Dietoterapia Bases
Dietoterapia Bases
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Isabel Cristina Chagas Barbin
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-8482-656-8
CDD 613.2
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Introdução à dietoterapia
Convite ao estudo
O estudo da introdução à dietoterapia permitirá a você, aluno,
conhecer alguns conceitos da avaliação nutricional de pacientes
hospitalizados, bem como os tipos de dietas utilizadas no meio
hospitalar, podendo, assim, compreender os cuidados nutricionais
que devem ser observados durante o tratamento.
U1 - Introdução à dietoterapia 9
A desnutrição pode ser definida como qualquer desequilíbrio
nutricional envolvendo a subnutrição e a obesidade, porém, o
termo desnutrição tem sido comumente usado como sinônimo de
subnutrição, verificado em indivíduos que carecem de quantidade
adequada de calorias, proteínas ou outro nutriente para manutenção
das funções orgânicas e reparo tecidual. Seu diagnóstico é complexo e
várias ferramentas podem ser utilizadas para avaliar o estado nutricional.
Assimile
Tão importante quanto diagnosticar a desnutrição é realizar a avaliação
nutricional do paciente hospitalizado. A falta do diagnóstico nutricional
adequado é prejudicial para a definição do tratamento correto do
paciente e, consequentemente, para sua recuperação.
10 U1 - Introdução à dietoterapia
alterações metabólicas, além de detectar previamente os riscos
à saúde associados aos níveis excessivamente altos ou baixos de
gordura corporal total e redução de massa muscular.
Reflita
A massa tecidual humana pode ser quimicamente separada em dois
grupos: massa gorda (gordura corporal) e massa magra (massa livre
de gordura). Extraindo a gordura corporal do peso total do indivíduo,
obtém-se a massa magra, que, por sua vez, é constituída por proteínas,
água intra e extracelular e conteúdo mineral ósseo.
Exemplificando
A técnica das pregas cutâneas é o método mais utilizado na rotina
clínica para avaliar a composição corporal do indivíduo devido ao seu
baixo custo operacional, por se tratar de um método não invasivo e por
ser de fácil utilização. Nessa técnica, a composição corporal é estimada
utilizando-se a somatória de quatro pregas cutâneas: bicipital, tricipital,
subescapular e suprailíaca.
Pesquise mais
Saiba mais sobre os tipos de exames bioquímicos utilizados na
prática clínica para avaliação nutricional. Disponível em: <http://www.
projetodiretrizes.org.br/9_volume/triagem_e_avaliacao_do_estado_
nutricional.pdf> Acesso em: 20 fev. 2016.
U1 - Introdução à dietoterapia 11
Vários métodos podem ser aplicados para avaliar o consumo
alimentar dos indivíduos. Não existe um método de avaliação
dietética ideal. Os fatores que determinam qual o melhor método
a ser utilizado nas diferentes situações são a população-alvo e o
propósito da investigação, ou seja, o tipo de informação que se
quer obter (nutrientes, alimentos, grupos de alimentos, padrões
dietéticos etc.).
Reflita
Diante de tantos métodos para avaliar o consumo alimentar do
indivíduo, não seria interessante conhecer as vantagens e desvantagens
de cada um deles antes de decidir qual método utilizar?
12 U1 - Introdução à dietoterapia
Quadro 1.1 | Sinais indicativos de alterações no estado nutricional
Possível deficiência/
Local Sinais
doença
perda do brilho natural,
seco; fino e esparso; Kwashiorkor e, menos
Cabelo
despigmentado; fácil de comum, marasmo
arrancar sem dor
cegueira noturna
manchas de bitot vitamina A e zinco
inflamação vitamina A
Olhos vermelhidão e fissuras riboflavina, vitamina A
nos epicantos riboflavina, piridoxina
defeito no campo da vitamina E
retina
inflamação na superfície riboflavina, piridoxina,
do lábio e cantos da boca niacina
língua inflamada
ácido nicotínico, ácido
língua vermelha brilhante fólico, riboflavina, vitamina
fissura na língua B12, piridoxina, ferro
Boca
atrofia das papilas riboflavina
redução da sensibilidade niacina
ao sabor riboflavina, niacina, ferro
sangramento gengival zinco
perda de esmalte do vitamina C
dente flúor, zinco
ressecamento
vitamina A
pequenos sangramentos
vitamina C
hiperpigmentação
niacina
palidez
ferro, vitamina 12, folato
seborreia nasolabial
Pele riboflavina
dermatose vulvar e
riboflavina
escrotal
Kwashiorkor
descamação
ácido nicotínico
pelagra
vitamina K, vitamina C
machuca-se facilmente
quebradiças, rugosas, em
Unhas ferro
formato de colher
Edema Kwashiorkor
Tecido subcutâneo
gordura abaixo do normal inanição, marasmo
fraqueza do músculo
Tórax proteína, fósforo
respiratório
U1 - Introdução à dietoterapia 13
fígado ou baço
Sistema gastrintestinal Kwashiorkor
aumentado
desgaste muscular
ossos do crânio frágeis, inanição, marasmo
edema na frente e lateral Kwashiorkor
da cabeça
Sistema alargamento epifásico, vitamina D
musculoesquelético persistência da abertura
da fontanela anterior e vitamina D, vitamina C
perna em X tiamina
rosário raquítico
frouxidão das panturrilhas
Kwashiorkor
alteração psicomotora tiamina, vitamina B12
fraqueza motora niacina, vitamina B12,
demência tiamina
Sistema nervoso
neuropatia periférica tiamina, piridoxina,
tetania vitamina E
desorientação aguda cálcio, magnésio
fósforo, niacina
aumento do coração,
Sistema cardiovascular tiamina
taquicardia
Vocabulário
Kwashiorkor: desnutrição predominantemente proteica.
14 U1 - Introdução à dietoterapia
Tetania: distúrbio caracterizado por contrações musculares tônicas
intermitentes, acompanhadas de tremores, paralisias e dores
musculares, devido a problemas gastrintestinais ou à deficiência
de sais de cálcio.
• Alteração de peso.
• Aparecimento de edema.
• Bem-nutrido.
• Moderadamente desnutrido.
• Gravemente desnutrido.
U1 - Introdução à dietoterapia 15
Pesquise mais
Conheça o questionário da ASG. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/%0D/abc/v87n6/14.pdf>. Acesso em: 4 mar. de 2016.
Lembre-se
Tabagismo e consumo de álcool são fatores de risco fortemente
relacionados ao câncer de esôfago.
Atenção
Pense o que seria aplicável de acordo com dados obtidos: sinais de
palidez; queixa de dificuldade e dor para engolir alimentos sólidos e perda
de 10 kg do seu peso em dois meses: peso usual, 58 Kg; peso na admissão
hospitalar, 45,9 Kg; estatura, 1,62 m; circunferência do braço, 25 cm; dobra
cutânea tricipital, 7,5 mm e circunferência muscular do braço, 22,6 cm.
16 U1 - Introdução à dietoterapia
Os métodos indicados para avaliar o estado nutricional de
Rafael são: avaliação antropométrica, consumo alimentar, exame
físico e avaliação subjetiva global.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no convite ao
estudo, vamos avançar no no assunto a seguir.
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve ler o texto indicado no item
Pesquise mais deste livro didático. Ele trata dos tipos de exames
bioquímicos utilizados na prática clínica para avaliação nutricional.
