Em matemática , uma bola é o espaço interior a uma esfera . Ela pode ser tanto uma bola fechada (incluindo os pontos de fronteira ) ou pode ser uma bola aberta (excluindo-os).
Uma bola em
R
3
{\displaystyle \mathbb {R} ^{3}}
é o espaço interior a uma esfera
Estes conceitos são definidos não apenas no espaço euclidiano tridimensional mas também em dimensões menores e maiores, e para espaços métricos em geral. Uma bola no plano euclidiano , por exemplo, é a mesma coisa que um círculo , a área limitada por uma circunferência .
Nos contextos matemáticos em que o termo bola é usado, assume-se geralmente que uma esfera consiste somente dos pontos de fronteira (por exemplo, uma superfície esférica no espaço tridimensional). Em outros contextos, tais como a geometria euclidiana e situações informais, algumas vezes o termo esfera se refere à bola como um todo.
Bolas em espaços métricos
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Num espaço métrico
(
X
,
d
)
{\displaystyle (X,d)\,\!}
, a bola aberta de raio
δ
{\displaystyle \delta \,\!}
centrada num ponto
x
{\displaystyle x\,\!}
é o conjunto de pontos cuja distância a
x
{\displaystyle x\,\!}
é inferior a
δ
{\displaystyle \delta \,\!}
, isto é,
B
(
x
,
δ
)
=
{
y
∈
X
:
d
(
x
,
y
)
<
δ
}
{\displaystyle B(x,\delta )=\{y\in X:d(x,y)<\delta \}\,\!}
;
A bola fechada de raio
δ
{\displaystyle \delta \,\!}
centrada num ponto
x
{\displaystyle x\,\!}
é o conjunto de pontos à distância de
x
{\displaystyle x\,\!}
não superior a
δ
{\displaystyle \delta \,\!}
, isto é,
B
(
x
,
δ
)
=
{
y
∈
X
:
d
(
x
,
y
)
≤
δ
}
{\displaystyle B(x,\delta )=\{y\in X:d(x,y)\leq \delta \}\,\!}
.
Ou seja, a diferença entre a bola aberta e a fechada é que na fechada os pontos de fronteira estão incluídos.
Exemplos de bolas em
R
2
{\displaystyle \mathbb {R} ^{2}}
nas normas
‖
x
‖
1
{\displaystyle \|{\boldsymbol {x}}\|_{1}}
,
‖
x
‖
2
{\displaystyle \|{\boldsymbol {x}}\|_{2}}
e
‖
x
‖
∞
{\displaystyle \|{\boldsymbol {x}}\|_{\infty }}
Em
R
{\displaystyle \mathbb {R} }
, uma bola é um intervalo .
Em
R
2
{\displaystyle \mathbb {R} ^{2}}
, uma bola é um círculo . Também se utiliza o termo "disco" neste caso.[ 2]
Em
R
3
{\displaystyle \mathbb {R} ^{3}}
, uma bola é o espaço interior a uma esfera .
Qualquer espaço vetorial normado é um espaço métrico fazendo d(x,y) igual à norma de (x-y). Nesse caso a B(a,r) vai ser o conjunto de vetores u que satisfazem norma de (a-u) menor que r.
Em
R
2
{\displaystyle \mathbb {R} ^{2}}
com a métrica
d
(
(
x
1
,
y
1
)
,
(
x
2
,
y
2
)
)
=
‖
(
x
1
,
y
1
)
−
(
x
2
,
y
2
)
‖
∞
=
max
(
|
x
1
−
x
2
|
,
|
y
1
−
y
2
|
)
{\displaystyle d((x_{1},y_{1}),(x_{2},y_{2}))=\|(x_{1},y_{1})-(x_{2},y_{2})\|_{\infty }={\mbox{max}}(|x_{1}-x_{2}|,|y_{1}-y_{2}|)}
, uma bola é um quadrado .
Em
R
2
{\displaystyle \mathbb {R} ^{2}}
com a métrica
d
(
(
x
1
,
y
1
)
,
(
x
2
,
y
2
)
)
=
‖
(
x
1
,
y
1
)
−
(
x
2
,
y
2
)
‖
1
=
|
x
2
−
x
1
|
+
|
y
2
−
y
1
|
{\displaystyle d((x_{1},y_{1}),(x_{2},y_{2}))=\|(x_{1},y_{1})-(x_{2},y_{2})\|_{1}=|x_{2}-x_{1}|+|y_{2}-y_{1}|}
, uma bola é um losango .
