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Manual - UFCD 10661

O documento discute técnicas de manipulação de objetos animados, incluindo fantoches, marionetes, teatro de sombras e máscaras. Ele explica como cada um é manipulado e histórico, além de discutir noções de espaço e tempo na aprendizagem das crianças.

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Manual - UFCD 10661

O documento discute técnicas de manipulação de objetos animados, incluindo fantoches, marionetes, teatro de sombras e máscaras. Ele explica como cada um é manipulado e histórico, além de discutir noções de espaço e tempo na aprendizagem das crianças.

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CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VILA NOVA DE GAIA

EFA NS Técnico de Ação Educativa

UFCD 10661 - Técnicas de Manipulação de


formas animadas

OBJETO ANIMADO

Podemos interpretar a natureza dos objetos como animados e


inanimados. O objeto animado exprime uma ou mais ações, ganham vida
pela ação humana - ou seja, é a manipulação direta que os modifica.
O relógio de cuco é exemplo de um desses objetos com movimento. O
sistema desenhado para este relógio torna possível a abertura de uma
pequena porta, por onde surge o cuco a cantar a horas certas.

FANTOCHES/MARIONETAS

Fantoche, marionete ou marioneta, tem origem no termo marionete


(sinónimo de “títere”) que na língua francesa significa boneco movido por meio de cordéis manipulados por
uma pessoa. É uma forma de entretenimento para adultos e crianças.
Fantoche é animado por uma pessoa que coloca sua mão dentro do boneco e dessa forma produz os seus
movimentos. O dedo indicador sustenta a cabeça do fantoche, enquanto que o polegar e o anelar
suportam e movem os braços (por isso também é designado por marioneta de luva). Pode ser fabricado em
tecido (trapos), madeira ou qualquer outro material. Marioneta entende-se como marioneta-de-fios, isto é,
o boneco é articulado/manipulado através de fios, cordéis ou materiais similares.
A história dos fantoches, igualmente conhecidos como marionetas, remonta à Grécia Antiga.
Os Romanos também utilizaram os fantoches como forma de diversão.

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O fantoche recebe muitos nomes dependendo do país: Roberto em Portugal,


Cristóbal em Espanha, Petruchka na Rússia, Pulcinella em Itália, etc.
É importante que quem manipula o fantoche se consiga esconder e deixe unicamente o
boneco à vista do público. Assim, cria-se a ilusão de que o fantoche tem vida própria e que se move
sem nenhum guia.
Marionetista: pessoa que manipula os fantoches e as marionetas.
Trata-se de uma verdadeira arte que requer muita prática para o domínio perfeito do boneco. Os
fantoches mais avançados estão em condições de mover diferentes partes do corpo e do rosto de
maneira independente, pelo que o artista deve ter uma excelente coordenação dos seus movimentos.
O fantoche é um instrumento precioso da pedagogia moderna favorecendo o
desenvolvimento de aprendizagens fundamentais: coordenação óculo-manual
(visão acompanha os gestos da mão), capacidade de observação,
concentração, imaginação, expressão oral e o autodomínio.
O teatro de fantoches é a modalidade de representação que utiliza um recurso
plástico: o boneco. O boneco é o primeiro, o mais fiel amigo e confidente da
criança, que nele descarrega as suas frustrações e sobre ele projeta um
diálogo íntimo, fazendo-o participante das suas tensões e da sua violência,
assim como da sua ternura. Tudo o que
diz e faz o boneco nas mãos da criança é expressão da personalidade desta última.
São muitos os tipos de fantoches existentes – luva, mão, vara, fio, mecânico, etc. No entanto, na
atividade escolar são utilizados, geralmente, dois: o fantoche de luva e a marioneta – fio.

TEATRO DE SOMBRAS

O teatro de sombras é uma arte milenar do oriente


(China) e conseguiu encantar encenadores do
mundo inteiro.
É uma linguagem que integra o campo do teatro de
animação.
A sua técnica é relativamente simples: através de uma
tela branca ou uma parede onde um foco de luz se

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acende, sombras de silhuetas de figuras humanas, animais, ou objetos, recortadas em papel,


são projetadas em conjunto, ou isoladas, remetendo-nos a um mundo particular, poético e
mágico de histórias, do faz de conta…

PANORAMA HISTÓRICO

Na sua trajetória histórica, o teatro de sombras assumiu diversas características de acordo com a
cultura da região em que foi produzido. Já na Pré-História os homens encantavam-se com as suas
sombras movendo-se nas paredes das cavernas.

