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ARTIGO-CIENTIFICO - Advail

O artigo analisa a importância das artes visuais na educação, evidenciando seu impacto positivo no desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos alunos. A pesquisa destaca práticas pedagógicas que integram as artes visuais ao currículo escolar, promovendo criatividade e pensamento crítico. Os resultados sugerem que a inclusão das artes visuais enriquece o processo de ensino-aprendizagem e prepara os alunos para os desafios futuros.

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Raquel Cunha
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O artigo analisa a importância das artes visuais na educação, evidenciando seu impacto positivo no desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos alunos. A pesquisa destaca práticas pedagógicas que integram as artes visuais ao currículo escolar, promovendo criatividade e pensamento crítico. Os resultados sugerem que a inclusão das artes visuais enriquece o processo de ensino-aprendizagem e prepara os alunos para os desafios futuros.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

ADVAIL MARIA DE ALMEIDA

A IMPORTANCIA DAS ARTES VISUAIS NO ATO EDUCATIVO

CUIABÁ
2024
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

ADVAIL MARIA DE ALMEIDA

A IMPORTANCIA DAS ARTES VISUAIS NO ATO EDUCATIVO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título de LICENCIATURA EM
ARTES VISUAIS.

CUIABÁ
2024
A IMPORTANCIA DAS ARTES VISUAIS NO ATO EDUCATIVO
ADVAIL MARIA DE ALMEIDA

Declaro que sou autor (a) ¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro
também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido
copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte
além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho
ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas
para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime
de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de
Prestação de Serviços.

RESUMO

Este artigo investiga a importância das artes visuais no ato educativo,


destacando como essas práticas podem impactar positivamente a aprendizagem e o
desenvolvimento dos alunos. A pesquisa explora teorias educacionais que enfatizam a
relevância da arte na formação integral do indivíduo e apresenta exemplos de práticas
pedagógicas eficazes que utilizam artes visuais. Os resultados indicam que a
integração das artes visuais no currículo escolar contribui significativamente para o
desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos alunos, promovendo a criatividade, a
expressão pessoal e o pensamento crítico.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Desenvolvimento cognitivo. Criatividade. Inclusão.


Práticas pedagógicas.
1 INTRODUÇÃO

A arte visual, como forma de expressão e comunicação, tem desempenhado um


papel vital na educação ao longo dos tempos. Sua importância no desenvolvimento
cognitivo e emocional dos alunos é amplamente reconhecida, sendo essencial para a
formação integral do indivíduo.
O presente artigo aborda o histórico da Arte, que pode ser identificada como uma
ciência que vem percorrendo um longo caminho para ter seu reconhecimento
institucional. O ensino no Brasil, que passou por diversos métodos, na maioria das
vezes importados sem a devida adaptação, apresenta concepções sobre a importância
das artes visuais baseada nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Artes e na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação. Caracteriza as diferentes linguagens presentes nas
Artes Visuais no processo de aprendizagem como: desenho, uma das manifestações
que tem a função de atribuição de significação ao que se expressa e se constrói;
pintura, que pode ser definida como a arte da cor; arte tridimensional (modelagem), em
que se procura explorar aquilo que a rodeia através do tato, da manipulação dos
objetos aguçando sua curiosidade; recorte e colagem, que propiciam à criança dos
primeiros anos escolares o aperfeiçoamento de conteúdos de coordenação motora,
criatividade e desenvolvimento da sensibilidade, noções de espaço e superfície. E, no
contexto atual de um mundo globalizado, é tratada a questão da Mídia como
divulgadora da produção artística. Todas essas questões foram observadas e
analisadas em uma escola da rede municipal, da cidade de Várzea Grande em Mato
Grosso, fazendo uma relação com os teóricos estudados e apresentados no artigo.
Estudar a importância das artes visuais no ato educativo é fundamental para
compreender como essas práticas podem enriquecer o processo de ensino-
aprendizagem. Em um mundo cada vez mais visual, integrar a arte ao currículo escolar
é uma necessidade para preparar os alunos para os desafios do futuro.
2 DESENVOLVIMENTO

