0% acharam este documento útil (0 voto)
29 visualizações129 páginas

Respostas 2

O documento contém uma série de comunicações de Paula abordando diversos temas jurídicos, incluindo a revogação da EIRELI, emancipação de menores, responsabilidade civil, e direitos do consumidor. Também discute a execução provisória e a sub-rogação no contexto do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor. As mensagens são direcionadas a diferentes destinatários e oferecem esclarecimentos sobre questões legais específicas.

Enviado por

paula.alves.11
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato ODT, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
29 visualizações129 páginas

Respostas 2

O documento contém uma série de comunicações de Paula abordando diversos temas jurídicos, incluindo a revogação da EIRELI, emancipação de menores, responsabilidade civil, e direitos do consumidor. Também discute a execução provisória e a sub-rogação no contexto do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor. As mensagens são direcionadas a diferentes destinatários e oferecem esclarecimentos sobre questões legais específicas.

Enviado por

paula.alves.11
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato ODT, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 129

Olá, XX! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, xxx! Tudo bem?

Agradecemos o elogio ao professor! O seu feedback é muito importante para


melhorarmos a experiência de nossos alunos.

Bons estudos!

Equipe Ênfase.

Olá, Aleandro!Tudo bem?


A previsão da EIRELI foi revogada. A Lei nº 14.195/2021 estabelece:
?Art. 41. As empresas individuais de responsabilidade limitada existentes na data da
entrada em vigor desta Lei serão transformadas em sociedades limitadas unipessoais
independentemente de qualquer alteração em seu ato constitutivo.
Parágrafo único. Ato do Drei disciplinará a transformação referida neste artigo.?
Assim, as EIRELIs foram transformadas em sociedades limitadas unipessoais por força
de lei, sendo o dispositivo que previa as empresas individuais de responsabilidade
limitada no Código Civil (art. 44, IV) revogado pela Lei 14.382/22.

Atenciosamente, Paula

Olá, Michele! Tudo bem?

Tal limitação encontra-se prevista na parte final do dispositivo (art. 5º, parágrafo único,
inciso I do CC):
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada
à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
Atenciosamente,

Paula

Olá, Michele! Tudo bem?

A jurisprudência diferencia a emancipação legal, hipótese em que os pais são liberados


da responsabilidade pelos atos do filho, da emancipação voluntária, que não teria o
condão de exonerar a responsabilidade dos pais, prevista em lei.

Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.


ATROPELAMENTO. LESÕES CORPORAIS. INCAPACIDADE. DEVER DE INDENIZAR.
REEXAME DE MATÉRIA DE FATO. REVISÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL. PENSÃO MENSAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO.
POSSIBILIDADE. JULGAMENTO ULTRA PETITA. OCORRÊNCIA. RESPONSABILIDADE
CIVIL DOS PAIS. EMANCIPAÇÃO. 1. Não cabe recurso especial por alegada ofensa a
dispositivos constitucionais. 2. A emancipação voluntária, diversamente da operada por
força de lei, não exclui a responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados por seus
filhos menores. 3. Impossibilidade de reexame de matéria de fato em recurso especial
(Súmula 7 do STJ). 4. Admite a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
excepcionalmente, em recurso especial, reexaminar o valor fixado a título de indenização
por danos morais, quando ínfimo ou exagerado. Hipótese, todavia, em que o valor foi
estabelecido na instância ordinária, atendendo às circunstâncias de fato da causa, de
forma condizente com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 5. A percepção
de benefício previdenciário não exclui o pagamento de pensão mensal como
ressarcimento por incapacidade decorrente de ato ilícito. Precedentes. 6. Indevidos
décimo terceiro e férias, não postulados na inicial, uma vez que o autor não era
assalariado, desenvolvendo a atividade de pedreiro como autônomo. 7. Agravo regimental
parcialmente provido. (AgRg no Ag n. 1.239.557/RJ, relatora Ministra Maria Isabel Gallotti,
Quarta Turma, julgado em 9/10/2012, DJe de 17/10/2012.)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Rebeca! Tudo bem?


Prevalece o entendimento de que na hipótese do art. 42 do CDC não se exige a presença
do elemento subjetivo dolo, do mesmo modo não se exige a prova da má-fé, mas apenas
a prova de que houve um erro injustificável na cobrança.

Noutro giro, a responsabilidade prevista no art. 940 do CC exige o requisito subjetivo da


comprovação do dolo ou má-fé do autor da ação de cobrança para incidir a sanção civil
pela cobrança excessiva de dívida.

Nesse sentido (Filho, Sergio C. Programa de Direito do Consumidor. (6th edição). Grupo
GEN, 2022. pág. 258):

Esse dispositivo guarda semelhança com o art. 940 do Código Civil: “Aquele que
demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas
ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o
dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se
houver prescrição”. Tem, todavia, características próprias, como se denota cotejando as
duas normas. Para o CDC bastará que o consumidor tenha sido cobrado (judicial ou
extrajudicialmente – usa-se ali o verbo cobrar), enquanto pelo Código Civil será preciso
cobrança judicial (refere-se a demandar), vale dizer, ação de cobrança pelo menos
ajuizada. O consumidor, todavia, só terá direito à devolução em dobro daquilo que
efetivamente tiver pago em excesso ou indevidamente, não bastando a simples cobrança,
como no regime civil. Por último, e esta é a mais importante diferença, o Código Civil
exige má-fé do credor. A questão já estava sumulada no Supremo Tribunal Federal
(Súmula nº 159) na vigência do Código Civil de 1916 e quando a matéria era ainda da sua
competência, no sentido de ser necessária a má-fé: “cobrança excessiva, mas de boa-fé,
não dá lugar às sanções do art. 1.531 do Código Civil”. O Superior Tribunal de Justiça
adotou a mesma orientação em inúmeros julgados.74 No Código de Defesa do
Consumidor, a pena pela cobrança indevida é bem mais rigorosa porque basta a
cobrança indevida; não exige a má-fé. Para se eximir da pena terá o fornecedor (credor)
que provar o engano justificável, e este só ocorre quando não houver dolo ou culpa. Não
caracteriza engano justificável o erro de cálculo, falha na computação, mau
funcionamento da máquina, demora do correio etc.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Rebeca! Tudo bem?

Não, o direito real de habitação concedido ao cônjuge ou companheiro sobrevivente


alcança apenas o direito de habitar gratuitamente casa alheia, de modo que o titular deste
direito pode apenas ocupar o bem com sua família. Ademais, trata-se de direito de
natureza vitalícia e personalíssima, o que significa que ele pode permanecer no imóvel
até a morte.

Sua finalidade é assegurar que o viúvo ou viúva permaneça no local em que antes residia
com sua família, garantindo-lhe uma moradia digna.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Raissa! Tudo bem?

Tratando-se de compra realizada fora do estabelecimento comercial o consumidor possui


o prazo de 7 dias, que na hipótese deveria contar da entrega do produto. Exercido o
direito de arrependimento, o parágrafo único do art. 49 do CDC especifica que o
consumidor terá de volta, imediata e monetariamente atualizados, todos os valores
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão. Do mesmo modo,
eventuais prejuízos enfrentados pelo fornecedor nesse tipo de contratação são inerentes
à modalidade de venda agressiva fora do estabelecimento comercial.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Maria! Tudo bem?

Para as ações que visam a fixação da prestação alimentar aplica-se o previsto no art.
292, III do CPC.

Por outro lado, tratando-se de execução de alimentos o valor corresponderá à cobrança


de quantia certa, aplicando-se o disposto no art. 292, I do CPC, de modo que o valor da
causa corresponde à soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora
vencidos até a data de propositura da ação, ou seja, corresponde ao valor efetivamente
devido.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Paula! Tudo bem?

As faturas, assim como o contrato de abertura de conta ainda que acompanhado do


extratos, não são considerados título executivo. Contudo, é possível a propositura de
ação monitória baseada em cartão de crédito não pago, apresentando-se a proposta de
contratação do serviço devidamente assinada, o regulamento geral aplicado ao serviço, o
extrato detalhado do cartão de crédito, com as parcelas das compras realizadas que não
foram pagas, e a memória de cálculo com a evolução do débito a fim de constituir prova
escrita sem força executiva.

Nesse sentido:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO MONITÓRIA - EMBARGOS - ÔNUS DA PROVA -


EMBARGANTE - REVISIONAL - CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO - JUROS
ROTATIVOS - POSSIBILIDADE - ABUSIVIDADE NÃO DEMONSTRADA - SENTENÇA
REFORMADA. - A ação monitória está prevista no artigo 700, do Código de Processo
Civil, destinando-se àquele que pretende, com base em prova escrita sem eficácia de
título executivo, exigir o pagamento de quantia em dinheiro; a entrega de coisa fungível ou
infungível ou de bem móvel ou imóvel; ou o adimplemento de obrigação de fazer ou de
não fazer. Por sua vez, em se tratando de embargos à monitória, atribui-se ao
embargante o ônus de desconstituir a prova apresentada pelo autor da ação monitória.
- Admite-se a cobrança de juros rotativos, uma vez inadimplida a fatura do cartão de
crédito, ainda que não exista prévia estipulação da taxa de juros. A abusividade desta taxa
deve ser comprovada pelo embargante com base na média de mercado, sob pena de
prevalecer o encargo previsto na respectiva fatura. - Recurso provido. Sentença
reformada. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.23.125027-5/001, Relator(a): Des.(a)
Mariangela Meyer , 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/07/2023, publicação da
súmula em 10/07/2023)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Alexandre! Tudo bem?

Execução Provisória é a execução da sentença impugnada por meio de recurso pendente


desprovido de efeito suspensivo (CPC/2015, art. 520).

Dito isso, a execução provisória corre por iniciativa, conta e responsabilidade do


exequente. Dessa forma, se a sentença vier a ser reformada, estará ele obrigado a
reparar os prejuízos que o executado houver sofrido (art. 520, I do CPC). Trata- se de
hipótese de responsabilidade objetiva por dano processual.

Portanto, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução a


execução provisória fica sem efeito, restituindo-se as partes ao estado anterior e
liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmo autos (art. 520, II). Esse dispositivo atribui
eficácia ex tunc à decisão que anula ou reforma o título provisório, de modo “que a
situação jurídica do executado deve ser, sempre que puder, a mais coincidente possível
com aquela que possuía antes de sujeitar-se à execução de um título instável”.
Confirmada a sentença no grau de recurso, a execução provisória transmuda-se,
automaticamente, em definitiva.

Vale ressaltar que no cumprimento provisório o levantamento de depósito em dinheiro e


de prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou
de outro direito real sobre os bens exequendos, ou dos quais possa resultar grave dano
ao executado, a execução provisória só se ultimará mediante caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos (art. 520, IV). Portanto, o
levantamento de valore depende de caução, que pode ser real ou fidejussória, e tem de
ser idônea e suficiente, isto é, há de representar, para o devedor, o afastamento do risco
de prejuízo, na eventualidade de ser cassado ou reformado o título executivo judicial que
sustenta a execução provisória.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Luilson! Tudo bem?

A princípio, aplica-se o previsto no CDC, visto que é lei especial em relação ao CC, e pelo
princípio da especialidade a lei geral não derroga a especial (art. 2º, §2º da LINDB).

Contudo, a doutrina e a jurisprudência tem reconhecido a aplicação da Teoria do Diálogo


das Fontes, criada por Erick Jaime e desenvolvida no Brasil por Claudia Lima Marques,
que visa solucionar as antinomias sob a ideia de que as normas jurídicas não se excluem,
mas se complementam.

Dito isso, o art. 7º do CDC prevê que os direitos previstos neste código não excluem
outros, possibilitando que uma norma mais favorável ao consumidor seja aplicável ainda
que esteja prevista fora do CDC.

Assim sendo, tem-se admitido o diálogo das fontes para proteger o consumidor,
aplicando-se normas previstas no Código Civil em relações de consumo quando mais
benéfico ao consumidor, inclusive em questões atinentes aos prazos prescricionais.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Ivan! Tudo bem?

Não sei se entendi o seu questionamento, portanto se permanecer dúvida peço que
reformule a pergunta.

Havendo o julgamento procedente dos embargos à execução fiscal (em que se executa
dívida tributária ou não) se proferirá uma decisão contrária à Fazenda Pública, portanto
será hipótese de remessa necessária por força do art. 496, II do CPC. Isso ocorre porque
a execução fiscal só pode ser promovida pela fazenda, de modo que os embargos
configuram a defesa do executado e, sendo julgados procedentes, serão contrários aos
interesses fazendários.

Contudo, em qualquer hipótese em que se promova uma execução contra a Fazenda, se


a mesma apresentar embargos e os mesmos forem julgados procedentes significa que a
decisão é favorável à Fazenda não ensejando hipótese de remessa necessária.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Luilson! Tudo bem?

O juiz não está vinculado aos fundamentos jurídicos utilizados pelo autos, podendo decidir
com base em fundamento diverso, desde que oportunizadas as partes a oportunidade de
se manifestar, conforme art. 10 do CPC.

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,


com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual
deva decidir de ofício.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Sandro! Tudo bem?

A Justiça de Primeiro Grau no Distrito Federal é dividida em “Circunscrições Judiciárias”,


assim temos a Circunscrição Judiciária de Brasília, Taguatinga, Gama, Planaltina,
Brazlândia etc.
Assim sendo, a título de exemplo, o cabeçalho fica assim: Excelentíssimo Juiz de Direito
da _ Vara Cível da Circunscrição Judiciária de Brasília ou Ao Juízo da _Vara Cível da
Circunscrição Judiciária de Brasília.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Alexandre! Tudo bem?

Sub-rogação, de forma técnica, designa determinadas situações em que uma coisa se


substitui a outra coisa ou uma pessoa se substitui a outra pessoa. Dito de outro modo, há
um objeto ou um sujeito jurídico que toma o lugar de outro diverso.

Dito isso, a sub-rogação possui seus efeitos previstos no art. 349 do Código Civil:

“A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias


do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores”.

Portanto, a sub-rogação, legal ou convencional, produz dois efeitos: a) o liberatório, por


exonerar o devedor ante o credor originário; e b) o translativo, por transmitir ao terceiro,
que satisfez o credor originário, os direitos de crédito que este desfrutava, com todos os
seus acessórios, ônus e encargos, pois o sub-rogado passará a suportar todas as
exceções que o sub-rogante teria de enfrentar.

Esse efeito translativo da sub-rogação é que possibilita o exercício de ação regressiva,


mas não se confunde com ela.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Alvino! Tudo bem?

Inicialmente é preciso ressaltar que para a alteração do registro civil para mudança de
nome e ou gênero nem mesmo a existência de processos criminais, trabalhistas ou
inscrição em cadastro de inadimplentes impedem a retificação do registro.

Nesse caso, a proteção à segurança jurídica e de terceiros é realizada por meio da


manutenção do número do CPF e outros dados registrais, como a filiação.

Nesse sentido, consignou o Ministro Luiz Fux em seu voto na ADI 7275/DF:
É sabido que a alteração do registro civil para mudança do nome, em todas as diversas
hipóteses juridicamente admissíveis, pode acarretar alguns riscos à segurança jurídica de
terceiros interessados, como credores e herdeiros. Nesses casos, em um juízo de
ponderação, a segurança jurídica cede espaço para a dignidade, havendo mecanismos
de mitigação dos riscos, tais como a manutenção do número de inscrição no cadastro de
pessoa física (CPF), do número da carteira de identidade e de outros dados registrais,
como filiação.

Por fim, obrigações propter rem são aquelas que recaem sobre a pessoa em decorrência
da titularidade da coisa, ou seja, obrigações que nascem independentemente da vontade
sendo atreladas à titularidade da coisa. Na hipótese, as dívidas pretéritas são mera
relação obrigacional e não há sequer alteração do polo da relação jurídica anteriormente
estabelecida entre credor e devedor, mas tão somente alteração da denominação do
devedor.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?


Especialmente no que diz respeito às crianças ou aos adolescentes indígenas ou de origem
quilombola, dispõe o art. 28, § 6º, do ECA:

Art. 28. (…) § 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de


comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009.)

I – que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e
tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009.)

II – que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a


membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009.)

III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política


indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009.)

Com essas disposições, o legislador demonstrou preocupação quanto à manutenção da


identidade social e cultural, bem como os costumes, as tradições e as instituições da criança ou
adolescente indígena ou de origem quilombola quando esta é colocada em família substituta.

Assim, quando se trata da relação indigenista o inciso III prevê a necessária a oitiva de
representantes do órgão federal responsável pela política indigenista e de antropólogos, perante a
equipe interprofissional.

Tal necessidade pode ser analogicamente trazida para a relação dos remanescentes de quilombo
e toda comunidade tradicional

Nesse sentido, precedente do STJ:

É obrigatória a intervenção da FUNAI em ação de destituição de poder familiar que envolva


criança cujos pais possuem origem indígena (REsp. nº 1.698.635-MS, 3ª Turma, rel. Min. Nancy
Andrighi, por unanimidade, julgado em 01.09.2020, DJe 09.09.2020 – Informativo nº 679).

Atenciosamente,

Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

A teoria do risco integral corresponde às situações em que não há excludente de nexo de


causalidade ou responsabilidade civil a ser alegada, como nos casos de danos ambientais
(art. 14, § 1.º, da Lei n. 6.938/1981).

A doutrina não elenca a responsabilidade pelo fato de animal dentre as hipóteses em que
seria aplicável a teoria do risco integral, justamente porque o legislador trouxe hipóteses
de exclusão do nexo causal: fato exclusivo da vítima ou força maior.

Configuraria hipótese decorrente da teoria do risco criado, presente nos casos em que o
agente cria o risco, decorrente de outra pessoa ou de uma coisa. Assim, o responsável é
a pessoa que assume o risco criado pela coisa que tem a seu serviço ou para sua
recreação.

Vale ressaltar que Cavaliere Filho, ao tratar da responsabilidade pelo fato dos animais
prevê que se trata de uma hipótese de responsabilidade ainda mais forte, contudo não a
elenca dentro da responsabilidade pelo risco integral (Filho, Sergio C. Programa de
Responsabilidade Civil. 16th edição. Grupo GEN, 2023. Pág. 294):

O art. 936 não mais admite ao dono ou detentor do animal afastar sua responsabilidade
provando que o guardava e vigiava com cuidado preciso, ou seja, provando que não teve
culpa. Agora, a responsabilidade só poderá ser afastada se o dono ou detentor do animal
provar fato exclusivo da vítima ou força maior. Temos, destarte, uma responsabilidade
objetiva tão forte que ultrapassa os limites da teoria do risco criado ou do risco-proveito.
Tanto é assim que nem todas as causas de exclusão do nexo causal, como o caso fortuito
e o fato de terceiro, afastarão a responsabilidade do dono ou detentor do animal. A vítima
só terá que provar o dano, e que este foi causado por determinado animal. A defesa do
réu estará restrita às causas especificadas na lei, e o ônus da prova será seu. Não estará
afastada, a toda evidência, a defesa fundada no fato de não ser dono nem detentor do
animal.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

A culpa do inadimplente ainda assim será presumida.

O entendimento jurisprudencial mencionado afasta a caracterização do elemento DANO


decorrente do mero inadimplemento contratual, portanto, o mero inadimplemento por si só
não ocasiona dano moral. Dito de outro modo, não caracteriza-se ofensa a direito da
personalidade decorrente tão somente do inadimplemento contratual.

Portanto, a jurisprudência entende que o mero inadimplemento contratual não se trata de


hipótese de DANO presumido ou in re ipsa.

Contudo, caso além do inadimplemento contratual reste comprovado o elemento DANO


de ordem moral, ou seja, reste caracterizado no caso concreto o dano a direito da
personalidade, o elemento CULPA será presumido.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. COMPRA E VENDA DE
IMÓVEL. RESCISÃO CONTRATUAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
NÃO CONFIGURADA. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
83/STJ. DANOS MORAIS. CARACTERIZAÇÃO. EXISTÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIAS
EXCEPCIONAIS QUE JUSTIFIQUEM A INDENIZAÇÃO. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.
AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Não ficou configurada a violação ao arts. 489 e
1.022 do CPC/2015, uma vez que o Tribunal de origem se manifestou, de forma
fundamentada, sobre todas as questões necessárias para o deslinde da controvérsia. O
mero inconformismo da parte com o julgamento contrário à sua pretensão não caracteriza
falta de prestação jurisdicional. 2. Consoante entendimento do Superior Tribunal de
Justiça, "a despeito do caráter originalmente irretratável da compra e venda no âmbito da
incorporação imobiliária (Lei 4.591/1964, art. 32, §2º), a jurisprudência do STJ, anterior à
Lei 13.786/2018, de há muito já reconhecia, à luz do Código de Defesa do Consumidor, o
direito potestativo do consumidor de promover ação a fim de rescindir o contrato e
receber, de forma imediata e em pagamento único, a restituição dos valores pagos,
assegurado ao vendedor sem culpa pelo distrato, de outro lado, o direito de reter parcela
do montante (Súmula 543/STJ)" - (REsp n. 1.723.519/SP, relatora Ministra Maria Isabel
Gallotti, Segunda Seção, julgado em 28/8/2019, DJe 2/10/2019). 3. Tendo o acórdão
recorrido decidido em consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, incide na
hipótese a Súmula n. 83/STJ, que abrange os recursos especiais interpostos com amparo
nas alíneas a e/ou c do permissivo constitucional.

4. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que o simples atraso


na entrega do imóvel não configura, por si só, dano moral, sendo necessária a presença
de circunstâncias excepcionais que justifiquem a indenização. No caso, a Corte de
origem, reconheceu a ocorrência dos danos morais, consignando expressamente que, na
hipótese concreta, as circunstâncias atinentes ao atraso na entrega do empreendimento,
notadamente a perda do tempo útil do consumidor, ensejaram ofensa à incolumidade
psíquica e à dignidade do promitente comprador, ultrapassando o mero inadimplemento
contratual.

5. Diante desse contexto, alterar o entendimento alcançado pelo aresto impugnado


(quanto à afronta a direitos da personalidade da parte autora e à ocorrência de danos
morais indenizáveis) exige necessariamente a reavaliação de fatos e provas constantes
dos autos, o que é vedado no âmbito do recurso especial, nos termos da Súmula n.
7/STJ. 6. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp n. 2.232.663/RJ, relator Ministro
Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 18/9/2023, DJe de 22/9/2023.)

Atenciosamente,
Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

O Código Civil aponta que sejam consideradas mortes presumidas as situações que
autorizam a abertura da sucessão definitiva. Assim, o art. 6º prevê:

“Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.”

Ademais, o CC autoriza a declaração de morte presumida em outras situações,


independentemente da declaração de ausência no art. 7º, hipótese em que caberá ao juiz
fixar a data da morte presumida do desaparecido na sentença (parágrafo único).

“Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:

I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até


dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a
data provável do falecimento.”

Nos casos em que é necessária a prévia declaração de ausência, dez anos depois de
passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória do
ausente, poderão os interessados requerer a SUCESSÃO DEFINITIVA (art. 37). Também
pode ser requerida a sucessão definitiva, uma vez provado que o ausente conta com 80
anos de idade e que de cinco datam suas últimas notícias (art. 38). Nesse momento há a
possibilidade de reconhecimento presumido da morte.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Mariana! Tudo bem?


A princípio, o registro dos filhos permanece inalterado, ainda que a genitora tenha voltado
a adotar o nome de solteira. Portanto, o registro dos filhos realizado quando a genitora
ainda adotava o nome de casada permanece inalterado ainda que a genitora retorne ao
nome de casada.

Contudo, conforme previsto no Provimento 82/2019 do CNJ poderá ser requerida, perante
o Oficial de Registro Civil competente, a averbação no registro de nascimento e no de
casamento das alterações de patronímico dos genitores em decorrência de casamento,
separação e divórcio, mediante a apresentação da certidão respectiva.

Deste modo, sendo os filhos menores de idade a genitora pode pedir a averbação no
registro dos filhos para que conste a alteração do próprio nome. Tratando-se de filhos
maiores a retificação do registro depende da manifestação do filho.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Wanucia! Tudo bem?

O § 3º do art. 55 do CPC permite a reunião para julgamento conjunto dos processos que
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente ainda que não exista conexão entre eles.

Tal dispositivo se aplica aos casos que têm como ponto de partida uma mesma lesão ou
ameaça a direito envolvendo diversos interessados e que, não obstante, precisam ser
homogeneamente resolvidos e poderia ser aplicado ao caso dos expurgos inflacionários.

Contudo, é importante ressaltar que cabe ao julgador avaliar a conveniência da reunião


dos processos para julgamento em conjunto, uma vez que em determinadas hipóteses
poderá ser comprometida a prestação jurisdicional e a duração razoável do processo.

Nesse sentido, é o entendimento do STJ:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS.
INADMISSIBILIDADE. HARMONIA ENTRE O ACÓRDÃO RECORRIDO E A
JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SÚMULA 568/STJ.
1. Ação desconstitutiva de averbação em matrícula de imóvel.

2. A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados, não
obstante a interposição de embargos de declaração, impede o conhecimento do recurso
especial.

3. O reexame de fatos e provas em recurso especial é inadmissível.

4. Ainda que haja conexão entre as ações, ela não determina a reunião dos processos, se
um deles já foi julgado. Precedentes.

5. Se trata de uma faculdade do julgador a análise da necessidade de os processos


serem reunidos para julgamento conjunto, porquanto cabe a ele avaliar a conveniência da
medida em cada caso concreto.

Precedentes.

6. Ante o entendimento do tema nas Turmas de Direito Privado, aplica-se, no particular, a


Súmula 568/STJ.

7. Agravo interno no agravo em recurso especial não provido.

(AgInt no AREsp n. 2.085.666/SP, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma,


julgado em 3/10/2022, DJe de 5/10/2022.)

Ademais, é possível atrair, até mesmo, o dever-poder do magistrado constante do art.


139, X do CPC.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Laísa! Tudo bem?

O art. 3º do CPC prestigia os chamados meios alternativos de solução de conflitos, que


vêm a ser aqueles que se prestam a pacificar litígios sem depender da sentença judicial. A
propósito deles, costuma-se falar em autocomposição e heterocomposição, conforme haja
ou não interferência de terceiros no meio alternativo de que se valem os litigantes.

A jurisdição constitui forma de heterocomposição do conflito, ou seja, não havendo acordo


de vontades entre as partes, cabe ao terceiro (Estado-juiz) pacificar o conflito. A
heterocomposição é sempre “traumática”, já que uma das partes sairá, inexoravelmente,
sucumbente.
Deve-se, com efeito, primar pela autocomposição, em que as próprias partes chegam ao
consenso. Na autocomposição, as próprias partes é que decidem, em conjunto, a melhor
solução para o seu conflito de interesses. Os métodos de solução consensual de conflitos,
pois, além de permitir que as próprias partes decidam a melhor solução para si, sem a
imposição da decisão por terceiro, acaba por beneficiar o próprio Estado, já que diminui a
quantidade de causas a serem decididas.

Obtendo-se a solução consensual do conflito, haverá resolução do mérito, nos termos do


art. 487, III, b, do CPC. Desde que estejam em pauta que admitam autocomposição,
caberá ao juiz, presentes os elementos de existência e os requisitos de validade do pacto,
homologar o acordo (arts. 487, III, b, e 334, § 11, ambos do CPC). Assim, configuram
hipóteses de autocomposição a transação, o reconhecimento do pedido e a renúncia à
pretenção.

A arbitragem, por outro lado, embora seja um meio alternativo de solução configura meio
de heterocomposição (terceiro decide a lide), mas foge à regra do exercício da jurisdição
pelo Judiciário.

Atenciosamente,

Paula

Olá, XX! Tudo bem?

A propriedade é resolúvel quando o título de aquisição está subordinado a uma condição


resolutiva ou ao advento do termo. Ou seja, no próprio título de sua aquisição há previsão
de sua extinção se realizada a condição resolutória, ou vindo o termo extintivo, seja por
força da declaração, seja por determinação da lei.

Já a evicção é a perda de a perda de um bem por ordem judicial ou administrativa, em


razão de um motivo jurídico anterior à sua aquisição, ou seja, é a perda de um bem pelo
adquirente, em consequência de reivindicação feita pelo verdadeiro dono.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Laísa! Tudo bem?

Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos, em caso


de perecimento com culpa do devedor. A obrigação que se resolve em perdas e danos
passa a ser representada por importâncias em dinheiro, que são divisíveis. No lugar do
objeto desaparecido o devedor entregará seu equivalente em dinheiro, mais perdas e
danos, estas também em dinheiro (CC, art. 234).

Contudo, como a culpa é meramente pessoal, se for de um só, somente ele ficará
responsável pelo pagamento das perdas e danos, ficando exonerados dessa
responsabilidade os demais, não culpados (CC, art. 263, § 2º), que responderão, no
entanto, pelo pagamento de suas quotas (art. 234).

Portanto, se só um for culpado, só ele ficará responsável pelo prejuízo, restando dessa
responsabilidade exonerados os demais, não culpados. Mas exonerados, tão somente,
das perdas e danos, não do pagamento de suas cotas

Atenciosamente,

Paula

Olá, Laísa! Tudo bem?

Conforme preceitua o art. 272 do Código Civil:

O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela
parte que lhes caiba.

A principal característica das relações internas entre cocredores solidários consiste no


fato de o crédito se dividir em partes ou quotas que se presumem iguais até prova em
contrário, tanto que o credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento
responderá aos outros pela parte que lhes caiba.

Dito isso, embora o Código não contenha regra expressa sobre essa divisibilidade, ela
resulta da própria natureza da obrigação. A solidariedade existe só em função da
exigibilidade do crédito ou do seu implemento pelo devedor. Entre os cocredores, para o
efeito do reembolso, aplica-se a regra geral da divisão do débito.

Portanto, a remissão levada a efeito pelo credor solidário libera o devedor, mas o
remitente se coloca no lugar deste, no tocante às QUOTAS DOS OUTROS CREDORES,
que não podem perder o que, por lei ou convenção, lhes pertence, sem ato seu.
Atenciosamente,

Paula

Olá, Marilia!Tudo bem?

a) Conforme entendimento do STJ, o prazo para anular a sentença arbitral é decadencial,


portanto não se suspende ou interrompe.

Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a
declaração de nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei.

§ 1º A demanda para a declaração de nulidade da sentença arbitral, parcial ou final,


seguirá as regras do procedimento comum, previstas na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), e deverá ser proposta no prazo de até 90 (noventa) dias
após o recebimento da notificação da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão
do pedido de esclarecimentos.

Na hipótese, a parte sucumbente pode propor perante o Judiciário uma ação com vistas a
anular a sentença arbitral, desde que sua ação seja fundamentada em uma das hipóteses
previstas no art. 32 da Lei de Arbitragem e que o faça dentro do prazo decadencial de 90
dias.

No ponto, cumpre observar que as vias predispostas para impugnar sentenças arbitrais
são duas: a impugnação ao cumprimento de sentença (art. 33, § 3º, da Lei nº 9.307/1996)
e a ação de nulidade (art. 33, § 1º, da Lei nº 9.307/1996).

Dito isso, o entendimento do STJ é de que embora o prazo de 90 dias tenha sido previsto
para a ação de nulidade com fundamento nas hipóteses previstas no art. 32 da Lei de
Arbitragem, o mesmo prazo também se aplica para a alegação das mesmas hipóteses do
art. 32 em sede de impugnação ao cumprimento de sentença arbitral.