Toda bola no espaço métrico é uma vizinhança no espaço topológico gerado pelo espaço métrico. Reciprocamente, toda vizinhança de um ponto contém uma bola centrada neste ponto.
Em qualquer espaço métrico
(
X
,
d
)
{\displaystyle (X,d)\,\!}
,
Toda bola aberta é um aberto de X.[ 2]
Toda bola fechada é um fechado de X.[ 2]
Um subconjunto é limitado se, e somente se, está contido em alguma bola.
No
R
n
{\displaystyle \mathbb {R} ^{n}}
com qualquer norma, todas bolas são convexas , sejam abertas ou fechadas.
Esferas e Bolas Unitárias no espaço Euclidiano
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No Espaço Euclidiano n dimensional, a esfera unitária é um conjunto de pontos
(
x
1
,
…
,
x
n
)
{\displaystyle (x_{1},\ldots ,x_{n})}
que satisfaz a equação
x
1
2
+
x
2
2
+
⋯
+
x
n
2
=
1
{\displaystyle x_{1}^{2}+x_{2}^{2}+\cdots +x_{n}^{2}=1}
e a bola fechada unitária é o conjunto de pontos que satisfaz a inequação
x
1
2
+
x
2
2
+
⋯
+
x
n
2
≤
1.
{\displaystyle x_{1}^{2}+x_{2}^{2}+\cdots +x_{n}^{2}\leq 1.}
Fórmulas de área e volume
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O volume de uma bola unitária n -dimensional no Espaço euclideano , que denotamos V n , pode ser expressa em termos da função gama por
V
n
=
π
n
/
2
Γ
(
1
+
n
/
2
)
=
{
π
n
/
2
/
(
n
/
2
)
!
s
e
n
≥
0
e
p
a
r
,
π
⌊
n
/
2
⌋
2
⌈
n
/
2
⌉
/
n
!
!
s
e
n
≥
0
e
i
m
p
a
r
,
{\displaystyle V_{n}={\frac {\pi ^{n/2}}{\Gamma (1+n/2)}}={\begin{cases}{\pi ^{n/2}}/{(n/2)!}&\mathrm {se~} n\geq 0\mathrm {~e~par,} \\~\\{\pi ^{\lfloor n/2\rfloor }2^{\lceil n/2\rceil }}/{n!!}&\mathrm {se~} n\geq 0\mathrm {~e~impar,} \end{cases}}}
onde n !! é o duplo fatorial .
A hipervolume da esfera unitária (n <meta typeof="mw:DiffMarker">–1)-dimensional (i.e. , a "área" da superfície de uma bola n -dimensional), que denotamos por A n , pode ser expressa da forma
A
n
=
n
V
n
=
n
π
n
/
2
Γ
(
1
+
n
/
2
)
=
2
π
n
/
2
Γ
(
n
/
2
)
,
{\displaystyle A_{n}=nV_{n}={\frac {n\pi ^{n/2}}{\Gamma (1+n/2)}}={\frac {2\pi ^{n/2}}{\Gamma (n/2)}}\,,}
onde a última igualdade vale para n > 0.
As áreas de superfícies e os volumes para alguns valores de n são dados abaixo:
n
{\displaystyle n}
A
n
{\displaystyle A_{n}}
(área da superfície)
V
n
{\displaystyle V_{n}}
(volume)
0
0
(
1
/
0
!
)
π
0
{\displaystyle 0(1/0!)\pi ^{0}}
0
(
1
/
0
!
)
π
0
{\displaystyle (1/0!)\pi ^{0}}
1
1
1
(
2
1
/
1
!
!
)
π
0
{\displaystyle 1(2^{1}/1!!)\pi ^{0}}
2
(
2
1
/
1
!
!
)
π
0
{\displaystyle (2^{1}/1!!)\pi ^{0}}
2
2
2
(
1
/
1
!
)
π
1
=
2
π
{\displaystyle 2(1/1!)\pi ^{1}=2\pi }
6.283
(
1
/
1
!
)
π
1
=
π
{\displaystyle (1/1!)\pi ^{1}=\pi }
3.141
3
3
(
2
2
/
3
!
!
)
π
1
=
4
π
{\displaystyle 3(2^{2}/3!!)\pi ^{1}=4\pi }
12.57
(
2
2
/
3
!
!
)
π
1
=
(
4
/
3
)
π
{\displaystyle (2^{2}/3!!)\pi ^{1}=(4/3)\pi }
4.189
4
4
(
1
/
2
!
)
π
2
=
2
π
2
{\displaystyle 4(1/2!)\pi ^{2}=2\pi ^{2}}
19.74
(
1
/
2
!