A integração das artes visuais na educação remonta a antigas civilizações, onde


a arte era usada para transmitir conhecimentos e valores culturais. No século XX,
movimentos como a Bauhaus e as propostas de John Dewey reforçaram a importância
da arte na educação. A arte, numa perspectiva histórica, pode ser identificada como
uma ciência que vem percorrendo um longo caminho para ter seu reconhecimento
institucional. O ensino de Arte no Brasil, ao longo do tempo, passou por diversos
métodos, na maioria das vezes importados sem a devida adaptação, desde a
colonização com os jesuítas, impondo a separação entre a retórica e a manufatura e
negando a cultura indígena, passando pelo século XIX com a negação do barroco em
favor do neoclássico. Já no século XX, havia uma grande preocupação com o ensino de
Arte que até então se resumia ao ensino do desenho, este visto como um importante
meio para formação técnica. Artes visuais, como um conjunto de manifestações
artísticas, compreendem todo o campo de linguagem e pensamento sobre olhar e
sentido do ser humano. As Artes que normalmente lidam com a visão como seu meio
principal de apreciação costumam ser chamadas de Artes Visuais. Porém as artes
visuais não devem ficar restringidas apenas ao visual, pois, através dessas
manifestações artísticas (desenho, pintura, modelagem, recorte colagem entre outros),
há vários significados que o artista deseja passar Segundo Panofsky (1989), uma obra
de arte deve ser definida como um “objeto feito pelo homem que exige ser
esteticamente experenciado”. As Artes Visuais são linguagens, por isso são uma forma
muito importante de expressão e comunicação humanas, isto justifica sua presença na
educação infantil.
O ensino de Arte aborda uma série de significações, tais como: o senso estético,
a sensibilidade e a criatividade. Atualmente, algumas ações estão interferindo
qualitativamente no processo de melhoria do ensino e aprendizagem de Arte. Os
Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte destacam que: Dentre as várias propostas
que estão sendo difundidas no Brasil na transição para o século XXI, destacam-se
aquelas que têm se afirmado pela abrangência e por envolver ações que, sem dúvida,
estão interferindo na melhoria do ensino e da aprendizagem de arte. Trata-se de
estudos sobre a educação estética, a estética do cotidiano, complementando a
formação artística dos alunos. Ressalta-se ainda o encaminhamento pedagógico-
artístico que tem por premissa básica a integração do fazer artístico, a apreciação da
obra de arte e sua contextualização histórica. (PCN, 2000, p. 31). Podemos destacar a
“Proposta ou Metodologia Triangular” difundida e orientada por Ana Mae Barbosa, que
vem se afirmando por sua maior abrangência cultural. Essa proposta pedagógica
integradora tem por base trabalhar três vertentes do conhecimento em arte: o fazer
artístico, a leitura da imagem e a contextualização histórica. Outra ação que está
interferindo na melhoria do ensino e da aprendizagem de Arte se refere a estudos sobre
a educação estética do cotidiano, complementando a formação estético-artística dos
alunos. Caracterização das diferentes linguagens nas artes visuais no processo de
aprendizagem A criança, desde bebê, se interessa pelo mundo de forma peculiar.
Emitindo sons, movimentando o corpo, “rabiscando” as paredes da casa e
desenvolvendo atividades rítmicas, ela interage com o mundo sem precisar ser
estimulada para tal. Fazer arte reúne processos complexos em que a criança sintetiza
diversos elementos de sua experiência. No processo de selecionar, interpretar e
reformar, mostra como pensa, como sente e como vê. A criança representa na criação
artística o que lhe interessa e o que ela domina, de acordo com seus estágios
evolutivos. Uma obra de arte não é a representação de uma coisa, mas a
representação da relação do artista com aquela coisa. [...]. Quanto mais se avança na
arte, mais se conhece e demonstra autoconfiança, independência, comunicação e
adaptação social. (ALBINATI, 2009, p. 4). Assim sendo, a arte propicia à criança
expressar seus sentimentos e ideias, colocar a criatividade em prática, fazendo com
que seu lado afetivo seja realçado.
Tendo essa observação voltada para o âmbito escolar, vemos claramente como
as artes visuais são essenciais na interação social da criança e como os professores
podem desfrutar desse recurso para isso. Além de utilizar as artes visuais para
trabalhar o afetivo e a interação social da criança, o professor pode utilizá-las no auxílio
da motricidade infantil que deve ser bem trabalhada desde a infância para que,
futuramente, ela possa sentir a diferença desse recurso na sua vida pessoal, escolar e
