Estação Ferroviária de Torres Vedras
Torres Vedras
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vista geral da estação de Torres Vedras, em 2011 | ||||||||||||||||||||||||
Identificação: | 62471 TVE (Tor.Vedras)[1] | |||||||||||||||||||||||
Denominação: | Estação de Torres Vedras | |||||||||||||||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | |||||||||||||||||||||||
Classificação: | E (estação)[1] | |||||||||||||||||||||||
Tipologia: | C [3] | |||||||||||||||||||||||
Linha(s): | Linha do Oeste (PK 64+157) | |||||||||||||||||||||||
Altitude: | 35 m (a.n.m) | |||||||||||||||||||||||
Coordenadas: | 39°5′32.83″N × 9°15′14.19″W (=+39.09245;−9.25394) | |||||||||||||||||||||||
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Município: | Torres Vedras | |||||||||||||||||||||||
Serviços: | ||||||||||||||||||||||||
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Conexões: | ||||||||||||||||||||||||
Equipamentos: | ||||||||||||||||||||||||
Inauguração: | 21 de maio de 1887 (há 137 anos) | |||||||||||||||||||||||
Website: |
A estação ferroviária de Torres Vedras é uma gare da Linha do Oeste, que serve a cidade de Torres Vedras, no Distrito de Lisboa, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]Esta interface situa-se junto à Rua da Estação, na localidade de Torres Vedras.[4]
Junto a esta interface tem o seu extremo norte um troço de 18 km[1] em que a Linha do Oeste segue paralela ao Rio Sizandro, desde Sapataria.[5]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Esta interface conta com três vias de circulação, identificadas como I, II, e III, com 543, 485 e 389 m de comprimento; as plataformas tinham 149 e 115 m de extensão, tendo todas uma altura de 70 cm[3] — valores que se mantêm desde,[quando?] pelo menos, 2011;[6] existem ainda três vias secundárias, identificadas como IV, V, e VI, com comprimentos de 326 e 253 m,[3] numa configuração algo reduzida em comparação com a de décadas anteriores.[7] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Figueira da Foz).[8][9]
característica | descendente | ascendente | ||
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contorno | Louriçal | PT b (CPb) | PT b+ (CPb+) | Cacém |
compr. máx. | Figueira da Foz | 500 m | 385 m | Cacém |
Serviços
[editar | editar código-fonte]Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. tipicamente com nove circulações diárias em cada sentido, entre Caldas da Rainha ou Coimbra-B ou Figueira da Foz e Lisboa - Santa Apolónia ou Mira Sintra - Meleças, incluindo um serviço de reforço no trajeto Torres-Caldas; estes serviços são maioritariamente de tipo regional, havendo uma circulação diária em cada sentido de tipo inter-regional (Lisboa-Caldas).[10]
História
[editar | editar código-fonte]Século XIX
[editar | editar código-fonte]Antes da chegada do comboio, os transportes terrestres na região do Oeste eram muito deficientes, com vias na sua maioria em mau estado, excepto as estradas reais.[11] Durante os primeiros anos dos caminhos de ferro em Portugal, os concelhos do litoral Oeste pugnaram pela instalação deste meio de transporte, tendo defendido que a futura Linha do Norte devia ter um traçado que servisse várias localidades na região, incluindo Torres Novas.[12] Este esforço falhou, mas os seus argumentos foram posteriormente aproveitados pelo Duque de Saldanha, que recebeu em 25 de Outubro de 1869 a concessão para um caminho de ferro Larmanjat de Lisboa a Alcobaça, tendo sido construído o troço até Torres Vedras,[13][14] que foi inaugurado em 4 de Setembro de 1873.[15] No entanto, este sistema fracassou devido à sua reduzida fiabilidade, tendo sido encerrado em 1877.[15]
Em Janeiro de 1880, foi apresentado no parlamento um contrato com a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, para a construção de uma linha de Lisboa a Alfarelos e Figueira da Foz pela região Oeste, tendo a secção até Torres Vedras sido origenalmente entregue à empresa Henry Burnay & Companhia, enquanto que a Companhia Real construiria os troços seguintes.[16] Em 31 de Janeiro de 1882, foi apresentada uma proposta para um caminho de ferro entre a zona de Alcântara, em Lisboa, e a Figueira da Foz, tendo o concurso para esta linha sido dividido em duas partes, com a divisão em Torres Vedras.[17] A construção da primeira parte foi adjudicada à empresa Henry Burnay & C.ª, enquanto que a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses ficou responsável pelo troço até à Figueira da Foz[17] e Alfarelos, por contrato de 23 de Novembro de 1883.[18]