)
π
2
=
(
1
/
2
)
π
2
{\displaystyle (1/2!)\pi ^{2}=(1/2)\pi ^{2}}
4.935
5
5
(
2
3
/
5
!
!
)
π
2
=
(
8
/
3
)
π
2
{\displaystyle 5(2^{3}/5!!)\pi ^{2}=(8/3)\pi ^{2}}
26.32
(
2
3
/
5
!
!
)
π
2
=
(
8
/
15
)
π
2
{\displaystyle (2^{3}/5!!)\pi ^{2}=(8/15)\pi ^{2}}
5.264
6
6
(
1
/
3
!
)
π
3
=
π
3
{\displaystyle 6(1/3!)\pi ^{3}=\pi ^{3}}
31.01
(
1
/
3
!
)
π
3
=
(
1
/
6
)
π
3
{\displaystyle (1/3!)\pi ^{3}=(1/6)\pi ^{3}}
5.168
7
7
(
2
4
/
7
!
!
)
π
3
=
(
16
/
15
)
π
3
{\displaystyle 7(2^{4}/7!!)\pi ^{3}=(16/15)\pi ^{3}}
33.07
(
2
4
/
7
!
!
)
π
3
=
(
16
/
105
)
π
3
{\displaystyle (2^{4}/7!!)\pi ^{3}=(16/105)\pi ^{3}}
4.725
8
8
(
1
/
4
!
)
π
4
=
(
1
/
3
)
π
4
{\displaystyle 8(1/4!)\pi ^{4}=(1/3)\pi ^{4}}
32.47
(
1
/
4
!
)
π
4
=
(
1
/
24
)
π
4
{\displaystyle (1/4!)\pi ^{4}=(1/24)\pi ^{4}}
4.059
9
9
(
2
5
/
9
!
!
)
π
4
=
(
32
/
105
)
π
4
{\displaystyle 9(2^{5}/9!!)\pi ^{4}=(32/105)\pi ^{4}}
29.69
(
2
5
/
9
!
!
)
π
4
=
(
32
/
945
)
π
4
{\displaystyle (2^{5}/9!!)\pi ^{4}=(32/945)\pi ^{4}}
3.299
10
10
(
1
/
5
!
)
π
5
=
(
1
/
12
)
π
5
{\displaystyle 10(1/5!)\pi ^{5}=(1/12)\pi ^{5}}
25.50
(
1
/
5
!
)
π
5
=
(
1
/
120
)
π
5
{\displaystyle (1/5!)\pi ^{5}=(1/120)\pi ^{5}}
2.550
onde os decimais para n ≥ 2 são arredondados na precisão que são apresentados.
Os valores de A n satisfazem a recursão:
A
0
=
0
{\displaystyle A_{0}=0}
A
1
=
2
{\displaystyle A_{1}=2}
A
2
=
2
π
{\displaystyle A_{2}=2\pi }
A
n
=
2
π
n
−
2
A
n
−
2
{\displaystyle A_{n}={\frac {2\pi }{n-2}}A_{n-2}}
para
n
>
2
{\displaystyle n>2}
.
Os valores de V n satisfazem a recursão:
V
0
=
1
{\displaystyle V_{0}=1}
V
1
=
2
{\displaystyle V_{1}=2}
V
n
=
2
π
n
V
n
−
2
{\displaystyle V_{n}={\frac {2\pi }{n}}V_{n-2}}
para
n
>
1
{\displaystyle n>1}
.
As fórmulas para A n e V n podem ser calculadas para qualquer real n ≥ 0.
hipervolume da esféra (x –1)-dimensional (isto é, a "área" da superfície da bola unitária x -dimensional) como uma função contínua de x
Volume da Bola em x - dimensional como uma função contínua de x
A área da superfície de uma esfera (n –1)-dimensional com raio r é A n r n −1 e o volume de uma bola n -dimensional com raio r é V n r n . Particularmente, a área é A = 4π r 2 para a superfície de uma bola tridimensional de raio r . O Volume é V = 4π r 3 / 3 para a bola tridimensional de raio r .
Referências
↑ a b c SANTOS, José Carlos. Introdução à Topologia . Departamento de Matemática - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Junho de 2010, 171 páginas. Disponível em: <http://www.fc.up.pt/mp/jcsantos/PDF/Topologia.pdf >. Acesso em: 12 jan. 2010. Página 11
Lima, Elon Lages (1981). Curso de análise, Volume 2 . Instituto de Matemática Pura e Aplicada. Rio de Janeiro: Instituto de Matemática Pura e Aplicada