O Direito À Infelicidade: Teste de Língua Portuguesa
O Direito À Infelicidade: Teste de Língua Portuguesa
O direito à infelicidade
Os manuais de autoajuda são exemplos de tirania.
De pequenas tiranias consumidas por escravos dóceis e
fiéis que acreditam em dois equívocos. O primeiro é
conhecido: não existe manual de autoajuda que não
apresente o infortúnio como um elemento estranho à
condição humana. A tristeza é uma anormalidade,
dizem. O fracasso não existe e, quando existe, deve ser
imediatamente apagado, ordenam. Na sapiência dos
manuais, a infelicidade não é um fato; é uma vergonha
e uma proibição. O que implica o seu inverso: se a
infelicidade é uma proibição, a felicidade é obrigatória
por natureza. Obrigatória e radicalmente individual. Ela
não depende da sorte, da contingência e da ação de
terceiros: daqueles que fazem, e tantas vezes
01. Leia o texto e, a seguir, responda. desfazem, o que somos e não somos. Depende,
exclusiva, e infantilmente, de nós.
Quem vai encarar o Facebook?
COUTINHO, João Pereira. O direito à infelicidade. Folha de S. Paulo, São
"Sua rede social é controlada por publicitários. Paulo, 30 ago. 2006, p. E2.
Você é o produto comprado e vendido." Assim, com
desmedido exagero, a startup americana Ello anunciou Depois de lido, podemos observar que a ideia
o lançamento de uma nova rede social online, de principal do texto é
mesmo nome. O site pretende se consolidar como uma a) o infortúnio da condição humana.
espécie de antiFacebook. Nas palavras da equipe: b) o individualismo da felicidade.
"Livre de propagandas. A Ello não vende dados sobre c) a tirania dos livros de autoajuda.
você". Parece utópico. Google e Facebook nasceram d) a sapiência dos manuais de autoajuda.
com proposta similar, mas logo abriram as portas para o e) a inexistência do fracasso.
bem-vindo dinheiro da publicidade, sem o qual ambos
não sobreviveriam, muito menos se tornariam empresas 03. Leia o texto abaixo e responda o que se pede.
bilionárias. Logo que foi lançada, em março, a Ello foi
levada ao canto do ringue. A opinião geral era de que Diabetes sem freio
cederia. No mês passado, foi além, ao se tornar uma A respeitada revista médica inglesa “The Lancet”
corporação de utilidade pública, categoria que nos chamou a atenção, em editorial, para o crescimento da
Estados Unidos abrange empresas que se epidemia de diabetes no mundo. A estimativa é de que
os atuais 246 milhões de adultos portadores da doença
comprometem com metas sociais. Com isso, o
se transforme em 380 milhões em 2025. O problema é
compromisso de ser livre de anúncios e de não faturar responsável por 6% do total de mortes no mundo, sendo
com coleta de dados virou uma obrigação legal. [...] 50% devido a problemas cardíacos — doença
VILICIC, Felipe. Quem vai encarar o Facebook? In: Revista Veja. Edição 2398. São Paulo:
Editora Abril, 2014, p. 106.
associada à diabetes.
Galileu, nº 204, jul. 2008, p. 14.