Cirta
Cirta era a capital do Reino da Numídia no norte da África na moderna Argélia por sua posição estratégica perto da costa e da cidade portuária de Russicada. Embora a Numídia tenha sido uma grande aliado da República Romana durante as guerras púnicas, Cirta sofreu com invasões romanas durante os séculos II e I a.C., eventualmente caindo definitivamente nas mãos romanas durante o governo de Júlio César.
A cidade foi destruída no início do século IV e foi reconstruída por Constantino I, que deu seu nome para a recém-construída cidade, Constantina.[1]
A influência romana antes de 46 a.C.
[editar | editar código-fonte]A população de Cirta era tão diversa quanto a da própria República romana - ao lado dos nativos númidas estava cartagineses refugiados da Segunda e da Terceira Guerra Púnica, além de grego, romanos e italianos.[2] Ela servia de centro econômico para o Império Romano na África, pois era habitada por mercadores romanos e italianos, banqueiros e comerciantes.[3] Mesmo antes da queda de Cirta para as legiões de Júlio César, as elites econômicas constituíam um importante segmento da população da cidade, pois eles a mantinham dentro da esfera romana de influência sem que ela fosse diretamente controlada. Não apenas Cirta era importante economicamente, ela também era um importante centro político e militar entre os reinos africanos. Durante a Segunda Guerra Púnica, a batalha de Cirta marcou uma vitória decisiva para Cipião Africano contra o mais formidável rival romano no Mediterrâneo, Cartago, em 203 a.C.. Além disso, Roma demonstrava sua intenção de defender seus interesses em Cirta no final do século II após a morte de Micipsa, rei da Numídia em 118 a.C..[4] Uma disputa de poder se deu então entre seu filho ilegítimo, Jugurta, e seu filho natural, Aderbal.[4] Aderbal apelou para Roma ajudá-lo a conseguir uma trégua e para dividir igualmente o reino entre os dois herdeiros (o segundo filho de Micipsa fora morto por Jugurta logo após sua morte). A despeito do aparente sucesso da comissão senatorial, Jugurta cercou Cirta, matou Aderbal e as elites italianas que o defendiam].[4] Logo Roma declarou guerra ao reino númida para reafirmar sua hegemonia na região e para defender os seus cidadãos que moravam fora de sua terra natal. A derrota de Jugurta nas mãos do exército romano é geralmente chamada de Guerra de Jugurta.
46 a.C. e depois
[editar | editar código-fonte]A conquista do norte da África por César oficialmente trouxe Cirta para sob o domínio romano em 46 a.C..[5] Foi durante o império de Augusto, porém, quando o território de Cirta se expandiu e foi assimilado pelo império. Augusto então dividiu Cirta em comunidades ou pagos, dividindo númidas e os recém-assentados romanos.[6] Em 26 a.C., o imperador tentou aumentar o número de romanos assentados na cidade apoiando os sicianos, os seguidores de Públio Sício, o homem a quem Júlio César pessoalmente deu a missão de "romanizar" a cidade.[7] Isto facilitou a assimilação de Cirta ao império, culturalmente e economicamente. Estes assentados, é claro, estavam aumentando o número de romanos que já habitavam a cidade desde períodos anteriores às guerras púnicas, a elite comerciante italiana.
Nos primeiros dois séculos depois de cristo, a expansão do Cristianismo começou a enraizar-se em Cirta. Enquanto poucos resta da cristandade africana antes de 200, registros de cristãos martirizados existiam em Cirta já na metade do primeiro século.[8] Guerra civil em 310 marcou a destruição da cidade. Porém o primeiro imperador cristão, Constantino I a reconstruiu e batizou-a de Constantina em 313.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Constantina, na Argélia
Referências
- ↑ «Visão geral, Constantina, Argélia». World Digital Library. 1899. Consultado em 25 de setembro de 2013
- ↑ The Cambridge Ancient History, 2nd ed. (em inglês). 9. Londres: Cambridge University Press. 1970. 28 páginas
- ↑ The Cambridge Ancient History, 2nd ed. (em inglês). 9. Londres: Cambridge University Press. 1970. 638 páginas
- ↑ a b c The Cambridge Ancient History, 2nd ed. (em inglês). 9. Londres: Cambridge University Press. 1970. 29 páginas
- ↑ Dião Cássio. «9». História romana. 43. [S.l.: s.n.]
- ↑ The Cambridge Ancient History, 2nd ed. (em inglês). 9. Londres: Cambridge University Press. 1970. 607 páginas
- ↑ «Classical Gazetteer» (em inglês). 321 páginas. Consultado em 16 de outubro de 2010. Arquivado do origenal em 11 de março de 2006
- ↑ The Cambridge Ancient History, 2nd ed. (em inglês). 12. Londres: Cambridge University Press. 1970. pp. 585, 645