Ecologia1 PDF
Ecologia1 PDF
Conceitos Fundamentais:
Ecologia - é uma ciência biológica onde se realizam vários estudos dos seres vivos.
A palavra Ecologia tem origem no grego "oikos", que significa casa, e "logos", estudo.
Logo, por extensão seria o estudo da casa, ou, de forma mais genérica, do lugar onde se
vive. A ecologia distingue-se por ser uma ciência que utiliza diversas formas
observáveis mas essencialmente preocupando-se com as condições ambientais e
relações entre si, falando de distribuição geográfica e ecologia, ou seja, não olha apenas
para o interior mas essencialmente para o exterior. É assim, um estudo das relações dos
seres vivos com o ambiente.
Phillips e MacMahon propuseram que quando estes arbustos crescem, alguns indivíduos
morrem, reduzindo a agregação.
– Competição entre as plantas que ficam aumenta a mortalidade.
• Acabam por ficar regularmente distribuídas
• Árvores mostravam uma distribuição agregada com uma zona óptima em relação á
humidade e depois distribuição decrescente
• Uma vez que as populações são entidades dinâmicas, interessa conhecer não só a sua
dimensão e composição num determinado momento, mas também a forma como se
alteram.
• Por exemplo:
– ΔN/Δt,
– N = tamanho da população,
– t = tempo
– ΔN = alteração no nº de organismos
Factores que afectam a dinâmica das populações:
Natalidade:
• Produção de novos indivíduos por unidade de tempo.
Mortalidade:
Convém distinguir:
No caso de Permanência
• Custos
Menos oportunidades de reprodução
Redução da diversidade genética
Competição por recursos
• Benefícios
Reprodução optimizada (“pool” genético mais adaptado às condições locais)
Maior sobrevivência
No caso de Dispersão
• Custos
Diminuição da adequação do “pool” genético às condições locais
Maiores riscos ambientais (predadores, doenças, desconhecimento do terreno)
• Benefícios
Aumento da variabilidade genética
Ausência de sobrepopulação
Diminuição da competição
Factores bióticos - conjunto de todos seres vivos e que interagem uma certa
região e que poderão ser chamados de biocenose, comunidade ou de biota.
• Ecossistemas terrestres
• Ecossistemas aquáticos
(aquáticas marinhos ou
aquáticos de água doce)
Uma comunidade pode ter mais riqueza específica do que outra se a primeira
tiver mais recursos disponíveis. Ex: Alimento
Duas comunidades podem ser igualmente ricas (i.e., ambas abrigam o mesmo
número de espécies), mas exibir índices de diversidade inteiramente distintos.
Ex: imagine duas comunidades, A e B, cada uma das quais formadas por 10 espécies de
borboletas. Tomamos amostras de igual tamanho das duas comunidades e descobrimos
o seguinte: na comunidade A, a amostra é formada por números equivalentes de
indivíduos de todas as 10 espécies; já na comunidade B, a amostra contém
representantes de todas as espécies, mas o número de indivíduos capturados por espécie
difere bastante.
Assim:
A ocorrência de todas estas formas de vida num mesmo ambiente pode ser considerada
um indicativo de que este local apresenta condições favoráveis ao estabelecimento das
plantas.
INTERAÕES BIÓTICAS
Nas
Epifitismo - Plantas que vivem sobre outras plantas (árvores). Muito comum em
florestas tropicais – não há luz junto ao solo; Não prejudicam a planta suporte
Efeito Acumulado:
Competição + Grazing
(pastorismo) – na combinação
das duas interações o efeito é
maior.
Em síntese:
Existem vários fatores que vão alterar
a estrutura, diversidade e o fenótipo
das espécies. Estes podem ser um
conjunto de fatores bióticos ou
abióticos. Ex: clima, alimento,
vegetação, reprodução…
Meta-Comunidade:
Identificação:
Os ecossistemas são alterados por ação humana devido à necessidade de exploração dos
recursos. Há alteração da estrutura e composição dos ecossistemas pré-existentes.
É ao nível da atmosfera que se decide a
heterogeneidade climática.
A radiação solar faz com que os ecossistemas sejam dependentes das variações
climáticas e é importante enquanto recurso, mas em excesso pode tornar-se prejudicial.
