Produto 6 - Produto Final: Revisão Final - Junho de 2016
Produto 6 - Produto Final: Revisão Final - Junho de 2016
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................17
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO E BACIAS
HIDROGRÁFICAS NO CENÁRIO ESTADUAL ............................................................18
1.1. A POLÍTICA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO .................................19
1.2. AS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO IGUAÇU E LITORÂNEA ................19
1.2.1. Bacia Iguaçu ...........................................................................................19
1.2.2. Bacia Litorânea .......................................................................................20
1.3. OS COMITÊS DAS BACIAS HIDROGRÁFICA DOS RIOS IGUAÇU E
LITORÂNEA ..............................................................................................................20
1.3.1. Comitê da Bacia Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira .......................20
1.3.2. Comitê da Bacia Litorânea ......................................................................21
2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO ......................................................22
2.1. INSERÇÃO DO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA NO CONTEXTO
REGIONAL................................................................................................................22
2.2. ASPECTOS FÍSICOS ....................................................................................25
2.2.1. Geologia ..................................................................................................25
2.2.2. Solos .......................................................................................................28
2.2.3. Topografia ...............................................................................................29
2.2.4. Clima .......................................................................................................33
2.2.5. Pluviosidade ............................................................................................35
2.2.6. Áreas de Preservação Permanente (APP) .............................................35
2.2.7. Áreas de Proteção Ambiental (APA) .......................................................36
2.2.8. Unidades Territoriais de Planejamento (UTP) ........................................37
2.2.9. Hidrografia Superficial .............................................................................41
2.2.10. Meio Biótico (Fauna e Flora) ...............................................................44
2.3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ..............................................................45
2.3.1. Demografia..............................................................................................45
2.3.2. Áreas de Interesse Social .......................................................................52
2.3.3. Desenvolvimento Humano e Taxa de Pobreza.......................................53
2.3.4. Educação ................................................................................................56
2.3.5. Atividades e Vocações Econômicas .......................................................59
2.4. ASPECTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS ..................................................61
2.5. ASPECTOS JURÍDICO-INSTITUCIONAIS ....................................................63
2.5.1. Aspectos Gerais de Ordem Constitucional, Institucional e Jurídico-
Legal Relacionados com os Municípios Brasileiros e Suas Competências ..........64
2.5.2. Efetivação Constitucional e Institucional, Operacional e Gerencial
de Região Metropolitana no Brasil ........................................................................67
2.5.3. Os Serviços Públicos de Abastecimento de Água e de
Esgotamento Sanitário e o Instituto Das Águas do Paraná –
AGUASPARANA ...................................................................................................70
2.5.4. Dos Princípios Regentes do Planejamento do Saneamento Básico
Brasileiro................................................................................................................70
2.5.5. Exame da Lei Federal nº 11.445/2007 e Suas Repercussões em
Nível de Planejamento e Gestão Municipal...........................................................75
2.5.6. Exame e Comentários Sobre a Legislação Básica do Município de
Piraquara Conducente à Prestação dos Serviços Públicos de Saneamento
Básico 76
1
2.5.7. Visão Sintética e Contextual dos Aspectos Institucionais, Jurídico-
Legais e Situacionais de Piraquara .......................................................................78
3. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO LOCAL DO SANEAMENTO ...............................80
3.1. ESTUDO DEMOGRÁFICO ............................................................................80
3.1.1. Metodologia.............................................................................................80
3.1.2. Evolução da População ..........................................................................81
3.2. ESTUDO DAS DEMANDAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA 84
3.3. ESTUDO DAS CONTRIBUIÇÕES DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO
SANITÁRIO ...............................................................................................................90
3.4. DIAGNÓSTICO DO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
POTÁVEL..................................................................................................................94
3.4.1. Sistemas Produtores de Água ................................................................94
3.4.2. Descrição e Diagnóstico dos Sistemas de Abastecimento de Água .....102
3.5. DIAGNÓSTICO DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .............125
3.5.1. Sistema Integrado da ETE Atuba Sul ...................................................126
3.5.2. Descrição e Diagnóstico do Sistema de Esgotamento Sanitário ..........127
3.6. DIAGNÓSTICO DA DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS
PLUVIAIS ................................................................................................................158
3.6.1. A Urbanização e o Aumento da Vazão e Velocidade das Águas .........158
3.6.2. Uso e Ocupação do Solo ......................................................................159
3.6.3. A Qualidade das Águas ........................................................................160
3.6.4. A Concepção dos Projetos de Drenagem Urbana ................................162
3.6.5. A Micro e a Macrodrenagem .................................................................162
3.6.6. Principais Pontos de Alagamentos e Enchentes ..................................163
3.6.7. Áreas de Risco de Inundacões .............................................................195
3.6.8. Defesa Civil ...........................................................................................200
3.6.9. Projetos Municipais e Açoes Para Readequaçao na Drenagem
Urbana 202
3.6.10. Projetos e Programas Propostos Pelo Estado do Paraná Junto
Aos Municípios ....................................................................................................202
3.6.11. Ações do Estado do Paraná Para o Controle dos Alagamentos e
Enchentes 203
3.6.12. Os Princípios de Controle da Drenagem Urbana ..............................204
3.7. DIAGNÓSTICO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS ................................................................................................................205
3.7.1. Objetivos ...............................................................................................205
3.7.2. Aspectos Metodológicos .......................................................................205
3.7.3. Caracterização ......................................................................................206
3.7.4. Diagnóstico ...........................................................................................229
4. PROGNÓSTICO E ALTERNATIVAS PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO ..................................................................233
4.1. PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............233
4.1.1. Demandas de Água ..............................................................................234
4.1.2. Avaliação das Unidades Existentes Face às Demandas Futuras .........235
4.1.3. Demandas do Final do PMSB – 2035 ...................................................236
4.1.4. Intervenções Previstas no Sistema de Abastecimento de Água ...........236
4.1.5. Metas do Sistema de Abastecimento de Água .....................................239
4.2. PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............241
2
4.2.1. Vazões de Esgoto .................................................................................241
4.2.2. Avaliação das Unidades Existentes Face às Demandas Futuras .........242
4.2.3. Demandas de Final de Plano ................................................................242
4.2.4. Intervenções Previstas no Sistema de Esgotamento Sanitário ............242
4.2.5. Metas do Sistema de Esgotamento Sanitário .......................................245
4.3. OBJETIVOS E METAS DO PMSB - PIRAQUARA SÍNTESE DAS
PROPOSIÇÕES A SEREM FEITAS PELA CONCESSIONÁRIA ...........................251
4.3.1. Metas Específicas .................................................................................251
4.4. PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO
DE ÁGUAS PLUVIAIS ............................................................................................252
4.4.1. Contextualização Do Problema De Drenagem Urbana ........................252
4.4.2. Diretrizes Para o Controle de Escoamento ...........................................253
4.4.3. Impactos e Controle da Drenagem Urbana ..........................................263
4.4.4. Projeções e Cenários ............................................................................271
4.4.5. Metas do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas
Pluviais 273
4.5. PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................275
4.5.1. Contextualização do Problema dos Resíduos Sólidos Urbanos ...........275
4.5.2. Resíduos Sólidos Urbanos....................................................................276
4.5.3. Metas do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Sólidos 284
5. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS ..............286
5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................286
5.2. METODOLOGIA UTILIZADA NA ELABORAÇÃO DOS PROGRAMAS,
PROJETOS E AÇÕES ............................................................................................289
5.3. OBJETIVOS GERAIS...................................................................................290
5.4. IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA A SAÚDE HUMANA ...............................291
5.4.1. Efeitos Sobre a Saúde ..........................................................................292
5.4.2. Vigilância da Qualidade da Água Para Consumo Humano ..................292
5.4.3. Controle Social ......................................................................................297
5.4.4. Ações de Vigilância e Monitoramento da Qualidade da Água Para
Consumo Humano...............................................................................................297
5.4.5. Água e Saúde .......................................................................................298
5.5. PROGRAMAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................298
5.6. PROGRAMAS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...............304
5.7. PROGRAMA DE CRIAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS
AMBIENTAIS (SGRA) .............................................................................................307
5.7.1. Identificação dos Riscos Ambientais.....................................................307
5.7.2. Análise de Riscos Ambientais ...............................................................307
5.7.3. Avaliação de Riscos Ambientais ...........................................................307
5.7.4. Tratamento de Riscos Ambientais ........................................................307
5.7.5. Treinamento ..........................................................................................308
5.7.6. Monitoramento e Análise Crítica da Estrutura ......................................308
5.7.7. Auditoria Interna ....................................................................................308
5.7.8. Análise Crítica da Estrutura Para Melhoria Continua da Estrutura
de Gerenciamento de Riscos Ambientais ...........................................................308
5.7.9. Registros do Processo de Gestão de Riscos........................................308
5.7.10. Procedimentos de Comunicação Interna e Externa ..........................309
5.8. PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO HÍDRICA ................................................309
3
5.8.1. Objetivos ...............................................................................................309
5.8.2. Programa de Monitoramento da Qualidade de Águas dos Rios ...........311
5.8.3. Razões Para a Qualidade Ambiental e Resultados Esperados ............313
5.8.4. Proteção, Preservação e Recuperação das Nascentes .......................314
5.9. PROGRAMA DE AMPLIAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM E
CONTROLE DE INUNDAÇÕES .............................................................................318
5.9.1. Implantação de Elementos de Macrodrenagem ...................................318
5.9.2. Implantação de Elementos de Microdrenagem.....................................319
5.10. PROGRAMA DE OTIMIZAÇÃO E MELHORIAS DA OPERAÇÃO DO
SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ............321
5.10.1. Elaboração de Estudos Técnicos ......................................................321
5.10.2. Implantação de Sistema de Operação e Manutenção do Sistema
de Drenagem .......................................................................................................321
5.10.3. Implantação do Plano de Operação e Manutenção do Sistema
de Drenagem .......................................................................................................322
5.10.4. Implantação de Tecnologias Complementares ao Sistema de
Drenagem 322
5.11. PROGRAMA DE MONITORAMENTO, PREVISÃO E ALERTA ...............323
5.11.1. Implantação de Redes.......................................................................323
5.12. PROGRAMA DE MANUTENÇÃO E INCREMENTO DE
CAMPANHAS EDUCATIVAS .................................................................................324
5.13. PROGRAMA DE COLETA DE LIXO ELETRÔNICO ................................324
5.14. PROGRAMA DE COLETA DE RESÍDUOS VOLUMOSOS .....................325
5.15. PROGRAMA DE REDUÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS ...................325
5.15.1. Projeto de Manejo de Arborização Urbana .......................................325
5.15.2. Projeto para Aproveitamento de Alimentos .......................................325
5.16. PROGRAMA de COLETA DE RCC DE MÉDIOS GERADORES ............325
5.17. PROGRAMAS E INTERVENÇÕES PROPOSTAS QUE
NECESSITAM DE AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA ..................................325
5.17.1. Programa de Compostagem .............................................................325
5.17.2. Implantação de Uma Usina Recicladora de RCC .............................326
5.17.3. Usina Recicladora de Pneus .............................................................326
6. MEDIDAS DE EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS ........................................327
6.1. AÇÕES DO PLANO DE EMERGÊNCIA ......................................................328
6.1.1. Planos Voltados à Prevenção de Acidentes .........................................328
6.1.2. Ações de Atendimento e Operação em Situações Críticas ..................329
6.1.3. Plano de Racionamento ........................................................................342
6.1.4. Plano Atendimento de Demanda Temporária .......................................343
6.2. REGRAS DE ATENDIMENTO E FUNCIONAMENTO OPERACIONAL
PARA SITUAÇÃO CRÍTICA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE
SANEAMENTO BÁSICO ........................................................................................343
6.2.1. Contexto Institucional das Responsabilidades......................................343
6.2.2. Mecanismos Tarifários de Contingência ...............................................344
6.2.3. Regras Gerais dos Serviços .................................................................345
6.2.4. Regras de Segurança Operacional .......................................................345
6.3. DIRETRIZES PARA FORMULAÇÃO DE PLANOS .....................................347
6.3.1. Plano Municipal de Redução de Riscos................................................347
6.3.2. Plano de Segurança da Água ...............................................................350
7. MECANISMOS E PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO SISTEMÁTICO
DO PMSB ...................................................................................................................353
4
7.1. METODOLOGIA UTILIZADA NA REALIZAÇÃO DOS MECANISMOS E
PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DO PMSB ..................353
7.2. INDICADORES DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO
BÁSICO...................................................................................................................354
7.2.1. Contextualização dos Indicadores ........................................................354
7.2.2. Indicadores Selecionados Para o Município .........................................356
7.3. INSTRUMENTOS DE GESTÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PMSB .............363
7.3.1. Mecanismos de Monitoramento ............................................................363
7.3.2. Mecanismos Para a Divulgação............................................................364
7.3.3. Mecanismos de Representação da Sociedade.....................................365
7.3.4. Orientações Para a Revisão do Plano ..................................................366
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................368
ANEXO I .....................................................................................................................372
ANEXO II ....................................................................................................................375
5
LISTA DE FIGURAS
9
LISTA DE QUADROS
12
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
16
APRESENTAÇÃO
17
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO E BACIAS
HIDROGRÁFICAS NO CENÁRIO ESTADUAL
A Constituição Federal, em seu artigo 21, inciso XX, determina ser competência da
União “instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos”. No artigo 23, inciso IX, aponta a
competência conjunta entre União, Estados e Municípios no que se refere à promoção
de “programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e
de saneamento básico”.
De acordo com a Política Nacional de Saneamento Básico, instituída em 2007 pela Lei
nº. 11.445, a prestação de serviços públicos de saneamento básico poderá ser
realizada por órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa
pública ou sociedade de economia mista estadual, do Distrito Federal, ou municipal,
na forma da legislação, assim como por empresa a que se tenham concedido os
serviços.
Por sua vez, além da definição conceitual do saneamento básico, a Lei nº 11.445/07
abriga todas as formas legalmente possíveis de organização institucional dos serviços
de saneamento básico, de forma a atender as múltiplas realidades sociais, ambientais
e econômicas do Brasil. Entre suas principais determinações, destacam-se o
estabelecimento do saneamento básico como objeto do planejamento integrado,
juntamente com diretrizes e regras para a prestação e cobrança dos serviços. Ainda
de acordo com a Lei Nacional do Saneamento Básico é obrigação de todas as
prefeituras elaborarem seu Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB –,
abrangendo as quatro áreas do saneamento. O não atendimento ao disposto na Lei
acarretará na impossibilidade, por parte das prefeituras municipais, de recorrerem a
recursos Federais destinados ao setor.
A Bacia Litorânea possui uma área total de 5.630,8 km² (SEMA, 2010), cerca de 3%
da área do estado, e uma população de 283.028 habitantes (SEMA, 2010), em torno
de 3% do total do estado, os rios nascem nas encostas da Serra do Mar e dirigem-se
para o oceano. Os principais rios são: Guaraqueçaba, Tagaçaba, Cachoeira,
Nhundiaquara, Marumbi, Do Pinto, Cubatão e Guaraguaçu. Em termos de demandas
de recursos hídricos, a bacia possui um consumo de 4,44 m³/s de água, dos quais o
abastecimento humano corresponde a 3,9 m³/s, o que representa 80,85% do total
consumido na bacia. O consumo na Bacia Litorânea representa 4,83% de todo o
consumo de água no estado do Paraná.
21
2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO
23
Figura 2.2 - Localização
de Piraquara P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral
Legenda
Piraquara
Municípios RMC
25°20'S
anga
Rio Ipir
6 0
-5
PR
25°30'S
6
-11
BR
São Paulo
PARANAVAÍ
LONDRINA
BR-116
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU
Santa Catarina
25°40'S
Rio Grande do Sul
0 1,5 3 6 9 12
Km 06
STAGE
2.2. ASPECTOS FÍSICOS
2.2.1. Geologia
26
P
QUATRO BARRAS Figura 2.3 - Geologia
T imbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral
Rio
Legenda
Rio Igua
çu Sedes Municipais
P
Hidrografia
Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
Rio Palmi
25°25'S
Piraquara
Reservatórios
tal
R io I
pir Formação Guabirotuba
a
Represa, rio, oceano
ng
6
a
0
-5
Sedimentos Recentes
PR
Suíte Álcali-granitos
Rio
Pi
ra Municípios RMC
q ua
ra
Limite Municipal
Barragem do Cayuguava
Barragem Piraquara II
25°30'S
Mato Grosso do Sul
São Paulo
PARANAVAÍ
Ri
LONDRINA
o
It a
qu
i
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU
Santa Catarina
Ri o
±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no
0 0,5 1 2 3 4
Km 06
STAGE
49°10'W 49°5'W 49°0'W
Considerando o uso antrópico, as condições de ocupação do solo e drenagem urbana,
fez-se uma análise dos parâmetros geotécnicos nas Unidades de Terreno (UT) que
estão presentes na geologia de Piraquara, permitindo avaliar os seguintes aspectos
conforme descrito em Mineropar (2013a):
UT-I (sedimentos aluvionares das planícies de fundo de vale): são inadequadas
para loteamentos residenciais (necessidade de aterro e drenagem eficiente nas
fundações, além dos sistemas de escoamento de águas pluviais e servidas).
Assoreamento dos canais de drenagem. Suscetibilidade alta para alagamentos
e inundações. Nível freático aflorante, com permeabilidade baixa. Solos
colapsáveis, declividade média de 0-5%. Essa unidade I está presente no
bairro Guarituba e na maior parte dos fundos de vale dos afluentes do rio
Iraizinho nos bairros municipais.
UT-II (sedimentos aluvionares de terraços, topograficamente acima das
planícies de fundo de vale): declividade de 0-5%, lençol freático de 0,2 a 2,0 m,
permeabilidade baixa de 0,5 a 1,0 e 0,5 a 3,0 m, suscetibilidade média/alta
para alagamentos, e assoreamento dos canais de drenagem. A UT-II está
representada na Vila Militar e a UT-II e V estão representadas no bairro Jardim
Santa Mônica.
UT-III-IV (Formação Guabirotuba): adequada, porém com restrições para
loteamentos e obras enterradas, permeabilidade baixa, suscetibilidade à
erosão com o aumento da declividade média de 0 - 10%. Está representada ao
norte do bairro Planta Deodoro.
UT-V (Formação Guabirotuba, colina suave de topo plano): suscetibilidade a
alagamentos nas declividades de 0 a 5%, permeabilidade média à alta,
adequado com restrição a infraestruturas enterradas em função do nível
freático raso. A UT-V está representada nos bairros Jardim Santa Mônica,
Jardim Primavera e Esmeralda.
UT-VI (Formação Guabirotuba): adequada com restrições para loteamentos e
obras enterradas, em virtude do lençol freático raso, suscetibilidade média a
alta de alagamentos nessas áreas, permeabilidade média a alta. Maior unidade
de terreno presente no município, estando representada na sede urbana e em
alguns bairros municipais.
UT-VII (Gnaisses e Migmatitos): adequado com restrição para implantação de
loteamentos, permeabilidade média, nível freático a 1 m, próximo aos aluviões.
Esta geologia está presente no bairro Planta Deodoro e Vila Rosa. Os bairros
Santiago e Santa Maria estão nas UT VI e VII, respectivamente.
2.2.2. Solos
2.2.3. Topografia
A partir das imagens SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) disponibilizadas pela
Embrapa através do projeto Brasil em Relevo, foi possível criar um MDT (Modelo
Digital de Terreno) para o município, o qual possibilitou determinar a topografia e
declividade do mesmo utilizando como ferramenta o software de geoprocessamento
ArcGIS 9.3. Vale ressaltar que os dados obtidos pela nave espacial americana durante
a missão conhecida como SRTM cobrem uma área de 90 metros por 90 metros de
todo o território nacional, gerando uma resolução espacial (pixel) de 30 metros no solo.
Através das informações obtidas do processamento citado, apresentados na Figura
2.4, foi constatado que a altitude mínima do município é de 841 metros em relação ao
nível do mar, e a cota máxima de 1.477 metros. Esses extremos estão localizados na
região leste do município, ambos muito próximos das extremidades inseridas no limite
municipal do Rio Ipiranga. A altitude máxima está localizada perto da nascente do rio,
no conjunto de morros pertencentes à Serra do Mar cujo ponto mais conhecido é o
Pico do Marumbi, já no município vizinho, contudo mais baixo em relação ao ponto
mais alto em Piraquara. Já a mínima é observada na calha do rio antes do seu
cruzamento com a divisa municipal entre Piraquara e Quatro Barras, antes de seguir
por Morretes até a confluência com o Rio Nhundiaquara.
O lado oeste do município, junto ao Rio Iraí, apresenta uma grande planície que varia
de 875 metros de altitude a 890 metros, margeando o leito do rio na divisa com
Pinhais, tendo a maior extensão alongada até o ponto mais a montante do reservatório
da Barragem Piraquara II.
A altitude média considerando todo o território é de 937,8 metros, mas a maioria dos
pixels analisados possuem uma altitude de 918 metros, mesmo valor da cota mediana.
29
A sede urbana municipal está a 900 metros de altitude, e o polígono urbano em que
está inserido possui uma média de 910 m, e uma variação de 884 a 944 metros. Em
termos de deslizamentos de encostas essa variação é significativa, contudo ainda
depende de uma análise de declividade para se precisar sua vulnerabilidade. Já a
área urbana a oeste, em um polígono separado, está numa região visualmente mais
plana, com variação de 875 a 919 metros, muito próxima ao Rio Iraí, fator
preponderante na avaliação de riscos a alagamentos, inundações ou enchentes.
Portanto, nota-se que ambas as áreas urbanas identificadas possuem algum potencial
a deslizamentos ou alagamentos, contudo uma análise mais contundente precisa levar
em consideração outros fatores, como a declividade.
O cálculo de declividade do município tem como base a própria topografia e a imagem
SRTM, sendo realizada no ambiente do ArcGIS 9.3 que possui função específica para
este cálculo.
Os resultados demonstram na Figura 2.5 que a declividade máxima dentro dos limites
municipais é de 34,57º, ou 68%, exclusivas nas áreas de morros a leste, na região da
Serra do Mar, não sendo verificada presença urbana próxima às declividades mais
altas, conforme determina a Lei 6.766 de Dezembro de 1979 que dispõe sobre o
Parcelamento do Solo Urbano, e exige projetos específicos autorizados por entidades
competentes para declividades acima de 30%.
Nas áreas urbanas, a maior declividade observada no polígono que contempla a sede
urbana de Piraquara, chega a apenas 6,52º ou 11%, evidenciando uma baixa
probabilidade de deslizamentos de terra sobre as residências locais.
Por outro lado, a regularidade do terreno eleva as chances de alagamentos ou eventos
do gênero, já que no polígono da sede urbana a média de declividade é de 1,80º ou
3,1%, e no polígono oeste a média é de 0,92º ou 1,6%. A média de declividade do
município, apesar dos altos morros da Serra do Mar, é de 4,27º ou 7,55%, o que
demonstra que a maior parte do município possui relevo pouco acidentado, com baixo
risco de deslizamentos em áreas urbanas, porém mais propício a alagamentos,
enchentes ou inundações.
30
P
QUATRO BARRAS Figura 2.4 - Topografia
T imbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral
Rio
Legenda
Rio Igua
çu Sedes Municipais
P
Hidrografia
Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
Rio Palmi
25°25'S
Piraquara
Reservatórios
tal
PIRAQUARA Topografia
P
R io I
High : 1477
pir
a
ng
6
a
0
Low : 841
-5
PR
Rio
Pi
ra
q ua
ra
Barragem do Cayuguava
Barragem Piraquara II
25°30'S
Mato Grosso do Sul
São Paulo
PARANAVAÍ
Ri
LONDRINA
o
It a
qu
i
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU
Santa Catarina
Ri o
±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no
0 0,5 1 2 3 4 06
STAGE
Km
49°10'W 49°5'W 49°0'W
P
QUATRO BARRAS Figura 2.5 - Declividade
Timbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral
Rio
Legenda
Rio Igua
çu Sedes Municipais
P
Hidrografia
Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
Rio Palmi
25°25'S
Piraquara
Reservatórios
tal
PIRAQUARA Declividade
P
R io I
High : 34,5706
pi
r
an
06
ga
Low : 0
-5
PR
Rio
Pi
ra
q ua
ra
Barragem do Cayuguava
Barragem Piraquara II
25°30'S
Mato Grosso do Sul
São Paulo
PARANAVAÍ
Ri
LONDRINA
oI
t aq
ui
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU
Santa Catarina
Ri o
±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no
0 0,5 1 2 3 4 06
STAGE
Km
49°10'W 49°5'W 49°0'W
2.2.4. Clima
33
P
QUATRO BARRAS Figura 2.6 - Clima
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral
Legenda
P Sedes Municipais
Hidrografia
Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
25°25'S
Reservatórios
Piraquara
Cfb
6 0
Cfb/Cfa
-5
PR
Municípios RMC
Limite Municipal
Barragem do Cayuguava
Barragem Piraquara II
25°30'S
Mato Grosso do Sul
São Paulo
PARANAVAÍ
LONDRINA
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU
Santa Catarina
0 0,5 1 2 3 4
Km 06
STAGE
2.2.5. Pluviosidade
39
QUATRO BARRAS Figura 2.7 - Áreas de
Proteção Ambiental
P
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral
Legenda
P Sedes Municipais
Hidrografia
25°25'S
AEIT do Marumbi
Mananciais COMEC
PIRAQUARA
P APPs
UTP Guarituba
UTP Itaqui
APA do Iraí
RPPN
Barragem do Cayuguava
Barragem Piraquara II
25°30'S
Mato Grosso do Sul
São Paulo
PARANAVAÍ
LONDRINA
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU
Santa Catarina
0 0,5 1 2 3 4
Km 06
STAGE
2.2.9. Hidrografia Superficial
Piraquara está localizada na bacia do Alto Iguaçu, e apenas uma porção do seu
território está dentro da bacia Litorânea, cujo principal rio é o Ipiranga, que possui uma
área aproximada de 5.766 km². Piraquara ocupa aproximadamente 18 km² da bacia
Litorânea.
Para o abastecimento público, segundo a Prefeitura de Piraquara, o território abriga
três represas de Armazenamento de Água (barragens), sendo responsável pelo
abastecimento de aproximadamente 50% da população da Região Metropolitana de
Curitiba, ou seja, é responsável pela produção de 3.200l/segundo em um consumo de
7.200l/segundo dos 3 milhões de habitantes da RMC.
De acordo com o Plano Diretor de Piraquara, a bacia do Alto Iguaçu possui quatro
principais sub-bacias que abrangem o município, tem-se as dos rios Iraizinho, Iraí,
Piraquara e Itaqui.
A bacia do rio Iraizinho possui área equivalente a 53 km², onde o Plano Municipal de
Gestão de Recursos Hídricos classifica como: 16% área urbanizada, 45% com
floresta, 34% para atividades agrícolas, 4% de solo exposto e 1% de áreas inundadas.
Na bacia do rio Iraí a existência de núcleos urbanos em expansão na Área de
Proteção Ambiental (APA), e outros aspectos que interferem na qualidade da agua, é
necessário programas e ações especificas para garantir a integridade do reservatório
do Iraí como manancial de abastecimento. Sua barragem tem em média apenas 6
metros, uma área inundada de 14,2 km² com vazão de 1500 L/s (Atlas Geográfico de
Piraquara) e um tempo detenção de 2 anos, onde há riscos de eutrofização. Por esta
razão, algumas medidas são necessárias, como rigorosa limpeza da área, prévia ao
enchimento do reservatório e a necessidade de uma criteriosa observação de
cuidados para evitar o lançamento de nutrientes através de qualquer tipo de esgoto.
A área total da bacia corresponde a 113 km², onde Piraquara ocupa 26,6% do
território, 30 km².
A bacia do rio Piraquara é formada a montante do Contorno Leste e pelo decreto Nº
1754 - 06/05/1996, foi instituída APA Estadual do Piraquara, abrange uma área de 106
km², e está totalmente inserida no município. As águas do Piraquara são regularizadas
através de uma barragem (Cayuguava ou Piraquara I) existente com uma área
inundada de 3,3 km², cuja bacia possui uma área 27 km², a qual acrescentará ao
sistema uma vazão de 600 l/s (SANEPAR, 2015). De acordo com Instituto Ambiental
do Paraná, esse reservatório apresente características de lagos do tipo monomítico,
com uma circulação durante o período de inverno, e tem como exclusivo objetivo o
abastecimento público.
Com uma área inundada um pouco maior, de 5,5 km², a Barragem do Piraquara II em
conjunto com Piraquara I terá uma vazão de 1200 L/s. (Atlas Geográfico de
Piraquara).
Cerca de 37,5% da bacia do rio Itaqui está dentro do município de Piraquara, uma
área de 15 km², e drena aproximadamente uma área de 40 km² nos município de
Piraquara e São José dos Pinhas.
Segundo os dados base disponibilizados pelo AGUASPARANA, foi contabilizado um
total de 1029 nascentes em todo território municipal. Além disso, apenas as áreas da
41
UTP Guarituba, AEIT do Marumbi e a área urbana da sede não foram classificadas
como área de mananciais pela COMEC.
A Figura 2.8 apresenta a divisão das sub-bacias, rios principais e afluentes
diagnosticados no município.
.
42
QUATRO BARRAS Figura 2.8
Bacias Hidrográficas
P
Timbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral
Rio
Rio Cur
ralz Legenda
inh
o
P Sedes Municipais
Hidrografia Detalhada
Hidrografia Principal
Reservatório Iraí
Área Urbana de Piraquara
Rio Palmi
25°25'S
Reservatórios
Municípios RMC
tal
Bacias Hidrográficas
í PIRAQUARA
Rio Ira P Contribuição Direta do Rio Iraí
R io I
pir Rio Ipiranga
Rio
Irai
a
zinh
o Rio Iraí
ng
6
a
0
-5
PR
Rio Iraizinho
Rio Itaqui
Rio Piraquara
Rio
Pi
ra
qu
ar
a
Barragem do Cayuguava
Barragem Piraquara II
25°30'S
Mato Grosso do Sul
São Paulo
PARANAVAÍ
LONDRINA
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU
Santa Catarina
Ri o
±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no
0 0,5 1 2 3 4
Km 06
STAGE
49°10'W 49°5'W 49°0'W
2.2.10. Meio Biótico (Fauna e Flora)
2.3.1. Demografia
45
A partir do Censo Demográfico de 1991 foi possível uma quantificação confiável da
população em nível nacional, e não diferente dos residentes no município. Entretanto,
entre o primeiro e o segundo censo, há um decaimento significativo na população do
município, apresentado na Figura 2.9.
120.000
100.000
80.000
Habitantes
60.000
40.000
20.000
0
1991 1996 2000 2007 2010
47
QUATRO BARRAS Figura 2.10 - Distribuição
da População
P
T imbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral
Rio
Legenda
Rio Igua
çu Sedes Municipais
P
Hidrografia
Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
Rio Palmi
25°25'S
Perímetro Urbano (Lei Nº 896/07)
Reservatórios
tal
R io I
pir Setores Censitários Rurais
a
Habitantes por Setor Censitário
ng
6
a
0
3 a 200
-5
PR
200 a 500
Rio
Pi 500 a 1000
ra
q ua
ra 1000 a 1500
Barragem Piraquara II
25°30'S
Mato Grosso do Sul
São Paulo
PARANAVAÍ
Ri
LONDRINA
o
It a
qu
i
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU
Santa Catarina
Ri o
±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no
100.000
90.000
80.000
70.000 51%
60.000
54%
50.000
40.000 46%
30.000
38%
20.000 46% 49%
54%
10.000 62%
0
1991 1996 2000 2010
Urbana Rural
100.000
90.000
80.000
70.000
48%
60.000
50.000 48%
40.000
48%
30.000
52%
20.000 46%
52%
10.000 52%
54%
0
1991 1996 2000 2010
Homens Mulheres
49
Com relação à faixa etária da população, em 2010, a maior parcela nasceu entre os
anos 1995 e 2000, completando assim 10 a 14 anos no ano do Censo, representando
a fatia de 10,13% da população. A segunda maior parcela completava de 25 a 29 anos
(9,87%), e a terceira entre 15 a 19 anos (9,49%). Considerando ainda a quarta maior,
pessoas que tinham entre 20 a 24 anos, nota-se que quase 40% da população estava
entre 10 e 29 anos. Se for ampliada a faixa etária, pouco mais de 72% da população
possui menos de 40 anos. A maioria dos homens possuía idade entre 25 a 29 anos e
a maior parte das mulheres estava entre 10 e 14 anos. Apenas 2,5% da população
alcançaram mais de 70 anos, sendo 83 acima de 90 anos, das quais 63 mulheres e
ainda 4 pessoas acima de 100 anos., como mostra a Figura 2.13.
> 100
95 a 99
90 a 94
85 a 89
80 a 84
75 a 79
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
5 a 9
1 a 4
Mulheres Homens
14.000
12.000
10.000
Domicílios
8.000
6.000
4.000
2.000
0
Rede geral Poço ou Poço ou Carro‐pipa ou Rio, açude, lago Poço ou Poço ou Outra
nascente na nascente fora da água da chuva ou igarapé nascente na nascente fora da
propriedade propriedade aldeia aldeia
Urbano Rural
12.000
10.000
8.000
Domicílios
6.000
4.000
2.000
0
Rede geral de Fossa séptica Fossa Vala Rio, lago ou Outro tipo Não tinham
esgoto ou rudimentar mar
pluvial
Urbana Rural
Apesar do avanço, o município ainda está abaixo das médias de IDH estadual e
federal. Enquanto a média de Piraquara é de 0,700, o índice do Paraná é de 0,749 e
do Brasil 0,727, o que demonstra que o município precisa avançar ainda mais nessas
áreas, em especial na renda.
Segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2010, o valor de rendimento médio
domiciliar, medido em relação ao salario mínimo corrente, diminuiu entre 2000 e 2010.
Essa constatação é notável quando se observa a Figura 2.17, já que a porcentagem
de população inserida nas faixas de renda familiar de 3 a 5 salários mínimos, ou
superiores a isso, reduzem drasticamente na medição de 2010, e as faixas mais
baixas elevam suas parcelas. Ressalta-se ainda o aumento significativo da população
sem rendimento que engloba os domicílios cujos moradores recebiam somente em
benefícios.
54
Figura 2.17 – Variação das Faixas de Renda
45%
40%
35%
% Doimicílios
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Urbana 2000 Urbana 2010 Rural 2000 Rural 2010
Até 1/4 de salário mínimo Mais de 1/4 a 1/2 salário mínimo Mais de 1/2 a 1 salário mínimo
Mais de 1 a 2 salários mínimos Mais de 2 a 3 salários mínimos Mais de 3 a 5 salários mínimos
Mais de 5 salários mínimos Sem rendimento
55
Figura 2.18 – Variações da Pobreza e Índice de Gini
20 0,6
18
0,5
16
0,48
14
0,4
0,42 0,41
Índice de Gini
% População
12
10 0,3
8
0,2
6
4
0,1
2
0 0
1991 2000 2010
Índice de Gini % de extremamente pobres % de pobres
2.3.4. Educação
56
Figura 2.19 – Evolução da Educação Básica Municipal
100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
% de 5 a 6 anos na escola % de 11 a 13 anos nos anos % de 15 a 17 anos com % de 18 a 20 anos com
finais do fundamental fundamental completo médio completo
Apesar dos avanços, na área de educação, Piraquara também continua abaixo das
médias estadual e nacional, fato que abre a oportunidade para investimentos efetivos
na área.
Ao ingressar na escola, a expectativa de anos de estudo de uma criança é de 8,99
anos, enquanto que no estado essa média de tempo gasto em educação era de 10,43
anos. Em 1991, essa média municipal era superior, de 9,32 anos, valor que diminuiu
significativamente no ano 2000, e tornou a crescer para 2010, mas ainda abaixo do
nível da primeira medição. Enquanto isso, a média de tempo estadual apenas
aumentou, já que em 1991 a expectativa de tempo era 9,68 anos, em 2000 de 10,11 e
2010, 10,43 anos (PNUD, 2013).
