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Resumo Expandido Sabão

escola é o local onde os alunos podem e devem adquirir conhecimentos que serão utilizados no cotidiano e quando o professor ensina com mais contextualização e interdisciplinaridade as aulas tendem a ficarem mais interessantes. Convém à educação possibilitar o melhor entendimento do desenvolvimento científico, tecnológico e social. Diante disto neste artigo é relatada uma prática pedagógica desenvolvida com abordagem voltada para Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA), enfatizando conte

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Resumo Expandido Sabão

escola é o local onde os alunos podem e devem adquirir conhecimentos que serão utilizados no cotidiano e quando o professor ensina com mais contextualização e interdisciplinaridade as aulas tendem a ficarem mais interessantes. Convém à educação possibilitar o melhor entendimento do desenvolvimento científico, tecnológico e social. Diante disto neste artigo é relatada uma prática pedagógica desenvolvida com abordagem voltada para Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA), enfatizando conte

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RECICLAGEM DOS ÓLEOS DE FRITURA PRODUÇÃO DE SABÃO E

QUESTÕES AMBIENTAIS COMO TEMA GERADOR DO


CONHECIMENTO QUÍMICO

CAMPOS, Josiane1;

Resumo: A escola é o local onde os alunos podem e devem adquirir conhecimentos que serão
utilizados no cotidiano e quando o professor ensina com mais contextualização e interdisciplinaridade
as aulas tendem a ficarem mais interessantes. Convém à educação possibilitar o melhor entendimento
do desenvolvimento científico, tecnológico e social. Diante disto neste artigo é relatada uma prática
pedagógica desenvolvida com abordagem voltada para Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente
(CTSA), enfatizando conteúdos ensinados em Química com o cotidiano, possibilitando aos estudantes
uma formação mais consciente no seu meio social. O desenvolvimento de conteúdos de Química no
primeiro ano do ensino médio deu-se através da temática produção de sabão a partir da reutilização do
óleo de fritura. Notou-se que houve um aumento no interesse pelos conceitos científicos e,
principalmente, reflexão sobre a relevância da resolução de problemas sociais e ambientais. Assim,
constatou-se que a abordagem CTSA é muito relevante para o ensino de Química.

Palavras-chave: Conscientização ambiental. Saponificação. Contextualização. Química.

1 INTRODUÇÃO

Com o agravamento dos problemas ambientais e diante da ampla necessidade das


discussões sobre a natureza do conhecimento científico e seu papel na sociedade, aumentou
no mundo inteiro um movimento que passou a refletir intensamente sobre as relações entre
ciência, tecnologia e sociedade e ambiente (SANTOS, 2008; MACHADO, 2015).
O currículo com enfoque em Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA)
possibilita desvincular a ideia de ciência neutra, absoluta e impessoal para uma ciência que se
aproxima do cotidiano do aluno, trazendo significado prático para o conteúdo estudado,
proporcionado a melhor compreensão da realidade ao seu redor e capacitando-o para
solucionar problemas, além de participar de forma crítica das decisões que envolvam a ciência
e a tecnologia e a relevância destas na sociedade (VASCONCELLOS; SANTOS, 2008).

1
Licenciando em Química na UAB/IFMT. E-mail: josianecampos.campos@hotmail.com
A utilização da experimentação no ensino de Química, é um assunto amplamente
discutido devido aos grandes benefícios que pode trazer ao processo de ensino-aprendizagem.
O experimento pode valorizar o conhecimento prévio dos estudantes, facilitando a obtenção
do conhecimento científico, por meio do diálogo e do debate, em que os alunos modificam
suas concepções, previamente elaboradas de forma empírica, para ideias de nível científico
(SILVA et al., 2016).
Os óleos e gorduras incrustados na encanação dificultam a passagem de água, levando
a entupimentos e mau funcionamento das redes, podendo transbordar nas ruas ou ocasionar o
retorno do esgoto para as casas. Além disso, causa danos ambientais (SILVA et al., 2016).
Desta forma, reaproveitar óleos de fritura para a fabricação de sabão é excelente
alternativa evitando os impactos ambientais que tal resíduo pode causar.
Com o intuito de promover uma conscientização ambiental dos alunos e também de
propor atividades experimentais contextualizadas para o ensino da química no ensino médio,
foi realizada aula prática da fabricação de sabão com alunos do primeiro ano.