U1 - Introdução à dietoterapia 17
Resolução da situação-problema
a) Obesidade
b) Subnutrição
c) Desequilíbrio nutricional
d) Emagrecimento
e) Fraqueza
a) Primeiro
b) Segundo
18 U1 - Introdução à dietoterapia
c) Terceiro
d) Quarto
e) Quinto
U1 - Introdução à dietoterapia 19
Seção 1.2
Métodos de avaliação nutricional
Diálogo aberto
Caro aluno, seja bem-vindo! Agora, você iniciará seus estudos
sobre os métodos de avaliação nutricional.
Antes de começarmos a falar sobre o assunto, vamos voltar à
situação apresentada no convite ao estudo. No caso apresentado,
Rafael foi admitido no hospital com sinais de palidez, queixa de
dificuldade e dor para engolir alimentos sólidos, além de perda de
10 kg do seu peso em dois meses. Após realizar alguns exames,
ele foi diagnosticado com câncer de esôfago e encaminhado para
o setor de internação, onde realizará o tratamento. Na avaliação
antropométrica, foram obtidos os seguintes dados: peso usual,
58 Kg; peso na admissão hospitalar, 45,9 Kg; estatura, 1,62 m;
circunferência do braço, 25 cm; dobra cutânea tricipital, 7,5 mm e
circunferência muscular do braço, 22,6 cm.
Imaginando que você trabalhasse no setor de internação e fosse
o nutricionista responsável pela avaliação nutricional, segundo os
dados obtidos, qual seria o diagnóstico nutricional de Rafael?
Para ser capaz de resolver a situação, você deverá
compreender os aspectos relacionados à aplicação dos
métodos de avaliação nutricional.
20 U1 - Introdução à dietoterapia
condição nutricional e, por isso, torna-se necessária a realização
de um conjunto de procedimentos para a sua análise.
Assim, a avaliação da condição nutricional envolve a
interpretação de múltiplos indicadores para a definição de um
diagnóstico nutricional, a coleta de informações para a elaboração
do plano de intervenção e o monitoramento do ajuste da
intervenção nutricional, pois a intervenção adequada leva a um
melhor prognóstico, reduz índices de morbimortalidade, período
de internação e complicações hospitalares.
HISTÓRIA ALIMENTAR
A história alimentar consiste em uma extensa entrevista na
qual um indivíduo fornece informações detalhadas sobre seu
hábito alimentar. Em geral, a história alimentar inclui informações
similares às coletadas pelo recordatório de 24 horas e o
questionário de frequência alimentar, além de outras informações,
como tratamento dietético anterior, preferências, intolerâncias ou
aversões alimentares, apetite, número de refeições diárias, local e
horário das refeições, prática de atividade física etc. Esse método
avalia as mudanças sazonais, fornece uma completa e detalhada
U1 - Introdução à dietoterapia 21
descrição qualitativa e quantitativa do consumo alimentar,
minimiza as variações que ocorrem no cotidiano e fornece uma
boa descrição da ingestão usual, mas requer um nutricionista
treinado, resulta da memória do investigado e, por se tratar de
uma extensa entrevista, exige tempo.
EXAME FÍSICO
O exame físico fornece uma interpretação única da evolução
da condição nutricional associado com outros componentes
da avaliação nutricional. Pode ainda facilitar a observação de
deficiências nutricionais ou piora funcional, que podem influenciar
a condição nutricional e que, muitas vezes, podem ser perdidas na
entrevista. Deve ser efetuado da cabeça aos pés, com a finalidade
de estabelecer o estado nutricional do paciente.
Assim, ao final do exame físico, o avaliador adquire diversas
informações indispensáveis para o diagnóstico nutricional, tais como:
• Se o paciente está acima ou abaixo do seu peso habitual.
• Sinais de depleção nutricional: redução de tecido
subcutâneo na face, depósito de gordura na bochecha,
tríceps, coxas e cintura.
• Redução de massa muscular nos músculos quadríceps
e deltoide.
• Existência de edema em membros inferiores, região
sacral e ascite.
• Existência de desidratação na análise do pulso e pele.
• Mudança da coloração de mucosas, pele e conjuntiva para
diagnosticar carências de vitaminas e minerais.
Assimile
O exame físico integra a avaliação nutricional e sua finalidade é contribuir
no diagnóstico nutricional junto às outras ferramentas de avaliação.
ANTROPOMETRIA
Peso
22 U1 - Introdução à dietoterapia
Peso é a somatória dos constituintes corporais e contempla o
equilíbrio proteico-energético do paciente. Para sua obtenção,
usa-se uma balança de plataforma ou eletrônica, o paciente
deverá posicionar-se em pé, no centro da balança, descalço e
com roupas leves.
Na impossibilidade de aferir o peso atual, utiliza-se a fórmula para
estimar.
Homens = [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE)]
– 81,69
Mulheres = [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE)]
– 62,35
Em que: CP: circunferência da panturrilha; AJ: altura do joelho; CB:
circunferência do braço; DCSE: dobra cutânea subescapular.
Reflita
Você já parou para pensar em como poderia estimar o peso de um
paciente amputado?
>120 Obesidade
U1 - Introdução à dietoterapia 23
A perda involuntária de peso é uma informação considerável
para investigar a magnitude do problema de saúde, vista sua
elevada relação com a mortalidade. A indicação da mudança de
peso é realizada pela fórmula: % perda de peso = (peso usual –
peso atual) x 100. A porcentagem obtida proporciona a relevância
da redução de peso em relação ao tempo. Para classificar a perda
de peso em relação ao tempo, veja o Quadro 1.3.
Quadro 1.3 | Perda de peso em relação ao tempo
Perda significativa de
Tempo Perda grave de peso (%)
peso (%)
1 mês 5 >5
6 meses 10 >10
Estatura
Estatura é a medida utilizando o estadiômetro. O paciente deve
ficar em pé, descalço com os calcanhares juntos, costas retas e os
braços estendidos ao lado do corpo.
Em pacientes acamados, há dificuldade em calcular a estatura.
Para isso, é utilizada a estimativa através de uma fórmula em que
se usa a medida da altura do joelho. O paciente deverá estar em
decúbito dorsal ou sentado o mais perto possível do limite da
cadeira, e o joelho deve perfazer um ângulo de 90°.
Homens = [64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 x altura do joelho em cm)]
Mulheres = [84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm)]
24 U1 - Introdução à dietoterapia
interpretação dos pontos de corte de IMC em associação com
outros fatores de risco.
Quadro 1.4 | Classificação do estado nutricional em adultos, segundo o IMC
U1 - Introdução à dietoterapia 25
Quadro 1.6 | Interpretação dos parâmetros do braço
26 U1 - Introdução à dietoterapia
Pesquise mais
Conheça os valores de referência de Frisancho para avaliar a
circunferência do braço, circunferência muscular do braço e dobra
cutânea tricipital em tabela de percentis. Disponível em: <http://www.
ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/Laboratorios/Centro
deEstudosePraticasemNutricao-CEPRAN/nutricao-manual-adulto---
cepran.pdf>. Acesso em: 25 maio 2016.
Exemplificando
Considere um indivíduo do gênero masculino, 48 anos, com
circunferência do braço de 25 cm e percentil 50 para esta circunferência
de 32,6 cm.
