Livro Texto Unidade III
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Unidade III
7 NORMA CULTA
A norma culta é uma entre várias outras normas de uso da língua. No entanto, ela foi a escolhida
como padrão de uso da língua, e por isso devemos aprendê-la para que sejamos inseridos na sociedade.
Iremos, então, nesta unidade, tratar de questões relacionadas à gramática do padrão ou ao que se
denomina norma culta.
Como vimos antes, precisamos pensar em gramática em sentido plural, pois existe variedade no que
diz respeito ao uso efetivo da língua. Todavia, há uma norma considerada padrão, de prestígio social.
Esse padrão segue determinadas regras. Daí chamarmos essa gramática de normativa. São essas regras
que veremos a seguir.
A luta que enfrentamos com relação à produção de textos escritos é muito especial. Em geral, não
apresentamos dificuldades em nos expressarmos por meio da fala coloquial. Os problemas começam a
surgir quando temos necessidade de nos expressar formalmente e se agravam no momento de produzir
um texto escrito.
Quando a interação verbal se realiza face a face, o falante tem domínio sobre a situação comunicativa,
o que facilita a produção oral. No processo de interação, o interlocutor pode intervir, solicitando
esclarecimentos, por exemplo, ou até tomando o turno e mudando o curso da conversação.
Além dos recursos linguísticos, nesse tipo de comunicação o falante tem a possibilidade de utilizar
elementos paralinguísticos, como gestos e expressões faciais. Já na comunicação escrita tais recursos
terão de ser supridos por outros, próprios desse tipo de uso da língua, como a pontuação.
Entretanto, não basta traduzir o que foi expresso em língua oral por sinais gráficos; é preciso dominar
a modalidade escrita para que o texto seja eficiente e cumpra a finalidade comunicativa.
Assim, não basta saber que escrever é diferente de falar. Além de se preocupar com a constituição
de um discurso, entendido como ato de linguagem que representa uma interação entre o produtor do
texto e seu interlocutor, é preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para a qual
o texto foi produzido.
Para formalizar esse discurso em língua escrita, ainda é necessário considerar que a escrita tem
normas próprias, como regras de ortografia – que evidentemente não é marcada na fala –, de pontuação,
de concordância e de uso de tempos verbais.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Entre os inúmeros casos de desvio da norma culta que mais comumente aparecem em textos
escritos, selecionamos alguns que consideramos influenciar negativamente os elementos tidos
como qualidades de um “bom” texto, a saber, a correção, a clareza e a concisão.
7.1.1 Pronomes
Um dos problemas presentes no texto escrito é o uso inadequado dos pronomes. Trataremos,
portanto, desse assunto neste item.
Pronomes de tratamento
Quando se trata de concordância, os pronomes de tratamento têm suas peculiaridades. Por exemplo,
pronomes que correspondem à segunda pessoa do plural, como “vós”, fazem a concordância na
terceira pessoa:
Usamos “vossa” quando estamos falando diretamente com a pessoa, e “sua” quando falamos da
pessoa. Exemplos:
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Unidade III
Lembrete
Pronomes demonstrativos
Para entender os critérios de uso dos pronomes demonstrativos, atente para o que se segue.
Na função pragmática (ou de uso de acordo com o contexto situacional), seu emprego envolve a
relação dêitica, assim como ocorre com os advérbios pronominais – “aqui” para a 1ª pessoa, “aí” para
a 2ª pessoa e “ali” para a 3ª pessoa do discurso. Então:
Observe o exemplo:
• A empregada pergunta à patroa: “Onde ponho as roupas passadas?”. E a mulher responde: “Ponha
lá na cadeira”.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Observação
Exemplos:
• “Liberdade, igualdade e fraternidade” – a Revolução Francesa foi marcada por esse lema.
• Pedro estuda, enquanto Maria se diverte. Aquele passará no vestibular, mas esta será reprovada.
Figura 17
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Unidade III
Observação
Na língua em uso há exceções, formas já cristalizadas. Por exemplo, as expressões “isto é”, “por isso”
e “posto isso” nunca são usadas como “isso é”, “por isto” e “posto isto”.
Observação
São considerados demonstrativos “o”, “a”, “os”, “as” e “tal”. As formas “o”,
“a”, “os”, “as” são demonstrativos quando precedem “que” e “de”. O termo
“tal” é considerado demonstrativo quando estiver substituindo “esse(a)”,
“isso”, “aquele(a)”, “aquilo”.
