Esop DPC PDF
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1. Introdução
1.1 Navios Petroleiros
São os navios de grande porte, tipo VLCC (Very Large Crude Carriers), destinados
ao transporte de grandes lotes de óleo cru, dos terminais de produção aos portos onde
estão as grandes refinarias.
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1.1.3.1 OBO – Ore/Bulk/Oil Carrier
O navio OBO é capaz de carregar em seu porte bruto máximo quando aplicado no
comércio como navio de minério com carga de minério de alta concentração. Também é
classificado para transportar outros tipos de carga seca, tais como grãos e carvão.
Os navios O/O são projetados para carregar em seu peso bruto máximo quando
aplicado no comércio como navios-tanque e também quando carregando minério de alta
concentração. Este navio não é normalmente designado para carregar cargas leves. O
minério é transportado somente nos porões centrais, enquanto que o petróleo pode ser
carregado tanto nos centrais como nos laterais.
As redes de carga são normalmente instaladas nos tanques laterais enquanto que
as redes de lastro são instaladas nos tanques de duplo fundo. Quando as redes de carga
passam através de tanques de lastro permanente, a possibilidade de poluição causada
por falha na rede deve sempre ser lembrada.
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Navio transportador de óleo cru e minério (O/O – Ore/Oil Carrier)
Após a partida para uma viagem em lastro, o lastro que contém resíduo oleoso é
deixado decantar resultando na separação de óleo e água. Enquanto isso, alguns tanques
de carga sujos são lavados para receber lastro limpo e todo o resíduo da lavagem é
transferido para os tanques slop.
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1.1.5 Navios-Tanque de Casco Duplo
• Nas colisões que não resultem em ruptura do casco interno, não ocorrerá
derramamento; e
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• Nas colisões envolvendo ruptura do casco interno, as quantidades do
derramamento em ambos os tipos dependem dos arranjos dos tanques.
Para tornar a manutenção fácil, são aplicadas pinturas de epóxi nos tanques de
lastro e tubulação de plástico reforçada com fibra de vidro dentro dos tanques para
assegurar a prevenção à corrosão. As tubulações de carga e óleo residual são fabricadas
com ferro fundido revestido de cromo resistente a corrosão e são providos acessos para
inspeção incluindo escadas.
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1.2 Regras Internacionais e Nacionais Referentes aos Navios Petroleiros
Todo navio petroleiro com 500tpb ou acima deve cumprir também com os
requisitos do Código Internacional para Gerenciamento de Segurança (ISM Code).
As boas práticas são iniciativas voluntárias adotadas pelo mercado sem caráter
obrigatório, porém, com a intenção de aumentar a segurança operacional. Como exemplo,
podemos citar as recomendações da International Chamber of Shipping (ICS), Oil
Companies International Marine Forum (OCIMF) e International Association of Ports and
Harbors (IAPH).
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Por diversas razões, os navios petroleiros podem causar poluição na costa e em
alto-mar e seus proprietários são os responsáveis pelo custo da limpeza e outros danos
ao meio ambiente.
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2 Propriedades Básicas do Petróleo e seus Perigos
2.1 Física Elementar (revisão)
Matéria é tudo que ocupa lugar no espaço e tem massa. Ela é feita de substância e
nem sempre é visível. O ar é um exemplo disso. A molécula é a menor partícula da
substância. Atualmente, não há dúvidas de que toda matéria seja formada por minúsculas
partículas denominadas átomos. Os átomos são os elementos constituintes da matéria e
foram considerados indivisíveis por muito tempo. Na verdade, constituem uma unidade
mínima da qual toda matéria é feita e são formados de prótons e nêutrons que constituem
o seu núcleo, além de camadas de elétrons que orbitam ao redor desse núcleo. Sólidos,
gases e líquidos são feitos de átomos. Um conjunto de átomos com as mesmas
propriedades químicas constitui um elemento químico e cada substância é caracterizada
por uma proporção constante desses elementos.
Uma substância pura pode se apresentar em três estados de agregação (ou fases):
sólido, liquido e gasoso. Na realidade, existe um quarto estado denominado plasma.
Porém, trata-se de um caso especial.
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Quando uma substância muda de estado, sofre uma variação de volume. Isto
significa que alterações da pressão externa podem ajudar ou dificultar a mudança de
estado. Sob a pressão de 1atm (uma atmosfera), a água entra em ebulição a 100ºC. No
entanto se, por exemplo, diminuirmos a pressão externa, a água entrará em ebulição em
temperaturas menores. Na cidade de São Paulo, que está a 700 metros acima do nível do
mar, a água entra em ebulição a 98ºC. Isto ocorre porque, nessa altitude, a pressão
atmosférica é menor do que 1atm.
Diagrama de Estado
Exemplo: A figura que vemos a seguir nos mostra o diagrama de estado para o
dióxido de carbono (CO2).
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Diagrama de estado para o dióxido de carbono (CO2)
Por esse diagrama, vemos que, à temperatura de -56,6ºC e sob pressão de 5atm,
o CO2 pode apresentar em equilíbrio as três fases. Sob pressão de 1atm, não
encontramos o CO2 no estado líquido: ou ele está no estado sólido ou gasoso.
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Exemplo: sob pressão normal (1atm), o gelo se funde a 0 ºC. Numa pista de gelo
destinada à patinação, o gelo encontra-se a uma temperatura um pouco inferior a 0 ºC.
Quando a lâmina do patim comprime o gelo, este fica submetido a uma pressão superior
a 1atm e, assim, se funde a uma temperatura inferior a 0 ºC, formando-se sob a lâmina
uma pequena camada de água líquida que é o que facilita o deslizamento do patim. Após
a passagem do patim, a pressão sobre a pista volta a ser de 1atm e a água se solidifica.
Curva de vaporização
Desse modo, os diagramas de estado ficam com os aspectos das figuras a seguir
(substâncias que se expandem na fusão e substâncias que se contraem na fusão).
Nessas figuras, C é o ponto crítico, definido pela temperatura crítica c e pela pressão
crítica pc.
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Substâncias que se expandem na fusão
A passagem do estado líquido para o gasoso pode ser feita por dois processos:
evaporação e ebulição.
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A ebulição é uma vaporização que envolve todo o líquido e acontece a uma
temperatura determinada (para cada valor de pressão).
Curva de Sublimação
2.2.1 Generalidades
As moléculas mais leves (metano) são liberadas da fonte de produção junto com
sólidos do solo; o petróleo remanescente é chamado de óleo cru. O processo para refino
de petróleo produz um número de frações e cada uma delas consistirá de uma variedade
de moléculas de petróleo que, à pressão atmosférica e temperatura ambiente, será
gasosa, líquida ou sólida. O processo de refino não altera as moléculas constituintes.
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2.2.2 Pressão de Vapor Verdadeira
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2.3 Riscos Associados ao Manuseio e Transporte de Petróleo
O risco tóxico ao qual o pessoal de bordo está exposto durante as operações dos
navios-tanque aumenta quase que unicamente pelo contato com gases de vários tipos.
Os TLV/TWA são mantidos sob revisão regular e os valores citados são aqueles
adotados pela American Conference of Governmental Industrial Hygienists - ACGIH, em
1983. Os valores são expressos em partes por milhão (ppm) por volume de gás no ar.
• Petróleo líquido
O contato direto com o petróleo deve sempre ser evitado, usando-se equipamento
de proteção adequado, especialmente luvas e óculos
• Gases do petróleo
A toxicidade dos gases de petróleo pode variar muito, dependendo dos principais
constituintes dos hidrocarbonetos contidos nos gases. Ela pode ser grandemente
influenciada pela presença de alguns dos componentes menos importantes, tais como
hidrocarbonetos aromáticos (por exemplo, benzeno) e sulfeto de hidrogênio. Um TLV de
300ppm, correspondente a 2% do LII, foi estabelecido para os vapores da gasolina. Este
número pode ser usado como um guia geral para os gases de petróleo, porém não deve
ser tomado como aplicável para misturas de gases contendo benzeno ou sulfeto de
hidrogênio.
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Visto que o TLV é uma indicação de como uma substância é tolerável durante o
trabalho de 8 horas, dia após dia, o corpo humano pode tolerar durante curtos períodos
concentrações um pouco maiores do que o TLV. Os efeitos típicos em concentrações
mais altas são os seguintes:
Muitos óleos crus que saem do poço têm nível alto de sulfeto de hidrogênio, porém,
isto é normalmente reduzido por um processo de estabilização antes que os óleos crus
sejam entregues ao navio. Entretanto, o grau de estabilização realizado pode, algumas
vezes, ser reduzido temporariamente, de modo que o navio-tanque pode receber uma
carga de um óleo cru em particular, com um teor de sulfeto de hidrogênio mais alto que o
normal. Alguns óleo crus nunca são estabilizados e sempre terão um nível alto de sulfeto
de hidrogênio. O sulfeto de hidrogênio pode ser encontrado em outras cargas, tais como
nafta, betume e gasóleo.
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Os óleos crus contendo quantidade apreciável de sulfeto de hidrogênio e/ou
mercaptans são chamados de óleos crus ácidos.
50 a 100 ppm Irritação dos olhos e trato respiratório após 1 hora de exposição
Irritação marcante dos olhos e do trato respiratório após 1 hora de
200 a 300 ppm
exposição
Tonteira, dor de cabeça, náusea, etc. dentro de 15 minutos; perda de
500 a 700 ppm
consciência e possibilidade de morte após 30 a 60 minutos de exposição
Rápida perda de consciência com morte ocorrendo poucos minutos
700 a 900 ppm
depois
1000 a 2000 ppm Colapso instantâneo e parada da respiração
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Os tanques de carga contendo uma atmosfera com gás inerte devem ser ventilados
com ar antes que alguém entre, não só para aumentar o teor de oxigênio de menos de
5% para 21% em volume como também para diminuir suficientemente as quantidades de
monóxido de carbono, gases nitrosos e dióxido de enxofre.
Os gases nitrosos que estão presentes no gás inerte após ele ter passado através
da torre de lavagem são o monóxido de nitrogênio (NO), também conhecido como óxido
nítrico, e o dióxido de nitrogênio (NO2), em concentrações com cerca de 0,02%, em
volume correspondente a 200ppm. O TLV do monóxido de nitrogênio é de 25ppm e o do
dióxido de nitrogênio é de 3ppm em volume. Os gases nitrosos formam ácidos por meio
de reação com a umidade do ar, podendo destruir o tecido dos pulmões.
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escapar sem ajuda. Isto acontece especialmente quando o escape envolve esforço para
subir.
A entrada em espaços com deficiência de oxigênio não deve ser permitida sem o
uso de equipamento de respiração até que tais espaços tenham sido totalmente
ventilados e o teste indicar que o nível de oxigênio está em 21%.
Uma vez que misturas de gás de hidrocarbonetos/ar são inflamáveis numa faixa
relativamente estreita de concentrações de gás de hidrocarbonetos no ar e que a
concentração no ar depende da pressão de vapor, seria possível, em princípio,
desenvolver um teste de inflamabilidade pela medição da pressão de vapor. Na prática, o
grande número de produtos de petróleo e a faixa de temperaturas em que eles são
manuseados, têm impedido o desenvolvimento de um teste simples para tal finalidade.
Existem muitos aparelhos diferentes para a medição do ponto de fulgor, mas eles
se enquadram em dois tipos. Em um deles, a superfície do líquido está permanentemente
em contato com a atmosfera enquanto o líquido é aquecido: o resultado de tal teste é
chamado de "ponto de fulgor em vaso aberto". No outro tipo, o espaço acima do líquido é
mantido fechado, exceto por breves momentos em que a chama ignitiva é introduzida
através de um pequeno orifício; o resultado deste tipo de teste é conhecido como "ponto
de fulgor em vaso fechado".
Devido à maior perda de gás para a atmosfera no teste em vaso aberto, o ponto de
fulgor de um petróleo medido no teste em vaso aberto é sempre um pouco maior (cerca
de 6ºC ou 10ºF) do que o medido no teste em vaso fechado. A pequena perda de gás no
aparelho de vaso fechado também resulta em maior possibilidade de repetição dos
resultados obtidos, do que aqueles obtidos no teste em vaso aberto. Por essa razão, o
método do vaso fechado é o mais difundido e é o utilizado neste guia para a classificação
de petróleos. Entretanto, valores obtidos em vaso aberto ainda podem ser encontrados na
legislação de inúmeras administrações nacionais, em normas de sociedades
classificadoras e em outros documentos afins.
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2.3.6 Perigos Eletrostáticos
2.3.6.1 Generalidades
• Separação de cargas;
• Acúmulo de cargas; e
• Descarga eletrostática.
Todos estes três estágios são necessários para que ocorra a ignição eletrostática.
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2.3.6.4 Descarga Eletrostática
Exemplos:
Descargas entre dois eletrodos podem ser ignitivas desde que alguns requisitos
ocorram. Isto inclui:
O primeiro grupo reúne os condutores. No caso dos sólidos, são eles os metais e,
em se tratando de líquidos, são os constituídos pela grande gama de soluções aquosas,
incluída a água do mar. O corpo humano, com cerca de 60% de água, é efetivamente um
condutor líquido. Uma importante propriedade dos condutores é a de, a menos que
estejam isolados, serem incapazes de reter uma carga, mas, se estiverem isolados e
ocorrer uma oportunidade para haver uma descarga elétrica, toda a carga disponível será
quase que instantaneamente liberada na descarga.
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Descargas entre dois condutores ocorrem muito freqüentemente sob a forma de
centelha e são muito mais dotadas de energia e potencialmente mais perigosas do que
aquelas que acontecem entre dois corpos, em que um não é um condutor. Nesse último
caso, as descargas tomam, muitas vezes, uma forma mais difusa e menos perigosa
(conhecida como descarga em coroa, corona ou escova) do que uma centelha.
O segundo grupo é dos não-condutores, que têm tão baixa condutividade que, ao
receber carga, a retêm por um longo período. Por isso, os materiais não-condutores
podem evitar a perda da carga dos corpos condutores, agindo como isolantes.
Os líquidos deste terceiro grupo têm condutividade acima de 50 pS/m e são muitas
vezes conhecidos como não-acumuladores estáticos. Exemplos desses líquidos são o
óleo cru e os derivados escuros (contendo materiais residuais), que tipicamente possuem
condutividade na faixa de 10.000 a 100.000 pS/m. Alguns produtos químicos, como os
álcoois, são também não-acumuladores estáticos.
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Em condições normais, os gases são altamente isolantes; isso tem importantes
implicações com relação às neblinas e às partículas em suspensão no ar e em outros
gases. Neblinas carregadas são formadas durante a ejeção de vapor d'água úmido por
um bico expansor, enquanto estão sendo usadas as máquinas de lavagem de tanques e
durante as operações COW. Embora o líquido (a água, por exemplo) possa ter uma
condutividade bem elevada, a relaxação da carga nas gotículas é impedida pelas
propriedades isolantes do gás que as envolve. As diminutas partículas encontradas no
gás inerte oriundo de combustão ou criadas durante a descarga do dióxido de carbono
(CO2) líquido pressurizado são freqüentemente carregadas. A gradual relaxação da carga
que ocorre é o resultado do arranjo das partículas e gotículas e, se a intensidade do
campo é grande, da descarga em corona em saliências, descarga que supre uma carga
neutralizadora de sinal oposto ao daquela da suspensão.
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Operação no Tanque Arriando equipamento Carregando produtos Limpando tanques
de Carga com cabos ou trenas de claros
Quando o perigo pode material sintético
ocorrer
Precauções
Necessárias
Para sondagens,
medições e amostragem
com:
1. equipamento metálico Uso de cabos ou trenas Não é permitido em Não é permitido durante
não aterrado ou não feitas de materiais qualquer tempo a limpeza e por 5 horas
conectado sintéticos para descida daí em diante
de equipamentos no
interior dos tanques de
carga não são permitidos
a qualquer tempo
b) o tanque é
continuamente ventilado
mecanicamente quando
as 5 horas podem ser
reduzidas para 1 hora
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2.3.6.6 Equipamentos fixos em tanques de carga
Petróleo volátil ou não-volátil que tem uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10oC nunca deve ser carregado ou transferido pela boca para um tanque
que não esteja desgaseificado.
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O petróleo não-volátil que tem uma temperatura menor do que seu ponto de fulgor
menos 10oC pode ser carregado pela boca nas seguintes circunstâncias:
Lastros ou resíduos de carga não devem ser carregados ou transferidos pela boca
para um tanque que contenha mistura de gás inflamável.
O jato de água dentro de um tanque, como, por exemplo, durante a lavagem com
água, dá origem a uma neblina eletrostaticamente carregada. Esta neblina se espalha
uniformemente no tanque que está sendo lavado. O nível eletrostático varia muito de
tanque para tanque, tanto em valor quanto em sinal.
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metálicas suspensas por um cabo não-condutor ou uma peça de metal em queda livre no
espaço interior do tanque.
A superfície sobre a qual se encontra uma pessoa que está bem isolada por seus
calçados pode tornar-se eletrostaticamente carregada. Essa carga pode aparecer devido
à separação física dos materiais isolantes causada, por exemplo, pelo andar em uma
superfície isolada muito seca (separação entre as solas dos calçados e a superfície) ou
pela remoção de uma vestimenta.
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2.3.6.15 Materiais Sintéticos
2.3.6.17 Equipamentos
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para impedir o acúmulo de cargas eletrostáticas. Deve haver um caminho de fuga para
terra em tais materiais, de forma que eles não sejam totalmente isolantes. Para evitar o
acúmulo de cargas elétricas, não é necessário ter a resistência tão baixa quanto a
normalmente empregada na interligação e no aterramento de metais. Na prática a bordo,
tal caminho de fuga geralmente ocorre naturalmente por contato direto com o navio, ou
por contato indireto através do operador do equipamento.
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2.3.6.20 Névoa de Água Decorrente de Lavagem
• Durante a descarga;
Devido ao potencial muito elevado que pode existir nas partículas em suspensão
no gás inerte, não é prudente admitir que descargas em corona, resultantes da introdução
de um equipamento condutor, não sejam ignitivas. Por essa razão, nenhum objeto deve
ser introduzido até que o potencial, inicialmente muito elevado, tenha tido a oportunidade
de chegar a um nível mais tolerável; uma espera de 30 minutos, após terminar a injeção
de gás inerte, é suficiente para essa redução ao nível tolerável. Depois de 30 minutos, o
equipamento pode ser introduzido no tanque, o que está sujeito, contudo, às mesmas
precauções indicadas relativamente à névoa da água decorrente da lavagem.
Além disso, o derramamento de óleo pode interferir com outros usos legítimos do
mar, como a piscicultura e a indústria da pesca.
2.3.7.2 Poluição do ar
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3 Segurança
3.1 Precauções Gerais
Como nos camarotes, cozinhas e outras áreas dentro dos espaços das
acomodações existem fontes de ignição nos equipamentos elétricos instalados, além de
fósforos e isqueiros, para manter estas fontes de ignição sob controle é necessário evitar
a entrada de gases inflamáveis nesses espaços.
3.1.1 Fumo
O uso de fósforos e isqueiros fora dos espaços das acomodações deve ser
proibido, exceto em locais onde fumar seja permitido. Fósforos e isqueiros não poderão
ser usados fora desses espaços nem poderão ser transportados pelo convés ou em
qualquer outro local onde gás de petróleo possa estar presente.
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O risco de portar fósforos e particularmente isqueiros deverá ser informado a todas
as pessoas de forma tal que estas se sensibilizem com este risco.