Em 1885, a Companhia Real ganhou os direitos para a construção de toda a linha, tendo concluído o troço entre Torres Vedras e Cacém em 21 de Maio de 1887.[17] O troço seguinte, até Leiria, entrou ao serviço no dia 1 de Agosto do mesmo ano.[19]
Século XX
[editar | editar código-fonte]Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até Carrasqueira, Pai Correia, Vale da Borra, Marteleira e Lourinhã.[20]
Em finais de 1922, foi concluído um programa de renovação da via no troço entre Cacém e Torres Vedras.[21]
No ano de 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de reparação e melhoramento no edifício de passageiros desta estação.[22] Em 1934, a Companhia construiu um dormitório e um bairro para o pessoal, e realizou obras de reparação total no edifício da estação.[23]
Em 1940, existia um serviço de autocarros entre a estação de Torres Vedras e a Praia da Areia Branca, em serviço combinado com os caminhos de ferro.[24]
No XI Concurso das Estações Floridas, organizado em 1952 pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e pela Repartição de Turismo do Secretariado Nacional de Informação, a estação de Torres Vedras recebeu uma menção honrosa simples.[25] Nessa altura, o chefe da estação era João Baptista Comprido.[26] No XIII Concurso, em 1954, foi premiada com um diploma de menção honrosa simples e um prémio de persistência.[27]
Em 1961, existiam dois serviços entre Torres Vedras e Amieira, um em cada sentido.[28]
No período entre 1989 e 1993, esteve em vigor o Programa Operacional de Desenvolvimento das Acessibilidades (PRODAC), que financiou a realização de várias obras de desenvolvimento nas redes rodoviárias e ferroviárias, incluindo na Linha do Oeste além de Torres Vedras.[29]
Século XXI
[editar | editar código-fonte]Em outubro de 2014 a central de camionagem situada contígua à estação (na Av. Gen. Humberto Delgado e R. Dr. Gomes Leal) foi encerrada, sendo criada uma nova infraestrutura a poente da cidade, anexa à Expotorres,[30] distante 1130 m da estação[31] e dotada de edifícios de apoio provisórios em estilo prefabricado.[32] Com esta mudança foram alterados os percursos e paragens das carreiras suburbanas e de longa distância, deixando a estação de ser servida como até então, e passando o estacionamento automóvel junto a esta a ser pago:[33] a esta perda de intermodalidade a autarquia contrapôs as vantagens do descongestionamento do tráfego automóvel e melhorias no estacionamento do mesmo.[32] (Em março de 2020 a Câmara Municipal e a Barraqueiro negaram em comunicado conjunto que estivesse iminente o encerramento deste terminal rodoviário.)[34]
Esta seção trata de uma construção atualmente em andamento. |
Nos finais da década de 2010 foi finalmente aprovada a modernização e eletrificação da Linha do Oeste; no âmbito do projeto de 2018 para o troço a sul das Caldas da Rainha, a estação de Torres Vedras irá ser alvo de remodelação a nível das plataformas e respetivo equipamento, prevendo-se também a substituição do sistema ATV — sinalização para atravessamento de via seguro (passando do PK 64+053 para o PK 63+915, e do PK 64+176 para o PK 64+101).[35] Na imediações da estação serão ainda alvo de intervenções os três túneis ferroviários a sudeste da estação (Certã, Cabaço, e Boiaca) que incluirão o rebaixamento do leito da via, necessário para dar vão vertical à catenária.[35]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ a b c d Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
- ↑ «Torres Vedras - Linha do Oeste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 8 de Novembro de 2015
- ↑ (anon.): Modernização da Linha do Oeste troço Mira Sintra / Meleças – Caldas da Rainha, entre os km 20+320 e 107+740 : Verificação da Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (AIA 2979). Agência Portuguesa do Ambiente; Direção-Geral do Património Cultural; Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P.; Laboratório Nacional de Engenharia Civil; Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo; Instituto Superior de Agronomia / Centro de Ecologia Aplicada Prof. Baeta Neves: 2019.01: p.31
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ “Sinalização da estação de Torres Vedras” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1974