Pronomes possessivos
Há casos em que o uso dos pronomes possessivos causa ambiguidade. Por exemplo:
O pronome “seu” pode se referir a Renato ou a Joana. Nesse caso, é melhor usar “dele” ou “dela” para
evitar ambiguidade.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Uma das dúvidas constantes no texto escrito é a colocação dos pronomes átonos “me”, “te”, “se”, “o”,
“a”, “lhe”, “nos”, “vos”, “os”, “as”, “lhes”.
Quando colocamos um pronome átono depois do verbo, isso é denominado ênclise; antes do verbo,
próclise; no meio do verbo, mesóclise.
A) Próclise
Usa-se próclise:
• em orações subordinadas:
— Desci pelas escadas do sétimo andar, logo que o zelador do prédio me comunicou, pelo telefone,
o acontecimento. (adverbial temporal)
Observação
— Como se encantou!
• junto de pronomes (relativos: que, quais, qual, onde…; indefinidos: alguém, muitos, todos,
poucos…; demonstrativos: este, esta, aquele, aquilo…):
Observação
— Os anjos te acompanhem!
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
B) Mesóclise
A mesóclise é usada quando não houver nenhum caso que solicite a próclise, caso o verbo esteja no
futuro do presente ou no futuro do pretérito. Embora não vejamos tanto esse uso em textos jornalísticos,
por exemplo, ele é comum em textos científicos devido ao grau de formalidade exigido.
Exemplos:
• Far-me-ia um favor?
C) Ênclise
Usa-se ênclise:
Observação
— Faça-me um favor.
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Unidade III
Pretérito imperfeito
• com valor de outros tempos – como presente do indicativo, por exemplo, para atenuar pedidos:
Pretérito perfeito
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Pretérito mais-que-perfeito
— Ele finalmente comprou o carro, o mesmo que desejara durante tanto tempo.
Na produção oral é comum haver desvios de concordância que, pela gramática do padrão culto, são
considerados erros. Em textos formais, esse tipo de desvio causa má impressão no leitor mais exigente.
Selecionamos a seguir alguns casos para estudar neste tópico.
As expressões formadas por verbo “ser” + adjetivo não variam. Entretanto, se o sujeito vier antecedido
de artigo (ou palavra equivalente), a concordância será obrigatória.
Pela norma culta, quando a intenção é generalizar, prevalece o masculino no uso de expressões
como “é bom”, “é proibido”, “é permitido” etc.
São adjetivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se referem. Na frase “As pessoas
pensam em si mesmas”, o pronome adjetivo “mesmas” concorda com o substantivo “pessoas”. Observe
outros exemplos:
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Unidade III
Meio
A palavra “meio” pode ter a função de numeral ou de advérbio. Assim, temos as seguintes condições:
Só
Observe este trecho da letra de “Música urbana”, do grupo Capital Inicial. Nela há um verbo que nem
sempre é flexionado corretamente.
Música urbana
O verbo “importar” está flexionado de acordo com o sujeito “os seus atos”, conforme prescreve
a norma culta. Entretanto, na língua falada, principalmente no cotidiano, esse verbo nem sempre é
flexionado, permanecendo no singular.
Sujeito simples
De acordo com a norma culta, o verbo deve concordar com a pessoa expressa pelo sujeito.
Essa é a regra geral, principalmente quando se trata de sujeito simples, mesmo que esteja
posposto ao verbo.
Exemplos:
• O povo protestou.
• Os revoltados protestaram.
• Sumiu um documento.
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Unidade III
Se o sujeito for formado de 2ª e 3ª pessoas do singular, o verbo pode flexionar para a 2ª ou para a
3ª pessoa do plural.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Quando há ideia de exclusão ou retificação, o verbo fica no singular ou concorda com o núcleo do
sujeito mais próximo.
O verbo flexiona para o plural, mas admite-se o singular quando se quer destacar o primeiro núcleo
do sujeito.
Sujeito coletivo
Se o sujeito for o pronome relativo “que”, o verbo concordará em número e pessoa com o antecedente
do pronome.
No uso coloquial da língua, é comum o verbo concordar com o antecedente do pronome “quem”.
Quando o sujeito for representado por uma oração, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular.