EXAMES BIOQUÍMICOS
U1 - Introdução à dietoterapia 27
são de fácil realização e de baixo custo. A hipoalbuminemia, a anemia
e alterações nos valores antropométricos estão relacionadas com
a evolução da doença e são marcadores de gravidade, pois têm
relação com a atividade da doença e com a desnutrição.
Atenção
Para realizar o diagnóstico nutricional, você deverá organizar e analisar
as informações obtidas na avaliação.
28 U1 - Introdução à dietoterapia
Vamos organizar os dados obtidos e realizar algumas tarefas que
lhe ajudarão a realizar seu diagnóstico nutricional.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no convite ao
estudo, vamos avançar no assunto a seguir.
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve conhecer os métodos de
avaliação do consumo alimentar.
U1 - Introdução à dietoterapia 29
Resolução da situação-problema
a) 21
b) 23
c) 24
d) 25
e) 26
30 U1 - Introdução à dietoterapia
3. Qual é a medida que classifica a somatória de todos os componentes
corporais e que contempla o equilíbrio proteico-energético do indivíduo?
Assinale a alternativa correta:
U1 - Introdução à dietoterapia 31
Seção 1.3
Tipos de dietas hospitalares
Diálogo aberto
Caro aluno, seja bem-vindo! A partir de agora, você iniciará seus
estudos sobre os tipos de dietas hospitalares.
Antes de começarmos a falar sobre o assunto, vamos voltar à
situação apresentada no convite ao estudo. No caso apresentado,
Rafael foi admitido no hospital com sinais de palidez, queixa de
dificuldade e dor para engolir alimentos sólidos e perda de 10 kg
do seu peso em dois meses. Nega diabetes e hipertensão, relata
ser tabagista há 20 anos e ex-etilista. Após realizar alguns exames,
ele foi diagnosticado com câncer de esôfago e encaminhado para
o setor de internação, onde realizará o tratamento. Na avaliação
antropométrica, foram obtidos os seguintes dados: peso usual,
58 Kg; peso na admissão hospitalar, 45,9 Kg; estatura, 1,62 m;
circunferência do braço, 25 cm; dobra cutânea tricipital, 7,5 mm e
circunferência muscular do braço, 22,6 cm.
Imaginando que você fosse o nutricionista responsável pelo
setor de internação em que Rafael se encontra, qual consistência
de dieta você indicaria para ele?
Para ser capaz de resolver a situação, você deverá compreender
os aspectos relacionados aos tipos de dietas hospitalares.
32 U1 - Introdução à dietoterapia
refeições. A higiene alimentar promove a saúde e evita toxinfecções,
pois ocorrências desse tipo podem colocar em risco todo o
investimento no tratamento ao paciente.
As dietas hospitalares orais recebem diferentes classificações
para atender às necessidades individuais de cada paciente. Dividem-
se em normais, modificadas e especiais.
São consideradas dietas normais aquelas elaboradas a partir
do padrão de alimentação que assegura a manutenção da saúde,
nelas podem ser consumidos todos os alimentos. Essas são
chamadas habitualmente de dieta geral, a partir das quais, pela
modificação da consistência de alguns alimentos, possibilitam
favorecer a ingestão, digestão e absorção, denominadas as dietas
branda, pastosa, leve e líquida.
DIETAS NORMAIS
Geral: é indicada para qualquer indivíduo sem restrições a
qualquer tipo de alimento ou consistência. Como todos os alimentos
são permitidos, não há exclusão de alimentos. Tem característica
normoglicídica, normoproteica e normolipídica e é distribuída em 5
a 6 refeições diárias.
Branda: é similar à dieta geral, mas de consistência macia,
abrandada por cocção, sendo excluídos condimentos fortes, frituras,
embutidos, doces concentrados, bebidas gaseificadas, hortaliças cruas
e grão das leguminosas. É usada comumente como transição para a
dieta geral para indivíduos com problemas mecânicos e para facilitar o
trabalho digestivo. Tem característica normoglicídica, normoproteica e
normolipídica e é distribuída em 5 a 6 refeições diárias.
Pastosa: tem consistência macia, abrandada pela cocção,
com alimentos moídos, triturados, em forma de purês, para que
possam ser mastigados e deglutidos com pouco esforço. Devem
ser excluídos todos os alimentos da dieta branda, carnes inteiras ou
em pedaços, pão francês, pão de forma integral, hortaliças cozidas
em pedaços e frutas inteiras. Tem característica normoglicídica,
normoproteica e normolipídica e é distribuída em 5 a 6 refeições
por dia.
Leve: tem consistência semilíquida, abrandada pela cocção,
sendo oferecida sopa no almoço e no jantar, para que os alimentos
U1 - Introdução à dietoterapia 33
possam ser mastigados e deglutidos com pouco esforço e em
casos em que a função gastrointestinal esteja moderadamente
alterada. Devem ser excluídos todos os alimentos da dieta branda e
pastosa, exceto biscoitos e frutas cruas e macias. Tem característica
hiperglicídica, normoproteica e hipolipídica e é distribuída em 5 a 6
refeições por dia. Por ser uma dieta de baixa caloria, sua utilização
em longo prazo deve ser monitorada devido à ocorrência de
carência de nutrientes.
Líquida: tem consistência liquida. É utilizada em períodos curtos,
quando há restrição da função digestiva, problemas mecânicos do
trato digestivo superior, preparo de exames e também no pré e pós-
operatório. São permitidos apenas os alimentos líquidos ou que se
liquefazem na boca, como sopa líquida coada, caldo, suco de fruta
coado, gelatina, chá, leite, iogurte e mingau ralo. Tem característica
hiperglicídica, normoproteica e hipolipídica e é distribuída em 5 a 6
refeições por dia. Se for utilizada por períodos prolongados, torna-se
necessário o acompanhamento contínuo do paciente para verificar
a necessidade de suplementação nutricional.
Figura 1.1 | Progressão de consistência das dietas normais
Fonte: iStock.
34 U1 - Introdução à dietoterapia
DIETAS MODIFICADAS
Assimile
As dietas modificadas, independente de sua consistência, são utilizadas
para promover repouso intestinal.
U1 - Introdução à dietoterapia 35
Exemplificando
As dietas especiais podem ser prescritas em diferentes
consistências. Assim, uma dieta hipossódica poderá ser prescrita
como: geral hipossódica, branda hipossódica, leve hipossódica ou
líquida hipossódica.
DIETAS ESPECIAIS
36 U1 - Introdução à dietoterapia
Reflita
A dieta hipossódica apresenta um dos menores índices de adesão
no ambiente hospitalar. Os principais aspectos que envolvem a
rejeição dessa dieta são a palatabilidade das preparações, associada
à ausência de sal, mas, com a aplicação de algumas técnicas simples
de gastronomia, essa dieta pode ser mais bem aceita. O uso amplo
de ervas confere sabor aos alimentos e uma das alternativas é usar o
sachet d’Épice, por exemplo, que é um saquinho de gaze com ervas e
especiarias utilizado para aprimorar ainda mais o perfume dos pratos e
dar sabor às preparações. Há ainda o meripoix, um refogado de legumes
picados, misturados com cebola e alho-poró, que criam um fundo
para os alimentos. Esse fundo atua como um caldo de galinha ou de
carne, porém sem conservantes. Além disso, há os finalizadores, que
também agregam sabor aos alimentos, como o sal de ervas, em que são
misturados diversos tipos de ervas e utilizados em substituição ao sal.
