UFCD 10661

Técnicas de
manipulação de
formas animadas
50h
Ana Sofia Lopes
Objetivos
a) Reconhecer os diferentes tipos de objetos animados.
b) Caracterizar o conceito de objeto animado.
c) Caracterizar as noções de espaço e de tempo.
d) Aplicar as técnicas de construção de bonecos, silhuetas e
máscaras.
e) Conceber situações de animação através das técnicas de
manipulação.
f) Planificar e desenvolver técnicas de animação com recurso à
linguagem plástica

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Conteúdos programáticos
1) Objeto animado - conceito 5) Corpo em movimento no espaço
• Objetos que vivem • Cinetismo e quinestesias
• Fantoches e as marionetas • Adaptação corporal no espaço
• Adaptação visual ao espaço
2) Teatro de sombras • Adaptação motora ao espaço
• Corpo negativo • Orientação no espaço
• Objetos em contra-luz • Representação mental do espaço
• Da vela ao projetor
• Histórias mágicas 6) Corpo em movimento no tempo
• Adaptação corporal ao tempo
3) Máscara • Adaptação auditiva ao tempo
•Identidade e disfarce • Adaptação motora ao tempo
•Máscara que se faz e que se • Representação mental do tempo
usa
•Jogos de máscaras 6) Ações corporais
• Ações e dinâmicas
4) Noções de espaço e tempo

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OBJETO ANIMADO
Fantoches e marionetas

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ORIGEM
A origem das marionetas não é clara mas…

➢ Pré-História: Remonta à pré-História a primeira

representação humana articulada, criada pelo
homem. A figura tem no topo da cabeça um
pequeno buraco que permitiria a rotação da
mesma e os braços aparentavam poder subir e
descer
Construída a partir de marfim de mamute, com cerca
de 26.000 anos, terá sido encontrada enterrada ao
lado de um homem em Brno, atual República Checa.

Figura 1 – Marioneta pré-histórica

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ORIGEM
➢ No Egito: os antigos egípcios já faziam procissões com
falos gigantes movidos por cordas, havendo deuses
que mexiam a cabeça e os membros através de fios ou
varas;

➢ Na Índia, as marionetas eram usadas na cerimónia

religiosa há, pelo menos, 4000 anos. No teatro
sânscrito indiano, o protagonista chamava-se
Sutradhara, que significa «aquele que detém os fios»

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ORIGEM
➢ Na Grécia, julga-se que as marionetas remontam a
800 a.C. , embora existam testemunhos de ser prática
popular só por volta do séc.IV a.C. Eram manipuladas
com fios: a palavra grega para marioneta é
neurospastos e neuron, que significa fio ou corda. Mas
já nessa altura, pelos simpósios, ruas, reuniões
festivas e colóquios filosóficos, podíamos ver
“momos” ou mimos que através de bonecos ou
Daidalas (como eram chamadas), faziam pequenas
representações que figuravam a vida sagrada dos
deuses
Figura 2 – Daidalas
figuras em terracota, articuladas, com
30cm de altura e com vara vertical na
cabeça.
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ORIGEM
➢ Idade Média: as representações com
marionetas mantinham o seu carácter
divino, embora já não baseadas nos deuses
do Olimpo mas sim nos textos sagrados da
Bíblia, sobretudo do Novo Testamento.
Seriam assim ilustradas as mais variadas
histórias bíblicas e apresentadas dentro dos
locais de culto.

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ORIGEM
➢ Século XII: partindo do século XII até ao
Renascimento, os Poemas Épicos das Canções de
Gesta, a Comédia Latina de Terêncio e Plauto e
também os Romances Nascentes, como o de
Alexandre Magno da Macedónia, passam a ser
adaptados ao teatro de marionetas.

Utilizando maioritariamente marionetas de luva, as batalhas

épicas eram, nestas adaptações, reduzidas a simples duelos.
Cruzavam-se também nestas encenações, outras artes da Espectáculo de rua,
representação, como os números de jograis ou bobos, mágicos Lisboa, século XVIII

e acrobatas.

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 ORIGEM
➢ No século XVI: aparece em Itália, mais precisamente em
Nápoles, uma nova personagem fixa, já muito marcada na
Commedia Dell’arte: a Pulcinella. Este Burattino italiano
(ou fantoche) transforma-se agora numa figura disforme,
nariguda e corcunda, por força do seu tom satírico e
cómico.