O verbo flexiona para o plural se os infinitivos forem determinados por artigos. Caso os infinitivos
não sejam determinados, o verbo poderá flexionar no singular.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
• Aluga-se um quarto.
O verbo permanece na 3ª pessoa do singular se a partícula “se” está ligada a um verbo transitivo
indireto ou intransitivo.
• Necessita-se de esclarecimentos.
A) Um ou outro
Nessas expressões, seguidas de substantivo ou pronome no plural, o verbo flexiona para o singular
ou para o plural.
G) Haja vista
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Verbos impessoais
Verbos que exprimem fenômenos da natureza, quando usados em sentido figurado, deixam de
ser impessoais.
No uso coloquial da língua, é comum usar o verbo “ter” como impessoal no lugar de “haver” ou “existir”.
Verbo “ser”
Quando o sujeito for o pronome “que” ou “quem”, o verbo “ser” concordará obrigatoriamente com
o predicativo.
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Unidade III
Quando o sujeito for o pronome “tudo”, “o”, “isso”, “aquilo” ou “isto”, o verbo “ser” concordará,
preferencialmente, com o predicativo, mas poderá concordar com o sujeito.
• Tudo é tristeza.
Nas expressões “é muito”, “é pouco”, “é bastante”, o verbo “ser” fica no singular quando indicar
quantidade, distância, medida.
Verbo “parecer”
Saiba mais
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Você já deve ter estudado a estrutura da frase em aulas de gramática. A análise sintática é a parte da
gramática que se ocupa da estrutura da frase, procurando demonstrar como as palavras se organizam
a fim de formarem enunciados portadores de sentido. Nossa intenção aqui não é retomar o estudo
da análise sintática com a terminologia específica (sujeito, predicado, objeto direto etc.), embora
entendamos que esse estudo seja fundamental para o conhecimento da estrutura da frase.
Neste item, procuraremos mostrar como a estruturação de uma frase pode contribuir (ou não) para
a clareza e a precisão do texto.
Organizar as ideias de modo que façam sentido, com coesão e coerência, é uma dificuldade muito
presente na realidade dos alunos, pois é preciso ter um conhecimento básico da estrutura da língua para
ser bem-sucedido na elaboração de um texto escrito, o que normalmente não acontece.
Uma queixa comum dos professores é que os alunos não constroem textos que expressem suas
ideias de forma clara, devido ao uso inadequado dos elementos linguísticos, o que torna o texto muitas
vezes confuso e incoerente, sem a transmissão de um pensamento lógico.
• Frase: todo enunciado de sentido completo, capaz de estabelecer comunicação. Pode ser
nominal ou verbal.
Observe que, embora possam existir frases sem verbo (frases nominais), a frase sintaticamente
estruturada é aquela que apresenta verbo, em torno do qual se agrupam outros termos: sujeito
(que com ele estará concordando), complementos do verbo, termos que acrescentam informações
acessórias etc.
Há frases simples (formadas por uma única oração) e frases complexas (formadas por várias orações).
Nas frases simples, costumamos dispor os termos na seguinte ordem: sujeito, verbo, complemento do
verbo, adjuntos adverbiais. É a chamada ordem direta.
Embora a ordem direta seja natural, nada impede que se altere a disposição dos elementos na frase.
Quando isso ocorre, temos a ordem inversa.
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Unidade III
Mas, se a ordem natural dos elementos da frase é a ordem direta, por que razão empregaríamos a
ordem inversa? A resposta é bem simples: por uma questão de estilo.
A inversão na disposição dos elementos constituintes da frase marca a ênfase que se quer dar a
determinado elemento, o qual é deslocado para o início da oração. É algo comum na língua oral, como
quando um falante diz: “Seu filho mais velho, eu vi hoje na praia. Estava muito bem acompanhado.
De bobo, ele não tem nada”.
Lembrete
A opção por uma construção na voz passiva ou na voz ativa também está relacionada ao destaque
que se quer dar a algum elemento da frase: o agente, o paciente ou a própria ação verbal. Veja:
Já no segundo exemplo, a construção na voz ativa dá maior relevância aos agentes da adoção
(os estados), que na frase funcionam como sujeito.
Quando se opta pela voz passiva sintética (verbo transitivo + pronome apassivador “se”), a ênfase
recai sobre a própria ação verbal. Observe:
• Consertam-se sapatos.