Chamas abertas devem ser proibidas no convés e em qualquer outro local onde
haja risco de presença de gás do petróleo.
3.1.4 Avisos
3.1.5 Cozinha
A menos que aprovados para uso em atmosfera inflamável, rádios portáteis, toca-
fitas, gravadores, calculadoras eletrônicas, câmeras com flash, telefones portáteis e
pagers não poderão ter autorização de uso no convés ou em áreas onde possa haver gás
inflamável.
A experiência tem mostrado que roupas fabricadas com material sintético não
elevam significativamente o risco eletrostático sob as condições normalmente
encontradas nos petroleiros.
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Entretanto, a tendência dos materiais sintéticos é derreter e se fundir quando
expostos a altas temperaturas, criando uma massa concentrada que causa danos severos
ao corpo humano. Considera-se que roupas fabricadas com tais materiais não são
apropriadas para pessoas que possam ficar expostas ao fogo ou a ambientes quentes
durante o desenvolvimento de suas tarefas.
3.1.10 Reparos
Uma boa preparação para reparo no sistema de carga exige que este seja lavado
com água antes de ser aberto. As seções de redes devem ser lavadas com água para
retirar todo o resíduo de petróleo, devendo-se considerar que uma rede lavada não está
obrigatoriamente livre de gás e, portanto, deve também ser soprada. Trabalhos em
superfícies não devem ser realizados antes que estas estejam limpas, livres de resíduos
oleosos.
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Trabalhos a quente em redes somente serão permitidos quando a seção que
receberá o trabalho for desconectada através de trabalho a frio e após a extremidade do
sistema ser adequadamente flangeada. É fortemente recomendável que trabalhos a
quente somente sejam efetuados na oficina da praça de máquinas. A seção de rede que
será reparada deverá estar livre de gás para trabalho a quente.
• Todas as redes interligadas devem ser lavadas com água, drenadas, sopradas
e isoladas do compartimento onde será realizado o trabalho a quente. As redes de carga
podem ser inertizadas ou mantidas cheias de água caso seja considerado necessário;
• A área deverá ser bem ventilada durante todo o período do trabalho a quente e
testes periódicos deverão ser efetuados para verificar que não estão se desenvolvendo
concentrações de gases inflamáveis ou tóxicos;
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3.1.12 Combustão espontânea
Trapos de quaisquer espécies não devem ser guardados próximos a óleos, tintas,
etc. nem deixados no convés sobre equipamentos, redes, nem próximo destes. Se
estiverem úmidos, somente deverão ser guardados após secos. Se estiverem
encharcados de óleo, deverão ser lavados ou destruídos.
3.1.13 Alumínio
Além dos perigos respiratórios devem ser considerados os perigos físicos tais
como: má iluminação; obstáculos no caminho; superfícies escorregadias; alagamentos;
corrosão; escadas inseguras, etc.
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• Verificações regulares da atmosfera devem ser executadas enquanto o pessoal
estiver no interior do espaço;
• Uma bateria completa de testes deverá ser realizada antes de uma nova
entrada, após qualquer intervalo no trabalho;
Apesar das casas de bombas não serem consideradas espaços confinados, sua
localização, projeto e operação constituem perigos particulares que exigem precauções
especiais.
3.3.2 Ventilação
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Antes da entrada de qualquer pessoa, as casas de bombas devem ser
continuamente ventiladas e sua atmosfera, verificada quanto à presença de gases de
petróleo. A ventilação deverá ser continuada até que o acesso não seja mais necessário.
3.3.3 Iluminação
3.3.4 Acesso
Ninguém poderá entrar em uma casa de bombas sem antes obter permissão do
oficial responsável. O oficial de serviço na operação de carga deve se assegurar de que a
ventilação adequada da casa de bombas foi concluída, que a atmosfera em seu interior é
apropriada para a entrada e que procedimentos de comunicação estão estabelecidos e
mantidos continuamente.
• Gasolinas naturais
• Querosenes
• Solventes
• Querosenes de aviação
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• Naftas
• Gasóleos pesados
• Óleos lubrificantes
• devem ser utilizados cabos de fibra natural para arriar as máquinas portáteis de
jato rotativo nos tanques;
3.4.2 Ações para evitar eletricidade estática no caso de falha do gás inerte
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introdução do sistema de amostragem. Os componentes metálicos do equipamento de
amostragem devem ter continuidade elétrica e aterramento seguro.
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Diagrama simplificado do circuito de um explosímetro
Após a ajustagem inicial do zero instrumental, feita com ar puro em contato com o
filamento sensor, uma amostra da mistura é introduzida no medidor por meio de um bulbo
aspirador de borracha ou por meio de uma bomba. A leitura é feita quando o ponteiro
cessa de avançar na escala do mostrador.
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A tensão de desbalanceamento através do medidor é proporcional à concentração
de hidrocarbonetos até duas a três vezes o valor do LII, muito embora não possa ser lida
a medida de uma concentração maior do que 100% do LII. Se a concentração for maior
do que cerca de duas vezes o LII, haverá insuficiência de oxigênio na mistura para
queimar completamente o gás de hidrocarbonetos. Tal concentração é indicada pelo
movimento da agulha do medidor, que se desloca inicialmente até o valor máximo da
escala para, em seguida, voltar para uma posição perto do zero. A observação contínua
da agulha é necessária para evitar que passe desapercebido tal tipo de resposta do
instrumento. A operação prolongada com tal mistura de gás causa o depósito de material
carbonado sobre o filamento sensor, o que pode alterar a resposta do instrumento. Em
tais casos, a resposta do instrumento deve ser verificada.
Pela mesma razão, o instrumento não deve proporcionar leituras confiáveis quando
a atmosfera é deficiente de oxigênio, como é o caso da atmosfera em tanques inertizados.
Outros gases que não os de hidrocarbonetos, tais como gás sulfídrico (H2S),
monóxido de carbono (CO) ou gases oriundos de compostos de chumbo, que podem
estar presentes na atmosfera de um tanque, podem afetar a resposta do medidor, desde
que estejam presentes em concentrações muito elevadas.
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Após ter sido o instrumento inicialmente zerado com ar puro em contato com o
filamento sensor, uma amostra é introduzida no medidor por meio de um bulbo aspirador
de borracha. O bulbo deve ser operado até que o ponteiro do medidor se mantenha
estacionário em um ponto da escala (normalmente de 15 a 20 apertadas), quando a
aspiração deve ser interrompida e a leitura feita. É importante que a leitura seja feita sem
qualquer fluxo de gás através do instrumento e com o gás na pressão atmosférica normal.
Um dos feixes de luz atravessa câmaras cheias de ar. O outro feixe atravessa
câmaras para as quais a amostra de gás é bombeada. Inicialmente, ar é bombeado para
as câmaras de gás e o instrumento é ajustado de modo que uma das linhas escuras
coincida com a linha de zero do instrumento. Se uma mistura de gás for então bombeada
para as câmaras de amostra, as linhas escuras são deslocadas em escala proporcional à
diferença entre os índices de refração. O deslocamento é medido pela observação da
nova posição na escala da linha que, inicialmente, foi levada a coincidir com o zero do
instrumento. A escala pode ser calibrada em unidades de concentração, ou pode ser uma
escala arbitrária cujas leituras são convertidas, por tabelas ou gráficos, nas unidades
requeridas. A resposta do instrumento é linear e o teste em um único ponto, com uma
mistura padrão de concentração conhecida, é suficiente para fins de verificação.
• Sensores paramagnéticos;
• Sensores eletrolíticos;
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3.5.2.1 Sensores Paramagnéticos
O filtro deverá ser limpo ou substituído quando, para manter um fluxo razoável
através do analisador, for necessário aumentar a pressão da amostra. Haverá, também, a
necessidade de aumentar-se a pressão da amostra se o filtro se tornar úmido devido à
secagem insuficiente do gás. A necessidade de limpar ou substituir o filtro deverá ser
checada regularmente.
Certos gases podem afetar o sensor e causar leituras falsas. Bióxido de enxofre e
óxidos de nitrogênio interferem se estiverem presentes em concentrações de mais de
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0,25% em volume. Mercaptans e sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico) inibem a atividade
do sensor, se seus níveis forem maiores do que 1% em volume. Tal inibição não ocorre
imediatamente, mas após um certo tempo; um sensor inibido se altera e não pode ser
calibrado no ar. Em tais casos, o manual de instruções do fabricante deve ser consultado.
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Na prática, deve ser selecionado um tubo para a substância a ser detectada de
acordo com a faixa de concentração do gás em questão (de 2-500 ppm, por exemplo).
Depois de selecionado o tubo adequado, o usuário deverá quebrar as extremidades do
tubo e encaixá-lo à bomba de amostragem, observando o sentido do fluxo de amostra
indicado no tubo.
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3.6.2 Incêndios em Petróleo
Isto pode ser conseguido mais facilmente se o jato de espuma for dirigido de
encontro a uma antepara vertical adjacente ao incêndio, tanto para quebrar a velocidade
do jato quanto para produzir uma cobertura de abafamento contínua. Se não existir uma
antepara vertical, o jato deve avançar a favor do vento, em varredura oscilante, com o
cuidado de evitar que ele mergulhe no líquido. Jatos de neblina de espuma, embora
tenham alcance limitado, também são eficazes.
Incêndios de proporção média em petróleos voláteis podem ser extintos por neblina
d'água de alta ou de baixa velocidade e pó químico.
O incêndio de um petróleo não-volátil que não esteja queimando por muito tempo,
pode ser extinto por neblina d'água de alta e baixa velocidades, se toda a superfície que
está queimando for acessível. A superfície do líquido transfere rapidamente seu calor às
gotículas da neblina e as chamas podem ser extintas por uma varredura de neblina que
cubra o incêndio em toda a sua extensão.
Jatos d'água nunca devem ser usados diretamente sobre um incêndio de gás
liquefeito de petróleo e a espuma não extinguirá tais incêndios.
3.6.5 Resfriamento
3.6.5.1 Água
A água é o mais comum agente utilizado para apagar incêndios por resfriamento
uma vez que absorve muito bem o calor e é fartamente disponível em terminais e em
navios.
Neblina d'água de alta ou de baixa velocidade pode ser usada eficazmente contra
incêndios de petróleo e para estabelecer uma barreira entre o incêndio e aqueles que o
estão combatendo.
Devido ao perigo de choque elétrico, a água nunca deve ser lançada sobre
qualquer equipamento elétrico.
3.6.5.2 Espuma
3.6.6 Abafamento
3.6.6.1 Espuma
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forma um manto abafador uniforme. A espuma, por absorver alguma quantidade de calor,
reduzirá também a temperatura da superfície do líquido.
Uma espuma de alta expansão tem uma taxa de expansão compreendida entre
150:1 e 1500:1. É produzida por LGEs de hidrocarbonetos sulfactantes e é usada para
extinguir incêndios em espaços fechados, porque enche rapidamente o compartimento e,
assim, impede a entrada de ar fresco. O gerador de espuma, que pode ser fixo ou móvel,
borrifa a solução de espuma sobre uma rede de malha fina através da qual ar é impelido
por uma ventoinha. Espumas de alta expansão são inadequadas para uso em locais
abertos, uma vez que não podem ser lançadas diretamente sobre o fogo e são facilmente
dispersadas por qualquer vento suave.
A espuma de baixa expansão tem uma razão de expansão compreendida entre 3:1
e 15:1. É feita de LGEs de base proteínica ou de concentrados sintéticos e pode ser
aplicada sobre incêndios em tanques ou em derrames de óleo por meio de canhões fixos
ou aplicadores portáteis. É possível obter-se um bom alcance e a espuma é resistente ao
vento.
O sistema deve ser completamente lavado e limpo antes da troca de agentes, pois
os LGEs de base sintética podem desalojar sedimentos e entupir o equipamento
proporcionador de espuma.
Algumas das espumas produzidas por diferentes LGEs são compatíveis com pó
químico e são adequadas para uso combinado. O grau de compatibilidade entre as
diversas espumas e entre espumas e agentes químicos secos varia e, por isso, deve ser
estabelecido por meio de testes adequados.
- 63 -
A compatibilidade dos compostos de espuma é um fator que não deve ser
esquecido quando são consideradas operações conjuntas com outros serviços.
O gás carbônico é asfixiante e não é detectável pela visão ou pelo olfato. Ninguém
deve entrar em um espaço, total ou parcialmente confinado, em que tenha sido usado gás
carbônico, a menos que esteja sob supervisão e protegido por equipamento de proteção
respiratória adequado e com um cabo-guia (cabo salva-vidas). Máscaras com
equipamento filtrante não podem ser usadas. Qualquer compartimento que tenha sido
alagado com gás carbônico não pode deixar de ser totalmente ventilado antes que
alguém entre sem equipamento de proteção respiratória.
3.6.7.1 Generalidades
3.6.7.2 Pó químico
Todos os halons são considerados tóxicos em algum grau porque, em contato com
superfícies quentes ou com chamas, desprendem substâncias tóxicas. Todos devem,
portanto, evacuar a área antes que um halon seja empregado, embora seja possível
iniciar-se a descarga do halon antes que a evacuação tenha sido completada, uma vez
que as concentrações normalmente necessárias para a extinção de um incêndio são
suportáveis por períodos breves. Após o incêndio ter sido extinto, a área deve ser
completamente ventilada. Se for necessário entrar na área antes de a mesma ter sido
ventilada, deve ser usado um equipamento de proteção respiratória adequado.
O tetracloreto de carbono não deve ser usado por ser altamente tóxico.
- 65 -
3.6.9 Instalações Fixas - Resfriamento
Uma "conexão internacional" deverá ser suprida aos petroleiros, de modo que um
fornecimento externo de água possa ser ligado a qualquer hidrante da rede de incêndio
do navio. Tal conexão deverá estar disponível para uso imediato.
- 66 -
3.6.10.4 Sistema de Abafamento por Vapor
Embora antigamente as roupas fossem feitas de amianto, este tipo de roupa não é
mais recomendado. O amianto absorve e transmite calor muito mais rapidamente do que
novos tipos de material e as roupas de amianto protegem apenas por pouco tempo. A
roupa de amianto tem que ser mantida seca, muito embora haja o perigo de a pessoa que
a use ficar escaldada quando exposta ao fogo. Pessoas usando luvas devem estar de
prontidão para remover rapidamente uma roupa de amianto que tenha se tornado muito
quente.
Nos petroleiros, as roupas de proteção devem ser guardadas perto dos armários
onde estão os equipamentos de proteção respiratória.
3.7.2 Exercícios
- 67 -
4 Prevenção da Poluição
Durante os últimos 25 anos, vem aumentando o interesse mundial pela poluição
nos mares do mundo. A maioria das fontes de poluição se origina em terra e é produto da
indústria, descartes do uso de pesticidas e herbicidas na agricultura e esgotos das áreas
urbanas. Contudo, é muito significante a quantidade de poluição causada pelo transporte
por navios e pela atividade marítima de maneira geral.
A maior causa de poluição por óleo advém de acidentes com petroleiros. Embora
comparativamente isso contribua com um percentual pequeno do que entra no mar a
cada ano, a conseqüência de um acidente pode ser desastrosa para o local do acidente,
particularmente se o navio envolvido for grande e o acidente ocorrer próximo da costa. Os
naufrágios do Torrey Canyon (1967), do Amoco Cadiz (1978), do Exxon Valdez (1989) e
do Sea Empress (1996) são exemplos.
A maior quantidade de óleo que entra no mar é resultado das operações normais
dos petroleiros que estão associadas às limpezas dos resíduos de carga nos tanques e a
troca de lastro que ocorre quando o navio vem de um porto de descarga para carregar
novamente.
O óleo afeta o meio ambiente marinho quando forma uma película na superfície,
interferindo na troca de oxigênio entre o mar e a atmosfera; seus constituintes pesados
encobrem o fundo do mar alterando o crescimento da vida marinha. Muitos elementos
constituintes são tóxicos e entram na cadeia alimentar; e o óleo nas praias interfere no
seu uso como local de diversão.
Com o aumento da poluição por óleo, foi tomada uma ação internacional com a
adoção da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973. Em
1978, foi adotado um protocolo com cláusulas específicas para petroleiros. Com este
protocolo, a convenção ficou conhecida como MARPOL 73/78, com emendas adicionais
em 1993 e 1996. A poluição marinha é mais do que apenas poluição por óleo e o
MARPOL 73/78 trata dessas diferentes categorias de poluição. O Anexo I da convenção
trata da poluição por óleo.
Este anexo trata da poluição causada por acidentes com petroleiros e suas
operações. A prevenção de acidentes é a primeira providência para a segurança e este
assunto é tratado através das Convenções de Segurança. O anexo I, entretanto, trata da
mitigação de conseqüência de acidentes.
- 68 -
• Construção;
• Equipamentos;
• Operação;
• Vistorias e certificados;
• Procedimentos de controle; e
• Penalidades.
Nas exigências de construção, os projetos devem ser tais que evitem que a água
de lastro venha a ter contato com a carga, restringindo a geração de misturas oleosas e
evitando sua descarga para o mar. O projeto também dá aos navios que transportam
petróleo grande capacidade de sobrevivência para proteger o navio por meio de espaços
vazios e limitando o tamanho dos navios de maneira tal que, se um acidente ocorrer, o
derrame de óleo será limitado. As exigências referentes ao projeto dos equipamentos
possibilitam ao navio cumprir com as exigências operacionais. A convenção MARPOL
73/78 não trata apenas das exigências operacionais mas também dos meios para que a
operação ocorra de acordo com estas exigências.
Nos navios petroleiros novos para transporte de óleo cru de 20.000 toneladas de
porte bruto ou mais e nos navios que transportam produtos de 30.000 toneladas de porte
bruto ou mais, deve haver um sistema de lastro segregado (SBT) de suficiente
capacidade e somente em circunstâncias extraordinárias poderá ser considerado
necessário colocar lastro nos tanques de carga.
• o calado a meia-nau não poderá ser menor do que 2.0 + 0.02 L, onde L é o
comprimento entre perpendiculares;
Navios novos, neste contexto, são aqueles construídos após 1º de julho de 1980.
Navios construídos antes desta data estão sujeitos a exigências menos rigorosas em
reconhecimento ao fato de que a instalação desse sistema poderá ser muito cara e
impraticável. Estes navios somente estarão obrigados a possuir um SBT se tiverem mais
de 40.000 toneladas de porte bruto, porém, podem escolher:
- 69 -
• operar com tanques dedicados para lastro limpo (CBT), se forem navios de
produtos; ou
• estar equipado e operar com um sistema COW, se for um navio de óleo cru.
O tanque de resíduos deve ter capacidade adequada que garanta que os resíduos
de lavagem de tanques e outros resíduos possam ser retidos a bordo para separar o óleo
e água e subseqüente descarga da água como parte do procedimento LOT (load on top).
- 70 -
Arranjo mais sofisticado de um tanque de resíduos
- 71 -
4.1.7 Cabos de Reboque em Emergência
Exceto nos terminais em que não haja disponibilidade de rebocadores, devem ser
passados nos cabeços de bordo, na proa e popa do navio, cabos de aço para reboque, de
resistência e condição adequadas, cujas mãos devem ser mantidas na altura de 1m
acima da linha d’água. Nos navios-tanque amarrados a cais (ou píer), tais cabos de aço
devem ficar pendentes, em posições nas quais possam ser apanhados pelos rebocadores
sem dificuldade, geralmente do bordo oposto ao de atracação. No caso dos navios-tanque
amarrados a bóias, eles devem ficar pendurados no bordo oposto àquele em que
estiverem conectados os mangotes.
