº - Centro - Caratinga – MG
E-mail: glaucianecamposos@gmail.com
Gabriela Clotilde dos Santos Monteiro
Doutoranda em Ciencias da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: monteiro.gaby@uol.com.br

Gabriel Rodrigo Madeira


Mestrando em Educação. Universidad Internacional Iberoamericana
Endereço: Carr. 658 Km 1.3 Bo. Arenalejos Sector Palaches Arecibo,
Puerto Rico (EE.UU)
E-mail: madeira_gabriel@hotmail.com

Gilmara Beatriz Conrado Nogueira Mendes


Doutoranda em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade Lute-
rana do Brasil - Ulbra
Endereço: Av. Farroupilha 8001- São José/ Canoas - Rio Grande do Sul
E-mail: gilmarabeatrizc@gmail.com

Gilmara Benício de Sá
Doutoranda em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: gilmarabeniciodesa@gmail.com

Hermócrates Gomes Melo Júnior


Doutorando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: hgjunior@ufba.br

Haroldo Fernandes Dalossi


Mestrando em Educação - Formação de Professores. Instituição: Uni-
versidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011, Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: dobdalossi72@gmail.com

Ítalo Martins Lôbo


Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação. Miami Universi-
ty of Science and Technology (MUST)
Endereço: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos
E-mail: italolobopsi@gmail.com
Idalva de Jesus Souza Venturim
Mestranda em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: idalvaventurim@gmail.com

Juliana Alves Miranda Andrade


Mestranda em Educação. Universidade Estadual de Montes Claros
Endereço: Av. Prof. Rui Braga, s/nº. Vila Mauriceia, Montes Claros - MG
E-mail: julianaamiranda@gmail.com

Julio Fernandes de Paiva Neto


Doutorando em Ciencias da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: juliopaivanetto@gmail.com

José Erisvaldo Soares da Silva.


Mestrando em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade Lutera-
na do Brasil - ULBRA.
Endereço: Av.Farroupilha 8001- São José/ Canoas - Rio Grande do Sul
E-mail: jose.erisvaldo01@gmail.com

José Rogério Linhares


Mestrando em Ciências da Educação. Absoulute Chistian University (ACU)
Endereço: 6965 Piazza Grande Avenue - Metrowest, Suite 309E, Orlan-
do, Flórida 32835, US
E-mail: linharesjroger@gmail.com

Julio Fernandes de Paiva Neto


Doutorando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: juliopaivanetto@gmail.com

Jéssica da Cruz Chagas


Mestre em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade Federal do
Amazonas – UFAM
Endereço: Av. General Rodrigo Octavio Jordão Ramos, 1200 - Coroado
I, Manaus – AM
E-mail: jessica.chagas@seducam.pro.br
Jeferson de Farias Silva
Pós-graduado em Educação de Jovens e Adultos no Ensino da Matemática
Instituição: Faculdade de Minas (Facuminas)
Endereço: Rua Duque de Caxias, nº 366, Centro, Coronel Fabriciano – MG
E-mail: jefersonfarias@yahoo.com.br

João Lopes
Mestrando em Educação - Formação de Professores. Universidad Eu-
ropea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011, Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: profjlopes40@gmail.com

Karla Cristina Marques Macedo


Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos.
E-mail: macedo.karlamarques@gmail.com

Karla Danielli Silva Corrêa


Pós Graduada em Educação de Jovens e Adultos Interdisciplinaridade.
Faculdade Conectada – Faconnet
Endereço: Rua Minas Gerais, 730 - Centro - Conchas - São Paulo
Email: profkarladanielli@gmail.com

Katiana Santos da Silva


Mestranda em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade Lutera-
na do Brasil - Ulbra
Endereço: Av. Farroupilha 8001. São José/ Canoas. Rio Grande do Sul
E-mail: katianas037@gmail.com

Karlla Cristina Trindade


Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço: Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos.
E-mail: karllatrindade@gmail.com

Kenitt Oliveira da Silveira


Mestrando em Educação. Universidade Luterana do Brasil - Ulbra
Endereço: Av. Farroupilha, 8001 - São José. Canoas – Rio Grande do Sul
E-mail: kenitt.oliveira@gmail.com
Lenise Júlia Fassini da Silva
Mestre em Matemática. Universidade Federal do Espírito Santos -UFES
Endereço: Avenida Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória – ES
E-mail: lenisefassini@hotmail.com

Leandromar Brandalise
Mestrando em Educação - Tecnologias da Informação e Comunicação
na Educação. Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011 Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: leandromarb@gmail.com

Liliam Gilsinei de Oliveira Gonçalves


Mestranda em Educação - Tecnologias da informação e comunicação
de professores. Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011 Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: liliam.mestrado@gmail.com