• Vendem-se apartamentos.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
A grafia é uma representação dos sons. Por isso, ela é uma convenção social. Enquanto a pronúncia
das palavras pode sofrer variação (de acordo com fatores externos que influenciam essas alterações,
conforme visto na unidade anterior), a grafia padroniza a forma de escrevê-las. Para que essa padronização
ocorra, há uma convenção estabelecida por instituições que normatizam o uso da língua. É o caso, por
exemplo, da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Não podemos esquecer, entretanto, que a língua portuguesa não é nossa, dos brasileiros; há outros
países que a utilizam como língua oficial. Esses países são Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste.
Esses países participaram do que se denomina Novo Acordo Ortográfico. Assinado em 1990, entrou
em vigor em 2009. Vale ressaltar que o último país a assinar o novo acordo foi Portugal.
Com o acordo, estima-se que 98% das diferenças sejam resolvidas. Quanto às alterações na escrita,
para o Brasil representam em torno de 0,5%, ao passo que para Portugal correspondem a 1,6%.
Chamamos de novo acordo porque já houve outros acordos em relação à ortografia. Em 1907, a
ABL elaborou um projeto de reformulação ortográfica com base na ortografia nacional (1904), projeto
que foi oficializado por Portugal em 1911. Em 1915, a ABL aprovou a proposta do projeto, ajustando-o
aos padrões do Brasil. Todavia, em 1919 a Academia voltou atrás e revogou o projeto de 1907, não
havendo reforma.
O primeiro acordo ortográfico de iniciativa da ABL data de 1931. Ele também foi aprovado pela
Academia das Ciências de Lisboa, em Portugal. O governo brasileiro oficializou tal acordo em 1931.
Em 1934, a Constituição brasileira revogou o acordo de 1931 e estabeleceu a volta das regras ortográficas
de 1891, como a grafia de “pharmácia” ou mesmo de “ortographia”.
Em 1943, uma convenção luso-brasileira retoma o acordo de 1931, com pequenas modificações.
No ano de 1945, as normas de um novo acordo ortográfico passam a vigorar em Portugal,
enquanto no Brasil mantém-se a ortografia de 1943.
Em 1971, um decreto do governo brasileiro altera algumas regras da ortografia de 1943. É o caso, por
exemplo, de palavras como “saudade”, antes grafada “saüdade”, ou “sòmente”, cujo acento diferencial
marcava a pronúncia fechada ou aberta da vogal.
Em 1990, nova reunião é realizada, dessa vez em Portugal, da qual resultou o Novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa. A previsão era que entrasse em vigor em janeiro de 1994, mas isso
só aconteceu em 2009.
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Unidade III
É esse acordo que tem previsão de ser implantado totalmente até janeiro de 2013 e, para tanto, a
sociedade deve se adequar às novas regras estabelecidas para a grafia das palavras.
Quadro 11 – Alfabeto
Quadro 12 – Trema
Quadro 13 – Acentuação
Nota 1. Nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas, o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
Nota 2. O acento no ditongo aberto “eu” continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
Nota 3. O acento diferencial permanece no verbo “poder” (3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo, “pôde”) e no verbo “pôr”
(para diferenciar da preposição “por”).
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Nota 1. Em prefixos terminados por “r”, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper‑realista,
hiper‑requintado, hiper‑requisitado, inter‑racial, inter‑regional, inter‑relação, super‑racional, super‑realista, super‑resistente etc.
Nota 2. Esta regra visa uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.
Nota 3. Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte se iniciar por “h”: anti‑herói, anti‑higiênico, extra‑humano,
semi‑herbáceo etc.
Nota 4. Esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não
tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen.
Nota 5. Uma exceção é o prefixo “co”. Mesmo se a outra palavra se inicia com a vogal “o”, não se utiliza hífen: coorganizador,
coocorrência etc.
Nota 6. O uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constituem unidade sintagmática
e semântica, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano‑luz, azul‑escuro, médico‑cirurgião,
conta‑gotas, guarda‑chuva, segunda‑feira, tenente‑coronel, beija‑flor, couve‑flor, erva‑doce, bem‑te‑vi etc.
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Unidade III
Para finalizar, não poderíamos deixar de falar sobre a metodologia de ensino da língua portuguesa
na Educação Básica, uma vez que você será habilitado, no final do curso, a exercer o magistério nesse
período de formação da criança e/ou adolescente. É do que trataremos no próximo item.
É possível ensinar gramática? É desejável ensinar gramática? Por que ensinar gramática? Que
gramática ensinar?