O navio deve estar fora de áreas especiais, as quais estão definidas no Anexo I da
MARPOL;
• A descarga instantânea não pode exceder 30 litros por milha náutica navegada;
4.1.10 Manutenção
Após ter sido concluída qualquer vistoria realizada no navio, de acordo com o
parágrafo (1) desta regra, não deverá ser realizada qualquer alteração na estrutura,
equipamentos, sistemas, acessórios, arranjos ou materiais cobertos pela vistoria, sem a
aprovação da Administração, exceto a substituição direta de tais equipamentos e
acessórios.
Sempre que ocorrer um acidente com um navio, ou que for descoberto um defeito
que afete significativamente a sua integridade ou a sua eficiência, ou a perfeição dos seus
equipamentos cobertos por este anexo, o comandante ou o armador do navio deverá
informar o ocorrido na primeira oportunidade à Administração, à organização reconhecida
ou ao vistoriador designado, responsável por fornecer o certificado pertinente, que deverá
dar início às investigações para verificar se é necessária a realização de uma vistoria,
como prescrito no parágrafo (1) desta regra. Se o navio estiver em um porto de uma outra
parte, o comandante ou o armador deverá comunicar também, imediatamente, as
autoridades responsáveis do Estado do Porto e o vistoriador designado, ou a organização
reconhecida, deverá verificar se essa comunicação foi feita.
- 73 -
4.1.11 Requisitos Especiais para Certos Tipos de Petroleiros
• que naveguem dentro das áreas especiais ou dentro de 50 milhas da terra mais
próxima; e
• Quando não for possível cumprir as prescrições para a descarga de óleo e/ou
misturas oleosas para o mar, estas deverão ser descarregadas para uma instalação de
recebimento de terra;
• A superfície dos lastros segregados e limpos deve ser observada antes do início
da descarga para o mar; e
- 74 -
4.2.2. Quando no porto
Os navios petroleiros são providos com um livro de registro de óleo, que é uniforme
para todos os navios, onde são lançadas, de forma codificada, todas as operações que
envolvam o manuseio de óleo e/ou misturas oleosas.
Deve ser preenchido de acordo com as instruções nele contidas. Para os navios-
tanque, este livro se compõe de duas partes, ou seja, Livro de Registro de Óleo Parte I e
Livro de Registro de Óleo Parte II. Na Parte I, devem ser lançadas todas as
movimentações de combustíveis e lubrificantes efetuadas na praça de máquinas e na
Parte II devem ser lançadas todas as movimentações de carga, lastro, limpeza de
tanques etc. Para os demais tipos de navios, este livro é composto somente da Parte I.
Cada operação concluída deverá ser assinada e datada pelo oficial ou oficiais
encarregados. Cada página completada deverá ser assinada pelo comandante do navio.
2. Se foram limpos desde a última vez que contiveram óleo e, se não, o tipo de
óleo que contiveram anteriormente.
3. Processo de limpeza:
.3 identificar o(s) tanque(s) para o(s) qual(quais) foi transferida a água utilizada na
limpeza.
4. Lastro
- 76 -
6. Posição do navio no início da descarga.
9. Método de descarga:
16. Hora e posição do navio no momento em que o sistema foi colocado no modo
de funcionamento automático para a descarga para o mar.
- 78 -
(F) Situação do sistema de monitoramento e controle das descarga de óleo
27. Recebimento
.1 Local do recebimento.
.2 Hora do recebimento.
- 79 -
4.3.2 Livro de Registro de Óleo Parte II
Cada operação concluída deverá ser assinada e datada pelo oficial ou oficiais
encarregados. Cada página completada deverá ser assinada pelo comandante do navio.
Com relação aos petroleiros empregados em tráfegos marítimos específicos, de acordo
com o Anexo I da MARPOL 73/78, o lançamento adequado feito no Livro Registro de Óleo
deverá ser endossado pela autoridade competente do Estado do Porto.
- 80 -
a aderência afetarão a precisão dessas leituras. Os lançamentos realizados no Livro
Registro de Óleo devem levar isto em conta.
1. Local do recebimento.
.1 de:
6. Local do descarregamento.
(Para ser preenchido para cada tanque que estiver sendo lavado com óleo cru)
9. Porto em que foi realizada a lavagem com óleo cru ou posição do navio, se a
limpeza tiver sido realizada entre dois portos de descarga.
- 81 -
1 Quando um único tanque tiver mais máquinas do que podem ser operadas
simultaneamente, como descrito no Manual de Operação e dos Equipamentos, a seção
que estiver sendo lavada com óleo cru deve ser identificada. Por exemplo, Nº 2 central,
seção de vante.
17. Observações .3
21. Posição do navio quando a água destinada à lavagem, ou para lastro no porto,
foi admitida no(s) tanque(s) dedicado(s) exclusivamente para lastro limpo
23. Quantidade de água oleosa que, após a lavagem das redes, foi transferida para
o(s) tanque(s) de resíduos ou para o(s) tanque(s) de carga em que os resíduos foram
armazenados inicialmente (identificar o(s) tanque(s)). Informar a quantidade total.
- 82 -
2 De acordo com o Manual de Operação e dos Equipamentos, lançar se foi
empregado o método de lavagem de um único ou de múltiplos estágios. Se tiver sido
utilizado o método de múltiplos estágios, informar o arco vertical abrangido pelas
máquinas e o número de vezes em que aquele arco foi abrangido naquele estágio
específico do programa.
24. Posição do navio quando foi admitida mais água de lastro no(s) tanque(s)
dedicado(s) exclusivamente para lastro limpo.
25. Hora e posição do navio quando foram fechadas as válvulas que isolam os
tanques dedicados exclusivamente para lastro limpo das redes de carga e de esgoto.
- 83 -
4 Lavagem manual com mangueiras, lavagem com máquina e/ou limpeza química.
Quando tiverem sido lavados quimicamente, devem ser informados o produto químico e a
quantidade utilizada
- 84 -
53. Foi mantida uma verificação regular do efluente e da superfície da água no
local da descarga?
54. Confirmar que todas as válvulas aplicáveis do sistema de redes do navio foram
fechadas ao término da descarga dos tanques de resíduos.
- 85 -
63. Identificação do(s) tanque(s) descarregados(s).
64. Hora e posição do navio no início da descarga de lastro limpo para o mar.
65. Hora e posição do navio ao término da descarga de lastro limpo para o mar.
.1 para o mar: ou
67. Houve qualquer indicação de contaminação da água de lastro por óleo, antes
ou durante a descarga para o mar?
69. Hora e posição do navio quando foram fechadas as válvulas que isolam os
tanques dedicados exclusivamente ao lastro limpo das redes de carga e de drenagem, ao
término do deslastro.
- 86 -
(O) Outros procedimentos operacionais e observações de natureza geral
80. Observações.
Logo que possível, deve-se enviar um relatório inicial ao Estado costeiro mais
próximo e através do mais rápido meio de comunicação existente e disponível. Um
relatório inicial é composto dos seguintes dados:
• Identidade do navio;
• Tipo de navio;
- 87 -
• Descrição do incidente, incluindo a avaria sofrida;
• Notificar o terminal;
4.5 Poluição do Ar
Existem diversos fatores pelos quais um navio petroleiro pode causar a poluição do
ar com gases de hidrocarbonetos ou inertes, dentre os quais podemos citar:
- 88 -
As medidas de prevenção da poluição podem ser na forma de:
A pressão atmosférica dos tanques deve ser monitorada tendo em vista que a
vazão do carregamento não é igual à vazão de descarga.
- 89 -
5 Projeto e equipamentos de um navio petroleiro
5.1 Construção
5.1.1.1 A superestrutura
Como exceção a esta regra, o passadiço pode ser localizado sobre a área dos
tanques de carga, quando necessário, desde que seja utilizado exclusivamente para
navegação e que seja projetado para ficar separado por um espaço aberto a uma altura
mínima de 2 metros acima da área da carga. Este espaço tem como finalidade
proporcionar uma boa ventilação, e evitar acúmulo de gases inflamáveis e/ou tóxicos.
A parte de ré deve ser dotada de meios que impeçam que vazamentos que
ocorram na área de carga atinjam a área das acomodações e, para atender a esta regra,
- 90 -
os navios são dotados de uma barreira de proteção separando esta área, semelhante ao
trincaniz, que tem a sua altura mínima de 300mm estabelecida por regra de construção.
Esta distância não precisa ser maior do que 5 metros. A administração poderá
permitir que haja portas de acesso nas anteparas limítrofes voltadas para a área de carga,
ou dentro do limite anteriormente descrito, para acesso às estações de controle de carga
e aos compartimentos de serviço utilizados como paióis de mantimentos, despensas e
paióis, desde que não dêem acesso direta ou indiretamente a qualquer outro
compartimento que contenha ou que seja previsto para servir como alojamento, estações
de controle, ou compartimentos de serviço ou semelhantes que contenham fontes de
ignição de vapores.
• Sejam reforçadas;
- 91 -
A SOLAS 74/78, edição consolidada de 2004 na regra 3 do Capítulo II-2 nos
parágrafos 2, 4 e 10, descreve os requisitos mínimos para padrões adequados de
integridade ao fogo, das anteparas e conveses de navios-tanque.
• tenha sido submetido a uma grande conversão cujo contrato ou ausência deste
obedeça às datas dos itens anteriores. (grande conversão significa: alterar
significativamente as dimensões do navio ou sua capacidade de transporte, mudança do
tipo de navio com finalidade de prolongar a vida da embarcação de acordo com a opinião
da Administração ou que, de alguma outra maneira, altere o navio de modo que, se fosse
um navio novo, ficasse sujeito às disposições pertinentes à Convenção MARPOL não
aplicáveis a ele como um navio existente).
• o calado moldado a meio navio (dm) em metros (sem levar em conta qualquer
deformação do navio) não seja inferior a,
• Que o trim pela popa não seja maior que 0,015 do Lpp;
Tanques de lastro limpo (CBT) são tanques de carga que também são destinados
ao transporte de lastro, que foram limpos de tal modo que os efluentes dele provenientes,
se fossem descarregados de um navio que estivesse parado numa água limpa e calma,
- 93 -
num dia claro, não produziriam vestígios de óleo na superfície da água ou no litoral
adjacente, nem causariam o depósito de borra ou emulsão abaixo da superfície d’água ou
no litoral vizinho. Se o lastro for descarregado através de um sistema de monitoramento e
controle de descargas de óleo aprovado pela Administração, os indícios obtidos com base
no sistema, no sentido de que o teor de óleo do efluente não ultrapasse a 15 partes por
milhão (ppm), deverão ser suficientes para determinar que o lastro estava limpo, apesar
da presença de vestígios visíveis.
Tanto o sistema SBT quanto o CBT contribuem para reduzir a poluição do meio
ambiente marinho, o que não acontecia com os navios pré MARPOL, que utilizavam lastro
sujo, com descarga para o mar, o que liberava quantidades consideráveis de óleo para o
mar. A principal diferença entre eles está no sistema de bombeio (redes, válvulas,
bombas), que no SBT é independente do sistema de carga.
Já o sistema CBT, utiliza parte dos tanques de carga para lastro, o que requer
cuidados especiais de limpeza. Um duplo bloqueio (duas válvulas separando a parte de
carga da parte de lastro) além de tempo considerável para lastro de partida no porto de
descarga, limpeza de tanque para lastro limpo de chegada durante a viagem, e redução
da vazão de carregamento durante a descarga do lastro limpo no porto de carregamento.
Tanto os navios com sistema SBT ou CBT devem efetuar lavagem com óleo cru.
A lavagem com óleo cru é um método de limpeza que utiliza o óleo da carga ou um
óleo de baixa viscosidade sob forma de jato de alta pressão. Tal jato é produzido através
de equipamentos de jato rotativo do tipo fixo, posicionados de maneira estratégica, que
têm capacidade rotacional de atingir, com jatos sob alta pressão, quase a totalidade
(fundo, anteparas, topo, cavernas, longarinas, tubulações, etc.) da superfície interna do
tanque de carga, reduzindo a formação de depósitos sedimentares de borra. Esses
depósitos, com este sistema, tendem a se homogeneizar com o óleo menos viscoso,
tornando-se capazes de serem drenados e bombeados junto com a descarga, reduzindo-
se assim a formação de resíduo sedimentares, que pode chegar a 1% da carga
transportada.
Para se realizar uma lavagem com óleo cru, é necessário que o navio possua um
sistema de geração de gás inerte que atenda aos requisitos do capítulo II-2 regra 4 (5.5)
da Convenção SOLAS, edição consolidada de 2004, além de ser dotado do manual de
operação dos equipamentos de lavagem com óleo cru, cujo formato padrão foi adotado
pelo Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho da IMO, através da resolução
MEPC.3(XII) e emendas da resolução MEPC.81(43).
Deverão ser tomadas medidas adequadas para a limpeza dos tanques de carga e
para a transferência dos resíduos de lastro sujo e da água utilizada nas lavagens de
tanques para um tanque de resíduos aprovado pela Administração. Nos petroleiros
existentes, qualquer tanque de carga poderá ser designado como tanque de resíduos.
Neste sistema, deverão ser tomadas medidas para transferir os rejeitos oleosos
para um tanque de resíduos ou para um conjunto de tanques de resíduos.
- 95 -
lavagem dos tanques e, quando for aplicável, para fornecer o fluido de acionamento dos
edutores, sem a introdução de mais água no sistema;
Quando uma carga sujeita aos dispositivos do Anexo II, da presente Convenção,
for transportada num espaço de carga de um petroleiro, as exigências apropriadas do
Anexo II, também deverão ser aplicadas.
NAVIOS COMBINADOS
Quando houver tanques de carga laterais, deverão ser instaladas redes de carga
localizadas abaixo do convés no interior destes tanques. A Administração poderá permitir,
entretanto, que as redes de carga sejam instaladas dentro de dutos especiais, desde que
estes possam ser adequadamente limpos e ventilados, de modo que satisfaça a
Administração. E quando não houver tanques de carga laterais, as redes de cargas
abaixo do convés deverão ser instaladas nestes tipos de dutos especiais.
O sistema de carga pode ser individual por cada tanque de carga, ou comum a
grupos de tanques, podendo ser de diâmetros variados que variam normalmente de 4
polegadas a 36 polegadas, dependendo do porte do navio e vazão nominal das bombas
de carga, além de a espessura da linha variar de acordo com a resistência a pressão de
trabalho.
O aço é o tipo de material mais comum na confecção das redes, pois é uma liga
facilmente encontrada ao redor do mundo e economicamente mais barata, porém, tem
vida útil menor do que outras ligas, tais como o ferro fundido e o aço inoxidável 316L, que
também são materiais empregados na confecção de redes, entre outros.
Temos também petroleiros do tipo product (parcel) tanker, que são providos de
uma bomba do tipo de imersão por tanque de carga, além de linhas aéreas individuais
que são interligadas a 3 ou 4 tomadas de carga do navio através de manobra de válvulas.
Geralmente as bombas de carga são submersíveis, impulsionadas por sofisticado sistema
hidráulico além de sofisticada automação para este sistema.
Todo tipo de petroleiro deve ter uma rede de descarga de lastro, ou água
contaminada por óleo proveniente dos tanques de carga para o mar, obedecendo a
parâmetros exigidos no Anexo I da Convenção MARPOL e respeitando as áreas
geográficas descritas no mesmo Anexo I desta mesma Convenção. A descarga deverá
estar instalada de tal maneira que fique localizada no convés exposto ou em um dos
bordos do navio, acima da linha de flutuação, na condição máxima de lastro e este bordo
deve ser o oposto às admissões de água do mar para os destiladores, a fim de evitar
contaminação da água de consumo produzida.
Alguns navios também são dotados de edutores, que são utilizados para auxiliar a
drenagem dos tanques de carga. Os edutores utilizados em conjunto com as bombas de
dreno tornam a drenagem mais rápida e confiável. Eles dão maior contribuição por
ocasião das limpezas de tanques, pois reduzem o desgaste prematuro das bombas de
carga e dreno, visto que borras e cascalhos de ferrugem podem ser manuseados sem
causar danos às válvulas e impelidores das bombas.
- 99 -
a) Ser equipados com uma rede de drenagem de óleo, projetada e instalada de
modo a minimizar a retenção de óleo no interior das linhas de carga; e
- 100 -
5.2.3.3 Tipos de bombas
Nos navios modernos, existem diversos tipos de bombas de carga, sendo mais
comuns as: alternativas, rotativas e centrífugas.
A) ALTERNATIVAS
As bombas de carga do tipo alternativas vêm sendo substituídas por outros tipos de
bombas, tais como as centrifugas e, mais recentemente, por bombas submersíveis
embora as bombas alternativas continuem a ser utilizadas nas drenagens de tanques de
carga.
Estas bombas são dotadas de três manômetros para leitura de pressão, sendo um
para a pressão do vapor utilizado como força motriz para a bomba e os outros dois para
medição da pressão de aspiração (pressão negativa ou vácuo) e pressão de descarga.
B) ROTATIVAS
A grande vantagem deste tipo de bomba é que ela tem a capacidade de bombear
uma grande variedade de líquidos em uma ampla faixa de pressão, viscosidade e
temperatura. Elas não são muito empregadas em navios petroleiros por não serem
resistentes a substâncias abrasivas e corrosivas, uma vez que a folga mínima entre o
parafuso e a parede do cilindro faria com que houvesse perda de rendimento, devido aos
desgastes por eles provocados, além da perda de sucção, se utilizadas por períodos
prolongados.
- 101 -
Estes tipos de bombas são normalmente utilizados para transferência de óleo
combustível dos tanques de armazenamento da proa do navio para os tanques de
consumo da praça de máquinas, devido à viscosidade do óleo combustível.
C) CENTRÍFUGAS
As bombas centrífugas, tal como as rotativas, podem ser acionadas por turbinas a
vapor e motor a diesel ou elétrico. Diferentes das bombas rotativas e alternativas, a
bomba centrífuga não é uma bomba de deslocamento positivo e usa a força centrifuga
para movimentar o líquido. Ela pode ser operada com a válvula de descarga fechada,
porém, o impelidor agita o líquido existente na carcaça da bomba (estator) e, como as
folgas são muito pequenas o líquido aquece rapidamente a carcaça da bomba, podendo
avariá-la ou gerar incêndio caso a temperatura do líquido atinja a temperatura de auto-
ignição.
Por causa disso, as bombas de cargas devem ser dotadas de termômetro nos
mancais e na carcaça, para monitoramento destas temperaturas de acordo com item
5.10.1.1 da regra 4 do capítulo II-2 parte B da convenção SOLAS, edição consolidada de
2004.
Em geral estas bombas são utilizadas como bombas de carga e não são auto-
escorváveis. As bombas centrífugas que utilizam força motriz proveniente de uma turbina,
além de possuírem os três manômetros de pressão tal como as bombas alternativas,
também possuem um tacômetro para controlar a velocidade das turbinas e um dispositivo
de desarme por sobrevelocidade destas. Já as elétricas podem ser projetadas para
funcionar a uma rotação constante e devem possuir manômetro para controle de pressão
na admissão e na descarga da bomba, um voltímetro, um amperímetro e um tacômetro,
além de um sistema de desarme por sobrevelocidade.