Luiz Eduardo de Oliveira Neves


Mestre em Diversidade e Inclusão. Universidade Federal Fluminense
Endereço: Rua Professor Marcos Waldemar de Freitas Reis - São Do-
mingos, Niterói – RJ
E-mail: luizeduardoneves@id.uff.br

Luciano de Jesus Santos


Especialista em educação digital. Universidade Estadual da Bahia
(UNEB)
Endereço: Rua Silveira Martins, 2555 - Cabula, Salvador – BA
E-mail: lucianolima_18@hotmail.com

Luciana Rodrigues Lopes França


Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos.
E-mail: lucianafranca12509@student.mustedu.com

Lucimar Fagundes
Pós-graduada em Matemática, suas tecnologias e o mundo do traba-
lho. Universidade Federal do Piauí - UFPI
Endereço: Campus Universitário Ministro Petrônio Portella Bairro
Ininga - Teresina – PI
E-mail: lufboher0907@hotmail.com
Lucileide Bonicenha Davel Mariani
Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço: Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos
E-mail: lucileidi_davel@hotmail.com

Márcia Santos Freitas Leboreiro


Pós-Graduada em Psicopedogogia Institucional. Instituto Superior de
Educação Afonso Cláudio
Endereço: Colégio Nossa Senhora da Conceição. Av. Dom João VI,89
Brotas . Salvador-BA
E-mail: marcialeboreiro@educacaosalvador.net

Maristela Tognon de Mello


Mestranda em Educação: Formação de Professores. Fundação Univer-
sitária Iberoamericana – FUNIBER
Endereço: Rua Vento Sul, nº. 126, - Campeche Florianópolis/SC
E-mail: maristelatognondemello45@gmail.com

Marli da Silva Pedro


Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos
E-mail: marlimodasnl@hotmail.com

Marcos Adriano Marques Silva


Especialista em tecnologias aplicadas à educação presencial. União
Brasileira de Faculdades – UNIBF
Endereço: Rua Olavo Bilac, nº 78 - Centro - Paraíso do Norte – Paraná
E-mail: professormarcosadriano06@gmail.com

Maurilho de Lima Gonçalves


Mestre em Engenharia da Produção. Universidade Federal do Amazonas
Endereço: Avenida General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 1200, Co-
roado I, Manaus - AM
E-mail: maurilholg@ufam.edu.br

Marco Antonio Silvany


Mestrando em Educação - Formação de Professores. Universidad Eu-
ropea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011, Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: marco_silvany@uol.com.br
Michael de Bona
Doutorando em Educação. Integralize Corporation Educação
Endereço: Rodovia Admar Gonzaga, 440 - Sala 501 - Itacorubi, Floria-
nópolis – SC
E-mail: michaeldebona@gmail.com

Mônica Regina da Silva Barbosa


Mestra em Ciência da Educação. Universidade del Sol- UNADES
Endereço: Avda. Espanâ 653 e/ Julia Miranda Curto y Mcal. Estigarri-
bia/ Filial San Lorenzo – Paraguay
E-mail: monicareginasb@gmail.com

Marcela Dias dos Santos


Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos.
E-mail: marcela.diassantos@hotmail.com

Matias Rebouças Cunha


Doutorando em Educação. Universidade Luterana do Brasil - Ulbra
Endereço: Avenida Farroupilha 8001- São José/ Canoas - Rio Grande
do Sul CEP 92425020
E-mail: gilmarabeatrizc@gmail.com

Meida Amaro Picanço


Mestra em Ciências da Educação. Universidad de La Integración de Las
Américas – UNIDA
Endereço: Av. Del Lago, Capitán Acosta, Cidade de Leste – Paraguay
E-mail: atendimento@unitbrasil.com

Mirtes Marroco Paim


Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos.
E-mail: mirtespaim66@gmail.com

Neide Rafael Alves Braga


Doutoranda em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: neideralvesbdout@gmail.com
Nilcélio de Mello Aires
Mestrando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail professornilcelio@gmail.com

Osmar Krause
Mestrando em Educação - Formação de Professores. Universidad Eu-
ropea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011, Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: osmarkrause@bol.com.br

Olavo Falcão Martins


Mestrando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: prof.olavomartins@hotmail.com

Paulo Edson Cutrim Silva


Doutorando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: pauloedsons@gmail.com

Raimundo Cazuza da Silva Neto


Mestrando em ensino de Física. Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Maranhão (IFMA)
Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 04 - Monte Castelo, São Luís - MA
E-mail: profnetocazuza@hotmail.com

Rodrigo Rodrigues Pedra


Doutorando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: rodrigopedramsc@gmail.com

Rudimaria dos Santos


Mestra em Ensino. Universidade do Vale do Taquari -UNIVATES
Endereço: Av. Avelino Talini, 171 - Universitário, Lajeado – RS
E-mail: rudimaria.santos@universo.univates.br
Silvanete Cristo Viana
Especialista em Docência do Ensino em Direitos Humanos. Universi-
dade Cândido Mendes
Endereço: Rua Assembleia, 10, Sala 4112, Centro, Rio de Janeiro RJ
E-mail: cristosilvanete@gmail.com