Mais que responder a essas questões – e, certamente, a tantas outras que insistem em “povoar” o
pensamento de alunos e professores de língua materna – esta seção destina-se a provocar reflexões
acerca do ensino-aprendizagem da gramática em nossas escolas.
Inicialmente, é preciso que apresentemos alguns aspectos centrais que darão base às reflexões propostas.
Desenvolver a competência comunicativa – oral e escrita – do aluno a fim de que ele seja capaz
de usar cada vez com mais habilidade os recursos da língua para comunicar-se, produzindo efeitos de
sentido numa determinada situação de interação comunicativa, é o grande objetivo a ser atingido nas
aulas de língua portuguesa.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são documentos lançados pelo Ministério da Educação
(MEC) no final dos anos 1990, elaborados por educadores de todas as áreas do conhecimento, com a
intenção de apoiar e ampliar discussões de caráter pedagógico, visando a uma transformação positiva
no sistema educativo brasileiro.
Saiba mais
Veja o que dizem os PCN de língua portuguesa a respeito dessa prática pedagógica.
Assim, não se justifica tratar o ensino gramatical desarticulado das práticas de linguagem.
É o caso, por exemplo, da gramática que, ensinada de forma descontextualizada, tornou‑se
emblemática de um conteúdo estritamente escolar, do tipo que só serve para ir bem na
prova e passar de ano – uma prática pedagógica que vai da metalíngua para a língua por
meio de exemplificação, exercícios de reconhecimento e memorização de terminologia.
Em função disso, discute-se se há ou não necessidade de ensinar gramática. Mas essa é uma
falsa questão: a questão verdadeira é o que, para que e como ensiná-la.
Deve-se ter claro, na seleção dos conteúdos de análise linguística, que a referência não
pode ser a gramática tradicional. A preocupação não é reconstruir com os alunos o quadro
descritivo constante dos manuais de gramática escolar (por exemplo, o estudo ordenado
das classes de palavras com suas múltiplas subdivisões, a construção de paradigmas
morfológicos, como as conjugações verbais estudadas de um fôlego em todas as suas formas
temporais e modais, ou de pontos de gramática, como todas as regras de concordância, com
suas exceções reconhecidas).
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Unidade III
O modo de ensinar, por sua vez, não reproduz a clássica metodologia de definição,
classificação e exercitação, mas corresponde a uma prática que parte da reflexão
produzida pelos alunos mediante a utilização de uma terminologia simples e se aproxima,
progressivamente, pela mediação do professor, do conhecimento gramatical produzido.
Isso implica, muitas vezes, chegar a resultados diferentes daqueles obtidos pela gramática
tradicional, cuja descrição, em muitos aspectos, não corresponde aos usos atuais da
linguagem, o que coloca a necessidade de busca de apoio em outros materiais e fontes.
Saber regras gramaticais não significa saber escrever bem, pois muitas vezes escritores brilhantes
não são capazes de descrever a norma, porém são capazes de produzir textos que nos comovem ou nos
divertem; eles não podem dizer “como”, mas sabem produzir textos de excelente qualidade.
É apenas na situação de trabalho com o texto, em seu processo de produção ou de leitura, que o
aluno utiliza o conhecimento gramatical adquirido para garantir um texto claro, coeso, que cumpre sua
finalidade na medida em que assegura sua adequação e correção.
Os PCN sugerem um ensino que priorize a leitura de textos diversificados, assim como a produção e
a análise linguística de textos. Esses são os objetivos centrais propostos por esse documento.
Essas três práticas devem interligar-se, isto é, não podem ser tomadas como atividades estanques.
Ao contrário, devem estar em coocorrência e, para tanto, o professor tem de se libertar dos métodos
mecanicistas de ensino da língua.
Em 2017, foi publicado novo documento da Educação Básica. Trata-se da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Esse documento não anula os PCN ou outros anteriores. Na verdade, a BNCC
A BNCC focaliza o texto e não a gramática normativa no ensino de língua portuguesa. Afinal, somente
por meio do texto as pessoas se comunicam. Nessa perspectiva, o ensino pauta-se na diversidade dos
gêneros textuais e na complexidade do texto, cuja estrutura engloba a sintaxe, o vocabulário e os
recursos estilísticos. Além disso, um ensino pautado no texto desenvolve habilidades de leitura, como
identificação da informação e processo de compreensão e reflexão sobre o texto.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Um texto expressa a cultura e suas diversas produções, ampliando o repertório dos alunos,
possibilitando a interação e ensinando a lidar com o diferente. É na leitura e produção de texto que os
conhecimentos linguísticos e gramaticais devem ser trabalhados nas escolas básicas.