- 102 -
D) CENTRÍFUGAS DE PROFUNDIDADES E SUBMERSÍVEIS
5.2.3.4 Edutor
Edutor
5.2.4 Válvulas
a) De acionamento manual;
- 104 -
centro do volante, içando internamente o disco de vedação que se locomove internamente
no corpo da válvula, permitindo assim a passagem do fluido;
• borboleta;
• de esfera;
• de retenção; e
• de bloqueio em ângulo.
A válvula de retenção ou portinhola, tanto linear quanto angular, é uma válvula que
possui um disco preso a um eixo excêntrico fixado ao corpo da válvula, porém com
- 106 -
movimento rotacional do eixo livre e provido de um sistema tipo mola que a mantém
fechada e só se abre quando a força proporcionada pela passagem do fluido faz com que
ultrapasse a pressão exercida pela mola, causando a sua abertura. Elas são
obrigatoriamente utilizadas nas descargas de bombas pois, caso haja perda de aspiração
ou a bomba seja parada, impedem que haja o retorno de liquido, o que poderá danificar a
bomba de carga caso esta venha a girar em sentido contrário.
- 107 -
possuir uma rede que interliga as redes de aspiração e de descarga, sendo que nesta
rede de interligação há uma válvula de alívio pressão regulada.
- 108 -
5.3.1 Sistema de aquecimento por serpentinas
O vapor d’água circula ao longo do convés principal através de uma tubulação que,
em intervalos adequados, se ramifica para as válvulas de admissão do vapor do sistema
de aquecimento do tanque de carga. Em geral, as linhas de aquecimento principais são
revestidas de material adequado para isolamento térmico.
- 109 -
Alguns navios que transportam cargas muito leves estão sujeitos à variação de
temperatura ambiente, sofrendo expansão e contração volumétrica, e por este motivo são
dotados de um sistema de borrifo fixo, que borrifa água na superfície do chapeamento do
navio para ajudar a estabilizar a temperatura da carga e evitar perda por evaporação.
Alguns produtos, tais como o óleo combustível pesado do tipo 380 CST, polibuteno,
sebo animal, heavy virgin gas oil e o cat feed entre outros, que têm o ponto de fluidez
muito elevado, precisam ser aquecidos para evitar que percam a essa fluidez. Se estas
cargas forem mantidas aquecidas com temperatura acima da temperatura do ponto de
fluidez da carga, elas não oferecerão dificuldades para serem carregadas ou
descarregadas. Os óleos combustíveis pesados normalmente são aquecidos a uma
variação de temperatura na faixa de 50ºC a 60ºC, uma vez podem formar películas ou
borras de graxa nas laterais e no fundo do tanque.
Alguns óleos crus que contêm parafina ou alto ponto de fluidez também são
aquecidos quando são transportados por via marítima. A principal razão disso é evitar a
formação de depósito de cera de parafina junto às superfícies frias. As exigências de
aquecimento para estas cargas variam consideravelmente e os óleos graxos com fluidez
acima de 38ºC podem necessitar aquecimento na faixa de 50ºC a 60ºC.
O betume, por ser uma carga especial, não pode ser transportado em um navio-
tanque comum, uma vez que exige mais aquecimento do que o sistema de aquecimento
comum é capaz de fornecer. Por este motivo, os navios destinados ao transporte de
betume geralmente são projetados de modo que os tanques de carga sejam isolados por
tanques laterais reservados para transporte de lastro, bem como por duplo-fundos sob o
tanque de carga. Isso, associado a um arranjo de serpentinas extras sobre as plataformas
localizadas nos diferentes níveis do tanque de carga, ajuda a manter o betume aquecido.
No caso de uma válvula P/V de fluxo livre, a altura mínima do ponto de lançamento
na atmosfera deverá ser de 6 metros acima do piso externo do tanque e a mesma deve
estar localizada a pelo menos 4 metros para vante ou para ré do portaló, e também a pelo
menos 10 metros medidos horizontalmente das admissões de ar e das entradas dos
compartimentos que contenham fontes de ignição. Em ambos os casos, atentar para os
equipamentos de convés que possam gerar fontes de ignição (guinchos, molinetes entre
outros) e corrigir vazamento através de agulheiros de lavagem de tanque, pois pode haver
a formação de mistura inflamável junto ao convés principal.
Assim que uma carga de produto inflamável de alta pressão de vapor entra em um
tanque de carga vazio e desgaseificado, há uma rápida formação de gás. O gás assim
formado, devido à sua alta densidade, cria uma camada no fundo do tanque. Esta
camada acompanha a superfície líquida à medida que o tanque vai sendo cheio. Uma vez
formada, a altura da camada (espessura) aumenta vagarosamente durante o tempo
requerido para encher o tanque, até que seja estabelecida, no espaço de ulagem, uma
- 111 -
mistura gasosa homogênea. Portanto, num tanque inicialmente livre de gás, o gás
expelido pelos vents, em primeiro lugar, é constituído, principalmente, de ar ou gás inerte
(caso o tanque inicialmente estivesse inertizado) seguido de uma concentração inflamável
abaixo do limite inferior de explosividade (LII) e, com a continuação do carregamento, a
concentração de vapores inflamáveis no gás expelido aumenta. No caso do tanque
encontrar-se inicialmente com gases provenientes do carregamento anterior, a
concentração inicialmente dispersa pelo vent será aquela existente no interior do tanque e
vai aumentando gradativamente.
Como precaução, os navios são construídos de tal maneira a evitar contato com as
fontes de ignição inevitáveis, sendo estes dotados de portas e vigias estanques a gás.
Como é impossível cobrir todas as possibilidades de falha humana e todas as
combinações possíveis de circunstâncias adversas de equipamentos no convés que
possam constituir risco de ignição, proteções adicionais deverão ser adotadas caso as
operações não possam ocorrer de maneira que os gases inflamáveis da carga que saem
dos suspiros possam ser suficientemente bem dispersos para impedir que esta mistura
gasosa inflamável atinja áreas onde fontes de ignição possam existir.
a) Óleo cru;
c) Gasolinas naturais; e
As concentrações mais densas farão com que as nuvens de gás formadas desçam
mais depressa. A concentração também varia de acordo com a vazão do carregamento,
variação entre a temperatura da carga e a do tanque (chapeamento e atmosfera), e a
velocidade e temperatura do ar atmosférico. Assim, a dispersão será tanto melhor se
houver uma boa velocidade do vento, baixa densidade do gás expelido pelo suspiro, bem
como a vazão e velocidade com que este é expelido para a atmosfera. A experiência em
terminais de petróleo parece indicar que um vento de velocidade igual ou maior que 5
metros por segundo (9,7 nós) é suficiente para evitar qualquer risco de que a mistura
gasosa expelida venha a se inflamar.
Quando os tanques tiverem sido isolados, deverá ser assegurado que as válvulas
de isolamento sejam abertas antes de ter início o recebimento de carga, lastro ou
descarga daqueles tanques. Qualquer isolamento deverá permitir que continue havendo
fluxo causado por variação de temperatura no interior do tanque. Caso vá carregar, lastrar
ou descarregar um tanque de carga ou um grupo de tanques de carga que esteja isolado
do sistema de suspiro comum, aquele tanque de carga, ou aquele grupo de tanques,
deverá ser dotado de um meio de proteção contra excesso de pressão ou contra pressão
negativa e, no caso de falha do sistema de dispersão principal, como alternativa, poderão
ser instalados sensores de pressão em cada tanque com um sistema de monitoramento
no Centro de Controle de Carga ou no local onde normalmente são realizadas as
operações de carga e descarga.
As bocas de ulagem existentes no teto do tanque não deverão ser utilizadas para
equalização da pressão. Estas aberturas deverão ser dotadas de tampas que se fechem e
que vedem perfeitamente. Telas corta-chamas ou supressores de chamas não são
permitidos nestas aberturas.
O fato de haver uma válvula P/V instalada em cada tanque de carga não garante
que este não venha a sofrer avarias e, para que isto não aconteça, uma rotina de
manutenção e limpeza deste mecanismo, conforme recomendada pelo fabricante, deve
existir.
Como vemos na foto abaixo, na parte de pressão, o topo da válvula (cor prata) se
eleva uma vez que a pressão é suficiente para erguer este peso, fazendo com que o
excesso de pressão cesse quando o gás sai em alta velocidade, sendo impulsionado para
cima por causa do próprio formato da P/V. Uma vez que o gás é liberado, não há mais
pressão suficiente para manter o peso erguido e ela se fecha. Já na parte do vácuo, a
sistemática é a mesma quando um vácuo excessivo tem força suficiente para elevar o
peso existente na parte inferior da parte de vácuo, admitindo a entrada de ar para o
interior do tanque, e se fecha tão logo a força exercida pelo vácuo não seja mais capaz de
manter o peso erguido.
- 114 -
Válvula P/V
A válvula P/V tem como uma de suas funções lançar o gás contido no interior do
tanque para cima, na atmosfera externa, com velocidade para que este, ao se misturar
com o ar atmosférico, vá diminuindo a concentração inflamável até que esta fique abaixo
do limite inferior de inflamabilidade.
- 115 -
1 - Mistura rica em gás inflamável
A mistura sai através da P/V com a velocidade de 30m/s, pelo sistema de vent. A
altura do vent deverá ser no mínimo 2 metros.
- 116 -
4- Mistura gás inerte com ar atmosférico
5- Ar atmosférico
As medições dos níveis de enchimento dos tanques de carga são importantes nas
operações de navios-tanque sob os aspectos ambientais, comerciais e das pessoas que
neles trabalham. Nos navios antigos, era comum obter a ulagem com trenas manuais.
Com os carregamentos e descargas rápidos e com grande número de tanques sendo
operados e monitorados simultaneamente, como ocorre nos dias atuais, seria necessário
o uso de diversos tripulantes para este monitoramento a intervalos freqüentes.
- 117 -
5.5.1 Sistemas de medição
Este tipo de medidor utiliza uma bóia presa a uma fita perfurada em toda sua
extensão, com furos eqüidistantes para acionarem uma polia pivotada com a mesma
eqüidistância da perfuração da fita. O eixo da polia pivotada aciona um mecanismo
contador graduado que varia a cada meio centímetro, dando a variação métrica entre o
ponto de referência e a superfície do líquido.
Uma vez posta em funcionamento, a bóia flutua na carga líquida, presa à fita que é
mantida esticada pela tensão da mola. À medida que é arriada, a trena faz girar a polia
pivotada que é acionada pela perfuração existente na fita e o movimento rotativo
provocado na polia pivotada aciona o contador, que é acoplado ao mesmo eixo desta
polia e este contador fornece a altura entre o ponto de referência e a superfície do líquido,
que vem a ser totalizada no contador e esta totalização vem a ser o valor da ulagem do
tanque.
- 118 -
5.5.1.2 Sistema de medição operado eletricamente por servo motor
Para que se tenha maior precisão neste tipo de medidor, é necessário colocar a
válvula na posição de purga e esperar por cerca de três minutos. O ar comprimido é
conduzido através das redes de sensores até as cabeças de compensação e de medição,
até que seja expulso qualquer líquido que esteja em seu interior. Quando isto ocorre, na
- 120 -
cabeça de medição começa um borbulhamento através dela. Depois de decorrida a
purga, a válvula de controle é colocada na posição de espera para equalização da
pressão nos dois lados do vaso do tubo manômetro. Isto dura alguns segundos, quando,
então, seleciona-se na válvula de controle a posição “medição”. Quando fazemos isto, a
cabeça de medição admite através do respectivo tubo sensor a contrapressão da coluna
líquida da carga e esta contrapressão altera a coluna manométrica do vaso comunicante
que contém o mercúrio industrial, que compensa, com o seu peso, a contrapressão
exercida pela carga.
A pressão é um determinado valor em peso que exerce uma força sobre uma área,
normalmente medida em kg/cm2 . Essa contrapressão também terá um peso fazendo
força em uma determinada área, que será compensada pelo peso da coluna de mercúrio
sobre a área da circunferência do tubo manométrico, e a variação da altura da coluna de
mercúrio, portanto, o valor da contrapressão corresponderá à variação de inage da carga
no tanque.
Para melhor entender esse processo, basta lembrar que o peso de 10 metros de
coluna de água destilada em um tubo com área de circunferência de 1 cm2 será de 1
quilo. O mesmo princípio é usado com o mercúrio, que terá uma coluna bem menor em
um tubo com área de circunferência de 1 cm2, que tornará viável a sua utilização na
coluna do manômetro do sistema de medição. Esta variação manométrica é medida em
uma coluna métrica graduada.
- 121 -
5.5.1.4 Medidores hidráulicos ou pneumáticos usando circuito fechado
Este tipo de medidor é bem simples, tratando-se de uma célula sensível à pressão,
que é instalada próximo ao fundo do tanque, e a variação na pressão da altura da coluna
líquida da carga é transmitida para um indicador remoto por meio eletrônico, pneumático
ou hidráulico através de um sistema capilar compensado para variações normais na
temperatura do ambiente.
Vários tipos de arranjos são possíveis, porém, todos eles têm as mesmas
características principais. Esses métodos de medição de nível utilizam transdutores de
pressão dos mais variados tipos, que são utilizados para medir a pressão hidrostática no
fundo de um tanque e ao mesmo tempo corrigir a leitura em função da pressão interna
medida no topo do referido tanque. Este tipo de medição apresenta uma vantagem em
relação ao anterior pelo fato de poder ser utilizado em tanques pressurizados por sistema
de gás inerte ou de cargas classificadas como voláteis.
- 122 -
Medição de nível utilizando transdutores de pressão
- 123 -
5.5.1.7 Medidores que utilizam o método radioativo
a) Detector Simples: Neste arranjo, a radiação é feita por uma fonte radioativa que
tem sua atenuação medida em um único detector;
- 124 -
Toda precaução deve ser tomada ao se manusear uma fonte radioativa, uma vez que
poderá causar risco considerável à saúde humana e ao meio ambiente. A legislação
sobre esse tipo de matéria deve ser conhecida e cumprida
Neste grupo, estão englobados todos os outros tipos de medidores que não se
classificam dentre os anteriormente mencionados e cujo processo de medição depende
de diferenças mensuráveis nas propriedades físicas entre a fase líquida e a fase vapor do
produto.
- 125 -
PRECISÃO E REPETIBILIDADE DE UM SISTEMA DE MEDIÇÃO
Por este motivo, métodos mais práticos têm sido adotados para uso a bordo, sendo
a maioria baseada em princípios óticos, como medição da descoloração ou turvamento da
água causada pelas gotículas de óleo. Os princípios empregados e outros aspectos
destes instrumentos estão resumidos a seguir:
1) Fluorescência Ultravioleta
Este princípio foi empregado no monitor de lastro original. Ele era baseado no
fenômeno de que as moléculas de hidrocarbonetos insaturados ficam excitadas quando
são iluminadas com luz ultravioleta de certo comprimento de onda e então irradiam luz no
espectro.
2) Medidores de Turvamento
Se uma mistura de água e óleo, com baixo teor de óleo, for bem agitada, de modo
que as gotículas de óleo tornem-se muito pequenas, a água ficará com uma coloração
leitosa em variados graus. Dependendo da quantidade de óleo presente, a cor real da
gotícula de óleo não tem nenhuma importância. Este método pode ser usado para indicar
o teor de óleo, desde que as condições para homogeneizar a amostra sejam bem
controladas. Se um feixe de luz é projetado através de uma célula de teste contendo
amostra de água com gotícula bem homogeneizada, parte desta luz será dispersa. A
intensidade da luz captada pela fotocélula em trajeto reto através da célula será reduzida,
enquanto que será aumentada a intensidade da luz dispersa captada por uma fotocélula
montada em ângulo em relação ao trajeto original.
A luz laser pode ser usada para obter um feixe de luz bem definido e possibilitar um
efeito de dispersão luminosa seletiva. Este princípio é usado em um medidor de teor de
óleo, atualmente disponível, no qual o feixe de luz e os sinais captados pela fotocélula são
transmitidos por fibra ótica para a parte eletrônica existente na praça de máquinas,
fazendo pequenos orifícios para passagem desta fibra através da antepara, dotados de
um sistema de vedação eficaz.
- 128 -
Um outro instrumento, baseado no princípio de turvamento, opera somente sobre a
luz transmitida diretamente através da célula de teste onde circula uma amostra de água
lentamente agitada. Instrumentos desse tipo podem medir traços de óleo que vão de óleo
cru pesado até derivados como gasolina, porém, algumas mudanças de calibragem são
necessárias para abranger os extremos das faixas. Quando os instrumentos medem o
número de partículas na água, eles são mais sensíveis a outros contaminantes como
ferrugem ou bolhas de ar.
Este princípio, que consiste de uma amostra de água oleosa corrente que passa
através da fita, absorve todo o óleo. As partículas sólidas são retidas na parte inferior da
fita. Óleos pesados causam fortes descolorações da fita, porém, emitem um baixo teor de
gás, enquanto que os mais leves comportam-se de maneira oposta.
A absorção da luz infravermelha pelo óleo também pode ser medida. Como a
absorção infravermelha pela água de fundo também é alta, uma água de referência,
isenta de óleo e em quantidade relevante, deve ser suprida durante todo tempo. Isto é
feito pela purificação de uma pequena parte da água filtrada através de microfiltros. A
absorção infravermelha pela água oleosa e pela água livre de óleo pode então ser
medida. A diferença é causada pela absorção no óleo e o sinal pode ser calibrado no
conteúdo de óleo.
Nos dias de hoje, não se usa mais detector de interface do tipo mostrado no
desenho, mas o princípio de funcionamento é o mesmo.
A medição efetuada com este tipo de sonda manual apresenta uma vantagem
sobre a mostrada no desenho, pelo fato de que não há necessidade de despressurizar o
tanque no qual vai ser verificada a interface. Este equipamento é de operação similar ao
anterior, porém, a medição da interface é feita arriando uma trena que possui dois
filamentos ao longo de toda a fita, localizados nas extremidades desta. O prumo, em vez
de ser de zinco, é feito de aço, porém, dotado de dois eletrodos que, em contato com a
água, irá acionar um sinal sonoro existente no corpo da sonda e a altura medida na fita da
sonda marca a ulagem onde ocorre a interface.
- 131 -
6. Operações do navio petroleiro
6.1 Precauções gerais
6.1.1 Superestrutura
Outras vigias e portas podem ter de ser fechadas em circunstâncias especiais, tais
como durante o carregamento pela popa ou devido a peculiaridades estruturais do navio.
Se as portas tiverem que ser abertas para acesso, devem ser fechadas
imediatamente após o uso.
As portas que tiverem que ser mantidas fechadas devem estar marcadas,
claramente, mas em nenhuma hipótese devem ser trancadas.
Se, a qualquer tempo, houver suspeita de que gás de petróleo está sendo aspirado
para dentro das acomodações, o sistema de ar-condicionado e o de ventilação mecânica
devem ser parados e as aspirações cobertas e/ou fechadas.
As unidades de ar-condicionado tipo janela, que não são certificadas como seguras
para uso em presença de gás inflamável, ou que aspiram ar do lado de fora da
superestrutura, têm que ser eletricamente desligados e todas as aspirações e saídas
externas têm que ser cobertas ou fechadas.
As aberturas dos tanques de carga que não estiverem desgaseificados devem ser
mantidas fechadas, a menos que, por acordo, esteja havendo desgaseificação com o
navio a contrabordo.
O sistema de suspiros dos tanques de carga deve ser ajustado para a operação
prevista e, caso exigido, as saídas devem ser protegidas por um dispositivo que não
permita a passagem de chama. Os suspiros de alta velocidade devem ser postos em
posição operacional, para garantir a saída em alta velocidade dos gases expelidos.