A população adulta, classificados aqueles com 25 anos de idade ou mais, também
vem melhorando sua escolaridade. Enquanto as taxa de analfabetismo e ensino
fundamental incompleto vem caindo substancialmente, o número de pessoas que
completam o ensino fundamental vem aumentando, e o maior crescimento é percebido
entre aqueles que concluem o ensino médio, mas não finalizam o ensino superior,
saltando de 5,91% da população para 21,65, representando um aumento de 266%
nessa taxa. O segundo mais significativo aumento se deu aos que concluem o ensino
superior, aumentando 224% sua taxa, entretanto, em termos totais da população, em
2010 esse número era ainda inferior à parcela analfabeta ou com fundamental
incompleto, já 4,67% concluíram o ensino superior, e 6,34% da população sequer
concluiu o fundamental ou é analfabeta. A maior parte da população, cerca de 47,71%,
não concluiu o ensino fundamental, como mostra a Figura 2.20.
57
Figura 2.20 – Evolução do Ensino em Adultos
1991
2000
2010
Fundamental incompleto e analfabeto Fundamental incompleto e alfabetizado
Fundamental completo e médio incompleto Médio completo e superior incompleto
Superior completo
60
Conclui-se portanto, que as principais atividades desenvolvidas no município são de
comércio, serviço, e as atividades industriais, já que envolvem a maior parte das
pessoas contabilizadas no levantamento, além do número de estabelecimentos
presentes em Piraquara.
Uma maneira básica de mensurar a economia de uma determinada região pode ser
feita pela soma de todos os bens e serviços produzidos nesse local num determinado
período de tempo, ou seja, através do indicador do Produto Interno Bruto (PIB).
período de tempo, ou seja, através do indicador do Produto Interno Bruto (PIB).
O acompanhamento histórico deste valor estabelece uma base de comparação com si
próprio ao longo do tempo, além de permitir o confrontamento com outros lugares,
inclusive em diferentes escalas.
O PIB indica que quanto maior for o valor medido, maior é o nível de riqueza, ou ainda,
quanto mais se produz, mais se está consumindo, investindo e vendendo. Esse ciclo
gera uma cadeia econômica importante, já que um PIB maior significa mais dinheiro
disponível ou circulando na sociedade, que por sua vez aumenta seu consumo,
fazendo com que as empresas vendam mais, criem mais empregos, aumentem o
número de empreendimentos e aumentam o poder de competitividade local.
A evolução econômica histórica do município é notável, uma vez que desde 1991 o
Produto Interno Bruto (PIB) municipal cresceu quase 5,5 vezes até 2012, saindo de R$
139 milhões a R$ 754 milhões, impulsionado principalmente pelo setor de serviços,
que representa 71% do PIB total de 2012. O setor industrial é o segundo maior
contribuinte, e chegou a representar 32% do total em 2005, contudo essa participação
vem diminuindo, representando atualmente 18%. A arrecadação de impostos
representa 8%, e a agropecuária, o menor setor, varia desde 1991 entre 1 e 2%. Os
valores históricos estão apresentados na Figura 2.21.
800.000
700.000
600.000
500.000
Mil Reais
400.000
300.000
200.000
100.000
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Impostos Agropecuária Indústrial Serviços
66
2.5.2. Efetivação Constitucional e Institucional, Operacional e Gerencial de
Região Metropolitana no Brasil
71
Quadro 2.8 – Princípios fundamentais da Lei 11.445/2007
A integralidade significa o conjunto de todas as atividades e componentes dos diversos serviços (água, esgoto, limpeza, urbana,
Princípio da Integralidade manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas, postos à disposição pública de forma quantitativa, ou seja, todos
(Art. 2º, II) devem atuar de forma eficiente e eficaz, isto é na conformidade das necessidades dos usuários; se o serviço for necessário, ainda que
o usuário não o reconheça, ou não possa remunerá-lo, por esse princípio o mesmo será colocado à sua disposição.
Os serviços em questão não podem ser atentatórios à saúde pública e ao meio ambiente e devem buscar adequabilidade, ou seja,
Princípio do Abastecimento de água,
evitar sistemas de manejo de saneamento a céu aberto; tratamento de esgoto sanitário ao lado de nascentes de água, ou sobre
esgotamento sanitário, limpeza urbana (coleta
lençóis freáticos ou, ainda, depósitos de lixo e resíduos sólidos urbanos ao lado de áreas residenciais; enfim tudo que atende a
do lixo) e manejo dos resíduos sólidos
salubridade e o meio ambiente (bem de uso comum do povo: CF 88, art. 225, caput). A questão ambiental do lixo e dos resíduos
realizados de formas adequadas e/ou
sólidos urbanos e sua logística reversa (responsabilidade pós-consumo), nos termos da LF n° 12.305/2010 e Decreto Federal
compatíveis com a saúde pública e a
regulamentar nº 7.404/2010, obriga os Municípios (por suas Prefeituras), até agosto de 2014, apresentarem práticas de tratamento
proteção do meio ambiente (Art. 2º, III)
adequado, bem como estratégias de contenção de doenças e cuidados com o solo e com a água (LF n 12.305/2010, art. 54).
Um Plano Municipal de Saneamento Básico deve prever a observância deste princípio de maneira tal que os serviços em questão
Princípio da Disponibilidade, em todas as
sejam adequados à saúde pública, à segurança da vida e dos patrimônios público e privado. A falta ou a prestação deficitária ou
Áreas Urbanas, de Serviços de Drenagem e
inadequada desses serviços públicos são as principais causas de enchentes ou focos de vetores, que comprometem a saúde e à
de Manejo das Águas Pluviais adequados à
proliferação de endemias e doenças. A exigência deste princípio é tão significativa que a LF nº 11.445/2007 lhe assegura recursos
Saúde Pública e à Segurança da Vida e do
econômicos, inclusive mediante remuneração para garanti-lo (art. 29, caput, e inc. III. Neste caso, taxas poderão ser cobradas com
Patrimônio Público ou Privado. (Art. 2°, IV)
respaldo constitucional de Súmula Vinculante nº 29/2010 exarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
72
Enunciação do princípio e ordem legal Comentário técnico compreensivo
O cenário federativo brasileiro (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) tem indicado que a competência para a prestação dos
serviços públicos de saneamento básico enquadra-se dentre aqueles de interesse local e, excepcionalmente, regional (que exceda
Princípios da Adoção de Métodos, Técnicas
a um único município – por exemplo: Região Metropolitana) – inobstante não ter declarado isto no art. 25, § 3º da CF/88 e agora
e Processos que considerem as
depender da orientação dada pelo Supremo Tribunal Federal em Acórdão recente e corrente de publicação no Diário Oficial da Justiça
Peculiaridades Locais e Regionais. (Art. 2º,
(que estipula o prazo de 24 meses para discipliná-lo mediante Lei Estadual, onde as houver, portanto até meados de 2015). Essa lei
V)
estadual prevista há de, certamente, disciplinar que o planejamento e a gestão desses serviços deverão levar em conta as
especialidades da região e do município em que estão inseridos, criando Planos de Saneamento Sistêmicos e Compartilhados.
Este é, certamente, um dos princípios mais decisivos e importantes de todos até aqui vistos, isto por sua característica finalística e
de sobrevivência, ou seja, a gestão operacional e econômica, sem perda do sentido jurídico, da obrigatoriedade da prestação desse
serviço público indispensável e ininterrupto, seja pela administração pública direta (órgão), seja por administração pública indireta
(entidade), isto é: empresa pública, sociedade de economia mista, como a SANEPAR, por exemplo ,ou um SAEE, SAMAE ou similar.
A CF/88, na versão da EC nº 19/98, prega o princípio da eficiência em todo o convívio federativo. Para tanto, a sustentabilidade
econômica demandará necessidade constante de estudos de riscos financeiros envolvidos no empreendedorismo; de igual modo
Princípio da Eficiência e da
a constante análise de custos a serem partilhados com os consumidores (fixação de tarifas), para as quais, no Estado de Minas
Sustentabilidade Econômica
Gerais, existe entidade específica para tal : AGUASPARANA-PR. Por outro lado, há de ser constante o acompanhamento do controle
de qualidade das águas e do esgoto, bem como as interconexões com outros sistemas como: a limpeza urbana, a destinação dos
resíduos sólidos urbanos e a drenagem das águas pluviais urbanas, sem prejuízo de outros serviços anexos, bem como de
constante desempenho de campanhas de educação ambiental. A conexão e a interdisciplinaridade são, pois, inferiores para as
relações entre produção e consumo dos serviços públicos de saneamento básico e, acima de tudo, da segurança jurídica de
sua prestação.
73
Enunciação do princípio e ordem legal Comentário técnico compreensivo
A transparência pretendida e exigida por este princípio não está na publicidade ou propagandas institucionais e campanhas
publicitárias que divulgam pretensões ou feitos daquilo que constitui obrigação do Governo. Este princípio é mais sério e profundo;
Princípio da Transparência das Ações
trata de ações fundamentais e dos processos de gestão dos serviços públicos que devem pautar-se pela transparência e pelo acesso
Baseadas em Sistemas de Informações e
dos cidadãos às informações governamentais, devidamente comprovados, como exigência legal, no caso a LF nº 12.527/2011 que
Processos Decisórios Institucionais (Art. 2º,
obriga a União, os Estados e os Municípios a tanto (o prazo, para tanto, venceu em 27 de maio último). Para a prestação do serviço
IX)
público, como para qualquer outro, o processo decisório há de ser institucionalizado, aberto, franco e de confiança mútua entre
usuários e gestores dos serviços, de modo especial quanto à qualidade dos serviços e seus custos tarifários.
A transparência prevista no inciso IX do art, 2 da LF nº 11.445/2007 induz condições para o exercício do controle social, em caráter
Princípio do Controle Social efetivo, de modo a propiciar o exame, a convivência e as decisões pretendidas ou tomadas pelos serviços públicos de saneamento
(Art. 2º, X) básico, inclusive os de caráter técnico. O controle social abrange também a institucionalização da prestação do usuário enquanto
consumidor e, portanto, protegido pelo Código de Defesa do Consumidor, objeto da LF nº 8.078/1990.
A consistência deste princípio está em que o fornecimento dos serviços inerentes ao saneamento básico respeite a incolumidade
dos usuários e/ou consumidores. Uma prestação tida como higienicamente segura será aquela que, além de não contribuir para
Princípio da Segurança, Qualidade e disseminar enfermidades, também estimule hábitos sanitários saudáveis, evitando riscos de trabalho, sendo ergonomicamente
Regularidade (Art. 2º, XI) saudável. Nesse sentido, o saneamento há de ser norteado por padrões de qualidade; não basta o mero fornecimento, mas,
sobretudo, verificação da qualidade, independentemente de sua regularidade pelo lado do usuário ou consumidor do serviço;
espera-se deste, utilização responsável, fruto de boa educação ambiental
Conquanto a LF n° 11.445/2007 diga que os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico, outorgados
e regidos pela LF n° 9.433/1997 (Art. 4º e parágrafo único), há, de fato, integração de infraestruturas entre ambos, em razão da
peculiaridade do provimento da água e à outorga da chamada água bruta (em estado natural), assim entendida:
Água bruta é aquela provinda de uma fonte de abastecimento, antes de receber qualquer tratamento (ABNT, 1973).
Princípio da Integração das Infraestruturas
e Serviços com a Gestão Eficiente dos Desse modo, para o serviço de saneamento, quando se fala em água, deve-se entender aquela tratada, tecnicamente, e posta à
Recursos Hídricos (Art. 2º, XII) distribuição para seus usuários, até porque as águas brutas são bens exclusivos de titularidade da União (CF/88, art. 20, inc. III),
compreendendo lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio. Ou seja, incluem-se entre os bens dos
Estados (CF/88, art. 26, inc. I) as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito. Não há, no Brasil, águas
municipais. Na realidade, o saneamento apenas depende dos recursos hídricos e, por outro lado, os recursos hídricos são
afetados pelo resultado final do saneamento, de modo especial na disposição final do lixo, dos esgotos e nas drenagens das águas
pluviais urbanas.
74
2.5.5. Exame da Lei Federal nº 11.445/2007 e Suas Repercussões em Nível
de Planejamento e Gestão Municipal
75
A gestão associada da prestação dos serviços de saneamento básico em foco,
normal quando tratar de município carente, em termos econômicos, ainda que,
integrante de região metropolitana e com vistas ao atendimento do princípio da
universalização;
E, até mesmo, a delegação desses serviços públicos em foco, à iniciativa
privada; hipótese, por sinal, não referida na LF nº 11.445/2007, porém não
descabida diante da atração desses serviços por meio do regime das parcerias
público-privadas, objeto da LF nº 11.079/2004, notadamente perante os
municípios carentes, mas promissores, através da oferta de uma PPP e por
meio de Project Finance;
E, por último, e não menos importante, a hipótese da prestação dos serviços
em causa passarem de um município para outro, atendidas as conveniências
técnicas, por meio da figura do deslocamento de interesse, por cooperação
quando carente, e em busca de união sólida com município vizinho, inobstante
a situação de região metropolitana, ou mesmo o Estado, ultrapassando o
conceito de interesse apenas local (CF/88, art. 30, inc. V), a fim de obter
solução eficaz em prol da efetivação dos serviços de saneamento básico e,
acima de tudo, em prol de seus habitantes.
76
b) O Plano Diretor
O Plano Diretor Municipal, previsto e exigido pela LF nº 10.257/2001, acha-se
consubstanciado na Lei Complementar nº 12, de 08 de janeiro de 2008, sob o título
Plano Diretor do Município de Piraquara, rigorosa obediência dos arts. 39 a 42, incs. e
parágrafos, daquela norma que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal de 1988.
Conforme disposto na LF nº 10.257/2001 citada:
Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política
de desenvolvimento e expansão urbana.
(...)
§ 3o A lei que instituir o plano diretor (LM Complementar nº 12/2008) deverá ser
revista, pelo menos, a cada dez anos.
(negritos e parênteses explicativos do Consultor)
O Plano Diretor Municipal de Piraquara acha-se distribuído em cinco Títulos que
contemplam Capítulos e Seções respectivos, com destaque para os seguintes:
Título I – Da Conceituação, Finalidade, Abrangência e Objetivos do Plano
Diretor:
Título II – Das Diretrizes de desenvolvimento:
o Capítulo I – Do Desenvolvimento Institucional
o Capítulo II – Do Desenvolvimento Econômico
o Capítulo III – Do Desenvolvimento Social
o Capítulo IV – Do Desenvolvimento Físico Territorial
o Capítulo V – Do Desenvolvimento Territorial
Seção I – Macrozoneamento
Seção II – Zoneamento e Ordenação do Uso e Ocupação do
Solo Urbano
Seção III – Esgotamento Sanitário e Drenagem
Seção IV – Coleta e tratamento de Resíduos Sólidos
Seção V – Iluminação Pública e Privada
Seção VI – Sistema Viário
Seção VII – Transporte Público
Seção VIII – Regularização Urbana
Seção IX – Recursos Hídricos, Abastecimento de Água e das
Reservas Minerais
Seção X – Perímetro Urbano
Título III – Das Estratégias de Desenvolvimento
Título IV – Dos Instrumentos da Política de Desenvolvimento Municipal
o Capítulo I – Dos Instrumentos em Geral;
77
o Capítulo II – Dos Instrumentos de Planejamento;
Seção I – Do Plano Plurianual
Seção II – Das Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual
Seção III – Das Diretrizes para Parcelamento do Solo
Seção IV – Do Código de Obras e Postura
Seção V – Planos de Desenvolvimento Econômico e Social
Seção VI – Dos Planos, Programas e Projetos Setoriais
Seção VII – Dos Planos e Projetos Especiais de Urbanização
Seção VIII – Da Instituição de Unidades de Conservação
Seção IX – Zoneamento Ambiental
o Capítulo III – Dos Instrumentos Jurídicos e Urbanísticos;
o Capítulo IV – Dos Instrumentos de Regularização Fundiária;
o Capítulo V – Dos Instrumentos de Democratização da Gestão Urbana;
Título IV – Disposições Finais
78
e) A gestão associada da prestação dos serviços de saneamento básico quando
tratar de município carente, em termos econômicos, ainda que, smj, integrante de
região metropolitana e com vistas ao pleno atendimento do princípio da
universalização;
f) A delegação desses serviços públicos em foco à iniciativa privada; hipótese,
por sinal, não referida na Lei Federal nº 11.445/2007, porém não descabida diante da
atração desses serviços por meio do regime das parcerias público-privadas (PPP’s),
objeto da Lei Federal nº 11.079/2004, notadamente perante os municípios carentes;
porém promissores, através da oferta de uma PPP e por meio de Project Finance;
g) A hipótese da prestação dos serviços em causa passar de um município para
outro, atendidas as conveniências técnicas, por meio da figura do deslocamento de
interesse, por cooperação quando carente, e em busca de união sólida com município
vizinho, ou mesmo o Estado, inobstante a situação de região metropolitana,
ultrapassando o conceito de interesse apenas local (CF/88, art. 30, inc. V), a fim de
obter solução eficaz em prol da efetivação dos serviços de saneamento básico e,
acima de tudo, em prol da saúde de seus habitantes.
Deve-se ressaltar que a alínea “a” supracitada é sobremodo decisiva nos esforços de
mobilização e de comunicação social inerentes a um Plano Municipal de Saneamento
Básico. A esse respeito, a União, através da Lei Federal nº 9.795/1999, dispôs sobre a
Educação Ambiental, bem como instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental,
além de dar outras providências.
No que tange a alínea “b”, importante assinalar que uma das angústias jurídicas
quanto ao planejamento e a gestão do saneamento básico no âmbito municipal e,
notadamente no que tange os municípios inseridos em região metropolitana, é a
vivência em crucial momento de expectativa quanto à publicação do Acórdão do
Supremo Tribunal Federal ali mencionado – que redundará na edição de uma lei
estadual concernente ao esclarecimento sobre os termos sistêmico-compartilhados
que hão de explicar a forma de peculiar a titularidade –, haja vista o prazo dado de 24
meses para sua efetiva positivação e vigência, situação inquietante para os juristas e
operadores do direito, que o aguardam.
79
3. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO LOCAL DO SANEAMENTO
3.1.1. Metodologia
Inicialmente foi projetada a população total de cada município para posterior estimativa
do contingente urbano.
A escolha do método de projeção teve como princípio buscar a curva matemática que
melhor retrata o processo atual de crescimento do estado do Paraná e seus
municípios.
A curva logística é uma técnica bastante utilizada uma vez que é a função matemática
que melhor retrata um processo de crescimento que vai se desacelerando na medida
em que se aproxima de um ponto limite definido como de saturação e tem como
expressão matemática a seguinte função:
∗
Onde:
Ps = Assíntota superior
Pi = Assíntota inferior
b=
80
Figura 3.1 – Representação Gráfica da Curva Logística
82
Figura 3.3 – Setores Censitários e Divisão das Áreas do Município de Piraquara
83
Quadro 3.2– População Urbana de Piraquara
População
População Total
Ano Guarituba População Urbana População Total
Urbana
Redondo
2010 38.515 45.737 84.252 93.207
2015 44.292 53.708 98.000 105.884
2020 50.493 62.492 112.985 118.903
2025 57.057 71.429 128.487 131.017
2030 63.334 79.884 143.218 141.300
2035 69.034 87.418 156.452 149.368
84
No Quadro 3.3 abaixo estão indicadas as metas utilizadas.
Quadro 3.3 – Metas de Redução de Perdas Físicas Totais
Ano Índice de Perdas Físicas Totais a Ser Alcançado
2020 33%
2025 31%
2030 30%
2035 25%
FONTE: SIS SANEPAR (2009-2014), considerando apenas perímetro urbano sem sistemas isolados.
Analisando os dados apresentados no Quadro 3.4 pode-se notar o elevado índice das
perdas na distribuição da água. Os valores médios anuais dessas perdas estão
apresentados no Quadro 3.5 a seguir.
85
Quadro 3.5 – Perdas no Sistema de Água em %
Ano Perdas na Produção (%) Perdas na Distribuição (%) Perdas Totais (%)
2009 1,3 44,0 44,7
2010 1,0 44,4 45,0
2011 1,1 45,2 45,8
2012 1,3 46,1 46,8
2013 0,9 45,5 46,0
2014 0,8 45,8 46,2
Assim sendo, para o cálculo da demanda do sistema foi adotado o consumo per
capita, de água de 115,0 L/hab.dia, referente à média do período de análise.
Esse consumo, considerando as perdas atuais do sistema em 46% (perdas totais),
resulta em um per capita bruto de 217,0 L/hab.dia, que será o valor de partida para o
estudo da demanda de produção de água. O Quadro 3.7 apresenta os valores dos per
capita utilizados no cálculo.
86
Quadro 3.7 – Valores Per capita Bruto Utilizados no Cálculo da Demanda em (L/hab.dia)
Ano Per capita Bruto a Ser Alcançado (L/hab.dia)
2020 172,0
2025 167,0
2030 164,0
2035 153,0
Sendo:
88
Quadro 3.10 – Vazão de Referência e Demandas dos Sistemas Integrados Iraí e Iguaçu
1
- Valores de demanda calculados a partir dos dados SIS – SANEPAR (2009 a 2014).
Pelo Quadro 3.10 é possível identificar que para o Sistema Integrado Iraí, a vazão
disponível do manancial superficial de 3.460,0 L/s é suficiente para atender tanto a
demanda atual de 3.393,03 L/s, quanto à demanda futura de 3.173,44 L/s.
Em contrapartida, a vazão disponível do Canal Água Limpa de 1.590,0 L/s não atende
a demanda do ano de 2015 de 3.007,82 L/s, e mesmo que a demanda futura de 2035
apresente um decréscimo para 2.885,04 L/s, a vazão disponível não será suficiente.
Em relação às perdas, os municípios que compõe o sistema integrado do Iraí
(Campina Grande do Sul, Colombo, Curitiba, Piraquara, Quatro Barras e Pinhais),
apresentaram o valor médio de perdas na produção de 1%, compilando os dados do
SIS de 2009 a 2014. Já para as perdas da distribuição, tanto os municípios do Sistema
Integrado Iraí, quanto os do Sistema Integrado Iguaçu, apresentaram valor elevado, as
quais estão compreendidas entre 38% (Campina Grande do Sul) e 54% (Colombo). O
resumo dos dados de perdas está apresentado no Quadro 3.11 a seguir.
Quadro 3.11– Perdas do Sistema
Perdas de Perdas de
Sistema Municípios Perdas Totais (%)
Produção (%) Distribuição (%)
Campina Grande do
1,0 37,0 38,0
Sul
Colombo 1,0 53,0 54,0
Curitiba 1,0 39,0 4,0
SIN Iraí
Pinhais 1,0 46,0 47,0
Piraquara 1,0 45,0 46,0
Quatro Barras 1,0 40,0 41,0
89
Perdas de Perdas de
Sistema Municípios Perdas Totais (%)
Produção (%) Distribuição (%)
Almirante
1,0 48,0 49,0
Tamandaré
Curitiba 1,0 39,0 40,0
SIN Iguaçu
Piraquara 1,0 45,0 46,0
São José dos
1,0 41,0 42,0
Pinhais
Em visita técnica à ETA Iraí, verificou-se que, os valores de perdas na produção são
baixos devido à existência de um sistema de recirculação de água. Porém, no caso
das perdas de distribuição evidencia-se a necessidade de implantação de um
programa de investimento em controle, melhorias e/ou ampliação do sistema, que
resulte numa diminuição das mesmas para patamares aceitáveis e compatíveis com a
realidade nacional.
90
Para os cálculos das contribuições de esgotamento sanitário foi necessária a utilização
dos per capita de consumo de água tratada, já analisados no Capítulo 3.2, e
apresentados no Quadro 3.13 a seguir.
Quadro 3.13 – Per Capita de Consumo
Município Per capita (L/hab.dia)
Curitiba 153,10
Pinhais 135,40
Piraquara 115,0
São José dos Pinhais 136,9
91
Parâmetro Valor
Carga orgânica per capita 60g de DBO/dia
Taxa de ocupação* 3,38 habitantes / economia domiciliar
Taxa de infiltração (L/s.km) - PVC 0,10
Extensão de rede por ligação ** 18,56 metros / ligações
Relação ligação por economia** 1,02
Relação economias totais / economias
1,03
domiciliares**
População População Q
Atendimen Infiltração Q Sanitária
Ano Urbana Atendida Domestica Rede (Km)
to (%) (L/s) (L/s)
(hab.) (hab.) (L/s)
A ETE Atuba Sul recebe o efluente vindo dos municípios de Curitiba e Piraquara, com
contribuições dos municípios de Pinhais e São José dos Pinhais.
O efluente do município de Piraquara é recalcado através da EEE Piraquara e também
pela EEE Weissópolis que recebe contribuição dos municípios de Pinhais e São José
92
dos Pinhais, portanto a vazão do efluente desses municípios foi somada nos cálculos
de contribuições de esgoto.
No Quadro 3.18 foi realizada a compilação dos dados da vazão sanitária máxima
diária para os municípios em análise, bem como foi inserida a vazão nominal da ETE
para posterior análise.
Quadro 3.18 – Contribuições de Esgoto ao Longo do Horizonte de Projeto Para Todos os
Municípios em Análise
Após a análise do Quadro 3.19 é possível indicar que a ETE Atuba Sul precisará
atender no final de Plano um valor de vazão de efluente de 3.070,50 L/s.
93
A vazão disponível no Rio Atuba para lançamento do efluente da ETE Atuba Sul é de
643,24 L/s, o que evidencia que essa vazão não atende a vazão de contribuição atual
e para fim de Plano.
Este capítulo tem por objetivo subsidiar proposições de melhoria para o sistema de
abastecimento de água existente com um horizonte de planejamento de 20 anos.
Essa etapa da descrição e diagnóstico do SAA do município de Piraquara apresenta
as unidades existentes com suas respectivas características e condições de operação,
permitindo o entendimento do sistema como um todo e assim identificando as
deficiências do mesmo.
94
Figura 3.4 – Sistemas Integrados de Abastecimento de Água do Paraná
95
O sistema integrado de abastecimento de água de Curitiba e Região Metropolitana
tem capacidade nominal de 9.400,0 L/s e o sistema Londrina/Cambé, com captações
nos rios Tibagi e Cafezal, tem capacidade nominal de 1.891,7 L/s.
O sistema de abastecimento integrado de Curitiba e Região Metropolitana – SAIC está
localizado na sub-bacia do Alto Iguaçu e é composto por quatro sistemas: Sistema
Iguaçu, Sistema Iraí, Sistema Passaúna e Sistema Miringuava.
No Quadro 3.20 estão descritos os sistemas integrados do SAIC e os respectivos
municípios atendidos por estes, bem como municípios abastecidos por sistemas
isolados.
Quadro 3.20 – Sistemas de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana -
SAIC
Participação no
Outros Municípios
Sistema Abastecedor Manancial Abastecimento do
Atendidos
Município de Curitiba
Almirante Tamandaré e
Sistema Iguaçu Canal de Água Limpa 38%
São José dos Pinhais
Piraquara, Quatro
Sistema Iraí Rio Iraí 35% Barras, Colombo, e
Campina Grande do Sul.
96
Figura 3.5 – Sistemas Integrados de Curitiba e Região Metropolitana
O Sistema Integrado do Iraí (SIN – Iraí) está localizado na parte leste da bacia do Alto
Iguaçu e abastece o total de seis municípios, incluindo o município de Piraquara com
captação no manancial superficial do Rio Iraí.
A captação é abastecida pelo reservatório do Iraí e pelos reservatórios Piraquara I e II,
além dos rios Iraizinho, do Meio e Itaqui.
A seguir, na Figura 3.6, é apresentado o croqui do sistema integrado.
97
Figura 3.6 – Sistema Integrado do Iraí
98
3.4.1.2. Sistema Integrado do Iguaçu (SIN – Iguaçu)
O Sistema Integrado do Iguaçu (SIN – Iguaçu) também está situado na parte leste da
bacia do Alto Iguaçu, sendo o que possui maior capacidade de produção da região,
com capacidade nominal de 3.400 L/s e produção média de 3.000 L/s.
Esse sistema é abastecido pelo Canal Água Limpa, o qual recebe as contribuições dos
rios Iraí, Itaqui e Pequeno (margem esquerda). Anteriormente os rios Atuba, Palmital e
Meio também contribuíam para o sistema, porém esses foram descartados da devido
à degradação da qualidade.
Os municípios que compõe o SIN – Iguaçu recebem contribuição de abastecimento de
água de outros sistemas do SAIC, como mostra o croqui apresentado na Figura 3.7.
99
Figura 3.7 – Sistema Integrado do Iguaçu
100
Os municípios dos Sistemas Integrados do Iraí e Iguaçu recebem contribuições de
outros sistemas integrados e isolados.
No Quadro 3.21 estão descritas as porcentagens de contribuição para abastecimento
de água dos municípios envolvidos, no momento da elaboração do Atlas (ANA, 2010).
Quadro 3.21 – Contribuição de Abastecimento de Água dos Municípios dos Sistemas
Integrados Iraí e Iguaçu
Participação no
Municípios Manancial Sistema
Abastecimento
Conjunto de poços
Conjunto de poços 51%
Almirante Tamandaré
Almirante Tamandaré
Canal Água Limpa Sistema Iguaçu 49%
101
De acordo com dados do operacional da ETA Iraí e da ETA Iguaçu fornecidos pela
SANEPAR, foi possível especificar o volume de água tratada destinada a cada um dos
municípios que compõem ambos os Sistemas de Abastecimento.
No Quadro 3.22 estão apresentados os volumes produzidos no mês de julho de 2015,
as porcentagens, e os volumes de água tratada que abastecem os municípios
analisados. Observa-se que o município de Piraquara é abastecido por um volume de
283,10 L/s, representando 9,3% do SIN Iraí e 1,8% do SIN Iguaçu.
Quadro 3.22 – Volumes de Abastecimentos de Água Tratada para os Municípios dos
Sistemas Integrados Iraí e Iguaçu
Volume Volume
Volume
Porcentagem de Produzido Produzido
Produzido Mês
Sistema Integrado Municípios Abastecimento Por Por
de Julho 2015
da ETA (%) Município Município
(m³)
(m³/mês) (L/s)
Campina
3,30% 217.525,94 83,92
Grande do Sul
Almirante
2,80% 187.845,25 72,47
Tamandaré
102
3.4.2.1.1. Manancial Superficial
103
Quadro 3.23 – Dados do Manancial Superficial
Corpo Hídrico Rio Iraí
Bacia hidrográfica Bacia do Alto Iguaçu
Pontos de captação CSP-01
Localização da captação 7.184.749,00 N / 685.799,00 S
Outorga de Direito 272/2012 - DPCA
Validade da outorga 31/12/2013
Vazão outorgada 3.500,0 L/s - 12.600,0 m³/h – 302.400,0 m³/dia
Regime de Bombeamento* 24 horas/dia
Vazão explorada* 2.700 L/s
A estação elevatória de água bruta EEB-01 está localizada junto à captação superficial
no rio Iraí.
A água bruta que segue pelos três canais de concreto até a EEB-01 é succionada para
a parte superior da elevatória por meio dos motor-bombas submersíveis.
Na parte superior a água bruta aflora por meio de quatro canais de concreto, sendo
despejada na caixa de distribuição, no seguimento é distribuída aos módulos da ETA
por gravidade.
De acordo com a visita, a capacidade da estação elevatória é de 4.200 L/s, porém
opera com vazão de 2.700 L/s. A sua potência total é de 1.020 cv. A Figura 3.9 a
seguir apresenta a estação elevatória de água bruta – EEB-01.
104
A EEB-01 é composta por cinco motor-bombas, sendo que quatro são operantes e um
reserva com as características apresentadas no Quadro 3.24.
Quadro 3.24 - Elevatória de Água Bruta – Rio Iraí – EEB-01
Iraí– EEB-01
Conjunto motor-bomba
Bomba 1 Bomba 2 Bomba 3 Bomba 4 Bomba 5
(4+1)
Tipo* Submersível Submersível Submersível Submersível Submersível
Marca Flygt Flygt Flygt Flygt Flygt
Altura Manométrica (mca) 13,3 13,3 13,3 13,3 13,3
Rotor (mm)
Vazão (m³/h)* 3.240,0 3.240,0 3.240,0 2.700,0 2.700,0
Vazão (L/s)* 900,0 900,0 900,0 750,0 750,0
Rotação (rpm) 705 705 705 705 705
Motores 1, 2, 3, 4 e 5
Marca Flygt Flygt Flygt Flygt Flygt
Potência (cv) 172,0 172,0 172,0 172,0 172,0
Rotação 705 705 705 705 705
A adução da água bruta até a Estação de Tratamento de Água (ETA) é feita por uma
única adutora, chamada AAB-01, a qual está apresentada na Figura 3.10 a seguir.
105
As características da adutora estão apresentadas no Quadro 3.25. Seu caminhamento
é feito dentro da área da ETA Iraí, sendo que na chegada a água é distribuída aos
módulos por meio de quatro registros.
Quadro 3.25 – Principais Características da Adutora de Água Bruta – AAB-01
Adutora Extensão (m) Diâmetro (mm) Material
AAB-01 115,00 1.500 Aço carbono
106
Estão situados na área da ETA os tanques de produtos químicos, os quais são
aplicados em várias etapas do processo de tratamento, sendo:
Quatro tanques de coagulante (sulfato de alumínio) com volume de 50,0 m³
cada, dosados na entrada da água bruta e também nos quatro módulos
separadamente;
Dois tanques de ácido fluossilícico com volume de 15 m³ cada, um operante e
um reserva.
Na área da ETA existe uma lagoa de detenção que atualmente está sendo utilizada
como tanque de decantação como ilustra a Figura 3.12.
107
Figura 3.13– Localização ETA e CSP Iraí
108
Em seguida, a água é bombeada para os quatro módulos através de uma única
bomba ao centro da ETA, conforme pode ser observado na Figura 3.14. Chegando à
parte superior, a água é direcionada para cada um dos módulos de forma uniforme
através de monitoramento automático.
109
Figura 3.15 – Tanque de Flotação
A água tratada dos quatro módulos segue da câmara de contato individual para o
reservatório apoiado. O reservatório com volume útil de 8.000 m³ armazena o total de
110
água tratada da ETA e se mantém 80 a 90% preenchido. Do reservatório apoiado, a
água segue para a estação elevatória de água tratada, esta composta por treze motor-
bombas.
A Figura 3.17 indica o reservatório de água tratada na área da ETA.
Número de módulos 4
Capacidade nominal total 3.200,0 L/s – 11.520 m³/h
Vazão de operação 2.700 L/s – 9.720 m³/h
Processo Não convencional - Flotação
Tempo médio de operação 24 horas/dia*
111
Com relação à estação elevatória de água bruta EEB-01, a qual possui quatro
conjuntos motor-bombas operante e um reserva, relatou-se em visita técnica que as
bombas são trocadas anualmente para que sejam evitados problemas de operação na
captação.
A capacidade da EEB-01 é de 4.200 L/s, porém opera com vazão de 2.700,0 L/s. O
técnico da SANEPAR, em visita, informou que não é aconselhável operar com a
capacidade máxima das bombas, porém já existem estudos que têm como objetivo a
operação da estação elevatória com vazão maior que a atual.
Os equipamentos de captação e estação elevatória de água bruta do Iraí estão em
boas condições de funcionamento e conservação.
A água bruta da estação elevatória segue até a ETA, localizada na mesma área, por
única adutora.
A Estação de Tratamento de Água do Iraí tem capacidade instalada de 3.200 L/s, com
4 módulos de 800 L/s. Opera atualmente com a vazão de 2.700 L/s, cada módulo 675
L/s.
Na área da ETA está construída uma lagoa, a qual anteriormente era utilizada como
lagoa de detenção, assim quando ocorresse do sistema extravasar sua capacidade, o
excesso de água era então destinado à lagoa, possibilitando a reutilização da mesma
novamente no sistema.
Segundo dados informados em visita técnica, o custo elevado para manter a lagoa de
detenção impossibilitou a utilização da mesma com essa função. Desta forma,
atualmente a lagoa é utilizada como lagoa de decantação e sua limpeza é feita por
empresa terceirizada.
Em 2016, está prevista a limpeza e reforma da lagoa. A obra, que já no processo
licitatório, será executada para que a mesma retorne a operar como lagoa de
detenção.
Há dez anos, a desinfecção da água era feita através de clorito de sódio, no entanto
como o tanque com esse produto químico apresentava risco de explosão, este sistema
foi desativado, e então a desinfecção atualmente é realizada por cloro.
Para a correção de pH é utilizado o hidróxido de cálcio, sendo que antigamente usava-
se a aplicação de cal manualmente.