Teatro de sombras com crianças - é necessário ter em conta os seguintes elementos: o


retroprojetor, as silhuetas e o ecrã (pano branco/lençol branco bem esticado).

As silhuetas podem ser feitas com diversos materiais, desde que sejam opacos:
a) O próprio corpo – as crianças devem colocar-se de perfil, pois os contornos têm maior evidência.
Devem atuar lentamente e manter os gestos. Se fazem movimentos rápidos, os espetadores não
compreendem o que estão a fazer.
b) Silhuetas confecionadas – recortar figuras em cartolina ou cartão forte e colar com fita adesiva,
por trás da silhueta, arame fino, paus de espetada. Para não se arranhar, pode-se forrar com lã
ou cordel, a ponta da vareta ou do pau.
c) Pequenos objetos do quotidiano, também nos permitem criar imagens bastantes nítidas –
colocar o objeto diretamente sobre o tabuleiro do retroprojetor.

Através de figuras recortadas ou o próprio corpo projetado, ou ainda através de pequenos


objetos, o teatro de sombras exige gestos precisos, calmos e interligados.

MÁSCARAS

As máscaras construídas com qualquer tipo de materiais, têm sido utilizadas em todas as
sociedades: podem ocultar o rosto e, por vezes, todo o corpo. Das funções rituais da Antiguidade,
Extremo Oriente, Egipto, Grécia, Roma, etc.), às utilizações lúdicas atuais (carnaval, festas

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orientais), as máscaras cumpriam e cumprem as funções de transformar, esconder e assustar.


Existem sob duas formas: as máscaras de cara tapada (máscara de carnaval, chinesa, etc) e as
máscaras sem cara tapada (a maquilhagem).
A maquilhagem é descoberta pela criança, geralmente a seguir à utilização da máscara
tradicional. Ela aparece ligada a um jogo mais elaborado, a um espetáculo, o que não impede
que ela possa ser usada na sequência de situações espontâneas, experienciadas pelas
crianças nos jogos dramáticos.
As máscaras de cara tapada podem ser planas ou em volume e, quanto à dimensão, podem
apresentar-se nas formas de mascarilha ou meia-máscara e de máscara de cobertura integral.

CONCLUSÃO

Escondidas atrás de um lençol, de um biombo ou de uma máscara, as crianças mais tímidas revelam
aspetos particulares da sua personalidade e adquirem um à vontade e coragem muito
especiais.
Dando voz a um fantoche, movimentando-se atrás de um lençol ou escondendo-se atrás de uma
máscara, a criança projeta a sua personalidade através desses recursos. Por este motivo se chama
a estas formas de comunicação da expressão dramática jogos dramáticos projetivos.
Os jogos dramáticos projetivos acentuam diferentemente os instrumentos da expressão dramática
– o corpo e a voz. Se no jogo dramático com fantoches a dominante é colocada na oralidade, no
jogo dramático de sombras ou de máscaras é o corpo que fala.

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NOÇÕES DE ESPAÇO E DE TEMPO


INTRODUÇÃO

As noções espácio-temporais são essenciais na construção da aprendizagem das crianças.


São desenvolvidas a partir da realidade concreta e próxima das crianças, pois, elas não têm
condições de compreender imediatamente os conceitos de espaço e tempo, já que esses são
conceitos abstratos e de difícil apreensão - ninguém vê o tempo ou espaço, mas sim os objetos, as
pessoas. No entanto, nas nossas ações com esses objetos estruturam-se noções que representam
ações que se relacionam a uma ordem, uma regularidade de acontecimentos, os quais vão
formando uma ideia de tempo.