U1 - Introdução à dietoterapia 37
Alimentos pobres em potássio
Frutas Hortaliças
Pesquise mais
Pesquise mais sobre a obstipação intestinal. Disponível em: <http://
www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5582>.
Acesso em: 21 mar. 2016.
38 U1 - Introdução à dietoterapia
Sem medo de errar
Atenção
Para determinar qual é a consistência da dieta indicada para o caso,
você deverá avaliar quais são as dificuldades apresentadas por Rafael
em relação à sua alimentação.
Avançando na prática
U1 - Introdução à dietoterapia 39
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver essa situação, você precisará investigar se o estado
nutricional e diagnóstico de Rafael necessita de alguma alteração de
nutriente que justifique prescrever uma dieta especial.
Resolução da situação-problema
40 U1 - Introdução à dietoterapia
Avançando na prática
1. Qual é a progressão de consistência das dietas hospitalares?
a) Geral
b) Leve
c) Líquida
d) Pastosa
e) Branda
U1 - Introdução à dietoterapia 41
Seção 1.4
Aplicação das dietas hospitalares
42 U1 - Introdução à dietoterapia
Apesar da percepção do valor da dieta, que, para o paciente,
está estritamente relacionada à cura de sua doença, o papel da
alimentação vai além de suprir calorias e auxiliar na recuperação e/
ou manutenção do seu estado nutricional. Ela também tem caráter
afetivo, pois possui o propósito de atenuar o sofrimento gerado
no período de internação, em que o indivíduo se desloca de suas
atividades e dos papéis desempenhados na família, na comunidade
e nas relações de trabalho.
Pesquise mais
Pesquise mais sobre como a gastronomia hospitalar auxilia nos
aspectos emocionais. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
artigos/gastronomia_hospitalar_auxiliando_reducao_desnutricao_
pacientes.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2016.
U1 - Introdução à dietoterapia 43
Assimile
A dieta geral também é conhecida por dieta livre ou dieta normal.
44 U1 - Introdução à dietoterapia
gordurosos, ovos fritos, carnes gordurosas, embutidos, frituras,
grãos de leguminosas, saladas cruas, frutas cruas (com exceção
do mamão, banana, maçã e pera sem casca), doces concentrados,
biscoitos recheados, bolos confeitados e bebidas gaseificadas.
São permitidos: leites, iogurtes, queijos magros, ovos cozidos e
pochê, carnes grelhadas, assadas e cozidas, caldos de leguminosas,
hortaliças cozidas, frutas cozidas em forma de papa, purê ou creme,
arroz, macarrão, batata, pães, doces como gelatina, flans, pudins,
frutas em calda, bolos simples, café, chás e sucos. O Quadro 1.10
mostra um exemplo de dieta branda.
Quadro 1.10 | Exemplo de dieta branda
U1 - Introdução à dietoterapia 45
Tem característica normoglicídica, normoproteica e
normolipídica e é distribuída em 5 a 6 refeições diárias.
Café da manhã café com leite; pão bisnaga com margarina; papa de fruta
Ceia mingau
Fonte: elaborado pela autora.
46 U1 - Introdução à dietoterapia
clínica do paciente não exija modificações com relação à
consistência, essa dieta deve ser desaconselhada.
U1 - Introdução à dietoterapia 47
absorção e evacuação, sendo indicada aos pacientes que necessitem
de alimentação restrita quanto à consistência, nos casos de
dificuldade de mastigação e deglutição, em alguns pós-operatórios
tais como cirurgias de cabeça e pescoço, entre outras. Nos casos
em que a condição clínica do paciente não exija modificações com
relação à consistência, essa dieta deve ser desaconselhada.
Exemplificando
Os pós-operatórios mais realizados nas cirurgias de cabeça e pescoço
são a tireoidectomia, cirurgias de glândulas salivares e tumores da boca
e da laringe.
Reflita
Uma estratégia comumente utilizada para aumentar o aporte
de proteínas dessa dieta nos casos infecciosos, em períodos de
convalescença ou em outros casos em que seja desejável o aumento
do aporte proteico, é adicionar o módulo de proteína em pó nas
preparações. Assim, torna-se possível oferecer uma maior quantidade
de proteínas sem alterar a consistência da dieta.
48 U1 - Introdução à dietoterapia
Sem medo de errar
Atenção
Antes de sugerir o cardápio para Rafael, você deverá definir o número
de refeições a serem oferecidas e lembrar qual foi a consistência de
dieta indicada para ele.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no convite ao
estudo, vamos avançar no assunto a seguir.
Descrição da situação-problema
U1 - Introdução à dietoterapia 49
tumor e você realizou uma visita de rotina, com o objetivo de avaliar a
aceitação do cardápio proposto. Durante a conversa, ele referiu sentir
ainda dificuldade e dor para engolir os alimentos, com sensação de
que os alimentos ficavam entalados em sua garganta.
Lembre-se
Para resolver essa situação, você precisará conhecer as possíveis
consistências de dietas utilizadas em pós-operatórios, como o de
Rafael, e associá-las com as queixas apresentadas.
Resolução da situação-problema
50 U1 - Introdução à dietoterapia
2. Qual é a dieta que tem como um de seus objetivos hidratar o paciente?
a) Geral.
b) Leve.
c) Líquida.
d) Pastosa.
e) Branda.
a) Branda.
b) Hipoproteica.
c) Geral.
d) Hipogordurosa.
e) Hipocalórica.
U1 - Introdução à dietoterapia 51
Referências
AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia nutricional. São Paulo: Atheneu, 2005.
AZEVEDO, L. C. et al. Prevalência de desnutrição em um hospital geral de grande
porte de Santa Catarina/Brasil. Arquivos Catarinenses de Medicina, Santa Catarina,
2006. p. 89-96. v. 35.
BORGHI, R. et al. Perfil nutricional de pacientes internados no Brasil: análise de 19.222
pacientes (Estudo BRAINS). Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 28, n. 4, p. 255-
263, out./dez. 2013.
CHEMIN, S. M.; MURA, J. D. P. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São
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CREFF, A. F. Manual de dietética na clínica médica atual. São Paulo: Metha, 2005.
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FIDELIX, M. S. P. Associação Brasileira de Nutrição (Orgs.). Manual Orientativo:
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WILLIAMS, S. R. Fundamentos de nutrição e dietoterapia. 6. ed. Porto Alegre: Artes
Medicas, 1997.
Unidade 2
Plano de atendimento
nutricional
Convite ao estudo
O estudo do plano de atendimento nutricional permitirá
a você, aluno, conhecer alguns conceitos da dietoterapia e
sua aplicação prática, aprender sobre o conceito, legislação,
importância e atuação da Equipe Multiprofissional de Terapia
Nutricional (EMTN), assim como compreender o fluxo de
funcionamento de um lactário.
Assimile
Ao elaborar a prescrição dietética, o nutricionista deverá considerar
o paciente globalmente, obedecendo as suas condições clínicas,
individuais, socioeconômicas, religiosas e culturais; analisar
diagnósticos, laudos e posicionamento dos outros membros da
equipe multiprofissional, definindo com estes, quando conveniente, os
métodos complementares à prescrição dietética; e seguir os princípios
da bioética.