De acordo com o documento da BNCC (BRASIL, 2017, p. 82-83), a proposta sintética é a seguinte:
• Fono-ortografia:
• Morfossintaxe:
— Perceber o funcionamento das flexões (número, gênero, tempo, pessoa etc.) de classes
gramaticais em orações (concordância).
• Sintaxe:
• Semântica:
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Unidade III
• Variação linguística:
— Conhecer algumas das variedades linguísticas do português do Brasil e suas diferenças
fonológicas, prosódicas, lexicais e sintáticas, avaliando seus efeitos semânticos.
— Discutir, no fenômeno da variação linguística, variedades prestigiadas e estigmatizadas e o
preconceito linguístico que as cerca, questionando suas bases de maneira crítica.
— Conhecer as diferentes funções e perceber os efeitos de sentido provocados no texto pelo uso de
sinais de pontuação (ponto-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, vírgula, ponto
e vírgula, dois-pontos) e pela pontuação e sinalização dos diálogos (dois-pontos, travessão,
verbos de dizer).
— Conhecer a acentuação gráfica e perceber suas relações com a prosódia.
— Utilizar os conhecimentos sobre as regularidades e irregularidades ortográficas do português
do Brasil na escrita de textos.
O ensino de gramática consiste na relação de determinado aspecto gramatical com o uso oral e
escrito da língua. Ou seja, um texto efetivamente produzido na sociedade pode se aproximar ou se
distanciar do modelo do “bem escrever ou bem falar”, levando ao questionamento sobre em que tipo
de contexto há mais ou menos proximidade com a gramática normativa. Esse contexto leva em conta a
variação da língua, a qual se torna conteúdo do ensino.
Por exemplo, a gramática normativa, ao tratar da concordância verbal de nomes próprios no plural,
determina a seguinte regra:
No entanto, um estudo recente (JORGE, 2019, p. 123) mostrou haver variação no uso da flexão
verbal em manchetes de jornais de grande circulação no Brasil.
• Putin afirma que deseja se encontrar com Trump quando EUA estiverem prontos.
• EUA pedirão perfis de redes sociais de candidatos a visto, diz Departamento de Estado.
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
• Para dar visto, EUA pedirão contas em redes sociais, e-mail e telefone.
A variante empregada pelos jornalistas é a culta, mas é real, usada no cotidiano profissional. Essa
variante se distancia do padrão imposto pela gramática normativa. Conseguimos, assim, observar o
distanciamento da gramática normativa quanto ao uso da língua, inclusive o uso culto (real).
Em uma possível explicação para a variante usada pelos jornalistas, estes procuram uniformizar ou
dar coerência às relações entre os elementos que compõem as orações. Para os jornalistas exemplificados,
é mais coerente flexionar o verbo no plural, uma vez que o nome (EUA) é plural.
É preciso concordar que decorar regras e definições de conceitos gramaticais – por exemplo, saber
repetir que “verbos são palavras que indicam ação, estado ou fenômeno da natureza” – definitivamente
não assegura que o sujeito seja capaz de escrever um bom texto.
Aprender gramática, portanto, não se resume a decorar regras arbitrárias e submeter-se a elas.
Aprender gramática é agir sobre a língua para, gradativamente, construir sua teia de relações.
Veja o que diz Possenti (2005, p. 17-18) a respeito de ensinar ou não a língua-padrão na escola:
Talvez deva repetir que adoto sem qualquer dúvida o princípio (quase
evidente) de que o objetivo da escola é ensinar o português-padrão, ou,
talvez mais exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido.
Qualquer outra hipótese é um equívoco político e pedagógico. A tese de
que não se deve ensinar ou exigir o domínio do dialeto-padrão dos alunos que
conhecem e usam dialetos não padrão baseia-se em parte no preconceito
segundo o qual seria difícil aprender o padrão. Isso é falso, tanto do ponto
de vista da capacidade dos falantes quanto do grau de complexidade de um
dialeto-padrão. […]
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Unidade III
O ensino da gramática deve, assim, privilegiar a análise e a reflexão sobre a língua. Deve, do mesmo
modo, ser um espaço em que essa prática se revele como elemento que contribui, sobremaneira, para
formar alunos usuários competentes de sua língua, verdadeiros “senhores” de sua atividade linguística.