O fundamento adotado pelo STJ é de que a decadência é um instituto de direito material,


logo não pode ficar sujeita ao instrumento processual eleito pela parte. Portanto, a
escolha entre ação de nulidade ou impugnação ao cumprimento de sentença para
suscitar as matérias previstas no art. 32 não interfere na contagem do prazo decadencial
de 90 dias.

Assim sendo, aludido prazo é decadencial, findo o qual não será possível suscitar as
matérias previstas no art. 32 da Lei de Arbitragem.
b) A sentença arbitral deve estabelecer o prazo para o seu cumprimento, por força do art.
26, III, da Lei de Arbitragem. Não havendo o cumprimento voluntário, é necessário buscar
judicialmente o cumprimento forçado seguindo o procedimento do art. 523 do CPC.

Isso não se confunde com prazo prescricional, que não pode ser alterado por vontade das
partes (art. 192 do CC), de modo que na hipótese de execução de uma sentença arbitral
se aplica a regra segundo a qual prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da
ação. Portanto, será preciso analisar qual a pretensão que foi reconhecida no título e
aplicar os prazos previstos no art. 205 do CC.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Mariana! Tudo bem?

Em sentido estrito, o registro corresponde ao assento principal, referindo-se aos principais


fatos ou atos inerentes à existência humana.

Contudo, a vida da pessoa natural é dinâmica, e, por conta disso, os registros


relacionados também sofrem as influências dessa dinamicidade. Dito isso, as averbações
são atos acessórios aos registros, realizados à margem do assento ou após o
assentamento, e atendem a essa dinamicidade, correspondendo às alterações e
modificações pelas quais a pessoa natural passa e que repercutem nos registros.

Assim, por exemplo, no assento de nascimento é realizado o registro do nome dos


genitores da forma que o eram no momento em que foi lavrado o registro. Assim sendo,
alteração posterior decorrente da mudança de nome da genitora haverá a inclusão de um
novo dado no registro, alterando o nome anterior, o que se faz por averbação. A
averbação corresponde ao registro da alteração ocorrida.

Nesse sentido:

Averbação é a alteração de um elemento do assento. Qualquer situação posterior que


diga respeito à pessoa natural e que modifique o seu registro, deve ser nele consignada
por meio da averbação.

Dessa forma, averbações devem ser feitas, preferencialmente, de forma sequencial, ou


seja, na ordem cronológica de acontecimentos. Para esclarecer, daremos o exemplo de
um registro de nascimento. Aos 16 anos, o rapaz foi reconhecido por seu pai biológico.
Aos 18 anos, requereu a alteração de seu prenome e gênero. Aos 30 anos, o juiz deferiu
por sentença uma alteração no nome de seu avô paterno para que pudesse requerer
cidadania italiana. Esse registro de nascimento acima descrito teria em sua margem
direita a seguinte sequência: (1) Averbação do reconhecimento de paternidade, onde
constou a alteração de seu nome e também foram acrescidos os nomes de seus avós
paternos; (2) Averbação de alteração de prenome e gênero; (3) Averbação da retificação
do nome do avô paterno.

Assim, as averbações seguem a ordem cronológica de acontecimento da vida da pessoa,


que se denomina em registros públicos como princípio da continuidade registral.(Gentil,
Alberto, et al. Registros Públicos. Disponível em: Minha Biblioteca, (4ª edição). Grupo
GEN, 2023. Pág. 215)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Mariana! Tudo bem?

Não, a cobrança não é direcionada ao beneficiário do plano de saúde, mas tão somente
em relação a operadora.

A Lei 9.656/98 prevê:

Art. 32. Serão ressarcidos PELAS OPERADORAS dos produtos de que tratam o inciso I e
o § 1o do art. 1o desta Lei, de acordo com normas a serem definidas pela ANS, os serviços
de atendimento à saúde previstos nos respectivos contratos, prestados a seus
consumidores e respectivos dependentes, em instituições públicas ou privadas,
conveniadas ou contratadas, integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS.

Nos casos em que há cobertura parcial com coparticipação do consumidor a operadora


poderá comprovar que cobria apenas parcialmente o tratamento realizado, hipótese em
que o ressarcimento se limita à participação da operadora.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Paula! Tudo bem?


Isso ocorre porque a reclamação tem finalidade específica de preservação da
competência ou a garantia da autoridade das decisões. Assim, trata-se de verdadeira
“ação” voltada a preservar a competência e/ou a autoridade das decisões dos Tribunais,
dando ensejo ao surgimento de um novo processo perante o Tribunal competente para
julgá-la.

Portanto, o ao estatuir que a inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto


contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação, o legislador
privilegiou a autonomia entre as duas técnicas de controle das decisões jurisdicionais
justamente em razão de seus fundamentos serem diversos. Assim sendo, ainda que o
recurso acabe sendo julgado antes da reclamação, essa circunstância não afastará a
pertinência dessa medida.

Contudo, há entendimento no sentido de que se o recurso for provido, anulando-se ou


reformando-se a decisão impugnada, a reclamação estará prejudicada. Nesse sentido:

Não será admissível reclamação ajuizada para impugnar decisão judicial já transitada em
julgado (art. 988, § 5º, I, e Enunciado nº 734 da súmula do STF). Assim, é preciso que a
reclamação seja proposta dentro do prazo para interposição de recurso contra a decisão
impugnada, ou quando ainda pendente de julgamento tal recurso. O fato de ser tal
recurso, posteriormente, declarado inadmissível ou improcedente não prejudica a
reclamação (art. 988, § 6º), que ainda assim poderá ser julgada. Provido que seja o
recurso, porém, e anulada ou reformada a decisão impugnada, a reclamação estará
prejudicada. No caso específico de reclamação contra decisão que contraria precedente
fixado em recurso extraordinário (repetitivo ou não, sendo certo que o texto normativo fala
em “recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida”, mas, sendo a
repercussão geral da questão constitucional um requisito de admissibilidade, não há
julgamento de mérito em recurso extraordinário sem que se tenha reconhecido a
repercussão geral) ou em recurso especial repetitivo, só se admite o emprego dessa via
processual após o esgotamento das vias ordinárias (art. 988, § 5º, II, na redação da Lei nº
13.256/2016). Em outros termos, caso se profira decisão que contrarie algum desses
precedentes, será preciso primeiro exaurir as instâncias ordinárias (com a interposição de
todos os recursos aí admissíveis, como a apelação, por exemplo) e, depois, caso mantido
o julgado contrário ao padrão decisório, aí sim impetrar-se a reclamação. (Câmara,
Alexandre F. Manual de Direito Processual Civil. E-book (2ª edição). Grupo GEN, 2023.
Pág. 962)

Atenciosamente,

Paula
Olá, Nathalia! Tudo bem?

A doutrina diverge sobre o significado do termo “obstam” previsto § 2º do artigo 26 do


CDC. Parte da doutrina defende a interrupção, por ser mais favorável ao consumidor, por
outro lado há doutrina defendendo que seria prazo de suspensão.

Sobre o assunto, colaciono passagem doutrinária:

Nos termos literais do que consta do art. 26, § 2º, do CDC, tais prazos podem ser
obstados. Trata-se de uma exceção à regra segundo a qual o prazo decadencial não pode
ser impedido, suspenso ou interrompido, como consta do art. 207 do CC/2002. Diverge a
doutrina se tal obstação constituiria uma suspensão ou uma interrupção.34

A questão é importante, pois, na suspensão, o prazo para e depois continua de onde


parou. Já na interrupção, o prazo para e volta ao seu início. A divergência é muito bem
exposta por Leonardo de Medeiros Garcia, que demonstra as duas correntes doutrinárias
fundamentais existentes sobre o tema. Para a primeira corrente, à qual estão filiados
Zelmo Denari e Fábio Ulhoa Coelho, a hipótese é de suspensão do prazo. Para a
segunda, liderada por Claudia Lima Marques, Luiz Edson Fachin e Odete Novais Carneiro
Queiroz, a hipótese é de interrupção, entendendo do mesmo modo o doutrinador
citado.35 Contribuindo para a pesquisa realizada, anote-se que Rizzatto Nunes defende
uma terceira conclusão, segundo a qual não se trata nem de suspensão nem de
interrupção, mas da constituição de um direito a favor do consumidor.36

Na minha opinião doutrinária, a hipótese é de uma suspensão especial, que decorre de


uma atuação do consumidor. (Tartuce, Flávio, e Daniel Amorim Assumpção Neves.
Manual de Direito do Consumidor: Direito Material e Processual. Volume Único. Grupo
GEN, 2023. pág. 181)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Mariana! Tudo bem?


Não, o entendimento do STJ é de que o artigo 528, parágrafo 3º, do CPC revogou
tacitamente o limite de 60 dias estabelecido pelo artigo 19, caput, da Lei 5.478/1968 (Lei
de Alimentos).

Nesse sentido:

HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. PRISÃO CIVIL. PRAZO MÁXIMO DE


3 (TRÊS) MESES PREVISTO NO ART. 528, § 3º, CPC/2015. PREVALÊNCIA DESSE
DIPLOMA PROCESSUAL SOBRE O ART. 19, CAPUT, PARTE FINAL, DA LEI N.
5.478/1968. CRITÉRIO CRONOLÓGICO. ART. 2º, § 1º, DA LINDB. ILEGALIDADE DA
PRISÃO. INEXISTÊNCIA. SÚMULA 691/STF. WRIT NÃO CONHECIDO.

1. A jurisprudência iterativa desta Corte Superior considera inadmissível a impetração de


habeas corpus contra decisão proferida por Desembargador que indefere liminar em
habeas corpus, nos termos do que preconiza a Súmula 691 do STF, utilizada no âmbito
deste Tribunal por analogia, somente se afigurando plausível a sua superação,
excepcionalmente, em situação de flagrante ilegalidade.

2. O art. 19, caput, parte final, da Lei n. 5.478/1968 foi tacitamente revogado pelo art. 528,
§ 3º, do CPC/2015, prevalecendo no ordenamento jurídico pátrio o prazo máximo de
prisão civil de 3 (três) meses proveniente de cumprimento de sentença de prestação
alimentícia, definitiva ou provisória, em observância ao critério cronológico de solução de
conflito aparente de normas previsto no art. 2º, § 1º, da LINDB, dada a superveniência da
lei processual e a incompatibilidade entre os dispositivos legais coexistentes.

Ilegalidade inexistente, na hipótese.

3. Habeas corpus não conhecido.

(HC n. 808.009/PB, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em
25/4/2023, DJe de 28/4/2023.)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Daniel! Tudo bem?

Na alienação fiduciária o credor fiduciário passa à condição de proprietário dos bens


alienados pelo devedor fiduciante. Contudo, o credor fiduciário não é proprietário pleno,
mas detém a propriedade resolúvel nos termos do art. 1.359 do CC.
Assim sendo, tratando-se de bens imóveis, o registro permanece em nome do devedor
fiduciante mas constando a averbação no RI houve a transferência da propriedade
resolúvel da coisa ao credor fiduciante.

Assim sendo, havendo o inadimplemento da obrigação, a propriedade consolida-se em


nome do credor fiduciante, que passa a ter a propriedade plena do bem.

Por outro lado, se extinta a dívida, opera-se a resolução da propriedade, que se torna
plena para o devedor alienante.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Francis! Tudo bem?

As hipóteses previstas no art. 1.638 do CC, não exige o trânsito em julgado da sentença
condenatória. Inclusive, há doutrina que entende que para a aplicação dessas hipóteses
sequer seria necessária a condenação criminal, sendo possível a apuração, apenas para
fins de perda do poder familiar, no juízo cível.

Tal entendimento tem como orientação o fato de que tais hipóteses de perda do poder
familiar na esfera penal estaria previstas no art. 92, II do CPB, sendo exigida a previsão
expressa na sentença condenatória. Assim sendo, se a hipótese fosse apenas decorrente
de sentença penal não haveria necessidade de repetir a regra no CC, salvo se fosse para
permitir a aplicação diretamente no juízo civil.

Sobre o assunto, remeto a leitura de :


https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/09/25/lei-13-71518-altera-
dispositivos-codigo-penal-codigo-civil-e-eca-sobre-perda-poder-familiar/

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriel! Tudo bem?

Art. 421 do CC prevê expressamente a limitação da liberdade de contratar em prol da


função social dos contratos. Portanto, a função social está mais diretamente ligada à
limitação da autonomia da vontade, ou seja, a função social norteia a liberdade contratual.
O princípio da Força Obrigatória dos Contratos estabelece que um contrato válido e eficaz
deve ser cumprido pelas partes: pacta sunt servanda. Portanto, o acordo de vontades faz
lei entre as partes, dicção que não pode ser tomada de forma absoluta. Portanto, mesmo
tal princípio sobre influência da função social, contudo mais direcionada à própria
liberdade de contratar.

Do mesmo modo, podemos dizer que a relatividade dos efeitos do contrato também será
influenciada pelo princípio da função social, nesse sentido o enunciado 21 do CJF.

Contudo, o examinador considerou o princípio que é diretamente limitada pela função


social.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriel! Tudo bem?

A imprevisão é fenômeno próprio dos contratos que se protraem no tempo em seu


cumprimento, sejam os contratos de execução continuada ou diferida, não sendo
apropriada para os contratos de execução imediata, uma vez que a desproporção deve
ocorrer após o momento da estipulação e antes do momento do cumprimento.

Nesse sentido:

Portanto, para sua aplicação os contratos devem ser a prazo, ou de duração. O contrato
de cumprimento instantâneo, como é elementar, não se amolda à problemática da
excessiva onerosidade. Esta surge com o decorrer de certo tempo, ainda que muito
próxima à feitura do contrato. O fato deve ser imprevisto e imprevisível aos contratantes.
Se algum deles já souber de sua existência ou ocorrência, o enfoque desloca-se para os
vícios de vontade. O campo de atuação é dos contratos bilaterais comutativos, ou
unilaterais onerosos. A onerosidade, como a própria denominação está a dizer, é
essencial. Não se aplica, em linha geral, aos contratos aleatórios, embora possamos
defender a onerosidade excessiva se o fato imprevisível nada tem a ver com a álea
propriamente dita do contrato, isto é, fatores estranhos aos riscos próprios do contrato.
Aliás, a dicção da segunda parte do art. 1.198 do Código Civil argentino é expressa em
descrever, com minúcias, os contratos atingidos pelo princípio, o que é mantido pelo
código atual. (Venosa, Sílvio de S. Direito Civil: Contratos. v.3. Grupo GEN, 2023. Pág.
127)

Atenciosamente,
Paula

Olá, Luilson! Tudo bem?

Para atos normativos regulamentares federais não há previsão da necessidade de prova,


contudo para os atos normativos estaduais ou municipais o juiz pode exigir da parte que o
alega a sua prova.

CPC: Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou
consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

O caput do art. 249 do CC permite que, ante o inadimplemento, o credor possa buscar
que a prestação venha a ser cumprida por terceiro, a expensas do substituído. Para tanto,
ele deve buscar essa autorização judicialmente.

O parágrafo único do mesmo dispositivo, por outro lado, possibilita ao credor, em caso de
urgência e sem necessidade de autorização judicial, executar ou mandar executar a
prestação por terceiro, pleiteando posteriormente o ressarcimento.

Fonte: Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral das Obrigações. v.2.
Editora Saraiva, 2023. Pág. 42.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

A afirmativa foi considerada correta pela banca examinadora.

O fundamento é o previsto no art. 15 do texto da Lei Uniforme de Genebra (internalizada


pelo Decreto 57.663):

Art. 15 - O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da


aceitação como do pagamento da letra.(…)
Questão 32. Com relação à Teoria Geral do Direito Cambiário, assinale V para a
afirmativa verdadeira e F para a falsa.

( ) Em observância ao princípio da cartularidade, nenhum título de crédito pode ser


emitido em meio eletrônico ou ser escritural.

( ) Por ser a nota promissória documento com conteúdo literal, não se presume a cláusula
sem garantia quando for endossada pelo beneficiário.

( ) Nos títulos de crédito causais e à ordem, como a duplicata, não se aplica o princípio da
abstração no momento da circulação.

( ) Em se tratando de título de crédito representativo de mercadorias, diante da


incorporação do direito real à cártula, o portador não tem o direito de transferi-lo, mas
apenas recebê-las independentemente de quaisquer formalidades.

As afirmativas são, respectivamente, (A) F, V, F e V. (B) F, F, V e V. (C) F, V, F e F. (D) V,


V, F e F. (E) V, F, V e V.

GABARITO: C

Fonte:

https://conhecimento.fgv.br/sites/default/files/concursos/prefeituracuiaba_fazenda/
201506__Auditor_Fiscal_Tributario_da_Receita_Municipal_(Manha)_(NS001)_Tipo_1.pdf

https://conhecimento.fgv.br/sites/default/files/concursos/prefeituracuiaba_fazenda/
cuiaba2016_auditor_gabarito_definitivo.pdf

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Sim, na solidariedade ativa concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer deles
receber integralmente a prestação devida. O devedor libera-se pagando a qualquer dos
credores, que, por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um.

Citanto Washington de Barros Monteiro, Carlos Roberto Gonçalves leciona que:


A propósito, preleciona Washington de Barros Monteiro que, “nessa espécie de
solidariedade, os credores ficam à mercê uns dos outros, fiados exclusivamente na sua
probidade e honradez. Se todos são dignos e corretos, nada existe a temer. Aquele a
quem seja pago o débito entregará certamente aos consortes, com a maior pontualidade,
as quotas de cada um. Se o accipiens, todavia, não tem escrúpulo nem prima pela
honestidade, dissipará a prestação recebida e se for insolvente, desamparados estarão os
concredores, que nada mais poderão reclamar do primitivo devedor”.(Goncalves, Carlos
R. Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral das Obrigações. v.2. Editora Saraiva, 2023. Pág.
56)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

As questões de concurso muitas vezes não cobram apenas um conteúdo, havendo


assertivas que tratam de diversos assuntos dentro da mesma disciplina. Dito isso, a
questão trata sobre solidariedade passiva, visto que Maria e Rejane se obrigam
solidariamente ao pagamento do preço e tal conhecimento é cobrado na alternativa “B”.

Por outro lado, não há solidariedade ativa, visto que não há cláusula de solidariedade,
aplicando-se as normas relativas às obrigações indivisíveis.

Questão
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: Senado Federal Prova: FGV - 2022 - Senado Federal -
Consultor Legislativo - Direito Civil, Processual Civil e Agrário
Maria e Rejane celebraram contrato de promessa de compra e venda de imóvel com
Jorge, Lucas e Zózimo, por instrumento particular, sem levá-lo a registro, nos seguintes
termos:
1. Maria e Rejane se obrigaram, solidariamente, a pagar aos irmãos Jorge, Lucas e
Zózimo o valor de R$600.000,00 (seiscentos mil reais), à vista, na data da celebração
do acordo.
2. Em contrapartida, Jorge, Lucas e Zózimo, coproprietários do imóvel, obrigaram-se, sem
cláusula de solidariedade (i) a entregar a chave do apartamento no prazo de 10 (dez)
dias contados da data da assinatura do contrato; e (ii) a realizarem a outorga da escritura
pública definitiva de compra e venda, no prazo de dez dias após a imissão das
promitentes compradoras na posse do imóvel.
Diante do caso acima, assinale a afirmativa correta. (...)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?


As expressões são utilizadas na praxis forense de forma atécnica.
Liminar é qualquer decisão proferida no limine, no início do processo, independentemente
do seu conteúdo.
As decisões que está fazendo referência, na verdade são as tutelas provisórias, que
podem ser de urgência ou de evidência.
Verifica-se, à luz dos arts. 300 e seguintes do CPC/2015, que existem duas espécies de
tutelas de urgência: a tutela de urgência antecipada e a cautelar. Ambas, no entanto,
estão sujeitas aos mesmos requisitos de concessão, dispostos no dispositivo legal
anteriormente mencionado.
Os autores costumam mencionar que a Tutela de Urgência Antecipada tem caráter
satisfativo. Isso significa que a tutela antecipada visa, no processo, a imediata fruição
daquilo que seria dado somente ao final. Assim, ela antecipa para o início da relação
processual a pretensão final da parte (NEVES, 2018, p. 500).
Por outro lado, a tutela de urgência cautelar combate o risco de infrutuosidade da tutela
final do processo (CAMARA, 2018, p. 144). A tutela cautelar é concedida para resguardar
a eficácia do resultado de uma outra relação processual, seja uma demanda de
conhecimento, ou mesmo executiva. Assim, é medida instrumental que visa proteger o
resultado útil do processo!
Atenciosamente, Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?


Embora muitas vezes a expressão seja utilizada na praxis forense de forma atécnica, o
termo LIMINAR designa QUALQUER decisão proferida no limine, ou seja no início do
processo, independentemente do seu conteúdo.
Dito isso, as denominadas tutelas provisórias, que podem ser de urgência ou de
evidência, podem ser deferidas no início do processo, por isso muitas vezes são
chamadas de “decisões liminares”.
Dito isso, especialmente em relação ao Mandado de Segurança, o legislador ao tratar dos
institutos que hoje são denominados como tutelas provisórias, usou apenas o termo
“liminar”. Contudo, o conteúdo a que se refere a lei do MS é o mesmo das tutelas de
urgência e evidência.
Assim sendo, não há erro em falar em tutela de urgência em mandado de segurança,
sendo a expressão inclusive utilizada pelos Tribunais Superiores.
A título de exemplo:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. IMPOSIÇÃO DE PENALIDADE.
CONTROVÉRSIA RESOLVIDA, PELO TRIBUNAL DE ORIGEM, À LUZ DAS PROVAS
DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO, NA VIA ESPECIAL. ALEGADA
VIOLAÇÃO AO ART. 1.022 DO CPC/2015. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO
RECORRIDO. INCONFORMISMO. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.
I. Agravo interno aviado contra decisão que julgara Agravo em Recurso Especial
interposto contra decisum publicado na vigência do CPC/2015.
II. Na origem, trata-se de Mandado de Segurança com pedido de tutela provisória de
urgência, proposta pela agravante em desfavor do Departamento Estadual de Trânsito do
Estado de São Paulo. Alega a autora, em síntese, que posteriormente à alienação de seu
veículo, foi atuada por infração cometida alguns dias após a suposta transferência.
Sustenta, assim, que não é responsável pela penalidade aplicada. Objetiva que seja
afastada sua responsabilidade pela infração de trânsito, possibilitando a renovação de
sua CNH, uma vez que, em razão da falta cometida, encontrava-se com o direito de dirigir
suspenso.(...)
(AgInt no AREsp n. 2.024.021/SP, relatora Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma,
julgado em 28/8/2023, DJe de 31/8/2023.)
Do mesmo modo, tratando-se de decisão proferida no início de uma ação pelo
procedimento comum não há erro em falar que se trata de uma decisão liminar, valendo
ressalta que apenas tal informação não diz o conteúdo da decisão, mas apenas o
momento em que foi proferida.
Atenciosamente,
Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

A intervenção anômala, como aquela que decorre imediatamente da lei, sendo


desnecessário que a Administração Pública federal demonstre qualquer interesse jurídico
concreto, mas que decorra, em alguma medida, da relação jurídica material deduzida em
juízo foi prevista apenas para as pessoas jurídicas de direito público (art. 5º da Lei 9.469).

Assim sendo, pessoa jurídica de direito privado não poderia adotar tal modalidade de
intervenção, ainda que se trata-se de empresa que não atue em regime de concorrência
pois não foram previstas pela hipótese legal.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

O entendimento predominante do STJ é de que em ação possessória entre particulares é


cabível o oferecimento de oposição pelo ente público, alegando-se incidentalmente o
domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. Dito isso, a princípio a
discussão da posse entre particulares é de competência da Justiça Estadual, contudo
tratando-se de bem da união e havendo o ingresso do ente no feito haverá o
deslocamento da competência para a Justiça Federal.

RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE MOVIDA ENTRE


PARTICULARES TENDO COMO OBJETO BEM PÚBLICO - PEDIDO DE INGRESSO DE
ENTE FEDERAL NO FEITO NA QUALIDADE DE OPOENTE - INSTÂNCIAS
PRECEDENTES QUE REPUTARAM INCABÍVEL A INTERVENÇÃO DA UNIÃO,
PAUTADA NO DOMÍNIO, QUANDO A DISCUSSÃO SE RESTRINGE À POSSE DO
IMÓVEL. IRRESIGNAÇÃO DO ENTE FEDERAL/OPOENTE 1. Inocorrência de negativa
de prestação jurisdicional em razão da apreciação integral, pela Corte de origem, da
controvérsia posta em debate, de modo amplo e bem fundamentado, apenas não tendo
adotando a tese do insurgente.
2. Nos termos do entendimento sumulado nº 637 do STJ "O ente público detém
legitimidade e interesse para intervir, incidentalmente, na ação possessória entre
particulares, podendo deduzir qualquer matéria defensiva, inclusive, se for o caso, o
domínio."

3. A competência da Justiça Federal prevista no art. 109, I, da Constituição Federal é


definida em razão da presença da União, entidade autárquica ou empresa pública federal,
na relação processual, ou seja, tem por base critério objetivo, levando-se em conta não a
natureza da relação jurídica litigiosa, mas, sim, a identidade dos figurantes da relação
processual (competência ratione personae), considerada absoluta.

3.1 De acordo com a jurisprudência do STJ, estando em curso a lide, inexiste preclusão
pro judicato para apreciação de competência absoluta. Precedentes.

4. Recurso especial parcialmente provido.

(REsp n. 1.802.473/DF, relator Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, julgado em


17/8/2021, DJe de 21/9/2021.)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

O disposto no art. 109,§2º da CF, por se tratar de norma de competência prevista na


própria Constituição, deve ser interpretado de forma ampla, sem qualquer limitação ou
restrição, por privilegiar a aplicação do princípio constitucional do acesso à justiça, bem
como da inafastabilidade da jurisdição como direito e garantia fundamental de todos os
cidadãos (art. 5º, caput, XXXV da CF).

Assim sendo, mesmo se tratar de causa envolvendo bem da união situado em outro
estado da federação ou mesmo se houver seção judiciária no local de domicílio do autor,
o mesmo poderá escolher o foro dentro das possibilidades previstas no § 2º.

Art. 109 (…) §2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que
deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

Por fim, cumpre mencionar que há controvérsia quando se trata de competência dos
Juizados Especiais Federais, visto que a Lei 10.259/01 prevê a competência absoluta do
foro onde estiver instalada Vara do JEF. A questão, contudo está pendente de julgamento(
RE 1426083).

Atenciosamente,

Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

O art. 1.062 do CPC expressamente prevê a possibilidade de aplicação do incidente de


desconsideração da personalidade jurídica em sede de Juizado Especial, portanto se trata
de norma posterior que expressamente altera a normativa da Lei 9.099/95.

LINDB:

Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível
ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

Não, o art. 932 do CPC prevê hipóteses em que o relator profere decisões terminativas ou
mesmo de mérito:

Art. 932. Incumbe ao relator: (...)


IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a
decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Sub-rogação, de forma técnica, designa determinadas situações em que uma coisa se


substitui a outra coisa ou uma pessoa se substitui a outra pessoa. Dito de outro modo, há
um objeto ou um sujeito jurídico que toma o lugar de outro diverso.

No âmbito obrigacional, o Código Civil Brasileiro trata da sub-rogação pessoal ativa, que
vem a ser a substituição em relação aos direitos relacionados com o crédito, em favor
daquele que pagou ou adimpliu a obrigação alheia, de terceira pessoa. A matéria consta
dos arts. 346 a 351 do CC.

A sub-rogação real ou objetiva, ou seja, a substituição de uma coisa por outra, não é
estudada no direito obrigacional, interessando principalmente em alguns casos
envolvendo o Direito de Família e o Direito das Sucessões. É o que ocorre se forem
substituídos os vínculos restritivos de inalienabilidade, impenhorabilidade e
incomunicabilidade de um imóvel a outro (art. 1.848, § 2º).

Atenciosamente,

Paula

Olá, Laísa! Tudo bem?

O link permanece o mesmo, sugiro que verifique se seu navegador está bloqueando o
download do arquivo.

https://rbdcivil.emnuvens.com.br/rbdc/article/download/365 /274

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?


A hipótese narrada como inexatidão quanto ao lugar de cumprimento diz respeito aqueles
casos em que o lugar foi indicado, mas de um modo ambíguo, ou seja que pode gerar
diferentes resultados.

Por exemplo, o endereço indicado foi Rua José da Silva na cidade de Bom Riacho,
contudo a cidade não possui tal rua, mas possui uma Avenida José da Silva e uma
Travessa José da Silva.

Dito isso, trata-se de uma hipótese em que, em razão da imprecisão, os resultados que
podem ser obtidos são plurais, aplicando-se a regra do art. 327 parágrafo único do CC
que determina a escolha pelo credor.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

A princípio, havendo conexão entre ação anulatória de débito fiscal e execução fiscal,
haverá a conexão, devendo as ações serem reunidas para julgamento conjunto a fim de
evitar decisões contraditórias (AgInt no AREsp n. 1.064.761/PE).

Entretanto, nem sempre o reconhecimento da conexão resultará na reunião dos feitos. A


modificação da competência pela conexão apenas será possível nos casos em que a
competência for relativa. Portanto, a existência de vara especializada em razão da
matéria contempla hipótese de competência absoluta, sendo, portanto, improrrogável.

Nesses casos, embora não seja permitida a reunião dos processos, havendo
prejudicialidade entre a execução fiscal e a ação anulatória, cumpre ao juízo em que
tramita o processo executivo decidir pela suspensão da execução, caso verifique que o
débito está devidamente garantido, nos termos do art. 9º da Lei 6.830/80 (CC
200900968895).

Vale ressaltar, entretanto, que tal impossibilidade de reunião se aplica apenas quando o
juízo a que distribuída a execução fiscal, e que tenha competência absoluta para
conhecê-la, pretenda declinar a competência para o juízo não competente, mas que
recebeu com precedência, a distribuição de ação anulatória fiscal sobre o mesmo débito.

Nesse sentido, citamos a doutrina de Humberto Teodoro Júnior.

O STJ entende que haverá conexão entre a ação anulatória e a execução, em razão da
prejudicialidade, determinando a reunião dos processos para julgamento conjunto. Essa
conexão encontra-se prevista no NCPC que, no art. 55, § 2º, I, dispõe aplicar-se a
conexão “à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo
ato jurídico”.
Entretanto, se as ações correrem em vara especializada, em razão da competência
absoluta, não poderá haver reunião de processos.
(Júnior, Humberto T. Lei de execução fiscal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th
edição). Editora Saraiva, 2022. Pág. 187)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

Há entendimento jurisprudencial no sentido de que a diferenciação dos prazos e da


comunicação dos atos processuais para a fazenda pública tem por objetivo igualar a
situação das partes, portanto, não seria aplicável às hipóteses em que o ente é
representado por advogado particular.

Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.