profissional. Sendo assim, o presente artigo destaca cinco tipos de linguagens nas artes
visuais que são utilizadas com as crianças no cotidiano escolar. São elas: desenho,
pintura, modelagem, recorte/colagem e mídia (informática). Desenho O desenho é uma
das manifestações semióticas, isto é, uma das formas através das quais a função de
atribuição da significação se expressa e se constrói. Desenvolve-se concomitantemente
às outras manifestações, entre as quais o brinquedo e a linguagem verbal (PIAGET,
1973). A criança, inicialmente, vê o desenho como simplesmente uma ação sobre uma
superfície, sentindo prazer em “rabiscar”, explorar e descobrir as cores e novas
superfícies. Essa é a chamada fase da garatuja. Com as novas experiências de mundo
que a criança adquire, as garatujas vão evoluindo, ganhando formas definidas com
maior ordenação. O papel não é mais apenas uma superfície para os rabiscos infantis.
Ele passa a ser uma superfície na qual a criança expressará o que vive diariamente, ou
seja, expressará a alegria, a tristeza, os passeios que mais interessaram, a dinâmica
familiar (inclusive os conflitos vividos dentro de casa). Segundo Cunha, “devemos
lembrar que os registros resultam de olhares sobre o mundo. Se o olhar é
desinteressado e vago, as representações serão opacas e uniformes. (Referencial
Curricular Nacional, 1999, p. 12) ”. [...] a criança desde bebê mantém contato com as
cores visando explorar os sentidos e a curiosidade dos bebês em relação ao mundo
físico, tendo em vista que, nesse período, descobrem o mundo através do
conhecimento do seu próprio corpo e dos objetos com que eles têm possibilidade de
interagir. (CUNHA, 1999, p. 18). Desenhar, além de ser algo prazeroso para a criança,
é extremamente importante no cotidiano escolar. De acordo com o Referencial
Curricular Nacional de Educação Infantil: Por meio de diferentes gestos em um plano
vertical (ou pelo menos inclinado), a criança aprende a segurar corretamente o giz e o
lápis. Para que a criança adquira um traço regular, precisará trabalhar com certa
rapidez, sobre uma grande superfície colocada a sua altura. A criança que não domina
bem seu gesto será solicitada a trabalhar, sobretudo, com o ombro e o cotovelo: fará
então desenhos grandes. Somente mais tarde, quando os movimentos altura do ombro
e do cotovelo tornarem-se desenvolvidos, faremos diminuir as proporções dos
desenhos, exigindo assim da criança um trabalho mais específico do punho e dos
dedos. ” (1998, p. 106).
O professor pode explorar superfícies diferentes como lixa, papelão, papel
branco, madeira, chão, entre outros, para ajudar no desenvolvimento motor da criança.
No ato de desenhar, a criança expressa seu lado afetivo com a manifestação orgânica
da emoção, a criança usa o papel e o lápis para expressar os seus sentimentos no
desenho, a sua relação com a família, os amigos, a escola. Através dos traços feitos
pela criança, até mesmo pelas cores usadas, o professor consegue perceber o que está
acontecendo com ela, e que pode estar levando-a ao fracasso escolar. Com o avançar
do desenho infantil, a criança também desenvolve melhor o seu cognitivo, já que ela,
primeiro, representa o que vê para depois representar o que está gravado (fotografado)
na memória, ou seja, ela aprende a sair do plano palpável para o plano abstrato. O que
ajudará muito na iniciação matemática, futuramente, com as tão “temidas continhas”
que são trabalhadas de forma tátil para depois ser retratadas de forma abstrata. Dessa
forma, o desenho passa a ter uma significação muito mais ampla na educação infantil e,
assim, merece ser tratado como mais que simples rabiscos, sendo valorizado como um
auxiliador importante no desenvolvimento da criança. Pintura A pintura pode ser
definida com a arte da cor. Se no desenho o que mais se utiliza é o traço, na pintura o
mais importante é a mancha da cor. Ao pintar, vamos colocando sobre o papel, a tela
ou a parede cores que representam seres e objetos, ou que criam formas. (COLL;
TEBEROSKY, 2004, p. 30). A pintura trabalhada com as crianças tem objetivos que vão
além do simples prazer em manipular mãos e pincéis. Através do contato com diversos
materiais disponíveis para a manipulação com as tintas, cola, álcool, entre outros, as
crianças podem expressar sentimentos diversos na superfície trabalhada, além de
desenvolver, assim como o desenho, sua habilidade motora que, futuramente, na sua
alfabetização, será fundamental no desenvolver das letras. Pintar é, antes de tudo, uma
arte que deve ser usada também na Educação Infantil como fator de desenvolvimento
motor, afetivo e social da criança. Interpretar obras, recriar imagens, pintar por
observação são atividades que mostram possibilidades de transformações, de