Tipos de climas:
Climas megatérmicos
Temperatura média do mês mais frio do ano> 18 °C
Estação invernosa ausente
Forte precipitação anual (superior à evapotranspiração potencial anual)
Mesotérmicos
Microtérmicos
Variações temporais
Cada espécie possui, para cada fator ambiental, uma curva de resposta típica. As
curvas podem ser mais heterodoxas e mais ou menos deslocadas consoante a resposta
que têm para determinada característica ambiental. No entanto, constitui uma gama de
variação que divide a curva em zonas:
Greatest fitness – melhor gama para viver e onde se reproduz (existe um maior
sucesso de reprodução).
Growth – fora da zona ótima de crescimento onde existe uma maior taxa de
crescimento.
Survival – limite de sobrevivência que pode possuir um menor ou maior efetivo
populacional, estando sujeito a competição. Fora deste limite não existe resposta
ao fator.
1. Temperatura
A temperatura é um fator de diferenciação ecológica de primeira ordem.
O papel da temperatura é por vezes tão determinante que se pode fazer coincidir
um limite de área com uma isoterma no entanto a resposta que uma espécie
apresenta está determinada pela resposta a outros fatores.
A atividade de todas as funções vitais começa a aumentar
exponencialmente com a temperatura uma vez que se trata de reações químicas.
Cada espécie manifesta determinadas exigências relativamente à ação da
temperatura na sua fisiologia do que resulta algumas consequências evidentes na
distribuição dos seres vivos.
2. Água
As plantas possuem um papel importante na regulação dos fluxos de
água. Constitui cerca de 50% do peso de uma planta, nenhuma das funções
fisiológicas pode ser realizada sem a transpiração, a assimilação da clorofila ou a
respiração, e é o veículo de condução de todos os produtos obtidos no solo ou
sintetizados por assimilação clorofilica.
As plantas apresentação adaptações fisiológicas ou morfológicas que
compensam o excesso ou defeito de água.
A quantidade de água utilizada pela vegetação depende não só do total de
precipitações mas também desta ao longo do ano e fundamentalmente do
conjunto de condições ecológicas do local.
Em função do fator hídrico é possível distinguir espécies higrófilas que
vivem em condições de humidade edáfica ou atmosférica a favor da saturação e
espécies xerófitas que se desenvolvem em meios secos e ainda as que se
contentam com humidade mediana:
Hidrófitas – Vivem na água durante um longo período no ano.
Combatem o excesso de oxigénio através de neumatóforos ou
raízes áreas.
Hogrófilas – Adaptadas a uma forte humidade; as suas folhas
lagas permitem uma grande transpiração.
Mesófitas – Quantidade média de água.
Xerófitas – Suportam a secura mais ou menos pronunciada.
Induzem um aumento da evaporação, desta forma a água do solo
é fortemente retida.
Tropófitas – Adaptam-se a uma alternância de estação seca e
húmida.
Quercus rubra não precisa de muita
água.
Alnus rugosa vive próxima de cursos de
água
1. Variações Globais
Massas Polares: são as massas que se formam nas proximidades dos círculos
polares ártico e antártico, sempre em latitudes superiores a 50o. São as massas
mais frias que existem e, portanto, são também massas de pressão muito alta. A
continental é a mais fria e mais seca de todas, enquanto a marítima, por ser um
pouco húmida, não apresenta temperaturas muito baixas.
Diversidade climática: A incidência da radiação solar nos polos inclinada e vertical nos
trópicos é que determina o tipo de clima e bioma.
2. Variações Regionais
A água das precipitações, longe de provir quase na sua totalidade do mar segundo um
esquema clássico, provém em parte da evaporação dos solos e das águas continentais e
em maior medida da transpiração dos vegetais. O que coloca em evidência o papel da
cobertura vegetal e fundamentalmente florestal que é o de regulador climático. Por
muito pouco que as chuvas sem insuficientes, a desflorestação abre a via de aridez do
país.
3. Variações altitudinais
2. Vento (anemomorfose)
O vento atua quer diretamente através de uma ação mecânica sobre o solo e a
vegetação (padrões de crescimento particulares bem visíveis – inclinação mediante a
direção do vento – podem levar à transformação de um bosque num matagal) quer
indiretamente modificando a humidade e a temperatura (renovação do ar em redor dos
estomas, contribuindo também para a realização da fotossíntese, no entanto quando a
velocidade aumenta a transpiração é acrescentada e pode alcançar um nível
incompatível com alimentação hídrica).