SÚMULA 282/STF. MUNICÍPIO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL.
ESCRITÓRIO PARTICULAR DE ADVOCACIA. INTIMAÇÃO PESSOAL.
DESCABIMENTO.
1. "É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão
recorrida, a questão federal suscitada" (Súmula 282/STF).
2. Na vigência do Código de Processo Civil de 1973, os procuradores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios não tinham direito à intimação pessoal, por falta de
previsão legal. Após a edição do Código de Processo Civil de 2015, essa situação foi
alterada, conforme disposição de seu art. 183.
3. Essa prerrogativa, contudo, apenas é reconhecida para os procuradores públicos.
4. A diferenciação dos prazos e da comunicação dos atos processuais para a Fazenda
Pública sempre teve por objetivo igualar a situação das partes, tendo-se em
vista as notórias dificuldades experimentadas pelos órgãos públicos de representação
processual em sua atuação. A esses mesmos obstáculos não estão
sujeitos os escritórios particulares de advocacia.
5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, improvido. (REsp
1789770/PI, Relator Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe 28/02/2019)

Atenciosamente,
Paula

Olá, Carla! Tudo bem?

1) O parágrafo primeiro do art. 915 do CPC, estabelece a regra de que havendo mais de
um executado, o prazo de embargos será contado separadamente para cada um deles, a
partir da respectiva citação.

Portanto, sendo vários os intimados a cumprir a sentença, o prazo de 15 dias para que o
débito exequendo seja pago sem acréscimo da multa de 10% (art. 523, caput) contar-se-á
individualmente para cada litisconsorte passivo a partir da juntada do respectivo
comprovante da citação.

Contudo, se os litisconsortes passivos são cônjuges ou companheiros, a contagem do


prazo será única para ambos, contando o prazo da juntada do último comprovante de
citação dos cônjuges. Portanto, se a juntada do comprovante de citação da esposa ocorre
no dia 01/11/23 e a juntada do comprovante de citação do marido ocorre em 05/11/23, o
prazo para ambos (marido e esposa) será contado a partir de 05/11/23.

2) Em relação ao art. 915, §2º do CPC, é preciso ressaltar que quando a penhora é
realizada em comarca estranha ao foro da causa (art. 845, § 2º), diz o Código que se dará
“a execução por carta” e a competência para processar e julgar os embargos caberá ora
ao juízo deprecado, ora ao deprecante, conforme a matéria debatida (art. 914, § 2º).

Dito isso, se a matéria debatida referir-se “apenas a irregularidades da penhora, da


avaliação, ou da alienação”, isto é, dos atos delegados ao deprecado, a decisão dos
embargos a este caberá.

Nesse caso, a contagem do prazo será de acordo com o art. 915,§2º, I do CPC, se
iniciando com da juntada da juntada na carta precatória da certificação da citação.

Art. 915 (…) § 2º Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado:
I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente
sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens;

3) Se a matéria debatida, por outro lado, disser respeito ao âmago da execução, às


exceções ou ao título executivo, a competência será do juízo deprecante.

Para tal hipótese, o § 2º, II, do art. 915 do CPC/2015 adota uma precaução para que o
andamento da execução não sofra maiores embaraços. Ao juiz deprecado incumbe
comunicar imediatamente a realização da citação, e da juntada aos autos principais dessa
comunicação será contado o prazo para embargos, sem depender do retorno efetivo da
carta precatória. Se houver omissão da parte do deprecado quanto ao informe do
cumprimento da citação, o prazo para os embargos começará a correr da juntada da
precatória cumprida aos autos da execução.

Art. 915 (…) § 2º Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado:

(…) II - da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4º deste artigo
ou, não havendo este, da juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem
sobre questões diversas da prevista no inciso I deste parágrafo.

Dito de outro modo, o juízo deprecado deve comunicar imediatamente ao juízo


deprecante a realização da citação, hipótese em que o prazo para embargos contará da
juntada aos autos principais (juízo deprecante) dessa comunicação.

Contudo, se por algum motivo o juízo deprecado falhar e não comunicar o cumprimento
da citação ao juízo deprecante, o prazo será da juntada da carta precatória aos autos
principais (juízo deprecante).

4) Em relação à moratória legal do art. 916 do CPC, o juiz indeferirá a proposta quando
não forem atendidos os requisitos legais, tendo em vista que a sua concessão não é ato
discricionário do juiz.

Nesse sentido, leciona Humberto Teodoro:

O parcelamento deve ser requerido em petição simples, no bojo dos autos da execução.
Ouvido o exequente, para cumprir-se o contraditório, verificará o juiz a observância das
exigências do caput do art. 916. Estando satisfeitas, proferirá decisão interlocutória, no
prazo de cinco dias (art. 916, § 1º, do CPC/2015), com que deferirá o parcelamento. Não
se trata de ato discricionário do juiz. (Júnior, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil
- Vol. 3. Disponível em: Minha Biblioteca, (55th edição). Grupo GEN, 2021. Pág. 595)

5) O art. 917, §1º do CPC, permite que a penhora e a avaliação, quando ocorridas
supervenientemente aos embargos do executado (casos como o de substituição,
ampliação ou renovação da penhora), ou quando somente realizadas depois de esgotado
o prazo para os embargos por motivo relacionado com os próprios serviços forenses, não
sejam tratadas como matéria própria para segundos embargos.

Assim sendo, tal matéria pode ser alegada em embargos à execução, contudo, caso já
tenha transcorrido o prazo para embargos ou já tenham sido propostos, o legislador
permite que sejam também alegadas por simples petição nos autos da execução.
Colaciono passagem da doutrina de Humberto Teodoro em razão da clareza da
elucidação:

O caso é típico de incidente executivo cuja discussão se trava sumariamente e se decide


de plano, por meio de decisão interlocutória, impugnável por agravo de instrumento. A
base normativa para tratamento do incidente não deve ser procurada na disciplina dos
embargos à execução, mas na das modificações ou renovações da penhora e da
avaliação.

(...)

O legislador, quando inseriu as irregularidades da penhora e avaliação no rol das


questões arguíveis nos embargos do devedor, tanto no Código anterior quanto no
CPC/2015, fê-lo com o propósito de permitir a discussão do tema naquela ação incidental,
mas não com o de tornar tal ação o remédio único e exclusivo para sua abordagem. O
caso é igual ao das causas extintivas da obrigação exequenda, como o pagamento e a
remissão da dívida, e o da falta de condições da ação executiva, que podem ser
suscitadas em embargos, mas que também podem, e devem, ser apreciados e dirimidos
a qualquer tempo, para pôr fim à execução ou regularizar sua tramitação, sem a
dependência necessária da via especial dos embargos (CPC/2015, arts. 485, § 3º, 788 e
924, II e III).

(CPC/2015, arts. 847, § 4º, e 874).(Júnior, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil -
Vol. 3. Disponível em: Minha Biblioteca, (55th edição). Grupo GEN, 2021. Pág. 583)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

O prazo prescricional não pode ser alterados por acordo das partes, o que pode ocorrer é
existir um prazo prescricional diverso, previsto para aquele contrato em específico (ex.:
locação, seguro).

CC: Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Arthur! Tudo bem?

O entendimento do STJ é de que o juiz pode acolher os cálculos elaborados pela


contadoria oficial, mesmo que superiores àqueles apresentados pelo exequente, não
configurando julgamento ultra petita, uma vez que se atenham à sentença exequenda, ou
seja, o cálculo seja realizado de acordo com os parâmetros fixados na sentença.

Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. RESTITUIÇÃO DE VALORES


RECOLHIDOS INDEVIDAMENTE. PEDIDO PARCIALMENTE PROCEDENTE.
REDUÇÃO DO VALOR EXEQUENDO. JULGAMENTO ULTRA PETITA. NÃO
CONFIGURADO. DESPROVIMENTO DO AGRAVO INTERNO. MANUTENÇÃO DA
DECISÃO RECORRIDA.

I - Na origem, trata-se de embargos à execução nos autos de execução de sentença em


que a União foi condenada à restituição de valores recolhidos indevidamente a título de
Imposto de Renda. Na sentença, julgou-se o pedido parcialmente procedente para reduzir
o valor exequendo, nos termos dos cálculos juntados aos autos. No Tribunal a quo, a
sentença foi modificada para excluir a compensação dos honorários advocatícios com o
montante exequendo. Opostos embargos de declaração, foram rejeitados. Interposto
recurso especial, foi conhecido em parte para negar-lhe provimento.

II - Não fica configurado julgamento ultra petita quando o julgador entende que os cálculos
indicados pela contadoria judicial, mesmo que menores que os apontados pelo
embargante/executado, devam prevalecer, por entender estarem adstritos aos princípios
do livre convencimento do julgador e da verdade real, sendo possível a adoção de valor
diferente, a maior ou menor. Nesse sentido: EDcl no AgInt no AREsp n. 1.413.579,
Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe de 1º/7/2019.

III - O caso não comporta a alegação de ofensa ao art. 492 do CPC/2015, uma vez que o
acolhimento de cálculos da contadoria, ainda que aponte valores diferentes dos
encontrados pelas partes, não importa em julgamento extra ou ultra petita, segundo o
entendimento deste Tribunal Superior. Precedentes.

IV - Agravo interno improvido.

(AgInt no REsp n. 1.695.587/RS, relator Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma,


julgado em 3/10/2022, DJe de 5/10/2022.)

Atenciosamente,
Paula

Juliana

fruto civil correspondente à remuneração devida ao credor em virtude da utilização do seu


capital.

Em linhas gerais, os juros fixados, legais (determinados por lei) ou convencionais (fixados
pelas próprias partes), subdividem-se em:

a) compensatórios;

b) moratórios.

Os primeiros objetivam remunerar o credor pelo simples fato de haver desfalcado o seu
patrimônio, concedendo o numerário solicitado pelo devedor. Os segundos, por sua vez,
traduzem uma indenização devida ao credor por força do retardamento culposo no
cumprimento da obrigação.

Assim, celebrado um contrato de empréstimo a juros (mútuo feneratício), o devedor


pagará ao credor os juros compensatórios devidos pela utilização do capital (ex.: se
tomou 10, devolverá 12).

O Código Civil brasileiro não estabelece, para esta modalidade compensatória de juros,
qualquer limitação específica.

Seguindo tal diretriz, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou a Súmula de n. 382,
que define que a estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só,
não caracteriza abuso, entendendo-se que é necessário analisar cada caso concreto472.
Se, entretanto, no dia do vencimento, atrasar o cumprimento da prestação, pagará os
juros de mora, que são contabilizados dia a dia, sendo devidos independentemente da
comprovação do prejuízo.

Olá, Arthur! Tudo bem?

A arguição de impedimento ou suspeição é feita nos próprios autos, por meio de petição
específica dirigida ao juiz da causa, indicando uma das causas previstas nos arts. 144 e
145 do CPC/2015. Pode, ainda, instruir a petição com documentos em que se fundar a
alegação e com rol de testemunhas.

Dito isso, suscitado o incidente, o processo será SUSPENSO, nos termos do art. 313, III,
ficando impedida a prática de atos processuais, enquanto não julgada a arguição (art.
314). Em se tratando de atos urgentes e inadiáveis, cujo protelamento possa causar dano
irreparável, a solução da emergência dar-se-á por meio de sua submissão ao juiz
substituto do impugnado (art. 146, § 3º).

Caberá ao juiz então: (i)reconhecer os motivos para sua recusa e ordenar imediatamente
a remessa dos autos ao seu substituto legal (art. 146, § 1º); ou (ii)rejeitar os motivos de
seu afastamento, determinando a autuação em apartado da petição e, no prazo de quinze
dias, apresentar suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se
houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal (art. 146, § 1º).

Na segunda hipótese (ii) o incidente é distribuído no tribunal, e o RELATOR deverá


declarar os efeitos em que o recebe: se não atribuir efeito suspensivo, o processo voltará
a correr normalmente em primeira instância; se o receber com efeito suspensivo,
permanecerá suspenso o processo até o julgamento do incidente (art. 146, § 2º).

Por fim, se o tribunal reconhecer o impedimento ou a suspeição, fixará o momento a partir


do qual o juiz não poderia ter atuado (art. 146, § 6º) e decretará a nulidade dos atos,
praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição (art. 146, § 7º).

Atenciosamente,

Paula
Olá, Daniel! Tudo bem?

Inicialmente, vale ressaltar que empresário não se confunde com sócios. O empresário
pode ser empresário individual ou sociedade empresária, e é ele que exerce a atividade
empresarial e responde pelas atividades (art. 966 do CC). Por outro lado o sócio é aquele
que contribui para a constituição do capital social da pessoa jurídica e, em regra, não
possui responsabilidade pessoal pelos riscos da atividade.

Dito isso, a responsabilidade do adquirente de estabelecimento empresarial não viola a


separação patrimonial.

O estabelecimento em si não tem personalidade jurídica, a qual pertence ao empresário


(sociedade empresária ou empresário individual). Assim sendo, quando se fala em
alienação do estabelecimento empresarial é a própria “empresa” que pode alienar, sem
prejuízo de sua existência, um ou mais de seus estabelecimentos.

Dito isso, o art. 1.146 do CC prevê que desde que regularmente escriturada, o adquirente
tem condições de avaliar a viabilidade da aquisição, tornando-se responsável pelo
cumprimento, pelo prazo de um ano, solidariamente com o alienante (“empresa”
alienante).

Ou seja, aquele que adquire o estabelecimento empresarial responde solidariamente com


a “empresa” alienante, não havendo que se falar em responsabilidade pessoal dos sócios
nesse momento.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Mykon! Tudo bem?

1) e 2) Após a Lei 14.195/2021, a regra para a citação é que seja feita por meio eletrônico.

Nesse sentido, prevê o art. 246 do CPC:

Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2
(dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços
eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme
regulamento do Conselho Nacional de Justiça.
Portanto, de forma OBJETIVA, a citação por meio eletrônico é preferencial e deverá ser
encaminhada para o endereço eletrônico que o próprio citando tenha indicado no banco
de dados do Poder Judiciário, cuja regulamentação cabe ao Conselho Nacional de
Justiça.

Contudo, é importante notar que não há obrigatoriedade de cadastro para pessoas


naturais e para pessoas jurídicas de direito privado que não tenham natureza jurídica de
empresas, como se dá, por exemplo, com as fundações e com as associações. Sem o
cadastro e sendo inviável a realização da citação por meio eletrônico, a hipótese deve
significar a viabilidade, de pronto, da adoção de outras modalidades para a efetivação da
citação.

Alexandre de Freitas Câmara (CÂMARA, Alexandre F. Manual de Direito Processual Civil.


Grupo GEN, 2023. E-book. Pág. 295) leciona que:

"Embora a lei não faça distinção entre as pessoas que podem receber citação por essa
forma, pode-se afirmar que apenas pessoas jurídicas receberão citações eletrônicas. É
que, nos termos do art. 246, § 1º, são as ?empresas públicas e privadas? (na verdade, as
pessoas jurídicas de Direito Público e de Direito Privado) que têm o dever de informar seu
endereço eletrônico ao banco de dados do Poder Judiciário, não havendo previsão de
dever análogo para pessoas naturais. Para essas, então, a citação será ? a princípio ?
realizada de outro modo (mas sempre se pode imaginar a existência de negócio jurídico
processual que preveja a citação por meio eletrônico de alguma pessoa natural)."

3) Não havendo a confirmação do recebimento da citação pelo réu citado


eletronicamente, o parágrafo 1º-A do art. 246 do CPC estabelece os outros meios pelos
quais a citação deverá ser realizada: correio, oficial, edital ou em cartório.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

Nesse sentido, podemos citar a AR 6.503-CE, veiculada no informativo 716 do STJ:


Não há ofensa à prerrogativa de intimação pessoal prevista no art. 183 do CPC, quando o
ente público deixa de realizar o necessário cadastramento no Sistema de Intimação
Eletrônica do Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1.050 do CPC, sendo válida
a intimação pela publicação no Diário de Justiça Eletrônico. (AR 6.503-CE, Rel. Min. Og
Fernandes, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 27/10/2021. Info 716)

PROCESSO CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. NULIDADE DE INTIMAÇÃO DA DECISÃO


PROFERIDA PELO STJ NO JULGAMENTO DE AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
MUNICÍPIO. INTIMAÇÃO PESSOAL. AUSÊNCIA DE CADASTRAMENTO NESTA CORTE
SUPERIOR. PROCESSO ELETRÔNICO. REGULARIDADE DA INTIMAÇÃO.
INEXISTÊNCIA DE MANIFESTA AFRONTA À NORMA JURÍDICA. IMPROCEDÊNCIA.

1. Nos termos do art. 966, § 2º, I e II, do CPC, será rescindível a decisão transitada em
julgado que, embora não seja de mérito, impeça nova propositura da demanda, ou ainda
a admissibilidade do recurso correspondente.

2. No caso, a decisão rescindenda não conheceu do agravo em recurso especial. No


entanto, o vício rescisório indicado na inicial diz respeito à suposta nulidade da intimação
realizada nesta Corte Superior, a qual acarretou a formação do título judicial transitado em
julgado, impedindo não apenas a interposição do recurso correspondente, assim como a
nova propositura da demanda.

3. De acordo com a jurisprudência do STJ, não há ofensa à prerrogativa de intimação


pessoal prevista no art. 183 do CPC, quando o ente público deixa de realizar o necessário
cadastramento do Sistema de Intimação Eletrônica do Superior Tribunal de Justiça, nos
termos do art. 1.050 do CPC, sendo válida a intimação por meio da publicação no Diário
de Justiça Eletrônico.

4. Considerando-se que o Município deixou de realizar o necessário cadastramento para


recebimento das intimações eletrônicas por esta Corte Superior, não houve a suscitada
nulidade processual, devendo-se afastar a alegativa de manifesta afronta ao art. 183 do
CPC.

5. Ação rescisória julgada improcedente.

(AR n. 6.503/CE, relator Ministro Og Fernandes, Primeira Seção, julgado em 27/10/2021,


DJe de 8/2/2022.)

Atenciosamente,

Paula
Olá, Arthur! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Na hipótese do art. 404 do CC, que trata das obrigações de pagamento em dinheiro, as
perdas e danos são divididas em prestações que consistem nos valores correspondentes
à atualização monetária calculada por índice oficial, assim como à remuneração
correspondente aos juros, bem como às custas e honorários advocatícios, tudo isso sem
prejuízo do valor convencionado em cláusula penal a título de multa.

Portanto, tratando-se do inadimplemento de OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO em dinheiro


o valor das perdas e danos corresponderá à atualização, mais os juros moratórios, mais
as custas processuais e honorários advocatícios, se houver, além de eventual valor
convencionado em cláusula penal.

Dito isso, se o somatório da pena convencional e dos juros não comportarem todo o
prejuízo experimentado pelo credor, poderá o juiz conceder indenização suplementar a
título de ressarcimento pelos danos, caso não exista previsão contratual de pena.

Essa indenização suplementar é mais comumente visualizada na prática trabalhista, em


que o inadimplemento da obrigação de pagamento em dinheiro consistente no salário
gera prejuízos ao trabalhador que ultrapassam a mera atualização, juros, custas e
honorários. Tendo o obreiro sido privado da sua verba de caráter alimentar, se configura
um ilícito capaz de ensejar a fixação de indenização suplementar (Recurso Ordinário
Trabalhista 0010100-58.2018.5.15.0125 -SP).

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

O litisconsórcio será unitário facultativo quando a sua formação não for


obrigatória mas a decisão tiver que ser uniforme para todos os integrantes.

A título de exemplo, podemos citar a pretensão dos sócios minoritários de anular decisão
assemblear. Trata-se do exercício de direito material conferido igualmente a diversas
pessoas. Qualquer um dos sócios dissidentes pode mover a ação anulatória, com eficácia
geral para todos os demais sócios. Se vários deles se reunirem para propor a ação
conjuntamente, o litisconsórcio será facultativo, porque não imposto pela lei. O julgamento
da causa, todavia, não poderá ser senão um só, já que é impossível invalidar a
assembleia para uns e mantê-la para outros.

Fonte: Jr., Humberto T. Curso de Direito Processual Civil - Vol. 1. Grupo GEN, 2021.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

O CPC atual trata da oposição não mais como espécie de intervenção de terceiros, mas
como ação autônoma, tratada nos arts. 682 e seguintes.

Dito isso, a oposição consiste em nova ação, que o terceiro ajuíza em face das partes
originárias do processo. Pressupõe que o terceiro formule pretensão sobre o mesmo
objeto já disputado entre as partes.

A oposição pressupõe a existência, em curso, de uma ação, na qual um bem ou interesse


é disputado entre o autor e o réu. Portanto, a ação de oposição mantém com o processo
principal uma relação de total ou parcial prejudicialidade, de modo que sendo extinto o
processo principal a oposição deve alcançar o mesmo fim.

APELAÇÃO CÍVEL – OPOSIÇÃO – EXTINÇÃO DA AÇÃO REIVINDICATÓRIA EM


APENSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO – EFEITO QUE IMPÕE A EXTINÇÃO
DA OPOSIÇÃO TAMBÉM SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO – AUSÊNCIA DAS
CONDIÇÕES DA AÇÃO –RECURSO DESPROVIDO. 1. Se
a lide principal é extinta sem julgamento do mérito, tendo os autos da oposição sido ajuiza
dos em razão daquela disputa da qual o terceiro/opoente não participava, não subsiste a
defesa do bem que se pretendia nos autos da oposição, especialmente
quando ajuizada a oposição antes da abertura da instrução processual
nos autos principais, ainda na vigência do CPC/73.

(N.U 0001146-48.2013.8.11.0096, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO,


JOAO FERREIRA FILHO, Primeira Câmara de Direito Privado, Julgado em 17/12/2019,
Publicado no DJE 22/01/2020)

Atenciosamente,
Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

A alienação fiduciária corresponde ao negócio jurídico pelo qual uma pessoa (fiduciante)
transmite a propriedade de uma coisa ou a titularidade de um direito a outra (fiduciário),
que se obriga a dar-lhe determinada destinação e, cumprido esse encargo, retransmitir a
coisa ou direito ao fiduciante ou a um beneficiário indicado no pacto fiduciário. (Chalhub,
Melhim N. Alienação Fiduciária - Negócio Fiduciário. Grupo GEN, 2021.)

Conforme entendimento do STJ, serve para qualquer operação creditícia, não apenas
para a aquisição da própria coisa que cuja propriedade será transmitida.

Nesse sentido:

(STJ - Súmula 28): O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem
que já integrava o patrimônio do devedor.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

São relativas, segundo o Código, as competências que decorrem do valor e do território


(CPC/2015, art. 63) e absolutas a ratione materiae, a rationae personae e a funcional (art.
62).

É preciso lembrar que competência territorial é aquela que é atribuída aos diversos
órgãos jurisdicionais levando em conta a divisão do território nacional em circunscrições
judiciárias. Dito de outro modo, são normas que tratam do LOCAL, do foro que detêm
competência para processar e julgar a ação.

A Competência territorial, ou competência de foro é tratada nos arts. 46 e ss. do CPC.


Portanto, o art. 53 do CPC veicula regras de competência territorial relativa.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Laísa! Tudo bem?

A resilição é a cessação do vínculo contratual pela vontade das partes, ou, por vezes, de
uma das partes. A resilição é, portanto, termo reservado para o desfazimento voluntário
do contrato, que pode ser bilateral ou unilateral.

A resilição bilateral é o DISTRATO mencionado por nossa lei no art. 472. É o mútuo
consenso para o desfazimento do vínculo.

Fonte: Venosa, Sílvio de S. Direito Civil: Contratos. v.3. Grupo GEN, 2023.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Daniel! Tudo bem?

Sim, sobre o assunto transcrevo os ensinamentos de Flávio Tartuce:

Pois bem, o Código de Defesa do Consumidor é tido pela doutrina como uma norma
principiológica, diante da proteção constitucional dos consumidores, que consta,
especialmente, do art. 5º, inc. XXXII, da Constituição Federal de 1988, ao enunciar que “o
Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. A propósito dessa questão,
precisas são as lições de Luiz Antonio Rizzatto Nunes:

“A Lei n. 8.078 é norma de ordem pública e de interesse social, geral e principiológica, o


que significa dizer que é prevalente sobre todas as demais normas especiais anteriores
que com ela colidirem. As normas gerais principiológicas, pelos motivos que
apresentamos no início deste trabalho ao demonstrar o valor superior dos princípios, têm
prevalência sobre as normas gerais e especiais anteriores”.

Destaque-se que, do mesmo modo, a respeito do caráter de norma principiológica,


opinam Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery, expondo pela prevalência
contínua do Código Consumerista sobre as demais normas, eis que “as leis especiais
setorizadas (v.g., seguros, bancos, calçados, transportes, serviços, automóveis, alimentos
etc.) devem disciplinar suas respectivas matérias em consonância e em obediência aos
princípios fundamentais do CDC”.

No mesmo sentido, como se retira de julgado do Superior Tribunal de Justiça, “o direito


consumerista pode ser utilizado como norma principiológica mesmo que inexista relação
de consumo entre as partes litigantes porque as disposições do CDC veiculam cláusulas
criadas para proteger o consumidor de práticas abusivas e desleais do fornecedor de
serviços, inclusive as que proíbem a propaganda enganosa” (STJ – REsp 1.552.550/SP –
Terceira Turma – Rel. Min. Moura Ribeiro – j. 1º.03.2016 – DJe 22.04.2016).

Diante de tais premissas, pode-se dizer que o Código de Defesa do Consumidor tem
eficácia supralegal, ou seja, está em um ponto hierárquico intermediário entre a
Constituição Federal de 1988 e as leis ordinárias. Para tal dedução jurídica, pode ser
utilizada a simbologia do sistema piramidal, atribuída a Hans Kelsen.(…)

Como exemplo dessa conclusão, pode ser citado o problema relativo à Convenção de
Varsóvia e à Convenção de Montreal, tratados internacionais dos quais o Brasil é
signatário e que preveem tarifação de indenização no transporte aéreo internacional, nos
casos de cancelamento e atraso de voos, bem como de extravio de bagagem. Deve ficar
claro que tais tratados internacionais não são convenções de direitos humanos, não tendo
a força de emendas à Constituição, como consta do art. 5º, § 3º, da Constituição Federal,
na redação dada pela Emenda Constitucional 45/2004.

Ora, tais convenções internacionais colidem com o princípio da reparação integral dos
danos, retirado do art. 6º, inc. VI, da Lei 8.078/1990, que reconhece como direito básico
do consumidor a efetiva reparação dos danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
e difusos, afastando qualquer possibilidade de tabelamento ou tarifação de indenização
em desfavor dos consumidores. Diante da citada posição intermediária ou supralegal do
Código de Defesa do Consumidor, a norma consumerista deve prevalecer sobre as
citadas fontes internacionais.

Tartuce, Flávio, e Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual de Direito do Consumidor:


Direito Material e Processual. Volume Único. (12ª edição). Grupo GEN, 2023.Pág. 27)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

A princípio, são matérias que devem ser suscitadas pelo réu em contestação como defesa
de natureza processual. Contudo, assim como as demais preliminares do art. 337 (salvo a
convenção de arbitragem e a incompetência relativa), ainda que não tenham sido
suscitadas pelo réu devem, no entanto, ser apreciadas e decididas pelo juiz de ofício, isto
é, independentemente de arguição pelo contestante (art. 337, § 5º). Esse poder do
julgador decorre, na espécie, do fato de que qualquer uma das referidas preliminares
afeta os requisitos de constituição ou desenvolvimento válido e regular do processo,
matéria na qual há, sem dúvida, evidente interesse público.

Ademais, ainda que não tenham sido suscitadas na contestação, a perempção,


litispendência e coisa julgada podem ser alegadas posteriormente pelo próprio
contestante.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

A decisão de cancelamento da distribuição corresponde ao indeferimento da petição


inicial, configurando-se na hipótese em que não há o recolhimento das custas iniciais
mesmo após a intimação do autor para tanto, com fulcro no art. 330, IV e 485 I do CPC.

Trata-se, portanto de sentença terminativa. Ademais, haverá prevenção do juízo, por força
do disposto no art. 286, II do CPC.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

O réu revel, que não tenha advogado constituído, é considerado intimado da sentença e
demais atos processuais através da publicação do ato decisório nos órgãos oficiais, ou
seja, por meio de publicação no diário de justiça.

Nesse sentido:

CPC: Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data
de publicação do ato decisório no órgão oficial.

Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no


estado em que se encontrar.

Vale ressaltar que, ainda que tenha sido revel na fase de conhecimento, para o
cumprimento de sentença é necessária a sua intimação pessoal (REsp 1967425 / GO).

Atenciosamente,

Paula
Olá, Arthur! Tudo bem?

A decisão de saneamento, a grosso modo, serve para sanar irregularidades, bem como
organizar a fase instrutória, delimitando as questões de fato e direito que serão objeto, de
prova. Portanto, tratando-se de ação em que se discute questão puramente de direito,
sem a necessidade de dilação probatória, a decisão de saneamento do processo não é
necessária.

Nesse sentido, leciona Humberto Teodoro:

Trata-se de decisão eventual porque nem sempre ocorre, mesmo quando o processo está
em ordem, dado que em muitos casos o juiz deve passar diretamente da fase postulatória
para o julgamento do mérito (art. 355).

A decisão de saneamento, portanto, passou a ser aquela decisão que o juiz profere, ao
final das providências preliminares, para reconhecer que o processo está em ordem e que
a fase probatória pode ser iniciada, eis que será possível o julgamento do mérito e, para
tanto, haverá necessidade de prova oral ou pericial (art. 357, V).

(Júnior, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil. v.1. Grupo GEN, 2023. Pág. 780)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Rebeca! Tudo bem?

A remessa necessária é um sucedâneo recursal previsto no art. 496 do CPC, que visa
submeter sentenças ao duplo grau de jurisdição.

Trata-se de instituto pelo qual determinadas sentenças proferidas contra o Poder Público
ficam submetidas à revisão perante o Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal
respectivo, independentemente da interposição de apelação pelo ente público. Busca a
salvaguarda do interesse público, submetendo a matéria a um duplo grau necessário.

A sujeição da sentença ao reexame necessário nos casos do art. 496 impede a produção
imediata de seus efeitos. A sentença, destarte, quando proferida contra os interesses do
Poder Público, é ineficaz enquanto não reexaminada pelo Tribunal recursal competente,
e, por isso, é entendida por alguns como verdadeiro ?ato complexo?, isto é, um ato
jurídico que, para surtir seus regulares efeitos, depende da conjugação de vontades de
dois órgãos diversos. Em se tratando de remessa necessária, esses dois órgãos são o
juízo de primeira instância e o Tribunal de Justiça ou o Tribunal Regional Federal
respectivo.

A remessa necessária é, portanto, condição imposta pelo art. 496, para que as sentenças
proferidas contra o Poder Público, excepcionadas as situações de seus §§ 3º e 4º, surtam
seus regulares efeitos.

A lei da ação popular prevê a remessa necessária no seu art. 19, dispositivo aplicável ao
microssistema de tutelas coletivas. Assim sendo, a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça firmou-se no sentido de ser aplicável o reexame necessário nas hipóteses de ação
civil pública.

Atenciosamente, Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

A liquidação pelo procedimento comum se justifica quando há necessidade de alegar e


provar fato novo relativo à identificação do valor devido. Dito isso, o fato novo são aqueles
necessários para se alcançar o quantum devido mas que não foram apreciados no
processo de conhecimento.

A título de exemplo, em uma ação em que se busca a indenização por danos materiais, a
sentença pode fixar a obrigação de reparar o dano, inclusive por meio da indenização por
lucros cessantes. Contudo, o valor da indenização não foi fixado em sentença,
dependendo de liquidação, na qual haverá dilação probatória para provar o valor devido a
título de lucros cessantes.