*correr mais = (tempo +longo/espaço=trajetória maior); correr menos =(tempo +curto/espaço =


trajetória menor)
*chegar antes = (tempo curto=rápido); chegar depois = (tempo longo=lento)

A estruturação espácio-temporal é uma habilidade importante para uma adaptação


favorável da criança, pois permite-lhe não só́ movimentar-se e reconhecer-se no espaço, mas
também desencadear e dar sequência aos seus gestos, localizar as partes do seu corpo e situá-las
no espaço, coordenar a sua temporalidade e organizar a sua vida quotidiana, sendo importantíssima
no processo de adaptação do indivíduo ao meio, uma vez que tudo ocupa um determinado lugar no
espaço e num dado momento.
Todas as alterações e adaptações que ocorrem no meio ambiente e nos indivíduos, passam,
antes de tudo, pela adaptação ao tempo e ao espaço.

O corpo em movimento no espaço


Chamamos “espaço” ao lugar onde se situam os objetos e ao ponto físico de referência da
atividade humana.
A estruturação espacial não é inata, adquire-se através da superação de uma série
de etapas que terminarão numa conceção espacial adulta (aproximadamente pelos doze anos
de idade).

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Desenvolvimento da estruturação espacial:

• 0 - 4 meses: a criança apresenta uma dimensão espacial rudimentar, constituída por espaços

independentes (espaço oral, manual, visual, etc.), sem que esta tenha ainda a perceção de um
espaço único;

• 4 - 18 meses: os diferentes espaços fundem-se, dando lugar ao espaço global, e a uma maior

diferenciação entre o eu corporal e o mundo exterior (os primeiros meses de vida são
essenciais para o processo de delimitação corporal); por volta do primeiro ano e com o
domínio da posição bípede, o espaço passa a ter planos, surgindo a distinção entre o que se
passa junto ao solo e o que é possível fazer na posição de pé.

• 24 meses: o conhecimento progressivo do corpo e a sua representação mental (esquema

corporal) , permite que o corpo seja ele próprio espacializado (surgem as noções de parte da
frente e parte de trás do corpo e, um pouco mais tarde, as noções de metade direita e
esquerda do corpo; logo que aprende a andar, a criança parece tão encantada com sua nova
capacidade que se diverte em locomover-se de um lado para outro, sem uma finalidade
específica. A grande independência que andar propicia na exploração do espaço e é
acompanhada por uma maior disponibilidade das mãos: a criança mexe em tudo, explora,
pesquisa.

• 3-5/6 anos: a consciencialização do espaço evolui para a transposição das noções com base

nas referências do corpo para o espaço exterior ao corpo, correspondendo à capacidade de


orientação espacial. Constata-se uma progressiva precisão nos gestos, atos que exigem
coordenação de vários segmentos motores e o ajuste a objetos específicos, como recortar,
colar, encaixar pequenas peças, sofisticam-se.
Assim, durante a primeira infância, existem essencialmente dois tipos de espaço:
- Espaço prático: ligado à ação real, manipulado pela criança e de forma percetiva (visão ou
audição de um objeto ou som exteriores), mediante observações concretas;
- Espaço figurativo: ligado à capacidade de representar mentalmente o espaço e a
possibilidade de o simbolizar.

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Etapas da estruturação espacial


• Conhecimento das noções espaciais básicas:

→ acima – abaixo

→ frente – trás

→ esquerda – direita

→ a um e a outro

→ próximo - afastado

• Espacialidade geral
→ espaço interno

→ espaço externo

• Localização e orientação espacial


→ em relação consigo próprio

→ com um ponto de referência externa

→ com dois pontos de referência externa

• Ordenação espacial

→ baseia-se no raciocínio

→ identificar e descrever a ordenação espacial de objetos situados à sua volta

(exemplo: num exercício de progressão de grandezas de diferentes círculos, deve imaginar


os elementos que faltam para que a progressão seja harmoniosa e completa. Para tal, a
criança deverá primeiro compreender que “o que é o mesmo” é a figura redonda, que “o
que muda” é o tamanho, portando que falta uma figura redonda de determinado tamanho).

Os campos de trabalho da organização espacial são, basicamente quatro:


1. O próprio corpo da criança que potencia obviamente o esquema corporal.
2. O espaço exterior à própria criança (sala, meio ambiente, etc.), o que facilita a rotura com o
egocentrismo próprio desta idade.

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3. O espaço de manipulação próximo (material didático).