Silvia Letícia Dias Alencar


Mestra em Ciência da Educação. Universidade del Sol- UNADES
Endereço: Avda. Espanâ 653 e/ Julia Miranda Curto y Mcal. Estigarri-
bia/ Filial San Lorenzo – Paraguay
E-mail: silvialeticia_mpu@hotmail.com

Sillane de Souza Maricaua


Mestra em Ciências da Educação. Universidad de la Integracion de Las
Americas - UNIDA
Endereço: Av. Del Lago, Capitán Acosta, Cidade de Leste – Paraguay
E-mail: rgonsalez@unida.edu.py

Sttela Maris Sell Salas


Mestranda em Educação - Formação de Professores. Universidad Eu-
ropea del Atlantico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21. 39011. Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: sttelamaris@yahoo.com

Silvanice Silva Moraes


Mestranda em Educação - Formação de Professores. Universidad Eu-
ropea del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011 Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: sileduc22@gmail.com

Silvana Maria Aparecida Viana Santos


Doutoranda em Ciências da Educação. Facultad Interamericana De
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: silvanaviana11@yahoo.com.br

Tatiane Oliveira da Silva


Especialista em Gestão Educacional e Práticas Pedagógicas. Faculdade
Focus
Endereço: Rua Maranhão, 924, salas 301, 302, 402 e 404, Centro, Cas-
cavel, PR
E-mail: tatioliveiraes@gmail.com
Thiago Souza de Oliveira
Doutorando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: thiagokolenda@hotmail.com

Terezinha Kelly Caldeira de Mattos


Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação. Must University
(MUST)
Endereço: Must: 1960 NE 5th Ave, Boca Raton, FL 33431, Estados Unidos
E-mail: terezinha.kelly21@gmail.com

Vânia Célia Sousa Adriano


Doutoranda em Educação. Universidade Luterana do Brasil - Ulbra
Endereço: Avenida Farroupilha 8001- São José/ Canoas - Rio Grande
do Sul CEP 92425020
E-mail: vaniaprofessoraportugues@gmail.com

Valdimar José de Alencar Ferreira


Mestre em Matemática. Instituto Federal do Piauí – IFPI
Endereço: Rua Francisco Urquiza Machado, 462 bairro Melado. Flo-
riano – PI
E-mail: valdimarferreira@hotmail.com

Valdinéia Ferreira dos Santos


Mestranda em Educação. Universidad Internacional Iberoamericana
Endereço: Carr. 658 Km 1.3 Bo. Arenalejos Sector Palaches Arecibo,
Puerto Rico (EE.UU)
E-mail: valdineiaferreira217@gmail.com

Viviane Alves Campos


Mestre em Educação - Formação de Professores. Universidad Europea
del Atlántico – UNEATLANTICO
Endereço: C. Isabel Torres, 21, 39011 Santander, Cantabria, Espanha
E-mail: vivianecampos@prof.educacao.rj.gov.br

Walquiria Solange Pipino


Doutoranda em Ciências da Educação. Univesidad Nacional de Rosario
(UNR)
Endereço: Maipú 1065, S2000CGK Rosario, Santa Fe, Argentina
E-mail: walsolp@gmail.com
Wanderson Teixeira Gomes
Doutorando em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de Ci-
ências Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: wandertg04@gmail.com

William Figueredo Cruz


Especialista em Ensino da Matemática. Faculdade Evangélica do Meio
Norte – FAEME
Endereço: Rua Nova, 429, Centro, Coroatá – MA
E-mail: william.figueredo-cruz@unesp.br

Záira Maria do Nascimento Sales Guerreiro


Mestranda em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade Lutera-
na do Brasil - Ulbra
Endereço: A. Farroupilha 8001- São José/ Canoas- Rio Grande do Sul
E-mail: zairasales.sud@gmail.com

Ziza Silva Pinho Woodcock


Doutoranda em Ciências da Educação. Facultad Interamericana de
Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de La Amistad Casi Rosario, 777, Asunción, República
do Paraguai
E-mail: ziza_woodcock@hotmail.com
SILVANA MARIA APARECIDA VIANA SANTOS
http://lattes.cnpq.br/1090477172798637
https://orcid.org/0009-0005-4785-848X

ALBERTO DA SILVA FRANQUEIRA


http://lattes.cnpq.br/0164186683974511
https://orcid.org/0009-0006-9431-436X

DAYANA PASSOS RAMOS


http://lattes.cnpq.br/3926233480957360
https://orcid.org/0009-0009-5158-3908

SILVANETE CRISTO VIANA


https://lattes.cnpq.br/69011965726534083

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