reconstrução, de reutilização e de construção de novos elementos, formas, texturas,
etc. A relação que a criança estabelece com os diferentes materiais se dá, no início, por
meio da exploração sensorial e da utilização em diversas brincadeiras. Tudo isso
influenciará na sua criatividade e imaginação. Uma característica essencial da pintura é
o que se pode ou não fazer com ela através do jogo de cores. A criança não constitui
um conceito de cor olhando simplesmente algo colorido, mas durante repetidas ações
de comparar, nomear, transformar, enfim, falar das relações entre as cores que são
apenas três básicas (azul, vermelho, amarelo), que formam todas as outras.
Percebendo isso, o lado sensível e imaginário da criança pode ser aguçado, ajudando-a
a se formar como um ser completo, criativo, concentrado. Arte Tridimensional Durante
sua vida, a criança procura explorar aquilo que a rodeia através do tato, da
manipulação dos objetos aguçando sua curiosidade. Cabe ao professor explorar essa
curiosidade, buscando desenvolver atividades que instiguem essas características. Um
bom aliado são as atividades artísticas que envolvem a modelagem ou, na atualidade, a
arte tridimensional (por apresentar altura, largura e profundidade). Segundo Cunha: [...]
ao invés do professor simplesmente disponibilizar materiais, as crianças devem ser
desafiadas a explorar os materiais em todas as suas possibilidades, como numa
atividade banal com o lápis de cor e papel. Podemos transformar essas propostas
simplistas e comuns em uma proposta instigadora e fonte de descobertas, além de
conhecermos as hipóteses das crianças sobre o que vamos trabalhar. (1999, p. 57). A
Arte tridimensional, ou modelagem, é uma atividade basicamente sensorial. Podemos
trabalhá-la usando massas de biscuit caseiras, argila em barro, jornal, terra, massinha,
gesso e até mesmo massa comestível. Através da modelagem, a criança tem a
possibilidade de melhorar sua motricidade e ampliar sua capacidade de criatividade,
pois a modelagem pode ser usada em vários aspectos da aula ou em qualquer outro
ambiente em que a criança esteja. As diferentes formas de expressão permitem ainda à
criança comunicar com os pares e os adultos as experiências vividas e os
conhecimentos adquiridos. Elas têm o privilégio de aprender através das suas
comunicações e experiências concretas. Promove-se o desenvolvimento intelectual da
criança através de uma focalização sistemática na representação simbólica. Arte
significa ter mais linguagens significativas, diferentes formas de ver e representar o
mundo. A modelagem propicia para a criança o ato de se expressar livremente,
promovendo a habilidade na coordenação motora. As Artes Visuais, em geral, podem
ser usadas também como interdisciplinaridade, ou seja, com outros conteúdos de
outras disciplinas como, por exemplo, o jornal que, depois de lido, pode ser reciclado,
transformado em um novo papel que será reutilizado na escola. Trabalha-se, então, a
sustentabilidade. Pela modelagem também conseguimos perceber o quanto é
importante a criança expressar os seus sentimentos, fazendo com que os educadores
reflitam sobre a utilização da modelagem para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e
motor da criança. Mídia, arte e educação dizer que estamos no mundo da informação e
na era da informática já virou clichê. Na verdade, o que vemos é que os meios de
comunicação garantiram uma forma de que o acesso à informação fosse possível a
todas as camadas sociais. Aqui não entraremos na discussão sobre a qualidade e
veracidade da informação, o que nos interessa realmente é entender minimamente qual
a influência da mídia como veículo de divulgação e de produção artística. Com alguns
cliques em um teclado, somos capazes de ver por uma tela de computador obras de Da
Vinci, Picasso, Monet. Sem sequer saímos de casa, entramos em contato com séculos
de história e culturas, desde as manifestações artísticas mais clássicas até as
contemporâneas. Um universo de possibilidades se abre. A imagem na tela do
computador ou da televisão, os impressos, os jornais, as revistas e os catálogos são
hoje os grandes divulgadores da arte. As novas formas de produção artística que
brotam das novas tecnologias impressionam com suas cores, formas e movimento. São
editorações gráficas, web designs, montagens de fotografias, vídeos. É a arte visual se
atualizando e se modificando, sem, contudo, abandonar a grande razão da existência
da arte que é a expressão de ideias e sentimentos. A tecnologia não veio para nos
afastar dos ideais artísticos, embora seja o que aconteça em alguns casos. É possível e
necessário ver nos avanços tecnológicos uma forma segura de produção e resgate do