4. O espaço gráfico (trabalho em superfícies planas).

Os principais tipos de exercícios empregues para desenvolver estes quatro campos são:
- exercícios sobre distâncias, trajetos e itinerários;
- exercícios de situação face aos objetos;

- exercícios de ritmo com o próprio corpo;


- exercícios de orientação;
- exercícios de reconhecimento espacial.
Em suma, o desenvolvimento da noção de espaço passa por níveis próprios na evolução geral da
criança, passando do:
a) vivido;

b) percebido;
c) concebido.
Vivência do espaço:
O espaço físico é vivenciado através do movimento e da deslocação da criança, onde ela vive,
experimenta e conhece. As idas ao supermercado, trajeto casa-escola ou as brincadeiras no recreio,
no jardim de casa e vizinhanças. A criança percorre, delimita e organiza-o segundo os seus
interesses e experiências.

Perceção do espaço:
O espaço passa a ser percebido quando não precisa mais ser experimentado fisicamente, quando,
por exemplo, a criança lembrar do trajeto Escola-Casa ou quando ao observar uma foto, for capaz
de distinguir as distâncias e localizar os objetos. É o momento em que a análise do espaço passa a
ser feita pela observação.

Conceção do Espaço:
É a etapa em que a criança começa a estabelecer relações espaciais entre elementos apenas através
da sua representação, por exemplo, quando adquire a capacidade de raciocinar sobre uma área
retratada num mapa.

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UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO:

Atividades para explorar e exercitar os movimentos do corpo, o seu ritmo e a sua agilidade no
espaço:
Andar:

• livremente, batendo palmas.

• para frente.

• de costas.

• com as mãos na cabeça ou na cintura.

• na ponta dos pés.

• sobre diferentes tipos de linha traçados no chão: reta, curva, etc.

• seguindo o contorno de figuras geométricas traçadas no chão com giz (quadrado, triângulo,
círculo).

• com as pernas abertas, sobre uma corda esticada no chão.

• procurando seguir determinado ritmo, que poderá variar do mais lento ao mais rápido
(utilizar recursos como palmas, batidas de mãos, …, para marcar o ritmo).
• aos pares ou trios, de mãos dadas, seguindo um estímulo auditivo (uma música, por
exemplo); cessando o estímulo, as duplas ou trios param. Repetir várias vezes.

Correr:

• com as mãos na cintura ou na cabeça.

• rolando uma bola.

• num pé só.

• e parar bruscamente, a um sinal combinado.

• seguindo um ritmo marcado por um instrumento de percussão (tamborim, clavas, …),


palmas, etc.
• sobre uma linha traçada no chão.

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• sobre formas desenhadas no chão com giz (círculos, etc).

• desviando-se de obstáculos colocados no chão.

• em duplas de mãos dadas com o colega.

• ao lado do colega, sem lhe dar as mãos.

• atrás do colega, sem o tocar.

• em duplas ou trios, um atrás do outro, segurando no ombro do colega que está à sua frente.

• Corrida dos patos: correr de cócoras, com as mãos sobre o joelho e os braços fletidos.

• Corrida de gigantes: correr na ponta dos pés, com os braços levantados.

• Corrida do pé à frente: colocar um pé à frente do outro, o mais depressa possível.

• Corrida do transporte: correr em duplas, segurando o mesmo objeto (um banco, um balde,
uma cadeira).

Levantar (o corpo, partes do corpo ou objetos)

• Deitados ou sentados, a um sinal combinado, levantar o corpo do chão ou da cadeira.

• Elevar os braços pelos lados (como se fossem asas), levantando-os e baixando-os.

• Deitados de costas, com pernas e braços estendidos, elevar os braços, movimentando-os


para trás, para a frente, para um lado e para outro.
• De costas para uma mesa, braços para trás, tentar apanhar um objeto que se encontre sobre
ela. Levantá-lo, atrás do corpo, até à altura permitida pela mobilidade de seu braço; voltar a
colocá-lo em cima da mesa.
Observação: o objeto deve ser inquebrável e flexível, de maneira a facilitar sua apreensão,
como, por exemplo, objetos de espuma ou bonecas de pano.

A - Descoberta das possibilidades expressivas do espaço corporal:


Trata-se de atuar motivando a criança para que tente criar movimento expressivo,
explorando o espaço ocupado pelo volume do seu corpo e pelo espaço circundante mais próximo.