3. Perturbação (disturbance) (diferente de stress ambiental – pressão
constante que condiciona o crescimento)
Usado para descrever o pequeno termo físico ou biológico de eventos que
alteram significativamente os ecossistemas. Não faz parte do ambiente e altera a sua
estrutura, são fenómenos pontuais no tempo e relativamente estocásticos (aleatórios).
Exemplos: fogos, cheias, chuvas, secas, pragas, ação humana, ciclone…
Se ocorrer perturbação há diminuição da competição porque a pré-existência é
diminuída, sendo que os primeiros a instalarem-se é que beneficiam (ex: pirófitas).
Descargas poluentes
Enquadramento:
Conceitos
Paisagens Humanizadas
Fitossociologia
Papel da fitossociologia:
Fitossociologia Catenal
Geossérie catenal (unidade elementar) – ocorre numa encosta, onde a paisagem possui
vegetação muito diferente. Dentro da parcela existe uma série sucessional, mas entre
essas mesmas parcelas existe uma sucessão catenal (gradiente das condições do solo).
Quando existe a mesma paisagem (por exemplo florestas) é muito fácil analisar a
geossérie catenal, mas quando estão várias paisagens misturadas, existem séries catenais
e sucessionais.
Fitossociologia Clisserial
Geossérie clisserial (unidade elementar) – cada “andar” vai ser definido por
determinado clima. Quando se fala num gradiente climático que percorre vários metros
de altitude, fala-se em clisséril (tal como se falava em catena) que constitui uma série de
patamares / série climática.
É então uma sucessão dos climas nos vários andares (geossérie climática). Cada
um dos andares é constituído por uma geossérie catenal.
Fitossociologia e Biogeografia
Metodologia Fitossociológica
1. Etapa analítica
Inventário fitossociológico:
Seleção do local a mostrar;
Determinação da área do inventário;
Lista exaustiva das espécies representadas;
Avaliação da abundância;
Recolha de parâmetros ecológicos;
Localização / georreferenciação);
2. Etapa sintética
Tabelas fitossociológicas:
Organização de matriz de dados;
Cálculo da presença e organização da tabela de presenças;
Determinação da fidelidade e organização da tabela ordenada;
Organização da tabela fitossociológica definitiva.
Aplicações da Fitossociologia
O solo não se considera como ecossistema aquático (pois é terrestre), mas é capaz
de acumular uma grande percentagem de água.
Ciclo Hidrológico
A água circula entre todos os meios existentes e também pelos organismos. Todos os elementos
se reciclam e a água, à sua semelhança, também. É cada vez mais importante considerar a ação
humana (industrial, doméstica, agrícola, …) no ciclo pois é um fator que intervém, cada vez
mais, na qualidade e utilização da água.
A distribuição da água não é estática – evaporação, nuvens, precipitação, consumo por
organismos, superficiais, subterrânea.
Fatores Abióticos em Ecossistemas Aquáticos mais importantes
O solo não é representado como um fator abiótico uma vez que apenas influencia
alguns seres vivos.
A água / humidade, em meio terrestre, é um fator muito importante, no entanto em
ecossistema aquático não tem significado a sua consideração.
1. Temperatura
2. Luz
3. Nutrientes
Os nutrientes são originários do meio terrestre, sendo transportados por rios e vento. A
água possui poucos nutrientes dissolvidos, logo a fonte de nutrientes é a margem ou
leito. Assim, este constitui um importante fator limitante. Existem afloramentos
costeiros de nutrientes (os upwelling). Os upwelling constituem, então, um afloramento
das partículas da erosão do fundo do mar ou da margem, e que se fixam no fundo (as
partículas são orgânicas, que mineraliza, devido à presença das bactérias do fundo
oceânico). Nutrientes – azoto, fósforo, oxigénio, dióxido de carbono e outros;
Zonas mortas – anóxicas.
Zonas de baixa produtividade.
4. Profundidade
A pressão está bastante relacionada com o fator profundidade, que por sua vez
condiciona muitos dos fatores abióticos. A profundidade pode então estar
relacionada com a mortalidade de certos seres vivos.
o Pressão – cada 10 metros corresponde a 1 atmosfera. Condiciona a
vida a grandes profundidades.
o Luz – zonação da coluna de água: zona eufótica e zona sem luz.
o Temperatura diminui com a profundidade (trópicos).
o Zonas estratificadas e zonas de mistura.