De acordo com informações obtidas na visita de campo, o cloro só será adicionado no
início do processo (canal adutor) em situação emergencial, quando a água bruta
compõe-se de elevada presença de algas.
As tubulações do sistema de água são novas e, portanto não apresentam problemas
de corrosões. A tubulação para adição do orto-polifosfato (sistema de fosfatização)
para a estabilização de íons metálicos, tanto na tubulação do sistema da ETA quanto
para a rede de distribuição, é existente, mas devido a não corrosão das tubulações
ainda não está sendo utilizada.
Conforme informações do técnico da SANEPAR, os produtos químicos inseridos para
tratamento podem ser incorporados em várias etapas do processo conforme
necessidade e também melhor resultado.
Na ETA Iraí há um sistema de recirculação de água. A qualidade da água de
recirculação é determinante na sua nova inserção ao processo. Desta forma, caso não
112
apresente sólidos, é introduzida diretamente ao processo de tratamento, porém se
houver presença de algas ou outros sólidos é destinada ao processo inicial de
gradeamento.
Devido ao processo de recirculação, as perdas de água no sistema são baixas, no
entanto quando ocorre lavagem de mais de um filtro por vez, o volume de água não
suportado pelo processo de recirculação é descartado na drenagem.
O lodo gerado no processo de tratamento da água é encaminhado a centrífuga e
depois de desidratado é destinado à recuperação de cavas.
De acordo com informações do técnico da SANEPAR, o sistema instalado hoje não
atende 100 % do lodo gerado, portanto já existe um projeto para a construção de um
adensador, em virtude do grande volume de lodo gerado.
A ETA Iraí teve início de operação no ano de 2001, é um sistema considerado atual,
com 14 anos de operação, e utiliza de um processo com tecnologias mais avançadas
e não convencionais. São três os operadores responsáveis pela operação do sistema.
O pátio da ETA é uma área ampla que permite a instalação de outros equipamentos
ou a ampliação da mesma, caso necessário. A estrutura apresenta-se em boas
condições de funcionamento e conservação.
A ETA também comporta um laboratório químico onde todas as análises necessárias
do processo são realizadas, mantendo assim a qualidade da água tratada fornecida a
população. Também é existente a sala de controle, onde todo o processo é controlado
remotamente por computadores. Assim, caso haja falhas na operação ou
equipamentos, o próprio sistema as detecta, com o propósito de corrigi-las o mais
breve possível com segurança.
3.4.2.4.1. Reservação
113
Figura 3.18 – Reservatório Apoiado (RAP) Piraquara
114
Figura 3.19 – Áreas Atendidas Pelo Reservatório Apoiado Piraquara
115
Figura 3.20 – Reservatório Apoiado (RAP) Guarituba Redondo
Na Figura 3.21 abaixo está ilustrada a área do Guarituba Redondo atendida pelo RAP.
116
A seguir, no Quadro 3.27, são apresentadas as principais características dos
reservatórios do Sistema de Abastecimento de Água (SAA) de Piraquara.
Quadro 3.27 – Principais Características dos Reservatórios do SAA de Piraquara
Capacidade
Reservatório Tipo Material / Forma Localização
(m³)
RAP- Entre as ruas Rosalinda de
Guarituba Apoiado 4.000 Concreto / Retangular Oliveira Abreu com Anderson
Redondo Schadlich.
Entre as ruas Calondela e
RAP- Central Apoiado 3.500 Metálico / Cilíndrico
Canela
O Booster Heitor Pallu está localizado na Rua Herbert Trapp próximo à esquina com a
Avenida Rio de Janeiro, na cota 857,0 m. Ele recebe a água recalcada do reservatório
Guarituba Redondo e abastece a região do bairro Guarituba Redondo (4.000 m³),
identificado na Figura 3.22.
117
Figura 3.22 – Booster Heitor Pallu
Na Rua RS-305 está localizado o Booster do Chinês na cota 889,0 m. Esse recebe
água tratada por gravidade do reservatório Piraquara (3.500 m³) e distribui para áreas
de chácaras localizadas no sentido sul do município, como mostra Figura 3.23.
O Booster Centro Ambiental está localizado em região mais afastada, na Rua Nova
Tirol, na cota 895,0 m. Recebe água tratada através de recalque do reservatório
Pìraquara (3.500 m³) e abastece região de chácaras caracterizadas por serem pouco
povoadas. Indicado na Figura 3.24.
118
Figura 3.24 – Booster Centro Ambiental
Na Rua João Biss, no encontro com a Rua KS – 2 está localizado o Booster Estrada
da Oca, na cota 890,0 m. Recebe água tratada através de recalque do reservatório
Piraquara (3.500 m³) e distribui para região norte do município, ilustrado na Figura
3.25.
119
Quadro 3.29 – Características dos Boosters de Água Tratada
Booster Heitor Booster do Booster Centro Booster Estrada
Pallu Chinês Ambiental da Oca
Número de conjunto N.I 1 1 (1+1)
motor-bomba instalados
Marca / modelo N.I FLOWSERVE FLOWSERVE KSB
Pressão de entrada
10 mca 13 mca 15 mca 16 mca
(sucção)
Pressão de saída
26 mca 34 mca 54 mca 23 mca
(recalque)
Vazão nominal (L/s) 1,63 1,2 0,82 0,05
Motor N.I WEG WEG N.I
Potência (cv) N.I 3 3,7 0,85
Rotações (rpm) N.I 3465 3485 3450
FONTE: Estudo Técnico Preliminar – ETP – PROENSI (abril/2012) / Visita Técnica (2015).
120
Figura 3.26 – Adutoras de Água Tratada Iguaçu e Iraí
121
Quadro 3.30 – Ligações e Economias do SAA de Piraquara
122
Á água provinda da ETA Iguaçu até o RAP Guarituba Redondo é o excedente de água
tratada utilizada para abastecer a área situada em São José dos Pinhais que faz divisa
com o município de Piraquara.
Os reservatórios atuais do município somam um total de capacidade de
armazenamento 7.500 m³.
O SAA possui quatro boosters de água tratada que são comandados remotamente.
As perdas de água na distribuição são elevadas, com valor aproximado de 44% e
devem fazer parte de um programa de redução de perdas. Outro grande problema do
sistema é o elevado índice de perdas totais, em torno de 45%.
O arranjo do sistema existente e planejado do município de Piraquara está
apresentado na Figura 3.27.
123
ba
Atu
Rio
Ri
o
Barragem
Ba
ca
Iraí Rio Curr
alinho
ch
er
i
nal
anta
P
ital/
Palm
Booster Entrada da Oca (1+1)
eio
í
Qn=0,05L/s
Rio Ira
oM
Rio
P=0,85cv
od
Hsuc=16 mca
Ri
Hrec=23 mca
Ri
oI
rai
zin
ho
ETA Iraí
Qop=2.700L/s
í eio
Ira
Rio d oM
CSP Iraí Rio
Qout=3.500L/s
Qexp=2.700L/s
Ri
o
At
ub
Ri
o
a
Ira
Ri
izi
nh
o
o
Pi
ra
qu
RAP Piraquara
ar
3.500L/s
a
RAP Projetado
3.500L/s
ETA Iguaçu
Qop=3.200 L/s
Booster do Chinês (1)
Qn=1,2L/s aíva
P=3cv Rio Camun
CSP Iguaçu
Hsuc=13 mca
Qout=3.500L/s
Hrec=34 mca
Qexp=3.200L/s
Booster Heitor Pallu (1)
Qn=1,63L/s
P=N.I.
Hsuc=10 mca
Hrec=26 mca
Ri
Qn=0,82L/s
qu
çu
P=3,7cv
en
Igua
Hsuc=15 mca
Hrec=54 mca
Rio
Rio
Pir
aq
Barragem Piraquara ua
ra
Ca
na
lB
el
essaca
ém
Rio da R
Escala Gráfica
LEGENDA
Plano Municipal de Saneamento
Unidades Existentes
Estação de Tratamento de Água - ETA
Unidades Projetadas (SANEPAR)
Reservatório Apoiado - RAP
Barragem
1
- ATLAS – Abastecimento de Água – ANA (2010)
2
- Valores obtidos do "Registro de Outorga – Portaria 0054/2015 de 12/02/2015"
3
- Valores obtidos da "Visita técnica – informação operacional (2015)”
O volume explorado na captação do rio Iraí de 2.700,0 L/s é cerca de 23% menor que
a vazão outorgada de 3.500,0 L/s segundo outorga 272/2012 – DPCA, e 22 % menor
que a vazão disponível de 3.460,0 L/s. No entanto, observa-se que a vazão disponível
para atendimento é praticamente igual à vazão outorgada.
Para o Canal Água Limpa, a vazão captada atualmente é aproximadamente 9% menor
que a vazão outorgada (outorga 344/2012 – DPCA), no entanto, comparando a vazão
aduzida de 3.200,0 L/s com a vazão disponível 1.590,0 L/s, evidencia-se que,
atualmente a vazão aduzida é aproximadamente 50% maior.
Este capítulo tem como propósito contribuir para que o Sistema de Esgotamento
Sanitário atenda satisfatoriamente o município de Piraquara num horizonte de
planejamento de 20 anos.
A descrição e diagnóstico das unidades existentes do SES proporciona a
compreensão das condições atuais de operacionalização, permitindo a identificação
das limitações do sistema. Desta forma, podem-se analisar as contribuições atuais e
futuras do SES existente e verificar se o município será atendido pelo sistema atual.
Conforme o Relatório de Diagnóstico do Plano de Bacia do Alto Iguaçu e afluentes do
Alto Ribeira (ÁGUASPARANÁ, 2007), a situação do esgotamento sanitário do Estado
125
do Paraná, na década de 60 era precária com apenas 4,1% de redes de esgoto. Da
totalidade das 221 sedes municipais, apenas 13 municípios possuíam serviços de
esgotamento sanitário.
No município de Curitiba, considerado o mais atendido pelo sistema de esgotamento,
cerca de 160 mil habitantes não dispunham de rede de esgoto (ÁGUASPARANÁ,
2007).
Fazendo um paralelo entre os dois serviços de saneamento objetos do presente
relatório, observa-se que as redes de coleta de esgotos, quando comparadas com as
redes de abastecimento de água, não acompanharam a evolução da expansão
acelerada da área urbana da Região de Curitiba.
Na década de 80, apenas 38,98% dos domicílios particulares permanentes da Região
Metropolitana de Curitiba (RMC) estavam conectados à rede de esgoto. Esse cenário
vem melhorando nos últimos anos, principalmente com a chegada de investimentos,
como foi o caso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de Saneamento.
Atualmente o município de Piraquara possui 73% de cobertura e 100% de tratamento
conforme os dados do SNIS (2013).
126
Figura 3.28 – Croqui do SES Integrado Atuba Sul
A Bacia do Rio Atuba recebe a maior carga do esgoto doméstico da RMC, cerca de
4.259 KgDBO/dia, dos quais a maior contribuição é da ETE Atuba Sul, de acordo com
o Relatório de Diagnóstico do Plano de Bacia do Alto Iguaçu e afluentes do Alto
Ribeira (ÁGUASPARANÁ, 2007).
127
junto à margem direita do Rio Atuba, a cerca de 1,5 km a montante da confluência
com o Rio Iguaçu, no endereço Rua Miguel Pedro Abibe, com coordenadas
682.296,08 UTM E / 7.181.419,11 UTM N e na cota 848,0 m, como mostra a Figura
3.29.
129
Ao final do recalque, o efluente é direcionado para a Câmara de Tranquilização de
Fluxo, a qual é constituída de uma parede com uma fenda no fundo, de forma a
provocar perda de carga e consequentemente reduzir a energia de entrada.
Em virtude do efluente do município ser incorporado ao processo, é feito o
turbilhonamento na câmara.
Na parte superior, o efluente é dividido em dois canais de entrada para o gradeamento
mecanizado. O gradeamento é composto por duas grades do tipo escalera com
espaçamento de 6 mm. Cada canal de grades possui 2 m de largura e a grade em si
possui 1,80 m de largura. A vazão de projeto de cada canal é de 1,354 m³/s.
Todo o sólido retirado nessa etapa é destinado às caçambas por um canal helicoidal
através de rosca sem fim inclinada e aberta, essa utilização é para que não ocorra
descarga de líquido na caçamba, e por fim é destinado ao aterro sanitário.
Desarenador
Após o gradeamento, o efluente é conduzido por um canal até uma caixa de areia
quadrada, tipo detritor com as medidas 12x12m.
A Figura 3.32 identifica o desarenador da ETE Atuba Sul
O efluente segue para o tanque desarenador, sendo que a entrada é feita com a
utilização de defletores de fluxo ajustáveis, os quais têm por função direcionar o fluxo
para formar correntes semelhantes ao longo do desarenador.
No desarenador existe o raspador de fundo que rastela a areia do efluente e a retira
através de uma rosca transportadora helicoidal, que está inclinada a 20º com a
horizontal, e a descarrega em uma caçamba.
130
Existe ao lado do desarenador atual a previsão de construção de um novo
desarenador com as mesmas dimensões citadas acima, de acordo com o técnico da
SANEPAR responsável pela ETE.
Do tanque desarenador o efluente passa por um canal de calha Parshall e ao longo
desse canal existe outro canal paralelo intitulado “sistema de desvio de excesso de
vazão”.
Sistema de Desvio de Excesso de Vazão
Ao lado do desarenador há um canal “by-pass”, que funciona como um sistema de
desvio de excesso de vazão.
A Figura 3.33 ilustra o sistema de desvio de excesso de vazão.
131
A calha Parshall foi moldada “in loco” e possui largura de 7’. A medição de vazão é
feita por meio de um sensor ultrassônico, ilustrada na Figura 3.34.
132
A partir da junção da vazão coletada nas câmaras contíguas de interesse, esta é
encaminhada para até três poços coletores, onde uma tubulação DN 1200 vai suprir a
caixa divisora de vazões dos sistemas “H”.
Caixa Divisora de Vazão para os RALFs
A caixa divisora de vazão recebe o efluente da caixa de distribuição de vazão. Cada
caixa divisora pode suprir até oito tanques RALF com uma vazão idêntica, ou
controlável por nível de vertedouro, após a divisão a vazão é enviada a cada módulo.
O funcionamento dessa caixa divisora é o seguinte: o efluente é recebido no centro da
caixa de distribuição secundária sendo vertido igualmente sobre até 8 vertedores, o
número de vertedores é igual ao número de módulos em serviço, o efluente vertido cai
em uma caixa contígua, a partir do fundo de cada caixa sai uma tubulação DN 400 que
transporta a vazão de efluente para o distribuidor central de cada módulo ou seja no
centro e o topo de cada RALF.
Após passar pelas caixas de distribuição e a divisora o fluente segue para os módulos
de tratamento RALF.
RALF
A ETE Atuba Sul possui 24 módulos RALF, do tipo paralelepipédico, cada um com
volume útil de 2.000 m³ sendo que as medidas internas em planta são 21m x 21m, e
eles recebem idêntica vazão, identificado na Figura 3.35.
Cada RALF possui a vazão nominal de 70,0 L/s e opera com essa vazão, porém antes
da construção dos 8 novos RALFs a operação dos antigos reatores chegava até 100,0
L/s.
São dois módulos maiores antigos em formato de “H” que recebem o efluente ao
centro de cada módulo, no centro existe uma caixa do meio a qual recebe o efluente
da caixa de distribuição.
Na caixa do meio existem 4 volantes para cada lado que distribuem o efluente para os
RALFs. Também existe o novo módulo com 8 RALFs.
O efluente sobe em fluxo ascendente através de um pilar oco para o centro da caixa
divisora de vazão e verte sobre os 90 vertedores triangulares, com a vazão de cada
vertedor caindo em uma pequena caixa alimentadora periférica que ao fundo possui
uma tubulação de polietileno DN 75. A seguir na Figura 3.36 está ilustrado o Reator de
Leito Fluidizado – RALF.
133
Figura 3.36 – Reator de Leito Fluidizado (RALF)
134
Figura 3.37 – Separador de Lodo
135
Queimadores de Gás
O biogás é extraído dos separadores trifásicos de um módulo e reunido em um ramal
desenvolvido em posição lateral da laje de cobertura. Ao final de cada módulo, ele é
equipado com válvulas de isolamento e de corta-chama, e então desce até abaixo do
nível do solo e segue enterrado como circuito de biogás do bloco até a extremidade do
bloco.
Esse circuito recebe, em marcha, o biogás dos outros quatro conjuntos de 4 RALF, via
ramais inerentes a eles. Junto à extremidade do módulo então ele sobe, verticalmente,
até a laje de cobertura para abastecer o queimador automático.
Flotadores
A partir do ano 2008 foram concluídas as obras da primeira etapa de implantação do
sistema de flotação, assim a partir dessa época o efluente que resultava dos reatores
RALF passaram a ser direcionados para uma caixa de distribuição.
Nessa caixa de distribuição é realizada a medição de vazão e a sua respectiva divisão
equitativa para cada módulo de floco-flotação. O trecho tamponado da tubulação
passou a funcionar a plena seção com pressão aproximada de 5,0 mca.
A medição da vazão é efetuada através de uma calha Parshall de 6 pés, equipada
com sensor ultrassônico, cuja finalidade é fornecer subsídios para a dosagem de
produtos químicos, bem como controlar o sistema de recirculação.
São quatro flotadores que fazem o pós-tratamento atual do efluente. Os flotadores
existentes serão mantidos e encontram-se em reforma, conforme Figura 3.38.
São oito tanques de flotação a ar dissolvido (FADs) que estão distribuídos em dois
blocos separados, cada bloco é composto por dois pares de tanques iguais, separados
136
por uma área coberta onde estão instalados os equipamentos de produção de água
supersaturada e as bombas de lodo flotado por par de FADs.
Um dos pares desses tanques é precedido por uma câmara de mistura rápida
mecânica, equipada com agitador rápido vertical, tipo turbina de fluxo axial, sucedida
de três compartimentos de floculação mecânica dispostos em série.
A dosagem do coagulante é efetuada através de quatro bombas dosadoras instaladas
junto aos tanques de armazenamento, sem tanque pulmão para a compensação da
variação e nível nos tanques principais. A descarga da dosagem é dirigida para uma
das quatro câmaras de mistura rápida mecânica.
Em cada FAD, o floculado é distribuído por quatro dutos longitudinais de seção
retangular e de largura variável, com saídas em curvas de 90º montadas na face
superior de cada duto.
Aproximadamente a 2,5 m de profundidade, e 1,0 m acima do fundo do tanque,
existem onze tubos metálicos manifolds de 2”, para a distribuição horizontal de água
saturada de ar, a partir de orifícios voltados para baixo.
Sob os tubos citados acima, a uma mínima distância da sua geratriz externa inferior,
está montado um elemento tipo “meia cana” com as extremidades abertas, cuja função
é a de direcionar o jato de água saturada para posição inclinada, de modo que
percorrendo uma distância maior que a profundidade amplie o contato das
microbolhas com os sólidos em suspensão do floculado.
O lodo flotado é recolhido, intermitentemente, por um raspador de superfície tipo
lâmina de borracha e tração por corrente, com desenvolvimento de 1/3 da extensão. A
descarga é realizada através de uma rampa especial a jusante e se faz diretamente no
canal de lodo flotado de um par de tanques.
Desse canal e do poço se sucção comum aos dois pares de tanques FAD’s de um
bloco, o lodo flotado é bombeado para o adensador gravimétrico de lodos dos RALF e
FAD’s.
Após o tratamento terciário (pós-tratamento) o efluente tratado verte no canal de
recolhimento sendo parte utilizada na recirculação para os tanques de saturação e o
excedente é encaminhado para a calha de distribuição direta. O lançamento do
efluente é enviado ao corpo receptor, o Rio Atuba.
Após essa etapa o lodo segue para o tratamento final.
O lodo adensado segue para o prédio de processamento onde acontece a
polimerização e após é destinado ao aterro sanitário, ilustrado na Figura 3.39.
137
Figura 3.39 – Prédio de Processamento de Lodo
Para tratamento do descarte de lodo dos RALF e dos FAD’s, eles são encaminhados
para o mesmo adensador gravimétrico, sendo de formato circular com 14,5 m de
diâmetro por 5 m de profundidade, implantado junto à área de tratamento de lodo.
Essa unidade dispõe de raspador de fundo e seu poço de saída está conectado à
sucção das duas bombas de lado a desaguar.
A bomba de lodo, tipo cavidade progressiva, abastece as prensas desaguadoras
montadas sobre o mezanino, lado a lado, dentro do prédio de desaguamento.
Se o lodo for destinado à utilização agrícola deve-se realizar o processo de
calhamento, onde recebe a cal.
A massa de lodo é descarregada de cada máquina desaguadora é coletada em uma
rosca transportadora inclinada ascendente e lançada em um misturador de cal virgem,
tipo tambor rotativo.
Os filtrados e os fluxos de lavagens automáticas produzidos nas desaguadoras
retornam a EEEB através de um sistema de tubulações, sendo inserido no início do
processo na parte de inferior do canal de entrada.
A cal virgem utilizada no processo é armazenada em um silo vertical externo com um
alimentador de saída conectado à rosca inclinada ascendente de alimentação do
tambor de mistura.
A massa de lodo com cal é descarregada do misturador e é lançada um uma
caçamba, dentre cinco caçambas estacionadas, através de um pivô móvel com uma
rosca inclinada ascendente.
O volume de lodo gerado em média é de 1.000 Kg / hora e é depositado em área
próxima ao canal de lançamento de efluente a céu aberto.
138
Nessa área a massa permanece estocada por noventa dias, sem revolvimento, esse
tempo é considerado necessário e suficiente para produzir lodo Classe A. Decorrido
esse prazo, e realizados os testes de controle de qualidade, o lodo final é então
distribuído gratuitamente pela SNAEPAR a agricultores.
A seguir no Quadro 3.34 estão apresentados os dados de outorgas de direito da ETE
Atuba Sul.
Quadro 3.34 – Dados SANEPAR Outorga da ETE Atuba Sul
Município Curitiba
ETE – Denominação ETE Atuba Sul
Status da ETE Operante
Corpo Receptor Rio Atuba
Órgão Gestor Atual
Área da Bacia (km²) 126,8
Datum SAD69 F22S
Coordenada X - UTM (m) 682.296,08
Coordenada Y - UTM (m) 7.181.419,11
Bacia Iguaçu
Portaria Nº 732/2010
Tipo Portaria Outorga de Direito – OD
Data de Validade 23/06/2012
Vazão Máx. do Efluente (m³/h) 5.760,00
Vazão Máx. p/ Diluição (m³/h) Não definido
DBO - Efluente (mg/L) 50,0
DQO - Efluente (mg/L) 125,0
SS - Efluente (mg/L) 50,0
Tipo Solicitação Renovação OD
Nº Protocolo 11434395-1
Data Protocolo 23/03/2012
Condicionante (MP) Meta Progressiva
Sistema de tratamento RALF + Flotação
139
Figura 3.40 – Croqui da ETE Atuba Sul
A ETE Atuba Sul está operando atualmente com a sua vazão nominal de 1.800 L/s,
portanto dentro de seus limites.
No tratamento preliminar existem 3 bombas que recalcam o efluente para a caixa de
transição, entretanto a instalação da quarta bomba, cuja obra civil (berço de concreto)
está concluída, aguarda etapa de ampliação da planta de tratamento.
Existe projeto para construção de dois decantadores de 450 L/s cada até o ano de
2016.
A eficiência dos reatores RALF antigos chega a média de 50 a 53%, e a eficiência dos
novos reatores ainda não puderam ser apuradas devido ao curto período de operação
dos mesmos. A eficiência do efluente final chega em 60%, devido a ETE estar
operando com sobrecarga.
Se o sistema atual não estivesse subdimensionado a eficiência poderia chegar a 80%.
No entanto, com a realização das obras previstas espera-se que a eficiência atinja
valores maiores.
140
até chegar relativamente próximo ao ponto de lançamento de efluente tratado junto à
ETE.
A bacia do Rio Atuba possui uma forte urbanização na sua parte mais central, com
densificação tanto a montante como a jusante, como pode ser observada na Figura
3.41.
O Rio Atuba é integrante da Bacia do Alto Iguaçu, quando o deságue promove o
encontro com o Rio Iraí e forma o maior rio do Estado: o Iguaçu.
Para o cálculo da vazão disponível foi utilizada a estação fluviométrica mais próxima
ao ponto de lançamento de efluente no Rio Atuba, a qual apresentou melhor série
histórica de dados, conforme está apresentado no Quadro 3.35.
Quadro 3.35 – Vazão Específica das Estações Fluviométricas
Com a vazão específica calculada para o ponto de lançamento de efluente foi possível
obter a vazão disponível multiplicando pela área de drenagem retirada do “Regionaliza
2014”.
141
A análise quantitativa do atual corpo receptor pode ser observada no Quadro 3.36 que
apresenta as vazões disponíveis (80% da Q95%) para o lançamento do sistema
integrado ETE Atuba Sul, bem como a vazão operacional e a vazão outorgada.
Quadro 3.36 – Características do Ponto de Lançamento Atual da ETE Atuba Sul
1
- Valores obtidos do software "Regionaliza 2014"
2
- Valores obtidos do "Registro de Outorga – Portaria 0054/2015 de 12/02/2015"
142
Bacia Sub-bacia Área (ha)
SN Iraizinho-01 163,23
SN Iraizinho-02 343,71
SN Iraizinho-03 343,48
SN Iraizinho-04 888,41
SN Iraizinho-05 203,11
SN Iraizinho-06 305,88
SN Iraizinho-07 703,60
ACD RPiraquara-01 10.039,22
Rio Piraquara
SN-Piraquara-01 206,72
ACD RItaqui-01 4.257,88
Rio Itaqui
SN Itaqui-01 203,65
ACD Iguaçu ACD RIguaçu-01 979,50
144
Figura 3.43 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Manoel Ribas
145
EEE Iraizinho
A EEE Iraizinho está localizada na Rua São Roque, sem número, no Jardim Santa
Mônica em Piraquara, entre as coordenadas 690.876,00 UTM E / 7.184.378,00 UTM N
e na cota 885,0 m.
Ela recebe efluente recalcado da EEE Manoel Ribas e também da região entorno, e
tem seu efluente o recalcado para a EEE Piraquara.
Na área da EEE existe um RAC e um cesto de gradeamento grosso.
A EEE Iraizinho é composta por dois conjuntos motor-bombas submersas com vazão
de Q=173,0 L/s.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.44 a seguir.
146
O recalque é realizado por tubulação em FD TK-7 450 DN 100 com extensão
aproximada de 1.386,0 m. Em sua extensão, a linha de recalque conta com uma
ventosa DN 100 e um tubo de descarga DN 100.
O sistema ainda conta com medidor de vazão (MEM-01) na saída da elevatória.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.41 a seguir.
Quadro 3.41 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante
EEE-
LR EEE-Iraizinho 100 1.386,0 FD
Piraquara
EEE Colibri
A EEE está situada entre as coordenadas 687.922,00 UTM E / 7.181.658,00 UTM N e
na cota 894,0 m. Este ponto representa a Rua Herbert Trapp, sem número, no bairro
Jardim Colibri em Piraquara.
A elevatória recebe o efluente gerado da região do entorno e recalca para a EEE
Guatupê localizada no município de São José dos Pinhais.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.45 a seguir.
147
Suas características são apresentadas no Quadro 3.42 a seguir:
Quadro 3.42 – Principais Características da EEE Colibri
Número de conjuntos instalados (1+1)
Marca / modelo N.I.
Vazão B1 3,10 L/s (11,16 m³/h)
Vazão B2 3,40 L/s (12,24 m³/h)
Altura manométrica B1 17,20 mca
Altura manométrica B2 19,30 mca
Motor N.I.
Potência unitária 1 CV
Rotações N.I.
148
Figura 3.46 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Jardim dos Estados
149
EEE Guarituba
A EEE está situada entre as coordenadas 684.505,00 UTM E / 7.182.971,00 UTM N e
na cota 876,0 m. Ela localiza-se na Rua Joaquim Camargo, 384, no município de
Piraquara.
Essa elevatória recebe o efluente da elevatória Guatupê localizada em São José dos
Pinhais e recalca o efluente até a EEE Weissópolis que está localizada no município
de Pinhais e tem função de encaminhar o efluente até a ETE Atuba Sul.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.47 a seguir.
EEE Piraquara
A estação elevatória EEE Piraquara está localizada na Rua Governador Valadares,
sem número, em Piraquara.
A EEE está situada entre as coordenadas 687.991,00 UTM E / 7.182.996,00 UTM N e
na cota 874,0 m.
Além de receber efluente vindo da EEE Iraizinho (Piraquara) também recebe
contribuição dos municípios de Colombo, Quatro Barras e parte de Campina Grande
do Sul.
Dentro da área da EEE existe um RAC.
Opera com vazão de 730,0 L/s, em épocas de seca opera com vazão média de 500,0
L/s.
Possui instaladas três bombas, duas operantes e uma reserva.
A entrada do efluente se dá através de comportas e logo na chegada existe o
gradeamento manual grosso.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.48 a seguir.
EEE Weissópolis
A estação elevatória EEE Weissópolis está localizada na Rua Rio Madeira, sem
número, no bairro Weissópolis no município de Pinhais. Ela está situada entre as
coordenadas 682.821,37 UTM E / 7.182.240,01 UTM N.
Além de receber efluente vindo da EEE Guarituba (Piraquara) também recebe efluente
da EEE Maria Antonieta que está localizada no município de Pinhais. O efluente
recebido é recalcado para a ETE Atuba Sul.
A EEE Weissópolis é composta por dois conjuntos motor-bombas.
Suas características são apresentadas no Quadro 3.50 a seguir.
152
Quadro 3.50 – Principais Características da EEE Weissópolis
Número de conjuntos instalados (1+1)
Marca / modelo ABS AF450-8 W2GBL 301
Vazão B1 330,0 L/s (1.188,0 m³/h)
Vazão B2 495,0 L/s (1.782,0 m³/h)
Altura manométrica B1 11,5 mca
Altura manométrica B2 14,2 mca
Motor ABS AF450-8 W2GBL 301
Potência unitária N.I.
Rotações N.I.
EEE Guatupê
A estação elevatória EEE Guatupê está localizada na Rua João Nicolau, sem número,
no município de São José dos Pinhais.
A EEE está situada entre as coordenadas 684.766,00 UTM E / 7.181.968,00 UTM N.
Além de receber efluente vindo da EEE Colibri e da EEE Jardim dos Estados, as duas
localizadas no município de Piraquara, a estação também recebe contribuição do
esgoto da região do município de São José dos Pinhais com o efluente vindo da EEE
Cristal.
O efluente recebido é recalcado para a EEE Guarituba. Está prevista a desativação da
EEE Guarituba e após a desativação o efluente será transportado da EEE Guatupê
por gravidade até a Estação de tratamento de Esgoto – Atuba Sul.
A EEE Guatupê é composta por três conjuntos motor-bombas.
Suas características são apresentadas no Quadro 3.52 a seguir.
153
Quadro 3.52 – Principais Características da EEE Guatupê
Número de conjuntos instalados (2+1)
Marca / modelo ABS AFP 150-415
Vazão B1 88,50 L/s (318,60 m³/h)
Vazão B2 121,00 L/s (435,6 m³/h)
Vazão B3 136,80 L/s (492,48 m³/h)
Altura manométrica B1 7,10 mca
Altura manométrica B2 9,80 mca
Altura manométrica B3 11,50 mca
Motor ABS AFP 150-415
Potência unitária 15 CV
Rotações N.I.
A partir do panorama geral das características das 8 EEEs será realizada uma análise
do ponto de vista operacional. A primeira constatação é que apenas a EEE Iraizinho
possui medidor de vazão.
Devido o município estar em uma área de preservação ambiental algumas estações
elevatórias possuem em suas áreas um Reservatório de Acumulação (RAC), foi
necessária a instalação desse dispositivo para evitar o extravasamento do efluente
quando a estação não comporta o volume recebido e também para auxiliar nos
serviços de manutenção.
As estações elevatórias que contém esse dispositivo e a sua capacidade estão
descritos a seguir: EEE Manoel Ribas – 45 m³, EEE Iraizinho - 235,61m³ e EEE
Piraquara - 510m³.
No momento da visita foi constatado que na época de chuvas torrenciais as áreas das
EEE estão suscetíveis a alagamentos, fazendo com que muitas vezes as bombas
fiquem abaixo da água, o terreno também acaba se tornando lamacento. As EEE mais
prejudicadas são: EEE Manoel Ribas – Presídio de Piraquara, EEE Jardim dos
Estados, EEE Guarituba e EEE Piraquara.
154
As particularidades de cada estação serão abordadas a seguir:
EEE Manoel Ribas – Presídio de Piraquara
Dentro da área onde está localizada a elevatória existia um antigo RALF que foi
desativado e atualmente apenas opera uma EEE.
No momento da visita foi constatado que devido o fato da EEE situar-se na área do
presídio, existe grande acúmulo de resíduos sólidos junto com o efluente e por esse
motivo é realizada a limpeza 2 vezes ao dia por uma empresa terceirizada.
Para que facilitasse o manuseio da alta quantia de resíduos sólidos presentes, foi
instalado um triturador em teste no período de 3 meses, entretanto esse apresentou-
se ineficiente e foi retirado do processo.
A EEE Manoel Ribas é composta por dois conjuntos motor-bombas submersas,
entretanto essas máquinas são trocadas com frequência.
O sistema de gradeamento grosso possui problemas de afogamento em épocas de
chuvas torrenciais.
EEE Iraizinho
No momento da visita foi constatado que a área no entorno da EEE está em boas
condições.
A EEE Iraizinho é composta por dois conjuntos motor-bombas submersas, entretanto
essas bombas têm grande desgaste devido à quantia de areia na rede.
Também possui o cesto de gradeamento grosso e a limpeza é feita 3 vezes por
semana
EEE Jardim dos Estados
No momento da visita foram constatados que na área da elevatória existem
alagamentos em épocas de chuvas torrenciais causando problemas, pois as bombas
ficam submersas.
Está sujeita a alagamentos.
EEE Guarituba
Está prevista a desativação da EEE Guarituba. Após sua desativação o efluente será
transportado da EEE Guatupê por gravidade até a Estação de tratamento de Esgoto –
Atuba Sul.
A área onde a EEE está localizada está em bom estado.
EEE Piraquara
Em visita de campo viu-se que essa estação elevatória é a de maior capacidade de
todo o sistema.
Quando o RAC encontra-se cheio as bombas da elevatória são afogadas.
Em épocas de chuvas a EEE não suporta mais a vazão de efluente e, portanto opera
no limite de sua capacidade.
Após o gradeamento manual grosso existe o gradeamento mecanizado, porém o
mesmo encontra-se inoperante, pois o equipamento está estragado.
155
Não foram realizadas as visitas técnicas nas estações EEE Weissópolis e EEE
Guatupê até o presente relatório.
Na Figura 3.49 está apresentado o arranjo do sistema de esgotamento sanitário
existente.
156
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EEE Iraizinho (1+1)
Q1=212,5 L/s
Q2=280,0 L/s
EEE Guarituba (2+1) SN Iraizinho-06
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Q1=100 L/s
ACD Iguaçu Hm2=37 mca
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P=N.I. ACD RIraizinho-03
EEE Colibri (1+1)
Q1=3,1 L/s
Q2=3,4 L/s SN Iraizinho-07
EEE Weissópolis (1+1) Hm1=17,2 mca SN Piraquara-01
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EEE Guatupê (2+1) Itaq Hm2=19,3 mca SN Iraizinho-04
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EEE Jardim dos Estados (1+1)
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3.6. DIAGNÓSTICO DA DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
Analisando este gráfico, podemos ver que o pico de cheia do hidrograma da área
urbanizada, ou seja, ocorre antes do que no hidrograma da área não urbanizada. A
sua vazão também é bem maior, podendo chegar a várias vezes a vazão não
urbanizada. Este tempo que leva para atingir a máxima vazão chamamos em
hidrologia de tempo de concentração e é tanto menor quanto maior a urbanização da
bacia hidrográfica.
Além da urbanização, existem outros aspectos que influenciam significativamente as
características naturais da infiltração em áreas urbanas, tais como: presença de
aterros, escavações, compactação do solo, mistura de materiais de diferentes
granulometria, etc.