6.1.2.1 Geral
Tanques ou redes de carga não devem ser drenados para o porão da casa de
bombas, mas se, ao término do deslastro, isto tiver que ser feito, é preciso ter cuidado
para garantir que tais drenagens não contenham petróleo.
- 134 -
6.1.2.2 Inspeção de engaxetamentos, mancais, etc.
Antes do início de qualquer operação de carga, deve ser feita uma inspeção para a
garantia de que as tampas dos filtros, as chapas de inspeção e os tampões dos drenos
estejam em posição firmes.
Os mangotes nos quais as pressões nominais tenham sido excedidas precisam ser
removidos e testados mais uma vez antes de serem novamente usados.
Os mangotes devem ser sempre manuseados com cuidado e não devem ser
arrastados sobre uma superfície ou rolados de forma a torcer o corpo do mangote. Não
- 135 -
deve ser permitido que os mangotes entrem em contato com uma superfície quente, tal
como uma tubulação de vapor. Deve ser provida proteção nos pontos em que possa
ocorrer abrasão ou atrito.
Uma chapa horizontal curva ou uma meia-chapa de tubo deve ser instalada na
borda do navio para proteger o mangote de quinas vivas e obstruções.
Uma vez que o navio sobe ou desce em função de maré, ou das operações com a
carga, as linhas de mangotes devem ser ajustadas de modo a evitar esforços indevidos
sobre os mangotes, conexões e tomadas de carga do navio e para assegurar que o raio
de curvatura do mangote permaneça dentro dos limites recomendados pelo fabricante.
Deve ser dada especial atenção, ao arriar linhas de mangotes, para evitar que se
enrolem no fundo. O arrastamento dos mangotes no leito submarino deve ser minimizado.
Antes de tentar içar para bordo uma linha de mangotes, o Oficial responsável deve
verificar se o peso total envolvido não excede o limite de segurança do pau-de-carga ou
do guindaste do navio que ele pretende usar. O terminal deve informar o peso total da
linha de mangotes a ser içada em função da altura do içamento, que pode chegar até 8
metros acima do nível do convés, para uma conexão de carga do navio situada a 4,6
metros para dentro da sua borda.
Com ondas e/ou banzeiros de altura significativa maior do que 1 metro, cargas
dinâmicas podem ser impostas pelo movimento do mangote. Nestas circunstâncias, a
carga a ser içada pode chegar a 1,5 vez o peso estático dos mangotes e seu conteúdo.
- 136 -
O Apêndice C do ISGOTT lista pesos típicos de linhas de mangotes quando cheias
de óleo, utilizadas para conexões de oleodutos submarinos a quadro de bóias, e para
linhas flutuantes em monobóias. Essas tabelas se destinam exclusivamente à orientação
geral e uma verificação deve ser feita com o terminal.
Quando a linha de mangotes tiver sido içada à altura requerida para a conexão à
tomada de carga, e enquanto ela permanecer conectada, a seção vertical da linha de
mangotes deve ser mantida suspensa por correntes e cabos fixados sem folga em um
ponto resistente no convés do navio.
A fim de evitar derramamento, devem ser tomadas precauções para assegurar que
o oleoduto não contém petróleo sob pressão, antes que seja removido o flange cego das
linhas submarinas ou flutuantes.
Deve ser feita uma inspeção visual de cada linha de mangotes flutuantes, antes de
conectá-la à tomada do navio, para verificar se foram causadas avarias por contato com
outras embarcações, linhas cruzadas, possíveis torções, vazamento de óleo etc.
2) a borda livre do maior e do menor navio para os quais o berço foi projetado;
- 137 -
6.1.4.2 Esforços sobre as tomadas de carga
Alguns braços possuem macacos integrados que também servem para evitar
esforços excessivos sobre as tomadas de carga do navio, pelo peso do braço ou por
outras forças externas, tais como as do vento.
- 138 -
6.1.4.6 Acopladores mecânicos
Para a maioria dos acopladores mecânicos, a face do flange das tomadas de carga
do navio tem que ser lisa e livre de ferrugem para que seja obtida uma vedação
hermética.
Na conexão, deve haver cuidado para que o acoplador fique centrado em relação
ao flange da tomada de carga e para que todas as cunhas ou garras sejam atracadas ao
flange.
Nos terminais onde a força do vento é crítica, deve ser mantida uma atenta
vigilância sobre a velocidade e a direção do vento. As operações devem ser interrompidas
e os braços de carregamento drenados e desconectados, se as características do vento
se aproximarem dos valores limites.
Em geral, para sólidos e líquidos, a substância tomada como padrão é a água pura
a 60°F (15,56°C), embora no Brasil seja usado 4°C, isto porque nesta temperatura, 1cm3
de água corresponde a aproximadamente 1 grama; portanto, o número que mede a
massa de água mede também o seu volume.
Supondo que no tanque 2 Central do N/T “Arcturus” haja uma carga de derivado de
petróleo numa temperatura de 310C. Após a medição da ulagem do tanque e das
correções necessárias para banda e trim, encontramos um valor de ulagem igual a 0,72m.
- 140 -
Com auxílio das tabelas abaixo, podemos determinar a quantidade de carga nesse
tanque.
• 2240,98 m3
• 0,87733 t/m3
Agora calculemos, por exemplo, a quantidade de Crude Palm Oil (CPO) embarcada
no tanque 5BE do navio “Arcturus”, sabendo-se que, tal carga encontra-se a 46°C cuja
ulagem medida é de 0.28 m, já corrigida para trim e banda.
- 141 -
CRUDE PALM OIL (CPO) TANQUE 5 BE
TABELA DE ULAGENS
TABELA DE DENSIDADES
Ulage Ulage
Temp. Dens. Temp. Dens. Volume Volume
m m
38°C 0.89240 44°C 0.89230 0.28 1806.15 0.34 1793.79
39°C 0.89238 45°C 0.89228 0.29 1804.22 0.35 1791.03
40°C 0.89236 46°C 0.89226 0.30 1802.12 0.36 1789.35
41°C 0.89235 47°C 0.89224 0.31 1800.56 0.37 1788.00
42°C 0.89233 48°C 0.89223 0.32 1798.01 0.38 1785.95
43°C 0.89231 49°C 0.89222 0.33 1795.23 0.39 1783.22
densidade em tm/m3 volumes em m3
temperatura em °C ulagens em metros
Basta entrar na tabela com a temperatura observada, ou seja, 46ºC , para obter a
densidade da carga, que neste caso é de 0.89226 tonelada por metro cúbico. Em
seguida, com o auxílio da tabela de ulagem, encontramos o volume da carga no interior
do tanque que corresponde a 1806,15m3.
Embora, muitas das vezes, nos sejam fornecidas tabelas com as respectivas
densidades das cargas em relação às temperaturas, em outras ocasiões, o terminal de
embarque nos fornece a densidade para uma determinada temperatura e o fator de
correção de densidade em função da variação da temperatura.
Imaginemos que no tanque de carga 3 Central tenha 800 metros cúbicos de uma
carga qualquer a uma temperatura de 52°C e que o terminal forneceu os seguintes dados:
52 ºC - 20ºC = 32ºC;
- 142 -
1,6924 - 0,02304 = 1,66936 t/m3;
OBS:
A correção utilizada empregou o sinal negativo uma vez que, quanto maior a
temperatura da carga, maior será o seu volume e menor será sua densidade.
A correção utilizada empregou o sinal positivo, uma vez que, quanto menor
a temperatura da carga, menor será seu volume e maior sua densidade
- 143 -
Existem cargas nas quais, em vez de utilizarmos o fator corretor de densidade,
utilizamos o fator corretor de volume. Este fator funciona de forma semelhante ao
anterior, objetivando, porém, corrigir o volume da carga para uma determinada
temperatura. Para este tipo de cálculo, devemos usar a tabela que contém diversas
temperaturas relacionadas aos correspondentes fatores corretores de volumes.
Normalmente, as tabelas de fatores corretores de volumes corrigem os volumes dos
produtos para as temperaturas de 20°C ou 15,56°C (60°F).
FCV = 0,89215;
• 2253,20 m3
• 0.9944
Com o volume da carga a 20°C, basta multiplicá-lo pela densidade da carga a 20°C
que foi fornecida para obtermos o peso da carga:
A indústria de óleo americana usa outra escala de relação entre o peso e o volume,
conhecida como Escala API (American Petroleum Institute), que é uma escala
arbitrária derivada da seguinte fórmula:
• API= 12.37
- 145 -
Calcular o API de um produto cuja densidade é 0,8700 a 60°F/60°F.
• API= 31.14
TEMP
TEMP o
o 70.0 70.5 71.0 71.5 72.0 72.5 73.0 73.5 74.0 74.5 75.0 F
F
- 146 -
3) No cruzamento das linhas, encontra-se o grau API da carga na temperatura de
60°F correspondente a 68,9.
Devemos lembrar que são diversas as unidades existentes para expressar volume
e peso, razão pela qual existem tabelas de conversão entre as mesmas. O fato de serem
usadas unidades diferentes na comunicação de informações sobre as quantidades de
óleo, torna-se uma possível fonte de confusão. Na troca de informações, deve ficar bem
claro que unidades estão sendo usadas. Com relação a volume e peso, as unidades mais
comumente usadas são:
Para fins de cálculos, as escalas termométricas mais comumente usadas são: grau
Celsius (°C) também conhecido como Centígrado e grau Fahrenheit (°F).
10) Vazão de corte, bem como o intervalo de tempo necessário para atingi-la;
- 147 -
11) Pressão máxima para bombeamento de cada produto, medida no manifold de
carga;
15) Tempo de bombeamento para cada produto, bem como tempo total previsto
para a operação;
1) Todos os equipamentos fixos e portáteis que possam ser utilizados devem ser
testados visando confirmar suas boas condições de operação;
7) Se for necessário, instalar reduções nas tomadas de carga, isto deve ser feito,
sempre que possível, antes da chegada do navio. Todos os esforços devem ser feitos
para se obter esta informação antes da atracação.
3) Nos navios que têm obrigatoriedade de bombear lastro para terra, esta
operação terá início tão logo o navio esteja atracado e tenha sido liberado pelas
autoridades do porto e pelo terminal. Nos navios que têm sistema de lastro segregado
(SBT), as operações de carga terão prioridade e o deslastreamento pode ser iniciado
quando for conveniente ao planejamento elaborado pelo responsável pelas operações de
bordo. Todos os procedimentos visando à prevenção de poluição por lastro devem ser
observados. O lastro a ser descarregado no porto, em geral, é limpo e pode ser
descarregado diretamente no mar desde que a troca de lastro tenha sido feita antes da
chegada, ou o navio esteja equipado com SBT. Apesar disso, em determinados portos, o
lastro deverá ser bombeado para instalações de tratamento em terra, pois o terminal
proíbe a descarga de qualquer tipo de lastro sem tratamento para o mar. Antes do início e
durante a descarga do lastro, o oficial de quarto deve manter constante observação da
superfície da água ao redor do navio, para certificar-se da não existência de poluição.
Ainda que comprovado que o lastro é limpo, ele só deve ser descarregado ao mar através
de um equipamento de monitoração e controle de teor de óleo, o qual é provido de
dispositivo de parada automática em caso de ser atingido o limite estabelecido da Marpol;
5) As tomadas de carga que não forem usadas devem ser isoladas com flanges
cegos completamente parafusados, incluindo as redes de recebimento de óleo diesel,
óleo pesado, aguada, óleos lubrificantes, etc.;
- 149 -
emitido um certificado especificando o nome e a quantidade do produto remanescente em
cada tanque;
10) Depois que todos os detalhes tiverem sido acertados e confirmados entre o
navio e o terminal (quantidades, responsabilidade pelo corte, vazões iniciais e máximas
para carregamento de cada produto a ser manuseado, procedimentos de emergência,
etc.), as válvulas pertinentes deverão ser alinhadas para o recebimento da carga, de
acordo com o que foi planejado previamente. Esta tarefa, normalmente de
responsabilidade do imediato, pode ser executada pelo oficial de quarto, o que não
eximirá aquele, em nenhuma hipótese, da sua responsabilidade em função de
qualquer erro que possa ocorrer. Quando o oficial de quarto estiver encarregado de
fazer o alinhamento, ele deverá manter o imediato completamente informado do
andamento da operação;
11) Em caso de operação simultânea com o lastro e com a carga, as válvulas das
caixas de mar e das bombas destinadas ao lastro podem permanecer abertas, entretanto,
deve-se ter certeza de que o alinhamento está correto de forma a evitar uma possível
contaminação e/ou poluição;
12) As válvulas das tomadas de carga que interligam o navio com o terminal através
dos mangotes ou braços de carregamento devem ser abertas por último. Isto só deve ser
feito depois que todos os alinhamentos tiverem sido verificados, o terminal informar que
está pronto para iniciar o carregamento e houver a solicitação de abertura das mesmas. O
encarregado de bordo fará as verificações finais, abrirá a válvula e informará o terminal
que o carregamento pode ser iniciado.
• Se a carga está entrando no tanque selecionado para recebê-la, o que pode ser
feito através de leitura do indicador de nível do tanque, ou ainda por observação;
- 150 -
Tão logo o oficial de serviço esteja certo do desenvolvimento normal da operação,
o terminal deve ser instruído para aumentar gradativamente a vazão de
carregamento até atingir o valor combinado. O mesmo procedimento deverá ser
seguido para cada produto a ser carregado
Por ocasião dos topes, quando estiverem sendo fechadas as válvulas dos tanques,
é necessário fazê-lo gradualmente, visando evitar a ocorrência de ondas ou surtos de
pressão, os quais podem causar um rompimento de uma junta ou até mesmo a ruptura da
rede de carga do tanque. O fechamento da válvula por ocasião do tope do último tanque
não deve ser feito enquanto o produto estiver sendo bombeado. O navio deve solicitar ao
terminal que pare o carregamento antes que o nível de tope seja atingido, levando em
consideração o tempo necessário para parada das bombas do terminal e a quantidade de
produto remanescente nas linhas que deverão ser transferidas para o tanque de carga.
Tão logo o fluxo da carga tenha sido interrompido, o terminal instruirá o navio a
fechar suas válvulas. A primeira válvula a ser fechada é a da tomada de carga e esta
ação deve ser imediatamente informada ao terminal. A seguir, o oficial de quarto deve
certificar-se de que todas as outras válvulas também estão fechadas, como indicado no
painel do console localizado no Centro de Controle de Carga, se houver.
Caso o carregamento tenha sido feito através das redes de carga dos tanques, é
importante que se faça um enchimento das linhas e bombas com produto para que
qualquer gás existente seja substituído pela carga. Isto fará com que uma coluna de carga
seja colocada nas redes da casa de bombas testando-as quanto a possíveis vazamentos.
O Sistema de Lavagem com Óleo Cru (COW), quando instalado, deve ser
totalmente testado, suas redes devem ser submetidas à pressão em conformidade com
as instruções do fabricante e as máquinas de lavagem devem ser testadas através de giro
manual. O funcionamento do sistema de gás inerte também deve ser verificado.
Semelhante ao que foi feito no carregamento, o imediato deve elaborar com antecedência
um plano de descarga que será combinado com o terminal, detalhando a ordem de
descarga dos produtos, as bombas e redes que serão utilizadas na operação e as
conexões a serem efetuadas nas tomadas de carga. O oficial de quarto deve estar ciente
da vazão de descarga e pressão que possam ser suportadas pelo terminal, não
permitindo que tais valores venham a ser excedidos.
Tão logo o navio esteja atracado e liberado pelas autoridades portuárias, o inspetor
embarcará para realizar, juntamente com o imediato, os cálculos das quantidades de
carga a bordo. O oficial de quarto deverá certificar-se de que todos os equipamentos
necessários estejam prontos para serem usados e que a pressão de gás inerte dos
tanques previstos para serem inspecionados foi realmente reduzida. Alguns navios são
equipados com sistemas que podem ser utilizados sem que o tanque seja
despressurizado, visto que, em determinados portos, isso não é permitido. As medições
de níveis e temperaturas, retiradas das amostras e obtenção das densidades serão
acompanhadas por um representante do recebedor e, na maioria das vezes, juntamente
com um inspetor independente. A partir desses cálculos, serão determinadas as
quantidades a bordo que serão prontamente comparadas com as obtidas nos portos de
carregamento.
Assim que o pessoal do terminal confirmar sua prontidão para receber a carga, as
válvulas do manifold de carga deverão ser abertas e as bombas postas em
funcionamento, uma de cada vez e de acordo com o planejado em conjunto com o
terminal.
A pressão de gás inerte nos tanques que estiverem sendo descarregados deve ser
regulada de forma que uma leve pressão positiva seja mantida. O conteúdo de oxigênio
no gás inerte também é importante, uma vez que as atmosferas dos tanques devem
permanecer fora das faixas de explosividade.
- 154 -
Se as linhas, mangotes ou braços de carregamento tiverem que ser soprados pelo
terminal para os tanques de bordo, com o auxílio de ar comprimido ou gás inerte, as
seguintes precauções devem ser estritamente observadas, a fim de evitar uma possível
geração de carga de eletricidade estática perigosa e, ainda, danos mecânicos em tanques
e equipamentos:
• Deve haver espaço vazio (ulagem) adequado no tanque receptor. Este espaço
vazio deve levar em consideração a turbulência ocasionada durante esta operação;
- 155 -
6.3 Lastrar e Deslastar
O lastro do navio é usado para fazer com que ele seja mais seguro e eficiente
durante os diferentes estágios da viagem. A quantidade de lastro fica a critério do
comandante do navio, que deve levar em consideração os diversos aspectos que possam
afetar as quantidades e os tanques que serão usados para receber água de lastro, tais
como:
f) Entrada em diques.
a) Operações de alívio;
a) No terminal de descarga;
e) No terminal de carregamento.
- 156 -
Os navios petroleiros dotados de tanques de lastro segregado ou operando com
tanques de lastro limpo podem ter necessidade de levar lastro adicional nos tanques de
carga; este lastro adicional é chamado de lastro sujo.
Em termos gerais, a limpeza dos tanques de carga para receber lastro limpo é feita
com água, normalmente em 3 ciclos, de modo a garantir que o lastro a ser descarregado
no porto não tenha vestígio de óleo que ultrapasse o valor estabelecido pela MARPOL.
Esta limpeza deve ser feita em circuito fechado e os efluentes descarregados para um
dos tanques slop. Durante a lavagem de tanques, o método usado para decantar o
conteúdo do tanque slop depende da quantidade de tanques slop que o navio tem. Se o
navio tem dois tanques slop, um processo de decantação contínua pode ser usado.
A descarga de lastro sujo nos petroleiros tem que ser feita de acordo com as
exigências da Marpol. Isto significa que um ou dois metros de lastro sujo em cada tanque
deve ser retido a bordo e transferido para o tanque slop. Os tanques de lastro sujo são
descarregados ao mar até a inagem desejada ou até que o monitor de descarga de óleo
indique que o teor de óleo alcançou o limite máximo permitido. O lastro sujo
remanescente é então transferido para o tanque slop. O carregamento feito através dos
procedimentos de Loading on Top (LOT) também resultará na coleta de uma quantidade
de água oleosa armazenada nos tanques slop.