5. Salinidade/Oxigénio
6. pH
Condiciona especialmente organismos com estruturas calcificadas.
Ambiente tridimensional
Maioria inexplorado
Oceanos – Geografia
Profundidade média:
Pacífico – 4000 metros;
Atlântico – 3900 metros;
Índico – 3900 metros.
Fossas submarinas:
Marianas – 10000 metros de profundidade.
Oceano – Estrutura
Epipelagico - 0 - 200 m
Mesopelagico - 200 - 1,000 m
Batipelagico - 1,000 - 4,000 m
Abissal - 4,000 - 6,000 m
Hadal - 6,000 + m
Bêntico - Habitat no fundo.
Pelagico - Habitat fora do
fundo.
Movimentos da água – a água dos oceanos nunca está parada devido a correntes e
afloramentos.
Ecossistemas Dulciaquícolas
Águas superficiais:
De água corrente / lóticos – rios e correntes;
De água parada / lênticos – lagos;
Semi-lênticos.
Águas subterrâneas
Zona litoral – águas pouco profundas, em que a luz penetra até ao fundo. É a
única zona que pode ser ocupada por plantas com raízes.
Zona limnética – águas profundas, até à profundidade de penetração da luz,
chamada nível de compensação da luz.
Zona profunda – águas abaixo do nível de compensação da luz.
Estuários - massas de água costeira, semi-cercadas, que têm uma ligação com o mar.
Possuem uma elevada produtividade, organismos com elevada valência ecológica e
económica.
Tipos de estuários:
Fortemente estratificados / com cunha salina – a corrente de água do rio domina
a maré, tendo tendência a sobrepor-se à água salgada, que forma uma cunha
sobre o fundo. Haloclino (zona de variação brusca da salinidade).
Parcialmente estratificados – as correntes de água doce e a maré são
aproximadamente iguais. O principal agente de mistura é a turbulência causada
pela periodicidade da maré;
Completamente misturados / verticalmente homogéneos – ação da maré
dominante.
Lagos
A maior parte da água doce está acumulada em alguns grandes lagos. Os grandes lagos
da América do Norte contêm cerca de 20 % da água doce do planeta. Condições físicas:
Luz – a cor do lago depende da absorção da luz e da atividade biológica;
Temperatura – estratificação;
Movimento da água – mistura na coluna de água provocada pelos ventos, o que
é ecologicamente importante.
Relevância:
Importância para o desenvolvimento de conceitos em ecologia;
Diversidade dos organismos / ecossistemas;
Importância do funcionamento dos ecossistemas;
Desconhecimento / interesse científico;
Fonte de muitos produtos;
Espaço;
Maior parte do território Português e mundial.
Habitats Costeiros
Transição terra-mar:
sapais;
recifes intertidais;
intertidal arenoso;
mangais.
Marinhos:
recifes rochosos;
florestas de kelp;
pradarias de ervas marinhas;
recifes de corais;
sedimento.
Habitats bentónicos
Fontes Hidrotermais
Montes Submarinos
Elevações submarinas cujo cume pode atingir vários metros acima do fundo do
mar. Têm uma origem vulcânica e por vezes inclinações acentuadas. O seu relevo tem
efeitos profundos na circulação oceânica à sua volta (por exemplo no upwelling). O
aumento da circulação da água, forma condições ideais para organismos que se
alimentam de partículas em suspensão.
Até agora só se conhecem 6 espécies de coral de águas frias que forma recifes (+ de 800
espécies em águas tropicais) Recifes de Lophelia - Biodiversidade Munida sarsi.
Espécies características dos recifes de Lophelia – outros corais como Madrepora
oculata e Solenosmilia variabilis, o peixe Sebastes viviparous e a lagosta Munida sarsi.
Crescimento de Lophelia – 4 a 25mm por ano (Rogers, 1999)
Longevidade não conhecida – calcula-se que alguns recifes possam ter 8000 anos.
Sistemas pelágicos
Água move-se
Diferentes habitats com a profundidade?
Grande mobilidade e difícil de perceber fronteiras