Sobre o assunto, leciona Cassio Scarpinela Bueno:

“Fato novo” deve ser entendido como todo aquele que, por qualquer razão, não foi levado
em conta na decisão que se pretende liquidar, isto é, cujo valor correspondente se
pretende obter perante o Estado-juiz. Não se trata, necessariamente, de fato que tenha
ocorrido depois da apresentação da petição inicial – fatos supervenientes, portanto –,
porque é possível que esses fatos tenham sido, legitimamente, levados para o plano do
processo e considerados pelo Estado-juiz na formação de sua convicção e no
proferimento da decisão que se pretende liquidar. São fatos novos porque se relacionam
com a pesquisa relativa à identificação do valor devido e que ainda não foram
considerados no processo. São, por isso mesmo, novos em relação ao processo e à sua
discussão (sempre em contraditório) no e para o processo no que diz respeito à pesquisa
sobre o quantum debeatur; não em relação à sua própria existência52.

É o típico caso, por exemplo, em que as consequências do ato ilícito cuja


responsabilidade já foi carreada ao réu precisam ser trazidas (e discutidas em amplo e
prévio contraditório) ao processo ou, até mesmo, quando as perdas e danos derivados da
impossibilidade de efetivação da tutela específica ou, quando menos, seu resultado
prático equivalente (art. 499) pressupuserem a comprovação de fatos novos.

(...)

Importa observar, de qualquer sorte, que tais fatos, ainda que novos, não podem
pretender infirmar o que é considerado devido (o an debeatur), prática expressamente
vedada pelo § 4º do art. 509. É essa a razão pela qual é mais correto entendê-los como
novos em relação à atividade cognitiva relacionada ao quantum debeatur e não a
quaisquer outros elementos da obrigação, já constantes do título executivo.

(Bueno, Cassio S. Curso sistematizado de direito processual civil: tutela jurisdicional


executiva. v.3. Disponível em: Minha Biblioteca, (11th edição). Editora Saraiva, 2022. Pág.
33)

Atenciosamente, Paula

Olá, Gabriel ! Tudo bem?

A doação contemplativa é também pura e simples, pois o doador não impõe nenhuma
restrição ou encargo ao beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. A
única diferença é que na contemplativa o doador menciona expressamente o motivo da
liberalidade, mas não tem como pressuposto recompensar um favor ou serviço.

Nesse sentido, a primeira parte do art. 540 do CC prevê:

Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o


caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no
excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.

Por exemplo, o donatário menciona que faz a doação porque o donatário é uma pessoa
extremamente honesta, ou porque é seu amigo de longa data.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Gabriel ! Tudo bem?

A doação em contemplação de casamento futuro (donatio propter nuptias) constitui


liberalidade realizada em consideração às núpcias próximas do donatário com certa e
determinada pessoa. A sua eficácia subordina-se, pois, a uma condição suspensiva: a
realização do casamento (art. 546 do CC). Dispensa aceitação, que SE PRESUME da
celebração.

O dispositivo permite tal espécie de doação quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro
a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro. Pode ser
beneficiada, portanto, a prole eventual do futuro casal. Neste caso, são duas as condições
suspensivas: se o casamento se realizar e se os filhos nascerem com vida. A doação à
prole futura é insuscetível de revogação por ingratidão, por impossibilidade lógica, sendo
que a praticada pelos futuros pais não autoriza a revogação. Frustrando-se o casamento
ou se a futura prole se inviabilizar, o nubente deverá devolver a coisa, com os efeitos de
possuidor de boa-fé.

A doação propter nuptias não se resolve pela separação, nem podem os bens doados
para casamento ser reivindicados pelo doador por ter o donatário enviuvado ou divorciado
e passado a novas núpcias.

Por outro lado, a doação feita ao nascituro, conforme art. 542 do CC, “valerá, sendo
aceita pelo seu representante legal”. Portanto, dependem de aceitação que será
manifestada pelos pais, ou por seu curador (art. 1.779 do CC), neste caso com
autorização judicial (CC, art. 1.748, II, c.c. o art. 1.774). Sendo titular de direito eventual,
sob condição suspensiva, caducará a liberalidade, se não nascer com vida.

A aceitação do representante legal do nascituro não torna o contrato de doação


definitivamente válido. A validade deve ser entendida nos limites do direito expectativo:
condicionada ao nascimento com vida. Enquanto perdurar o estado de nascituro são
produzidos os efeitos jurídicos da doação, antecipadamente. O nascimento resolve o
estado de incerteza e a doação produz todos os efeitos, complementando os anteriores,
sem necessidade de recurso à retroatividade.

Fonte: Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais. v.3.
Editora Saraiva, 2023. Pág. 120

Atenciosamente,

Paula
Olá, Juliana! Tudo bem?

O preço é um elemento essencial da compra e venda, sendo determinado, em regra, pelo


livre debate entre os contraentes, conforme as leis do mercado, sendo por isso
denominado preço convencional. Mas, se não for desde logo determinado, DEVE SER AO
MENOR DETERMINÁVEL, mediante critérios objetivos estabelecidos pelos próprios
contratantes.

O art. 486 do Código Civil permite que se deixe “a fixação do preço à taxa do mercado ou
de bolsa, em certo e determinado lugar”. Vários outros modos de determinação futura do
preço podem ser escolhidos pelos contraentes: o preço do custo, o preço em vigor no dia
da expedição, a melhor oferta, o preço do costume etc. O que não se admite é a
indeterminação absoluta, como na cláusula “pagarás o que quiseres”, deixando ao arbítrio
do comprador a taxação do preço (art. 489 do CC).

Permite a lei que a fixação do preço seja “deixada ao arbítrio de terceiro, que os
contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a
incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem designar outra
pessoa” (CC, art. 485). O terceiro age como mandatário destes, não se exigindo
capacidade especial. Não é ele propriamente um avaliador da coisa, mas um árbitro
escolhido pelos interessados.

Se as partes expressamente convencionarem submeter-se ao preço fixado por terceiro


que escolherem, implicitamente renunciam ao direito de impugnar o laudo que este
apresentar.

Fonte: Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais. v.3.
Editora Saraiva, 2023. pág. 95

Atenciosamente,

Paula

Olá, Artur!

Em sede de mandado de segurança, a remessa necessária está vinculada unicamente a


concessão de segurança e não propriamente pela presença da Fazenda Pública no polo
passivo. Assim, também quando a autoridade coatora for pessoa jurídica de direito
privado caberá a remessa necessária no caso de concessão da segurança. Nesse
sentido, Freddie Didier e Leonardo Cunha: "Perceba a diferença: numa demanda de
procedimento comum, não há Remessa Necessária de sentença proferida contra um ente
privado, mas no mandado de segurança, proferida sentença de procedência,
independentemente da condição da parte demandada, haverá Remessa Necessária."
(CUNHA, Leonardo, DIDIER Freddie, Coleção Repercussões do Novo CPC, Advocacia
Pública. 2015, Ed. Jus Podivm, p. 131)

Atenciosamente,

Nicolle

Olá, Juliana! Tudo bem?

A doação contemplativa é também pura e simples, pois o doador não impõe nenhuma
restrição ou encargo ao beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. A
única diferença é que na contemplativa o doador menciona expressamente o motivo da
liberalidade, mas não tem como pressuposto recompensar um favor ou serviço.

Nesse sentido, a primeira parte do art. 540 do CC prevê:

Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o


caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no
excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.

Por exemplo, o donatário menciona que faz a doação porque o donatário é uma pessoa
extremamente honesta, ou porque é seu amigo de longa data ou porque é um renomado
cientista.

A doação remuneratória é a feita em retribuição a serviços prestados, mas cujo


pagamento não pode ser exigido pelo donatário. Dito isso, se a dívida é exigível, a
retribuição chama-se pagamento, ou dação em pagamento se ocorrer a substituição da
coisa devida por outra.

É o caso, por exemplo, do cliente que paga serviços prestados por seu médico, mas
quando a ação de cobrança já estava prescrita; e, ainda, do que faz uma doação a quem
lhe salvou a vida ou lhe deu apoio em momento de dificuldade, como forma de
remuneração por tudo que fez.
Na doação remuneratória não há dever jurídico exigível pelo donatário. Todavia, o doador
sente-se no dever moral de remunerá-lo em virtude da prestação de um serviço que
aquele lhe prestou e, por alguma razão pessoal, não exigiu o correspectivo ou a ele
renunciou.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Frederico! Tudo bem?

A doação remuneratória é a feita em retribuição a serviços prestados, mas cujo


pagamento não pode ser exigido pelo donatário. Dito isso, se a dívida é exigível, a
retribuição chama-se pagamento, ou dação em pagamento se ocorrer a substituição da
coisa devida por outra.

Na doação remuneratória não há dever jurídico exigível pelo donatário. Todavia, o doador
sente-se no dever moral de remunerá-lo em virtude da prestação de um serviço que
aquele lhe prestou e, por alguma razão pessoal, não exigiu o correspectivo ou a ele
renunciou.

Dito isso, o advogado faz jus ao recebimento de sua remuneração correspondente aos
serviços prestados. Portanto, sendo o motivo determinante recompensar serviços ou
favores prestados ao doador (herdeiros), na parte correspondente à retribuição dos
serviços, o ato, em verdade, não é doação, mas pagamento. Contudo, os herdeiros
podem, por liberalidade, conceder ao advogado uma recompensa, uma retribuição que
não pode ser exigida através de uma doação remuneratória, ou mesmo, após o
transcurso do prazo prescricional para a cobrança dos honorários advocatícios (obrigação
deixa de ser exigível) remunerar o causídico por meio de uma doação remuneratória.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Mariana! Tudo bem?

Na separação consensual os cônjuges podem dispor livremente sobre a manutenção ou


não do sobrenome do outro.

Nesse sentido:
Na separação consensual, o cônjuge decide livremente a respeito do uso do sobrenome
do outro. A omissão no acordo sobre essa questão não deve ser interpretada como
renúncia, pois tem ele o direito de continuar a usar o nome do ex-consorte.

Na separação litigiosa, a solução se encontra no art. 1.578 e §§ 1º e 2º do Código Civil.


Qualquer dos cônjuges “declarado culpado na ação de separação judicial” perde o direito
de usar o sobrenome do outro. Porém, a aplicação dessa sanção é condicionada a
expresso requerimento pelo cônjuge inocente e desde que a alteração não acarrete: “I –
evidente prejuízo para a sua identificação; II – manifesta distinção entre o seu nome de
família e o dos filhos havidos da união dissolvida; III – dano grave reconhecido na decisão
judicial” (art. 1.578, caput, I a III).

Verifica-se, assim, que o culpado só pode continuar a usar o sobrenome que adotou
quando do casamento se com isso concordar o outro cônjuge. Contudo, mesmo havendo
essa oposição, será possível mantê-lo nas hipóteses excepcionadas pelo mencionado
art. 1.578.

Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. v.6. Editora Saraiva, 2023.
Pág. 104.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Inicialmente, é preciso considerar que não se pode dispor, mediante doação, de mais da
metade de seu patrimônio, SE houver herdeiros necessários (art. 548 do CC). Esse é o
limite proporcional adotado pelo direito brasileiro, configurado na chamada parte
disponível, ou seja, a parte que o doador pode livremente doar a parentes ou a terceiros.
A outra metade, indisponível, constitui a legítima dos futuros herdeiros necessários
(descendentes, os ascendentes e o cônjuge), se houver.

É possível, ainda, fazer a denominada partilha em vida, contudo, o mesmo art. 548 do
Código Civil considera nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda
suficiente para a subsistência do doador. Nesses casos, a doação pode alcançar todos os
bens, mas desde que o doador reserve para si o usufruto dos referidos bens, ou de parte
deles, pois o que o legislador não permite é doação universal (omnium bonorum) sem que
o doador conserve o necessário para assegurar a sua sobrevivência.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

Acredito que o enunciado da súmula do STJ que se refira seja o 619 ou o 637 que
estabelecem:

Súmula 619-STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de


natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.

Súmula 637-STJ-O ente público detém legitimidade e interesse para intervir,


incidentalmente, na ação possessória entre particulares, podendo deduzir
qualquer matéria defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio.

Dito isso, é possível o manejo de ação possessória contra a Fazenda Pública,


nas hipóteses em que o esbulho, turbação ou ameaça ao BEM PARTICULAR é
realizado pelo Poder Público. Contudo, como a atuação do poder público é
pautada na consecução do interesse público, o deferimento ou não da liminar
pleiteada pelo particular deve ser lastreado em maior certeza. Para tanto, se
exige a prévia audiência dos representantes judiciais (art. 562, parágrafo único
do CPC).

Mas atenção! Isso não se confunde com a possibilidade de um particular


buscar a proteção possessória de um BEM PÚBLICO em face do próprio poder
público. Nesse caso, não será possível a ação possessória, visto que tratando-
se de bem público o particular não possui posse, mas mera detenção (súm 619
do STJ) e, portanto, não faz jus a proteção possessória.

Vale ressaltar, ainda, que a jurisprudência entende ser possível o particular buscar a
proteção possessória de bem público em face de outro particular (REsp 1.296.964-DF),
mas NÃO em face do poder público.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Mariana! Tudo bem?

A competência do Tribunal do Juri é absoluta e decorre de previsão constitucional no art.


5º, XXXVIII , “d” da CRFB/1988.

Portanto, não é alterada pela presença de vítima menor de idade. Nesse sentido, as
normas que regulamentam o art. 23 da Lei 13.431/17 no âmbito dos Tribunais de Justiça
ressalvam a competência do Juri.

A título de exemplo:

Atenciosamente,

Paula

Olá, Kênia! Tudo bem?

Inicialmente, é preciso lembrar que a morte de um dos devedores solidários não extingue
a solidariedade.

Nesse sentido, o art. 276 do CC prevê:

“Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será
obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores”.

Dito isso, os herdeiros respondem pelos débitos do de cujus, desde que não ultrapassem
as forças de herança (princípio do benefício do inventário). Assim sendo, cada herdeiro do
devedor solidário fica responsável por sua quota na parte do falecido.

Contudo, nos casos em que a própria obrigação seja indivisível, a solidariedade se


mantêm por impossibilidade material.

Do mesmo modo, na solidariedade ativa prevê o art. 270 do CC:


“Se falecer um dos credores solidários, deixando herdeiros, cada um destes só terá direito
a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo
se a obrigação for indivisível”.

Assim, nessa hipótese, desaparece a solidariedade para os herdeiros, salvo se se tratar


de obrigação indivisível Os demais credores continuarão solidários.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Kênia! Tudo bem?

Os efeitos são os mesmos da indignidade, excluindo-o da herança e sendo substituído


por seus próprios sucessores.

Nesse sentido:

Por similitude com a exclusão do herdeiro por indignidade, são pessoais os efeitos da
deserdação. O herdeiro necessário deserdado equipara-se ao excluído, não sendo
contaminados os direitos de seus descendentes, que herdam em seu lugar. (Lôbo, Paulo.
Direito civil: sucessões. v.6. Editora Saraiva, 2023. Pág. 92)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Michele! Tudo bem?

Se o herdeiro renuncia a herança ele deixa de fazer jus à sua parcela dos bens do de
cujus, que serão redistribuídas entre os demais herdeiros da mesma classe.

Nesse sentido, a primeira parte do art. 1.810 do CC:

]Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da

subseqüente.
Por exemplo, se o de cujus deixou como herdeiros três filhos, são todos da mesma
classe. Assim sendo, se um dos filhos renuncia a herança, a parte a que faria jus será
dividida entre os outros dois irmão. O renunciante será excluído, não havendo que se falar
em representação por parte de seus herdeiros.

Assim, prevê a primeira parte do art. 1.811 do CC:

Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma

classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.

Contudo, pode ocorrer de o herdeiro renunciante ser o único de sua classe, hipótese em que, com a
renúncia, deixarão de existir herdeiros daquela classe. Assim sendo, a sucessão passa para a classe
seguinte, que herdarão por direito próprio.
Por exemplo, o de cujus teve três filhos, dois pré-mortos e um filho vivo no momento da abertura da
sucessão. Contudo, o único filho vivo renuncia a herança deixada pelo pai. Com isso, a sucessão
passa para a classe seguinte, ou seja, para os netos do de cujus. Os netos então serão sucessores por
direito próprio e não mais representado os pais.
Minudenciando o exemplo, se o filho 1 pré-morto deixou um neto do de cujus, filho 2 pré-morto
deixou dois netos do de cujus, filho 3 vivo tem três filhos. A princípio, os netos do filho 1 e do filho
dois pré-mortos herdariam por representação de seus pais, fazendo jus à cota parte que pertenceria
aos seus pais pré-mortos.
Contudo, se o único filho vivo do de cujus renuncia, aquela classe é excluída, restando apenas a
classe seguinte, dos netos do de cujus. Assim, os netos serão chamados a suceder por cabeça, por
direito próprio, sendo o espólio divididos em partes iguais entre todos os netos.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Basta lembrar que o disposto no art. 788 do CC se aplica aos seguros obrigatórios, como por exemplo o seguro DPVAT.

Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador
diretamente ao terceiro prejudicado.
Parágrafo único. Demandado em ação direta pela vítima do dano, o segurador não poderá opor a exceção de contrato
não cumprido pelo segurado, sem promover a citação deste para integrar o contraditório.

Por outro lado, o enunciado 529 da súmula do STJ se aplica aos seguros privados, facultativos.

Súmula 529- STJ - No seguro de responsabilidade civil facultativo, não


cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado direta e
exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do
dano.
Atenciosamente,

Paula

Olá, Rodrigo! Tudo bem?


O entendimento do STJ é de que a multa por ato atentatório à dignidade da Justiça tem natureza
punitiva e é específica para as hipóteses de violação de dever processual de obediência às decisões
judiciais e consequente ofensa ao princípio da efetividade processual (REsp 1.815.621).
Em relação à obrigatoriedade de comparecimento em audiência, é preciso lembrar que nenhum
direito é absoluto, de modo que é possível estabelecer a necessidade de comparecimento sem que
isso viole a liberdade de locomoção, configurando-se hipótese em que o direito é mitigado para
ceder espaço à promoção de outros princípios como o princípio da cooperação processual bem
como a promoção de meios alternativos de solução de conflitos (art. 3º do CPC).

Dito isso, a audiência preliminar de conciliação ou de mediação é ato integrante do procedimento


comum, só não sendo observado nas causas em que a autocomposição não for admissível nos
termos da lei.

Assim, ainda que o autor manifeste expressamente na petição inicial desinteresse pela
autocomposição, o juiz a despachará designando dia e hora para sua realização. Esse ato
conciliatório somente não será realizado se o réu aderir ao desinteresse do autor em petição
posterior à citação e anterior à audiência. O autor, portanto, não tem o poder de, isoladamente,
impedir ou evitar a audiência. Sem a adesão do réu, a sessão ocorrerá necessariamente. Da mesma
forma, o demandado também não tem poder de impedi-la pela só manifestação individual de
desinteresse. Nem uma nem outra parte tem possibilidade de, sozinha, escapar da audiência
preliminar.

A referida audiência visa possibilitar aos litigantes uma solução negocial da contenda, mormente
porque a tentativa de conciliação não mais será realizada pelo juiz, mas por auxiliares, de modo que
se uma das partes manifesta no sentido da possibildade de solução consensual ela deve ser
privilegiada.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Rodrigo! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Rodrigo! Tudo bem?


A audiência de instrução e julgamento é um ato processual, portanto integra o processo.
Deste modo, embora seja dirigida precipuamente à colheita de prova oral, os demais
debates, conciliações ou mesmo colheita de pareceres finais e sentença compõe o ato.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Rodrigo! Tudo bem?


Sim, nesse sentido prevê o art. 376, §§ 5º e 6º do CPC:

Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem
como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato.
(...)

§ 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou


analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação
específica.

§ 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes,
independentemente de autorização judicial.

Além disso, fazer constar os requerimentos e demais manifestações em ata de audiência


é uma prerrogativa dos advogadas. Assim sendo, embora o juiz presida os atos de
audiência, o advogado pode exigir que determinadas manifestações ou requerimentos
sejam registrados (art. 360, V do EOAB.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Rodrigo! Tudo bem?

Humberto Teodoro Jr lecina que:

O Código atual alterou a forma do interrogatório, que antes era ato exclusivo do juiz.
Agora será feito pelas partes diretamente à testemunha, começando por quem a arrolou.
Entretanto, o juiz não admitirá as perguntas que puderem induzir a resposta, não tiverem
relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição
de outra já respondida (art. 459, caput). As perguntas que o juiz indeferir serão transcritas
no termo, se a parte o requerer (art. 459, § 3º).

A inquirição da testemunha pelo próprio advogado é técnica tradicional do common law,


onde se trava um verdadeiro duelo mental entre interrogante e interrogado, a que se
atribui a denominação cross-examination e cujo claro objetivo é desacreditar a
confiabilidade da testemunha, inclusive partindo para devassa da sua vida, em matéria
que não tenha pertinência direta com a demanda, o que, definitivamen-te, o processo civil
brasileiro não admite.120

Não foi subtraído ao juiz o poder de inquirir a testemunha. O Código de 2015 continua
assegurando-lhe a possibilidade de fazê-lo, a seu critério, antes e depois da inquirição
efetuada pelas partes (art. 459, § 1º).

(Júnior, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil. v.1. Grupo GEN, 2023. Pág. 910)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Rodrigo! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

Existem diversos acórdãos nesse sentido. Podemos citar:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. ASTREINTES.


DECISÃO AGRAVADA QUE CONSIDEROU EXCESSIVO O VALOR FIXADO NA
INSTÂNCIA DE ORIGEM. EXCEPCIONALIDADE EXIGIDA PELA JURISPRUDÊNCIA.
REDUÇÃO. POSSIBILIDADE.

1. A jurisprudência do STJ trilha no sentido de que, em regra, não se mostra possível, em


recurso especial, a revisão do valor fixado a título de multa diária (astreintes) pelo
descumprimento de decisão judicial, pois tal providência exigiria incursão na seara fático-
probatória dos autos, atraindo a incidência da Súmula 7/STJ.

Excepcionalmente, contudo, pode esse quantum ser alterado caso se mostre irrisório ou
exorbitante, ou seja, em descompasso com os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, contexto no qual se insere o caso ora examinado.
2. A multa cominatória não possui natureza de indenização, mas sim inibitória ou
coercitiva, uma vez que o dever de arcar com o pagamento das astreintes e o de
indenizar os danos causados são efeitos de fatos jurídicos absolutamente distintos.

3. No caso dos autos, mostra-se inviável manter o exorbitante valor histórico alcançado
pelo descumprimento da originária medida judicial desobedecida - cerca de R$
18.000.000,00 (dezoito milhões de reais) -, uma vez que, além de levar ao enriquecimento
injusto do credor, acarreta no desvirtuamento da própria finalidade da multa diária.
Restauração da monocrática de primeira instância, proferida em maio de 2017, que
reduziu aquele montante para o patamar de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

4. Agravo interno não provido.

(AgInt no AREsp n. 1.660.115/SP, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado
em 10/10/2023, DJe de 20/10/2023.)

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL.


AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA.
OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE. ASTREINTES. REVISÃO.
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

1. O Superior Tribunal de Justiça firmou orientação de que o exame do valor atribuído às


astreintes pode ser revisto a qualquer tempo, quando constatada a exorbitância, em
flagrante ofensa aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

2. No caso dos autos, o montante total da multa cominatória foi fixado em R$ 4.920,00
(quatro mil, novecentos e vinte reais), por quase oito meses de descumprimento da ordem
judicial, não excedendo, portanto, ao razoável, considerando tratar-se de descumprimento
de decisão que determinou o custeio de cirurgias reparadoras (correção de cicatriz
mamária bilateral e na linha abdominal) em favor da agravada.

3. Agravo interno a que se nega provimento.

(AgInt no AREsp n. 2.316.111/SP, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em
4/9/2023, DJe de 8/9/2023.)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. OBRIGAÇÃO DE


FAZER. NECESSIDADE DE OBRAS DE ACESSIBILIDADE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MULTA COMINATÓRIA. FIXAÇÃO DE LIMITE. REJEITADO.
EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS PARA SANAR OMISSÃO, CONTUDO, SEM
EFEITOS MODIFICATIVOS.
I - Na origem trata-se de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado de
Minas Gerais contra o Estado pleiteando, em suma, que o réu fosse compelido à
obrigação de realizar obras de adequação e adaptação necessárias no imóvel em que
está funcionando o Instituto São Rafael, em Belo Horizonte. Na sentença, o pedido foi
julgado improcedente. No Tribunal a quo, a sentença foi reformada, para acolher a
pretensão autoral, fixando multa diária no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) pelo
descumprimento. Nesta Corte, o recurso especial foi improvido. A referida decisão foi
mantida no julgamento do agravo interno.

II - Segundo o art. 1.022 do Código de Processo Civil de 2015, os embargos de


declaração são cabíveis para esclarecer obscuridade;

eliminar contradição; suprir omissão de ponto ou questão sobre as quais o juiz devia
pronunciar-se de ofício ou a requerimento; e/ou corrigir erro material.

III - Da análise das razões lançadas nos aclaratórios verifica-se que, de fato, como
alegado pelo embargante, não houve manifestação expressa desta Corte no tocante ao
pedido de fixação de teto/limite à multa diária que lhe fora imposta, mas tão somente ao
quantum fixado.

IV - É assente na jurisprudência desta Corte o entendimento de que é possível a


cominação de multa, e sua imposição à Fazenda Pública, como instrumento processual
legítimo para compelir o ente ao cumprimento de obrigação judicial imposta.

V - Por outro lado, há que se atentar para a proporcionalidade e razoabilidade do valor


arbitrado, de modo que é possível ao Superior Tribunal de Justiça reexaminar o patamar
fixado pelas instâncias anteriores, podendo majorar o quantum, caso se mostre irrisório,
ou reduzi-lo, no caso de se figurar sua exorbitância, ou até mesmo modificar a sua
periodicidade.

VI - O § 4º do art. 537 do CPC/15 deixa claro que a multa será devida desde o
descumprimento da decisão e perdurará enquanto não for cumprida a obrigação.

VII - Na presente hipótese, restou evidente que o único obstáculo à efetividade do direito
já reconhecido pela Corte de origem é o descaso da recorrente pela Justiça. Se a multa
diária tem por objetivo, como visto, forçar o devedor renitente a cumprir sua obrigação,
não há como reduzi-la nesta hipótese sem cair em contradição, pois a conclusão
inafastável que se retira de todo o contexto fático é que nem diante do acúmulo de uma
multa pesadíssima, a recorrente cedeu à ordem judicial.

VIII - Embargos de declaração parcialmente acolhidos apenas para sanar omissão,


contudo, sem efeitos modificativos.
(EDcl no AgInt no REsp n. 1.959.312/MG, relator Ministro Francisco Falcão, Segunda
Turma, julgado em 3/4/2023, DJe de 11/4/2023.)

Contudo, não encontramos recurso repetitivo sobre o assunto.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Juliana! Tudo bem?
O credor fiduciário não pode se apropriar da coisa alienada, uma vez que é defesa a CLÁUSULA
COMISSÓRIA (CC, art. 1.364). Deste modo, havendo o inadimplemento, o credor é obrigado a
vender o bem, aplicando o preço no pagamento de seu crédito, acréscimos legais, contratuais e
despesas, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor. Para esse fim, pode ajuizar ação de busca e
apreensão contra o devedor, a qual poderá ser convertida em ação de depósito, caso o bem não seja
encontrado.
Nesse sentido:
A proibição da estipulação de cláusula comissória nos direitos de garantia é tradicional. Sendo o
devedor inadimplente, não pode o credor ficar com a coisa dada em garantia, mesmo que seu
crédito seja maior. Incumbe-lhe promover as medidas legais para vender, judicial ou
extrajudicialmente, a coisa a terceiros, e aplicar o preço no pagamento de seu crédito, entregando o
saldo, se houver, ao devedor (CC, art. 1.364), como já foi dito.
A nulidade, que é ipso iure, atinge somente a cláusula comissória, permanecendo íntegro o restante
da avença. (Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Direito das Coisas. v.5. Editora Saraiva,
2023. Pág. 178)
Atenciosamente,
Paula

Olá, Natalia! Tudo bem?

Na audiência prevista no art. 8º da Lei de Alimentos, já haverá a colheita de prova oral e demais
provas. Portanto, ainda que o réu seja revel, não incidem os efeitos materiais da revelia,
prosseguindo-se à colheita da prova oral e demais provas.

Lei de Alimentos: Art. 8º Autor e Réu comparecerão à audiência acompanhados de suas


testemunhas, 3 (três no máximo, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.

Após, terminada a instrução, o juiz vai colher as alegações finais das partes e do MP, proferindo
sentença.

Art. 11 Terminada a instrução, poderão as partes e o Ministério Público aduzir alegações


finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada um.
Parágrafo único. Em seguida, o juiz renovará a proposta de conciliação e, não sendo
aceita, ditará sua sentença, que conterá sucinto relatório do ocorrido na audiência.

Atenciosamente,
Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

A ordem de preferência de curadores não é de observância obrigatória, mas preferencial,


cedendo nas hipóteses em que a nomeação de pessoa diversa atenda ao melhor
interesse do incapaz.
Assim sendo, embora não prevista no art. 1.775 do CC os avós podem ser nomeados
curadores de neto incapaz.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE INTERDIÇÃO -


CURATELA PROVISÓRIA - AVÓ MATERNA DO INTERDITANDO -
NOMEAÇÃO - ARTIGO 1.775 DO CÓDIGO CIVIL - ORDEM QUE ADMITE
FLEXIBILIZAÇÃO - PRECEDENTES DOUTRINÁRIO E JURISPRUDENCIAL -
DECISÃO MANTIDA.
Consoante orientação jurisprudencial e doutrinária, a ordem de nomeação de Curador
estabelecida no artigo 1.775 do Código Civil não é absoluta e admite flexibilização
em benefício do Curatelado, devendo ser mantida a decisão interlocutória que
nomeou a avó materna do Interditando como sua Curadora. (TJMG - Agravo de
Instrumento-Cv 1.0000.21.121937-3/001, Relator(a): Des.(a) Elias Camilo , 3ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 06/12/2021, publicação da súmula em
07/12/2021)

Nesse sentido, leciona Tartuce:

Ainda de acordo com o art. 1.775 do CC/2002, na falta do cônjuge ou do companheiro,


será curador legítimo o pai ou a mãe. Na ausência destes, será nomeado como curador o
descendente que se demonstrar mais apto. Entre os descendentes, os mais próximos
precedem aos mais remotos. Finalmente, na falta das pessoas mencionadas neste artigo,
compete ao juiz a escolha do curador dativo, que deve ser pessoa capaz e idônea para
exercer a função.