Nos navios equipados com o sistema COW, o lastro não deve ser colocado nos
tanques de carga a menos que tenha sido feita a lavagem com óleo cru. A lavagem com
óleo cru (COW) é uma operação que somente poderá ser feita em tanques que estejam
com atmosfera inerte por apresentar risco de explosão devido o uso de máquinas de
lavagem de alta capacidade e evolução incontrolada de gás. Os tanques que foram
submetidos a COW necessitam de uma lavagem adicional com água para poder receber
lastro limpo.
6.4.1.1 Supervisão
6.4.1.2 Preparação
- 158 -
• O terminal deve ser consultado para haver certeza de que as condições no
terminal não apresentam risco e para obter concordância sobre o início das operações.
Ninguém deve entrar em qualquer tanque de carga a não ser que possua
permissão do oficial responsável e que todas as precauções pertinentes tenham sido
tomadas, inclusive a emissão de uma permissão de ingresso.
• Medidor de oxigênio.
• Um medidor de oxigênio; e
A lavagem de tanques pode ser feita usando água fria, água quente ou ainda
produtos químicos.
- 160 -
a) Isso pode ser feito pela lavagem de tanques em atmosfera inerte, muito pobre,
ou muito rica;
c) Se o navio for equipado com sistema de gás inerte, a lavagem de tanques deve
ser feita numa atmosfera inerte;
A lavagem de tanque pode ser feita nos modos de ciclo aberto e ciclo fechado
(recirculação).
• Indefinida: é uma atmosfera que pode estar acima, abaixo ou dentro da faixa
de inflamabilidade.
a) Antes de cada tanque ser lavado, o nível de oxigênio deve ser determinado 1
metro abaixo do convés e no nível médio do espaço de ulagem. Em nenhum desses
locais será permitido que o valor exceda a 8% em volume. O teor de oxigênio e a pressão
de gás inerte que está sendo entregue devem ser continuamente registrados.
- 161 -
6.4.2.2 Lavagem em atmosfera muito pobre
a) Antes da lavagem, o fundo do tanque deve ser inundado com água e drenado.
Todo o sistema de tubulações, inclusive bombas de carga, interligações de redes e
tubulações de descarga, deve também ser circulados com água. Essa água deve ser
drenada para o tanque projetado ou designado para receber slops.
e) Durante a lavagem do tanque, testes têm que ser executados em vários níveis,
a intervalos regulares. Deve ser considerado o possível efeito da água na eficácia do
equipamento de medição de gás. A lavagem deve ser interrompida se a concentração de
gás atingir 50% do LII. A lavagem pode ser retomada quando a ventilação contínua tiver
reduzido a concentração a 20% do LII e mantida neste nível ou abaixo dele por um
período curto.
g) A água de lavagem recirculada não deve ser usada para a lavagem dos
tanques.
- 162 -
6.4.2.3 Lavagem em atmosfera muito rica
Este método para lavagem de tanque somente deve ser usado quando autorizado
pelo operador do navio e sob a supervisão de pessoa que tenha recebido treinamento
especial nestes procedimentos.
A lavagem com água não pode ser iniciada ou, se em curso, tem que ser
interrompida e não pode ser reiniciada, se a concentração de hidrocarbonetos na
atmosfera do tanque estiver menor do que 15% em volume.
b) A vazão total da água por tanque de carga deve ser mantida a mais baixa
possível e, em nenhum caso, ultrapassar 180m³/h;
e) A água de lavagem pode ser aquecida, mas não pode ser acima de 60ºC;
g) O tanque deve ser mantido drenado durante a lavagem. A lavagem deve ser
interrompida para retirar qualquer acúmulo de água;
• Uma haste metálica pode ser usada na extremidade de uma trena metálica que
esteja aterrada ao navio.
• Não deve ser usada uma sonda de haste metálica suspensa num cabo de fibra,
mesmo que a outra extremidade do cabo seja amarrada ao navio no nível do convés,
porque o cabo de fibra não pode ser considerado como um meio de aterramento
adequado.
• Cabos feitos de polímeros sintéticos não devem ser usados para arriar
equipamentos em tanques de carga.
As carcaças das máquinas portáteis devem ser de material que, em contato com a
estrutura interna do tanque de carga, não provoque centelha incendiária.
- 164 -
6.4.2.7 Borrifamento de Água
Enquanto tanques de terra podem conter gasolina com chumbo por períodos
longos e dessa maneira constituírem perigo pela presença de chumbo tetraetila (TEL) e
chumbo tetrametila (TML), os tanques dos navios normalmente alternam diferentes
produtos e lastro, apresentando por isso pouco risco. Navios empregados no transporte
regular de gasolina com chumbo devem lavar com água o fundo dos tanques depois de
cada descarga, a não ser que o tanque venha a ser lastrado.
Após terem sido carregados com certos produtos, os tanques somente podem ser
adequadamente limpos com uso de vapor, ou pela adição de certos produtos químicos
próprios para limpeza de tanques ou de aditivos à água de lavagem.
- 165 -
Injeção de vapor somente poderá ser executada em tanques que tenham sido
inertizados ou lavados com água e desgaseificados. A concentração de gás inflamável
não deve exceder 10% do LII antes da injeção de vapor. Precauções devem ser tomadas
para evitar o crescimento da pressão de vapor dentro do tanque.
Durante a troca de lastro, os tanques slop recebem a parte oleosa do lastro sujo.
Quando a operação de lavagem de tanques é realizada em ciclo aberto, os tanques slop
rapidamente ficarão cheios e em ciclo fechado, embora também haja aumento nos níveis
dos tanques, este aumento se processa de forma mais lenta.
- 166 -
6.6 Purga e desgaseificação
6.6.1 Purga
Quando for necessário desgaseificar um tanque após a lavagem, ele primeiro deve
ser purgado com gás inerte a fim de reduzir o teor de hidrocarbonetos para 2% ou menos,
em volume, de tal forma que, durante a desgaseificação, nenhuma porção da atmosfera
do tanque caia dentro dos limites inflamáveis.
6.6.2 Desgaseificação
Antes do início da desgaseificação, o tanque deve ser isolado dos demais tanques.
Quando forem usados ventiladores, portáteis ou fixos, ligados ao sistema de redes de
carga para introduzir ar dentro do tanque, a entrada de gás inerte deve estar isolada. Se o
ventilador do sistema de gás inerte for empregado aspirando ar, deverão estar isoladas
tanto a linha de retorno para a fonte de gás inerte quanto a linha de admissão de gás
inerte em cada tanque que estiver sendo mantido inertizado.
- 167 -
6.6.2.1 Procedimentos gerais
e) Se a qualquer tempo houver suspeita de que o gás está sendo lançado para
dentro das acomodações, os sistemas de ar-condicionado e de ventilação mecânica
devem ser parados e as admissões, cobertas ou fechadas.
Unidades de ar-condicionado tipo janela que não são certificadas como seguras
para uso na presença de gás inflamável ou aquelas que succionam o ar da parte externa
da superestrutura têm que ser eletricamente desconectadas e todas as saídas ou
admissões têm que ser fechadas.
Quando a quantidade de gás dentro do tanque tiver caído para 25% do LII, ou
menos, as aberturas situadas dentro de espaços confinados ou parcialmente confinados
podem ser abertas para completar a ventilação. Tais espaços confinados ou parcialmente
confinados devem também ser testados quanto à existência de gás durante a ventilação
subseqüente.
- 168 -
h) Se os tanques são interligados por um sistema de suspiro comum, cada tanque
deve ser isolado a fim de impedir a transferência de gás de/para outros tanques.
j) Ventiladores portáteis, onde usados, devem ser ligados ao convés de tal forma
que exista uma efetiva continuidade elétrica entre o ventilador e o convés.
o) Drenos dos tubos verticais dos suspiros de gás devem estar isentos de água,
ferrugem e sedimentos, e todas as conexões do sistema de abafamento com vapor
devem ser testadas e deve ser comprovado que estão em estado satisfatório.
O tanque que precisar ser desgaseificado para recebimento de carga deve ser
ventilado até que testes confirmem que a concentração de gás de hidrocarbonetos, em
todo o tanque, não exceda 40% do LII.
- 169 -
oxigênio e as presenças de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico), de benzeno e de outros
gases tóxicos, conforme o caso.
• Quaisquer outras características das cargas que requeiram atenção como, por
exemplo, a presença de aromáticos, benzeno ou chumbo, ou ainda a pressão de vapor
verdadeira (se aplicável);
• Detalhes sobre a última carga transportada, método utilizado para limpeza dos
tanques (se tiver havido) e o estado dos tanques e das redes de carga;
- 172 -
6.7.3. Plano de carregamento acordado
Com base nas informações trocadas, deve ser feito um acordo operacional, por
escrito, entre o oficial responsável e o representante do terminal, cobrindo os seguintes
itens:
1) Quantidade;
6) Pressão de operação;
8) Limites de temperatura;
a) Propriedades eletrostáticas;
1) Operações de deslastro;
2) As vazões de carregamento;
3) As condições atmosféricas.
Uma inspeção de tanque pode ser feita do convés usando as bocas de ulagem ou
portas de visita com, onde aplicável, o gás inerte mantido na sua menor pressão positiva.
O inspetor deve ter cuidado para não inalar vapores ou gás inerte quando estiver
inspecionando tanques que não tiverem sido desgaseificados. Freqüentemente, tanques
que estão ou que foram inertizados apresentam uma névoa azulada que, dependendo do
tamanho do tanque, torna difícil ver o fundo, ainda que com o auxílio de uma lanterna
elétrica potente ou da luz forte do sol refletida por um espelho. Outros métodos tais como
sondar e medir o remanescente, ou ter a linha de drenagem ou os edutores abertos no
tanque e ouvir o ruído da aspiração, podem ter que ser usados. Algumas vezes pode ser
necessário remover as tampas de aberturas de limpeza para ver partes do tanque não
visíveis através das bocas de ulagem, mas isso somente deverá ser feito quando o
tanque estiver desgaseificado e as tampas puderem ser recolocadas e reapertadas
imediatamente após a inspeção.
- 174 -
Se a carga a ser carregada tiver uma especificação crítica, e for necessário que o
inspetor entre no tanque, todas as precauções têm que ser cumpridas.
Antes de entrar num tanque que foi inertizado, ele tem que estar desgaseificado e
salvo se todos os tanques estiverem desgaseificados e o sistema de gás inerte estiver
completamente isolado, cada tanque a ser adentrado para inspeção tem que ser
individualmente isolado do sistema de gás inerte.
Com base nas informações trocadas, um acordo operacional deve ser feito, por
escrito, entre o oficial responsável e o representante do terminal cobrindo o seguinte:
1) Quantidade;
6) Pressão de operação;
8) Limites de temperatura;
1) Propriedades eletrostáticas;
- 175 -
2) Prevenção da contaminação da carga;
8) Operações de lastreamento.
6.7.6. Comunicações
- 176 -
• "Iniciar o carregamento" ou "Iniciar a descarga".
• "Diminuir a vazão".
• "Parada de emergência".
Deve ser estudada e entendida por todo o pessoal do navio, principalmente, pelos
que têm responsabilidade sobre o navio e sua carga.
- 177 -
7 Bombas de carga e lastro
7.1 Teoria e característica das bombas
COLUNA DE
FATORES OBSERVAÇÕES
LÍQUIDO
NPSH 4 a 5m Bomba de simples estágio
Fricção na tubulação 1 a 5m Depende do tanque
Pressão de vapor 5 a 9m Cru da área do Golfo
Bomba + linha acima do
2 a 2,5m Depende do tipo de navio
fundo
Depende da localização do tanque e
Trim 0 a 3,5m
fase da descarga
0 a altura do
Nível de líquido Depende da fase da descarga
tanque
Depende das condições de tempo e
Pressão atmosférica +/- 10m
do gás inerte
- 178 -
Com a finalidade de se avaliar a importância dos fatores envolvidos, a figura abaixo
mostra uma comparação entre eles. É óbvio que, quando os fatores positivos são maiores
que os negativos, haverá aspiração. Em contrapartida, se os fatores negativos forem
maiores que os positivos, haverá cavitação e a aspiração será interrompida.
- 179 -
Se a bomba for mantida trabalhando, tanto o NPSH quanto a resistência da linha
podem ser influenciados pela redução da vazão de descarga. A velocidade baixa do
líquido reduz tanto a resistência da linha quanto o NPSH, assegurando que a pressão do
ponto de bolha não seja alcançada.
• Curva de desempenho;
• Curva de eficiência;
• Curva de NPSH.
- 180 -
O eixo vertical mostra as escalas para as várias curvas, enquanto o eixo horizontal
mostra a vazão de descarga como uma função da altura, expressa em metros de coluna
líquida. Para cada velocidade da bomba, há uma curva Q-H que relaciona a coluna de
líquido com a vazão de descarga. Se a altura é conhecida, é possível determinar a vazão
de descarga. Deve ser enfatizado que a altura não é igual à contrapressão. Para
converter contrapressão em altura, a diferença entre contrapressão e a pressão de
sucção deve ser transformada em metros de coluna de água e dividida pela densidade do
líquido que está sendo bombeado.
- 181 -
Se a onda de pressão na linha resultar em esforços devidos à pressão ou
deslocamento maiores do que os limites de resistência da tubulação ou de seus
acessórios, poderá haver uma ruptura que resultará em grande derramamento de carga.
Quando se utiliza uma bomba para transferir um líquido de um tanque para outro,
através de uma tubulação que contém uma válvula de bloqueio, a pressão em qualquer
ponto do sistema, enquanto o líquido estiver fluindo, tem três componentes:
p = w.a.v onde,
- 182 -
A montante da onda, o líquido continua se movendo em direção à válvula e ainda
se encontra sob a pressão causada pela bomba. Atrás da onda de pressão, o líquido está
estacionário e sua pressão foi aumentada, em todos os pontos, do valor constante p.
A jusante da onda, ainda existe um gradiente de pressão, mas uma série contínua
de acomodações ocorre nesta parte da tubulação, resultando, por fim, em uma
uniformização de pressão no líquido estacionário. Estes ajustes de pressão também se
propagam pelo líquido, em um ou outro sentido, com a velocidade do som.
• L é comprimento da linha;
• a é a velocidade do som.
- 183 -
7.2.2 Avaliação das Ondas de Pressão
Consideramos até o momento apenas uma única tubulação. Na prática, deve ser
levado em consideração o projeto de um sistema possivelmente complexo. Por exemplo,
deve ser examinado o efeito combinado de diversas válvulas em paralelo ou em série. Em
algumas situações, o efeito da onda pode ser aumentado. Isto pode ocorrer no caso de
duas linhas em paralelo, se o fechamento da válvula em uma delas aumentar o fluxo na
outra linha antes que esta linha, por sua vez, seja isolada. Por outro lado, a operação
correta de válvulas em série numa linha, pode minimizar a onda de pressão.
- 184 -
7.2.3 Redução dos Riscos de Onda de Pressão
a) Precauções Gerais
b) Limitação da Vazão
Se o diâmetro interno da linha for (d), a vazão máxima admissível Qmax será dada
por:
Qmax = (3,14.d2.vmax):4
- 185 -
w =/~ 850 kg/m3 = (massa especifica de petróleos)
• Qmax é em m3 / seg;
• d é em metros;
• Pmax é em Newtons / m2
• Qmax é em m3/h;
• d é em metros;
• Pmax é em kgf/m2
• Qmax é em m3/h;
• d é em polegadas;
• Pmax é em kgf/cm2
- 186 -
8 Procedimentos de emergência
8.1 Plano de Emergência
Todo petroleiro de 150AB, ou mais, e todo navio que não seja um petroleiro de 400
AB ou mais deverá ter a bordo um plano de emergência de bordo contra a poluição por
óleo aprovado pela Administração. No caso de navios construídos antes de 4 de abril de
1993, esta exigência só deverá ser aplicada vinte e quatro (24) meses após aquela data.
Esse plano deverá estar de acordo com as diretrizes elaboradas pela Organização
e estar escrito no idioma de trabalho do comandante e dos oficiais. O plano deverá conter,
pelo menos:
• Dados de estabilidade;
- 187 -
Conforme a SOLAS 74, Cap II-1 Regras 3-4, desde janeiro de 1986, todo navio
tanque de 20.000tpb ou superior deve estar equipado com um sistema de reboque de
emergência instalado um na proa e outro na popa. Esse sistema possibilita que, em caso
de emergência, tanto a bordo quanto no terminal, o navio possa ser retirado rapidamente
do berço evitando maior perda.
• Alarme de incêndio; e
• Alarme de CO2
Os navios também estão equipados com outros tipos de alarmes que informam o
pessoal sobre situações operacionais, porém, que precisam de ações imediatas
correspondentes, tais como:
• Alarmes do passadiço;
• Alarmes da cozinha.
Uma central de comando deve ser prevista e estar localizada em um local seguro a
bordo onde os equipamentos de comunicação estejam prontamente disponíveis. Deve ser
- 188 -
prevista uma posição alternativa para o caso da posição inicialmente estabelecida não
puder ser ocupada já em conseqüência da emergência. Esta central geralmente é
estabelecida no passadiço e é liderada pelo comandante.
• Incêndio;
• Abandono;
• Poluição;
• Colisão/abalroamento;
• Encalhe;
• Água aberta;
• Homem ao mar;
• Perda de propulsão;
• Perda de energia;
• Explosão/implosão;
Deve ser formada, por membros da tripulação, uma equipe de emergência com
atribuições bem definidas e que tomará as ações emanadas diretamente do centro de
comando. Essas equipes devem seguir para locais de reunião pré-estabelecidos sempre
que o alarme geral para postos de emergência for acionado.
Deve ser prevista uma segunda equipe de emergência para dar apoio às
necessidades da equipe de emergência no que diz respeito ao pessoal, equipamentos e
primeiros socorros.
Uma equipe liderada pelo chefe de máquinas dará suporte ao combate garantindo
energia e equipamentos durante o tempo todo.
- 189 -
8.4 Ações quando se Verificar uma Emergência
A pessoa que verifica uma emergência deve agir de forma rápida e segura
tomando as seguintes ações preliminares:
• Soar o alarme;
- 190 -
9 Sistema de Gás Inerte (SGI)
9.1 Generalidades
9.1.1 Definições
• Gás inerte significa um gás ou mistura de gases, tais como gás de caldeira,
contendo oxigênio insuficiente para sustentar a combustão de hidrocarbonetos;
Inerte quer dizer inativo e o termo gás inerte é usado para definir um gás que não
reage quimicamente. O ar consiste de aproximadamente 21% de oxigênio e 79% de
nitrogênio com traços de outros gases. Quando um gás de hidrocarboneto queima no ar,
é o oxigênio que reage enquanto o nitrogênio é inerte e não toma parte na reação.
• Nitrogênio (N2);
Esse efeito está ilustrado na figura abaixo para melhor entendimento dos princípios
envolvidos.
- 192 -
O gás de hidrocarbonetos normalmente encontrado em petroleiros não queima em
uma atmosfera contendo menos de aproximadamente 11% de oxigênio, em volume.
Portanto, uma maneira de se conseguir proteção contra incêndio ou explosão no espaço
vapor dos tanques de carga, é manter o nível de oxigênio abaixo daquele valor. Isto é
normalmente conseguido injetando-se gás inerte em cada tanque de carga, através de um
sistema fixo de canalizações, de forma a reduzir a quantidade de ar e,
conseqüentemente, o índice de oxigênio, fazendo com que a atmosfera do tanque se
torne não-inflamável.