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Exemplos de atividades:
- “Tornar-se”: pesado, leve, liberto, direito, redondo, ondulante, grande, pequeno, etc.
- Execução de várias ordens sucessivas: tocar no nariz, elevar o joelho esquerdo, levar a mão
direita à orelha esquerda, etc.
- Limpar um espelho imaginário.
- Escrever no ar.

- Pintar uma parede imaginária.


- Construir um caixote imaginário, pregando-o, aparafusando-o, pintando-o.
- Imaginar-se dentro de uma esfera, “sentindo-a” com as mãos, sem mover os pés.

- Encolher-se e estender-se o mais possível.


- Andar, correr, saltar, rodar: para a direita, para a esquerda, para trás, subindo, descendo,
etc.
- Movimentar-se ou dançar com: uma corda, uma fita, um pau, etc.
Com outro ou em grupo:
- Movimentação de atração ou repulsão, em relação a um dado ponto do corpo de um
colega, com um dado ponto do próprio corpo (estes pontos ora se tocam, ora se afastam):
mão, pé, joelho, queixo, etc.
- Movimentação “colado” a outro: costas com costas, lado com lado, peito com peito, etc.
- Movimentação “agarrando-se sem se tocarem”: dançando, puxando, lutando, etc.

B – Utilização do espaço circundante:

Exploração, para criação de movimento, de todo o espaço circundante, evoluindo nele.


A expressão será dada pelo corpo – movimento – espaço, procurando-se obter expressão
não só das formas que o corpo tomar para percorrer o espaço, mas também da natureza das
deslocações e da área que se utiliza na movimentação (por exemplo, para se exprimir tristeza,
poder-se-á andar cabisbaixo, lentamente, num percurso em linha reta; enquanto que para alegria, o
movimento poderá ser com extensões sucessivas do corpo, aos saltos, em círculos, percorrendo
rapidamente grande porção de espaço).

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Exemplos de atividades:
- Andar, correr, saltar, rodar; criando formas expressivas, subordinadas ao tipo de
deslocação no espaço:
. para a frente e para trás, para a direita e para a esquerda, etc.
. paralelamente ou perpendicularmente a uma parede ou objeto.
. em círculo, aos SS.

. imitando um carrossel.
- Deslocações evitando obstáculos; pelo meio dos outros, também em movimento; com os
braços abertos; com as pernas afastadas; etc.
- Subir a árvores imaginárias.
- Deixar-se cair, planando como uma folha de papel.

- Encher-se e vazar-se como um balão; encher-se como um balão e “voar” pelos ares.
- Imitar: coisas (autómatos, máquinas, viaturas); animais (elefantes, insetos, aves); pessoas
(bailarinas, palhaços, atletas).
-Rebolar no solo, mudando de sentido sempre que estiver prestes a tocar em algo ou outro.

Com outro ou em grupo:


- O balão (um é “atirado” ou “soprado” “pelo ar” pelo outro).
- O hipnotizador (comandar o outro com gestos).
- Máquinas.

O corpo em movimento no tempo


O processo de construção da noção de tempo desenvolve-se na medida em que a criança
percebe que alguns fenómenos são alheios à nossa vontade e têm ritmos próprios. É na interação
com os adultos ou com as outras crianças, que os pequenos passam a refletir sobre esses factos,
fenómenos naturais ou situações sociais observadas, para então elaborar ideias sobre eles.

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A estruturação temporal é a capacidade de se situar em função …


→ da sucessão dos acontecimentos: antes, após, durante;

→ da duração dos intervalos:

- noções de tempo longo, de tempos curto (uma hora, um minuto);


- noções de ritmo regular, de ritmo irregular (aceleração, abrandamento);
- noções de cadência rápida, de cadência lenta (diferença entre a corrida e o andar);
→ da renovação cíclica de certos períodos (dias da semana, meses, estações, …);