Exemplificando
São exemplos de informações coletadas na anamnese alimentar: nome,
gênero, idade, nacionalidade, endereço, profissão, peso, estatura,
circunferências, dobras cutâneas, história clínica, queixa, antecedentes
médicos e familiares, dietas pregressas e inquéritos de consumo alimentar.
Reflita
Como não existe um método de avaliação dietética ideal, é
importante conhecer a população-alvo e o tipo de informação
dietética que se pretende obter para determinar qual o melhor
método a ser utilizado.
Pesquise mais
Saiba mais sobre os métodos de avaliação dietética utilizados na
prática clínica, disponível em: <http://www.nutricaoempauta.com.br/
lista_artigo.php?cod=363>. Acesso em: 30 jun. 2016.
Atenção
Os dados coletados em um atendimento nutricional são: dados
pessoais, de estilo de vida, clínicos, antropométricos e dietéticos.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve ler o item Pesquise mais indicado
nesta seção, sobre os métodos de avaliação dietética utilizados na
prática clínica.
Resolução da situação-problema
a) Doenças
b) Alimentação
c) Desnutrição
d) Saúde
e) Nutrição
Pesquise mais
Conheça o instrumento de triagem nutricional NRS-2002, disponível em:
<http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/
viewFile/14/11>. <http://espen.info/documents/screening.pdf>. Acesso
em: 30 jun.2016.
Nível Descrição
Exemplificando
Na classificação dos níveis de assistência de nutrição, são exemplos de
doenças de base que não exigem cuidados dietoterápicos específicos
(nível primário): pneumonia, gripe e conjuntivite; doenças de base
que exigem cuidados dietoterápicos específicos (nível secundário):
disfagia, diabetes e hipertensão; doenças de base que exigem cuidados
dietoterápicos especializados (nível terciário): prematuridade, baixo
peso ao nascer e erros inatos do metabolismo.
DIAGNÓSTICO DE NUTRIÇÃO
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
ACOMPANHAMENTO
GESTÃO
- manuais de procedimentos;
Reflita
Você já parou para pensar em como anotações desorganizadas,
superficiais e ilegíveis no prontuário podem refletir no descrédito do
profissional e dificultar o trabalho da equipe?
Lembre-se
A triagem nutricional é o primeiro passo a ser realizado no plano de
atendimento nutricional.
Atenção
Para identificar se a paciente apresenta risco nutricional, você deverá
aplicar o questionário de triagem nutricional NRS-2002, indicado no
item Pesquise Mais desta seção.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no convite ao
estudo, vamos avançar no no assunto a seguir:
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Diálogo aberto
Caro aluno, seja bem-vindo! Agora você iniciará seus estudos
sobre a Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN).
Antes de começarmos a falar sobre o assunto, vamos voltar à
situação apresentada no convite ao estudo. No caso apresentado,
Clara é uma mulher de 58 anos, casada, tem dois filhos e trabalha
como bancária. Ela foi admitida no hospital com sintomas de
fraqueza muscular nos membros inferiores, cãibras, dispneia aos
pequenos esforços e alteração na fala. Nega etilismo ou tabagismo.
Refere hipertensão há 10 anos e perda de peso involuntária nos
últimos três meses em função da dispneia e da dificuldade de
deglutição. A paciente foi encaminhada ao setor de internação
para investigação de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). Na
avaliação antropométrica, foram obtidos os seguintes dados: peso
usual, 80 kg; peso na admissão hospitalar, 75 kg; estatura, 1,59 m;
circunferência do braço, 26,7 cm; dobra cutânea tricipital, 18 mm e
dobra cutânea subescapular, 19 mm. Durante a conversa, a paciente
mencionou gostar muito de batata, não consumir preparações que
contenham alho e negou qualquer alergia alimentar. Em razão da
sua dificuldade em deglutir, sua dieta é assistida pela fonoaudióloga.
A paciente realiza duas refeições ao dia em consistência pastosa
via oral: café da manhã e almoço. Por via enteral, recebe dieta em
quatro horários, com volume de 200 ml e pausa noturna.
Supondo que você fosse o nutricionista da EMTN do hospital em
que Clara está internada, quais seriam suas atribuições em relação
ao seu uso de dieta enteral?
Para ser capaz de resolver a situação, você deverá compreender
os aspectos relacionados ao conceito à legislação, à importância e
à atuação da EMTN, bem como conhecer os membros da EMTN e
suas atribuições no âmbito da nutrição enteral.
Exemplificando
No ambiente hospitalar, o nutricionista clínico tem ação direta no que
se refere à TNE, já o nutricionista responsável pela produção e pelo
lactário, tem ação indireta.
Reflita
Você já parou para pensar que se a TN for utilizada de forma
adequada, esta poderá auxiliar na recuperação do estado nutricional
do paciente hospitalizado?
Pesquise mais
Conheça a Resolução RDC/Anvisa nº 63, de 6 de julho de 2000,
disponível em:
<http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/RDC%2063%20
NUTRICaO%20ENTERAL.pdf>. Acesso em: 14 maio 2016.
<http://nutricionalfarmacia.com.br/PDF/Portaria%20272-98.pdf>.
Acesso em: 14 maio 2016.
ATRIBUIÇÕES DA EMTN:
COORDENADOR CLÍNICO
MÉDICO
NUTRICIONISTA
ENFERMEIRO
FARMACÊUTICO
FONOAUDIÓLOGO
Assimile
A atuação do fonoaudiólogo junto à EMTN se faz necessária uma
vez que é ele o profissional responsável pela avaliação funcional da
deglutição e reabilitação, quando necessário. Juntos decidem se há
ou não indicação de via alternativa de alimentação quando há sinais
de disfagia orofaríngea, que, quando subdiagnosticada, pode levar o
paciente à desnutrição, desidratação, broncoaspiração, isolamento
social, além de aumentar o tempo de internação e custos hospitalares.
ASSISTENTE SOCIAL
Lembre-se
Clara recebe dieta por via enteral e por este motivo deve ser
acompanhada pela EMTN do hospital.
Atenção
Para resolver esta situação, você deverá conhecer as atribuições do
profissional nutricionista no que se refere à EMTN.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no convite ao
estudo, vamos avançar no assunto a seguir:
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Diálogo aberto
Caro aluno, seja bem-vindo! A partir de agora você iniciará seus
estudos sobre o fluxo de funcionamento de um lactário.
Antes de começarmos a falar sobre o assunto, vamos voltar à
situação apresentada no convite ao estudo. No caso apresentado,
Clara é uma mulher de 58 anos, casada, tem dois filhos e trabalha
como bancária. Ela foi admitida no hospital com sintomas de
fraqueza muscular nos membros inferiores, cãibras, dispneia aos
pequenos esforços e alteração na fala. Nega etilismo ou tabagismo.
Refere hipertensão há 10 anos e perda de peso involuntária nos
últimos três meses em função da dispneia e da dificuldade de
deglutição. A paciente foi encaminhada ao setor de internação
para investigação de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). Na
avaliação antropométrica, foram obtidos os seguintes dados: peso
usual, 80 kg; peso na admissão hospitalar, 75 kg; estatura, 1,59 m;
circunferência do braço, 26,7 cm; dobra cutânea tricipital, 18 mm e
dobra cutânea subescapular, 19 mm. Durante a conversa, a paciente
mencionou gostar muito de batata, não consumir preparações que
contenham alho e negou qualquer alergia alimentar. Em razão da
sua dificuldade em deglutir, sua dieta é assistida pela fonoaudióloga.
