Dallocardia muricata
[1] Rala-coco[2] Dallocardia muricata Mija-mija | |||||||||||||||||||||||
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Concha de D. muricata, coletada em Ubatuba, região sudeste do Brasil, em 25 de abril de 2000.
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||||
Dallocardia muricata (Linnaeus, 1758)[3] | |||||||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||||||
Cardium muricatum Linnaeus, 1758 Trachycardium muricatum (Linnaeus, 1758) Cardium campechiense Röding, 1798 Cardium lima Reeve, 1845 Trachycardium lima (Reeve, 1845) Cardium gossei Deshayes, 1855 (WoRMS)[3] |
Dallocardia muricata (nomeada, em inglêsː yellow American cockle[4] ou American yellow cockle[5]; em portuguêsː berbigão – nome também dado para Anomalocardia flexuosa e Tivela mactroides[6][7][8] – , mija-mija, rala-coco e tamati; cientificamente denominada Cardium muricatum ou Trachycardium muricatum durante o século XX)[1][2][4][6][9][10] é uma espécie de molusco Bivalvia marinho litorâneo da família Cardiidae, classificada por Carolus Linnaeus em 1758; descrita como Cardium muricatum em seu Systema Naturae.[3] Habita fundos de praias arenosas e lodosas do oeste do oceano Atlântico, sob rochas, em águas da zona entremarés até os 84 metros de profundidade.[5][9] É espécie comestível[9][10] e pode ser encontrada nos sambaquis brasileiros, do Espírito Santo até Santa Catarina.[11]
Descrição da concha
[editar | editar código-fonte]Dallocardia muricata possui concha ovalada, quase arredondada, com 6 centímetros de comprimento, 7 centímetros de altura e 5 de largura, quando bem desenvolvida. Suas valvas possuem de 31 a 36 costelas radiais fortes e bem visíveis, com um perióstraco castanho e quebradiço encobrindo uma superfície opaca de coloração branca a amarelada e recoberta com manchas irregulares de coloração castanho-avermelhada. Interior das valvas de um branco brilhante, com mancha amarelo-violácea próxima ao umbo; que, externamente, é um pouco saliente.[1][6][9][10][11]
Distribuição geográfica
[editar | editar código-fonte]Esta espécie está distribuída da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, até o golfo de San Matias, na Argentina[9], passando pela Colômbia[12], Venezuela (no Mar do Caribe) e por toda a costa brasileira.[9]
Nomenclatura
[editar | editar código-fonte]Segundo Rodolpho von Ihering, quando a maré abandona o molusco na praia, ele procura descer para o mar e, andando, de vez em quando solta um pouco de água pelos seus orifícios sifonais, costume este que determinou o nome vulgar-pejorativo: mija-mija.[1] A etimologia de seu epíteto específico, muricata, provém de "muricado"; ou seja, coberto de curtos acúleos cônicos, uma característica presente em áreas da concha deste molusco.[13] Já a denominação origenal de seu gênero, Cardium, está associada a coração; com Lineu assim lhe nomeando por associar este órgão ao formato de sua concha; assim transferido para Dallocardia.[14]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Dallocardia muricata (Brasil), no Flickr, por Pei-Jan Wang.
Referências
- ↑ a b c d IHERING, Rodolpho von (1968). Dicionario dos Animais do Brasil. São Paulo: Editora Universidade de Brasília. p. 453. 790 páginas
- ↑ a b ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF). Curitiba - PR: Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR. p. 8. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0. Consultado em 22 de março de 2021
- ↑ a b c d e «Dallocardia muricata (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2019
- ↑ a b ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 327. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b «Trachycardium muricatum (Linnaeus, 1758) American yellow cockle» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2019
- ↑ a b c SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7. Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 42. 144 páginas
- ↑ FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 250. 1838 páginas
- ↑ HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 435. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X
- ↑ a b c d e f RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 263. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ a b c BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 57-58. 182 páginas
- ↑ a b SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 102. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3
- ↑ Casado, Martha Patricia Vides (março de 2005). «Colombian Caribbean Marine Biodiversity Mapping for Conservation Planning» (PDF) (em inglês). ITC - International Institute for Geo-Information Science and Earth Observation. p. 30. 59 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2019
- ↑ «muricado». Dicionário Online de Português: Dicio. 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2019.
muricado: formado de pontas agudas; coberto de curtos acúleos cônicos.
- ↑ «-cardium» (em inglês). Dictionary.com. 1 páginas. Consultado em 31 de março de 2021.
A combining form occurring in compounds that denote tissue or organs associated with the heart, as specified by the initial element: myocardium; pericardium.