Deve-se entender que a ordem descrita não é obrigatória, prevalecendo sempre o melhor
interesse do curatelado. Nessa linha, concluiu julgado do Tribunal Gaúcho que:

“Ex-cunhado e irmãos concorrendo para o exercício do múnus. Prevalência do melhor


interesse do interditado. No que se refere à nomeação do curador, sabido é que esta deve
recair na pessoa do cônjuge ou companheiro e, na falta desses, ascendentes ou
descendentes (art. 1.775, §§ 1.º e 2.º do Código Civil). Caberá ao juiz, ainda, a escolha de
um terceiro como curador (art. 1.775, § 3.º, do Código Civil), quando da impossibilidade
daqueles contidos nos parágrafos anteriores. Elementos de prova que indicam que o
curador nomeado de forma provisória vem exercendo de forma responsável o encargo,
desmerecendo qualquer alteração. Sentença reformada. Apelação cível provida” (TJRS,
Apelação Cível 70059203711, 7.ª Câmara Cível, Rel. Jorge Luís Dall’Agnol, j.
28.05.2014).
Essas posições devem ser mantidas com a emergência do Novo Código de Processo
Civil, conforme consta do Enunciado n. 638, aprovado na VIII Jornada de Direito Civil, do
ano de 2018: “a ordem de preferência de nomeação do curador do art. 1.775 do Código
Civil deve ser observada quando atender ao melhor interesse do curatelado,
considerando suas vontades e preferências, nos termos do art. 755, II, e § 1.º, do CPC”.
(Tartuce, Flávio. Direito Civil: Direito de Família. v.5. Disponível em: Minha Biblioteca,
(18th edição). Grupo GEN, 2023. Pág. 721)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Michele! Tudo bem?

O prazo, denominado de stay period, foi previsto apenas para a hipótese de recuperação judicial
para possibilitar que a empresa recuperanda possa adotar as medidas previstas no plano de
recuperação.

Nesse sentido:

O período de suspensão do curso do prazo de prescrição das obrigações do devedor e


das execuções relativas a credores sujeitos à recuperação judicial, assim como a vedação
da retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou
extrajudicial sobre os bens do devedor derivados de demandas por credores sujeitos à
recuperação judicial (incisos I, II e III do art. 6º), que se convencionou chamar, com
inspiração no direito norte-americano, de stay period, consiste em relevante instrumento
de auxílio para a viabilização do soerguimento da empresa em crise, propiciando a sua
recolocação no mercado. Jamais deve servir de ardil para eternizar privações aos
credores. (Campinho, Sérgio. Curso de direito comercia: falência e recuperação de
empresa. Editora Saraiva, 2022. Pág. 92)

Por outro lado, uma vez decretada a falência, os créditos então suspensos deverão ser
habilitados no juízo universal.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

A sentença que extingue o processo de execução ou mesmo a fase de execução em


razão do abandono da causa pelo autor é terminativa, visto que não alcança o mérito da
demanda, tendo como fundamento do art. 485, III do CPC.
O autor poderá ajuizar nova ação, ou intentar novamente o cumprimento de sentença
dentro do prazo prescricional.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Isadora! Tudo bem?

O Microempreendedor Individual (MEI) é empresário individual, contudo se submete a


regramento específico, previsto na Lei Complementar nº 123/2006. Assim sendo, o
empresário individual caracterizado como MEI deve ter faturamento anual de até R$ 81
mil, não pode ter participação em outra empresa como sócio ou titular, pode ter um
empregado que receba salário-mínimo ou o piso da categoria.

Portanto, por ser empresário individual seu patrimônio pessoal que responde pelas
obrigações de sua empresa, uma vez que nessa condição não há separação patrimonial
da pessoa natural. Não há limitação da responsabilidade patrimonial em relação ao
empresário individual.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Nathalia! Tudo bem?

Direito personalíssimo é aquele ligado à personalidade do titular. A doutrina atribui o


caráter personalíssimo do direito aos alimentos ao credor (alimentando), no sentido e que
a sua titularidade é apenas daquele que mantém relação de parentesco com o devedor. O
credor é aquele que depende dos alimentos para a sua manutenção, portanto em relação
a ele se liga à própria personalidade.

Tartuce leciona que :

a) Direito Personalíssimo

No que tange ao credor ou alimentando, o direito aos alimentos é personalíssimo, uma


vez que somente aquele que mantém relação de parentesco, casamento ou união estável
com o devedor ou alimentante pode pleiteá-los, dentro do binômio
possibilidade/necessidade, incidindo o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade.

Diante do seu caráter intuitu personae unilateral, a obrigação alimentar não se transmite
aos herdeiros do credor, sendo intransmissível nesse ponto. Esse caráter personalíssimo
justifica a natureza declaratória da ação de alimentos, a sua correspondente
imprescritibilidade bem como outras características especiais, sui generis, estudadas a
seguir. (Tartuce, Flávio. Direito Civil: Direito de Família. v.5. Grupo GEN, 2023. Pág. 571)

(…)
k) Obrigação transmissível

Outro dispositivo polêmico da atual codificação material é o seu art. 1.700, in verbis: “a
obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art.
1.694”. De acordo com o comando legal, em relação ao devedor, está consagrada a
transmissibilidade da obrigação alimentar.

O atual Código Privado, assim, supostamente, encerra polêmica anterior. Isso porque,
quanto às relações de parentesco, havia norma expressa no art. 402 do CC/1916 no
sentido de que a obrigação seria intransmissível. No que toca ao casamento, ou mesmo à
união estável, a obrigação era considerada transmissível segundo o art. 23 da Lei do
Divórcio. Aplicando o novo dispositivo e responsabilizando o espólio, da jurisprudência do
STJ:

(Tartuce, Flávio. Direito Civil: Direito de Família. v.5. Grupo GEN, 2023. Pág. 593)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Franco! Tudo bem?

O material de aula, associado à leitura da lei e dos informativos de jurisprudência é


eficiente na maioria dos casos. Contudo, a depender do concurso visado ou mesmo da
base de formação do aluno, pode ser necessário maior aprofundamento ou fortalecimento
da base por meio do estudo doutrinário em livros ou outras fontes.

Para tanto, é interessante possuir uma bibliografia de apoio, a ser consultada nesses
casos.
Um bom termômetro, para saber se é necessário ou não buscar outras fontes, é a
resolução de questões de concurso específicas do cargo desejado.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Milene! Tudo bem?
Conforme mencionado em aula, o conceito extrapola o âmbito jurídico e alcança uma
amplitude que ultrapassa o âmbito do nosso estudo.
Contudo, em linhas gerais, os contratos inteligentes, ou smart contracts, são sistemas
inteligentes de contratos programados para executar transações de forma automática
(sem intervenção de terceiros intermediários). São contratos que dispensam a presença
de instituições tradicionais para que a operação seja válida e segura.
De forma bem simplista, os contratos inteligentes são programas que se executam de
forma automática assim que certas condições acordadas previamente pelas partes são
atendidas.
Tal metodologia oferece segurança e relativa imutabilidade, pois uma vez que os
contratos são “publicados” e compõem uma rede digital descentralizada, não é possível
alterar ou modificar unilateralmente as suas configurações, visto que seus códigos são
registrados em blockchains, sendo difícil hackeá-los.
Blockchains são um banco de dados público, descentralizado (sem necessidade de uma
entidade central) e imutável que registra as movimentações e transações de seus
usuários.
A título de exemplo, podemos citar o que acontece com as criptomoedas, que são ativos
digitais armazenados por meio de blockchains. As moedas são transacionados no meio
digital e não dependem de uma autoridade central para emissão ou regulação.

Atenciosamente,
Paula
O casamento só se extingue com a morte ou com o divórcio (art. 1.751,§1º do CC),
portanto, antes disso não é possível contrair novas núpcias.
"Art. 1.751 (...) § 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou
pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente."

Por outro lado, a sociedade conjugal, que corresponde aos deveres mútuos de fidelidade,
coabitação, a comunhão de vida e que também alcança o regime de bens, está inserida
dentro do casamento, mas não se confunde com ele, podendo ser extinta nas hipóteses
do art. 1.571 do CC. Dito isso, ocorrendo a separação de fato do casal, que é a livre
decisão dos cônjuges de encerrar a sociedade conjugal sem recorrer aos meios legais, há
o fim dos direitos, deveres e efeitos do casamento ou seja, se encerra a sociedade
conjugal, contudo o casamento como estado civil permanece íntegro e as partes não
podem contrair novas núpcias até que se divorciem.

Olá, Juliana! Tudo bem?

Em relação casamento do menor de 16 anos, a lei prevê a solução da anulabilidade, pela


dicção expressa do art. 1.550 do Código Civil, segundo o qual “é anulável o casamento:
(...) I – de quem não completou a idade mínima para casar”. Esse dispositivo não foi
revogado, expressa ou tacitamente, pela Lei 13.811/2019, e, sendo assim, a solução da
anulabilidade ou nulidade relativa do casamento infantil continua em vigor.
Assim sendo, é possível a convalidação do casamento, hipótese em que o ato inválido
passará a ser válido caso tenha passado despercebida a proibição perante o Cartório de
Registro Civil, conforme o art. 1.551 e 1.553 do CC.

Carlos Roberto Gonçalves (2023) leciona que:

Prescreve o art. 1.551 do Código Civil que “não se anulará, por motivo de idade, o
casamento de que resultou gravidez”. Não importa se o defeito de idade é da mulher ou
do homem. A gravidez superveniente exclui, assim, a anulação por defeito de idade (não
por outros defeitos, como a falta de consentimento paterno), ainda que se manifeste
depois de ajuizada a ação.

Preleciona Caio Mário da Silva Pereira257, inspirado nas lições de Eduardo Espínola,
Planiol, Ripert e Boulanger, que a regra impeditiva da anulação, por motivo de idade, do
casamento de que resultou gravidez, reflete, “de um lado, o interesse social em que não
se celebre o casamento de quem não atingiu a idade núbil. De outro lado o interesse
familiar em que se não desfaça o matrimônio que frutificou com o advento da prole.
Encarada a situação de um ângulo biológico, a gravidez faz presumir a aptidão para a
procriação. Vista de um aspecto psicológico, a invalidação traumatiza os cônjuges e
reflete no filho, com todos os inconvenientes resultantes”.
Apurada a gravidez, ocorrida antes ou depois de instaurada a lide, extingue-se a ação,
ainda que aquela se frustre. A anulabilidade não obsta que o filho seja considerado
concebido ou havido na constância do casamento.

Se a ação anulatória foi ajuizada pelos representantes legais ou pelos ascendentes do


menor (art. 1.552, II e III), poderá este “confirmar seu casamento” ao perfazer a idade
mínima, com efeito retroativo, desde que ainda não tenha transitado em julgado a
sentença anulatória, e “com a autorização de seus representantes legais, se necessária,
ou com suprimento judicial” (art. 1.553). Nesse caso, a ação será extinta e a única
consequência será a subsistência do regime da separação de bens, se houve suprimento
judicial (art. 1.641, III).

A confirmação processa-se perante o próprio oficial do cartório e o juiz celebrante. Trata-


se de um “simples ato de ratificação, com dispensa da convalidação judicial. Efetua-se por
termo, que terá a assinatura do ratificante e de duas testemunhas. Apenas o cônjuge
menor ou incapaz e os representantes assinarão o termo, não significando o ato uma
nova celebração do casamento”
(Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. v.6. Editora Saraiva,
2023. Pág. 65)

Atenciosamente,

Paula
Olá, Juliana! Tudo bem?
O encerramento irregular da empresa, ou seja, sem observar o procedimento de
liquidação e pagamento de credores e sem a devida baixa na Junta Comercial, por si só
não autoriza o redirecionamento das execuções civis para os sócios.
Nesse sentido o enunciado 282 da IV Jornada de Direito Civil: “O encerramento
irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso
da personalidade jurídica.”
AGRAVO INTERNO NA PETIÇÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE DEFERIU A
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA EXECUTADA EM RAZÃO DO
ENCERRAMENTO IRREGULAR DA EMPRESA E DO SEU ESTADO DE INSOLVÊNCIA.
DIVERGÊNCIA, EM TESE, COM ENTENDIMENTO SUFRAGADO PELA TURMAS DE
DIREITO PRIVADO DO STJ. PRESENÇA DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN
MORA. TUTELA PROVISÓRIA DEFERIDA PARA CONFERIR EFEITO SUSPENSIVO AO
RECURSO ESPECIAL. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
1. Nos termos do art. 1.029, § 5°, III, do CPC/2015, o pedido de concessão de efeito suspensivo ao
recurso especial, nos casos em que interposto, mas sem que tenha ocorrido o exame de
admissibilidade, deve ser dirigido ao Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal de origem, de tal
sorte que, em regra, não é possível que esta Corte examine, nessas hipóteses, esse tipo de pretensão,
sob pena de usurpação de competência.
2. Entretanto, em situações excepcionais, admite-se que seja feito o pedido de tutela provisória
diretamente neste Superior Tribunal, antes de efetuado o juízo de admissibilidade, a fim de
resguardar direito da parte que tenha sido contraditado por decisão manifestamente contrária à
orientação jurisprudencial firmada no âmbito desta Corte (RCD na PET no TP n. 920/RJ, Relator o
Ministro Luis Felipe Salomão, DJe de 6/11/2017).
3. No caso, é possível reconhecer, nesta análise perfunctória, que o Tribunal estadual se apartou, em
tese, do posicionamento perfilhado pelo Superior Tribunal de Justiça de que o encerramento
irregular das atividades da empresa não enseja a desconsideração da personalidade jurídica, assim
como a caracterização do seu estado de insolvência, justificando-se, portanto, a atribuição de efeito
suspensivo ao recurso especial.
4. Agravo interno desprovido.
(AgInt na Pet n. 12.712/SP, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em
23/9/2019, DJe de 27/9/2019.)

Atenciosamente,

Paula
Olá, Gessica! Tudo bem?

O art. 1.361, caput, do Código Civil conceitua a PROPRIEDADE fiduciária nestes termos:

“Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa MÓVEL infungível que o


devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor”.

Na PROPRIEDADE fiduciária dá-se a transferência do domínio do bem MÓVEL ao credor,


denominado fiduciário (em geral, uma financeira, que forneceu o numerário para a
aquisição), em garantia do pagamento, permanecendo o devedor (fiduciante) com a
posse direta da coisa.

A propriedade fiduciária disciplinada no Código Civil em vigor é um novo direito real de


garantia, que tem por objeto somente bens móveis infungíveis e alienáveis. A
ALIENAÇÃO fiduciária de bens IMÓVEIS, por outro lado é regulada pela Lei n. 9.514, de
20 de novembro de 1997.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Isadora! Tudo bem?

Olá, Raissa!Tudo bem?


As sociedades simples não exercem atividades típicas do empresário (art. 966 do CC),
mas, sim, atividades econômicas decorrentes de exploração de atividade intelectual de
natureza científica, literária ou artística. Ademais, são constituídas por meio de contrato
social, cuja inscrição, no Registro de Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser
requerida no prazo de 30 dias subsequentes à constituição.
Por outro lado, a sociedade empresária é criada para exercer atividade típica de
empresário, ou seja, exploração profissional de atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou de serviços, nos termos do art. 966 do Código Civil.
Ademais, o registro dos atos constitutivos das sociedades empresárias deve ser feito
najunta comercial.
As sociedades, simples ou empresária, devem adotar um TIPO SOCIETÁRIO.
As sociedades empresárias podem adotar os seguintes tipos societários: sociedade em
nome coletivo; sociedade em comandita simples; sociedade em comandita por ações;
sociedade limitada; sociedade anônima (sempre será empresária).
Do mesmo modo, as sociedades simples podem adotar os seguintes tipos societários:
cooperativa (sempre será simples); sociedade em nome coletivo; sociedade em
comandita simples; sociedade limitada; sociedade SIMPLES PURA.

Dito isso, tratando-se de sociedade simples que adota o tipo simples pura, a
responsabilidade dos sócios é ilimitada.

A responsabilidade nessa modalidade societária é subsidiária e ilimitada como deixa clara


a disposição do art. 1.023. Isso significa que os sócios, uma vez exaurido o patrimônio
social, respondem pessoalmente e sem limitação de valor, obedecida a proporção de sua
participação ajustada. (Atenciosamente,Venosa, Sílvio de, S. e Cláudia Rodrigues. Direito
Empresarial. Grupo GEN, 2023. pág. 145)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Laísa! Tudo bem?

A enfiteuse é um direito real sobre coisa alheia em que um enfiteuta recebe o direito de
domínio sobre um bem imóvel que permanece ainda que o enfiteuta o aliene a terceiro ou
venha a óbito, ou seja, é marcado pela perpetuidade. A enfiteuse foi vedada pelo Código
Civil de 2002, no seu artigo 2038, permanecendo somente as já constituídas até sua
extinção.

Sobre o assunto, leciona Venosa:

A enfiteuse é o direito real limitado mais extenso, o que permite a seu titular a maior
amplitude de exercício de poderes inerentes à propriedade. Pelo direito brasileiro de
1916,

“dá-se a enfiteuse, aforamento ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de


última vontade, o proprietário atribui a outrem o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa,
que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro,
anual, certo e invariável” (art. 678).

Nossa lei restringiu o alcance da enfiteuse apenas a “terras não cultivadas ou terrenos
que se destinem a edificação” (art. 680).

Preenchendo necessidade social no passado, a enfiteuse hoje é arcaísmo técnico


injustificável. Suas finalidades podem ser alcançadas por institutos mais dinâmicos e
atuais.

O objetivo desse provecto instituto era permitir ao proprietário que não desejasse ou não
pudesse usar o imóvel diretamente cedê-lo a outro seu respectivo uso e gozo, mediante a
obrigação de pagamento de um foro para utilização do fundo. Sua constituição, que pode
estabelecer-se mediante contrato perpétuo (art. 679), corresponde a virtual alienação
(Trabucchi, 1992:444). Se estabelecida por tempo determinado, a lei de 1916 a considera
um arrendamento, com o qual tem afinidade, e como tal deve ser tratada (art. 679).

O Código atual não mais disciplina a enfiteuse, substituindo-a pelo direito de superfície
que examinaremos a seguir. Tendo em vista a possibilidade de perpetuidade da enfiteuse,
durante muito tempo o instituto sobreviverá em nosso universo jurídico. Ao levar em conta
esse aspecto, o art. 2.038 do mais recente Código, dentro das Disposições Finais e
Transitórias, dispõe que fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses,
subordinando-se as existentes, até sua extinção, aos princípios do Código Civil de 1916.
O § 2º desse artigo ainda se refere à enfiteuse dos terrenos de marinha, que
mencionaremos a seguir, a qual continuará a ser regulada por lei especial.

(Venosa, Sílvio de S. Direito Civil: Direitos Reais. v.4.Grupo GEN, 2023. Pág. 399)

Atenciosamente,
Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Trata-se de hipótese de aplicação analógica da norma prevista no art. 45 do ECA, sendo


tal parâmetro utilizado, por exemplo, para exigir manifestação do menor nos casos de
reconhecimento de paternidade socioafetiva e alteração de sobrenome (
Provimento Nº 149 de 30/08/2023 do CNJ).

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Ao reconhecer a paternidade socioafetiva o padrasto passa a figurar no registro do filho e


será considerado pai para todos os fins, prevalecendo o princípio da igualdade entre os
filhos (art. 227,§6º da CF) e podendo ser demandando em eventual ação de alimentos.

Isso ocorre, porque o vínculo de filiação socioafetiva estabelecida com o padrasto que
também consta como pai registral (socioafetivo) serve para todos os fins, inclusive de
alimentos e de sucessão.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE -


PATERNIDADE SOCIOAFETIVA - RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE
FILIAÇÃO CONCOMITANTE BASEADO NA ORIGEM BIOLÓGICA -
POSSIBILIDADE - ALIMENTOS PROVISÓRIOS - CRIANÇA - REDUÇÃO -
BINÔMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE - DILAÇÃO PROBATÓRIA.
- Conforme entendimento do STF, exarado em Plenário e veiculado no Informativo n.
840, a paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica,
com os efeitos jurídicos próprios. (STF. Plenário. RE 898060/SC, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 21 e 22/09/2016 Info 840). Sendo assim, não havendo óbice para
reconhecimento da paternidade registral, plenamente possível a fixação de alimentos
em favor da criança ora envolvida, sobretudo em virtude do princípio da paternidade
responsável.
- Fixados os alimentos provisórios em patamar que, a priori, atende ao binômio
necessidade/possibilidade, sua manutenção é medida que se impõe. (TJMG - Agravo
de Instrumento-Cv 1.0000.23.117795-7/001, Relator(a): Des.(a) Alexandre
Santiago , 8ª Câmara Cível Especializada, julgamento em 31/08/2023, publicação da
súmula em 01/09/2023)
Atenciosamente,

Paula

Olá, Suca! Tudo bem?

São dois graus de força normativa atribuída à jurisprudência (art. 927):

(i) as hipóteses em que a jurisprudência vincula todos os julgamentos futuros que


envolvam a mesma tese normativa (a mesma ratio decidendi), reprimindo as
insubmissões eventuais com remédio enérgico e de eficácia imediata, qual seja, a
RECLAMAÇÃO; e

(ii) aquelas em que o Código preconiza a observância dos precedentes judiciais, sem,
entretanto, coibir de imediato as transgressões cometidas pelos juízes e tribunais
obrigados à respectiva sujeição.

Quando a jurisprudência é vinculante em grau máximo, a sua infringência enseja


RECLAMAÇÃO da parte prejudicada ao tribunal que deferiu o respectivo enunciado, o
qual promoverá o necessário para que a força de sua jurisprudência seja prontamente
restabelecida e respeitada (art. 988, III e IV).

Se os precedentes não gozam de tal força (vinculação fraca), a parte, inconformada com
sua inobservância, terá de impugnar a decisão pelas vias recursais ordinárias ou
extraordinárias, para tentar escapar da insurgência do julgador contra o padrão decisório,
salvo se o seu afastamento apoiar-se em razão de direito suficiente (distinção e
superação do precedente) (art. 489, § 1º, VI).

Contudo, leciona Humberto Teodoro Jr (Júnior, Humberto T. Curso de Direito Processual


Civil - Vol. 3. Grupo GEN, 2021.Pág. 710)

O fato de o sistema de precedentes vinculantes estatuído pelo CPC/2015 compreender


hipóteses algumas protegidas e outras não protegidas pelo remédio processual da
reclamação não afeta a obrigatoriedade de observância de todo o elenco do art. 927 pelos
juízes e tribunais. Apenas permite qualificar os tutelados pelo remédio especial da
reclamação como “precedentes qualificados”, na linguagem do Regimento Interno do STJ
(art. 121-A). Mas força vinculativa das normas jurídicas (sejam legais, sejam judiciais) de
modo algum deve se deduzir da conexão com a possibilidade, ou não, de manejo de
reclamação. Basta lembrar que as mais enérgicas normas, como as da Constituição e as
das leis infraconstitucionais, quando violadas, não desfrutam da reação tutelar da
reclamação.

Dito isso, todas as hipóteses previstas no art. 927 do CPC possuem força vinculante, em
maior ou menor grau, assim sendo, todos os órgãos judiciais observarão:

(a)As decisões do Supremo Tribunal Federal pronunciadas em controle concentrado de


constitucionalidade (CF, art. 102, § 2º), caso em que a força vinculante decorre
imediatamente do aresto definitivo, sem necessidade de inserção em enunciado de
súmula (inciso I).

(b)Os enunciados de Súmula vinculante, editados pelo STF, como prevê o art. 103-A da
CF, a respeito de decisões reiteradas sobre matéria constitucional (inciso II).82

(c)Os acórdãos em (i) incidente de assunção de competência, (ii) ou de resolução de


demandas repetitivas e (iii) em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos (aqui, também, não há necessidade de súmulas, embora possam elas existir).
O efeito vinculante decorre da própria natureza do julgamento, cuja função é legalmente a
de estabelecer enunciado de tese a prevalecer nos vários casos iguais ao paradigma
(inciso III).

(d)Os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e


do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional (nesse caso, trata-se de
súmulas comuns, despidas de força vinculante máxima) (inciso IV).

(e)A orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados (inciso
V). In casu, também não se exige a existência de enunciado de súmula. Basta que a tese
de direito tenha sido a ratio decidendi de acórdão emanado do plenário ou do órgão
especial que faça suas vezes (CF, art. 93, XI). Não ocorre, porém, a força vinculante
máxima da orientação, de modo que, embora seja obrigatória a observância pelos órgãos
judiciais inferiores (vinculação fraca), o desvio de entendimento acaso verificado não
ensejará reclamação ao tribunal cuja orientação não se acolheu.

Dito isso, no seu exemplo “ Um julgado proferido em quorum qualificado, num recurso de apelação ”, a
princípio não se amolda a nenhuma das hipóteses do art. 927 do CPC, portanto não
gozaria de força vinculante.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Arthur! Tudo bem?

O sequestro de verbas públicas é autorizado para as execuções da Fazenda Pública, por


requisições de pequeno valor (CF, art. 100, § 3º; Lei nº 10.259/2001, art. 17, § 2º), o qual
é decretável quando não se verifica o cumprimento da condenação no prazo de sessenta
dias após a ordem judicial (Resolução nº 303/CNJ, arts. 10 e 19).

Atenciosamente,

Paula

Olá, Laísa! Tudo bem?

Confusão é o modo de extinção da obrigação que se dá quando se reúnem em UMA


ÚNICA PESSOA o credor e o devedor da mesma dívida. O credor passa a ser também o
devedor, ou o devedor passa a ser também o credor. A extinção do crédito e da dívida é
automática, no momento em que se dá a confusão, independentemente de decisão
judicial, porque ninguém pode ser credor de si mesmo, e a finalidade da obrigação foi
obtida, pouco importando que a dívida já esteja vencida.

São exemplos conhecidos de confusão: a) o do herdeiro quando se inclui na sua herança


o crédito do falecido contra ele (A vendeu um imóvel a B; antes do pagamento do preço, A
falece e B herda o imóvel); b) o do cessionário quando o credor cede seu crédito ao
próprio devedor; c) o do fiador que sucede ao credor, ou do credor ao fiador, porque não
pode o credor ser fiador de si mesmo; d) o do devedor que se casa, em regime de
comunhão universal de bens, com a credora e vice-versa, em virtude da indistinção
patrimonial.

Por outro lado, a compensação é o modo de extinguir a obrigação quando uma pessoa for
devedora e, ao mesmo tempo, credora DE OUTRA, até o limite do que esta lhe dever.
Assim sendo, compensam-se crédito e dívida. A compensação extingue os dois débitos a
partir do dia em que se verifica sua coexistência, operando-se a liberação do devedor e a
satisfação do credor. Contudo, a compensação não é automática; é direito do devedor de
extinguir a dívida até o montante do crédito que tem contra a mesma pessoa, que
necessita ser exercido. Dois créditos, pelo menos, têm de existir, sendo cada credor
devedor do outro.

A título de exemplo, haverá compensação se A é devedor de R$ 100,00 para B (credor),


ao mesmo tempo em que B é devedor de R$ 50,00 para A (credor). Os créditos se
compensam, de modo que na relação B devedor A credor há a extinção da obrigação e na
relação de A devedor B credor há extinção nos limites do crédito compensado, restando
ainda um débito em desfavor de A no valor de R$ 50,00.
Fonte: Lôbo, Paulo. Direito civil: obrigações. v.2. Editora Saraiva, 2023.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

Sendo declarado o direito à compensação do crédito tributário em sede de mandado de


segurança a quantificação bem como a efetiva compensação serão realizados no âmbito
administrativo (EREsp 1.770.495).

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO DE


OBTER A RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO PRETÉRITO NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA.
ADEQUAÇÃO.1. O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão segundo a qual o
mandado de segurança é via adequada para declarar o direito à compensação ou à
restituição de indébito tributário pretérito não atingido pela prescrição, sendo que, em
ambos os casos, concedida a ordem, os pedidos devem ser requeridos na esfera
administrativa, restando inviável a via do precatório, sob pena de conferir indevidos efeitos
retroativos ao mandamus. 2. A conformidade do entendimento adotado no acórdão
recorrido com a jurisprudência desta Corte Superior enseja a aplicação do óbice de
conhecimento estampado na Súmula 83 do STJ.3. Agravo interno desprovido.(AgInt no
AgInt no AREsp n. 2.073.298/DF, relator Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, julgado
em 29/8/2022, DJe de 15/9/2022.)

Ademais, tal sistemática não fere a ordem de pagamento de precatórios, visto que não há
obrigatoriedade de submissão do crédito reconhecido pela via mandamental
à ordem cronológica de precatórios, na forma imposta pelo art. 100 da Constituição
Federal, já que esse dispositivo se refere ao provimento judicial de caráter condenatório,
que reconhece um direito creditório, o que não se verifica na hipótese, em que a sentença
apenas declara o direito de repetição de indébito pela via administrativa, ainda que em
espécie. (REsp 1.951.855-SC, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do
TRF da 5ª Região), Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 08/11/2022)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?


Se ultrapassar o valor de 60 salários será necessária a expedição de RPV complementar
para o pagamento da diferença dos juros e correção devida entre a elaboração dos
cálculo e e a efetiva satisfação.

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.


ARTIGO 543-C, DO CPC. DIREITO FINANCEIRO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR.
PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE A DATA DA ELABORAÇÃO DA CONTA DE
LIQUIDAÇÃO E O EFETIVO PAGAMENTO DA RPV. JUROS DE MORA.
DESCABIMENTO. SÚMULA VINCULANTE 17/STF. APLICAÇÃO ANALÓGICA.
CORREÇÃO MONETÁRIA. CABIMENTO. TAXA SELIC. INAPLICABILIDADE. IPCA- E.
APLICAÇÃO.

1. A Requisição de pagamento de obrigações de Pequeno Valor (RPV) não se submete à


ordem cronológica de apresentação dos precatórios (artigo 100, § 3º, da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988), inexistindo diferenciação ontológica, contudo, no
que concerne à incidência de juros de mora, por ostentarem a mesma natureza jurídica de
modalidade de pagamento de condenações suportadas pela Fazenda Pública
(Precedente do Supremo Tribunal Federal: AI 618.770 AgR, Rel. Ministro Gilmar Mendes,
Segunda Turma, julgado em 12.02.2008, DJe-041 DIVULG 06.03.2008 PUBLIC
07.03.2008).

2. A Lei 10.259/2001 determina que, para os efeitos do § 3º, do artigo 100, da CRFB/88,
as obrigações de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório,
compreendem aquelas que alcancem a quantia máxima de 60 (sessenta) salários
mínimos (§ 1º, do artigo 17, c/c o caput, do artigo 3º, da Lei 10.259/2001).

3. O prazo para pagamento de quantia certa encartada na sentença judicial transitada em


julgado, mediante a Requisição de Pequeno Valor, é de 60 (sessenta) dias contados da
entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, sendo certo
que, desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o seqüestro do numerário
suficiente ao cumprimento da decisão (artigo 17, caput e § 2º, da Lei 10.259/2001).

4. A Excelsa Corte, em 29.10.2009, aprovou a Súmula Vinculante 17, que cristalizou o


entendimento jurisprudencial retratado no seguinte verbete: "Durante o período previsto
no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os
precatórios que nele sejam pagos."

5. Conseqüentemente, os juros moratórios não incidem entre a data da elaboração da


conta de liquidação e o efetivo pagamento do precatório, desde que satisfeito o débito no
prazo constitucional para seu cumprimento (RE 298.616, Rel. Ministro Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, julgado em 31.10.2002, DJ 03.10.2003; AI 492.779 AgR, Rel. Ministro
Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 13.12.2005, DJ 03.03.2006; e RE 496.703
ED, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, julgado em 02.09.2008, DJe-206
DIVULG 30.10.2008 PUBLIC 31.10.2008), exegese aplicável à Requisição de Pequeno
Valor, por força da princípio hermenêutico ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio (RE
565.046 AgR, Rel. Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 18.03.2008, DJe-
070 DIVULG 17.04.2008 PUBLIC 18.04.2008; e AI 618.770 AgR, Rel. Ministro Gilmar
Mendes, Segunda Turma, julgado em 12.02.2008, DJe-041 DIVULG 06.03.2008 PUBLIC
07.03.2008).