2 REVISÃO DE LITERATURA

A abordagem de CTSA para o ensino de química têm sido propostos tanto para a
educação básica quanto para cursos superiores e até de pós-graduação. O objetivo central
dessa abordagem na educação básica é possibilitar a educação científica e tecnológica dos
cidadãos, auxiliando os educandos a construir criticamente e conscientemente conhecimentos,
habilidades e valores necessários para tomar decisões responsáveis sobre questões de ciência
e tecnologia na sociedade e atuar na solução de tais questões (SANTOS, 2008; MACHADO,
2015).
A proposta curricular envolvendo as relações CTSA corresponde à integração entre
educação científica, tecnológica, ambiental e social, em que os conteúdos científicos e
tecnológicos são estudados juntamente com a discussão de seus aspectos históricos, éticos,
políticos e sócio-econômicos (SANTOS, AMARAL, MACIEL, 2012; SANTOS,
SCHNETZLER, 1997).
A partir da proposta da reutilização do óleo é possível trabalhar conceitos de química
da matriz curricular, promover a educação ambiental, estimular os alunos no exercício da
cidadania e possibilitar uma alternativa de emprego e renda a comunidade (SOUZA, 2015).
Os sabões são utilizados para remover sujeitas que a água, por si só, não consegue
limpar, tais como restos de óleo e gorduras, por exemplo. As moléculas de água são polares e
as de óleo e/ou gorduras são apolares, não interagindo, portanto, entre si, necessitando a
presença de substâncias anfipáticas como as presentes nos sabões para possibilitar a remoção
das sujeiras oleosas.
Atualmente, os sabões são produzidos em grandes quantidades nas indústrias, na
forma de sabão em barra, em pó, líquido, entre outros. Devido a sua fácil preparação, os
sabões podem ser produzidos artesanalmente em casa, utilizando restos de óleos/gorduras de
frituras, por exemplo, e hidróxido de sódio (NaOH), que é comumente chamado de soda
cáustica (encontrado facilmente em supermercados) (SILVA et al., 2016).
Os sabões são produzidos a partir de óleos e gorduras (triacilgliceróis), que podem ser
de origem vegetal ou animal. Estes óleos e gorduras são ésteres e podem sofrer reações de
hidrólise básica, produzindo glicerol e os sais de ácidos graxos, ou seja, sabão.
A reação de hidrólise básica ocorre quando são aquecidos os ésteres (óleos ou
gorduras) na presença de uma base (como a soda cáustica – NaOH) e é chamada de reação de
saponificação.

Adaptada de Souza, 2015.


A molécula de sabão possui uma parte polar e outra apolar. A cadeia apolar formada
por hidrocarbonetos (− CH2-) interage com óleos e gorduras (apolares) e a extremidade polar
(iônica) atrai a água. Então, pode-se dizer que a parte estrutural COONa ou COOK é polar e
hidrofílica (reage com água) e a cadeia de hidrocarbonetos é hidrofóbica (tem aversão à água).
Essa força de atração é baseada na regra: “semelhante dissolve semelhante”. Nessa
perspectiva, é possível que se forme micelas, ou seja, uma emulsão (mistura) e também
espuma. É a partir dessa interação entre os componentes do sabão que se torna possível limpar
superfícies contendo óleo ou gordura (SANTOS; NAGASHIMA, 2017).
A produção caseira do sabão é muito importante, já que por meio dela é possível
reutilizar óleos que seriam descartados indevidamente na rede de esgoto, podendo causar
inúmeros danos ao ambiente (SILVA et al., 2016).
O óleo comestível usado tem difícil descarte e grande teor de contaminação. Ao atingir
o solo, tem grande poder de impermeabilizá-lo, dificultando a passagem da água podendo
facilitar a ocorrência de inundações. Se descartado no ralo da pia seja nos ambientes
residenciais ou comerciais, além de causar mau cheiro, aumenta as dificuldades e os custos do
tratamento do esgoto. Por ser menos denso que a água e ter propriedades químicas diferentes
desta, o óleo descartado acaba flutuando e não se mistura permanecendo na superfície,
criando uma barreira que dificulta a entrada da luz e dificulta a oxigenação da água. Isto pode
comprometer a base da cadeia alimentar aquática que depende de luz e oxigênio, levando a
um desequilíbrio ambiental (BERTÊ; FANTINEL; SILVA, 2014).

