A função Gama.

Por Carlos Paulo A. Freitas

Partilhado com o blog Zona Exacta, a 9 de Dezembro de 2019.

Nota: O pequeno documento que se segue foi escrito há vários anos, não está perfeito nem é uma
versão final.
Se o reescrevesse hoje faria algumas alterações. Talvez utilizasse mais alguns parêntesis e refizesse
uma das secções.
Portanto, eu tenho noção do que se passa no texto, mas estou a partilhá-lo como está por opção
minha, e porque vou precisar de resultados nele contidos para alguns textos do blog.
Se mesmo assim acha que deve informar-me de incorrecções/ imprecisões, eu agradeço.
O meu e-mail é cpaulof@gmail.com.
 Introdução à função Gama
Carlos Paulo Aguiar de Freitas
31 de Outubro de 2010

Resumo
A partir de uma sucessão u de integrais, constroi-se uma sucessão γ
também de integrais, mas que toma os valores da função factorial. A
partir da expressão genérica de um elemento da sucessão γ define-se a
função Γ, que entre outras coisas interpola a função factorial. A partir
desta definição deduzem-se outras formas e propriedades da função Γ.

Uma sucessão interessante

Consideremos a sucessão {un }∞
n=1 de termo geral

Z1
n−1
un = (ln x) dx
0

Para n = 1
Z1
u1 = dx = 1
0
para n = 2
Z1
1
u2 = ln xdx = lim x ln x − x|r = −1
r→0+
0
E, para n > 2 temos, recorrendo à integração por partes
Z1
n
un+1 = (ln x) dx
0
Z1
n−1
= ln x (ln x) dx
0

1 Z1
n−1  n−1
= lim (x ln x − x) (ln x)  − (n − 1) (ln x − 1) (ln x) dx
r→0+ r
0
Z1
n n−1
= −(n − 1) (ln x) − (ln x) dx
0
= −(n − 1) (un − un−1 )

1
2

Com esta expressão de recorrência podemos determinar o valor de un para os

sucessivos n.

n 1 2 3 4 5 6 7 8 9
un 1 -1 2 -6 24 -120 720 -5040 40320
Esta sucessão de valores tem um aspecto estranhamente familiar!
Comparemos com os valores da sucessão factorial:

n 0 1 2 3 4 5 6 7 8
n! 1 1 2 6 24 120 720 5040 40320
Parece que temos
un = (−1)n−1 (n − 1)!

Parece não é suficiente para podermos afirmar que a igualdade é sempre válida.
Felizmente temos uma ferramenta para estas situações: o método de indução.
Vamos então recorrer ao método de indução para demonstrar que é válida a
fórmula
uk = (−1)k−1 (k − 1)!
para todo o k com 1 ≤ k ≤ n
Ora, para n = 1 a afirmação é naturalmente válida:1 = 1 × 0! = 1
e para n = 2 a afirmação é também válida:−1 = −1 × 1! = −1
Se admitirmos que é válida para n > 2, então
un+1 = −(n − 1) (un − un−1 )
= −(n − 1) (−1)n−1 (n − 1)! − (−1)n−2 (n − 2)!

(n − 1) (−1)n (n − 1)(n − 2)! − (−1)n−1 (n − 2)!

=
= (n − 1)(−1)n ((n − 1)(n − 2)! + (n − 2)!)
= (n − 1)(−1)n n(n − 2)!
= (−1)n n(n − 1)(n − 2)!
= (−1)n n!
Portanto como partimos da hipótese de que uk = (−1)k−1 (k − 1)! para todo o k
com 1 ≤ k ≤ n e vimos que também un+1 = (−1)n n! então uk = (−1)k−1 (k −1)!
para todo o k com 1 ≤ k ≤ n + 1 e em particular
Resultado 1. Para todo o n ∈ N
un = (−1)n−1 (n − 1)!
ou ainda de outra forma
Z1
n
un+1 = (ln x) dx = (−1)n n!
0
n−1
Se definirmos γn = (−1) un , temos:
Z1
n
γn+1 = n! = (− ln x) dx
0
 3

fazendo a mudança de variável y = − ln x temos

Z∞
γn+1 = y n e−y dy
0

Portanto
Z∞
γn = y n−1 e−y dy
0

1 A função Gama
Na secção anterior introduzimos a sucessão γ que tem as seguintes propriedades:

γn+1 = n!

Z∞
γn = y n−1 e−y dy
0

Nesta secção vamos introduzir uma função real que generaliza esta sucessão γ .
Dado um real t vamos denotar por Γ(t) e chamar gama de t, à função definida
pelo integral
Z∞
Γ(t) = y t−1 e−y dy
0

Sempre que este convergir.

É então imeditato que para n ∈ N temos

Γ(n) = γn

e
Γ(n + 1) = n!
Ou seja, esta função gama pode generalizar o factorial a argumentos fora de N0 .
A seguir vamos explorar mais propriedades da gama.
As próximas duas propriedades permitem calcular o que seria " 12 !"

+∞
Z
Γ(x + 1) = y x e−y dy
0
+∞
Z
r
= lim −y x e−y 0 − −xy x−1 ey dy
r→+∞
0
+∞
Z
= x y x−1 ey dy
0
= xΓ(x)
4 1 A FUNÇÃO GAMA

Resultado 2.
Γ(x + 1) = xΓ(x)

A partir daqui podemos obter uma expressão para Γ(x + n)

Γ(x + n) = Γ (x + n − 1 + 1)
= (x + n − 1) Γ (x + n − 1)
= (x + n − 1) (x + n − 2) Γ (x + n − 2)
= ...
= (x + n − 1) (x + n − 2) · · · xΓ (x)

Um valor particular da gama é..

Resultado 3.
√
 
1
Γ = π
2
Demonstração:
  +∞
Z
1 1
Γ = y − 2 e−y dy
2
0
+∞
Z
2
= 2 e−x dx
0
+∞
Z
2
= e−x dx
−∞
√
= π

E consequentemente

√
" 21 !"=Γ 1 + 21 = 12 Γ 12 = 2π

Pode-se ainda demonstrar por indução:

Resultado 4. Para n ∈ N
  √ Y n
1 π
Γ n+ = n (2k − 1)
2 2
k=1

Naturalmente a motivação para a obtenção desta fórmula vem das duas

fórmulas anteriores pois

1√
   
3 1
Γ =Γ 1+ = π
2 2 2

3 · 1√
       
5 1 3 3 3
Γ =Γ 2+ =Γ 1+ = Γ = 2 π
2 2 2 2 2 2
 5

5 · 3 · 1√
       
7 1 5 5 5
Γ =Γ 3+ =Γ 1+ = Γ = π
2 2 2 2 2 23

E daqui também percebe-se que a demonstração por indução é simples:

A fórmula é válida para n = 1 e sendo válida para n temos

    
1 1
Γ n+1+ = Γ 1+ n+ =
2 2
   
1 1
= n+ Γ n+
2 2
n
Q
(2k − 1)
√
 
1 k=1
= n+ π
2 2n
Qn
(2k − 1)
√
 
2n + 1 k=1
= π
2 2n
n+1
Q
(2k − 1)
k=1 √
= n+1
π
2

O produto de Gauss

O meu próximo passo é escrever a gama de outra forma, sem recorrer a integrais.
Para isso, vou precisar de uma função e de alguns resultados auxiliares.
Começarei por observar que se x > 0

+∞
Z
Γ (x) = tx−1 e−t dt > 0
0

Portanto faz sentido definir a função

l (x) := ln Γ (x)
6 1 A FUNÇÃO GAMA

Estou interessado em particular na convexidade desta função. Sejam x, y ∈ R+

e 0 < λ < 1. então
+∞
Z
l(λx + (1 − λ)y) = ln tλx+(1−λ)y−1 e−t dt
0
+∞
Z
= ln tλx+(1−λ)y−1−λ+λ e−t(1−λ+λ) dt
0
+∞
Z
= ln tλx−λ e−λt tλ+(1−λ)y−1 e−t(1−λ) dt
0
+∞
Z
= ln tλ(x−1) e−λt t(1−λ)(y−1) e−t(1−λ) dt
0
+∞
Z

λ
1−λ
= ln tx−1 e−t ty−1 e−t dt
0

1
Se aplicarmos a desigualdade de Hölder a este último integral obtemos

 λ  +∞ 1−λ 
+∞
Z Z
l(λx + (1 − λ)y) ≤ ln  tx−1 e−t dt  ty−1 e−t dt
 

0 0
h λ
i
1−λ
= ln Γ (x) Γ (y)
= λ ln Γ (x) + (1 − λ) ln Γ (y)
= λl(x) + (1 − λ)l(y)

Ou seja:
l (λx + (1 − λ) y) ≤ λl (x) + (1 − λ) l (y)
+
Portanto, em R a função l é convexa. Atendendo à definição de l como
sendo o logaritmo da função gama, este resultado pode ser enunciado da seguinte
forma:
Lema 1. Em R+ a função Γ é log-convexa.
Este lema é importante na demonstração do resultado que se segue:
Resultado 5 (Fórmula produto de Gauss). Se x ∈ R\Z−
0 então

n!nx
Γ (x) = lim
n→+∞ x (x + 1) · · · (x + n)
1 A desigualdade de Hölder diz-nos que num espaço mensurável Ω se p + p0 = 1, e f e g são

mensuráveis então
 1   10
Z Z p Z p
0
p p
|f g| ≤  |f |   |g| 
Ω Ω Ω

λ
1−λ 1 1
se considerarmos f (t) = tx−1 e−t e g(t) = ty−1 e−t , p = λ
e p0 = 1−λ
sai a
desigualdade
 7

Demonstração. A demonstração será feita em 5 passos.

1o prova-se para x ∈ N
2o prova-se para x ∈]0; 1[
3o prova-se para x ∈]k; k + 1[; com k ∈ Z+
4o prova-se para x ∈]k; k + 1[; com k ∈ Z−
5o investiga-se o que se passa em Z−0
Passo 1:
Se x ∈ N faz sentido escrever x!. Nesse caso
n!nx n!nx
lim = lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n) n→∞ (x+n)!
(x−1)!
nx
= (x − 1)! lim
n→∞ (x + n) (x − 1 + n) · · · (1 + n)

= (x − 1)!
= Γ (x)
Passo 2:
Comecemos por reescrever x + n = x + nx − nx + n = x(1 + n) + n(1 − x)
Sendo Γ log-convexa podemos escrever, para 0 < x < 1:
ln Γ((1 − x)n + x(n + 1)) ≤ (1 − x) ln Γ(n) + x ln Γ(n + 1)

⇔ ln Γ(x + n) ≤ (1 − x) ln Γ(n) + x ln Γ(n + 1)

⇔ Γ(x + n) ≤ Γ(n)1−x Γ(n + 1)x
⇔ Γ(x + n) ≤ (n − 1)!1−x n!x
x
⇔ Γ(x + n) ≤ (n − 1)!1−x (n(n − 1)!)
⇔ Γ(x + n) ≤ (n − 1)!1−x nx (n − 1)!x
⇔ Γ(x + n) ≤ (n − 1)!nx
Do mesmo modo
n+1 = x(n + x) + n + 1 − x(n + x)
= x(n + x) + n(1 − x) + 1 − x2
= x(n + x) + n(1 − x) + (1 − x)(1 + x)
= x(n + x) + (1 − x)(n + 1 + x)
Sendo Γ log-convexa temos
ln Γ (x(n + x) + (1 − x)(n + 1 + x)) ≤ x ln Γ (n + x) + (1 − x) ln Γ (n + 1 + x)
⇔ ln Γ(n + 1) ≤ x ln Γ (n + x) + (1 − x) ln Γ (n + 1 + x)
x
⇔ Γ(n + 1) ≤ Γ (n + x) Γ(n + x + 1)1−x
x
⇔ n! ≤ Γ (n + x) (n + x)1−x Γ(n + x)1−x
⇔ n! ≤ Γ (n + x) (n + x)1−x
⇔ n!(n + x)x−1 ≤ Γ (n + x)

E portanto
x−1
n! (n + x) ≤ Γ (n + x) ≤ (n − 1)!nx
8 1 A FUNÇÃO GAMA

Mas
Γ (n + x) = Γ (1 + n − 1 + x)

logo

x−1
n! (n + x) (n − 1)!nx
≤ Γ(x) ≤
(n − 1 + x)(n − 2 + x) · · · (x + 1)x (n − 1 + x)(n − 2 + x) · · · (x + 1)x

2
Para simplificar vamos definir

x−1

 n! (n + x)
 an (x) =

(n − 1 + x)(n − 2 + x) · · · (x + 1)x
(n − 1)!nx
 bn (x) =


(n − 1 + x)(n − 2 + x) · · · (x + 1)x

e calcular o limite

an (x) n!(n + x)x−1 n(n + x)x−1  x x−1

lim = lim = lim = lim 1 + = 1x−1 = 1
n→∞ bn (x) n→∞ (n − 1)!nx n→∞ n · nx−1 n→∞ n

que nos mostra que:

lim an (x) = lim bn (x)
n→∞ n→∞

e portanto

lim an (x) = lim bn (x) = Γ(x)

n→∞ n→∞

Passo 3
Vou exemplificar com x ∈]1, 2[. Se x ∈]1, 2[ então x − 1 ∈]0, 1[ e pode-se utilizar
a fórmula do passo anterior:

Γ (x) = Γ (1 + x − 1)
= (x − 1) Γ (x − 1)
n!nx−1
= (x − 1) lim
n→∞ (x − 1)x(x + 1) · · · (x − 1 + n)

n!nx−1 n
= lim lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x − 1 + n) n→∞ x + n

n!nx
= lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n)

Este raciocínio pode ser repetido para x em qualquer intervalo ]k; k + 1[ com
k∈N:
2 Portanto, por estas definições,

an (x) ≤ Γ(x) ≤ bn (x)

 9

Seja x ∈]k; k + 1[

Γ (x) = Γ (1 + x − 1)
= (x − 1) Γ (x − 1)
= (x − 1)(x − 2) · · · (x − k)Γ (x − k)
n!nx−k
= (x − 1)(x − 2) · · · (x − k) lim
n→∞ (x − k)(x − k + 1) · · · (x − 1)x(x + 1) · · · (x − k + n)
x−k
n!n nk
= lim lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x − k + n) n→∞ (x − k + 1 + n) (x − k + 2 + n) · · · (x + n)

n!nx
= lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n)

Passo 4:
O procedimento é análogo ao do passo 3: transformamos a função num produto
de factores por uma gama de argumento em ]0; 1[
Tal como no passo 3 começarei por exemplificar com um intervalo e depois partir
para o caso geral.
Se x ∈] − 1, 0[ sabemos que x + 1 ∈]0; 1[
Γ (x + 1)
Γ (x) =
x
n!nx+1
= lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + 1 + n)

n!nx n
= lim lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n) n→∞ x + 1 + n

n!nx
= lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n)

Analogamente, se x ∈]k, k +1[, com k ∈ Z− sabemos que x−k ∈]0; 1[ e portanto

Γ (x + 1)
Γ (x) =
x
Γ (x + 2)
=
(x + 1)x
= ···
Γ (x − k)
=
(x − k − 1)(x − k − 2) · · · x
1 n!nx−k
= lim
(x − k − 1)(x − k − 2) · · · (x) n→∞ (x − k)(x − k + 1) · · · (x − k + n)
n!nx n−k
= lim lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n) n→∞ (x + n + 1) · (x + n − k)

n!nx
= lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n)

Passo 5: Se x ∈ Z−
0 temos um problema: o limite

n!nx
lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n)
10 1 A FUNÇÃO GAMA

não existe em R por estarmos perante uma divisão por zero.

Note-se que não é uma tendência para a divisão por zero. A divisão por zero
ocorre mesmo!

Portanto, está demonstrado o teorema e ainda como extra, está justificado

porque não se incluiu a igualdade no conjunto Z−

O produto de Weierstrass
A função sin tem zeros nos pontos kπ, k ∈ Z. Portanto tem os mesmos zeros
que a família de funções definida por
Y∞   x 2 
x· an 1 −
n=1
nπ

admitindo que as sucessões (an )n∈N fazem o produto convergir.

É legítimo questionar-se se existe uma sucessão (an ) para a qual
∞
Y   x 2 
x· an 1 − = sin x
n=1
nπ

Ora, como sabemos

sin x
lim =1
x→0 x
portanto
∞
Y
an = 1
n=1

e então
∞
Y   x 2  ∞
Y ∞ 
Y  x 2  ∞ 
Y  x 2 
sin x = x· an 1 − = x· an · 1− = x· 1−
n=1
nπ n=1 n=1
nπ n=1
nπ

( ou seja, basta tomar a sucessão de termo geral an = 1)

A partir desta fórmula tem-se:
Y∞   x 2 
sin (πx) = πx · 1−
n=1
n

Fórmula que ser-nos-á útil na sequência.

Será também útil recordar a constante de Euler:
n
!
X 1
γ = lim − ln n
n→∞ k
k=1

Podemos agora enunciar e demonstrar a

Resultado 6 (Fórmula produto de Weierstrass).
∞ 
1 Y x −x
= xeγx 1+ e k
Γ (x) k
k=1
 11

Demonstração. Vamos começar com a fórmula de Gauss:

n!nx
Γ(x) = lim
n→∞ x(x + 1) · · · (x + n)
n 
nx Y

k
= lim
n→∞ x x+k
k=1
n
nx Y
 
1
= lim x
n→∞ x
k +1 k=1
x n 
n Y x −1
= lim 1+
n→∞ x k
k=1

Mas
n−1
Y   n 
−1 Y 
n n−1 3 2 1 1 1
n= · ··· · · = 1+ = 1+ 1+
n−1n−2 2 1 k n k
k=1 k=1

logo
 n 
−x Y x
x 1 1
n = 1+ 1+
n k
k=1

e então
 n 
−x Y n 
x Y
1 1 1 x −1
Γ (x) = lim 1 + 1+ 1+
x n→∞ n k k
k=1 k=1

e daqui
∞
1 + xk


1 Y
=x
x
Γ (x)
k=1
1 + k1

Vamos agora parar para obter outra igualdade que incorporaremos nesta.
Como   n  −1
1 Y 1
n−1 = 1 + 1+
n k
k=1

então
n
P 1
 n 
Y −1
k 1 1 1
ek=1 n−1 = 1+ 1+ ek
n k
k=1

elevando a x
n !x n 
x Y −x
1
P 
k − ln n 1 1 x
e k=1 e = 1+ 1+ ek
n k
k=1

fazendo n → ∞ obtem-se
∞  −x
γx
Y 1 x
e = 1+ ek
k
k=1
12 REFERÊNCIAS

∞  −x ∞
Y 1 Y x
⇔ 1+ = eγx e− k
k
k=1 k=1

E daqui sai
∞ ∞ 
1 + xk


1 Y
γx
Y x −x
=x 1

x = xe 1 + e k
Γ (x) 1 + k
k
k=1 k=1

1
O aspecto desta fórmula faz com que apeteça calcular Γ(z)Γ(−z) pois aquelas
exponenciais vão se cancelar...
∞ 
x2

1 1 Y x x
= −x2 eγx−γx 1 − 2 e− k + k
Γ (x) Γ (−x) k
k=1

∞ 
x2

1 Y
⇔ =x 1− 2
Γ (x) [−xΓ (−x)] k
k=1

1 sin (πx)
⇔ =
Γ (x) Γ (1 − x) π
E isto não é mais do que a
Resultado 7 (Fórmula de reflexão de Euler).
π
= Γ (x) Γ (1 − x)
sin (πx)
Observe-se que

a fórmula de reflexão de Euler dá-nos outra forma de calcular
o valor de Γ 21 . Basta fazer x = 21 na fórmula de reflexão.

Referências
[1] M. Abramowitz and I. Stegun, Handbook of Mathematical Functions, Dover,
New York, (1964)
[2] Dinis Pestana, Apontamentos da disciplina de Teoria da medida. Capítulo
0, Universidade da Madeira, Ano lectivo 1996/97.
[3] Gamma function — Wikipedia, The Free Encyclopedia
, "http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Gamma_function&
oldid=393162537", "[Online; accessed 30-October-2010]"
[4] Introduction to the Gamma Function —Numbers, constants and computa-
tion site
, "http://numbers.computation.free.fr/Constants/Miscellaneous/
gammaFunction.html", "[Online; accessed 30-October-2010]"
[5] Planet math:proof of Bohr-Mollerup theorem
, "http://planetmath.org/?op=getobj&from=objects&id=3808", "[On-
line; accessed 30-October-2010]"