Nessas situações, faz-se necessário o controle do escoamento das águas de chuvas,
para evitar os seus efeitos adversos como os alagamentos e inundações, os quais
podem representar sérios prejuízos à saúde, segurança e bem estar da sociedade
(BARROS, 1995).
158
3.6.2. Uso e Ocupação do Solo
159
grande contribuição e um passo para o município colocá-la com Lei Municipal a ser
incluída no rol de Leis na renovação do Plano Diretor Municipal.
A prevenção de maiores riscos de desastres ambientais (pelas recentes
pavimentações realizadas, taxas de ocupação, densidades, etc.) deve ser antecipada
à revisão do Plano Diretor com artigos de prevenção, com as diretrizes de uso e
ocupação do solo urbano, como medida para gestão do bem público.
A legislação municipal tanto do Plano Diretor como as Leis nº 907/2007 que dispõe
sobre o Código Municipal do Meio Ambiente e a Lei nº 911/2007, que dispõe sobre o
Uso e Ocupação das áreas urbanas, não consideram ainda os aspectos da drenagem
urbana. Uma exceção é a Lei Municipal n° 1198/2012.
O cuidado com as águas pluviais estabelecido na Lei nº 966/2008, Código de Obras,
em seu capitulo IV, das escavações, movimentos de terra, arrimo e drenagem os seus
principais artigos referente às águas pluviais são os seguintes:
“Art. 222. Toda e qualquer obra executada deverá possuir, em sua área
interna, um sistema de contenção contra o carreamento de terras e
resíduos, com o objetivo de evitar que estes sejam carreados para as
galerias de águas pluviais, córregos, rios e lagos.
Art. 224. As condições naturais de absorção das águas pluviais no lote
deverão ser garantidas pela execução de um ou mais dos seguintes
dispositivos: a. atender a porcentagem mínima de permeabilidade
estabelecida na lei de zoneamento de uso e ocupação do solo; e b.
construção de reservatório ligado ao sistema de drenagem, em casos
especiais.”
As ações municipais nessa área são atendidas por protocolos e reclamações nos
atendimentos da Prefeitura, mas ainda carecem de uma intensa atuação fiscalizadora
dos servidores municipais. Os assuntos referentes à drenagem urbana requerem uma
maior educação e conscientização da sociedade como um todo. O fortalecimento do
enfoque da legislação do uso e ocupação do solo integrado aos aspectos da
drenagem urbana devem ser revisados e estabelecidos o quanto antes pelo município,
para que tenhamos uma harmonia com o desenvolvimento urbano.
160
períodos de chuva, com o uso de válvulas de retenção, até a desobstrução dos Poços
de Visita (PVs) pela SANEPAR. Temos também extravasamentos de PVs em vários
bairros e vazamento de Redes Coletoras de Esgoto (RCE) onde as tubulações são
enterradas, e a geologia e geotecnia principalmente das UT I e II colocam riscos de
ruptura dessas instalações nesses regiões (Mineropar, 2013a). Nas áreas e
residências que não podem acessar a RCE por dificuldades de recalque ou
inexistência dela, há existência de sistemas de fossas sépticas, porém em sua grande
maioria, não são realizadas manutenções permanentes. Com relação aos sumidouros
a situação fica ainda mais séria, pois na maior parte do município os solos têm pouca
permeabilidade e o lençol freático em muitos locais é próximo à superfície, trazendo
transtornos a população e aos recursos hídricos.
Algumas dessas irregularidades são levantadas na Vistoria Técnica Ambiental (VTA)
da SANEPAR, e nos mostram uma parte desse universo de situações em desacordo
com as questões ambientais nos afluentes das bacias municipais.
A ação de registro e cadastro das galerias de águas pluviais existentes facilita o
monitoramento das irregularidades da poluição difusa e mesmo quando for identificada
a presença de esgotos domésticos, é possível saber qual a área de abrangência
daquela rede pluvial, diminuindo a área de investigação no campo.
Nos córregos, rios e sistemas de drenagem existentes, assim como na implantação e
ampliação do sistema de drenagem, pode ser previsto o monitoramento da qualidade
da água resultante do sistema de galerias das águas pluviais. Através de análises de
alguns parâmetros nas saídas das tubulações, como por exemplo, de nitrogênio,
fósforo, DBO, sólidos totais, dentre outros, é possível obter uma análise
qualiquantitativa das regiões com ligações clandestinas na rede pluvial. Assim, os
indicadores contribuirão para a avaliação da poluição difusa e de problemas com a
existência de ligações clandestinas de esgoto no sistema de drenagem urbana e
monitoramento dos serviços prestados tanto da drenagem urbana e no sistema de
esgotamento sanitário.
Segundo Paiva (2000), os transtornos a sociedade causado pelos borrachudos
(Simulium pertinax) em vários bairros municipais contribuem para o desenvolvimento
das larvas e tem influência no aumento da população dos borrachudos, principalmente
nos bairros sem a realização de coleta do esgoto, demonstrando que são indicadores
biológicos da baixa qualidade das águas nos córregos e nos rios municipais.
É de suma importância, a realização de um levantamento destes pontos de emissão
de águas pluviais, para saber suas condições, uma vez que são pontos potenciais de
poluição difusa, erosão e assoreamento de rios. Qualquer atividade poluidora que
ocorrer na área urbana e tiver seus resíduos carreados, através da drenagem urbana,
estes serão depositados nos corpos d’água receptores.
No entanto, no Município de Piraquara, observou-se a inexistência de informações
e/ou banco de dados, em variedade e quantidade, capazes de fornecer indicadores
necessários para medir a evolução e a qualidade dos serviços prestados, tanto da
drenagem urbana como da qualidade das águas.
Assim, pode-se concluir que, do ponto de vista hidrológico, são três os aspectos
indesejáveis mais preocupantes derivados do fenômeno de ocupação do solo:
aumento considerável no volume e velocidade do escoamento superficial; aumento na
161
produção de sedimentos devido à erosão; e deterioração da qualidade das águas
drenadas pelos esgotos pluviais.
O sistema tradicional de drenagem urbana deve ser considerado, como composto por
dois sistemas distintos, que necessitam ser planejados e projetados sob critérios
diferenciados: o sistema inicial de drenagem, ou microdrenagem, composto pelos
pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de águas
pluviais e, também, canais de pequenas proporções, dimensionado para o
escoamento de vazões de dois a dez anos de período de retorno; e o sistema de
macrodrenagem, constituído, em geral, por canalização de corpos hídricos, limpeza e
162
desassoreamento de córregos, diques de contenção e readaptação de obras de
galerias e de travessias (TUCCI, 1995).
O Município de Piraquara, da mesma forma, apresenta alguns problemas com o
escoamento das águas da chuva, por falta de estruturas físicas adequadas
(microdrenagem), déficit de investimentos e não realização de manutenção no sistema
de drenagem.
Piraquara ainda não apresenta sistemas de microdrenagem em todas as áreas
urbanizadas, e também, não há um cadastro dessa rede nos registros municipais. Os
problemas surgidos na microdrenagem são advindos da inexistência de pavimentação
de algumas ruas e subdimensionamento da rede. A equipe técnica da Prefeitura busca
recursos para pavimentar as ruas, melhorar os sistemas de microdrenagem e
assegurar o correto escoamento das águas pluviais.
Quanto à macrodrenagem, as galerias antigas no município são as realizadas na Rua
Carlos Belão, passando pelas Ruas Antônio Aparecido Esteves e Cristóvão Colombo
até a Rua Gilberto Nascimento; em toda a Avenida Getúlio Vargas e Rua Barão do
Cerro Azul; Ruas Maria Carolina Wilk e Sebastião Santo Gaio em direção à Rua Elvira
Lorusso do Nascimento e o fundo de vale a jusante da Avenida Getúlio Vargas; no
final da Rua Ezequiel Pinto; e na Rua José Elizeu Hipólito, no bairro Guapira. Todas
essas galerias de macrodrenagem recebem contribuições das microdrenagens dos
bairros onde foram implantadas.
A Prefeitura Municipal de Piraquara já dispõe para alguns bairros, com maiores
problemas de inundação e alagamentos, um Projeto Básico na forma de Estudo
Preliminar de Drenagem Urbana. Esses projetos foram realizados em 2014, para o
bairro Araçatuba, Bela Vista, Vila Ipanema, Recanto das Águas e o Guapira, com um
diagnóstico de redes de drenagem existentes e proposição de melhorias na drenagem
urbana desses bairros. O projeto propõe que sejam realizadas ligações com essas
galerias antigas que atravessam lotes e quadras nos bairros, realizando canalizações
na frente das residências, readequando o projeto de drenagem urbana, e instalando-o
no passeio público para realização de um melhor escoamento das águas. Ele também
propõe a construção de caixas de inspeção quando há necessidade de aumentar o
diâmetro das canalizações ou mudança da direção das águas, melhorando assim o
encaminhamento das águas para as bocas de lobo projetadas, realização de
manutenções, etc.
Segundo o mapeamento realizado pela Mineropar (2013a), estes bairros têm duas
unidades de Terreno UT I e VI na planície fluvial, com planície de fundo de vale,
começando a montante da Avenida Getúlio Vargas. Os problemas esperados são a
suscetibilidade alta a alagamentos, assoreamento dos canais de drenagem, solos
colapsáveis, com solo argiloso a muito argiloso, e pouco permeáveis. A UT VI se
apresenta adequada com restrições para loteamentos e obras enterradas em virtude
do lençol freático raso, suscetibilidade média a alta de alagamentos nessas áreas,
com permeabilidade média a alta. A Carta Síntese de Adequalidade a Ocupação
Frente às Desastres Naturais (MINEROPAR, 2013b) demonstra a fragilidade desta
região com grandes manchas de alagamentos a montante nos bairros Planta Miriam,
Vila Juliana e a jusante no bairro Araçatuba, como mostra a Figura 3.51.
164
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Salvo se atendidas as exigências específicas das autoridades competentes.
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Vila Juliana
VI
( Projeto:
Bairro
a VI
(
q Bairro
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a 500 m 0 500 m
PROJETO MAPEAMENTO GEOLÓGICO GEOTÉCNICO PARA PLANEJAMENTO NA RMC
ra São Cristovão
Jardim Primavera (
V V ( Tema:
(
1:20.000 CARTA GEOTÉCNICA SÍNTESE DE ADEQUABILIDADE À OCUPAÇÃO
V VII
( ( ( FRENTE AOS DESASTRES NATURAIS
V
Projeção: Executores:
( GEBT
Universal Transversa de Mercator Geólogos - Rogério da Silva Felipe e
Bairro Volteio
Gerência de Geologia Básica e Temática
Datum Vertical: Imbituba - SC Diclécio Falcade
Datum Horizontal: SAD 69
Data: Escala: Geoprocessamento:
Meridiano Central: 51° W GR
Dezembro / 2013 1:20.000
Téc. Mineração - Miguel Ângelo Moretti
690000 692000 694000 696000 698000 700000
Os canais de macrodrenagem dos dois afluentes das bacias do rio Iraizinho são
canalizados. O afluente 1, desde as suas nascentes em talvegue, no alinhamento das
Ruas Maria Carolina Wilk e Sebastião Santo Gaio, vindo da proximidade do Cemitério
Bom Jesus, nos bairros que recebem toda a microdrenagem de galeria de águas
pluviais dos bairros Planta Miriam e Vila Juliana, a montante, pelo
subdimensionamento de tubulações insuficientes a jusante, ocorrem estrangulamento
das vazões com transbordamento das águas nas bocas de lobo e caixa de inspeção
com alagamentos nas Ruas Apolônia Bruneti Gugelmim, Barão do Cerro Azul e
Avenida Getúlio Vargas.
A observação que se deve levar em consideração é a vida útil dessas instalações
enterradas, segundo o PROSAM (1997), a bibliografia especializada da vida útil dos
materiais construídos em concreto na água, a estimativa dessa vida útil é de 30 a 50
anos.
Essas águas de montante, por estarem retidas nessa região, diminuem a sua
velocidade para chegarem à jusante, retendo as águas nessa localidade por um
tempo, e consequentemente diminuindo a vazão de pico de cheia a jusante.
As águas de montante atravessam a Avenida Getúlio Vargas pela Rua Elvira Lorusso
do Nascimento e as canalizações entre os terrenos na Rua Barão do Cerro Azul,
descendo para se encontrar no final da Rua Ezequiel Pinto com uma canalização em
fundo de vale e outras tubulações reunidas em uma caixa de inspeção. A partir desse
ponto, percorre por leito original dos fundos de vale, passando no meio de lotes e
quadras. As canalizações e valetas a céu aberto atravessam as quadras das ruas e
avenidas até o canal aberto que chega ao bueiro da estrada de ferro da ALL. Nesse
percurso as águas no período de precipitações intensas transbordam nos córregos e
como ocorrem retenções nas microdrenagens as águas por pressão, retornam
causando alagamentos nas ruas e nas residências.
O afluente 2, foi canalizado nas proximidades da Avenida Getúlio Vargas, na área da
Construtora Camargo, que posteriormente aparece canalizada na Rua José Elizeu
Hipólito, mostrada na Figura 3.52, percorrendo a propriedade da Imobiliária Paraíso. O
afluente a montante, está na UT VI, num talvegue em fundo de vale, percorrendo essa
região ainda não urbanizada e entrando em área urbana consolidada na UT I, em
valeta aberta, em boca de lobo na Rua Araucária (Figura 3.53) atravessa embaixo das
residências canalizadas e abertas no fundo dos lotes e lateral das residências, saindo
na Rua Irati e entra novamente em boca de lobo, atravessando as quadras saindo na
Rua Paranaguá e logo em seguida na Rua Guarapuava atravessando a Avenida
Marechal Deodoro e entra no canal em direção a bueiro da ALL. Nesse percurso as
águas no período de precipitações intensas, transbordam nos córregos como ocorrem
retenções nas microdrenagens com interligação a macrodrenagens canalizadas ou
abertas em valetas, as águas retornam por pressão e refluxo causando alagamentos
nas ruas e nas residências.
166
Figura 3.52 – Rua José Elizeu Hipólito (Afluente 2)
167
Figura 3.53 – Rua Araucária
168
Figura 3.54 – Área de Influência dos Corpos Hídricos Canalizados
169
Figura 3.55 – Estreitamento com Muro (1) Figura 3.56 – Estreitamento com Muro (2)
Figura 3.57 – Estreitamento com Muro (3) Figura 3.58 – Estreitamento com Muro (4)
Na Rua Mem de Sá (Figura 3. 59) pode-se observar uma manilha com rede de água
de abastecimento passando em seu meio, podendo comprometer o escoamento das
águas em período de precipitações maiores.
170
Figura 3.59 – Manilha com Rede de Água
Na região próxima à Rua Marechal Hermes tem-se um espaço um pouco mais largo,
com encontro das ruas laterais e acesso a terrenos, pois nesse local o rio sofre uma
pequena curva chegando à Rua Julia da Costa, como mostra a Figura 3. 60.
171
Figura 3.60 – Curvatura do Rio
A montante da Rua Marechal Hermes, muros, cercas com abertura de ruas laterais ao
rio e acessos para chegar aos lotes. As áreas ribeirinhas, que o rio utiliza durante os
períodos chuvosos, como zona de passagem da inundação, têm sido ocupadas pela
população com construções e aterros, reduzindo a capacidade de escoamento desse
corpo hídrico (Figura 3. 61). A Prefeitura realizou infraestrutura e pavimentação em
todas as ruas citadas depois do ano de 2013, essas melhorias resolveram as
inundações do afluente do rio Iraizinho. A ocupação destas áreas de risco provoca
prejuízos evidentes, quando o rio inunda em seu leito maior. As canalizações que
atravessam o corpo hídrico nessas ruas a montante da Rua Júlia da Costa estão
adequadas, porém com esses estrangulamentos urbanos podem ocorrer, em períodos
de chuvas intensas, inundações a montante e um maior volume de águas com esses
estrangulamentos, nos picos de cheia a jusante.
172
Figura 3.61 – Região à Montante da Rua Marechal Hermes
173
Figura 3.62 – Ocupação Urbana Figura 3.63 – Jusante da Rua Nações Unidas
Figura 3.64 – Ocupações Irregulares Figura 3.65 – Muro com Vigas Apoiadas
174
Figura 3.66 – Limpezas Periódicas
Esses problemas ocorrem tanto nessa região, como nos outros afluentes menores do
rio Iraizinho que também estão localizados em leito de fundo de vale e são descritos a
seguir:
1. Próximo às Ruas Princesa Isabel e Monte Castelo em um pequeno afluente do
rio Iraizinho, que passa em vala aberta sendo canalizado na Avenida
Rebouças. Nesse local ocorriam alagamentos, mas os mesmos foram
resolvidos com a readequação das canalizações por baixo de lote urbano na
Avenida Rebouças (Figura 3.67 e Figura 3.68 e encaminhados em direção da
linha férrea ALL. Como mostra a Figura 3.69, a canalização foi realizada abaixo
do muro e na área próxima a linha férrea onde se tem uma passagem sob a
linha férrea ALL (Figura 3.70), nesse local as águas se dirigem por uma valeta
até a passagem abaixo da linha ferroviária que não suporta essas vazões,
ficando alagada essa região entre o fundo das residências e a rede ferroviária.
175
Figura 3.67 – Ponto de Alagamento Figura 3.68 – Canalização
Figura 3.69 – Direcionamento à Linha Férrea Figura 3.70 – Passagem pela Linha Férrea
176
Figura 3.71 – Declividade Acentuada
177
Figura 3.73 – Residência Abaixo do Nível da Rua Princesa Isabel
178
4. As águas pluviais da pavimentação realizada, com boca de lobo da Rua
Visconde Cairu (Figura 3.75) atravessam o meio das quadras entre as Ruas
Martim Afonso, Padre Agostinho, Nações Unidas, Padre Anchieta, passam à
Rua Princesa Isabel passando em baixo de um lote e residência, e chegam à
linha férrea da ALL. As canalizações por baixo dos terrenos no talvegue mais
baixo atravessam por baixo de lotes e residências, em alguns lotes e na maior
parte as águas correm em fundo de vale no fundo de lotes urbanos com muros
de divisa com Pirizais e outros com aterro e murados. Nessa região ocorrem
alagamentos dentro das quadras e nas ruas pela subdimensionamento dessas
travessias nas Ruas Martim Afonso, Padre Agostinho, Padre Anchieta e
Princesa Isabel e nos intramuros com insalubridades pelos períodos que estas
aguas permanecem estocadas nesses terrenos de fundo de vale, como
mostram as Figura 3.76 e Figura 3.77.
179
Figura 3.78 – Rua Graciosa Figura 3.79 – Rua Olavo Bilac
Figura 3.80 – Rua Manoel Alves Teixeira Figura 3.81 – Rio Entre as Ruas Padre
Agostinho e a Nações Unidas
O desnível dessa região fica mais acentuado abaixo da Rua Nações Unidas, nas Ruas
Padre Anchieta e Princesa Isabel, pode-se ter uma ideia desse talvegue, na sua lateral
verificado da Rua Manoel Alves Teixeira (Figura 3.82).
180
Figura 3.82 – Talvegue na Rua Manoel Alves Teixeira
181
Major José Luciano, onde as duas interligações com a saída para o fundo de vale
estão com subdimensionamento e assoreamento de rede causando alagamento
nessas ruas (Figura 3.83). É importante observar os indícios e evidências da abertura
e depressão do pavimento com depressões dos paralelepípedos nessa rua. A Figura
3.84 apresenta o terreno desocupado onde passa a rede pluvial em direção à linha
ferroviária.
Figura 3.83 – Rua José Elizeu Hipólito (1) Figura 3.84 – Rua José Elizeu Hipólito (2)
O bairro Vila Macedo tem dois talvegues, sendo que um que está mais ao norte,
somente com as águas pluviais, e o outro mais ao sul, a jusante com a canalização de
corpos hídricos somente nas ruas pavimentadas nas regiões das Ruas Belo Horizonte,
Cuiabá e Recife com as transversais das Ruas Fortaleza e Belém.
O bairro está inserido no planalto do Alto Iguaçu em uma região de sedimentos da
Formação Guabirotuba, com declividades 5-10-20%, na UT V e VI, solo argiloso a
muito argiloso, permeabilidade média a alta, nível freático baixo próximo dos aluviões
(até 2 metros), com suscetibilidade média a alta a alagamentos 0-5%, (MINEROPAR,
2013a).
Os talvegues acentuados, o aumento das impermeabilizações, as taxas de ocupação
urbana e as tubulações subdimensionadas causam alagamentos nas ruas. Desta
forma, as ruas que recebem essas contribuições hídricas ficam alagadas nas
182
precipitações pela não continuidade das canalizações das águas pluviais, junto às
bocas de lobo, que se encontram obstruídas e passam através de valetas, muros
perfurados ou escorrem no lote para baixo. Os locais com maiores problemas de
alagamentos nesse bairro são os seguintes:
1. O talvegue que inicia na Rua Porto Alegre, localizados na parte norte do bairro,
atravessando 2 lotes ocupados, onde as águas passam na lateral em valeta
aberta, chegando à Rua Maceió e passam por terrenos baldios, chegando ao
terreno 25 A, recebendo as contribuições com um tanque (reservatório
pequeno) e uma canalização passando por baixo do terreno e residência se
dirigindo para o terreno 13 e saindo na Rua Fortaleza por boca de lobo com
canalização passando por baixo de residência até o córrego ao fundo.
O maior impacto nesse talvegue está localizado no lote 25 A e 13, na Rua Fortaleza
que alaga permanentemente pelo subdimensionamento dessa canalização alagando a
residência com menor inclinação a jusante desse talvegue (Figura 3.86). O terreno não
ocupado a montante do lote 25 A (Figura 3.85) recebe um monitoramento dos
moradores dessa residência, pois seguidamente a população despeja resíduos sólidos
nesse local, que podem trazer obstruções nessa canalização com maiores riscos de
alagamentos.
183
Figura 3.87 – Desvios das Águas Figura 3.88 – Manilha Canalizada
Realizados Pela População Superficialmente na Lateral do Lote
3. As águas que chegam à Rua Boa Vista são enviadas para córrego ao fundo.
População constrói canalização abaixo ou ao lado residência para melhorar a
passagem das águas, como mostra a Figura 3.89.
4. Na Rua Natal, em uma área de maior inclinação, vinda pela própria inclinação
da Rua Natal e uma quadra da Rua Belém a montante, todo escoamento
superficial dessa área, escoam quando possível, embaixo de uma residência,
se dirigindo para o córrego ao fundo (Figura 3.90).
184
Figura 3.90 – Desnível até a Residência de Muro de Cor Verde a Jusante
6. Os locais com maior risco de alagamentos são os locais que reúnem as águas
de corpos hídricos junto às águas pluviais nas ruas Fortaleza e Belém (Figura
3.93 e Figura 3.94), esses sem pavimentação e sem rede pluvial, com as
bocas de lobo obstruídas recebem expressivas contribuições hídricas de
montante ocorrendo alagamentos. Nesse bairro as ruas asfaltadas, quando
têm ruas a montante sem pavimentação, recebem sedimentos e pedras que
vão causar obstruções nas bocas de lobos e nas canalizações mais a jusante.
185
Figura 3.93 – Rua Fortaleza Figura 3.94 – Rua Belém
As galerias das águas estão soterradas nos meandros do rio Iraizinho no final das ruas
Cuiabá e Aracaju pelo assoreamento das suas águas. Na área abaixo da Rua Recife,
a população não se liga as águas de drenagem nessas canalizações porque
reconhecem que as águas não seguem para jusante, pelas manilhas soterradas com
sedimentos nas proximidades do rio.
186
Figura 3.95 – Boca de Lobo e Figura 3.96 – Bueiro Sob Linha Férrea ALL,
Direcionamento das Tubulações que Próximo a Rua Roque Vernalha
Passam Abaixo do Hospital
Segundo a Mineropar (2013a), o bairro Santa Mônica está localizado nas UT-II e V. A
geomorfologia é caracterizada por terrenos planos entre fundo de vale e as vertentes
topograficamente acima das planícies de fundo de vale. Sua geotecnia apresenta nível
freático de 0,2 a 2,0 m, com camada superficial orgânica plástica, hidromórfica, mole a
muito mole, permeabilidade baixa com espessura de 0,5 a 3,0m.
As macrodrenagens estão nas principais ruas pavimentadas, ou seja, Rua Ouro
Verde, Rua João Batista Vera, entre outras, que levam contribuições para o valetão da
Avenida São Roque e no sentido da Avenida dos Ferroviários temos as Avenidas
Palmeira, Eng. Djalma Maciel e outras. Essas canalizações se dirigem cada uma delas
para a valeta da Avenida dos Ferroviários e passam em três canalizações por baixo da
via férrea, as quais necessitam serem redimensionados. O ponto de maior impacto
nos alagamentos do bairro vem pelas águas do valetão da Avenida São Roque, que
recebe todas as canalizações de montante, e o bueiro da linha férrea não suporta o
volume de água que vem desse valetão, que extravasa lateralmente e alaga
principalmente as ruas e residências da esquina da Rua Bom Sucesso, Santa Clara e
Avenida dos Ferroviários.
Outro local do bairro que tem alagamentos é na Rua Bom Sucesso, na quadra próxima
à Avenida São Roque, como mostra a Figura 3.97, mas nessa rua também ocorrem
alagamentos localizados em residências que estão localizadas em declividades
inferiores em relação à rua (Figura 3.98).
187
Figura 3.97 – Rua Bom Sucesso Figura 3.98 – Alagamentos Causado por
Residência com Declividade Inferior a Rua
Figura 3.99 – Boca de Lobo Obstruída (1) Figura 3.100 – Boca de Lobo Obstruída (2)
Legenda: Sedimentos com pedras vindo de rua Legenda: Detalhe de boca de lobo obstruída
sem pavimentação. por sedimentos, pedras e vegetação.
Nesse bairro, pelo nível de lençol raso por ocasião de precipitações fortes, águas
escoam pelas ruas.
188
Figura 3.101 – Ruas da Paz e Antonio Valenga
No Bairro Vila Izabel, águas percorrem por leito original de fundo de vale em
canalizações de corpo hídrico das nascentes nas travessias das Ruas Reinaldo Meira,
João Gugelmim e Rodozindo Mazon, e entre as Ruas Francisco Leal e a Izabel
Correia Soares, indo até a via férrea em canalização pluvial passando por um lote
residencial.
Os locais de maior impacto e risco aos alagamentos ficam no talvegue localizado na
Rua Izabel Correia Soares, aonde toda essa contribuição vinda de montante das ruas
Francisco Leal, Francisco de Souza e a própria Rua Izabel Correia Soares (Figura
3.102 e Figura 3.103).
189
Figura 3.102 – Contribuição de Corpo Figura 3.103 – Rua Francisco Leal
Hídrico a Montante e Boca de Lobo na Rua
Francisco Leal
Figura 3.104 – Rua Izabel Correia Soares Figura 3.105 – Lote nº901, na Rua Izabel
Correia Soares
O locais com maior impacto com alagamentos estão nas inclinações dos fundos de
vale do bairro, com início na Rua Ondina de Souza (Figura 3.106) que recebe
contribuições de ruas de montante. A boca de lobo que canaliza todos corpos d’água
de um talvegue acentuado com nascentes de água no seu interior, que não suportam
esse grande volume de águas que alagam a rua e residências a jusante (Figura
3.107).
190
Figura 3.106 – Rua Ondina de Souza Figura 3.107 – Boca de Lobo e Alagamento
no Lote Com Talvegue Acentuado
191
Figura 3.108 – Boca de Lobo Figura 3.109 – Lote nº901
Legenda: Boca de Lobo nas esquinas das Legenda: Rua Felipe Gubert esquina F.
ruas Francisco Sbrissias com a Francisco Sbrissia onde ocorrem alagamentos
Lourenço permanentes.
Em períodos de chuvas fortes, a rede coletora de águas pluviais não suporta o volume
das águas que vem da Fazenda Paraíso (Figura 3.110), desta forma as águas
extravasam e atravessam a Rua Ângela da Costa de Lima, alagando residências e
ruas adjacentes, como mostra a Figura 3.111. Posteriormente se dirigem
superficialmente e são canalizadas para as Ruas Graciosa Jacomel Dal'Col e
Francisco Júnior.
192
Figura 3.110 – Águas Vindas da Fazenda Figura 3.111 – Ruas Adjacentes
Paraíso
Figura 3.112 – Valeta Aberta com Corpo Figura 3.113 – Corpo Hídrico com
Hídrico Estrangulamento
193
Figura 3.114 – Lote Inundado a Montante Figura 3.115 – Canalização Obstruída por
da Rua Afonso Favoreto Sedimentos e Pedras
Passando a Rua Affonso Favoreto temos um canal em direção à passagem por baixo
da via férrea, em diâmetro maior que os bueiros localizados nos outros bairros e por
não ter ocupação urbana próxima a esse local não temos problemas com alagamentos
nessa região, como mostra a Figura 3.116.
Nas áreas que tinham ocupações irregulares ao final da Rua Ângela Costa Lima, em
área de baixada e muito próxima a linha férrea, ocorriam alagamentos permanentes,
porém essa população foi relocada para o condomínio Residencial Vista da Serra, no
bairro São Cristóvão.
194
3.6.6.13. Bairro Santiago (Rua Olavio de Souza)
Figura 3.117 – Boca de Lobo na Esquina da Figura 3.118 – Boca de Lobo em Frente ao
Rua Canela Com a Rua Olavio de Souza n.178 na Rua Olavio de Souza
195
3.6.7.2. Vila Macedo
As áreas abaixo da Rua Aracaju em fundo de vale e próximas ao rio, estão com
ocupação irregular, e são identificadas no mapa de áreas de suscetibilidade e risco de
inundações (predisposição) no cenário tendencial, na bacia do Alto Iguaçu, pelo
Instituto das Águas (MINEROPAR, 2013b). Parte da população que estava em área
de risco de inundação, nesse bairro, recentemente foi relocada para o loteamento
Vista da Serra, no bairro São Cristovão.
196
3.6.7.5. Bairro Guarituba
O bairro Guarituba tem formação geológica em sua grande maioria de solos orgânicos
UT I, os solos de aluvião, com cor negra, por vezes turfosa, plástica, mole a muito
mole, portanto sendo solos colapsáveis, com inadequação para implantação de
infraestrutura enterrada em função do nível freático raso e aflorante (MINEROPAR,
2013a).
Ele se destaca pelo número de ocupantes e pela localização em terrenos turfosos e
com infraestrutura precária sobre um manancial de grande importância para o
abastecimento da região e o sistema de captação Iguaçu responde por 70% de todo
Sistema Integrado que abastece Curitiba e parte da RMC.
O Projeto de Ação Estruturante Sobre Manancial de Água Limpa na RMC - Guarituba,
foi criado como uma ação demonstrativa para o Plano de Aceleração do Crescimento
(PAC) com orçamento em 2006 e começou a ser implantado em 2008, com a
coordenação da Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR), o projeto envolveu
vários órgãos do Governo do Estado como a Companhia Paranaense de Energia
(COPEL), a Companhia de Saneamento de Paraná (SANEPAR), Secretaria do
Desenvolvimento Urbano (SEDU), Instituto das Águas do Paraná (AGUASPARANÁ) e
a Prefeitura Municipal de Piraquara, com pavimentações, cadastro para a
regularização fundiária dessas áreas, etc.
Segundo a COHAPAR, a área do Guarituba contaria com um sistema de drenagem
pluvial para fins de saneamento, controle de cheias e proteção do manancial.
O sistema de drenagem previu inicialmente as seguintes obras:
Galerias de águas pluviais nas ruas que captam as águas dos lotes, passeios e
ruas;
Coletores principais que conduzem este escoamento até as bacias de
detenção;
Bacias de detenção que tem a função de deter temporariamente o
escoamento, diminuindo a vazão de jusante e minimizando os impactos da
cheia a jusante;
Canais de macrodrenagem que conduzem o volume amortecido das bacias de
detenção até o canal paralelo ao rio Iguaçu;
Interceptor de vazões de estiagem que tem a função de desviar da bacia de
manancial, as vazões geradas nos períodos de estiagem, até que seja
implantada a rede coletora de esgotos.
Após a implantação da rede coletora de esgoto, o interceptor continuará a ser
usado para proteger o manancial da poluição difusa.
O objetivo das obras de contenção de cheias é dotar a área do Guarituba de
dispositivos de controle que permitam o escoamento de cheias para o canal
extravasor e segreguem a vazão de estiagem para o rio Iraí.
O sistema é composto por um canal paralelo a PR-415, que cumpre a função
de amortizar as cheias e uma galeria tubular que abrange todo perímetro com
função de interceptar a vazão de estiagem e conduzi-la ao rio Iraí, usando para
isso um sifão invertido, construído sob o canal extravasor.
198
O Projeto de macrodrenagem do PAC, o Lote 2, iniciou no loteamento Madre Tereza
Calcutá com galerias de 1,20 m e vão pela Rua Guatupê, passam pela rua Andorinhas
e se dirige para o coletor G e a vala de drenagem ao final chega à bacia de detenção
2. A saída dessa bacia de detenção 2 é pela Gerard Von Sheidt, para esse aumento
das contribuições hídricas, o projeto colocou 2 galerias celulares de 2,00 x 2,00 m que
se dirigem pela Rua Ademir Cordeiro de Oliveira que vão até o seu desague direto no
canal extravasor ou de água limpa.
Outra macrodrenagem sai da Gerard Von Sheidt com galerias de 1,20 - 1,50 m e
deságua também no canal extravasor.
Alguns ajustes nos projetos foram realizados para não causar alagamentos nos bairros
vizinhos nos loteamentos novos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social
(FNHIS). Desta forma, foram realizadas galerias e boca de lobo, para deslocamento
das águas superficiais que ficavam retidas com o aterramento do novo loteamento,
com o prolongamento das galerias pluviais nas ruas vizinhas, com deságue na galeria
da Rua Andorinhas.
Os projetos que ainda não foram concluídos são nos seguintes locais:
1. A conclusão do Lote 2: faltam a definição das desapropriações na Rua Gerard
Von Scheidt com galerias de 1,20 m entre a Rua Yuri Danilenko até a Pastor
Adolfo Weidemann. Falta a definição junto aos moradores da retirada de muros
e cercas para a conclusão dessa infraestrutura com a construção do passeio
público e sua pavimentação. Esta conclusão do lote 2, com a ligação das
galerias localizadas nessas ruas, serão coletadas toda a microdrenagem
desses bairros, descarregando no canal extravasor.
2. O Lote 3 (Guabiratubinha) que está em processo de licitação atualmente. Esta
região é a parte mais densificada da região e seu custo de licitação, equivale
aos mesmos valores investidos até o momento com os lotes 1 e 2 do PAC. Por
ter peculiaridades, como sua densidade e declividade muito baixa, representa
neste momento, a região mais crítica aos desastres recorrentes, com maior
número de alagamentos e pessoas afetadas no bairro Guarituba. Segundo a
COHAPAR, a drenagem urbana dessa região deverá ser estruturada com início
das obras previstas para fevereiro de 2016.
3. As áreas próximas às intervenções do Projeto PAC Guarituba que continuam
com alagamentos pela inexistência de projetos de drenagem. Os bairros que
ainda não foram contemplados com projetos de microdrenagem e ligação nas
macrodrenagens são a Vila Mariana, Monte Líbano e o Tarumã.
4. Também faltam serem executadas as drenagens da região entre as ruas da
poligonal entre a Júri Danilenko e a Rua Alfredo Miller, as quais são áreas
alagáveis por terem um talvegue acentuado. Faltam as complementações das
microdrenagens com a macrodrenagem na Rua Richard Likefild, para integrar
essa poligonal e bairros ao projeto de drenagem do Guarituba. A COHAPAR
informa que estas fragilidades ainda persistem nesses bairros e que projetos
de integração das ruas e bairros farão parte das próximas ações estruturantes
da drenagem urbana (lote n. 4).
5. Outra obra não concluída, mas está em licitação, é a lagoa de detenção 1, que
se localizará junto ao Parque Mandi. Essa detenção esta prevista para receber
todas as contribuições hídricas das Avenidas Andorinhas e São José.
199
Um dos pontos falhos desse projeto foi a execução da coleta de esgotos antes da
realização da drenagem urbana (que ainda não estão unificadas e integradas na
microdrenagem de vários bairros pelas indefinições das desapropriações citadas
acima).