fazer artístico aliado às novas exigências sociais. No processo de educação realizam-
se, ainda, dois movimentos: um primeiro, em que é feita a mediação entre o social, a
prática construída e o indivíduo, no qual se forma a base dos pensamentos individual e
coletivo e é quem possibilita a continuidade do processo histórico da cultura; e em
segundo, que se caracteriza pela mediação que a palavra e a imagem fazem entre o
pensamento individual e o social e pela possibilidade que cada um tem de ser sujeito,
de reelaborar produzindo o novo, revelando como a educação se envolve na tensão
entre o individual e o social (MELO; TOSTA, 2008, p. 55). Como mediadora desse
processo de interação, entra a escola, local privilegiado da construção e reprodução
cultural, cumprindo o papel de tecer as relações necessárias entre o conhecimento do
clássico e do novo, como uma ponte entre os sujeitos e o mundo artístico. Recorte e
colagem O recorte e a colagem são um processo usado há muitos anos para decorar
igrejas, praças, casas, quadros, usando diferentes materiais como, por exemplo,
ladrilhos, pedras, papéis e outros. A junção desses materiais formava uma figura,
denominada mosaico. Com as crianças, esse processo também é muito utilizado: Uma
maneira interessante de trabalhar com colagem consiste em cortar ou rasgar formas de
figuras de cores e texturas variadas. Começa-se recolhendo papéis, papelões e tecidos
de texturas e cores diferentes. Podem ser empregados muitos tipos de papel: lisos,
rugosos, brilhantes, grossos, finos.... “As fotografias das revistas são muito úteis,
porque têm uma grande quantidade de cores diferentes. (COLL; TEBEROSKY, 2004, p.
64.)”. Tendo uma folha de papel à sua frente, a criança pode explorar vários aspectos
dela. Surgem ideias sobre o que se pode fazer com ela; experimentam-se sensações
passando a mão sobre ela. Toda exploração leva à aquisição de conhecimentos sobre
suas características: se a folha é lisa ou áspera; se pode ser dobrada ou amarrotada;
como ela fica se submetida a amasso, rasgões e picagem; se ela pode ficar de um jeito
que expresse alegria ou tristeza.... Os trabalhos de recorte, colagem e aplicação
propiciam à criança dos primeiros anos escolares o aperfeiçoamento de conteúdos de
coordenação motora, criatividade e desenvolvimento da sensibilidade, noções de
espaços e superfície. O primeiro interesse da criança, ainda pequena, é no recorte
puro, sem a intenção de formar figuras. À medida que ganha segurança no domínio da
tesoura sobre o papel, surge a ideia de transformar pedaços de papel em figuras
significativas e de utilizá-las a fim de compor cenas. A partir daí ela vai manifestando
preferências dentro da atividade, distinguindo papéis e possibilidades de recortes,
colagens e aplicações. Revistas, jornais, papéis de diferentes texturas e pequenos
objetos passam a ser vistos como fonte de pesquisa. A justaposição e a sobreposição
de figuras levam a criança a aprimorar suas noções de orientação espacial, a partir da
percepção das partes em relação ao todo. O trabalho pode evoluir para a aplicação
sobre objetos de uso, como a intervenção em capas de caderno ou caixas, e o trabalho
final também pode ser posto em moldura, valorizado como objeto de exposição. A
criança deve ter liberdade para exercer sua criatividade, executando ideias criativas e o
capricho com o acabamento final das produções artísticas. Picando com as mãos, com
o auxílio de uma tesoura ou simplesmente da forma como encontra o material desejado
para a colagem, a criança trabalha o seu cognitivo ao perceber o tamanho, a espessura
e o modo como encaixar a matéria no local desejado. Como mediador do
conhecimento, o professor é essencial para incentivar o aluno pelo caminho da arte ou
por outra área do conhecimento, oferecendo os melhores suportes, de forma que venha
a somar no seu crescimento e na sua formação. Pode-se abordar na atividade de
recorte e colagem a manipulação e a exploração de diferentes materiais,
independentemente de sua utilização na realização de um produto final. A mistura de
materiais propicia trabalhos muito interessantes, como a colagem de tecidos rústicos
com beiradas desfiadas sobre cartões cortados em papel reciclado. As artes visuais
contribuem para o desenvolvimento cognitivo, melhorando habilidades como percepção
visual, coordenação motora e resolução de problemas. Emocionalmente, ajudam na
expressão de sentimentos e na construção da autoestima. Exemplos de práticas
pedagógicas bem-sucedidas incluem projetos interdisciplinares que utilizam a arte para
explorar temas de outras disciplinas, oficinas de criatividade e a criação de murais
escolares que refletem a identidade e a cultura dos alunos.