Certamente, o aluno que fala, lê e escreve com competência será muito mais que um sujeito bem
informado; será um cidadão crítico, consciente, capaz de expressar o que sabe, o que pensa e o que
sente. E a todos deve ser reservado esse direito.
Gilberto Scarton apresenta este interessante quadro-resumo, que trata da questão da gramática e do ensino.
Quadro 17
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GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Enfim, antes de saber as regras na ponta da língua, o aluno, principalmente o da Educação Básica,
ou seja, do Ensino Fundamental e Médio, precisa saber compreender e elaborar um texto. Esses são
pressupostos para um ensino eficaz da língua portuguesa.
Além disso, é necessário refletir sobre a concepção de linguagem, entendendo-a como uma atividade
constitutiva. Segundo Geraldi (2006, p. 67), “a linguagem é uma atividade constitutiva: é pelo processo
de internalização do que nos era exterior que nos constituímos como os sujeitos que somos e, com as
palavras de que dispomos, trabalhamos na construção de novas palavras”.
O professor precisa ter essa visão da linguagem, como algo a ser construído e ao mesmo tempo
como um instrumento poderoso nas mãos do aluno, se este for conduzido a exercitar uma prática de
linguagem em que se sinta também sujeito da ação.
Para tanto, o professor tem de propiciar o acesso a conhecimentos, por exemplo, de gêneros textuais,
de tipos de sequência textual, da modalidade a ser usada (oral ou escrita), do registro, dos objetivos da
comunicação – enfim, de todos os elementos que garantam um bom desempenho tanto na compreensão
quanto na elaboração do texto.
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Unidade III
Sou professor a favor da boniteza de minha prática, boniteza que dela some
se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se
não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo,
descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser testemunho que deve
ser do lutador pertinaz, que cansa, mas não desiste. O desrespeito à leitura
de mundo do educando revela o gosto elitista, portanto antidemocrático, do
educador, que, desta forma, não escutando o educando, com ele não fala.
Nele deposita seus comunicados.
Para exemplificar como o ensino de gramática precisa ser relacionado ao uso efetivo da língua, que
se dá na construção de texto, escolhemos o gênero textual tirinha e verificamos qual é a proposta de
ensino de gramática em livro didático (LD).
A tira é um dos gêneros que mais se destacam em razão da sua popularidade entre todas as
idades. Segundo os PCN (1998, p. 70), “boa parte dos materiais didáticos disponíveis no mercado,
ainda que venham incluindo textos de diversos gêneros, ignoram a diversidade e submetem todos
os textos a um tratamento uniforme”. Em outras palavras, o fato de a tirinha estar no livro didático
não significa que ela esteja voltada para esse fim, mas usada apenas como pretexto para ensinar
gramática de forma descontextualizada.
112
GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
26%
Conhecimentos linguísticos
74% Humor/lazer
Conhecimentos linguísticos
Gêneros textuais
Humor/lazer
Uma comparação entre os dois gráficos destaca mudanças significativas quanto à finalidade
das tirinhas no livro didático. Em 2008 havia tirinhas voltadas para conhecimentos linguísticos e
humor/lazer (tiras como momento de distração), enquanto na edição de 2014 mostra-se uma redução
na quantidade designada para humor/lazer e o surgimento de tiras para o trabalho com gêneros textuais.
Evidentemente, o eixo de conhecimentos linguísticos continuou com a maior proporção.
113
Unidade III
Apresentamos a seguir alguns exemplos dos três critérios para melhor elucidar o conteúdo das
tirinhas utilizadas nos LDs selecionados. Os dois primeiros exemplos são da edição de 2008.
É possível observar que a tirinha está sendo empregada para o ensino de conhecimentos linguísticos,
morfossintaxe mais especificamente, a começar pelo título da seção, “A língua em foco”, e pelo
subtítulo, “As orações subordinadas substantivas”. Os exercícios elaborados vão de encontro à proposta do
título, deixando claro que a presença do gênero tirinha é apenas um suporte para o ensino de gramática e
que toda e qualquer característica típica de língua desse gênero não será trabalhada. O único exercício que se
diferencia dos demais é o de número 3, em que se pede uma explicação quanto ao humor da tira, mas
sem uma discussão prévia sobre como se constitui o humor na língua.