6. A hodierna jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, na mesma linha de


entendimento do Supremo Tribunal Federal, pugna pela não incidência de juros
moratórios entre a elaboração dos cálculos e o efetivo pagamento da requisição de
pequeno valor - RPV (AgRg no REsp 1.116229/RS, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta
Turma, julgado em 06.10.2009, DJe 16.11.2009; AgRg no REsp 1.135.387/PR, Rel.
Ministro Haroldo Rodrigues (Desembargador Convocado do TJ/CE), Sexta Turma, julgado
em 29.09.2009, DJe 19.10.2009; REsp 771.624/PR, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,
Primeira Turma, julgado em 16.06.2009, DJe 25.06.2009; EDcl nos EDcl no AgRg no
REsp 941.933/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 14.05.2009, DJe
03.08.2009; AgRg no Ag 750.465/RS, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta
Turma, julgado em 28.04.2009, DJe 18.05.2009; e REsp 955.177/RS, Rel. Ministra Eliana
Calmon, Segunda Turma, julgado em 14.10.2008, DJe 07.11.2008).

7. A correção monetária plena, por seu turno, é mecanismo mediante o qual se


empreende a recomposição da efetiva desvalorização da moeda, com o escopo de se
preservar o poder aquisitivo original, sendo certo que independe de pedido expresso da
parte interessada, não constituindo um plus que se acrescenta ao crédito, mas um minus
que se evita.

8. Destarte, incide correção monetária no período compreendido entre a elaboração dos


cálculos e o efetivo pagamento da RPV, ressalvada a observância dos critérios de
atualização porventura fixados na sentença de liquidação, em homenagem ao princípio da
segurança jurídica, encartado na proibição de ofensa à coisa julgada (Mutatis mutandis,
precedentes do STJ: EREsp 674.324/RS, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Seção,
julgado em 24.10.2007, DJ 26.11.2007; AgRg no REsp 839.066/DF, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 03.03.2009, DJe 24.03.2009; EDcl no REsp
720.860/RJ, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Rel. p/ Acórdão Ministro José Delgado,
Primeira Turma, julgado em 10.04.2007, DJ 28.05.2007; EDcl no REsp 675.479/DF, Rel.
Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 01.02.2007; e REsp
142.978/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 04.12.2003, DJ
29.03.2004).
9. Entrementes, ainda que a conta de liquidação tenha sido realizada em período em que
aplicável a Taxa Selic como índice de correção monetária do indébito tributário, impõe-se
seu afastamento, uma vez que a aludida taxa se decompõe em taxa de inflação do
período considerado e taxa de juros reais, cuja incompatibilidade, na hipótese, decorre da
não incidência de juros moratórios entre a elaboração dos cálculos e o efetivo pagamento,
no prazo legal, da requisição de pequeno valor - RPV.

10. Consectariamente, o índice de correção monetária aplicável aos valores constantes


da RPV, quando a conta de liquidação for realizada no período em que vigente a Taxa
Selic, é o IPCA-E/IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial), à luz
do Manual de Orientação de Procedimentos para os cálculos na Justiça Federal,
aprovado pela Resolução 242/2001 (revogada pela Resolução 561/2007).

11. A vedação de expedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago


mediante Requisição de Pequeno Valor tem por escopo coibir o fracionamento, repartição
ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, por
RPV e, em parte, por precatório (artigo 100, § 4º, da CRFB/88, repetido pelo artigo 17, §
3º, da Lei 10.259/2001), o que não impede a expedição de requisição de pequeno valor
complementar para pagamento da correção monetária devida entre a data da elaboração
dos cálculos e a efetiva satisfação da obrigação pecuniária.

12. O Supremo Tribunal Federal, em 13.03.2008, reconheceu a repercussão geral do


Recurso Extraordinário 579.431/RS, cujo thema iudicandum restou assim identificado:
"Precatório. Juros de mora.

Incidência no período compreendido entre a data da feitura do cálculo e a data da


expedição da requisição de pequeno valor."

13. O reconhecimento da repercussão geral pelo STF, com fulcro no artigo 543-B, do
CPC, como cediço, não tem o condão, em regra, de sobrestar o julgamento dos recursos
especiais pertinentes.

14. É que os artigos 543-A e 543-B, do CPC, asseguram o sobrestamento de eventual


recurso extraordinário, interposto contra acórdão proferido pelo STJ ou por outros
tribunais, que verse sobre a controvérsia de índole constitucional cuja repercussão geral
tenha sido reconhecida pela Excelsa Corte (Precedentes do STJ: AgRg nos EREsp
863.702/RN, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, julgado em 13.05.2009, DJe
27.05.2009; AgRg no Ag 1.087.650/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma,
julgado em 18.08.2009, DJe 31.08.2009; AgRg no REsp 1.078.878/SP, Rel. Ministro Luiz
Fux, Primeira Turma, julgado em 18.06.2009, DJe 06.08.2009; AgRg no REsp
1.084.194/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 05.02.2009,
DJe 26.02.2009; EDcl no AgRg nos EDcl no AgRg no REsp 805.223/RS, Rel. Ministro
Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, julgado em 04.11.2008, DJe 24.11.2008; EDcl no
AgRg no REsp 950.637/MG, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em
13.05.2008, DJe 21.05.2008; e AgRg nos EDcl no REsp 970.580/RN, Rel. Ministro Paulo
Gallotti, Sexta Turma, julgado em 05.06.2008, DJe 29.09.2008).

15. Destarte, o sobrestamento do feito, ante o reconhecimento da repercussão geral do


thema iudicandum, configura questão a ser apreciada tão somente no momento do exame
de admissibilidade do apelo dirigido ao Pretório Excelso.

16. Recurso especial parcialmente provido, para declarar a incidência de correção


monetária, pelo IPCA-E, no período compreendido entre a elaboração dos cálculos e o
efetivo pagamento da requisição de pequeno valor - RPV, julgando-se prejudicados os
embargos de declaração opostos pela recorrente contra a decisão que submeteu o
recurso ao rito do artigo 543-C, do CPC. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C,
do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.

(REsp n. 1.143.677/RS, relator Ministro Luiz Fux, Corte Especial, julgado em 2/12/2009,
DJe de 4/2/2010.)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

Súmula 616-STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do


segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a
suspensão ou resolução do contrato de seguro.

Inicialmente, é preciso lembrar que indenização securitária é o valor pago pela seguradora caso o
risco coberto se concretize (sinistro). Por outro lado, prêmio é a quantia paga pelo segurado para
que a seguradora aceite assumir o risco.

Dito isso, o simples atraso no pagamento da prestação mensal devida pelo segurado, sem prévia
constituição em mora do segurado, não produz o cancelamento automático ou a imediata suspensão
do contrato de seguro firmado entre as partes. Para tanto é necessário que a seguradora constitua o
segurado em mora, mediante interpelação extrajudicial. Em outras palavras, a seguradora deverá
notificar o segurado informando a ele que está em mora (em atraso).
Portanto, o contrato de seguro não se encerra automaticamente em razão do atraso no pagamento de
parcela do prêmio por parte do segurado, sendo necessário para o desfazimento do contrato de
seguro e, portanto, para a perda da proteção securitária a prévia constituição em mora, por meio de
notificação ou interpelação específica.

Sem a interpelação, ainda que o segurado esteja em mora ele não perde a proteção securitária.

Ex: João deixou de pagar as “parcelas do seguro”, ou seja, o prêmio mensal que havia sido ajustado.
Já estava devendo três meses. Apesar disso, a seguradora não notificou o segurado. João morreu; os
beneficiários do contrato terão direito à indenização securitária porque não houve comunicação
prévia da seguradora informando o segurado sobre o atraso.

Fonte: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2018/07/sc3bamula-616-stj.pdf

Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Os testamentos, públicos ou particulares, precisam passar pelo procedimento judicial de


apresentação para abertura, registro e cumprimento das disposições de última vontade.
Trata-se de procedimento de jurisdição voluntária previsto no art. 735 e seguintes do
CPC.

Nesse sentido:

Segundo o art. 1.857 do Código Civil, toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da
totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte, excluída a legítima
dos herdeiros necessários. Ocorrido o óbito, o testamento deve ser apresentado perante a
autoridade judicial, para confirmação (arts. 1.875 e 1.878), com observância das normas
processuais.

O CPC/2015 simplificou as regras do procedimento de apresentação do testamento ao


juízo e regulou a matéria em apenas três artigos (arts. 735 a 737).

O art. 735 estabelece os preceitos destinados a serem observados na abertura e no


registro do testamento cerrado. O art. 736 contém as normas referentes ao testamento
público. E o art. 737 disciplina o processamento do testamento particular.

Os parágrafos do art. 735, que instituem o processo de registro do testamento cerrado,


são aplicáveis, no que couber, às outras duas modalidades testamentárias.
Foi suprimido desse regulamento os preceitos relacionados com a atribuição do
testamenteiro, os quais se encontram positivados no Código Civil.

Jr, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil. v.II. Grupo GEN, 2022. Pág. 458)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Raquel! Tudo bem?

Em que pese o Tema 1053 da Repercussão Geral do STF, julgado faz menos de um mês,
ter entendido que a separação judicial não subsiste como figura autônoma no
ordenamento jurídico brasileiro (RE 116747), o Tribunal entendeu também que deve ser
preservado o estado civil das pessoas que já estão separadas, por decisão judicial ou
escritura pública, por se tratar de ato jurídico perfeito (art. 5º, XXXVI, da CF).

Assim sendo, a norma prevista no art. 1.830 do CC continua aplicando-se à separação


de fato bem como à separação judicial até então reconhecida.

Decisão: O Tribunal, por unanimidade, apreciando o tema 1.053 da repercussão geral,


negou provimento ao recurso extraordinário. Por maioria, fixou o entendimento de que,
após a promulgação da Emenda Constitucional 66/2010, a separação judicial não é mais
requisito para o divórcio nem subsiste como figura autônoma no ordenamento jurídico
brasileiro, vencidos, quanto à parte final, os Ministros André Mendonça, Nunes Marques e
Alexandre de Moraes. Por fim, foi fixada a seguinte tese: "Após a promulgação da EC nº
66/2010, a separação judicial não é mais requisito para o divórcio nem subsiste como
figura autônoma no ordenamento jurídico. Sem prejuízo, preserva-se o estado civil das
pessoas que já estão separadas, por decisão judicial ou escritura pública, por se tratar de
ato jurídico perfeito (art. 5º, XXXVI, da CF)". Tudo nos termos do voto do Relator.
Presidência do Ministro Luís Roberto Barroso. Plenário, 8.11.2023.
Atenciosamente,

Paula

Olá, Juliana! Tudo bem?

Há uma regra de direito intertemporal expressa no CPC de 2015 que limita sua aplicação
apenas às provas requeridas ou determinadas a partir do início da sua vigência

CPC/15 :Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas

de ofício a partir da data de início de sua vigência.


Portanto, o CPC de 1973 continua sendo aplicável às provas requeridas ou determinadas
antes da entrada em vigor do CPC de 2015, ainda que venham a ser produzidas na
vigência da lei nova.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Frederico! Tudo bem?

O credor de um dos herdeiros que restou prejudicado pode ajuizar ação anulatória com
fundamento na fraude contra credores (art. 158 do CC), desde que a partilha proposta
resulte em insolvência do devedor e reste caracterizado o intuito de prejudicar o credor, o
que somente será aferido no caso concreto.

Com tal ação, o credor busca tão somente a declaração de nulidade da partilha realizada
em seu prejuízo, a fim de garantir a satisfação do seu crédito.

Dito isso, o sucesso ou não da ação anulatória vai depender da configuração ou não da
fraude contra credores, sendo que se a diferença entre os quinhões é mínima pode não
caracterizar a insolvência exigida.
"[...] sempre será possível a discussão judicial de eventuais controvérsias a respeito da validade do
testamento ou de alguma de suas cláusulas. Da mesma forma, 'a existência de débitos do autor da
herança, bem como de eventual direito de terceiros, não impedem a lavratura da escritura pública
amigável de inventário e partilha.
Contudo, ficam ressalvados esses eventuais direitos porque o sistema jurídico brasileiro não admite
sejam realizados negócios jurídicos em fraude contra credores, que ficam sujeitos à anulação (CC
158), nem em fraude de execução, que são ineficazes relativamente à ação judicial pendente quando
da alienação ou oneração do bem (CPC, 792)'[...]". (REsp n. 1.808.767/RJ, relator Ministro Luis
Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 15/10/2019, DJe de 3/12/2019.- texto extraído do inteiro
teor)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Frederico! Tudo bem?

Existem dois tipos de renúncia da herança: abdicativa ou propriamente dita (pura e


simples) e translativa, também denominada cessão ou desistência (em favor de).

Na renúncia abdicativa ou propriamente dita o herdeiro a manifesta sem ter praticado


qualquer ato que exprima aceitação, e é realizada em benefício do monte, sem indicação
de qualquer favorecido (art. 1.805,§2º e 1.804 do CC).
Assim sendo, por exemplo, se o filho abdica incondicionalmente a sua parte na herança
deixada pelo pai, a lei o considera como se nunca tivesse sido herdeiro. Seus filhos, netos
do falecido, e nessa qualidade, são chamados à sucessão; herdam diretamente do avô.

Por outro lado, na renúncia translativa o herdeiro que renuncia em favor de determinada
pessoa, citada nominalmente, está praticando dupla ação: aceitando tacitamente a
herança e, em seguida, doando-a. Portanto, na renúncia translativa o ato implica
aceitação e transferência posterior dos direitos hereditários.

Nesse caso, houve o aceite por parte do filho e, além disso houve uma doação em favor
da genitora, portanto não são chamados a suceder os netos do falecido.

Em relação ao prazo prescricional da petição de herança, o atual CC prevê o prazo geral


de 10 anos (art. 205) contados da abertura da sucessão, sendo que se o prazo, iniciado
na vigência do Código de 1916, ainda fluía quando da entrada em vigor do Código de
2002, incide o art. 2.028 deste último.

Fonte: Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões. v.7. Editora
Saraiva, 2023.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

A súmula 545 foi editada em 2015 estabelecendo que a aplicação da atenuante prevista
no art. 65, III, alínea “d” do CP deveria ocorrer sempre que o juiz citasse a confissão do
réu na fundamentação da sentença condenatória.

A intenção não era condicionar a atenuante à sua utilização na fundamentação da


sentença condenatória, mas prever que sempre que houvesse sua utilização o direito à
atenuante seria garantido.

A confissão qualificada ocorre quando quando o agente admite a autoria dos fatos, mas
suscita, em seu favor, uma causa de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade.

Assim, de acordo com o entendimento até então adotado, ainda que a confissão fosse
qualificada, se ela fosse utilizada na fundamentação da sentença condenatória o agente
faria jus à atenuante.

Contudo, em precedentes recentes o STJ tem entendido que basta a confissão do réu
para que incida a atenuante, visto que o art. 65, III, “d”, do CP não estabelece
pressupostos adicionais à confissão. Assim sendo, bastaria a confissão, seja ela parcial,
qualificada ou extrajudicial para que incida a atenuante, independentemente de sua
utilização ou não na sentença condenatória.

O réu fará jus à atenuante do art. 65, III, “d”, do CP quando houver admitido a autoria do
crime perante a autoridade, independentemente de a confissão ser utilizada pelo juiz
como um dos fundamentos da sentença condenatória, e mesmo que seja ela parcial,
qualificada, extrajudicial ou retratada. (STJ. 5ª Turma. REsp 1.972.098-SC, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, julgado em 14/06/2022. Info 741).

Contudo, trata-se de um entendimento que ainda é controvertido na doutrina e até


mesmo na jurisprudência.

Sobre o assunto, leciona Guilherme Nucci:

A confissão, para valer como meio de prova, precisa ser voluntária, ou seja,
livremente praticada, sem qualquer coação. Entretanto, em nosso entendimento,
para servir de atenuante, deve ser ainda espontânea, vale dizer, sinceramente
desejada, de acordo com o íntimo do agente. Essa era a posição dominante,
embora, atualmente, o STJ tenha atenuado o aspecto da espontaneidade, fazendo-o
nos seguintes pontos: a) se o juiz levar em consideração a confissão feita pelo réu
– em juízo ou fora dele –, havendo ou não retratação, na sentença condenatória, há
de se aplicar a atenuante; b) mesmo sendo qualificada a confissão (quando o réu
admite a autoria com o propósito de levantar excludente de ilicitude ou de
culpabilidade), pode valer para efeito da atenuação, quando levada em
consideração pelo julgador; c) a confissão parcial, especialmente quando usada
pelo juiz, deve servir para aplicar a atenuante. É o conteúdo da Súmula 545 do STJ:
“Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o
réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal”. Mas o Superior
Tribunal de Justiça, em nosso entendimento, com acerto amenizou a aceitação
incondicional da confissão do acusado, retornando à ideia de que a confissão
qualificada (feita para atrair algum benefício do acusado) não poderia prevalecer.
Vide o teor da Súmula 630 do STJ: “a incidência da atenuante da confissão
espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da
traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade
para uso próprio”. Esta última súmula deve ser aplicada, quando o julgador não
precisar da confissão do acusado para formar o seu convencimento quanto à
traficância.

(Nucci, Guilherme de S. Manual de Direito Penal. Volume Único. Grupo GEN, 2023.
Pág. 433)
Fonte:

Atenciosamente,

Paula

Olá, Sabrina! Tudo bem?

A advocacia pública FEDERAL é exercida pela Advocacia-Geral da União (AGU),


conforme previsto no art. 131 da Constituição Federal (CF/1988), que a prevê como a
instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a UNIÃO, judicial e
extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do
Poder Executivo Federal.

A atividade da AGU não se confunde com a das PGEs e PGMs. A advocacia pública
ESTADUAL é exercida pelas Procuradorias dos ESTADOS e do DISTRITO FEDERAL
(Ex. PGE-MG, PGE-SP, PGE-RJ). Do mesmo modo, no âmbito dos MUNICÍPIOS podem
existir as Procuradorias Municipais, que exercem a advocacia pública representando o
respectivo ente municipal.

Na estrutura da AGU nós temos, primeiramente o Advogado-Geral da União que


representar a UNIÃO junto ao STF. Segundo prevê o art. 9º da LC nº 73/1993, temos a
Procuradoria-Geral da União é subordinada direta e imediatamente ao Advogado-Geral da
União. Cabe ao Procurador-Geral da UNIÃO representar a AGU junto aos tribunais
superiores. Por sua vez, às Procuradorias-Regionais da União cabe a representação da
UNIÃO perante os demais tribunais. E, por fim, às Procuradorias da União, organizadas
em cada Estado e no Distrito Federal, incumbe a representação da UNIÃO junto
à primeira instância da Justiça Federal, comum e especializada.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

Inicialmente, deve-se ressaltar que não se confundem o exame de classificação previsto


no art. 5º da LEP e o exame criminológico estabelecido pelo art. 8º. O exame de
classificação é amplo, apresentando a situação do condenado de forma genérica, com
ênfase em aspectos objetivos de sua personalidade, antecedentes, aspectos sociais e
familiares, capacidade laborativa, entre outros destinados a orientar a forma como deve
ele cumprir a pena no estabelecimento penitenciário. Já o exame criminológico é mais
restrito, analisando questões de ordem psicológica e psiquiátrica do condenado, visando
revelar elementos como maturidade, frustrações, vínculos afetivos, grau de agressividade
e periculosidade e, a partir daí, prognosticar a potencialidade de novas práticas
criminosas.

Conforme se infere do art. 8º, caput, da LEP, para o condenado ao cumprimento de pena
privativa de liberdade em regime fechado, além do exame de classificação, deverá ser
obrigatoriamente submetido a exame criminológico. Isso se justifica na circunstância de
que a imposição do regime fechado decorre da prática de crimes de maior gravidade.
Entretanto, para os presos que iniciem o cumprimento de pena em regime semiaberto, a
realização do exame criminológico é apenas facultativa, podendo ser por iniciativa da
Comissão Técnica de Classificação visando à correta individualização da execução.

Por outro lado,em relação aos condenados em regime aberto ou a pena restritiva de
direitos não se realiza o exame criminológico.

Tal previsão do art. 8º da LEP não se confunde com a necessidade de exame


criminológico para a progressão de regime, que era prevista no art. 112 da LEP.

A Lei 10.792/03 alterou o art. 112 da LEP suprimindo a exigência do exame para a
progressão de regime de cumprimento de pena.

Contudo, a jurisprudência tem entendido que ainda que a LEP não preveja mais a
necessidade de exame criminológico como condição para a progressão, o juiz da
execução pode, de forma fundamentada, determinar a sua realização. Neste sentido, os
enunciados 439 do STJ.

Nesse sentido, leciona Roberto Avena:

Portanto, também para fins de progressão de regime o exame criminológico tornou--se


uma faculdade do juiz a fim de poder aferir se o condenado absorveu a terapêutica penal,
principalmente nas hipóteses de indivíduo com histórico criminal indicativo de
periculosidade ou com prontuário prisional sugestivo de demérito durante a execução da
pena pela qual pretende a progressão. Essa orientação vem sendo sistematicamente
reafirmada pelo STJ, a exemplo da decisão proferida no âmbito do HC 384725/SP (em
10.02.2017), quando se decidiu que as peculiaridades do caso concreto devem nortear o
juízo da execução criminal ao analisar a necessidade ou não de realização do exame
criminológico. Independentemente, é certo que o exame criminológico, mesmo quando
realizado, não vincula obrigatoriamente o juiz, que, fundamentando sua decisão, pode
decidir de forma contrária.(Avena, Norberto. Execução Penal. Disponível em: Grupo GEN,
2019. Pág. 23)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

A identificação obrigatória do perfil genético mediante extração de DNA, dos condenados


pela prática de crime doloso praticado com violência de natureza grave contra pessoa,
bem como dos crimes hediondos previstos no art. 1º da L. 8.072/1990, prevista no art. 9º-
A da Lei de Execução Penal tem por finalidade abastecer banco de dados a fim de facilitar
a elucidação de crimes em futuras investigações.

Sobre o entendimento doutrinário adjacente, colaciono passagem da obra de Noberto


Avena:

Considerando que o fornecimento desse material é obrigatório para os condenados pelos


crimes antes referidos, nos termos do art. 9º-A da L. 7.210, parte expressiva da doutrina
vem sustentando a inconstitucionalidade do dispositivo, sob o argumento de que implica
violação ao direito que sobressai do art. 5º, LXIII, da Constituição Federal no sentido de
que ninguém pode ser obrigado a produzir prova contra si mesmo (nemo tenetur se
detegere).

Particularmente, discordamos dessa posição. Consideramos, enfim, que a proibição de


que o indivíduo seja obrigado a produzir prova contra si alcança unicamente situações
nas quais se pretenda constrangê-lo a uma postura ativa, por exemplo, o fornecimento de
DNA no curso de uma investigação em andamento para comprovar a autoria de um crime
pelo suspeito. Isso não pode ser feito. Contudo, na situação prevista no art. 9º-A da L.
7.210/1984, o que se estabelece é a obrigação legal de que indivíduos já condenados
pela prática de determinados crimes (graves, pela própria natureza) forneçam material
biológico a fim de compor banco de dados, visando subsidiar futuras investigações em
relação a delitos diversos dos que motivaram a extração. A situação, como se vê, não
envolve um comportamento no sentido do fornecimento de provas para uma investigação
ou processo em andamento, mas simplesmente o abastecimento de banco de dados que
permanecerá inerte (passivo), podendo ser acessado pelas autoridades policiais para fins
de investigações de crimes apenas por ordem judicial. Tal raciocínio, enfim, guarda
simetria com o entendimento adotado pela Suprema Corte norte-americana ao apreciar o
célebre caso Schmerber v. Califórnia (1966). Nessa oportunidade, foi realizada a distinção
entre os procedimentos que exigem a participação ativa do acusado e aqueles em que o
acusado é apenas de uma fonte passiva de elementos de prova, entendendo-se que,
neste último caso, não haveria ofensa ao nemo tenetur se detegere.

Em termos de jurisprudência nacional, vem decidindo o STJ que, a despeito do direito à


não autoincriminação permitir ao investigado ou réu “se recusar a fornecer qualquer tipo
de material, inclusive de seu corpo, para a realização de exames periciais”, deve-se
ressalvar “as hipóteses legalmente previstas, como para fins de identificação criminal (art.
5º, LVIII, da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n. 12.037/09), bem como para a
formação do banco de dados de perfil genético de condenados por crimes hediondos ou
delitos dolosos praticados com violência de natureza grave contra pessoa (art. 9º-A da Lei
de Execução Penal, incluído pela Lei n. 12.654/12”).12

Independentemente de tudo isto, alerta-se o Leitor que o tema está sendo tratado no
Recurso Extraordinário 973.837/MG, relativo aos “limites dos poderes do Estado de colher
material biológico de suspeitos ou condenados por crimes, de traçar o respectivo perfil
genético, de armazenar os perfis em dados e de fazer uso dessas informações” que teve
reconhecida sua repercussão geral, não havendo o STF pronunciado decisão definitiva
até o encerramento da 6a edição deste livro. (Avena, Norberto. Execução Penal. Grupo
GEN, 2019. Pág. 26)

Por fim, cumpre mencionar que o julgamento ainda está pendente de apreciação pelo
STF:

https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?
incidente=4991018&numeroProcesso=973837&classeProcesso=RE&numeroTema=905

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

A lei não exige condenação do indivíduo para que esteja caracterizada a falta grave
bastando a prática do fato definido como crime doloso, sendo isso o bastante para ensejar
a aplicação de sanção disciplinar ao sentenciado.

Não há violação ao princípio da presunção de inocência ou estado de inocência, visto que


se sobrevier o arquivamento do inquérito ou absolvição, a decisão proferida no processo
execucional deverá ser desconstituída.
Essa orientação está consagrada na Súmula 526 do STJ, dispondo esta que “o
reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime
doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal
condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato”.

Ademais, no julgamento do Recurso Extraordinário 776.823/RS (j. 7-10-2020, DJe-033, de


23-2-2021), o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu com repercussão geral a
matéria objeto do Tema 758 e fixou a seguinte Tese: “O reconhecimento de falta grave
consistente na prática de fato definido como crime doloso no curso da execução penal
dispensa o trânsito em julgado da condenação criminal no juízo do conhecimento, desde
que a apuração do ilícito disciplinar ocorra com observância do devido processo legal, do
contraditório e da ampla defesa, podendo a instrução em sede executiva ser suprida por
sentença criminal condenatória que verse sobre a materialidade, a autoria e as
circunstâncias do crime correspondente à falta grave”.

Fonte: Avena, Norberto. Execução Penal. Grupo GEN, 2019.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Mariana! Tudo bem?

As custas processuais são pagas no decorrer da ação pela parte que requereu o
ato processual (ex. Citação, penhora e avaliação, apreensão), perícia técnica,
depoimento de testemunha que implicou em pagamento de diária, expedição
de alvará etc, conforme art. 82 do CPC.

Em relação à contestação, as custas são devidas quando há pedido


reconvencional.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

Imperativos categóricos residem na ideia de um princípio objetivamente válido para todo


ser racional que, comandando a vontade enquanto LEI, deve servir de condição restritiva
suprema de todos os fins subjetivos.
Por outro lado, os imperativos hipotéticos se baseiam em condições ou objetivos
específicos e prevendo consequências.

Nesse sentido, o saudoso professor Paulo Nader:

Enquanto as normas morais configuram imperativos categóricos, as jurídicas reúnem


imperativos hipotéticos. As normas morais se impõem incondicionalmente e sua estrutura
lógica é expressa pela fórmula “Deve realizar A”. Deves dizer sempre a verdade, eis um
exemplo de imperativo categórico. O seu destinatário deve segui-lo sem ter qualquer
objetivo em mente, pois a norma impõe por si mesma. Já os preceitos jurídicos seguem
modelo diverso: “Se A é, B deve ser.” Se possuo filhos incapazes, devo prestar-lhes
assistência material e moral. (Nader, Paulo. Filosofia do Direito. Grupo GEN, 2021.)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

Justiça comutativa é aquela que prevalece entre os particulares deve haver a igualdade
entre o quinhão que se dá e o que se recebe. Tal espécie de justiça é denominada
comutativa. Mais presente nas relações de compra e venda, quando o preço corresponde
ao valor do objeto, deve estar na generalidade dos contratos, como na locação, permuta,
prestação de serviço, empreitada.

Malgrado a liberdade para a celebração de tais negócios jurídicos, o ordenamento civil


impõe a boa-fé em todas as etapas contratuais. Diz-se que a justiça é distributiva, quando
o Estado participa em um de seus polos, impondo encargos, ou atribuindo vantagens.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Marcelo! Tudo bem?

A gravação de conversa própria ou de linha comum não constitui prova ilícita.

Do mesmo modo, as conversas registradas por meio de aplicativos de conversas são


provas válidas, desde que obtidas por meios lícitos.

O valor probante será aferido em cada caso concreto.

Vale ressaltar que a interceptação telefônica é ilícita.


Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

As conversas registradas por meio de aplicativos de conversas podem ser utilizadas como
prova nos processos judiciais, sendo consideradas provas válidas, desde que obtidas por
meios lícitos. O valor probante será aferido em cada caso concreto.

Dito isso, a princípio não há restrição à divulgação das mensagens obtidas de forma lícita,
contudo, caso reste configurada hipótese em que o sigilo é necessário para proteger as
pessoas envolvidas ou mesmo proteger o direito à intimidade ou a imagem é possível que
seja decretado o sigilo (art. 189 do CPC).

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

Em regra, o trabalho do preso, na medida de sua aptidão e capacidade é obrigatório.

Considera-se trabalho a atividade desempenhada pelos presos ou internados dentro ou


fora do estabelecimento prisional, sujeita à devida remuneração. Tendo em vista sua
função ressocializadora e a circunstância de que o trabalho se apresenta como fator de
recuperação, disciplina e aprendizado para a futura vida profissional, sua realização é
prevista como um direito (art. 41, II, da LEP) e ao mesmo tempo um dever do condenado
no curso da execução da pena (art. 39, V, da LEP).

Isso não se confunde com trabalho forçado, vedado pelo art. 5º, XLVII, c, da CF. Portanto,
se o condenado se recusar à execução do trabalho, não poderá ser constrangido a tanto,
porém tal conduta implicará cometimento de falta grave (arts. 39, V, e 50, VI, da LEP),
sujeitando-o às sanções disciplinares previstas em lei. Ressalva existe com relação ao
condenado por crime político que, nos termos do art. 200 da LEP, não está obrigado a
trabalhar.

Contudo, quando se trata de trabalho destinado a empresa privada que realiza obra
pública, a prestação pelo preso depende do seu consentimento (art. 36, § 3º), a fim de
evitar que o preso veja obrigado ao trabalho para a entidade que tem, precipuamente, o
intuito de lucro, com a utilização inclusive do trabalho prisional, o que poderia ser visto por
ele como tendo um sentido de exploração econômica.
Fonte: Avena, Norberto. Execução Penal. Grupo GEN, 2019.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gregório! Tudo bem?