A paciente realiza duas refeições ao dia em consistência pastosa
via oral: café da manhã e almoço. Por via enteral, recebe dieta em
quatro horários, com volume de 200 ml e pausa noturna.
Diante dos estudos nas seções anteriores e da situação
realidade apresentada, vamos verificar se você, aluno, está apto a
aplicar os aspectos relacionados ao atendimento nutricional, para
isso, identifique quais são os tipos de dietas e quais os métodos
de avaliação nutricional infantil que podem ser utilizados em uma
unidade hospitalar.
Para ser capaz de resolver a situacao, você deverá compreender
os aspectos relacionados ao atendimento nutricional, conceitos
Reflita
Tratando do público infantil hospitalizado, as crianças menores de
cinco anos são mais vulneráveis às doenças de origem alimentar pela
imaturidade do sistema intestinal e do sistema imunológico, e no
ambiente hospitalar torna-os mais vulneráveis do que a população
sadia. A oferta de alimento inadequado ao paciente pode promover
danos irreparáveis à sua saúde, além de prejuízos de natureza diversa
para o hospital.
Pesquise mais
Pesquise mais sobre as instalações de um lactário de acordo com as
resoluções, disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2002/50_02rdc.pdf>.
Vestiário
Armazenamento ANTESSALA
Entrada do Enxaguamento
pessoal no berçário
Escovação Escrivaninha
Guarda no
refrigerador Recebimento
LIMPEZA
Resfriamento Maceração
PREPARO
Pesagem e
Fervura de
mistura
Aquecimento bicos Lavagem
terminal
Enxaguamento
Colocação de Colocação de
Enchimento Rotulagem
protetores bicos
Escoamento
Assimile
As mamadeiras ficam no banho-maria até que sejam distribuídas, pois
além de tratar-se de um aquecimento por imersão em água fervente,
permite o esfriamento da água, o que assegura a distribuição das
fórmulas em temperatura ideal e regular.
Exemplificando
A não higienização das mãos por parte do lactarista antes do preparo
e envase de fórmulas lácteas e não lácteas, comumente resulta na
contagem alta de microrganismos nos resultados de testes biológicos
de amostras.
Atenção
Para ser capaz de resolver a situação, você deverá ampliar seus
conhecimentos por meio de pesquisa sobre o atendimento
nutricional infantil.
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Passados alguns dias, Clara teve uma piora de sua deglutição e, por
isso, a fonoaudióloga que a acompanha, indicou que sua alimentação
fosse feita exclusivamente por via enteral.
Lembre-se
Para resolver essa situação, você precisará conhecer o fluxo de dietas
enterais de um lactário.
a) Antessala. d) Recolhimento.
b) Distribuição. e) Preparo.
c) Limpeza.
a) Recolhimento.
b) Distribuição.
c) Limpeza.
d) Antessala.
e) Preparo.
CREFF, A. F. Manual de dietética na clínica médica atual. São Paulo: Metha, 2005.
CUPPARI, L. Guia de nutrição clínica no adulto. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014.
KONDRUP, J. et al. ESPEN Working Group. Nutritional Risk Screening (NRS 2002): a new
method based on an analysis of controlled clinical trials. Clinical Nutrition, v. 22, n. 3, p.
321-336, jun. 2003.
MAHAM, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 13. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.
Convite ao estudo
O estudo da Terapia de Nutrição Enteral (TNE) no enfermo
permitirá a você, aluno, conhecer o histórico, o conceito
e a legislação sobre a TNE, bem como a sua confecção, a
sua manipulação e os seus objetivos terapêuticos, permitirá
também que você compreenda os métodos de administração
da TNE e as suas fórmulas, além de aprender os cálculos de
dietas enterais via oral, enteral e/ou ostomia.
Assimile
A ingestão oral pode estar parcial ou totalmente comprometida nos
casos de inconsciência, anorexia, trauma, lesões orais, neoplasias,
depressão grave, queimaduras, entre outros.
Reflita
Pensando no perfil de pacientes que se beneficiam com a dieta enteral,
como enfermos graves, desnutridos, queimados, disfágicos, os quais
já são organicamente comprometidos e que estão sujeitos a longos
períodos de internação, a administração de uma dieta eventualmente
contaminada trará muito mais prejuízo do que benefício a estas pessoas.
Pesquise mais
Saiba mais sobre os requisitos mínimos a serem exigidos para a TNE,
acessando o link disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/images/
documentos/RDC%2063%20NUTRICaO%20ENTERAL.pdf>. Acesso
em: 11 jun. 2016.
Exemplificando
A Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations
(JCAHO) é um exemplo de empresa que certifica hospitais segundo
seus padrões de qualidade.
Lembre-se
Luiz utilizou uma dieta enteral preparada.
Atenção
Os cuidados relacionados à preparação, armazenamento e transporte
devem estar de acordo com a legislação.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no “Convite
ao estudo”, vamos avançar no assunto a seguir:
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve ler o item “Pesquise mais”,
indicado nesta seção, sobre os requisitos mínimos a serem exigidos
para a TNE.
Resolução da situação-problema
a) Normal.
b) Livre.
c) Parcial ou totalmente comprometida.
d) Totalmente comprometida.
e) Regular.
Exemplificando
Um exemplo de acesso via ostomia muito utilizado é a gastrostomia
endoscópica percutânea. Esse procedimento é considerado fácil,
rápido, que pode ser realizado à beira do leito, com baixas taxas de
morbidade e que permite início rápido da nutrição enteral.
Assimile
Na administração intermitente gravitacional a dieta é administrada no
volume de 50 a 500 mL, por gotejamento, de 3 a 6 horas, precedida
e seguida por irrigação da sonda com 20 a 30 mL de água potável.
Já na administração em bolo, a dieta é administrada com auxílio de
uma seringa, 100 a 350 mL no estômago, de 2 a 6 horas, precedida e
seguida por irrigação da sonda com 20 a 30 mL de água potável.
• Inconsciência.
• Anorexia nervosa.
• Lesões orais.
• Neoplasias.
• Doenças desmielinizantes.
• Trauma.
• Alcoolismo crônico.
• Depressão grave.
• Queimaduras.
• Doença de Crohn.
• Colite ulcerativa.
• Pancreatite.
• Quimioterapia.
• Radioterapia.
• Síndrome de má absorção.
• Fístula.
• Anorexia/perda de peso.
• Crescimento deficiente.
• Desnutrição.
• Fibrose cística.
• Doenças neurológicas.
• Anomalias congênitas.
• Sangramento intestinal.
• Obstrução intestinal.
• Íleo paralítico.
• Enterocolite severa.
• Doença terminal.