Segundo relatos da população com relação à realização do Esgotamento Sanitário, as
obras foram marcadas por grandes dificuldades de colocação das redes e PVs em
meio a grande quantidade de águas. Essas redes coletoras instaladas nos bairros do
Guarituba enfrentam grandes deficiências, por terem sido instaladas mais próximas a
superfície, pelas razões apresentadas acima, quando os impactos começaram a
acontecer, com refluxos de esgoto dentro das residências, a população desliga o
esgoto da rede e continuam despejando esgoto nas valetas e córregos das
proximidades. Também se tem muitas situações de ligação das águas de chuvas
(pluviais) sendo ligadas na rede coletora de esgoto nesses bairros.
Esses erros e a morosidade na concepção e instalação dos projetos citados acima
continuam causando problemas de alagamentos em várias regiões do bairro
Guarituba, como a Vila Mariana, Monte Líbano e o Tarumã e principalmente
Guabiratubinha e no Jardim Tropical. O bairro Guarituba continua sendo a região de
maior número de alagamentos, nos registros da Defesa Civil, com impactos na saúde
e bem estar da população (CPRM, 2013).
Tanto as poluições por esgoto como as poluições difusas das antigas valetas e agora
em canalizações estão se dirigindo diretamente para o canal de “águas limpas”,
diminuindo a qualidade das águas e causando eutrofização dessas águas com plantas
indicadores dessa condição, como a macrófita erva de jacaré, entre outras.
Esse projeto estruturante ainda está por acontecer, aguardando licitações e verbas
federais para a conclusão de suas obras e para os fins que foram propostos que são o
saneamento, o controle de cheias e a proteção dos mananciais.
201
21/12/2012, as 22:15h. Bairros atingidos, Araçatuba, Bela Vista, Centro, Vila
Izabel. As médias de precipitação de dezembro são de 110 mm por m², nessa
data choveu, 29 mm. 220 pessoas foram afetadas, 80 residências foram
danificadas.
Os exemplos que ocorreram no município com relação às plantas instaladas em fundo
de vale em áreas de aluvião, com ocupação regular ou irregular, demonstram que
depois que o espaço estiver ocupado, as soluções disponíveis são extremamente
caras, tanto aos cofres públicos como pela população que sofre diretamente com os
alagamentos, inundações e enchentes.
As enchentes e alagamentos em Piraquara são um problema que tem produzido
prejuízos ao longo do tempo. O município necessita buscar propostas para solução
desses impactos e desastres no meio urbano.
202
Medidas de Controle de Médio Prazo: são projetos e ações que reduzem as
enchentes do rio Iguaçu no seu trecho dentro do rio Iguaçu no seu trecho
dentro da RMC, através de estudos de alternativas técnico-econômicas;
Medidas de Longo Prazo: planos e ações para o controle de enchentes nos
afluentes, orientação sobre a macrodrenagem urbana. Nesta fase deve-se
estabelecer o Plano Diretor de Macrodrenagem da RMC.
As ações no espaço foram definidas dentro das anteriores quando se indicou o trecho
do Iguaçu na fase de médio prazo e os afluentes a longo e em médio prazo. No
entanto, dentro da fase de médio prazo deverão ser elaboradas recomendações não
estruturais para os municípios sobre o trecho do rio Iguaçu, que poderão ser
estendidas para seus afluentes.
A concepção básica do Plano de Controle das Enchentes é o de combinar a reserva
de espaço urbano para Parques, como reservatórios ou áreas de amortecimento
naturais e a melhoria das condições do escoamento para minimizar o impacto das
enchentes. As áreas de amortecimento caracterizadas por Parques permitem que as
enchentes não se transfiram para jusante, além de criarem um espaço ambiental
adequado para uma região de alto grau de concentração urbana (TUCCI, 1996).
Talvez a mais importante obra de infraestrutura realizada nas ultimas décadas para o
controle das cheias na bacia do Alto Iguaçu tenha sido o canal extravasor, paralelo e
de água limpa, enquanto que o Plano Diretor de Drenagem para a bacia do Alto
Iguaçu se constitui trabalho de maior abrangência para identificação de propostas de
solução para o problemas das inundações e alagamentos nos municípios da RMC
(SEMA, 2011).
O Plano Diretor de Drenagem para a bacia do rio Iguaçu na RMC (PDDr, 2002), foi
elaborado entre 1999 e 2002 e possui características singulares, que o distingue de
trabalhos que tratam as inundações unicamente com problemas de engenharia. A
linha metodológica adotada considera diversos aspectos da questão, propondo
soluções globais e articuladas entre si.
203
3.6.12. Os Princípios de Controle da Drenagem Urbana
204
se pode drenar toda a água sem se considerar os impactos a montante ou a
jusante.
3.7.1. Objetivos
O Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMUNA) de Piraquara foi criado pela Lei
Municipal N° 1.427/2014, sendo composto por representantes das Secretarias
Municipais de Meio Ambiente e Urbanismo e de Educação, Procuradoria Geral do
Município; Organizações Não Governamentais, Instituto Ambiental do Paraná (IAP);
Associações dos Moradores de Guarituba, Federação das Indústrias do Estado do
Paraná (FIEP); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) e Companhia de Saneamento do Paraná - SANEPAR.
Os Conselheiros Titulares são:
Leverci Silveira Filho - Executivo Municipal;
José Luiz Pedrosa - Executivo Municipal;
Laudir Slompo - Executivo Municipal;
Valmir Soares - Legislativo Municipal;
Daniela Baumann - 3ª Promotoria de Justiça;
Luis Octávio Paula de Andrade - Associação Caiguava de Pesquisa;
Rafael Salles Cabreira – Instituto de Desenvolvimento Ambiental;
Eva dos Santos Moura – Associação Comercial e Industrial de Piraquara;
Anderson Marczak de Souza – Associação Comercial e Industrial de Piraquara;
Luiz Francisco Folch da Costa – UPAM.
Os Conselheiros Suplentes são:
Luiz Fernando Plakitka – 3ª Promotoria de Justiça;
Cleber Tony Cardoso – Associação Caiguava de Pesquisa;
Élio Moreira Santos – Instituto de Desenvolvimento Ambiental;
205
Cláudio Roberto Ribeiro Júnior – Associação Comercial e Industrial de
Piraquara;
Leonardo Sizanoski – Associação Comercial e Industrial de Piraquara;
Manoel Cessito Serpa Nunes – UPAM.
Por meio do Ofício N° 199/2015, foram indicados na data de 28 de outubro de 2015, 5
vereadores como representantes da Câmara Municipal na Comissão da fase
preliminar do Plano Municipal de Saneamento. Os vereadores convocadas foram:
Valmir Soares Rock, Edson Manoel dos Santos, Ernani Winter, Miguel Scrobot e
Josimar Fróes.
Nessa mesma data, porém através de outro oficio – N° 196/2015, os 13 vereadores de
Piraquara fizeram um encaminhamento de oito metas a serem atendidas pela
SANEPAR durante a vigência do novo Contrato de Concessão para os serviços de
água e de esgoto de Piraquara.
Para o tema dos resíduos sólidos urbanos não houve qualquer manifestação do Poder
Legislativo Municipal.
Tendo como objetivo principal fomentar a participação da população e demais
entidades na gestão dos resíduos sólidos urbanos o Município realizou reuniões
periódicas com membros da Câmara Municipal de Piraquara, articuladas e agendadas
pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo.
A primeira reunião sobre os resíduos sólidos foi realizada em 6 de novembro de 2015
na Câmara dos Vereadores.
Anteriormente já haviam sido realizadas outras reuniões, mas com a temática da água
e do esgoto.
Foram realizadas também duas Audiências Públicas para apresentação do Plano
Municipal de Saneamento para a população.
A primeira Audiência foi realizada dia 26 de novembro de 2015 e a segunda Audiência
dia 30 de novembro de 2015.
3.7.3. Caracterização
Este capítulo procura traçar um painel descritivo dos principais aspectos que envolvem
o município e que têm relevância para a Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Sólidos. Como este Plano de Gestão de Resíduos Sólidos está inserido no Plano
Municipal de Saneamento Básico - PMSB, as informações sobre as características
físicas da cidade, perfil sócio econômico e ambiental e outras informações já foram
descritas no 1º volume do PMSB.
Foram consultadas fontes de informação primária, como o Departamento de Limpeza
Pública e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo que detêm dados sobre
os serviços municipais de limpeza pública e coleta e disposição de resíduos sólidos;
além de diversas fontes secundárias, dentre as quais se destacam o IBGE, o SNIS do
Ministério das Cidades e o site da Prefeitura Municipal de Piraquara.
De acordo com a Lei N° 12.305/2010, os resíduos sólidos urbanos – RSU –
compreendem os resíduos originários de atividades domésticas em residências
urbanas – RSD – e os resíduos de limpeza urbana, aqueles originários da varrição,
limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços.
206
Os resíduos domiciliares podem ser classificados em resíduos úmidos e resíduos
secos. Os resíduos úmidos são constituídos principalmente por matéria orgânica,
proveniente dos restos de alimentos. Contém partes de alimentos in natura, como
folhas, restos de alimentos industrializados e outros. Já os resíduos secos constituem-
se principalmente por embalagens fabricadas a partir de plásticos, papéis, vidros e
metais diversos, além de embalagens “longa vida”.
Além dos RSU, há outras classificações de resíduos:
Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do
SISNAMA e do SNVS;
Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil inclusive os resultantes da preparação
e escavação de terrenos para obras civis; bem como os resultantes de
pavimentação de ruas, guias e sarjetas,
Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; e,
Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios.
207
Figura 3.120 – Composição Gravimétrica do Lixo Reciclado (2013)
209
Figura 3.121 – Distribuição da População do CONRESOL
210
Figura 3.122 – Organograma da Gestão de Resíduos Sólidos de Piraquara
*Atualmente, este serviço tem sido realizado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, pois a
SMMU está temporariamente sem caminhão para realização deste serviço, devido ao processo
licitatório.
211
todo o tipo de resíduo para a correta destinação. Para incentivo à participação, são
oferecidos alguns prêmios para sorteio.
O Centro de Gerenciamento de Resíduos Iguaçu também mantém um programa de
Educação Ambiental. Trata-se do Centro de Educação Ambiental de Fazenda Rio
Grande, mantido pelo Instituto Estre. Neste local são promovidas diversas atividades
de educação ambiental em escolas, recebe inúmeras visitas de estudantes nas
instalações do aterro e mantém um programa de formação continuada de professores.
212
manteve, a população aumentou e o per capita cresceu cerca de 50%, passando para
um valor de 0,50 kg/hab.dia.
O Quadro 3.56 apresenta a estimativa de resíduos domiciliares gerados no horizonte
de planejamento.
Essa projeção adota valores crescentes de per capita, considerando-se a tendência de
melhoria das condições sócio econômicas da população.
Quadro 3.56 – Projeção da Geração de RSU da População Total do Município de
Piraquara Até o Ano de 2035
Geração
População
Ano Per capita
(habitantes) (t/dia) (t/ano)
(kg/hab.dia)
2015 104.481 0,47 49,37 13.329
2020 112.985 0,50 56,5 20.620
2025 128.487 0,55 70,7 25.794
2030 143.218 0,65 93,1 33.978
2035 156.452 0,75 117,3 42.829
213
3.7.3.5.1. Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos
Art. 225° - A taxa que trata o artigo 222 será lançada de ofício
pelo departamento competente, em conjunto com outros
tributos ou individualmente, conforme regulamento próprio.
PARÁGRAFO ÚNICO - As taxas serão calculadas de acordo
com a Lei Nº 805/05 de 23 de dezembro de 2005 e reajustadas
conforme a Unidade Fiscal do Município de Piraquara (UFM).”
No Quadro 3.57 estão apresentadas as taxas de coleta impostas na Lei N°
1.157/2011.
Quadro 3.57 – Taxa de Coleta de Lixo
3.7.3.5.2. Custos
215
Quadro 3.58 – Custos e Arrecadação Relacionados a Coleta de RSD
Quantidade Custo da Coleta e Custo da Arrecadaçã
RSD Transporte Destinação Final Custo o da Taxa Déficit
Mês
Coletado Total (R$) de Coleta (R$)
(R$) (R$/ton.) (R$) (R$/ton.)
(t) (R$)
Jan 1.596 365.231 229 96.665 61 461.896 457.671 -4.225
Fev 1.413 380.370 269 85.552 61 465.922 443.729 -22.193
Mar 1.517 383.927 253 91.850 61 475.777 495.969 20.191
Abr 1.517 394.587 260 91.850 61 486.437 493.516 7.078
Mai 1.461 394.587 270 88.469 61 483.056 - -
Jun 1.477 394.587 267 89.452 61 484.040 487.711 3.671
Jul 1.517 394.597 260 91.851 61 486.448 524.056 37.608
Ago 1.390 394.597 284 84.221 61 478.819 507.165 28.347
Set 1.441 394.597 274 87.264 61 481.861 489.556 7.695
Total 13.329 3.497.082 263 807.175 61 4.304.256 3.899.373 -404.884
216
Os funcionários são divididos em 5 equipes, sendo constituídas de:
1 caminhão coletor com capacidade de carga de 8 toneladas;
1 motorista; e
4 coletores.
Os dois outros funcionários fazem o rodizio nas equipes. Um caminhão é mantido
como reserva. A Figura 3.123 apresenta o caminhão compactador utilizado neste tipo
de coleta.
217
Bairros Dias de coleta
Estrada dos Macacos, Horto, Jd. dos Estados III e Faz. Santa Cecília. Quinta-feira.
As coletas são realizadas em dois turnos: diurno e noturno. O período diurno inicia-se
às 07h00 min com término às 15h20 min. O período noturno inicia-se às 16h00 min e
termina às 00h20 min.
A segregação, acondicionamento e disposição dos resíduos para a coleta pública
dentro da frequência pré-estabelecida é de responsabilidade do gerador.
Quando a rua não possibilitar acesso do caminhão coletor, devido à sua largura,
inclinações superiores a 20% ou restrições físicas, o coletor se desloca até o local
onde estão depositados os resíduos sólidos domiciliares (RSDs), retira a embalagem e
a transporta até o caminhão coletor.
Os resíduos coletados neste serviço são encaminhados para disposição final em um
aterro sanitário localizado no município de Fazenda Rio Grande.
De acordo com o Manual de Saneamento da FUNASA (2004), a frota mínima de
veículos de coleta para atender às cidades de pequeno e médio porte, como o caso de
Piraquara, pode ser calculada pela seguinte expressão:
Fr = (Lc x Fr) / (Cv x Nv)
Onde:
Nf = Quantidade de veículos;
Lc = Quantidade de resíduos a ser coletado (t);
Cv = Capacidade do veículo – considerar 80% da capacidade total (t)
Nv = N° de viagens por dia (máximo de 3 viagens); e,
Fr = Fator de frequência (N° de dias de produção de resíduos / N° de dias coletados).
Para Piraquara, a frota recomendada é de três caminhões para atendimento da
geração diária de 2015 e 5 caminhões para 2035. Atualmente, a TRANSRESÍDUOS
trabalha com cinco caminhões ativos e um reserva para coleta de RSD em Piraquara.
218
A empresa TRANSRESÍDUOS também é a responsável pela coleta e transporte deste
tipo de resíduo. São disponibilizados para este fim oito funcionários que se dividem em
duas equipes de trabalho, compostas por:
1 caminhão coletor com capacidade de carga de 3,5 toneladas;
1 motorista; e,
3 coletores.
A Figura 3.124 apresenta o caminhão compactador utilizado neste tipo de coleta.
Pl. Vera Cruz, Pl.São Marcos, Pl. Wagner, Jd. Tropical, Pl. Santana,
Glebas 3 a 6, Pl. Pontini Filho, Jd. Florença, J. Alterosa, Guarituba II, Pl.
Concordia, Jd. Itiberê, Guarituba II, Pl. Concordia, Jd. Tarumã, Jd. dos Segunda-feira e sexta-feira.
Eucaliptos, Pl. Santa Catarina, V. Nova, Bairro do Holandês, Pl. Santo
Antônio, e Pl. Bosque Centenário.
219
Setores Dias de coleta
Capoeira dos Dinos, Belão, Entremar, Chantecler, Nova Tirol, SANEPAR,
Morro do Canal, Zezinho, Mosico, Estrada dos Macacos, Horto, Chácara Sexta-feira.
Girassol, Saibreira e Greder.
Da mesma forma que ocorre com o RSD, o coletor se desloca até as unidades onde o
caminhão coletor não tem acesso, e carrega a embalagem do resíduo reciclável até o
caminhão.
Finalizada a coleta em todos os setores de coleta, os resíduos são pesados, lacrados
e seguem para uma empresa terceirizada, localizada no município de São José dos
Pinhais. Esta empresa finaliza a triagem dos recicláveis e também possui uma unidade
de valorização de recicláveis. Não foram fornecidos dados sobre a quantidade de
recicláveis coletada, nem mesmo os dados da empresa que recebe este resíduo.
Até 2014 havia uma associação de catadores, a RECIQUARA, que recebia os
resíduos recicláveis e trabalhava também com a coleta informal de resíduos porta a
porta. Esta associação trabalhava com a triagem e destinação correta para os
recicláveis.
Segundo a SMMU – Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo – são
aguardado os trâmites legais para que se possa efetivar a abertura de edital para o
credenciamento de novas associações e ou cooperativas de material reciclável,
instituições sem fins lucrativos que atuem no ramo de catadores e reciclagem.
220
Quadro 3.61 – Pontos de Coleta de RSS
N° Local Endereço
4 U.S. Flávio Cini Rua João Batista Vera, 243 – Jd. Primavera
6 U.S. João Airdo Fabro Rua Nova Tirol, 186 – Capoeira dos Dinos
223
Já está em operacionalização uma estufa com capacidade de 27.000 mudas,
atualmente estão plantadas cerca de 17.000 mudas de árvores nativas, como a
Bracatinga e Araucária.
O Horto Municipal fica localizado no bairro Capoeira dos Dinos, na Rua Artur Portela
de Oliveira. As Figura 3.125 e 3.127 a seguir apresentam fotos da limpeza às margens
do Horto Municipal.
224
Figura 3.127 –Margens do Horto Municipal Após a Limpeza
Horto Municipal
225
3.7.3.11. Competências e Responsabilidades
Para melhor apresentar o manejo de cada resíduo foi elaborado o Quadro 3.63 com a
síntese das atuais competências e responsabilidades.
Quadro 3.63 – Quadro de Responsabilidades
226
3.7.3.13.2. Programa de Coleta e Reaproveitamento do Óleo de
Cozinha Usado
A Figura 3.128 a seguir apresenta uma foto do receptor de óleo usado distribuídos
pelos pontos de coleta citados anteriormente.
227
Figura 3.128 – Ponto de Coleta de Óleo de Cozinha Usado
228
Quadro 3.65 – Pontos de Coleta de Pneus
3.7.4. Diagnóstico
229
maiores, com capacidade de 23 toneladas, que transportam o lixo para o aterro
sanitário da Estre Ambiental, em Fazenda Rio Grande.
Os resíduos sólidos comuns coletados em Piraquara são destinados ao Centro de
Gerenciamento de Resíduos Iguaçu, em Fazenda Rio Grande. Este aterro sanitário foi
projetado de acordo com a NBR 8.419 – Apresentação e projetos de aterros sanitários
de resíduos sólidos urbanos, e está devidamente licenciado para operação.
Piraquara conta com apenas uma equipe destinada para a coleta e transporte dos
materiais recicláveis. Este serviço atende a totalidade da população. O resíduo
coletado é destinado para uma empresa terceirizada, localizada no município de São
José dos Pinhais, onde é realizada a triagem e destinação correta para os recicláveis.
A Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo pretende abrir um novo edital para o
credenciamento de associações que realizam o beneficiamento do lixo reciclável.
Recomenda-se que esta ação seja imediata, para que o resíduo reaproveitável gerado
em Piraquara possa ser beneficiado dentro do próprio município, e possibilite o retorno
da renda gerada para a própria população.
Além disso, nas Audiências Públicas realizadas no mês de novembro de 2015,
houve diversas reclamações da população referentes à coleta de resíduos
recicláveis. De acordo com a população, a coleta de recicláveis não tem atendido
os bairros Vila Militar, Guaritubinha, Orquídeas e Âncora.
Uma parcela dos serviços de limpeza urbana é realizada pela Prefeitura, pela
Secretaria de Infraestrutura, e a outra parcela é terceirizada para a empresa
TRANSRESÍDUOS.
A equipe da TRANSRESÍDUOS esta composta de 41 funcionários, contingente este
que atende perfeitamente as demandas atuais do município. Porém, recomenda-se
que esta equipe também seja reavaliada, em todo início de ano, para que a
disponibilidade do serviço para a população não seja prejudicada com a expansão
natural do município.
232
4. PROGNÓSTICO E ALTERNATIVAS PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
233
O abastecimento de água da área urbana de Piraquara é praticamente total, enquanto
a cobertura do sistema de esgoto é da ordem de 73% das moradias.
Os vereadores contestam este percentual, o qual consideram superestimado;
entretanto trata-se do valor oficial fornecido pela SANEPAR.
Presume-se diante dos dois aspectos conflitantes, que este percentual efetivamente
possa ser menor desde que sejam consideradas as moradias localizadas em áreas em
que a rede coletora esteja inoperante, danificada ou simplesmente não exista.
No Quadro 4.2 é apresentado o cálculo da demanda atual e futura, dividida pelos dois
sistemas que atendem o município de Piraquara, quais sejam: Iraí e Iguaçu.
Quadro 4.2 – Cálculo da Demanda Atual e Futura Considerando a Porcentagem de
Abastecimento Pelos Sistemas Iraí e Iguaçu
Abastecimento Demanda Demanda do Demanda Demanda do
Sistema
Municípios do Sistema Total de 2015 Sistema de Total de 2035 Sistema de
Integrado
(%) (L/s) 2015 (L/s) (L/s) 2035 (L/s)
Campina Grande
75 83,6 62,70 88,9 66,70
do Sul
Colombo 41 772,1 316,56 585,8 240,17
Curitiba 35 6.516,3 2.280,70 6.167,8 2.158,74
Iraí
Pinhais 100 440,7 440,75 379,3 379,32
Piraquara 84 295,3 248,08 333,2 279,87
Quatro Barras 70 63,2 44,24 69,5 48,62
Total 8171,2 3393,03 7624,5 3173,42
Almirante
49 336,7 164,99 283,6 138,98
Tamandaré
Curitiba 38 6.516,3 2.476,19 6.167,8 2.343,78
Iguaçu
Piraquara 16 295,3 47,25 333,2 53,31
São José dos
36 887,2 319,38 969,4 348,98
Pinhais
Total 8035,5 3007,81 7754 2885,05
Vazão de
Sistema Municípios Demanda 2015 (L/s) Demanda 2035 (L/s)
Referência (L/s)
Tanto a barragem como suas unidades complementares tais como o canal adutor de
água bruta, estrutura da tomada de água com gradeamento e comportas, estação
elevatória e adutora de água bruta foram implantadas considerando-se um horizonte
de projeto de 30 anos cujo alcance se estende até o ano 2035.
Estas unidades não precisam ser ampliadas; requer-se apenas de intervenções de
conservação e manutenção tais como:
Dragagem do leito do canal adutor;
Substituição das grades, comportas e stop-logs devido a fim da vida útil;
Substituição dos 4 conjuntos elevatórios de 800,0 L/s cada um por conjuntos
novos; e
Substituição dos trechos eventualmente comprometidos da adutora, DN 1500
em aço e extensão de 115,0 m inclusive válvulas de descarga e ventosas.
235
Estação elevatória de água tratada composta de 3 conjuntos motor bomba de
350 cv cada um – identificados com sendo: B7, B8 e B9
B7 Q = 161,7 L/s H = 96,9 m
B8 Q = 155,0 L/s H = 94,9 m
B7 + B8 Q = 219,2 L/s H = 119,4 m
B7 + B9 Q = 223,2 L/s H = 121,5 m
B8 + B9 Q = 215,4 L/s H = 118,6 m
De acordo com os resultados já apresentados este item tem como objetivo apresentar
as intervenções requeridas para o horizonte de planejamento de 2035.
De acordo com as condições de abastecimento estimadas para 2035, a estação
elevatória de água tratada do Iraí deve ter aumentada sua capacidade de recalque da
faixa de 210,0 L/s a 230,0 L/s para uma vazão da ordem de 320,0 L/s a 340,0 L/s.
A estação elevatória de água tratada será reavaliada no aspecto dos seus conjuntos
motor bomba, devendo ser estudadas as possibilidades de:
Manutenção das bombas com substituição dos rotores das bombas;
Substituição das bombas;
Substituição dos motores para as mesmas bombas; e,
236
Substituição dos motores para as bombas novas.
A adutora existente em DN 400, cuja capacidade atual é de 220,0 L/s, poderá ser
mantida desde que suas condições de conservação estejam adequadas na época das
alterações propostas.
Entretanto a adutora DN 400, ainda que mantida, deverá ser duplicada para se
atender a vazão futura de aproximadamente 320,0 a 340,0 L/s.
Já existe o planejamento de se ampliar a capacidade de reservação do CR Piraquara,
devendo ser construído mais um reservatório de 3.500 m³.
A estimativa da reserva necessária para o ano 2035 é de 9.600 m³ sendo constituída
dos volumes apresentados no Quadro 4.5 a seguir.
Quadro 4.5 – Composição da Reserva Necessária Para o Ano de 2035
4.1.4.1. Captação
237
4.1.4.2. Tratamento
4.1.4.3. Distribuição
238
4. Projetos de engenharia e executivos; captação, elevatória de água bruta,
adutora de água bruta, estação de tratamento de água, elevatória de água
tratada e adutora Capivari.
5. Projetos e execução das obras de assentamento de rede de distribuição
observadas as prioridades de abastecimento versus a viabilidade técnica
econômica, desde que haja total regularidade nas condições da ocupação
urbana. Não serão abastecidas as áreas que estejam irregulares diante das
exigências legais.
Segundo a Concessionária, já está em andamento no município de Piraquara as
seguintes ações no sistema de abastecimento de água:
Projeto executivo do Reservatório Apoiado de 3.500 m³ a ser construído no CR
Piraquara, e;
Estudos diversos de ampliação da rede de distribuição de água.
239
c. Indicar procedimentos para a avaliação sistemática da efetividade, eficiência e
eficácia dos serviços prestados, que incluam indicadores para aferir o
cumprimento das metas; e,
d. Promover a melhoria continua do gerenciamento, da prestação e da
sustentabilidade dos serviços.
Qualidade
Manter o atendimento nos padrões estabelecidos na Portaria MS N°. 2.914, de 12 de
dezembro de 2011, ou subsequente, e demais legislações pertinentes.
Continuidade
Manter o fornecimento de água de maneira contínua à população, restringindo os
casos de intermitência no abastecimento apenas nas situações necessárias a
manutenção corretiva ou preventiva do sistema.
Uso racional da água
Implantar, em conjunto com a sociedade civil, Programa de Conscientização visando
incentivar o uso racional da água.
Conservação dos Mananciais
Piraquara pelas suas características já se constitui em área especial por sediar os
principais mananciais abastecedores do Sistema de Abastecimento Integrado de
Curitiba – SAIC. Dessa forma deve-se manter e na medida do possível ampliar, a
cooperação conjunta de forma permanente e integrada com os Comitês de Bacia
Hidrográfica, órgãos governamentais municipais, estaduais e sociedade civil, no
sentido da efetiva aplicação do Programa de Conservação dos Mananciais de
abastecimento atuais e futuros.
Foram propostos programas que servirão como base primordial para a implantação,
operação e melhorias no sistema, servindo também como ferramenta para atingir as
metas propostas.
O Quadro 4.6 a seguir apresenta a cronologia das ações propostas.
240
Quadro 4.6 – Cronologia das Ações Propostas
Da mesma forma do capítulo anterior, este capítulo tem como objetivo relembrar os
valores já apresentados no Capítulo 3. Desta forma, são apresentadas no Quadro 4.7
a seguir as vazões de esgoto geradas na cidade de Piraquara ao longo do horizonte
do projeto.
Quadro 4.7 – Contribuição de Esgoto – Piraquara
População Atendimen- População Q
Rede Infiltração Q Sanitária
Ano Urbana to Atendida Doméstica
(Km) (L/s) (L/s)
(hab.) (%) (hab.) (L/s)
2015 98.000 73% 71.540 79,90 406,1 40,61 120,51
2020 112.985 80% 90.388 110,58 553,3 55,33 165,91
2025 128.487 85% 109.214 145,37 715,9 71,59 216,96
2030 143.218 90% 128.896 163,06 909,1 90,91 253,97
2035 156.452 95% 148.629 197,83 1.047,4 104,74 302,57
241
4.2.2. Avaliação das Unidades Existentes Face às Demandas Futuras
2035
População da sede urbana (hab.) 156.452
Índice de atendimento (%) 95
População atendida (hab.) 148.629
Vazão doméstica (L/s) 197,83
Vazão infiltração (L/s) 104,74
Vazão sanitária (L/s) 302,57
Vazão sanitária diária (m³/dia) 26,141,70
Vazão sanitária máxima diária (L/s) 363,08
Vazão sanitária máxima horária (L/s) 544,62
242
Nesta área urge previamente uma solução de macro drenagem urbana, sem a qual
toda e qualquer intervenção do sistema de esgoto estará fadado ao fracasso.
35. Ampliação seletiva da oferta de rede de coleta de esgotos sanitários para todas
as Indicações Fiscais ocupadas regularmente (edificações, economias,
próprios municipais, parques, praças, indústrias, comércios, residências,
equipamentos públicos, etc.), desde que haja viabilidade técnica financeira.
36. Estabelecer uma metodologia de monitoramento da eficácia da rede de forma a
combater as obstruções, irregularidades, redes danificadas e lançamentos de
esgotos em corpos aquáticos.
37. Cadastramento dos locais que recebem ou possam vir a receber o lodo das
Estações de Tratamento e verificação das condições deste material para ser
disposto na agricultura.
38. Promover a mudança de tendência dos Serviços de Saneamento de Piraquara.
245
a. Ampliação gradativa do atendimento com rede coletora de esgoto visando à
universalização, como mostra o Quadro 4.10 a seguir.
Quadro 4.10 – Metas de Cobertura no Ano de Referência
246
4.2.5.1. Metas Gerais
A meta é ampliar o índice de cobertura dos atuais 73% para 95% da área urbana de
Piraquara, no horizonte do ano 2035, com metas intermediárias.
Observações:
Considera-se atendido todo domicílio residencial que possui condições de
conexão à rede coletora, mesmo não estando efetivamente conectado à rede
por qualquer razão;
Serão excluídos das metas de IARCE, os imóveis ocupados enquadrados nas
seguintes situações:
o Situados fora do zoneamento urbano, mesmo quando atendidas com
abastecimento de agua pela rede publica da concessionaria;
247
Ampliar o índice de coleta de esgotamento sanitário - ICES
Este índice deverá ser calculado pela seguinte expressão.
° í
ç á ú
. 100
° í
ç á ú
A meta é ampliar o índice de cobertura dos atuais 73% para 95% da área urbana de
Piraquara, no horizonte do ano 2035 com metas intermediarias.
Observações:
São considerados conectados os imóveis cujos esgotos sanitários estiverem
interligados a rede publica;
O alcance das metas propostas para este indicador depende da atuação
conjunta da prestadora de serviços e do município, cabendo a este último
exclusivamente a autuação junta aos munícipes que se encontrarem em
situação irregular apontada em vistoria técnica ambiental; e
Serão excluídos das metas do ICES, os imóveis que possuírem soleiras em
cota inferior à rede pública enquanto seus proprietários não implantarem
sistemas internos de bombeamento para a rede pública.
Ações gerais de responsabilidade da Concessionária:
1. Manter um programa contínuo de identificação de imóveis com disponibilidade
de rede coletora de esgotos e ainda não conectados;
2. Repassar periodicamente para o município o endereço dos imóveis que
possuem disponibilidade e condição técnica para interligação e que não
estejam conectados à rede pública de coleta de esgoto; e
3. Realizar estudos técnicos e econômicos para atendimento de eventuais
regiões que dispõem do SES, porém sem condições técnicas de atendimento.
Ações gerais de responsabilidade do município:
4. Manter um programa de fiscalização continua dos imóveis não conectados;
5. Adotar mecanismos punitivos eficazes para os imóveis que possuírem
disponibilidade de esgoto e condição técnica e não efetuarem a conexão à
rede pública; e
6. Repassar periodicamente para a concessionária a relação dos imóveis que
efetivaram a sua conexão na rede pública coletora de esgoto.
Ampliar o índice de regularidade das ligações prediais de esgoto sanitário
- IRLE
Este índice deverá ser calculado pela seguinte expressão.
çõ çõ
. 100
çõ
248
A meta é compatibilizar o IRLE com o índice de cobertura de 95% da área urbana de
Piraquara, no horizonte do ano 2035 com metas intermediárias.
Observações:
Considera-se regular a situação dos imóveis cujas ligações prediais possuam
todas as suas instalações sanitárias conectadas na rede pública, que possuam
caixas de gordura com dimensões adequadas e que não haja lançamento de
água pluvial do imóvel na rede coletora de esgoto; e,
O alcance das metas propostas para este indicador depende da operação
conjunta da concessionária e do município, cabendo a este último a notificação
/ autuação junto aos munícipes que se encontrarem em situação irregular
apontada em vistoria técnica ambiental.
Ações gerais de responsabilidade da Concessionária:
Manter um programa contínuo de realização de vistorias nas novas ligações
prediais de esgoto para fins de emissão de Certificado de Vistoria e Conclusão de
Obras (CVCO) / Habite-se;
Manter um programa contínuo de realização de vistorias nas novas ligações
prediais de esgoto, com ciclo variável conforme categoria de uso, sendo:
1. Edifícios residenciais e comerciais de uso coletivo: 20 anos;
2. Residências unifamiliares: 10 anos;
3. Restaurantes, bares e lanchonetes: 5 anos;
4. Escolas, clínicas, hospitais e afins: 5 anos; e,
5. Repassar periodicamente para o município a relação dos imóveis que estão
conectados irregularmente à rede pública coletora de esgoto e / ou drenagem
urbana.
Ações gerais de responsabilidade do município:
Manter um programa de fiscalização continua nos imóveis irregulares;
Utilizar de mecanismos punitivos eficazes para os imóveis que persistirem com
a irregularidade; e
Repassar periodicamente para a concessionária a relação dos imóveis que
efetivarem corretamente a sua conexão na rede pública coletora de esgoto.
Ampliar o índice de tratamento de esgoto - ITE
Este índice deverá ser calculado pela seguinte expressão.
°
. 100
°
Onde:
N° de economias totais tratadas de esgoto = total de economias conectadas a rede de
esgotamento sanitário. Obtido pelo relatório do SGC / SANEPAR.
N° de economias totais de esgoto coletadas e tratadas = é o número de economias
totais conectadas as redes coletoras providas de estações de tratamento de esgoto.
249
Este índice já há algum tempo mantém-se próximo dos 100%.
Observações:
Este indicador tem caráter quantitativo.
Ações gerais de responsabilidade da Concessionária:
1. Realizar um diagnóstico sistemático das redes coletoras de esgoto para
identificação de eventuais lançamentos de esgoto in natura; e
2. Criar e manter um programa de revitalização das redes coletoras de esgoto do
município.
Ações gerais de responsabilidade do município:
1. Viabilizar com os órgãos internos do município as autorizações para eventuais
obras de eliminação dos lançamentos in natura; e
2. Desenvolver um programa de conscientização das empresas contratadas de
manutenção e ampliação do sistema de drenagem urbana quanto ao
funcionamento do SES e a importância de não seccionar a rede coletora de
esgoto.
Qualidade
Manter o atendimento nos padrões estabelecidos na Portaria MS N°. 2.914, de 12 de
dezembro de 2011, ou subsequente, e demais legislações pertinentes.
Continuidade
Manter o sistema de coleta e afastamento isento de interrupções e outras
paralizações.
Uso correto da rede coletora e ligações prediais
Implantar, em conjunto com a sociedade civil, Programa de Conscientização do uso
racional da rede coletora.
250
Conservação dos Mananciais
No âmbito do sistema de esgoto, foram propostos programas que servirão como base
primordial para a implantação, operação e melhorias no sistema, servindo também
como ferramenta para atingir as metas propostas.
252
georreferenciados que indicarão onde devem ser realizadas ações para a minimização
dos problemas.