→ do carácter irreversível do tempo: “Já passou…não se pode revivê-lo”, “tu tens cinco
anos…estás a caminho dos seis…os quatro já passaram!”; noção de envelhecimento (plantas,
pessoas, animais).
As noções temporais, pelo seu carácter abstrato, são de difícil compreensão e aquisição pelas
crianças. Durante os períodos sensório-motor(a) e pré-operatório(b) do desenvolvimento da
inteligência (formulados por Piaget), entre os 0-2 anos e os 2-7anos, respetivamente, não se dá na
criança uma ordenação temporal coordenada objetivamente; este objetivo só é conseguido entre
os 7 e os 12 anos.
(a) Durante este período a criança coordena as sensações vividas juntamente com comportamentos motores
simples, juntando o sensorial a uma coordenação motora primária. Há uma interdependência em perceber o
mundo e atuar nesse mundo.
(b) Nesta fase surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação -
função simbólica. A criança já não depende unicamente das sensações, dos movimentos, mas já distingue um
significador (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado. A criança
é egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue colocar-se, abstratamente, no lugar do outro, não
aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação.

Existem dois tipos de tempo:


✓ tempo subjetivo - criado por cada um de nós, varia conforme as pessoas e a atividade do
momento (um momento de prazer parece passar mais depressa do que um momento de
aborrecimento);
✓ tempo objetivo - tempo matemático, sempre idêntico (uma hora dura sempre sessenta
minutos).

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As crianças “vivem” no tempo subjetivo e só por volta dos quatro/cinco anos conseguem
começar a situar os acontecimentos segundo uma ordem de antes-depois.
A noção de tempo objetivo poderá ser desenvolvida na criança através de pontos de
referência tais como:
- horas das refeições;
- dias de atividades especiais;
- atividades próprias das estações (ir à praia, magusto, etc …).
Os exercícios sobre a noção de temporalidade devem estruturar acontecimentos em função
da duração, sucessão, simultaneidade, velocidade e ritmo do que se passar à volta. Estes
exercícios, inseridos na atividade quotidiana, deverão referir-se a:

- exercícios de duração por comparação;


- exercícios de sucessão e de séries temporais;
- exercícios rítmicos gerais (perceção e reprodução);
- exercícios de sequência temporal;
- exercícios sobre noções temporais básicas.

Exemplos de exercícios (ações simples e complexas)

RELAÇÕES ESPAÇO-TEMPO

1. Estabelecer as relações espácio-temporais e aplicar as noções básicas de velocidade,


duração e cadência regular.

Velocidade
Situação de aprendizagem
Traçar no chão 5 linhas de 5m de comprimento, com uma separação entre si de 1m, aproximadamente
(fig.1).
5m

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1m

Fig.1

Dividir as crianças em 5 grupos e coloca-las em fila, sentadas num extremo da linha.

Desenvolvimento
Atividade 1: “Carruagens”
Colocadas as crianças junto das linhas – as carruagens – à indicação do adulto, as que estão em 1.º lugar
da fila, diante da linha, ir-se-ão arrastando, sentadas, até ao final da mesma e, sem dar a volta, voltam a
percorrer a linha a toda a velocidade, mas de marcha atrás.
Quando chocarem com os pés do companheiro seguinte, abandonarão rapidamente a linha e os outros
percorrerão a linha da mesma forma.

Atividades complementares

• Realizar o jogo saltando, correndo, andando de joelhos, de cócoras, etc…


• Estabelecer para a atividade um tempo máximo e mínimo.
• Efetuar os trajetos transportando objetos, realizando imitações, cantando, etc…

Referências Bibliográficas
- Vários autores, “Jogos de música e ce expressão corporal”, Abril 2002, Fnac, Portugal;
- Expressão corporal – Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=zjeODQN_wzA
- Almeida Tiago, Bonecos no Brasil (https://formasanimadas.wordpress.com/teatro-de-
bonecos/tecnicas-de-manipulacao/);
- Mendes Anabela; Menau João, As “formas animadas e a criatividade” – Instituto Politécnico de
Lisboa – Escola Superior de Educação de Lisboa;
- BRECHT, BERTOLD, Estudos Sobre Teatro. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978
- CIVITA, VICTOR, Teatro Vivo, Introdução e História. – São Paulo: Abril Cultural, 1976
- MIRALLES, ALBERTO, Novos Rumos de Teatro. – Rio de Janeiro: Salvat Editora, 1979

• Ana Sofia Lopes

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