3 METODOLOGIA

Em uma garrafa PET de 500 mL com o auxílio de funil foi misturado 120 mL óleo de
soja utilizado em fritura e coado, 20 mL água e 20 mL de hidróxido de sódio (NaOH) líquido
(45% m/v). Após tampar muito bem a garrafa e agitar por 10 minutos, a mistura ficou em
repouso por 20 minutos e com cuidado a tampa foi aberta bem devagar para sair os gases que
se formaram. Destampada a garrafa a reação de saponificação se completou após três dias, ou
seja, a mistura foi deixada em repouso neste período. Com a tesoura a garrafa pet foi cortada e
com uma faca o sabão em fatias.
Os estudantes foram avaliados pela interação e participação nos experimentos nas
atividades e na exposição das questões propostas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Esta aula experimental pode servir como parâmentro de valorização de práticas


educacionais que podem possibilitar a apropriação do conhecimento científico e o
desenvolvimento de habilidades importantes, como a criticidade e a consciência do papel
individual e coletivo na transformação social. A fabricação de sabão caseiro com o
reaproveitamento de óleo de cozinha contribui na ênfase da escola progressivamente efetivar
sua função perante a sociedade na garantia da democratização dos saberes científicos,
constituindo um importante exemplo de como trazer a prática social e ambientação contexto
dos processos educacionais (TEIXEIRA et al., 2015).
Esta prática possibilitou melhor conscientização ambiental dos alunos, pois além de
ensinar como produzir sabão utilizando óleo usado de cozinha, ela é extremamente viável
como atividade experimental contextualizada para o ensino médio, abordando conceitos de
química, como: funções químicas, polaridade, forças intermoleculares e reações químicas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na abordagem temática CTSA buscou-se estabelecer interações entre a educação
ambiental, que tem como objetivo promover mudanças de comportamentos, atitudes e
valores, e a perspectiva ciência, tecnologia e sociedade que possibilita uma reflexão crítica
decorrente do avanço científico e tecnológico e como o homem se comporta perante esses
avanços, além de suas conseqüências para a sociedade e para o ambiente.

REFERÊNCIAS
BERTÊ, M., FANTINEL, L.; SILVA, F.L. Reaproveitamento de óleo de fritura para
fabricação de sabão. Disciplinarum Scientia| Naturais e Tecnológicas, v. 15, n. 2, p. 191-
200, 2014.
MACHADO, T. F.; SILVA, D., CORNÉLIO, J. P. L.; DEL PINO, J. C. Abordagem CTSA
através da temática produção de sabão. Acta Scientiae, v. 17, n. 2, 2015.
SANTOS, D. M.; NAGASHIMA, L. A. Saber popular e o conhecimento científico: Relato de
experiência envolvendo a fabricação de sabão caseiro. Revista de Ensino de Ciências e Matemática,
v. 8, n. 2, p. 127-142, 2017.

SANTOS, W.L.P. Contextualização no ensino de ciências por meio de temas CTS em uma perspectiva
crítica. Ciência & Ensino , v. 1, 2008.

SANTOS, W. L. P.; SCHNETZLER, R. P. Educação em química: compromisso com a cidadania.


Ijuí: Ed. Unijuí, 1997.

SILVA, C. S.; DE SOUZA BARBOSA, L.; FERREIRA, N. A.; BORGES, C. R.;PIRES, D. A. T.


Oficina de produção de sabão com óleo usado de cozinha: Conscientização Ambiental no interior de
Goiás. Tecnia, v. 1, n. 1, p. 119-130, 2016.

SOUZA, R.F. Fabricação de sabão ecológico a partir de óleos de fritura no município de Piranhas-
AL. Extifal, v. 2, n. 1, 2015.

TEIXEIRA, C. R.; LIMA MARQUES, M. L.; HOFFMANN, S. R. A.; SANTOS, W. A. Abordagem


CTSA-prática pedagógica no ensino de ciências a partir da produção de sabão caseiro. Pedagogia em
Foco, v. 10, n. 3, p. 41-50, 2015.

VASCONCELLOS, E. S.; DOS SANTOS, W. L. P. Sugestão de atividades socioambientais por


meio de tema CTS em aulas de química. Mestrado Profissional em Ensino de Ciências – área de
concentração Ensino de Química. Universidade de Brasília. 62 f. 2008.

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