114
GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Esse exemplo, considerado como humor/lazer, não traz nenhuma orientação didática para o professor.
Espera-se talvez que os alunos tenham os conhecimentos necessários para fazer uma leitura proveitosa.
A tirinha tematiza um conteúdo de gramática, a mudança discursiva de “nos” para “me”, a fim
de revelar a personalidade da personagem Susanita. No entanto, as questões linguísticas não são
trabalhadas pelo autor.
De acordo com a BNCC, o ensino de língua portuguesa precisa assumir a perspectiva enunciativo‑discursiva
da linguagem, que é “uma forma de ação interindividual orientada para uma finalidade específica”
(BRASIL, 2017, p. 67). Na tirinha, os pronomes deveriam se adequar ao sujeito enunciador (Susanita).
Essa exigência por uma mudança enunciatária mostra uma visão de mundo decorrente das práticas
sociais existentes.
115
Unidade III
A tira foi usada para falar sobre a diferença dos tipos de discurso através da intertextualidade, o que
por certo renderia diversas possibilidades de leitura e de atividade pedagógica.
Os autores do livro didático não relacionam o contexto da história – o adulto em seu papel de
mediador de leitura oral para as crianças, e a impaciência das crianças em ouvir novamente a mesma
narrativa – com a mudança da palavra “feio” para “burro”.
A tirinha é empregada apenas como pretexto para verificar a sintaxe. A pergunta de número 2, que
seria uma exceção, não prepara o aluno para uma “reflexão filosófica”.
Os sistemas de linguagem presentes nas tiras – expressão corporal, cor ou ausência de cor, recursos
multimodais da língua, como caixa-alta e negrito – são desprezados pelos autores do livro didático.
Não apontam, por exemplo, para a relação da preferência por orações diretas (sujeito + verbo + complemento)
com o gênero tirinha nem para o motivo de existir uma marca de oralidade no começo da fala da
mãe, “bem...”.
Das 75 tiras analisadas, nem todas abordam ou expressam conteúdo político, que leve o aluno a
desenvolver pensamento crítico mediante leitura crítica.
116
GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Resumo
Vimos também que é na escrita que o controle se torna maior, uma vez
que a língua falada é dinâmica e sofre transformações.
117
Unidade III
Exercícios
Figura 25
I – Na tirinha, o sobrinho usou um registro típico do universo da internet, e isso fez com que o tio
perdesse a credibilidade no seu conhecimento linguístico.
III – A tirinha faz referência ao acordo ortográfico, que aboliu os acentos e flexibilizou a escrita de
algumas palavras.
A) I e IV.
B) II e IV.
C) II e III.
D) I, II e IV.
E) I e III.
118
GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA
I – Afirmativa correta.
Justificativa: o tio desiste de pedir ajuda ao sobrinho após ter contato com a forma como ele escreve,
com um registro próprio das redes sociais.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: as variações diatópicas referem-se ao local onde o falante vive, ou seja, estão ligadas
a questões geográficas.
Justificativa: o acordo ortográfico não aboliu todos os acentos nem flexibilizou a escrita de palavras.
IV – Afirmativa correta.
Figura 26
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
119
Unidade III
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
I – A tirinha e o poema têm como objetivo valorizar a gramática e apontar que o brasileiro comum
não domina as regras da norma culta.
A) I, II e III.
B) I e II, apenas.
C) II e III, apenas.
D) III, apenas.
E) II, apenas.
Análise da questão
O poema valoriza a coloquialidade, e não a gramática. Nenhum dos textos têm a intenção de criticar
o conhecimento linguístico do brasileiro comum. Na tirinha, aponta-se o uso dos pronomes pessoais do
caso reto e do caso oblíquo. No caso de objeto direto, a gramática normativa indica o uso do pronome
oblíquo “os”, e não do pronome reto “eles”. Assim, deveria ser “arrasá-los”. No poema, privilegia-se a
utilização da próclise, mais natural no falar do Brasil.
120
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 2
Figura 4
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2003. p. 24.
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
121
Figura 14
Figura 15
Figura 18
Figura 21
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 1, p. 47.
Figura 22
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 1, p. 65.
Figura 23
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. v. 1, p. 72.
Figura 24
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. v. 1, p. 31.
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122
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127
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000