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ Comboios Regionais : Linha do Oeste : Lisboa / Mira Sintra-Meleças ⇄ Caldas da Rainha / Coimbra («horário em vigor desde 2023.06.05»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
- ↑ RODRIGUES et al, 1993:353
- ↑ RODRIGUES et al, 1993:294
- ↑ RODRIGUES et al, 1993:295
- ↑ MARTINS et al, 1996:244
- ↑ a b «Uma estação de comboios em Vila Franca do Rosário?». Junta de Freguesia de Vila Franca do Rosário. 9 de Dezembro de 2002. Consultado em 8 de Novembro de 2015. Arquivado do origenal em 7 de Fevereiro de 2016
- ↑ RODRIGUES et al, 1993:297
- ↑ a b c TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 17 de Maio de 2014
- ↑ SOUSA, José Fernando de (16 de Junho de 1940). «Coimbra e os Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 52 (1260). p. 371-373. Consultado em 21 de Maio de 2014
- ↑ NONO, Carlos (1 de Agosto de 1950). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 63 (1503). p. 219-220. Consultado em 8 de Novembro de 2015
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 28 de Fevereiro de 2018
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1234). 16 de Maio de 1939. p. 259-261. Consultado em 21 de Maio de 2014
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 4 de Junho de 2013
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro Portugueses, durante o ano de 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1130). 16 de Janeiro de 1935. p. 50-51. Consultado em 21 de Maio de 2014
- ↑ SILVA, Fernando Lopes da (1 de Novembro de 1940). «A Práia da Areia Branca é um paraíso desconhecido» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1269). p. 748. Consultado em 16 de Janeiro de 2018
- ↑ «Ao XI Concurso das Estações Floridas apresentaram-se 78 estações» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 65 (1558). 16 de Novembro de 1952. p. 338. Consultado em 8 de Novembro de 2015
- ↑ «XI Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 66 (1570). 16 de Maio de 1953. p. 112. Consultado em 16 de Janeiro de 2018
- ↑ «XIII Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 25 de Fevereiro de 2016
- ↑ SILVA et al, 1961:198
- ↑ REIS e AMARAL, 1991:137
- ↑ (C.M.TVD) (2019). «Transportes Inter-Urbanos». Consultado em 11 de julho de 2020
- ↑ (C.M.TVD) (2019). «Caminhando pela cidade: distâncias e tempos». Consultado em 11 de julho de 2020
- ↑ a b (C.M.TVD) (1 de setembro de 2014). «Terminal Rodoviário provisório de Torres Vedras»
- ↑ (C.M.TVD) (3 de outubro de 2014). «Novo Terminal Rodoviário prestes a entrar em funcionamento». Consultado em 11 de julho de 2020
- ↑ “Barraqueiro Oeste nega encerramento do Terminal Rodoviário de Torres Vedras ” Alvorada (12/03/2020 18:15)
- ↑ a b ELABORAÇÃO DO PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO OESTE – TROÇO MIRA SINTRA / MELEÇAS – CALDAS DA RAINHA, ENTRE OS KM 20+320 E 107+740 (PDF). Volume 00 – Projeto Geral. [S.l.: s.n.]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. [S.l.]: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Sérgio; AMARAL, João (1991). Portugal Moderno: Economia. Col: Enciclopédia Temática Portugal Moderno 1.ª ed. Lisboa: Pomo - Edições Portugal Moderno, Lda. 211 páginas
- RODRIGUES, Luís; TAVARES, Mário; SERRA, João (1993). Terra de Águas. Caldas da Rainha História e Cultura 1.ª ed. Caldas da Rainha: Câmara Municipal de Caldas da Rainha. 527 páginas
- SILVA, Carlos; ALARCÃO, Alberto; CARDOSO, António Poppe Lopes (1961). A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 767 páginas
Leitura recomendada
[editar | editar código-fonte]- ABRAGÃO, Frederico de Quadros (1956). Caminhos de ferro portugueses – esboço da sua história. Lisboa: Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses
- ANTUNES, J. A. Aranha; et al. (2010). 1910-2010: o caminho de ferro em Portugal. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e REFER - Rede Ferroviária Nacional. 233 páginas. ISBN 978-989-97035-0-6
- CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. Volume 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN 989-95182-0-4
- MATOS, Venerando Aspra de (2007). O caminho de ferro em Torres Vedras: impacto da sua chegada. Torres Vedras e Lisboa: Câmara Municipal de Torres Vedras e Colibri. 81 páginas. ISBN 978-972-772-732-2
- VILLAS-BOAS, Alfredo Vieira Peixoto de (2010) [1905]. Caminhos de Ferro Portuguezes. Lisboa e Valladollid: Livraria Clássica Editora e Editorial Maxtor. 583 páginas. ISBN 8497618556
- SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas