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O documento discute conceitos fundamentais de ecologia, incluindo: (1) ecologia é o estudo das interações entre organismos e seu ambiente, (2) espécie é a unidade básica de classificação biológica, (3) nicho ecológico representa as condições sob as quais uma espécie pode persistir.

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O documento discute conceitos fundamentais de ecologia, incluindo: (1) ecologia é o estudo das interações entre organismos e seu ambiente, (2) espécie é a unidade básica de classificação biológica, (3) nicho ecológico representa as condições sob as quais uma espécie pode persistir.

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ECOLOGIA

Conceitos Fundamentais:

Ecologia - é uma ciência biológica onde se realizam vários estudos dos seres vivos.
A palavra Ecologia tem origem no grego "oikos", que significa casa, e "logos", estudo.
Logo, por extensão seria o estudo da casa, ou, de forma mais genérica, do lugar onde se
vive. A ecologia distingue-se por ser uma ciência que utiliza diversas formas
observáveis mas essencialmente preocupando-se com as condições ambientais e
relações entre si, falando de distribuição geográfica e ecologia, ou seja, não olha apenas
para o interior mas essencialmente para o exterior. É assim, um estudo das relações dos
seres vivos com o ambiente.

Espécie – Unidade básica do sistema taxonómico utilizado na classificação


científica dos seres vivos. É um conceito essencial da ecologia (disciplina da
biodiversidade relacionada com a sistemática). Conceito simples para ser útil e
operacional no campo. A espécie é vista como algo que possui uma determinada
distribuição.

Nicho ecológico - O nicho é o grupo de condições bióticas e abióticas. Condições na


qual uma espécie é capaz de persistir e manter estável o tamanho da população. O
nicho ecológico é dividido em nicho fundamental e nicho efectivo. O nicho
fundamental é o grupo de condições ambientais sobre qual uma espécie é apta a
persistir. O nicho efectivo é o grupo de condições ambientais óptimas sobre a qual uma
espécie é apta a persistir. Os organismos têm traços fundamentais que são
excepcionalmente adaptados ao nicho ecológico. Duas espécies não podem ocupar o
mesmo nicho, embora quando são muito afins possam ter nichos tão semelhantes que
têm praticamente as mesmas exigências. Uma condição ambiental consiste numa
característica do ambiente, positiva ou negativa mas não consumível.

Habitat – local (espaço físico) onde existe o nicho de determinada espécie.


Dependendo da característica de cada nicho, formam-se habitats muito diferentes.

Bioma - É um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de


homogeneidade. São as comunidades biológicas, ou seja, as populações de organismos
da fauna e da flora interagindo entre si e interagindo também com o
ambiente físico chamado biótopo (espaço onde vive uma comunidade. Componente
abiótica. Espaço caracterizado por diferentes características como a temperatura e a
luz).

ECOLOGIA DAS POPULAÇÕES

Populações – subunidades de espécies que se interligam, relacionam e até podem ser


relacionadas entre si. A população é a unidade de análise da ecologia de populações.
Uma população consiste nos indivíduos de uma espécie que vivem, interagem e migram
através do mesmo nicho e habitat.
Meta-populações – Uma meta-população é um conjunto de sub-populações isoladas
espacialmente em fragmentos de habitat e unidas funcionalmente por fluxos biológicos.

 As populações estão estruturadas em conjuntos de populações reprodutivas


locais;
 A migração entre as populações locais tem uma influência limitada na dinâmica
local, permitindo o restabelecimento de populações locais extintas.

A delimitação do espaço e do tempo usados para definir os limites de uma população


dependem de circunstâncias particulares: o tipo de espécie e o tipo de ecossistema.

O que é uma população?

 População – grupo de indivíduos de uma espécie que habita determina da área e


potencialmente interage (interagem entre si)
“Grupo de organismos da mesma espécie que ocupa determinada área em um
determinado tempo” (Krebs, 2001)

 Uma população é uma Unidade genética evolutiva

 o cruzamento entre os indivíduos dessa população define o respectivo “pool” genético;


 a evolução dessa população resulta de alterações na frequência e no tipo de genes do “pool” genético
ao longo de várias gerações.

 A população apresenta um certo número de atributos (são parâmetros populacionais)


que podem ser quantitativamente definidos em condições experimentais ou no
campo mas esses atributos não estão associados aos indivíduos, ou seja, são
atributos da população.
 É importante o estudo dos atributos porque são parâmetros que nos ajudam a
compreender as características de uma população

Atributos de uma população:

 Densidade - número de indivíduos/biomassa de uma população. É utilizada a


biomassa porque há espécies em que é difícil definir um indivíduo ou seja, é difícil
saber o nº total de indivíduos numa determinada área. Ex: plantas

 Densidade absoluta – refere-se ao número de indivíduos por unidade de área


ou de volume.

 Nº de indivíduos, ou biomassa da população, por unidade de área ou de


volume. (Mesmo dentro de uma população a biomassa é muito diferente
devido a factores como tamanho, peso…)

 Densidade ecológica - densidade ecológica refere-se ao número de


indivíduos por unidade de área ou de volume ecologicamente habitável pela
população. (As populações não ocupam todo o espaço existente numa dada
área, porque nem todo esse espaço constitui um habitat adequado para elas)
Por exemplo, se existe uma zona com um lago sabe-se que, se o organismo é
terrestre, não é necessário contar a área do lago.
 A densidade populacional decresce com o aumento do tamanho dos
indivíduos, isto é, indivíduos maiores necessitam de mais nutrientes logo a
sua abundância vai ser menor. Ex: elefantes. Esta espécie (devido ao seu
grande tamanho) necessita de mais nutrientes para o seu metabolismo logo
vão se afastar mais para procurar alimento. A densidade populacional vai
diminuir.

 Distribuição espacial de populações – relação com características da espécie

 A forma como as populações de cada espécie se distribuem no espaço e no


tempo varia em função das características abióticas (Ex: solo, água, clima…)
mas também com características bióticas.
 Os organismos procuram compensar as variações temporais e espaciais do
seu ambiente através de adaptações como a regulação da temperatura
corporal, do teor corporal de água e da energia que consomem, mas essa
capacidade de adaptação não se aplica a todos os organismos.
 Os organismos que têm limites de tolerância estreitos dizem-se “esteno” e os
que têm limites de tolerância alargados dizem-se ”euri”.
(Vivem em habitats muito diferentes)
 Exemplos:
Estenotérmico/ euritérmico
Estenohalino/ eurihalino
 A distribuição geográfica está relacionada com vários factores,
como o clima, humidade…
 Ex: Distribuição dos cangurus e clima: correlação entre clima e
3 espécies de canguru na Australia
Macropus giganteus
• Região este.
– Macropus fuliginosus
• Sul e oeste
– Macropusrufus
• Interior árido e semi-árido
Verificou-se que as áreas ocupadas eram climaticamente diferentes, mas as espécies não tinham restrições
fisiológicas para viver nas zonas ocupadas pelas outras espécies. O que acontece é que as espécies competem
entre si e em cada clima, e uma das espécies é melhor competidora do que a outra, por isso mesmo é que
estão separadas geograficamente.

 Assim, apesar de os factores abióticos serem um conjunto de factores


preponderantes para a distribuição dos organismos, não podemos excluir os
factores bióticos. Logo, não podemos concluir que a distribuição geográfica está
apenas relacionada com um factor, temos que ter em atenção vários factores
como por exemplo, a humidade, vegetação, parasitismo…
 Às vezes nem todos os factores são tão perceptíveis. Ex:
doenças/parasitismo. Há espécies mais resistentes as infecções do que outras.

 Distribuição a pequena escala

Como é que podemos perceber as diferentes distribuições de indivíduos?


 À escala local os organismos apresentam três padrões principais de distribuição
espacial:

Factores que limitam a


Aleatória – quando qualquer indivíduo da população tem uma
probabilidade idêntica de viver em qualquer local dentro de uma dada distribuição das espécies em
pequena escala:
área
Regular – quando a distribuição dos indivíduos numa dada área os
mantém a uma distância uniforme uns dos outros. • Interacções que se
É um padrão homogéneo num determinado espaço que por competição desenvolvem entre os indivíduos
ou predação excluem outros da mesma espécie para terem o seu de uma população
território. Ex: no deserto os arbustos adultos excluem os outros por
competição • Estrutura do meio físico
(temperatura, humidade, relevo)
Agregada – a probabilidade de os indivíduos ocorrerem num
determinado local é muito maior do que a probabilidade de ocorrerem • Combinação destes dois
noutro local duma dada área de distribuição. Os indivíduos estão factores
concentrados num nº reduzido de “hotspots”.
Ex: no deserto as sementes germinam mais facilmente se estiverem
agrupadas

Ex: 1) Distribuição de colónias de abelhas tropicais


•Hubbell e Johnson: previram que colónias de abelhas agressivas teriam uma
distribuição regular e as não agressivas teriam distribuição agregada ou aleatória
– As predições foram confirmadas pelas observações:
• 4 Espécies com distribuição regular eram muito agressivas
• 5 Não agressivas e distribuídas aleatoriamente

Ex: 2) Distribuição de arbustos no deserto


• São regularmente distribuídos por causa da competição?
–Phillips e MacMahon verificaram que a distribuição destes arbustos muda de
agregada(juvenis) para regular quando estes crescem
– Juvenis agregam-se por3 razões:
• Sementes germinam em ambiente
• Sementes não se dispersam das áreas parentais
• Reprodução assexual

Phillips e MacMahon propuseram que quando estes arbustos crescem, alguns indivíduos
morrem, reduzindo a agregação.
– Competição entre as plantas que ficam aumenta a mortalidade.
• Acabam por ficar regularmente distribuídas

Nota: Os comportamentos territoriais provocam uma dispendiosa perda de energia,


necessária para defender o território dessa espécie. Podemos então considerar isto como
uma desvantagem, mas em contrapartida a espécie ao defender o território vai ter como
recompensa uma maior área para se alimentar, ou seja para encontrar nutrientes que
compensem a perda de energia (vantagem).
 Distribuição a grande escala

Ex: 1) População de aves na América do Norte:

– População de aves mostra distribuição agregada


– Este padrão é visto em espécies com distribuição alargada
– Um número reduzido de locais tinha a maioria dos registos para
cada espécie de aves amostrada.

Ex: 2) Distribuição de plantas ao longo de gradientes de humidade

• Distribuição de plantas lenhosas ao longo de um gradiente de


humidade em diversos sistemas montanhosos da América do
Norte.

– Gradiente de humidade documentada de zonas mais húmidas na


base até às zonas mais secas no alto das encostas expostas ao
sudoeste.

• Árvores mostravam uma distribuição agregada com uma zona óptima em relação á
humidade e depois distribuição decrescente

Dinâmica das populações:

• Uma vez que as populações são entidades dinâmicas, interessa conhecer não só a sua
dimensão e composição num determinado momento, mas também a forma como se
alteram.

• Daí o interesse em conhecer o ritmo (a rapidez) com que as populações se alteram ao


longo do tempo.

• Na natureza as populações estão em constante fluxo. Os seus padrões de distribuição e


abundância resultam de um equilíbrio dinâmico entre os factores que adicionam
indivíduos (natalidade) às populações e os factores que removem indivíduos às
populações (mortalidade).

• A dinâmica das populações estuda os factores que influenciam a expansão, o declínio


ou a manutenção das populações.

•O ritmo de alteração pode medir-se dividindo a alteração em estudo pelo intervalo de


tempo em que essa alteração ocorre (Δt).

• Por exemplo:
– ΔN/Δt,

– N = tamanho da população,

– t = tempo

– ΔN = alteração no nº de organismos
Factores que afectam a dinâmica das populações:

Natalidade:
• Produção de novos indivíduos por unidade de tempo.

• Pode ser quantificada como nascimentos, posturas, germinação, etc.

• ΔNn/Δt = B ou taxa de natalidade,


– Onde N pode representar o total da população ou apenas a parte reprodutiva da
população.

Convém distinguir 2 aspectos:


– Fecundidade – potencial fisiológico de reprodução de uma dada população (ex:
população humana: 1 nascimento/11 meses/mulher em idade reprodutiva).

– Fertilidade - reprodução real de uma dada população (ex: população humana: 1


nascimento/ 3 ou mais anos/mulher em idade reprodutiva).

Mortalidade:

Parâmetro ecológico importante, que constitui o principal factor de diminuição das


populações.
• A mortalidade pode ser expressa como o nº dos indivíduos que morreram num dado
período de tempo.
Convém distinguir 2 aspectos:
– Longevidade fisiológica – duração máxima de vida dos indivíduos de uma população
em condições ideais – os indivíduos morrerão de velhice
– Longevidade ecológica - duração média de vida dos indivíduos de uma população em
condições reais.

Tipo I – ex: espécie humana


Tipo II –
Tipo III – ex: peixes e árvores

O Crescimento Populacional é então a diferença entre os indivíduos que nascem e os


que morrem.
Os mecanismos de regulação da população, como a mortalidade, o espaço, alimento
(…), são necessários para controlar o crescimento exagerado de uma população.

 Dispersão: Refere-se às entradas e saídas de indivíduos por unidade de tempo.

Convém distinguir:

 Emigração – saída de indivíduos de uma população

 Imigração - entrada de indivíduos para uma população


 Migração – movimentos regulares de partidas e retornos

A dispersão a grande distância pode ser aquática ou eólica (ativa ou passiva).

• A dispersão é um mecanismo importante de regulação do tamanho de uma população


• A falta de recursos pode forçar alguns indivíduos a dispersar (geralmente sub-adultos
que são afastados pela competição com os adultos)
• Noutras situações, a dispersão pode ocorrer muito antes de a densidade populacional
atingir o valor em que se faz sentir a falta de recursos do meio (stress).
• A escolha entre uma estratégia de dispersão ou uma estratégia de permanência
(filopatria) implica uma análise de custos e benefícios, ou seja, um organismo que sai
do seu território para outro local poderá correr riscos se não se adaptar.

Análise custo/benefício para dispersão:

No caso de Permanência
• Custos
 Menos oportunidades de reprodução
 Redução da diversidade genética
 Competição por recursos

• Benefícios
 Reprodução optimizada (“pool” genético mais adaptado às condições locais)
 Maior sobrevivência

No caso de Dispersão
• Custos
 Diminuição da adequação do “pool” genético às condições locais
 Maiores riscos ambientais (predadores, doenças, desconhecimento do terreno)

• Benefícios
 Aumento da variabilidade genética
 Ausência de sobrepopulação
 Diminuição da competição

ECOLOGIA DAS COMUNIDADES

Comunidade (ou Biocenose) : Conjunto de indivíduos de diferentes espécies


que interagem entre si num determinado local num período de tempo, ou seja, é
um conjunto de populações (múltiplas-espécies). As comunidades são a parte
viva do ecossistema e os seus elementos constituintes são as populações.

 Hierarquia ecológica – na base está a população e o conjunto de populações


forma as comunidades. As comunidades fazem parte da Biogeografia.
Para identificarmos uma
comunidade é necessário
atendermos aos factores bióticos
das espécies mas são os factores
abióticos que nos dão mais
informação (observação da
paisagem)

 ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo


meio ambiente físico que são as componentes abióticas (sem vida - como: solo,
água, ar) mais a comunidade formada por componentes bióticos (seres vivos)
que com o meio se relaciona.

 Os ecossistemas são formados pela união de dois factores:

Factores abióticos - o conjunto de todos os factores físicos que podem incidir


sobre as comunidades de uma certa região.

Factores bióticos - conjunto de todos seres vivos e que interagem uma certa
região e que poderão ser chamados de biocenose, comunidade ou de biota.

Por exemplo: Chamava-se de micro flora, flora autóctone ou ainda fora


normal todo o conjunto de bactérias e seres que viviam no interior do corpo
humano ou sobre a pele. Hoje, o termo melhor usado em consonância com os
termos ecológicos seria microbiota.

É muito variável a dimensão de um ecossistema. Um ecossistema tanto é uma


floresta de coníferas, como um tronco de árvore apodrecido em que sobrevivem
diversas populações de seres minúsculos. Assim como é possível associar todos
os ecossistemas existentes num só, muito maior, que é a Ecosfera, é igualmente
possível delimitar em cada um, outros mais pequenos, por vezes ocupando áreas
tão reduzidas que recebem o nome de micro ecossistemas.

Comunidade e Ecossistema – Ecossistema é o conjunto formado por uma


biocenose ou comunidade biótica e factores abióticos que interactuam,
originando uma troca de matéria entre as partes vivas e não vivas. Em termos
funcionais, é a unidade básica da Ecologia, incluindo comunidades bióticas e
meio abiótico influenciando-se mutuamente, de modo a atingir um equilíbrio. O
termo "ecossistema" é mais geral do que "biocenose.
Segundo a sua situação geográfica, os principais ecossistemas são classificados
em terrestres e aquáticos.

 Em qualquer dos casos, são quatro os constituintes básicos:

 Substâncias abióticas - compostos básicos do meio ambiente;


 Produtores - seres autotróficos, na maior parte dos casos plantas verdes,
capazes de fabricar o seu próprio alimento a partir de substâncias
inorgânicas simples;
 Consumidores - organismos heterotróficos, quase sempre animais, que
se alimentam de outros seres ou de partículas de matéria orgânica
 Decompositores - seres heterotróficos, na sua maioria bactérias e fungos.
Decompõem as substâncias complexas dos organismos mortos e
transformam-nas em substâncias simples que posteriormente são
lançadas no ambiente.

 Há grande diversidade de ecossistemas:

Ecossistemas naturais - bosques, florestas, desertos, prados, rios, oceanos, etc.

Ecossistemas artificiais - construídos pelo Homem: açudes, aquários, plantações, etc.

 Assim consideramos dois ecossistemas principais:

• Ecossistemas terrestres

• Ecossistemas aquáticos
(aquáticas marinhos ou
aquáticos de água doce)

Quando observamos uma


paisagem apercebemo-nos da
existência de descontinuidades
- margens do rio, limites do
bosque (…), que utilizamos
frequentemente para delimitar
vários ecossistemas mais ou
menos definidos pelos aspectos
particulares da flora que aí se
desenvolve. No entanto, na
passagem, por exemplo, de
uma floresta para uma pradaria, as árvores não desaparecem bruscamente. Há quase
sempre uma zona de transição, onde as árvores vão sendo cada vez menos abundantes.
Sendo assim, é possível, por falta de limites bem definidos e fronteiras intransponíveis,
considerar todos os ecossistemas do nosso planeta fazendo parte de um enorme
ecossistema chamado Ecosfera

Atributos das Comunidades

 Riqueza específica - Número de espécies numa determinada


comunidade ou área. Se só existir uma espécie, esta forma a população e
a comunidade.
 Riqueza específica ≠ Diversidade específica
O primeiro termo faz referência apenas ao número de espécies presentes em uma
comunidade, enquanto o segundo é uma medida que leva em conta tanto a riqueza como
a abundância relativa das espécies.

Factores que determinam o nº total de espécies:


 Filtro de factores abióticos;
 Filtro de factores bióticos

Relativamente à imagem a cima:

 Em A existem mais recursos e logo mais espécies.


 Em B, D e C os recursos são os mesmos.
 Em B, cada espécie consume uma menor quantidade de recursos (mais
específica).
 Em C, há maior sobreposição de nichos de cada espécie em baixo, mas com
certeza que, em baixo, cada espécie estava seguramente, representada por um
menor conjunto de recursos.
 Em D, na comunidade de baixo todos os recursos estão a ser explorados. Em
cima há poucas espécies mas muitos recursos, pode ilustrar uma situação de
colonização (a comunidade está ainda em formação – recursos não estão a ser
utilizados).

 Uma comunidade pode ter mais riqueza específica do que outra se a primeira
tiver mais recursos disponíveis. Ex: Alimento

 Duas comunidades podem ser igualmente ricas (i.e., ambas abrigam o mesmo
número de espécies), mas exibir índices de diversidade inteiramente distintos.

Ex: imagine duas comunidades, A e B, cada uma das quais formadas por 10 espécies de
borboletas. Tomamos amostras de igual tamanho das duas comunidades e descobrimos
o seguinte: na comunidade A, a amostra é formada por números equivalentes de
indivíduos de todas as 10 espécies; já na comunidade B, a amostra contém
representantes de todas as espécies, mas o número de indivíduos capturados por espécie
difere bastante.
Assim:

Comunidade A - Em uma amostra de 100 borboletas, estão presentes todas as 10


espécies, cada uma representada por 10 indivíduos.

Comunidade B - Em uma amostra do mesmo tamanho, também estão presentes


todas as 10 espécies, mas em números desproporcionais: 91 indivíduos são de
uma única espécie, enquanto os nove indivíduos restantes representam as outras
nove espécies, cada uma das quais representada por um único indivíduo.

 Comunidade insaturada / não saturada – aquela em que os nichos ainda não


estão todos ocupados.
 Comunidade saturada – os nichos estão todos ocupados e todos os recursos
estão a ser explorados.

 Diversidade Específica – traduz a riqueza da comunidade em número de


espécies e em geral está diretamente relacionada com a estabilidade, embora não
se saiba até que ponto esta relação é de causa-efeito.

As comunidades que vivem em condições mais uniformes são mais ricas em


espécies do que as que vivem em condições ambientais severas.

Ex: as comunidades tropicais apresentam frequentemente maior diversidade


específica do que em zonas temperadas.
Em relação ao habitat verifica-se que a diversidade específica é maior em condições
intermedias do que nas condições extremas.

“pool de espécies” – conjunto de espécies que estão disponíveis numa determinada


área.

 SAR – species área relationships

 Se a área disponível é maior, o número


de espécies tende a aumentar:

 Se a área for maior, é mais provável a


chegada e instalação de novos
indivíduos (podem ser sementes) de
fora através da dispersão
 Espécies que têm nichos semelhantes
(se se mantiver um efectivo baixo)
podem coexistir porque a área é maior
e há mais recursos semelhantes;
 Relações de predação – há mais espaço para encontros de predação

Num território maior há maior heterogeneidade de condições ambientais e de recursos e


consequentemente há um aumento do nº de espécies.

 Abundância relativa - conceito estatístico utilizado na ecologia para determinar


o tamanho da população de uma espécie em um determinado habitat.

Os índices de diversidade permitem medir a abundância de uma comunidade.

A abundância pode ser medida de várias formas:

 Número de indivíduos ou densidade;


 Biomassa;
 Percentagem de cobertura

Em comunidades saturadas existem poucas espécies muito abundantes e / ou


dominantes. Se a comunidade é insaturada, existem espécies muito abundantes. Raras
são as comunidades em que não há uma espécie dominante por ser mais abundante, por
determinar o funcionamento do ecossistema através do seu ciclo de vida. Com poucos
recursos a frequência de poucas espécies é muito abundante.

 Dominância como o próprio nome já diz, refere-se à dominância de uma ou


mais espécies numa determinada comunidade, habitat ou região. Geralmente só
um número relativamente reduzido exerce influência importante em virtude do
tamanho dos seus indivíduos, do seu número elevado, da sua taxa de produção
ou de outras atividades. As espécies que em grande parte controlam o fluxo
energético dentro do ecossistema chamam-se dominantes ecológicas.

Diversidade de Margalef - É um índice simples de diversidade considerando somente


o número de espécies (s-1) e o logaritmo (base 10 ou natural) do número total de
indivíduos. O índice de diversidade de Margalef (Dα ou α) é estimado através da
seguinte equação:

Onde: s é o número de espécies amostradas; N é o


número total de indivíduos em todas as espécies

Diversidade de Menhinick - É um índice simples de diversidade considerando somente


o número de espécies (s) e a raiz quadrada do número total de indivíduos. O índice de
diversidade de Menhinick (Db) é estimado através da seguinte equação:

Onde: s é o número de espécies amostradas; N é o número


total de indivíduos em todas as espécies.

Diversidade de Shanon-Wiener - Este índice possui uma vantagem em relação aos


outros índices, pois é apropriado para amostras aleatórias de espécies de uma
comunidade ou sub-comunidade de interesse, e é
estimado através da seguinte equação:

Onde: pi é a proporção da espécie em relação ao


número total de espécies encontradas nos levantamentos realizados. (+ Shanon, +
dominância, - diversidade)

 Fisionomia, Estrutura e Formas Biológicas

A estrutura das comunidades resulta da distribuição dos organismos e da sua interacção


com o meio. O arranjo da biomassa dos organismos contribui para o padrão de
diversidade das comunidades e pode ser devido a: tipo de estratificação, tipo de
zonação, tipo de atividade – periodicidade, tipo de reprodução – associação de
progenitores e tipo de aleatoriedade – resultante de fatores aleatórios.

As plantas terrestres habitam uma infinidade de ambientes, sendo encontradas em vários


locais, desde o nível do mar até as áreas mais elevadas do planeta. Para habitar uma
diversidade tão grande de ambientes as plantas desenvolveram uma série de adaptações
que permitem manter com sucesso as populações.

Epífitas: crescem sobre outras plantas vivas, utilizando-as somente como


suporte, tendo perdido por completo a conexão com o solo.
Fanerófitas: Plantas lenhosas com as gemas e brotos de crescimento protegidos
por catafilos, situados acima de 0,25m do solo, subdivididos conforme as alturas
médias. Estas formas de vida são predominantes em setores onde as condições
são geralmente favoráveis: regiões quentes e húmidas, regiões temperadas;

Caméfitas: possuem a gema de crescimento acima do solo, porém não


ultrapassando 30 cm de altura. Adaptam-se a estações desfavoráveis com
redução das suas partes áreas.

Hemicriptófitas: mantêm a gema de crescimento acima do solo, porém


praticamente ao nível deste.

Geófitas: possuem caules afundados na terra e gemas de crescimento abaixo da


superfície do solo.

Hidrófitas: mantêm as gemas submersas na água

Terófitas: morrem de um ano para o outro, sobrevivendo na forma de sementes.


A semente germinará quando as condições de vida forem de novo alcançadas.

A ocorrência de todas estas formas de vida num mesmo ambiente pode ser considerada
um indicativo de que este local apresenta condições favoráveis ao estabelecimento das
plantas.
INTERAÕES BIÓTICAS

Coevolução entre espécies: Pressão seletiva recíproca em populações que interagem


(traços de uma espécie evolui em resposta a característica da outra). Pode ser muito
específica (simbiose, parasitismo) ou pouco específica (polinização, herbivoria).
Interações de longa duração: Mutualismo e parasitismo.
 Interações que se podem estabelecer entre os seres vivos que ocupam o mesmo e
cossistema.
Podem ser favoráveis ou positivas quando não comportam prejuízos, sendo
benéficas para pelo menos um dos indivíduos intervenientes na associação, ou
podem ser desfavoráveis ou negativas, se pelo menos um dos indivíduos
intervenientes é prejudicado.

Relação Intraespecífica ou homotípica - Quando a relação biótica ocorre entre


indivíduos da mesma espécie. Ex: competição pelo território, sexual ou território.
Formação organizada de grupos cujos elementos cooperam todos para objetivos
comuns, como acontece em colónias.

Relação Interespecífica ou heterotípica – Quando a relação biótica se estabelece entre


organismos de espécies diferentes.

Nas

Relações interespecíficas favoráveis encontram-se:

 Comensalismo - é uma das relações entre organismos de espécies diferentes que


se caracteriza por ser benéfica para uma espécie, não causando prejuízo para a
outra. Ex: Tubarão e rêmora
 Mutualismo – é uma relação biótica individual ou populacional, obrigatória ou
facultativa, mutuamente benéfica, que permite aumentar o crescimento e a
sobrevivência dos indivíduos. Ex: Micorrizas e fungos
Formas de mutualismo:

Mutualismo obrigatório ou simbiose - duas espécies não podem viver separadas.


Exemplos: Líquenes, Micorrizas (associação entre um fungo e as raízes de uma planta)
– o fungo recebe energia da planta e a planta recebe nutrientes do fungo. Muito
importante em solos pobres em nutrientes. No exemplo dos corais 90% do alimento do
hidrozoário é fornecido pelas algas 10% pelo ingestão de zooplâncton Sobrevivem em
ambientes pobre em nutrientes (reciclam nutrientes para as algas). Os dinoflagelados,
são parte de outros seres em associações simbióticas, como esponjas, cnidários,
tunicados, cefalópodes, gastrópodes, platelmintes e mesmo outros protistas. Estes
dinoflagelados simbiontes não apresentam teca e têm a forma de células esféricas
douradas - zooxantelas. As zooxantelas são as principais responsáveis pela proliferação
dos recifes de coral em águas tropicais, pobres em nutrientes. Os tecidos do coral podem
conter até 30000 dinoflagelados simbiontes/mm3, principalmente no interior da
cavidade gastrovascular. Neste caso, em vez de amido o dinoflagelado produz glicerol,
usado diretamente pelo coral. Dado que os dinoflagelados simbiontes são
fotossintéticos, estes corais apenas vivem em águas pouco profundas (até 60 metros de
profundidade). Muitas das formas estranhas dos corais resultam de um esforço para
expor mais eficientemente à luz todos os seus simbiontes. Bactérias que vivem em
células periféricas das brânquias dos mexilhões. Os animais beneficiam das bactérias
que transformam o CO2 em matéria orgânica. As bactérias beneficiam de proteção.
Riftia pode ter até 3 metros de comprimentos. Não têm boca nem aparelho digestivo
Animal tem um pluma cheia de sangue com que capta o sufureto de hidrogénio, CO2 e
oxigénio. O sangue transporta-os para uma região do corpo onde vivem biliões de
bactérias simbióticas Estas produzem compostos orgânicos de que se alimentam e
alimentam o animal.

Mutualismo facultativo ou Proto-cooperação - duas espécies são beneficiadas mas


podem viver independentemente. Exemplos: situações relacionadas com a dispersão de
sementes, polinização (Endozoocoria - frutos ou sementes carnudas – alimento;
sementes resistentes á passagem no trato digestivo; algumas espécies necessitam
escarificação. Epizoocoria – sementes com estruturas para se prenderem aos animais.
Mimercoria – dispersão de sementes por formigas; Interação entre formigas e plantas;
Sobrevivência das plantas reprodutivas; Formigas protegem a planta.), proteção contra
predadores.

Mutualismo defensivo - observado em associações onde um parceiro é defendido


contra herbívoros, predadores ou parasitas, oferecendo algum recurso em troca.
Exemplo: algumas plantas apresentam uma associação com um fungo que produz
alcaloides tóxicos – os herbívoros tendem a evitá-las por esse facto, o que aumenta a
sobrevivência de ambos. Pode ter custos altos para a planta: infertilidade. Estes custos
são compensados por maior vigor da parte vegetativa

Mutualismo indireto – não envolvem uma interação direta entre os intervenientes.

Epifitismo - Plantas que vivem sobre outras plantas (árvores). Muito comum em
florestas tropicais – não há luz junto ao solo; Não prejudicam a planta suporte

Nas relações interespecíficas desfavoráveis encontram-se:

 Antagonismo - interação em que uma das espécies prejudica a outra


 Competição – pode ser intraespecífica ou interespecífica, sendo intraespecífica
por excelência. A competição ocorre quando os organismos lutam pelos mesmos
recursos. Entre múltiplos motivos este tipo de relação pode ser por alimento,
água, luz, espaço ou ao nível sexual. Pode levar a uma diminuição do
crescimento e da sobrevivência das espécies envolvidas.
Tendo em consideração a forma como a competição se manifesta nos
organismos, esta interação pode ser dividida em:
Competição por recursos – um certo nº de organismos de uma espécie ou de
espécies diferente usa um recurso que pode ser limitante.
Competição por interferência – os organismos envolvidos na interação causam
algum tipo de prejuízo, mesmo que o recurso disputado não seja
necessariamente limitante.
Competição difusa – ocorre simultaneamente em várias espécies.

Princípio de exclusão por competição (Gause):


 2 espécies com nichos idênticos não podem coexistir indefinidamente – uma será
melhor competidora e acabará por excluir a outra.
 2 espécies que co-existem têm necessariamente nichos diferentes.

Em ambientes agrestes há poucas interações, uma vez que só habitam nestes


locais espécies adaptadas a condições ambientais bastante extremas, logo, a
competição vai ser menor.

Efeito Acumulado:

Competição + Grazing
(pastorismo) – na combinação
das duas interações o efeito é
maior.

 Alopatia – capacidade de algumas espécies de plantas libertarem para o


meio metabolitos capazes de impedir o crescimento de outras espécies na
sua vizinhança.

 Parasitismo - associação entre seres vivos, na qual existe uma


unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicado nessa
relação. Desse modo, surge o parasita, agente agressor e o hospedeiro,
agente que abriga o parasita. O parasita por sua vez, retira os nutrientes
do ser do qual está hospedado.É a mais comum na natureza. Ex: Visco,
parasita de eucaliptos

 Facilitação – interação comum e importante que permite que algumas


espécies cresçam em locais não esperados, ou então que cresçam em nº
elevado sem ser o esperado. Ex: na praia há crescimento de algumas
espécies por facilitação de outras já lá existentes. Esta interação é o
oposto da competição.
Fenologia e Sazonalidade

Fenologia - ramo da Ecologia que estuda os fenômenos periódicos dos seres


vivos e as relações com as condições do ambiente, tais
como temperatura, luz e humidade. A migração das aves e
a floração e frutificação de plantas são exemplos de fenómenos cíclicos
estudados pela fenologia.

Em síntese:
Existem vários fatores que vão alterar
a estrutura, diversidade e o fenótipo
das espécies. Estes podem ser um
conjunto de fatores bióticos ou
abióticos. Ex: clima, alimento,
vegetação, reprodução…

Meta-Comunidade:

 Pode ser definida como uma população regional de populações locais


geograficamente distintas, interconectadas por migração.
 Indivíduos da mesma espécie pertencentes a populações diferentes podem
migrar entre estas populações, ou seja, as populações não se encontram isoladas.

 O modelo meta-populacional de Levins prevê que mesmo na presença de habitat


adequado, uma espécie pode se extinguir regionalmente, de forma
determinística, se a intensidade de extinção for maior do que a intensidade de
colonização. Além disso, este modelo sugere a existência de uma quantidade
limiar de habitat remanescente, abaixo do qual a extinção regional determinística
da espécie ocorre.
ECOSSISTEMAS TERRESTRES

Neste ecossistema as espécies contactam diretamente com o ar e um substrato, enquanto


no ecossistema aquático contactam com a água. O meio terrestre é sazonal (sofre
flutuações ao longo do ano) e encontra-se excessivamente mais expostos à radiação
solar. Devido a este fenómeno de sazonalidade as espécimes foram sofrendo
adaptações. Os ecossistemas aquáticos estão menos sujeitos á ação do Homem
verificando-se uma grande facilidade de trocas de compostos e uma maior resistência às
diferenças de temperatura e são mais ou menos constantes.

Identificação:

 Fisionomia – prados, floresta, charnecas ou matos …


 Naturalidade/perturbação humana:

 Ecossistemas naturais - Pristinos (intocados pelo Homem)


Ex: escandinava e Sibéria. Locais de difícil instalação da agricultura.
 Ecossistemas Seminaturais – previamente naturais mas foram
modificados na atualidade, ou seja, resultam da conjugação de fatores
naturais e antrópicos.
 Ecossistemas Antropogénicos/ artificiais – a ação humana impede a
atividade biológica.

Os ecossistemas são alterados por ação humana devido à necessidade de exploração dos
recursos. Há alteração da estrutura e composição dos ecossistemas pré-existentes.
É ao nível da atmosfera que se decide a
heterogeneidade climática.

A camada de ozono tem filtros/camadas


responsáveis pela captação das radiações,
regulando assim as temperaturas através do
efeito de estufa.

Há escala global há uma grande variação


climática.

O clima depende de duas componentes, a


atmosférica que redistribui a temperatura
global e as massas marinhas.

A radiação solar faz com que os ecossistemas sejam dependentes das variações
climáticas e é importante enquanto recurso, mas em excesso pode tornar-se prejudicial.

O sistema climático global: Existem as variações climáticas globais (ao longo do


globo) a variações na mesma faixa (tipo de clima) e no mesmo local (em linha recta, a
interacção entre a atmosfera, a altitude e o meio terrestre, induz variações locais e / ou
regionais, em menos de 100 quilómetros em linha reta). O sistema climático é
determinado pela distribuição assimétrica da radiação solar no globo.

Tipos de climas:

Tropicais - é a designação dada aos climas das regiões intertropicais

 Climas megatérmicos
 Temperatura média do mês mais frio do ano> 18 °C
 Estação invernosa ausente
 Forte precipitação anual (superior à evapotranspiração potencial anual)

Mesotérmicos

 Temperatura média do ar dos 3 meses mais frios compreendidos entre -3 °C


e 18 °C
 Temperatura média do mês mais quente> 10 °C
 Estações de Verão e Inverno bem definidas

Microtérmicos

 Temperatura média do ar no mês mais frios <-3 °C


 Temperatura média do ar no mês mais quente> 10 °C
 Estações de Verão e Inverno bem definidas
Mediterrâneos

 Temperatura e precipitações variáveis mas há sempre uma estação quente


que coincide com a estação seca. Predominam as plantas xerófitas que
reduzem as perdas de água.

Nota: Homoclimas – regiões com o mesmo tipo de climas em pontos geográficos


diferentes (mesmo tipo de bioma, mesma forma de ocupação humana, mesma produção
de produtos agrícolas). Podemos esperar espécies que podem ou não pertencer aos meus
grupos taxonómicos mas têm os mesmos tipos de adaptações, evoluíram
independentemente.

Na zona dos trópicos/equador a precipitação é mais elevada devido à grande evaporação


de água, na Europa é a zona onde mais chove à escala global. Baixa precipitação nas
faixas à direita e esquerda do equador.

Sazonalidade - existência de heterogeneidade para qualquer condição ambiental


(temperatura, precipitação) que pode implicar variações de crescimento. São flutuações
naturais numa comunidade, ou seja, uma comunidade varia ao longo das estações do
ano.
Esta sazonalidade foi importante para a evolução das plantas.
Existem espécies que necessitam de mudar a sua alimentação consoante a época
do ano, devido às diferentes disponibilidades de alimento.

Considerando o espectro global (serve para comparar), predominam plantas fanerófitas


e hemicriptófitas, no entanto quando se consideram espectros regionais, já não será bem
assim:
 Equatorial – predomínio de fanerófitas e algumas caméfitas apenas;
 Temperado – predomínio de hemicriptófitas e geófitas;
 Frio-húmido – predomínio de hemicriptófitas e caméfitas;
 Desértico – predomínio de terófitas.
Gradientes latitudinais e altitudinais

 Relativamente aos gradientes altitudinais, no que toca à biodiversidade persiste


uma diminuição da riqueza específica quando nos afastamos do equador em
relação aos polos, tendo como influência a humidade, radiação e genericamente
a presença de uma maior benignidade das condições ambientais e menos
sazonalidade de regiões ambientais (ex:. as zonas intertropicais são as zonas do
globo com mais famílias de plantas vasculares)
 Já os gradiente latitudinais variam em função da morfologia do terreno e
influenciam assim a distribuição de:

 Biodiversidade
 Biomas – padrão de distribuição dos grandes ecossistemas;
 Biogeografia – regionalizações do globo a certas condições
ambientais, de biodiversidade e biomas, que permite a construção de mapas de
grandes importâncias.

O que encontramos em latitude podemos também encontrar em altitude.

Variações temporais

Os ciclos temporais não são os únicos importantes para serem estudados.


Os ciclos climáticos possuem um estudo bastante importante, uma vez que estes
períodos são normalmente na ordem dos milénios.
As alterações climáticas, tanto em ambientes terrestres como em aquáticos, possuem
implicações drásticas ao nível do ecossistema e da biodiversidade.
Glaciações – aumentam do equador para os polos. Por sua vez, a recuperação aumenta
dos polos para o equador. A glaciação pode ter sido causada por uma alteração nas rotas
de translocação e rotação que ocorreram em fase (o que levou a uma alteração na
incidência da radiação) ou então por um evento catastrófico. Evidências a partir do
registo fóssil que traduz a distribuição das espécies ao longo dos milénios
No caso europeu, a sua glaciação encontra-se bem documentada. Os refúgios
mediterrâneos, à medida que são abertos novos territórios, migram dessas acumulações.
Assim, a diversidade genética é maior na região mais a sul da Europa.

A importância dos solos

O solo é a fonte de sais minerais e água, sendo fundamental nos ecossistemas


terrestres e pertence que á parte biótica quer à parte abiótica do ecossistema.
O pH determina a disponibilidade de iões no solo, sendo que as rochas básicas,
com pH elevado, apresentam altas concentrações de calcário. O granito e o xisto com
pH baixo, dispõem de menos nutrientes. pH 4 a 9 é tolerável para a maioria das plantas
– influencia a atividade enzimática e a absorção de nutrientes.
Os solos mais férteis geralmente estão na base da encosta devido à gravidade e
são normalmente solos alcalinos.
Topografia - gradientes catenais ("catenas", sequências
de tipo de solo que variam consoante uma característica
física ou química e o nmotor é a gravidade.
Variações
locais
Solos Sucessão ecológica - até atingir a comunidade climax.
Variações
locais Ação Humana - condiciona a estrutura da
vegetação.

Os gradientes locais influenciam a distribuição das espécies devido à exposição e


posição topográfica.

Sucessão ecológica: É um processo direcional de mudança cumulativa de vegetação


induzido por mudanças ambientais ou por propriedades intrínsecas das plantas e
normalmente vai desde um estado inicial em que existia uma área nua até à ocupação
desta área por uma vegetação clímax. A sequência de comunidades que se substituem na
área até atingir a comunidade clímax chama-se sere e as comunidades intermédias
chamam-se estádios ou comunidades de sere ou de desenvolvimento.

 Sucessão primária: quando se verifica em lugares criados de novo, por exemplo,


cinzas vulcânicas ou rochas nuas.
 Sucessão secundária: quando se verifica uma área previamente ocupada por uma
comunidade que foi parcial ou totalmente destruída, mas em que a comunidade
em que se instala é influenciada pela que aí existiu, por exemplo, áreas
queimadas.

ECOSSISTEMAS TERRESTRES – FACTORES ABIÓTICOS

Fatores ecológicos: multiescalaridade dos processos (uns importantes à escala global e


outros são importante a uma escala local) importantes a uma escala espacial e temporal
que influenciam o ambiente e a distribuição das espécies.
 Tolerância

Cada espécie possui, para cada fator ambiental, uma curva de resposta típica. As
curvas podem ser mais heterodoxas e mais ou menos deslocadas consoante a resposta
que têm para determinada característica ambiental. No entanto, constitui uma gama de
variação que divide a curva em zonas:
 Greatest fitness – melhor gama para viver e onde se reproduz (existe um maior
sucesso de reprodução).
 Growth – fora da zona ótima de crescimento onde existe uma maior taxa de
crescimento.
 Survival – limite de sobrevivência que pode possuir um menor ou maior efetivo
populacional, estando sujeito a competição. Fora deste limite não existe resposta
ao fator.

Clima e Seres Vivos

1. Temperatura
A temperatura é um fator de diferenciação ecológica de primeira ordem.
O papel da temperatura é por vezes tão determinante que se pode fazer coincidir
um limite de área com uma isoterma no entanto a resposta que uma espécie
apresenta está determinada pela resposta a outros fatores.
A atividade de todas as funções vitais começa a aumentar
exponencialmente com a temperatura uma vez que se trata de reações químicas.
Cada espécie manifesta determinadas exigências relativamente à ação da
temperatura na sua fisiologia do que resulta algumas consequências evidentes na
distribuição dos seres vivos.

2. Água
As plantas possuem um papel importante na regulação dos fluxos de
água. Constitui cerca de 50% do peso de uma planta, nenhuma das funções
fisiológicas pode ser realizada sem a transpiração, a assimilação da clorofila ou a
respiração, e é o veículo de condução de todos os produtos obtidos no solo ou
sintetizados por assimilação clorofilica.
As plantas apresentação adaptações fisiológicas ou morfológicas que
compensam o excesso ou defeito de água.
A quantidade de água utilizada pela vegetação depende não só do total de
precipitações mas também desta ao longo do ano e fundamentalmente do
conjunto de condições ecológicas do local.
Em função do fator hídrico é possível distinguir espécies higrófilas que
vivem em condições de humidade edáfica ou atmosférica a favor da saturação e
espécies xerófitas que se desenvolvem em meios secos e ainda as que se
contentam com humidade mediana:
 Hidrófitas – Vivem na água durante um longo período no ano.
Combatem o excesso de oxigénio através de neumatóforos ou
raízes áreas.
 Hogrófilas – Adaptadas a uma forte humidade; as suas folhas
lagas permitem uma grande transpiração.
 Mesófitas – Quantidade média de água.
 Xerófitas – Suportam a secura mais ou menos pronunciada.
Induzem um aumento da evaporação, desta forma a água do solo
é fortemente retida.
 Tropófitas – Adaptam-se a uma alternância de estação seca e
húmida.
Quercus rubra não precisa de muita
água.
Alnus rugosa vive próxima de cursos de
água

A disponibilidade de água aumenta à medida


que o potencial da água se aproxima de 0
(quanto maior o stress hídrico menos o
potencial).
Escalas especiais da variação do clima

1. Variações Globais

Causas: A superfície da Terra é coberta por massas de ar correntes que determinam


padrões de vento e precipitação.
 Massas Equatoriais: são as massas que se formam nas proximidades do Equador,
ou seja, nas áreas de baixas latitudes. São as massas de temperaturas mais
elevadas que existem - e apresentam, portanto, baixas pressões em seu interior.
A massa equatorial oceânica é, em geral, a massa mais húmida de todas,
enquanto a continental, embora muito quente, é um pouco menos húmida.

 Massas Tropicais: são as que se formam nas proximidades de cada um dos


trópicos - Câncer e Capricórnio -, geralmente em latitudes subtropicais, tanto no
hemisfério norte como no hemisfério sul. São massas muito quentes, com
pressões médias e baixas, sendo a de origem oceânica bem mais húmida que a
continental.

 Massas Polares: são as massas que se formam nas proximidades dos círculos
polares ártico e antártico, sempre em latitudes superiores a 50o. São as massas
mais frias que existem e, portanto, são também massas de pressão muito alta. A
continental é a mais fria e mais seca de todas, enquanto a marítima, por ser um
pouco húmida, não apresenta temperaturas muito baixas.

Diversidade climática: A incidência da radiação solar nos polos inclinada e vertical nos
trópicos é que determina o tipo de clima e bioma.

Semelhanças climáticas: Homoclimas.

2. Variações Regionais

Nas variações regionais ou continentais, as massas atmosféricas ganham uma


certa relevância, nomeadamente ao nível das suas interações com as massas
continentais.
As linhas não seguem o padrão da linha do equador, devido a essas interações.
A Europa é mais maciça perto da Ásia e menos maciça na sua costa, motivo pela
qual esta é bastante recortada. A massa continental é mais densa perto do mediterrâneo.
O gradiente esperado numa massa homogénea e maciça (diminuição de temperatura à
medida que se observa para Norte) fica alterado, pois têm por base as análises regionais
que correspondem a interações entre massas.

A água das precipitações, longe de provir quase na sua totalidade do mar segundo um
esquema clássico, provém em parte da evaporação dos solos e das águas continentais e
em maior medida da transpiração dos vegetais. O que coloca em evidência o papel da
cobertura vegetal e fundamentalmente florestal que é o de regulador climático. Por
muito pouco que as chuvas sem insuficientes, a desflorestação abre a via de aridez do
país.

3. Variações altitudinais

As variações diminuem à medida que aumenta a latitude. Quando há uma


saturação, ocorre um aumento da humidade.
Existe uma grande diferença entre a zona voltada para a massa atmosférica
(antes da montanha) e a zona com ar em movimento (depois da montanha), o que
provoca uma mudança drástica, e não gradual como seria esperado.
A massa de ar sobe, condensa, deixando a grande parte de toda a humidade no
pico da montanha, onde é absorvida. Assim, do outro lado da montanha, há menos
precipitação e humidade.

Biota – a zonação altitudinal de animais e plantas é uma ilustração da forma


como altitude, bem como a latitude, influencia o bioma que determinada altitude irá
desenvolver. As árvores estão excluídas a partir dos 2000 m de altitude abaixo da
latitude média da Europa, as plantas anuais desapareceram e a vegetação é constituída
por caméfitas, hemicriptófitas e geófitas.

Escalas temporais da variação do clima

1. Variações à escala de milénios – Glaciações


2. Variações ao longo de um ano – Sazonalidade

Relações entre fatores ecológicos abióticos

Os fatores ecológicos são muito numerosos e cada um deles pode atuar de


diferentes maneiras chegando a estabelecer-se uma hierarquia de fatores. Na realidade,
um ou dois dos fatores atuam condicionando a existência e distribuição de uma
determinada espécie ou agrupamento (fatores limitantes cuja ação, não sendo exclusiva,
é preponderante). Nos fatores climáticos é raro haver um fator que limite a existência de
uma determinada espécie mas quando um fator se encontra num limite, isto é, quando
alcança um valor crítico, comporta-se como se apenas por si só rege-se a vegetação do
solo: é a lei dos fatores limitantes.

 A litologia e os solos: O solo pode ser mais orgânico ou mais mineral,


pode ser mais rico ou mais baixo em bases de ácidos. Solos neutros ou
básicos são mais férteis que ácidos. Sob diferentes condições litológicas
ou climáticas teremos diferentes qualidades de solo.
 Os solos e a vegetação: Há medida que um solo vai possuindo uma maior
profundidade, vai também aumentar a complexidade da vegetação que
esse mesmo solo consegue suportar. Os seres vivos não contribuem para
o solo apenas na sua forma viva.
 O clima, os solos e os biomas: Sob diferentes biomas há diferentes solos.
Varia em função a diversos fatores. Há toda uma diversidade e
características do solo que, individualmente ou em conjunto, podem
influenciar a vida dos seres vivos

Variações edáficas locais

1. Variações sucessionais (“seriais): Relacionadas com a dinâmica de um


sistema, observada na paisagem. Evoluem para um estado de maior
complexidade e maior estabilidade, consoante o solo vai modificando.
2. Variações topográficas (“catenais”): Diferentes características e
profundidade levam à origem de uma sucessão ecológica, sob a forma de
sequências espaciais de solos que se dispõem ao longo de um gradiente
que pode ser complexo (catena). É diferente da variação sucessional. As
variações topográficas resultam das massas de ar, da proximidade aos
oceanos, componente tectónica e paleogeográfica. No fundo do vale os
solos são mais frescos e mais húmidos – gradientes edáficos relacionados
com a topografia.

3. Os solos e a paisagem: Existe uma disponibilidade ecológica positiva,


de cima para baixo, até à linha de água. A água é ótima para os seres
aquáticos, mas causa stress aos terrestres.

Outros fatores abióticos

1. Presença de sal (halófitas)

Existem três tipos de ecossistemas que admitem a presença de sal em excesso,


ou seja, são capazes de viver em ambientes com excesso de sal. As trocas iónicas
(absorção de nutrientes) são influenciadas pela presença de um sal em excesso.

2. Vento (anemomorfose)

O vento atua quer diretamente através de uma ação mecânica sobre o solo e a
vegetação (padrões de crescimento particulares bem visíveis – inclinação mediante a
direção do vento – podem levar à transformação de um bosque num matagal) quer
indiretamente modificando a humidade e a temperatura (renovação do ar em redor dos
estomas, contribuindo também para a realização da fotossíntese, no entanto quando a
velocidade aumenta a transpiração é acrescentada e pode alcançar um nível
incompatível com alimentação hídrica).
3. Perturbação (disturbance) (diferente de stress ambiental – pressão
constante que condiciona o crescimento)
Usado para descrever o pequeno termo físico ou biológico de eventos que
alteram significativamente os ecossistemas. Não faz parte do ambiente e altera a sua
estrutura, são fenómenos pontuais no tempo e relativamente estocásticos (aleatórios).
Exemplos: fogos, cheias, chuvas, secas, pragas, ação humana, ciclone…
Se ocorrer perturbação há diminuição da competição porque a pré-existência é
diminuída, sendo que os primeiros a instalarem-se é que beneficiam (ex: pirófitas).

P C – competidoras, mais estável;


R D
S – tolerantes ao stress;

C S R – Rudevais, grande disponibilidade


de nutrientes e água mas sujeito a
perturbação; Ex: campos agrícolas.
S
D – Plantas dunares
Teoria CSR GRIME

Plantas pirófitas – Plantas que resistem relativamente ao fogo e apresentam


inclusivamente adaptações pirófitas – o fogo estimula a libertação de sementes e o
desenvolvimento de estruturas resistentes ao fogo.

Descargas poluentes

4. Perturbação, sucessão ecológica e paisagem – Sobrepondo mais do


que uma categoria (ex: perturbação) pode-se representar a paisagem
conhecendo a dinâmica das características da vegetação.

ECOLOGIA DA VEGETAÇÃO E DA PAISAGEM

Enquadramento:

O ambiente, a conservação da natureza e o ordenamento do território: alterações


ambientais em múltiplas escalas; perda de biodiversidade e serviços ambientais de
suporte à vida humana; gestão sustentável de recursos naturais.
Aquisição de informação de informação científica de base.
Esforços de inventariação, cartografia e interpretação da vegetação natural no
contexto europeu.

Conceitos

 Flora: lista de espécies vegetais que pertencem a determinado ecossistema, sem


considerar as suas relações. É, então, uma lista de espécies de plantas que a
determinado momento vivem em determinado espaço. É diferente consoante o
tempo e o espaço variam.
 Vegetação: revestimento vegetal de um determinado local que traduz a
diversidade de condições ambientais existentes nesse mesmo espaço. Deixa de
se falar em espécie, para se falar em comunidade. É, assim, a parte vegetal
visível de um ecossistema, constituído por comunidades vegetais / de plantas.
Relação ente Flora e Vegetação

Cada tipo de vegetação tem uma flora que lhe é particular.

Paisagens Humanizadas

Para se estudar uma paisagem humanizada é necessário considerar aspetos fundamentais


da paisagem. Estudo de paisagens humanizadas:
 A ecologia da vegetação e a fitossociologia – diversidade, composição,
estrutura e dinâmica da vegetação em diversas escalas espaciais.
 A ecologia da paisagem – diversidade, composição, estrutura e dinâmica de
mosaicos paisagísticos incluindo todos os seus elementos constituintes. Ou seja,
são todos os elementos da paisagem que tiverem componentes de vegetação. É
mais abrangente que ecologia da vegetação porque considera outros elementos
da paisagem que a ecologia da vegetação não considera (componente artificial).
O objeto de estudo é a ecologia da vegetação.

Caracteres da Vegetação – informações captadas que permitem distinguir vários tipos


de vegetação
 Fisionomia: porte das espécies dominantes.
 Composição florística – lista das espécies que compõem determinada
comunidade (espécies dominantes e espécies de carácter). Há diferentes escalas
com diferentes abordagens mas todas elas distinguem espécies considerando as
que são mais úteis do que outras para identificar o tipo de vegetação, outras são
mais generalizadas.
 Ecologia: enquadramento bioclimático; características litológicas e edáficas;
dependência funcional; influência da ação humana.

A informação gerada, é sintetizada sob a forma de cartograções e é utilizada para


diversos fatores, no âmbito do papel da fitossociologia. Permite dizer, mesmo na
ausência de vegetação, qual é a vegetação clímax, apenas através da análise dos
elementos, pois obtém-se a caracterização da vegetação, inclusive, muito antes da
humanização.

Fitossociologia

A fitossociologia permite prever o tipo de vegetação de determinado local no


passado. O objetivo da fitossociologia é atingir um modelo empírico de vegetação
suficientemente exato através da combinação, presença e dominância de determinadas
espécies de plantas que caracterizam cada unidade de vegetação.

 Análise ecológica global das comunidades vegetais e da paisagem:


aspetos ecológicos; aspetos fisionómicos e florísticos; aspetos dinâmicos;
organização na paisagem.
 Classificação da vegetação natural: associações; alianças, ordens e classes.
 Cartografia da vegetação: foto-interpretação dos mosaicos de paisagem;
caracterização fitossociológica das unidades cartografadas; gestão da
informação em ambiente.

Papel da fitossociologia:

 Descrição científica da vegetação natural e da paisagem;


 Previsão da vegetação natural potencial de cada território;
 Elaboração de cenários de evolução da vegetação e da paisagem;
 Valoração da vegetação e da paisagem;
 Avaliação do estado de conservação e da vitalidade dos ecossistemas;
 Critérios para a recuperação da vegetação após perturbação antrópica.

Fitossociologia clássica – 1º nível de análise: fitocenose → associação


 Fitocenose – indivíduos pertencentes a uma espécie que se decide pertencer à
mesma espécie.
 Associação vegetal – É uma unidade de base. Representa o tipo de comunidade
na vegetação. Tendo duas associações numa abordagem florística, para vermos a
sua semelhança, vemos por exemplo as espécies que as constituem. As espécies
que compõem uma associação são o caracter principal para distinguir uma
associação.

A fitossociologia clássica foi a primeira a surgir, e foi a que definiu as primeiras


bases. Fornece, assim, os critérios de distinção e caracterização dos tipos de vegetação.

Diversidade de comunidades vegetais

Fitossociologia paisagística – derivada da fitossociologia clássica. Coloca questões do


tipo como 2 ecossistemas semelhantes e perto um do outro, possuem características
diferentes. Se existe alguma relação entre eles, e se a ausência do Homem provocaria
alguma alteração. As associações não se distribuem aleatoriamente no espaço, pretende
compreender como as associações vegetais se organizam.
 Fitossociologia Sucessional

Segundo nível de análise, no entanto é o primeiro nível de análise para a fitossociologia


paisagística. É o processo mas não é o resultado do processo.

Série de vegetação (unidade elementar) – conjunto de tipos de vegetação que se


sucedem ao longo do tempo como resultado de uma sucessão, numa determinada
parcela.

 Fitossociologia Catenal

Terceiro nível de análise.

Geossérie catenal (unidade elementar) – ocorre numa encosta, onde a paisagem possui
vegetação muito diferente. Dentro da parcela existe uma série sucessional, mas entre
essas mesmas parcelas existe uma sucessão catenal (gradiente das condições do solo).
Quando existe a mesma paisagem (por exemplo florestas) é muito fácil analisar a
geossérie catenal, mas quando estão várias paisagens misturadas, existem séries catenais
e sucessionais.

- Topo de encosta: vegetação edafoarófila (solos onde predominam condições


de xerofia);
- Meio da encosta: climatófila:
- Base da encosta: edafo-higrófila.

 Fitossociologia Clisserial

Quarto nível de análise.

Geossérie clisserial (unidade elementar) – cada “andar” vai ser definido por
determinado clima. Quando se fala num gradiente climático que percorre vários metros
de altitude, fala-se em clisséril (tal como se falava em catena) que constitui uma série de
patamares / série climática.
É então uma sucessão dos climas nos vários andares (geossérie climática). Cada
um dos andares é constituído por uma geossérie catenal.
Fitossociologia e Biogeografia

Os mosaicos da paisagem, para serem estudados, fazem-se de cima para baixo.


Desta forma basta pegar-se num mosaico paisagístico e desenhar.

Metodologia Fitossociológica

1. Etapa analítica
Inventário fitossociológico:
Seleção do local a mostrar;
Determinação da área do inventário;
Lista exaustiva das espécies representadas;
Avaliação da abundância;
Recolha de parâmetros ecológicos;
Localização / georreferenciação);

Escala de abundância – cobertura;

5>> cobertura >75%


4 » cobertura entre 50 e 75%
3 » cobertura entre 25 e 50%
2 » cobertura entre 5 e 25%
1 » cobertura < 5% mas indivíduos frequentes
+ » cobertura < 5% e indivíduos raros

Parâmetros ecológicos a recolher


Altitude
Exposição,
Declive,
Litologia,
Características do solo,
Contactos seriais e catenais,
Dependência funcional.

2. Etapa sintética
Tabelas fitossociológicas:
Organização de matriz de dados;
Cálculo da presença e organização da tabela de presenças;
Determinação da fidelidade e organização da tabela ordenada;
Organização da tabela fitossociológica definitiva.

Aplicações da Fitossociologia

 Descrição científica da vegetação natural e da paisagem;


 Previsão da vegetação natural potencial de cada território;
 Elaboração de cenários de evolução da vegetação e da paisagem;
 Valoração da vegetação e da paisagem;
 Avaliação do estado de conservação e da vitalidade dos ecossistemas;
 Definição de critérios para a recuperação da vegetação após perturbação
antrópica.

ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS – FATORES ABIÓTICOS

Estes ecossistemas constituem o meio de suporte da água.

 Dulciaquícolas – água doce:


.Águas correntes: rios e riachos;
.Lagos
 Salobros
 Marinhos

O solo não se considera como ecossistema aquático (pois é terrestre), mas é capaz
de acumular uma grande percentagem de água.

Ciclo Hidrológico

A água circula entre todos os meios existentes e também pelos organismos. Todos os elementos
se reciclam e a água, à sua semelhança, também. É cada vez mais importante considerar a ação
humana (industrial, doméstica, agrícola, …) no ciclo pois é um fator que intervém, cada vez
mais, na qualidade e utilização da água.
A distribuição da água não é estática – evaporação, nuvens, precipitação, consumo por
organismos, superficiais, subterrânea.
Fatores Abióticos em Ecossistemas Aquáticos mais importantes

 Temperatura – padrões globais e em profundidade


 Luz – verticais e globais
 Salinidade
 Nutrientes – são os minerais que vêm do solo, pois a água está sempre a erodir
o solo das margens. É importante pois os peixes da superfície não têm acesso
aos minerais das rochas que estão no fundo oceânico, principalmente em grandes
massas de água.
 CO2 e O2
 pH – considerado recentemente, é um fator que, em casos pontuais, devido a
uma acidificação ou alcalinização da água, vai condicionar a sobrevivência
desses seres vivos.

O solo não é representado como um fator abiótico uma vez que apenas influencia
alguns seres vivos.
A água / humidade, em meio terrestre, é um fator muito importante, no entanto em
ecossistema aquático não tem significado a sua consideração.

Correntes dos Oceanos

Principais correntes dos oceanos – influenciam bastante o clima / temperatura:


 Correntes quentes;
 Correntes frias

Correntes Oceânicas e Clima

 Correntes formadas principalmente por ventos.


 Têm efeitos muito pronunciados também em Terra.
 Condicionadas pelas massas continentais (menos na antártica).
 2 Oceanos principais: atlântico e pacífico.
 Oscilação interanual de pressão no pacífico que causa mudanças de ventos e
correntes e fenómenos como:

o El Niño – fenómeno de aquecimento observado no oceano Pacífico que quando é


muito forte possui efeitos condicionadores no globo inteiro.
o La Niña – fenómeno inverso que ocorre posteriormente. Momento onde as
temperaturas descem para valores abaixo do normal.

Consequências do El Niño – à volta do globo:


 Aumento de chuvas no sul dos estados unidos e peru (cheias) e seca no pacífico
oeste com fogos devastadores na Austrália.
 Invernos quentes no norte dos estados unidos e Canadá. Invernos quentes nos
EU e Canadá;
 Provocou paragem de upwelling – redução drástica do fitoplâncton e colapso de
ecossistemas marinhos (quase 100% de mortalidade de focas nas Galápagos).

1. Temperatura

Padrões de variação da temperatura da água – a temperatura varia principalmente com:


 Latitude;
 Profundidade;
 Correntes;
 Estação do ano (menos que o ar);
 Hora do dia (menos que o ar);
 Fenómenos cíclicos (El Niño).

2. Luz

Padrões de variação de luminosidade:

 Mudança de espectro com a profundidade – luz azul penetra mais no oceano;


luz vermelha é a primeira a ser absorvida; luz ultra-violeta penetra bastante bem
na água do mar (especialmente na oceânica).
 Oceano costeiro – absorve mais luz (cor castanha esverdeada); sedimentos e
plâncton; zona fótica mais estreita.
 Oceano aberto – água mais clara; zona fótica até maior profundidade; cor azul.
 Ultra-violeta de comprimentos de onda mais curtos – absorvidos pelas
proteínas e ácidos nucleicos e podem ser letais.

Luz e fotossíntese – a radiação fotossinteticamente ativa tem comprimento de onda


entre 350-400 nm e 700 nm. A taxa de fotossíntese é fortemente influenciada pela
irradiância:

 No ponto de compensação (luz a partir da qual deixa de existir fotossíntese) a


fotossíntese iguala a respiração. Só se produz oxigénio para compensar a
respiração, logo não existe ganho de oxigénio.
 No ponto de saturação a taxa de fotossíntese é máxima;
 Valores de irradiância muito altas pode haver foto-inibição, havendo um
declínio da taxa fotossintética.

Variação das condições de luminosidade – a luz decresce exponencialmente com a


profundidade. A luminosidade (intensidade e qualidade) varia também:
 De forma previsível – diurna e sazonal;
 De forma imprevisível – nuvens, turbidez provocada por tempestades,
sedimentos que escorrem de terra, blooms, movimento de marés;
 De forma constante – ondas, movimento de canópia;
 Efeito de superfície – a luz que penetra na água e a que é refletida dependem
do ângulo de incidência da luz no estado de agitação da água.

3. Nutrientes

Os nutrientes são originários do meio terrestre, sendo transportados por rios e vento. A
água possui poucos nutrientes dissolvidos, logo a fonte de nutrientes é a margem ou
leito. Assim, este constitui um importante fator limitante. Existem afloramentos
costeiros de nutrientes (os upwelling). Os upwelling constituem, então, um afloramento
das partículas da erosão do fundo do mar ou da margem, e que se fixam no fundo (as
partículas são orgânicas, que mineraliza, devido à presença das bactérias do fundo
oceânico). Nutrientes – azoto, fósforo, oxigénio, dióxido de carbono e outros;
Zonas mortas – anóxicas.
Zonas de baixa produtividade.

4. Profundidade

A pressão está bastante relacionada com o fator profundidade, que por sua vez
condiciona muitos dos fatores abióticos. A profundidade pode então estar
relacionada com a mortalidade de certos seres vivos.
o Pressão – cada 10 metros corresponde a 1 atmosfera. Condiciona a
vida a grandes profundidades.
o Luz – zonação da coluna de água: zona eufótica e zona sem luz.
o Temperatura diminui com a profundidade (trópicos).
o Zonas estratificadas e zonas de mistura.

5. Salinidade/Oxigénio

Influenciados pela profundidade. Surgem Massas de água com diferenças de densidade,


temperatura, salinidade, oxigénio, nutrientes.

6. pH
Condiciona especialmente organismos com estruturas calcificadas.

7. Efeito do tipo de substrato


Nos ecossistemas terrestres os solos são mais produtivos do que aqueles que estão sob
substrato rochoso no meio marinho acontece o inverso.
Organismos aquáticos

 Organismos bentónicos – seres vivos, assentes sobre o fundo, ou vivendo nos


sedimentos (zoobentos e fitobentos ou perifíton). Podem ser sésseis – viver fixos
no substrato

 Organismos planctónicos – organismos flutuantes, cujos movimentos são


mais ou menos dependentes das correntes (fito e zooplâncton)

 Organismos nectónicos – seres vivos nadadores que se deslocam ativa e


voluntariamente e vencem as correntes (peixes)

 Organismos neustónicos – seres vivos que se mantêm, ou nadam, à superfície


da água.

Ecossistemas Marinhos (ecossistema que pode possuir vários ecossistemas, uns em


cima dos outros, devido à elevada profundidade média).

 Oceanos cobrem 70% do planeta

 Plataformas continentais – profundidades pequenas

 51% da superfície do planeta: 4000m profundidade

 99% do “habitat” do planeta é marinho

 Ambiente tridimensional

 Maioria inexplorado

 Padrões por vezes difíceis de reconhecer

 Alguns fatores globais são parecidos com os terrestres (luz solar,


altitude/profundidade)

 Alguns específicos: distribuição de nutrientes

 Padrões moldados por fatores abióticos e bióticos

Oceanos – Geografia

Profundidade média:
 Pacífico – 4000 metros;
 Atlântico – 3900 metros;
 Índico – 3900 metros.