- 193 -
Pontos à esquerda da linha AB representam misturas com o teor de oxigênio
reduzido pela adição de gás inerte. Quanto mais à esquerda estiverem estes pontos,
maior será a proporção de gás inerte e menor a percentagem de oxigênio.
Portanto, são três as operações que envolvem a substituição do gás nos tanques
de carga:
• Inertização;
• Purga; e
• Desgaseificação.
A diluição ocorre quando o gás inerte injetado mistura-se com a atmosfera original
do tanque para formar uma mistura homogênea em todo o tanque, de forma que, como o
processo é contínuo, a concentração original do gás vai diminuindo.
Processo de diluição
Condições que devem ser observadas para que o processo seja eficiente:
Pelo simples fato de o gás inerte ser ligeiramente mais leve do que o gás de
hidrocarboneto, quando injetado pelo teto do tanque, pode deslocar esse gás, que, por
ser mais pesado, sairá pelo fundo do tanque através do poste de purga, cuja extremidade
inferior fica próxima ao fundo do tanque.
- 195 -
Processo de deslocamento
Quando este método é usado, é importante que o gás inerte tenha uma velocidade
de entrada muito baixa, de modo a possibilitar o desenvolvimento de uma interface
horizontal estável entre o gás injetado e o gás que escapa, embora se saiba que, na
prática, alguma diluição irá ocorrer devido à turbulência causada pelo fluxo do gás inerte.
Qualquer que seja o método empregado para inertizar ou purgar, é vital que sejam
tomadas várias medições do teor de oxigênio ou do gás, em diversas posições verticais e
horizontais, dentro do tanque para verificar a eficiência da operação.
9.1.3.3 Purga
Quando for necessário desgaseificar um tanque após a lavagem, ele primeiro deve
ser purgado com gás inerte a fim de reduzir o teor de hidrocarbonetos para 2% ou menos,
em volume, de tal forma que, durante a subseqüente desgaseificação, nenhuma porção
da atmosfera do tanque caia dentro dos limites inflamáveis.
9.1.3.4 Desgaseificação
Antes do início da desgaseificação, o tanque deve ser isolado dos demais tanques.
Quando forem usados ventiladores, portáteis ou fixos, ligados ao sistema de redes de
- 196 -
carga para introduzir ar dentro do tanque, a entrada de gás inerte deve estar isolada. Se o
ventilador do sistema de gás inerte aspirando ar for empregado, deverão estar isoladas
tanto a linha de retorno para a fonte de gás inerte quanto a linha de admissão de gás
inerte em cada tanque que estiver sendo mantido inertizado.
Os navios petroleiros que possuam um sistema de gás inerte devem manter seus
tanques de carga permanentemente inertizados, portanto:
• Desgaseificação;
• Purga;
• Inertização;
• Alívio;
- 197 -
9.2 O sistema de gás inerte
• O sistema deverá enviar gás inerte para os tanques de carga numa vazão de
pelo menos 125% da capacidade máxima de vazão de descarga do navio por volume;
• O sistema deverá ser capaz de fornecer gás inerte para os tanques de carga
com um teor de oxigênio não superior a 5% do volume na rede de suprimento de gás
inerte em qualquer velocidade de descarga;
• Pelo menos duas válvulas de não-retorno, uma das quais será um tanque de
selagem com água, deverão ser instaladas na rede principal de fornecimento para evitar o
retorno de vapor de hidrocarboneto para a praça de máquinas ou para outros espaços
livres de gás;
Ö Uma pressão positiva que exceda a pressão de teste do tanque, se a carga tiver
sido carregada na capacidade máxima de vazão, que atue após as válvulas de
vácuo/pressão dos tanques já terem atuado;
Este equipamento poderá ser instalado na rede principal do gás inerte, a menos
que esteja instalada no sistema de ventilação ou nos tanques de carga.
• Distribuição do gás.
- 200 -
Após a combustão, a composição dos gases da caldeira (considerando que
ocorreu uma boa combustão), será a seguinte:
Oxigênio 3 – 4%
Dióxido de Carbono 13%
Dióxido de Enxofre 0,3%
Vapor d’água 5%
Nitrogênio 77%
Outros gases 0,7 – 1,7%
Antes de esta mistura ser distribuída nos tanques, ela passa primeiramente pela
scrubber tower (torre de lavagem) ou simplesmente scrubber (depurador), onde será
esfriada com água e sua temperatura reduzida para cerca de 30ºC e suas impurezas
corrosivas (fuligem e ácidos sulfurosos) removidas ou reduzidas o mais possível.
O gás inerte agora poderá então ser distribuído para os tanques, o que é feito
através das redes individuais a cada tanque com o auxílio de ventiladores que soprarão o
gás, inicialmente passando por um tanque de selagem instalado no convés e de lá para
os tanques de carga.
- 201 -
9.3 Planta de gás inerte
Os detalhes de um sistema de gás inerte que utiliza os gases das caldeiras para
diminuir o teor de oxigênio dos tanques de carga variam de navio para navio. Alguns
navios são equipados com um gerador independente de gás inerte, o qual queima óleo
diesel para produzir seu próprio gás inerte e, ainda, podem utilizar turbina a gás com
queimador posterior.
Quando for utilizado um gerador independente de gás inerte ou uma turbina a gás
com queimador posterior à câmara de combustão, o teor de oxigênio pode ser controlado
automaticamente dentro de limites precisos, usualmente dentro da faixa de 1,5% a 2,5%
por volume, normalmente, não excedendo 5%.
Quando o gás inerte for necessário, a planta deverá ser iniciada e o sistema de
distribuição condicionado para a operação que se pretende, quer seja inertização,
lavagem de tanques, etc.
• Fornecer gás inerte a uma pressão controlada para a rede do convés (ou em
alguns casos pela rede de carga) e daí para os tanques;
- 202 -
A planta de gás inerte é usada para fornecer gás inerte durante as operações em
que grandes quantidades são necessárias, como por exemplo durante uma inertização de
tanques, descarga ou deslastro, inertização durante lavagem de tanques e purga após a
lavagem.
Este item do sistema de gás inerte é diferente em cada sistema, porém, na maioria
dos casos, o princípio de operação é sempre o mesmo. A função do depurador é esfriar o
gás da caldeira e remover a maioria dos dióxidos de enxofre e a fuligem e isto é
conseguido pelo contato direto entre o gás e grande quantidade de água do mar.
A eficiência do depurador pesquisado é tal que ele poderá resfriar o gás da caldeira
de 1 a 2 graus Celsius da temperatura da água que vem do mar e remover de 95 a 99%,
do dióxido de enxofre dependendo da temperatura da água do mar e da quantidade de
enxofre existente no combustível usado na caldeira.
Após sair da caldeira e passar pelas válvulas, o gás chega ao depurador passando
por um borrifo de pré-resfriamento. Logo após, o gás, ainda quente, chega à base do
depurador através de um selo d’água. Há instalado um sistema de alarme para avisar no
caso de nível baixo de água no selo. Também há um sistema de proteção contra nível alto
de água por entupimento do dreno que cortará o suprimento de água para o depurador
caso essa falha ocorra. Havendo perda de pressão de água, o sistema desarmará. O
nível de água é continuamente monitorado por um sistema transmissor montado num
compartimento do lado externo do depurador.
Após passar pelo selo d’água, o gás quente flui para cima, passando para uma
zona de borrifos de alta capacidade onde serão removidas as grandes partículas sólidas e
a temperatura do gás reduzida preparando o gás para intensa limpeza e resfriamento que
sucederá.
- 203 -
Depurador (torre de lavagem)
• O projeto deve ter relação com o tipo de navio-tanque, com as cargas e com o
equipamento de controle de combustão da fonte de suprimento de gás inerte, bem como
ser capaz de considerar a quantidade de gás inerte exigida pela regra;
• O desempenho, em fluxo total de gás, deve ser capaz de remover pelo menos
90% do dióxido de enxofre e também remover eficazmente os sólidos. Nos navios de
produtos, pode haver necessidade de exigências mais rigorosas com relação à qualidade
do produto transportado;
• Estas redes não devem estar ligadas a uma tubulação de dreno comum e a
drenagem da selagem no convés deve ficar afastada da praça de máquinas e de qualquer
outro espaço sem perigo de gás;
O depurador deverá estar localizado acima da linha d’água de maneira tal que a
drenagem do efluente não seja prejudicada quando o navio estiver em plena carga.
• O fluxo de água para a torre deve ser monitorado tanto por um indicador de
fluxo quanto por manômetros. Um alarme deve soar quando o fluxo de água cair abaixo
da vazão de projeto exigida para pré-determinada quantidade e os ventiladores devem
parar automaticamente no caso de uma redução posterior de fluxo. O ajuste preciso do
alarme e os limites de fechamento deverão estar relacionados ao projeto e ao material
utilizado;
- 205 -
• O nível de água na torre deve ser monitorado por um alarme de nível alto. Este
alarme deverá soar quando os limites pré-determinados forem atingidos e a bomba que
alimenta a água do depurador deve parar quando o nível subir acima dos limites
ajustados. Estes limites devem ser ajustados levando-se em consideração o projeto e o
alagamento da rede de entrada da torre proveniente do conduto de descarga da caldeira;
A distribuição de gás inerte começa nos ventiladores, que devem ser pelo menos
dois. Normalmente são centrífugos, de duplo estágio e movidos por motores elétricos que
pressurizam o gás do depurador, antes do tanque de selagem, levando-o pelas redes de
distribuição para os tanques de carga.
- 206 -
• No caso de um sistema gerador de gás inerte, este poderá ser dotado de
apenas um ventilador desde que o sistema seja capaz de fornecer o volume total de gás
inerte acima mencionado e que também haja a bordo sobressalentes suficientes para o
ventilador e sua força motriz, de modo que a tripulação possa corrigir as falhas de ambos.
• Essa carcaça deve ter drenos equipados com selos d’água adequados para
prevenir avaria por acúmulo d’água.
• Os ventiladores devem ser providos de meios, tal como lavagem com água
doce, para remover os depósitos formados que poderão causar vibração durante o seu
funcionamento;
Ö Depurador e desumidificador;
- 207 -
Ö Tanque de selagem;
• Regular o fluxo de gás inerte para a rede principal de gás inerte no convés.
- 208 -
Válvulas reguladoras da pressão do gás inerte
Quando a pressão na rede de gás inerte avante da válvula de não-retorno cair para
menos de 50 mm de coluna d’água, um alarme deverá soar ou desarmar as bombas de
carga automaticamente.
Os tanques de selagem são construídos conforme um projeto que pode optar pelo
tipo úmido, semi-seco e seco.
Esta unidade exige que um nível constante água seja mantido, o que é conseguido
por meio de um sistema que leva água em fluxo constante para a unidade através de uma
bomba. O duto de chegada de gás submerge abaixo desse nível de água e, desse modo,
forma-se o selo d’água ao redor do duto. A altura do duto é tal que, sob uma condição de
pressão de retorno de gás, uma coluna d’água se formará dentro do duto, o que manterá
o selo mesmo nessa condição.
Para remover partículas de água na descarga do gás que sai pelo selo de água,
um filtro é instalado na saída do gás do tanque de selagem para o convés.
CHEGADA DO GÁS: durante uma operação normal, o gás inerte entra no tanque
de selagem pelo duto submerso, deslocando a água e saindo pela extremidade inferior do
duto, provocando borbulhas e subindo até passar pelo filtro e entrar na rede principal do
convés via rede de saída do tanque.
- 210 -
Entrada do gás inerte no tanque de selagem
- 211 -
Formação do selo d’água pelo retorno de gás
Em vez de borbulhar através de um sifão de água, o gás inerte suga o selo de água
para dentro de uma câmara separada por ação de um venturi, de forma a evitar ou, pelo
menos, reduzir a quantidade de gotas de água arrastadas. Por outro lado, seu
funcionamento é o mesmo que o do tipo úmido.
- 212 -
9.7.1.3 Selo do Tipo Seco
Neste tipo de selo, a água é drenada quando a planta está em operação (o gás
indo para os tanques) e o selo é enchido com água quando a planta estiver parada ou
quando a pressão do tanque excede a pressão de descarga do ventilador. Enchimento e
descarga são feitos por válvulas automáticas controladas pelos níveis da água do tanque
de selagem e do tanque suspenso e pela operação dos ventiladores.
Como precaução adicional para evitar qualquer retorno de gás dos tanques de
carga e evitar qualquer retorno de líquido, que pode entrar nas redes de gás inerte se o
tanque de carga transbordar é exigido que uma válvula mecânica de não-retorno, ou
equivalente, a qual deverá ser instalada avante do tanque de selagem e deverá operar
automaticamente o tempo todo.
Esta válvula deve ter meios de fechamento positivo ou, alternativamente, uma outra
válvula de isolamento do convés instalada avante da válvula de não-retorno, de modo que
a rede de gás inerte possa ser isolada dos dispositivos de retenção. Essa válvula de
isolamento separada tem a vantagem de possibilitar a manutenção da válvula de não-
retorno.
- 213 -
9.7.3 Sistema de Água do Mar
O gás inerte (ou ar fresco) é fornecido da planta de gás inerte para os tanques de
carga através das derivações que vêm da rede principal.
Durante o carregamento, o gás inerte nos tanques é forçado para dentro da rede
de convés e, através do mastro de ventilação ou válvulas de alta velocidade, é forçado
para a atmosfera, subseqüentemente, mantendo uma pressão de projeto no tanque de
carga. Durante os procedimentos de carregamento, a planta será mantida em estado de
prontidão para fornecer gás inerte quando a pressão no tanque de carga cair abaixo da
pressão regulada (pré-set point).
9.8.2 Componentes
- 214 -
Durante uma operação normal de carregamento, os gases são expelidos através
dos mastros de ventilação. Se o sistema de gás inerte falhar durante o carregamento,
lastro ou descarga, a válvula do mastro de ventilação deverá ser aberta. Se for mantida
fechada por erro ou se ocorrer uma falha no sistema de gás inerte durante a descarga, o
tanque de carga estará protegido de pressão ou vácuo excessivos pela válvula P/V
individual de cada derivação e também pelo ruptor de vácuo/pressão instalado na rede
principal de gás inerte.
As redes de gás inerte também podem ser utilizadas como redes de purga e, nesse
caso, a rede principal de gás inerte termina no poste de purga, que é por onde será
liberado o ar que for soprado para dentro dos tanques ou o gás da carga nas operações
de carregamento.
Cada tanque de carga está equipado com um poste de purga cujo poste projeta-se
para dentro do tanque. Cada poste de purga possui uma tampa que, quando é aberta,
permite que os gases do tanque sejam expelidos. Para operar com segurança, próximo
da extremidade superior do poste de purga é instalada uma tela corta-chamas.
- 215 -
Funcionamento do ruptor de vácuo/pressão (vacuum breaker)
- 216 -
Em nenhum caso o arranjo deverá impedir o suspiro adequado do tanque.
• Meios para levar o gás inerte aos tanques de carga durante a descarga,
deslastro e operações de limpeza de tanques e, também, completar a pressão de gás no
tanque;
• Desgaseificação;
• Purga;
• Inertização;
• Ventilação;
- 217 -
• Manuseio de carga e lastro; e
Diversos arranjos são possíveis, porém, um aspecto que deve ser comum a todos
eles é que os pontos de entrada e saída devem ser localizados de modo que a
substituição suficiente do gás possa tomar lugar em todo o tanque.
Deve ser observado que todos os três arranjos podem ser usados tanto para
inertização, purga e desgaseificação e que o projeto de um determinado navio pode
incorporar mais do que um desses arranjos.
ARRANJO I – DILUIÇÃO
5. A posição do analisador deve ser escolhida de modo que ele fique protegido de
calor e de condições ambientais adversas. Entretanto, ele deve ser instalado o mais
próximo possível do ponto de amostragem visando reduzir ao mínimo o tempo entre a
extração de uma amostra e sua análise;
- 220 -
Assim, os medidores usando este princípio não podem medir concentrações de
vapores de hidrocarbonetos acima do limite inferior de inflamabilidade. Por esta razão, é
recomendável usar medidor cujo princípio não é afetado pela deficiência de oxigênio, e
que são capazes de medir concentrações de hidrocarbonetos dentro e acima da faixa
inflamável. Para medições abaixo do limite inferior de inflamabilidade, onde existe
oxigênio suficiente, o medidor de filamento catalítico é adequado.
- 221 -
7. Abrir a válvula de isolamento dos gases de descarga;
12. Abrir a válvula de recirculação para fazer com que a planta fique estabilizada;
NOTA: alguns analisadores de oxigênio necessitam de até duas horas para estabilizar, antes que seja
obtida uma leitura precisa
15. O sistema de gás inerte está para levar o gás aos tanques de carga.
- 222 -
8. Certificar-se de que o suprimento de água para o tanque de selagem, no
convés, está funcionando satisfatoriamente, retendo um selo de água adequado, e que
seus alarmes estão em boas condições.
4. Antes que a pressão nos tanques de carga e de resíduos reduza para 100 mm,
eles devem ser novamente pressurizados com gás inerte.
O sistema de gás inerte deve ser usado durante o ciclo total de operação de um
navio-tanque.
- 223 -
Quando todos os tanques tiverem sido inertizados, eles devem ser conservados
com o uso do gás inerte da rede do convés e mantidos em uma pressão positiva superior
a 100mm de coluna d’água durante toda a operação.
9.10.2.3 Carregamento
Durante trânsito com o navio carregado, deve ser mantida nos tanques de carga
uma pressão positiva de gás inerte de no mínimo de 100mm de coluna d’água e poderá
ser necessário completar esta pressão. Durante a complementação da pressão de gás
inerte nos tanques de carga, uma atenção particular deve ser dada para que o suprimento
de gás inerte tenha uma concentração de oxigênio de 5% ou menos, antes que ele seja
introduzido nos tanques de carga.
- 224 -
9.10.2.5 Transferência de Carga e Medição
Entretanto, pode ser necessário, mesmo que não freqüentemente, aliviar a pressão
do gás inerte nos tanques de carga em certas ocasiões, para permitir medição manual do
tanque ou para obter amostra da carga, antes ou depois que ela for transferida. Se isto for
feito, nenhuma operação com o lastro ou a carga deve ser efetuada e um número mínimo
de pequenas aberturas de tanques, quando necessário, podem ser abertas por um curto
período de tempo para possibilitar que estas medições sejam completadas.
2. Após um carregamento;
Se os tanques forem abertos antes da transferência de carga, esta não deve ser
iniciada até que todas as condições tenham sido verificadas e consideradas em ordem.
Similarmente, se o tanque for aberto após a transferência de carga, as operações normais
do navio não devem ser iniciadas até que todas as condições tenham sido verificadas e
consideradas em ordem.
Durante uma viagem na condição de lastro, os tanques que não necessitem ser
desgaseificados para a entrada nos mesmos devem ser mantidos inertizados e com
pressão atmosférica que não seja menor do que 100mm de coluna d’água e nível de
oxigênio que não exceda a 8% por volume, especialmente durante a limpeza de tanque.
- 225 -
Antes que qualquer gás inerte seja introduzido nos tanques de carga para manter
uma pressão positiva, deve ser confirmado se o mesmo não contém mais do que 5% por
volume de oxigênio.
Os tanques de carga devem ser lavados em uma condição inerte e estando sob
pressão positiva. Os procedimentos adotados para limpeza de tanques utilizando água
devem acompanhar aqueles usados para a COW.