.
3 CONCLUSÃO

A pesquisa confirma que as artes visuais desempenham um papel crucial na


educação, contribuindo para o desenvolvimento integral dos alunos, são uma forma que
a criança tem de expressar-se com sua visão de mundo e com isso desenvolver-se nas
dimensões afetiva, motora e cognitiva, utilizando as diferentes linguagens artísticas que
compõem as artes visuais, tendo a oportunidade de construir, criar, recriar e inventar,
tornando-se um sujeito ativo e crítico na sociedade. As Artes Visuais, em uma
perspectiva histórica, percorreram um longo caminho para serem reconhecidas
institucionalmente. Na medida em que a criança conquistou seu lugar na sociedade
como participante ativa da construção do seu conhecimento, as diferentes linguagens
das Artes Visuais passaram a ser objeto de estudo por muitos teóricos, que perceberam
a necessidade de elas serem trabalhadas principalmente na Educação Infantil (crianças
de zero a cinco anos), uma vez que são o principal auxílio no desenvolvimento
cognitivo, afetivo e motor. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, o ensino das artes passou a ser um componente curricular obrigatório, nos
diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural
dos alunos. Além das Artes Visuais trabalharem o afetivo e a interação social da
criança, elas contribuem para o desenvolvimento da motricidade infantil e de outros
conteúdos trabalhados em sala de aula que irão refletir, futuramente, na vida pessoal,
escolar e profissional do indivíduo. Cada movimento, expressão ou recorte de papel
constitui-se num direito que a criança tem de conhecer o mundo, expressar seus
sentimentos sem a fala. Muitas escolas utilizam esses recursos para a formação da
criança como um ser completo, trabalhando-os não como passatempo ou um recurso
decorativo, mas sim como uma forma de aprendizagem lúdica, repleta de objetivos
importantes no desenvolvimento da criança. Expressando-se no papel, com argila, na
tela, fazendo colagem, a criança faz arte naturalmente. A arte proporciona um contato
direto com nossos sentimentos, despertando no indivíduo maior atenção ao seu
processo de sentir.

Os resultados sugerem a necessidade de políticas educacionais que incentivem


a integração das artes visuais no currículo escolar e a formação continuada de
professores nessa área. Futuras pesquisas podem explorar a longo prazo os impactos
das artes visuais na educação e investigar a eficácia de diferentes abordagens
pedagógicas.
4 REFERÊNCIAS

PENTEADO, Heloisa Dupas (Org.). Pedagogia da comunicação: teorias e


práticas. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
FRANCASTEL, Pierre. Arte e técnica nos séculos XIX e XX. Lisboa: Livros do
Brasil, 2000.
BIASOLI, Carmem Lúcia Abadie. A Formação do professor em arte: do ensaio…
à encenação. Campinas, SP: Papirus, 1999.
BOGDAN, Robert e BIKLEN, S. Investigação Qualitativa em Educação – uma
introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.
FILHO, José Camilo dos S. e GAMBOA, Sílvio S. Pesquisa educacional:
quantidade-qualidade. São Paulo: Cortez,1995.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,
2006.
ALARCÃO, Isabel. Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva. São Paulo:
Cortez, 2008.
FAZENDA, Ivani (org.) Didática e Interdisciplinaridade. Campinas (SP): Papirus,
1998.

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