A responsabilidade pela perda de uma chance consiste esta na interrupção, por


determinado fato antijurídico, de um processo que propiciaria a uma pessoa a
possibilidade de vir a obter, no futuro, algo benéfico, e que, por isso, a oportunidade ficou
irremediavelmente destruída. Frustra-se a chance de obter uma vantagem futura. Essa
perda de chance, em si mesma, caracteriza um dano, que será reparável quando
estiverem reunidos os demais pressupostos da responsabilidade civil.

Um exemplo de aplicação reconhecido na jurisprudência tem sido nas hipóteses de


retardamento nos cuidados médicos.

Há, ainda, precedente emblemático em que o STJ aplicou a teoria da perda de uma
chance no julgamento de um caso em que a autora da ação teve frustrada a chance de
ganhar o prêmio de R$ 1 milhão no programa “Show do Milhão” em razão de uma
pergunta mal formulada (REsp 788.548-BA, 4ª T., j. 8-11-2005).

JURISPRUDÊNCIA DO STJ (extraída de: Gonçalves, Carlos R. Responsabilidade Civil.


Editora Saraiva, 2023. Pág. 210)

•Erro médico – Aplicação da teoria da perda de uma chance – Possibilidade – Erro


grosseiro – Ausência.

A teoria da perda de uma chance pode ser utilizada como critério para a apuração de
responsabilidade civil, ocasionada por erro médico, na hipótese em que o erro tenha
reduzido possibilidades concretas e reais de cura de paciente. A apreciação do erro de
diagnóstico por parte do juiz deve ser cautelosa, com tônica especial quando os métodos
científicos são discutíveis ou sujeitos a dúvidas, pois nesses casos o erro profissional não
pode ser considerado imperícia, imprudência ou negligência. Na espécie, a perda de uma
chance remota ou improvável de saúde da paciente que recebeu alta hospitalar, em vez
da internação, não constitui erro médico passível de compensação, sobretudo quando
constatado que a sua morte foi um evento raro e extraordinário ligado à ciência médica
(STJ, REsp 1.662.338-SP, 3ª T., rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 2-2-2018).
•Responsabilidade subjetiva do hospital pelos atos praticados por seus médicos –
Negligência comprovada – Sequelas irreversíveis – Aplicação da teoria da perda de uma
chance.

Nos termos da jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, a responsabilidade das


entidades hospitalares pelos atos de seus médicos deve ser verificada à luz da teoria da
responsabilidade subjetiva, de modo que demonstrada a culpa desses quando do
atendimento do paciente, a condenação é medida que se impõe. Precedentes (STJ, AgInt
no AREsp 140.251-MS, 4ª T., rel. Min. Maria Isabel Gallotti, DJe 8-8-2017).

•Hospital particular – Recusa de atendimento – Omissão – Perda de uma chance – Danos


morais – Cabimento.

A omissão adquire relevância jurídica e torna o omitente responsável quando este tem o
dever jurídico de agir, de praticar um ato para impedir o resultado, como na hipótese,
criando, assim, sua omissão, risco da ocorrência do resultado. A simples chance (de cura
ou sobrevivência) passa a ser considerada como bem juridicamente protegido, pelo que
sua privação indevida vem a ser considerada como passível de ser reparada (STJ, REsp
1.335.622-DF, 3ª T., rel. Min. Villas Bôas Cueva, DJe 27-2-2013).

Fonte: Gonçalves, Carlos R. Responsabilidade Civil. Editora Saraiva, 2023.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Vinicio! Tudo bem?

Conforme leciona Rolf Madaleno:

O bem de família instituído pela Lei n. 8.009/1990 isenta o imóvel destinado a servir de
domicílio da família do devedor, de execução por dívidas de índole civil, fiscal,
previdenciária, trabalhista ou de qualquer natureza, salvo as exceções previstas em
relação aos débitos descritos no seu artigo 3º, sendo intento do instituto proteger o direito
de propriedade que serve de abrigo para a família, não no propósito de asilar o mau
pagador, e sim no sentido de equilibrar o processo executivo. (Madaleno, Rolf. Direito de
Família. Grupo GEN, 2023. pág. 1.252)

Dito isso, o bem de família não se sujeita a penhora, exceto nas hipóteses legalmente
previstas. Ademais, caso configurada hipótese que excepciona a proteção conferida ao
bem de família e o mesmo seja leiloado, o produto da arrematação não perde a natureza
de bem familiar, não sendo possível a sua penhora para pagamento de dívida fora das
hipóteses previstas no art. 3º da Lei 8.009/90.

Nesse sentido, precedente da 16ª Turma do TRT da 2ª Região ao julgar o Processo nº 1000770-
91.2017.5.02.0262.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Franco! Tudo bem?

O termo concepturo é utilizado pela doutrina para designar tanto o embrião quanto o
nascituro. Nesse sentido, Rolf Madaleno:

A existência da personalidade jurídica deve ser compreendida ao concepturo, chamado


de nascituro, porque presente no ventre de uma mulher, que pode ser sua genitora ou
outra mulher, ou apenas como embrião de laboratório em estágio de desenvolvimento em
proveta.

Mesmo o embrião desenvolvido em laboratório é considerado indivíduo em formação da


espécie humana e possui todos os atributos da existência humana, sendo merecedor dos
bens jurídicos fundamentais, como o direito à vida, à integridade corporal e à dignidade
humana. Portanto, todo ser humano concebido é detentor de personalidade e, assim,
sujeito de direitos, cuja capacidade de exercício está condicionada ao seu nascimento
com vida, mas o direito protege o ser humano e o direito objetivo não pode desconsiderar
os direitos do concepturo, que são postos a salvo pela lei, inclusive com certas medidas
cautelares e de precaução, exatamente para a conservação dos direitos que ele pode vir
a adquirir definitivamente se nascer com vida e, se é titular de expectativas de direito
condicionadas ao seu nascimento com vida, também sua adoção pode restar
condicionada ao seu nascimento com vida. ( Madaleno, Rolf. Direito de Família.
Disponível em: Minha Biblioteca, (13th edição). Grupo GEN, 2023. Pág. 768)

De todo modo, informamos que a sua sugestão foi encaminhada à coordenação do


Curso. O seu feedback é muito importante para melhorarmos a experiência de nossos
alunos.

Atenciosamente,
Paula

Olá, Franco! Tudo bem?

Informamos que a sua sugestão foi encaminhada à coordenação do Curso. O seu


feedback é muito importante para melhorarmos a experiência de nossos alunos.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Giovana! Tudo bem?

Sempre que a anotação em cadastro de inadimplentes for realizada de forma indevida o


consumidor tem o direito a que ela seja cancelada.

Contudo, o direito a reparação moral não é reconhecido quando já existe uma inscrição
prévia, regularmente realizada.

Nesse sentido, o Enunciado 385 da Súmula do STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao

crédito, não cabe indenização por dano moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao

cancelamento.

Portanto, se o consumidor já tem um cadastro de débito no cadastro de inadimplentes


(SPC, Serasa) e é realizado um segundo cadastro, dessa vez indevido, ele terá direito de
ter cancelado esse segundo cadastro realizado indevidamente mas não terá direito a
indenização por dano moral.

O entendimento é de que se o consumidor já teve seu nome inscrito em cadastro de


inadimplentes anteriormente, de forma legítima, inexistirá o dano moral se após esse fato,
o indivíduo tiver seu nome inscrito irregularmente nos mesmos registros, pois se ele é um
mau pagador, não há afronta a sua moral ou dignidade com o segundo apontamento.

Isso ocorre

Atenciosamente,

Paula
Olá, Andreia! Tudo bem?
O interesse de agir é caracterizado pela existência do binômio processual necessidade e adequação
da ação proposta. Dito isso, a apresentação do contrato ou mesmo dos comprovantes de pagamento
das prestações estipuladas não são condições ao exercício da ação, podendo a parte inclusive
pleitear que a instituição seja instada a apresentar os instrumentos de contrato, por ser a parte
hipossuficiente da relação.
Ademais, a assinatura do termo de vistoria e entrega de chaves não afasta o interesse de agir, uma
vez que os vícios redibitórios podem se manifestar somente após o ingresso do comprador no
imóvel.

Há decisões que, na hipótese, tem condicionado a existência de interesse de agir a prévia requisição
administrativa, contudo não é o entendimento que tem prevalecido nos Tribunais.
Nesse sentido:
PROCESSO CIVIL. VÍCIOS DE CONTRUÇÃO. AÇÃO DE REPARAÇÃO. INTERESSE DE
AGIR. EXAURIMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA. DESNECESSIDADE. ACESSO À
JUSTIÇA. PRIMAZIA DO JULGAMENTO DE MÉRITO. RETORNO. I – Trata-se de recurso de
apelação, interposto pela parte autora, em face da r. sentença que, extinguiu a demanda sem
resolução de mérito por falta de interesse de agir, diante do não exaurimento da via administrativa.
II – Consignou a r. sentença que a prévia postulação administrativa é imprescindível para
configurar o interesse processual, “uma vez que essa exigência se relaciona com a própria
sistemática desenvolvida pelo agente operador do Programa Minha Casa Minha Vida para a solução
dos problemas dos mutuários com os construtores”. III – Na jurisprudência desta Corte, “por
força do princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, previsto no art. 5º, XXXV, da CF/88, o
prévio requerimento administrativo junto à Caixa Econômica Federal não deve ser considerado uma
condição para se pleitear indenização por danos materiais e morais em virtude de vícios de
construção em imóvel, ainda que exista canal de comunicação criado para esta finalidade, o
denominado programa De Olho na Qualidade. Precedentes” (AC 1003412-88.2019.4.01.3815,
relator Desembargador Federal Souza Prudente, 5T, PJe 16/04/2021). Confiram-se também: AC
1004189-69.2020.4.01.3902, relator Desembargador Federal Carlos Augusto Pires Brandão, 5T, PJe
11/02/2021; AC 1005079- 08.2020.4.01.3902, relatora Desembargadora Federal Daniele Maranhão
Costa, 5T, PJe 15/12/2020; AC 0013060-24.2000.4.01.3800, relator Desembargador Federal Jirair
Aram Meguerian, 6T, e-DJF1 04/08/2015, p. 1435. IV - Frise-se que um dos pilares do Código de
Processo Civil de 2015 é o princípio da primazia do mérito, de forma que o Estado-juiz deve
empregar esforços para resolver, definitivamente, a lide, com a apreciação do mérito da causa. V –
Destaco ainda que “a exigência de que a parte hipossuficiente emende a inicial para trazer aos
autos cópia do contrato celebrado com a Caixa, quando informado que a respectiva via não foi
entregue à autora quando da sua assinatura; cópia dos projetos arquitetônico, estrutural e de
instalações; três orçamentos oriundos de construtoras/empreiteiras diversas; e laudo individualizado
sobre seu imóvel, constitui obstáculo indevido ao acesso à jurisdição, ao tempo em que a não
realização de prova pericial apta a demonstrar os alegados danos no imóvel induz cerceamento de
defesa, independentemente de quem deva arcar com os custos da prova, sendo admissível em casos
como tais a apresentação como início de prova laudo por amostragem (AC 1001260-
47.2021.4.01.3314, relatora Desembargadora Federal Daniele Maranhão, 5T, PJe 24/02/2022)”
(TRF1, AC 1001064-77.2021.4.01.3314, relator Desembargador Federal Souza Prudente, 5T, e-
DJF1 01/04/2022). Igualmente: AC 1002191- 50.2021.4.01.3314, relator Juiz Federal Convocado
Paulo Ricardo de Souza 5T, PJe 27/04/2022)”. VI – Apelação da parte autora provida para
reconhecer o interesse de agir da parte autora e determinar o retorno dos autos à origem para
prosseguimento.

(AC 1025261-95.2022.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL RAFAEL PAULO SOARES


PINTO, TRF1 - DÉCIMA-PRIMEIRA TURMA, PJe 18/07/2023 PAG.)
Atenciosamente,
Paula
Olá, Andreia! Tudo bem?
A questão ainda não está pacificada na jurisprudência, contudo tem prevalecido o entendimento de
que apenas o fato de ser contrato de adesão não torna nula, de per si, renúncia ao benefício de
ordem (art. 827 do Código Civil).
Nesse sentido:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL EM EMBARGOS A EXECUÇÃO - PRELIMINAR DE
CERCEAMENTO DE DEFESA - TAXA DE JUROS - CAPITALIZAÇÃO - COMISSÃO DE
PERMANÊNCIA - RENÚNCIA A BENEFÍCIO DE ORDEM POR FIADOR. Sendo de direito a
maioria das matérias controvertidas e extraíveis de prova documental as questões fáticas que
interferem na solução da lide e/ou constituindo mero reflexo cuja apuração possa ser deixada para
eventual futura liquidação, a ausência de perícia na fase de conhecimento não é capaz de
caracterizar cerceamento de defesa. Taxa de juros remuneratórios, em negócios de natureza
bancária, é controlada, em regra, pela própria concorrência de mercado, admitindo-se razoável
variação entre aquelas praticadas pelas diversas instituições financeiras que atuam no País. É
possível, em contrato de natureza bancária firmado após 31/03/2000, que não se submeta a norma
específica em contrário, capitalização mensal de juros remuneratórios, quando expressamente
especificada taxa anual superior ao duodécuplo da taxa mensal. Havendo apenas cobrança de
comissão de permanência no período adicional de mora, não há falar em bis in idem contrário ao
entendimento enunciado na Súmula 472/STJ. Simples fato de renúncia ao benefício de ordem da
fiança ser firmado em contrato de adesão não a torna nula. (TJMG - Apelação Cível
1.0000.19.079221-8/001, Relator(a): Des.(a) José Augusto Lourenço dos Santos , 12ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 28/07/2022, publicação da súmula em 29/07/2022)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO MONITÓRIA - CERCEAMENTO DE DEFESA -


FIADOR - BENEFÍCIO DE ORDEM - CONTRATO DE ADESÃO AO CARTÃO DE CRÉDITO
DO BNDS - JUROS CAPITALIZADOS - ABUSIVIDADE NÃO CONFIGURADA. "Opera-se a
preclusão do direito à produção de determinada prova na hipótese em que a parte, intimada a
especificar aquelas que pretendesse produzir, silencia". (AgInt no AREsp 278.062/DF, julgado em
01/06/2017, DJe 06/06/2017). O julgamento antecipado da lide não enseja nulidade da sentença,
quando a parte devidamente intimada, não reitera as provas que pretende produzir. Inexiste
abusividade na cláusula que prevê a renúncia ao benefício de ordem em contrato de adesão, porque
tal cláusula encontra-se amparo na própria legislação (CC, art. 827 e seg.). É permitida a
capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos celebrados com instituições
integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000, desde que expressamente
pactuada (Súmula 539 do STJ). A contratação da capitalização mensal de juros pode ser verificada
pela simples previsão de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal. (TJMG - Apelação
Cível 1.0000.23.051836-7/001, Relator(a): Des.(a) José Augusto Lourenço dos Santos , 12ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 20/07/2023, publicação da súmula em 25/07/2023)

Atenciosamente,
Paula

Olá, Frederico! Tudo bem?

Trata-se de medida executiva típica que depende de requerimento do exequente.

Nesse sentido:

Há determinadas medidas executivas típicas que a lei exige que somente possam ser
determinadas após requerimento da parte. Três exemplos: a) prisão civil do devedor de
alimentos (art. 538, caput, CPC); b) penhora on-line (art. 854, caput, CPC); c) a inclusão
do nome do executado em cadastros de inadimplentes (art. 782, § 3º, CPC); d) a
constituição de capital na execução de alimentos indenizativos (art. 533, caput, CPC).
(DIDIER JR, Fredie; DA CUNHA, Leonardo Carneiro; BRAGA, Paula Samo; e DE
OLIVEIRA, Alexandre. Curso de Direito Processual Civil, vol. 5. 7ª ed. - Salvador: Ed.
JusPodivm, 2017. Página117)

Informamos que o seu apontamento foi encaminhada à coordenação do Curso. O seu


feedback é muito importante para melhorarmos a experiência de nossos alunos.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

A questão diz respeito à aplicação da cláusula 18 do contrato fictício considerado, que


prevê:

"o preço dos serviços será calculado pela conversão do valor de referência para a moeda do pais do contratante,
observada a soma com a carga tributária do LOCAL ONDE SE CONSTITUIR A OBRIGAÇÃO".

Assim, a luz da LINDB, o examinador pergunta qual a carga tributária a ser considerada, que no caso será a do
local onde se constituiu a obrigação.

A resposta se encontra na norma prevista no art. 9º,§ 2º da LINDB.

In verbis:

Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se


constituirem.
(...)
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o
proponente.

Portanto, por se tratar de um contrato, a obrigação se constitui no lugar em que reside o


proponente, que no caso narrado é Mônaco: “A empresa P, situada em Mônaco,...”

Atenciosamente,

Paula

Olá, Frederico! Tudo bem?


A suspensão da execução decretada por falta de bens a penhorar é destinada a
prevalecer inicialmente durante o prazo fixo de um ano, dentro do qual permanecerá
também suspensa a prescrição (art. 921, § 1º do CPC).

Depois de ultrapassado um ano, os autos são arquivados (§ 2º), sem entretanto, acarretar
a extinção do processo.

A prescrição da execução tem como termo inicial a ciência (pelo exequente) da primeira
tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será suspensa
por uma única vez, pelo prazo máximo de um ano previsto no § 1º do art. 921.

Transcorrido prazo suficiente para aperfeiçoar-se a prescrição da pretensão do credor, o


juiz, depois de ouvida as partes, no prazo de quinze dias, poderá, de ofício, reconhecer a
prescrição intercorrente extinguindo o processo, sem ônus para as partes (§ 5º).

Observe-se que, uma vez consumado o lapso prescritivo, a audiência das partes não se
destina a convocá-las a dar prosseguimento à execução. Nessa altura, se não
demonstrada alguma causa de interrupção da prescrição, outro destino não terá o
processo senão a sua extinção da pretensão do exequente.

Contudo, se a qualquer momento durante o prazo de suspensão ou durante o decurso do


prazo prescricional da pretensão for efetivada a citação, a intimação do devedor ou a
constrição de bens penhoráveis, interrompido será o prazo de prescrição, o qual não corre
durante o tempo necessário à citação e à intimação do devedor, bem como às
formalidades da penhora, desde que o credor cumpra os prazos previstos na lei
processual ou fixados pelo juiz.

Ex.: visando a satisfação de uma obrigação de pagar, proveniente de uma hipótese de


reparação civil (prazo prescricional de três anos, conforme art. 205, §3º, V do CC), Fulano
propõe execução por quantia certa.

Proposta a execução, o executado deve ser intimado para pagar. Contudo, o executado
não é encontrado ou, embora encontrado, não paga e não são localizados bens
penhoráveis capazes de satisfazer a obrigação.

Assim, ante a não localização do devedor ou, na segunda hipótese, inexistência de bens
penhoráveis do devedor, o processo será suspenso pelo prazo de um ano.

Da data em que o exequente (Fulano) tomou ciência da primeira tentativa frustrada de


localização do devedor ou de localização de bens penhoráveis tem início o prazo
prescricional (que será igual ao prazo previsto para a pretensão e no nosso exemplo será
o prazo prescricional de três anos, conforme art. 205, §3º, V do CC).
Contudo, tal prazo será suspenso pelo prazo de um ano, findo o qual o processo será
arquivado. Findo o prazo de suspensão de um ano, volta a contar o prazo prescricional da
pretensão, que no nosso exemplo é de três anos.

Assim sendo, após o transcurso de um ano de suspensão mais o transcurso de três anos
do prazo prescricional o juiz, depois de ouvidas as partes, poderá reconhecer a prescrição
intercorrente.

Bons Estudos!

Atenciosamente,Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

No caso narrado, ao menos três dos membros da família possuem domicílio necessário, o
que afasta a regra do domicílio voluntário.

Portanto, a afirmativa I é incorreta, visto que não são todos os membros da família que
possuem domicílio voluntário.

Sobre o assunto:

Daí surgir a noção de domicílio legal ou necessário. Com base em determinadas


circunstâncias, estabelece a lei o domicílio de certas pessoas, sem que exista qualquer
manifestação de vontade. Para que ocorra tal espécie de domicílio, não há necessidade
de qualquer declaração, bastando que a pessoa se coloque na situação prevista na lei,
como, por exemplo, contraindo matrimônio, a mulher assumia o domicílio do marido, no
sistema originário do Código de 1916; tomando posse num cargo público, o funcionário
público assume seu domicílio legal.

Essa é a forma de domicílio imposto, tratando-se de disposição cogente à qual a parte


não pode fugir. Tal condição mantém-se enquanto o interessado “tipificar” a situação
descrita na lei. (Venosa, Sílvio de S. Direito Civil: Parte Geral. v.1. Grupo GEN, 2023. Pág.
205)

Portanto, no caso narrado temos que:

Júlia, estudante de 12 anos é incapaz, logo possui como domicílio necessário o do seu
representante ou assistente.

André, oficial do exército, possui como domicílio necessário onde servir.


Carlos, tomou posse como médico no hospital municipal de São Carlos, logo é servidor
público é tem como domicílio necessário o lugar em que exercer permanentemente suas funções.

CC:

Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o
preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas
funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do
marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

Portanto, a afirmativa II é verdadeira.

Como dito, Carlos é servidor público é tem como domicílio necessário o lugar em que exercer
permanentemente suas funções, portanto seu domicílio em São Carlos não se restringe às relações

concernentes à profissão.

Portanto, a afirmativa III é falsa.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

O erro da alternativa “E” é prever que as árvores são consideradas parte do imóvel
independentemente de sua destinação, visto que há entendimento jurisprudencial no
sentido de que a cobertura vegetal lenhosa destinada ao corte, em razão da destinação econômica do
bem e a depender da vontade das partes, também pode ser classificada como bem móvel por antecipação.

Nesse sentido:

INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR


Conforme artigos 79 e 92 do Código Civil, salvo expressa disposição em contrário, as árvores incorporadas ao solo
mantêm a característica de bem imóvel, pois acessórios do principal, motivo pelo qual, em regra, a acessão artificial
recebe a mesma classificação/natureza jurídica do terreno sobre o qual é plantada. No entanto, essa classificação legal
pode ser interpretada de acordo com a destinação econômica conferida ao bem, sendo viável transmudar a sua natureza
jurídica para bem móvel por antecipação, cuja peculiaridade reside na vontade humana de mobilizar a coisa em função da
finalidade econômica. Do mesmo modo, consoante estabelecido no artigo 287 do Código Civil, "salvo disposição em
contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios". Desta forma, em que pese seja viável
conceber a natureza jurídica da cobertura vegetal lenhosa destinada ao corte, a depender da vontade das partes,
também como bem móvel por antecipação, no caso, em virtude da ausência de anotação/observação quando da dação
em pagamento acerca das árvores plantadas sobre o terreno, diante da presunção legal de que o acessório segue o
principal, há que se concluir que essas foram transferidas juntamente com a terra nua.
(REsp 1.567.479-PR, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 11/06/2019, DJe 18/06/2019 .

Informativo 651)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Ivens! Tudo bem?

Inicialmente, é preciso considerar que apenas o fato de um imóvel não possuir matrícula
não significa que o mesmo é considerado terra devoluta, de modo que não
necessariamente será um bem público.

Terras devolutas são aquelas que não estão afetadas a nenhum uso público ou particular,
sendo consideradas bem público e insuscetíveis de aquisição por usucapião.

Nesse sentido:

Assim, somente podem ser objeto de usucapião bens do domínio particular, não podendo
sê-lo os terrenos de marinha e as terras devolutas. Estas não mais podem ser objeto de
usucapião pro labore, em face da expressa proibição constante do parágrafo único do
mencionado art. 191 da Constituição Federal. (Goncalves, Carlos R. Direito Civil
Brasileiro: Direito das Coisas. v.5. Editora Saraiva, 2023. Pág. 109)

Embora a ausência e matrícula possa ser um indício de que o imóvel seria classificado
como terra devoluta, não o será se restar configurado que integram ou já integraram o
patrimônio particular.

Portanto, a ausência de matrícula, por si só, não impede a aquisição por usucapião.

Nesse sentido, tese nº 7 da edição 133 da Jurisprudência em Teses do STJ:

A inexistência de registro imobiliário de imóvel objeto de ação de usucapião não induz


presunção de que o bem seja público (terras devolutas), cabendo ao Estado provar
titularidade do terreno como óbice ao reconhecimento da prescrição aquisitiva.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Samuel! Tudo bem?


A CED (Central Ênfase de Dúvidas) é um canal exclusivo para tratamento de dúvidas
sobre o conteúdo ministrado nas Unidades de Aprendizagem. Com o objetivo de otimizar
o atendimento de nossos alunos, não é possível responder sobre casos concretos.

Atenciosamente,

Paula
Olá, Samuel! Tudo bem?
A decisão de cancelamento da distribuição, prevista no art. 290 do CPC, ocorre quando há o
indeferimento da petição inicial por uma razão específica, qual seja ausência de recolhimento das
custas iniciais mesmo após a intimação do autor para tanto, com fulcro no art. 330, IV e 485 I do
CPC. Neste caso, deve o juízo, por ato meramente administrativo, determinar o cancelamento da
distribuição e de todos os registros referentes àquele “processo” (que não é verdadeiramente um
processo pois falta pressuposto de existência). Contudo, o ato que determina o cancelamento da
distribuição tem natureza de sentença, impugnável por apelação.
Por fim, cumpre mencionar que o cancelamento da distribuição não enseja o pagamento de custas,
visto que o legislador previu uma consequência específica para o não pagamento das custas iniciais
( REsp 1.906.378).
“2. Quando a extinção decorre de não recolhimento das custas iniciais, o autor não tem obrigação de
quitar as custas finais, uma vez que essa hipótese se amolda ao cancelamento da distribuição, nos
moldes do art. 290 do CPC/2015. 3. Nesse sentido o entendimento desta 3ª Turma Cível do TJDFT:
'[...]1. A extinção do processo, sem resolução de mérito, ante a falta de pagamento das custas
processuais (ausência de pressuposto de constituição e de desenvolvimento válido e regular), com o
consequente cancelamento da distribuição, dispensa o pagamento das custas processuais finais. [...]'
(Acórdão 1345439, 07336961620208070001, Relator: FÁTIMA RAFAEL, 3ª Turma Cível, data de
julgamento: 1/6/2021, publicado no DJE: 21/6/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.).”
Acórdão 1420189, 07349480920208070016, Relator: ANA MARIA FERREIRA DA SILVA, 3ª Turma
Cível, data de julgamento: 28/4/2022, publicado no DJE: 16/5/2022.
Atenciosamente,
Paula

Olá, Luiz! Tudo bem?

A hipótese prevista no art. 22 do CC se aplica quando a pessoa desaparece sem deixar


representante ou procurador

Averiguando o desaparecimento de uma pessoa de seu domicílio, sem que haja notícia
sobre seu paradeiro, e sem deixar representante ou procurador, para que possa
administrar seus bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, podendo ser
parente ou não, ou ainda do Ministério Público, declarará a ausência e, em seguida,
designará um curador, apenas se houver bens para serem administrados.
Contudo, na hipótese de alguém desaparecer de seu domicílio deixando representante
(art. 115 do CC), não se pode impor o comando do art. 22 do CC. Hipótese em que a
declaração de ausência observa do art. 26 do CC.

Vale ressaltar que haverá a nomeação de curador quando o ausente deixar mandatário
que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato ou se seus poderes forem
insuficientes para dar continuidade à administração do patrimônio (art. 23).

Atenciosamente,

Paula

Olá, Jarly! Tudo bem?

É completamente possível.

A assinatura de termo de ajustamento de conduta pressupõe a existência de inquérito civil


público ou procedimento administrativo assemelhado que lhe dê suporte. Não é possível
sua elaboração e assinatura como documento autônomo, dada a necessidade de controle
finalístico por parte do Conselho Superior. Com a celebração do TAC há a suspensão do
prazo para o encerramento do procedimento preparatório.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Sabrina! Tudo bem?

O novo prazo é aplicado apenas para as partes corrigidas.

Nesse sentido:

Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação de seu texto, para a correção de erros
materiais ou falha de ortografia, o prazo da obrigatoriedade começará a correr da nova
publicação (LINDB, art. 1º, § 3º). O novo prazo para a entrada em vigor da lei só corre
para a parte corrigida ou emendada, ou seja, apenas os artigos republicados terão prazo
de vigência contado da nova publicação, para que o texto correto seja conhecido, sem
necessidade de que se vote nova lei. Os direitos e as obrigações baseados no texto legal
publicado hão de ser respeitados. (Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Parte
Geral. v.1. Editora Saraiva, 2023. Pág. 25)

Atenciosamente,
Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

Antinomias ocorrem quando há duas normas, válidas e emanadas de autoridade


competente, conflitantes sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em
determinado caso concreto.

A doutrina clássica estabelece três critérios para a solução dos conflitos:

a)critério cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior;

b)critério da especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral;

c)critério hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior.

Dos três critérios anteriores, o cronológico, constante do art. 2.º da Lei de Introdução, é o
mais fraco de todos, sucumbindo diante dos demais. O critério da especialidade é o
intermediário e o da hierarquia o mais forte de todos, tendo em vista a importância do
Texto Constitucional.

Antinomia de 1.º grau: conflito de normas que envolve apenas um dos critérios expostos.

Antinomia de 2.º grau: choque de normas válidas que envolve dois dos critérios
analisados.

Dito isso, tratando-se de antinomia de 1º grau, o conflito é facilmente afastado pela


análise do critério envolvido.

Por outro lado, na antinomia de 2º grau, teremos o seguinte:

Em um primeiro caso de antinomia de segundo grau aparente, quando se tem um conflito


de uma norma especial anterior e outra geral posterior, prevalecerá o critério da
especialidade, predominando a primeira norma.

Havendo conflito entre norma superior anterior e outra inferior posterior, prevalece
também a primeira (critério hierárquico), outro caso de antinomia de segundo grau
aparente.

Por fim, quando se tem conflito entre uma norma geral superior e outra norma, especial e
inferior, haverá um antinomia real, ou seja, uma situação que não pode ser resolvida com
os metacritérios antes expostos.
Nesses casos, Flávio Tartuce leciona que:

Desse modo, havendo choque entre os critérios hierárquico e da especialidade, dois


caminhos de solução podem ser dados no caso de antinomia real, um pelo Poder
Legislativo e outro pelo Poder Judiciário.

Pelo Legislativo, cabe a edição de uma terceira norma, dizendo qual das duas normas em
conflito deve ser aplicada. Mas, para o âmbito jurídico, o que mais interessa é a solução
do Judiciário.

Assim, o caminho é a adoção do princípio máximo de justiça, podendo o magistrado, o


juiz da causa, de acordo com a sua convicção e aplicando os arts. 4.º e 5.º da Lei de
Introdução, adotar uma das duas normas, para solucionar o problema. Atualizando a obra,
também pode ser utilizado o art. 8.º do CPC/2015, segundo o qual, “ao aplicar o
ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência”.

Mais uma vez entram em cena esses importantes preceitos da Lei de Introdução. Pelo art.
4.º, pode o magistrado aplicar a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito,
sem que essa ordem seja obrigatoriamente respeitada. Seguindo o que preceitua o seu
art. 5.º, deve o juiz buscar a função social da norma e as exigências do bem comum, ou
seja, a pacificação social. Não se pode esquecer, igualmente, da aplicação imediata dos
princípios fundamentais que protegem a pessoa humana e da regra constante do art. 8.º
do CPC/2015, anteriormente transcrita.(Tartuce, Flávio. Direito Civil: Lei de Introdução e
Parte Geral. v.1. Grupo GEN, 2023. Pág. 35)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?