A entrada de pessoal nos tanques de carga somente deve ser levada a efeito sob
supervisão rigorosa de um oficial responsável e de acordo com os regulamentos
nacionais e/ou práticas industriais previstas no ISGOTT. De outro modo, devem-se
cumprir os procedimentos da empresa para entrada e permanência em espaços
confinados, onde são incluídas: análise preliminar de risco e permissão para trabalho.
5. Baixar os cabos para tomadas de amostras nas áreas mais baixas do tanque e
em pelo menos duas posições. Estas posições devem ser afastadas das aberturas de
entrada e saída usadas para desgaseificar. Após ter sido confirmado que foi obtida no
fundo uma amostra real, as seguintes leituras devem ser exigidas: 21% de oxigênio e
menos de 1 % do limite inferior de inflamabilidade;
3. Quando uma carga não-volátil é transportada em um tanque que não tenha sido
anteriormente desgaseificado, então, esse tanque deverá ser mantido em uma condição
inerte.
Uma contaminação de produto pode afetar seu odor, acidez e também suas
especificações de ponto de fulgor e pode ocorrer de diversas maneiras. Aquelas
consideradas importantes para os navios com uma rede principal de gás inerte ou uma
outra interligando todos os tanques de carga são:
- 227 -
9.11 Medidores, Indicadores e Alarmes (instrumentação)
Certos instrumentos fixos e portáteis são necessários para uma operação segura e
eficiente de um sistema de gás inerte. É desejável que todos os instrumentos sejam
graduados em um sistema de unidade consistente.
Devem ser fornecidas instruções claras para operar, calibrar e testar todos os
instrumentos e alarmes. Também devem ser providas facilidades para aferição adequada.
• a pressão nas redes de gás inerte por ante a vante dos dispositivos de não-
retorno de gás inerte;
5. O sistema de gás inerte tanto do tipo que aproveita gases da combustão como
do tipo gerador de gás inerte, devem ser dotados dos seguintes alarmes sonoros e visuais
que indiquem,
- 228 -
• baixa pressão ou baixa velocidade d’água para a torre de lavagem dos gases
de combustão;
• pressão de gás, inferior a 100 mm de coluna d’água, nas redes de gás inerte e
por ante a vante dos dispositivos de não-retorno de gás inerte. O arranjo para alarme
deve ser capaz de assegurar monitoração contínua da pressão nos tanques de resíduos
dos transportadores combinados;
10. Os alarmes exigidos nos itens 5.5, 5.6 e 5.8 devem ser instalados na praça de
máquinas e na sala de controle de carga, se houver, porém, em cada caso, numa
localização tal que eles sejam imediatamente percebidos pelo tripulante responsável.
- 229 -
9.12 Procedimentos de Emergência
Se for avaliado que os tanques não poderão ser mantidos em uma condição inerte
antes que o sistema de gás inerte seja reparado, uma fonte externa de suprimento de gás
inerte deve ser conectada ao sistema, tão rápido quanto seja possível, com a finalidade
de evitar que o ar penetre nos tanques de carga.
Nos casos de navios transportadores de produtos que não óleo cru, se for
considerado ser totalmente impraticável efetuar o reparo, a descarga e o deslastro
somente poderão ser recomeçados depois que uma fonte externa de suprimento de gás
inerte tenha sido conectada ao sistema e que as seguintes precauções sejam tomadas:
Ainda neste tipo de navio, se for essencial limpar os tanques após uma falha no
sistema de gás inerte e as condições não puderem ser mantidas, esta limpeza de tanque
deve ser feita com um suprimento externo de gás inerte conectado ao sistema. Se não for
possível receber gás inerte de uma fonte externa, como alternativa e como adição aos 5
itens acima, as seguintes precauções devem ser tomadas:
- 230 -
1. A lavagem de tanques deve ser efetuada somente em um tanque de cada vez;
4. A lavagem não deve começar até que tenham sido feitos, em vários níveis, os
testes para estabelecer se o teor de vapor em qualquer parte do tanque está 10% abaixo
do limite inferior de inflamabilidade;
8. Somente deve ser usada água fria e limpa. Os sistemas de recirculação não
devem ser usados;
A inspeção pode ser feita através das portas de visitas. Devem ser feitas
verificações com relação a ataques por corrosão, incrustação e avaria em:
Devem ser feitas verificações para avarias em partes não metálicas, tais como:
1. Revestimento interno;
2. Filtros desumidificadores;
3. Berços de apoio.
Para um grau limitado, uma inspeção visual interna revelará avaria em estágio
adiantado. Devem ser usados sistemas de monitoração de diagnóstico, pois eles ajudam
enormemente na sustentação da eficiência do equipamento. Equipando o navio com dois
ventiladores de tamanhos iguais ou, alternativamente e mantendo a bordo, como
sobressalentes, um impelidor com eixo para cada ventilador, estará assegurado um nível
aceitável de eficácia. Inspeção visual através das aberturas disponíveis na carcaça do
ventilador é adequada para este propósito.
4. Inspeção das redes de dreno da carcaça do ventilador para assegurar que eles
estão limpos e operativos;
Esta unidade executa uma importante função e deve ser mantida sempre em boas
condições. Tubulações de entrada corroídas e avarias em válvulas controladas por bóia
são comuns. A rede de dreno para o mar e suas conexões também são possíveis fontes
de problemas.
- 232 -
1.1 Bloqueio das redes “venturi”, em caixão de selagem tipo semi-seco;
1.4 Bóias ou braços de bóias para válvulas de suprimento d’água, drenos d’água e
monitoração de nível com corrosão.
2. Teste de funcionamento:
Não pode ser normalmente inspecionada na parte interna, exceto quando o navio
estiver em docagem. A peça reforçada no costado e a válvula de descarga para o mar
devem ser inspecionadas a cada período de docagem.
9.14.1 Introdução
As operações com gás inerte que são mostradas nas figuras a seguir envolvem as
seguintes situações:
7. Desgaseificação.
- 234 -
Caso a válvula controladora de pressão (7) esteja na posição “automática”, existirá
risco de sobrecarga no depurador devido a uma queda limitada de pressão nas redes e
tanques, que poderá resultar em alta temperatura na planta de gás inerte.
Por esta razão, às vezes é necessário controlar manualmente a pressão, para que
seja diminuído o fluxo de gás durante a primeira parte da inertização até que uma
contrapressão mínima de gás seja obtida nos tanques. Quando for obtida esta
contrapressão mínima de estabilização da operação, a planta de gás inerte poderá ser
usada manualmente em toda sua capacidade.
- 235 -
9.14.3 Inertização durante Carregamento e Deslastro Simultâneos
- 236 -
O sistema de gás inerte pode ser operado se for necessário, mas normalmente não
passará qualquer gás para as tubulações de convés.
Durante a viagem, os tanques de carga carregados devem ser, tanto quanto for
possível, mantidos inertizados com uma pressão positiva. Esta pressão pode ser alterada
por diversos fatores sendo os mais comuns:
• Variações de temperatura;
- 237 -
O efeito das diferentes condições acima mencionadas é uma queda parcial da
pressão e risco de admissão de ar nos tanques. Conseqüentemente, o teor de oxigênio e
a pressão dos tanques devem ser freqüentemente verificados durante a viagem. A
freqüência dependerá das condições de tempo e do equipamento de convés.
A “complementação” da pressão de gás inerte dos tanques pode ser feita utilizando
o sistema de gás inerte ou um gerador especial para complementação de gás inerte, caso
exista. O volume exigido para esta operação, em geral, é pequeno quando o navio está
carregado.
9.14.5.1 Descarga
Quando o navio chegar ao porto de descarga, o sistema de gás inerte já deve estar
testado e pronto para funcionar na hora da descarga.
Antes que seja iniciado o bombeamento da carga, o sistema de gás inerte deve
estar operando conectado à tubulação de convés e com o controle de pressão na posição
“automática”.
Depois que a descarga começa, a pressão nos tanques de carga irá reduzindo
gradualmente. Então, a válvula controladora de pressão começará a operar abrindo o gás
inerte para compensar a perda de pressão, mantendo nos tanques uma pressão pré-
selecionada. Após algum tempo, a pressão necessária é alcançada. Nesta ocasião, o
volume de gás proveniente do sistema de gás inerte é igual àquele descarregado pela
bomba de carga.
Se por algum motivo, durante a descarga, for necessário fazer alguma medição no
tanque de carga, deve ser observado o seguinte procedimento:
- 238 -
Descarga
A capacidade do sistema de gás inerte deve sempre ser ajustada para dar um
escoamento positivo de gás inerte através da rede de suspiro, de forma a impedir que o ar
penetre nos tanques de carga.
- 239 -
Depois que o navio estiver com o lastro completado, a válvula de retorno (by-pass)
deve ficar fechada e a pressão do gás inerte do tanque deverá ser ajustada para a
pressão desejada, antes que a válvula de isolamento principal seja fechada e a instalação
de gás inerte seja parada.
Lastro e descarga
Nos navios-tanque providos de sistema de lavagem com óleo cru (COW), o teor de
oxigênio deve ser determinado em um ponto a 1 metro do convés e na região
intermediária do espaço vazio. Em nenhuma dessas posições, o teor de oxigênio deve
ultrapassar 8% por volume. Quando os tanques possuírem anteparas completas ou
parciais, o oxigênio deve ser obtido a partir de níveis semelhantes em cada seção de
tanque.
• Quando a pressão da atmosfera dos tanques não for mais positiva, a lavagem
deve ser interrompida até que sejam restabelecidas as condições satisfatórias.
Limpeza de tanques
9.14.7 Desgaseificação
2. Com ventiladores fixos, que jogam ar para dentro dos tanques usando o próprio
sistema de tubulações de carga;
- 241 -
3. Com ventiladores do sistema de gás inerte, que aspiram ar atmosférico em vez
dos gases de descarga provenientes da torre de lavagem e descarregam nos tanques de
carga.
- 242 -
Desgaseificação com ventiladores fixos
- 243 -
Desgaseificação com os ventiladores do sistema de gás inerte
Este método normalmente é rápido, desde que o efeito da mistura na interface
ar/gás não fique com uma faixa muito grande.
Não devemos entrar em nenhum tanque antes que sejam verificados todos os seus
pontos, devido à possibilidade da existência de bolsões de gases. No caso de dúvidas é
necessário o uso de máscara de respiração autônoma.
- 244 -
10.0 Lavagem com óleo cru
10.1 Introdução
Todo sistema de lavagem com óleo cru deverá cumprir com as exigências do
Anexo I da MARPOL.
- 245 -
Deverá haver um sistema de gás inerte em todo tanque de carga e tanque de
resíduos, de acordo com as regras adequadas do Capítulo II-2 da Convenção
Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar, 1974, como alterada e
acrescentada pelo Protocolo de 1978, reativo àquela Convenção e como possa a vir a ser
novamente alterada.
Com relação ao lastramento dos tanques de carga, antes de cada viagem em lastro
deverá ser lavado com óleo cru um número suficiente de tanques de carga para que,
levando-se em conta o padrão de transporte de óleo do petroleiro e as condições do
tempo esperadas, só seja colocada água de lastro nos tanques que tiverem sido lavados
com óleo cru.
Todo petroleiro operando com sistemas de lavagem com óleo cru deverá ser
dotado de um Manual de Operação e dos Equipamentos, detalhando o sistema e os
equipamentos e estabelecendo os procedimentos operacionais. Se for feita uma alteração
que afete o sistema de lavagem com óleo cru, o Manual de Operação e dos
Equipamentos deverá ser devidamente revisto.
• Os tanques lavados com óleo cru necessitam de menor intervalo de tempo para
serem preparados para a entrada em estaleiros e reduzem a quantidade de água
necessária para lavagem;
• O fato de que os navios têm que ser equipados com um sistema de gás inerte e
máquinas fixas de lavagem limita os muitos navios antigos que, não realizando as
- 246 -
grandes modificações necessárias, de elevado custo, não podem realizar a operação
COW;
Todos os projetos de sistemas de lavagem com óleo cru são regidos por
especificações internacionais, sendo este sistema composto, principalmente, das
seguintes partes:
• Bombas;
• Redes e tubulações;
• Sistema de stripping.
Neste projeto, de forma que os diâmetros das redes sejam adequados, são
consideradas a quantidade de máquinas instaladas e a velocidade de deslocamento do
óleo através das canalizações empregadas.
A eficiência do sistema de COW é averiguada com o auxílio de um conjunto de
condições, portanto, as operações devem ser realizadas como de acordo.
• O procedimento de stripping;
• O trim do navio.
- 247 -
10.3 Redes de COW
O sistema de lavagem com óleo cru deve ser formado por redes e tubulações fixas
e independentes das redes de incêndio ou de qualquer outro sistema que não seja o de
lavagem de tanques, exceto pelas seções do sistema de carga do navio, desde que elas
cumpram os requisitos pertinentes às redes e canalizações de COW.
• O uso de mangotes flexíveis para conectar o sistema de lavagem com óleo cru
às máquinas de lavagem. Quando for necessária a instalação destas na tampa do domo
de um tanque de carga, tais mangotes devem ser:
Nos sistemas de COW, onde existam hidrantes com o propósito de tornar possível
lavagem de tanques com água, meios devem ser providos para estabelecer o isolamento
destes durante os procedimentos de lavagem com óleo cru.
Quando a tubulação para lavagem com água for comum à canalização de COW, o
projeto deverá conter arranjos que possibilitem a melhor drenagem possível do óleo
existente no interior das redes antes do início da lavagem com água.
Estas máquinas podem ser do tipo fixa convencional, que cobrem praticamente
toda área em cada ciclo e do tipo programável, em que o operador regula o equipamento
para trabalhar por setores, lavando o topo, as anteparas e o fundo do tanque. Assim, o
tipo programável leva vantagem sobre o convencional porque, à medida que o tanque vai
baixando o volume, a limpeza é feita simultaneamente. Já no tipo convencional, o tanque
tem que estar vazio para se iniciar a limpeza.
Devem existir meios para que as máquinas possam ser isoladas, através de
válvulas de interceptação, das suas respectivas redes de fornecimento de óleo. Caso a
máquina precise ser removida, deve haver meios para que tanto a rede de fornecimento
de óleo quanto a abertura de lavagem do tanque possam ser isoladas.
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10.5 Bombas
A capacidade das bombas deve ser suficiente para garantir, sob pressão
especificada, o fluxo de óleo necessário para que tantas máquinas de lavagem, conforme
especificadas no Manual de Equipamentos e Operações, possam ser operadas
simultaneamente. Estas bombas devem, no caso da existência de um sistema edutor para
a realização da drenagem dos tanques, ser capazes de operá-lo adequadamente.
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A capacidade das bombas deve ser tal que os requisitos do parágrafo anterior
sejam cumpridos mesmo que uma das bombas esteja inoperante. Os arranjos das
bombas e tubulações devem ser feitos de forma que a operação COW possa ser
conduzida, efetivamente, quando qualquer uma das bombas estiver fora de uso. O
transporte de mais de um tipo de carga não deve, em qualquer hipótese, restringir os
procedimentos de lavagem com óleo cru.
As bombas devem ser capazes de garantir, no caso de baixa contrapressão
apresentada pelo terminal, pressão suficiente para que a operação de COW possa ser
efetuada adequadamente.
Devem ser providos, quando necessários, meios para a drenagem das redes e
bombas, com auxílio do sistema de stripping, após a descarga. O fluido proveniente desta
drenagem deve poder ser descarregado tanto para um tanque quanto para terra. Caso a
descarga seja para terra, um conduto apropriado, com diâmetro específico, deverá ser
providenciado.
O controle de carga, ou uma outra localidade apropriada, deverá ser provido com
equipamentos de leitura remota que permitam a monitoração da eficiência do sistema de
stripping.
10.7 Operações
A fim de garantir que a tripulação do navio obedeça aos parâmetros de teste, todo
o navio que estiver obrigado a realizar os procedimentos de COW, é provido de um
manual sobre equipamentos e operações que não apenas descreve esses parâmetros
mas também dá exemplos simples e múltiplos de descargas e operações de lavagem com
óleo cru.
É importante lembrar que, em navios equipados com COW, o lastro só pode ser
transportado nos tanques de carga que tenham sido submetidos a este processo de
lavagem.
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10.7.1 Tanques a serem lavados com óleo cru
Antes da partida para uma viagem em lastro, após a total finalização das
operações de descarga, tanques suficientes devem ter sido lavados com óleo cru, de
acordo com o estabelecido no Manual de Operações e Equipamentos do navio, para
assegurar que:
• 1/4 dos tanques restantes seja lavado com óleo cru, visando ao controle de
borra. Mesmo com esse objetivo, nenhum deles precisará ser lavado mais do que uma
vez a cada quatro meses; e
De forma geral, os tanques a serem lavados com óleo cru são os seguintes:
• Trim do navio;
• Duração da lavagem; e
• Requisitos de stripping.
O óleo cru empregado para lavagem pode ser obtido das redes de descarga,
proveniente dos tanques de carga ou dos tanques de resíduos. Devido aos riscos de
geração de eletricidade estática envolvidos, óleos crus, contaminados com água não são
adequados ao uso durante as fainas de COW. Em função do anteriormente exposto,
todos os tanques a serem operados, principalmente se forem ser usados como fonte de
óleo cru, devem, antes do início dos procedimentos COW, passar por um processo de
“esvaziamento”, feito, através da descarga de um metro da carga neles contidas, de forma
a garantir que apenas óleo cru seco seja utilizado durante os procedimentos de COW.
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10.7.3 Uso do tanque de resíduos como fonte de óleo cru
Quando for necessária a utilização dos tanques de resíduos como fonte de óleo
para COW, todo o conteúdo destes tanques deverá ser descarregado e substituído por
óleo cru seco proveniente das redes de carga, antes que os procedimentos de lavagem
sejam iniciados. O preenchimento dos tanques de resíduos só deverá ser feito em função
do exposto no parágrafo anterior, após os tanques de carga terem descarregado 1 metro
da carga neles contida.
O nível de oxigênio nos tanques designados para COW, antes do início da faina,
deve ser medido nas seguintes posições:
Estes tipos de óleo não podem ser transportados nos navios que sejam certificados
para COW, exceto quando os mesmos forem providos de tanques de lastro segregado
(SBT) com capacidade suficiente para satisfazer as necessidades de lastro no transcorrer
da viagem.
As operações de lavagem com óleo cru devem ser completadas antes que o navio
saia do último porto de descarga. Entretanto, quando por motivos diversos tais tanques
tiverem que ser lavados durante as viagens, entre múltiplos portos de descarga, os
tanques lavados com óleo cru deverão permanecer vazios de forma que possam ser
inspecionados no próximo porto. Todas as operações de COW devem ser registradas no
Livro de Registro de ÓIeo e estão sujeitas as fiscalizações pelo controle do porto.
13. A lista de verificações do terminal, via rádio, quando existente, foi respondida?
7. O teor de oxigênio nos tanques a serem lavados com óleo cru está abaixo de
8%?
9. Um tripulante foi designado para verificar as redes quanto a vazamentos tão logo
os procedimentos de COW tenham início?
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BIBLIOGRAFIA
BAPTIST, C. Tanker Handbook for Deck Officers. 7th ed. Glasgow, 1991
ICS/OCIMF. Clean Seas Guide for Oil Tankers. 4th ed. London, 1994
ICS/OCIMF. Ship to Ship Transfer Guide (Petroleum). 3rd ed. London, 1997
International Maritime Organization (IMO). Inert Gas Systems. 31st ed. London, 1990
International Maritime Organization (IMO). Safety of Life at Sea 74/78. London, 2004
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