Proteínas: 10-15%
Carboidratos: 50-60%
Capacidade digestiva e
Lipídeos: 25-30%
Polimérica padrão absortiva normal do trato
Isotônica
gastrointestinal
Isenta de lactose
Nutricionalmente completa
Capacidade digestiva
Proteínas: >15%
e absortiva normal do
Polimérica Isotônica
trato gastrointestinal,
hiperproteica Isenta de lactose
situações de catabolismo e
Nutricionalmente completa
desnutrição
Fibras: 5 a 14 g/dL Capacidade digestiva e
Polimérica com Isotônica absortiva normal do trato
fibras Isenta de lactose gastrointestinal e regulação
Nutricionalmente completa da função intestinal
Densidade calórica: 1,5 a 2
Capacidade digestiva e
kcal/mL
Polimérica absortiva normal do trato
Alta osmolalidade
hipercalórica gastrointestinal e restrição
Isenta de lactose
de líquidos
Nutricionalmente completa
Pesquise mais
Conheça mais sobre a classificação das fórmulas enterais no link a
seguir: Disponível em: <http://www.abran.org.br/RevistaE/index.php/
IJNutrology/article/viewFile/40/45>. Acesso em: 24 jun. 2016.
Reflita
É importante salientar que o paciente e seus familiares devem
autorizar a TNE e cabe à equipe fornecer as explicações detalhadas
da TNE indicada para o paciente, se for possível, e para seus familiares,
mostrando seus objetivos, seus riscos e possíveis complicações.
Atenção
Para escolher a melhor via de acesso é necessário levar em consideração
o período de indicação da TNE.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no Convite ao
estudo, vamos avançar no assunto, seleção da dieta.
Seleção da dieta
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve conhecer as fórmulas enterais.
a) Sonda ou ostomia.
b) Oral, sonda ou ostomia.
c) Oral ou sonda.
d) Oral, intravenosa ou sonda.
e) Ostomia ou intravenosa.
Reflita
Você já parou para pensar em como é difícil se alimentar quando se
está com dor ou mal-estar?
Assimile
Prolongar a nutrição via oral muitas vezes significa evitar a indicação
de uma via enteral ou parenteral, o que justifica qualquer esforço feito
para a manutenção da via oral como forma exclusiva de alimentação.
Você também poderá consultar em: ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE,
A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. In: JUSTINO, Sandra;
KURATA, Aijim; CARUSO, Lúcia. Avaliação do gasto energético:
calorimetria indireta. 2. ed. São Paulo: Roca/Centro Universitário São
Camilo, 2015. p.123-128.
Exemplificando
Um paciente cujo GEB seja 1.300 kcal/dia, que deambula, que esteja
internado devido a uma cirurgia para retirada de um tumor na mama e
que apresenta temperatura corporal de 38 °C terá um GET de 2.044,9
kcal/dia, conforme cálculo a seguir:
Atenção
Para resolver essa situação, você deverá conhecer as fórmulas para
calcular o GEB e o GET.
Lembre-se
Luiz é um homem de 71 kg, com altura de 1,70 m e tem 45 anos de idade.
GET = GEB x FA x FI
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no convite ao
estudo, vamos avançar no assunto a seguir:
Alteração do GET
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver esta situação-problema, você deverá conhecer o cálculo
de GET bem como os fatores que interferem e devem ser considerados
para o seu cálculo.
Resolução da situação-problema
Exemplificando
Para realizar a estimativa calórica diária de um paciente de 65 Kg com
politraumatismo, deve-se multiplicar o valor da estimativa calórica
correspondente à condição clínica deste paciente, que é de 40 kcal/
kg, pelo seu peso atual de 65 kg. Sendo assim, 40 x 65 = 2.600, então
2.600 kcal/dia é a necessidade energética estimada através da fórmula
de bolso para este paciente.
Pesquise mais
Conheça as recomendações de nutrientes da DRI, disponível em:
<https://fnic.nal.usda.gov/sites/fnic.nal.usda.gov/files/uploads/
recommended_intakes_individuals.pdf>. Acesso em 12 de jul. 2016.
Reflita
Você já parou para pensar que um paciente com sepse grave por
pancreatite terá maiores necessidades nutricionais do que um paciente
com sepse grave por celulite de membro inferior?
Saiba mais
A tentativa inicial da sepse é manter o trofismo intestinal e diminuir o
risco de translocação bacteriana, além de fornecer substrato às células
do sistema imune.
Assimile
O paciente obeso é muito suscetível à desnutrição, principalmente
proteica, com perda de massa muscular, porque a obesidade já é
um estado de resistência insulínica e a mobilização de gordura como
substrato energético também é mais difícil na obesidade.
Atenção
Para resolver esta situação você deverá conhecer a fórmula para
calcular a necessidade energética, ela é mais rápida e prática.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação-problema apresentada no
“Convite ao estudo”, vamos avançar noassunto a seguir:
Necessidade proteica
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver esta situação-problema, você deverá conhecer a
recomendação de proteínas para pacientes com estresse metabólico.
Resolução da situação-problema
a) 20 kcal/kg.
b) 20-25 kcal/kg.
c) 25-30 kcal/kg.
d) 30-35 kcal/kg.
e) 42 kcal/kg.
Convite ao estudo
O estudo da Terapia de Nutrição Parenteral (TNP) no
enfermo, permitirá a você, aluno, conhecer o histórico,
o conceito e a legislação sobre a TNP, bem como sua
indicação e contraindicação, vantagens e desvantagens, vias
de acesso, tipos de soluções, complicações e aspectos gerais
da síndrome de realimentação, além de aprender os métodos
para realização do cálculo da dieta parenteral.
Pesquise mais
Saiba mais sobre os requisitos mínimos exigidos para a TNP e sobre
boas práticas de utilização das soluções parenterais, nos links a seguir:
Exemplificando
São exemplos das situações específicas para a indicação da TNP:
Assimile
Para o cumprimento adequado das metas nutricionais, é importante
acompanhar as mudanças na condição clínica e no nível de atividade
do paciente para realizar as novas estimativas. Quando o paciente não
responder adequadamente, pode-se utilizar a calorimetria indireta para
auxiliar nos cálculos de necessidades energéticas.
NP de longo
Parâmetro Fase aguda Fase estável
prazo
Glicose no
4-6 vezes por dia 1 vez por dia 1 vez por semana
sangue
K+ 4-6 vezes por dia 1 vez por dia 1 vez por semana
Lactato do
4-6 vezes por dia 1 vez por dia 1 vez por semana
sangue
Na+ 1 vez por dia 1 vez por semana 1 vez por mês
Ca Mg2+/ 2+
1 vez por dia 1 vez por semana 1 vez por mês
Triglicerídeos 1 vez por dia 1 vez por semana 1 vez por mês
Creatinina/do
1 vez por dia 1 vez por semana 1 vez por mês
soro
Parâmetros
1 vez por dia 2 vezes por semana 1 vez por mês
urinários
Hemograma 2 vezes por semana quando indicado 1 vez por mês
Coagulação 1 vez por semana quando indicado 1 vez por mês
Vocabulário
K+: potássio no sangue.
Lembre-se
Na EMTN, cada profissional tem as suas atribuições que devem ser
exercidas conforme a legislação para garantir o sucesso da TNP.
Atenção
Para resolver esta situação, você deverá conhecer a legislação que fixa
os requisitos mínimos exigidos para a TNP.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no Convite ao
estudo, vamos avançar no no assunto a seguir:
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve ler o item Pesquise mais,
indicado neste livro sobre as boas práticas de utilização das
soluções parenterais.