Fossas submarinas:
 Marianas – 10000 metros de profundidade.
Oceano – Estrutura

1. Zona litoral / intertidal – zona entre as marés;

 Zona supra-tidal – acima do limite de maré-cheia;


 Zona inter-tidal – entre os limites da maré-cheia e da maré-baixa;
 Zona infra-tidal – abaixo do limite da maré baixa.

2. Zona nerítica: Zona costeira até à margem da plataforma continental;


3. Zona oceânica: Depois da plataforma continental;

 Epipelagico - 0 - 200 m
 Mesopelagico - 200 - 1,000 m
 Batipelagico - 1,000 - 4,000 m
 Abissal - 4,000 - 6,000 m
 Hadal - 6,000 + m
 Bêntico - Habitat no fundo.
 Pelagico - Habitat fora do
fundo.

Zonação – tempo de exposição dentro e fora de água determina as interações bióticas


(ex: competição)
Oceanos – Condições Física
Luz – 80% da luz solar que chega aos oceanos é absorvida nos primeiros 10 metros.
Praticamente não penetra abaixo dos 600 metros, logo aproximadamente 3400 metros
de agia estão sem luz (bioluminescência).
Temperatura – sol aquece a água. Esta água quente flutua em cima da água fria.
 Termoclima – camada de água com rápidas mudanças de temperatura
com profundidade, criando uma estratificação térmica.

Movimentos da água – a água dos oceanos nunca está parada devido a correntes e
afloramentos.

Oceanos – Condições Químicas


pH – a variar com mudanças globais (mais dióxido de carbono no mar).

Oxigénio – 1 litro de ar tem cerca de 200 ml de oxigénio a nível do mar, e 1 litro de


água do mar tem no máximo 9 ml de oxigénio. A concentração é normalmente maior à
superfície que no fundo.
Oceanos – Biologia
 Os organismos fotossintéticos estão limitados à zona fótica.
 Os oceanos contribuem com cerca de 25% da fotossíntese total do planeta.
 Quimiossíntese ocorre em vários sistemas bentónicos.

Oceanos – Influência Humana


 Poluição
 Sobrepesca

Ecossistemas Dulciaquícolas

Águas superficiais:
 De água corrente / lóticos – rios e correntes;
 De água parada / lênticos – lagos;
 Semi-lênticos.

Águas subterrâneas

Ecossistemas de água corrente / lóticos (rios):


 Zonas de rápidos (águas pouco profundas) – corrente forte, fundo livre de
sedimentos ou vasa e de materiais soltos;
 Zonas de remansos (águas mais profundas) – velocidade da corrente reduzida,
sedimentos mais finos.

Ecossistemas lênticos (lagos):

 Zona litoral – águas pouco profundas, em que a luz penetra até ao fundo. É a
única zona que pode ser ocupada por plantas com raízes.
 Zona limnética – águas profundas, até à profundidade de penetração da luz,
chamada nível de compensação da luz.
 Zona profunda – águas abaixo do nível de compensação da luz.

Rios – Condições Físicas

 Luz – quantidade de luz que atinge a superfície e quantidade que penetra na


água.
 Movimento da água – erosão de terra. Com sedimentos em suspensão.
 Temperatura – normalmente dependente da temperatura do ar.

Estuários - massas de água costeira, semi-cercadas, que têm uma ligação com o mar.
Possuem uma elevada produtividade, organismos com elevada valência ecológica e
económica.

Tipos de estuários:
 Fortemente estratificados / com cunha salina – a corrente de água do rio domina
a maré, tendo tendência a sobrepor-se à água salgada, que forma uma cunha
sobre o fundo. Haloclino (zona de variação brusca da salinidade).
 Parcialmente estratificados – as correntes de água doce e a maré são
aproximadamente iguais. O principal agente de mistura é a turbulência causada
pela periodicidade da maré;
 Completamente misturados / verticalmente homogéneos – ação da maré
dominante.

Lagos

A maior parte da água doce está acumulada em alguns grandes lagos. Os grandes lagos
da América do Norte contêm cerca de 20 % da água doce do planeta. Condições físicas:
 Luz – a cor do lago depende da absorção da luz e da atividade biológica;
 Temperatura – estratificação;
 Movimento da água – mistura na coluna de água provocada pelos ventos, o que
é ecologicamente importante.

Ciclo sazonal em lagos de zonas temperadas:


 Temperatura da superfície - varia mais com as estações que a temperatura do
fundo.
 Estratificação de verão – a água da camada superficial (epilímnio) torna-se mais
quente que a do fundo. Apenas a camada superior circula, não se misturando
com a água do fundo (hipolímnio), que então possui falta de oxigénio. O
termoclima é a zona com forte gradiente térmico entre o epilímnio e o
hipolímnio.
 Inversão de Outono – a temperatura do epilímnio desce até igualar a do
hipolímnio. Consequentemente, toda a água começa a circular, voltado a existir
oxigénio em profundidade.
 Estratificação de inverno – se a água da superfície arrefecer abaixo dos 4ºC,
torna-se menos densa, logo conserva-se à superfície e gela.
 Inversão de Primavera – à medida que o gelo vai derretendo a água vai
aquecendo e volta a circular.
Classificações dos lagos em função da produtividade:
 Oligotróficos – profundos e com baixa concentração de nutrientes;
 Mesotróficos;
 Eutróficos – pouco profundos e com elevada concentração de nutrientes.

Ecologia e Biodiversidade Marinhas

Relevância:
 Importância para o desenvolvimento de conceitos em ecologia;
 Diversidade dos organismos / ecossistemas;
 Importância do funcionamento dos ecossistemas;
 Desconhecimento / interesse científico;
 Fonte de muitos produtos;
 Espaço;
 Maior parte do território Português e mundial.

Diferenças com ecologia terrestre:


 Padrões de distribuição de organismos;
 Processos;
 Funcionamento de organismos / ecossistemas;
 Ecossistemas – costeiro, pelágico, bentónicos, mar profundo.
 Atividades humanas;
 Padrões de ocupação;
 Gestão e conservação – governo.

Habitats Costeiros

Transição terra-mar:
 sapais;
 recifes intertidais;
 intertidal arenoso;
 mangais.
Marinhos:
 recifes rochosos;
 florestas de kelp;
 pradarias de ervas marinhas;
 recifes de corais;
 sedimento.

Cinturas do intertidal rochoso – observadas no mundo inteiro. Possuem uma


composição específica diferente, grupos similares.

Florestas Laminárias - Águas frias, muito produtivas, biodiversidade alta, fundos


rochosos, requerem muitos nutrientes.

Pradarias de ervas marinhas – muito ricas em diversidade. As ervas marinhas servem


de proteção e alimento. Muitos indivíduos juvenis, substratos de areia, pesca e
destruição das ervas marinhas no fundo.
Recifes de Coral de superfície

Habitats bentónicos

Planícies abissais: Parecem habitats homogéneos e monótonos, muito limitados por


alimento – vem da superfície.

Padrões de Distribuição dos Organismos

Padrões de distribuição encontrados – com a profundidade:

 Número de animais diminui exponencialmente;


 Biomassa total dos organismos diminui;
 Tamanho de cada peixe aumenta.

Em cada amostragem, cerca de metade das espécies encontrada, são


desconhecidas.

Fontes Hidrotermais

Suportam ecossistemas independentes da luz do sol como energia. A sua biomassa


poder ser centenas de vezes superiores à dos fundos circundantes, sendo várias novas
espécies descobertas, pois muitas delas vivem exclusivamente nestes habitats e são
incapazes de viver fora dele. Assim, vão constituir organismos únicos e com adaptações
a ambiente com temperaturas muito variáveis e potencialmente tóxico.
Existe uma grande variedade de bactérias quimioautotróficas (produtores primários).

Quimiossíntese – sulfureto de hidrogénio é a fonte de energia. É utilizado por


bactérias de vida livre, ou absorvido pelos hospedeiros invertebrados e transportados até
aos simbiontes. As bactérias utilizam a energia do sulfureto para alimentar os mesmos
ciclos que as plantas. Os produtos de carbono orgânico alimentam as bactérias, que por
sua vez vão alimentar os hospedeiros (bactérias simbiontes) e os herbívoros.

Montes Submarinos

Elevações submarinas cujo cume pode atingir vários metros acima do fundo do
mar. Têm uma origem vulcânica e por vezes inclinações acentuadas. O seu relevo tem
efeitos profundos na circulação oceânica à sua volta (por exemplo no upwelling). O
aumento da circulação da água, forma condições ideais para organismos que se
alimentam de partículas em suspensão.

1. 794 espécies de peixes identificadas;


2. approx. 50 comercialmente importantes;
3. approx. 10 apanhadas especialmente aqui;

Recifes Coral de profundidade

Recife forma suporte e abrigo para muitas espécies de animais.


Recifes de Lophelia

Corais de águas frias (Cnidaria) variam entre corais solitários – um só pólipo


num esqueleto) até corais com milhares de pólipos, e que formam recifes. Estes recifes
formam um habitat para milhares de outros animais

Até agora só se conhecem 6 espécies de coral de águas frias que forma recifes (+ de 800
espécies em águas tropicais) Recifes de Lophelia - Biodiversidade Munida sarsi.
Espécies características dos recifes de Lophelia – outros corais como Madrepora
oculata e Solenosmilia variabilis, o peixe Sebastes viviparous e a lagosta Munida sarsi.
Crescimento de Lophelia – 4 a 25mm por ano (Rogers, 1999)
Longevidade não conhecida – calcula-se que alguns recifes possam ter 8000 anos.

Muitos organismos vivem em cima ou associados aos recifes de coral.

Principais ameaças à Biodiversidade marinha dos recifes de coral e outros habitats


de profundidade

 Pescas que procuram as grandes congregações


 Pesca de arrasto (nas comunidades bentónicas)
 Exploração de recursos minerais e petróleo
 Impacto das atividades de investigação, especialmente nos montes com
atividade hidrotermal
 Mudanças climáticas (?)
Mar aberto

 Sistemas pelágicos
 Água move-se
 Diferentes habitats com a profundidade?
 Grande mobilidade e difícil de perceber fronteiras

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