• Passou a ser chamado de Polichinelle, como ainda é conhecido nos dias

de hoje.
• A Alemanha viria a ser também o destino de muitos artistas e dos seus
teatros ambulantes. Levavam consigo as adaptações de peças do Teatro
Isabelino*, que teriam sido adaptadas e reaproveitada

Teatro Isabelino (1558-1625) – refere-se às obras dramáticas escritas e interpretadas

durante o reinado de Isabel I de Inglaterra; Associado tradicionalmente a William
Shakespeare.

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CONCEITO
O que é uma marioneta?

ma·ri·o·ne·ta |é| ou |ê|

(francês marionette)
nome feminino
1. Boneco manipulável, geralmente através de
cordéis e engonços ou através da mão introduzida
numa espécie de luva que constitui o corpo do
boneco.

Fonte: "marioneta", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021,

https://dicionario.priberam.org/marioneta [consultado em 01-03-2021].

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CONCEITO
✓ O teatro de marionetas é uma forma de arte que
congrega diversas formas de expressão.

✓ A marioneta pode e deve ser olhada como um

produto cultural, fruto de vivências específicas
de cada comunidade.

✓ Por essa razão, esta forma de expressão permite

uma ligação a todas as áreas da comunicação.

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Apontamos aqui algumas hipóteses que podem ser exploradas…

Artes visuais: através da construção de marionetas, bonecos

animados em diversos matérias, de forma mais realista ou
abstrata.

Expressão corporal: a manipulação de uma marioneta exige

concentração, trabalho de grupo e destreza, conforme o tipo de
marioneta a ser utilizada.

Expressão dramática: ao dar vida a uma marioneta, o corpo do

manipulador torna-se ele próprio um veículo de expressão,
através dos gestos e da voz emprestados ao boneco.

Expressão oral: as marionetas precisam de vozes claras e

altas, de forma a podem passar a sua mensagem. Cada
sentimento tem também uma forma específica de expressão.
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Expressão escrita: construção de personagens e
escrita de uma peça teatral.

História e Geografia: cada marioneta está relacionada

com a cultura da qual é proveniente, tanto nos
materiais utilizados para a sua construção, como no
tipo de performance e histórias que veicula.

Filosofia: a exploração das diferentes proveniências da

marioneta permite o contacto com filosofia oriental
ajudando a refletir sobre a diversidade no mundo.

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MATERIAIS E TÉCNICAS
Existem inúmeras técnicas e materiais para
construir marionetas, podendo ser misturados
ou usados de maneira particular por
determinado artista.

As marionetas podem ser

classificadas em quatro tipos
básicos.

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1) Marioneta de luva
• Vulgarmente conhecida como fantoche, tem as
mãos e a cabeça em madeira ou pasta de papel e o
corpo em tecido.

• É manipulada diretamente pela mão

• O marionetista esconde-se por detrás de um

biombo ou torre, que normalmente tem a boca de
cena decorada.

• É um género bastante popular, especialmente

junto da população mais jovem

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2) Marioneta de vara ou arame

• É manipulada através de uma vara de

madeira ou arame que atravessa o corpo do
boneco até à mão do marionetista. Outras
varas podem ser utilizadas para as mãos;

• Manipulada por baixo da cena, os materiais

em que é contruída variam consoante o tipo
de expressividade pretendida, podendo ser
operada por mais de um manipulador

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3) Marioneta de fios

• Feita normalmente em madeira, pode ser

completamente articulada, assim leve maior
quantidade de fios.

• Os fios são comandados através de uma

cruzeta, ligados às articulações ou a outros
órgãos (boca, olhos), permitindo uma
manipulação bastante complexa e que, por
vezes, se aproxima bastante dos movimentos
humanos.

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4) Marioneta de sombras

• São figuras planas recortadas em cartão,

tecido ou materiais translúcidos como o
acetato, podendo ser coloridas.

• Funcionam contra uma tela branca iluminada.

• São manipuladas por detrás da tela com

arames, varas de madeira ou fios.

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BIBLIOGRAFIA E SITOGRAFIA

• https://marionetasdoporto.pt/da-paz-de-aristofanes-ao-seculo-xxi-investigacao/
• https://www.pinterest.co.uk/pin/520165825687944407/ - marioneta da Idade Média
• https://casadosbonecos.wordpress.com/2014/10/09/mas-quem-e-polichinelo/ - Marioneta
Polcinello (italiana)
• http://docplayer.com.br/7370215-Visita-ao-museu-da-marioneta-dossier-do-professor.html

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