Resolução da situação-problema
Pesquise mais
Veja mais sobre a administração da nutrição parenteral, disponível em:
<http://www.unidospelanutricaoclinica.com.br/pt-br/administracao-
de-nutricao-parenteral-1>. Acesso em: 13 ago. 2016.
Reflita
Uma alternativa utilizada na prática clínica para diminuir a osmolaridade
da solução parenteral, mantendo a sua densidade calórica, é substituir
certa quantidade de glicose por emulsão lipídica.
Figura 4.1 | | Vias de acesso para a TNP (PICC, sistema de portas e acesso
periférico na mão)
Pesquise mais
Conheça os dispositivos para o acesso da TNP, disponível em:
<http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&categoria=3&
id=373>. Acesso em: 14 ago. 2016.
Assimile
As situações que exigem o uso de nutrição individualizada incluem:
pacientes com insuficiência cardíaca (necessidade de NP de baixo
volume/mais concentrado), pacientes com insuficiência renal crônica
e oligúria (exige um regime de NP Na/K-restrito de volume baixo),
pacientes com insuficiência hepática (benefícios quando a NP é
enriquecida por aminoácidos de cadeia ramificada), pacientes com
falência intestinal ou alta produção de fístulas (aumento nos requisitos
para eletrólitos, vitaminas e oligoelementos).
Exemplificando
Um exemplo de complicação metabólica mais frequente entre
os pacientes é a hiperglicemia, que está associada à resistência à
insulina secundária, diabetes, uso de drogas hiperglicemiantes como
catecolaminas e glicocorticoides, pancreatite e pancreatectomia.
Lembre-se
A equipe optou pelo acesso venoso periférico para administrar a
nutrição parenteral na paciente.
Atenção
O tipo e o local de acesso têm relação com o volume, a composição
e a concentração da solução utilizada.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no Convite ao
estudo, vamos avançar no no assunto a seguir:
Complicações da TNP
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve conhecer as complicações
da TNP, além de entender os aspectos relacionados à prevenção
e tratamento.
Resolução da situação-problema
a) Central.
b) Periférica na mão.
c) Intramuscular.
d) Periférica no antebraço.
e) Subcutânea.
Exemplificando
Quando um paciente desnutrido grave recebe o suporte nutricional
sem os cuidados adequados e/ou superestimados, ocorre expansão
do volume extracelular devido a um equilíbrio do sódio e equilíbrio
hídrico positivos, podendo causar um edema de declive neste paciente.
Pesquise mais
Veja mais sobre as manifestações clínicas na síndrome de realimentação,
disponível em: <http://www.nutricritical.com/core/files/figuras/file/
artigo%2022%20de%20abril.pdf>. Acesso em: 21 set. 2016.
Paciente apresenta uma ou mais das Paciente apresenta duas ou mais das
seguintes características: seguintes características:
IMC <16kg/m2 IMC <18,5kg/m2
Perda de peso não intencional >15% em Perda de peso não intencional >10% em
3-6 meses. 3-6 meses.
Abstinência de alimentos ou apenas Abstinência de alimentos ou apenas
ingestão mínima >10 dias. ingestão mínima >5 dias.
Histórico de abuso de álcool ou de
Níveis baixos de potássio, fosfato ou
administração de insulina, quimioterapia,
magnésio antes da alimentação.
antiácidos ou diuréticos.
Fonte: NICE (2006).
Reflita
A atuação da EMTN é primordial na gestão de qualidade para o
manejo da síndrome de realimentação, pois cabe a ela estabelecer
as diretrizes técnico-administrativas, assegurar as condições ideais de
todas as etapas, capacitar profissionais com educação continuada,
estabelecer protocolos e controles de avaliação, indicação e prescrição
nutricionais, documentar os resultados, promover auditorias periódicas
e desenvolver e atualizar procedimentos.
Lembre-se
A paciente está em jejum há três dias e a equipe acabou de liberar sua
dieta parenteral.
Atenção
Os cuidados com a realimentação variam de acordo com os dias.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no Convite ao
estudo, vamos avançar no assunto a seguir:
Descrição da situação-problema
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve conhecer os critérios para a
identificação de pacientes em risco de síndrome de realimentação.
Resolução da situação-problema
Assimile
Na calorimetria indireta, a oxidação de carboidratos, proteínas e gorduras
é determinada com base nas medições de consumo de oxigênio
(VO2) e produção de dióxido de carbono (VCO2), respectivamente. O
consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono podem ser
medidos na respiração espontânea e em pacientes entubados durante
a ventilação mecânica em uma câmara respiratória, através de um
exaustor ou de linhas especiais ligadas ao lado inspiratório e expiratório
do ventilador, permitindo, respectivamente, a determinação exata da
produção de energia em indivíduos sob condições controladas.
Exemplificando
Para realizar a estimativa da oferta energética diária de um paciente
com indicação de dieta parenteral de 70 kg, deve-se multiplicar o
valor da oferta energética diária correspondente à condição clínica
deste paciente, que é de 20-35 kcal/ kg de peso. Sendo 20x70=1.400
e 35x70=2.450, então a oferta energética diária para este paciente
deverá ser de 1.400 kcal/ dia e 2.450 kcal/ dia.
Reflita
Os pacientes que recebem emulsões de lipídeos devem ter as
concentrações séricas de triglicerídeos monitoradas regularmente e,
se necessário, as taxas de infusão da dieta parenteral ajustadas para
evitar hipertrigliceridemia e síndrome de sobrecarga lipídica.
Eletrólito Dose
Sódio (Na) 1-2 mEq/kg/dia
Potássio (K) 1-2 mEq/kg/dia
Cálcio (Ca) 10-15 mEq/kg/dia
Magnésio (Mg) 8-20 mEq/kg/dia
Fósforo (P) 20–40 mmol/dia
Fonte: ASPEN, 2004/2006.
Vitamina Dose
A 3.300 UI/dia
D 200 UI/dia
E 10 UI/dia
K 150 mcg/dia
C 200 mg/dia
B1 6 mg/dia
B2 3,6 mg/dia
B3 40 mg/dia
B5 15 mg/dia
B6 6 mg/dia
B7 600 mcg/dia
B9 600 mcg/dia
B12 5 mcg/dia
Fonte: ASPEN, 2004/2006.
Lembre-se
Após a avaliação da EMTN, a dieta parenteral da paciente foi liberada,
a equipe utilizou as recomendações para iniciar sua realimentação a
fim de evitar uma possível síndrome de realimentação, e agora que a
paciente está estável, sua dieta parenteral já pode ser evoluída.
Atenção
As recomendações variam de acordo com a situação clínica do paciente.
Avançando na prática
Agora que já resolvemos a situação apresentada no convite ao
estudo, vamos avançar no no assunto a seguir:
Lembre-se
Para resolver essa situação, você deve conhecer os métodos para
calcular as necessidades nutricionais da paciente via parenteral, via
sonda e via oral.
Resolução da situação-problema
a) ESPEN
b) SCCM
c) ASBRAN
d) ASPEN
e) SBNPE
a) 10kcal/kg de peso
b) 15kcal/kg de peso
c) 20kcal/kg de peso
d) 25kcal/kg de peso
e) 30kcal/kg de peso
3. Qual deve ser a oferta energética mínima diária para um paciente adulto
estável que pesa 74kg?
a) 1.110kcal
b) 1.480kcal
c) 1.850kcal
d) 2.590kcal
e) 3.000kcal
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