A falta de um cadastro confiável que caracterize todo o sistema de drenagem, desde
os canais e cursos d’água no perímetro urbano do município, causa inúmeros
equívocos na identificação de todos os elementos e dispositivos da drenagem, além
de sua presença como corpo hídrico sujeito a normas ambientais municipais,
estaduais e federais quanto ao seu uso. Em contrapartida, grande parte da cidade
atualmente possui em sua rede de drenagem junto aos seus limites, intervenções nos
cursos naturais de água. Essas redes originam canais artificiais e elementos que
atualmente fazem parte do sistema de drenagem, realizando uma função projetada
para atender a uma demanda não planejada.
O diagnóstico realizado permitiu a realização de considerações a respeito das
condições atuais e tendenciais da drenagem urbana. Levando-se em conta que a
magnitude do escoamento é bastante dependente do uso do solo, expresso pela taxa
de impermeabilização, pode-se antever a vulnerabilidade do sistema de drenagem
frente a este processo de ocupação que, dentre inúmeros problemas, gera condições
favoráveis a alagamentos e inundações.
Assim, com o crescimento da cidade, é substancial o aumento da taxa de
impermeabilização e área de cobertura com condutos, que geram problemas
ambientais integrados tanto em quantidade como em qualidade. Somado a isto há
ainda toda a desconexão e inoperância com relação à aplicação das políticas públicas
adequadas para a solução das alterações desta nova configuração.
A urbanização e o aumento das áreas cobertas têm causado problemas de
interrupções e entupimentos, em consequência da quantidade de resíduos sólidos
dispostos nas bocas-de-lobo e das limitações do sistema de drenagem, intensificando
as cheias e alagamentos.
As enchentes e alagamentos são agravados pela ocupação indevida de determinadas
regiões do município, incluindo-se também a elevação do grau de assoreamento que
leva a um compartilhamento de responsabilidades do setor público e dos munícipes.
Desta forma, ao longo da elaboração do PMSB serão avaliadas medidas estruturais e
não estruturais, sejam elas urgentes ou de longo prazo, com intuito de melhorar a
condição atual do sistema de drenagem.
Em suma, o desenvolvimento urbano altera o uso e ocupação do solo (cobertura
vegetal), provocando vários efeitos que modificam os componentes do ciclo
hidrológico natural. Com a urbanização, a cobertura da bacia é alterada para
pavimentos impermeáveis e condutos para escoamento pluvial são introduzidos,
gerando diversas alterações, como a redução de infiltração, redução do tempo de
concentração, reduções do escoamento subterrâneo e redução da evapotranspiração.
O presente relatório refere-se à elaboração do Prognóstico que tem como objetivo a
avaliação das alternativas de gestão do serviço, as demandas, os cenários
alternativos, a compatibilidade entre as carências identificadas e as ações propostas e
mecanismos complementares.
254
Artigo 2º - Para efeito de aplicação do presente Decreto, são adotados
os princípios ,conceitos, parâmetros e diretrizes estabelecidos no Plano
Diretor de drenagem para a Bacia do Rio Iguaçu na Região
Metropolitana de Curitiba e nos seu respectivo Manual de Drenagem.
Artigo 3º - A vazão específica gerada por qualquer novo
empreendimento imobiliário aprovado pelo poder público municipal,
não poderá aumentar a vazão máxima de saída em relação à essa
mesma vazão nas condições atuais (condições de pré-
desenvolvimento) da área, nem transferir vazões de cheias para
jusante do empreendimento.
Artigo 4º - As bacias de retenção deverão obedecer aos requisitos
essenciais:
a) Apresentar volume adequado, compatível com a área
contribuinte de montante e dimensionadas em
conformidade com os elementos de hidráulica obtidos
nas fórmulas clássicas já utilizadas para esse fim, ou com
os novos conceitos que possam surgir de técnicas mais
aprimoradas.
b) O retardamento, bem como o volume armazenado, deve
ser aprovado pelo Poder Público, através do órgão
competente.
Artigo 5º - As cisternas de acumulação deverão ser dimensionadas
para cada caso podendo ser instaladas nas próprias áreas dos imóveis,
ou interligadas de forma a acumular as vazões em áreas adjacentes,
dependendo do interesse e da viabilidade econômica.
Artigo 6º- As vias de circulação públicas ou privadas, executadas com
pavimento permeável, estarão minimizando o acréscimo de vazão e,
portanto, diminuindo o volume do reservatório de retenção.
Artigo 7º - Os empreendimentos já aprovados e/ou construídos, cujo
empreendedor proprietário adotar as medidas previstas, receberá
incentivos fiscais. (cabe a Prefeitura Municipal verificar a viabilidade de
aplicação deste instrumento, bem como, definir prazo e percentual de
desconto na contribuição de melhoria relativa a drenagem urbana, ou
no IPTU).
Artigo 8º - A utilização de dispositivos para o controle do escoamento
de águas pluviais deverá obedecer ao Manual de Drenagem da RMC.
Artigo 9º - Para efeito de pré-dimensionamento, poderão ser utilizadas
as tabelas padrões indicando o tempo de retorno conforme a área de
contribuição e volume de reservatórios, conforme áreas dos lotes e
coeficientes de permeabilidade.
Artigo 10º - Nas zonas identificadas com o tipo de solo pouco
permeável, deverão ser construídas medidas de controle do tipo
armazenamento.
255
Artigo 11º - Nas zonas identificadas com o tipo de solo de alta e muito
altas capacidade de infiltração deverá ser construída medidas do tipo
infiltração e percolação.
256
4.4.2.2. Manual de Drenagem
260
Área da Copel e terreno do lado oposto na esquina da Guilhermina Clipel Gaio
com a Avenida Getúlio Vargas e o terreno na Rua Eliseu Jose Hipólito, onde
passam as canalizações que levam as canalizações do bairro Guapira em
direção a via férrea são áreas em potencial para a realização de detenção das
vazões, para minimizar as contribuições hídricas acentuadas que vem de
montante desde a rua Cerro Azul e causam alagamentos na Av. Getúlio Vargas
e principalmente na rua Major Luciano com a rua Eliseu Jose Hipólito, no bairro
Guapira.
Área entre a Rua Francisco Leal e a Rua Reinaldo Meira, área potencial para
realização de detenção de vazões para amortecer os impactos das águas que
causam alagamentos na Rua Izabel Correia Soares na Vila Izabel.
Os terrenos ainda desocupados e localizados nos bairros com situação de risco
de alagamentos são na Vila Macedo na Rua Maceió, no talvegue que desce
desde a Rua Porto Alegre em frente ao comércio de roupas usadas. No terreno
pode-se realizar uma praça pública com reservatórios de detenção e retenção
para amortizar alagamentos, em residências entre essa quadra, e na própria
Rua Fortaleza.
Na vila Santa Monica há possibilidade da realização de detenção de vazões
em vários locais junto ao valetão da Av. São Roque com a realização de um
Parque Linear, que poderia trazer harmonia para o desenvolvimento urbano
com a questão ambiental do bairro.
Em algumas das localidades listadas a população avançou em áreas de expansão de
cheias e são atingidas por alagamentos e enchentes, as informações precisas dessas
irregularidades deverão ser objeto de um Plano Diretor de Drenagem Urbana - PDDU,
entretanto, na atividade do diagnóstico algumas destas áreas já foram identificadas.
As áreas levantadas pela Mineropar (2013b) que são áreas com suscetibilidade a
inundações (predisposição), na bacia do Alto Iguaçu, bacia do rio Iraizinho, na Vila
Rosa Marumbi, atinge as proximidades da Policia Militar, uma parte mais a jusante da
Vila Rosa com as ruas Jose Leal Junior, Altevir Schuli de Aguiar e a Rua Jose Valenga
e parte do bairro Marumbi e a Vila Macedo onde uma parte da população já foi
realocada para o Loteamento Vista da Serra, entretanto, ainda existe uma parcela da
população nas áreas com risco de enchentes. O bairro Guarituba encontra-se na
mesma situação, assim como o bairro Jardim Tropical e as ocupações irregulares no
rio Itaqui, em virtude do risco relacionado às localidades, é fundamental o
mapeamento e divulgação das áreas com risco de inundação.
As áreas com alagamentos no centro da cidade são resultado da impermeabilização
do solo e subdimensionamento das galerias pluviais. Atualmente, as áreas com
terrenos desocupados no centro da cidade são escassas, portanto, há a necessidade
da realização de intervenções estruturais para atenuar os impactos das águas pluviais,
dentre as quais destacam-se a realização de trincheiras de infiltração, detenção nos
lotes, nos loteamentos e reservatórios subterrâneos abaixo de estacionamentos,
dentre outros.
As áreas desocupadas ainda precisam ser reservadas por seu potencial para a
prestação de serviços e compensação ambiental, para seu futuro uso e parcelamento
nessas localidades, com as novas regras estabelecidas na legislação do uso do solo
no município com integração a COMEC. Esses serviços ambientais com áreas sendo
261
protegidas, preservadas e conservadas são de benefício para a sociedade de
Piraquara e todo o abastecimento público da RMC. Por estarem desocupadas, mas
com zoneamentos previstos na legislação atual, mas sem a integração das novas
abordagens da drenagem urbana com atenuação dos alagamentos e cheias
municipais recomenda-se somente realizar parcelamentos, nesses locais a montante,
após a realização dessa renovação da legislação municipal.
As regulamentações tanto da área de passagem das enchentes como no
estabelecimento das áreas de recuperação e estabelecimento de parques públicos
com dispositivos de drenagem urbana devem ser estabelecidas na legislação
municipal. Os incentivos para a preservação das áreas particulares e trocas para
realização de serviços de utilidade publica como áreas de lazer e minimizadoras de
enchentes, devem não afetar os valores econômicos das áreas e buscar um mercado
de troca sem que recursos sejam utilizados pelo poder publico como, Prestação de
Serviços Ambientais, Termos de Ajustamento e Conduta (TAC) com compensações
ambientais, solo criado, entre outros.
Esta reapropriação dos espaços a beira d’água é carregada de significado, pela
relevância dos espaços na constituição da história de Piraquara. São os espaços
públicos, a exemplo do Parque das Águas, os locais em que se tem direito à cidade,
às diferentes vivências, em que as pessoas se encontram, usufruem do seu espaço,
debatem, têm lazer, praticam a vida em sociedade, enfim, são lócus preponderante da
cidadania. Para além da reapropriação, a requalificação destas áreas, dotando-as de
novos usos, mas mantendo os consolidados e respeitando a história, é que vai
realçando o nome da Cidade das Águas, como referência da cidade e garantindo aos
seus, a qualidade de vida que almejam.
Pelo crescimento da população e pela urbanização é a crescente utilização dos
recursos hídricos com reflexos e impactos na drenagem urbana como a disposição
indevida de resíduos sólidos e efluentes domésticos. Tais problemas possuem
soluções não estruturais que passam por ações de educação ambiental.
262
Inserir instalações ou elementos artísticos no ambiente ribeirinho;
Inserir referências características do ecossistema, tanto nos projetos relativos
ao rio como de seu entorno;
Acolher as reivindicações da comunidade incluindo moradores, comerciantes,
empresários e turistas;
Assegurar a vitalidade do sistema de áreas verdes urbanas, tornando-o
atraente para a população;
Promover a capacitação para a indústria do turismo e do ecoturismo criando
rotas terrestres e fluviais de apreciação da paisagem; entre outras.
É fundamental a intensificação de ações de educação no município de
Piraquara, visto que ele é conhecido como a capital das águas. Desta forma, o
entendimento da população em relação às bacias hidrográficas, o ciclo
hidrológico, entre outros fatores, contribuiria para preservação dos ambientes
verdes e da água.
Essas ações devem ser frequentemente executadas com a população,
conscientizando-as sobre a correta função dos canais de drenagem e,
sobretudo, da necessidade de preservação da qualidade da água.
Além do Horto Municipal, que já tem um espaço para realização de eventos
ambientais, a realização de um Mirante Educacional, com local de encontro
com biblioteca ambiental na sua base, dentro do Parque das Aguas nas
proximidades do teatro municipal pode ser um local de comunicação e estudo
dos temas ambientais e ecológicos.
É fundamental a intensificação de ações de educação no município de Piraquara, visto
que ele é conhecido como a capital das águas. Desta forma, o entendimento da
população em relação às bacias hidrográficas, o ciclo hidrológico, entre outros fatores,
contribuiria para preservação dos ambientes verdes e da água.
Essas ações devem ser frequentemente executadas com a população,
conscientizando-as sobre a correta função dos canais de drenagem e, sobretudo, da
necessidade de preservação da qualidade da água.
Além do Horto Municipal, que já tem um espaço para realização de eventos
ambientais, a realização de um Mirante Educacional, com local de encontro com
biblioteca ambiental na sua base, dentro do Parque das Aguas nas proximidades do
teatro municipal pode ser um local de comunicação e estudo dos temas ambientais e
ecológicos.
264
manuais técnicos) e de preparação para a sociedade para que eles venham a ser
implementados e obedecidos na atualidade e no futuro.
Assim, um dos objetivos que se deve atingir, visando ao cenário referencia, é a criação
de ações não estruturais que possibilitem o aumento da presença desses dispositivos
no município, porque depois que a bacia, ou parte dela estiver ocupada, dificilmente o
poder público terá condições de responsabilizar aqueles que estiverem ampliando a
cheia. Se esta ação não for realizada preventivamente através do gerenciamento as
consequências econômicas e sociais futuras serão muito maiores para todo o
município.
As ações estruturantes destacam-se por apresentar soluções em longo prazo, as
quais promovem a conscientização e a participação da população, são menores de
custo gerais e estão geralmente associadas a programas e normas.
Para que os problemas causados pelo aumento do escoamento sejam minimizados,
sem impactar áreas à jusante, foram criados mecanismos atenuantes das cheias. São
soluções estruturais que ajudam o armazenamento temporário das águas da chuva,
além de, em alguns casos, serem utilizados para outras finalidades, são representados
por reservatórios denominados bacias de detenção e retenção. A Figura 4.1 a seguir
apresenta o amortecimento dos hidrogramas gerados pelos reservatórios urbanos.
266
Figura 4.4 – Bacia Subterrânea
267
Quadro 4.11 – Medidas de Controle
OBRA CARACTERISTICAS PRINCIPAIS VARIANTES FUNÇÃO EFEITO
Revestimento superficial pode ser Armazenamento temporário da
Retardo e/ou redução do
permeável ou impermeável com injeção chuva no local do próprio
Pavimento com camada de base escoamento pluvial gerado pelo
Pavimento Poroso pontual na camada base porosa. pavimento. Áreas extremas ao
porosa como reservatório. pavimento e por eventuais áreas
Esgotamento por infiltração no solo ou pavimento podem também
externas.
para um exutório. contribuir.
Trincheira de infiltração no solo ou de Infiltração no solo ou retenção, de Retardo e/ou redução do
Trincheira de Reservatório linear escavado no
retenção, com esgotamento por um forma concentrada e linear da água escoamento pluvial gerado em
Infiltração solo com material poroso.
exutório. da chuva. área adjacente.
Infiltração no solo, ou retenção, no Retardo e/ou redução do
Depressões lineares em terreno Vala de infiltração efetiva no solo ou vala
Vala Infiltração leito da vala, da chuva caída em escoamento pluvial gerado em
permeável. de retenção sobre solo pouco permeável.
áreas marginais. áreas vizinhas
Poço preenchido com material poroso ou
Infiltração pontual, na camada não Retardo e/ou redução do
Reservatório vertical e pontual sem preenchimento, revestido. Poço de
Poço de Infiltração saturada e/ou saturada no solo, da escoamento pluvial gerado na
escavado no solo. efetivamente de infiltração ou de injeção
chuva caída em área limítrofe. área contribuinte ao poço.
direta no freático.
Reservatório de pequenas Vazio ou preenchido com material poroso. Armazenamento temporário do Retardo e/ou redução do
Microrreservatório dimensões tipo 'caixa d'água' Com fundo em solo ou vedado, tipo escoamento pluvial de áreas escoamento de áreas
residencial. cisterna. impermeabilizadas próximas. impermeabilizadas.
Telhado Armazenamento temporário da Retardo do escoamento pluvial
Telhado com função reservatório. Vazio ou preenchido com material poroso.
Reservatório chuva no telhado da edificação. da própria edificação.
Reservatório sobre leito natural ou Armazenamento temporário e/ou
Retardo e/ou redução do
Bacia de Detenção Reservatório vazio (seco). escavado. Com leito em solo permeável infiltração no solo do escoamento
escoamento da área contribuinte.
ou impermeável, ou com leito revestido. superficial da área contribuinte.
Armazenamento temporário e/ou
Reservatório com água Reservatório com leito permeável (freático Retardo e/ou redução do
Bacia de Retenção infiltração no solo do escoamento
permanecente. aflorante) ou com leito impermeável. escoamento da área contribuinte.
superficial da área contribuinte.
Reservatório vazio, tampado e estanque. Armazenamento temporário do
Reservatório coberto, abaixo do Retardo e/ou redução do
Bacia Subterrânea Reservatório preenchido com material esgotamento superficial da área
nível do solo. escoamento da área contribuinte.
poroso. contribuinte.
Condutos e reservatórios alargados. Armazenamento temporário do
Condutos de Condutos e dispositivos com Amortecimento do escoamento
Condutos e reservatórios adicionais em escoamento do próprio sistema
Armazenamento função de armazenamento. afluente à macrodrenagem.
paralelo. pluvial.
Amortecimento de cheias e
Faixa de terreno marginais a
Faixa Gramadas Faixas gramadas ou arborizadas. Áreas de escape para enchentes. infiltração de contribuições
corpos d'água.
laterais.
268
4.4.3.2. Diretrizes Para o Tratamento de Fundos de Vale
Os fundos de vale são pontos que dispõem de cota altimétrica inferior, geralmente
com relevo acidentado, formando uma calha por onde as águas pluviais escoam, e
recebendo as águas provenientes de todo seu entorno e das calhas secundárias.
Essas áreas são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP’s) pela Lei nº
12.651/2012. O Art. 3º, Inciso II, as define como sendo áreas protegidas, cobertas ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, proteger o solo e o bem- estar
das populações futuras.
O Art. 7º da referida lei regulamenta que a vegetação das APP’s deve ser mantida,
sendo permitida sua supressão em casos isolados, com prévia autorização dos órgãos
competentes. Também, é prevista a recomposição da vegetação suprimida,
ressalvados os casos em que a citada lei permitir.
Com a ocupação urbana, muitas vezes estas calhas são canalizadas e ocultadas sob
a pavimentação. Assim, durante os períodos de intensa precipitação, as canalizações
não conseguem dar vazão suficiente ao escoamento, acarretando alagamentos e
enchentes. Além disso, a supressão da vegetação dos fundos de vale favorece a
formação de processos erosivos e o assoreamento de algumas seções dos corpos
hídricos.
Atualmente, as diretrizes gerais para prover melhorias nos fundos de vale se resumem
em duas alternativas principais: o isolamento da área com medidas de reflorestamento
ou a implantação de parques lineares. Abaixo, são listadas diretrizes gerais que visam
à mitigação dessas áreas.
Reflorestamento: Indicado na maioria das áreas marginais aos cursos d´água,
como forma de recuperação da mata ciliar e contenção do processo erosivo. A
presença da vegetação promove maior infiltração das águas da chuva e
protege as margens dos canais e a camada superficial do solo da erosão, além
de manter o equilíbrio ecológico. Deve-se estudar a metodologia de
reflorestamento mais adequada à área, prevendo as condições do solo, o grau
de desmatamento, vegetação nativa. A área deve ser mantida isolada,
impedindo a entrada de possíveis agentes degradadores, Lima, 2003.
Parques lineares: Os fundos de vale, por suas áreas se situarem em grande
parte em APP, com significativa importância ambiental, deve-se limitar o uso
dessas áreas. Entretanto, há exemplos de criação de parques lineares
urbanos, ao longo dos corpos hídricos, juntos a áreas urbanas consolidadas,
situações as quais, quando bem planejadas e devidamente licenciadas pelos
órgãos competentes, mostram-se como boas alternativas conservacionistas, as
quais, também, proporcionam atividades recreativas, Medeiros, 2009.
Limpeza e manutenção: Outra diretriz a ser adotada relaciona-se com a
limpeza urbana. Em virtude da má disposição e gerenciamentos dos resíduos
urbanos, durante chuvas de grande magnitude, as áreas de fundo de vale
recebem diversas espécies de resíduos e sedimentos, provenientes do
escoamento superficial e das tubulações da rede de drenagem. Além disso, as
áreas de fundo de vale são geralmente locais onde há disposição irregular de
resíduos urbanos. A manutenção com limpeza dos resíduos e sedimentos nos
269
fundos de vale, principalmente após os períodos de precipitações, é de grande
importância na preservação de tais localidades, procurando manter as
características naturais de escoamento das águas (MEDEIROS, 2009).
270
Outra situação de ocorrência é a presença de folhas, galhos e rejeitos diversos
localizados junto às sarjetas que acabam depositados nas redes de microdrenagem.
Para esta problemática, deve-se elaborar um cronograma efetivo e com abrangência
significativa, para que o sistema de drenagem (micro e macro) não sofra interferência
negativa pela má gestão dos resíduos sólidos do município.
A seguir apresenta-se um resumo dos impactos previstos para a drenagem urbana,
tendo-se em vista o cenário tendencial e as condições prognosticadas com a adoção
de um cenário baseado em ações determinadas pelo PMSB.
O cenário mais provável consiste na adoção das premissas definidas pelo Plano
Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), que estabelece a necessidade de
universalização dos serviços, ao longo do horizonte de planejamento do PMSB. Por se
tratar do cenário com maior probabilidade de ocorrência, este cenário será
estabelecido como o cenário normativo do Plano, que é definido como aquele que
melhor converge com a visão de futuro do município de Piraquara.
Para que o serviço seja universalizado até 2035, uma série de ações estruturais e não
estruturais deverão ser implementadas no município, as quais serão detalhadas ao
longo do presente relatório e nos próximos produtos referentes à elaboração do Plano
Municipal de Saneamento Básico.
272
4.4.5. Metas do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais
4.4.5.1. Objetivos
O Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU) deve ser concebido com foco na
qualidade de vida da população e na qualidade do meio ambiente municipal. O plano
tem o objetivo de nortear os mecanismos de gestão da infraestrutura urbana
relacionados com o escoamento das águas pluviais e dos cursos d´água na área
urbana da cidade. A drenagem urbana faz parte da infraestrutura urbana, portanto
deve ser planejada em conjunto com os outros sistemas urbanos constantes neste
Plano.
Para a realização do PDDU todas as orientações estão contidas no Manual de
Drenagem, onde estão apresentados os principais elementos que foram estabelecidos
para um suporte aos profissionais técnicos, com aspectos de ocupação urbana
relacionados com a drenagem, controle da qualidade de água pluvial, legislação e
regulamentação associadas e com os critérios de projetos e com as variáveis
hidrológicas da RMC.
Os meios de implantação do controle de cheias são o Plano Diretor Desenvolvimento
Urbano, as Legislações Municipal/Estadual e o Manual de Drenagem. O primeiro
estabelece as linhas principais, as legislações controlam e o Manual orienta.
A elaboração de um Plano Diretor de Drenagem Urbana consiste em:
Estudar a bacia hidrográfica como um todo, com cadastro da micro e
macrodrenagem, inventario das ocorrências de inundações, controle da erosão
e controle de vetores causadores de doenças;
Estabelecer normas e critérios de projetos uniformes para toda a bacia
hidrográfica;
Identificar áreas que possam ser preservadas ou adquiridas pelo Poder
Publico;
Elaborar o zoneamento dos fundos de vale e das várzeas de inundação;
Valorizar o curso d’água com sua integração a paisagem urbana e fonte de
lazer;
Estabelecer critérios para implantação de medidas necessárias de acordo com
os recursos disponíveis;
Articular o plano diretor com os serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, sistema viário;
Envolver a comunidade na discussão dos problemas e soluções propostas;
Adotar medidas preventivas em vez de corretivas.
4.4.5.2. Metas
273
Sustentabilidade ambiental da prestação dos serviços (implantação e operação
do sistema), que implica, dentre outras coisas, a proteção dos recursos hídricos
(redução de ocupação da faixa de APP e redução de assoreamento e erosão
de margens) e sua conservação (redução de resíduos sólidos transportados e
de lançamento clandestino de esgoto sanitário não tratado de forma combinada
à da água pluvial);
Qualidade, regularidade e eficiência da prestação dos serviços, que inclui, sem
se limitar, ao total atendimento do sistema de drenagem às vazões requeridas,
qualidade das águas pluviais; a eficácia da manutenção preventiva e corretiva
no sistema de drenagem urbana, eficiência no atendimento às ocorrências e
reclamações; a eficiência e polidez no atendimento público.
A seguir serão comentadas especificamente cada uma das metas, a saber:
Legislação, Monitoramento e Fiscalização do Uso e Ocupação do Solo;
Visando a implantacão de uma legislação do uso e ocupação do solo especifica que
promova o controle da drenagem urbana em harmonia com o desenvolvimento
urbano. O controle permanente de monitoramento e fiscalização, é necessário estar
atento às potenciais violações da legislação na expansão da ocupação do solo e as
taxas de permeabilidade nos lotes e loteamentos urbanos.
Cadastro com Base Georreferenciada da Micro e Macrodrenagem;
A realização de um cadastro confiável que caracterize todo o sistema de drenagem
existentes, desde os canais e cursos d’água no perímetro urbano do município, são
essenciais para as bases técnicas para execução do Plano Diretor de Drenagem
Urbana-PDDU.
Educação Ambiental Formal e Informal de Toda a Sociedade com os Aspectos
do Uso e Ocupação e os Impactos na Drenagem Urbana
A sociedade deve ter uma participação nos anseios, nos planos, na sua execução,
impacto da urbanização com a sua consequente urbanização e na contínua
obediência das medidas do uso do solo para o controle de cheias.
Presença de Áreas Verdes Urbanas, Preservação Áreas de Preservação
Permanente e Parques Urbanos Devidamente Arborizados e Conservados,
Servindo de Zonas de Infiltração e Amortecimento do Escoamento Urbano
O desenvolvimento urbano altera a cobertura vegetal, provocando vários efeitos que
modificam os componentes do ciclo hidrológico natural. Propicia o aumento a
infiltração, aumenta o tempo de concentração na bacia, amortecendo dos picos de
cheia, com o aumento do escoamento subterrâneo, alimenta o lençol freático e realiza
a evapotranspiração com reflexos no bioclima regional. Projetos de renovação dos
ambientes naturais com estimulo ao plantio de espécies nativas para uma
revalorização do verde.
Redução das Áreas Alagadas
De maneira geral, os pontos de alagamentos da cidade de Piraquara são resultados
de inundação pela urbanização. O controle deve ser realizado considerando a bacia
como um todo e não em trechos isolados. As medidas preconizadas para o controle da
drenagem urbana são pelos planos de infiltração e reservação tanto na fonte,
microdrenagem e na macrodrenagem.
274
Segundo o mapa de áreas de suscetibilidade e risco de inundações do cenário
tendencial, apresentado em Mineropar (2013b), encontram-se quatro áreas com
suscetibilidade no município de Piraquara, duas delas no rio Iraizinho, quais sejam,
Vila Macedo e a área na rodovia estadual de saída para Quatro Barras, que atinge o
bairro Vila Rosa e o Marumbi. As outras duas são no bairro Guarituba, na bacia do rio
Itaqui, e a ocupação irregular na bacia do rio Iraí e o rio Palmital o loteamento Jardim
Tropical.
Na Vila Macedo boa parte dessa população sob risco de inundação foi realocada para
o loteamento Vista da Serra no bairro São Cristóvão.
A área de suscetibilidade e risco de inundações na área do rio Iraizinho atinge as
proximidades da área da Polícia Militar, uma parte mais a jusante da Vila Rosa com as
Ruas José Leal Junior, Altevir Schuet de Aguiar, a Rua Antônio Valenga.
Capacitação do quadro de funcionários municipais, tanto das Secretarias da
Infraestrutura, Meio ambiente e Urbanismo com todas as secretarias que
tenham integração os aspectos da drenagem urbana.
Continuidade da fiscalização no controle do uso e ocupação do solo no
município com maior número de servidores para atender as demandas
municipais;
Realização do mapeamento de todo o sistema de drenagem do município,
fazendo uso de software que possibilite o georreferenciamento de todos os
dispositivos do sistema de drenagem urbana;
Elaboração do Plano Diretor de Macro e Microdrenagem Urbana para o
Município de Piraquara;
Criação de banco de dados de monitoramento das condições hidrológicas e da
qualidade das águas para identificar poluições difusas e do sistema de
esgotamento sanitário do município;
Criação de mecanismos municipais referentes à drenagem em lotes,
intramuros e loteamentos;
Fiscalização do uso e ocupação do solo e aplicação do código de obras com
relação às notificações e multas para quem coloca irregularmente resíduo e
resíduos sólidos nas bocas de lobo;
A falta de pavimentação em alguns bairros, além de contribuir para a sedimentação e
obstruções nas galerias pluviais, impede o manejo correto das águas pluviais. O
município deve continuar dando ênfase à execução de projetos de pavimentação.
275
O problema da quantidade e qualidade de dados gerados sobre resíduos sólidos
também faz parte deste Prognóstico e está contemplado quando do apontamento dos
indicadores a serem medidos e incorporados ao processo de tomada de decisão dos
gestores dos resíduos sólidos municipais.
Geração
População
Ano Per capita
(habitantes) (t/dia) (t/ano)
(kg/hab.dia)
2015 104.481 0,47 49,1 17.924
2020 112.985 0,50 56,5 20.620
2025 128.487 0,55 70,7 25.794
2030 143.218 0,65 93,1 33.978
2035 156.452 0,75 117,3 42.829
276
Figura 4.5 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de Resíduos Sólidos
Comuns
277
4.5.2.2. Resíduos Recicláveis
278
De acordo com a composição gravimétrica apresentada no Capítulo 3, o Quadro 4.15
apresenta a projeção da geração de recicláveis, de acordo com os materiais
recuperáveis.
Quadro 4.15 – Projeção da geração de resíduos recicláveis separada por tipo de material
recuperável
279
4.5.2.3. Resíduos de Serviços de Saúde
280
Figura 4.8 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de RSS
281
A Figura 4.9 apresenta o gráfico da evolução populacional e da geração de resíduos
da construção civil.
4.5.2.6. Resumo
282
Quadro 4.18 – Resumo da geração de resíduos
283
O Quadro 4.20 apresenta um resumo do diagnóstico e do prognóstico da disposição
final dos resíduos apresentados.
Quadro 4.20 – Diagnóstico e prognóstico da disposição final dos resíduos
4.5.3.1. Objetivos
284
Estudo e revisão do sistema de coleta de resíduos visando atender o município
como um todo, incorporando o limite mínimo de qualidade de atendimento,
inclusive nos locais de fragilidade ambiental e difícil acesso;
Elaboração e implantação de Programa de Educação Ambiental tendo por
objeto o reaproveitamento sustentável dos resíduos e a minimização da sua
geração;
Programa de capacitação técnica do corpo técnico municipal;
Elaboração de um programa de divulgação e comunicação visual destinado a
dar apoio ao PMSB, transparência das informações e visibilidade à
administração municipal, pela divulgação das iniciativas, ações e resultados.
É importante que fique claro que as soluções para a reciclagem de resíduos sólidos
passam por uma premissa: a separação na fonte geradora. Apenas a partir da
incorporação desta prática pela sociedade é que o objetivo descrito em lei de enviar
apenas o rejeito (parte dos resíduos que não tem qualquer forma de aproveitamento)
para aterros sanitários. Assim, o envolvimento da prefeitura, sociedade e empresários
é de suma importância para alavancar o setor da reciclagem e viabilizar as metas
estabelecidas a seguir.
285
5. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS
Este capítulo apresenta estratégias para que Piraquara alcance os objetivos, diretrizes
e metas definidas pelo PMSB, tendo por base os estudos realizados nas etapas de
Diagnóstico (Capítulo 3) e Prognóstico (Capítulo 4) do referido Plano.
O conteúdo dos programas engloba aspectos de ordem técnica e institucional,
incluindo questões afetas ao planejamento e à prestação dos serviços, à sua
regulação e fiscalização e ao controle social. Para cada eixo do saneamento básico
são propostos programas específicos e condizentes com as condições locais, de
forma a se alcançar estados progressivos de melhoria do seu acesso e qualidade.
As metas consideradas para cada ação em devem ser divididas ao longo do horizonte
de 20 anos do Plano, segundo a sua urgência de implementação e viabilidade de
concretização nos prazos estipulados, assim considerados: imediato (até 4 anos),
curto prazo (4 a 8 anos), médio prazo (9 a 12 anos) e longo prazo (13 a 20 anos).
A partir das ações assim delineadas e priorizadas – considerando-se os responsáveis,
os prazos e os custos para a sua execução –, espera-se que o município de Piraquara
alcance, ao longo de 20 anos, melhorias significativas na qualidade da prestação dos
serviços de saneamento básico.
286
Neste sentido, os impactos sanitários, ambientais e sociais podem ser associados
diretamente com as ocupações irregulares do território, citando como exemplo as
Áreas de Preservação Permanente (APPs), invasões em áreas de proteção e
conservação ambiental, além das ocupações em áreas de risco de inundação e
deslizamentos. Como consequência destas irregularidades há a deterioração dos
cursos d’água, resultando no surgimento e disseminação de doenças de veiculação
hídrica. Para mitigar estes impactos, visando à garantia do acesso ao saneamento
básico e a preservação do meio ambiente, o cumprimento das disposições legais,
tanto urbanísticas quanto ambientais, é de suma importância.
Para que seja possível a mitigação dos impactos supracitados, a interface entre os
planos e programas com foco em saúde e educação com as ações de saneamento
deve ser a mais estreita possível, além de contar com a participação direta e ativa de
agentes de saúde e educadores na disseminação de informações relativas ao tema. O
incentivo ao conhecimento das questões ambientais contribui efetivamente para a
melhoria das condições de vida e meio ambiente. A mobilização social em torno deste
foco, juntamente com a promoção e execução de investimento e obras ligadas ao
setor, é fundamental para que o quadro atual do saneamento seja revertido, e suas
metas sejam efetivamente alcançadas no horizonte de planejamento.
A gama de atores envolvidos nas questões sanitária e ambiental, a qual engloba
desde os prestadores de serviço até a população em geral, tem a incumbência de se
mobilizar e cobrar efetivamente o poder público no que tange às ações efetivas para
melhoria das condições de saneamento em geral do município em que vivem. É neste
foco que o PMSB se encaixa, dando oportunidade para os atores envolvidos, mediante
a disponibilização de informações, de acompanhamento e monitoramento do
andamento das ações e metas previstas.
No caso de Piraquara, com vistas à universalização do acesso aos serviços de
saneamento e à articulação com as políticas de desenvolvimento municipais e
regionais, os programas e as ações propostos neste PMSB foram, na medida do
possível, compatibilizados com os principais planos municipais identificados,
destacando-se: o Plano Diretor Municipal, o Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos, os decretos que regularizam as Unidades Territoriais de Planejamento (UTPs)
e as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), o Código Municipal do Meio Ambiente, a
Gestão do Sistema de Limpeza Urbana, o Código de Obras e Posturas, o Zoneamento
do Uso e Ocupação do Solo das Áreas Urbanas, dentre outros. Por sua própria
natureza, os planos não são estáticos e devem, sempre que preciso, sofrer alterações
e adaptações para que as suas proposições possam ser complementadas e coerentes
com as de outros planos.
Neste sentido, o Plano Diretor figura como um dos principais instrumentos balizadores
no que tange à elaboração de medidas mitigadoras para as questões da drenagem
urbana municipal.
O Plano Diretor de Piraquara, instituído pela Lei N° 854/2006, tem como objetivo
principal disciplinar o desenvolvimento do município, ou seja, estabelece instrumentos
e ações para o planejamento do município de Piraquara, a fim de garantir qualidade de
vida à população, bem como a preservação e conservação do meio ambiente, por
meio das seguintes diretrizes:
Ordenar o uso e ocupação do solo;
Orientar o desenvolvimento e o crescimento do município;
287
Promover o aproveitamento de recursos administrativos, financeiros, naturais,
culturais e comunitários;
Regulamentar e controlar as iniciativas de parcelamento do solo urbano,
edificação, uso e ocupação dos imóveis;
Prevenir conflitos de usos;
Disponibilizar serviços de infraestrutura básica para a população;
Promover a melhoria da paisagem urbana;
Preservar e conservar os recursos ambientais;
Recuperar áreas degradadas.
As duas diretrizes em negrito acima estão diretamente ligadas aos impactos citados
anteriormente, e reiteram a importância da elaboração e cumprimento das metas
relacionadas às questões sanitárias e ambientais.
O Plano Diretor é estruturado em Políticas de Gestão Ambiental, Territorial,
Administrativa, Econômica, Social e Comunitária e, para cada um destes, estão
previstos vários instrumentos para a aplicação e realização de suas proposições, por
meio de leis específicas, políticas, programas e projetos, parcerias com instituições,
setor privado, comunidade e governo nas três esferas, federal, estadual e municipal.
Na esfera em questão, sanitária e ambiental, alguns princípios do Plano Diretor de
Piraquara, segundo consta no Art. 6°, que se relacionam diretamente com os
programas e metas de drenagem urbana são descritos:
“...
III - o direito universal à cidade, compreendendo: à terra urbana, à moradia
digna, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte, aos
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer;
IV - a preservação e recuperação do ambiente natural e construído;
...
IX - a gestão ambiental, cuja premissa básica consiste na conservação dos
recursos naturais, com especial ênfase à proteção dos recursos hídricos.
Tais diretrizes remetem ao conteúdo disposto no Art. 52 do Plano Diretor, que trata
sobre diretrizes específicas de drenagem, como segue:
I. readequar o sistema de drenagem urbana, por meio da elaboração e
implementação de um Plano de Macrodrenagem, em parceria com a
Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento
Ambiental – SUDERHSA;
II. readequar os bueiros existentes na sede urbana, segundo os padrões
estabelecidos pela concessionária;
III. manter as áreas de preservação permanente destinadas a esta
finalidade, privilegiando usos compatíveis; e
IV. garantir a manutenção dos leitos naturais dos córregos e rios, mesmo em
área urbana, evitando canalizações fechadas e construções de vias sobre
os mesmos.
288
Já o Art. 53 ressalta quais ações devem ser prioritárias em relação à drenagem
urbana, com segue:
“...
I. elaborar e executar o Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais;
II. elaborar e executar e elaborar o Plano de Macrodrenagem e
Microdrenagem;
III. ampliar a rede de drenagem urbana.
...
Nesse sentido podemos ver que grande parte das questões relativas à política urbano-
ambiental, como as intervenções estruturais e não estruturais, no que tange à
drenagem urbana, devem ser sempre implementadas de forma integrada e articulada,
de modo a promoverem melhorias efetivas na qualidade ambiental e social das
cidades, como no caso de Piraquara.
289
5.3. OBJETIVOS GERAIS
290
Propor ações que visem redução, reutilização, reciclagem e destinação final
adequada dos resíduos, estimulando a implantação da coleta seletiva e a
inclusão social e econômica de catadores de materiais recicláveis;
Buscar mecanismos que visem à sustentabilidade dos serviços de drenagem e
manejo das águas pluviais, adequados à segurança de vida, do meio ambiente
e do patrimônio público;
Estabelecer mecanismos que garantam a preservação e manutenção de
mananciais de abastecimento, assim como estabelecer as condições técnicas
e institucionais para garantia da qualidade da água para o abastecimento
público das presentes e futuras gerações;
Propor medidas de controle para emergências e contingências;
Garantir a ampliação do sistema de esgotamento sanitário adotando práticas
adequadas para tratamento do esgoto gerado, sem causar prejuízos ao meio
ambiente e saúde pública;
Estimular o fortalecimento institucional para implantação das ações e
monitoramento do PMSB, tendo em vista a prestação de serviços de
saneamento eficientes.
291
Quanto ao esgoto sanitário, a situação é muito pior, pois dos 5.570 municípios, 4091 –
73% - não têm estação de tratamento de esgoto e apenas 1.479 municípios – 27% -
dispõem de algum tipo de tratamento. Neste último grupo o agravo é maior, pois a
grande maioria das estações opera de forma deficiente.
Nos domicílios os níveis de contaminação se elevam pela precariedade das
instalações hidráulico-sanitárias, pela falta de manutenção dos reservatórios e pelo
manuseio inadequado da água. Para tanto, a vigilância em saúde ambiental
relacionada à qualidade da água para consumo humano deve assegurar benefícios à
saúde, garantindo a população acesso à água em quantidade, qualidade e custo
acessível.
Nesse sentido, o controle e vigilância da qualidade da água devem atuar sobre todas e
quaisquer formas de abastecimento de água coletivas ou individuais, na área urbana
ou rural, de gestão pública ou privada, incluindo as instalações intradomiciliares, como
também nos mananciais, no sentido de preservar à qualidade da água para consumo
humano.
Muito se tem escrito sobre os impactos na saúde humana decorrente das melhorias
das condições de saneamento e dentro deste contexto, a influência da qualidade da
água consumida pela população na saúde pública.
A água tem importante papel na transmissão de inúmeras doenças, conhecidas como
de transmissão hídrica. Porém, o fato dessas mesmas patologias terem sua
transmissão associada aos alimentos e aos hábitos higiênicos / culturais de uma
comunidade, tem dificultado a maioria das investigações de surtos e epidemias
envolvendo doenças de transmissão hídrica, a não ser em casos onde esta
associação seja inequívoca face às investigações epidemiológicas levadas a efeito
pelas unidades de saúde pública.
A existência da multifatores causais na transmissão de doenças de transmissão
hídrica, também traz como consequência dificuldades no desenho de metodologias
que possam auxiliar a avaliação de impacto de programas de vigilância da qualidade
da água na saúde da população.
O próprio sistema de vigilância epidemiológica centrada em doenças de notificação
compulsória e cuja relação com a transmissão hídrica resume-se na cólera, hepatite,
diarreia, gastroenterite de origem infecciosa presumível, febre tifoide e paratifoide ou
outras doenças infecciosas intestinais, não é suficientemente sensível ou eficiente
para detectar ocorrências relacionadas à qualidade da água consumida pela
população.
292
No âmbito da saúde, a gestão da qualidade da água de abastecimento, segue o
preconizado nas diretrizes do Ministério da Saúde, fundamentadas mediante a Portaria
N° 2.914 / 2011 que estabelece os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
A referida portaria no seu artigo 5°, inciso XV, define controle da qualidade da água
para consumo humano como o conjunto de atividades exercidas regularmente pelo
responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de
água destinada a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a
assegurar a manutenção desta condição.
Já as ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano estão inseridas
no contexto da vigilância em saúde, que tem como objetivo a observação e análise
permanente da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de
ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações
que vivem em determinados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que
inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde.
A área de vigilância em saúde abrange as ações de vigilância, promoção, prevenção e
controle de doenças e agravos à saúde, devendo constituir espaço de articulação de
conhecimentos e técnicas, tem como componentes a vigilância e controle das doenças
transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da
situação de saúde, vigilância da saúde do trabalhador, vigilância sanitária e vigilância
em saúde ambiental.
A Vigilância em Saúde Ambiental é um conjunto de ações que proporciona o
conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade
de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais
relacionados às doenças ou outros agravos à saúde.
Seus objetivos são:
Produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar
ao Sistema Único de Saúde (SUS) instrumentos para o planejamento e
execução de ações relativas às atividades de promoção da saúde e de
prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio ambiente;
Estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações
relacionadas à vigilância ambiental em saúde nas diversas instâncias de
competência;
Identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais
condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde;
Intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para
outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de riscos
à saúde humana;
Promover, junto aos órgãos afins ações de proteção da saúde humana
relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente; e,
Conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e
desenvolvimento, visando ao fortalecimento da participação da população na
promoção da saúde e qualidade de vida.
293
A execução das atividades de Vigilância em Saúde Ambiental são planejadas e
implantadas com base na avaliação e gerenciamento de riscos.
O gerenciamento de risco consiste na seleção e implementação de estratégias mais
apropriadas para o controle e prevenção de riscos, envolvendo a regulamentação, a
utilização de tecnologias de controle e remediação ambiental, a análise de
custo/benefício, a aceitabilidade de riscos e a análise de seus impactos nas políticas
públicas.
Nesse sentido, essa estratégia é referendada pelo Plano Nacional de Segurança da
Água (BRASIL, 2012) já que o gerenciamento da qualidade da água, baseado em uma
abordagem preventiva de risco, auxilia na garantia da segurança da água para
consumo humano. Da mesma forma, o controle da qualidade microbiológica e química
da água para consumo humano requer o desenvolvimento de planos de gestão que
forneçam base para a proteção do sistema e o controle do processo, garantindo-se
que o número de patógenos e as concentrações das substâncias químicas não
representem risco à saúde pública, e que a água seja aceitável pelos consumidores.
Nos sistemas de distribuição de água potável, a qualidade desta pode sofrer uma série
de mudanças, fazendo com que a qualidade da água na torneira do usuário se
diferencie da qualidade da água que deixa a estação de tratamento. Tais mudanças
podem ser causadas por variações químicas e biológicas ou por uma perda de
integridade do sistema.
A vigilância da qualidade da água para consumo humano é parte das ações de
vigilância em saúde ambiental, e consiste no conjunto de ações adotadas
continuamente pelas autoridades de saúde pública para garantir que a água
consumida pela população atenda ao padrão e às normas estabelecidas na legislação
vigente, com o propósito de avaliar os riscos que a água consumida representa para a
saúde humana.
A vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo
humano deve ser implementada em ação articulada intra e intersetorialmente, ou seja,
compartilhada entre as diversas esferas de vigilância em saúde e com outros órgãos e
instituições que atuam na questão da água, tais como os órgãos ambientais e de
gerenciamento de recursos hídricos, os prestadores de serviços de abastecimento de
água e os comitês de bacias hidrográficas.
Esse conjunto de ações, articulado com as atividades de inspeção e as boas práticas
em abastecimento de água, subsidia o planejamento e a execução de controle, com
características preventivas e corretivas.
Os procedimentos e as responsabilidades relativas ao controle e à vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade são
estabelecidos na Portaria MS N° 2.914 de 12 de dezembro de 2011.
Nessa Portaria define-se vigilância e controle da qualidade da água para consumo
humano da seguinte forma:
Vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de ações
adotadas continuamente pela autoridade de saúde pública para verificar se a
água consumida pela população atende à norma e para avaliar os riscos que
os sistemas e as soluções alternativas de abastecimento de água representam
para a saúde humana; e
294
Controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de
atividades exercidas de forma contínua pelo(s) responsável (is) pela operação
do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água destinadas a
verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a
manutenção desta condição.
Tais definições constituem a base para o estabelecimento de mecanismos, os mais
claros e objetivos possíveis para o exercício eficaz e diferenciado, porém harmônico,
do controle e da vigilância da qualidade da água para consumo humano, sempre sob a
perspectiva da avaliação de riscos à saúde.
Conforme o Artigo 12°, Portaria MS N° 2.914 / 2011, compete a Secretaria da Saúde
do município:
Exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em
articulação com os responsáveis pelo controle da qualidade da água para
consumo humano;
Executar ações estabelecidas no VIGIAGUA, consideradas as peculiaridades
regionais e locais, nos termos da legislação do SUS;
Inspecionar o controle da qualidade da água produzida e distribuída e as
práticas operacionais adotadas no sistema ou solução alternativa coletiva de
abastecimento de água, notificando seus respectivos responsáveis para sanar
a(s) irregularidade(s) identificada(s);
Manter articulação com as entidades de regulação quando detectadas falhas
relativas à qualidade dos serviços de abastecimento de água, a fim de que
sejam adotadas as providências concernentes a sua área de competência;
Garantir informações à população sobre a qualidade da água para consumo
humano e os riscos à saúde associados, de acordo com mecanismos e os
instrumentos legais existentes.
Encaminhar ao responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de
abastecimento de água para consumo humano informações sobre surtos e
agravos à saúde relacionados à qualidade da água para consumo humano;
Estabelecer mecanismos de comunicação e informação com os responsáveis
pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água sobre
os resultados das ações de controle realizadas;
Executar as diretrizes de vigilância da qualidade da água para consumo
humano definidas no âmbito nacional e estadual;
Realizar, em parceria com o Estado, nas situações de surto de doença
diarreica aguda ou outro agravo de transmissão fecal-oral, os seguintes
procedimentos:
o Análise microbiológica completa, de modo a apoiar a investigação
epidemiológica e a identificação, sempre que possível, do gênero ou
espécie de microrganismos;
295
o Análise para pesquisa de vírus e protozoários, quando for o caso, ou
encaminhamento das amostras para laboratórios de referência nacional
quando as amostras clínicas forem confirmadas para esses agentes;
296
No município de Piraquara as ações de controle são de responsabilidade da
Companhia de Saneamento do Paraná e a Vigilância da qualidade da água é
atribuição da Secretaria Municipal da Saúde.
297
Em relação aos Coliformes Totais, no período analisado, a porcentagem de amostras
não conformes apresentaram resultados de acordo com o permitido na referida
Portaria, que permite a presença de Coliformes Totais em até 5% das amostras.
O parâmetro Cloro Residual Livre também se mantém de acordo. As não
conformidades encontradas foram corrigidas pela concessionária de forma imediata. O
parâmetro flúor tem se mantido de acordo com o preconizado na legislação.
298
a. Manutenção dos índices atuais – quase 100% - do abastecimento de água nas
áreas urbanas;
b. Continuidade do abastecimento;
c. Efetiva diminuição das perdas do sistema dos atuais 38% para 25%; e,
d. Implantação de programas que visem o consumo racional de água tratada.
A meta de manutenção da universalização deve:
a. Garantir condições de acesso a água potável a toda a população urbana em
quantidade e qualidade que assegure a proteção à saúde, observadas as
normas relativas à qualidade da água para o consumo humano, bem como a
legislação ambiental e a de recursos hídricos;
b. Promover a conservação dos recursos hídricos, por meio da redução das
perdas nos sistemas ou da reutilização da água;
c. Indicar procedimentos para a avaliação sistemática da efetividade, eficiência e
eficácia dos serviços prestados, que incluam indicadores para aferir o
cumprimento das metas;e,
d. Promover a melhoria continua do gerenciamento, da prestação e da
sustentabilidade dos serviços;
Nos Quadros 5.1 a 5.8 que seguem, estão apresentadas as descrições dos Programas
recomendados a serem implantados para a melhoria do sistema.
Quadro 5.1 – Programa 1 – Manutenção dos Índices de Suprimento de Água Potável da
Área Urbana
Parâmetros Descrição
Rede de distribuição de água em todas as áreas urbanizadas desde que essas
Projeto
áreas estejam regularizadas.
Manter a rede de abastecimento com 100% de cobertura, com implantação de
Objetivos
redes novas em áreas de expansão.
Abrangência Municipal
Importância Alto
Prazo Curto prazo – assim que surjam as demandas
299
Quadro 5.2 – Programa 2 - Monitoramento da Qualidade da Água Distribuída
Parâmetros Descrição
Projeto Aferição da qualidade da Água.
Garantir por meio das análises das amostras de água coletada em pontos da
Objetivos rede de distribuição existente, o atendimento a Portaria MS N° 2.914, de 12
de dezembro de 2011 e a Resolução CONAMA 357/2005.
Abrangência Municipal
Importância Alto
Prazo Imediato / emergencial – execução entre 1 a 4 anos – até 2020
Indicadores Comparação dos dados de campo com valores limites da Portaria 2.914.
Recursos Necessários Investimentos a cargo da concessionária.
Responsáveis Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Concessionária de Serviços.
A lei N° 11.445/07, no seu art. 43, declara que a prestação dos serviços de
abastecimento de água deverá atender aos requisitos mínimos de qualidade,
Justificativa devendo o prestador de serviços alcançar os padrões estabelecidos pela
legislação especifica, sendo o controle da qualidade fundamental para diminuir
ocorrências de doenças relacionadas à água.
Parâmetros Descrição
Abrangência Municipal
Identificar as regiões onde ocorre falta d'água e suas causas;
Efetuar o monitoramento e controle das pressões;
Ação
Efetuar a manutenção preventiva e corretiva, informando a população
antecipadamente, por todos os meios de comunicação.
Importância Média
300
Quadro 5.4 – Programa 4 - Controle de Perdas – Ações Contra Vazamentos
Parâmetros Descrição
Abrangência Municipal
Manutenção preventiva e corretiva;
Aperfeiçoamento de métodos para detecção de vazamentos não visíveis;
Controle das pressões estáticas e dinâmicas na rede;
Diminuir o índice de perdas não físicas;
Ação Acompanhar, por meio de indicadores, os procedimentos utilizados no
atendimento as ocorrências de vazamentos;
Avaliar a eficiência dos métodos de detecção dos vazamentos; Orientar a
população para correta instalação da rede hidráulica;
Efetuar renovação de hidrômetros.
Importância Média
301
Quadro 5.5 – Programa 5 - Controle de Perdas – Ações de Uso Racional
Parâmetros Descrição
Parâmetros Descrição
Indicadores Estudo
302
Quadro 5.7 – Programa 7 - Plano de Emergência e Contingência
Parâmetros Descrição
Parâmetros Descrição
Prazo Longo
303
5.6. PROGRAMAS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
304
c. Promover a conservação dos recursos hídricos, por meio da eliminação de todo
e qualquer extravasamento de esgoto bruto, seja da rede coletora, seja das
elevatórias; e,
d. Indicar procedimentos para a avaliação sistemática da efetividade, eficiência e
eficácia dos serviços prestados, que incluam indicadores para aferir o
cumprimento das metas,
Nos Quadros 5.10, 5.11 e 5.12 que seguem, estão apresentadas as descrições dos
Programas recomendados a serem implantados para a melhoria do sistema.
Quadro 5.10 – Programa 1 – Atualização do Cadastro das ligações de esgoto existentes
Parâmetros Descrição
Abrangência Municipal
Importância Alta
Prazo Imediato
Responsáveis no
Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo – Gabinete do Prefeito.
município
Com o aumento da rede coletora torna-se necessário a t u a l i z a r o
Justificativa
c a d a s t r o e x i s t e n t e , p a r a aferição das metas de cobertura do sistema.
305
Quadro 5.11 – Programa 2 - Ampliação do Índice Atendimento Com Rede Coletora de
Esgoto
Parâmetros Descrição
Abrangência Municipal
Importância Alta
Prazo Longo
Responsáveis no
Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo – Gabinete do Prefeito.
município
Com o aumento da rede coletora torna-se necessário garantir condições de
Justificativa salubridade aos corpos hídricos, assegurando a proteção à saúde e ao meio
ambiente.
Parâmetros Descrição
Prazo Longo
Indicadores Estudo
Responsáveis no
Município, Estado e Empresa Concessionária de Serviços.
Município
A realização do estudo dos aspectos qualitativos e quantitativos das bacias dos
Justificativa mananciais atuais e de potencial futuro, implementando Programa de
Preservação Ambiental.
306
5.7. PROGRAMA DE CRIAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS
AMBIENTAIS (SGRA)
307
5.7.5. Treinamento
308
5.7.10. Procedimentos de Comunicação Interna e Externa
5.8.1. Objetivos
309
Fiscalizar e aplicar corante no sistema domiciliar de coleta de esgoto, para
verificação das condições das ligações;
Aplicação de notificação, pelos Fiscais da PMP, de regularização para as
economias vistoriadas que estejam em condições irregulares;
Retorno aos lotes irregulares após prazo transcorrido da notificação. Caso
continuem irregulares será aplicada multa;
Atualização do Sistema Georreferenciado na SMMU, mensalmente, tanto para
os casos regularizados, quanto para os lotes irregulares; e,
Verificação das solicitações e reclamações provenientes de chamadas de
telefone ou pelo canal de relacionamento com o contribuinte pela internet
(http://www.piraquara.pr.gov.br/Contato+141+251.shtml), e demais solicitações
provenientes, por outros meios.
São consideradas irregularidades das ligações prediais:
a. Não estar ligado à rede de esgoto existente da Concessionária;
b. Ligação das águas de chuva na rede de esgoto predial ou na rede coletora de
esgotos da Concessionária;
c. Ausência de caixa de gordura ou sem retenção de lama, graxa ou óleo;
d. Uso de sistemas alternativos (fossas, sumidouros, etc.) quando existir rede
coletora de esgotos da Concessionária;
e. Rede de esgoto predial conectada nas galerias de águas pluviais ou nos rios e
córregos;
f. Ligações prediais executadas por cima do Dispositivo de Terminal de Inspeção
(DTI); e,
g. Ramais prediais internos obstruídos.
5.8.2.1. Objetivo
311
5.8.2.3. Área de Estudo
313
5. Razão legal: Evitar a depreciação dos patrimônios, pois os proprietários de
áreas a jusante dos lançamentos de esgotos têm direitos legais ao uso da água
em seu estado natural.
314
As nascentes são classificadas quanto à sua formação em:
1. Quando a descarga de um aquífero concentra-se em uma pequena área
localizada, tem-se a nascente ou olho d’água. São exemplos desse tipo as
nascentes de encosta e de contato.
2. Quando a superfície freática ou um aquífero artesiano interceptar a superfície
do terreno e o escoamento for espraiado numa área o afloramento tenderá a
ser difuso formando um grande número de pequenas nascentes por todo o
terreno, originando as veredas.
Com o objetivo de evitar que interferências sem critérios nas nascentes e ao longo dos
cursos d’água venham causar danos irreversíveis à rede natural de drenagem, deve-
se respeitar e atender a legislação específica de recursos hídricos. Os objetivos destas
leis visam preservar os recursos hídricos para o bem do ambiente como um todo.
A assinatura do termo de COOPERAÇÃO TÉCNICA “NASCENTES PROTEGIDAS”,
firmados, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente - SEMA - Secretaria de Estado
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Instituto das Águas do Paraná, mais a
Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural; concluíram pela
necessidade de proteção e recuperação das nascentes.
Dentre os principais artigos constantes do documento destaca-se o que determina que
a recuperação voluntária de nascentes, visando à regularização de fluxo hídrico ou
desassoreamento com recuperação ou não da área de proteção permanente
adjacente, deve ser comunicada aos órgãos gestores ambientais do Estado do Paraná
por meio do preenchimento do Cadastro de Nascentes.
Há outro artigo que autoriza o uso do formulário de CADASTRO de nascentes como
requerimento de dispensa de outorga para pequenos usos de água proveniente de
nascentes exclusivamente, tendo em vista a necessidade de atendimento das
disposições da RESOLUÇÃO N° 039 / 04 - SEMA, devendo o mesmo ser protocolado
no Instituto das Águas do Paraná.
316
Potabilidade: A água usada para consumo humano deve ser potável, de acordo
com a Portaria N° 2914/MS/2011, e não oferecer riscos à saúde. Para uso
humano a água deve ser monitorada de acordo com a legislação, assim não é
aconselhável o uso sem os cuidados necessários;
Mata Ciliar: Para a recuperação desta vegetação devem ser plantadas
espécies nativas da região; e
Qualidade da água: Finalizada a proteção e desinfecção da nascente, a água
poderá ser utilizada para fins de potabilidade e irrigação. Para esta finalidade é
necessário verificar a qualidade da água em órgãos competentes.
5.8.4.5. Objetivos
5.8.4.5.1. Específicos
317
Áreas recuperadas ambientalmente e uma nova paisagem.
319
Ação Contratação de projetos básicos e executivos
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara - Secretaria de Obras
Prazo: Curto Prazo (2018), Médio Prazo (2025) e Longo Prazo (2035)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Após o cumprimento da etapa de contratação de estudos hidrológicos e hidráulicos de
microdrenagem, realizados nas áreas ou pontos mais suscetíveis, apontando as
soluções e hierarquizando as obras necessárias, o município de Piraquara deverá
realizar a contratação de projetos básicos e executivos das intervenções propostas.
Ação Implantação das obras
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Curto Prazo (2021), Médio Prazo (2023) e Longo Prazo (2029)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Seguindo a mesma linha do item semelhante para macrodrenagem, tendo a etapa de
estudos hidrológicos e hidráulicos concluída, inicialmente prevista para o final de 2018,
de acordo com a hierarquização para pontos ou área suscetível a alagamentos, foi
previsto um período de três anos para a conclusão das medidas necessárias. Este
período contempla três etapas, realizadas em três anos, sendo necessário um ano
para cada: a primeira delas para a elaboração de projetos; a segunda é a captação de
recursos e estabelecimento de parcerias; e a terceira é a consolidação e realização
das intervenções previstas. Considerando que o período total de três anos se inicia
posteriormente à hierarquização das obras, aquelas que foram consideradas como
prioritárias terão seu início no curto prazo (2021), as demais serão realizadas em
médio prazo (2023) e longo prazo (2029).
Esta ação contempla ações de readequações/implantações de seções de bueiros de
travessias e galerias de águas pluviais, além de implantação e readequação de
sarjetas e bocas-de-lobo.
Ação Implementação de diretrizes para a implantação de dispositivos de detenção da
água em novos empreendimentos
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Curto Prazo (2021)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Regulamentar por meio do código de obras e edificações municipal que novos
empreendimentos implantem dispositivos para detenção e infiltração das águas
pluviais, minimizando o escoamento e a vazão de água direcionada para sistema de
drenagem municipal. Esta ação tem como objetivo promover medidas de retenção de
águas pluviais, visando a amortização dos picos de vazão ao longo do tempo no
sistema de drenagem municipal.
320
5.10. PROGRAMA DE OTIMIZAÇÃO E MELHORIAS DA OPERAÇÃO DO
SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
324
5.14. PROGRAMA DE COLETA DE RESÍDUOS VOLUMOSOS
326
6. MEDIDAS DE EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS
Além disso, o Plano de Contingências descreve ações a serem tomadas para manter a
operação de um sistema em condições normais de funcionamento. Estes Planos
devem prever ações para reduzir a vulnerabilidade e aumentar a segurança dos
sistemas, reduzindo riscos associados aos incidentes.
Indica-se ainda que para novos tipos de ocorrências que porventura venham a surgir,
a Prefeitura Municipal, a Defesa Civil, demais entidades da sociedade civil e
governamental, assim como a prestadora dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, deverão elaborar de novos planos de ação.
A partir dessas informações o Quadro 6.2 apresenta os principais eventos que podem
acarretar em falta de água e as medidas de contingência correspondentes.
330
Quadro 6.2 – Ações de Emergência: Serviço de Abastecimento de Água
Ações persuasivas para o racionamento do uso da água e campanhas gerais para promover o uso responsável da
água sob a perspectiva de escassez;
1 Compromisso institucional com medidas conjunturais de caráter voluntário entre as instituições usuárias da água;
Compromisso das instituições usuárias de água com a eficiência do sistema: intensificação das práticas de
eficiência na gestão de infraestrutura e controle ativo de perdas.
Interrupção no fornecimento de energia / Execução de reparos nas instalações danificadas e de troca de equipamentos se necessário;
pane no sistema elétrico Promoção de controle e de ações de racionamento da água disponível em reservatórios de água tratada;
Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para os usos essenciais;
Pane ou falha em equipamentos Comunicação ao titular do serviço e aos órgãos de fiscalização e de controle;
Problemas na Estação de Tratamento de eletromecânicos
2 Comunicação à população;
Água Falhas estruturais / ações por agentes Comunicação à concessionária de energia elétrica para o acionamento dos planos emergenciais de fornecimento
externos de energia;
Comunicação às equipes de reparos em situações de emergência;
Falta de produtos químicos Aquisição, em regime de emergência, de produtos químicos.
Rompimento na rede Execução de reparos nas instalações danificadas e de troca de equipamentos se necessário;
Promoção do controle e da gestão das demandas de água;
Danos em estruturas de reservatórios e Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para os usos essenciais;
elevatórias de água tratada Comunicação ao titular do serviço e aos órgãos de fiscalização e de controle;
Acidentes nos Dispositivos Hidráulicos de
2 Comunicação à população;
Distribuição Danos em equipamentos de estações
Comunicação às equipes de reparos em situações de emergência;
elevatórias de água tratada
Comunicação à concessionária de energia elétrica L para o acionamento dos planos emergenciais de fornecimento
de energia.
Interrupção no fornecimento de energia
331
Quadro 6.2 – Ações de Emergência: Serviço de Abastecimento de Água (Continuação)
Ações persuasivas para o racionamento do uso da água e campanhas gerais para promover o uso responsável da
água sob à perspectiva de escassez;
1 Compromisso institucional com medidas conjunturais de caráter voluntário entre as instituições usuárias da água;
Compromisso das instituições usuárias de água com a eficiência do sistema: intensificação das práticas de eficiência
na gestão de infraestrutura e controle ativo de perdas.
332
6.1.2.2. Sistema de Esgotamento Sanitário
333
Quadro 6.3 – Ações de Emergência: Serviço de Esgotamento Sanitário
Desmoronamentos de taludes
334
Quadro 6.3 – Ações de Emergência: Serviço de Esgotamento Sanitário (Continuação)
335
6.1.2.3. Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais
337
Quadro 6.4 – Ações de Emergência: Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana
Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência
Alerta sobre a possibilidade de ocorrência de chuva;
Acionamento dos procedimentos específicos para as áreas sujeitas às inundações localizadas;
Subdimensionamento dos dispositivos de 1
microdrenagem e macrodrenagem; Informação às autoridades de controle de tráfego e à defesa civil;
Informação às comunidades das áreas sujeitas à inundação.
Colapso das estruturas de macrodrenagem;
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações localizadas;
Chuvas intensas localizadas Deficiência dos serviços de limpeza e de Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
manutenção dos dispositivos de drenagem;
Isolamento do tráfego e utilização de rotas alternativas;
Deficiência nos projetos de implantação de 2 Acionamento dos serviços de manutenção emergencial;
vias públicas. Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
Apoio às populações afetadas.
Alerta sobre a possibilidade de ocorrência de chuva;
Acionamento dos procedimentos específicos para as áreas sujeitas às inundações localizadas;
1 Informação às autoridades de controle de tráfego e à defesa civil;
Informação às comunidades das áreas sujeitas à inundação.
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações nos córregos secundários;
Insuficiência na capacidade de
Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
escoamento da calha do córrego;
Isolamento do tráfego e utilização de rotas alternativas;
Chuvas intensas provocando Assoreamento e/ou obstrução de 2
transbordamentos de corpos d’água Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
córregos e canais;
de importância secundária Apoio às populações afetadas.
Ocupação indevida de talvegues e
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações nos córregos secundários;
canais.
Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
Isolamento do tráfego e utilização de rotas alternativas;
Alagamento/Inundação 3 Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
Remoção e apoio às populações afetadas;
Realização dos serviços de recomposição das áreas afetadas.
Alerta sobre a possibilidade de ocorrência de chuva;
Acionamento dos procedimentos específicos para as áreas sujeitas às inundações localizadas;
1 Informação às autoridades de controle de tráfego e à defesa civil;
Informação às comunidades das áreas sujeitas à inundação.
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações nos corpos d’água principais;
Insuficiência na capacidade de
escoamento da calha dos corpos d’água; Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
Comunicação aos operadores e às autoridades responsáveis pela prestação de serviços público;
Assoreamento e/ou obstrução de Isolamento do tráfego, utilização de rotas alternativas e apoio de campo para orientar a mobilidade urbana e os
córregos e de canais; 2
transportes;
Chuvas intensas provocando Deficiência nos serviços de preservação Intensificação da comunicação às comunidades afetadas;
transbordamentos de corpos d’água das condições hidráulicas de Apoio às populações afetadas.
de importância principal escoamento; Decretação de estado de emergência;
Transferência de vazões excessivas Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações nos corpos d’água principais;
para jusante; Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
Ocupação indevida de talvegues e de Operação dos serviços de saúde pública em regime de emergência;
canais. 3 Isolamento do tráfego, utilização de rotas alternativas e apoio de campo para orientara mobilidade urbana e os
transportes;
Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
Remoção e apoio às populações afetadas;
Realização dos serviços de recomposição das áreas afetadas.
338
Quadro 6.4 – Ações de Emergência: Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana Urbana (Continuação)
339
6.1.2.4. Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos
340
Quadro 6.5 – Ações de Emergência: Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos
341
6.1.3. Plano de Racionamento
342
como é o caso da Barragem do Iraí, que representa aproximadamente 85% da
produção de água do município.
Apesar de a bacia ser protegida por meio de uma Área de Proteção Ambiental (APA)
através do Decreto Estadual n. 1753 de 06/05/96, a proximidade das cidades da
Região Metropolitana de Curitiba define um grande potencial de urbanização desses
mananciais. Além disso, as águas do Rio Iraizinho são contribuintes do Rio Iraí à
jusante da barragem, e devido à influência do município de Piraquara, a qualidade da
água encontra-se bastante comprometida (SANARE, 1999).
343
As responsabilidades nas situações críticas da prestação de serviços estão divididas
em todos os níveis institucionais, como a Figura 6.2 a seguir:
344
ao prestador, no caso de situações emergenciais, não prejudique o usuário com maior
vulnerabilidade econômica.
345
Figura 6.3 – Regras de Segurança Operacional dos Sistemas de Água e Esgoto
346
6.2.4.2. Regras de Segurança Operacional do Sistema de Limpeza
Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos
347
Em linhas gerais, pode-se dizer que as áreas de risco são aquelas passíveis de
desastres, os quais podem ser causados pelas atividades antrópicas ou até mesmo
por eventos naturais, causando danos humanos, materiais, ambientais e
consequentes prejuízos econômicos e sociais.
Um dos principais agravantes para a ocorrência de desastres é o crescimento
populacional desordenado, normalmente presentes em países em desenvolvimento ou
em regiões de grande expansão demográfica. Em busca de um lugar para morar,
muitas vezes a população de baixa renda acaba se instalando em regiões perigosas,
instáveis e pouco propícias, como é o caso do município de Piraquara, em especial no
bairro Guarituba.
As áreas de risco comumente encontradas são:
Áreas localizadas em encostas;
Áreas sujeitas a inundações e/ou alagamentos;
Áreas de baixios topográficos;
Faixas de domínio de linhas ferroviárias;
Faixas de servidão de linhas de transmissão de energia elétrica de alta tensão;
Áreas sobre linhas de canalização de gás;
Áreas de instabilidade sujeitas a desabamentos, escorregamentos e/ou
soterramentos.
A Figura 6.4 apresenta um fluxograma com as diretrizes do Plano Municipal de
Redução de Riscos, conforme “Manual para Apresentação de Propostas Referente ao
Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres”, de modo a dirimir a
ocorrência de desastres.
348
Figura 6.4 – Diretrizes do Plano Municipal de Redução de Riscos
O Plano deve conter: a caracterização dos riscos em baixo, médio, alto e muito alto; a
concepção de intervenções para cada nível de risco alto e muito alto e a estimativa
dos custos das intervenções necessárias.
O cadastro de riscos é uma ferramenta utilizada em visitas de campo que permite
determinar o potencial para a ocorrência de desastres, com a identificação das
situações de risco. De acordo com o “Mapeamento de Riscos em Encostas e Margens
de Rios”, é necessário ter um roteiro para a identificação e o mapeamento das áreas
de risco. Sendo assim, o Quadro 6.6 abaixo apresenta a classificação dos riscos.
Quadro 6.6 – Classificação dos Riscos
Níveis de
Descrição
Riscos
- Locais com condições geológicas e geotécnicas favoráveis, pouco suscetíveis ao
R1
desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos;
Baixo ou sem
- Locais com a condição menos crítica, não se espera a ocorrência de eventos
risco
destrutivos no período de um ano.
- Locais com nível de intervenção de média potencialidade para a ocorrência de
escorregamentos e solapamentos;
R2
- Locais com algumas evidências de instabilidade;
Médio
- Locais com chances reduzidas de ocorrência de eventos destrutivos durante episódios
de chuvas intensas e prolongadas no período de um ano.
- Locais com alta suscetibilidade para o desenvolvimento de processos de
escorregamentos e solapamentos;
R3
- Locais com significativas evidências de instabilidade;
Alto
- Locais com grandes chances de ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de
chuvas intensas e prolongadas no período de um ano.
349
Níveis de
Descrição
Riscos
- Locais com as maiores chances de desenvolvimento de processos de escorregamentos
e solapamentos;
R4 - As evidências de instabilidade são expressivas e estão presentes em grande número
Muito Alto ou magnitude.
- É a condição mais crítica, sendo muito provável a ocorrência de eventos destrutivos
durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de um ano.
350
mais eficaz de garantir a qualidade e a segurança da água que vai para o consumo
humano. Para tanto, as ações determinantes do Plano de Segurança da Água devem
estar voltadas à prevenção, minimização e até mesmo eliminação de possíveis
contaminantes da água que será consumida, assim sendo, os objetivos do PSA devem
estar diretamente ligados com essas ações, como mostra a Figura 6.5.
A Figura 6.6 a seguir apresenta as etapas que o PSA deve seguir, conforme
estabelecido no documento “Plano de Segurança da Água – Garantindo a Qualidade e
Promovendo a Saúde” elaborado pelo Ministério da Saúde, para atingir os objetivos
citados acima.
351
Figura 6.6 – Etapas do Plano de Segurança da Água- PSA
352
7. MECANISMOS E PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO SISTEMÁTICO DO
PMSB
353
Figura 7.1 – Fluxograma dos Níveis Institucionais das Responsabilidades
354
Desta forma, os indicadores acabaram sendo utilizados na avaliação dos serviços de
saneamento, sendo definidos segundo Alegre et al., (2008), como sendo uma “medida
quantitativa da eficiência e eficácia de uma entidade gestora relativamente a aspectos
específicos da atividade desenvolvida”.
Segundo Von Sperling (2012), é importante que os indicadores a serem utilizados na
avaliação dos serviços de saneamento sigam os critérios gerais apresentados a
seguir:
Devem representar apenas os aspectos relevantes para a avaliação do
desempenho da Prestadora, resultando em um total de indicadores
estritamente necessário, evitando-se a inclusão de aspectos não essenciais;
Deve existir a possibilidade de comparação com critérios legais e/ou outros
requisitos existentes ou a definir;
Devem, sempre que possível, ser aplicáveis a Prestadoras de serviços com
diferentes características, dimensões e graus de desenvolvimento;
Devem permitir a identificação antecipada de problemas e situações de
emergência;
Devem possibilitar uma determinação fácil e rápida, permitindo que o seu valor
seja facilmente atualizado;
Deve ser levado em consideração o público-alvo que utilizará os resultados dos
indicadores;
Devem originar resultados verificáveis.
Ainda segundo Von Sperling (2012), são destacados a seguir os principais atributos
que os indicadores deverão apresentar de forma a se mostrarem eficientes no
momento da avaliação/fiscalização dos serviços de saneamento básico:
Avaliar objetivamente e sistematicamente a prestação dos serviços;
Subsidiar estratégias para estimular a expansão e a modernização da
infraestrutura, de modo a buscar a sua universalização e a melhoria dos
padrões de qualidade;
Diminuir a assimetria de informações e incrementar a transparência das ações
do prestador de serviços públicos e da agência reguladora;
Subsidiar o acompanhamento e a verificação do cumprimento dos contratos de
concessão ou contratos de programa;
Aumentar a eficiência e a eficácia da atividade de regulação.
Atualmente, as principais informações existentes sobre o setor de saneamento básico
no país são apresentadas sob a forma de indicadores pelo SNIS. Porém, além desse
sistema, existem outros que utilizam indicadores para os serviços de saneamento,
como é apresentado na Figura 7.2 a seguir.
355
Figura 7.2 – Principais Sistemas de Indicadores Utilizados no Brasil
356
Desta forma, para a melhor representação da realidade, é importante que o sistema de
indicadores selecionados para o município de Piraquara seja composto por métodos
quantitativos e qualitativos de avaliação. Neste sentido, a avaliação das políticas
públicas de saneamento básico no município, compreende os critérios da eficácia,
eficiência e efetividade. A Figura 7.3 abaixo ilustra esses conceitos de forma geral.
Para facilitar a elaboração dos indicadores por parte do município de Piraquara, optou-
se pela seleção de indicadores já existentes em sistemas de informação,
principalmente o SNIS, por ser considerado o mais importante. Além dele, deve-se
observar outros sistemas de informação do IBGE e outros setoriais, como o
DATASUS, a fim de melhor visualizar os cenários, considerando o “antes” e “depois”
da execução do PMSB.
Conforme comentado no item 7.1, o SNIS possui em enorme arcabouço de
indicadores que contemplam as áreas operacional, gerencial, financeira e de
qualidade da prestação de serviços de água e de esgotos e sobre os serviços limpeza
urbana. Devido ao objetivo deste PMSB, não é interessante a utilização de todos os
indicadores presentes no SNIS, já que a grande maioria deles reflete o desempenho
operacional e financeiro da Prestadora, e não tem como objetivo principal a regulação
dos serviços. Visto isso, o PMSB de Piraquara selecionou os indicadores do SNIS
considerados mais relevantes, e adaptou outros, baseado na experiência da
consultora. Por fim, foram ainda propostos indicadores que não são utilizados pelo
SNIS, mas foram considerados necessários a partir da realidade do município.
Ao total foram selecionados 23 indicadores, considerados essenciais para a avaliação
de ações quantitativas, qualitativas e de eficiência operacional. Esses estão divididos
pelos quatro componentes do saneamento, sendo que quatro deles são específicos da
qualidade dos serviços, segundo os usuários. Os indicadores estão apresentados no
Quadro 7.1 a seguir juntamente com um estudo comparativo dos indicadores
referentes à base nacional, o SNIS.
357
Quadro 7.1– Indicadores Selecionados
358
Componente Indicador e Descrição Comparação com o SNIS
A1. Índice de atendimento por rede de distribuição (%): Número de O SNIS utiliza o indicador “Índice de atendimento urbano de água” (I023),
economias residenciais de água/ Número total de domicílios urbanos (IBGE) x que mede apenas as economias ativas. Neste caso o coeficiente de
100 calculo utilizado é domicílio (economias), o do SNIS, população.
A2. Índice de desconformidade aos padrões de potabilidade para o
parâmetro coliformes: nº de amostras de coliformes totais fora do padrão de
Indicador I084
potabilidade (Portaria 2914/2011) / nº de amostras de coliformes totais
realizadas por ano (%)
Água
E2. Índice de tratamento de esgotos (%): Volume de esgoto tratado / volume Trabalha com a medição do volume de esgotos tratados (I016) ao invés de
de esgoto coletado x 100 número de economias que possuem os esgotos tratados.
359
Componente Indicador e Descrição Comparação com o SNIS
R4. Geração per capita (kg/ hab.dia): Volume de resíduos gerados por
Indicador I022
habitante em um dia
R5. Índice de adesão à coleta seletiva (%): População que aderiu à coleta
Não está contemplado.
seletiva / População total atendida x 100
R6. Índice de resíduos oriundos da coleta normal por população coberta
por coleta seletiva, que seguem para disposição final (%): Quantidade total
Não está contemplado.
não coletada na área com coleta seletiva / Quantidade total gerada na área com
coleta seletiva x 100
R7. Índice de resíduos oriundos da população coberta por coleta seletiva,
que aderiram e seguem para triagem (%): Quantidade total coletada na área Não está contemplado.
com coleta seletiva x Quantidade total gerada na área com coleta seletiva x 100
R8. Índice de atendimento do serviço de varrição (%): Extensão das vias
Não está contemplado.
com serviço de varrição / extensão total das vias pavimentadas
D1. Índice de cobertura da microdrenagem (%): extensão total de ruas com
serviço de microdrenagem (guias, sarjetas e bocas – de –lobo) / extensão total Não está contemplado.
Drenagem
de ruas do município
360
É importante destacar que os valores de referência para os indicadores consideram o
município como um todo, porém destaca-se a necessidade de obtenção das informações
para cada uma das localidades/áreas atendidas por sistemas independentes de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos e drenagem pluvial,
bem como para as áreas não atendidas por serviços públicos de saneamento. Desta forma,
é possível avaliar, dentro do município, as áreas mais deficitárias.
Posteriormente, foram definidas metas para os indicadores dentro do horizonte de
planejamento do Plano. Os valores foram estabelecidos a partir de uma análise sistêmica,
ou seja, considerando a situação atual do município e as ações previstas (em andamento e
propostas) baseadas no Capítulo 4, conforme apresentado no Quadro 7.2.
Quadro 7.2 – Metas dos Indicadores Selecionados
R4. Geração per capita (kg/ hab.dia) 0,50 0,60 0,65 0,75
361
Indicador e Descrição 2020 2025 2030 2035
R5. Índice de adesão à coleta seletiva (%) 100 100 100 100
Para que os indicadores sejam utilizados para uma boa avaliação do Plano é indicada a
elaboração de um “Relatório de Avaliação Anual do PMSB”, descrita no item 4.2 que deve
ser elaborado pelo órgão de gestão do saneamento do município.
Desta forma, caso as ações definidas pelo Plano não estejam apresentando resultados que
reflitam nos indicadores, deve-se analisar se as ações não estão sendo eficazes ou se é
necessária a elaboração ou incorporação de outros indicadores que possam mensurar os
aspectos relacionados à ação em questão.
Ainda é importante destacar, que apesar dos indicadores terem o objetivo de mensurar os
resultados das ações executadas, essa mensuração nem sempre poderá ser refletida na
melhoria dos indicadores diretamente ou em um primeiro momento. Algumas ações são
utilizadas na definição de novas ações, cujos reflexos e impactos resultarão em uma
melhora no aceso e na qualidade dos serviços, melhora essa que refletirá de maneira direta
e imediata nos indicadores.
A maioria das ações que funcionam dessa forma é considerada não estrutural, relacionada,
por exemplo, com a gestão do saneamento, à educação ambiental e à participação da
população. Elas também dão suporte político e gerencial para a sustentabilidade dos
serviços, ou seja, seus efeitos são notados apenas no médio ou longo prazo, principalmente
porque algumas dessas ações devem ser executadas de forma contínua ou periódica.
Com base nessas definições, e para a melhora na avaliação de todas as ações previstas no
PMSB é sugerida a “Análise de Execução das Ações Propostas”, item que também deve
constar no “Relatório de Avaliação Anual do PMSB”. Esta análise é um importante indicador,
pois permite verificar a conformidade dos prazos estabelecidos para as ações. Nele deve
ser apresentada a situação em que se encontram as ações propostas, podendo as mesmas
se enquadrar como atrasadas, prorrogadas, concluídas, em execução ou em conformidade
com o prazo estabelecido.
Sugere-se então que as ações sejam organizadas de maneira tabular, contendo, além da
identificação do setor correspondente, as seguintes colunas: prazo, ação, situação e
comentário. O Quadro 7.3 apresenta um modelo para elaboração da Análise de Execução
das Ações Propostas.
362
Quadro 7.3– Sugestão de Tabela Para Análise de Execução das Ações Propostas
Portanto, a “Análise de Execução das Ações Propostas” é item indispensável para que os
gestores e responsáveis pela implementação do Plano tenham controle sobre a execução
dos programas e ações. Cabe ressaltar que apesar de constar no relatório anual, esta
ferramenta deve ser atualizada constantemente.
363
Para instituir o Sistema são necessários alguns passos:
Abrir licitação para contratação da empresa de desenvolvimento de softwares para
criação do Sistema.
Auxílio à empresa contratada e disponibilização de informações por parte da
Prefeitura, da Sanepar e demais entidades envolvidas e interessadas com serviços
de saneamento. Estes órgãos deverão indicar representantes que irão colaborar com
a implantação do Sistema pela empresa contratada. É importante que estes
representantes integrem posteriormente a equipe responsável pela operação do
Sistema depois que este for concluído.
Aquisição de materiais necessários à implantação do Sistema, conforme orientação
da empresa contratada. Estes materiais deverão ser adquiridos por licitação, cujo
edital será elaborado com o auxílio da empresa contratada.
Formar equipe para aquisição dos dados e operação do Sistema, através de
assistência da empresa contratada, que irá definir funções, responsabilidades, e
perfil profissional desejado dos recursos humanos. Esta equipe será responsável
pelo gerenciamento, operação e manutenção do Sistema.
O Sistema pode ser integrado ao site da Prefeitura, e será mantido pelos funcionários
escolhidos para constituir equipe responsável pela aquisição e operação dos dados.
A atualização dos dados no Sistema deve ser feita anualmente, assim como a inclusão dos
dados no SNIS. Vale ressaltar que o preenchimento do banco de dados nacional é requisito
para acesso aos recursos federais para investimento nas ações de saneamento básico. O
Sistema permitirá uma avaliação geral da situação do município no que se refere à
qualidade e abrangência dos serviços de saneamento.
364
se enquadrar como atrasadas, prorrogadas, concluídas, em execução ou em conformidade
com o prazo estabelecido.
Outro instrumento de divulgação de grande importância é uma versão simplificada deste
relatório. Visto que deve ser impresso e distribuído à população, esta publicação precisa ser
objetiva, com uma linguagem acessível a todos os públicos, e deve apresentar os aspectos
mais importantes do relatório, focando nos principais resultados e nas dificuldades
encontradas.
A versão simplificada pode ser distribuída pelos próprios prestadores de serviços, como por
exemplo, entregue junto à conta de água/esgoto. Após a distribuição, é necessária a
realização de um Seminário Público de Acompanhamento do PMSB, onde será apresentado
o Relatório. Assim, garante-se o direito dos cidadãos de conhecer a situação de
implementação do Plano, além de permitir discussões e opiniões referentes a este.
365
O Conselho é composto basicamente pelo plenário, que consiste em um conjunto de
conselheiros, e pela direção, sendo integrada pela presidência, vice-presidência e
secretaria. A direção deve ser definida através de votação pelos membros, deve ter
suas funções muito bem definidas, e sugere-se que seja composta pelos
representantes de uma das Secretarias municipais.
As despesas com o Conselho são de responsabilidade da Prefeitura, embora a
execução de seus projetos possa ter parcerias com o setor público ou privado. Os
recursos necessários devem ser aprovados anualmente de acordo com as ações
previstas para o período, de maneira que garanta a autonomia do Conselho. No
planejamento das despesas inclui-se a capacitação dos conselheiros, infraestrutura,
contratação de apoio técnico e participação em eventos.
Este conselho representa a principal ferramenta de controle social, e torna muito eficiente a
participação da sociedade na estruturação dos serviços de saneamento básico. Ele deve ser
instituído rapidamente, e funcionar o quanto antes, para que possa auxiliar no processo de
implantação das atividades propostas no PMSB. Logo, o Conselho deve estar a par das
necessidades e solicitações da população, e deve acompanhar de maneira regular a
implementação das ações e programas do Plano.
Para isso, é importante que os membros do Conselho se mantenham articulados com a
população e com os profissionais do município, sejam eles da área de saneamento ou
apenas das áreas administrativas. A análise do Relatório de Avaliação Anual do PMSB fica
ao encargo do Conselho, que questiona o que achar relevante e propõe soluções
alternativas se achar necessário.
Como este tem papel fundamental na implantação do PMSB, é importante que os membros
participem de conferências, oficinas, palestras e quaisquer tipos de eventos voltados ao
saneamento básico, para que estes aprendam mais sobre o tema e tenham capacidades
técnicas para trabalhar com o Plano.
Como citado anteriormente, o Seminário Público de Acompanhamento do PMSB, serve
como um ótimo instrumento, juntamente ao Conselho. Por meio deste, a população estará
ciente a respeito das ações e programas do Plano, e poderá opinar e manifestar-se em
relação a isto.
As sugestões da sociedade são fundamentais para a manutenção do Plano, visto que suas
ideias e avaliações permitem realizar um mapeamento das localidades problemáticas, o que
propicia focar as ações para regiões que necessitam de intervenção urgente.
O órgão municipal responsável pela gestão do saneamento deve atualizar o Plano pelo
menos a cada quatro anos. Assim, os elementos constantes do Plano como as ações, os
programas, o cronograma de execução, entre outros, devem ser ajustados segundo os
relatórios de avaliação anual, os seminários públicos de acompanhamento do PMSB e
outros eventos que discutam as questões referentes ao saneamento básico. Além disso, as
reclamações, sugestões e opiniões da população e do Conselho Municipal de Saneamento
Básico devem ser levadas em conta.
Ao revisar o Plano Municipal de Saneamento Básico de Piraquara, o primeiro passo baseia-
se na análise dos Relatórios de Avaliação Anual do PMSB. Com isto, o gestor terá uma
ampla visão da situação do saneamento no munícipio.
366
Desta forma, o gestor deve avaliar as dificuldades encontradas e pensar em atitudes
alternativas ou modificações, além de ideias apresentadas e discutidas nos Seminários
Públicos de Acompanhamento do PMSB. A partir disto, serão identificados os locais que
possuem maior urgência de intervenção e quais ações serão tomadas para solucionar os
problemas críticos.
Pensando nisso, o gestor pode modificar os prazos determinados no cronograma, sempre
visando o aumento no acesso aos serviços.
Portanto, deve ser criada uma versão prévia da revisão do PMSB, sendo que esta deve ser
apresentada em Consulta Pública, onde as dúvidas da população possam ser esclarecidas.
A Consulta Pública deve ter uma divulgação ampla, de no mínimo duas semanas antes do
evento, através dos principais meios de comunicação do município. O Conselho deve estar
presente, representando a sociedade, e tem a função de contestar ou aprovar o PMSB.
Então, considerando o que foi abordado na Consulta Pública, os profissionais do Núcleo de
Gestão do Saneamento devem fazer os ajustes e correções finais e estruturar a Versão
Final da Revisão do PMSB. Com isso, se efetivam os instrumentos para que a tomada de
decisões no setor de saneamento básico seja mais democrática e participativa.
É importante que o PMSB seja revisto em períodos coincidentes com o Plano Plurianual do
município. Assim, revisar os dois Planos juntos, entendendo a condição do saneamento no
município e determinando metas técnicas para chegar à universalização dos serviços
adequados ao Plano Nacional de Saneamento Básico, são os primeiros passos para uma
nova gestão municipal. Além disso, devem ser analisados os recursos necessários para
revisar o Plano na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
367
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370
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http://www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v12/mananciais/mananciais.html. Acessado em:
12/01/2016.
371
ANEXO I
372
ANTEPROJETO DE LEI
O Prefeito Municipal de Piraquara (PR), no uso das atribuições que lhe confere a Lei Orgânica
do Município, sanciona a seguinte Lei:
Art. 1º. Esta Lei institui o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), nos termos do
Anexo Único que a integra, que contém diretrizes destinadas a formular, aprovar, implantar,
promover, executar e avaliar a prestação dos serviços públicos essenciais de saneamento básico
no Município, consoante com o que dispõe a Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007,
bem como o que estabelece o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), objeto da
Portaria Interministerial nº 571, de 5 de dezembro de 2013, subscrita pelos Ministros de Estado
da Casa Civil da Presidência da República, da Fazenda, da Saúde, do Planejamento, Orçamento
e Gestão, do Meio Ambiente, da Integração Nacional e das Cidades.
Art. 2º. O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) instituído por esta Lei será revisto,
periodicamente, no prazo não superior a 4 (quatro) anos, e com base anterior à elaboração do
Plano Plurianual do Município.
§1º. O Poder Executivo Municipal deverá encaminhar a proposta de revisão do Plano Municipal
de Saneamento Básico (PMSB) à Câmara Municipal, e dela fazer constar as alterações
consideradas indispensáveis ou necessárias à atualização e consolidação do Plano Plurianual do
Município imediatamente anterior.
§2º. Cada revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) deverá guardar
compatibilidade com o correspondente Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica, a que
o Município integrar, nos termos dos artigos 31 caput, 33, IV, 38, III e 39, III da Lei Federal nº
9.433 de 08 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos e do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
§3º. A revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) não poderá ocasionar
inviabilidade técnica ou estabelecer desequilíbrio econômico-financeiro e patrimonial
relativamente à prestação dos serviços que o integram ou estejam delegados a órgão ou entidade
local, devendo qualquer acréscimo de custo ter a respectiva fonte de custeio indicada e a
anuência da prestadora.
Art. 3º. O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) objeto da presente Lei guardará
compatibilidade com a legislação inerente ao Plano Diretor do Município, nos termos da Lei
Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade) e legislação posterior, que
estabelece diretrizes gerais da política urbana, bem como o disposto na Constituição do Estado,
concernente à Região Metropolitana, Aglomeração Urbana e Microrregião, como couber,
observada a legislação específica, que deles decorrer e em vigor.
373
Art. 4º. As despesas de custeio e de investimentos decorrentes da aplicação e da execução da
presente Lei correrão por conta das dotações consignadas no orçamento anual e plurianual do
Município, bem como em créditos especiais, adicionais, transferências e repasses que lhe forem
conferidas.
Art. 5º. Na hipótese de conveniência institucional ou de interesse público, o Município poderá
optar pela prestação delegada, compartilhada ou por meio de concessão administrativa ou,
ainda, pelo estabelecimento de parceria público-privada para a execução dos serviços públicos
essenciais de saneamento básico de que trata esta Lei, no todo ou em parte, observada,
respectivamente, a legislação orgânica municipal, a legislação federal e estadual, bem como as
normas de posturas municipais aplicáveis.
§1º. A opção pela gestão executiva delegada, compartilhada, consorciada, por concessão ou por
parceria público-privada respaldar-se-á, previamente, em pesquisas e estudos técnicos de
natureza econômica, social, organizacional, administrativa e gerencial, que serão submetidos
previamente à convocação de audiência pública da população do Município, seus distritos (se os
houver) ou localidades rurais que o integrem, para efeito de aprovação.
§2º. O processo de audiência pública, em cada caso, será estabelecido, discutido e aprovado, na
forma de decreto para tanto baixado pelo Prefeito Municipal.
Art. 6º. O Prefeito Municipal, mediante decreto, baixará as demais medidas e providências de
caráter regulamentar e implementar, bem como as de ordem organizacional, administrativa,
técnica e gerencial, com o objetivo de efetivar a plena organização, implantação e consecução
do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do Município de Piraquara (PR) objeto da
presente Lei.
Art. 7º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Prefeito Municipal
Secretariado
374
ANEXO II
ANTEPROJETO DE LEI
375
ANTEPROJETO DE LEI
O Prefeito Municipal de Piraquara (PR), no uso das atribuições que lhe confere a Lei Orgânica
do Município e tendo em vista o disposto na Lei Federal nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007, que
estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, bem como na Lei Federal 12.305, de 2
de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sanciona a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º. A prestação, regulação, regime tarifário, fiscalização e controle dos serviços públicos
essenciais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos
sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas no Município de Piraquara (PR) reger-
se-ão pelas normas constantes desta Lei, com observância da legislação federal, estadual e
municipal, que lhe forem compatíveis e aplicáveis e tem por finalidade:
VI. garantir livre concorrência para a prestação dos serviços, bem como o monopólio de
sua prestação;
376
Art. 2º. A prestação dos serviços indicados no artigo anterior é considerada essencial por
observar o princípio da continuidade e tendo como principais objetivos:
Art. 3º. Para os efeitos desta Lei considera-se saneamento básico o conjunto de serviços,
infraestrutura, instalações e atividades operacionais de:
Art. 5º. Não constitui serviço público de saneamento a ação executada por meio de soluções
individuais, desde que o usuário não dependa de terceiros para operar os serviços, bem como as
377
ações de saneamento básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resíduos de
responsabilidade do gerador.
Art. 6º. A fim de cumprir e observar o disposto no art. 30, incisos I a IX da Constituição Federal
de 1988 bem como o contido nos arts..................................... da Lei Orgânica do Município de
Piraquara (PR), no que concerne ao saneamento básico, consideram-se como de interesse local,
respectivamente:
II. a adequação das atividades e ações econômicas, sociais, urbanas e rurais e do Poder
Público às imposições do equilíbrio ambiental;
VI. a defesa e conservação das áreas de mananciais, das reservas florestais e demais
áreas de interesse ambiental;
VIII. a melhoria constante da qualidade do ar, da água, do solo, da paisagem e dos níveis
de ruído e vibrações, mantendo-os dentro dos padrões técnicos estabelecidos pelas
legislações de controle de poluição ambiental federal, estadual e municipal no que
couber;
XV. a conservação e recuperação dos rios, córregos e matas ciliares e áreas florestadas;
378
XVI. a garantia de crescentes níveis de salubridade ambiental, através do provimento de
infraestrutura sanitária e de condições de salubridade das edificações, ruas e
logradouros públicos;
Art. 7º. Para o estabelecimento da Política Municipal de Saneamento Básico serão observados
os seguintes princípios fundamentais:
I. universalização do acesso;
X. controle social;
XII. integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos
hídricos.
379
Art. 8. Para o estabelecimento da Política Municipal de Saneamento Básico no que se refere à
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas deverão ser observados os seguintes princípios e
orientações técnicas:
II. cuidar dos aspectos relacionados com o bom funcionamento da mobilidade urbano
local, por meios e equipamento adequados de passagem e trânsito de pessoas e
veículos;
§1º. Na hipótese de cobrança de tarifa decorrente da prestação pública dos serviços e obras e sua
continuidade será esta objeto de regulação e cobrança mediante Resolução do Conselho
Consultivo Regulatório e Tarifário do Município como previsto na lei que institui o Plano
Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do Município de Piraquara (PR) e dá outras
providências.
380
CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES EXECUTORAS DA POLÍTICA
MUNICIPAL INTEGRADA DE SANEAMENTO BÁSICO
E DAS FORMAS DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS
I. determinado condomínio;
Art. 10. São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços
públicos de saneamento básico:
II. a existência de normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das
diretrizes desta lei, incluindo a designação da entidade ou órgão de regulação e de
fiscalização;
Art. 11. Nos casos de serviços prestados mediante contratos de concessão ou de programa, as
normas previstas no inciso II do artigo anterior deverão prever:
II. inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos serviços,
de qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de outros
recursos, em conformidade com os serviços a serem prestados;
381
III. as prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas;
c) a política de subsídios;
§ 1º. Os contratos não poderão conter cláusulas que prejudiquem as atividades de regulação e de
fiscalização ou de acesso às informações sobre serviços contratados.
Art. 12. Nos serviços públicos de saneamento básico em que mais de um prestador execute
atividade interdependente com outra, a relação entre elas deverá se regulada por contrato e
haverá órgão único encarregado das funções de regulação e de fiscalização.
Art. 13. O contrato a ser celebrado entre os prestadores de serviços a que se refere o artigo
anterior deverá conter cláusulas que estabeleçam pelo menos:
382
I. as atividades ou insumos contratados;
383
CAPÍTULO III
DA PARTICIPAÇÃO REGIONALIZADA EM
SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Art. 14. O Município de Piraquara (PR) poderá participar de prestação regionalizada de serviços
de saneamento básico que é caracterizada por:
§1º. Na prestação de serviços de que trata este artigo, as atividades de regulação e fiscalização
poderão ser exercidas, respectivamente:
II. por consórcio público de direito público integrado pelos titulares dos serviços.
§2º. No exercício das atividades de planejamento dos serviços a que se refere o caput deste
artigo, o titular poderá receber cooperação técnica do estado e basear-se em estudos fornecidos
pelos prestadores.
Art. 15. A prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico poderá ser
realizada por:
§ 2º. Os prestadores deverão manter sistema contábil que permita registrar e demonstrar,
separadamente, os custos e as receitas de cada serviço para cada um dos municípios atendidos.
384
CAPÍTULO IV
DA REGULAÇÃO E DO CONTROLE
Art. 16. Nos termos desta Lei, o exercício da função de regular não poderá ser exercido por
quem presta o serviço e atenderá aos seguintes princípios:
IV. definir tarifas que assegurem o equilíbrio econômico e financeiros dos contratos
como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzem a eficiência e
eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de
produtividade;
V. definir as penalidades;
Art. 18. O órgão ou a entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica,
econômica e social de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo menos, os seguintes
aspectos, mediante Resolução referendada pelo Prefeito Municipal:
IV. regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos de sua
fixação, reajuste e revisão;
385
VIII. plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;
§ 1º. As normas previstas neste artigo deverão fixar prazo para os prestadores de serviços
comunicarem aos usuários as providências adotadas em face de queixas ou de reclamações
relativas aos serviços.
Art. 19. Em caso de gestão associada ou prestação regionalizada dos serviços, poderão ser
adotados os mesmos critérios econômicos, sociais e técnicos da regulação em toda a área de
abrangência da associação ou prestação.
Art. 20. Os prestadores de serviços de saneamento básico deverão fornecer ao órgão ou entidade
reguladora todos os dados e informações necessárias para o desempenho de suas atividades, na
forma das normas legais, regulamentares e contratuais.
§ 1º. Inclui-se entre os dados e informações a que se refere o caput deste artigo aquelas
produzidas por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou fornecer
materiais e equipamentos específicos.
Art. 21. Deve ser dada publicidade aos relatórios, estudos e decisões e instrumentos
equivalentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, bem como aos direitos e
deveres dos usuários e prestadores, a eles podendo ter acesso qualquer do povo,
independentemente da existência de interesse direto.
§2º. A publicidade a que se refere o caput deste artigo deverá se efetivar, preferencialmente, por
meio de site na internet.
Art. 22. É assegurado aos usuários e consumidores dos serviços públicos de saneamento básico:
386
I. amplo acesso às informações sobre os serviços prestados;
II. prévio conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem
estar sujeitos;
387
CAPÍTULO V
DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS
Art. 23. O regime de serviços integrados de saneamento básico de que trata esta Lei terão a
sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração
pela cobrança dos serviços:
II. de limpeza urbana e manejo de resíduos urbanos: por taxas ou tarifas e outros
preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas
atividades;
§ 1º. Na instituição das tarifas, preços públicos e taxas para aos serviços de saneamento básico
serão observadas as seguintes diretrizes:
II. geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando o
cumprimento das metas e objetivos do serviço;
§ 2º. O Município poderá adotar subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e
localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente para
cobrir o custo integral dos serviços.
Art. 24. Observado o disposto no artigo anterior, a estrutura de remuneração e cobrança dos
serviços públicos de saneamento básico poderá levar em consideração os seguintes fatores:
388
III. quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia de
objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o adequado atendimento
dos usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;
Art. 26. O reajuste de tarifas de serviços públicos de saneamento básico será realizado
observando-se o intervalo mínimo de 12 (doze) meses, de acordo com as normas legais,
regulamentares e contratuais.
Art. 27. As revisões tarifárias compreenderão a reavaliação das condições da prestação dos
serviços e das tarifas praticadas e poderão ser:
§1º. As revisões tarifárias terão suas pautas definidas pelo órgão ou entidade reguladora,
ouvidos os usuários e os prestadores dos serviços.
§ 2º. Poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à eficiência, inclusive fatores
de produtividade, assim como de antecipação de metas de expansão e qualidade dos serviços.
§3º. O órgão ou entidade reguladora poderá autorizar o prestador dos serviços a repassar aos
usuários custos e encargos tributários não previstos originalmente e por ele não administrados,
389
nos termos da Lei Federal nº. 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da
prestação de serviços públicos, sem prejuízo de demais legislação federal compatível.
Art. 28. As tarifas devem ser fixadas de forma clara e objetiva, devendo os reajustes e as
revisões tornados públicos com antecedência mínima de 30 (trinta) dias com relação à sua
aplicação.
Parágrafo único. A fatura a ser entregue ao usuário final deverá ter seu modelo aprovado pelo
órgão ou entidade reguladora, que definirá os itens e custos a serem explicitados.
Art. 29. Desde que previsto nas normas de regulação, grandes usuários poderão negociar suas
tarifas com o prestador dos serviços, mediante contrato específico, ouvido previamente o
regulador.
Art. 30. Os valores investidos em bens reversíveis pelos prestadores constituirão créditos
perante o titular, a serem recuperados mediante a exploração dos serviços, nos termos das
normas regulamentares e contratuais.
§1º. Não gerarão crédito perante o titular os investimentos feitos sem ônus para o prestador, tais
como os decorrentes de exigência legal aplicável à implantação de empreendimentos
imobiliários e os provenientes de subvenções ou transferências fiscais voluntárias.
390
CAPÍTULO VI
DOS ASPECTOS TÉCNICOS
Art. 31. Nos termos desta Lei, os serviços prestados atenderão a requisitos mínimos de
qualidade, incluindo a regularidade, a continuidade e as condições operacionais e de
manutenção dos sistemas.
Art. 32. Toda edificação urbana permanente será conectada às redes públicas de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário disponível e sujeita ao pagamento das tarifas e de outros
preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços, ressalvadas as disposições em
contrário da entidade de regulação e do meio ambiente.
§ 1º. Na ausência de redes públicas de saneamento básico, serão admitidas soluções individuais
de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, observadas as normas reguladoras.
§ 2º A instalação hidráulica predial ligada à rede de abastecimento de água não poderá ser
também alimentada por outras fontes.
391
CAPÍTULO VII
DO CONSELHO MUNICIPAL DE SANEAMENTO1
Art. 34. Fica criado o Conselho Municipal de Saneamento Básico como órgão superior de
assessoramento e consulta da administração municipal, com funções consultivas, fiscalizadoras
e deliberativas no âmbito de sua competência, conforme dispõe esta Lei.
IX. apreciar e deliberar sobre casos não previstos na Lei do Plano Municipal de
Saneamento Básico e na legislação municipal correlata;
Art. 36. O Conselho será composto de 10 (dez) membros efetivos, além de seus respectivos
suplentes, com mandato de 02 (dois) anos, admitida a recondução, sendo o secretário municipal
de meio ambiente membro nato, e os demais, nomeados por decreto do prefeito, da seguinte
forma:
1
No caso da já existência do Conselho Municipal de Saneamento, desconsiderar o Capítulo VIII.
392
c) um pela Secretaria Municipal de Obras, Viação e Serviços Urbanos;
§1º. Os membros devem exercer seus mandatos de forma gratuita, vedada a percepção de
qualquer vantagem de natureza pecuniária.
§3º. As reuniões do Conselho são públicas, facultado aos munícipes solicitar, por escrito e com
justificativa, que se inclua assunto de seu interesse na pauta da primeira reunião subsequente.
§4º. O conselho será presidido pelo titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente2, órgão
responsável pela implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico a pelas
deliberações deverão ser aprovadas por volto da maioria, cabendo ao presidente o voto de
desempate.
II. solicitar pareceres técnicos sobre temas de relevante na área de saneamento e nos
processos submetidos ao Conselho;
2
Conforme a existência
393
CAPÍTULO VIII
DA PARTICIPAÇÃO POPULAR
Art. 38. O instituto da participação popular reconhecido por esta Lei tem por objetivo valorizar
e garantir a presença e o envolvimento de comunidades, do Município de Piraquara (PR), de
forma pacífica e organizada com vistas à colaboração perante a gestão pública e nas atividades
políticas e administrativas relacionadas com o saneamento básico local e de municípios
vizinhos.
Art. 39. A garantia da participação dos cidadãos é responsabilidade do governo municipal e tem
por objetivos:
II. o pleno atendimento das aspirações coletivas no que se refere aos objetivos e
procedimentos da gestão pública, influenciando nas decisões e no seu controle;
IV. a busca de solução integrada de questões que envolvam a prestação dos serviços
públicos essenciais de saneamento básico municipal.
394
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 40. À Prefeitura Municipal de Piraquara (PR), por seus órgãos e entidades, compete
promover a capacitação sistemática de seus servidores a fim de garantir a eficiência e a eficácia
desta Lei e demais normas pertinentes relacionadas com a prestação dos serviços públicos
essenciais de saneamento básico.
Art. 42. Esta Lei e sua implementação sujeitar-se-á a contínuo acompanhamento, revisão e
adaptação às circunstâncias emergentes e será revisto em prazo não superior 4 (quatro) anos.
Art. 43. Ao Poder Executivo Municipal compete dar ampla divulgação do conteúdo desta Lei e
das demais normas municipais referentes ao saneamento básico.
Art. 44. Os regulamentos decorrentes desta Lei dos serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das
águas pluviais urbanas baixados por decreto do Poder Executivo, após aprovação do Conselho
Municipal de Saneamento Básico e enquanto não forem editados os regulamentos específicos
ficam em uso as atuais normas e procedimentos relativos aos serviços de água e esgotos
sanitários, bem como as tarifas e preços públicos em vigor, que poderão ser reajustadas
anualmente pelos índices de correção setoriais.
Art. 45. As providências relativas à pré e pós-extinção de contratos de concessão dos serviços
públicos essenciais de que trata esta Lei observarão as disposições constantes da Lei Federal nº
8.987/1995, de modo especial as contidas nos artigos 23 e 35 a 39, incisos e parágrafos sem
prejuízo de outros compatíveis.
Art. 46. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em
contrário.
Prefeito Municipal
Secretariado
395