Na hipótese, o STJ considerou que o procedimento de criopreservação visa preservar a


função reprodutiva da mulher, que restará prejudicada em razão do tratamento de saúde
proposto (quimioterapia).

Portanto, a obrigação de prestação de assistência médica assumida pela operadora de


plano de saúde impõe a realização do tratamento prescrito para o câncer de mama
(quimioterapia) e também a obrigação de prevenção dos efeitos adversos e previsíveis
dele decorrentes, como a infertilidade, de modo a possibilitar a plena reabilitação da
beneficiária ao final do seu tratamento, quando então se considerará devidamente
prestado o serviço fornecido.

Por fim, a página dos informativos disponibilizada no site do STJ oferece informações
sobre o inteiro teor dos julgados que resultaram nos destaques divulgados, que explicam
os entendimentos adotados pela Corte.

https://processo.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/

Atenciosamente,

Paula

Olá, Gabriela! Tudo bem?


Inicialmente é preciso considerar que a ação proposta é uma possessória, portanto trata-se de
hipótese de competência absoluta do foro de situação da coisa, no caso proposto:Laranjal do Jari.
Nesse sentido, prevê o CPC:
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da
coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de
obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.
Dito isso, uma vez reconhecida a incompetência absoluta, o juiz deve remeter os autos ao juízo
competente, conforme prevê o art. 64, §3º do CPC.

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.

(...)

§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.

Atenciosamente,

Paula

Olá, XX! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula
Olá, XX! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Sabrina!Tudo bem?

Em relação ao prazo de um ano previsto no § 6º do art. 7º da LINDB, o STJ entende que


se encontra revogado.

A homologação de sentença estrangeira de divórcio para alcançar eficácia plena e


imediata não mais depende de decurso de prazo, seja de um ou três anos, bastando a
observância das condições gerais estabelecidas na Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro (LINDB) e no Regimento Interno do STJ (STJ, SEC nº 4.445/EX, rel. Min.
Raul Araújo, Corte Especial, julgado em 06.05.2015, DJe 17.06.2015).

Observa-se, entretanto, que, com o novo CPC, foi eliminada a exigência de homologação
para a sentença estrangeira de divórcio consensual simples ou puro, quando a decisão
cuida apenas da dissolução do casamento. Havendo envolvimento de guarda de filhos,
alimentos ou partilha de bens, a homologação do divórcio consensual continua
necessária, mas não se exige o transcurso do prazo de um ano (HDE 4.289/EX).

Atenciosamente,Paula

Olá, Artur! Tudo bem?


O entendimento do STF é de que os tratados e convenções internacionais não são instrumentos
hábeis à criação de crimes ou cominação de penas para o direito interno, mas apenas para o direito
internacional (HC108.715).
No mesmo sentido, o STJ decidiu no REsp 1.798.903/RJ em que foram fixadas as seguintes teses:

1ª tese: É necessária a edição de lei em sentido formal para a tipificação do crime contra a
humanidade trazida pelo Estatuto de Roma, mesmo se cuidando de Tratado internalizado.
2ª tese: O disposto na Convenção sobre a Imprescritibilidade dos Crimes de Guerra e dos Crimes
contra a Humanidade não torna inaplicável o art. 107, inciso IV, do Código Penal.
Na oportunidade, o STJ entendeu que o Estatuto de Roma, que conceitua os crimes contra a
humanidade, não tem efeitos penais no Brasil, onde impera o pressuposto da lei penal em sentido
estrito para a tipificação de crimes. Assim sendo, não é possível utilizar tipo penal descrito em
tratado internacional para tipificar condutas internamente, sob pena de se violar o princípio da
legalidade, segundo o qual “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal” (art. 5º, XXXIX, da CF/88).
Atenciosamente,

Paula
Olá, Mariana! Tudo bem?

O bem de família convencional ou voluntário pode ser instituído pelos cônjuges, pela
entidade familiar ou por terceiro, mediante escritura pública ou testamento, não podendo
ultrapassar um terço do patrimônio líquido das pessoas que fazem a instituição (art. 1.711
do CC). O limite estabelecido pela legislação visa a proteger eventuais credores. Também
pelo que consta da parte final desse dispositivo, o bem de família convencional não
revogou o bem de família legal, coexistindo ambos em nosso ordenamento jurídico.

O que ocorre é que, nos casos em que a entidade familiar possua pluralidade de imóveis,
residenciais urbanos ou rurais, podendo também abranger valores mobiliários, cuja renda
será aplicada na conservação do bem e no sustento da família, podem eleger ou
convencionar aquele que será objeto da proteção conferida ao bem de família.

Essa proteção convencional só passa a valer a partir da sua instituição, de modo que não
se aplica, por exemplo, a dívidas anteriores. Assim, para as dívidas anteriores a instituição
prevalece o bem de família legal, para as posteriores o bem de família convencional,
devendo ser observadas, ainda as hipóteses que excepcionam a proteção legal ou
convencional. Por isso se diz que ambos os regimes coexistem.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Fabiana! Tudo bem?

A única hipótese em que teoricamente seria possível a emancipação antes dos 16 anos
seria se houvesse a colação de grau em curso superior, pois nas demais hipóteses ou há
previsão expressa prevendo a idade mínima de 16 anos ou a limitação decorre de outras
normas, como a proibição do casamento aos menores de 16 anos ou o fato de que
dificilmente a lei admitirá o provimento efetivo em cargo ou emprego público antes dos
dezoito anos, até mesmo porque esta é a idade mínima admitida para a capacidade plena
trabalhista.

Ainda assim, leciona Pablo Stolze:

Também a colação de grau em curso de ensino superior é causa legal de emancipação


(art. 5.º, parágrafo único, IV, do CC/2002).

Sobre esse item, cumpre transcrever a arguta preleção de WASHINGTON DE BARROS


MONTEIRO: “dificilmente alguém se emancipará presentemente por essa forma, dada a
considerável extensão dos cursos (1.º e 2.º graus superior). Quando vier a receber o grau,
o estudante terá certamente atingido a maioridade”205. Tal dificuldade é ainda maior no
novo Código Civil, que reduz a maioridade para os dezoito anos. (Gagliano, Pablo, S. e
Rodolfo Pamplona Filho. Novo curso de direito civil: parte geral. v.1. Editora Saraiva,
2023. Pág. 57)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

Os bens imóveis por determinação legal são aqueles em que não prevalece o aspecto
naturalístico do bem, senão a vontade do legislador.

Principalmente por imperativo de segurança jurídica, a lei civil optou por considerar tais
bens de natureza imobiliária.

Dito isso, são considerados imóveis por força de lei “os direitos reais sobre imóveis e as
ações que os asseguram”, bem como “o direito à sucessão aberta” (art. 80, I e II).

Os navios e as aeronaves são bens móveis propriamente ditos. Podem ser imobilizados,
no entanto, somente para fins de hipoteca, que é direito real de garantia sobre imóveis
(CC, art. 1.473, VI e VII; Código Brasileiro de Aeronáutica – Lei n. 7.565, de 19-12-1986,
art. 138).

Fonte: Goncalves, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Parte Geral. v.1. Editora Saraiva,
2023.

Atenciosamente,

Paula

Olá, XX! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

Tal entendimento está consolidado no enunciado 619 da súmula do STJ:

Súmula 619-STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de


natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
Portanto, o particular não exerce posse sobre bem público, mas mera detenção
que não legitima a proteção possessória de um BEM PÚBLICO em face do
próprio poder público.

Vale ressaltar, ainda, que a jurisprudência entende ser possível o particular buscar a
proteção possessória de bem público em face de outro particular (REsp 1.296.964-DF),
mas NÃO em face do poder público.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Nathalia. Tudo bem?

A questão relativa à equiparação da união estável ao casamento para fins de


emancipação é controvertida.

Há aqueles que entendem que as hipóteses de emancipação previstas no art. 5º,


parágrafo único do CC são taxativas, tendo em vista a proteção ao melhor interesse do
menor. Assim sendo, a emancipação não se equipararia ao casamento para fins de
cessação da incapacidade para os menores.

Contudo, há precedentes e doutrina reconhecendo que, tendo em vista o tratamento


isonômico reconhecido pela CF aos institutos, a união estável também seria causa de
emancipação.

Dito isso, adotando esse segundo posicionamento, ainda sim seria necessário que os
requisitos a serem adotados fossem equivalentes aos do casamento, ou seja, seria
necessário respeitar a idade mínima de 16 anos, a autorização expressa dos
representantes legais que detêm o poder familiar e o reconhecimento solene da união
estável.

Portanto, uma união estável constituída de fato sem a concordância dos representantes
legais, mesmo para essa segunda corrente, não seria causa de emancipação do menor.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Mariana! Tudo bem?

Conforme resposta anterior, ambos os regimes coexistem.


Dito isso, o Bem de Família é um instituto jurídico que objetiva a proteção da habitação
familiar, não podendo ser confundindo com a simples residência sobre o qual incide.

Assim sendo, embora a princípio a proteção do bem de família convencional em relação


ao imóvel eleito de acordo com os requisitos legais prevaleça, se restar configurada
hipótese em que a proteção do bem convencional não seja aplicável, com por exemplo
dívida anterior à sua instituição, a proteção do bem de família legal será aplicável.

De todo modo, a proteção alcança apenas um imóvel, o que diferencia é que na hipótese
de proteção apenas do bem legal, havendo mais de um imóvel, a impenhorabilidade será
apenas do bem de menor valor. Por outro lado, havendo bem convencional a
impenhorabilidade poderá incidir sobre o imóvel de maior valor que foi escolhido para
receber a proteção.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Artur! Tudo bem?

Infelizmente, os sistemas do STJ estão fora do ar até o dia 07/01, o que alcança a página
de jurisprudência, de modo que não é possível utilizar as ferramentas de busca
disponibilizadas para indicar os precedentes mais recentes.

https://www.stj.jus.br/static/manutencao.html

Contudo, podemos citar os precedentes que se seguem:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.


DANOS MATERIAIS E MORAIS. PLANO DE SAÚDE. ENTIDADE DE AUTOGESTÃO.
NÃO INCIDÊNCIA DO CDC. SÚMULA 608/STJ. ATENDIMENTO DE URGÊNCIA FORA DA REDE
CREDENCIADA. REEMBOLSO. LIMITAÇÃO. PREÇOS DE TABELA EFETIVAMENTE CONTRATADOS COM A
OPERADORA. DEMORA NA AUTORIZAÇÃO DE CONSULTA E CIRURGIA DE URGÊNCIA. DANO MORAL
CONFIGURADO. AGRAVO PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Em casos de urgência ou emergência, em que não seja possível a utilização dos serviços
médicos próprios, credenciados ou conveniados, a operadora do plano de saúde responsabiliza-se
pelo custeio das despesas de assistência médica realizadas pelo beneficiário, mediante reembolso.
A obrigação, nessas circunstâncias, é limitada aos preços e tabelas efetivamente contratados com
o plano de saúde, à luz do art. 12, VI, da Lei 9.656/98. Precedentes desta Corte.
2. A jurisprudência do STJ é no sentido de que a recusa indevida à cobertura médica enseja
reparação a título de dano moral, uma vez que agrava a situação de aflição psicológica e de
angústia no espírito do segurado.
3. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a demora de sete dias em autorizar a
realização de consulta de emergência, ensejando o custeio de consulta e de cirurgia de urgência,
ante o risco de vida do paciente recém-nascido, caracterizou recusa indevida por parte do plano de
saúde e causou desespero e angústia aos pais, configurando danos morais.
4. Agravo interno parcialmente provido para dar parcial provimento ao recurso especial.
(AgInt no AREsp 1344058/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 07/05/2019,
DJe 22/05/2019)

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. PROCEDIMENTO


CIRÚRGICO. URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. RECUSA INDEVIDA. ABUSIVIDADE RECONHECIDA PELO
ACÓRDÃO RECORRIDO. INCIDÊNCIA DA SUMULA N. 83/STJ. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
DEVIDA. PRECEDENTES. MAIS UMA VEZ, APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 83/STJ. MONTANTE
INDENIZATÓRIO. PLEITO DE REDUÇÃO. NÃO DEMONSTRADA A ABUSIVIDADE NO VALOR FIXADO NAS
INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 7/STJ AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. Ainda que admitida a possibilidade de o contrato de plano de saúde conter cláusulas limitativas
dos direitos do consumidor (desde que escritas com destaque, permitindo imediata e fácil
compreensão, nos termos do § 4º do artigo 54 do Código de Defesa do Consumidor), revela-se
abusivo o preceito excludente do custeio dos meios e materiais necessários ao melhor
desempenho do tratamento clinico ou do procedimento cirúrgico voltado à cura de doença coberta.
Precedentes. Súmula n. 83/STJ.
2. É pacífica a jurisprudência da Segunda Seção no sentido de reconhecer a existência do dano
moral nas hipóteses de recusa injustificada pela operadora de plano de saúde, em autorizar
tratamento a que estivesse legal ou contratualmente obrigada, por configurar comportamento
abusivo. Incidência, mais uma vez, da Súmula n. 83/STJ.
3. O valor arbitrado a título de danos morais pelo Julgador a quo observou os critérios de
proporcionalidade e de razoabilidade, visto que o montante fixado não se revela exorbitante, e sua
eventual redução demandaria reexame de provas (Súmula n. 7/STJ).
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no AREsp 1207934/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
22/03/2018, DJe 02/04/2018)

(…) A recusa indevida de cobertura, pela operadora de plano de saúde, nos casos de urgência ou emergência,

enseja reparação a título de dano moral, em razão do agravamento ou aflição psicológica ao beneficiário, ante a

situação vulnerável em que se encontra (STJ. 4ª Turma. AgInt no AgInt no REsp 1.804.520/SP, DJe de 02/04/2020).

Atenciosamente,

Paula
Olá, Artur! Tudo bem?

Sim, é possível a cumulação, fixando-se a competência do juízo de família.

Nesse sentido:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE DIVÓRCIO - PEDIDO DE


EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS - NÃO CABIMENTO DO RECURSO - CONHECIMENTO
PARCIAL - PEDIDO DE DANOS MORAIS - COMPETÊNCIA DA VARA DE FAMÍLIA -
ARTIGO 60 DA LEI DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS - ARTIGO 327 DO
CPC - CUMULAÇÃO DE PEDIDOS - LICITUDE.
- O colendo Superior Tribunal de Justiça em julgamento do Recurso Especial nº 1.704.520
fixou a tese de que o rol do artigo 1.015 do CPC pode ser mitigado em casos em que a
espera para análise da questão em sede de recurso de apelação possa se tornar inútil o
julgamento.
- A decisão que indefere pedido de expedição de ofícios não apresenta urgência a ser
analisada em sede de agravo de instrumento.
- Nos moldes do artigo 60 da Lei de Organização e Divisão Judiciárias compete a Vara de
Família julgar as causas relativas ao estado da pessoa e ao direito de família e a Vara
Cível as causas residuais que não se encaixarem na competência das Varas
especializadas.
- A Vara de Família é competente para julgar pedido de danos morais realizado na ação
de divórcio com fundamento no descumprimento dos deveres do casamento, tendo em
vista a possibilidade de cumulação dos pedidos, nos termos do artigo 327 do CPC.
(TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.23.025387-4/001, Relator(a): Des.(a) Ângela
de Lourdes Rodrigues , 8ª Câmara Cível Especializada, julgamento em 01/06/2023,
publicação da súmula em 13/06/2023)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROCESSUAL CIVIL - CUMULAÇÃO DE PEDIDOS -


DIVÓRCIO - DANOS MORAIS - COMPETÊNCIA.
- Se afigura possível a cumulação do pedido de divórcio e de indenização por danos
extrapatrimoniais decorrentes da relação conjugal, sendo competente para apreciá-los o
juízo de família. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.23.118881-4/001, Relator(a):
Des.(a) Alexandre Santiago , 8ª Câmara Cível Especializada, julgamento em 31/08/2023,
publicação da súmula em 01/09/2023)

Atenciosamente,

Paula
Olá, Artur! Tudo bem?

A genitora pode ser responsabilizada pelos danos morais e materiais causados ao réu da
ação de alimentos gravídicos, caso reste caracterizada a indicação do suposto pai com
dolo ou culpa.

Nesse sentido:

Originariamente estava prevista a responsabilidade objetiva da autora da ação


pelos danos materiais e morais causados ao réu pelo resultado negativo do exame
pericial de paternidade, cujo dispositivo foi vetado por se tratar de norma intimidadora, eis
que criaria hipótese de responsabilidade objetiva pelo simples fato de a ação
dos alimentos gravídicos não ser exitosa, importando, portanto, na possibilidade de
devolução dos valores pagos, dentre outras responsabilidades. Contudo, tal veto não
descarta ser apurada a responsabilidade subjetiva da autora da ação, uma vez provado o
dolo ou a culpa ao apontar o réu indevidamente como sendo o genitor do nascituro. Caso
contrário se retomariam os abusos da máxima do ancien droit, segundo a qual era dado
crédito à palavra da mulher grávida, onde ela informava o nome do homem que a
engravidara. É de cinco dias o prazo para defesa do réu, contado de sua citação, embora
devidos desde a concepção e se não apresentar defesa o silêncio enseja a admissão da
paternidade, condicionada, evidentemente, ao nascimento com vida do nascituro.
(Madaleno, Rolf. Direito de Família. Grupo GEN, 2023.Pág. 1076)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Artur! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Artur! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Artur! Tudo bem?

Atenciosamente,
Paula

Olá, Artur! Tudo bem?

Atenciosamente,

Paula

Olá, Vanessa!

Não indicamos um Vade Mecum específico, mas, em geral, o de preferência dos alunos é
o da editora Rideel, que costuma ser o mais completo em termos de legislação e de
remissões.

O Vade da editora Juspodvm também tem se destacado.

Contudo, o ideal será aquele que você considerar mais adequado para suas
necessidades, bem como aquele que considerar mais fácil para o seu manuseio.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Flávia! Tudo bem?

Orientações sobre a formatação da monografia podem ser obtidas no link a seguir:

https://forms.clickup.com/3034589/f/2wkex-6643/DW1QIV6W27JGFRBKVY

Atenciosamente,

Paula

Olá, Flávia! Tudo bem?

Não entendi o seu questionamento, poderia reformular a pergunta?

Segue o link com instruções para a formatação da monografia:

https://forms.clickup.com/3034589/f/2wkex-6643/DW1QIV6W27JGFRBKVY

Atenciosamente,
Paula

Olá, Arthur! Tudo bem?

No regime da comunhão parcial de bens as dívidas contraídas por um dos cônjuges


durante o casamento são consideradas dívidas comuns e portanto serão partilhadas no
caso de término da relação. Ainda que parte da dívida tenha sido paga por um deles
durante o casamento o remanescente deve ser partilhado entre os dois.

Atenciosamente,

Paula

Olá, Artur! Tudo bem?

Em regra, se considera que os valores pagos antes do casamento são considerados bem
particular e as parcelas do financiamento quitadas durante a vigência do casamento
devem ser partilhadas, por se tratar de bem que decorre de esforço comum, ainda que o
imóvel tenha sido adquirido originalmente por apenas um dos cônjuges.

Contudo, há precedente do STJ em um caso específico em que a Corte entendeu que


não haveria comunicação quando o comprador original arcou de forma autônoma e
independente com os valores para a aquisição do bem.

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. NAMORO. AFFECTIO MARITALIS.


INEXISTÊNCIA. AQUISIÇÃO PATRIMONIAL. BEM PARTICULAR.
INCOMUNICABILIDADE. CAUSA PRÉ-EXISTENTE. CASAMENTO POSTERIOR.
REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DIVÓRCIO. IMÓVEL. PARTILHA.
IMPOSSIBILIDADE. ARTIGOS 1.661 E 1.659 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. INCIDÊNCIA.

1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de


Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ).

2. Nos termos dos artigos 1.661 e 1.659 do Código Civil de 2002, não se comunicam, na
partilha decorrente de divórcio, os bens obtidos com valores aferidos exclusivamente a
partir de patrimônio pertencente a um dos ex-cônjuges durante o namoro 3. Na hipótese,
ausente a affectio maritalis, o objeto da partilha é incomunicável, sob pena de
enriquecimento sem causa de outrem.

4. Eventual pagamento de financiamento remanescente, assumido pela compradora, não


repercute em posterior partilha por ocasião do divórcio, porquanto montante estranho à
comunhão de bens.
5. Recurso especial provido.

(REsp n. 1.841.128/MG, relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma,
julgado em 23/11/2021, DJe de 9/12/2021.)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Artur! Tudo bem?

Em apertada síntese, é a constituição de um sociedade com a finalidade de controlar o


patrimônio de pessoas físicas.

Sobre o assunto, colaciono os ensinamentos de Flávio Tartuce:

Sem prejuízo desses mecanismos tradicionais, que parecem ser mais seguros e efetivos, vejamos
dois instrumentos tidos como novos e que geram muitas dúvidas e divergências a respeito do
planejamento sucessório, quais sejam a holding familiar e o trust.

Sobre o primeiro, explica Rodrigo Toscano de Brito que o verbo to hold significa segurar, manter,
controlar, guardar, sendo a holding familiar uma sociedade que detém participação societária em
outra pessoa jurídica com a finalidade de controlar “o patrimônio da família para fins de
organização patrimonial, diminuição de custo tributário e planejamento sucessório” (Planejamento
sucessório... 2018, p. 672).

Ainda segundo o autor, a constituição pode se dar por meio de uma sociedade simples ou
empresária, o que é definido pelos próprios membros da família. Dentre as suas funções e
utilidades, destaca ele a maior possibilidade de conter os conflitos entre os membros da família, sem
afetar a sociedade controlada, que continua produzindo riquezas, mantendo os seus funcionários e
pagando os tributos.

Apesar das palavras de incentivo do jurista, que vê no instituto um importante instrumento de


planejamento sucessório, a verdade é que a categoria esbarra na segunda regra de ouro aqui antes
apontada, qual seja a vedação dos pactos sucessórios ou pacta corvina, retirada do art. 426 do
Código Civil. Conforme esse preceito, como antes exposto, não pode ser objeto de contrato a
herança de pessoa viva. Reitere-se que a situação é de nulidade absoluta virtual, situada na segunda
parte do art. 166, inc. VII, da própria codificação privada, uma vez que a lei proíbe a prática do ato
sem cominar sanção. O próprio Rodrigo Toscano de Brito acaba por reconhecer esse sério entrave,
apesar de não se filiar a ele:
“Por um lado, teríamos que admitir que se as pessoas se reúnem em sociedade cujo objeto principal
é a detenção e administração de todo patrimônio da família, por exemplo, e ali se planeja a
sucessão, não haveria como negar, a priori, a afronta à regra da vedação do pacto sucessório, se
analisado de modo pontual, apenas à luz do art. 426 do Código Civil. Esse é um viés relevante em
relação ao tema aqui tratado, mas se assim admitirmos, todos os atos praticados no Brasil com essas
características seriam nulos. E não são poucos.

Preferimos pensar diferente. De fato, é possível se organizar em sociedade ou por meio de outras
formas de constituição de pessoas jurídicas, dentro dos limites da autonomia privada e desde que
não se afronte a legítima, que é segunda regra que não se pode perder de vista. Assim, parece-nos
que todos os contratos existentes dentro dos limites das normas sucessórias são válidos e eficazes,
inclusive de constituição de holdings, para fins de planejamento sucessório, diante de uma
interpretação conforme a harmonização das regras sobre liberdade e as limitações aqui referidas,
presentes no Código Civil” (TOSCANO DE BRITO, Rodrigo. Planejamento sucessório..., 2018, p.
671).

Discorda-se, com o devido respeito, uma vez que, como têm sido estabelecidos no Brasil, tais
negócios jurídicos são claramente nulos. Se são muitos, então temos uma realidade em que a
nulidade absoluta acabou por ser propagada de forma continuada em nosso País, sob o manto do
planejamento sucessório. Se há uma sociedade – que tem natureza contratual –, instituída com o
objetivo de administrar os bens de alguém ou de uma família e de dividir esses mesmos bens em
caso de falecimento, a afronta ao art. 426 do Código Civil é clara e cristalina.

Pontue-se que esse argumento independe da existência de fraude ou simulação na constituição da


sociedade, o que pode ensejar a invalidade ou ineficácia por outros argumentos, a depender do vício
presente no ato. Não se olvide que a própria jurisprudência superior já reconheceu a viabilidade de
debater o vício da simulação no caso de instituição de uma holding:

“Comercial. Civil e processo civil. Usufruto. Conservação da coisa. Dever do usufrutuário.


Nulidade. Simulação. Legitimidade. Terceiro interessado. Requisitos. Operação societária.
Anulação. Legitimidade. Condições da ação. Análise. Teoria da asserção. Aplicabilidade.
Dispositivos legais analisados. Arts. 168 do CC/02, e 3.º, 6.º e 267, VI, do CPC. (...). 2. Recurso
especial que discute a legitimidade do nu-proprietário de quotas sociais de holding familiar para
pleitear a anulação de ato societário praticado por empresa pertencente ao grupo econômico, sob a
alegação de ter sido vítima de simulação tendente ao esvaziamento do seu patrimônio pessoal. 3. O
usufruto. Direito real transitório de fruir temporariamente de bem alheio como se proprietário fosse.
Pressupõe a obrigação de preservar a substância da coisa, sem qualquer influência modificativa na
nua-propriedade, cabendo ao usufrutuário a conservação da coisa como bonus pater familias,
restituindo-a no mesmo estado em que a recebeu. 4. As nulidades decorrentes de simulação podem
ser suscitadas por qualquer interessado, assim entendido como aquele que mantenha frente ao
responsável pelo ato nulo uma relação jurídica ou uma situação jurídica que venha a sofrer uma
lesão ou ameaça de lesão em virtude do ato questionado. 5. Ainda que, como regra, a legitimidade
para contestar operações internas da sociedade seja dos sócios, hão de ser excepcionadas situações
nas quais terceiros estejam sendo diretamente afetados, exatamente como ocorre na espécie, em que
a administração da sócia majoritária, uma holding familiar, é exercida por usufrutuário, fazendo
com que os nu-proprietários das quotas tenham interesse jurídico e econômico em contestar a
prática de atos que estejam modificando a substância da coisa dada em usufruto, no caso pela
diluição da participação da própria holding familiar em empresa por ela controlada. (...)” (STJ,
REsp 1.424.617/RJ, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 16.06.2014).

Cite-se, ainda, situação de maior gravidade analisada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em que
se reconheceu que a holding familiar foi utilizada com intuito de desvio de dinheiro público,
caracterizando improbidade administrativa:

“Ação civil pública. Improbidade administrativa. Itapetininga. Hospital Regional. Gestão


terceirizada. Oscip. Fraude. Holding familiar. Patrimônio. Origem. Desvio de dinheiro público.
Fortes indícios. Indisponibilidade de bens. Possibilidade: Cabível a indisponibilidade de bens
quando presentes fortes indícios de que o patrimônio da sociedade, constituída como holding
familiar, proveio do desvio de dinheiro público” (TJSP, Agravo de Instrumento 2110897-
08.2016.8.26.0000, Acórdão 9581506, 10.ª Câmara de Direito Público, Itapetininga, Rel. Des.
Teresa Ramos Marques, j. 04.07.2016, DJESP 1.º.08.2016).

Demonstrados esses entraves e a possibilidade de configuração de fraudes, no que diz respeito ao


trust, como aponta Milena Donato Oliva, a categoria é comum nos países do sistema da Common
Law, tendo “instrumentos compatíveis com os ordenamentos da família romano-germânica”. A
autora demonstra o tratamento constante da Convenção de Haia, que reconhece na figura a presença
de um patrimônio em separado, estruturado da seguinte forma:

“Nessa esteira, a Convenção de Haia estabelece que (i) os bens em trust constituem patrimônio
separado, que não se confunde com o patrimônio pessoal do trustee; (ii) a titularidade dos bens em
trust fica em nome do trustee; (iii) o trustee tem o poder e o dever, do qual deve prestar contas, de
administrar, gerir ou dispor dos bens, de acordo com os termos do trust e com os deveres
específicos que lhe são impostos por lei; (iv) os credores pessoais do trustee não podem excutir os
bens em trust; (v) os bens em trust não serão arrecadados na hipótese da insolvência ou falência do
trustee; e (vi) os bens em trust não integram o patrimônio da sociedade conjugal nem o espólio do
trustee” (OLIVA, Milena Donato. Trust, 2018, p. 367-368).

Esclareça-se, na linha das lições da mesma doutrinadora, que o trustee é quem recebe a titularidade
das situações jurídicas conferidas em trust, sendo proprietário desses direitos e responsável pela sua
administração. Existem, ainda, duas figuras envolvidas, sendo a primeira delas o seu instituidor, que
é o settlor. A segunda é o cestui que trust, que é o beneficiário da instituição, sendo o destinatário de
todos os benefícios econômicos que derivam do trust. Como conclui a jurista por último citada, o
trust não é equiparável a qualquer instituto jurídico do ordenamento jurídico brasileiro.

A compreensão da estrutura descrita já demonstra uma série de problemas que podem surgir na
realidade jurídica brasileira, notadamente diante da existência de autonomia entre o patrimônio em
trust e os bens pessoais do trustee.

Em uma realidade social na qual prosperam mecanismos jurídicos utilizados com intuito de fraude e
a busca de sofisticados meios de blindagem patrimonial, criados para que os interessados se furtem
de dívidas antes constituídas, a instituição do trust não pode nem deve resistir perante as alegações
de simulação, fraude contra credores, fraude à execução, ou mesmo diante da possibilidade de
aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica, em qualquer uma de suas
modalidades.

Eventualmente, caso haja lesão aos bens que compõem a quota dos herdeiros necessários, pode-se
falar, ainda, em fraude à legítima, presente a nulidade absoluta da sua instituição por lesão a
preceitos de ordem pública, havendo o objetivo de fraude à lei imperativa (art. 166, inc. VI, do CC).

Ademais, parece-me que muitas vezes a instituição do trust como mecanismo de planejamento
sucessório tem como objetivo a gestão e a divisão futura de bens de uma pessoa ainda viva,
entrando em conflito com o teor do antes citado art. 426 do Código Civil. Haveria, assim, problema
similar ao que ocorre com a holding familiar e que ora descrevi.

Na verdade, para uma maior possibilidade jurídica de efetivação do planejamento sucessório, é


necessário alterar a legislação brasileira, mitigando-se a regra relativa às vedações dos pactos
sucessórios prevista na codificação privada. Esse é o melhor caminho para que o planejamento
sucessório seja concretizado na realidade jurídica brasileira, prestigiando-se a autonomia privada e a
possibilidade de as famílias buscarem as melhores estratégias para a divisão futura de seus bens.

(Tartuce, Flávio. Direito Civil: Direito das Sucessões. v.6. Grupo GEN, 2023. Pág. 616)

Atenciosamente,

Paula

Olá, Artur! Tudo bem?

A relação entre Locatário e Imobiliária e entre Locador e Locatário é contratual, calcada


na Lei de Locações. Por outro lado, a relação entre Locadora e Imobiliária é tipicamente
consumerista, sendo a dona do imóvel consumidora que paga pelos serviços prestados
pela imobiliária, fornecedora, incidindo, nesse caso, o CDC.
Atenciosamente,

Paula

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy