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Produto 6 - Produto Final: Revisão Final - Junho de 2016

1. O documento apresenta um plano municipal de saneamento básico para Piraquara, Paraná, Brasil. 2. Inclui uma caracterização geral do município, diagnóstico da situação atual de saneamento, e prognóstico e alternativas para a universalização dos serviços de saneamento até 2035. 3. Aborda os sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, limpeza urbana e resíduos sólidos do município.

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1. O documento apresenta um plano municipal de saneamento básico para Piraquara, Paraná, Brasil. 2. Inclui uma caracterização geral do município, diagnóstico da situação atual de saneamento, e prognóstico e alternativas para a universalização dos serviços de saneamento até 2035. 3. Aborda os sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, limpeza urbana e resíduos sólidos do município.

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PRODUTO 6 – PRODUTO FINAL

Revisão Final|Junho de 2016


SÚMARIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................17 
1.  CONTEXTUALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO E BACIAS
HIDROGRÁFICAS NO CENÁRIO ESTADUAL ............................................................18 
1.1.  A POLÍTICA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO .................................19 
1.2.  AS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO IGUAÇU E LITORÂNEA ................19 
1.2.1.  Bacia Iguaçu ...........................................................................................19 
1.2.2.  Bacia Litorânea .......................................................................................20 
1.3.  OS COMITÊS DAS BACIAS HIDROGRÁFICA DOS RIOS IGUAÇU E
LITORÂNEA ..............................................................................................................20 
1.3.1.  Comitê da Bacia Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira .......................20 
1.3.2.  Comitê da Bacia Litorânea ......................................................................21 
2.  CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO ......................................................22 
2.1.  INSERÇÃO DO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA NO CONTEXTO
REGIONAL................................................................................................................22 
2.2.  ASPECTOS FÍSICOS ....................................................................................25 
2.2.1.  Geologia ..................................................................................................25 
2.2.2.  Solos .......................................................................................................28 
2.2.3.  Topografia ...............................................................................................29 
2.2.4.  Clima .......................................................................................................33 
2.2.5.  Pluviosidade ............................................................................................35 
2.2.6.  Áreas de Preservação Permanente (APP) .............................................35 
2.2.7.  Áreas de Proteção Ambiental (APA) .......................................................36 
2.2.8.  Unidades Territoriais de Planejamento (UTP) ........................................37 
2.2.9.  Hidrografia Superficial .............................................................................41 
2.2.10.  Meio Biótico (Fauna e Flora) ...............................................................44 
2.3.  ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ..............................................................45 
2.3.1.  Demografia..............................................................................................45 
2.3.2.  Áreas de Interesse Social .......................................................................52 
2.3.3.  Desenvolvimento Humano e Taxa de Pobreza.......................................53 
2.3.4.  Educação ................................................................................................56 
2.3.5.  Atividades e Vocações Econômicas .......................................................59 
2.4.  ASPECTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS ..................................................61 
2.5.  ASPECTOS JURÍDICO-INSTITUCIONAIS ....................................................63 
2.5.1.  Aspectos Gerais de Ordem Constitucional, Institucional e Jurídico-
Legal Relacionados com os Municípios Brasileiros e Suas Competências ..........64 
2.5.2.  Efetivação Constitucional e Institucional, Operacional e Gerencial
de Região Metropolitana no Brasil ........................................................................67 
2.5.3.  Os Serviços Públicos de Abastecimento de Água e de
Esgotamento Sanitário e o Instituto Das Águas do Paraná –
AGUASPARANA ...................................................................................................70 
2.5.4.  Dos Princípios Regentes do Planejamento do Saneamento Básico
Brasileiro................................................................................................................70 
2.5.5.  Exame da Lei Federal nº 11.445/2007 e Suas Repercussões em
Nível de Planejamento e Gestão Municipal...........................................................75 
2.5.6.  Exame e Comentários Sobre a Legislação Básica do Município de
Piraquara Conducente à Prestação dos Serviços Públicos de Saneamento
Básico 76 
1
2.5.7.  Visão Sintética e Contextual dos Aspectos Institucionais, Jurídico-
Legais e Situacionais de Piraquara .......................................................................78 
3.  DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO LOCAL DO SANEAMENTO ...............................80 
3.1.  ESTUDO DEMOGRÁFICO ............................................................................80 
3.1.1.  Metodologia.............................................................................................80 
3.1.2.  Evolução da População ..........................................................................81 
3.2.  ESTUDO DAS DEMANDAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA 84 
3.3.  ESTUDO DAS CONTRIBUIÇÕES DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO
SANITÁRIO ...............................................................................................................90 
3.4.  DIAGNÓSTICO DO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
POTÁVEL..................................................................................................................94 
3.4.1.  Sistemas Produtores de Água ................................................................94 
3.4.2.  Descrição e Diagnóstico dos Sistemas de Abastecimento de Água .....102 
3.5.  DIAGNÓSTICO DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .............125 
3.5.1.  Sistema Integrado da ETE Atuba Sul ...................................................126 
3.5.2.  Descrição e Diagnóstico do Sistema de Esgotamento Sanitário ..........127 
3.6.  DIAGNÓSTICO DA DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS
PLUVIAIS ................................................................................................................158 
3.6.1.  A Urbanização e o Aumento da Vazão e Velocidade das Águas .........158 
3.6.2.  Uso e Ocupação do Solo ......................................................................159 
3.6.3.  A Qualidade das Águas ........................................................................160 
3.6.4.  A Concepção dos Projetos de Drenagem Urbana ................................162 
3.6.5.  A Micro e a Macrodrenagem .................................................................162 
3.6.6.  Principais Pontos de Alagamentos e Enchentes ..................................163 
3.6.7.  Áreas de Risco de Inundacões .............................................................195 
3.6.8.  Defesa Civil ...........................................................................................200 
3.6.9.  Projetos Municipais e Açoes Para Readequaçao na Drenagem
Urbana 202 
3.6.10.  Projetos e Programas Propostos Pelo Estado do Paraná Junto
Aos Municípios ....................................................................................................202 
3.6.11.  Ações do Estado do Paraná Para o Controle dos Alagamentos e
Enchentes 203 
3.6.12.  Os Princípios de Controle da Drenagem Urbana ..............................204 
3.7.  DIAGNÓSTICO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS ................................................................................................................205 
3.7.1.  Objetivos ...............................................................................................205 
3.7.2.  Aspectos Metodológicos .......................................................................205 
3.7.3.  Caracterização ......................................................................................206 
3.7.4.  Diagnóstico ...........................................................................................229 
4.  PROGNÓSTICO E ALTERNATIVAS PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO ..................................................................233 
4.1.  PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............233 
4.1.1.  Demandas de Água ..............................................................................234 
4.1.2.  Avaliação das Unidades Existentes Face às Demandas Futuras .........235 
4.1.3.  Demandas do Final do PMSB – 2035 ...................................................236 
4.1.4.  Intervenções Previstas no Sistema de Abastecimento de Água ...........236 
4.1.5.  Metas do Sistema de Abastecimento de Água .....................................239 
4.2.  PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............241 
2
4.2.1.  Vazões de Esgoto .................................................................................241 
4.2.2.  Avaliação das Unidades Existentes Face às Demandas Futuras .........242 
4.2.3.  Demandas de Final de Plano ................................................................242 
4.2.4.  Intervenções Previstas no Sistema de Esgotamento Sanitário ............242 
4.2.5.  Metas do Sistema de Esgotamento Sanitário .......................................245 
4.3.  OBJETIVOS E METAS DO PMSB - PIRAQUARA SÍNTESE DAS
PROPOSIÇÕES A SEREM FEITAS PELA CONCESSIONÁRIA ...........................251 
4.3.1.  Metas Específicas .................................................................................251 
4.4.  PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO
DE ÁGUAS PLUVIAIS ............................................................................................252 
4.4.1.  Contextualização Do Problema De Drenagem Urbana ........................252 
4.4.2.  Diretrizes Para o Controle de Escoamento ...........................................253 
4.4.3.  Impactos e Controle da Drenagem Urbana ..........................................263 
4.4.4.  Projeções e Cenários ............................................................................271 
4.4.5.  Metas do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas
Pluviais 273 
4.5.  PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................275 
4.5.1.  Contextualização do Problema dos Resíduos Sólidos Urbanos ...........275 
4.5.2.  Resíduos Sólidos Urbanos....................................................................276 
4.5.3.  Metas do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Sólidos 284 
5.  PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS ..............286 
5.1.  CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................286 
5.2.  METODOLOGIA UTILIZADA NA ELABORAÇÃO DOS PROGRAMAS,
PROJETOS E AÇÕES ............................................................................................289 
5.3.  OBJETIVOS GERAIS...................................................................................290 
5.4.  IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA A SAÚDE HUMANA ...............................291 
5.4.1.  Efeitos Sobre a Saúde ..........................................................................292 
5.4.2.  Vigilância da Qualidade da Água Para Consumo Humano ..................292 
5.4.3.  Controle Social ......................................................................................297 
5.4.4.  Ações de Vigilância e Monitoramento da Qualidade da Água Para
Consumo Humano...............................................................................................297 
5.4.5.  Água e Saúde .......................................................................................298 
5.5.  PROGRAMAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................298 
5.6.  PROGRAMAS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...............304 
5.7.  PROGRAMA DE CRIAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS
AMBIENTAIS (SGRA) .............................................................................................307 
5.7.1.  Identificação dos Riscos Ambientais.....................................................307 
5.7.2.  Análise de Riscos Ambientais ...............................................................307 
5.7.3.  Avaliação de Riscos Ambientais ...........................................................307 
5.7.4.  Tratamento de Riscos Ambientais ........................................................307 
5.7.5.  Treinamento ..........................................................................................308 
5.7.6.  Monitoramento e Análise Crítica da Estrutura ......................................308 
5.7.7.  Auditoria Interna ....................................................................................308 
5.7.8.  Análise Crítica da Estrutura Para Melhoria Continua da Estrutura
de Gerenciamento de Riscos Ambientais ...........................................................308 
5.7.9.  Registros do Processo de Gestão de Riscos........................................308 
5.7.10.  Procedimentos de Comunicação Interna e Externa ..........................309 
5.8.  PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO HÍDRICA ................................................309 
3
5.8.1.  Objetivos ...............................................................................................309 
5.8.2.  Programa de Monitoramento da Qualidade de Águas dos Rios ...........311 
5.8.3.  Razões Para a Qualidade Ambiental e Resultados Esperados ............313 
5.8.4.  Proteção, Preservação e Recuperação das Nascentes .......................314 
5.9.  PROGRAMA DE AMPLIAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM E
CONTROLE DE INUNDAÇÕES .............................................................................318 
5.9.1.  Implantação de Elementos de Macrodrenagem ...................................318 
5.9.2.  Implantação de Elementos de Microdrenagem.....................................319 
5.10.  PROGRAMA DE OTIMIZAÇÃO E MELHORIAS DA OPERAÇÃO DO
SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ............321 
5.10.1.  Elaboração de Estudos Técnicos ......................................................321 
5.10.2.  Implantação de Sistema de Operação e Manutenção do Sistema
de Drenagem .......................................................................................................321 
5.10.3.  Implantação do Plano de Operação e Manutenção do Sistema
de Drenagem .......................................................................................................322 
5.10.4.  Implantação de Tecnologias Complementares ao Sistema de
Drenagem 322 
5.11.  PROGRAMA DE MONITORAMENTO, PREVISÃO E ALERTA ...............323 
5.11.1.  Implantação de Redes.......................................................................323 
5.12.  PROGRAMA DE MANUTENÇÃO E INCREMENTO DE
CAMPANHAS EDUCATIVAS .................................................................................324 
5.13.  PROGRAMA DE COLETA DE LIXO ELETRÔNICO ................................324 
5.14.  PROGRAMA DE COLETA DE RESÍDUOS VOLUMOSOS .....................325 
5.15.  PROGRAMA DE REDUÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS ...................325 
5.15.1.  Projeto de Manejo de Arborização Urbana .......................................325 
5.15.2.  Projeto para Aproveitamento de Alimentos .......................................325 
5.16.  PROGRAMA de COLETA DE RCC DE MÉDIOS GERADORES ............325 
5.17.  PROGRAMAS E INTERVENÇÕES PROPOSTAS QUE
NECESSITAM DE AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA ..................................325 
5.17.1.  Programa de Compostagem .............................................................325 
5.17.2.  Implantação de Uma Usina Recicladora de RCC .............................326 
5.17.3.  Usina Recicladora de Pneus .............................................................326 
6.  MEDIDAS DE EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS ........................................327 
6.1.  AÇÕES DO PLANO DE EMERGÊNCIA ......................................................328 
6.1.1.  Planos Voltados à Prevenção de Acidentes .........................................328 
6.1.2.  Ações de Atendimento e Operação em Situações Críticas ..................329 
6.1.3.  Plano de Racionamento ........................................................................342 
6.1.4.  Plano Atendimento de Demanda Temporária .......................................343 
6.2.  REGRAS DE ATENDIMENTO E FUNCIONAMENTO OPERACIONAL
PARA SITUAÇÃO CRÍTICA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE
SANEAMENTO BÁSICO ........................................................................................343 
6.2.1.  Contexto Institucional das Responsabilidades......................................343 
6.2.2.  Mecanismos Tarifários de Contingência ...............................................344 
6.2.3.  Regras Gerais dos Serviços .................................................................345 
6.2.4.  Regras de Segurança Operacional .......................................................345 
6.3.  DIRETRIZES PARA FORMULAÇÃO DE PLANOS .....................................347 
6.3.1.  Plano Municipal de Redução de Riscos................................................347 
6.3.2.  Plano de Segurança da Água ...............................................................350 
7.  MECANISMOS E PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO SISTEMÁTICO
DO PMSB ...................................................................................................................353 
4
7.1.  METODOLOGIA UTILIZADA NA REALIZAÇÃO DOS MECANISMOS E
PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DO PMSB ..................353 
7.2.  INDICADORES DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO
BÁSICO...................................................................................................................354 
7.2.1.  Contextualização dos Indicadores ........................................................354 
7.2.2.  Indicadores Selecionados Para o Município .........................................356 
7.3.  INSTRUMENTOS DE GESTÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PMSB .............363 
7.3.1.  Mecanismos de Monitoramento ............................................................363 
7.3.2.  Mecanismos Para a Divulgação............................................................364 
7.3.3.  Mecanismos de Representação da Sociedade.....................................365 
7.3.4.  Orientações Para a Revisão do Plano ..................................................366 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................368 
ANEXO I .....................................................................................................................372 
ANEXO II ....................................................................................................................375 

5
LISTA DE FIGURAS

quadro 2.1 – Macrolocalização de Piraquara ............................................................... 22 


Figura 2.2 – Localização de Piraquara ......................................................................... 24 
Figura 2.3 – Geologia ................................................................................................... 27 
Figura 2.4 – Topografia ................................................................................................ 31 
Figura 2.5 – Declividade ............................................................................................... 32 
Figura 2.6 – Clima ........................................................................................................ 34 
Figura 2.7 – Áreas de Proteção Ambiental ................................................................... 40 
Figura 2.8 – Bacias e Sub-Bacias de Piraquara ........................................................... 43 
Figura 2.9 – Histórico Populacional .............................................................................. 46 
Figura 2.10 – Distribuição da População ...................................................................... 48 
Figura 2.11 – Evolução das Populações Urbana e Rural ............................................. 49 
Figura 2.12 – Evolução dos Gêneros ........................................................................... 49 
Figura 2.13 – Distribuição da Faixa Etária 2010........................................................... 50 
Figura 2.14 – Distribuição do Abastecimento de Água por Domicílio ........................... 51 
Figura 2.15 – Distribuição do Esgotamento Sanitário por Domicílio ............................ 52 
Figura 2.16 – Evolução do IDH - M .............................................................................. 54 
Figura 2.17 – Variação das Faixas de Renda .............................................................. 55 
Figura 2.18 – Variações da Pobreza e Índice de Gini .................................................. 56 
Figura 2.19 – Evolução da Educação Básica Municipal ............................................... 57 
Figura 2.20 – Evolução do Ensino em Adultos ............................................................. 58 
Figura 2.21 – Evolução Histórica do PIB Municipal ...................................................... 61 
Figura 3.1 – Representação Gráfica da Curva Logística.............................................. 81 
Figura 3.2 – Projeção Populacional de Piraquara até 2035 ......................................... 82 
Figura 3.3 – Setores Censitários e Divisão das Áreas do Município de Piraquara ...... 83 
Figura 3.4 – Sistemas Integrados de Abastecimento de Água do Paraná ................... 95 
Figura 3.5 – Sistemas Integrados de Curitiba e Região Metropolitana ........................ 97 
Figura 3.6 – Sistema Integrado do Iraí ......................................................................... 98 
Figura 3.7 – Sistema Integrado do Iguaçu.................................................................. 100 
Figura 3.8 – Canal de Adução de Água Bruta ............................................................ 103 
Figura 3.9 – Estação Elevatória de Água Bruta – EEB-01 ......................................... 104 
Figura 3.10 – Adutora de Água Bruta – AAB-01......................................................... 105 
Figura 3.11 – Localização ETA e CSP Iraí ................................................................. 106 
Figura 3.12 – Lagoa de Detenção / Tanque de Decantação ...................................... 107 
Figura 3.13– Localização ETA e CSP Iraí .................................................................. 108 
Figura 3.14 – Bomba de Sucção da Água Bruta ........................................................ 109 
Figura 3.15 – Tanque de Flotação.............................................................................. 110 
Figura 3.16 – Água Filtrada ........................................................................................ 110 
Figura 3.17 – Reservatório de Água Tratada ............................................................. 111 
Figura 3.18 – Reservatório Apoiado (RAP) Piraquara................................................ 114 
Figura 3.19 – Áreas Atendidas Pelo Reservatório Apoiado Piraquara ....................... 115 
Figura 3.20 – Reservatório Apoiado (RAP) Guarituba Redondo ................................ 116 
Figura 3.21 – Reservatório Apoiado (RAP) Guarituba Redondo ................................ 116 
Figura 3.22 – Booster Heitor Pallu.............................................................................. 118 
Figura 3.23 – Booster do Chinês ................................................................................ 118 
Figura 3.24 – Booster Centro Ambiental .................................................................... 119 
Figura 3.25 – Booster Estrada da Oca ....................................................................... 119  6
Figura 3.26 – Adutoras de Água Tratada Iguaçu e Iraí .............................................. 121 
Figura 3.27 – Arranjo do Sistema Existente e Projetado ............................................ 124 
Figura 3.28 – Croqui do SES Integrado Atuba Sul ..................................................... 127 
Figura 3.29 – Localização da ETE Atuba Sul ............................................................. 128 
Figura 3.30 – Entrada do Efluente – Bombas de Recalque ....................................... 129 
Figura 3.31 – Efluente Vindo da EEE Piraquara ........................................................ 129 
Figura 3.32 – Desarenador ......................................................................................... 130 
Figura 3.33 – Sistema de Desvio de Excesso de Vazão ............................................ 131 
Figura 3.34 – Calha Parshall ...................................................................................... 132 
Figura 3.35 – Módulos dos Reatores de Leito Fluidizado (RALFs) ............................ 133 
Figura 3.36 – Reator de Leito Fluidizado (RALF) ....................................................... 134 
Figura 3.37 – Separador de Lodo ............................................................................... 135 
Figura 3.38 – Flotadores............................................................................................. 136 
Figura 3.39 – Prédio de Processamento de Lodo ...................................................... 138 
Figura 3.40 – Croqui da ETE Atuba Sul ..................................................................... 140 
Figura 3.41 – Localização do Corpo Receptor e ETE – Rio Atuba ............................ 141 
Figura 3.42– Estações Elevatórias de Esgoto – EEE................................................. 144 
Figura 3.43 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Manoel Ribas ............................ 145 
Figura 3.44 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Iraizinho ..................................... 146 
Figura 3.45 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Colibri ........................................ 147 
Figura 3.46 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Jardim dos Estados ................... 149 
Figura 3.47 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Guarituba .................................. 150 
Figura 3.48 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Piraquara................................... 151 
Figura 3.49 – Arranjo do Sistema Existente de Esgotamento Sanitário ..................... 157 
Figura 3.50 – Hidrograma Hipotético .......................................................................... 158 
Figura 3.51 – Adequabilidade à Ocupação Frente Aos Desastres Naturais .............. 165 
Figura 3.52 – Rua José Elizeu Hipólito (Afluente 2) ................................................... 167 
Figura 3.53 – Rua Araucária....................................................................................... 168 
Figura 3.54 – Área de Influência dos Corpos Hídricos Canalizados .......................... 169 
Figura 3.55 – Estreitamento com Muro (1) ................................................................. 170 
Figura 3.56 – Estreitamento com Muro (2) ................................................................. 170 
Figura 3.57 – Estreitamento com Muro (3) ................................................................. 170 
Figura 3.58 – Estreitamento com Muro (4) ................................................................. 170 
Figura 3.59 – Manilha com Rede de Água ................................................................. 171 
Figura 3.60 – Curvatura do Rio .................................................................................. 172 
Figura 3.61 – Região à Montante da Rua Marechal Hermes ..................................... 173 
Figura 3.62 – Ocupação Urbana ................................................................................ 174 
Figura 3.63 – Jusante da Rua Nações Unidas ........................................................... 174 
Figura 3.64 – Ocupações Irregulares ......................................................................... 174 
Figura 3.65 – Muro com Vigas Apoiadas.................................................................... 174 
Figura 3.66 – Limpezas Periódicas ............................................................................ 175 
Figura 3.67 – Ponto de Alagamento ........................................................................... 176 
Figura 3.68 – Canalização .......................................................................................... 176 
Figura 3.69 – Direcionamento à Linha Férrea ............................................................ 176 
Figura 3.70 – Passagem pela Linha Férrea ............................................................... 176 
Figura 3.71 – Declividade Acentuada ......................................................................... 177 
Figura 3.72 – Desvio das Águas Entre os Terrenos ................................................... 177 
Figura 3.73 – Residência Abaixo do Nível da Rua Princesa Isabel ........................... 178 
Figura 3.74 – Alagamento Entre Muros ...................................................................... 178 
7
Figura 3.75 – Boca de Lobo ....................................................................................... 178 
Figura 3.76 – Alagamentos Intramuros ...................................................................... 179 
Figura 3.77 – Terrenos de Fundo de Vale (Pirizal)..................................................... 179 
Figura 3.78 – Rua Graciosa........................................................................................ 180 
Figura 3.79 – Rua Olavo Bilac .................................................................................... 180 
Figura 3.80 – Rua Manoel Alves Teixeira................................................................... 180 
Figura 3.81 – Rio Entre as Ruas Padre Agostinho e a Nações Unidas ..................... 180 
Figura 3.82 – Talvegue na Rua Manoel Alves Teixeira .............................................. 181 
Figura 3.83 – Rua José Elizeu Hipólito (1) ................................................................. 182 
Figura 3.84 – Rua José Elizeu Hipólito (2) ................................................................. 182 
Figura 3.85 – Terreno Baldio entre as Ruas Maceió e Fortaleza ............................... 183 
Figura 3.86 – Local de Ocorrência de Alagamentos na Rua Fortaleza ...................... 183 
Figura 3.87 – Desvios das Águas Realizados Pela População .................................. 184 
Figura 3.88 – Manilha Canalizada Superficialmente na Lateral do Lote .................... 184 
Figura 3.89 – Canalização Superficial com Saída na Rua Boa Vista ......................... 184 
Figura 3.90 – Desnível até a Residência de Muro de Cor Verde a Jusante ............... 185 
Figura 3.91 – Rua Sem Pavimentação ....................................................................... 185 
Figura 3.92 – Obstrução da Canalização ................................................................... 185 
Figura 3.93 – Rua Fortaleza ....................................................................................... 186 
Figura 3.94 – Rua Belém ............................................................................................ 186 
Figura 3.95 – Boca de Lobo e Direcionamento das Tubulações que Passam Abaixo do
Hospital ....................................................................................................................... 187 
Figura 3.96 – Bueiro Sob Linha Férrea ALL, Próximo a Rua Roque Vernalha ......... 187 
Figura 3.97 – Rua Bom Sucesso ................................................................................ 188 
Figura 3.98 – Alagamentos Causado por Residência com Declividade Inferior a Rua188 
Figura 3.99 – Boca de Lobo Obstruída (1) ................................................................. 188 
Figura 3.100 – Boca de Lobo Obstruída (2) ............................................................... 188 
Figura 3.101 – Ruas da Paz e Antonio Valenga......................................................... 189 
Figura 3.102 – Contribuição de Corpo Hídrico a Montante e Boca de Lobo na Rua
Francisco Leal ............................................................................................................ 190 
Figura 3.103 – Rua Francisco Leal............................................................................. 190 
Figura 3.104 – Rua Izabel Correia Soares ................................................................. 190 
Figura 3.105 – Lote nº901, na Rua Izabel Correia Soares ......................................... 190 
Figura 3.106 – Rua Ondina de Souza ........................................................................ 191 
Figura 3.107 – Boca de Lobo e Alagamento no Lote Com Talvegue Acentuado ....... 191 
Figura 3.108 – Boca de Lobo ..................................................................................... 192 
Figura 3.109 – Lote nº901 .......................................................................................... 192 
Figura 3.110 – Águas Vindas da Fazenda Paraíso .................................................... 193 
Figura 3.111 – Ruas Adjacentes ................................................................................ 193 
Figura 3.112 – Valeta Aberta com Corpo Hídrico ....................................................... 193 
Figura 3.113 – Corpo Hídrico com Estrangulamento ................................................. 193 
Figura 3.114 – Lote Inundado a Montante da Rua Afonso Favoreto.......................... 194 
Figura 3.115 – Canalização Obstruída por Sedimentos e Pedras ............................. 194 
Figura 3.116 – Áreas Desocupadas ........................................................................... 194 
Figura 3.117 – Boca de Lobo na Esquina da Rua Canela Com a Rua Olavio de
Souza.......................................................................................................................... 195 
Figura 3.118 – Boca de Lobo em Frente ao n.178 na Rua Olavio de Souza ............. 195 
Figura 3.119– Vista das Ocupações Irregulares ........................................................ 197 
Figura 3.120 – Composição Gravimétrica do Lixo Reciclado (2013) ......................... 208 
Figura 3.121 – Distribuição da População do CONRESOL ........................................ 210 
8
Figura 3.122 – Organograma da Gestão de Resíduos Sólidos de Piraquara ............ 211 
Figura 3.123 – Caminhão Compactador para Coleta de Resíduos Sólidos
Domiciliares ................................................................................................................ 217 
Figura 3.124 – Caminhão Compactador Para Coleta Seletiva ................................... 219 
Figura 3.125 – Situação das Margens do Horto Municipal Antes da Limpeza ........... 224 
Figura 3.126 – Limpeza das Margens do Horto Municipal ......................................... 224 
Figura 3.127 –Margens do Horto Municipal Após a Limpeza ..................................... 225 
Figura 3.128 – Ponto de Coleta de Óleo de Cozinha Usado...................................... 228 
Figura 4.1 – Amortecimento em Reservatórios Urbanos............................................ 265 
Figura 4.2 – Campo de Futebol Utilizado para Amortecimento de Cheias................. 266 
Figura 4.3 – Microrreservatório em Alvenaria............................................................. 266 
Figura 4.4 – Bacia Subterrânea .................................................................................. 267 
Figura 4.5 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de Resíduos Sólidos
Comuns ...................................................................................................................... 277 
Figura 4.6 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de Resíduos Sólidos
Recicláveis.................................................................................................................. 278 
Figura 4.7– Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de Resíduos Sólidos
Recicláveis Separadas Por Material Recuperável...................................................... 279 
Figura 4.8 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de RSS ..................... 281 
Figura 4.9 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de RCC ..................... 282 
Figura 4.10 – Gráfico da Geração Total de Resíduos ................................................ 283 
Figura 6.1 – Plano Voltados à Prevenção de Acidentes ............................................ 329 
Figura 6.2 – Fluxograma dos Níveis Institucionais das Responsabilidades ............... 344 
Figura 6.3 – Regras de Segurança Operacional dos Sistemas de Água e Esgoto .... 346 
Figura 6.4 – Diretrizes do Plano Municipal de Redução de Riscos ............................ 349 
Figura 6.5 – Objetivos do Plano de Segurança da Água............................................ 351 
Figura 6.6 – Etapas do Plano de Segurança da Água- PSA ...................................... 352 
Figura 7.1 – Fluxograma dos Níveis Institucionais das Responsabilidades ............... 354 
Figura 7.2 – Principais Sistemas de Indicadores Utilizados no Brasil ........................ 356 
Figura 7.3 – Critérios de Avaliação............................................................................. 357 

9
LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 – Classificação da Flora ............................................................................ 44 


Quadro 2.2 – Taxa de Analfabetismo por Idade ........................................................... 58 
Quadro 2.3 – População Ocupada Segundo as Atividades Econômicas - 2010 .......... 59 
Quadros 2.4 – Número de Estabelecimentos e Empregos Segundo as Atividades
Econômicas - 2013 ....................................................................................................... 60 
Quadro 2.5 – Receitas Correntes Municipais Segundo as Categorias - 2013 ............. 62 
Quadro 2.6 – Despesas Correntes Municipais Segundo as Categorias - 2013 ........... 62 
Quadro 2.7 – Despesas Municipais por Função - 2013 ............................................... 62 
Quadro 2.8 – Princípios fundamentais da Lei 11.445/2007.......................................... 72 
Quadro 3.1 – Resultado do Estudo Demográfico Para Piraquara ................................ 81 
Quadro 3.2– População Urbana de Piraquara ............................................................. 84 
Quadro 3.3 – Metas de Redução de Perdas Físicas Totais ......................................... 85 
Quadro 3.4– Condições Atuais do Sistema de Piraquara – SIN Iraí e Iguaçu ............. 85 
Quadro 3.5 – Perdas no Sistema de Água em % ......................................................... 86 
Quadro 3.6 – Evolução do Per Capita Micromedido em (L/hab.dia) ............................ 86 
Quadro 3.7 – Valores Per capita Bruto Utilizados no Cálculo da Demanda em
(L/hab.dia)..................................................................................................................... 87 
Quadro 3.8 – Cálculo da Demanda .............................................................................. 87 
Quadro 3.9 – Cálculo da Demanda Atual e Futura Considerando a Porcentagem de
Abastecimento Pelos Sistemas Iraí E Iguaçu ............................................................... 88 
Quadro 3.10 – Vazão de Referência e Demandas dos Sistemas Integrados Iraí e
Iguaçu ........................................................................................................................... 89 
Quadro 3.11– Perdas do Sistema ................................................................................ 89 
Quadro 3.12 – Metas de Cobertura de Esgotamento Sanitário.................................... 90 
Quadro 3.13 – Per Capita de Consumo ....................................................................... 91 
Quadro 3.14 – Condições Atuais SES - Piraquara ....................................................... 91 
Quadro 3.15 – Parâmetros Adotados - Piraquara ........................................................ 91 
Quadro 3.16 – Contribuição de Esgoto – Piraquara ..................................................... 92 
Quadro 3.17 – Contribuições de Esgoto ao Longo do Horizonte de Projeto –
Piraquara ...................................................................................................................... 92 
Quadro 3.18 – Contribuições de Esgoto ao Longo do Horizonte de Projeto Para Todos
os Municípios em Análise ............................................................................................. 93 
Quadro 3.19 – Análise dos Efluentes da ETE Atuba Sul.............................................. 93 
Quadro 3.20 – Sistemas de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região
Metropolitana - SAIC .................................................................................................... 96 
Quadro 3.21 – Contribuição de Abastecimento de Água dos Municípios dos Sistemas
Integrados Iraí e Iguaçu .............................................................................................. 101 
Quadro 3.22 – Volumes de Abastecimentos de Água Tratada para os Municípios dos
Sistemas Integrados Iraí e Iguaçu .............................................................................. 102 
Quadro 3.23 – Dados do Manancial Superficial ......................................................... 104 
Quadro 3.24 - Elevatória de Água Bruta – Rio Iraí – EEB-01..................................... 105 
Quadro 3.25 – Principais Características da Adutora de Água Bruta – AAB-01 ........ 106 
Quadro 3.26 – Principais Características da ETA Iraí ................................................ 111 
Quadro 3.27 – Principais Características dos Reservatórios do SAA de Piraquara .. 117 
Quadro 3.28 – Necessidade de Reservação x Reservação Existente ....................... 117 
Quadro 3.29 – Características dos Boosters de Água Tratada .................................. 120 
Quadro 3.30 – Ligações e Economias do SAA de Piraquara ..................................... 122  10
Quadro 3.31 – Relação Economia Residencial Por Ligação Residencial .................. 122 
Quadro 3.32 – Extensão de Rede por Ligação do SAA de Piraquara........................ 122 
Quadro 3.33 – Capacidade de Produção e Condição Operacional ............................ 125 
Quadro 3.34 – Dados SANEPAR Outorga da ETE Atuba Sul.................................... 139 
Quadro 3.35 – Vazão Específica das Estações Fluviométricas ................................. 141 
Quadro 3.36 – Características do Ponto de Lançamento Atual da ETE Atuba Sul .... 142 
Quadro 3.37 – Bacia e Sub-bacias de Esgotamento.................................................. 142 
Quadro 3.38 – Principais Características da EEE Manoel Ribas ............................... 145 
Quadro 3.39 – Principais Características da Linha de Recalque ............................... 145 
Quadro 3.40 – Principais Características da EEE Iraizinho ....................................... 146 
Quadro 3.41 – Principais Características da Linha de Recalque ............................... 147 
Quadro 3.42 – Principais Características da EEE Colibri ........................................... 148 
Quadro 3.43 – Principais Características da Linha de Recalque ............................... 148 
Quadro 3.44 – Principais Características da EEE Jardim dos Estados ..................... 149 
Quadro 3.45 – Principais Características da Linha de Recalque ............................... 149 
Quadro 3.46 – Principais Características da EEE Guarituba ..................................... 150 
Quadro 3.47 – Principais Características da Linha de Recalque ............................... 151 
Quadro 3.48 – Principais Características da EEE Piraquara ..................................... 152 
Quadro 3.49 – Principais Características da Linha de Recalque ............................... 152 
Quadro 3.50 – Principais Características da EEE Weissópolis .................................. 153 
Quadro 3.51 – Principais Características da Linha de Recalque ............................... 153 
Quadro 3.52 – Principais Características da EEE Guatupê ....................................... 154 
Quadro 3.53 – Principais Características da Linha de Recalque ............................... 154 
Quadro 3.54 – Integrantes do CONRESOL................................................................ 209 
Quadro 3.55 – Coleta Convencional........................................................................... 212 
Quadro 3.56 – Projeção da Geração de RSU da População Total do Município de
Piraquara Até o Ano de 2035 ..................................................................................... 213 
Quadro 3.57 – Taxa de Coleta de Lixo ....................................................................... 214 
Quadro 3.58 – Custos e Arrecadação Relacionados a Coleta de RSD ..................... 216 
Quadro 3.59 – Setores de Coleta do Lixo Comum ..................................................... 217 
Quadro 3.60 – Setores de Coleta do Lixo Reciclável ................................................. 219 
Quadro 3.61 – Pontos de Coleta de RSS ................................................................... 221 
Quadro 3.62 – Tipos de Unidades de Recebimento e Tratamento Existentes em
Piraquara .................................................................................................................... 225 
Quadro 3.63 – Quadro de Responsabilidades ........................................................... 226 
Quadro 3.64 – Pontos de Coleta de Óleo Usado ....................................................... 227 
Quadro 3.65 – Pontos de Coleta de Pneus ................................................................ 229 
Quadro 4.1 – Cálculo da Demanda ............................................................................ 234 
Quadro 4.2 – Cálculo da Demanda Atual e Futura Considerando a Porcentagem de
Abastecimento Pelos Sistemas Iraí e Iguaçu ............................................................. 234 
Quadro 4.3 – Vazão de Referência e Demandas dos Sistemas Integrados Iraí e
Iguaçu ......................................................................................................................... 235 
Quadro 4.4 – Condições de Abastecimento Estimadas Para 2035............................ 236 
Quadro 4.5 – Composição da Reserva Necessária Para o Ano de 2035................... 237 
Quadro 4.6 – Cronologia das Ações Propostas ......................................................... 241 
Quadro 4.7 – Contribuição de Esgoto – Piraquara ..................................................... 241 
Quadro 4.8 – Contribuições de Esgoto ao Longo do Horizonte de Projeto –
Piraquara ................................................................................................................... 241 
Quadro 4.9 – Condições de Esgotamento Sanitário Estimadas Para 2035 ............... 242 
11
Quadro 4.10 – Metas de Cobertura no Ano de Referência ........................................ 246 
Quadro 4.11 – Medidas de Controle........................................................................... 268 
Quadro 4.12 - Projeção Populacional ......................................................................... 271 
Quadro 4.13 – Projeção da geração de RSU da população total do município de
Piraquara até o ano de 2035 ...................................................................................... 276 
Quadro 4.14 – Projeção da geração de resíduos recicláveis da população total do
município de Piraquara até o ano de 2035 ................................................................. 278 
Quadro 4.15 – Projeção da geração de resíduos recicláveis separada por tipo de
material recuperável ................................................................................................... 279 
Quadro 4.16 – Projeção da geração de RSS do município de Piraquara até o ano de
2035 ............................................................................................................................ 280 
Quadro 4.17 – Projeção da geração de RCC do município de Piraquara até o ano de
2035 ............................................................................................................................ 281 
Quadro 4.18 – Resumo da geração de resíduos........................................................ 283 
Quadro 4.19 – Diagnóstico e prognóstico da coleta e transporte dos resíduos ......... 283 
Quadro 4.20 – Diagnóstico e prognóstico da disposição final dos resíduos .............. 284 
Quadro 5.1 – Programa 1 – Manutenção dos Índices de Suprimento de Água Potável
da Área Urbana .......................................................................................................... 299 
Quadro 5.2 – Programa 2 - Monitoramento da Qualidade da Água Distribuída ......... 300 
Quadro 5.3 – Programa 3 - Continuidade e Regularidade do Abastecimento ........... 300 
Quadro 5.4 – Programa 4 - Controle de Perdas – Ações Contra Vazamentos .......... 301 
Quadro 5.5 – Programa 5 - Controle de Perdas – Ações de Uso Racional ............... 302 
Quadro 5.6 – Programa 6 - Conservação de Mananciais .......................................... 302 
Quadro 5.7 – Programa 7 - Plano de Emergência e Contingência ............................ 303 
Quadro 5.8 – Programa 8 - Fiscalização dos Serviços de Abastecimento de Água .. 303 
Quadro 5.9 – Metas de Cobertura no Ano de Referência .......................................... 304 
Quadro 5.10 – Programa 1 – Atualização do Cadastro das ligações de esgoto
existentes.................................................................................................................... 305 
Quadro 5.11 – Programa 2 - Ampliação do Índice Atendimento Com Rede Coletora de
Esgoto......................................................................................................................... 306 
Quadro 5.12– Programa 3 - Conservação de Mananciais ......................................... 306 
Quadro 5.13– Parâmetros Físico-Químicos a Serem Analisados nas Amostras
Primárias..................................................................................................................... 313 
Quadro 6.1 – Estados de Alerta de Emergência ........................................................ 328 
Quadro 6.2 – Ações de Emergência: Serviço de Abastecimento de Água ................ 331 
Quadro 6.3 – Ações de Emergência: Serviço de Esgotamento Sanitário .................. 334 
Quadro 6.4 – Ações de Emergência: Manejo das Águas Pluviais e Drenagem
Urbana ........................................................................................................................ 338 
Quadro 6.5 – Ações de Emergência: Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Sólidos ....................................................................................................................... 341 
Quadro 6.6 – Classificação dos Riscos ...................................................................... 349 
Quadro 7.1– Indicadores Selecionados...................................................................... 358 
Quadro 7.2 – Metas dos Indicadores Selecionados ................................................... 361 
Quadro 7.3– Sugestão de Tabela Para Análise de Execução das Ações
Propostas.................................................................................................................... 363 

12
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AAB – Adutora de Água Bruta


AAT – Adutoras de Água Tratada
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
ABRH – Associação Brasileira de Recursos Hídricos
AEIT - Área Especial de Interesse Turístico
AGUASPARANA – Instituto das Águas do Paraná
ALL – América Latina Logística
ANA – Agência Nacional de Águas
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APA – Área de Proteção Ambiental
APP – Área de Proteção Permanente
APR – Análise Preliminar de Riscos
CABES - Catálogos Brasileiros de Engenharia Sanitária e Ambiental
CBH – Comitê de Bacia Hidrográfica
CEDAG - Empresa de Águas do Estado da Guanabara
CEMADEN - Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
CERH - Conselho Estadual de Recursos Hídricos
CF – Constituição Federal
CGRA - Comitê de Gestão de Riscos Ambientais
COBRAPE – Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos
COHAPAR – Companhia de Habitação do Paraná
COMASP - Companhia Metropolitana de Águas de São Paulo
COMEC - Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba
COMUNA - Conselho Municipal do Meio Ambiente
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONRESOL - Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos
COPEL - Companhia Paranaense de Energia
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
CVCO - Certificado de Vistoria e Conclusão de Obras
DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
DEPEN - Departamento Penitenciário do Estado do Paraná 13
DER – Departamento de Estradas e Rodagens
DQO – Demanda Química de Oxigênio
DTI - Dispositivo de Terminal de Inspeção
EEB – Estação Elevatória de Água Bruta
EEE – Estação Elevatória de Esgoto
ESAG - Empresa de Saneamento da Guanabara
ETA – Estação de Tratamento de Água
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
ETP – Estudo Técnico Preliminar
FAD – Flotação a ar dissolvido
FIEP - Federação das Indústrias do Estado do Paraná
FNHIS - Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social
FPM – Fundo de Participação dos Municípios
FSESP - Fundação Serviço Especial de Saúde Pública
FUNASA - Fundação Nacional de Saúde
IAP - Instituto Ambiental do Paraná
IARCE – Índice de atendimento da rede de coleta de esgoto
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICES – Índice de coleta de esgoto sanitário
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IPARDES - O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social
IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano
IRLE – Índice de regularidade das ligações prediais de esgoto sanitário
ITCG - Instituto de Terras, Cartografia e Geociências
ITE – Índice de Tratamento de Esgoto
LF – Lei Federal
LOM – Lei Orgânica do Município
MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
MDT – Modelo Digital de Terreno
MINEROPAR – Serviço Geológico do Paraná
NBR – Norma Brasileira
NUC - Núcleo Urbano Central 14
OD – Oxigênio Dissolvido
OMS – Organização Mundial da Saúde
PAC - Plano de Aceleração do Crescimento
PDDU - Plano Diretor de Drenagem Urbana
PDH - Programa de Despoluição Hídrica
PEP - Penitenciária Estadual de Piraquara
PEVs – Pontos de Entrega Voluntária
PGIR – Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos
PIB – Produto Interno Bruto
PLANASA - Plano Nacional de Saneamento
PLANCON - Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil
PLANSAB - Política Nacional de Saneamento Básico
PMCMV - Programa Minha Casa, Minha Vida
PMP – Prefeitura Municipal de Piraquara
PMQAR - Programa de Monitoramento da Qualidade de Água dos Rios de Piraquara
PMSB – Pano Municipal de Saneamento Básico
PNPDEC - Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPP – Perfil Pissiográfico Previdenciário
PROSAM - Programa de Saneamento Ambiental da Região Metropolitana de Curitiba
PSA – Plano de Segurança da Água
RALF – Reator Anaeróbio de Leito Fluidizado
RAP - Reservatório Apoiado
RCC – Resíduos de Construção Civil
RCE – Rede Coletora de Esgoto
RDA – Rede de Distribuição de Água
RMC - Região Metropolitana de Curitiba
RSD – Resíduos Sólidos Domiciliares
RSS – Resíduos de Serviços de Saúde
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
SAA – Sistema de Abastecimento de Água
SAAE - Serviço Autônomo de Água e Esgoto
SAIC – Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana
SAMAE - Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto 15
SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná
SEDU - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano
SEMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
SES – Sistema de Esgotamento Sanitário
SGRA – Sistema de Gestão de Riscos Ambientais
SiBCS – Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
SIN – Sistema Integrado
SIS – Sistemas de Informações da Sanepar
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente
SMMU - Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
SRTM - Shuttle Radar Topography Mission
STF - Supremo Tribunal Federal
SUDERSHA - Superintendência de Desenvolvimento em Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental
SUS – Sistema Único de Saúde
TAC - Termos de Ajustamento e Conduta
UBS - Unidades Básicas de Saúde
UFM – Unidade Fiscal do Município
UPA – Unidade de Pronto Atendimento
UT – Unidades de Terreno
UTP – Unidades Territoriais de Planejamento
VTA – Vistoria Técnica Ambiental
ZEE - Zoneamento Ecológico-Econômico
ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social
ZOO - Zona de Ocupação Orientada
ZR - Zona Rural
ZRO - Zona de Restrição a Ocupação
ZUC - Zona de Urbanização Consolidada

16
APRESENTAÇÃO

O presente documento corresponde ao “Produto 6 – Relatório e Aprovação Final do


Plano Municipal de Saneamento Básico” relativo ao Contrato n° 09/2015, Processo
Administrativo nº 212/2014, Concorrência nº 002/2014 celebrado entre o Município de
Piraquara e a Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (COBRAPE).

O contrato visa à elaboração do Plano de Saneamento Básico do Município de


Piraquara. O Termo de Referência, parte integrante do contrato, estabelece os
seguintes produtos a serem desenvolvidos:

Produto 1 - Programa de Trabalho;

Produto 2 - Diagnóstico da Situação Local do Saneamento;

Produto 3 – Elaboração de Prognósticos e Alternativas para Universalização dos


Serviços de Saneamento Básico;

Produto 4 – Concepção dos Programas, Projetos e Ações a Serem Implantados Para


o Alcance dos Objetivos e Metas; e Definição das Ações Para Emergência e
Contingência;

Produto 5 – Mecanismos e Procedimentos de Controle Social e dos Instrumentos Para


o Monitoramento e Avaliação Sistemática da Eficiência, Eficácia e Efetividade das
Ações Programadas;

Produto 6 – Relatório e Aprovação Final do Plano Municipal de Saneamento


Básico.

Este Produto corresponde à compilação de todos os trabalhos desenvolvidos durante


o PMSB de Piraquara.

17
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO E BACIAS
HIDROGRÁFICAS NO CENÁRIO ESTADUAL

A Constituição Federal, em seu artigo 21, inciso XX, determina ser competência da
União “instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos”. No artigo 23, inciso IX, aponta a
competência conjunta entre União, Estados e Municípios no que se refere à promoção
de “programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e
de saneamento básico”.

No que tange à prestação de serviços públicos de interesse local, que possuam


caráter essencial, a Constituição Federal determina, em seu artigo 30, como
atribuições do Município: (i) I - legislar sobre assuntos de interesse local; (ii) V -
organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial; (iii) VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano.

Com isso, fica estabelecida a competência municipal na prestação, direta ou mediante


concessão ou permissão, dos serviços de saneamento básico que são de interesse
local, entre os quais o de coleta, tratamento e disposição final de esgotos sanitários,
obedecendo às diretrizes federais, instituídas na forma de Lei.

Contudo, verificam-se incertezas quanto às responsabilidades na prestação dos


serviços de saneamento básico, seja pelo compartilhamento das responsabilidades
entre as diferentes instâncias da administração pública, seja pelo histórico da
organização para a prestação desses serviços no território nacional.

Até a primeira metade do século XX, a prestação de serviços públicos de


abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, na grande maioria das vezes,
era realizada por meio dos departamentos ou serviços municipais de água e esgotos
(SAEs e DAEs), muitas vezes com o apoio técnico e organizacional da Fundação
Serviço Especial de Saúde Pública (FSESP), atual Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA), subordinada ao Ministério da Saúde.

Com o surgimento das grandes aglomerações urbanas e consolidação das Regiões


Metropolitanas começaram a surgir, a partir da década de 1960, novas formas de
organização para a prestação de serviços de saneamento básico. O gerenciamento
dos serviços públicos essenciais de saneamento assumiu um caráter metropolitano e
regional, como no caso da Companhia Metropolitana de Águas de São Paulo
(COMASP), da Empresa de Saneamento da Guanabara (ESAG) e da Empresa de
Águas do Estado da Guanabara (CEDAG), no Rio de Janeiro.

Instituído em modo experimental pelo Banco Nacional de Habitação em 1968, e de


maneira formal em 1971, o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) surgiu com o
objetivo de definir metas a serem alcançadas pelo país na área de saneamento e
ordenar a destinação de recursos financeiros para a consecução dessas políticas. Por
meio do PLANASA, foram criadas as empresas estaduais de saneamento,
encarregadas da prestação de serviços públicos urbanos de água e esgotos.
18
No caso do Paraná, as primeiras obras de saneamento surgiram de um projeto de
abastecimento para 50 mil pessoas, em 1904, cujos mananciais se localizavam em
Piraquara. A criação da Companhia de Saneamento Paraná (Sanepar) foi autorizada
pelo então governador Ney Braga em janeiro de 1963.

De acordo com a Política Nacional de Saneamento Básico, instituída em 2007 pela Lei
nº. 11.445, a prestação de serviços públicos de saneamento básico poderá ser
realizada por órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa
pública ou sociedade de economia mista estadual, do Distrito Federal, ou municipal,
na forma da legislação, assim como por empresa a que se tenham concedido os
serviços.

1.1. A POLÍTICA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO

A Política Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB – estabelece as diretrizes para


a universalização dos serviços de saneamento básico, de forma a garantir o acesso
aos serviços com qualidade e em quantidade suficiente às necessidades da
população. A PLANSAB parte do conceito de saneamento básico como sendo o
conjunto dos serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:
i. Abastecimento de água;
ii. Coleta e tratamento de esgotos;
iii. Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
iv. Drenagem urbana e manejo de águas pluviais.

Por sua vez, além da definição conceitual do saneamento básico, a Lei nº 11.445/07
abriga todas as formas legalmente possíveis de organização institucional dos serviços
de saneamento básico, de forma a atender as múltiplas realidades sociais, ambientais
e econômicas do Brasil. Entre suas principais determinações, destacam-se o
estabelecimento do saneamento básico como objeto do planejamento integrado,
juntamente com diretrizes e regras para a prestação e cobrança dos serviços. Ainda
de acordo com a Lei Nacional do Saneamento Básico é obrigação de todas as
prefeituras elaborarem seu Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB –,
abrangendo as quatro áreas do saneamento. O não atendimento ao disposto na Lei
acarretará na impossibilidade, por parte das prefeituras municipais, de recorrerem a
recursos Federais destinados ao setor.

1.2. AS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO IGUAÇU E LITORÂNEA

1.2.1. Bacia Iguaçu

Considerando as regiões hidrográficas brasileiras estabelecidas pelo Conselho


Nacional de Recursos Hídricos, o Paraná está dividido em: Região Hidrográfica do
Atlântico Sul, do Atlântico Sudeste e do Paraná. No âmbito estadual, a Resolução nº
49 do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Paraná, de 20/12/06 dispõe sobre
as 16 Bacias Hidrográficas e define as 12 Unidades Hidrográficas de Gerenciamento
de Recursos Hídricos do Estado do Paraná. A regionalização para fins de gestão
respeitou esses limites, refinando-os em função das especificidades locais para fins de
planejamento.
19
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Paraná a Bacia Hidrográfica
do Rio Iguaçu é divida em três Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, são elas: Alto Iguaçu, Médio Iguaçu e Baixo Iguaçu, sendo que o município
de Piraquara está localizado dentro da Unidade Alto Iguaçu.
A sub-bacia do Alto Iguaçu é composta pela região mais a montante da bacia, onde
está localizada a Região Metropolitana de Curitiba (RMC), com 3,5 milhões de
habitantes, o que caracteriza este trecho como uma bacia parcialmente urbanizada
(cerca de 40%), com intensa produção industrial e com pouca vegetação nativa. A
bacia do Alto Iguaçu se estende das nascentes até a cidade de Porto Amazonas onde
o rio adentra o 2º planalto. O fato de estar localizada nas cabeceiras da bacia do rio
Iguaçu faz com que a disponibilidade hídrica da sub-bacia seja baixa, pois sua área de
contribuição é pequena (aproximadamente 1.500 km² na RMC). Este fator é um dos
agravantes na questão quantitativa do abastecimento de água na RMC. Na questão
qualitativa, a alta densidade demográfica associada ao uso irregular do solo, o
desmatamento da mata ciliar dos principais rios e o despejo de esgoto são fatores que
contribuem diretamente com a deterioração da qualidade da água na sub-bacia do Alto
Iguaçu, tornando o tratamento para o abastecimento de água potável problemático.

1.2.2. Bacia Litorânea

A Bacia Litorânea possui uma área total de 5.630,8 km² (SEMA, 2010), cerca de 3%
da área do estado, e uma população de 283.028 habitantes (SEMA, 2010), em torno
de 3% do total do estado, os rios nascem nas encostas da Serra do Mar e dirigem-se
para o oceano. Os principais rios são: Guaraqueçaba, Tagaçaba, Cachoeira,
Nhundiaquara, Marumbi, Do Pinto, Cubatão e Guaraguaçu. Em termos de demandas
de recursos hídricos, a bacia possui um consumo de 4,44 m³/s de água, dos quais o
abastecimento humano corresponde a 3,9 m³/s, o que representa 80,85% do total
consumido na bacia. O consumo na Bacia Litorânea representa 4,83% de todo o
consumo de água no estado do Paraná.

1.3. OS COMITÊS DAS BACIAS HIDROGRÁFICA DOS RIOS IGUAÇU E


LITORÂNEA

1.3.1. Comitê da Bacia Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira

Instituído pelo Decreto Nacional n° 5.878, de 13 de dezembro de 2005, foi criado o


Comitê das Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira, diretamente vinculado
ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos, com atribuições normativas, deliberativas
e consultivas, envolvendo em sua totalidade ou parcialidade, os seguintes municípios:
Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul , Campina Grande do
Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Contenda, Curitiba, Fazenda Rio Grande,
Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Pinhais, Piraquara, Porto Amazonas, Quatro Barras, Rio
Branco do Sul, São José dos Pinhais, tendo uma área total de 5.878 km².
De acordo com o Regimento Interno Revisado, “o objetivo do Comitê é contribuir para
a aplicação da Política Estadual de Recursos Hídricos na sua área de atuação, a fim
de garantir o controle social da Gestão dos Recursos Hídricos, conforme estabelecido
na Lei Estadual nº 12.726, de 26 de novembro de 1999 e Decreto nº 9.130, de 27 de
dezembro de 2010”.
20
1.3.2. Comitê da Bacia Litorânea

O Comitê da Bacia Litorânea é um órgão articulado com atribuições consultivas,


deliberativas e normativas, integrante do Sistema Estadual de Gerenciamento de
Recursos Hídricos e vinculado ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos –
CERH/PR, nos termos previstos na Lei Estadual nº 12.726, de 26 de novembro de
1999 e no Decreto Estadual n° 9.130, de 27 de dezembro de 2010, instituído pelo
Decreto Estadual nº 5759, de 30 de agosto de 2012, o comitê é composto em sua
totalidade ou parcialidade pelos seguintes municípios: Antonina, Guaraqueçaba,
Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá, Piraquara, Pontal do Paraná, Quatro
Barras, São José dos Pinhais e Tijucas do Sul.
De acordo com o Regimento Interno, “o Comitê desenvolverá suas ações com base
nos fundamentos da Lei nº 12.726, de 26 de novembro de 1999 e no Decreto Estadual
n° 9.130, de 27 de dezembro de 2010, em especial no que se refere à gestão
descentralizada e participativa entre o poder público, os usuários e a sociedade civil”.
O comitê tem como responsabilidade e compromisso promover a gestão dos recursos
hídricos e as ações de sua competência, também cabe ao órgão articular a integração
dos Sistemas Estadual e Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e seus
respectivos instrumentos de gestão, no âmbito de sua área de atuação.

21
2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO

2.1. INSERÇÃO DO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA NO CONTEXTO REGIONAL

O município de Piraquara pertence à unidade federativa do Estado do Paraná, é


integrante da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e se situa a 22 km da capital,
nas coordenadas geográficas de 25º 26' 35" de latitude sul e 49º 03' 37" de longitude
oeste. Ocupa uma área de 227,042 km² (IBGE, 2010), sendo o sétimo menor dentre
os 29 municípios da RMC. Sua população total é de 101.053 habitantes, 8º mais
populoso da região metropolitana, e 6º em termos de densidade média populacional,
sendo 49% dos habitantes estão na área urbana e 51% na área rural (IBGE, 2010).
Junto com outros 13 municípios, forma o Núcleo Urbano Central (NUC). Os municípios
limítrofes são Quatro Barras (norte), São José dos Pinhais (sul), Morretes (leste) e
Pinhais (oeste). A macrolocalização do município em relação ao Estado do Paraná é
apresentada na Figura 2.1.

Figura 2.1 – Macrolocalização de Piraquara

FONTE: Elaboração Própria.

A taxa de urbanização é da ordem de 49,07% (IBGE, 2010) e o Índice de


Desenvolvimento Humano Municipal é de 0,700 frente a 0,749 do Índice Estadual e
0,823 da RMC (PNUD, 2013). De acordo com o Termo de Referência, no período de
1980/1990 as taxas de crescimento de Piraquara foram de 6,50%, as maiores do
estado. Devido a esse crescimento acelerado, assentamentos subnormais se
desenvolveram na região, grande parte em áreas de mananciais e principalmente na
região do Guarituba. Atualmente o município enfrenta uma falta de atendimento aos
serviços de saneamento básico, e para que haja uma melhoria, é necessário um
aperfeiçoamento nos mecanismos de gestão.
22
Os principais acessos ao município são a PR – 506 e a BR – 116, no trecho conhecido
como ‘Contorno Leste’. Ambas estão plenamente conectadas às demais rodovias que
permitem o acesso ao território estadual, como as BRs 277, 376 e 476.
No município, existem três grandes reservatórios destinados ao abastecimento público
da RMC, entre eles o mais antigo do estado, denominado Barragem do Cayuguava. À
jusante, está a Barragem Piraquara II, que garante o abastecimento de 650 mil
habitantes (PIRAQUARA, 2013), e por fim, o reservatório Iraí na divisa com Pinhais. A
Figura 2.2 apresenta uma melhor contextualização geográfica em âmbito regional do
município de Piraquara.

23
Figura 2.2 - Localização
de Piraquara P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral

Legenda

Piraquara

Municípios RMC

25°20'S
anga
Rio Ipir

6 0
-5
PR

25°30'S
6
-11
BR

Mato Grosso do Sul

São Paulo
PARANAVAÍ
LONDRINA
BR-116

Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU

Santa Catarina

25°40'S
Rio Grande do Sul

49°20'W 49°10'W 49°0'W 48°50'W


± ESCALA: 1:300.000

0 1,5 3 6 9 12
Km 06
STAGE
2.2. ASPECTOS FÍSICOS

Neste item são descritos os aspectos físicos que caracterizam o município de


Piraquara, com destaque para os geológicos e topográficos. São também
consideradas questões referentes ao clima, as Áreas de Preservação Permanente
(APP’s), as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), aos solos, à hidrografia e ao meio
biótico.

2.2.1. Geologia

Tendo em vista o planejamento de ações, metas e objetivos relacionados com o


componente de drenagem urbana e o manejo de águas pluviais urbanas, foram
identificadas as áreas geológicas presentes no município, conforme é apresentado na
Figura 2.3.
O município possui cerca de 75% do seu território no Primeiro Planalto Paranaense e
aproximadamente 25% na Serra do Mar e sua região pode ser dividida em quatro
diferentes compartimentos geomorfológicos, são eles: o planalto sedimentar, o
planalto cristalino, o maciço serrano granítico e as elevações de matacões graníticos
(TESSEROLLI, 2008).
Em termos geológicos, o município de Piraquara é composto por Sedimentos
Aluvionares, Formação Guabirotuba, diques de diabásio, Granito Anhangava, Granito
Marumbi, Embrechito, Epibolito e Quartzito Milonitizado, onde estão caracterizados
abaixo:
Os sedimentos aluvionares ocupam 22% da área, em aluviões ou terraços
aluvionares, nas extensas planícies de inundação dos rios Piraquara, Iraí, Iraizinho e
Itaqui.
Esse tipo de geologia compreende depósitos sedimentares inconsolidados, com
estratificações irregulares. As cores são geralmente claras nas camadas arenosas,
avermelhadas nas siltosas e escuras nas argilas orgânicas. São representados por
areias, siltes e argilas escuras, também sendo comuns em depósitos de turfas,
exploráveis nos aluviões dos rios Piraquara e Iraí.
A oeste do município existe a ocorrência da Formação Guabirotuba, sobretudo nas
porções mais baixas, ocupando 24% do território municipal. Essa formação é
representada basicamente por algilitos e arcósios.
Segundo o Plano Diretor de Piraquara também é encontrado diques de diabásio, onde
são representados por rochas melanocráticas cinza-escuras de granulação fina e são
compostas essencialmente por cristais de plagioclásio e piroxênia.
O granito anhangava situa-se na porção leste da área de estudo, ocupando 5% do
município, possui uma largura de 6,5 km no sentido E-W e comprimento de 15 km no
sentido N-S. Consiste em um maciço intrusivo que sustenta as serras da Baitaca e da
Boa Vista.
Apresentando catáclase e milonitização nas bordas, o Granito Marumbi, ocupa uma
superfície de 80 km², correspondendo a 6% do território, é caracterizado por
apresentar fácies bastante homogêneas e tem como minerais dominantes o quartzo,
K-feldspato, plagioclásio e biotita.
25
Cobrindo um espaço de 28% de Piraquara os embrechitos e são representados rocha
leucocrática, que é constituída principalmente por cristais de plagioclásio, feldspato
alcalino e quartzo.
Reconhecidos por intercalações de bandas máficas e félsicas sub-paralelas e
ocupando 11% do município, os epibolitos possuem um paleossoma representado por
rochas cristalofilianas de coloração cinza clara a cinza escuro.
Em menor escala, o quartzito milonitizado equivale apenas á 1% do município,
ocorrendo como enclave de pequena dimensão nos migmatitos, com uma largura
variando em torno de 200m e um comprimento de 4,5 km, é representado por rochas
brancas de granulação média a fina, sendo constituído principalmente pelo quartzo.

26
P
QUATRO BARRAS Figura 2.3 - Geologia

T imbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral

Rio
Legenda
Rio Igua
çu Sedes Municipais
P
Hidrografia

Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
Rio Palmi

25°25'S
Piraquara

Reservatórios
tal

Complexo Gnáissico Migmatítico

PIRAQUARA Complexo Metamórfico Indiferenciado


P

R io I
pir Formação Guabirotuba
a
Represa, rio, oceano

ng
6

a
0
-5
Sedimentos Recentes

PR
Suíte Álcali-granitos
Rio

Pi
ra Municípios RMC
q ua
ra
Limite Municipal
Barragem do Cayuguava

Barragem Piraquara II

25°30'S
Mato Grosso do Sul

São Paulo
PARANAVAÍ

Ri
LONDRINA

o
It a
qu
i
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU

Santa Catarina
Ri o

Rio Grande do Sul

±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no

0 0,5 1 2 3 4
Km 06
STAGE
49°10'W 49°5'W 49°0'W
Considerando o uso antrópico, as condições de ocupação do solo e drenagem urbana,
fez-se uma análise dos parâmetros geotécnicos nas Unidades de Terreno (UT) que
estão presentes na geologia de Piraquara, permitindo avaliar os seguintes aspectos
conforme descrito em Mineropar (2013a):
 UT-I (sedimentos aluvionares das planícies de fundo de vale): são inadequadas
para loteamentos residenciais (necessidade de aterro e drenagem eficiente nas
fundações, além dos sistemas de escoamento de águas pluviais e servidas).
Assoreamento dos canais de drenagem. Suscetibilidade alta para alagamentos
e inundações. Nível freático aflorante, com permeabilidade baixa. Solos
colapsáveis, declividade média de 0-5%. Essa unidade I está presente no
bairro Guarituba e na maior parte dos fundos de vale dos afluentes do rio
Iraizinho nos bairros municipais.
 UT-II (sedimentos aluvionares de terraços, topograficamente acima das
planícies de fundo de vale): declividade de 0-5%, lençol freático de 0,2 a 2,0 m,
permeabilidade baixa de 0,5 a 1,0 e 0,5 a 3,0 m, suscetibilidade média/alta
para alagamentos, e assoreamento dos canais de drenagem. A UT-II está
representada na Vila Militar e a UT-II e V estão representadas no bairro Jardim
Santa Mônica.
 UT-III-IV (Formação Guabirotuba): adequada, porém com restrições para
loteamentos e obras enterradas, permeabilidade baixa, suscetibilidade à
erosão com o aumento da declividade média de 0 - 10%. Está representada ao
norte do bairro Planta Deodoro.
 UT-V (Formação Guabirotuba, colina suave de topo plano): suscetibilidade a
alagamentos nas declividades de 0 a 5%, permeabilidade média à alta,
adequado com restrição a infraestruturas enterradas em função do nível
freático raso. A UT-V está representada nos bairros Jardim Santa Mônica,
Jardim Primavera e Esmeralda.
 UT-VI (Formação Guabirotuba): adequada com restrições para loteamentos e
obras enterradas, em virtude do lençol freático raso, suscetibilidade média a
alta de alagamentos nessas áreas, permeabilidade média a alta. Maior unidade
de terreno presente no município, estando representada na sede urbana e em
alguns bairros municipais.
 UT-VII (Gnaisses e Migmatitos): adequado com restrição para implantação de
loteamentos, permeabilidade média, nível freático a 1 m, próximo aos aluviões.
Esta geologia está presente no bairro Planta Deodoro e Vila Rosa. Os bairros
Santiago e Santa Maria estão nas UT VI e VII, respectivamente.

2.2.2. Solos

No Primeiro Planalto ou Planalto de Curitiba prevalecem relevos ondulados,


esculpidos em domínios de rochas metamórficas proterozóicas, já em pisos altitudinais
que variam entre 850 e 950 metros predominam os Argissolos e Cambissolos.
Todavia, nessa mesma região, sobre paisagens modeladas em rochas sedimentares
da Formação Guabirotuba, sobressaem-se os Cambissolos, Latossolos Brunos e
Latossolos Vermelho – Amarelos (SiBCS, 2006).
Em paisagens holocênicas, constituindo as planícies fluviais, verificam-se os
Organossolos que variam com o grau de decomposição do material orgânico, e os 28
Gleyssolos que são caracterizados por horizontes fortemente influenciados pelo lençol
freático e regime de umidade durante todo o ano, ou por um longo período.
Os principais solos das áreas nas planícies fluviais e os patamares vizinhos aos
fundos de vale no município são os Organossolos Háplicos, Gleyssolos Melânicos e os
Cambissolos Húmicos, sendo respectivamente muito mal drenados, mal drenados e
imperfeitamente drenados.
Os solos são colapsáveis por terem argilas que absorvem e perdem água, desta forma
sofrem o rebaixamento das estruturas dentro do solo e nos materiais em sua
superfície, como paredes de alvenaria, estruturas de concreto e os materiais
enterrados com o deslocamento de tubulações.
O projeto de Mapeamento Geológico Geotécnico na RMC apresenta em seu relatório
de Adequalidade para Loteamentos Residenciais (MINEROPAR, 2013a), que a
realização de ocupações, construções, e galerias pluviais nesses locais têm
suscetibilidade média a alta para alagamentos e inundações, devido à existência de
lençol aflorante ou raso, e solos plásticos colapsáveis. Desta forma, podem apresentar
assoreamento dos canais de drenagem e possibilidade de recalque em fundações.
O Projeto Mapeamento Geológico Geotécnico para Planejamento na RMC, Carta
Geotécnica Síntese de Adequabilidade à Ocupação frente aos Desastres Naturais
(MINEROPAR, 2013b) relaciona todas as áreas de fragilidades naturais, que
proporcionam alagamentos e enchentes na sede e nos bairros municipais.

2.2.3. Topografia

A partir das imagens SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) disponibilizadas pela
Embrapa através do projeto Brasil em Relevo, foi possível criar um MDT (Modelo
Digital de Terreno) para o município, o qual possibilitou determinar a topografia e
declividade do mesmo utilizando como ferramenta o software de geoprocessamento
ArcGIS 9.3. Vale ressaltar que os dados obtidos pela nave espacial americana durante
a missão conhecida como SRTM cobrem uma área de 90 metros por 90 metros de
todo o território nacional, gerando uma resolução espacial (pixel) de 30 metros no solo.
Através das informações obtidas do processamento citado, apresentados na Figura
2.4, foi constatado que a altitude mínima do município é de 841 metros em relação ao
nível do mar, e a cota máxima de 1.477 metros. Esses extremos estão localizados na
região leste do município, ambos muito próximos das extremidades inseridas no limite
municipal do Rio Ipiranga. A altitude máxima está localizada perto da nascente do rio,
no conjunto de morros pertencentes à Serra do Mar cujo ponto mais conhecido é o
Pico do Marumbi, já no município vizinho, contudo mais baixo em relação ao ponto
mais alto em Piraquara. Já a mínima é observada na calha do rio antes do seu
cruzamento com a divisa municipal entre Piraquara e Quatro Barras, antes de seguir
por Morretes até a confluência com o Rio Nhundiaquara.
O lado oeste do município, junto ao Rio Iraí, apresenta uma grande planície que varia
de 875 metros de altitude a 890 metros, margeando o leito do rio na divisa com
Pinhais, tendo a maior extensão alongada até o ponto mais a montante do reservatório
da Barragem Piraquara II.
A altitude média considerando todo o território é de 937,8 metros, mas a maioria dos
pixels analisados possuem uma altitude de 918 metros, mesmo valor da cota mediana.
29
A sede urbana municipal está a 900 metros de altitude, e o polígono urbano em que
está inserido possui uma média de 910 m, e uma variação de 884 a 944 metros. Em
termos de deslizamentos de encostas essa variação é significativa, contudo ainda
depende de uma análise de declividade para se precisar sua vulnerabilidade. Já a
área urbana a oeste, em um polígono separado, está numa região visualmente mais
plana, com variação de 875 a 919 metros, muito próxima ao Rio Iraí, fator
preponderante na avaliação de riscos a alagamentos, inundações ou enchentes.
Portanto, nota-se que ambas as áreas urbanas identificadas possuem algum potencial
a deslizamentos ou alagamentos, contudo uma análise mais contundente precisa levar
em consideração outros fatores, como a declividade.
O cálculo de declividade do município tem como base a própria topografia e a imagem
SRTM, sendo realizada no ambiente do ArcGIS 9.3 que possui função específica para
este cálculo.
Os resultados demonstram na Figura 2.5 que a declividade máxima dentro dos limites
municipais é de 34,57º, ou 68%, exclusivas nas áreas de morros a leste, na região da
Serra do Mar, não sendo verificada presença urbana próxima às declividades mais
altas, conforme determina a Lei 6.766 de Dezembro de 1979 que dispõe sobre o
Parcelamento do Solo Urbano, e exige projetos específicos autorizados por entidades
competentes para declividades acima de 30%.
Nas áreas urbanas, a maior declividade observada no polígono que contempla a sede
urbana de Piraquara, chega a apenas 6,52º ou 11%, evidenciando uma baixa
probabilidade de deslizamentos de terra sobre as residências locais.
Por outro lado, a regularidade do terreno eleva as chances de alagamentos ou eventos
do gênero, já que no polígono da sede urbana a média de declividade é de 1,80º ou
3,1%, e no polígono oeste a média é de 0,92º ou 1,6%. A média de declividade do
município, apesar dos altos morros da Serra do Mar, é de 4,27º ou 7,55%, o que
demonstra que a maior parte do município possui relevo pouco acidentado, com baixo
risco de deslizamentos em áreas urbanas, porém mais propício a alagamentos,
enchentes ou inundações.

30
P
QUATRO BARRAS Figura 2.4 - Topografia

T imbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral

Rio
Legenda
Rio Igua
çu Sedes Municipais
P
Hidrografia

Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
Rio Palmi

25°25'S
Piraquara

Reservatórios
tal

Área Urbana de Piraquara

PIRAQUARA Topografia
P

R io I
High : 1477
pir
a

ng
6

a
0
Low : 841

-5
PR
Rio

Pi
ra
q ua
ra

Barragem do Cayuguava

Barragem Piraquara II

25°30'S
Mato Grosso do Sul

São Paulo
PARANAVAÍ

Ri
LONDRINA

o
It a
qu
i
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU

Santa Catarina
Ri o

Rio Grande do Sul

±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no

0 0,5 1 2 3 4 06
STAGE

Km
49°10'W 49°5'W 49°0'W
P
QUATRO BARRAS Figura 2.5 - Declividade

Timbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral

Rio
Legenda
Rio Igua
çu Sedes Municipais
P
Hidrografia

Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
Rio Palmi

25°25'S
Piraquara

Reservatórios
tal

Área Urbana de Piraquara

PIRAQUARA Declividade
P

R io I
High : 34,5706
pi
r

an
06

ga
Low : 0

-5
PR
Rio

Pi
ra
q ua
ra

Barragem do Cayuguava

Barragem Piraquara II

25°30'S
Mato Grosso do Sul

São Paulo
PARANAVAÍ

Ri
LONDRINA

oI
t aq
ui
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU

Santa Catarina
Ri o

Rio Grande do Sul

±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no

0 0,5 1 2 3 4 06
STAGE

Km
49°10'W 49°5'W 49°0'W
2.2.4. Clima

O clima depende de vários fenômenos meteorológicos para sua caracterização, como


pressão atmosférica, umidade relativa do ar e temperatura, e a partir dessas
informações é possível determinar as condições médias da atmosfera em uma
determinada parte da superfície terrestre.
Segundo a classificação de Wladimir Köppen, o município de Piraquara está inserido
no tipo Cfb, que corresponde:
• C – clima subtropical mesotérmico (temperado);
• f – sempre úmido, com chuvas constantes;
• b – temperatura média do mês mais quente inferior a 22º C;
• a – Temperatura média do ar no mês mais quente ≥ 22 °C.
A temperatura média mensal do município de Piraquara varia entre 12 e 20°C,
classificado como clima temperado. Seus verões são frescos, e têm geadas
frequentes e severas, e não possui estação seca.
No mês de janeiro ocorrem as maiores precipitações, sua precipitação média anual
varia entre 1.450 e 1.500 mm. As chuvas são bem distribuídas durante o ano, sua
qualidade atmosférica é considerada boa, devido à influência direta da zona atlântica
tropical, constantes ventos ocorrem durante o ano inteiro, assim existindo a reciclagem
do ar, que mantem a sua qualidade em níveis satisfatórios.
Conforme classificação, o clima em Piraquara do tipo Cfb abrange uma área de
18770,97 ha, corresponde a 83,34 % da área do município. Já o tipo Cfb/Cfa, de
acordo com o ITCG (Instituto de Terras, Cartografia e Geociências), é registrado em
uma área de 2516,05 ha, com 11,17 % do total do território do município, e por último
o clima do tipo Cfa/Cfb, é apontando em uma área de 1235,25 ha, correspondente a
5,48 %. A Figura 2.6 apresenta a classificação do clima do município de Piraquara.

33
P
QUATRO BARRAS Figura 2.6 - Clima
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral

Legenda

P Sedes Municipais

Hidrografia

Reservatório Iraí
Rio Iguaçu

25°25'S
Reservatórios

Área Urbana de Piraquara

Piraquara

PIRAQUARA Classificação do Clima


P
Cfa/Cfb

Cfb

6 0
Cfb/Cfa

-5
PR
Municípios RMC

Limite Municipal

Barragem do Cayuguava

Barragem Piraquara II

25°30'S
Mato Grosso do Sul

São Paulo
PARANAVAÍ
LONDRINA

Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

49°10'W 49°5'W 49°0'W


± ESCALA: 1:125.000

0 0,5 1 2 3 4
Km 06
STAGE
2.2.5. Pluviosidade

O município de Piraquara tem duas estações pluviométricas: (i) Mananciais da Serra,


de código 02548041, instalada em 1916; e (ii) Estação Piraquara, de código
02549004, instalada em 1958. Em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento
e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI), o município instalou três pluviômetros automáticos em 2014, os
quais foram instalados no Horto Municipal, no loteamento Madre Tereza Calcutá no
bairro Guarituba e na 2ª Companhia de Polícia na Vila Militar.
Um fator de destaque no que tange às precipitações no Estado do Paraná, refere-se
ao potencial de chuvas intensas concentradas em pequeno espaço de tempo.
Informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) mostram valores de
chuvas concentradas em 24 horas com totais superiores a 100 mm em quase todos
locais monitorados. As chuvas superiores a 100 mm em 24 horas são muito frequentes
em todo o Estado e, para algumas regiões, ocorrem indistintamente ao longo dos 12
meses do ano. Por insuficiência de dados monitorados não se tem uma ideia da
concentração pluviométrica para durações menores, o que não permite uma
caracterização detalhada dessas chuvas intensas no município.

2.2.6. Áreas de Preservação Permanente (APP)

A Lei n° 12.651 (Novo Código Florestal) de 25 de maio de 2012 estabeleceu normas


gerais sobre a proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente e Áreas de
Reserva Legal, dentre outras premissas. Para os efeitos desta lei, considera-se Área
de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas:
 As faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda da calha
do leito regular, com distância de 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de
menos de 10 (dez) metros de largura;
 As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima
de: 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20
(vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta)
metros; e 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
 As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, na faixa definida na
licença ambiental do empreendimento;
 As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água, qualquer que seja a
sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
 As encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a
100% (cem por cento) na linha de maior declive;
 As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em
faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
 No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100
(cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir
da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da
elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos
ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
 As áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que
seja a vegetação.
35
Como resultado, constatou-se que as APPs ocupam 4.648 hectares, área que
representa 20,63% do total municipal. As mais significativas estão em torno dos
inúmeros rios do município, e ao redor dos reservatórios. Para o cálculo das áreas
ciliares aos rios, considerou-se a faixa de 30 metros, uma vez que não se dispunha de
dados apresentando o tamanho das calhas dos corpos d’água. Para a pontuação das
nascentes, utilizou-se como base a hidrografia disponibilizada pelo Instituto Águas
Paraná em seu sítio eletrônico, marcando as mesmas nas cabeceiras de rios. No
território municipal não foram diagnosticadas altitudes acima da cota de 1.800 metros,
e nos morros do Pão de Ló e Serra do Mar, a média da declividade não supera os 25º
a partir da base plana, baseando-se nas informações topográficas adotadas
previamente, tampouco qualquer área com declividade igual ou superior a 45º.
A distribuição das áreas de APP no município estão apresentadas na Figura 2.6.

2.2.7. Áreas de Proteção Ambiental (APA)

A Lei Federal N° 9.985, de 18 de julho de 2000 instituiu o Sistema Nacional de


Unidades de Conservação da Natureza, estabelecendo critérios e normas para a
criação, implantação e gestão das unidades de conservação.
Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por unidade de conservação: espaço
territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao
qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Segundo a mesma lei, a Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa,
com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos
ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos
recursos naturais e são proibidas ou restringidas quaisquer das atividades descritas
abaixo:
 Implantação de atividades altamente poluidoras;
 Atividades que possam provocar a erosão ou assoreamento;
 Obras de terraplanagem quando essas provocam alterações das condições
ecologias;
 Atividades minerárias que possam causar algum risco a qualidade dos
mananciais;
 Uso de produtos tóxicos que não estejam de acordo com as normas instituídas
no Plano de Manejo.
De acordo com o Atlas Geográfico de Piraquara as áreas de proteção ambiental e sua
abrangência, são:
APA do Iraí – De acordo com o Decreto Estadual Nº 1753 - 06/05/1996 “Fica instituída
a Área de Proteção Ambiental na área de manancial da bacia hidrográfica do rio Iraí,
denominada APA Estadual do Iraí, localizada nos municípios de Colombo, Piraquara,
Pinhais e Quatro Barras, Estado do Paraná, com área aproximada de 11.536,00 ha
(onze mil e quinhentos e trinta e seis hectares)”, cobrindo 12 % da área do município
de Piraquara. Também se encontram nesta APA as seguintes rodovias: Acesso Norte
36
(6,7 km dentro da APA), Contorno Leste (6 km dentro da APA), PR-506 (9,5 km dentro
da APA) e Estrada da Graciosa (10,1 km dentro da APA).
APA do Piraquara – De acordo com o decreto Nº 1754 - 06/05/1996 “Fica instituída a
Área de Proteção Ambiental na área de manancial da bacia hidrográfica do rio
Piraquara, denominada APA Estadual do Piraquara, localizada no Município de
Piraquara, Estado do Paraná, com área aproximada de 8.881,00 ha”. Localizada
dentro do município de Piraquara, cobre 40% da área, está disciplinada inteiramente
como rural, com diretrizes de ocupação bastante restritas, devido às suas
características de interesse ambiental e de abastecimento. Analisando o mapa de
Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) – APA Piraquara, é perceptível que o maior
zoneamento é o da Zona de Preservação da Represa.
AEIT Marumbi (Área Especial de Interesse Turístico) - Criada pela Lei Estadual
7389 de 1980 para proteger parte significativa da Floresta Atlântica do Paraná, a AEIT
Marumbi possui uma área de 66.733 ha abrange os municípios de São José dos
Pinhas, Quatro Barras, Campina Grande do Sul, Antonina, Morretes, e está presente
em 19,04% da área do município de Piraquara, e tem parte de sua área dentro da APA
Estadual de Piraquara.
Dentro dessa AEIT encontram-se alguns parques estaduais, como P.E.do Pico do
Paraná, com 4.334,00 há (quatro mil e trezentos e trinta e quatro hectares), P.E.
Roberto Ribas Lange, com 2.698,00 ha; P. E. da Graciosa, com 1.189,00 ha; P.E.
Pico Marumbi, com 2.342,41 ha e P.E. do Pau-Ôco, com 905,58 ha.
Floresta Estadual Metropolitana – Pelo Decreto Nº 4.404, de 14 de Dezembro de
1988. Art. 1º - “Fica criada a "FLORESTA ESTADUAL METROPOLITANA", constituída
pelo terreno rural denominado Área-1, situado no lugar denominado Fazenda
Palmeira, Ilha e Campineiro da Fazenda, no Município e Comarca de Piraquara,
perfazendo a área total de 455,30 ha, resultante da subdivisão da área maior com
464,55 ha, matriculado em nome do Estado do Paraná, sob nº 14.762, do Registro
Geral do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Piraquara”, estende sob um
longo trecho do rio Iraizinho apresentando grande área de formação de campos com
uma parte sob reflorestamento de eucaliptos.
Parque Estadual da Serra da Baitaca – Conforme o Decreto nº 5765 - 05/06/2002
Publicado no Diário Oficial Nº 6244 de 06/06/2002, Art. 1° -“Fica criado o Parque
Estadual da Serra da Baitaca, com área total de 3053,21 há, localizado nos municípios
de Quatro Barras e Piraquara, conforme planta e memorial descritivo em anexo, a qual
passa a integrar este ato normativo”. Com uma área dentro do município de Piraquara
de 480,86 ha, tem como objetivos básicos conservar uma amostra do bioma Floresta
Ombrófila Densa, incluídas as formações Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta
Ombrófila Densa Alto-Montana, a fauna, solo e águas interiores, e realizar atividades
que não provoquem nenhuma alteração no ecossistema.

2.2.8. Unidades Territoriais de Planejamento (UTP)

De acordo com a COMEC (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), “As


UTPs são espaços territoriais que sofrem pressão por ocupação e estão situados em
áreas urbanas dos municípios integrantes das áreas de interesse de proteção de
mananciais. No geral sua finalidade é a transição. Em geral, têm a finalidade de
efetuar a transição entre áreas urbanas já consolidadas e as áreas de maior restrição
ambiental como as APAs, e/ou áreas rurais”. Pelo Decreto nº 6314 - 29/03/2006, 37
Publicado no Diário Oficial nº 7195 de 29/03/2006, as UTPs tem como principal
objetivo assegurar as condições ambientais adequadas a preservação dos
mananciais.Fazem parte do município de Piraquara as seguintes UTPs:
UTP Guarituba –. De acordo com o Decreto nº 809 - 31/05/1999 Publicado no Diário
Oficial nº 5507 de 01/06/1999 e representado no Mapa de Zoneamento – UTP
Guarituba, foram determinadas Zonas de Restrição à Ocupação que são divididas em
5 áreas descritas abaixo:
 ZOO I – Zona de Ocupação Orientada I – Residencial;
 ZOO II - Zona de Ocupação Orientada II – Residencial;
 ZOO III - Zona de Ocupação Orientada III – Serviços e Indústrias;
 ZRO – Área de Restrição a Ocupação;
 ZUC – Área de Urbanização Consolidada.
ZOO I: áreas que deverão permanecer com uma baixíssima densidade, onde será
estimulada a manutenção dos usos e ocupações existentes, cujo lote mínimo será de
5.000,00 m². Nos loteamentos aprovados e implantados será permitida a construção
de uma moradia por lote, obedecidos os parâmetros da legislação municipal.
ZOO II: áreas onde será mantida a baixa densidade, com uma fração média de
parcelamento de 2.000,00 m² e lote mínimo de 600,00 m². Nos loteamentos aprovados
e implantados será permitida a construção de uma moradia por lote, obedecidos os
parâmetros da legislação municipal. Onde são delimitadas pela fragilidade ambiental,
onde somente serão permitidos usos e atividades que atendam os requisitos mínimos
necessários à manutenção da qualidade da água.
ZOO III: áreas de baixa densidade de ocupação, onde poderá ocorrer acréscimo de
potencial construtivo com um coeficiente de aproveitamento máximo equivalente a 0,3
em lotes superiores a 2.000,00 m². Nos loteamentos aprovados e implantados será
permitida a construção de uma moradia por lote, obedecidos os parâmetros da
legislação municipal
ZRO: áreas de interesse de preservação com o objetivo de promover a recuperação e
a conservação dos recursos naturais, assegurando a manutenção da biodiversidade e
a conservação do ecossistema;
ZUC: áreas de interesse de consolidação da ocupação urbana, saneando e
recuperando as condições ambientais.
UTP Itaqui – De acordo com o Decreto nº 1.454 - 26/10/1999 Publicado no Diário
Oficial Nº 5.608 de 27/10/1999, “Fica declarada para os fins de que trata o inciso II do
artigo 2º da Lei Especial de Proteção dos Mananciais da RMC, como Unidade
Territorial de Planejamento, a área dos Municípios de Piraquara e São José dos
Pinhais, doravante denominada Itaqui”, o qual por este mesmo decreto tem seu
zoneamento dividido em 8 zonas:
 ZOO I – Zona de Ocupação Orientada 1;
 ZOO II - Zona de Ocupação Orientada 2
 ZOO III - Zona de Ocupação Orientada 3;
 ZOO IV - Zona de Ocupação Orientada 4;
38
 ZUC I – Zona de Urbanização Consolidada 1;
 ZUC II – Zona de Urbanização Consolidada 2;
 ZR – Zona Rural;
 ZRO – Área de Restrição a Ocupação.
Onde:
ZOO I - áreas de média densidade de ocupação, onde poderá ocorrer aquisição de
potencial construtivo e taxa de ocupação, com taxa de ocupação máxima
equivalente a 25% uma fração média de 20.000,00 m² e lote mínimo de 10.000,00
m².
ZOO II - áreas de média densidade de ocupação onde poderá ocorrer aquisição de
potencial construtivo e taxa de ocupação, com taxa de ocupação máxima
equivalente a 25%, uma fração média de 10.000,00 m² de lote mínimo de 5.000,00
m².
ZOO III - áreas onde será mantida a baixa densidade, com uma fração média de
4.000,00 m² e lote mínimo de 2.000,00 m², preservando as condições atuais de
ocupação.
ZOO IV - áreas de média densidade de ocupação, onde poderá ocorrer acréscimo
de potencial construtivo e taxa de ocupação, com taxa de ocupação máxima
equivalente a 30%, uma fração média de 5.000,00 m² e lote mínimo de 3.000,00 m².
ZUC I – áreas onde serão mantidos os padrões atuais de ocupação, sendo
permitida uma moradia por lote em loteamentos já aprovados. Nas áreas não
parceladas será permitida a subdivisão em fração média de 1.000,00 m² e lote
mínimo de 600,00 m².
ZUC II – áreas contidas no Distrito Industrial de São José dos Pinhais, cujos
parâmetros de parcelamento, uso e ocupação estão definidos em legislação
própria.
ZR – áreas onde será mantida baixíssima densidade, com subdivisão em lote
mínimo de 20.000,00 m², preservando as suas condições naturais.
ZRO – áreas de Ocupação Orientada, as Áreas de Urbanização Consolidada, bem
como as Áreas Rurais estão delimitadas em carta planialtimétrica.
No Paraná, de acordo com a Lei Complementar n° 59 de 1991, 5% do ICMS estadual
deve ser dividido entre os municípios onde existam unidades de conservação
ambiental e aqueles que possuam mananciais de abastecimento público. Como
Piraquara abriga mananciais de água potável em seu território, o município é
beneficiado com a compensação financeira, segundo a área definida pela Lei Estadual
nº 12.248, de 11 de julho de 1998 sob coordenação da Coordenação da Região
Metropolitana de Curitiba (COMEC).
Na Figura 2.7, é mostrada a composição das áreas de proteção ambiental presentes
no município.

39
QUATRO BARRAS Figura 2.7 - Áreas de
Proteção Ambiental
P
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral

Legenda

P Sedes Municipais

Hidrografia

Área Urbana de Piraquara


Reservatório Iraí
Reservatórios

25°25'S
AEIT do Marumbi

Parque Estadual Serra da Baitaca

Mananciais COMEC
PIRAQUARA
P APPs

UTP Guarituba

UTP Itaqui

Floresta Estadual Metropolitana

APA do Iraí

APA Estadual de Piraquara

RPPN
Barragem do Cayuguava

Barragem Piraquara II

25°30'S
Mato Grosso do Sul

São Paulo
PARANAVAÍ
LONDRINA

Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

49°10'W 49°5'W 49°0'W


± ESCALA: 1:125.000

0 0,5 1 2 3 4
Km 06
STAGE
2.2.9. Hidrografia Superficial

Piraquara está localizada na bacia do Alto Iguaçu, e apenas uma porção do seu
território está dentro da bacia Litorânea, cujo principal rio é o Ipiranga, que possui uma
área aproximada de 5.766 km². Piraquara ocupa aproximadamente 18 km² da bacia
Litorânea.
Para o abastecimento público, segundo a Prefeitura de Piraquara, o território abriga
três represas de Armazenamento de Água (barragens), sendo responsável pelo
abastecimento de aproximadamente 50% da população da Região Metropolitana de
Curitiba, ou seja, é responsável pela produção de 3.200l/segundo em um consumo de
7.200l/segundo dos 3 milhões de habitantes da RMC.
De acordo com o Plano Diretor de Piraquara, a bacia do Alto Iguaçu possui quatro
principais sub-bacias que abrangem o município, tem-se as dos rios Iraizinho, Iraí,
Piraquara e Itaqui.
A bacia do rio Iraizinho possui área equivalente a 53 km², onde o Plano Municipal de
Gestão de Recursos Hídricos classifica como: 16% área urbanizada, 45% com
floresta, 34% para atividades agrícolas, 4% de solo exposto e 1% de áreas inundadas.
Na bacia do rio Iraí a existência de núcleos urbanos em expansão na Área de
Proteção Ambiental (APA), e outros aspectos que interferem na qualidade da agua, é
necessário programas e ações especificas para garantir a integridade do reservatório
do Iraí como manancial de abastecimento. Sua barragem tem em média apenas 6
metros, uma área inundada de 14,2 km² com vazão de 1500 L/s (Atlas Geográfico de
Piraquara) e um tempo detenção de 2 anos, onde há riscos de eutrofização. Por esta
razão, algumas medidas são necessárias, como rigorosa limpeza da área, prévia ao
enchimento do reservatório e a necessidade de uma criteriosa observação de
cuidados para evitar o lançamento de nutrientes através de qualquer tipo de esgoto.
A área total da bacia corresponde a 113 km², onde Piraquara ocupa 26,6% do
território, 30 km².
A bacia do rio Piraquara é formada a montante do Contorno Leste e pelo decreto Nº
1754 - 06/05/1996, foi instituída APA Estadual do Piraquara, abrange uma área de 106
km², e está totalmente inserida no município. As águas do Piraquara são regularizadas
através de uma barragem (Cayuguava ou Piraquara I) existente com uma área
inundada de 3,3 km², cuja bacia possui uma área 27 km², a qual acrescentará ao
sistema uma vazão de 600 l/s (SANEPAR, 2015). De acordo com Instituto Ambiental
do Paraná, esse reservatório apresente características de lagos do tipo monomítico,
com uma circulação durante o período de inverno, e tem como exclusivo objetivo o
abastecimento público.
Com uma área inundada um pouco maior, de 5,5 km², a Barragem do Piraquara II em
conjunto com Piraquara I terá uma vazão de 1200 L/s. (Atlas Geográfico de
Piraquara).
Cerca de 37,5% da bacia do rio Itaqui está dentro do município de Piraquara, uma
área de 15 km², e drena aproximadamente uma área de 40 km² nos município de
Piraquara e São José dos Pinhas.
Segundo os dados base disponibilizados pelo AGUASPARANA, foi contabilizado um
total de 1029 nascentes em todo território municipal. Além disso, apenas as áreas da
41
UTP Guarituba, AEIT do Marumbi e a área urbana da sede não foram classificadas
como área de mananciais pela COMEC.
A Figura 2.8 apresenta a divisão das sub-bacias, rios principais e afluentes
diagnosticados no município.
.

42
QUATRO BARRAS Figura 2.8
Bacias Hidrográficas
P

Timbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral

Rio
Rio Cur
ralz Legenda
inh
o
P Sedes Municipais

Hidrografia Detalhada

Hidrografia Principal
Reservatório Iraí
Área Urbana de Piraquara
Rio Palmi

25°25'S
Reservatórios

Municípios RMC
tal

Bacias Hidrográficas
í PIRAQUARA
Rio Ira P Contribuição Direta do Rio Iraí

R io I
pir Rio Ipiranga
Rio
Irai
a
zinh
o Rio Iraí

ng
6

a
0
-5
PR
Rio Iraizinho

Rio Itaqui

Rio Piraquara
Rio

Pi
ra
qu
ar
a
Barragem do Cayuguava

Barragem Piraquara II

25°30'S
Mato Grosso do Sul

São Paulo
PARANAVAÍ
LONDRINA

Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU

Santa Catarina
Ri o

Rio Grande do Sul

±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no

0 0,5 1 2 3 4
Km 06
STAGE
49°10'W 49°5'W 49°0'W
2.2.10. Meio Biótico (Fauna e Flora)

No município de Piraquara, segundo seu Plano Municipal de Gestão de Recursos


Hídricos são encontradas 493 espécies animais, sendo 68 mamíferos, 13 espécies de
morcego, 353 espécies de aves. Existem ainda, na região, 33 espécies de peixes, 34
espécies de répteis, onde 9 são lagartos e 2 de quelônios, e 40 espécies de anfíbios
que possuem duas serpentes catalogadas como raras. (PIRAQUARA, 2008)
Entre os mamíferos encontrados estão entre eles: o gambá, o tamanduá-mirim, a
capivara, lontra, puma, o lobo-guará, gato-do-mato.
São encontradas no município, três espécies de aves ameaçadas de extinção
(segundo a lista vermelha do estado), o jaó (Crypturellus noctivagus), o sábia-cica
(Triclaria malachitacea) e o choca-de-costas-castanhas (Dysithammus xanthopterus).
A especificidade da Flora na região de Piraquara é caracterizada pela diversidade de
habitats e micro-habitats, caracterizando a Floresta Atlântica como o tipo vegetacional
com área de maior endemismo do mundo, ou seja, espécies encontradas apenas nela,
e é composta por 236 espécies de vegetais.
Essencial para a preservação da Araucária angustifólia, árvore nativa do sul do Brasil,
cuja está ameaçada de extinção, o município também possui a Floresta com Araucária
(floresta ombrófila mista), ainda existem áreas de formações pioneiras com influência
fluvial (várzea).
Segundo o Plano Diretor Municipal, tem-se a seguinte classificação da vegetação na
Quadro 2.1, onde é apresentado o nome da tipologia, sigla, fase sucessional, nome
comum, respectiva porcentagem e área total em relação á área do município.
Quadro 2.1 – Classificação da Flora
Área total em
Fase
Tipologia Sigla Nome Comum Porcentagem relação ao
Sucessional
Município(ha)
Estepe
Gramíneo- EGL - Campo Limpo 1,9% 445
Lenhosa
Caampos
Formação
úmidos,
Pioneira de
FPIF - campos 14,6% 3435
Influência
edáficos ou
Fluvial
várzeas
Floresta com
Floresta
Araucária em
Ombrófila Mista FOMM 3º 0,3% 75
estágio de
Montana
capoeirinha
Floresta com
Floresta
Araucária em
Ombrófila Mista FOMM 4º 23,0% 5405
estágio de
Montana
capoeira
Floresta com
Araucária em
Floresta
estágio de de
Ombrófila Mista FOMM 5º 2,1% 498
capoeirão ou
Montana
floresta
secundária
Floresta Floresta de
Ombrófila Mista FOMA - galeira ou mata 2,3% 441
Aluvial ciliar
44
Área total em
Fase
Tipologia Sigla Nome Comum Porcentagem relação ao
Sucessional
Município(ha)
Floresta
Floresta
Ombrófila
FODAM - Atlântica mata 2,7% 646
Densa
nebular
Altomontana
Floresta
Atlântica em
Floresta
estágio de
Ombrófila FODM 5º 10,7% 2510
capoeirão ou
Densa Montana
flroesta
secundária
Agricultura,
Áreas de pecuária,
- - 34,9% 8206
Antropismo reflorestamento
e outras
Reservatórios,
Corpos D'agua - - 7,3% 1714
lagos e rios
FONTE: PIRAQUARA, 2006.

A interação entre as diferentes formações demonstra a importância ecológica da


região, principalmente nas áreas de transição entre formações vegetais distintas.
Protegendo essas áreas podemos ampliar a proteção de espécies que vivem em
ambos os biomas. Levando em consideração um município com uma área
relativamente pequena, a presença das varias formações vegetacionais, revela uma
singular importância ambiental ao município.

2.3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

O perfil socioeconômico é determinado através de uma análise das condições atuais


da população, como aspectos relacionados à demografia, distribuição de renda
familiar mensal, por faixas de salário mínimo, escolaridade e IDH. As informações são
complementadas com a análise quanto às vocações econômicas do município,
considerando o contexto atual e projeções em termos das atividades produtivas por
setor.

2.3.1. Demografia

Para um estudo sobre o processo de formação e caracterização populacional de


Piraquara, é necessário inicialmente a compreensão de sua formação legal e
desmembramentos frente aos municípios vizinhos.
Inicialmente, a região de Piraquara estava inserida no município de São José dos
Pinhais e foi ocupada por fazendeiros atraídos pela procura de ouro na região de
Curitiba. Contudo, destacou-se nos setores agrícola e pecuário por influência de
imigrantes italianos vindos posteriormente, fato que potencializou a aglomeração de
fazendeiros, elevando o local à condição de vila em 1890, quando se desmembrou de
São José dos Pinhais, recebendo o nome de Deodoro em referência ao Marechal
Manoel Deodoro da Fonseca. Apenas em 1929 passou a receber o nome de
Piraquara. Com o desenvolvimento da população, foi criado o distrito de Campina
Grande, que em 1951 desmembra-se constituindo um novo município, fato semelhante
que ocorreu em 1964, quando houve a criação do distrito de Pinhais, também se
desmembrando em 1992.

45
A partir do Censo Demográfico de 1991 foi possível uma quantificação confiável da
população em nível nacional, e não diferente dos residentes no município. Entretanto,
entre o primeiro e o segundo censo, há um decaimento significativo na população do
município, apresentado na Figura 2.9.

Figura 2.9 – Histórico Populacional

120.000

100.000

80.000
Habitantes

60.000

40.000

20.000

0
1991 1996 2000 2007 2010

FONTE: IBGE, 2010.

A queda de 57.082 (IBGE, 2010) habitantes representou um decréscimo de 53% da


população, número que representa o então recém-criado município de Pinhais,
justificando sua formação. Contudo, segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano do
Brasil, Piraquara cresceu a uma taxa de 9,83% ao ano entre 1991 e 2000, porém já na
década seguinte houve uma forte desaceleração da taxa, estabelecida em 2,49% ao
ano. Assim, Piraquara atingiu uma população de 93.207 habitantes em 2010
contabilizada pelo Censo Demográfico de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), estando atualmente (2014) estimada em 102.798 habitantes
pelo Instituto, ou seja, dobrando sua população desde 1996, atingindo novamente a
população de 1991 antes da separação de Pinhais.
Esse aumento populacional e a redução da área municipal elevaram
consideravelmente a densidade demográfica, já que o município reduziu sua área a
226,24 km², determinando a densidade em 454,37 hab./km². Segundo os setores
censitários do IBGE, o setor de maior população e também densidade está localizado
ao norte do município, em um polígono retangular que corresponde à Penitenciária
Estadual de Piraquara II (PEP II), que abriga uma população de 3.081 (IBGE, 2010)
pessoas. A região oeste do município, próximo ao Rio Iraí, possui do 2º ao 9º setores
com maior densidade, já que abrigam uma grande quantidade de habitantes em áreas
reduzidas, entretanto são considerados setores rurais por estar fora do perímetro
urbano definido na Lei Nº 896/2007 conforme demostra a Figura 2.9.
Confrontando essas densidades com aquelas estabelecidas pelo Decreto nº 809/99
que estabelece a UTP Guarituba (Figura 2.9), nota-se que os setores de maior
densidade estão localizados na Zona de Urbanização Consolidada (ZUC), as quais,
por definição, devem ser saneadas e recuperadas suas condições ambientais. Essas
áreas ainda podem ter suas densidades aumentadas quando há disponibilidade em 46
termos de infraestrutura, fato não evidenciado localmente e carente destes
investimentos.
Sobre a Zona de Restrição à ocupação residia em 2010 o total de 4211 (IBGE, 2010)
em setores de baixa densidade, contudo esse zoneamento permite apenas atividades
de lazer e de conservação definidas em plano de manejo e/ou projeto urbanístico
específico, ou ainda um potencial de apenas uma moradia a cada 20.000 m². Também
restringe qualquer atividade que possa comprometer a qualidade hídrica da bacia ou a
conservação do meio ambiente.
Em termos de densidade, os demais setores não apresentam irregularidades uma vez
que aqueles cujas populações são mais elevados estão inseridos no perímetro urbano
do município, com exceção da população rural presente na APA de Piraquara, que
está estabelecida na zona de ocupação orientada.
A Figura 2.10 apresenta a distribuição da população por setor censitário no limite
municipal, a classificação dos setores como urbanos rurais e o perímetro urbano
conforme descrição na Lei Municipal nº 896/07.

47
QUATRO BARRAS Figura 2.10 - Distribuição
da População
P

T imbu
P lano M unic ipal
d e S a n e a m e n to
Básico de Piraquaral

Rio
Legenda
Rio Igua
çu Sedes Municipais
P
Hidrografia

Reservatório Iraí
Rio Iguaçu
Rio Palmi

25°25'S
Perímetro Urbano (Lei Nº 896/07)

Reservatórios
tal

Área Urbana de Piraquara

PIRAQUARA Setores Censitários Urbanos


P

R io I
pir Setores Censitários Rurais
a
Habitantes por Setor Censitário

ng
6

a
0
3 a 200

-5
PR
200 a 500
Rio

Pi 500 a 1000
ra
q ua
ra 1000 a 1500

Barragem do Cayuguava 1500 a 3081

Barragem Piraquara II

25°30'S
Mato Grosso do Sul

São Paulo
PARANAVAÍ

Ri
LONDRINA

o
It a
qu
i
Paraná
CASCAVEL
PONTA GROSSA
GUARAPUAVA
FOZ DO IGUAÇU

Santa Catarina
Ri o

Rio Grande do Sul

±
Pe
qu
e
ESCALA: 1:125.000
no

0 0,40,8 1,6 2,4 3,2


Km 06
STAGE
49°10'W 49°5'W 49°0'W
Sobre a distribuição urbana e rural da população, houve uma inversão entre 1996 e
2000, quando a população rural se tornou maior que a urbana, ressaltando que os
habitantes da região do Guarituba são considerados rurais. A Figura 2.11 demonstra a
evolução da divisão populacional desde o Censo de 1991. A contagem realizada em
2007 não realizou essa diferenciação. A distribuição de 1991 é referente ao Atlas de
Desenvolvimento Humano do Brasil.

Figura 2.11 – Evolução das Populações Urbana e Rural

100.000
90.000
80.000
70.000 51%
60.000
54%
50.000
40.000 46%
30.000
38%
20.000 46% 49%
54%
10.000 62%
0
1991 1996 2000 2010
Urbana Rural

FONTE: IBGE, 2010.

Em termos de gênero, a maioria da população é masculina com pequena


predominância sobre a feminina. O ano com a maior diferença foi registrado em 1991,
quando os homens representavam 54% da população, e nos restante dos anos
totalizam 52% dos habitantes, número estabilizado a partir de 1996 conforme a Figura
2.12. Ressaltando que na contagem de 2007 não houve esta diferenciação.

Figura 2.12 – Evolução dos Gêneros

100.000
90.000
80.000
70.000
48%
60.000
50.000 48%
40.000
48%
30.000
52%
20.000 46%
52%
10.000 52%
54%
0
1991 1996 2000 2010
Homens Mulheres

FONTE: IBGE, 2010.

49
Com relação à faixa etária da população, em 2010, a maior parcela nasceu entre os
anos 1995 e 2000, completando assim 10 a 14 anos no ano do Censo, representando
a fatia de 10,13% da população. A segunda maior parcela completava de 25 a 29 anos
(9,87%), e a terceira entre 15 a 19 anos (9,49%). Considerando ainda a quarta maior,
pessoas que tinham entre 20 a 24 anos, nota-se que quase 40% da população estava
entre 10 e 29 anos. Se for ampliada a faixa etária, pouco mais de 72% da população
possui menos de 40 anos. A maioria dos homens possuía idade entre 25 a 29 anos e
a maior parte das mulheres estava entre 10 e 14 anos. Apenas 2,5% da população
alcançaram mais de 70 anos, sendo 83 acima de 90 anos, das quais 63 mulheres e
ainda 4 pessoas acima de 100 anos., como mostra a Figura 2.13.

Figura 2.13 – Distribuição da Faixa Etária 2010

> 100
95 a 99
90 a 94
85 a 89
80 a 84
75 a 79
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
5 a 9
1 a 4

6.000 4.000 2.000 0 0 2.000 4.000 6.000

Mulheres Homens

FONTE: IBGE, 2010.

Para o diagnóstico sobre o acesso à infraestrutura, é necessária a análise separada


dos dois grandes grupos presentes em qualquer município do território nacional, que
na maioria dos casos implica em ter ou não acesso à infraestrutura, divididos em
população urbana e rural.
Segundo o IBGE, em 2010, 52% dos domicílios presentes em Piraquara eram
urbanos, que somavam 13.666. Destes, 98% tinham ligações à rede geral de
abastecimento de água da Sanepar, contudo havia 243 residências que dependiam de
poço ou nascente presente em sua propriedade, 20 buscavam água em poços fora de
seus domínios, 4 adquiriam água de carros pipa ou da chuva e 1 domicílio buscava
água em rio, ou seja, 268 habitações que mesmo em área urbana não recebiam água
tratada da rede.
Já o alcance da estrutura na área rural é menor, uma vez que de um total de 11.098
residências, incluindo aquelas em área urbana consolidada segundo a UTP Guarituba,
mas consideradas rurais pelo IBGE por estarem fora do perímetro urbano, apenas
50
89% estavam conectadas à rede de abastecimento, e cerca de 11% dependia de
poços, inseridos ou não na propriedade. Uma residência dependia de carro-pipa, e 9
da coleta de água em rios da região. Em outras palavras, 1.346 domicílios dependiam
de fontes alternativas de água para seu consumo, conforme apresenta a Figura 2.14.
Ressalta-se que a população urbana ou rural não contemplada pelo abastecimento
adequado está mais propícia à contaminação por vetores patogênicos potencialmente
presentes em águas de consumo não tratadas, podendo culminar em diversas
doenças como a diarreia, significativamente nociva às crianças até 5 anos,
esquistossomose, hepatite, entre outras.

Figura 2.14 – Distribuição do Abastecimento de Água por Domicílio

14.000

12.000

10.000
Domicílios

8.000

6.000

4.000

2.000

0
Rede geral Poço ou Poço ou Carro‐pipa ou Rio, açude, lago Poço ou Poço ou Outra
nascente na nascente fora da água da chuva ou igarapé nascente na nascente fora da
propriedade propriedade aldeia aldeia

Urbano Rural

FONTE: IBGE, 2010.

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2013 a


população urbana era de 49.588 habitantes, sendo que destes, 100% era atendido
pelo serviço de abastecimento de água. A população rural contabilizava 51.465
habitantes, porém 46,4 mil habitantes eram atendidos pelo serviço, ou seja, 10% dos
habitantes rurais não eram contemplados.
Ainda segundo o SNIS, no mesmo ano apenas 69,6% dos habitantes estavam ligados
à rede de coleta de esgoto. Segundo os dados disponíveis, 100% da população
urbana possuía a disponibilidade de esgotamento sanitário, já a parcela rural atendida
era de apenas 40,3%.
Já segundo o Censo Demográfico de 2010, há uma pequena divergência, uma vez
que os números do estudo trazem que 81,5% dos domicílios urbanos estavam ligados
à rede geral de esgoto ou pluvial. Para os domicílios rurais, essa porcentagem é ainda
menor, já que foi constatado que apenas 55% estavam ligados à rede de esgotamento
sanitário. A saída mais comum àqueles que não disponibilizam da rede de coleta é a
fossa séptica, que aumenta significativamente o risco de contaminação do aquífero por
fossas mal dimensionadas ou instaladas, bem como uma possível contaminação
superficial. Cerca de 11% da população urbana e 21% da rural recorriam à este
dispositivo segundo o Censo. Ainda mais nociva, a fossa rudimentar foi constatada em
650 residências urbanas e 1.278 rurais, representando 4,7% e 10% dos domicílios
respectivamente, sendo igualmente nocivo e contaminante às valas, método adotado
51
por 1,9% dos domicílios urbanos e significativos 12% na área rural, que afetam
diretamente o aquífero contaminando a própria água retirada em poços conforme
apresentado anteriormente. O panorama da destinação de esgoto, segundo o Censo
2010 está apresentado na Figura 2.15.

Figura 2.15 – Distribuição do Esgotamento Sanitário por Domicílio

12.000

10.000

8.000
Domicílios

6.000

4.000

2.000

0
Rede geral de Fossa séptica Fossa Vala Rio, lago ou Outro tipo Não tinham
esgoto ou rudimentar mar
pluvial
Urbana Rural

FONTE: IBGE, 2010.

2.3.2. Áreas de Interesse Social

Concebidas oficialmente pela Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, as Zonas


Especiais de Interesse Social (ZEIS) surgiram na década de 80, no município do
Recife em Pernambuco, com o intuito de regularizar urbanisticamente assentamentos
precários através de planos urbanísticos específicos.
A fim de atender a população de baixa renda, uma área pode ser decretada como
ZEIS indiferentemente de ter surgido espontaneamente, estar existente e/ou
consolidada ou ainda proposta pelo Poder Público, apenas necessita da possibilidade
de urbanização e regularização fundiária.
Em Piraquara o Plano Diretor Municipal elenca 5 ZEIS, sendo estabelecidas por
decretos individuais. Contudo, posterior à publicação do plano, novas ZEIS foram
estabelecidas. Até o presente momento, não foi possível um detalhamento maior
destas zonas por falta de informações primárias oficiais, de base confiável, portanto,
são descritas apenas algumas características de três ZEIS devidamente identificadas:
A ZEIS da Vila Militar foi a primeira instituída no município, decretada pela Lei Nº
887/07. É a menor das atuais zonas, ocupando o espaço de uma quadra próxima à
Penitenciária Estadual.
A ZEIS do Jardim Bela Vista foi instituída pela Lei Nº 1.147/2011, estando localizada
logo após o cruzamento da PR – 415 e o Contorno Leste, abrangendo 14 lotes para a
regularização fundiária.
Já a quinta zona foi estabelecida em 2011, pela Lei Nº 3.855/12 e compreende os
loteamentos da Vila Nova, Caiçara, Jardim Itiberê, Concórdia, Pantoni Filho, Jardim
52
Alterosa, Sant`Anna, Vera Cruz, Wagner e Tarumã, todos inseridos na região do
Guarituba.

2.3.3. Desenvolvimento Humano e Taxa de Pobreza

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o


Desenvolvimento humano é o processo de ampliação das liberdades das pessoas, no
que tange suas capacidades e as oportunidades a seu dispor, para que elas possam
escolher a vida que desejam ter.
Ainda segundo o Atlas do Desenvolvimento no Brasil 2013, “o processo de expansão
das liberdades inclui as dinâmicas sociais, econômicas, políticas e ambientais
necessárias para garantir uma variedade de oportunidades para as pessoas, bem
como o ambiente propício para cada um exercer na plenitude seu potencial. Assim,
desenvolvimento humano deve ser centrado nas pessoas e na ampliação do seu bem-
estar, entendido não como o acúmulo de riqueza e o aumento da renda, mas como a
ampliação do escopo das escolhas e da capacidade e da liberdade de escolher. Nesta
abordagem, a renda e a riqueza não são fins em si mesmas, mas meios para que as
pessoas possam viver a vida que desejam”.
Ainda distante dessa realidade, o Brasil vem se destacando no cenário mundial com o
progresso no combate à desigualdade através de diversas políticas e ações que
buscam transferência de renda, maiores acessos à infraestrutura, melhoria nos
sistemas de educação e saúde. Apesar do objetivo ainda estar longe do satisfatório,
os municípios sentem o progresso nacional de forma mais sensível.
A fim de mensurar essa variação do desenvolvimento humano, em 1990 foi lançado o
Índice de Desenvolvimento Humano, conhecido como IDH, índice que reúne três dos
requisitos mais importantes para a expansão das liberdades das pessoas: a
oportunidade de se levar uma vida longa e saudável – saúde –, ter acesso ao
conhecimento – educação – e poder desfrutar de um padrão de vida digno – renda.
O Índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo ao zero, menor o
desenvolvimento de um local, e mais próximo ao 1, maior. O PNUD estabeleceu faixas
para a classificação dos municípios, sendo:
 de 0 a 0,499 Muito Baixo;
 de 0,500 a 0,599 Baixo;
 de 0,600 a 0,699 Médio;
 de 0,700 a 0,799 Alto;
 acima de 0,800 Muito Alto.
Em 1991, primeiro ano de medição municipal do IDH-M, o município de Piraquara
ficou classificado muito baixo desenvolvido, já que atingiu o índice de 0,478 na média
geométrica dos índices de Renda, Longevidade e Educação. Já no ano 2000, quase
atingiu o patamar de médio desenvolvimento, quando seu IDH-M atingiu 0,581,
entretanto elevou sua categoria apenas a baixo. O maior salto de qualidade se deu
entre o ano 2000 e 2010, quando o foi registrado o índice de 0,700, atingindo o status
de município com alto desenvolvimento humano.
O fator primordial para esse progresso foi o avanço no índice de educação, que
cresceu 140% entre 1991 e 2010 em termos absolutos, e em termos relativos à 53
composição do índice total, saltou de 15% para 27%. A longevidade cresceu 18% no
período, e a renda teve o pior desempenho, aumentando o seu índice em 11%,
conforme demonstra o gráfico da Figura 2.16.

Figura 2.16 – Evolução do IDH - M

2010 32% 41% 27%

2000 35% 45% 20%

1991 39% 46% 15%

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

Renda Longevidade Educação

FONTE: PNUD, 2013.

Apesar do avanço, o município ainda está abaixo das médias de IDH estadual e
federal. Enquanto a média de Piraquara é de 0,700, o índice do Paraná é de 0,749 e
do Brasil 0,727, o que demonstra que o município precisa avançar ainda mais nessas
áreas, em especial na renda.
Segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2010, o valor de rendimento médio
domiciliar, medido em relação ao salario mínimo corrente, diminuiu entre 2000 e 2010.
Essa constatação é notável quando se observa a Figura 2.17, já que a porcentagem
de população inserida nas faixas de renda familiar de 3 a 5 salários mínimos, ou
superiores a isso, reduzem drasticamente na medição de 2010, e as faixas mais
baixas elevam suas parcelas. Ressalta-se ainda o aumento significativo da população
sem rendimento que engloba os domicílios cujos moradores recebiam somente em
benefícios.

54
Figura 2.17 – Variação das Faixas de Renda

45%

40%

35%
% Doimicílios 

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%
Urbana 2000 Urbana 2010 Rural 2000 Rural 2010
Até 1/4 de salário mínimo Mais de 1/4 a 1/2 salário mínimo Mais de 1/2 a 1 salário mínimo
Mais de 1 a 2 salários mínimos Mais de 2 a 3 salários mínimos Mais de 3 a 5 salários mínimos
Mais de 5 salários mínimos Sem rendimento

FONTE: IBGE, 2010.

Ainda de acordo com o Censo de 2010, o rendimento médio das pessoas


economicamente ativas era de R$ 1.056,03, sendo o pico máximo por idade na faixa
de 45 a 49 anos, cujo rendimento médio era de R$ 1.180,94. A renda média per capita
por domicílio era de R$ 642,47, sendo que nas residências urbanas essa média per
capita era de R$ 720,77 e na rural de R$ 556,48. Havia um total de 25.233 homens
economicamente ativos em Piraquara e 19.352 mulheres em 2010.
Segundo os dados do PNUD divulgados no Atlas de Desenvolvimento Humano no
Brasil, a renda per capita de 2010 era de R$ 581,74, tendo evoluído de R$ 384,81 em
1991, passando ainda por R$ 425,70 em 2000.
O mesmo estudo aponta que tanto a população extremamente pobre, quanto aquela
classificada apenas como pobre, representam parcelas menores da sociedade
municipal se comparadas à 1991, contudo essas mesmas taxas tiveram uma variação
significativa durante esse período, conforme o gráfico da Figura 2.18.

55
Figura 2.18 – Variações da Pobreza e Índice de Gini

20 0,6

18
0,5
16
0,48
14
0,4
0,42 0,41

Índice de Gini
% População

12

10 0,3

8
0,2
6

4
0,1
2

0 0
1991 2000 2010
Índice de Gini % de extremamente pobres % de pobres

FONTE: PNUD, 2013.

Em 1991, 3,76% da população estavam classificadas como extremamente pobre, ou


seja, vivia com menos de R$ 70,00 por pessoa, por mês, e 17,99% apenas como
pobre. Nesse momento, o índice de Gini era de 0,42.
O índice de Gini é geralmente utilizado para calcular e demonstrar a desigualdade de
distribuição de renda de uma população de um determinado local. Ele consiste em um
número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda, ou seja,
todos recebem a mesma quantia, enquanto que o valor 1 corresponde a toda renda
concentrada em apenas um indivíduo.
Entretanto, no ano 2000 as parcelas da população de extremamente pobres e pobres
aumentou para 5,34% e 18,96%, valores que aumentaram a desigualdade em
Piraquara, elevando assim o índice de Gini para 0,48.
Por fim, em 2010 as taxas de pobreza dessas populações superam positivamente
aquelas de 1991, quando caíram para 2,03% para os extremamente pobres e
significativamente para 6,67% para os meramente pobres. Esses valores podem ser
justificados pelo maior alcance das famílias à bens e serviços, contudo variações dos
critérios para classificação de pobreza e a discrepância em relação ao salário mínimo
podem estar produzindo certa contrariedade aos dados publicados pelo IBGE para o
mesmo período, já que a linha de R$ 70,00 por pessoa pode representar menos de ¼
de salário mínimo, dependendo da família.

2.3.4. Educação

Conforme observado pelas medições de Índice de Desenvolvimento Humano, a


educação no município tem obtido bastante progresso ao longo das duas últimas
décadas. Segundo essas medições do PNUD, os maiores avanços se deram no
ensino fundamental e nas faixas de idade mais baixas, conforme o gráfico da Figura
2.19.

56
Figura 2.19 – Evolução da Educação Básica Municipal

100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
% de 5 a 6 anos na escola % de 11 a 13 anos nos anos % de 15 a 17 anos com % de 18 a 20 anos com
finais do fundamental fundamental completo médio completo

Piraquara 1991 Piraquara 2000 Piraquara 2010 Paraná 2010 Brasil 2010

FONTE: PNUD, 2013.

Apesar dos avanços, na área de educação, Piraquara também continua abaixo das
médias estadual e nacional, fato que abre a oportunidade para investimentos efetivos
na área.
Ao ingressar na escola, a expectativa de anos de estudo de uma criança é de 8,99
anos, enquanto que no estado essa média de tempo gasto em educação era de 10,43
anos. Em 1991, essa média municipal era superior, de 9,32 anos, valor que diminuiu
significativamente no ano 2000, e tornou a crescer para 2010, mas ainda abaixo do
nível da primeira medição. Enquanto isso, a média de tempo estadual apenas
aumentou, já que em 1991 a expectativa de tempo era 9,68 anos, em 2000 de 10,11 e
2010, 10,43 anos (PNUD, 2013).
A população adulta, classificados aqueles com 25 anos de idade ou mais, também
vem melhorando sua escolaridade. Enquanto as taxa de analfabetismo e ensino
fundamental incompleto vem caindo substancialmente, o número de pessoas que
completam o ensino fundamental vem aumentando, e o maior crescimento é percebido
entre aqueles que concluem o ensino médio, mas não finalizam o ensino superior,
saltando de 5,91% da população para 21,65, representando um aumento de 266%
nessa taxa. O segundo mais significativo aumento se deu aos que concluem o ensino
superior, aumentando 224% sua taxa, entretanto, em termos totais da população, em
2010 esse número era ainda inferior à parcela analfabeta ou com fundamental
incompleto, já 4,67% concluíram o ensino superior, e 6,34% da população sequer
concluiu o fundamental ou é analfabeta. A maior parte da população, cerca de 47,71%,
não concluiu o ensino fundamental, como mostra a Figura 2.20.

57
Figura 2.20 – Evolução do Ensino em Adultos

1991
2000
2010

Fundamental incompleto e analfabeto Fundamental incompleto e alfabetizado
Fundamental completo e médio incompleto Médio completo e superior incompleto
Superior completo

FONTE: PNUD, 2013.

Segundo o IBGE, baseado em dados do Ministério da Educação, em 2012 Piraquara


possuía 300 professores na rede municipal de ensino, 269 na rede estadual e 58 em
escolas particulares, totalizando 627 docentes. No município estão presentes 22 pré-
escolas (8 privadas), 34 escolas de ensino fundamental, das quais 5 são privadas e 20
municipais, apenas 9 de ensino médio, sendo 1 particular.
No que tange às matriculas realizadas no período completo do ano de 2012,
computou-se 15.792 inscrições no ensino fundamental, 8,9% deste montante em
escolas particulares, 40,3% em escolas da rede estadual e 50,8% nas municipais. Já
no ensino médio foram apenas 2.672 matrículas, sendo 40 em instituições privadas e
o restante em colégios estaduais.
O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES) cita em
seu recente caderno estatístico de 2015 de Piraquara que a maior parte dos
analfabetos no município é pessoas acima de 50 anos, e a menor taxa é justamente
sobre os mais novos. O Quadro 2.2 demonstra esses números.
Quadro 2.2 – Taxa de Analfabetismo por Idade
Faixa Etária Taxa
de 15 ou mais 5,03%
de 15 a 19 0,98%
de 20 a 24 1,19%
de 25 a 29 1,58%
de 30 a 39 2,62%
de 40 a 49 4,85%
de 50 e mais 15,48%

FONTE: IPARDES, 2015.

Ainda segundo o IPARDES, em 2013 a taxa de aprovação do ensino fundamental foi


de 85,2% e 75,9% para o ensino médio. Contudo, as taxas de abandono dos estudos
estão em 3,1% para o ensino fundamental, sendo a maior parte entre a 5ª e 8ª série 58
ou 6º e 9º ano, e 9,1% para o ensino médio. A taxa de reprovação do ensino médio
também é a maior, alcançando 15%, e para o ensino fundamental essa taxa é de
11,7%. Também para o ensino médio, cerca de 33% dos alunos estão com a idade
distorcida, ou seja, atrasados em relação à idade correta para a série. Para o ensino
fundamental esse valor é de 17,6%, aumentando conforme a evolução das séries.

2.3.5. Atividades e Vocações Econômicas

O IPARDES elenca no caderno estatístico de Piraquara de 2015 todas as atividades


constatadas pelo IBGE, contabilizando o número de pessoas envolvidas, conforme
Quadro 2.3. Dentre as principais, a atividade de reparação de veículos automotores e
motocicletas representava 15% em 2010 das pessoas contabilizadas em atividade,
seguido pelas indústrias de transformação também com 15% e em seguida pelo setor
de construção com 14%. Juntas, essas atividades correspondem a 44% do total da
população contabilizada.
Quadro 2.3 – População Ocupada Segundo as Atividades Econômicas - 2010
Atividades Econômicas Nº de Pessoas
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura 1.034
Indústrias extrativas 81
Indústrias de Transformação 6.306
Eletrecidade e gás 66
Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação 534
Construção 5.731
Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas 6.450
Transporte, armazenagem e correio 2.261
Alojamento e alimentação 1.637
Informação e comunicação 635
Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados 265
Atividades Imobiliárias 235
Atividades Profissionais, científicas e técnicas 602
Atividades administrativas e serviços complementares 2.350
Administração pública, defesa e seguridade social 2.115
Educação 1.990
Saúde humana e serviços sociais 1.610
Artes, cultura, esporte e recreação 298
Outras atividades de serviços 1.036
Serviços domésticos 3.633
Atividades mal especificadas 2.933
Total 41.802

FONTE: IPARDES, 2015.

Em número de estabelecimentos, o setor de comércio é o mais relevante no município,


com 384 estabelecimentos em 2013, porém em acondicionamento de empregos, o
maior é o setor de serviços, com 4312 vagas ocupadas. O terceiro maior setor no
município é o industrial, em especial as indústrias de transformação cujo objeto de
trabalho é o papel, papelão ou são editoriais e gráficas e as metalúrgicas. As principais
59
indústrias e empresas presentes na região são: Guardanapos Nevada, BS Colway,
Energy, Chocolates Colinas, Kolafit, Bitway, Medplast e Bricka Walls (Quadro 2.4).
Quadros 2.4 – Número de Estabelecimentos e Empregos Segundo as Atividades
Econômicas - 2013

Atividades Econômicas Estabelecimentos Empregos


INDÚSTRIA 98 1504
Extração de minerais 4 62
Indústria de Transformação 91 1386
Indústria de produtos minerais não metálicos 8 80
Indústria metalúrgica 20 97
Indústria mecânica 7 33
Indústria do material elétrico e de comunicações 2 10
Indústria do material de transporte 4 161
Indústria da madeira e do mobiliário 5 6
Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 10 462
Indústria da borracha, fumo, couros, peles e produtos
5 69
similares e Indústria Diversa

Indústria química, de produtos farmacêuticos, veterinários,


4 57
de perfumaria, sabões, velas e matérias plásticas
Indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos 10 247
Indústria de calçados - -
Indústria de produtos alimentícios, de bebida e álcool etílico 16 164
Serviços Industriais de Utilidade Pública 3 56
CONSTRUÇÃO CIVIL 107 734
COMÉRCIO 384 1869
Comércio varejista 364 1587
Comércio atacadista 20 282
SERVIÇOS 232 4312
Instituições de crédito, seguros e de capitalização 10 159
Administradoras de imóveis, valores mobiliários, serviços
61 352
técnicos profissionais, auxiliar de atividade econômica
Transporte e comunicações 39 568
Serviços de alojamento, alimentação, reparo, manutenção,
90 413
radiodifusão e televisão
Serviços médicos, odontológicos e veterinários 13 271
Ensino 17 181
Administração pública direta e indireta 2 2368
AGROPECUÁRIA (Agricultura, silvicultura, criação de animais,
33 147
extração vegetal e pesca)
ATIVIDADE NÃO ESPECIFICADA OU CLASSIFICADA - -

FONTE: IPARDES, 2015.

60
Conclui-se portanto, que as principais atividades desenvolvidas no município são de
comércio, serviço, e as atividades industriais, já que envolvem a maior parte das
pessoas contabilizadas no levantamento, além do número de estabelecimentos
presentes em Piraquara.

2.4. ASPECTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS

Uma maneira básica de mensurar a economia de uma determinada região pode ser
feita pela soma de todos os bens e serviços produzidos nesse local num determinado
período de tempo, ou seja, através do indicador do Produto Interno Bruto (PIB).
período de tempo, ou seja, através do indicador do Produto Interno Bruto (PIB).
O acompanhamento histórico deste valor estabelece uma base de comparação com si
próprio ao longo do tempo, além de permitir o confrontamento com outros lugares,
inclusive em diferentes escalas.
O PIB indica que quanto maior for o valor medido, maior é o nível de riqueza, ou ainda,
quanto mais se produz, mais se está consumindo, investindo e vendendo. Esse ciclo
gera uma cadeia econômica importante, já que um PIB maior significa mais dinheiro
disponível ou circulando na sociedade, que por sua vez aumenta seu consumo,
fazendo com que as empresas vendam mais, criem mais empregos, aumentem o
número de empreendimentos e aumentam o poder de competitividade local.
A evolução econômica histórica do município é notável, uma vez que desde 1991 o
Produto Interno Bruto (PIB) municipal cresceu quase 5,5 vezes até 2012, saindo de R$
139 milhões a R$ 754 milhões, impulsionado principalmente pelo setor de serviços,
que representa 71% do PIB total de 2012. O setor industrial é o segundo maior
contribuinte, e chegou a representar 32% do total em 2005, contudo essa participação
vem diminuindo, representando atualmente 18%. A arrecadação de impostos
representa 8%, e a agropecuária, o menor setor, varia desde 1991 entre 1 e 2%. Os
valores históricos estão apresentados na Figura 2.21.

Figura 2.21 – Evolução Histórica do PIB Municipal

800.000

700.000

600.000

500.000
Mil Reais

400.000

300.000

200.000

100.000

0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Impostos Agropecuária Indústrial Serviços

FONTE: IBGE, 2015.


61
Apesar do grande avanço em relação ao seu PIB, o município de Piraquara possui o
menor PIB per capita dentro todos os municípios paranaenses, estando na 399ª
posição do ranking em 2012. O fraco desempenho se deve principalmente ao fato do
município possuir muitas restrições ambientais, como APPs, Áreas de Manancial,
entre outras, que acabam por suprimir um desenvolvimento econômico maior.
Como compensação, Piraquara tem o direito de arrecadar através do ICMS Ecológico
desde 1991, quando houve a criação Lei Complementar Nº 59/91. Segundo o ICMS
ECOLÓGICO, em 2009, o município arrecadou R$ 10,2 milhões.
Segundo o IPARDES, o município teve uma receita de R$ 142.794.842,37 em 2013,
das quais, R$ 3.398.072,36 foram receitas de capital. As demais fontes de receita do
governo municipal estão listadas no Quadro 2.5 a seguir:
Quadro 2.5 – Receitas Correntes Municipais Segundo as Categorias - 2013
Categorias Valor (R$)
Receitas de Contribuições 2.781.276,27
Receita de Serviços 152.041,24
Receita Patrimonial 1.868.076,52
Receita Tributária 20.760.935,36
Receita de transferências correntes 107.544.096,52
Outras receitas corrente 6.290.344,10
Total 139.396.770,01

FONTE: IPARDES, 2015.

Já as despesas municipais ficaram em R$ 123.197.421,86, sendo que as correntes


totalizam R$ 111.798.771,41 e as de capital R$ 11.398.650,45. Tais despesas, além
das despesas distribuídas por função estão detalhadas nos quadros Quadro 2.6 e
Quadro 2.7.
Quadro 2.6 – Despesas Correntes Municipais Segundo as Categorias - 2013
Categorias Valor (R$)
Pessoal e encargos sociais 69.267.115,33
Juros e encargos da dívida 605.508,12
Outras despesas correntes 41.926.147,96
Total 111.798.771,41

FONTE: IPARDES, 2015.

Quadro 2.7 – Despesas Municipais por Função - 2013


Função Valor (R$)
Intraorçamentária 5.485.067,75
Legislativa -
Judiciária 812.234,62
Essencial à Justiça -
Administração 22.570.690,25
Defesa Nacional -
Segurança Pública 63.900,05
Relações exteriores -
Assistência social 6.720.917,55 62
Função Valor (R$)
Previdência social -
Saúde 22.293.326,73
Trabalho -
Educação 46.165.790,38
Cultura 355.067,93
Direitos da cidadania 1.144,85
Urbanismo 1.563.998,57
Habitação 139.226,90
Saneamento -
Gestão ambiental 4.919.222,62
Ciência e tecnologia -
Agricultura 18.728,42
Organização agrária -
Indústria 883.618,61
Comércio e serviços 19.862,65
Comunicações -
Energia 1.935.870,56
Transporte -
Desporto e lazer 1.329.970,56
Encargos especiais 7.918.782,92
Total 123.197.421,92

FONTE: IPARDES, 2015.

2.5. ASPECTOS JURÍDICO-INSTITUCIONAIS

O complexo em que se insere a Administração Pública nos diferentes níveis


republicano-federativos brasileiros (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) por
seus órgãos (administração direta) e entidades (administração indireta), regidos pelo
art. 37, capit e respectivos incisos (I a XXII e respectivos parágrafos), exige sistema
eficiente de ação, comunicação e resultados, para que possam bem servir aos seus
públicos relevantes, de modo especial os consumidores de serviços públicos
essenciais e, por conseguinte, manter sustentabilidade e sobrevivência.
Nesse quadro, faz-se aqui um esforço em compor um modelo sistêmico compartilhado
para o Plano Municipal de Saneamento Básico de Piraquara e seus convizinhos
metropolitanos de Quatro Barras, São José dos Pinhais, Morretes e Pinhais.
Ressalta-se que os esforços de pesquisas e estudos da legislação peculiar que regem
os municípios em questão – ou mesmo a sua falta – comprovam semelhanças
comuns, típicas da situação de continuidade territorial de limites e vizinhança.
De forma específica, o presente estudo busca examinar os aspectos institucionais,
jurídico-legais e situacionais relacionados com o Município de Piraquara, à luz, em
especial, dos princípios regentes da Lei Federal nº 11.445/2007 – que estabelece
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico –, sem prejuízo de outras leis, estudos
técnicos e quaisquer referências que, a seu tempo e modo, contenham ou explicitem
características ambientais.
63
Deve-se ressaltar que o município de Piraquara, conquanto submetido às orientações
inerentes ao planejamento e à gestão de seus serviços públicos de saneamento
básico – abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais urbanas – e face à condição de
integrante da Região Metropolitana de Curitiba, bem como também às normas
regulatórias do Instituto das Águas do Paraná – AGUASPARANÁ, tem perante a Lei
Federal nº 11.445/2007 compromissos indispensáveis, que hão de compatibilizar-se
com as suas características e compromissos constitucionais, como por Lei Orgânica,
Plano Diretor e demais normas locais urbanísticas.

2.5.1. Aspectos Gerais de Ordem Constitucional, Institucional e Jurídico-Legal


Relacionados com os Municípios Brasileiros e Suas Competências

Os estudos e pesquisas citados neste documento, conquanto refiram-se ao Município


de Piraquara, são extensivos aos municípios da Região Metropolitana de Curitiba e
sua legislação, provinda da faculdade constitucional do art. 25, §3º da Carta Maior
Brasileira de 1988.
Os citados Municípios também se enquadram na observância do Estatuto da Cidade,
objeto da Lei Federal nº 10.257 de 10 de julho de 2001, e legislação posterior, que
regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, fato que lhes impõe
a obrigação de dispor sobre o seu respectivo Plano Diretor, ex vi do seu art. 41, inc. II,
bem como à obediência da legislação, in casu, a da Região Metropolitana de Curitiba,
sem prejuízo de outras importantes leis.
a) O município brasileiro: competências privativas e finanças
Os Municípios, no Brasil, são entidades federativas e autônomas, regidos por Lei
Orgânica própria, na forma estabelecida pela Constituição Republicana de 1988, art.
29, incisos e alíneas, competindo-lhes o exercício das matérias dispostas nos incisos I
a IX, sob fiscalização e controle do Poder Legislativo Municipal e pelos sistemas de
controle interno do Poder Executivo Municipal, sem prejuízo do auxílio do Tribunal de
Contas do Estado respectivo a que pertençam.
No que tange os recursos financeiros de caráter tributário, o município poderá exigir o
pagamento de preços públicos ou tarifas pela prestação objetiva e direta de bens e
serviços proporcionados às comunidades.
Em termos financeiros, portanto, o estuário natural dos recursos municipais (próprios
ou de participações), redistributivos (FPM), de preços e tarifas e suas aplicações
correntes e de investimentos, condicionadas ou não, hão de ser por meio do Plano
Plurianual, segundo diretrizes orçamentárias postas em orçamentos anuais (CF/88,
art. 165, incs. I a III), observada a regulamentação estabelecida pela Lei Federal nº
4.320/1964, recepcionada pela Carta de 1988 e legislação posterior, que disciplina
normas orçamentárias e financeiras para a elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
b) Exame específico do exercício das competências constitucionais privativas dos
municípios
As competências inscritas no art. 30 e incisos da Constituição Federal de 1988 em prol
dos municípios podem ter natureza legislativa ou administrativa; a primeira – legislativa
– é aquela distribuída pela Carta Maior entre os entes republicanos e federativos, que
se expressa no poder de editar normas gerais e leis em sentido estrito. 64
Já a competência administrativa define-se como a atuação direta e objetiva do
Município, enquanto ente federativo, com vistas ao desenvolvimento de suas
atividades; de modo especial, as relacionadas com a prestação de serviços públicos
de natureza urbana e metropolitana, quando inserido nessa condição, como no caso
presente.
Importante dizer que a Constituição Federal de 1988 estabeleceu inconflitável sistema
de repartição de competência legislativa, que aparece em três formas distintas:
privativa, concorrente e suplementar, esta última de característica cooperativa ou
suplementar, em prol dos demais entes do convívio federativo (União, Estados e
Distrito Federal), como couber.
A competência privativa do Município exclui a União e o Estado Federado, constante
do rol positivado pelo art. 30 e incisos. No interesse local, pode acolher serviços e
atividades como: programas habitacionais, transporte coletivo e mobilidade urbana,
abastecimento, esporte e lazer, limpeza urbana, guarda municipal, dentre outros,
prestados à comunidade por meio de órgãos da administração direta ou por entidades
da administração indireta local, atendidos os Municípios estabelecidos na cabeça do
art. 37 da Carta Maior do país.
Ou ainda, sob o regime de concessão ou permissão, sempre mediante prévia licitação,
observada, para tanto, as regras do art. 175 da Constituição Federal e legislação
infraconstitucional, isto é: a Lei Federal nº 8.666/1993 (Licitações e Contratos
Administrativos); Lei Federal nº 8.987/1995 (Regime de Concessão e Permissão) e Lei
Federal nº 9.074/1995 (Outorga e Prorrogação das Concessões e Permissões de
Serviços Públicos) bem como sua respectiva legislação posterior.
c) O campo das competências comuns constitucionais dos municípios: observância e
aplicação
As competências comuns, também designadas cumulativas, se espraiam sob a ordem
explícita do art. 23, incs. I a XII e respectivo parágrafo único, reescrito pela Emenda
Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006 sob os seguintes dizeres, litteris:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
(...)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
(...)
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico;
(...)
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
65
Quanto ao mencionado parágrafo único, a Lei Complementar Federal nº 140, de 8 de
dezembro de 2011, fixou normas, nos termos deste parágrafo e dos incisos III, VI e VII
do caput deste artigo, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativa à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio
ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das
florestas, da fauna e da flora.
Diante disto, é de toda conveniência que o município de Piraquara, ciente do teor
integral da Lei Complementar Federal nº 140/2011, busque sempre observá-la,
recorrendo, quando cabível, à colaboração do Estado do Paraná ou do próprio
Governo Federal, no afã de seu eficaz cumprimento.
Há ainda, como adiante indicadas, várias leis federais, sem prejuízo de outras, para as
quais o município de Piraquara deve manter conhecimento, atenção e consultas,
sempre e quando necessário, em prol do interesse comum, a saber:
 Lei Federal nº 6.766/1979, que dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano, e
legislação posterior;
 Lei Federal nº 6.938/1981, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente e
legislação posterior;
 Lei Federal nº 7.347/1985, que disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente;
 Lei Federal nº 7.754/1989, que estabelece medidas para a Proteção de
Florestas existentes em nascentes de rios;
 Lei Federal nº 9.605/1998, que dispõe sobre sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e legislação
posterior;
 Lei Federal nº 9.795/1999, que dispõe sobre Educação Ambiental e institui a
Política Nacional de Educação Ambiental;
 Lei Federal nº 9.985/2000, que regulamenta o art. 225, §1º, incisos I, II, III e VII
da Constituição Federal; institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza;
 Lei Federal nº 10.257/2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana;
 Lei Federal nº 11.977/2009, que dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha
Vida (PMCMV) e a regularização fundiária de assentamentos localizados em
áreas urbanas e legislação posterior;
 Lei Federal nº 12.305/2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
 Lei Federal nº 12.608/2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção e
Defesa Civil (PNPDEC).

66
2.5.2. Efetivação Constitucional e Institucional, Operacional e Gerencial de
Região Metropolitana no Brasil

Num ambiente polêmico e controvertido em torno da caracterização de Região


Metropolitana, a edição da Lei Complementar nº 14, de 8 de junho de 1973, teve o
propósito de torná-la conquista irreversível, como explica Raul Machado Horta, litteris:
A Lei Complementar n.º 14, de 8 de junho de 1973 (...) explicitou os serviços comuns
de interesse da região metropolitana, enfrentando a questão de região metropolitana,
assim discriminados, em relação não exaustiva:
I – planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social;
II – saneamento básico, notadamente abastecimento de água e rede de esgoto e
serviço de limpeza pública;
III – uso do solo metropolitano;
(...)
VI – aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental, na forma
que dispuser a lei federal.
A lei ofereceu solução diversificada para a classificação de execução dos serviços
comuns, autorizando a concessão do serviço a entidade estadual, constituição de
empresa de âmbito metropolitano ou processos estabelecidos mediante convênio (art.
3º, parágrafo único).
A lei complementar não atribuiu receita autônoma à região metropolitana. Assegura
preferência aos Municípios da região metropolitana que participarem da execução do
planejamento integrado e dos serviços comuns para a obtenção de recursos federais e
estaduais, inclusive financiamentos e garantias de empréstimos (art. 6º).
Segundo o mesmo autor, litteris:
Na sua estrutura operacional, a Região Metropolitana requer, além dos órgãos
internos de sua composição – Conselho Consultivo e Conselho Deliberativo –, um
órgão externo de execução dos serviços comuns – empresa pública, sociedade de
economia mista ou autarquia (entidade na terminologia da administração indireta) –
que deve ser previsto e criado na legislação estadual, para atingir o objetivo concreto
da própria região metropolitana: a realização dos serviços públicos regionais.
(negritos do Consultor)
a) Região Metropolitana e a questão do saneamento básico
Conforme considerações do jurista Marcelo Figueiredo, litteris:
(...)
O peculiar interesse municipal deve ceder à noção de interesse comum. Assim, nas
Regiões Metropolitanas, há necessidade de serviços comuns integrados. A
predominância do interesse metropolitano não impõe dominante, acima do restrito
interesse local. A ideia é simples. Aonde o interesse for comum a mais de um
município – regiões metropolitanas, aglomerados urbanos ou microrregiões, a
titularidade da prestação de serviços de saneamento é dos Estados, entes
responsáveis por coordenar essa complexa realidade.
(...) 67
De outra parte, é preciso também compreender que é indisputável a competência do
Município para legislar e administrar sua realidade local. Mas no tema do saneamento
básico, muitas vezes esse “interesse local” sozinho, isolado, nada pode no mundo do
ser. Os serviços de saneamento do Município, como a captação e o tratamento de
água, deveriam passar a ser, em certas regiões, objeto de execução, controle e
fiscalização regional, de competência do Estado, compartilhada com o Município,
através de parcerias e arranjos administrativos criativos. A ideia de competência
comum em última análise advoga exatamente esse entendimento entre duas pessoas
políticas.
Acreditamos que chegou a hora de os Estados e Municípios, liderados pelos primeiros,
ao menos no tema das regiões metropolitanas, enfrentarem esse tema, sob pena do
sistema de saneamento entrar em colapso. Com razão que defendem que nas
Regiões Metropolitanas o Estado desempenha função pública de interesse comum.
(negritos do Consultor)
b) Titularidade da prestação de serviços públicos de saneamento básico em município
integrante de Região Metropolitana, Aglomeração Urbana ou Microrregião
A Carta Democrática de 1988 restaurou a autonomia dos Estados e dos Municípios,
porém, omitindo-se quanto a não definir de forma inequívoca, para cada um, a
titularidade inerente à prestação dos serviços públicos de saneamento básico.
O fato é que nem mesmo a edição da Lei Federal nº 11.445/2007 – que estabeleceu
apenas diretrizes nacionais de saneamento básico – se capacitou a resolver,
definitivamente.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por ampla maioria, que na instituição de
regiões metropolitanas e assemelhados que integram a organização, o planejamento e
a execução de funções públicas de interesse comum daqueles que as compõem
(CF/88, art.25§ 3º), deve ser adotada uma gestão compartilhada dos serviços, com
destaque para os de saneamento. Será constitucional a gestão dos serviços nas
regiões metropolitanas se “condicionada ao compartilhamento do poder decisório entre
o estado instituidor e os municípios que integram, sem que se exija uma participação
paritária relativamente a qualquer um deles”.
Pelos impactos práticos e estruturais que terá, já que as normas em questão
produziram efeitos ao longo de muitos anos, e de maneira a evitar quebra na
continuidade da prestação dos serviços na região, a decisão teve seus efeitos
modulados, para que só tenha eficácia a partir de 24 (vinte e quatro) meses após a
conclusão do julgamento.
Conclusão possível de se tirar, por ora: em princípio, os serviços de saneamento
básico são de interesse local, sendo, portanto, de competência municipal. Onde
instituída formalmente região que congregue municípios limítrofes, o interesse passa a
ser coletivo, devendo a gestão ser compartilhada entre Estado e municípios, sem que
prevaleça o Estado sobre municípios, ou o conjunto de municípios sobre os limites de
atuação dos entes federados quando da criação de regiões por agrupamento de
municípios, o que parece apontar para a consolidação, na prática dos entes e na
jurisprudência do STF, da solução de gestão compartilhada. No momento, aguarda-se
a publicação do Acórdão no Diário Oficial do Poder Judiciário.
A partir dessa decisão, tanto os Municípios inseridos em Região Metropolitana,
Aglomeração Urbana ou Microrregião quanto os respectivos Estados em que se 68
acham inseridos, de cuja publicação do Acórdão se aguarda, deverão comportar-se de
forma diferente da até então discutida, no que toca à titularidade da prestação dos
serviços públicos de saneamento básico.
Ou seja: haverá efeitos quanto às concessões dos serviços, na responsabilidade pela
prestação ou sua falta na fiscalização e até mesmo na entrega de inversões
financeiras do Governo Federal e Agências de Fomento.
Conforme mencionado, para os Municípios inseridos em Região Metropolitana,
Aglomerações Urbanas e Microrregiões, o Acórdão do STF fixou o prazo de 24 meses
para adaptação dos Estados e Municípios a um regime de cooperação e
compartilhamento, segundo dispuser a lei estadual respectiva.
A lei estadual há de privilegiar o papel do Município, até porque a região metropolitana
é constituída por agrupamento de Municípios limítrofes, ou seja, não prevê que dela
faça parte o Estado (CF/88, art. 25, §3º).
Nesse sentido, o Estado pode instituir região metropolitana; porém, dela não poderá
ser parte integrante, e, muito menos, com qualquer participação igualitária de decisões
compartilhadas no espectro territorial e controle social.
O compartilhamento que se imagina lógico e possível terá que respeitar a titularidade
dos Municípios quanto à prestação de serviços públicos de saneamento básico; é o
que se espera dentro dos próximos 24 meses, no lapso de tempo dado ao legislador
estadual para reapreciar o tema.
Até lá, Estado e Municípios componentes da Região Metropolitana de Curitiba (RMC)
deverão avaliar todo o quadro institucional conducente à busca da gestão
compartilhada, bem como de situações peculiares, que a contornam e carecem
judiciosa análise, como por exemplo:
a) Existência de contratos em negociação;
b) Negociações de parcerias público-privada (PPP’s);
c) Consórcios públicos e convênios de cooperação;
d) Posição atual do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), bem como de
Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE);
e) Reexame de contratos administrativos celebrados com a Companhia de
Saneamento do Paraná (SANEPAR), dentre outras situações afins;
f) Instituição, gestão e dinâmica institucional e organizacional da Região
Metropolitana de Curitiba.
A RMC ocupa a nona posição entre as aglomerações urbanas do Brasil. Sua
população no último censo (IBGE, 2010) era de 3.573.973 habitantes, distribuídos
entre seus 29 municípios. Também é a segunda maior região metropolitana do país
em extensão, com 16.581,21 km².
Na RMC está a maior concentração populacional do Estado do Paraná (31,3%) e,
nela, a mais elevada cobertura de serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário. Segundo dados do censo 2010, 93,49% da população residente na RMC
tinham os serviços de abastecimento de água com pelo menos 1 cômodo abastecido
com água da rede; 75,03% dos domicílios de uso permanente da RMC dispunham de
rede coletora de esgotos, seja ela pela rede geral de esgotos ou via rede pluvial.
69
Entretanto, algumas doenças estão associadas às carências nas estruturas de
saneamento básico, particularmente com as debilidades na coleta e tratamento de
esgotos, entre elas a leptospirose e a esquistossomose.
Estudo do IPARDES (2013, p. 95 e 103) indica que as bacias hidrográficas onde se
assenta a RMC, Bacia do Ribeira e Bacia do Alto Iguaçu, apresentaram os maiores
índices de internações do Estado devido ao contágio com os vetores transmissores
dessas moléstias: 4,84 e 3,69 internações por 100 mil habitantes respectivamente
para as Bacias do Ribeira e do Alto Iguaçu, com casos de taxas superiores a 10 casos
de internação (por 100 mil hab.) em alguns municípios.
Desde que criada, nos idos de 1973, sob regência da Carta Constitucional de 1967 e
Emenda Constitucional nº 1/1969, a figura jurídica da Região Metropolitana somente
adquiriu maior evidência institucional, organizacional, administrativa, gerencial,
operacional e, sobretudo, jurídico-legal, a partir da Constituição Republicana e
Federativa de 1988.
O Estado do Paraná instituiu a Região Metropolitana de Curitiba ao teor da Lei
complementar nº 14, de 8 de junho de 1973, compreendendo inicialmente 14
municípios. Atualmente, a RMC congloba 29 municípios.
A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC) foi criada em 1974,
pelo governo do Estado do Paraná, através da Lei Estadual n° 6. 517, para coordenar
as ações de interesse público e planejar soluções conjuntas para as necessidades da
Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Atualmente vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano do Paraná
(SEDU), a COMEC é responsável pelo planejamento e gestão do desenvolvimento
integrado dos 29 municípios que compõem a região metropolitana.
Entre suas atividades estão o planejamento territorial e a coordenação das funções
públicas de interesse comum aos seus municípios tais como transporte público de
passageiros, sistema viário, habitação, saneamento e elaboração e estabelecimento
de diretrizes para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Também controla o
uso e a ocupação do solo.

2.5.3. Os Serviços Públicos de Abastecimento de Água e de Esgotamento


Sanitário e o Instituto Das Águas do Paraná – AGUASPARANA

O Governo Paranaense, ao estabelecer normas relativas ao serviço de abastecimento


de água e de esgotamento sanitário, objeto da Lei Estadual nº 11111, de 3 de agosto
de 2009, nela decidiu, também, criar a Agência Reguladora de Serviços de
Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado do Paraná
(AGUAPARANÁ), na condição de autarquia especial:
O Decreto Estadual nº 45.871, de 30 de dezembro de 2011, contém o Regulamento da
Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
do Estado do Paraná.

2.5.4. Dos Princípios Regentes do Planejamento do Saneamento Básico


Brasileiro

Inobstante toda vasta legislação de ordem política constitucional, institucional,


organizacional, administrativa, operacional e gerencial colateral e de interconexão com 70
as diretrizes nacionais de saneamento básico, objeto da Lei Federal nº 11.445/2007, a
formulação de planos municipais compatíveis, inseridos ou não em Região
Metropolitana, Aglomeração Urbana ou Microrregião, deverão reger-se pelos
Princípios fundamentais ditados por essa norma (Capítulo I, arts. 1º ao 7º, seus
incisos, parágrafos e alíneas), adiante transcritos:
(...)
IX. Na preservação e proteção do meio ambiente e no combate à poluição, as ações
voltadas para:
a) O estabelecimento de diretrizes ambientais para o planejamento;
b) O gerenciamento de recursos naturais e preservação ambiental;
X. Na habitação, a definição de diretrizes para a localização habitacional e programas
de habitação;
XI. Sistema de saúde, a instituição de planejamento conjunto de forma a garantir a
integração e complementação das ações das redes municipais, estadual e federal;
XII. No desenvolvimento socioeconômico, as funções públicas estabelecidas nos
planos, programas e projetos contidos no Plano Diretor e Desenvolvimento Integrado.
A Quadro 2.8 apresenta uma visão dos princípios fundamentais da Lei Federal
11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico
aplicáveis ao PMSB de Piraquara.

71
Quadro 2.8 – Princípios fundamentais da Lei 11.445/2007

Enunciação do princípio e ordem legal Comentário técnico compreensivo

Saneamento Básico (gênero) envolve espécies componentes, a saber:


a) abastecimento de água potável;
b) esgotamento sanitário;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem a manejo das águas pluviais urbanas;
Princípio da Universalização do Acesso ao
Saneamento Básico Universalização e/ou universalidade compulsória e com a contributividade/solidariedade; saneamento é elemento vetor para a
obtenção de salubridade ambiental e condicionamento para melhor saúde pública; esse serviço público é garantido e assegurado pela
(Art. 2º, I) cobrança de tarifas (preço) ou taxas sociais, tecnicamente estabelecidas que poderão caracterizar um consumo mínimo (ver arts.
29 e 30 da lei em foco e respectivos incisos e parágrafos) ou fixar tarifas mínimas para a manutenção dos serviços. A
universalização é quantitativa. Num remate, a universalização dos serviços de provimento de água e esgotamento sanitário é
indispensável, com prioridade na agenda pública de governantes e dirigentes públicos dos Estados e Municípios do país, em
especial, os inseridos em Região Metropolitana.

A integralidade significa o conjunto de todas as atividades e componentes dos diversos serviços (água, esgoto, limpeza, urbana,
Princípio da Integralidade manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas, postos à disposição pública de forma quantitativa, ou seja, todos
(Art. 2º, II) devem atuar de forma eficiente e eficaz, isto é na conformidade das necessidades dos usuários; se o serviço for necessário, ainda que
o usuário não o reconheça, ou não possa remunerá-lo, por esse princípio o mesmo será colocado à sua disposição.

Os serviços em questão não podem ser atentatórios à saúde pública e ao meio ambiente e devem buscar adequabilidade, ou seja,
Princípio do Abastecimento de água,
evitar sistemas de manejo de saneamento a céu aberto; tratamento de esgoto sanitário ao lado de nascentes de água, ou sobre
esgotamento sanitário, limpeza urbana (coleta
lençóis freáticos ou, ainda, depósitos de lixo e resíduos sólidos urbanos ao lado de áreas residenciais; enfim tudo que atende a
do lixo) e manejo dos resíduos sólidos
salubridade e o meio ambiente (bem de uso comum do povo: CF 88, art. 225, caput). A questão ambiental do lixo e dos resíduos
realizados de formas adequadas e/ou
sólidos urbanos e sua logística reversa (responsabilidade pós-consumo), nos termos da LF n° 12.305/2010 e Decreto Federal
compatíveis com a saúde pública e a
regulamentar nº 7.404/2010, obriga os Municípios (por suas Prefeituras), até agosto de 2014, apresentarem práticas de tratamento
proteção do meio ambiente (Art. 2º, III)
adequado, bem como estratégias de contenção de doenças e cuidados com o solo e com a água (LF n 12.305/2010, art. 54).

Um Plano Municipal de Saneamento Básico deve prever a observância deste princípio de maneira tal que os serviços em questão
Princípio da Disponibilidade, em todas as
sejam adequados à saúde pública, à segurança da vida e dos patrimônios público e privado. A falta ou a prestação deficitária ou
Áreas Urbanas, de Serviços de Drenagem e
inadequada desses serviços públicos são as principais causas de enchentes ou focos de vetores, que comprometem a saúde e à
de Manejo das Águas Pluviais adequados à
proliferação de endemias e doenças. A exigência deste princípio é tão significativa que a LF nº 11.445/2007 lhe assegura recursos
Saúde Pública e à Segurança da Vida e do
econômicos, inclusive mediante remuneração para garanti-lo (art. 29, caput, e inc. III. Neste caso, taxas poderão ser cobradas com
Patrimônio Público ou Privado. (Art. 2°, IV)
respaldo constitucional de Súmula Vinculante nº 29/2010 exarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

72
Enunciação do princípio e ordem legal Comentário técnico compreensivo

O cenário federativo brasileiro (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) tem indicado que a competência para a prestação dos
serviços públicos de saneamento básico enquadra-se dentre aqueles de interesse local e, excepcionalmente, regional (que exceda
Princípios da Adoção de Métodos, Técnicas
a um único município – por exemplo: Região Metropolitana) – inobstante não ter declarado isto no art. 25, § 3º da CF/88 e agora
e Processos que considerem as
depender da orientação dada pelo Supremo Tribunal Federal em Acórdão recente e corrente de publicação no Diário Oficial da Justiça
Peculiaridades Locais e Regionais. (Art. 2º,
(que estipula o prazo de 24 meses para discipliná-lo mediante Lei Estadual, onde as houver, portanto até meados de 2015). Essa lei
V)
estadual prevista há de, certamente, disciplinar que o planejamento e a gestão desses serviços deverão levar em conta as
especialidades da região e do município em que estão inseridos, criando Planos de Saneamento Sistêmicos e Compartilhados.

Princípio da Articulação com Políticas de


Desenvolvimento Urbano e Regional, de
Habitação, Combate à Pobreza e sua Esse princípio diz tudo daquilo que se espera de um Plano Municipal de Saneamento Básico, sendo decisivo para cada Município
Erradicação, de Proteção Ambiental, de inserido em Região Metropolitana, como nos casos presentes, e inscrevendo tais recomendações e propósitos no seu Plano Diretor
Promoção de Saúde e outras de relevante exigido pelo Estatuto da Cidade, objeto da lei Federal nº 10.257/2001. Nesse sentido, mais uma vez, a orientação sistêmica e
interesse social voltadas para a melhoria de compartilhada é indispensável.
vida, para as quais o Saneamento Básico
seja fator determinante (Art. 2º, VI)

Este é, certamente, um dos princípios mais decisivos e importantes de todos até aqui vistos, isto por sua característica finalística e
de sobrevivência, ou seja, a gestão operacional e econômica, sem perda do sentido jurídico, da obrigatoriedade da prestação desse
serviço público indispensável e ininterrupto, seja pela administração pública direta (órgão), seja por administração pública indireta
(entidade), isto é: empresa pública, sociedade de economia mista, como a SANEPAR, por exemplo ,ou um SAEE, SAMAE ou similar.
A CF/88, na versão da EC nº 19/98, prega o princípio da eficiência em todo o convívio federativo. Para tanto, a sustentabilidade
econômica demandará necessidade constante de estudos de riscos financeiros envolvidos no empreendedorismo; de igual modo
Princípio da Eficiência e da
a constante análise de custos a serem partilhados com os consumidores (fixação de tarifas), para as quais, no Estado de Minas
Sustentabilidade Econômica
Gerais, existe entidade específica para tal : AGUASPARANA-PR. Por outro lado, há de ser constante o acompanhamento do controle
de qualidade das águas e do esgoto, bem como as interconexões com outros sistemas como: a limpeza urbana, a destinação dos
resíduos sólidos urbanos e a drenagem das águas pluviais urbanas, sem prejuízo de outros serviços anexos, bem como de
constante desempenho de campanhas de educação ambiental. A conexão e a interdisciplinaridade são, pois, inferiores para as
relações entre produção e consumo dos serviços públicos de saneamento básico e, acima de tudo, da segurança jurídica de
sua prestação.

A permanência, a inovação e o treinamento e o aprimoramento operacional constantes e a avaliação permanente de resultados


Princípio da Utilização de Tecnologias são elementos essenciais à observância do princípio em foco. A prestação dos serviços de qualidade a todos, sem discriminações
Apropriadas, considerando a Capacidade de de níveis de renda, conta como seu corolário indispensável – até porque, a falta de condições econômicas dos usuários não pode ser
Pagamento dos Usuários e a Adoção de elemento inibidor da prestação dos serviços públicos de saneamento básico, incrementado por tecnologias e recursos humanos
Soluções Graduais e Progressivas (Art. 2º, preparados e competentes em busca da eficiência. Nesse sentido, a LF n° 11.445/2007 foi exaustiva, como, por exemplo, nos
VIII) dispositivos seguintes: art. 3º, inc. VII (atendimento às populações e localidades de baixa renda) ; art. 11, §2º, inc. III, alínea c; art. 12,
§1 º, inc. II; art. 29, § 2º e art. 31 (que tratam dos regimes de subsídios e de fixação de tarifas e sua regulação).

73
Enunciação do princípio e ordem legal Comentário técnico compreensivo

A transparência pretendida e exigida por este princípio não está na publicidade ou propagandas institucionais e campanhas
publicitárias que divulgam pretensões ou feitos daquilo que constitui obrigação do Governo. Este princípio é mais sério e profundo;
Princípio da Transparência das Ações
trata de ações fundamentais e dos processos de gestão dos serviços públicos que devem pautar-se pela transparência e pelo acesso
Baseadas em Sistemas de Informações e
dos cidadãos às informações governamentais, devidamente comprovados, como exigência legal, no caso a LF nº 12.527/2011 que
Processos Decisórios Institucionais (Art. 2º,
obriga a União, os Estados e os Municípios a tanto (o prazo, para tanto, venceu em 27 de maio último). Para a prestação do serviço
IX)
público, como para qualquer outro, o processo decisório há de ser institucionalizado, aberto, franco e de confiança mútua entre
usuários e gestores dos serviços, de modo especial quanto à qualidade dos serviços e seus custos tarifários.

A transparência prevista no inciso IX do art, 2 da LF nº 11.445/2007 induz condições para o exercício do controle social, em caráter
Princípio do Controle Social efetivo, de modo a propiciar o exame, a convivência e as decisões pretendidas ou tomadas pelos serviços públicos de saneamento
(Art. 2º, X) básico, inclusive os de caráter técnico. O controle social abrange também a institucionalização da prestação do usuário enquanto
consumidor e, portanto, protegido pelo Código de Defesa do Consumidor, objeto da LF nº 8.078/1990.

A consistência deste princípio está em que o fornecimento dos serviços inerentes ao saneamento básico respeite a incolumidade
dos usuários e/ou consumidores. Uma prestação tida como higienicamente segura será aquela que, além de não contribuir para
Princípio da Segurança, Qualidade e disseminar enfermidades, também estimule hábitos sanitários saudáveis, evitando riscos de trabalho, sendo ergonomicamente
Regularidade (Art. 2º, XI) saudável. Nesse sentido, o saneamento há de ser norteado por padrões de qualidade; não basta o mero fornecimento, mas,
sobretudo, verificação da qualidade, independentemente de sua regularidade pelo lado do usuário ou consumidor do serviço;
espera-se deste, utilização responsável, fruto de boa educação ambiental

Conquanto a LF n° 11.445/2007 diga que os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico, outorgados
e regidos pela LF n° 9.433/1997 (Art. 4º e parágrafo único), há, de fato, integração de infraestruturas entre ambos, em razão da
peculiaridade do provimento da água e à outorga da chamada água bruta (em estado natural), assim entendida:
Água bruta é aquela provinda de uma fonte de abastecimento, antes de receber qualquer tratamento (ABNT, 1973).
Princípio da Integração das Infraestruturas
e Serviços com a Gestão Eficiente dos Desse modo, para o serviço de saneamento, quando se fala em água, deve-se entender aquela tratada, tecnicamente, e posta à
Recursos Hídricos (Art. 2º, XII) distribuição para seus usuários, até porque as águas brutas são bens exclusivos de titularidade da União (CF/88, art. 20, inc. III),
compreendendo lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio. Ou seja, incluem-se entre os bens dos
Estados (CF/88, art. 26, inc. I) as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito. Não há, no Brasil, águas
municipais. Na realidade, o saneamento apenas depende dos recursos hídricos e, por outro lado, os recursos hídricos são
afetados pelo resultado final do saneamento, de modo especial na disposição final do lixo, dos esgotos e nas drenagens das águas
pluviais urbanas.

FONTE: COBRAPE (2015).

74
2.5.5. Exame da Lei Federal nº 11.445/2007 e Suas Repercussões em Nível
de Planejamento e Gestão Municipal

O Município de Piraquara tem perante a Lei Federal nº 11.445/2007, sem prejuízo de


outras capitulações e exigências, além de outras faculdades e questões, que cumprir,
discutir e avaliar:
• Os aspectos econômicos e sociais da prestação dos serviços de saneamento
(cap. VI, arts. 29 a 42, incisos e parágrafos), com vistas à sua garantia e
sustentabilidade, em que nestas sobrelevam os recursos financeiros e a cobrança de
tarifas, que dentre outras medidas, permite-lhe:
Art. 41. Desde que previsto nas normas de regulação, grandes usuários poderão
negociar suas tarifas com o prestador dos serviços, mediante contrato específico,
ouvido previamente o regulador (no caso, o Instituto das Águas do Paraná –
AGUASPARANÁ).
Art. 46. Em situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos que
obrigue à adoção de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos
hídricos, o ente regulador (AGUASPARANÁ) poderá adotar mecanismos tarifários de
contingência, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo o
equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a gestão da demanda.
(negritos e parênteses do Consultor)
• Os aspectos técnicos (cap. VII, art. 43 a 46) relativos aos requisitos mínimos de
qualidade, regularidade e efetiva manutenção, bem como quanto aos parâmetros
mínimos de potabilidade da água, nos termos da legislação federal:
Art. 44 (...)
§ 2o A autoridade ambiental competente (Secretaria Municipal) estabelecerá metas
progressivas para que a qualidade dos efluentes de unidades de tratamento de
esgotos sanitários atenda aos padrões das classes dos corpos hídricos em que forem
lançados, a partir dos níveis presentes de tratamento e considerando a capacidade de
pagamento das populações e usuários envolvidos.
(negritos e parênteses do Consultor)
 Outro aspecto importante está relacionado com a participação de órgãos
colegiados no controle social dos serviços de caráter consultivo como descritos
no art. 47, incs. e parágrafos;
 Atenção específica pelas diretrizes estabelecidas pela União;
 Exame das hipóteses em que caibam ou venham a ser cogitadas pelo
Município de Piraquara quanto à possibilidade ou eventual perspectiva da
delegação dos serviços (art. 8º) da LF nº 11.445/2007, c/c art. 241 da CF/88,
bem como na LF nº 11.107/2005, que trata dos Consórcios Públicos (públicos
ou privados), embora a prática, de certo modo contrarie, em substância, a
condição de Município como integrante da Região Metropolitana de Curitiba, ou
ainda;

75
 A gestão associada da prestação dos serviços de saneamento básico em foco,
normal quando tratar de município carente, em termos econômicos, ainda que,
integrante de região metropolitana e com vistas ao atendimento do princípio da
universalização;
 E, até mesmo, a delegação desses serviços públicos em foco, à iniciativa
privada; hipótese, por sinal, não referida na LF nº 11.445/2007, porém não
descabida diante da atração desses serviços por meio do regime das parcerias
público-privadas, objeto da LF nº 11.079/2004, notadamente perante os
municípios carentes, mas promissores, através da oferta de uma PPP e por
meio de Project Finance;
 E, por último, e não menos importante, a hipótese da prestação dos serviços
em causa passarem de um município para outro, atendidas as conveniências
técnicas, por meio da figura do deslocamento de interesse, por cooperação
quando carente, e em busca de união sólida com município vizinho, inobstante
a situação de região metropolitana, ou mesmo o Estado, ultrapassando o
conceito de interesse apenas local (CF/88, art. 30, inc. V), a fim de obter
solução eficaz em prol da efetivação dos serviços de saneamento básico e,
acima de tudo, em prol de seus habitantes.

2.5.6. Exame e Comentários Sobre a Legislação Básica do Município de


Piraquara Conducente à Prestação dos Serviços Públicos de Saneamento
Básico

Neste tópico são examinados, vistos e comentados os principais temas relacionados


com a legislação do município de Piraquara compatíveis com o planejamento, a
regulação e a gestão dos serviços públicos de saneamento básico, sendo
apresentados os mais pertinentes devidamente discutidos ao longo deste Diagnóstico.
a) A Lei Orgânica
Promulgada em 5 de abril de 1990, apresenta-se esta lei em observância da
Constituição Republicana e Federativa do Brasil de 1988. Em sua essência, a LOM
Piraquara acompanha as diferentes ordens e princípios da Carta Maior do País,
embora sem mencionar qualquer Emenda ditada pelo interesse local ou a fim de
observar Emenda Constitucional à Constituição brasileira de 1988, bem como as
estabelecidas pela Constituição do Estado do Paraná de 1990 e Emendas
subsequentes, quando relacionadas com os Municípios, fato que deve merecer as
retificações cabíveis e, acima de tudo, sua observância. A LOM Piraquara é extensa e
bem explicada.
Em destaque e para os efeitos deste Plano Municipal de Saneamento Básico, ela
respalda todos os termos e os desejos de seus destinatários (Título VI, Da Sociedade,
Capítulo I, Da Ordem Social e a sequência de Seções: II da Saúde; III Do Saneamento
Básico; VII Do Meio Ambiente); enquanto no Capítulo II, Da Ordem Econômica, são
tratadas em Seções próprias as matérias relativas à Política Urbana e, nela, o Plano
Diretor Municipal, com a temática do Transporte Público e Sistema Viário, Habitação e
Política Rural, sem prejuízo de outras matérias afins.

76
b) O Plano Diretor
O Plano Diretor Municipal, previsto e exigido pela LF nº 10.257/2001, acha-se
consubstanciado na Lei Complementar nº 12, de 08 de janeiro de 2008, sob o título
Plano Diretor do Município de Piraquara, rigorosa obediência dos arts. 39 a 42, incs. e
parágrafos, daquela norma que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal de 1988.
Conforme disposto na LF nº 10.257/2001 citada:
Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política
de desenvolvimento e expansão urbana.
(...)
§ 3o A lei que instituir o plano diretor (LM Complementar nº 12/2008) deverá ser
revista, pelo menos, a cada dez anos.
(negritos e parênteses explicativos do Consultor)
O Plano Diretor Municipal de Piraquara acha-se distribuído em cinco Títulos que
contemplam Capítulos e Seções respectivos, com destaque para os seguintes:
 Título I – Da Conceituação, Finalidade, Abrangência e Objetivos do Plano
Diretor:
 Título II – Das Diretrizes de desenvolvimento:
o Capítulo I – Do Desenvolvimento Institucional
o Capítulo II – Do Desenvolvimento Econômico
o Capítulo III – Do Desenvolvimento Social
o Capítulo IV – Do Desenvolvimento Físico Territorial
o Capítulo V – Do Desenvolvimento Territorial
 Seção I – Macrozoneamento
 Seção II – Zoneamento e Ordenação do Uso e Ocupação do
Solo Urbano
 Seção III – Esgotamento Sanitário e Drenagem
 Seção IV – Coleta e tratamento de Resíduos Sólidos
 Seção V – Iluminação Pública e Privada
 Seção VI – Sistema Viário
 Seção VII – Transporte Público
 Seção VIII – Regularização Urbana
 Seção IX – Recursos Hídricos, Abastecimento de Água e das
Reservas Minerais
 Seção X – Perímetro Urbano
 Título III – Das Estratégias de Desenvolvimento
 Título IV – Dos Instrumentos da Política de Desenvolvimento Municipal
o Capítulo I – Dos Instrumentos em Geral;

77
o Capítulo II – Dos Instrumentos de Planejamento;
 Seção I – Do Plano Plurianual
 Seção II – Das Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual
 Seção III – Das Diretrizes para Parcelamento do Solo
 Seção IV – Do Código de Obras e Postura
 Seção V – Planos de Desenvolvimento Econômico e Social
 Seção VI – Dos Planos, Programas e Projetos Setoriais
 Seção VII – Dos Planos e Projetos Especiais de Urbanização
 Seção VIII – Da Instituição de Unidades de Conservação
 Seção IX – Zoneamento Ambiental
o Capítulo III – Dos Instrumentos Jurídicos e Urbanísticos;
o Capítulo IV – Dos Instrumentos de Regularização Fundiária;
o Capítulo V – Dos Instrumentos de Democratização da Gestão Urbana;
 Título IV – Disposições Finais

2.5.7. Visão Sintética e Contextual dos Aspectos Institucionais, Jurídico-Legais


e Situacionais de Piraquara

Além dos aspectos previamente listados anteriormente, cabe ressaltar os seguintes


pontos, dentro de uma perspectiva de análise integrada e sistêmica:
a) Com relação aos objetivos do Plano Municipal de Saneamento Básico
Piraquara registra-se a falta de legislação própria sobre Educação Ambiental, de
exigência constitucional e regulamentação federal, aplicável a todas as entidades
governamentais no convívio republicano-federativo do brasileiro (CF/88, art. 225, inc.
VI);
b) A dependência de publicação de Acórdão do Supremo Tribunal Federal relativo
à decisão por ele tomada sobre a titularidade sistêmico-compartilhada para o
planejamento e a gestão do saneamento básico de município inserido em Região
Metropolitana;
c) A questão relativa à efetivação dos serviços públicos de esgotamento sanitário
pela SANEPAR no Município de Piraquara, bem como a insurgência de seus usuários
face ao alto custo de tarifas impostas pela AGUASPARANÁ-PR; situações estas à
Justiça, em busca de solução e dos direitos dos usuários de serviços públicos;
d) Exame das hipóteses em que caibam, ou venham a ser cogitadas pelo
Município de Piraquara, ou qualquer de seus convizinhos na RMC, quanto à
possibilidade ou eventual perspectiva da delegação dos serviços (art. 8º) da Lei
Federal nº 11.445/2007, c/c art. 241 da CF/88, bem como na Lei Federal nº
11.107/2005, que trata dos Consórcios Públicos (públicos ou privados), embora a
prática, de certo modo contrarie, em substância, a condição de Município como
integrante da Região Metropolitana de Curitiba, ou ainda;

78
e) A gestão associada da prestação dos serviços de saneamento básico quando
tratar de município carente, em termos econômicos, ainda que, smj, integrante de
região metropolitana e com vistas ao pleno atendimento do princípio da
universalização;
f) A delegação desses serviços públicos em foco à iniciativa privada; hipótese,
por sinal, não referida na Lei Federal nº 11.445/2007, porém não descabida diante da
atração desses serviços por meio do regime das parcerias público-privadas (PPP’s),
objeto da Lei Federal nº 11.079/2004, notadamente perante os municípios carentes;
porém promissores, através da oferta de uma PPP e por meio de Project Finance;
g) A hipótese da prestação dos serviços em causa passar de um município para
outro, atendidas as conveniências técnicas, por meio da figura do deslocamento de
interesse, por cooperação quando carente, e em busca de união sólida com município
vizinho, ou mesmo o Estado, inobstante a situação de região metropolitana,
ultrapassando o conceito de interesse apenas local (CF/88, art. 30, inc. V), a fim de
obter solução eficaz em prol da efetivação dos serviços de saneamento básico e,
acima de tudo, em prol da saúde de seus habitantes.
Deve-se ressaltar que a alínea “a” supracitada é sobremodo decisiva nos esforços de
mobilização e de comunicação social inerentes a um Plano Municipal de Saneamento
Básico. A esse respeito, a União, através da Lei Federal nº 9.795/1999, dispôs sobre a
Educação Ambiental, bem como instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental,
além de dar outras providências.
No que tange a alínea “b”, importante assinalar que uma das angústias jurídicas
quanto ao planejamento e a gestão do saneamento básico no âmbito municipal e,
notadamente no que tange os municípios inseridos em região metropolitana, é a
vivência em crucial momento de expectativa quanto à publicação do Acórdão do
Supremo Tribunal Federal ali mencionado – que redundará na edição de uma lei
estadual concernente ao esclarecimento sobre os termos sistêmico-compartilhados
que hão de explicar a forma de peculiar a titularidade –, haja vista o prazo dado de 24
meses para sua efetiva positivação e vigência, situação inquietante para os juristas e
operadores do direito, que o aguardam.

79
3. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO LOCAL DO SANEAMENTO

3.1. ESTUDO DEMOGRÁFICO

O estudo de projeção populacional foi realizado para o horizonte de planejamento de


2035, apresentando como data inicial o ano 2010, época do último levantamento
censitário. Inicialmente foi projetada a população total de cada município que compõe
o Sistema Integrado do Iraí e do Iguaçu, são eles: Almirante Tamandaré, Campina
Grande do Sul, Colombo, Curitiba, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras e São José dos
Pinhais.
A projeção populacional utilizada é a mesma do estudo demográfico realizado para o
“Atlas Brasil de Despoluição de Bacias Hidrográficas”, pela ANA, que visa à
identificação, em todas as cidades brasileiras das condições ambientais existentes e a
detecção dos passivos, face à inexistente ou incompletude de sistema de coleta e de
tratamento de esgoto.
O estudo citado acima, que serviu como banco de dados, está em desenvolvimento.

3.1.1. Metodologia

Inicialmente foi projetada a população total de cada município para posterior estimativa
do contingente urbano.
A escolha do método de projeção teve como princípio buscar a curva matemática que
melhor retrata o processo atual de crescimento do estado do Paraná e seus
municípios.
A curva logística é uma técnica bastante utilizada uma vez que é a função matemática
que melhor retrata um processo de crescimento que vai se desacelerando na medida
em que se aproxima de um ponto limite definido como de saturação e tem como
expressão matemática a seguinte função:



Onde:
Ps = Assíntota superior
Pi = Assíntota inferior

b=

A representação gráfica da expressão matemática supracitada está exposta


graficamente abaixo, na Figura 3.1.

80
Figura 3.1 – Representação Gráfica da Curva Logística

FONTE: Adaptado pela COBRAPE, 2014.

A necessidade de se utilizar um método que pressupõe um freio, seja para o


crescimento ou para redução da população, decorre do fato de ser pouco provável que
uma população cresça aceleradamente por muito tempo ou diminua num mesmo ritmo
em longo prazo. Métodos como o de extrapolação pela função linear, em situações de
taxas decrescentes podem gerar populações negativas em longo prazo.

3.1.2. Evolução da População

Com base na metodologia apresentada no item anterior, foram realizadas as projeções


populacionais para os municípios atendidos pelo Sistema integrado Iraí e Sistema
Integrado Iguaçu.
O estudo contempla como ano inicial 2010 e o ano final de 2035, apresentando como
horizonte de planejamento 20 anos. A projeção populacional realizada considera um
período de 5 em 5 anos para os municípios. Seus resultados serão utilizados como
base para os cálculos das demandas de água e das contribuições de esgoto sanitário.
O Quadro 3.1 a seguir mostra os resultados do estudo demográfico para a sede
urbana do município de Piraquara.
Quadro 3.1 – Resultado do Estudo Demográfico Para Piraquara

Ano População Urbana (hab.) População Total (hab.)


2010 45.737 93.207
2015 53.708 105.884
2020 62.492 118.903
2025 71.429 131.017
2030 79.884 141.300
2035 87.418 149.368

A Figura 3.2 a seguir mostra a evolução da população no período de estudo segundo


os estudos demográficos, na qual se pode observar que o município apresenta
crescimento populacional.
81
Figura 3.2 – Projeção Populacional de Piraquara até 2035

FONTE: COBRAPE, 2015.

Analisando os resultados das projeções populacionais pode-se observar que os seis


municípios que são abastecidos pelos Sistemas Iraí e Iguaçu apresentam aumento
das populações, esse resultado diverge em relação ao Estado do Paraná que
apresenta desaceleração do crescimento populacional.
Um dos que fatores que contribui para esse crescimento é o fato dessa região ser
integrante da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Por consequência os seis
municípios, incluindo a própria capital, são parte do maior polo de crescimento do
Estado.
Na RMC existem muitas fábricas, montadoras, indústrias, entre outros, que
necessitam de um grande contingente de trabalhadores, o que leva a migração da
população para essas regiões. Muitos municípios da RMC são considerados como
cidade dormitório, essa denominação define municípios em que a maior parte da
população somente dorme em suas residências, mas trabalha em algum município
próximo.
Para o município de Piraquara, segundo o estudo demográfico, tanto a população rural
quanto a urbana estão igualmente distribuídas.
Entretanto, após visita técnica realizada pela COBRAPE no mês de julho de 2015,
observou-se que a região chamada Guarituba Redondo, classificada como área rural
pelo Censo 2010 (IBGE, 2010), está urbanizada e, portanto foi considerada nos
cálculos como área urbana.
A Figura 3.3 a seguir identifica os setores censitários de acordo com o Censo 2010
(IBGE, 2010), e classifica a área urbana e rural, bem como a região do Guarituba
Redondo.

82
Figura 3.3 – Setores Censitários e Divisão das Áreas do Município de Piraquara

FONTE: Elaborado pela COBRAPE, 2015.

Para obter os dados da população do Guarituba Redondo, foram utilizadas as


informações do Censo 2010 (IBGE, 2010). Depois de somadas as populações dos
setores censitários da região totalizando 38.515 habitantes, foram projetadas as
populações para os próximos anos em estudo.
De acordo com a projeção do estudo demográfico, foi identificada a porcentagem de
crescimento da região no período de 5 em 5 anos até o ano de 2035. Essa
porcentagem foi aplicada sobre o valor total da população do Guarituba Redondo do
ano de 2010 sendo possível a projeção para o ano atual – 2015 e os próximos anos.
Com isso, a população da área do Guarituba Redondo foi somada com a população
urbana do estudo demográfico para obter a população total urbana condizente com a
realidade, como apresentado no Quadro 3.2.

83
Quadro 3.2– População Urbana de Piraquara
População
População Total
Ano Guarituba População Urbana População Total
Urbana
Redondo
2010 38.515 45.737 84.252 93.207
2015 44.292 53.708 98.000 105.884
2020 50.493 62.492 112.985 118.903
2025 57.057 71.429 128.487 131.017
2030 63.334 79.884 143.218 141.300
2035 69.034 87.418 156.452 149.368

Observando-se o Quadro 3.2 acima nota-se que a soma da população do Guarituba


Redondo com a população da área urbana está muito próxima da população total do
município, ou seja, aproximadamente 91% da população total do município é
considerada urbana.
Por fim, essa população urbana estimada será utilizada para os cálculos para de
demanda do sistema de abastecimento de água e das contribuições de esgotamento
sanitário.

3.2. ESTUDO DAS DEMANDAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O estudo da demanda de água do sistema considera como dados de entrada,


necessariamente: (i) o estudo demográfico; (ii) os dados de consumo atual; (iii) as
perdas registradas; e, (iv) metas para sua redução.
Os estudos demográficos estão apresentados no Capítulo 3.1.
A compilação dos dados do Sistema de Informações da Sanepar (SIS) permite a
visualização da evolução dos municípios que compõe o Sistema Integrado do Iraí e
Iguaçu no período de seis anos, entre 2009 a 2014. Essas informações estão
apresentadas nos quadros de Condições Atuais do Sistema para cada um dos
municípios, e contemplam os dados de consumo atual e as perdas registradas.
Em se tratando de metas para projetos de abastecimento de água, o “Plano Nacional
de Saneamento Básico”, elaborado pelo Ministério das Cidades em conjunto com a
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, estipula como desejável o nível de
perdas totais na ordem dos 25% para o ano de 2035.
Em paralelo, o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), define metas
anuais de redução de perdas para os anos de 2010, 2018, 2023 e 2033.
Desta forma, como se entende que as ações de gestão e controle operacional de
demandas tornam-se o fator mais relevante para a efetiva redução de consumo,
postergando investimentos em aumento de produção de água, foram adotados os
valores do PLANSAB, com a meta final de 2035 compatível com o Plano Nacional de
Saneamento Básico.
Devido aos anos de referência das metas do PLANSAB não coincidirem com os anos
de referência adotados para esse estudo, os valores de metas serão interpolados para
que representem uma situação mais próxima da realidade de cada ano.

84
No Quadro 3.3 abaixo estão indicadas as metas utilizadas.
Quadro 3.3 – Metas de Redução de Perdas Físicas Totais
Ano Índice de Perdas Físicas Totais a Ser Alcançado
2020 33%
2025 31%
2030 30%
2035 25%

No Quadro 3.4 estão apresentadas as condições atuais para o município de Piraquara


abastecido pelo Sistema Integrado Iraí e Iguaçu.
Quadro 3.4– Condições Atuais do Sistema de Piraquara – SIN Iraí e Iguaçu

Indicador 2009 2010 2011 2012 2013 2014


Relação habitante por economia
3,38 3,38 3,38 3,38 3,38 3,38
IBGE*
Economias residenciais abastecidas
22.230 23.503 25.168 26.751 28.831 29.928
(ud)
Economias totais abastecidas (ud) 22.986 24.291 25.996 27.601 29.765 30.153
Ligações totais abastecidas (ud) 21.478 22.686 24.309 26.084 29.765 29.390
Volume aduzido mensal (m³) 459.977 497.412 539.055 599.554 619.086 647.480
Volume aduzido diário 454.097 492.273 533.023 591.698 613.208 642.061
Volume produzido mensal (m³) 254.385 273.779 292.306 318.686 334.012 348.236
Volume micromedido mensal (m³) 113 115 115 117 114 115
Per capita micromedido (L/hab./dia) 201 207 209 218 210 212
Per capita produzido (L/hab./dia) 204 209 211 221 212 213
Per capita aduzido (L/hab./dia) 501.695 517.050 522.742 540.649 569.754 561.480
Extensão de rede de água (m) 23,36 22,79 21,50 20,73 19,14 19,10
Extensão de rede por ligação (m/lig.) 1,3% 1,0% 1,1% 1,3% 0,9% 0,8%
Perdas na produção 44,0% 44,4% 45,2% 46,1% 45,5% 45,8%
Perdas na distribuição 44,7% 45,0% 45,8% 46,8% 46,0% 46,2%
Perdas totais 9,1 7,6 8,3 10,0 6,6 6,1

* Taxa de ocupação de morador por domicílio IBGE 2010.

FONTE: SIS SANEPAR (2009-2014), considerando apenas perímetro urbano sem sistemas isolados.

Analisando os dados apresentados no Quadro 3.4 pode-se notar o elevado índice das
perdas na distribuição da água. Os valores médios anuais dessas perdas estão
apresentados no Quadro 3.5 a seguir.

85
Quadro 3.5 – Perdas no Sistema de Água em %
Ano Perdas na Produção (%) Perdas na Distribuição (%) Perdas Totais (%)
2009 1,3 44,0 44,7
2010 1,0 44,4 45,0
2011 1,1 45,2 45,8
2012 1,3 46,1 46,8
2013 0,9 45,5 46,0
2014 0,8 45,8 46,2

FONTE: SIS SANEPAR (2009-2014).

Observa-se que as perdas totais estão compreendidas entre 44 % a 47 %, resultando


nas respectivas médias:
 Média de perdas na produção 1,0 %
 Média de perdas distribuição 45,0 %
Para a calibragem de cálculo das demandas atuais, consideram-se as perdas como
sendo físicas e adotam-se os valores da média ponderada no período analisado (2009
a 2014), quais sejam:
 Perdas na produção 1,0 %
 Perdas na distribuição 45,0 %
 Perdas totais 46,0 %
A redução inicial será do valor de perdas totais atual de 46% para 33%, meta
estabelecida para o ano de 2020, seguindo-se das metas estabelecidas para os anos
de 2025, 2030 e 2035.
Os dados do SIS de 2009 a 2014, também apresentados no Quadro 3.4 indicam que o
maior consumo per capita micromedido nos últimos 5 anos foi referente ao ano de
2012 com 117,0 L/hab.dia, conforme Quadro 3.6.
Quadro 3.6 – Evolução do Per Capita Micromedido em (L/hab.dia)

Ano Per capita Micromedido (L/hab.dia)


2009 113,0
2010 115,0
2011 115,0
2012 117,0
2013 114,0
2014 115,0

Assim sendo, para o cálculo da demanda do sistema foi adotado o consumo per
capita, de água de 115,0 L/hab.dia, referente à média do período de análise.
Esse consumo, considerando as perdas atuais do sistema em 46% (perdas totais),
resulta em um per capita bruto de 217,0 L/hab.dia, que será o valor de partida para o
estudo da demanda de produção de água. O Quadro 3.7 apresenta os valores dos per
capita utilizados no cálculo.

86
Quadro 3.7 – Valores Per capita Bruto Utilizados no Cálculo da Demanda em (L/hab.dia)
Ano Per capita Bruto a Ser Alcançado (L/hab.dia)
2020 172,0
2025 167,0
2030 164,0
2035 153,0

Para a definição da demanda do sistema foram considerados, em 2015, os seguintes


valores per capita:
 Líquido – 115,0 L/hab.dia,
 Bruto – 217,0 L/hab.dia – referente a uma perda atual de 46%.
A seguir está apresentado o Quadro 3.8 com o cálculo da demanda, é importante
destacar que para os cálculos futuros utiliza-se o consumo médio diário.
Quadro 3.8 – Cálculo da Demanda

População Per capita Demanda


Per capita Perdas
Ano Abastecida Bruto Qméd
(L/hab.dia) Totais (%) QMD (L/s) QMH (L/s)
(hab.) (L/hab.dia) (L/s)
2015 98.000 115,0 47% 217 246,1 295,3 443,0
2020 112.985 115,0 33% 172 224,5 269,3 404,0
2025 128.487 115,0 31% 167 247,9 297,4 446,1
2030 143.218 115,0 30% 164 272,3 326,8 490,2
2035 156.452 115,0 25% 153 277,7 333,2 499,8

Sendo:

q = taxa per capita aduzida (L/ hab.dia)

Qméd (Consumo médio diário) = População [hab.] x q [L/ hab.dia] / 86.400

QMD (Consumo máximo diário) = Qméd x 1,2

QMH (Consumo máximo horário) = QMD x 1,5

Para os cálculos de demanda foram utilizados os valores compilados do SIS (2009 a


2014), no entanto, esse valor abrange todo o volume de água que abastece o
município independente dos sistemas de abastecimento envolvidos. Desta forma,
surgiu a necessidade de utilizar apenas os valores de volume relacionados ao
abastecimento pelas ETAs Iraí e Iguaçu.
Para tanto, foram utilizadas informações de porcentagem de abastecimento
apresentadas no Atlas do Abastecimento Urbano de Água, desenvolvido pela Agência
Nacional de Águas (ANA, 2010), o que possibilitou determinar o volume de
contribuição de água tratada para os municípios, separadamente. No caso do
município de Piraquara, abastecido pelo SIN Iraí e SIN Iguaçu, a informação da
porcentagem de abastecimento desses sistemas foi fornecida pela SANEPAR. Essas
porcentagens foram aplicadas tanto para as demandas atuais quanto para as de final
de plano.
No Quadro 3.9 estão apresentados os resultados dos volumes de água considerando
a porcentagem citada acima.
87
Quadro 3.9 – Cálculo da Demanda Atual e Futura Considerando a Porcentagem de
Abastecimento Pelos Sistemas Iraí E Iguaçu
% de Demanda Demanda
Demanda Demanda
Sistema Abasteci- do Sistema do Sistema
Municípios Total de Total de
Integrado mento do de 2015 de 2035
2015 (L/s) 2035 (L/s)
Sistema (L/s) (L/s)
Campina
Grande do 75 83,6 62,70 88,9 66,70
Sul
Colombo 41 772,1 316,56 585,8 240,17
SIN Iraí Curitiba 35 6.516,3 2.280,70 6.167,8 2.158,74
Pinhais 100 440,7 440,75 379,3 379,32
Piraquara 84 295,3 248,08 333,2 279,87
Quatro Barras 70 63,2 44,24 69,5 48,62
Total 8171,2 3393,03 7624,5 3173,42
Almirante
49 336,7 164,99 283,6 138,98
Tamandaré
Curitiba 38 6.516,3 2.476,19 6.167,8 2.343,78
SIN Iguaçu
Piraquara 16 295,3 47,25 333,2 53,31
São José dos
36 887,2 319,38 969,4 348,98
Pinhais
Total 8035,5 3007,81 7754 2885,05

FONTE: ATLAS - Abastecimento de Água - ANA (2010).

Considerando as Demandas do Sistema (2015), obtém-se um valor total de 3.393,03


L/s para o SIN-Iraí e 3.007,82 L/s para o SIN-Iguaçu.
Embora todos os municípios apresentem crescimento de sua população, o que
justificaria um aumento da demanda de água tratada, o mesmo não ocorre devido aos
elevados índices de perdas totais os quais devem ser reduzidos em 25% até final de
plano.
A partir dos resultados obtidos é possível a realização do cálculo de atendimento à
demanda atual e futura para os Sistemas Integrados do Iraí e Iguaçu. Para a
realização dessa análise levaram-se em consideração os dados hidrológicos também
disponíveis no estudo Atlas do Abastecimento Urbano de Água (ANA, 2010). Desta
forma, as conclusões obtidas no âmbito deste Plano Municipal consideram estas
informações como consolidadas pela SANEPAR. Caso haja um estudo hidrológico
específico para o Sistema Integrado de Curitiba do qual Piraquara faz parte, o mesmo
deve ser disponibilizado para a Consultora, de modo que as análises possam ser
refletidas conforme os novos números disponibilizados.
Assim, o Quadro 3.10 apresenta o cotejamento das vazões de referência com as
demandas calculadas para os anos de 2015 e 2035.

88
Quadro 3.10 – Vazão de Referência e Demandas dos Sistemas Integrados Iraí e Iguaçu

Vazão de Demanda 2015 Demanda 2035


Sistema Municípios
Referência (L/s) (L/s)¹ (L/s)¹
Campina Grande
62,70 66,70
do Sul
Colombo 316,56 240,17
Curitiba 2.280,70 2.158,74
SIN Iraí 3.460,0 Pinhais 440,75 379,32
Piraquara 248,08 279,87
Quatro Barras 44,24 48,62
Total 3.393,03 3.173,44
Almirante
164,99 138,98
Tamandaré
Curitiba 2.476,19 2.343,78
SIN Iguaçu 1.590,0 Piraquara 47,25 53,31
São José dos
319,38 348,98
Pinhais
Total 3.007,82 2.885,04

1
- Valores de demanda calculados a partir dos dados SIS – SANEPAR (2009 a 2014).

Pelo Quadro 3.10 é possível identificar que para o Sistema Integrado Iraí, a vazão
disponível do manancial superficial de 3.460,0 L/s é suficiente para atender tanto a
demanda atual de 3.393,03 L/s, quanto à demanda futura de 3.173,44 L/s.
Em contrapartida, a vazão disponível do Canal Água Limpa de 1.590,0 L/s não atende
a demanda do ano de 2015 de 3.007,82 L/s, e mesmo que a demanda futura de 2035
apresente um decréscimo para 2.885,04 L/s, a vazão disponível não será suficiente.
Em relação às perdas, os municípios que compõe o sistema integrado do Iraí
(Campina Grande do Sul, Colombo, Curitiba, Piraquara, Quatro Barras e Pinhais),
apresentaram o valor médio de perdas na produção de 1%, compilando os dados do
SIS de 2009 a 2014. Já para as perdas da distribuição, tanto os municípios do Sistema
Integrado Iraí, quanto os do Sistema Integrado Iguaçu, apresentaram valor elevado, as
quais estão compreendidas entre 38% (Campina Grande do Sul) e 54% (Colombo). O
resumo dos dados de perdas está apresentado no Quadro 3.11 a seguir.
Quadro 3.11– Perdas do Sistema

Perdas de Perdas de
Sistema Municípios Perdas Totais (%)
Produção (%) Distribuição (%)
Campina Grande do
1,0 37,0 38,0
Sul
Colombo 1,0 53,0 54,0
Curitiba 1,0 39,0 4,0
SIN Iraí
Pinhais 1,0 46,0 47,0
Piraquara 1,0 45,0 46,0
Quatro Barras 1,0 40,0 41,0

89
Perdas de Perdas de
Sistema Municípios Perdas Totais (%)
Produção (%) Distribuição (%)
Almirante
1,0 48,0 49,0
Tamandaré
Curitiba 1,0 39,0 40,0
SIN Iguaçu
Piraquara 1,0 45,0 46,0
São José dos
1,0 41,0 42,0
Pinhais

Em visita técnica à ETA Iraí, verificou-se que, os valores de perdas na produção são
baixos devido à existência de um sistema de recirculação de água. Porém, no caso
das perdas de distribuição evidencia-se a necessidade de implantação de um
programa de investimento em controle, melhorias e/ou ampliação do sistema, que
resulte numa diminuição das mesmas para patamares aceitáveis e compatíveis com a
realidade nacional.

3.3. ESTUDO DAS CONTRIBUIÇÕES DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO


SANITÁRIO

O estudo das contribuições de esgoto do sistema considera como dados de entrada,


necessariamente: (i) o estudo demográfico; (ii) as metas de cobertura; (iii) os dados de
consumo atual; (iv) a extensão da rede coletora; e, (v) os dados de infiltração.
Os estudos demográficos estão apresentados no Capítulo 3.1, ele indica crescimento
populacional para todos os municípios em análise ao longo do período do PMSB.
Em se tratando de metas para projetos de esgotamento sanitário, o “Plano Nacional de
Saneamento Básico”, elaborado pelo Ministério das Cidades em conjunto com a
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, estipula como desejável o nível de
cobertura de esgoto na ordem de 100% para 2035.
Em paralelo, o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), define metas
anuais de cobertura para os anos de 2010, 2018, 2023 e 2033. Desta forma, foram
adotados os valores do PLANSAB, com a meta final de 2035 compatível com o Plano
Nacional de Saneamento Básico.
Devido aos anos de referência das metas do PLANSAB não coincidirem com os anos
de referência adotados para esse estudo, os valores de metas serão interpolados para
que representem uma situação mais próxima da realidade de cada ano.
No Quadro 3.12 estão indicadas as metas utilizadas.
Quadro 3.12 – Metas de Cobertura de Esgotamento Sanitário

Ano Meta de Cobertura (%)


2015 73
2020 80
2025 85
2030 90
2035 95

90
Para os cálculos das contribuições de esgotamento sanitário foi necessária a utilização
dos per capita de consumo de água tratada, já analisados no Capítulo 3.2, e
apresentados no Quadro 3.13 a seguir.
Quadro 3.13 – Per Capita de Consumo
Município Per capita (L/hab.dia)
Curitiba 153,10
Pinhais 135,40
Piraquara 115,0
São José dos Pinhais 136,9

A extensão de rede coletora e os dados necessários para o cálculo de infiltração


consideraram os dados apresentados pelo Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS).
As redes coletoras a serem implantadas no decorrer do período do Plano, visando
atendimento das metas previstas, foram adotadas em PVC.
Com esses parâmetros definidos foi possível calcular as contribuições de esgoto para
os municípios citados acima no período de 2015 a 2035, com intervalos de 5 anos.
O Quadro 3.14 apresenta um resumo das condições atuais da contribuição do SES de
Piraquara segundo dados fornecidos pela SANEPAR.
Quadro 3.14 – Condições Atuais SES - Piraquara

Indicador 2009 2010 2011 2012 2013


Índice de atendimento 64,18% 56,77% 59,15% 66,19% 69,58%
Economias residenciais 14.127 15.889 16.790 19.087 21.114
atendidas (ud)
Economias totais atendidas (ud) 14.708 16.493 17.425 19.744 21.838
Ligações totais atendidas (ud) 13.616 15.335 16.221 18.591 20.643
Volume coletado mensal (m³) 173.252 189.940 201.917 229.365 253.890
Volume tratado mensal (m³) 173.252 189.940 201.917 229.365 253.890
Volume faturado mensal (m³) 216.682 238.184 250.116 282.457 316.194
Extensão de rede de esgoto (m) 299.820 339.960 342.970 384.940 406.140
Extensão de rede por ligação
22,02 22,17 21,14 20,71 19,67
(m/lig.)

FONTE: SNIS (2009-2013) – Valores de referência de 2013.

SIS SANEPAR (2009-2013).

O Quadro 3.15 apresenta os parâmetros utilizados no cálculo das contribuições de


esgoto.
Quadro 3.15 – Parâmetros Adotados - Piraquara
Parâmetro Valor
Horizonte do estudo 20 anos
Contribuição per capita de esgoto 92 L/hab.dia
Coeficientes de variação de consumo K1 = 1,2 / K2 = 1,5 / K3 = 0,5

91
Parâmetro Valor
Carga orgânica per capita 60g de DBO/dia
Taxa de ocupação* 3,38 habitantes / economia domiciliar
Taxa de infiltração (L/s.km) - PVC 0,10
Extensão de rede por ligação ** 18,56 metros / ligações
Relação ligação por economia** 1,02
Relação economias totais / economias
1,03
domiciliares**

* Taxa de ocupação de morador por domicílio (IBGE, 2010).

* * Valores de referência de 2013 (SNIS 2013 – SANEPAR).

O Quadro 3.16 mostra a contribuição de esgoto do SES de Piraquara e suas vazões


resultantes ao longo do período do PMSB.
Quadro 3.16 – Contribuição de Esgoto – Piraquara

População População Q
Atendimen Infiltração Q Sanitária
Ano Urbana Atendida Domestica Rede (Km)
to (%) (L/s) (L/s)
(hab.) (hab.) (L/s)

2015 98.000 73 68.188 76,2 406,1 40,6 116,8


2020 112.985 80 78.615 96,2 511,8 51,2 147,4
2025 128.487 87 89.401 119,0 631,7 63,2 182,2
2030 143.218 95 114.574 144,9 767,7 76,8 221,6
2035 156.452 100 125.162 166,6 882,0 88,2 254,8

Considerando o atual arranjo do SES de Piraquara existente, estão apresentadas a


seguir as contribuições de esgoto ao longo do projeto no Quadro 3.17.
Quadro 3.17 – Contribuições de Esgoto ao Longo do Horizonte de Projeto – Piraquara
2015 2020 2025 2030 2035
População da sede urbana (hab.) 98.000 112.985 128.487 143.218 156.452
Índice de atendimento (%) 73 80 87 95 100
População atendida (hab.) 71.540 90.388 111.784 136.057 156.452
Vazão doméstica (L/s) 76,2 96,2 119,0 144,9 166,6
Vazão infiltração (L/s) 40,6 51,2 63,2 76,8 88,2
Vazão sanitária (L/s) 116,8 147,4 182,2 221,6 254,8
Vazão nominal (L/s) 1.800,0 1.800,0 1.800,0 1.800,0 1.800,0
Vazão sanitária diária (m³/dia) 10.090,7 12.737,3 15.741,6 19.150,0 22.013,8
Vazão sanitária máxima diária (L/s) 132,0 166,7 206,0 250,6 288,1
Vazão sanitária máxima horária (L/s) 177,7 224,4 277,4 337,5 388,1

A ETE Atuba Sul recebe o efluente vindo dos municípios de Curitiba e Piraquara, com
contribuições dos municípios de Pinhais e São José dos Pinhais.
O efluente do município de Piraquara é recalcado através da EEE Piraquara e também
pela EEE Weissópolis que recebe contribuição dos municípios de Pinhais e São José

92
dos Pinhais, portanto a vazão do efluente desses municípios foi somada nos cálculos
de contribuições de esgoto.
No Quadro 3.18 foi realizada a compilação dos dados da vazão sanitária máxima
diária para os municípios em análise, bem como foi inserida a vazão nominal da ETE
para posterior análise.
Quadro 3.18 – Contribuições de Esgoto ao Longo do Horizonte de Projeto Para Todos os
Municípios em Análise

Vazão Sanitária Máxima Diária (L/s)


Município
2015 2020 2025 2030 2035
Curitiba 2.866,2 3.263,6 3.682,9 4.161,1 4.524,3
Pinhais 178,6 206,1 235,1 267,6 292,1
Piraquara 132,0 166,7 206,0 250,6 288,1
São José dos Pinhais 367,2 455,4 548,0 646,4 719,0
Vazão Nominal (L/s)
ETE Atuba Sul 1.800,00

Após a realização dos cálculos de contribuição de esgoto para o município de


Piraquara, foram somados os valores de contribuição das EEE Piraquara e EEE
Weissópolis, referentes aos municípios de Pinhais e São José dos Pinhais. Desta
forma, a ETE Atuba Sul trata 677,8 L/s, vindos dos municípios de Piraquara, Pinhais e
São José dos Pinhais.
De acordo com o cálculo das contribuições de esgoto, o município de Curitiba produz
2.866,2 L/s de efluente. Como a capacidade total da ETE Atuba Sul é de 1.800 L/s,
retira-se a contribuição advinda das EEE Piraquara e EEE Weissópolis, a qual resulta
em 677,8 L/s. Desta forma, tem-se que no ano de 2015 o efluente tratado pela ETE,
vindo do município de Curitiba é de 1.122,20 L/s. Portanto a ETE Atuba Sul trata
aproximadamente 39% do efluente gerado pelo município de Curitiba.
Considerando que a ETE Atuba Sul continue recebendo as mesmas porcentagens em
relação aos municípios atendidos, o Quadro 3.19 apresenta a projeção dos efluentes
para o período de 2015 a 2035.
Quadro 3.19 – Análise dos Efluentes da ETE Atuba Sul

Vazão Sanitária Máxima Diária (L/s)


Município
2015 2020 2025 2030 2035
Curitiba 1.122,1 1.277,7 1.441,9 1.629,1 1.771,3
EEE Piraquara (somada a EEE
677,8 828,2 989,1 1164,6 1299,2
Weissópolis)
Total 1.799,9 2.105,9 2.431,0 2.793,7 3.070,5
ETE Atuba Sul - Vazão Nominal
1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00
(L/s)

Após a análise do Quadro 3.19 é possível indicar que a ETE Atuba Sul precisará
atender no final de Plano um valor de vazão de efluente de 3.070,50 L/s.

93
A vazão disponível no Rio Atuba para lançamento do efluente da ETE Atuba Sul é de
643,24 L/s, o que evidencia que essa vazão não atende a vazão de contribuição atual
e para fim de Plano.

3.4. DIAGNÓSTICO DO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL

Este capítulo tem por objetivo subsidiar proposições de melhoria para o sistema de
abastecimento de água existente com um horizonte de planejamento de 20 anos.
Essa etapa da descrição e diagnóstico do SAA do município de Piraquara apresenta
as unidades existentes com suas respectivas características e condições de operação,
permitindo o entendimento do sistema como um todo e assim identificando as
deficiências do mesmo.

3.4.1. Sistemas Produtores de Água

No Brasil, os sistemas produtores de água podem ser classificados em sistemas


integrados e sistemas isolados.
Os sistemas integrados são caracterizados por abastecerem mais de um município, a
partir de um único sistema produtor de água. Já os sistemas isolados são
caracterizados por atenderem apenas um município.
Os sistemas isolados são predominantes na maioria das regiões do país, no entanto,
nas regiões Nordeste e Sudeste, os sistemas integrados prevalecem no atendimento à
população.
O emprego de sistemas integrados de abastecimento de água normalmente ocorre em
regiões com grande concentração urbana, onde a tendência é existir uma demanda de
água maior que a disponibilidade hídrica.
O Estado do Paraná possui 399 municípios e uma população estimada de 11 milhões
de habitantes para o ano de 2014, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Destacam-se as Regiões Metropolitanas de Curitiba,
Londrina e Maringá.
De acordo com ATLAS BRASIL – Abastecimento Urbano de Água (2010), a maior
parte dos municípios é abastecida por sistemas isolados, representando 94% (374
municípios). Os municípios abastecidos por sistema integrado (6%) representam 25%
da população urbana total do Estado do Paraná.
A Figura 3.4 apresenta os Sistemas Integrados de Abastecimento de Água do Paraná.

94
Figura 3.4 – Sistemas Integrados de Abastecimento de Água do Paraná

FONTE: ANA, 2010.

95
O sistema integrado de abastecimento de água de Curitiba e Região Metropolitana
tem capacidade nominal de 9.400,0 L/s e o sistema Londrina/Cambé, com captações
nos rios Tibagi e Cafezal, tem capacidade nominal de 1.891,7 L/s.
O sistema de abastecimento integrado de Curitiba e Região Metropolitana – SAIC está
localizado na sub-bacia do Alto Iguaçu e é composto por quatro sistemas: Sistema
Iguaçu, Sistema Iraí, Sistema Passaúna e Sistema Miringuava.
No Quadro 3.20 estão descritos os sistemas integrados do SAIC e os respectivos
municípios atendidos por estes, bem como municípios abastecidos por sistemas
isolados.
Quadro 3.20 – Sistemas de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana -
SAIC
Participação no
Outros Municípios
Sistema Abastecedor Manancial Abastecimento do
Atendidos
Município de Curitiba

Almirante Tamandaré e
Sistema Iguaçu Canal de Água Limpa 38%
São José dos Pinhais

Piraquara, Quatro
Sistema Iraí Rio Iraí 35% Barras, Colombo, e
Campina Grande do Sul.

Campo Magro, Campo


Sistema Passaúna Rio Passaúna 24%
Largo e Araucária.

Araucária, São José dos


Sistema Miringuava Rio Miringuava 2% Pinhais e Fazenda Rio
Grande.
Adrianópolis, Balsa
Nova, Campo Largo,
Campo Magro, Cerro
Azul, Doutor Ulysses,
Fazenda Rio Grande,
Mananciais Superficiais / Itaperuçu, Lapa,
-
Mistos Mandirituba, Pinhais,
Piraquara, Quatro
Barras, Rio Branco do
Sul, São José dos
Isolados Pinhais, e Tijucas do
Sul.
Agudos do Sul,
Almirante Tamandaré,
Araucária, Bocaiúva do
Poços - Sul, Campina Grande do
Sul, Colombo, Contenda,
Quitandinha, e Tunas do
Paraná.

FONTE: ANA, 2010.

Os quatro sistemas integrados da RMC e os respectivos municípios atendidos estão


ilustrados na Figura 3.5.

96
Figura 3.5 – Sistemas Integrados de Curitiba e Região Metropolitana

FONTE: ANA, 2010.

No momento da elaboração do Atlas de Abastecimento Urbano de Água (ANA, 2010),


o município de Piraquara era abastecido apenas pelo Sistema Integrado do Iraí, porém
de acordo com visita técnica realizada, atualmente o município é atendido por dois
sistemas do SAIC.
O Sistema do Iraí continua sendo o principal abastecedor, mas devido ao crescimento
da população urbana, e o consequente aumento da demanda por água, foi necessária
a interligação ao Sistema do Iguaçu.

3.4.1.1. Sistema Integrado do Iraí (SIN – Iraí)

O Sistema Integrado do Iraí (SIN – Iraí) está localizado na parte leste da bacia do Alto
Iguaçu e abastece o total de seis municípios, incluindo o município de Piraquara com
captação no manancial superficial do Rio Iraí.
A captação é abastecida pelo reservatório do Iraí e pelos reservatórios Piraquara I e II,
além dos rios Iraizinho, do Meio e Itaqui.
A seguir, na Figura 3.6, é apresentado o croqui do sistema integrado.

97
Figura 3.6 – Sistema Integrado do Iraí

FONTE: ANA, 2010.

98
3.4.1.2. Sistema Integrado do Iguaçu (SIN – Iguaçu)

O Sistema Integrado do Iguaçu (SIN – Iguaçu) também está situado na parte leste da
bacia do Alto Iguaçu, sendo o que possui maior capacidade de produção da região,
com capacidade nominal de 3.400 L/s e produção média de 3.000 L/s.
Esse sistema é abastecido pelo Canal Água Limpa, o qual recebe as contribuições dos
rios Iraí, Itaqui e Pequeno (margem esquerda). Anteriormente os rios Atuba, Palmital e
Meio também contribuíam para o sistema, porém esses foram descartados da devido
à degradação da qualidade.
Os municípios que compõe o SIN – Iguaçu recebem contribuição de abastecimento de
água de outros sistemas do SAIC, como mostra o croqui apresentado na Figura 3.7.

99
Figura 3.7 – Sistema Integrado do Iguaçu

FONTE: ANA, 2010.

100
Os municípios dos Sistemas Integrados do Iraí e Iguaçu recebem contribuições de
outros sistemas integrados e isolados.
No Quadro 3.21 estão descritas as porcentagens de contribuição para abastecimento
de água dos municípios envolvidos, no momento da elaboração do Atlas (ANA, 2010).
Quadro 3.21 – Contribuição de Abastecimento de Água dos Municípios dos Sistemas
Integrados Iraí e Iguaçu
Participação no
Municípios Manancial Sistema
Abastecimento
Conjunto de poços
Conjunto de poços 51%
Almirante Tamandaré
Almirante Tamandaré
Canal Água Limpa Sistema Iguaçu 49%

Canal de Água Limpa Sistema Iguaçu 38%

Rio Iraí Sistema Iraí 35%


Curitiba
Rio Passaúna Sistema Passaúna 24%

Rio Miringuava Sistema Miringuava 2%

Piraquara Rio Iraí Sistema Iraí 100%

Rio Iraí Sistema Iraí 70%


Quatro Barras
Rio Capitanduva Sistema Quatro Barras 30%

Conjunto de Poços Conjunto de Poços


50%
Colombo KARST

Colombo Rio Iraí Sistema Iraí 41%

Rio Palmital ETA Palmital 9%

Rio Iraí Sistema Iraí 75%


Campina Grande do Sul
Poço 1 Campina Grande
Conjunto de 5 poços 25%
do Sul

Pinhais Rio Iraí Sistema Iraí 100%

Rio Miringuava Sistema Miringuava 44%

Canal Água limpa Sistema Iguaçu 36%

São José dos Pinhais Rio Pequeno ETA Pequeno 15%

CSPCOT ETA Cotia 4%

Conjuntos de poços São


Conjunto de poços 2%
José dos Pinhais

FONTE: ANA, 2010.

Conforme pode ser observado nos dados apresentados acima, o município de


Piraquara era abastecido integralmente pelo Sistema Integrado do Iraí.
Entretanto, em visita técnica realizada pela COBRAPE em julho de 2015, verificou-se
que atualmente o município de Piraquara também recebe contribuição do Sistema
Integrado do Iguaçu, o que pode ocorrer com os demais municípios envolvidos.

101
De acordo com dados do operacional da ETA Iraí e da ETA Iguaçu fornecidos pela
SANEPAR, foi possível especificar o volume de água tratada destinada a cada um dos
municípios que compõem ambos os Sistemas de Abastecimento.
No Quadro 3.22 estão apresentados os volumes produzidos no mês de julho de 2015,
as porcentagens, e os volumes de água tratada que abastecem os municípios
analisados. Observa-se que o município de Piraquara é abastecido por um volume de
283,10 L/s, representando 9,3% do SIN Iraí e 1,8% do SIN Iguaçu.
Quadro 3.22 – Volumes de Abastecimentos de Água Tratada para os Municípios dos
Sistemas Integrados Iraí e Iguaçu
Volume Volume
Volume
Porcentagem de Produzido Produzido
Produzido Mês
Sistema Integrado Municípios Abastecimento Por Por
de Julho 2015
da ETA (%) Município Município
(m³)
(m³/mês) (L/s)
Campina
3,30% 217.525,94 83,92
Grande do Sul

Colombo 21,40% 1.410.622,73 544,22

Curitiba 52,60% 3.467.231,57 1.337,67


SIN Iraí 6.591.695,0
Pinhais 13,20% 870.103,74 335,69

Piraquara 9,30% 613.027,64 236,51

Quatro Barras 0,20% 13.183,39 5,09

Almirante
2,80% 187.845,25 72,47
Tamandaré

Curitiba 88,80% 5.957.377,99 2.298,37


SIN Iguaçu 6.708.759,0
Piraquara 1,80% 120.757,66 46,59

São José dos


6,60% 442.778,09 170,82
Pinhais

3.4.2. Descrição e Diagnóstico dos Sistemas de Abastecimento de Água

O Sistema de Abastecimento de Água Integrado do Iraí está descrito e diagnosticado,


de forma sucinta, nos itens subsequentes.
Devido à indisponibilidade de informações e dados do Sistema de Abastecimento de
Água Integrado do Iguaçu, o mesmo não será caracterizado.

3.4.2.1. Sistema de Produção de Água Bruta Iraí

O Sistema de Abastecimento Integrado do Iraí está situado a leste da Bacia do Alto


Iguaçu, o qual possui uma área de 565 km², tendo capacidade nominal de adução de
4.200L/s e de tratamento de 3.600 L/s. O sistema é constituído por captação
superficial, estação elevatória de água bruta e estação de tratamento de água – ETA,
os quais serão descritos nos tópicos a seguir. Optou-se por dividir a descrição em dois
subitens, o primeiro descreve o sistema de produção de água bruta, e o segundo
apresenta as características da estação de tratamento de água.

102
3.4.2.1.1. Manancial Superficial

A captação de água bruta do Sistema Integrado Iraí, identificada como CSP-01,


encontra-se localizada junto à ETA Iraí na rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel,
cota 805,0 m.
A captação é realizada através das barragens de nível Iraí, Piraquara I e Piraquara II e
de bacias incrementais compostas pelo rio Iraizinho, do Meio e mais a jusante, o rio
Itaqui.
Essas barragens são regularizadoras de vazão. No rio Iraí a barragem tem capacidade
de armazenamento de 58 x 106 m³, e as barragens no rio Piraquara, denominadas
Piraquara I e Piraquara II, tem capacidade de armazenamento de 22 x 106 m³ e 20,5 x
106 m³, respectivamente.
A água bruta que entra no canal de adução recebe a adição de hidróxido de cálcio e
coagulante, assim é destinada até estação elevatória de água bruta EEB-01 já com a
pré-mistura.
Na entrada da água bruta existe o gradeamento grosseiro e sequencialmente o
gradeamento médio, ambos são manuais.
Posterior aos gradeamentos, a água é conduzida até a estação elevatória de água
bruta EEB-01, através de três canais de entrada.
No atual ponto de captação, a bacia de contribuição soma uma área de 285,34 Km².
A Figura 3.8 a seguir ilustra o canal de adução de água bruta.

Figura 3.8 – Canal de Adução de Água Bruta

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Os dados do manancial superficial são apresentados no Quadro 3.23 a seguir.

103
Quadro 3.23 – Dados do Manancial Superficial
Corpo Hídrico Rio Iraí
Bacia hidrográfica Bacia do Alto Iguaçu
Pontos de captação CSP-01
Localização da captação 7.184.749,00 N / 685.799,00 S
Outorga de Direito 272/2012 - DPCA
Validade da outorga 31/12/2013
Vazão outorgada 3.500,0 L/s - 12.600,0 m³/h – 302.400,0 m³/dia
Regime de Bombeamento* 24 horas/dia
Vazão explorada* 2.700 L/s

FONTE: Portaria de Outorga nº 048/2002-DRH.

*Visita Técnica COBRAPE (Julho / 2015).

3.4.2.1.2. Estação Elevatória de Água Bruta

A estação elevatória de água bruta EEB-01 está localizada junto à captação superficial
no rio Iraí.
A água bruta que segue pelos três canais de concreto até a EEB-01 é succionada para
a parte superior da elevatória por meio dos motor-bombas submersíveis.
Na parte superior a água bruta aflora por meio de quatro canais de concreto, sendo
despejada na caixa de distribuição, no seguimento é distribuída aos módulos da ETA
por gravidade.
De acordo com a visita, a capacidade da estação elevatória é de 4.200 L/s, porém
opera com vazão de 2.700 L/s. A sua potência total é de 1.020 cv. A Figura 3.9 a
seguir apresenta a estação elevatória de água bruta – EEB-01.

Figura 3.9 – Estação Elevatória de Água Bruta – EEB-01

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

104
A EEB-01 é composta por cinco motor-bombas, sendo que quatro são operantes e um
reserva com as características apresentadas no Quadro 3.24.
Quadro 3.24 - Elevatória de Água Bruta – Rio Iraí – EEB-01

Iraí– EEB-01
Conjunto motor-bomba
Bomba 1 Bomba 2 Bomba 3 Bomba 4 Bomba 5
(4+1)
Tipo* Submersível Submersível Submersível Submersível Submersível
Marca Flygt Flygt Flygt Flygt Flygt
Altura Manométrica (mca) 13,3 13,3 13,3 13,3 13,3
Rotor (mm)
Vazão (m³/h)* 3.240,0 3.240,0 3.240,0 2.700,0 2.700,0
Vazão (L/s)* 900,0 900,0 900,0 750,0 750,0
Rotação (rpm) 705 705 705 705 705
Motores 1, 2, 3, 4 e 5
Marca Flygt Flygt Flygt Flygt Flygt
Potência (cv) 172,0 172,0 172,0 172,0 172,0
Rotação 705 705 705 705 705

FONTE: Estudo Técnico Preliminar – Plano Diretor - PROENSI (2012).

*Visita Técnica Cobrape (Julho / 2015).

3.4.2.1.3. Adutora de Água Bruta

A adução da água bruta até a Estação de Tratamento de Água (ETA) é feita por uma
única adutora, chamada AAB-01, a qual está apresentada na Figura 3.10 a seguir.

Figura 3.10 – Adutora de Água Bruta – AAB-01

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

105
As características da adutora estão apresentadas no Quadro 3.25. Seu caminhamento
é feito dentro da área da ETA Iraí, sendo que na chegada a água é distribuída aos
módulos por meio de quatro registros.
Quadro 3.25 – Principais Características da Adutora de Água Bruta – AAB-01
Adutora Extensão (m) Diâmetro (mm) Material
AAB-01 115,00 1.500 Aço carbono

FONTE: Estudo Técnico Preliminar ETP - PROENSI (2012).

3.4.2.2. Estação de Tratamento de Água – ETA Iraí

A estação de tratamento de água do Sistema Integrado do Iraí está localizada na cota


805,0 m, na rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel, como pode ser observado na
Figura 3.11.

Figura 3.11 – Localização ETA e CSP Iraí

FONTE: Google Earth (2015).

A ETA Iraí abastece total ou parcialmente os municípios do Sistema Integrado do Iraí,


dentre eles estão: Campina Grande do Sul, Colombo, Curitiba, Pinhais, Piraquara e
Quatro Barras.
A capacidade nominal da ETA é de 3.200 L/s (11.520 m³/h), dividida em quatro
módulos de 800 L/s (2.880 m³/h). Atualmente, opera com vazão de 2.700 L/s (9.720
m³/h) por um período de 24 horas.
O processo de tratamento de água é não convencional, utilizando-se o sistema de
flotação.

106
Estão situados na área da ETA os tanques de produtos químicos, os quais são
aplicados em várias etapas do processo de tratamento, sendo:
 Quatro tanques de coagulante (sulfato de alumínio) com volume de 50,0 m³
cada, dosados na entrada da água bruta e também nos quatro módulos
separadamente;
 Dois tanques de ácido fluossilícico com volume de 15 m³ cada, um operante e
um reserva.
Na área da ETA existe uma lagoa de detenção que atualmente está sendo utilizada
como tanque de decantação como ilustra a Figura 3.12.

Figura 3.12 – Lagoa de Detenção / Tanque de Decantação

FONTE: Visita Técnica – Cobrape (2015).

A desinfecção é feita por cloro, o qual é abrigado em uma construção separada,


composta por 14 cilindros que são destinados para as dosadoras. O mecanismo
possui cinco dosadoras de cloro, sendo uma para cada módulo da ETA e uma para o
canal de entrada.

107
Figura 3.13– Localização ETA e CSP Iraí

FONTE: Google Earth (2015).

A ETA Iraí abastece total ou parcialmente os municípios do Sistema Integrado do Iraí,


dentre eles estão: Campina Grande do Sul, Colombo, Curitiba, Pinhais, Piraquara e
Quatro Barras.
Para maior segurança, existe no local o lavador de cloro, utilizado na ocorrência de
vazamentos do produto no local, ativado por sensores automáticos.
Para correção do pH é utilizado o hidróxido de cálcio, armazenados em dois tanques
com volume de 60 m³ cada, e uma casa de mistura. O sistema conta com dosadores
separados para cada módulo da ETA e um para o canal de adução de água bruta.
A ETA também conta com um sistema manual de carvão ativado instalado para o
processo de neutralização. Esse processo é utilizado quando há grande incidência de
algas na água, o que ocasiona uma alteração no gosto da água tratada. No entanto,
até o presente esse sistema não foi utilizado.
O sistema de fosfatização é existente, no entanto também não utilizado.
 Processo de Tratamento da Água Bruta – Flotação
A água bruta captada recebe a adição de coagulante (sulfato de alumínio) e hidróxido
de cálcio através de dosadores localizados na entrada do gradeamento grosseiro.
Após a pré-mistura de produtos, a água bruta segue para a estação elevatória EEB-
01. Então, a água é transportada da EEB-01 até a ETA.
Antes que a água seja succionada para a parte superior da ETA, é feita a injeção da
água de arraste, ou também denominada água de processo. A água de arraste, que
contém sulfato de alumínio e cloro, é recalcada através de uma bomba localizada na
entrada da ETA.

108
Em seguida, a água é bombeada para os quatro módulos através de uma única
bomba ao centro da ETA, conforme pode ser observado na Figura 3.14. Chegando à
parte superior, a água é direcionada para cada um dos módulos de forma uniforme
através de monitoramento automático.

Figura 3.14 – Bomba de Sucção da Água Bruta

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Os quatro módulos existentes possuem o mesmo sistema de tratamento por flotação e


operam exatamente da mesma maneira.
Na entrada da água bruta no módulo é feita a adição de coagulante (sulfato de
alumínio), e posteriormente a água segue para os agitadores mecânicos. Os
agitadores tem velocidade descensional, iniciando com agitação rápida, média e
finalizando com agitação lenta, onde são formados os maiores flocos.
Na sequência, a água segue para o tanque floto-filtro com profundidade de
aproximadamente 3,0 m, o qual funciona como flotador e filtro em um mesmo
compartimento. Cada módulo da ETA possui dois tanques de pressurização. A água e
o ar são pressurizados e injetados na parte inferior do floto-filtro. As microbolhas tem a
função de arrastarem os flocos formados até a superfície do tanque e o coagulante
auxilia a manter os flocos em suspensão.
Os flocos suspensos formam um sobrenadante de lodo que é retirado através de um
raspador de lodo mecânico. O raspador de lodo é automatizado e temporizado para
operar em um intervalo de 8 minutos, processo esse realizado de maneira contínua.
O lodo retirado da superfície do tanque de flotação é destinado a uma canaleta
localizada na lateral do floto-filtro. Em seguida, esse material segue para um
reservatório de lodo e posteriormente é dirigido para a centrífuga, conforme Figura
3.15.

109
Figura 3.15 – Tanque de Flotação

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

O lodo desaguado segue para as caçambas e a água resultante desse processo é


armazenada em um reservatório de recirculação, presente em cada módulo.
A água do floto-filtro segue para a etapa de filtração. Depois de filtrada é destinada à
câmera de contato onde recebe flúor e cloro para correção de pH. A Figura 3.16 ilustra
a água filtrada.

Figura 3.16 – Água Filtrada

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

A água tratada dos quatro módulos segue da câmara de contato individual para o
reservatório apoiado. O reservatório com volume útil de 8.000 m³ armazena o total de
110
água tratada da ETA e se mantém 80 a 90% preenchido. Do reservatório apoiado, a
água segue para a estação elevatória de água tratada, esta composta por treze motor-
bombas.
A Figura 3.17 indica o reservatório de água tratada na área da ETA.

Figura 3.17 – Reservatório de Água Tratada

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

As características principais da ETA Iraí estão apresentadas no Quadro 3.26 a seguir.


Quadro 3.26 – Principais Características da ETA Iraí

Número de módulos 4
Capacidade nominal total 3.200,0 L/s – 11.520 m³/h
Vazão de operação 2.700 L/s – 9.720 m³/h
Processo Não convencional - Flotação
Tempo médio de operação 24 horas/dia*

FONTE: Estudo Técnico Preliminar – Plano Diretor - PROENSI (2012).

*Visita Técnica Cobrape (Julho / 2015).

3.4.2.3. Diagnóstico do Sistema Produtor do Iraí

O diagnóstico do sistema produtor de abastecimento de água do Iraí retrata as atuais


condições de funcionamento das unidades operacionais.
O manancial superficial é explorado através do canal de adução que recebe água da
barragem de nível do Iraí e Piraquara I e II com complemento de alguns rios.
Em visita técnica foi informado que, em períodos de precipitação intensa há grande
proliferação de algas. A fim de evitar que grandes quantidades de algas entrem para o
canal de adução, a água bruta é desviada pelo caminhamento original do rio Iraí, com
a funcionalidade de “by-pass”.

111
Com relação à estação elevatória de água bruta EEB-01, a qual possui quatro
conjuntos motor-bombas operante e um reserva, relatou-se em visita técnica que as
bombas são trocadas anualmente para que sejam evitados problemas de operação na
captação.
A capacidade da EEB-01 é de 4.200 L/s, porém opera com vazão de 2.700,0 L/s. O
técnico da SANEPAR, em visita, informou que não é aconselhável operar com a
capacidade máxima das bombas, porém já existem estudos que têm como objetivo a
operação da estação elevatória com vazão maior que a atual.
Os equipamentos de captação e estação elevatória de água bruta do Iraí estão em
boas condições de funcionamento e conservação.
A água bruta da estação elevatória segue até a ETA, localizada na mesma área, por
única adutora.
A Estação de Tratamento de Água do Iraí tem capacidade instalada de 3.200 L/s, com
4 módulos de 800 L/s. Opera atualmente com a vazão de 2.700 L/s, cada módulo 675
L/s.
Na área da ETA está construída uma lagoa, a qual anteriormente era utilizada como
lagoa de detenção, assim quando ocorresse do sistema extravasar sua capacidade, o
excesso de água era então destinado à lagoa, possibilitando a reutilização da mesma
novamente no sistema.
Segundo dados informados em visita técnica, o custo elevado para manter a lagoa de
detenção impossibilitou a utilização da mesma com essa função. Desta forma,
atualmente a lagoa é utilizada como lagoa de decantação e sua limpeza é feita por
empresa terceirizada.
Em 2016, está prevista a limpeza e reforma da lagoa. A obra, que já no processo
licitatório, será executada para que a mesma retorne a operar como lagoa de
detenção.
Há dez anos, a desinfecção da água era feita através de clorito de sódio, no entanto
como o tanque com esse produto químico apresentava risco de explosão, este sistema
foi desativado, e então a desinfecção atualmente é realizada por cloro.
Para a correção de pH é utilizado o hidróxido de cálcio, sendo que antigamente usava-
se a aplicação de cal manualmente.
De acordo com informações obtidas na visita de campo, o cloro só será adicionado no
início do processo (canal adutor) em situação emergencial, quando a água bruta
compõe-se de elevada presença de algas.
As tubulações do sistema de água são novas e, portanto não apresentam problemas
de corrosões. A tubulação para adição do orto-polifosfato (sistema de fosfatização)
para a estabilização de íons metálicos, tanto na tubulação do sistema da ETA quanto
para a rede de distribuição, é existente, mas devido a não corrosão das tubulações
ainda não está sendo utilizada.
Conforme informações do técnico da SANEPAR, os produtos químicos inseridos para
tratamento podem ser incorporados em várias etapas do processo conforme
necessidade e também melhor resultado.
Na ETA Iraí há um sistema de recirculação de água. A qualidade da água de
recirculação é determinante na sua nova inserção ao processo. Desta forma, caso não
112
apresente sólidos, é introduzida diretamente ao processo de tratamento, porém se
houver presença de algas ou outros sólidos é destinada ao processo inicial de
gradeamento.
Devido ao processo de recirculação, as perdas de água no sistema são baixas, no
entanto quando ocorre lavagem de mais de um filtro por vez, o volume de água não
suportado pelo processo de recirculação é descartado na drenagem.
O lodo gerado no processo de tratamento da água é encaminhado a centrífuga e
depois de desidratado é destinado à recuperação de cavas.
De acordo com informações do técnico da SANEPAR, o sistema instalado hoje não
atende 100 % do lodo gerado, portanto já existe um projeto para a construção de um
adensador, em virtude do grande volume de lodo gerado.
A ETA Iraí teve início de operação no ano de 2001, é um sistema considerado atual,
com 14 anos de operação, e utiliza de um processo com tecnologias mais avançadas
e não convencionais. São três os operadores responsáveis pela operação do sistema.
O pátio da ETA é uma área ampla que permite a instalação de outros equipamentos
ou a ampliação da mesma, caso necessário. A estrutura apresenta-se em boas
condições de funcionamento e conservação.
A ETA também comporta um laboratório químico onde todas as análises necessárias
do processo são realizadas, mantendo assim a qualidade da água tratada fornecida a
população. Também é existente a sala de controle, onde todo o processo é controlado
remotamente por computadores. Assim, caso haja falhas na operação ou
equipamentos, o próprio sistema as detecta, com o propósito de corrigi-las o mais
breve possível com segurança.

3.4.2.4. Sistema de Distribuição de Água Tratada

3.4.2.4.1. Reservação

O município de Piraquara possui dois centros de reservação, quais sejam: o


Reservatório Apoiado (RAP) Piraquara; e o RAP Guarituba Redondo.
O RAP Piraquara está localizado entre as ruas Calondela e Canela, na cota 894,0 m.
Ele possui capacidade nominal de 3.500 m³ e é abastecido pela ETA Iraí. Sua função
é de abastecer a maior área do município. A Figura 3.18 mostra o RAP Piraquara.

113
Figura 3.18 – Reservatório Apoiado (RAP) Piraquara

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

O RAP Piraquara possui macromedidor de vazão na saída da água para distribuição e


a pressão é regulada de acordo com a necessidade de demanda de água tratada, o
que está diretamente ligado aos horários de pico de consumo.
A distribuição de água a partir do reservatório se dá a partir de três boosters que
distribuem água tratada às demais localidades. Os boosters são: Booster do Chinês,
alimentado pelo RAP Piraquara por gravidade; Booster Centro Ambiental; e Booster
Estrada da Oca, ambos alimentados pelo RAP Piraquara através de recalque.
Além dos boosters, as regiões são abastecidas pelo RAP Piraquara através de
recalque e gravidade diretamente da área do reservatório, além de algumas áreas
controladas por válvulas redutoras de pressão, como ilustrado na Figura 3.19 a seguir.

114
Figura 3.19 – Áreas Atendidas Pelo Reservatório Apoiado Piraquara

FONTE: SANEPAR – Adaptado COBRAPE (2015).

O Reservatório Apoiado (RAP) Guarituba Redondo está localizado entre as ruas


Rosalinda de Oliveira Abreu com Anderson Schadlich, na cota 850,0 m. Sua
capacidade nominal é de 4.000 m, e sua operação iniciou no ano de 1999.
O RAP Guarituba Redondo é abastecido por duas adutoras, uma transporta água da
ETA Iraí, e a outra da ETA Iguaçu.
Na Figura 3.20 abaixo está ilustrado o RAP Guarituba Redondo.

115
Figura 3.20 – Reservatório Apoiado (RAP) Guarituba Redondo

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Na Figura 3.21 abaixo está ilustrada a área do Guarituba Redondo atendida pelo RAP.

Figura 3.21 – Reservatório Apoiado (RAP) Guarituba Redondo

FONTE: SANEPAR – Adaptado COBRAPE (2015).

116
A seguir, no Quadro 3.27, são apresentadas as principais características dos
reservatórios do Sistema de Abastecimento de Água (SAA) de Piraquara.
Quadro 3.27 – Principais Características dos Reservatórios do SAA de Piraquara

Capacidade
Reservatório Tipo Material / Forma Localização
(m³)
RAP- Entre as ruas Rosalinda de
Guarituba Apoiado 4.000 Concreto / Retangular Oliveira Abreu com Anderson
Redondo Schadlich.
Entre as ruas Calondela e
RAP- Central Apoiado 3.500 Metálico / Cilíndrico
Canela

FONTE: Visita Técnica - COBRAPE (2015).

A partir das informações apresentadas no Capítulo 3, é possível fazer uma análise da


capacidade de reservação do sistema.
A demanda atual do SAA de Piraquara, vazão média Qmédia = 881,28 m³/dia e vazão
média diária QMD = 1.057,68 m³/dia exige um volume de reservação de 8.460 m³,
sendo que o sistema conta com 7.500 m³ o que denota que o volume de reservação é
insuficiente.
Em seguida, no Quadro 3.28, é feita uma comparação da reservação atual com a
reservação necessária.
Quadro 3.28 – Necessidade de Reservação x Reservação Existente

Demanda Volume Vol.


População Urbana Perdas Saldo
Ano Necessário Existente
Abastecida (hab.) Totais Per capita QMD (m³)
(m³) (m³)
(L/hab.dia) (L/s)
2015 98.000 45% 216 293,8 8.460 7.500 -960
2020 112.985 35% 183 286,6 8.253 7.500 -753
2025 128.487 30% 170 302,6 8.715 7.500 -1.215
2030 143.218 28% 165 327,9 9.444 7.500 -1.944
2035 156.452 25% 158 343,9 9.904 7.500 -2.404

No confronto dos volumes de reservação existentes e volumes necessários observa-


se que o volume atual é insuficiente para atender a demanda atual e até o ano de
2035.

3.4.2.4.2. Estações Elevatórias de Água Tratada

O Booster Heitor Pallu está localizado na Rua Herbert Trapp próximo à esquina com a
Avenida Rio de Janeiro, na cota 857,0 m. Ele recebe a água recalcada do reservatório
Guarituba Redondo e abastece a região do bairro Guarituba Redondo (4.000 m³),
identificado na Figura 3.22.

117
Figura 3.22 – Booster Heitor Pallu

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Na Rua RS-305 está localizado o Booster do Chinês na cota 889,0 m. Esse recebe
água tratada por gravidade do reservatório Piraquara (3.500 m³) e distribui para áreas
de chácaras localizadas no sentido sul do município, como mostra Figura 3.23.

Figura 3.23 – Booster do Chinês

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

O Booster Centro Ambiental está localizado em região mais afastada, na Rua Nova
Tirol, na cota 895,0 m. Recebe água tratada através de recalque do reservatório
Pìraquara (3.500 m³) e abastece região de chácaras caracterizadas por serem pouco
povoadas. Indicado na Figura 3.24.

118
Figura 3.24 – Booster Centro Ambiental

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Na Rua João Biss, no encontro com a Rua KS – 2 está localizado o Booster Estrada
da Oca, na cota 890,0 m. Recebe água tratada através de recalque do reservatório
Piraquara (3.500 m³) e distribui para região norte do município, ilustrado na Figura
3.25.

Figura 3.25 – Booster Estrada da Oca

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

As características principais dos boosters de água tratada estão apresentadas no


Quadro 3.29.

119
Quadro 3.29 – Características dos Boosters de Água Tratada
Booster Heitor Booster do Booster Centro Booster Estrada
Pallu Chinês Ambiental da Oca
Número de conjunto N.I 1 1 (1+1)
motor-bomba instalados
Marca / modelo N.I FLOWSERVE FLOWSERVE KSB
Pressão de entrada
10 mca 13 mca 15 mca 16 mca
(sucção)
Pressão de saída
26 mca 34 mca 54 mca 23 mca
(recalque)
Vazão nominal (L/s) 1,63 1,2 0,82 0,05
Motor N.I WEG WEG N.I
Potência (cv) N.I 3 3,7 0,85
Rotações (rpm) N.I 3465 3485 3450

N.I: Não Informado

FONTE: Estudo Técnico Preliminar – ETP – PROENSI (abril/2012) / Visita Técnica (2015).

Na visita de campo, o funcionário da SANEPAR, relatou que todos os boosters de


água tratada são comandados remotamente.
Os boosters Chinês e Ambiental não possuem bomba reserva.

3.4.2.4.3. Adutoras de Água Tratada

Segundo estudo técnico preliminar da PROENSI (2012), as Adutoras de Água Tratada


(AAT) caracterizadas são a AAT Iguaçu e a AAT Iraí.
A AAT Iguaçu é responsável por transportar a água da ETA Iguaçu à localidade de
São José dos Pinhais, a qual faz divisa com o município de Piraquara. O excedente da
água utilizada para abastecimento dessa região é transportada até o RAP Guarituba
Redondo.
A AAT Iraí transporta a água tratada da estação de tratamento ETA Iraí para o
reservatório de Piraquara, no entanto existe uma derivação para abastecimento do
reservatório Guarituba Redondo.
As adutoras de água tratada descritas estão ilustradas na Figura 3.26.

120
Figura 3.26 – Adutoras de Água Tratada Iguaçu e Iraí

FONTE: SANEPAR – Adaptado COBRAPE (2015).

3.4.2.4.4. Rede de Distribuição de Água Tratada - RDA

Segundo dados do Sistema de Informação da Sanepar (SIS), do ano de 2014, a


extensão de rede de distribuição implantada no município de Piraquara é de 561.480,0
m. A relação de extensão de rede por ligação é de aproximadamente 19,1 m por
ligação.
A informação de variação dos diâmetros de rede não foi disponibilizada.

3.4.2.4.5. Ligações e Economias

Os dados disponibilizados pela SANEPAR, apresentados no Quadro 3.30, mostram


que, enquanto houve crescimento do número de ligações e economias residenciais, a
relação extensão de rede por ligação apresentou pouca variação até o ano de 2012.
No ano de 2013 houve um pequeno decréscimo e no ano seguinte, 2014, esta relação
volta a aumentar.

121
Quadro 3.30 – Ligações e Economias do SAA de Piraquara

Ligações Ligações Economias Economias


Ano
Totais (ud) Residenciais (ud) Totais (ud) Residenciais (ud)

2009 21.478 20.745 22.986 22.230


2010 22686 21.919 24.291 23.503
2011 24.309 23.506 25.996 25.168
2012 26.084 25.259 27.601 26.751
2103 29.765 28.831 29.765 28.831
2014 29.390 28.449 30.916 29.928

FONTE: SIS SANEPAR (2014).

O Quadro 3.31 abaixo apresenta a relação de economia residencial por ligação


residencial. Já o Quadro 3.32 apresenta a extensão de rede por ligação.
Quadro 3.31 – Relação Economia Residencial Por Ligação Residencial
2009 2010 2011 2012 2013 2014

Economias Residenciais (ud) 22.230 23.503 25.168 26.751 28.831 29.928

Ligações Residenciais (ud) 20.745 21.919 23.506 25.259 28.831 28.449

Relação Economia / Ligação


1,07 1,07 1,07 1,06 1,00 1,05
Residencial

FONTE: Sistema de Informação da Sanepar (SIS SANEPAR, 2014).


Quadro 3.32 – Extensão de Rede por Ligação do SAA de Piraquara

2009 2010 2011 2012 2013 2014


Extensão de Rede por Ligação
(m/lig.)
23,4 22,8 21,5 20,7 19,1 19,1

FONTE: SIS SANEPAR (2014).

3.4.2.5. Diagnóstico Geral do Sistema de Distribuição de Água

O diagnóstico do sistema de distribuição de água de Piraquara retrata as atuais


condições de funcionamento das unidades operacionais.
A reservação de água tratada do município utiliza dois reservatórios: o RAP Piraquara
(3.500 m³), e o RAP Guarituba Redondo (4.000 m³).
O RAP Piraquara teve início de operação em 2001, e de acordo com a visita técnica,
verificou-se que a estrutura do reservatório encontra-se em boas condições de
conservação. Na área em que o mesmo está localizado, há espaço físico disponível
para construção de mais um reservatório, sendo que já existe a previsão de mais uma
unidade nessa área de 3.500 m³.
O RAP Guarituba Redondo é mais antigo, teve sua operacionalização no ano de 1999.
Em visita os técnicos informaram que a pintura do mesmo havia sido realizada
recentemente, no entanto, foi verificado que existem algumas manchas de infiltração e
vários locais onde a pintura está deteriorada.

122
Á água provinda da ETA Iguaçu até o RAP Guarituba Redondo é o excedente de água
tratada utilizada para abastecer a área situada em São José dos Pinhais que faz divisa
com o município de Piraquara.
Os reservatórios atuais do município somam um total de capacidade de
armazenamento 7.500 m³.
O SAA possui quatro boosters de água tratada que são comandados remotamente.
As perdas de água na distribuição são elevadas, com valor aproximado de 44% e
devem fazer parte de um programa de redução de perdas. Outro grande problema do
sistema é o elevado índice de perdas totais, em torno de 45%.
O arranjo do sistema existente e planejado do município de Piraquara está
apresentado na Figura 3.27.

123
ba
Atu
Rio
Ri
o
Barragem

Ba
ca
Iraí Rio Curr
alinho
ch
er
i

nal
anta
P
ital/
Palm
Booster Entrada da Oca (1+1)

eio

í
Qn=0,05L/s

Rio Ira
oM
Rio
P=0,85cv

od
Hsuc=16 mca

Ri
Hrec=23 mca

Ri
oI
rai
zin
ho
ETA Iraí
Qop=2.700L/s

í eio
Ira
Rio d oM
CSP Iraí Rio
Qout=3.500L/s
Qexp=2.700L/s
Ri
o
At
ub

Ri
o
a

Ira

Ri
izi
nh

o
o

Pi
ra
qu
RAP Piraquara

ar
3.500L/s

a
RAP Projetado
3.500L/s

Rio RAP Guarituba


Itaq Redondo
ui
4.000m³

ETA Iguaçu
Qop=3.200 L/s
Booster do Chinês (1)
Qn=1,2L/s aíva
P=3cv Rio Camun
CSP Iguaçu
Hsuc=13 mca
Qout=3.500L/s
Hrec=34 mca
Qexp=3.200L/s
Booster Heitor Pallu (1)
Qn=1,63L/s
P=N.I.
Hsuc=10 mca
Hrec=26 mca
Ri

Booster Centro Ambiental (1)


o
Pe

Qn=0,82L/s
qu
çu

P=3,7cv
en
Igua

Hsuc=15 mca
Hrec=54 mca
Rio

Rio
Pir
aq
Barragem Piraquara ua
ra
Ca
na
lB
el

essaca
ém

Rio da R

0m 500m 1.000m 2.000m

Escala Gráfica

LEGENDA
Plano Municipal de Saneamento
Unidades Existentes
Estação de Tratamento de Água - ETA
Unidades Projetadas (SANEPAR)
Reservatório Apoiado - RAP
Barragem

Hidrografia (IBGE, 2010)


Básico de Piraquara 3.27
Booster Revisão
Limite de Município
SAA PIRAQUARA - PR N°00
Captação em manancial superficial - CSP Data: Julho de 2015

Reservatório Apoiado - RAP


Arranjo do Sistema Existente e Projetado
1 : 50.000
3.4.2.6. Análise das Vazões de Captação Superficial dos Sistemas
Integrados

As captações superficiais dos Sistemas Integrados do Iraí e Iguaçu exploram os


mananciais superficiais: rio Iraí e o Canal Água Limpa (rios Itaqui, Pequeno e Iraí),
respectivamente.
Para análise dos mananciais superficiais foi utilizada a vazão de referência, ou seja, a
vazão disponível para abastecimento, retirada do Atlas do Abastecimento Urbano de
Água, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA, 2010).
A vazão outorgada para cada manancial foi retirada do Relatório de Outorgas de
Captações Superficiais – SANEPAR (2015) e a vazão de operação obtida através de
visita técnica realizada pela COBRAPE (2015).
O Quadro 3.33 apresenta a comparação entre as vazões citadas para o Sistema
Integrado Iraí e Iguaçu.
Quadro 3.33 – Capacidade de Produção e Condição Operacional
Vazão de Regime de Vazão de
Vazão de
Nome Rio Referência Operação Operação
Outorga (L/s)²
(L/s) ¹ (h/dia)³ (L/s)³
Captação
Rio Iraí 3.460,0 3.500,0 24 2.700,0
Superficial

Captação Canal Água


1.590,0 3.500,0 24 3.200,0
Superficial Limpa

1
- ATLAS – Abastecimento de Água – ANA (2010)
2
- Valores obtidos do "Registro de Outorga – Portaria 0054/2015 de 12/02/2015"
3
- Valores obtidos da "Visita técnica – informação operacional (2015)”

O volume explorado na captação do rio Iraí de 2.700,0 L/s é cerca de 23% menor que
a vazão outorgada de 3.500,0 L/s segundo outorga 272/2012 – DPCA, e 22 % menor
que a vazão disponível de 3.460,0 L/s. No entanto, observa-se que a vazão disponível
para atendimento é praticamente igual à vazão outorgada.
Para o Canal Água Limpa, a vazão captada atualmente é aproximadamente 9% menor
que a vazão outorgada (outorga 344/2012 – DPCA), no entanto, comparando a vazão
aduzida de 3.200,0 L/s com a vazão disponível 1.590,0 L/s, evidencia-se que,
atualmente a vazão aduzida é aproximadamente 50% maior.

3.5. DIAGNÓSTICO DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Este capítulo tem como propósito contribuir para que o Sistema de Esgotamento
Sanitário atenda satisfatoriamente o município de Piraquara num horizonte de
planejamento de 20 anos.
A descrição e diagnóstico das unidades existentes do SES proporciona a
compreensão das condições atuais de operacionalização, permitindo a identificação
das limitações do sistema. Desta forma, podem-se analisar as contribuições atuais e
futuras do SES existente e verificar se o município será atendido pelo sistema atual.
Conforme o Relatório de Diagnóstico do Plano de Bacia do Alto Iguaçu e afluentes do
Alto Ribeira (ÁGUASPARANÁ, 2007), a situação do esgotamento sanitário do Estado

125
do Paraná, na década de 60 era precária com apenas 4,1% de redes de esgoto. Da
totalidade das 221 sedes municipais, apenas 13 municípios possuíam serviços de
esgotamento sanitário.
No município de Curitiba, considerado o mais atendido pelo sistema de esgotamento,
cerca de 160 mil habitantes não dispunham de rede de esgoto (ÁGUASPARANÁ,
2007).
Fazendo um paralelo entre os dois serviços de saneamento objetos do presente
relatório, observa-se que as redes de coleta de esgotos, quando comparadas com as
redes de abastecimento de água, não acompanharam a evolução da expansão
acelerada da área urbana da Região de Curitiba.
Na década de 80, apenas 38,98% dos domicílios particulares permanentes da Região
Metropolitana de Curitiba (RMC) estavam conectados à rede de esgoto. Esse cenário
vem melhorando nos últimos anos, principalmente com a chegada de investimentos,
como foi o caso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de Saneamento.
Atualmente o município de Piraquara possui 73% de cobertura e 100% de tratamento
conforme os dados do SNIS (2013).

3.5.1. Sistema Integrado da ETE Atuba Sul

O sistema integrado de esgotamento sanitário ETE Atuba Sul atende quatro


municípios da Região Metropolitana de Curitiba, incluindo o município de Piraquara. O
lançamento desse sistema é feito no Rio Atuba.
Os municípios que destinam o efluente bruto para a ETE Atuba Sul são: Curitiba,
Pinhais, Piraquara e São José dos Pinhais.
A seguir, na Figura 3.28, é apresentado o croqui do sistema integrado.

126
Figura 3.28 – Croqui do SES Integrado Atuba Sul

FONTE: SANEPAR – COBRAPE (2015).

A Bacia do Rio Atuba recebe a maior carga do esgoto doméstico da RMC, cerca de
4.259 KgDBO/dia, dos quais a maior contribuição é da ETE Atuba Sul, de acordo com
o Relatório de Diagnóstico do Plano de Bacia do Alto Iguaçu e afluentes do Alto
Ribeira (ÁGUASPARANÁ, 2007).

3.5.2. Descrição e Diagnóstico do Sistema de Esgotamento Sanitário

A descrição do sistema de esgotamento sanitário será baseada no relatório síntese do


Plano Diretor do Sistema Integrado de Esgotamento Sanitário de Curitiba e Região
Metropolitana – SEIC, elaborado pela ARCADIS logos (2014), a partir da validação e
atualização das informações através de visita técnica, realizada pela Cobrape no mês
de julho de 2015.
O primeiro contrato de concessão foi firmado no ano de 1979, com validade de 30
anos, com término ocorrido no ano de 2009.

3.5.2.1. Estação de Tratamento de Esgoto - ETE Atuba Sul

O Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) Integrado conta com um polo de


tratamento em operação: a ETE Atuba Sul. O projeto da ETE Atuba Sul foi
desenvolvido em 1994 e iniciou sua operação no ano de 1998. Ela está localizada

127
junto à margem direita do Rio Atuba, a cerca de 1,5 km a montante da confluência
com o Rio Iguaçu, no endereço Rua Miguel Pedro Abibe, com coordenadas
682.296,08 UTM E / 7.181.419,11 UTM N e na cota 848,0 m, como mostra a Figura
3.29.

Figura 3.29 – Localização da ETE Atuba Sul

FONTE: Google Earth (2015).

Atualmente a estação de tratamento é composta por:


 Tratamento Preliminar;
 Desarenador;
 Sistema de Desvio de Excesso de Vazão;
 Calha Parshall;
 Caixa de Distribuição de Vazão Principal;
 Caixa Divisora de Vazão para os Módulos dos Reatores de Leito Fluidizado
(RALF’s);
 Reator Anaeróbio de Leito Fluidizado RALF;
 Queimadores de Gás; e
 Flotadores.
A ETE é composta por 16 módulos já existentes, cada um com capacidade de 70 L/s
ou 252 m³/h, e foram construídos mais 8 módulos que estão em operação desde de
junho de 2015.Possui capacidade nominal de tratamento de 1.800 L/s e atualmente
opera com essa vazão.
 Tratamento Preliminar
O gradeamento grosseiro está localizado na entrada do efluente do município de
Curitiba com 1.200 L/s em média. Ainda na entrada do efluente há uma tubulação de
recirculação do efluente do sistema de tratamento.
O esgoto bruto é então dividido entre quatro compartimentos independentes de
recalque, sendo que três deles são equipados com bombas do tipo parafuso.
128
A Figura 3.30 a seguir apresenta a entrada do efluente na ETE Atuba Sul e as bombas
de recalque.

Figura 3.30 – Entrada do Efluente – Bombas de Recalque

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

O efluente é direcionado para a parte superior da elevatória onde se encontra com a


tubulação de entrada do efluente provindo do município de Piraquara com 600,0 L/s.
A Figura 3.31 a seguir mostra o acréscimo de efluente vindo da EEE Piraquara:

Figura 3.31 – Efluente Vindo da EEE Piraquara

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

129
Ao final do recalque, o efluente é direcionado para a Câmara de Tranquilização de
Fluxo, a qual é constituída de uma parede com uma fenda no fundo, de forma a
provocar perda de carga e consequentemente reduzir a energia de entrada.
Em virtude do efluente do município ser incorporado ao processo, é feito o
turbilhonamento na câmara.
Na parte superior, o efluente é dividido em dois canais de entrada para o gradeamento
mecanizado. O gradeamento é composto por duas grades do tipo escalera com
espaçamento de 6 mm. Cada canal de grades possui 2 m de largura e a grade em si
possui 1,80 m de largura. A vazão de projeto de cada canal é de 1,354 m³/s.
Todo o sólido retirado nessa etapa é destinado às caçambas por um canal helicoidal
através de rosca sem fim inclinada e aberta, essa utilização é para que não ocorra
descarga de líquido na caçamba, e por fim é destinado ao aterro sanitário.
 Desarenador
Após o gradeamento, o efluente é conduzido por um canal até uma caixa de areia
quadrada, tipo detritor com as medidas 12x12m.
A Figura 3.32 identifica o desarenador da ETE Atuba Sul

Figura 3.32 – Desarenador

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

O efluente segue para o tanque desarenador, sendo que a entrada é feita com a
utilização de defletores de fluxo ajustáveis, os quais têm por função direcionar o fluxo
para formar correntes semelhantes ao longo do desarenador.
No desarenador existe o raspador de fundo que rastela a areia do efluente e a retira
através de uma rosca transportadora helicoidal, que está inclinada a 20º com a
horizontal, e a descarrega em uma caçamba.

130
Existe ao lado do desarenador atual a previsão de construção de um novo
desarenador com as mesmas dimensões citadas acima, de acordo com o técnico da
SANEPAR responsável pela ETE.
Do tanque desarenador o efluente passa por um canal de calha Parshall e ao longo
desse canal existe outro canal paralelo intitulado “sistema de desvio de excesso de
vazão”.
 Sistema de Desvio de Excesso de Vazão
Ao lado do desarenador há um canal “by-pass”, que funciona como um sistema de
desvio de excesso de vazão.
A Figura 3.33 ilustra o sistema de desvio de excesso de vazão.

Figura 3.33 – Sistema de Desvio de Excesso de Vazão

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Quando se é necessário fazer a limpeza do desarenador o efluente é desviado por


esse canal, e caso ocorram problemas no gradeamento ocorrerá o transbordamento
do efluente para o canal.
Outra função para o “by-pass” é que na ocorrência de algum problema de
funcionamento na ETE, as comportas são fechadas e o excesso de vazão não tratável
extravasa, vertendo sobre três vertedouros de soleira delgada, para o poço extravasor.
O espaço central por onde escoa o fluxo extravasado dispõe de uma grade inclinada
de 25 mm, a grade é de limpeza manual.
Por fim o efluente extravasado é encaminhado para o Rio Atuba.
 Calha Parshall
Após o efluente passar pelo desarenador ele é encaminhado por um canal para a
caixa de distribuição, no caminho desse canal existe uma calha Parshall.

131
A calha Parshall foi moldada “in loco” e possui largura de 7’. A medição de vazão é
feita por meio de um sensor ultrassônico, ilustrada na Figura 3.34.

Figura 3.34 – Calha Parshall

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Logo a montante da calha é realizada a coleta automática de amostra do efluente


bruto vindo do tratamento preliminar.
Após a passagem pela calha Parshall o efluente segue em direção à caixa de
distribuição de vazão principal.
 Caixa de Distribuição de Vazão Principal
A funcionalidade da caixa de distribuição é de que a vazão afluente a cada módulo
RALF seja constante, independente da quantidade de RALFs que se encontre em
funcionamento em cada linha.
Atualmente funcionam na ETE Atuba Sul 24 RALFs, sendo 16 módulos mais antigos e
8 novos módulos que entraram em operação em junho de 2015. Cada conjunto de 8
módulos RALF é denominado como um sistema “H”.
Nesta configuração, a caixa de distribuição tem por finalidade dividir a vazão na
entrada dos sistemas. O fluxo do efluente vindo da calha Parshall muda de direção
horizontal para vertical no sentido descendente e atravessa horizontalmente uma
fenda de 0,12m de largura, esse processo se faz necessário para criar a perda de
carga equalizadora.
Neste processo, o efluente muda a direção para ascendente, onde através de uma
placa vertedora nivelada vai para as câmaras contíguas, sendo que cada câmara é
isolada por uma comporta, as quais são destinadas a regular a vazão para cada bloco
de unidade RALF, que por sua vez são mantidos por sua própria caixa.

132
A partir da junção da vazão coletada nas câmaras contíguas de interesse, esta é
encaminhada para até três poços coletores, onde uma tubulação DN 1200 vai suprir a
caixa divisora de vazões dos sistemas “H”.
 Caixa Divisora de Vazão para os RALFs
A caixa divisora de vazão recebe o efluente da caixa de distribuição de vazão. Cada
caixa divisora pode suprir até oito tanques RALF com uma vazão idêntica, ou
controlável por nível de vertedouro, após a divisão a vazão é enviada a cada módulo.
O funcionamento dessa caixa divisora é o seguinte: o efluente é recebido no centro da
caixa de distribuição secundária sendo vertido igualmente sobre até 8 vertedores, o
número de vertedores é igual ao número de módulos em serviço, o efluente vertido cai
em uma caixa contígua, a partir do fundo de cada caixa sai uma tubulação DN 400 que
transporta a vazão de efluente para o distribuidor central de cada módulo ou seja no
centro e o topo de cada RALF.
Após passar pelas caixas de distribuição e a divisora o fluente segue para os módulos
de tratamento RALF.
 RALF
A ETE Atuba Sul possui 24 módulos RALF, do tipo paralelepipédico, cada um com
volume útil de 2.000 m³ sendo que as medidas internas em planta são 21m x 21m, e
eles recebem idêntica vazão, identificado na Figura 3.35.

Figura 3.35 – Módulos dos Reatores de Leito Fluidizado (RALFs)

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Cada RALF possui a vazão nominal de 70,0 L/s e opera com essa vazão, porém antes
da construção dos 8 novos RALFs a operação dos antigos reatores chegava até 100,0
L/s.
São dois módulos maiores antigos em formato de “H” que recebem o efluente ao
centro de cada módulo, no centro existe uma caixa do meio a qual recebe o efluente
da caixa de distribuição.
Na caixa do meio existem 4 volantes para cada lado que distribuem o efluente para os
RALFs. Também existe o novo módulo com 8 RALFs.
O efluente sobe em fluxo ascendente através de um pilar oco para o centro da caixa
divisora de vazão e verte sobre os 90 vertedores triangulares, com a vazão de cada
vertedor caindo em uma pequena caixa alimentadora periférica que ao fundo possui
uma tubulação de polietileno DN 75. A seguir na Figura 3.36 está ilustrado o Reator de
Leito Fluidizado – RALF.

133
Figura 3.36 – Reator de Leito Fluidizado (RALF)

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Essas tubulações abastecem então o fundo do módulo do RALF sendo o efluente


afluente descarregado sob uma camada de 1,5 a 2,5m de espessura de camada de
lodo.
O efluente bruto segue em direção as canaletas de saída percorrendo, dessa maneira,
em fluxo ascendente toda a camada de lodo, nesse percurso ocorre a degradação da
matéria orgânica.
Cada módulo possui 12 separadores de lodo, e o mesmo é retirado manualmente.
A Figura 3.37 mostra o separador de lodo.

134
Figura 3.37 – Separador de Lodo

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Os novos reatores tem um sistema sideral onde em pontos determinados é coletado o


lodo por bombas para uma caixa central. O monitoramento da manta de lodo é
temporizado.
No sentido ascensional o efluente mistura-se com as bolhas de biogás que arrastam
as partículas de lodo. A mistura dos três componentes, lodo, gás e efluente, até atingir
na parte inferior da câmara de decantação, nas lonas plásticas, quando as bolhas de
biogás são separadas e conduzidas ao “gasômetro” sendo a partir daí conduzidas,
através de tubulações, até o queimador da respectiva sequência de unidades.
Essa mistura de “efluente tratado” e lodo arrastado penetra no interior das câmaras de
decantação onde as partículas de lodo sedimentam sobre as paredes de decantação
retornando à camada de lodos, que passam por fendas protegidas por cunhas
defletoras de biogás.
O “efluente tratado” flui para a extremidade oposta à entrada, seguindo em fluxo
horizontal, e passa sob uma cortina retentora de escuma, esse processo se dá para
evitar entupimentos nos vertedores. A seguir verte através de placas contendo
vertedores triangulares devidamente nivelados vertendo em canaletas coletoras do
efluente, que o conduzem até um canal contíguo a cada bloco de 4 módulos RALF.
Os “efluentes tratados” de todos os reatores seguem para dois tanques onde recebem
o peróxido de hidrogênio para abatimento do sulfato antes de chegar ao tanque
multifuncional.
No tanque multifuncional a escuma é encaminhada para a peneira e o efluente
encaminhado para os flotadores.
Ao final do canal existe a junção de coleta do efluente de todos os blocos, esse
efluente é então encaminhado ao sistema de pós-tratamento.

135
 Queimadores de Gás
O biogás é extraído dos separadores trifásicos de um módulo e reunido em um ramal
desenvolvido em posição lateral da laje de cobertura. Ao final de cada módulo, ele é
equipado com válvulas de isolamento e de corta-chama, e então desce até abaixo do
nível do solo e segue enterrado como circuito de biogás do bloco até a extremidade do
bloco.
Esse circuito recebe, em marcha, o biogás dos outros quatro conjuntos de 4 RALF, via
ramais inerentes a eles. Junto à extremidade do módulo então ele sobe, verticalmente,
até a laje de cobertura para abastecer o queimador automático.
 Flotadores
A partir do ano 2008 foram concluídas as obras da primeira etapa de implantação do
sistema de flotação, assim a partir dessa época o efluente que resultava dos reatores
RALF passaram a ser direcionados para uma caixa de distribuição.
Nessa caixa de distribuição é realizada a medição de vazão e a sua respectiva divisão
equitativa para cada módulo de floco-flotação. O trecho tamponado da tubulação
passou a funcionar a plena seção com pressão aproximada de 5,0 mca.
A medição da vazão é efetuada através de uma calha Parshall de 6 pés, equipada
com sensor ultrassônico, cuja finalidade é fornecer subsídios para a dosagem de
produtos químicos, bem como controlar o sistema de recirculação.
São quatro flotadores que fazem o pós-tratamento atual do efluente. Os flotadores
existentes serão mantidos e encontram-se em reforma, conforme Figura 3.38.

Figura 3.38 – Flotadores

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

São oito tanques de flotação a ar dissolvido (FADs) que estão distribuídos em dois
blocos separados, cada bloco é composto por dois pares de tanques iguais, separados

136
por uma área coberta onde estão instalados os equipamentos de produção de água
supersaturada e as bombas de lodo flotado por par de FADs.
Um dos pares desses tanques é precedido por uma câmara de mistura rápida
mecânica, equipada com agitador rápido vertical, tipo turbina de fluxo axial, sucedida
de três compartimentos de floculação mecânica dispostos em série.
A dosagem do coagulante é efetuada através de quatro bombas dosadoras instaladas
junto aos tanques de armazenamento, sem tanque pulmão para a compensação da
variação e nível nos tanques principais. A descarga da dosagem é dirigida para uma
das quatro câmaras de mistura rápida mecânica.
Em cada FAD, o floculado é distribuído por quatro dutos longitudinais de seção
retangular e de largura variável, com saídas em curvas de 90º montadas na face
superior de cada duto.
Aproximadamente a 2,5 m de profundidade, e 1,0 m acima do fundo do tanque,
existem onze tubos metálicos manifolds de 2”, para a distribuição horizontal de água
saturada de ar, a partir de orifícios voltados para baixo.
Sob os tubos citados acima, a uma mínima distância da sua geratriz externa inferior,
está montado um elemento tipo “meia cana” com as extremidades abertas, cuja função
é a de direcionar o jato de água saturada para posição inclinada, de modo que
percorrendo uma distância maior que a profundidade amplie o contato das
microbolhas com os sólidos em suspensão do floculado.
O lodo flotado é recolhido, intermitentemente, por um raspador de superfície tipo
lâmina de borracha e tração por corrente, com desenvolvimento de 1/3 da extensão. A
descarga é realizada através de uma rampa especial a jusante e se faz diretamente no
canal de lodo flotado de um par de tanques.
Desse canal e do poço se sucção comum aos dois pares de tanques FAD’s de um
bloco, o lodo flotado é bombeado para o adensador gravimétrico de lodos dos RALF e
FAD’s.
Após o tratamento terciário (pós-tratamento) o efluente tratado verte no canal de
recolhimento sendo parte utilizada na recirculação para os tanques de saturação e o
excedente é encaminhado para a calha de distribuição direta. O lançamento do
efluente é enviado ao corpo receptor, o Rio Atuba.
Após essa etapa o lodo segue para o tratamento final.
O lodo adensado segue para o prédio de processamento onde acontece a
polimerização e após é destinado ao aterro sanitário, ilustrado na Figura 3.39.

137
Figura 3.39 – Prédio de Processamento de Lodo

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Para tratamento do descarte de lodo dos RALF e dos FAD’s, eles são encaminhados
para o mesmo adensador gravimétrico, sendo de formato circular com 14,5 m de
diâmetro por 5 m de profundidade, implantado junto à área de tratamento de lodo.
Essa unidade dispõe de raspador de fundo e seu poço de saída está conectado à
sucção das duas bombas de lado a desaguar.
A bomba de lodo, tipo cavidade progressiva, abastece as prensas desaguadoras
montadas sobre o mezanino, lado a lado, dentro do prédio de desaguamento.
Se o lodo for destinado à utilização agrícola deve-se realizar o processo de
calhamento, onde recebe a cal.
A massa de lodo é descarregada de cada máquina desaguadora é coletada em uma
rosca transportadora inclinada ascendente e lançada em um misturador de cal virgem,
tipo tambor rotativo.
Os filtrados e os fluxos de lavagens automáticas produzidos nas desaguadoras
retornam a EEEB através de um sistema de tubulações, sendo inserido no início do
processo na parte de inferior do canal de entrada.
A cal virgem utilizada no processo é armazenada em um silo vertical externo com um
alimentador de saída conectado à rosca inclinada ascendente de alimentação do
tambor de mistura.
A massa de lodo com cal é descarregada do misturador e é lançada um uma
caçamba, dentre cinco caçambas estacionadas, através de um pivô móvel com uma
rosca inclinada ascendente.
O volume de lodo gerado em média é de 1.000 Kg / hora e é depositado em área
próxima ao canal de lançamento de efluente a céu aberto.

138
Nessa área a massa permanece estocada por noventa dias, sem revolvimento, esse
tempo é considerado necessário e suficiente para produzir lodo Classe A. Decorrido
esse prazo, e realizados os testes de controle de qualidade, o lodo final é então
distribuído gratuitamente pela SNAEPAR a agricultores.
A seguir no Quadro 3.34 estão apresentados os dados de outorgas de direito da ETE
Atuba Sul.
Quadro 3.34 – Dados SANEPAR Outorga da ETE Atuba Sul
Município Curitiba
ETE – Denominação ETE Atuba Sul
Status da ETE Operante
Corpo Receptor Rio Atuba
Órgão Gestor Atual
Área da Bacia (km²) 126,8
Datum SAD69 F22S
Coordenada X - UTM (m) 682.296,08
Coordenada Y - UTM (m) 7.181.419,11
Bacia Iguaçu
Portaria Nº 732/2010
Tipo Portaria Outorga de Direito – OD
Data de Validade 23/06/2012
Vazão Máx. do Efluente (m³/h) 5.760,00
Vazão Máx. p/ Diluição (m³/h) Não definido
DBO - Efluente (mg/L) 50,0
DQO - Efluente (mg/L) 125,0
SS - Efluente (mg/L) 50,0
Tipo Solicitação Renovação OD
Nº Protocolo 11434395-1
Data Protocolo 23/03/2012
Condicionante (MP) Meta Progressiva
Sistema de tratamento RALF + Flotação

FONTE: Relatório de Outorgas de Lançamentos SANEPAR, 2015.

A Figura 3.40 a seguir apresenta o croqui da estação de tratamento de esgoto Atuba


Sul.

139
Figura 3.40 – Croqui da ETE Atuba Sul

FONTE: SANEPAR – Adaptado COBRAPE (2015).

3.5.2.2. Diagnóstico do Sistema de Esgotamento Sanitário

A ETE Atuba Sul está operando atualmente com a sua vazão nominal de 1.800 L/s,
portanto dentro de seus limites.
No tratamento preliminar existem 3 bombas que recalcam o efluente para a caixa de
transição, entretanto a instalação da quarta bomba, cuja obra civil (berço de concreto)
está concluída, aguarda etapa de ampliação da planta de tratamento.
Existe projeto para construção de dois decantadores de 450 L/s cada até o ano de
2016.
A eficiência dos reatores RALF antigos chega a média de 50 a 53%, e a eficiência dos
novos reatores ainda não puderam ser apuradas devido ao curto período de operação
dos mesmos. A eficiência do efluente final chega em 60%, devido a ETE estar
operando com sobrecarga.
Se o sistema atual não estivesse subdimensionado a eficiência poderia chegar a 80%.
No entanto, com a realização das obras previstas espera-se que a eficiência atinja
valores maiores.

3.5.2.3. Corpo Receptor

O corpo receptor do SES de Curitiba/Piraquara é o Rio Atuba que possui nascente


próxima à área urbana do município de Colombo, seu caminhamento passa por áreas
urbanas do município de Colombo e pela divisa dos municípios de Curitiba e Pinhais

140
até chegar relativamente próximo ao ponto de lançamento de efluente tratado junto à
ETE.
A bacia do Rio Atuba possui uma forte urbanização na sua parte mais central, com
densificação tanto a montante como a jusante, como pode ser observada na Figura
3.41.
O Rio Atuba é integrante da Bacia do Alto Iguaçu, quando o deságue promove o
encontro com o Rio Iraí e forma o maior rio do Estado: o Iguaçu.

Figura 3.41 – Localização do Corpo Receptor e ETE – Rio Atuba

FONTE: Google Earth (2015).

3.5.2.3.1. Situação Atual do Corpo Receptor

Para o cálculo da vazão disponível foi utilizada a estação fluviométrica mais próxima
ao ponto de lançamento de efluente no Rio Atuba, a qual apresentou melhor série
histórica de dados, conforme está apresentado no Quadro 3.35.
Quadro 3.35 – Vazão Específica das Estações Fluviométricas

Lançamento Efluente Nome Código Estação Q95% (L.s/km²)


Terminal Afonso
Rio Atuba 65007045 6,31
Camargo

Com a vazão específica calculada para o ponto de lançamento de efluente foi possível
obter a vazão disponível multiplicando pela área de drenagem retirada do “Regionaliza
2014”.

141
A análise quantitativa do atual corpo receptor pode ser observada no Quadro 3.36 que
apresenta as vazões disponíveis (80% da Q95%) para o lançamento do sistema
integrado ETE Atuba Sul, bem como a vazão operacional e a vazão outorgada.
Quadro 3.36 – Características do Ponto de Lançamento Atual da ETE Atuba Sul

Área de Vazão Disponível 80% da Vazão Vazão de Outorga


Corpo Hídrico
Drenagem (km²)¹ (L/s) Disponível (L/s) (L/s)²
Rio Atuba 126,8 804,05 643,24 1.600,00

1
- Valores obtidos do software "Regionaliza 2014"
2
- Valores obtidos do "Registro de Outorga – Portaria 0054/2015 de 12/02/2015"

As conclusões obtidas no âmbito deste Plano Municipal consideram as informações


disponíveis no site Hidroweb. Caso haja um estudo hidrológico específico para o
Sistema Integrado Atuba Sul, do qual Piraquara faz parte, o mesmo deve ser
disponibilizado para a Consultora, de modo que as análises possam ser refletidas
conforme os novos números disponibilizados.
Não foram fornecidos pela SANEPAR dados de qualidade da água do Rio Atuba a
montante e jusante do ponto de lançamento.

3.5.2.4. Sub-Bacias de Contribuição de Esgotamento Sanitário

O destino do esgotamento sanitário de Piraquara é para a estação de tratamento de


esgoto Atuba Sul localizada em Curitiba.
A área urbana de Piraquara está situada em cinco grandes bacias de contribuição:
 Bacia do Rio Iraí na vertente Norte,
 Bacia do Rio Iraizinho ao Centro;
 Bacia do Rio Piraquara na vertente Oeste/Leste;
 Bacia do Rio Itaqui na vertente Oeste/Sul; e
 Bacia ACD Iguaçu na vertente Oeste.
Essas bacias podem ser subdivididas em 23 Sub-bacias, conforme apresentado no
Quadro 3.37 a seguir.
Quadro 3.37 – Bacia e Sub-bacias de Esgotamento

Bacia Sub-bacia Área (ha)


ACD IRAÍ-01 1.227,47
ACD IRAÍ-02 172,57
ACD IRAÍ-03 234,35
Rio Iraí ACD IRAÍ-04 1.648,99
ACD IRAÍ-05 663,36
RCerrado 901,72
RCurralinho 2.683,75
ACD RIraizinho-01 64,75
ACD RIraizinho-02 775,25
Rio Iraizinho
ACD RIraizinho-03 1.013,72
ACD RIraizinho-04 439,50

142
Bacia Sub-bacia Área (ha)
SN Iraizinho-01 163,23
SN Iraizinho-02 343,71
SN Iraizinho-03 343,48
SN Iraizinho-04 888,41
SN Iraizinho-05 203,11
SN Iraizinho-06 305,88
SN Iraizinho-07 703,60
ACD RPiraquara-01 10.039,22
Rio Piraquara
SN-Piraquara-01 206,72
ACD RItaqui-01 4.257,88
Rio Itaqui
SN Itaqui-01 203,65
ACD Iguaçu ACD RIguaçu-01 979,50

FONTE: Cadastro Técnico de Rede Esgoto CTE – SANEPAR.

O sistema de afastamento de esgoto existente em Piraquara é composto por um


sistema integrado.
O esgoto coletado nas cinco Bacias de contribuição: Rio Iraí, Rio Iraizinho, Rio
Piraquara, Rio Itaqui e Área de Contribuição Direta - ACD Iguaçu é tratado na ETE
Atuba Sul.

3.5.2.5. Estações Elevatórias de Esgoto (EEE)

Atualmente, o Sistema de Esgotamento Sanitário para o município de Piraquara é


composto por 9 estações elevatórias, sendo seis dentro do território municipal de
Piraquara e as outras duas em municípios limítrofes, Pinhais e São José dos Pinhais,
respectivamente.
Estão apresentadas as características das estações elevatórias de esgoto integrantes
do SES Atuba Sul.
O SES existente conta com 8 Estações Elevatórias de Esgoto, são elas:
 EEE Manoel Ribas – Presídio de Piraquara;
 EEE Iraizinho;
 EEE Colibri;
 EEE Jardim dos Estados;
 EEE Guarituba;
 EEE Piraquara;
 EEE Weissópolis; e
 EEE Guatupê.
As seis primeiras EEE estão localizadas no território municipal de Piraquara e as
outras duas em municípios vizinhos, Pinhais e São José dos Pinhais, respectivamente.
Existem ainda duas estações elevatórias que estão desativadas no município, são
elas:
 EEE Âncora; e,
 EEE Guaritubinha.
143
A localização das estações EEE pode ser visualizada na Figura 3.42.

Figura 3.42– Estações Elevatórias de Esgoto – EEE

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

 EEE Manoel Ribas – Presídio de Piraquara


A estação elevatória EEE Manoel Ribas está localizada na Rua Isídio Alvez Ribeiro,
dentro da área do Presídio de Piraquara.
A EEE está situada entre as coordenadas 692.402,00 UTM E / 7.187.310,00 UTM N e
na cota 891,0 m.
O efluente gerado na área do presídio é recalcado para EEE Iraizinho.
A EEE possui em sua área um RALF, que atualmente está desativado, e um
Reservatório de Acumulação (RAC), este está ativado para evitar o extravasamento do
efluente.
A EEE Manoel Ribas é composta por dois conjuntos motor-bombas submersas.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.43 a seguir.

144
Figura 3.43 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Manoel Ribas

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Suas características são apresentadas no Quadro 3.38 a seguir.


Quadro 3.38 – Principais Características da EEE Manoel Ribas
Número de conjuntos instalados (1+1)
Marca / modelo Flygt 3153.180 HT 156
Vazão 13,88 L/s (49,97 m³/h)
Altura manométrica 57,90 mca
Motor Flygt 3153.180 HT 156
Potência unitária 15 CV
Rotações N.I.

N.I. – Não informado

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos – SANEPAR.

O recalque é realizado por tubulação em PRFV DN 250 com extensão aproximada de


1.570 m. Em sua extensão a linha de recalque conta com três ventosas DN250 e um
tudo de descarga DN 100.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.39 a seguir.
Quadro 3.39 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante
EEE-Manoel
LR EEE Iraizinho 250 1.570,0 PRFV
Ribas

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos.

145
 EEE Iraizinho
A EEE Iraizinho está localizada na Rua São Roque, sem número, no Jardim Santa
Mônica em Piraquara, entre as coordenadas 690.876,00 UTM E / 7.184.378,00 UTM N
e na cota 885,0 m.
Ela recebe efluente recalcado da EEE Manoel Ribas e também da região entorno, e
tem seu efluente o recalcado para a EEE Piraquara.
Na área da EEE existe um RAC e um cesto de gradeamento grosso.
A EEE Iraizinho é composta por dois conjuntos motor-bombas submersas com vazão
de Q=173,0 L/s.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.44 a seguir.

Figura 3.44 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Iraizinho

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Suas características são apresentadas no Quadro 3.40 a seguir:


Quadro 3.40 – Principais Características da EEE Iraizinho
Número de conjuntos instalados (1+1)
Marca / modelo ABS AFP 3002M1040/6
Vazão B1 212,50 L/s (765,0 m³/h)
Vazão B2 280,00 L/s (1.008,0 m³/h)
Altura manométrica B1 37,00 mca
Altura manométrica B2 37,00 mca
Motor ABS AFP 3002M1040/6
Potência unitária 104,06 CV
Rotações N.I.

N.I. – Não informado

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos – SANEPAR.

146
O recalque é realizado por tubulação em FD TK-7 450 DN 100 com extensão
aproximada de 1.386,0 m. Em sua extensão, a linha de recalque conta com uma
ventosa DN 100 e um tubo de descarga DN 100.
O sistema ainda conta com medidor de vazão (MEM-01) na saída da elevatória.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.41 a seguir.
Quadro 3.41 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante
EEE-
LR EEE-Iraizinho 100 1.386,0 FD
Piraquara

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos.

 EEE Colibri
A EEE está situada entre as coordenadas 687.922,00 UTM E / 7.181.658,00 UTM N e
na cota 894,0 m. Este ponto representa a Rua Herbert Trapp, sem número, no bairro
Jardim Colibri em Piraquara.
A elevatória recebe o efluente gerado da região do entorno e recalca para a EEE
Guatupê localizada no município de São José dos Pinhais.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.45 a seguir.

Figura 3.45 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Colibri

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

147
Suas características são apresentadas no Quadro 3.42 a seguir:
Quadro 3.42 – Principais Características da EEE Colibri
Número de conjuntos instalados (1+1)
Marca / modelo N.I.
Vazão B1 3,10 L/s (11,16 m³/h)
Vazão B2 3,40 L/s (12,24 m³/h)
Altura manométrica B1 17,20 mca
Altura manométrica B2 19,30 mca
Motor N.I.
Potência unitária 1 CV
Rotações N.I.

N.I. – Não informado

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos – SANEPAR

O recalque é realizado por tubulação em PEAD DN 75 com extensão aproximada de


751 m.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.43 a seguir.
Quadro 3.43 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante

LR - EEE-Guatupê 75 751,0 PEAD

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos.

 EEE Jardim dos Estados


A EEE Jardim dos Estados está localizada na Rua Rio Grande do Sul, sem número,
no bairro Jardim dos Estados em Piraquara. Ela está situada entre as coordenadas
688.756,00 UTM E / 7.180.835,00 UTM N e na cota 892,0 m.
Essa elevatória coleta o efluente gerado na região e envia para a EEE Guatupê
localizada em São José dos Pinhais.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.46 a seguir.

148
Figura 3.46 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Jardim dos Estados

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).

Suas características são apresentadas no Quadro 3.44 a seguir.


Quadro 3.44 – Principais Características da EEE Jardim dos Estados

Número de conjuntos instalados (1+1)


Marca / modelo ABS ROB 1000T-V
Vazão B1 7,30 L/s (26,28 m³/h)
Vazão B2 9,30 L/s (33,48 m³/h)
Altura manométrica B1 17,10 mca
Altura manométrica B2 19,50 mca
Motor ABS ROB 1000T-V
Potência unitária 5 CV
Rotações N.I.

N.I. – Não informado

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos – SANEPAR

O recalque é realizado por tubulação em PEAD DN 125 com extensão aproximada de


815 m. Em sua extensão, a linha de recalque conta com uma ventosa DN50.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.45 a seguir.
Quadro 3.45 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante

LR - EEE-Guatupê 125 815,0 PEAD

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos.

149
 EEE Guarituba
A EEE está situada entre as coordenadas 684.505,00 UTM E / 7.182.971,00 UTM N e
na cota 876,0 m. Ela localiza-se na Rua Joaquim Camargo, 384, no município de
Piraquara.
Essa elevatória recebe o efluente da elevatória Guatupê localizada em São José dos
Pinhais e recalca o efluente até a EEE Weissópolis que está localizada no município
de Pinhais e tem função de encaminhar o efluente até a ETE Atuba Sul.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.47 a seguir.

Figura 3.47 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Guarituba

FONTE: Visita Técnica – Cobrape (2015).

Suas características são apresentadas no Quadro 3.46 a seguir.


Quadro 3.46 – Principais Características da EEE Guarituba

Número de conjuntos instalados (2+1)


Marca / modelo ABS AFP 153-620
Vazão B1 100,0 L/s (360,0 m³/h)
Vazão B2 151,0 L/s (543,6 m³/h)
Vazão B3 173,0 L/s (622,8 m³/h)
Altura manométrica B1 7,00 mca
Altura manométrica B2 11,00 mca
Altura manométrica B3 12,50 mca
Motor ABS AFP 153-620
Potência unitária 15 CV
Rotações N.I.

N.I. – Não informado

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos – SANEPAR


150
O recalque é realizado por tubulação em PEAD DN 400 com extensão aproximada de
1.000 m. Em sua extensão a linha de recalque conta com duas ventosas DN100 e um
tubo de descarga DN100.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.47 a seguir.
Quadro 3.47 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante
EEE-
LR EEE-Guatupê 400 1.000,0 PEAD
Weissópolis

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos.

 EEE Piraquara
A estação elevatória EEE Piraquara está localizada na Rua Governador Valadares,
sem número, em Piraquara.
A EEE está situada entre as coordenadas 687.991,00 UTM E / 7.182.996,00 UTM N e
na cota 874,0 m.
Além de receber efluente vindo da EEE Iraizinho (Piraquara) também recebe
contribuição dos municípios de Colombo, Quatro Barras e parte de Campina Grande
do Sul.
Dentro da área da EEE existe um RAC.
Opera com vazão de 730,0 L/s, em épocas de seca opera com vazão média de 500,0
L/s.
Possui instaladas três bombas, duas operantes e uma reserva.
A entrada do efluente se dá através de comportas e logo na chegada existe o
gradeamento manual grosso.
A elevatória em questão pode ser visualizada na Figura 3.48 a seguir.

Figura 3.48 – Estação Elevatória de Esgoto – EEE Piraquara

FONTE: Visita Técnica – COBRAPE (2015).


151
Suas características são apresentadas no Quadro 3.48 a seguir.
Quadro 3.48 – Principais Características da EEE Piraquara
Número de conjuntos instalados (2+1)
Marca / modelo N.I.
Vazão B1 450,0 L/s (1.620,0 m³/h)
Vazão B2 775,0 L/s (2.790,0 m³/h)
Vazão B3 975,0 L/s (3.510,0 m³/h)
Altura manométrica B1 15,5 mca
Altura manométrica B2 20,0 mca
Altura manométrica B3 24,8 mca
Motor N.I.
Potência unitária N.I.
Rotações N.I.

N.I. – Não informado

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos – SANEPAR

O recalque é realizado por tubulação em PRFV DN 800 com extensão aproximada de


1.936 m. O sistema ainda conta com medidor de vazão (MEM-01) na saída da
elevatória.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.49 a seguir.
Quadro 3.49 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante

LR EEE-Iraizinho ETE-Atuba Sul 800 1.936,0 PRFV

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos.

 EEE Weissópolis
A estação elevatória EEE Weissópolis está localizada na Rua Rio Madeira, sem
número, no bairro Weissópolis no município de Pinhais. Ela está situada entre as
coordenadas 682.821,37 UTM E / 7.182.240,01 UTM N.
Além de receber efluente vindo da EEE Guarituba (Piraquara) também recebe efluente
da EEE Maria Antonieta que está localizada no município de Pinhais. O efluente
recebido é recalcado para a ETE Atuba Sul.
A EEE Weissópolis é composta por dois conjuntos motor-bombas.
Suas características são apresentadas no Quadro 3.50 a seguir.

152
Quadro 3.50 – Principais Características da EEE Weissópolis
Número de conjuntos instalados (1+1)
Marca / modelo ABS AF450-8 W2GBL 301
Vazão B1 330,0 L/s (1.188,0 m³/h)
Vazão B2 495,0 L/s (1.782,0 m³/h)
Altura manométrica B1 11,5 mca
Altura manométrica B2 14,2 mca
Motor ABS AF450-8 W2GBL 301
Potência unitária N.I.
Rotações N.I.

N.I. – Não informado

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos – SANEPAR.

O recalque é realizado por tubulação em TC C-2 DN 600 com extensão aproximada de


808 m.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.51 a seguir.
Quadro 3.51 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante

LR EEE-Guarituba ETE-Atuba Sul 600 808,0 TC C-2

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos.

 EEE Guatupê
A estação elevatória EEE Guatupê está localizada na Rua João Nicolau, sem número,
no município de São José dos Pinhais.
A EEE está situada entre as coordenadas 684.766,00 UTM E / 7.181.968,00 UTM N.
Além de receber efluente vindo da EEE Colibri e da EEE Jardim dos Estados, as duas
localizadas no município de Piraquara, a estação também recebe contribuição do
esgoto da região do município de São José dos Pinhais com o efluente vindo da EEE
Cristal.
O efluente recebido é recalcado para a EEE Guarituba. Está prevista a desativação da
EEE Guarituba e após a desativação o efluente será transportado da EEE Guatupê
por gravidade até a Estação de tratamento de Esgoto – Atuba Sul.
A EEE Guatupê é composta por três conjuntos motor-bombas.
Suas características são apresentadas no Quadro 3.52 a seguir.

153
Quadro 3.52 – Principais Características da EEE Guatupê
Número de conjuntos instalados (2+1)
Marca / modelo ABS AFP 150-415
Vazão B1 88,50 L/s (318,60 m³/h)
Vazão B2 121,00 L/s (435,6 m³/h)
Vazão B3 136,80 L/s (492,48 m³/h)
Altura manométrica B1 7,10 mca
Altura manométrica B2 9,80 mca
Altura manométrica B3 11,50 mca
Motor ABS AFP 150-415
Potência unitária 15 CV
Rotações N.I.

N.I. – Não informado

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos – SANEPAR.

O recalque é realizado por tubulação em PEAD DN 315 com extensão aproximada de


488,0 m.
Suas características técnicas estão apresentadas no Quadro 3.53 a seguir.
Quadro 3.53 – Principais Características da Linha de Recalque
Linha de Unidade de Unidade de
DN (mm) L (m) Material
Recalque Montante Jusante
EEE-Colibri e
LR EEE- Jardim ETE-Guarituba 315 488,0 PEAD
dos Estados

FONTE: Croqui Básico do Sistema de Esgotos.

3.5.2.6. Diagnóstico das Estações Elevatórias de Esgoto (EEE)

A partir do panorama geral das características das 8 EEEs será realizada uma análise
do ponto de vista operacional. A primeira constatação é que apenas a EEE Iraizinho
possui medidor de vazão.
Devido o município estar em uma área de preservação ambiental algumas estações
elevatórias possuem em suas áreas um Reservatório de Acumulação (RAC), foi
necessária a instalação desse dispositivo para evitar o extravasamento do efluente
quando a estação não comporta o volume recebido e também para auxiliar nos
serviços de manutenção.
As estações elevatórias que contém esse dispositivo e a sua capacidade estão
descritos a seguir: EEE Manoel Ribas – 45 m³, EEE Iraizinho - 235,61m³ e EEE
Piraquara - 510m³.
No momento da visita foi constatado que na época de chuvas torrenciais as áreas das
EEE estão suscetíveis a alagamentos, fazendo com que muitas vezes as bombas
fiquem abaixo da água, o terreno também acaba se tornando lamacento. As EEE mais
prejudicadas são: EEE Manoel Ribas – Presídio de Piraquara, EEE Jardim dos
Estados, EEE Guarituba e EEE Piraquara.

154
As particularidades de cada estação serão abordadas a seguir:
 EEE Manoel Ribas – Presídio de Piraquara
Dentro da área onde está localizada a elevatória existia um antigo RALF que foi
desativado e atualmente apenas opera uma EEE.
No momento da visita foi constatado que devido o fato da EEE situar-se na área do
presídio, existe grande acúmulo de resíduos sólidos junto com o efluente e por esse
motivo é realizada a limpeza 2 vezes ao dia por uma empresa terceirizada.
Para que facilitasse o manuseio da alta quantia de resíduos sólidos presentes, foi
instalado um triturador em teste no período de 3 meses, entretanto esse apresentou-
se ineficiente e foi retirado do processo.
A EEE Manoel Ribas é composta por dois conjuntos motor-bombas submersas,
entretanto essas máquinas são trocadas com frequência.
O sistema de gradeamento grosso possui problemas de afogamento em épocas de
chuvas torrenciais.
 EEE Iraizinho
No momento da visita foi constatado que a área no entorno da EEE está em boas
condições.
A EEE Iraizinho é composta por dois conjuntos motor-bombas submersas, entretanto
essas bombas têm grande desgaste devido à quantia de areia na rede.
Também possui o cesto de gradeamento grosso e a limpeza é feita 3 vezes por
semana
 EEE Jardim dos Estados
No momento da visita foram constatados que na área da elevatória existem
alagamentos em épocas de chuvas torrenciais causando problemas, pois as bombas
ficam submersas.
Está sujeita a alagamentos.
 EEE Guarituba
Está prevista a desativação da EEE Guarituba. Após sua desativação o efluente será
transportado da EEE Guatupê por gravidade até a Estação de tratamento de Esgoto –
Atuba Sul.
A área onde a EEE está localizada está em bom estado.
 EEE Piraquara
Em visita de campo viu-se que essa estação elevatória é a de maior capacidade de
todo o sistema.
Quando o RAC encontra-se cheio as bombas da elevatória são afogadas.
Em épocas de chuvas a EEE não suporta mais a vazão de efluente e, portanto opera
no limite de sua capacidade.
Após o gradeamento manual grosso existe o gradeamento mecanizado, porém o
mesmo encontra-se inoperante, pois o equipamento está estragado.

155
Não foram realizadas as visitas técnicas nas estações EEE Weissópolis e EEE
Guatupê até o presente relatório.
Na Figura 3.49 está apresentado o arranjo do sistema de esgotamento sanitário
existente.

156
Ri
o
de
Ba
ix
o
rigui
Rio Ba

Ri
o
At
ub
a

Rio C
a
nguir
i

Rio Timbú
ACD IRAÍ-02

ACD IRAÍ-03
Rio RCerrado
Ba
ca
ch
eri

Rio Iraí

Rio Palmital/Pantanal
ACD IRAÍ-01

Rio
ACD IRAÍ-05

Cu
rra
li
nh
ACD IRAÍ-04

o
raí
oI
Ri
Barragem
RCurralinho
Iraí

EEE Manoel Ribas (1+1)


Q=13,88 L/s

Rio do Meio
Hm=57,9 mca SN Iraizinho-01
SN Iraizinho-02
P=15 CV

SN Iraizinho-03

Rio
Irai
zinh ACD RIraizinho-03
o ACD RIraizinho-04

ACD RIraizinho-01
í
Ira Me
io
Rio do
Rio
EEE Iraizinho (1+1)
Q1=212,5 L/s
Q2=280,0 L/s
EEE Guarituba (2+1) SN Iraizinho-06
Hm1=37 mca
Q1=100 L/s
ACD Iguaçu Hm2=37 mca
Ri

Q2=151 L/s
oA

P=104 CV
Q3=173 L/s EEE Piraquara (2+1) Rio Iraizinho Ri ACD RIraizinho-02
tu

Hm1=7 mca Q1=450 L/s ACD RIraizinho-03 o


ba

SN Iraizinho-05 Ira
Hm2=11 mca Q2=775 L/s izi
ACD RIguaçu-01 EEE Guaritubinha nh
Hm3=12,5 mca Q3=975 L/s o
Desativado
P=15 CV Hm1=15,5 mca
Hm2=20 mca
Hm3=24,8 mca
P=N.I. ACD RIraizinho-03
EEE Colibri (1+1)
Q1=3,1 L/s
Q2=3,4 L/s SN Iraizinho-07
EEE Weissópolis (1+1) Hm1=17,2 mca SN Piraquara-01
Q1=330 L/s Rio
EEE Guatupê (2+1) Itaq Hm2=19,3 mca SN Iraizinho-04
ui

Rio
Q2=495 L/s Q1=88,5 L/s P=1 CV
Hm1=11,5 mca

Pir
Q2=121 L/s
Hm2=14,2 mca
aq
Q3=136,8 L/s
P=N.I.
u
Hm1=7,1 mca
ara
ETE Atuba Sul
Hm2=9,8 mca
Qm=1.800 L/s
Hm3=11,5 mca
P=15 CV

Rio
EEE Jardim dos Estados (1+1)

Ca
Q1=7,3 L/s aíva
Rio Camun

rg
Q2=9,3 L/s

oa
Hm1=17,1 mca
Ca

va
Hm2=19,5 mca
na
lB


P=5 CV
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3.6. DIAGNÓSTICO DA DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS

3.6.1. A Urbanização e o Aumento da Vazão e Velocidade das Águas

O processo de urbanização de uma bacia se manifesta, principalmente, num


acelerado processo de impermeabilização de sua superfície, consequência da
construção de prédios, ruas pavimentadas, calçadas, estacionamentos, etc. Essas
alterações na permeabilidade do solo da bacia reduzem a infiltração, aumentando o
volume escoado superficialmente e tornando-o mais rápido, ocorrendo redução no
tempo de deslocamento. Desta forma as vazões máximas também aumentam,
antecipando seus picos no tempo. A Figura 3.50 apresenta um hidrograma hipotético,
caracterizando o aumento da vazão, em função do tempo.

Figura 3.50 – Hidrograma Hipotético

FONTE: Tucci, Porto e Barros, 1995.

Analisando este gráfico, podemos ver que o pico de cheia do hidrograma da área
urbanizada, ou seja, ocorre antes do que no hidrograma da área não urbanizada. A
sua vazão também é bem maior, podendo chegar a várias vezes a vazão não
urbanizada. Este tempo que leva para atingir a máxima vazão chamamos em
hidrologia de tempo de concentração e é tanto menor quanto maior a urbanização da
bacia hidrográfica.
Além da urbanização, existem outros aspectos que influenciam significativamente as
características naturais da infiltração em áreas urbanas, tais como: presença de
aterros, escavações, compactação do solo, mistura de materiais de diferentes
granulometria, etc.
Nessas situações, faz-se necessário o controle do escoamento das águas de chuvas,
para evitar os seus efeitos adversos como os alagamentos e inundações, os quais
podem representar sérios prejuízos à saúde, segurança e bem estar da sociedade
(BARROS, 1995).

158
3.6.2. Uso e Ocupação do Solo

O Plano Diretor Urbano da maioria das cidades brasileiras não contemplam os


aspectos de prevenção contra a ocupação de espaço de risco de enchentes. Esses
Planos tratam de aspectos de preservação ambiental, mas por falta de conhecimento
e orientação, não se observa nenhum dispositivo de prevenção da ocupação das
áreas de risco de enchentes (TUCCI, 1996).
A administração municipal deve manter um controle rigoroso sobre os
empreendimentos, em relação à densidade populacional, localização, finalidade,
dimensão e volume das construções que podem vir a provocar efeitos danosos ao
meio ambiente e a população (BARROS, 1995). Assim, é fundamental o controle
sobre o aumento das taxas de ocupação e a permeabilidade, além da prevenção,
controle e fiscalização das densidades demográficas, minimizando os impactos sobre
áreas ambientalmente frágeis a jusante.
O zoneamento estabelecido na Lei Municipal nº 911/2006, tem no objetivo
estabelecido no Art. 4°, item II orientar o crescimento da cidade visando minimizar os
impactos sobre áreas ambientalmente frágeis.
Segundo Mineropar (2013b), o município apresenta várias áreas geologicamente
frágeis em vários bairros municipais, como por exemplo, nas áreas planas, nos fundos
de vale e talvegues acentuados, apresentando alagamentos urbanos, e inundações
em áreas de atenção a desastres. Essas áreas necessitam do fortalecimento e
enfoque da legislação do uso e ocupação do solo que promova o controle da
drenagem urbana em harmonia com o desenvolvimento urbano para diminuir seus
impactos no meio urbano.
A concepção básica de um Plano de Controle de Enchentes é o de combinar a reserva
de espaço urbano para parques, como reservatórios ou área de amortecimentos
naturais com a melhoria das condições do escoamento para minimizar o impacto das
enchentes. As áreas de amortecimento caracterizadas por parques permitem que as
enchentes não se transfiram para jusante, além de criarem um espaço ambiental
adequado para uma região de alto grau de concentração urbana (TUCCI, 1996).
Na mata ciliar de um rio localizado no bairro Bela Vista está previsto pelo Zoneamento
uma Zona de Parque onde é proibida qualquer edificação. Porém, em discordância ao
estabelecido, as áreas de ocupação urbana avançaram com muros, cercas, acessos a
residências, nas áreas ribeirinhas e de expansão das águas, criando os
estreitamentos. Há pouco tempo, quando ocorriam precipitações de volume alto, esses
locais eram atingidos por inundações, mas com a realização de pavimentações e
canalizações com dimensionamentos adequados nas transversais a esse rio, esses
locais não estão mais passíveis de desastre ambientais nas áreas a montante. Essa
disfunção das áreas de proteção permanente nos momentos de volumes maiores de
precipitações causam grandes áreas de enchentes à jusante.
A Lei Municipal n° 1198/2012, que dispõe de normas para residências geminadas,
residências em série e condomínios residenciais, nos requisitos urbanísticos em geral,
em seu art.14 cita que “a implantação de novos empreendimentos deverá ser efetuada
de maneira a não ocasionar aumento da cheia natural sendo obrigatória a
apresentação de projeto específico de drenagem de maneira a não transferir para
jusante os efeitos causados pela implantação do empreendimento.” Esta Lei já é uma

159
grande contribuição e um passo para o município colocá-la com Lei Municipal a ser
incluída no rol de Leis na renovação do Plano Diretor Municipal.
A prevenção de maiores riscos de desastres ambientais (pelas recentes
pavimentações realizadas, taxas de ocupação, densidades, etc.) deve ser antecipada
à revisão do Plano Diretor com artigos de prevenção, com as diretrizes de uso e
ocupação do solo urbano, como medida para gestão do bem público.
A legislação municipal tanto do Plano Diretor como as Leis nº 907/2007 que dispõe
sobre o Código Municipal do Meio Ambiente e a Lei nº 911/2007, que dispõe sobre o
Uso e Ocupação das áreas urbanas, não consideram ainda os aspectos da drenagem
urbana. Uma exceção é a Lei Municipal n° 1198/2012.
O cuidado com as águas pluviais estabelecido na Lei nº 966/2008, Código de Obras,
em seu capitulo IV, das escavações, movimentos de terra, arrimo e drenagem os seus
principais artigos referente às águas pluviais são os seguintes:
“Art. 222. Toda e qualquer obra executada deverá possuir, em sua área
interna, um sistema de contenção contra o carreamento de terras e
resíduos, com o objetivo de evitar que estes sejam carreados para as
galerias de águas pluviais, córregos, rios e lagos.
Art. 224. As condições naturais de absorção das águas pluviais no lote
deverão ser garantidas pela execução de um ou mais dos seguintes
dispositivos: a. atender a porcentagem mínima de permeabilidade
estabelecida na lei de zoneamento de uso e ocupação do solo; e b.
construção de reservatório ligado ao sistema de drenagem, em casos
especiais.”
As ações municipais nessa área são atendidas por protocolos e reclamações nos
atendimentos da Prefeitura, mas ainda carecem de uma intensa atuação fiscalizadora
dos servidores municipais. Os assuntos referentes à drenagem urbana requerem uma
maior educação e conscientização da sociedade como um todo. O fortalecimento do
enfoque da legislação do uso e ocupação do solo integrado aos aspectos da
drenagem urbana devem ser revisados e estabelecidos o quanto antes pelo município,
para que tenhamos uma harmonia com o desenvolvimento urbano.

3.6.3. A Qualidade das Águas

Deve-se também destacar, como impacto negativo da urbanização de uma bacia


hidrográfica não apenas as enchentes e o aumento do volume escoado
superficialmente, mas também outros impactos ambientais como a piora na qualidade
das águas dos córregos e arroios que atravessam a cidade; o aumento na produção
de sedimentos; a contaminação dos aquíferos; além da disseminação de doenças
relacionadas com água (BARROS, 1995).
O período da realização desse diagnóstico, iniciado no início de agosto, coincidiu com
uma estiagem prolongada com mais de 30 dias sem chuvas, com chuva somente em 3
de setembro 2015, quando foi constatado um grande cheiro de esgoto, tanto nas
galerias de águas pluviais, como nas áreas de fundo de vale, em córregos e rios
municipais.
Corroboram com essas informações, principalmente nas áreas de fundo de vale onde
uma parte da população reclama de refluxo de esgoto dentro das suas residências nos

160
períodos de chuva, com o uso de válvulas de retenção, até a desobstrução dos Poços
de Visita (PVs) pela SANEPAR. Temos também extravasamentos de PVs em vários
bairros e vazamento de Redes Coletoras de Esgoto (RCE) onde as tubulações são
enterradas, e a geologia e geotecnia principalmente das UT I e II colocam riscos de
ruptura dessas instalações nesses regiões (Mineropar, 2013a). Nas áreas e
residências que não podem acessar a RCE por dificuldades de recalque ou
inexistência dela, há existência de sistemas de fossas sépticas, porém em sua grande
maioria, não são realizadas manutenções permanentes. Com relação aos sumidouros
a situação fica ainda mais séria, pois na maior parte do município os solos têm pouca
permeabilidade e o lençol freático em muitos locais é próximo à superfície, trazendo
transtornos a população e aos recursos hídricos.
Algumas dessas irregularidades são levantadas na Vistoria Técnica Ambiental (VTA)
da SANEPAR, e nos mostram uma parte desse universo de situações em desacordo
com as questões ambientais nos afluentes das bacias municipais.
A ação de registro e cadastro das galerias de águas pluviais existentes facilita o
monitoramento das irregularidades da poluição difusa e mesmo quando for identificada
a presença de esgotos domésticos, é possível saber qual a área de abrangência
daquela rede pluvial, diminuindo a área de investigação no campo.
Nos córregos, rios e sistemas de drenagem existentes, assim como na implantação e
ampliação do sistema de drenagem, pode ser previsto o monitoramento da qualidade
da água resultante do sistema de galerias das águas pluviais. Através de análises de
alguns parâmetros nas saídas das tubulações, como por exemplo, de nitrogênio,
fósforo, DBO, sólidos totais, dentre outros, é possível obter uma análise
qualiquantitativa das regiões com ligações clandestinas na rede pluvial. Assim, os
indicadores contribuirão para a avaliação da poluição difusa e de problemas com a
existência de ligações clandestinas de esgoto no sistema de drenagem urbana e
monitoramento dos serviços prestados tanto da drenagem urbana e no sistema de
esgotamento sanitário.
Segundo Paiva (2000), os transtornos a sociedade causado pelos borrachudos
(Simulium pertinax) em vários bairros municipais contribuem para o desenvolvimento
das larvas e tem influência no aumento da população dos borrachudos, principalmente
nos bairros sem a realização de coleta do esgoto, demonstrando que são indicadores
biológicos da baixa qualidade das águas nos córregos e nos rios municipais.
É de suma importância, a realização de um levantamento destes pontos de emissão
de águas pluviais, para saber suas condições, uma vez que são pontos potenciais de
poluição difusa, erosão e assoreamento de rios. Qualquer atividade poluidora que
ocorrer na área urbana e tiver seus resíduos carreados, através da drenagem urbana,
estes serão depositados nos corpos d’água receptores.
No entanto, no Município de Piraquara, observou-se a inexistência de informações
e/ou banco de dados, em variedade e quantidade, capazes de fornecer indicadores
necessários para medir a evolução e a qualidade dos serviços prestados, tanto da
drenagem urbana como da qualidade das águas.
Assim, pode-se concluir que, do ponto de vista hidrológico, são três os aspectos
indesejáveis mais preocupantes derivados do fenômeno de ocupação do solo:
aumento considerável no volume e velocidade do escoamento superficial; aumento na

161
produção de sedimentos devido à erosão; e deterioração da qualidade das águas
drenadas pelos esgotos pluviais.

3.6.4. A Concepção dos Projetos de Drenagem Urbana

Outro fator expressivo, observado como agravante do sistema de drenagem urbana, é


a concepção equivocada de projetos. Com relação à drenagem urbana, pode-se dizer
que existem duas condutas que tendem a agravar, ainda mais, a situação (PMPA,
2002).
Primeiramente, os projetos de drenagem urbana têm, como filosofia, escoar a água
precipitada o mais rapidamente possível para jusante. Este critério aumenta, em várias
ordens de magnitude, a vazão máxima, a frequência e o nível de inundação à jusante.
Além disso, as áreas ribeirinhas que o rio utiliza durante os períodos chuvosos, como
zona de passagem da inundação, têm sido ocupadas pela população com construções
e aterros, reduzindo a capacidade de escoamento. A ocupação destas áreas de risco
provoca prejuízos evidentes, quando o rio inunda em seu leito maior.
Segundo Barros (1995), existe uma predominância no país de privilegiar as
intervenções em fundo de vales com concepções de obras de canalização de cursos
d’águas em estruturas de concreto. As pistas, destinadas ao transito de veículos, são
executadas sobre canais, descaracterizando por completo o ambiente natural.
Infelizmente além das vazões do ambiente urbano impermeabilizado serem altas,
temos nessas canalizações as contribuições hídricas dos corpos hídricos junto à
microdrenagens das ruas e bairros, que sobrecarregam, mais ainda, essas
canalizações da drenagem urbana.
A canalização de cursos d’água altera a dinâmica natural de escoamento. A
canalização do rio provoca o aumento da velocidade de escoamento da água,
comprometendo o bom funcionamento da rede de drenagem, provocando aumento
dos picos de vazão com impacto as áreas mais à jusante.
O controle das cheias urbanas no Brasil é realizado na maioria das vezes através de
canalização dos trechos críticos. Esse tipo de solução segue a visão particular de um
trecho da bacia, sem que as consequências sejam previstas para o restante da
mesma ou a sua futura ocupação. A canalização dos pontos críticos acaba apenas
transferindo a inundação de um lugar para outro na bacia a custos que podem chegar
a 50 milhões de dólares/km (TUCCI, 1996).
Em todas as áreas de leito de fundo de vale municipais foram observados os maiores
problemas de alagamentos, no início, no meio dos talvegues onde essas declividades
são maiores, e nos locais mais a jusante.

3.6.5. A Micro e a Macrodrenagem

O sistema tradicional de drenagem urbana deve ser considerado, como composto por
dois sistemas distintos, que necessitam ser planejados e projetados sob critérios
diferenciados: o sistema inicial de drenagem, ou microdrenagem, composto pelos
pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de águas
pluviais e, também, canais de pequenas proporções, dimensionado para o
escoamento de vazões de dois a dez anos de período de retorno; e o sistema de
macrodrenagem, constituído, em geral, por canalização de corpos hídricos, limpeza e
162
desassoreamento de córregos, diques de contenção e readaptação de obras de
galerias e de travessias (TUCCI, 1995).
O Município de Piraquara, da mesma forma, apresenta alguns problemas com o
escoamento das águas da chuva, por falta de estruturas físicas adequadas
(microdrenagem), déficit de investimentos e não realização de manutenção no sistema
de drenagem.
Piraquara ainda não apresenta sistemas de microdrenagem em todas as áreas
urbanizadas, e também, não há um cadastro dessa rede nos registros municipais. Os
problemas surgidos na microdrenagem são advindos da inexistência de pavimentação
de algumas ruas e subdimensionamento da rede. A equipe técnica da Prefeitura busca
recursos para pavimentar as ruas, melhorar os sistemas de microdrenagem e
assegurar o correto escoamento das águas pluviais.
Quanto à macrodrenagem, as galerias antigas no município são as realizadas na Rua
Carlos Belão, passando pelas Ruas Antônio Aparecido Esteves e Cristóvão Colombo
até a Rua Gilberto Nascimento; em toda a Avenida Getúlio Vargas e Rua Barão do
Cerro Azul; Ruas Maria Carolina Wilk e Sebastião Santo Gaio em direção à Rua Elvira
Lorusso do Nascimento e o fundo de vale a jusante da Avenida Getúlio Vargas; no
final da Rua Ezequiel Pinto; e na Rua José Elizeu Hipólito, no bairro Guapira. Todas
essas galerias de macrodrenagem recebem contribuições das microdrenagens dos
bairros onde foram implantadas.
A Prefeitura Municipal de Piraquara já dispõe para alguns bairros, com maiores
problemas de inundação e alagamentos, um Projeto Básico na forma de Estudo
Preliminar de Drenagem Urbana. Esses projetos foram realizados em 2014, para o
bairro Araçatuba, Bela Vista, Vila Ipanema, Recanto das Águas e o Guapira, com um
diagnóstico de redes de drenagem existentes e proposição de melhorias na drenagem
urbana desses bairros. O projeto propõe que sejam realizadas ligações com essas
galerias antigas que atravessam lotes e quadras nos bairros, realizando canalizações
na frente das residências, readequando o projeto de drenagem urbana, e instalando-o
no passeio público para realização de um melhor escoamento das águas. Ele também
propõe a construção de caixas de inspeção quando há necessidade de aumentar o
diâmetro das canalizações ou mudança da direção das águas, melhorando assim o
encaminhamento das águas para as bocas de lobo projetadas, realização de
manutenções, etc.

3.6.6. Principais Pontos de Alagamentos e Enchentes

3.6.6.1. Região Central de Piraquara

A decisão de eleger o conceito de alagamento nas áreas urbanas do município é


porque esses alagamentos urbanos estão longe do leito principal do rio e não tem
influência dele. Apesar da maioria dos afluentes terem seus corpos canalizados no
meio urbano do município.
O talvegue com inclinação acentuada apresenta alagamento na Rua Barão do Cerro
Azul, próximo à antena de celular, com o aumento das vazões nessa região, os
alagamentos também ocorrem na Avenida Getúlio Vargas no encontro com a Rua
Guilhermina Clippel Gaio. A região é a de maior risco de alagamentos, pela falta de
capacidade das tubulações, as quais possuem ponto de estrangulamento nessa
região, somada às altas demandas hídricas vindas de montante.
163
Segunda Mineropar (2013a), a Avenida Getúlio Vargas encontra-se em região de
antigo fundo de vale, com provável aterro para sua realização. Essa característica
somada às águas do escoamento superficial da Rua Francisco Shuarts, com
microdrenagem da Rua Armando Romani e duas canalizações de corpo hídrico nessa
região, além da declividade desde o divisor de águas que vem da Rua Guilherme
Beetz, faz com que as contribuições grandes do escoamento estrangulem a entrada
das águas nas bocas de lobo causando alagamentos na Avenida, na frente do Colégio
Estadual Romário Martins.
Estes alagamentos são proporcionais às precipitações acentuadas nas drenagens
urbanas, causando interrupção do transporte coletivo e prejuízos na circulação em
geral decorrentes da interdição viária, com prejuízos materiais e atrasos nos
deslocamentos nos transportes urbanos nas principais vias de transporte municipais.

3.6.6.2. Afluentes do Rio Iraizinho

Segundo o mapeamento realizado pela Mineropar (2013a), estes bairros têm duas
unidades de Terreno UT I e VI na planície fluvial, com planície de fundo de vale,
começando a montante da Avenida Getúlio Vargas. Os problemas esperados são a
suscetibilidade alta a alagamentos, assoreamento dos canais de drenagem, solos
colapsáveis, com solo argiloso a muito argiloso, e pouco permeáveis. A UT VI se
apresenta adequada com restrições para loteamentos e obras enterradas em virtude
do lençol freático raso, suscetibilidade média a alta de alagamentos nessas áreas,
com permeabilidade média a alta. A Carta Síntese de Adequalidade a Ocupação
Frente às Desastres Naturais (MINEROPAR, 2013b) demonstra a fragilidade desta
região com grandes manchas de alagamentos a montante nos bairros Planta Miriam,
Vila Juliana e a jusante no bairro Araçatuba, como mostra a Figura 3.51.

164
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Gerência de Geologia Básica e Temática
Datum Vertical: Imbituba - SC Diclécio Falcade
Datum Horizontal: SAD 69
Data: Escala: Geoprocessamento:
Meridiano Central: 51° W GR
Dezembro / 2013 1:20.000
Téc. Mineração - Miguel Ângelo Moretti
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Os canais de macrodrenagem dos dois afluentes das bacias do rio Iraizinho são
canalizados. O afluente 1, desde as suas nascentes em talvegue, no alinhamento das
Ruas Maria Carolina Wilk e Sebastião Santo Gaio, vindo da proximidade do Cemitério
Bom Jesus, nos bairros que recebem toda a microdrenagem de galeria de águas
pluviais dos bairros Planta Miriam e Vila Juliana, a montante, pelo
subdimensionamento de tubulações insuficientes a jusante, ocorrem estrangulamento
das vazões com transbordamento das águas nas bocas de lobo e caixa de inspeção
com alagamentos nas Ruas Apolônia Bruneti Gugelmim, Barão do Cerro Azul e
Avenida Getúlio Vargas.
A observação que se deve levar em consideração é a vida útil dessas instalações
enterradas, segundo o PROSAM (1997), a bibliografia especializada da vida útil dos
materiais construídos em concreto na água, a estimativa dessa vida útil é de 30 a 50
anos.
Essas águas de montante, por estarem retidas nessa região, diminuem a sua
velocidade para chegarem à jusante, retendo as águas nessa localidade por um
tempo, e consequentemente diminuindo a vazão de pico de cheia a jusante.
As águas de montante atravessam a Avenida Getúlio Vargas pela Rua Elvira Lorusso
do Nascimento e as canalizações entre os terrenos na Rua Barão do Cerro Azul,
descendo para se encontrar no final da Rua Ezequiel Pinto com uma canalização em
fundo de vale e outras tubulações reunidas em uma caixa de inspeção. A partir desse
ponto, percorre por leito original dos fundos de vale, passando no meio de lotes e
quadras. As canalizações e valetas a céu aberto atravessam as quadras das ruas e
avenidas até o canal aberto que chega ao bueiro da estrada de ferro da ALL. Nesse
percurso as águas no período de precipitações intensas transbordam nos córregos e
como ocorrem retenções nas microdrenagens as águas por pressão, retornam
causando alagamentos nas ruas e nas residências.
O afluente 2, foi canalizado nas proximidades da Avenida Getúlio Vargas, na área da
Construtora Camargo, que posteriormente aparece canalizada na Rua José Elizeu
Hipólito, mostrada na Figura 3.52, percorrendo a propriedade da Imobiliária Paraíso. O
afluente a montante, está na UT VI, num talvegue em fundo de vale, percorrendo essa
região ainda não urbanizada e entrando em área urbana consolidada na UT I, em
valeta aberta, em boca de lobo na Rua Araucária (Figura 3.53) atravessa embaixo das
residências canalizadas e abertas no fundo dos lotes e lateral das residências, saindo
na Rua Irati e entra novamente em boca de lobo, atravessando as quadras saindo na
Rua Paranaguá e logo em seguida na Rua Guarapuava atravessando a Avenida
Marechal Deodoro e entra no canal em direção a bueiro da ALL. Nesse percurso as
águas no período de precipitações intensas, transbordam nos córregos como ocorrem
retenções nas microdrenagens com interligação a macrodrenagens canalizadas ou
abertas em valetas, as águas retornam por pressão e refluxo causando alagamentos
nas ruas e nas residências.

166
Figura 3.52 – Rua José Elizeu Hipólito (Afluente 2)

Legenda: Corpo hídrico a jusante da Rua Elizeu José Hipólito

167
Figura 3.53 – Rua Araucária

Legenda: Vala aberta na propriedade da Imobiliária Paraíso, a montante da Rua Araucária


Com o encontro dos dois afluentes nas bacias a jusante, nos períodos de
precipitações maiores, ocorre o estrangulamento pelos dimensionamentos
inadequados das tubulações nos bueiros localizados abaixo da linha férrea (ALL), os
problemas são agravados com esse refluxo das águas que aumentam os níveis
críticos de alagamento em uma grande área que ocupam varias quadras no bairro
Araçatuba (CPRM, 2013).

168
Figura 3.54 – Área de Influência dos Corpos Hídricos Canalizados

FONTE: CPRM, 2013.

3.6.6.3. Bairro Jardim Bela Vista

Pelo mapeamento da Mineropar (2013a) este bairro tem uma avaliação de


adequalidade, com duas unidades de terreno, a montante UT VI com inclinações de 0-
5-10-20%, e nas áreas mais a jusante adjacentes e próximas aos fundos de vale UT I.
O afluente do rio Iraizinho no bairro Bela Vista com nascentes nos bairros a montante,
Santa Maria, Santiago, Jardim Santa Clara e o Jardim Olinda, a área no entorno dos
recursos hídricos continua sem ocupação urbana, no zoneamento dessa área urbana
como Zona de Serviços (Z.S.), mas a bacia hidrográfica com contribuições hídricas
dos talvegues vem das áreas urbanizadas desses bairros citados.
A área urbanizada do bairro começa a jusante da Rodovia Deputado João Leopoldo
Jacomel em área definida pelo zoneamento municipal como Zona de Parque (Z.P.), na
sua primeira transversal, chamada Rua Cristóvão Colombo, já se observam
estreitamentos com muros, telas e residências ao lado do rio em direção às Ruas
Pedro Álvares Cabral e Mem de Sá (Figura 3.55 e Figura 3.56). Nas quadras das Ruas
Cristóvão Colombo e Mem de Sá com residências, observam-se muros até o fundo do
lote com distância aproximada de 2-5 metros do rio (Figura 3. 57 e Figura 3. 58).

169
Figura 3.55 – Estreitamento com Muro (1) Figura 3.56 – Estreitamento com Muro (2)

Figura 3.57 – Estreitamento com Muro (3) Figura 3.58 – Estreitamento com Muro (4)

Na Rua Mem de Sá (Figura 3. 59) pode-se observar uma manilha com rede de água
de abastecimento passando em seu meio, podendo comprometer o escoamento das
águas em período de precipitações maiores.

170
Figura 3.59 – Manilha com Rede de Água

Na região próxima à Rua Marechal Hermes tem-se um espaço um pouco mais largo,
com encontro das ruas laterais e acesso a terrenos, pois nesse local o rio sofre uma
pequena curva chegando à Rua Julia da Costa, como mostra a Figura 3. 60.

171
Figura 3.60 – Curvatura do Rio

A montante da Rua Marechal Hermes, muros, cercas com abertura de ruas laterais ao
rio e acessos para chegar aos lotes. As áreas ribeirinhas, que o rio utiliza durante os
períodos chuvosos, como zona de passagem da inundação, têm sido ocupadas pela
população com construções e aterros, reduzindo a capacidade de escoamento desse
corpo hídrico (Figura 3. 61). A Prefeitura realizou infraestrutura e pavimentação em
todas as ruas citadas depois do ano de 2013, essas melhorias resolveram as
inundações do afluente do rio Iraizinho. A ocupação destas áreas de risco provoca
prejuízos evidentes, quando o rio inunda em seu leito maior. As canalizações que
atravessam o corpo hídrico nessas ruas a montante da Rua Júlia da Costa estão
adequadas, porém com esses estrangulamentos urbanos podem ocorrer, em períodos
de chuvas intensas, inundações a montante e um maior volume de águas com esses
estrangulamentos, nos picos de cheia a jusante.

172
Figura 3.61 – Região à Montante da Rua Marechal Hermes

As contribuições hídricas de maior impacto, devido ao aumento das


impermeabilizações urbanas, estão abaixo da Rua Martim Afonso e nas imediações da
Rua Padre Agostinho. Nessa região, caracterizada por ser uma zona de passagem da
inundação, a população têm ocupado as margens e as águas no leito maior do rio,
reduzindo sua a capacidade de escoamento, e tendo como consequência inundações,
as quais acabam invadindo as residências, como mostra a Figura 3.62. Com as
contribuições de maiores vazões somadas aos estrangulamentos por residências,
muros, cercas, aterros, geram nas grandes precipitações inundações em amplas
áreas. Os locais com maior impacto nesse bairro estão localizados a jusante da Rua
Nações Unidas (Figura 3.63), onde temos as Ruas Princesa Isabel e a Padre
Anchieta. Esse local se caracteriza pela presença de ocupações irregulares
ribeirinhas, e estão em área de atenção da Defesa Civil, pois estão localizadas em
áreas de fundo de vale e próximas a Linha Férrea, com alagamentos recorrentes
(Figura 3.64). A Figura 3.65 mostra um muro apoiado com vigas de madeira ao lado
do rio, na Rua Princesa Isabel.

173
Figura 3.62 – Ocupação Urbana Figura 3.63 – Jusante da Rua Nações Unidas

Figura 3.64 – Ocupações Irregulares Figura 3.65 – Muro com Vigas Apoiadas

Nesse local são necessárias limpezas periódicas para retirada da vegetação e


sedimentos pela Prefeitura Municipal de Piraquara, para que as águas circulem sem
obstruções até os bueiros da linha férrea da ALL, como mostra a Figura 3.66. Esses
bueiros com dimensões que não são compatíveis com as seções de grande vazão
nesse bairro necessitam ser redimensionados, pois o escoamento dessas águas
retorna agravando as inundações nessa região.

174
Figura 3.66 – Limpezas Periódicas

Esses problemas ocorrem tanto nessa região, como nos outros afluentes menores do
rio Iraizinho que também estão localizados em leito de fundo de vale e são descritos a
seguir:
1. Próximo às Ruas Princesa Isabel e Monte Castelo em um pequeno afluente do
rio Iraizinho, que passa em vala aberta sendo canalizado na Avenida
Rebouças. Nesse local ocorriam alagamentos, mas os mesmos foram
resolvidos com a readequação das canalizações por baixo de lote urbano na
Avenida Rebouças (Figura 3.67 e Figura 3.68 e encaminhados em direção da
linha férrea ALL. Como mostra a Figura 3.69, a canalização foi realizada abaixo
do muro e na área próxima a linha férrea onde se tem uma passagem sob a
linha férrea ALL (Figura 3.70), nesse local as águas se dirigem por uma valeta
até a passagem abaixo da linha ferroviária que não suporta essas vazões,
ficando alagada essa região entre o fundo das residências e a rede ferroviária.

175
Figura 3.67 – Ponto de Alagamento Figura 3.68 – Canalização

Legenda: Boca de lobo e canalização em


direção à linha férrea da ALL.

Figura 3.69 – Direcionamento à Linha Férrea Figura 3.70 – Passagem pela Linha Férrea

2. Entre as Ruas Miguel Couto e Visconde de Cairu tem uma inclinação


acentuada na Rua Princesa Isabel, nesse local inexistem galeria de águas
pluviais, onde algumas residências são alagadas nos períodos de médias a
grandes precipitações. A população se esforça direcionar as águas para longe
de suas residências construindo trincheiras e desvios das águas entre os
terrenos com envio para o fundo e a jusante, em local onde não tem bueiro
abaixo da linha férrea da ALL. Quando as chuvas são maiores ocorrem
alagamentos nas residências com inclinação inferior ao nível nessa Rua
Princesa Isabel. Os problemas são exemplificados nas Figura 3.71 a Figura
3.73.

176
Figura 3.71 – Declividade Acentuada

Figura 3.72 – Desvio das Águas Entre os Terrenos

177
Figura 3.73 – Residência Abaixo do Nível da Rua Princesa Isabel

3. As nascentes do segundo afluente do rio Iraizinho estão no lote n.110 da Rua


Júlia da Costa com Pirizal (Typha domingensis) no fundo de lote urbano, com
alagamento pela não realização de canalização das águas que passam sob o
condomínio de esquina na Rua Visconde de Cairu. Adicionalmente, o
condomínio vizinho com quatro residências envia irregularmente todas as
águas dos telhados para esse local, como as águas não tem por onde sair
entre os muros, ocorre situação de alagamento em fundo de lote urbano
(Figura 3.74).

Figura 3.74 – Alagamento Entre Muros Figura 3.75 – Boca de Lobo

178
4. As águas pluviais da pavimentação realizada, com boca de lobo da Rua
Visconde Cairu (Figura 3.75) atravessam o meio das quadras entre as Ruas
Martim Afonso, Padre Agostinho, Nações Unidas, Padre Anchieta, passam à
Rua Princesa Isabel passando em baixo de um lote e residência, e chegam à
linha férrea da ALL. As canalizações por baixo dos terrenos no talvegue mais
baixo atravessam por baixo de lotes e residências, em alguns lotes e na maior
parte as águas correm em fundo de vale no fundo de lotes urbanos com muros
de divisa com Pirizais e outros com aterro e murados. Nessa região ocorrem
alagamentos dentro das quadras e nas ruas pela subdimensionamento dessas
travessias nas Ruas Martim Afonso, Padre Agostinho, Padre Anchieta e
Princesa Isabel e nos intramuros com insalubridades pelos períodos que estas
aguas permanecem estocadas nesses terrenos de fundo de vale, como
mostram as Figura 3.76 e Figura 3.77.

Figura 3.76 – Alagamentos Intramuros Figura 3.77 – Terrenos de Fundo de Vale


(Pirizal)

5. A outra área de afluente do Rio Iraizinho, começa na Rua Carlos Gomes e


atravessa a quadra em leito de fundo de vale caracterizado por apresentar
áreas vegetadas e as áreas baixas de banhados com alguns Pirizais, a área
tem continuidade atravessando de maneira canalizada a Rua Padre Agostinho,
mas as manilhas subdimensionadas e obstruídas fazem com que as águas nos
períodos de precipitações se dirijam para a Rua Graciosa mais a jusante. Essa
rua recebe as contribuições de montante da Rua Centenário do Paraná e da
Rua Padre Agostinho e por ter um desnível ocorre alagamento de algumas
residências (Figura 3.78). A Rua Olavo Bilac está em um nível topográfico mais
abaixo, além disso, as bocas de lobo se encontram frequentemente entupidas
por sedimentos, desta forma quando as chuvas são mais intensas ocorrem
alagamentos. Porém, estão sendo realizadas obras de infraestrutura de
drenagem e pavimentação nesse momento, as quais devem resolver os
problemas de alagamentos (Figura 3.79). As águas que se dirigem para
jusante atravessam a Rua Nações Unidas e entram em um lote em direção à
rede ferroviária, a qual tem um bueiro existente, mas podem também com a
abertura de uma vala se dirigirem para outro bueiro maior existente próximo ao
Contorno Leste.

179
Figura 3.78 – Rua Graciosa Figura 3.79 – Rua Olavo Bilac

3.6.6.4. Bairro Recanto das Águas e Ipanema

Na Rua Manoel Alves Teixeira ocorriam alagamentos, porém a Prefeitura realizou a


colocação de boca de lobo e ralo e desviou, através de canalização em direção ao rio
toda da rua, por estarem obstruídas esta canalizações as águas escorrem
superficialmente em direção ao afluente do rio Iraizinho, nas proximidades da Rua
Nações Unidas, como mostram as Figura 3.80 e Figura 3.81.

Figura 3.80 – Rua Manoel Alves Teixeira Figura 3.81 – Rio Entre as Ruas Padre
Agostinho e a Nações Unidas

O desnível dessa região fica mais acentuado abaixo da Rua Nações Unidas, nas Ruas
Padre Anchieta e Princesa Isabel, pode-se ter uma ideia desse talvegue, na sua lateral
verificado da Rua Manoel Alves Teixeira (Figura 3.82).

180
Figura 3.82 – Talvegue na Rua Manoel Alves Teixeira

3.6.6.5. Bairro Guapira

Segundo mapeamento da Mineropar (2013a), na avaliação de adequalidade da região


do Bairro Guapira, que se encontra na UT VI, com declividade de 0-5%, com
proximidade dos aluviões, sendo adequada com restrições para obras enterradas em
função do nível freático próximo a superfície.
No bairro Guapira, a Rua Eliseu José Hipolito concentra todas as contribuições vindas
de montante, as quais são descritas a seguir: os talvegues acentuados com
canalizações, desde a Rua Barão do Cerro Azul, atravessam a Avenida Getúlio
Vargas, causam alagamentos nesses locais, passam pela quadra da Copel
canalizados em direção a Avenida Marechal Deodoro e a área mais inclinada nessa
região é a Rua José Elizeu Hipólito. Além dessas contribuições hídricas, o bairro
também concentra todas as contribuições vindas de áreas inclinadas das ruas laterais
que carregam águas vindas da Avenida Getúlio Vargas e das Ruas que vem das
travessas com inclinação da Rua Tenente Cardona de Aguiar. Essa concentração de
águas mesmo com galeria 1,00m de diâmetro, na Rua José Elizeu Hipólito, não são
suficientes para escoar todo esse volume de água de montante. Os talvegues de
maior inclinação nessa região estão no entorno da Rua José Elizeu Hipólito e Rua

181
Major José Luciano, onde as duas interligações com a saída para o fundo de vale
estão com subdimensionamento e assoreamento de rede causando alagamento
nessas ruas (Figura 3.83). É importante observar os indícios e evidências da abertura
e depressão do pavimento com depressões dos paralelepípedos nessa rua. A Figura
3.84 apresenta o terreno desocupado onde passa a rede pluvial em direção à linha
ferroviária.

Figura 3.83 – Rua José Elizeu Hipólito (1) Figura 3.84 – Rua José Elizeu Hipólito (2)

Legenda: Terreno desocupado onde passa a


rede pluvial da rua Elizeu José Hipólito em
direção à linha ferroviária.

Na realidade, além do subdimensionamento das redes nessas ruas, temos o


agravamento dos alagamentos porque essas águas retornam pelos gargalos da linha
férrea que pressionam as galerias maiores, e consequentemente as microdrenagens e
águas retornam por pressão para as ruas e residências a montante nesse bairro,
provocando alagamentos nessa região. Nesse local tem 2 (duas) passagens (bueiros)
pela linha férrea (ALL) com estrangulamento das águas que não escoam suas águas
por esse subdimensionamento e pelas impermeabilizações e contribuições hídricas
urbanas

3.6.6.6. Bairro Vila Vicente Macedo

O bairro Vila Macedo tem dois talvegues, sendo que um que está mais ao norte,
somente com as águas pluviais, e o outro mais ao sul, a jusante com a canalização de
corpos hídricos somente nas ruas pavimentadas nas regiões das Ruas Belo Horizonte,
Cuiabá e Recife com as transversais das Ruas Fortaleza e Belém.
O bairro está inserido no planalto do Alto Iguaçu em uma região de sedimentos da
Formação Guabirotuba, com declividades 5-10-20%, na UT V e VI, solo argiloso a
muito argiloso, permeabilidade média a alta, nível freático baixo próximo dos aluviões
(até 2 metros), com suscetibilidade média a alta a alagamentos 0-5%, (MINEROPAR,
2013a).
Os talvegues acentuados, o aumento das impermeabilizações, as taxas de ocupação
urbana e as tubulações subdimensionadas causam alagamentos nas ruas. Desta
forma, as ruas que recebem essas contribuições hídricas ficam alagadas nas
182
precipitações pela não continuidade das canalizações das águas pluviais, junto às
bocas de lobo, que se encontram obstruídas e passam através de valetas, muros
perfurados ou escorrem no lote para baixo. Os locais com maiores problemas de
alagamentos nesse bairro são os seguintes:
1. O talvegue que inicia na Rua Porto Alegre, localizados na parte norte do bairro,
atravessando 2 lotes ocupados, onde as águas passam na lateral em valeta
aberta, chegando à Rua Maceió e passam por terrenos baldios, chegando ao
terreno 25 A, recebendo as contribuições com um tanque (reservatório
pequeno) e uma canalização passando por baixo do terreno e residência se
dirigindo para o terreno 13 e saindo na Rua Fortaleza por boca de lobo com
canalização passando por baixo de residência até o córrego ao fundo.
O maior impacto nesse talvegue está localizado no lote 25 A e 13, na Rua Fortaleza
que alaga permanentemente pelo subdimensionamento dessa canalização alagando a
residência com menor inclinação a jusante desse talvegue (Figura 3.86). O terreno não
ocupado a montante do lote 25 A (Figura 3.85) recebe um monitoramento dos
moradores dessa residência, pois seguidamente a população despeja resíduos sólidos
nesse local, que podem trazer obstruções nessa canalização com maiores riscos de
alagamentos.

Figura 3.85 – Terreno Baldio entre as Figura 3.86 – Local de Ocorrência de


Ruas Maceió e Fortaleza Alagamentos na Rua Fortaleza

2. Na Rua Goiânia, entre as Ruas Manaus e Belo Horizonte, tem um talvegue


onde se encontra a população mais atingida por alagamentos e as residências
com maior inclinação. As águas quando aumentam passam por um corredor
lateral dentro de uma residência. A população realiza desvios dessas águas e
direciona as águas para uma manilha, no local de maior inclinação (Figura
3.87) com canalização superficial ou enterrada, a qual vai passando pelas
laterais dos lotes e se dirigindo a rua a jusante (Figura 3.88).

183
Figura 3.87 – Desvios das Águas Figura 3.88 – Manilha Canalizada
Realizados Pela População Superficialmente na Lateral do Lote

3. As águas que chegam à Rua Boa Vista são enviadas para córrego ao fundo.
População constrói canalização abaixo ou ao lado residência para melhorar a
passagem das águas, como mostra a Figura 3.89.

Figura 3.89 – Canalização Superficial com Saída na Rua Boa Vista

4. Na Rua Natal, em uma área de maior inclinação, vinda pela própria inclinação
da Rua Natal e uma quadra da Rua Belém a montante, todo escoamento
superficial dessa área, escoam quando possível, embaixo de uma residência,
se dirigindo para o córrego ao fundo (Figura 3.90).

184
Figura 3.90 – Desnível até a Residência de Muro de Cor Verde a Jusante

5. O outro problema são os de manutenção das bocas de lobo e consequente


obstruções nas canalizações por sedimentos argilosos. Os assoreamentos
provocados pelas ruas sem pavimentação que causam essas obstruções nas
canalizações (Figura 3.91 e Figura 3.92).

Figura 3.91 – Rua Sem Pavimentação Figura 3.92 – Obstrução da Canalização

6. Os locais com maior risco de alagamentos são os locais que reúnem as águas
de corpos hídricos junto às águas pluviais nas ruas Fortaleza e Belém (Figura
3.93 e Figura 3.94), esses sem pavimentação e sem rede pluvial, com as
bocas de lobo obstruídas recebem expressivas contribuições hídricas de
montante ocorrendo alagamentos. Nesse bairro as ruas asfaltadas, quando
têm ruas a montante sem pavimentação, recebem sedimentos e pedras que
vão causar obstruções nas bocas de lobos e nas canalizações mais a jusante.

185
Figura 3.93 – Rua Fortaleza Figura 3.94 – Rua Belém

As galerias das águas estão soterradas nos meandros do rio Iraizinho no final das ruas
Cuiabá e Aracaju pelo assoreamento das suas águas. Na área abaixo da Rua Recife,
a população não se liga as águas de drenagem nessas canalizações porque
reconhecem que as águas não seguem para jusante, pelas manilhas soterradas com
sedimentos nas proximidades do rio.

3.6.6.7. Região Próxima ao Terminal Rodoviário

Segundo o mapeamento da Mineropar (2013a), esta região tem uma avaliação de


adequalidade, com duas unidades de terreno, a montante UT VI com inclinações de 0-
5-10-20% e nas áreas mais a jusante, adjacentes e próximas aos fundos de vale UT I.
As nascentes do afluente estão localizadas na região da Rua Osmário de Oliveira
Bastos (Estrada do Volteio), em sua continuidade o afluente passa pelo Parque das
Águas, e alaga a região do antigo hospital municipal e o terminal de ônibus, na Rua
Francisco Leal. Esses alagamentos têm ocorrido pelas grandes contribuições hídricas,
pelas impermeabilizações desse afluente, e pelo subdimensionamento das tubulações
que passam por baixo da quadra do hospital, como mostra a Figura 3.95. Passando o
hospital, tem-se uma passagem por baixo da linha férrea, onde em épocas de fortes
chuvas o problema é agravado, devido ao represamento do afluente (de menor vazão)
que vem de montante, com relação ao rio principal, o rio Iraizinho, com maior vazão,
causando refluxo das águas na Rua Roque Vernalha e pressionam ainda mais os
alagamentos na região a montante (região da Rua Francisco Leal) (Figura 3.96).

186
Figura 3.95 – Boca de Lobo e Figura 3.96 – Bueiro Sob Linha Férrea ALL,
Direcionamento das Tubulações que Próximo a Rua Roque Vernalha
Passam Abaixo do Hospital

3.6.6.8. Bairro Santa Mônica

Segundo a Mineropar (2013a), o bairro Santa Mônica está localizado nas UT-II e V. A
geomorfologia é caracterizada por terrenos planos entre fundo de vale e as vertentes
topograficamente acima das planícies de fundo de vale. Sua geotecnia apresenta nível
freático de 0,2 a 2,0 m, com camada superficial orgânica plástica, hidromórfica, mole a
muito mole, permeabilidade baixa com espessura de 0,5 a 3,0m.
As macrodrenagens estão nas principais ruas pavimentadas, ou seja, Rua Ouro
Verde, Rua João Batista Vera, entre outras, que levam contribuições para o valetão da
Avenida São Roque e no sentido da Avenida dos Ferroviários temos as Avenidas
Palmeira, Eng. Djalma Maciel e outras. Essas canalizações se dirigem cada uma delas
para a valeta da Avenida dos Ferroviários e passam em três canalizações por baixo da
via férrea, as quais necessitam serem redimensionados. O ponto de maior impacto
nos alagamentos do bairro vem pelas águas do valetão da Avenida São Roque, que
recebe todas as canalizações de montante, e o bueiro da linha férrea não suporta o
volume de água que vem desse valetão, que extravasa lateralmente e alaga
principalmente as ruas e residências da esquina da Rua Bom Sucesso, Santa Clara e
Avenida dos Ferroviários.
Outro local do bairro que tem alagamentos é na Rua Bom Sucesso, na quadra próxima
à Avenida São Roque, como mostra a Figura 3.97, mas nessa rua também ocorrem
alagamentos localizados em residências que estão localizadas em declividades
inferiores em relação à rua (Figura 3.98).

187
Figura 3.97 – Rua Bom Sucesso Figura 3.98 – Alagamentos Causado por
Residência com Declividade Inferior a Rua

Quando ruas asfaltadas possuem ruas a montante sem pavimentação, as mesmas


recebem sedimentos e pedras que podem causar obstruções nas canalizações mais a
jusante.
Além disso, muitas ruas que ainda não tem pavimentação, quando da ocorrência de
chuvas mais fortes e pelas condições geológicas, acabam apresentando bocas de
lobo obstruídas por sedimentos e resíduos sólidos e pedras, como mostram as Figura
3.99 e Figura 3.100.

Figura 3.99 – Boca de Lobo Obstruída (1) Figura 3.100 – Boca de Lobo Obstruída (2)

Legenda: Sedimentos com pedras vindo de rua Legenda: Detalhe de boca de lobo obstruída
sem pavimentação. por sedimentos, pedras e vegetação.

Nesse bairro, pelo nível de lençol raso por ocasião de precipitações fortes, águas
escoam pelas ruas.

3.6.6.9. Bairro Planta Deodoro

Na região da Planta Deodoro a principal área de alagamentos é a Rua da Paz no


cruzamento com a Rua Antônio Valenga, em região de fundo de vale, como mostra a
Figura 3.101.

188
Figura 3.101 – Ruas da Paz e Antonio Valenga

A realização de infraestrutura de drenagem urbana com canalização das águas em


leito original de fundo de vale, que vem de montante pela Rua Antônio Valenga, além
da infraestrutura de drenagem urbana e pavimentação na Rua da Paz, com valetas
abertas que percorrem as áreas urbanizadas com canalizações de corpos hídricos,
são projetos e obras municipais que estão sendo reformulados e poderão minimizar os
impactos dos alagamentos nessa região.

3.6.6.10. Vila Izabel

No Bairro Vila Izabel, águas percorrem por leito original de fundo de vale em
canalizações de corpo hídrico das nascentes nas travessias das Ruas Reinaldo Meira,
João Gugelmim e Rodozindo Mazon, e entre as Ruas Francisco Leal e a Izabel
Correia Soares, indo até a via férrea em canalização pluvial passando por um lote
residencial.
Os locais de maior impacto e risco aos alagamentos ficam no talvegue localizado na
Rua Izabel Correia Soares, aonde toda essa contribuição vinda de montante das ruas
Francisco Leal, Francisco de Souza e a própria Rua Izabel Correia Soares (Figura
3.102 e Figura 3.103).

189
Figura 3.102 – Contribuição de Corpo Figura 3.103 – Rua Francisco Leal
Hídrico a Montante e Boca de Lobo na Rua
Francisco Leal

De acordo com a intensidade da precipitação, a boca de lobo da Rua Izabel Correia


Soares, com dimensões inferiores as demandas dessa área, extravasa alagando todas
as residências na sua parte baixa. Ela também dispõe de drenagem somente nessa
baixada e esse encaminhamento das canalizações vão todos para um ponto único, o
seu n° 901 (Figura 3.104 e Figura 3.105).

Figura 3.104 – Rua Izabel Correia Soares Figura 3.105 – Lote nº901, na Rua Izabel
Correia Soares

3.6.6.11. Vila São Cristovão

O locais com maior impacto com alagamentos estão nas inclinações dos fundos de
vale do bairro, com início na Rua Ondina de Souza (Figura 3.106) que recebe
contribuições de ruas de montante. A boca de lobo que canaliza todos corpos d’água
de um talvegue acentuado com nascentes de água no seu interior, que não suportam
esse grande volume de águas que alagam a rua e residências a jusante (Figura
3.107).

190
Figura 3.106 – Rua Ondina de Souza Figura 3.107 – Boca de Lobo e Alagamento
no Lote Com Talvegue Acentuado

Nessa região ocorrem alagamentos entre os muros que estão localizados na


transversal da inclinação natural do terreno, também ocorrem aterramento dos
terrenos, causando problemas com os vizinhos, mais a jusante e nessas situações
ocorreram e podem ocorrer riscos de desmoronamentos dos muros, principalmente
nos períodos de precipitação atmosféricas.
As águas desse talvegue, mais as da Rua Francisco Sbrissia alagam a Rua na sua
maior inclinação próxima ao Mercado Caramelo. O outro fundo de vale começa nas
proximidades da Rua Felipe Goubert que também recebe as águas da Francisco
Sbrissia com duas bocas de lobo, mas em precipitações intensas essas canalizações
não suportam o volume de água vindo de montante, alagando a rua e algumas
residências.
Esse fundo de vale entre as Ruas Martiniano Sabino da Silva e a Francisco Sbrissia,
com nascente canalizada se direcionando a partir da Rua Felipe Goulart, tem agora as
contribuições da relocação das famílias para o condomínio Residencial Vista da Serra
que levam parte das contribuições hídricas para a Rua Francisco Lourenço (Santa
Regina), onde manilhas estão soterradas com sedimentos e pedras. Nesse local pelo
volume de águas que recebe ocorrem alagamentos recorrentes atingindo as pessoas
e suas residências. Nessa região esgotos extravasam dentro de residências nos
períodos de precipitação, nas chuvas de 20 e 22 de outubro de 2015, o PV da esquina
da Rua Felipe Gubert com a F. Sbrissia extravasou e alagou a frente do lote (Figura
3.108 e Figura 3.109).

191
Figura 3.108 – Boca de Lobo Figura 3.109 – Lote nº901

Legenda: Boca de Lobo nas esquinas das Legenda: Rua Felipe Gubert esquina F.
ruas Francisco Sbrissias com a Francisco Sbrissia onde ocorrem alagamentos
Lourenço permanentes.

Esta região está previstas obras de infraestrutura de drenagem urbana e


pavimentação pela Prefeitura Municipal, que deverão minimizar estes impactos atuais
tanto na drenagem urbana desse bairro.
Nas áreas que tinham ocupações irregulares em área de baixada e muito próxima a
linha férrea ocorriam alagamentos permanentes, essa população foi relocada para o
condomínio Residencial Vista da Serra, no mesmo bairro.

3.6.6.12. Vila Fuck

Em períodos de chuvas fortes, a rede coletora de águas pluviais não suporta o volume
das águas que vem da Fazenda Paraíso (Figura 3.110), desta forma as águas
extravasam e atravessam a Rua Ângela da Costa de Lima, alagando residências e
ruas adjacentes, como mostra a Figura 3.111. Posteriormente se dirigem
superficialmente e são canalizadas para as Ruas Graciosa Jacomel Dal'Col e
Francisco Júnior.

192
Figura 3.110 – Águas Vindas da Fazenda Figura 3.111 – Ruas Adjacentes
Paraíso

Legenda: As águas extravasam e atravessam


a Rua Ângela da Costa de Lima atingindo
residências
Essas canalizações do corpo hídrico aumentam as águas e as galerias transbordam,
onde alagam algumas residências. Na sua continuidade, após passar por terreno
desocupado, suas águas formam uma valeta (Figura 3.112) e devido às águas serem
estranguladas por ocupações a beira do córrego (Figura 113), alagam a rua e
residências a montante desse local.

Figura 3.112 – Valeta Aberta com Corpo Figura 3.113 – Corpo Hídrico com
Hídrico Estrangulamento

Atravessando a Rua Padre Mariano, as águas seguem em valeta aberta encontrando


um aterro em lote urbano onde as águas foram canalizadas e transbordam nesse local
em direção à Rua Affonso Favoreto (Figura 3.114). Nessa região foi observado grande
quantidade de sedimentos soterrando a canalização, em aproximadamente dois
terços, como mostra a Figura 3.115.

193
Figura 3.114 – Lote Inundado a Montante Figura 3.115 – Canalização Obstruída por
da Rua Afonso Favoreto Sedimentos e Pedras

Passando a Rua Affonso Favoreto temos um canal em direção à passagem por baixo
da via férrea, em diâmetro maior que os bueiros localizados nos outros bairros e por
não ter ocupação urbana próxima a esse local não temos problemas com alagamentos
nessa região, como mostra a Figura 3.116.

Figura 3.116 – Áreas Desocupadas

Nas áreas que tinham ocupações irregulares ao final da Rua Ângela Costa Lima, em
área de baixada e muito próxima a linha férrea, ocorriam alagamentos permanentes,
porém essa população foi relocada para o condomínio Residencial Vista da Serra, no
bairro São Cristóvão.
194
3.6.6.13. Bairro Santiago (Rua Olavio de Souza)

Todas as contribuições hídricas das proximidades da caixa d’água da SANEPAR na


Rua Canela e contribuições de um talvegue em uma lateral na Rua Fernando Teixeira
Nogueira descem por inclinações pela Rua Canela e se dirigem para a Rua Olavio de
Souza. Somente nessa rua tem canalizações e essas não são suficientes para
suportar o volume d’água de montante, causando alagamentos recorrentes. As águas
entram por boca de lobo na parte mais baixa e passam por áreas internas de
residência dessa Rua Olavio de Souza n°178 (Figura 3.117 e Figura 3.118), se
dirigindo para jusante na Rua Tarumã.

Figura 3.117 – Boca de Lobo na Esquina da Figura 3.118 – Boca de Lobo em Frente ao
Rua Canela Com a Rua Olavio de Souza n.178 na Rua Olavio de Souza

3.6.7. Áreas de Risco de Inundacões

Os locais com risco de inundações no município de Piraquara são: o bairro Vila


Marumbi; a Vila Macedo na bacia do rio Iraizinho; o Jardim Tropical; e, as ocupações
irregulares no rio Itaqui. As principais características dessas inundações são
apresentadas nos itens a seguir.

3.6.7.1. Vila Marumbi

Esta área é identificada no mapa de áreas de suscetibilidade e risco de inundações do


Instituto das Águas do Paraná, no estudo que contempla o Alto Iguaçu, no Cenário
Tendencial. Com o aumento das precipitações e as áreas impermeáveis, além de
todas as contribuições hídricas dos bairros Fuck, São Cristóvão, Franca, Resort, Vila
Rosa, uma sub-bacia que vem de montante o rio principal aumenta de largura nessa
região, ocorre o estrangulamento um pouco mais a frente à jusante, por encontrar
cotas topográficas de maior nível, as vazões nessa área inundam a área de expansão
de enchentes, principalmente no bairro Marumbi (MINEROPAR, 2013b).

195
3.6.7.2. Vila Macedo

As áreas abaixo da Rua Aracaju em fundo de vale e próximas ao rio, estão com
ocupação irregular, e são identificadas no mapa de áreas de suscetibilidade e risco de
inundações (predisposição) no cenário tendencial, na bacia do Alto Iguaçu, pelo
Instituto das Águas (MINEROPAR, 2013b). Parte da população que estava em área
de risco de inundação, nesse bairro, recentemente foi relocada para o loteamento
Vista da Serra, no bairro São Cristovão.

3.6.7.3. Loteamento Jardim Tropical

Loteamento localizado no bairro Guarituba, na planície de inundação dos rios Palmital


e as margens dos rios Iraí/Iguaçu, com cota topográfica média de 873 m. Existem
casas construídas junto às margens destes rios. Em épocas de fortes chuvas o
problema se agrava devido ao represamento do rio Iraí (de menor vazão), pelo rio
Palmital o qual tem grande vazão em épocas chuvosas (CPRM, 2013). Esse
loteamento tem várias notificações Preliminares de Desastre pela Defesa Civil, como
em janeiro e abril de 2010, agosto de 2011 e junho de 2014. Em cada elevação do
nível das águas nesses rios, o loteamento tem sua superfície ocupada pelas águas,
mesmo que as precipitações estejam menores, nesses anos que temos a realização
desse projeto do Canal Extravasor. Já foram realizadas relocações da população
nesse loteamento, em áreas de maior risco de inundações, com níveis topográficos
mais baixos. Desde os Estudos do Programa de Saneamento Ambiental da Região
Metropolitana de Curitiba (PROSAM, 1996), consultores deixaram claro que o canal
não funcionaria se não se realizasse as relocações de todos os loteamentos e
ocupações entre o canal extravasor e o rio Iguaçu/Iraí, a qual o Jardim Tropical é o
principal loteamento com essa restrição nessa região, caracterizada como de maior
risco a inundações. No Jardim Tropical o esgoto jorra direto por não ter drenagem
urbana e varias residências ligam suas águas de drenagem à Rede Coletora de
Esgoto (RCE).

3.6.7.4. Ocupações Irregulares e Alagamentos do Rio Itaqui no Bairro


Guarituba

Algumas áreas ribeirinhas do município apresentam ocupações irregulares no rio


Itaqui, maximizando os problemas nos leitos dos rios, como mostra a Figura 3.119. Os
rios, geralmente, têm dois leitos: o leito menor, onde a água escoa na maior parte do
tempo; e o leito maior, que pode ser inundado, conforme a intensidade das chuvas. O
impacto, devido à inundação, ocorre quando a população ocupa o leito maior do rio,
ficando sujeita a enchentes.
O Jardim dos Estados, a Vila Franca e a Vila Militar não tem rede de drenagem. A vila
Franca com relevo acentuado não tem nem drenagem nem RCE. Há também um
grande foco de borrachudos neste bairro.

196
3.6.7.5. Bairro Guarituba

O bairro Guarituba tem formação geológica em sua grande maioria de solos orgânicos
UT I, os solos de aluvião, com cor negra, por vezes turfosa, plástica, mole a muito
mole, portanto sendo solos colapsáveis, com inadequação para implantação de
infraestrutura enterrada em função do nível freático raso e aflorante (MINEROPAR,
2013a).
Ele se destaca pelo número de ocupantes e pela localização em terrenos turfosos e
com infraestrutura precária sobre um manancial de grande importância para o
abastecimento da região e o sistema de captação Iguaçu responde por 70% de todo
Sistema Integrado que abastece Curitiba e parte da RMC.
O Projeto de Ação Estruturante Sobre Manancial de Água Limpa na RMC - Guarituba,
foi criado como uma ação demonstrativa para o Plano de Aceleração do Crescimento
(PAC) com orçamento em 2006 e começou a ser implantado em 2008, com a
coordenação da Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR), o projeto envolveu
vários órgãos do Governo do Estado como a Companhia Paranaense de Energia
(COPEL), a Companhia de Saneamento de Paraná (SANEPAR), Secretaria do
Desenvolvimento Urbano (SEDU), Instituto das Águas do Paraná (AGUASPARANÁ) e
a Prefeitura Municipal de Piraquara, com pavimentações, cadastro para a
regularização fundiária dessas áreas, etc.
Segundo a COHAPAR, a área do Guarituba contaria com um sistema de drenagem
pluvial para fins de saneamento, controle de cheias e proteção do manancial.
O sistema de drenagem previu inicialmente as seguintes obras:
 Galerias de águas pluviais nas ruas que captam as águas dos lotes, passeios e
ruas;
 Coletores principais que conduzem este escoamento até as bacias de
detenção;
 Bacias de detenção que tem a função de deter temporariamente o
escoamento, diminuindo a vazão de jusante e minimizando os impactos da
cheia a jusante;
 Canais de macrodrenagem que conduzem o volume amortecido das bacias de
detenção até o canal paralelo ao rio Iguaçu;
 Interceptor de vazões de estiagem que tem a função de desviar da bacia de
manancial, as vazões geradas nos períodos de estiagem, até que seja
implantada a rede coletora de esgotos.
 Após a implantação da rede coletora de esgoto, o interceptor continuará a ser
usado para proteger o manancial da poluição difusa.
 O objetivo das obras de contenção de cheias é dotar a área do Guarituba de
dispositivos de controle que permitam o escoamento de cheias para o canal
extravasor e segreguem a vazão de estiagem para o rio Iraí.
 O sistema é composto por um canal paralelo a PR-415, que cumpre a função
de amortizar as cheias e uma galeria tubular que abrange todo perímetro com
função de interceptar a vazão de estiagem e conduzi-la ao rio Iraí, usando para
isso um sifão invertido, construído sob o canal extravasor.

198
O Projeto de macrodrenagem do PAC, o Lote 2, iniciou no loteamento Madre Tereza
Calcutá com galerias de 1,20 m e vão pela Rua Guatupê, passam pela rua Andorinhas
e se dirige para o coletor G e a vala de drenagem ao final chega à bacia de detenção
2. A saída dessa bacia de detenção 2 é pela Gerard Von Sheidt, para esse aumento
das contribuições hídricas, o projeto colocou 2 galerias celulares de 2,00 x 2,00 m que
se dirigem pela Rua Ademir Cordeiro de Oliveira que vão até o seu desague direto no
canal extravasor ou de água limpa.
Outra macrodrenagem sai da Gerard Von Sheidt com galerias de 1,20 - 1,50 m e
deságua também no canal extravasor.
Alguns ajustes nos projetos foram realizados para não causar alagamentos nos bairros
vizinhos nos loteamentos novos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social
(FNHIS). Desta forma, foram realizadas galerias e boca de lobo, para deslocamento
das águas superficiais que ficavam retidas com o aterramento do novo loteamento,
com o prolongamento das galerias pluviais nas ruas vizinhas, com deságue na galeria
da Rua Andorinhas.
Os projetos que ainda não foram concluídos são nos seguintes locais:
1. A conclusão do Lote 2: faltam a definição das desapropriações na Rua Gerard
Von Scheidt com galerias de 1,20 m entre a Rua Yuri Danilenko até a Pastor
Adolfo Weidemann. Falta a definição junto aos moradores da retirada de muros
e cercas para a conclusão dessa infraestrutura com a construção do passeio
público e sua pavimentação. Esta conclusão do lote 2, com a ligação das
galerias localizadas nessas ruas, serão coletadas toda a microdrenagem
desses bairros, descarregando no canal extravasor.
2. O Lote 3 (Guabiratubinha) que está em processo de licitação atualmente. Esta
região é a parte mais densificada da região e seu custo de licitação, equivale
aos mesmos valores investidos até o momento com os lotes 1 e 2 do PAC. Por
ter peculiaridades, como sua densidade e declividade muito baixa, representa
neste momento, a região mais crítica aos desastres recorrentes, com maior
número de alagamentos e pessoas afetadas no bairro Guarituba. Segundo a
COHAPAR, a drenagem urbana dessa região deverá ser estruturada com início
das obras previstas para fevereiro de 2016.
3. As áreas próximas às intervenções do Projeto PAC Guarituba que continuam
com alagamentos pela inexistência de projetos de drenagem. Os bairros que
ainda não foram contemplados com projetos de microdrenagem e ligação nas
macrodrenagens são a Vila Mariana, Monte Líbano e o Tarumã.
4. Também faltam serem executadas as drenagens da região entre as ruas da
poligonal entre a Júri Danilenko e a Rua Alfredo Miller, as quais são áreas
alagáveis por terem um talvegue acentuado. Faltam as complementações das
microdrenagens com a macrodrenagem na Rua Richard Likefild, para integrar
essa poligonal e bairros ao projeto de drenagem do Guarituba. A COHAPAR
informa que estas fragilidades ainda persistem nesses bairros e que projetos
de integração das ruas e bairros farão parte das próximas ações estruturantes
da drenagem urbana (lote n. 4).
5. Outra obra não concluída, mas está em licitação, é a lagoa de detenção 1, que
se localizará junto ao Parque Mandi. Essa detenção esta prevista para receber
todas as contribuições hídricas das Avenidas Andorinhas e São José.
199
Um dos pontos falhos desse projeto foi a execução da coleta de esgotos antes da
realização da drenagem urbana (que ainda não estão unificadas e integradas na
microdrenagem de vários bairros pelas indefinições das desapropriações citadas
acima).
Segundo relatos da população com relação à realização do Esgotamento Sanitário, as
obras foram marcadas por grandes dificuldades de colocação das redes e PVs em
meio a grande quantidade de águas. Essas redes coletoras instaladas nos bairros do
Guarituba enfrentam grandes deficiências, por terem sido instaladas mais próximas a
superfície, pelas razões apresentadas acima, quando os impactos começaram a
acontecer, com refluxos de esgoto dentro das residências, a população desliga o
esgoto da rede e continuam despejando esgoto nas valetas e córregos das
proximidades. Também se tem muitas situações de ligação das águas de chuvas
(pluviais) sendo ligadas na rede coletora de esgoto nesses bairros.
Esses erros e a morosidade na concepção e instalação dos projetos citados acima
continuam causando problemas de alagamentos em várias regiões do bairro
Guarituba, como a Vila Mariana, Monte Líbano e o Tarumã e principalmente
Guabiratubinha e no Jardim Tropical. O bairro Guarituba continua sendo a região de
maior número de alagamentos, nos registros da Defesa Civil, com impactos na saúde
e bem estar da população (CPRM, 2013).
Tanto as poluições por esgoto como as poluições difusas das antigas valetas e agora
em canalizações estão se dirigindo diretamente para o canal de “águas limpas”,
diminuindo a qualidade das águas e causando eutrofização dessas águas com plantas
indicadores dessa condição, como a macrófita erva de jacaré, entre outras.
Esse projeto estruturante ainda está por acontecer, aguardando licitações e verbas
federais para a conclusão de suas obras e para os fins que foram propostos que são o
saneamento, o controle de cheias e a proteção dos mananciais.

3.6.8. Defesa Civil

A Prefeitura Municipal de Piraquara tem um Plano de Contingência de Proteção e


Defesa Civil (PLANCON), com coordenação na Secretaria de Meio Ambiente e
Urbanismo (SMMU), com revisão de fevereiro de 2014, que apresenta as diretrizes
para as ações de respostas a desastres envolvendo deslizamentos, alagamentos,
enchentes, enxurradas, granizos, vendavais e tempestades.
A metodologia busca na caracterização do cenário das áreas que apresentam
recorrência com relação aos desastres adotando uma nomenclatura de “área de
atenção”, que são localidades que historicamente já tiveram envolvidas ou ainda se
envolvem sazonalmente com algum dos tipos de ocorrência, como os alagamentos,
enchentes ou deslizamentos. O Cadastro dessas áreas de atenção é acionado,
quando tem um alerta meteorológico e o município verifica qual a(s) localidade(s) que
necessita(m) intervenção prioritária. Essas áreas são: (i) aquelas com maior
concentração populacional correlacionada com a pior predominância construtiva; (ii)
aquelas com pior infraestrutura; (iii) aquelas com mais pontos sensíveis dentro dos
polígonos, com asilos, escolas, hospitais, etc. A integração da Coordenação da Defesa
Civil Municipal com o Gabinete Gestor do Desastre, organizam todos os pontos para
atendimento das vitimas do desastre, como abrigo, alimentação, medicamentos, etc. A
composição dessas equipes no município contam com as pastas de Infraestrutura,
Saúde, Defesa Civil, Segurança Pública e o Prefeito Municipal.
200
No Plano de Contingências, foram descritos sete (7) pontos de alagamentos, que
foram agrupados nas principais ocorrências que ocorreram em 2014, que são os
seguintes:
 Em 5-6 de janeiro, Rua Dr. Emi no bairro São Cristóvão, baixada que recebe
todas as contribuições do córrego das regiões mais altas, 300 residências, com
predominância de madeira, foram atingidas com população afetável de 1250
pessoas;
 Em 2-3 de maio de 2014, Rua Dominício, Hospital São Roque e Capela São
José, residências em alvenaria loteamento com infraestrutura, mas fortes
chuvas, sistema não atendeu o volume de água, causando pontos de
alagamento. 600 residências foram atingidas e 2500 pessoas foram afetadas;
 Em 1, 2, 3 de junho de 2014, ruas Joaquim Simões, Governador Valadares, e
Iguaçu no Bairro Jardim Veneza, região envolta com cavas e pelo rio Irai,
habitações precárias, com infraestrutura mediana, 3000 residências foram
atingidas e 17000 pessoas foram afetadas;
 Em 1, 2, 3 de junho, os pontos sensíveis Rua Manoel Alves, Colégio Estadual e
Igrejas Fogo Vivo e Deus é Amor, Jd. Bela Vista, não há necessidade de
grandes precipitações para incidir alagamento, o sistema pluvial não comporta
o volume de água advindo da chuva, 200 residências atingidas e um (1) prédio
público e 600 pessoas afetadas;
 Em 2 - 3 de junho, Rua Herbert Trapp, ruas dez, doze, treze e quatorze, no
bairro Guarituba, com habitações precárias e loteamento sem infraestrutura,
600 residências foram danificadas e 2700 pessoas foram afetadas;
 Em 6, 7, 8 junho de 2014, o Simepar, registrou, 130 mm outras regiões foram
atingidas, o bairro Guarituba, por exemplo, mas o maior alagamento notificado
nesse período foi do bairro Araçatuba nas ruas Guarapuava, Irati, Marechal e
Paranaguá com 1000 residências danificadas, com 4500 pessoas afetadas.
As outras notificações Preliminares da Defesa Civil Municipal, com as datas dos
desastres, com suas precipitações e a população afetada, foram as seguintes:
 30/01/2010, as 07:00h Jd. Tropical. Segundo o Simepar, o volume previsto
seria de 193 mm para a região, mas choveram 481 mm, 80 % do bairro Jd.
Tropical foi atingido com 330 residências danificadas e 1500 pessoas
desalojadas e afetadas;
 23/04/2010, as 15h00minh - Jd. Tropical (Guarituba), fortes chuvas, 306 mm
sendo que a média para o mês de abril é 80 mm. 200 residências danificadas,
200 desalojadas e 1200 pessoas afetadas;
 01/02/2011, as 18h00minh Vila São Cristóvão, Vila Fuck, Centro, Jardim Bela
Vista, Araçatuba, Jardim Esmeralda. As médias de precipitação de fevereiro
são de 140 mm por m², nessa data em apenas 30 minutos, choveu 30 mm. 250
pessoas desalojadas, 600 pessoas afetadas, 100 residências danificadas;
 01/08/2011, as 8:00h Jardim Tropical Guabitubinha, Vila Macedo, Vila Fuck,
Santa Monica. 150 pessoas desalojadas, 800 afetadas, 100 residências
danificadas;

201
 21/12/2012, as 22:15h. Bairros atingidos, Araçatuba, Bela Vista, Centro, Vila
Izabel. As médias de precipitação de dezembro são de 110 mm por m², nessa
data choveu, 29 mm. 220 pessoas foram afetadas, 80 residências foram
danificadas.
Os exemplos que ocorreram no município com relação às plantas instaladas em fundo
de vale em áreas de aluvião, com ocupação regular ou irregular, demonstram que
depois que o espaço estiver ocupado, as soluções disponíveis são extremamente
caras, tanto aos cofres públicos como pela população que sofre diretamente com os
alagamentos, inundações e enchentes.
As enchentes e alagamentos em Piraquara são um problema que tem produzido
prejuízos ao longo do tempo. O município necessita buscar propostas para solução
desses impactos e desastres no meio urbano.

3.6.9. Projetos Municipais e Açoes Para Readequaçao na Drenagem Urbana

O Bairro Esmeralda é um dos contemplados com melhorias no município de


Piraquara. Ele possui as mesmas características geológicas e pedológicas do bairro
Santa Mônica, e apresenta alagamentos, com notificações da Defesa Civil, e
inundações. Recentemente foram realizadas todas as infraestruturas de macro e
microdrenagem urbana para realização da pavimentação nesse bairro. Em algumas
ruas no fundo do loteamento tem uma declividade maior que 20%, onde ocorriam os
alagamentos. Nesse local, na Rua Dom José de Dominicis, temos ainda algumas
residências atravessadas, sobre o fundo de vale com canalização de diâmetro inferior
as canalizações executadas pela Prefeitura, o que pode causar alagamentos em
residências, a montante, nas declividades mais próximas ao rio.
Com relação aos projetos e ações para readequações na drenagem municipal
estamos aguardando as informações oficiais do município.

3.6.10. Projetos e Programas Propostos Pelo Estado do Paraná Junto Aos


Municípios

O uso de medidas chamadas sustentáveis, que buscam o controle do escoamento na


fonte ou distribuída, através da infiltração ou detenção, no próprio lote, no loteamento
e bacias hidrográfica, do escoamento gerado pelas superfícies impermeabilizadas,
mantendo, assim, as condições naturais pré-existentes de vazão para um determinado
risco definido (ABRH, 1995; TUCCI, 1995; PORTO & BARROS, 1995).
O PROSAM - Programa de Saneamento da Região Metropolitana de Curitiba, foi
elaborado um subcomponente deste programa denominado Parque e Controle de
Cheias (PRA-01). O objetivo principal deste programa é o de desenvolver o controle
de cheias da Região Metropolitana de Curitiba, dentro de suas restrições que
minimizem os impactos econômicos e sociais. O espaço em estudo deve ser toda a
RMC e o tempo envolve o período em que as ações planejadas serão executadas no
espaço definido. As ações foram definidas no tempo nas seguintes etapas:
 Medidas Emergenciais são ações de curto prazo que possam minimizar os
impactos das enchentes e que façam parte de planos posteriores do controle
das enchentes;

202
 Medidas de Controle de Médio Prazo: são projetos e ações que reduzem as
enchentes do rio Iguaçu no seu trecho dentro do rio Iguaçu no seu trecho
dentro da RMC, através de estudos de alternativas técnico-econômicas;
 Medidas de Longo Prazo: planos e ações para o controle de enchentes nos
afluentes, orientação sobre a macrodrenagem urbana. Nesta fase deve-se
estabelecer o Plano Diretor de Macrodrenagem da RMC.
As ações no espaço foram definidas dentro das anteriores quando se indicou o trecho
do Iguaçu na fase de médio prazo e os afluentes a longo e em médio prazo. No
entanto, dentro da fase de médio prazo deverão ser elaboradas recomendações não
estruturais para os municípios sobre o trecho do rio Iguaçu, que poderão ser
estendidas para seus afluentes.
A concepção básica do Plano de Controle das Enchentes é o de combinar a reserva
de espaço urbano para Parques, como reservatórios ou áreas de amortecimento
naturais e a melhoria das condições do escoamento para minimizar o impacto das
enchentes. As áreas de amortecimento caracterizadas por Parques permitem que as
enchentes não se transfiram para jusante, além de criarem um espaço ambiental
adequado para uma região de alto grau de concentração urbana (TUCCI, 1996).

3.6.11. Ações do Estado do Paraná Para o Controle dos Alagamentos e


Enchentes

Talvez a mais importante obra de infraestrutura realizada nas ultimas décadas para o
controle das cheias na bacia do Alto Iguaçu tenha sido o canal extravasor, paralelo e
de água limpa, enquanto que o Plano Diretor de Drenagem para a bacia do Alto
Iguaçu se constitui trabalho de maior abrangência para identificação de propostas de
solução para o problemas das inundações e alagamentos nos municípios da RMC
(SEMA, 2011).

3.6.11.1. Canal Paralelo

A alternativa escolhida para aumentar a capacidade da seção menor do rio na BR 277


foi a ampliação da capacidade do leito natural do rio Iguaçu e a construção do canal
paralelo. Localizado numa distância que varia de 800 a 80 metros do leito principal do
rio Iguaçu, o canal paralelo foi construído com os objetivos de aumentar a calha de
escoamento do rio e também constituir-se em uma barreira física a ocupação dessas
áreas entre o rio e o canal, caracterizadas como de maior risco a inundações, e assim
possibilitar a implantação de áreas de preservação e/ou Parque Linear Metropolitano
do Rio Iguaçu. O canal paralelo mede 19.896 m e se desenvolve desde a PR-415 até
a foz do rio Miringuava.

3.6.11.2. Plano Diretor de Drenagem

O Plano Diretor de Drenagem para a bacia do rio Iguaçu na RMC (PDDr, 2002), foi
elaborado entre 1999 e 2002 e possui características singulares, que o distingue de
trabalhos que tratam as inundações unicamente com problemas de engenharia. A
linha metodológica adotada considera diversos aspectos da questão, propondo
soluções globais e articuladas entre si.

203
3.6.12. Os Princípios de Controle da Drenagem Urbana

Os princípios a seguir são essenciais para um bom desenvolvimento de um programa


consistente de drenagem urbana (PDDr, 2002):
 A bacia como sistema: um Plano de Controle de Enchentes de uma cidade
deve contemplar as bacias hidrográficas sobre as quais a urbanização se
desenvolve. As medidas não podem reduzir o impacto de uma área em
detrimento de outra, ou seja, os impactos de quaisquer medidas não devem ser
transferidos.
 As medidas de controle no conjunto da bacia: será realizado através de
medidas estruturais e não estruturais. As estruturais quando modificam o
sistema, buscando reduzir o risco de enchentes, pela implementação de obras
para conter, reter ou melhorar a condução dos escoamentos. Estas medidas
envolvem construção de barragens, diques, canalizações, reflorestamentos,
entre outros. E as não estruturais, quando são propostas e ações de
convivência com as enchentes ou são estabelecidos diretrizes para reversão
ou minimização do problema. Estas medidas envolvem o zoneamento de áreas
de inundações, previsão de cheia, seguro inundação, legislações diversas,
entre outras.
 Os meios: abrange o Plano Diretor Urbano, as Legislações Municipais e
Estaduais e o Manual de Drenagem. O primeiro estabelece as linhas principais,
as legislações controlam e o Manual orienta.
 O horizonte de expansão: depois que a bacia, ou parte dela, estiver ocupada,
dificilmente o poder público terá condições de responsabilizar aqueles que
estiverem ampliando a cheia. Portanto, se a ação pública não for realizada
preventivamente através do gerenciamento, as consequências econômicas e
sociais futuras serão muito maiores para todo o município.
 O critério fundamental de não ampliar a cheia natural: a cheia natural não deve
ser ampliada por aqueles que ocupam a bacia, tanto num simples loteamento,
como nas obras de macrodrenagem existentes no ambiente urbano. Isto se
aplica a um simples aterro urbano, como a construção de pontes, rodovias e a
impermeabilização dos espaços urbanos.
 O controle permanente: é um processo permanente; não basta que se
estabeleçam regulamentos e que se construam obras de proteção; é
necessário estar-se atento as potenciais violações da legislação na expansão
da ocupação do solo das áreas de risco. Portanto recomenda-se que:
o nenhum espaço de risco seja desapropriado se não houver uma
imediata ocupação pública que evite a sua invasão;
o a comunidade tenha uma participação nos anseios, nos planos, na sua
execução e na contínua obediência das medidas de controle de
enchentes.
 A educação: é essencial a educação de profissionais (engenheiros, arquitetos,
agrônomos e geólogos, entre outros), da população e de administradores
públicos para que as decisões públicas sejam tomadas conscientemente por
todos. Também é necessário modificar, a filosofia, hoje prevalecente, de que

204
se pode drenar toda a água sem se considerar os impactos a montante ou a
jusante.

3.7. DIAGNÓSTICO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

3.7.1. Objetivos

Os objetivos do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos são:


1. Alinhar o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município às
diretrizes, estratégias, metas, programas e ações definidos no Plano Nacional
de Resíduos Sólidos, de agosto de 2012;
2. Compor o Plano Municipal de Saneamento Básico, conforme previsto no artigo
19 da Lei N° 11.445, de 2007, no que tange a limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos; e,
3. Atender pré-requisito para acesso a recursos da União, destinados a
empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos.

3.7.2. Aspectos Metodológicos

O Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMUNA) de Piraquara foi criado pela Lei
Municipal N° 1.427/2014, sendo composto por representantes das Secretarias
Municipais de Meio Ambiente e Urbanismo e de Educação, Procuradoria Geral do
Município; Organizações Não Governamentais, Instituto Ambiental do Paraná (IAP);
Associações dos Moradores de Guarituba, Federação das Indústrias do Estado do
Paraná (FIEP); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) e Companhia de Saneamento do Paraná - SANEPAR.
Os Conselheiros Titulares são:
 Leverci Silveira Filho - Executivo Municipal;
 José Luiz Pedrosa - Executivo Municipal;
 Laudir Slompo - Executivo Municipal;
 Valmir Soares - Legislativo Municipal;
 Daniela Baumann - 3ª Promotoria de Justiça;
 Luis Octávio Paula de Andrade - Associação Caiguava de Pesquisa;
 Rafael Salles Cabreira – Instituto de Desenvolvimento Ambiental;
 Eva dos Santos Moura – Associação Comercial e Industrial de Piraquara;
 Anderson Marczak de Souza – Associação Comercial e Industrial de Piraquara;
 Luiz Francisco Folch da Costa – UPAM.
Os Conselheiros Suplentes são:
 Luiz Fernando Plakitka – 3ª Promotoria de Justiça;
 Cleber Tony Cardoso – Associação Caiguava de Pesquisa;
 Élio Moreira Santos – Instituto de Desenvolvimento Ambiental;

205
 Cláudio Roberto Ribeiro Júnior – Associação Comercial e Industrial de
Piraquara;
 Leonardo Sizanoski – Associação Comercial e Industrial de Piraquara;
 Manoel Cessito Serpa Nunes – UPAM.
Por meio do Ofício N° 199/2015, foram indicados na data de 28 de outubro de 2015, 5
vereadores como representantes da Câmara Municipal na Comissão da fase
preliminar do Plano Municipal de Saneamento. Os vereadores convocadas foram:
Valmir Soares Rock, Edson Manoel dos Santos, Ernani Winter, Miguel Scrobot e
Josimar Fróes.
Nessa mesma data, porém através de outro oficio – N° 196/2015, os 13 vereadores de
Piraquara fizeram um encaminhamento de oito metas a serem atendidas pela
SANEPAR durante a vigência do novo Contrato de Concessão para os serviços de
água e de esgoto de Piraquara.
Para o tema dos resíduos sólidos urbanos não houve qualquer manifestação do Poder
Legislativo Municipal.
Tendo como objetivo principal fomentar a participação da população e demais
entidades na gestão dos resíduos sólidos urbanos o Município realizou reuniões
periódicas com membros da Câmara Municipal de Piraquara, articuladas e agendadas
pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo.
A primeira reunião sobre os resíduos sólidos foi realizada em 6 de novembro de 2015
na Câmara dos Vereadores.
Anteriormente já haviam sido realizadas outras reuniões, mas com a temática da água
e do esgoto.
Foram realizadas também duas Audiências Públicas para apresentação do Plano
Municipal de Saneamento para a população.
A primeira Audiência foi realizada dia 26 de novembro de 2015 e a segunda Audiência
dia 30 de novembro de 2015.

3.7.3. Caracterização

Este capítulo procura traçar um painel descritivo dos principais aspectos que envolvem
o município e que têm relevância para a Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Sólidos. Como este Plano de Gestão de Resíduos Sólidos está inserido no Plano
Municipal de Saneamento Básico - PMSB, as informações sobre as características
físicas da cidade, perfil sócio econômico e ambiental e outras informações já foram
descritas no 1º volume do PMSB.
Foram consultadas fontes de informação primária, como o Departamento de Limpeza
Pública e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo que detêm dados sobre
os serviços municipais de limpeza pública e coleta e disposição de resíduos sólidos;
além de diversas fontes secundárias, dentre as quais se destacam o IBGE, o SNIS do
Ministério das Cidades e o site da Prefeitura Municipal de Piraquara.
De acordo com a Lei N° 12.305/2010, os resíduos sólidos urbanos – RSU –
compreendem os resíduos originários de atividades domésticas em residências
urbanas – RSD – e os resíduos de limpeza urbana, aqueles originários da varrição,
limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços.
206
Os resíduos domiciliares podem ser classificados em resíduos úmidos e resíduos
secos. Os resíduos úmidos são constituídos principalmente por matéria orgânica,
proveniente dos restos de alimentos. Contém partes de alimentos in natura, como
folhas, restos de alimentos industrializados e outros. Já os resíduos secos constituem-
se principalmente por embalagens fabricadas a partir de plásticos, papéis, vidros e
metais diversos, além de embalagens “longa vida”.
Além dos RSU, há outras classificações de resíduos:
 Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
 Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do
SISNAMA e do SNVS;
 Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil inclusive os resultantes da preparação
e escavação de terrenos para obras civis; bem como os resultantes de
pavimentação de ruas, guias e sarjetas,
 Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
 Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; e,
 Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios.

3.7.3.1. Aspectos Gerais

No município de Piraquara, os serviços de coleta de resíduos sólidos domiciliares


secos e úmidos abrangem a totalidade dos moradores do município por meio da coleta
porta a porta. Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo –
SMMU – em 2014 foram coletadas 17.145 toneladas de resíduo domiciliar úmido e
2.240 toneladas de resíduos secos.
Segundo dados do SNIS (2013), Piraquara reciclou em 2013 cerca de 830 t de lixo
seco coletado, sendo que este resíduo não contabiliza matéria orgânica e rejeitos. Do
total recuperado, 42% correspondem a papel e papelão, 20% plásticos, 3% metais, 5%
vidros e 30% não foram identificados.
A Figura 3.120 apresenta a composição gravimétrica dos resíduos reciclados no ano
de 2013.

207
Figura 3.120 – Composição Gravimétrica do Lixo Reciclado (2013)

FONTE: SNIS (2013). Elaboração: COBRAPE (2015).

3.7.3.2. Estrutura Operacional, Fiscalizatória e Gerencial

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o poder público, o setor


empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas
para assegurar a observância desta Política.
No Município de Piraquara, é de competência da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Urbanismo, de acordo com a Lei Municipal N° 1.252/2013, a gestão dos
resíduos sólidos; além de administrar, manter e conservar parques, praças e jardins,
cemitérios municipais, implantar e conservar áreas de lazer, realizar levantamento e
cadastramento de áreas verdes, fazer o controle das reservas naturais urbanas e
fiscalização das mesmas e ainda controlar e fiscalizar a poluição ambiental.
O Departamento de Limpeza Pública tem por atribuição a execução dos serviços de
limpeza pública, propriamente ditos, por execução própria ou indireta, mediante a
contratação de serviços, cabendo a este departamento gerenciar, supervisionar e
fiscalizar os serviços executados.
À Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo compete a execução do
controle ambiental de forma preventiva, através do licenciamento ambiental de
atividades potencialmente poluidora, ou corretiva por meio do exercício da fiscalização
e aplicação das penalidades previstas na legislação ambiental. Desta forma, o
departamento executa a fiscalização da disposição inadequada de resíduos de
qualquer natureza, bem como aplica às atividades que couber, a exigência do Plano
de Gerenciamento de Resíduos e fiscaliza a sua implementação.
Compete ainda à SMMU o desenvolvimento das ações de sensibilização e
mobilização da população, através dos programas desenvolvidos no âmbito da gestão
dos resíduos sólidos.
No que se refere ao tratamento e destinação final de resíduos, o Município de
Piraquara integra o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos
Urbanos (CONRESOL) criado com o objetivo de organizar e efetivar ações e
atividades para a gestão compartilhada do sistema de tratamento e destinação final
208
dos resíduos sólidos urbanos. São integrantes deste consórcio 21 municípios da
região metropolitana de Curitiba: Agudos do Sul; Almirante Tamandaré; Araucária;
Balsa Nova; Bocaiúva do Sul; Campina Grande do Sul; Campo Largo; Campo Magro;
Colombo; Contenda; Curitiba; Fazenda Rio Grande; Mandirituba; Piên; Pinhais;
Piraquara; Quatro Barras; Quitandinha; São José dos Pinhais; Tijucas do Sul; e Tunas
do Paraná.
A área de abrangência do CONRESOL corresponde à área territorial dos municípios
que o integram, totalizando cerca de 9 mil km², com uma população de mais de 3
milhões de habitantes, e seus integrantes estão apresentados no Quadro 3.54.
Quadro 3.54 – Integrantes do CONRESOL
População Área Territorial
Município
Habitantes % do Consórcio Área (km²) % do Consórcio
Agudos do Sul 8.983 0% 192 2%
Almirante Tamandaré 112.870 3% 195 2%
Araucária 133.428 4% 469 5%
Balsa Nova 12.337 0% 349 4%
Bocaiúva do Sul 12.159 0% 826 9%
Campina Grande do Sul 41.821 1% 539 6%
Campo Largo 124.098 4% 1244 14%
Campo Magro 27.517 1% 275 3%
Colombo 232.432 7% 198 2%
Contenda 17.525 1% 299 3%
Curitiba 1.879.355 57% 435 5%
Fazenda Rio Grande 92.204 3% 117 1%
Mandirituba 24.905 1% 379 4%
Piên 12.211 0% 255 3%
Pinhais 127.045 4% 61 1%
Piraquara 104.481 3% 227 3%
Quatro Barras 22.048 1% 180 2%
Quitandinha 18.419 1% 447 5%
São José dos Pinhais 297.895 9% 946 11%
Tijucas do Sul 15.970 0% 672 7%
Tunas do Paraná 7.559 0% 668 7%
Total 3.325.262 100% 8.974 100%

FONTE: IBGE Cidades.

A Figura 3.121 apresenta o gráfico da distribuição da área de cada município


integrantes do CONRESOL.

209
Figura 3.121 – Distribuição da População do CONRESOL

FONTE: IBGE Cidades.

Recentemente as cidades de Adrianópolis e Itaperuçu passaram a fazer parte do


CONRESOL.
A destinação final dos resíduos sólidos urbanos (RSU) de Piraquara é Centro de
Gerenciamento de Resíduos Iguaçu, aterro sanitário da empresa Estre Ambiental,
localizado no município de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba.
Este aterro possui capacidade de recebimento de 75.000 t/mês de resíduos sólidos da
classe II-A e II-B, conforme a classificação da ABNT NBR 10.004. Atualmente, a
unidade conta com 60 funcionários. Encontra-se em instalação uma Estação de
tratamento de efluentes com capacidade de 12.000 m³/mês e uma Unidade de
biorremediação. Também se pretende instalar: uma unidade de resíduos destinados à
reciclagem; uma unidade de compostagem de resíduos orgânicos e uma unidade de
beneficiamento e armazenamento de resíduos provenientes da construção civil e
demolição. A Figura 3.122 a seguir apresenta o organograma da Gestão de Resíduos
Sólidos do município de Piraquara.

210
Figura 3.122 – Organograma da Gestão de Resíduos Sólidos de Piraquara

FONTE: SMMU (2015). Elaboração: COBRAPE (2015).

*Atualmente, este serviço tem sido realizado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, pois a
SMMU está temporariamente sem caminhão para realização deste serviço, devido ao processo
licitatório.

3.7.3.3. Educação Ambiental na Gestão de Resíduos Sólidos

A Gestão Municipal de Piraquara vem implantando alguns Programas para a


promoção da educação ambiental aos munícipes. Uma das mais recentes campanhas
refere-se às Feiras de Educação Ambiental que estão sendo promovidas ao longo do
ano. Nestas Feiras, a população é convidada a participar do evento levando até o local

211
todo o tipo de resíduo para a correta destinação. Para incentivo à participação, são
oferecidos alguns prêmios para sorteio.
O Centro de Gerenciamento de Resíduos Iguaçu também mantém um programa de
Educação Ambiental. Trata-se do Centro de Educação Ambiental de Fazenda Rio
Grande, mantido pelo Instituto Estre. Neste local são promovidas diversas atividades
de educação ambiental em escolas, recebe inúmeras visitas de estudantes nas
instalações do aterro e mantém um programa de formação continuada de professores.

3.7.3.4. Geração de Resíduos

A produção de resíduos sólidos é contabilizada de acordo com o peso coletado e


transportado pela TRANSRESÍDUOS.
O Quadro 3.55 apresenta os dados populacionais e a quantidade de resíduos
recolhidos pela coleta convencional porta a porta. Com estes dados, foi possível
calcular a produção média diária de resíduos bem como a geração per capita para o
município de Piraquara.
Quadro 3.55 – Coleta Convencional

População total Quantidade de RSD Média de Produção Geração per capita de


Ano
(habitantes) (**) Coletada (t/ano) Diária (t/dia) Resíduos (kg/hab.dia)

2013 101.053 15.562 42,64 0,42


2014 102.798 17.145 46,97 0,46
2015(*) 104.481 13.329 49,37 0,47

FONTE: SMMU Piraquara, 2015.

(*) Até o mês de setembro.


(**) Estimativa obtida através dos dados do IBGE (2015) – essas populações são maiores que
as consideradas nos Planos de Água e Esgoto, devido ao maior alcance da área de coleta.
Não se encontra contemplado no cálculo desta taxa o quantitativo de resíduos cuja
responsabilidade é do gerador, tais como: resíduos de serviços de saúde, resíduos de
construção e demolição e resíduos de características domiciliares oriundos de grandes
geradores.
Segundo os dados obtidos no município, a geração per capita de RSU em Piraquara
aumentou de 0,42 a 0,47 kg/hab.dia, entre os anos de 2013 e 2015. Este valor
encontra-se bem abaixo da média brasileira, que está na faixa de 1,10 kg/hab.dia e do
valor da taxa da cidade de Curitiba, pouco acima da média nacional Porém, ressalta-
se que o resíduo reciclável não está contabilizado para cálculo da geração per capita,
uma vez que não foram encontrados dados suficientes para incluir este tipo de resíduo
neste cálculo.
Considerando a projeção populacional do município e arredondando a geração per
capita do município para 0,50 kg/hab.dia, pode-se estimar a quantidade de resíduos
sólidos gerados no horizonte de planejamento.
Considerando-se que a taxa per capita do Plano dos Resíduos da empresa Ambienge
desenvolvido no ano 2006, de 0,34 kg/hab. dia cuja cobertura era de 100% da área
urbana e 80% da área rural. Decorridos 10 anos, este plano, a área de coleta se

212
manteve, a população aumentou e o per capita cresceu cerca de 50%, passando para
um valor de 0,50 kg/hab.dia.
O Quadro 3.56 apresenta a estimativa de resíduos domiciliares gerados no horizonte
de planejamento.
Essa projeção adota valores crescentes de per capita, considerando-se a tendência de
melhoria das condições sócio econômicas da população.
Quadro 3.56 – Projeção da Geração de RSU da População Total do Município de
Piraquara Até o Ano de 2035

Geração
População
Ano Per capita
(habitantes) (t/dia) (t/ano)
(kg/hab.dia)
2015 104.481 0,47 49,37 13.329
2020 112.985 0,50 56,5 20.620
2025 128.487 0,55 70,7 25.794
2030 143.218 0,65 93,1 33.978
2035 156.452 0,75 117,3 42.829

Portanto, em 20 anos está previsto um aumento de 50% na população e um aumento


de 140% na geração de RSU.
Ressalta-se que os dados dessa projeção podem ser alterados conforme a variação
da renda da população tende a aumentar a geração dos resíduos com a melhoria da
renda e vice versa.
O contrato assinado entre a Prefeitura de Piraquara e a empresa TRANSRESÍDUOS
prevê uma quantidade de 18 mil t/ano de resíduos coletado, observa-se que já para o
ano de 2016, este limite deve ser ampliado e o contrato deverá ser revisado para a
quantidade prevista.

3.7.3.5. Análise Econômica da Geração de Resíduos

Os serviços de limpeza pública do município de Piraquara são terceirizados e são


contratados por intermédio de procedimento licitatório, conforme preconiza a Lei
Federal Nº 8.666/1993, com regime de execução indireta na modalidade de
empreitada por preços unitários.
A metodologia para composição do orçamento básico que integra as licitações da
limpeza pública leva em consideração o histórico dos serviços prestados com seus
respectivos quantitativos (mão de obra, equipamentos, consumo, quilometragem,
produção, etc.). A composição de custos é detalhada em um conjunto de planilhas que
são compostas por todos os recursos humanos e materiais necessários para a
execução dos serviços.
Com base nesses recursos nos custos unitários previstos (no mínimo três orçamentos
e acordo coletivo da categoria para a mão de obra) calcula-se o preço estimado dos
serviços. O Município contrata a empresa especializada por meio de concorrência
pública do tipo menor preço.

213
3.7.3.5.1. Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos

Em Piraquara a Taxa de Coleta de Lixo é regulamentada pela Lei Municipal n°


573/2001, onde fica estabelecido que o IPTU e as taxas de serviços públicos, e pela
Lei Municipal n° 1.157/2011 que altera a Lei n° 805/2005 e dá outras providências, a
qual se transcreve parcialmente a seguir, pela clareza nos critérios a serem
observados na instituição da taxa:
“Art. 222º - Os serviços decorrentes da utilização da limpeza
pública, específicos e divisíveis, prestados ou colocados à
disposição do contribuinte, são os seguintes:

I – A limpeza de galerias pluviais, bocas de lobo, bueiro e


irrigações;
II – A varrição, lavagem de vias e logradouros públicos;
PARÁGRAFO ÚNICO: O fato gerador da taxa constante do
presente artigo é a efetiva prestação do serviço ou a sua
colocação a disposição do sujeito passivo.

Art. 225° - A taxa que trata o artigo 222 será lançada de ofício
pelo departamento competente, em conjunto com outros
tributos ou individualmente, conforme regulamento próprio.
PARÁGRAFO ÚNICO - As taxas serão calculadas de acordo
com a Lei Nº 805/05 de 23 de dezembro de 2005 e reajustadas
conforme a Unidade Fiscal do Município de Piraquara (UFM).”
No Quadro 3.57 estão apresentadas as taxas de coleta impostas na Lei N°
1.157/2011.
Quadro 3.57 – Taxa de Coleta de Lixo

Uma economia residencial de até 70 m² 60% da UFM


Uma economia residencial de 70,01 m² até 150 m² 70% da UFM
Uma economia residencial edificada acima de 150,01 m² 90% da UFM
Uma economia comercial 60% da UFM
Uma economia residencial e uma comercial 70% da UFM
Uma economia residencial e duas comerciais 80% da UFM
Duas economias residenciais e uma comercial 80% da UFM
Uma economia industrial 90% da UFM
Uma economia residencial e uma industrial 95% da UFM
Duas economias residenciais e uma industrial 100% da UFM
Uma economia agropecuária e atividades afins 50% da UFM

De acordo com o Decreto Municipal N° 4.649/2015, o valor da UFM ficou estabelecido


em R$ 406,17.
O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborado em 2007, enfatizava
que a taxa de coleta de lixo deveria se chamar de taxa de coleta, processamento e
destinação final do lixo. Na época da elaboração do Plano, a Lei em vigor era a N°
805/05, que já previa o pagamento da taxa de limpeza pública, porém, como este
214
serviço ainda não era ofertado pelo município, esta taxa não era cobrada. Os serviços
de coleta de recicláveis já eram ofertados à população, porém em pequena escala e
com preços extremamente baixos, por esta razão, este serviço não era cobrado da
população. Os serviços de processamento e destinação final dos resíduos também
não eram cobrados.
A cobrança da taxa de coleta de lixo é realizada pela SANEPAR, juntamente com a
conta de água, conforme a Lei Municipal N° 230/2000. Esta parceria foi firmada no
nono termo aditivo ao contrato de concessão N° 212/79, que entre si celebraram a
Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR e o município de Piraquara.
Neste documento fica estabelecido que a SANEPAR inclua nas faturas mensais
enviadas aos munícipes, um item no campo de “serviços”, com a seguinte rubrica:
“Coleta de Lixo”. A SANEPAR se compromete em repassar o valor arrecado ao
Município até o 10° dia útil do mês. O município pagará pelo serviço o valor de R$ 0,72
por economia cadastrada para cobrança.

3.7.3.5.2. Custos

O município de Piraquara, atualmente, possui contratos com empresas terceirizadas


que integram a gestão dos resíduos sólidos. A empresa TRANSRESÍDUOS presta
serviços de coleta e transporte de resíduos domiciliares e de serviços de saúda; coleta
de resíduos domiciliares em locais de difícil acesso; coleta seletiva de materiais
potencialmente recicláveis, varrição manual de vias e logradouros públicos e o
fornecimento de equipe padrão para a realização de serviços diversos correlatos e
complementares aos serviços de limpeza urbana.
Piraquara é integrante do CONRESOL, consórcio responsável pelo contrato com a
Estre Ambiental, empresa responsável pela disposição final correta dos resíduos
sólidos domiciliares.
O Quadro 3.58 apresenta os quantitativos de resíduo coletado, o valor arrecadado dos
munícipes pelo pagamento da taxa de coleta de lixo e os valores pagos à
TRANSRESÍDUOS e ao CONRESOL pela coleta e destinação final dos resíduos,
respectivamente. Os valores referem-se ao ano de 2015, dos meses de janeiro a
setembro.

215
Quadro 3.58 – Custos e Arrecadação Relacionados a Coleta de RSD
Quantidade Custo da Coleta e Custo da Arrecadaçã
RSD Transporte Destinação Final Custo o da Taxa Déficit
Mês
Coletado Total (R$) de Coleta (R$)
(R$) (R$/ton.) (R$) (R$/ton.)
(t) (R$)
Jan 1.596 365.231 229 96.665 61 461.896 457.671 -4.225
Fev 1.413 380.370 269 85.552 61 465.922 443.729 -22.193
Mar 1.517 383.927 253 91.850 61 475.777 495.969 20.191
Abr 1.517 394.587 260 91.850 61 486.437 493.516 7.078
Mai 1.461 394.587 270 88.469 61 483.056 - -
Jun 1.477 394.587 267 89.452 61 484.040 487.711 3.671
Jul 1.517 394.597 260 91.851 61 486.448 524.056 37.608
Ago 1.390 394.597 284 84.221 61 478.819 507.165 28.347
Set 1.441 394.597 274 87.264 61 481.861 489.556 7.695
Total 13.329 3.497.082 263 807.175 61 4.304.256 3.899.373 -404.884

FONTE: SMMU (2015).

Observa-se que o custo da coleta e transporte é maior do que o custo de disposição


por tonelada de RSD é em média é 340% maior que o valor gasto para a disposição
em aterro sanitário.
Contudo, os gastos relativos aos dois contratos citados não compreendem o total
desembolsado pelo município de Piraquara com a limpeza urbana, já que a Prefeitura
conta com um efetivo próprio. A Secretaria de Infraestrutura é responsável pela poda
de árvores e pela coleta dos resíduos destinados à Poda Verde. A Secretaria de Meio
Ambiente e Urbanismo é responsável pelos cuidados com o Horto Municipal, local
destinado ao desenvolvimento de atividades relacionadas à Educação Ambiental e a
compostagem dos resíduos verdes coletados.

3.7.3.6. Coleta e Transporte Convencional de Resíduos Sólidos


Domiciliares

Trata-se da disponibilização do serviço de coleta regular dos resíduos comuns


oriundos das residências e comércios, executada na quantidade máxima de 120 litros
por dia – por edificação. Esta quantidade deve ser dividida pelo número de coletas
oferecidas para ser disposta pelo munícipe no logradouro, junto à porta de serviço das
edificações ou em outros locais determinados pelo órgão ou entidade municipal
competente, conforme regulamenta o Decreto Municipal Nº 897/2007. Estes resíduos
são coletados de maneira convencional porta a porta.
Esta coleta atinge a totalidade da população de Piraquara, sendo realizada inclusive
na área rural. O serviço é terceirizado pela Prefeitura de Piraquara, recentemente a
empresa TRANSRESÍDUOS foi a vencedora da concorrência pública N° 012/2015, e
renovou seu contrato com a Prefeitura.
Para a coleta de resíduos domiciliares comuns a TRANSRESÍDUOS mantém em seu
quadro de funcionários 30 operadores, sendo 6 motoristas e 24 coletores; e dispõe de
6 caminhões com caçamba coletora-compactadora de 15 m³, além de 1 veículo
passeio comum.

216
Os funcionários são divididos em 5 equipes, sendo constituídas de:
 1 caminhão coletor com capacidade de carga de 8 toneladas;
 1 motorista; e
 4 coletores.
Os dois outros funcionários fazem o rodizio nas equipes. Um caminhão é mantido
como reserva. A Figura 3.123 apresenta o caminhão compactador utilizado neste tipo
de coleta.

Figura 3.123 – Caminhão Compactador para Coleta de Resíduos Sólidos Domiciliares

O plano de coleta convencional porta a porta do Município de Piraquara foi elaborado


levando-se em consideração o tipo de equipamento utilizado, frequência de coleta,
distância do local de destinação final, tempo de descarga, estimativa de volume de
resíduos a serem coletados, trânsito, legislação de tráfego rodoviário, topografia, carga
horária das equipes de coleta, otimização da frota, entre outros fatores.
Atualmente, o Plano de coleta domiciliar é composto por 12 setores. O Quadro 3.59
apresenta os setores de coleta e os dias da semana em que a coleta é realizada.
Quadro 3.59 – Setores de Coleta do Lixo Comum

Bairros Dias de coleta


Recreio da Serra, Resort, Cantareira, V. Franca, V. Rosa, PI. Simone, V. Suzi, Pl.
Terça-feira, quinta-
Suburbana, Pl. Deodoro, V. Izabel, São Cristóvão, V. Fuck, Santiago, Santa
feira e sábado.
Maria, V. Juliana, V. Chaune e V. Nossa Senhora de Fátima.
V. Marumbi, Irmãos Michel, São Pedro, Araçatuba, V. Ipanema, Recanto das Segunda-feira,
Águas, Santa Clara, Bela Vista, Jd. Esmeralda, V. Macedo, V. Militar, Mossoró, quarta-feira e sexta-
Recanto I, Recanto II, Jd. Primavera e Santa Mônica. feira.
Segunda-feira a
Avenida Getúlio Vargas e Barão do Cerro Azul.
sábado.
Terça-feira, quinta-
Travessas da Avenida Getúlio Vargas
feira e sábado.
Jd. Tarumã, Jd. Das Orquídeas, Guarituba Pequeno, Jd. Tocantins, Pl. Monte
Líbano, V. Dirce, Jd. Marco Antônio, V. Guari, V. Mariana, Jd. Tarumã, V. Jd. Segunda-feira,
Itaqui, Pl. Tamoio, Guarituba Circular, Jd. Uruçanga, Pl. União, Jd. Guarani, Pq. quarta-feira e sexta-
das Andorinhas, Pq. das Rosas, Pl. Belvedere, Jd. Curitiba, Jd. dos Estados I e feira.
Chácaras próximas ao contorno.
Pl. São Marcos, Jd. Florença, Pl. Vera Cruz, Pl. Wagner, Pl. Santana, Pontoni
Filho, Jd. Alterosa, Pl. Concórdia, Jd. Itiberê, Pl. Guarituba II, Jd. Tarumã, Jd. dos Terça-feira, quinta-
Eucaliptos, Bosque Centenário, Santo Antônio, Vila Nova, Holandês, Tropical e feira e sábado.
Pl. Santa Catarina.
Segunda-feira e
Capoeira dos Dinos, Belão, Entremar, Chantecler e Volteio.
quinta-feira.
Quarta-feira e
São Remo, Pl. Cássia, Santa Helena, Nemari e Laranjeiras.
sábado

217
Bairros Dias de coleta

Nova Tirol, SANEPAR, Morro do Canal, Zezinho, Mosico e Aldeia. Segunda-feira.

Estrada da Campininha. Quarta-feira.

Estrada dos Macacos, Horto, Jd. dos Estados III e Faz. Santa Cecília. Quinta-feira.

Chácara Agisa, Granja Eldorado, Chácara Girassol, Chácara Bentivi, Estrada do


Sábado.
Bugio, Saibreira e Greder.

FONTE: SMMU, 2015.

As coletas são realizadas em dois turnos: diurno e noturno. O período diurno inicia-se
às 07h00 min com término às 15h20 min. O período noturno inicia-se às 16h00 min e
termina às 00h20 min.
A segregação, acondicionamento e disposição dos resíduos para a coleta pública
dentro da frequência pré-estabelecida é de responsabilidade do gerador.
Quando a rua não possibilitar acesso do caminhão coletor, devido à sua largura,
inclinações superiores a 20% ou restrições físicas, o coletor se desloca até o local
onde estão depositados os resíduos sólidos domiciliares (RSDs), retira a embalagem e
a transporta até o caminhão coletor.
Os resíduos coletados neste serviço são encaminhados para disposição final em um
aterro sanitário localizado no município de Fazenda Rio Grande.
De acordo com o Manual de Saneamento da FUNASA (2004), a frota mínima de
veículos de coleta para atender às cidades de pequeno e médio porte, como o caso de
Piraquara, pode ser calculada pela seguinte expressão:
Fr = (Lc x Fr) / (Cv x Nv)
Onde:
Nf = Quantidade de veículos;
Lc = Quantidade de resíduos a ser coletado (t);
Cv = Capacidade do veículo – considerar 80% da capacidade total (t)
Nv = N° de viagens por dia (máximo de 3 viagens); e,
Fr = Fator de frequência (N° de dias de produção de resíduos / N° de dias coletados).
Para Piraquara, a frota recomendada é de três caminhões para atendimento da
geração diária de 2015 e 5 caminhões para 2035. Atualmente, a TRANSRESÍDUOS
trabalha com cinco caminhões ativos e um reserva para coleta de RSD em Piraquara.

3.7.3.7. Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos Recicláveis

A Coleta Seletiva também atende a totalidade do município de Piraquara. Consiste na


coleta e transporte dos resíduos potencialmente recicláveis, como: papéis, plásticos,
metais e vidros, entre outros que são coletados na forma convencional, porta a porta.

218
A empresa TRANSRESÍDUOS também é a responsável pela coleta e transporte deste
tipo de resíduo. São disponibilizados para este fim oito funcionários que se dividem em
duas equipes de trabalho, compostas por:
 1 caminhão coletor com capacidade de carga de 3,5 toneladas;
 1 motorista; e,
 3 coletores.
A Figura 3.124 apresenta o caminhão compactador utilizado neste tipo de coleta.

Figura 3.124 – Caminhão Compactador Para Coleta Seletiva

Atualmente, o plano de coleta domiciliar de recicláveis é composto por nove setores. O


Quadro 3.60 apresenta os setores e os dias da semana que a coleta é realizada.
Quadro 3.60 – Setores de Coleta do Lixo Reciclável

Setores Dias de coleta


V. Fuck, São Cristóvão, V. Isabel, V. Franca, Pl. Simone, V. Cruzeiro, V.
Segunda-feira e quarta-
Suzi, Pl. Deodoro, Suburbana, Borda do Campo, Pl. A. Carlos, Pl.
feira.
Meireles, V. Marumbi, V. Rosa e Irmão Michel.
Volteio e Alexandre Beetz. Quarta-feira.
V. Chaune, V. Juliana, V. Olinda, V. Nossa de Fátima, Pl. Miriam, Santa
Maria, Pl. San Remo, São Tiago, Laranjeiras, Pl. Isis, Pl. Rita de Cássia, Quarta-feira e sexta-feira.
Jd. Estados III e Nossa Senhora de Fátima.
Pq. Guapira, Francisco Schwartz, Araçatuba, V. Maria, V. Nascimento,
Bom Jesus dos Passos, Recantos das Águas, V. Ipanema, Jd. Bela Vista, Terça-feira e quinta-feira.
Av. Getúlio Vargas e Barão do Cerro Azul.
V. Militar, V. Macedo, Santa Mônica, Jd. Primavera, Granja Centenário e
Quinta-feira e sábado.
Jd. Esmeralda.

Pl. Vera Cruz, Pl.São Marcos, Pl. Wagner, Jd. Tropical, Pl. Santana,
Glebas 3 a 6, Pl. Pontini Filho, Jd. Florença, J. Alterosa, Guarituba II, Pl.
Concordia, Jd. Itiberê, Guarituba II, Pl. Concordia, Jd. Tarumã, Jd. dos Segunda-feira e sexta-feira.
Eucaliptos, Pl. Santa Catarina, V. Nova, Bairro do Holandês, Pl. Santo
Antônio, e Pl. Bosque Centenário.

Jd. Tarumã, Jd. Orquídeas, Tarumã V, Guari, V. Dirce, Tarumã, Guarituba


Pequeno, Jd. Marco Antonio, Pl. Monte Libano, Jd. Tocantins, Pl. Tarumã
IV, Pq. das Andorinhas, Jd. Guarani, V. Mariana, Jd. Itaqui, Pq. das Rosas, Terça-feira e sábado.
Pl. Tamoio, Pl. União, Jd. Uruçanga, Guarituba Circular, Belveldere, Jd.
Curitiba, Jd. Trianon e JD. Estados I.
São Remo, Pl. Cássia, Santa Helena, Nemari, Estrada da Campininha,
Faz. Santa Cecília, Chácara Agisa, Granja Eldorado, Chácara Bentivi e Terça-feira.
Estrada do Bugio.

219
Setores Dias de coleta
Capoeira dos Dinos, Belão, Entremar, Chantecler, Nova Tirol, SANEPAR,
Morro do Canal, Zezinho, Mosico, Estrada dos Macacos, Horto, Chácara Sexta-feira.
Girassol, Saibreira e Greder.

FONTE: SMMU, 2015.

Da mesma forma que ocorre com o RSD, o coletor se desloca até as unidades onde o
caminhão coletor não tem acesso, e carrega a embalagem do resíduo reciclável até o
caminhão.
Finalizada a coleta em todos os setores de coleta, os resíduos são pesados, lacrados
e seguem para uma empresa terceirizada, localizada no município de São José dos
Pinhais. Esta empresa finaliza a triagem dos recicláveis e também possui uma unidade
de valorização de recicláveis. Não foram fornecidos dados sobre a quantidade de
recicláveis coletada, nem mesmo os dados da empresa que recebe este resíduo.
Até 2014 havia uma associação de catadores, a RECIQUARA, que recebia os
resíduos recicláveis e trabalhava também com a coleta informal de resíduos porta a
porta. Esta associação trabalhava com a triagem e destinação correta para os
recicláveis.
Segundo a SMMU – Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo – são
aguardado os trâmites legais para que se possa efetivar a abertura de edital para o
credenciamento de novas associações e ou cooperativas de material reciclável,
instituições sem fins lucrativos que atuem no ramo de catadores e reciclagem.

3.7.3.8. Coleta e Transporte de Resíduos de Serviço de Saúde

A responsabilidade do gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS) cabe


aos responsáveis legais pelo estabelecimento gerador, conforme a Resolução
CONAMA N° 358/2005. Desta forma, o serviço oferecido pela Prefeitura de coleta e
transporte dos resíduos de serviço de saúde atende somente os postos de saúde
públicos municipais. As unidades particulares são responsáveis pela coleta e
destinação de seus resíduos.
A Prefeitura de Piraquara também terceiriza para a TRANSRESÍDUOS a responsável
coleta e transporte dos RSS. A empresa aloca uma equipe para este serviço:
 1 veículo utilitário leve com carroceria equipado com baú de fibra com
capacidade de carga de 2,3 m³;
 1 motorista; e,
 1 coletor.
A coleta é realizada com a frequência mínima de duas vezes por semana em cada
unidade de saúde municipal. Exige-se o acondicionamento de acordo com a RDC N°
33/2003 da ANVISA.
O Quadro 3.61 apresenta o endereço dos pontos de coleta municipais de RSS.

220
Quadro 3.61 – Pontos de Coleta de RSS

N° Local Endereço

1 U.S. Central Pamplona Rua Vitório Scarante, 855 – Vila Chaune

2 Posto Atendimento Municipal Rua Vitório Scarante, 856 – Vila Chaune

3 U.S. Elfride Miguel Rua Herbert Trapp, s/n – Guarituba

4 U.S. Flávio Cini Rua João Batista Vera, 243 – Jd. Primavera

5 U.S. James Ribas Martins Trav. Olinda de Souza, 11 – São Cristóvão

6 U.S. João Airdo Fabro Rua Nova Tirol, 186 – Capoeira dos Dinos

7 U.S. Carlos Jess Rua Betonex, s/n – Jardim Holandês

8 U.S. Takami Tano Rua Manaus, 264 – Vila Macedo

9 U.S. Wanda Mallmann Rua Elisabeth de Souza, 126 – Guarituba

10 U.S. Sebastiana de Souza Batista Rua Antonio Meirelles Sobrinho


Rua Gilberto do Nascimento, s/n – Recanto
11 U.S. Bela Vista
das Águas
Rua Júri Danilenko, s/n – Cjto Madre Teresa
12 U.S. Madre Teresa do Calcutá
– Guarituba
13 CESP – Centro de Especialidades Rua Eliseu José Hipólito, 178 – Centro
CTA – Centro de Testagem e Rua Tenente Celso Soares, 89 – Vila
14
Aconselhamento em DST / AIDS Juliana
CAPS AD – Centro de atenção psicossocial Av. Centenário do Paraná, 67 – Jd. Bela
15
em álcool e outras drogas Vista
16 CAPS II – Centro de atenção psicossocial Rua Francisco Leal, 487 – São Cristóvão

17 Farmácia básica municipal central Av. Getúlio Vargas, 81 – Centro

18 Farmácia municipal no Guarituba Rua Betonex, 2.220 – Jd. Holandês

19 Secretaria de Saúde Rua Carlos Belão, 191 – Vila Juliana

20 Centro especializado Germano Traple Rua Targino da Silva, 52 – Jd. Primavera

21 Central de ambulância Rua Vitório Scarante, s/n – Vila Chaune


Rod. Dep. João Leopoldo Jacomel, s/n –
22 UPA 24 horas
Jardim Primavera

O resíduo coletado é encaminhado para tratamento e disposição final em empresas


especializadas:
 AmbServ Sul Serviços – São José dos Pinhais.

3.7.3.9. Limpeza Urbana

Os serviços de limpeza urbana compreendem as atividades destinadas a manter a


cidade limpa e higienizada, evitando problemas sanitários à comunidade, prevenindo
acidentes que possam ocorrer por conta de entulhos e lixo espalhados pelo chão,
além de evitar inundações das ruas decorrente do entupimento dos bueiros.
O serviço de limpeza urbana do município de Piraquara é de responsabilidade da
Secretaria de Infraestrutura. A TRANSRESÍDUOS realiza as seguintes atividades na
área de limpeza urbana:
221
 Varrição manual de vias e logradouros;
 Coleta e disposição de carcaças de animais; e,
 Desobstrução mecanizada de bocas de lobo e hidrojateamento de galerias.
A Secretaria de Infraestrutura é responsável pelos seguintes serviços:
 Capina nos logradouros públicos;
 Pode de árvores;
 Pintura de meio fio;
 Limpeza de feiras; e,
 Limpeza de córregos e valas.
A TRANSRESÍDUOS dispõe de 41 funcionários para as atividades de limpeza urbana,
sendo 40 varredores e um fiscal. Os equipamentos utilizados são:
 Vassouras;
 Pá quadrada;
 40 carrinhos de lixo tipo “lutocar”, com reservatórios em fibra de vidro de 100 L
e com rodas pneumáticas; e,
 Sacos plásticos com capacidade de 100 ou 200 L.
Os resíduos desta coleta são encaminhados para o Horto municipal. As carcaças de
animais de pequeno e médio porte são encaminhadas para a empresa Serquip,
responsável pelo tratamento e pela sua destinação final. No caso das carcaças de
grande porte, o tratamento e destinação final é realizado pela empresa Pet World.
De acordo com o Manual de Saneamento da FUNASA, a média de varrição
recomendada é de 1 a 2 km/gari.dia. Piraquara conta com 1.500 km de vias, calçadas
e praças a serem varridas por mês, o que corresponde em média a 75 km por dia.
Considerando que cada varredor consegue limpar cerca de 2 km por dia, são
necessários pelo menos 38 garis. A TRANSRESÍDUOS conta com 40 varredores
destinados exclusivamente para a limpeza das vias de Piraquara.

3.7.3.10. Destinação e Disposição Final dos Resíduos

3.7.3.10.1. Centro de Gerenciamento de Resíduos Iguaçu

O resíduo sólido urbano coletado no município de Piraquara é enviado para disposição


final no aterro sanitário particular da Estre Ambiental S/A, o Centro de Gerenciamento
de Resíduos Iguaçu, localizado no município de Fazendo Rio Grande, a 45 km de
Piraquara.
A Estre é contratada pelo CONRESOL – Consórcio Intermunicipal para Gestão de
Resíduos Sólidos Urbanos - por meio do processo de credenciamento, para realizar o
tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos dos integrantes deste
Consórcio.
O RSD coletado, antes de ser encaminhado ao aterro sanitário, é transportado até a
unidade de transbordo. Esta unidade fica localizada no município de Pinhais, no Bairro
Emiliano Perneta, sob o viaduto da BR116, a 13 km da saída de Piraquara. A
finalidade é diminuir o custo operacional da disposição final dos resíduos. Os
222
caminhões coletores, quando atingem a sua capacidade total de carga, seguem para a
Unidade de Transbordo e descarregam todo o material coletado em carretas caçamba,
com capacidade de transporte entre 22 e 27 toneladas, que seguem para o aterro
sanitário em Fazenda Rio Grande.
O serviço de destinação final é remunerado mensalmente pela quantidade total de
resíduos encaminhados a este local de tratamento no período de um mês. A Prefeitura
Municipal de Piraquara repassa a verba destinada a este fim para o consórcio
CONRESOL, o qual faz o repasse final de todos os municípios para a Estre Ambiental.

3.7.3.10.2. Strasse – Reciclagem de Pneus

A Strasse – Reciclagem de pneus – possui instalada em Piraquara uma pequena


indústria de reciclagem. Através de um acordo Termo de Cooperação com a DEPEN –
Departamento Penitenciário do Estado do Paraná, a indústria foi instalada dentro da
Colônia Penal Agrícola de Piraquara.
A Strasse paga um salário para o detento que trabalha na indústria, além de custear
sua estadia dentro da prisão. A cada três dias de trabalho do detento, é reduzido um
dia de pena, também são fornecidos para estes trabalhadores treinamentos
profissionalizantes e de segurança do trabalho.
A indústria realiza o processamento de pneus inservíveis para que este material seja
utilizado como matéria prima na fabricação de asfalto borracha. Além disso, este
material pode vir a servir toda a cadeia de indústria de borracha. A Strasse está apta a
emitir o certificado de responsabilidade ambiental para as empresas que venham a
utilizar o material reciclado em seu processo de produção.

3.7.3.10.3. Horto Municipal

Em junho de 2015, a Prefeitura de Piraquara inaugurou a primeira etapa de


revitalização do Horto Municipal. O local antes utilizado como lixão, foi reformado e
estruturado para abrigar o Centro de Educação Ambiental Municipal, um setor
administrativo, uma estufa para plantio o plantio de mudas de árvores e flores que
serão utilizadas no paisagismo do município, uma horta mandala, áreas para a
compostagem com materiais orgânicos provenientes dos serviços de poda verde e
algumas trilhas.
Atualmente, os resíduos da poda verde e restos de madeira são encaminhados a este
local, e são utilizados como matéria prima para a compostagem. A compostagem é o
processo biológico aeróbio controlado de transformação de resíduos da matéria
orgânica em resíduos estabilizados, com propriedades e características
completamente diferentes do material que lhe deu origem. Parte da matéria orgânica é
transformada biologicamente em uma substancia escura, uniforme, com consistência
amanteigada e aspecto de massa amorfa, rica em partículas coloidais, chamada de
húmus.
Este produto é utilizado como adubo para o solo, é fonte de macro e micronutrientes
para as plantas em geral. O composto é utilizado no plantio de mudas no próprio horto
e é também distribuído para os agricultores locais.

223
Já está em operacionalização uma estufa com capacidade de 27.000 mudas,
atualmente estão plantadas cerca de 17.000 mudas de árvores nativas, como a
Bracatinga e Araucária.
O Horto Municipal fica localizado no bairro Capoeira dos Dinos, na Rua Artur Portela
de Oliveira. As Figura 3.125 e 3.127 a seguir apresentam fotos da limpeza às margens
do Horto Municipal.

Figura 3.125 – Situação das Margens do Horto Municipal Antes da Limpeza

Figura 3.126 – Limpeza das Margens do Horto Municipal

224
Figura 3.127 –Margens do Horto Municipal Após a Limpeza

3.7.3.10.4. Destinação dos Resíduos Industriais

De acordo com a Lei Municipal N° 907/2007, o tratamento e a disposição final dos


resíduos sólidos industriais é de responsabilidade da fonte geradora do resíduo. As
fontes geradoras deverão estabelecer alternativas tecnológicas que propiciem a
redução dos resíduos sólidos produzidos durante o processo industrial.
A Lei considera as seguintes atividades de minimização de resíduos:
 Redução de volume total ou da quantidade de resíduos sólidos gerados;
 Possibilidade de reutilização ou reciclagem; e,
 Redução da toxicidade dos resíduos perigosos.
Piraquara está situada em área de mananciais e, por conseguinte, em área de
proteção ambiental e responsável pelo abastecimento de 50% de Curitiba. Por esta
razão, o município não conta com indústrias de grande porte, além de uma pedreira
localizada no extremo leste do município.
Até o momento, não foi possível estabelecer um contato sólido com os responsáveis
pela Pedreira.

3.7.3.10.5. Resumo das Unidades de Recebimento e Processamento

O Quadro 3.62 apresenta um resumo do tipo das unidades de recebimento e


processamento de resíduos existente no município de Piraquara.
Quadro 3.62 – Tipos de Unidades de Recebimento e Tratamento Existentes em Piraquara

Centro de Gerenciamento de Resíduos Iguaçu – Fazenda Rio Grande

Strasse – Reciclagem de Pneus

Horto Municipal

225
3.7.3.11. Competências e Responsabilidades

Para melhor apresentar o manejo de cada resíduo foi elaborado o Quadro 3.63 com a
síntese das atuais competências e responsabilidades.
Quadro 3.63 – Quadro de Responsabilidades

Tipos de Resíduos e Responsabilidades Públicas Responsabilidades Privadas


Responsabilidades
estabelecidas Principal Complementar Gerador Transportador Receptor
Domiciliares – RSD –
x
Coleta Convencional
Domiciliares – RSD -
x
Secos
Domiciliares – RSD -
x
Úmidos
Limpeza Pública x
Construção Civil - RCC x x x x
Volumosos x x
Verdes x x x x
Serviços de Saúde x x x
Equipamentos
x x x
Eletroeletrônicos
Pilhas e Baterias x x x
Lâmpadas x x x
Pneus x x x x
Óleos Lubrificantes e
x x x
Embalagens
Serviços Públicos de
x x x x
Saneamento Básico
Óleos Comestíveis x x x x
Resíduos Industriais x

3.7.3.12. Qualidade dos Serviços

O grau de satisfação da população em relação à coleta de lixo e ao serviço de limpeza


pública é acompanhado pelos comentários e reclamações que são feitos através do
telefone (41) 3590-3568.

3.7.3.13. Iniciativas Relevantes

3.7.3.13.1. Poda Verde

O município de Piraquara oferece o serviço de coleta de poda proveniente da


manutenção de jardins, pomares, hortas, como gramas, galhos e folhas. É necessário
fazer uma solicitação de agendamento e acondicionar adequadamente o resíduo a ser
coletado. A solicitação de agendamento deve ser realizada pelo telefone (41) 3590-
3895. O resíduo coletado é destinado ao Horto municipal para fins de compostagem.

226
3.7.3.13.2. Programa de Coleta e Reaproveitamento do Óleo de
Cozinha Usado

O óleo de cozinha usado é um dos maiores agressores do meio ambiente. Ao ser


jogado diretamente na rua, no jardim ou na rede de esgoto, obstruindo encanamentos,
contamina a água e causa prejuízos à flora e à fauna. Apenas 1 litro de óleo pode
contaminar 1 milhão de litros de água.
Por este motivo, a Prefeitura de Piraquara desenvolveu um Programa para
reaproveitamento do óleo de cozinha usado. Os munícipes que queiram participar
devem guardar o óleo usado em frituras em recipientes transparentes e bem fechados,
como garrafas PET e vidros de conserva. O recipiente cheio deve ser levado a um dos
pontos de coleta: nas escolas municipais ou na própria Prefeitura. 10% do óleo
coletado é revertido em material de limpeza (sabão e detergente) para as escolas. O
Quadro 3.64 apresenta os endereços dos pontos de coleta.
Quadro 3.64 – Pontos de Coleta de Óleo Usado

Ponto de coleta Endereço


CISA Betonex Rua Betonex, s/n, Guarituba
Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 1.951, Recanto
Centro da Juventude
das Águas
US Central Osmar Pamplona – Rua Vitório Scarante, 855, Centro
US Caiçara Carlos Jess – Rua Betonex, s/n, Jardim Holandês
Escola Municipal Antonio Scarant Rua Rosa Alves Pereira, 625, Vila Fuck
Escola Municipal Hermínio de Azevedo Costa Rua Manaus, 82, Vila Vicente Macedo
Escola Municipal Olga Ribeiro Martins Rua Glória, 156, Santa Mônica
Escola Municipal João Martins Rua Arthur Gonçalves Martins, 118, V. Ipanema
Escola Municipal Bernard Julg Rua das Andorinhas, 3664, PI g Pequena
Escola Municipal João Batista Salgueiro Rua Eng. Pontoni, 245, Jardim Primavera
Ponto de coleta Endereço
Escola Municipal Guilherme Ribeiro Rua dos Funcionários, 181, Vila Susi
Escola Municipal Geraldo Rodolfo Stefen
Rua Reinaldo Meira, 1.050, São Cristóvão
Casagrande
Prefeitura Municipal de Piraquara – Secretaria
Avenida Getúlio Vargas, 1.990, Centro
Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo

A Figura 3.128 a seguir apresenta uma foto do receptor de óleo usado distribuídos
pelos pontos de coleta citados anteriormente.

227
Figura 3.128 – Ponto de Coleta de Óleo de Cozinha Usado

3.7.3.13.3. Programa de Coleta de Pneus

A Política Nacional de Resíduos Sólidos institui a responsabilidade compartilhada pelo


ciclo de vida dos produtos. Cada componente de cadeia de consumo tem sua parcela
de participação: consumidores devem devolver o produto depois de uso em pontos
determinados pelos comerciantes, estes por sua vez devem receber e armazenar o
material em local adequado, aos distribuidores e indústria cabe coletar e destinar
corretamente esse material.
Cabe salientar que a responsabilidade compartilhada define que os resíduos da
logística reversa, como pneus, não podem ser coletados e destinados pelo poder
público. O poder público deve articular a logística desse sistema e fiscalizar o seu
correto funcionamento.
Para tanto a Prefeitura de Piraquara instituiu o programa de coleta de pneus. O
Quadro 3.65 apresenta os endereços e os horários de funcionamento dos pontos de
coletas.

228
Quadro 3.65 – Pontos de Coleta de Pneus

Ponto de coleta Endereço


Rua Arthur Portela de Oliveira, 160, Capoeira dos
Dinos.
XIBIU - Horto Municipal Periodicidade: Terças e sextas-feiras.
Horário: das 09:00 h às 11:00 h e das 14:00 h às 16:00
h.
Avenida Brasília, s/n, Vila Macedo.
RECICLAP – Colônia Penal Agrícola O agendamento deverá ser realizado pelos telefones
(41) 3562-1961 / (41) 9992-0948.

3.7.3.13.4. Feira de Educação Ambiental

A Prefeitura de Piraquara promove uma feira de Educação Ambiental, montada um


mês em cada mês a um bairro. Nestas feiras estão presentes empresas que recebem
o lixo reciclado. As empresas que estão sempre presentes são:
 E-LIXO – reciclagem de lixos eletrônicos; e,
 Xibiu – reciclagem de pneus.
São sorteados alguns brindes para as pessoas que participam e colaboram com a
coleta de recicláveis nas feiras. Para aqueles que levam pneus, é sorteado uma arte
em pneu; para aqueles que levam lixo eletrônico é sorteado um computador.

3.7.4. Diagnóstico

3.7.4.1. Resíduos Sólidos Domiciliares

O serviço de coleta e transporte dos resíduos domiciliares é terceirizado pelo


município para a empresa TRANSRESÍDUOS. A terceirização destas atividades teve
início no ano de 2007. A remuneração é feita mensalmente de acordo com a
quantidade de resíduos coletados.

3.7.4.1.1. Resíduo Comum

Conforme apresentado no capítulo anterior, os serviços de coleta e transporte de


resíduos domiciliares atendem toda a população, tanto rural quanto urbana. A geração
per capita atual é 0,47 kg/hab.dia, na época da elaboração do Plano de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos, este valor era pouco menos de 0,35 kg/hab.dia, e o
atendimento não era integral, ficando 20% da área rural desprovida de coleta de lixo.
Em 2007, na elaboração do PGIR, estava prevista a mobilização de apenas quatro
caminhões para atendimento das demandas de coleta do município.
A equipe e os equipamentos disponíveis para estes serviços estão adequadas para
realidade atual do município, porém, não são suficientes para atendimento das
demandas futuras. No ano de 2025 serão necessários cinco caminhões coletores, com
capacidade de oito toneladas, operantes; em 2030 serão seis e em 2035, no mínimo
sete caminhões (oito toneladas). Com o acréscimo dos equipamentos operantes, é
necessário dispor de uma equipe maior para operação do sistema.
Atualmente o resíduo coletado é transportado até a área de transbordo, localizado no
município de Pinhais. Neste local o resíduo é pesado e transferido para carretas

229
maiores, com capacidade de 23 toneladas, que transportam o lixo para o aterro
sanitário da Estre Ambiental, em Fazenda Rio Grande.
Os resíduos sólidos comuns coletados em Piraquara são destinados ao Centro de
Gerenciamento de Resíduos Iguaçu, em Fazenda Rio Grande. Este aterro sanitário foi
projetado de acordo com a NBR 8.419 – Apresentação e projetos de aterros sanitários
de resíduos sólidos urbanos, e está devidamente licenciado para operação.

3.7.4.1.2. Grandes Geradores

Os resíduos produzidos pelos estabelecimentos de grande porte, que ultrapassam a


produção diária de 120 L são de responsabilidade do próprio gerador. Porém, a Lei
Municipal N° 897/2007 prevê que estes estabelecimentos sejam atendidos pelo
serviço público de coleta desde que estejam devidamente segregados e
acondicionados.

3.7.4.1.3. Resíduo Reciclável

Piraquara conta com apenas uma equipe destinada para a coleta e transporte dos
materiais recicláveis. Este serviço atende a totalidade da população. O resíduo
coletado é destinado para uma empresa terceirizada, localizada no município de São
José dos Pinhais, onde é realizada a triagem e destinação correta para os recicláveis.
A Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo pretende abrir um novo edital para o
credenciamento de associações que realizam o beneficiamento do lixo reciclável.
Recomenda-se que esta ação seja imediata, para que o resíduo reaproveitável gerado
em Piraquara possa ser beneficiado dentro do próprio município, e possibilite o retorno
da renda gerada para a própria população.
Além disso, nas Audiências Públicas realizadas no mês de novembro de 2015,
houve diversas reclamações da população referentes à coleta de resíduos
recicláveis. De acordo com a população, a coleta de recicláveis não tem atendido
os bairros Vila Militar, Guaritubinha, Orquídeas e Âncora.

3.7.4.2. Resíduos de Serviços de Saúde

O resíduo é coletado pela TRANSRESÍDUOS e transportado para uma empresa


terceirizada, a AMBSERV SUL, localizada em São José dos Pinhais. Esta empresa é
responsável pelo tratamento e disposição final dos RSS.
Os RSS necessitam de um tratamento especial antes da disposição final, pois
possuem potencial de risco em função da presença de materiais biológicos capazes
de causar infecção, objetos perfuro-cortantes potencialmente contaminados, produtos
químicos perigosos e mesmo rejeitos radioativos.
A AMBSERV SUL está devidamente licenciada para tratar e dispor estes descartes.
Não foram fornecidos dados do volume de RSS gerado em Piraquara.

3.7.4.3. Coleta e Transporte de Resíduos da Construção Civil

Os resíduos da construção civil gerados em Piraquara são recolhidos e transportados


por empresas especializadas. Legalmente, o gerador dos RCC é responsável pela
correta destinação destes resíduos. A obrigação pela correta destinação dos RCC é
230
do próprio gerador, o qual transfere esta responsabilidade para as empresas
devidamente credenciadas realizar o serviço de transporte e destinação final.
A Prefeitura não disponibiliza este tipo de serviço para os munícipes.

3.7.4.4. Limpeza Urbana

Uma parcela dos serviços de limpeza urbana é realizada pela Prefeitura, pela
Secretaria de Infraestrutura, e a outra parcela é terceirizada para a empresa
TRANSRESÍDUOS.
A equipe da TRANSRESÍDUOS esta composta de 41 funcionários, contingente este
que atende perfeitamente as demandas atuais do município. Porém, recomenda-se
que esta equipe também seja reavaliada, em todo início de ano, para que a
disponibilidade do serviço para a população não seja prejudicada com a expansão
natural do município.

3.7.4.5. Coletas Irregulares

A coleta irregular consiste no recolhimento e transporte dos resíduos dispostos


erroneamente em locais públicos, como exemplo pode-se citar: entulho dispostos em
terrenos baldios ou calçadas, descarga clandestina de lixo, e resíduos dispostos nas
margens de rios e córregos.
Este tipo de coleta é de responsabilidade do Município, porém, de acordo com a Lei
Municipal N° 897/2007, o infrator deverá ser identificado e autuado. A lei prevê que a
multa seja atenuada com o arrependimento por escrito do infrator que não seja
reincidente, porém são circunstancias que agravam a aplicação da multa: a
reincidência, a vantagem pecuniária e a colocação em risco da saúde pública.

3.7.4.6. Iniciativas Relevantes

Piraquara tem implantado alguns programas interessantes que resultam no


beneficiamento correto dos recicláveis e a conscientização da população:
 Programa Poda Verde;
 Programa de coleta e reaproveitamento do óleo de cozinha usado;
 Programa de coleta de pneus; e,
 Feira de educação ambiental.
Recomenda-se que estes programas sejam ampliados e que novas iniciativas sejam
criadas, tais como as apresentadas no próximo capítulo.

3.7.4.7. Carências E Deficiências

Entre as carências e deficiências identificadas na gestão de resíduos no município de


Piraquara estão:
 Deficiências na coleta de resíduos domiciliares na zona rural;
 Deficiências na coleta de resíduos recicláveis;
 Não há cooperativas e associações de catadores instituídas e em condições de
se inserir na cadeia da reciclagem;
231
 Falta de preparo e de capacitação dos cooperados;
 Fragilidades de sustentação econômica para os serviços de manejo de
resíduos e limpeza urbana;
 Longa distância entre a área de coleta e a área de disposição final;
 Indefinição de novas tecnologias para destinação final dos resíduos sólidos
urbanos;
 Ausência de pontos para entrega de RCC (média geração);
 Falta de recursos para o planejamento, aplicação e disseminação de atividades
sócio educativas e ambientais; e,
 Falta de sinergia para as atividades de coleta, segregação e seleção dos
diferentes tipos de resíduos com destaque para os eletroeletrônicos da linha
branca e mobiliários diversos.

232
4. PROGNÓSTICO E ALTERNATIVAS PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO

4.1. PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Este capítulo apresenta as condições que estabelecem os prognósticos para os


Sistemas de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do município de
Piraquara, que têm como ponto de partida os estudos desenvolvidos e os diagnósticos
do SAA e SES já apresentados nos capítulos anteriores.
Como o município de Piraquara está integrado à cidade de Curitiba, tanto no sistema
de água – vinculado à ETA Iraí –, como no sistema de esgoto, compartilhando a ETE
Atuba Sul, resulta uma condição bastante segura e confortável de elementos de
análise devido à grande quantidade de estudos existentes, na sua maioria recentes,
notadamente os Planos Diretores de Água e de Esgoto, que já contemplam
estimativas de produção e distribuição de água potável associadas a estudos e
projetos de rede coletora, afastamento e tratamento do esgoto.
Os prognósticos de Piraquara têm como aspecto balizador o fato de que os sistemas
tanto de água como de esgoto são constituintes de um sistema maior cuja
característica determinante seja pertencer ao SAIC – Sistema de Abastecimento
Integrado de Curitiba, e ao SEIC - Sistema de Esgoto Integrado de Curitiba.
No prognóstico do SAA são feitas duas abordagens; a primeira verifica as condições
de produção e transporte da água do sistema Iraí até os centros de reservação
Piraquara e Guarituba Redondo, enquanto a segunda abordagem trata
especificamente da distribuição da água para a malha urbana desde estes centros de
reservação.
No prognóstico do SES a consideração é similar, também são feitas duas abordagens,
apenas que a primeira verifica a rede coletora e suas unidades de afastamento,
enquanto a segunda avalia a unidade final do sistema de esgoto, na ETE Atuba Sul,
onde ocorre a integração com o sistema de Curitiba.
No balanço geral dos sistemas de água e esgoto, tal como se pretende que devam
funcionar no âmbito da cidade de Piraquara, há duas unidades de partida que são a
ETA Iraí e a ETA Iguaçu; além das elevatórias de água tratada que por meio de
tubulações adutoras transportam essa água aos centros de reservação Piraquara e
Guarituba Redondo.
Destes centros a água é distribuída em toda a área urbana de Piraquara e na saída
das moradias esta água, agora na forma de esgoto doméstico é coletada e
transportada até ETE Atuba Sul, onde após o tratamento ocorre a disposição final no
Rio Atuba.
A água bruta captada do sistema Iraí é parcialmente devolvida na forma de esgoto
tratado à mesma bacia hidrográfica.
A devolução não é integral, pois há os usos não sanitários dessa água e nem toda a
área urbana possui rede coletora de esgoto.
Neste trajeto são então verificadas as condições em que ocorrem estas atividades
observadas as condições futuras de adensamento populacional.

233
O abastecimento de água da área urbana de Piraquara é praticamente total, enquanto
a cobertura do sistema de esgoto é da ordem de 73% das moradias.
Os vereadores contestam este percentual, o qual consideram superestimado;
entretanto trata-se do valor oficial fornecido pela SANEPAR.
Presume-se diante dos dois aspectos conflitantes, que este percentual efetivamente
possa ser menor desde que sejam consideradas as moradias localizadas em áreas em
que a rede coletora esteja inoperante, danificada ou simplesmente não exista.

4.1.1. Demandas de Água

Este capítulo tem como objetivo relembrar os valores já apresentados no Capítulo 2.


Desta forma, são apresentadas no Quadro 4.1 as demandas calculadas no Plano
Diretor de Água do Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba e Região
Metropolitana (SAIC) com foco na cidade de Piraquara.
Quadro 4.1 – Cálculo da Demanda
População Per capita Demanda
Per capita Perdas
Ano Abastecida Bruto Qméd QMH
(L/hab.dia) Totais (%) QMD (L/s)
(hab.) (L/hab.dia) (L/s) (L/s)
2015 98.000 115,0 47% 217 246,1 295,3 443,0
2020 112.985 115,0 33% 172 224,5 269,3 404,0
2025 128.487 115,0 31% 167 247,9 297,4 446,1
2030 143.218 115,0 30% 164 272,3 326,8 490,2
2035 156.452 115,0 25% 153 277,7 333,2 499,8

No Quadro 4.2 é apresentado o cálculo da demanda atual e futura, dividida pelos dois
sistemas que atendem o município de Piraquara, quais sejam: Iraí e Iguaçu.
Quadro 4.2 – Cálculo da Demanda Atual e Futura Considerando a Porcentagem de
Abastecimento Pelos Sistemas Iraí e Iguaçu
Abastecimento Demanda Demanda do Demanda Demanda do
Sistema
Municípios do Sistema Total de 2015 Sistema de Total de 2035 Sistema de
Integrado
(%) (L/s) 2015 (L/s) (L/s) 2035 (L/s)
Campina Grande
75 83,6 62,70 88,9 66,70
do Sul
Colombo 41 772,1 316,56 585,8 240,17
Curitiba 35 6.516,3 2.280,70 6.167,8 2.158,74
Iraí
Pinhais 100 440,7 440,75 379,3 379,32
Piraquara 84 295,3 248,08 333,2 279,87
Quatro Barras 70 63,2 44,24 69,5 48,62
Total 8171,2 3393,03 7624,5 3173,42
Almirante
49 336,7 164,99 283,6 138,98
Tamandaré
Curitiba 38 6.516,3 2.476,19 6.167,8 2.343,78
Iguaçu
Piraquara 16 295,3 47,25 333,2 53,31
São José dos
36 887,2 319,38 969,4 348,98
Pinhais
Total 8035,5 3007,81 7754 2885,05

No Quadro 4.3, são apresentadas as demandas por município e a vazão de referência


de cada Sistema Integrado.
234
Quadro 4.3 – Vazão de Referência e Demandas dos Sistemas Integrados Iraí e Iguaçu

Vazão de
Sistema Municípios Demanda 2015 (L/s) Demanda 2035 (L/s)
Referência (L/s)

Campina Grande do Sul 62,70 66,70

Colombo 316,56 240,17


Curitiba 2.280,70 2.158,74
Iraí 3.460,0 Pinhais 440,75 379,32
Piraquara 248,08 279,87
Quatro Barras 44,24 48,62
Total 3.393,03 3.173,44
Almirante
164,99 138,98
Tamandaré
Curitiba 2.476,19 2.343,78
Iguaçu 1.590,0 Piraquara 47,25 53,31
São José dos
319,38 348,98
Pinhais
Total 3.007,82 2.885,04

4.1.2. Avaliação das Unidades Existentes Face às Demandas Futuras

Nos itens a seguir são apresentadas as avaliações das unidades existentes.

4.1.2.1. Barragem do Iraí e Unidades Auxiliares

Tanto a barragem como suas unidades complementares tais como o canal adutor de
água bruta, estrutura da tomada de água com gradeamento e comportas, estação
elevatória e adutora de água bruta foram implantadas considerando-se um horizonte
de projeto de 30 anos cujo alcance se estende até o ano 2035.
Estas unidades não precisam ser ampliadas; requer-se apenas de intervenções de
conservação e manutenção tais como:
 Dragagem do leito do canal adutor;
 Substituição das grades, comportas e stop-logs devido a fim da vida útil;
 Substituição dos 4 conjuntos elevatórios de 800,0 L/s cada um por conjuntos
novos; e
 Substituição dos trechos eventualmente comprometidos da adutora, DN 1500
em aço e extensão de 115,0 m inclusive válvulas de descarga e ventosas.

4.1.2.2. ETA Iraí

Ampliação da capacidade de produção da ETA de 2.600,0 L/s para 3.200,0 L/s.

4.1.2.3. Estação Elevatória de Água Tratada Iraí / Piraquara

As unidades específicas responsáveis pelo transporte de água tratada desde a ETA


Iraí até a cidade de Piraquara são as seguintes:

235
 Estação elevatória de água tratada composta de 3 conjuntos motor bomba de
350 cv cada um – identificados com sendo: B7, B8 e B9
B7 Q = 161,7 L/s H = 96,9 m
B8 Q = 155,0 L/s H = 94,9 m
B7 + B8 Q = 219,2 L/s H = 119,4 m
B7 + B9 Q = 223,2 L/s H = 121,5 m
B8 + B9 Q = 215,4 L/s H = 118,6 m

 Adutora de água tratada que interliga a ETA Iraí ao Centro de Reservação de


Piraquara com extensão de 9.785,0 m em tubulação FD DN 400, e;
 Derivação da adutora principal que vai alimentar o Centro de Reservação
Guarituba Redondo com extensão de 3.000,0 m em FD DN 200.

4.1.2.4. Rede de Distribuição – Zona Urbana

Estima-se que seja a unidade do sistema que mais requeira ampliações e


investimentos ao longo do período da concessão.

4.1.3. Demandas do Final do PMSB – 2035

Para o ano 2035 a estimativa é de que haja as condições de abastecimento


apresentadas no Quadro 4.4 a seguir.
Quadro 4.4 – Condições de Abastecimento Estimadas Para 2035

População 156.452 hab.


Per capita consumido 115,0 L/hab. dia
Perdas totais 25%
Per capita produzido 153,0 L/hab. dia
Vazão média 277,7 L/s
Vazão máxima diária 333,2 L/s
Vazão fornecida Iraí 279,9 L/s
Vazão fornecida Iguaçu 53,3 L/s

4.1.4. Intervenções Previstas no Sistema de Abastecimento de Água

De acordo com os resultados já apresentados este item tem como objetivo apresentar
as intervenções requeridas para o horizonte de planejamento de 2035.
De acordo com as condições de abastecimento estimadas para 2035, a estação
elevatória de água tratada do Iraí deve ter aumentada sua capacidade de recalque da
faixa de 210,0 L/s a 230,0 L/s para uma vazão da ordem de 320,0 L/s a 340,0 L/s.
A estação elevatória de água tratada será reavaliada no aspecto dos seus conjuntos
motor bomba, devendo ser estudadas as possibilidades de:
 Manutenção das bombas com substituição dos rotores das bombas;
 Substituição das bombas;
 Substituição dos motores para as mesmas bombas; e,
236
 Substituição dos motores para as bombas novas.
A adutora existente em DN 400, cuja capacidade atual é de 220,0 L/s, poderá ser
mantida desde que suas condições de conservação estejam adequadas na época das
alterações propostas.
Entretanto a adutora DN 400, ainda que mantida, deverá ser duplicada para se
atender a vazão futura de aproximadamente 320,0 a 340,0 L/s.
Já existe o planejamento de se ampliar a capacidade de reservação do CR Piraquara,
devendo ser construído mais um reservatório de 3.500 m³.
A estimativa da reserva necessária para o ano 2035 é de 9.600 m³ sendo constituída
dos volumes apresentados no Quadro 4.5 a seguir.
Quadro 4.5 – Composição da Reserva Necessária Para o Ano de 2035

Centro de Reservação Volume


CR Piraquara 3.500 m³ ( existente)
CR Piraquara 3.500 m³ ( a implantar)
CR Guarituba 4.000 m³ (existente)
Total 11.000 m³

Este volume de reservação resulta adequado em conformidade com as exigências


operacionais e com as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Portanto as condições de produção resultam satisfatórias e resta verificar na época
oportuna as condições do sistema distribuidor.
As condições das moradias de algumas áreas urbanizadas de Piraquara, tais como
Guarituba, Guaritubinha e Vila Macedo permitem antever o problema do assentamento
da rede de distribuição, pois essas áreas pelas suas características de solo e relevo,
apresentam características que exigem uma dificuldade maior devido ao solo plano e
com baixa resistência, com espessa camada de turfa e lençol freático elevado.

4.1.4.1. Captação

Para atendimento à população de final de plano do Sistema de Água Integrado de


Curitiba, no horizonte do ano 2035, está previsto ser necessário a implantação de:
barragem Miringuava (São José dos Pinhais), sistema de poços Karst (Campo Magro),
sistema de captação superficial e poços Karst Capivari (Colombo), barragem e
captação Rio Faxinal (Fazenda Rio Grande).
Estas intervenções não afetam a produção destinada a Piraquara, porque o sistema
produtor integrado e utilizado de forma compartilhada por Piraquara constitui-se dos
sistemas Iraí e Iguaçu.
As unidades acima mencionadas constam neste descritivo apenas para se tenha
noção da grandeza e amplitude do sistema integrado.

237
4.1.4.2. Tratamento

Está prevista a ampliação da estação de tratamento Fervidas (Colombo), bem como a


construção das estações Karst (Campo Magro), Capivari (Colombo) e Faxinal
(Fazenda Rio Grande).
Estas intervenções também não têm relação com o tratamento da água destinada a
Piraquara, que segue sendo produzida na ETA Iraí e na ETA Iguaçu.
São aqui mencionadas para que tenha noção do alcance do sistema integrado que se
estende desde Colombo até Campo Magro e Fazenda Rio Grande.

4.1.4.3. Distribuição

Considerando o atendimento atual de 90% a 100% da população urbana, as


necessidades futuras serão atendidas conforme crescimento de demanda.
As maiores necessidades que devem ser contempladas neste novo período de
concessão são as referentes à rede de distribuição de água requeridas para as áreas
urbanizadas mais distantes do centro da cidade.
Para as áreas rurais apesar de ser mais difícil a viabilização técnica financeira de se
fazer o abastecimento por meio do sistema público, a Concessionária deve avaliar a
possibilidade de se implantar sistema isolado, às expensas do morador, podendo
haver o uso de recursos decorrentes de programas governamentais, subsídios
financeiros diversos ou por meio de disponibilidade de mão de obra, máquinas e
equipamento, sempre contando com a assistência técnica da Concessionária.

4.1.4.4. Investimentos Previstos

Os investimentos previstos e elencados serão provenientes da Concessionária


prestadora de serviços de saneamento que atende o município.

4.1.4.4.1. CURTO PRAZO: Execução entre 1 a 9 anos – até 2025

Os investimentos de Piraquara estão negritados e podem ser assumidos como metas


a serem cumpridas pela Concessionária.
1. Centros de Reservação: Santa Quitéria, Capão Raso, Lamenha Pequena,
Piraquara, Arujá, São Gabriel;
2. Adutora Passaúna - Santa Quitéria; Elevatória e adutora Passaúna - Capão
Raso; Elevatórias e adutoras Santa Felicidade - Lamenha Pequena, Santa
Cândida - Cachoeira, Karst Campo Magro; Poços Karst Campo Magro. Sem
fonte de recursos definida.
3. Projetos de engenharia e executivos; poços Karst Capivari; elevatórias e
adutoras Karst Capivari, Miringuava - Rio Pequeno, Mercês – Santa Felicidade,
Mercês - São Francisco, Batel - Santa Quitéria, Santa Quitéria - rede Batel,
Capão Raso - Portão, Tatuquara - Pinheirinho/Capão Raso, Aeroporto - Santa
Fé, Rio Pequeno - Santa Fé, Bacacheri - Mercês; Centros de Reservação
Capivari, Costeira, Ceasa, Aeroporto, Santa Fé; Adutora Corte Branco -
Tarumã.

238
4. Projetos de engenharia e executivos; captação, elevatória de água bruta,
adutora de água bruta, estação de tratamento de água, elevatória de água
tratada e adutora Capivari.
5. Projetos e execução das obras de assentamento de rede de distribuição
observadas as prioridades de abastecimento versus a viabilidade técnica
econômica, desde que haja total regularidade nas condições da ocupação
urbana. Não serão abastecidas as áreas que estejam irregulares diante das
exigências legais.
Segundo a Concessionária, já está em andamento no município de Piraquara as
seguintes ações no sistema de abastecimento de água:
 Projeto executivo do Reservatório Apoiado de 3.500 m³ a ser construído no CR
Piraquara, e;
 Estudos diversos de ampliação da rede de distribuição de água.

4.1.4.4.2. LONGO PRAZO: Execução entre 9 a 20 anos – até 2035

6. Projetos de engenharia e executivos; barragem, captação e estação de


tratamento do Sistema Faxinal (929 L/s); adutoras e elevatórias Faxinal -
Fazenda Rio Grande, Faxinal - Costeira, Costeira - Sabiá; elevatória Fazenda
Rio Grande - Campo de Santana; ampliação dos centros de reservação Jacob
Macanhann e Xaxim.
7. Projetos de engenharia e executivos; ampliação dos centros de reservação
Tatuquara, Lamenha Pequena e Bairro Alto.

4.1.5. Metas do Sistema de Abastecimento de Água

A Prefeitura Municipal de Piraquara, por meio da sua Secretaria de Meio Ambiente e


Urbanismo tem como metas a serem alcançadas na vigência do 2º contrato de
concessão com a SANEPAR, as seguintes atividades:
a. Manutenção dos índices atuais – quase 100% - do abastecimento de água nas
áreas urbanas;
b. Cumprimento integral da compensação financeira prevista no Artigo nº 26 da
Constituição do Estado do Paraná;
a. Continuidade do abastecimento;
b. Efetiva diminuição das perdas do sistema dos atuais 38% para 25%, e;
c. Implantação de programas que visem o Consumo racional de água tratada.
A meta de manutenção da universalização deve:
a. Garantir condições de acesso à água potável a toda a população urbana em
quantidade e qualidade que assegure a proteção à saúde, observadas as
normas relativas à qualidade da água para o consumo humano, bem como a
legislação ambiental e a de recursos hídricos;
b. Promover a conservação dos recursos hídricos, por meio da redução das
perdas nos sistemas ou da reutilização da água;

239
c. Indicar procedimentos para a avaliação sistemática da efetividade, eficiência e
eficácia dos serviços prestados, que incluam indicadores para aferir o
cumprimento das metas; e,
d. Promover a melhoria continua do gerenciamento, da prestação e da
sustentabilidade dos serviços.

4.1.5.1. Metas Gerais

Manter o índice de abastecibilidade ao longo de todo o período de projeto, no patamar


atual de 100% para toda a área urbana do Município com água tratada de boa
qualidade.

4.1.5.2. Metas Específicas

 Qualidade
Manter o atendimento nos padrões estabelecidos na Portaria MS N°. 2.914, de 12 de
dezembro de 2011, ou subsequente, e demais legislações pertinentes.
 Continuidade
Manter o fornecimento de água de maneira contínua à população, restringindo os
casos de intermitência no abastecimento apenas nas situações necessárias a
manutenção corretiva ou preventiva do sistema.
 Uso racional da água
Implantar, em conjunto com a sociedade civil, Programa de Conscientização visando
incentivar o uso racional da água.
 Conservação dos Mananciais
Piraquara pelas suas características já se constitui em área especial por sediar os
principais mananciais abastecedores do Sistema de Abastecimento Integrado de
Curitiba – SAIC. Dessa forma deve-se manter e na medida do possível ampliar, a
cooperação conjunta de forma permanente e integrada com os Comitês de Bacia
Hidrográfica, órgãos governamentais municipais, estaduais e sociedade civil, no
sentido da efetiva aplicação do Programa de Conservação dos Mananciais de
abastecimento atuais e futuros.
Foram propostos programas que servirão como base primordial para a implantação,
operação e melhorias no sistema, servindo também como ferramenta para atingir as
metas propostas.
O Quadro 4.6 a seguir apresenta a cronologia das ações propostas.

240
Quadro 4.6 – Cronologia das Ações Propostas

Ação 2025 2035


Manutenção da universalização dos serviços de abastecimento de água da área
Sim Sim
urbana
Monitoramento da qualidade da água Sim Sim
Continuidade e regularidade do abastecimento Sim Sim
Controle de perdas Sim Sim
Uso racional da água Sim Sim
Conservação de mananciais Sim Sim
Plano de emergência e contingência Sim Sim
Fiscalização dos serviços de abastecimento de água Sim Sim

4.2. PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

4.2.1. Vazões de Esgoto

Da mesma forma do capítulo anterior, este capítulo tem como objetivo relembrar os
valores já apresentados no Capítulo 3. Desta forma, são apresentadas no Quadro 4.7
a seguir as vazões de esgoto geradas na cidade de Piraquara ao longo do horizonte
do projeto.
Quadro 4.7 – Contribuição de Esgoto – Piraquara
População Atendimen- População Q
Rede Infiltração Q Sanitária
Ano Urbana to Atendida Doméstica
(Km) (L/s) (L/s)
(hab.) (%) (hab.) (L/s)
2015 98.000 73% 71.540 79,90 406,1 40,61 120,51
2020 112.985 80% 90.388 110,58 553,3 55,33 165,91
2025 128.487 85% 109.214 145,37 715,9 71,59 216,96
2030 143.218 90% 128.896 163,06 909,1 90,91 253,97
2035 156.452 95% 148.629 197,83 1.047,4 104,74 302,57

Considerando o atual arranjo do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de


Piraquara existente, estão apresentadas no Quadro 4.8 a seguir as contribuições de
esgoto ao longo do projeto.
Quadro 4.8 – Contribuições de Esgoto ao Longo do Horizonte de Projeto – Piraquara

2015 2020 2025 2030 2035


População da sede urbana (hab.) 98.000 112.985 128.487 143.218 156.452
Índice de atendimento (%) 73% 80% 85% 90% 95%
População atendida (hab.) 71.540 90.388 109.214 128.896 148.629
Vazão doméstica (L/s) 79,90 110,58 145,37 163,06 197,83
Vazão infiltração (L/s) 40,61 55,33 71,59 90,91 104,74
Vazão sanitária (L/s) 120,51 165,91 216,96 253,97 302,57
Vazão sanitária diária (m³/dia) 10.412,31 14.334,50 18.745,21 21.943,14 26.141,70
Vazão sanitária máxima diária (L/s) 144,62 199,09 260,35 304,77 363,08
Vazão sanitária máxima horária (L/s) 216,92 298,64 390,53 457,15 544,62

241
4.2.2. Avaliação das Unidades Existentes Face às Demandas Futuras

Nos itens a seguir são apresentadas as avaliações das unidades existentes.

4.2.2.1. ETE Atuba Sul

Unidade recém-ampliada e com capacidade de atender à demanda futura de


tratamento de esgoto de Piraquara.
A ETE Atuba Sul quando implantada no ano 1997, possuía uma capacidade nominal
de tratamento de 1.120 L/s, correspondente a 16 reatores anaeróbios (UASBs) de
capacidade unitária de 70 L/s.
Com a implantação de mais 8 reatores a capacidade de tratamento passou para 1.680
L/s.
Esta ETE opera atualmente com vazões compreendidas entre a mínima de 700,0 L/s e
a máxima de 1400,0 L/s.

4.2.3. Demandas de Final de Plano

Para o ano 2035 a estimativa é de que haja as condições de abastecimento


apresentadas no Quadro 4.9 a seguir.
Quadro 4.9 – Condições de Esgotamento Sanitário Estimadas Para 2035

2035
População da sede urbana (hab.) 156.452
Índice de atendimento (%) 95
População atendida (hab.) 148.629
Vazão doméstica (L/s) 197,83
Vazão infiltração (L/s) 104,74
Vazão sanitária (L/s) 302,57
Vazão sanitária diária (m³/dia) 26,141,70
Vazão sanitária máxima diária (L/s) 363,08
Vazão sanitária máxima horária (L/s) 544,62

4.2.4. Intervenções Previstas no Sistema de Esgotamento Sanitário

Os investimentos previstos e elencados serão provenientes da Concessionária


prestadora de serviços de saneamento que atende ou passa pelo município de
Piraquara e também podem ser assumidos como metas.
As metas que visam dotar o sistema de uma gestão eficaz e participativa estão
divididas em intervenções a serem implantadas e em programas a serem
operacionalizados.
Intervenções a serem implantadas – estas constam do planejamento da
Concessionária e são descritas no seguimento.
Há que se observar as condições mínimas reinantes de modo a permitir a efetiva
implantação da rede coletora, tal como se observa no Guarituba e no Guaritubinha.

242
Nesta área urge previamente uma solução de macro drenagem urbana, sem a qual
toda e qualquer intervenção do sistema de esgoto estará fadado ao fracasso.

4.2.4.1. CURTO PRAZO: Execução entre 1 a 9 anos – até 2025

1. Reforço das elevatórias: Manoel Ribas – 2 x 20 kW; Patrícia – 2 x 21 kW;


Santa Luzia - 2 x 15 kW e Piraquara – 620 kW.
2. Reforço de 2 km em DN 200 e 300 do Coletor Tronco Patrícia.
3. Reforço de 3 km do Coletor Tronco Menino Deus.
4. Reforço de 340 m em DN 250 do Interceptor Iraizinho.
5. Reforço de 9 km do Interceptor Palmital.
6. Reforço de 1,2 km da Linha de Recalque Patrícia.
7. Reforço de 2 km em DN 800 da Linha de Recalque Piraquara.
8. Implantação de um novo Interceptor na Bacia do Iraizinho, de 23 km em DN
250.
9. Implantação do Interceptor Piraquara, de 7 km em DN 200, 250 e 300.
10. Reforço de 200 m em DN 200 do Coletor Tronco Patrícia.
11. Reforço da elevatória Luzia com 2 conjuntos moto bomba de 16 kW.
As metas ditas programáticas são as seguintes:
12. Criação de uma Comissão ou Agência Reguladora ou Unidade Técnica de
Saneamento Ambiental Participativa, por instrumento legal, para atuar nos
próximos 4 anos para acompanhar, fiscalizar, complementar, monitorar, revisar,
melhorar, atualizar, o PMSB antes da 1ª revisão obrigatória – dezembro de
2019 conforme Lei Federal N° 11.445/2007. Sugere-se que o monitoramento
da efetividade das diretrizes, estratégias, metas e programas / ações que
compõem o plano sejam checadas anualmente, por uma Câmara Técnica
específica do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Para esta avaliação
sugere-se a viabilização de mecanismos para contratação de especialistas,
indicados pelos diversos setores que compõem o Conselho, para elaboração
de Relatório Anual de Verificação.
13. Aferimento do cadastro Geral de esgotamento sanitário. Verificação do
cadastro de rede de esgotos, ligações prediais, sistemas de tratamento de
esgotos (prediais, industriais, convencionais e preliminares), existente da
Concessionária e da PMP.
14. Continuidade da avaliação metodológica dos indicadores utilizados para
calcular o atendimento do esgotamento sanitário do município. Apresentar os
indicadores para acompanhamento do contrato entre outras alterações que
forem necessárias.
15. Implantação do sistema de informações de saneamento. Inicio das atividades
previstas para maio de 2016 com a implantação do centro de Informações de
Saneamento.
16. Desenvolver a metodologia específica municipal sobre o cálculo de
atendimento de esgotamento sanitário por indicação fiscal, apresentando o
243
percentual dos lotes que possuem rede coletora de esgoto, o quanto de lotes
coletados são tratados, o quanto dos lotes estão regulares nas ligações
prediais.
17. Iniciar o cadastramento georreferenciado dos próprios municipais, parques,
praças, indústrias, comércios, residências, hospitais, creches, postos de saúde,
equipamentos públicos, todos os esgotos não domésticos, etc., no município
com a informação do tipo de tratamento dos efluentes bem como dos resíduos
de esgoto sanitário.
18. Participação nas decisões sobre as ações de saneamento a serem planejadas,
executadas, implantadas e propostas para o município de Piraquara. A
Prefeitura Municipal de Piraquara terá representantes no estabelecimento de
diretrizes de saneamento que são pertinentes ao município, em todas as
reuniões que forem necessárias, a partir da aprovação deste PMSB.
19. Apresentação de proposta para a implantação de redes de coleta de esgoto,
cabendo ao interessado apenas o custo excedente ao valor coberto pelo
subsídio da Concessionária, condicionado ao tipo de edificação e ao grau de
complexidade técnica.
20. Passado o período de aferimento do cadastro de Vistorias das Ligações
Prediais, com condições precisas das situações de Regularidades e
Irregularidades propõe-se a implantação de divulgação da informação nos
carnês do IPTU, Alvarás, Guia Amarela com alertas, conta de água entre
outros instrumentos institucionais.
21. Para a renovação dos alvarás de funcionamento com prazo, concedidos pela
SMMU, o solicitante deverá apresentar o Laudo da Concessionária da
Regularidade da Ligação Predial de Esgoto.
22. O Certificado de Vistorias de Conclusão de Obra é emitido pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SMMU) vinculado ao Laudo da
Concessionária da ligação de esgoto predial correta. Para que o cadastro das
ligações prediais de esgoto seja atualizado, propõe-se a integração dos
cadastros da SMMU com o cadastro das ligações da concessionária.
23. Aumentar a capacidade de fiscalização da SMMU com recursos humanos e
equipamentos para a Implantação do Sistema de Informações
Georreferenciadas de Saneamento, em função das atividades diárias.
24. Implantação de rede de coleta de esgotos em pequenos trechos e áreas com
"lacunas” para alcançar a plena cobertura regional, com o objetivo da
ampliação dos serviços, conforme planejamento a ser elaborado.
25. Atualmente a Cobrança de Tarifa pelo consumo de água é em função do
volume consumido por economia e o percentual de 85% deste consumo é
cobrado o valor de esgoto para as economias ativas. Quando existe rede de
coleta de esgoto em frente ao imóvel, e este imóvel não está corretamente
ligado, propõe-se o percentual diferenciado a ser avaliado pela equipe técnica,
até que este imóvel esteja regularizado.
26. Monitoramento das nascentes cadastradas e assessoria à proteção de
nascentes privadas, pela SMMU, iniciando o aferimento das nascentes
cadastradas pela SMMU e na sequencia cadastrando as demais do munícipio.
244
27. Desenvolver programas de educação para a sustentabilidade de forma a incluir
a sociedade nas ações de saneamento e melhoria da qualidade ambiental de
Piraquara.
28. Implantar a emissão de certidão de regularidade da ligação predial da
Concessionária (laudo) a partir do inicio do Programa de Monitoramento da
qualidade de água dos rios.
29. Readequação e ou Substituição das redes coletoras de esgoto implantadas no
centro das ruas na área central do município e aquelas redes que já estão com
a sua vida útil comprometida e em más condições de conservação.
30. Implantação de redes de coleta de esgoto, cabendo ao interessado apenas o
custo excedente ao valor coberto pelo subsídio da Concessionária,
condicionado ao tipo de edificação e ao grau de complexidade técnica.
31. Implantar a emissão de certidão de regularidade da ligação predial da
Concessionária (laudo) mantendo a continuidade do Programa de
Monitoramento da qualidade de água dos rios.
32. Vistoriar a rede de galerias de águas pluviais se está recebendo lançamentos
irregulares de esgotos conforme metodologia do Plano de Drenagem Urbana.
33. Utilizar todas as informações pertinentes à constatação de despejos irregulares
de esgotos, principalmente por meio das galerias de água de chuva e em
cursos d’água, provenientes da sociedade organizada, dos estudos científicos
das Instituições de Ensino e da comunidade em geral, cadastrando, vistoriando
e aplicando a legislação cabível.
34. Os dados deverão ser fornecidos para SMMU, departamento de Recursos
Hídricos e Saneamento para que a função do controle social efetivamente
aconteça.

4.2.4.2. LONGO PRAZO: Execução entre 9 a 20 anos – até 2035

35. Ampliação seletiva da oferta de rede de coleta de esgotos sanitários para todas
as Indicações Fiscais ocupadas regularmente (edificações, economias,
próprios municipais, parques, praças, indústrias, comércios, residências,
equipamentos públicos, etc.), desde que haja viabilidade técnica financeira.
36. Estabelecer uma metodologia de monitoramento da eficácia da rede de forma a
combater as obstruções, irregularidades, redes danificadas e lançamentos de
esgotos em corpos aquáticos.
37. Cadastramento dos locais que recebem ou possam vir a receber o lodo das
Estações de Tratamento e verificação das condições deste material para ser
disposto na agricultura.
38. Promover a mudança de tendência dos Serviços de Saneamento de Piraquara.

4.2.5. Metas do Sistema de Esgotamento Sanitário

A Prefeitura Municipal de Piraquara, por meio da sua Secretaria de Meio Ambiente e


Urbanismo tem como metas a serem alcançadas na vigência do 2º contrato de
concessão com a SANEPAR, as seguintes atividades:

245
a. Ampliação gradativa do atendimento com rede coletora de esgoto visando à
universalização, como mostra o Quadro 4.10 a seguir.
Quadro 4.10 – Metas de Cobertura no Ano de Referência

Ano Meta de Cobertura (%)


2017 81,69% com rede coletora
2028 85,62% com rede coletora
Até o final do
85,62% com rede coletora
contrato

A meta de universalização é de 95%, sendo que a complementação entre os


índices de atendimento com redes públicas de esgoto de responsabilidade da
SANEPAR (previstas no quadro acima) e a meta de 95%, se dará mediante a
adoção e manutenção dos sistemas individuais de tratamento em imóveis
localizados fora do perímetro urbano ou em áreas de baixo adensamento
populacional.
Em função de o município de Piraquara apresentar características atípicas, os
percentuais de atendimento com sistema público e com sistemas individuais
podem variar, contanto que o índice final de 95% seja respeitado. Esta
adequação será efetivada ao longo dos anos do horizonte do planejamento,
dependendo, principalmente, das condições de expansão do município e da
dinâmica populacional.
b. Efetiva ligação das moradias à rede coletora;
c. Identificação, cadastro e regularização das ligações de esgoto que lançam nos
fundos de vale ou na galeria de águas pluviais;
d. Identificação, cadastro e regularização das ligações de esgoto que lançam na
rede de águas pluviais;
e. Delimitação das bacias de drenagem;
f. Implantação de poços de visita para monitoramento de ligações clandestinas
de águas pluviais na rede de esgoto;
g. Medição das vazões de infiltração;
h. Padronização das ligações domiciliares; e
i. Controle operacional das estações elevatórias de esgoto.
A meta da ampliação deve:
a. Garantir condições de ligação das moradias à rede coletora de esgoto e;
b. Quando não for viável a ligação a Concessionária deve fornecer assistência
técnica para a construção e operação de sistemas individuais ou condominiais
compostos de fossa séptica, filtro e sumidouro;
c. Promover a conservação dos recursos hídricos, por meio da eliminação de
todo e qualquer extravasamento de esgoto bruto, seja da rede coletora, seja
das elevatórias; e
d. Indicar procedimentos para a avaliação sistemática da efetividade, eficiência e
eficácia dos serviços prestados, que incluam indicadores para aferir o
cumprimento das metas.

246
4.2.5.1. Metas Gerais

 Ampliar o atendimento com rede coletora de esgoto - IARCE


Este atendimento deverá ser avaliado pela seguinte expressão.

° í
ç á ú
. 100
° í
ç á ú

A meta é ampliar o índice de cobertura dos atuais 73% para 95% da área urbana de
Piraquara, no horizonte do ano 2035, com metas intermediárias.
Observações:
 Considera-se atendido todo domicílio residencial que possui condições de
conexão à rede coletora, mesmo não estando efetivamente conectado à rede
por qualquer razão;
 Serão excluídos das metas de IARCE, os imóveis ocupados enquadrados nas
seguintes situações:
o Situados fora do zoneamento urbano, mesmo quando atendidas com
abastecimento de agua pela rede publica da concessionaria;

o Impedimentos de ordem legal ou técnica para implantação de redes


coletoras de esgoto em fundos de vale e servidões de passagem; e,

o Áreas mesmo urbanas com baixo adensamento populacional.

Ações gerais de responsabilidade da Concessionária:


1. Elaborar projetos de engenharia que viabilizem a ampliação do atendimento;
2. Buscar recursos para a realização das obras de ampliação do SES;
3. Planejar e executar as obras de ampliação; e,
4. Manter programas visando atender o crescimento vegetativo e potencializar a
adesão dos serviços pela população.
Ações gerais de responsabilidade do município:
1. Viabilizar sob o aspecto legal as necessidades de desapropriação ou faixa de
servidão em áreas públicas ou particulares para implantação da infraestrutura
de saneamento;
2. Manter um programa de fiscalização das ligações prediais de esgoto;
3. Conceder anuência quando necessário, para viabilizar a implantação de
infraestrutura de saneamento, seja para obtenção de outorgas, licenciamentos
e recursos financiados pela concessionária; e,
4. Proceder anotação no cadastro imobiliário (guia amarela) a previsão de
passagem de futuras tubulações no interior do imóvel.

247
 Ampliar o índice de coleta de esgotamento sanitário - ICES
Este índice deverá ser calculado pela seguinte expressão.

° í
ç á ú
. 100
° í
ç á ú

A meta é ampliar o índice de cobertura dos atuais 73% para 95% da área urbana de
Piraquara, no horizonte do ano 2035 com metas intermediarias.
Observações:
 São considerados conectados os imóveis cujos esgotos sanitários estiverem
interligados a rede publica;
 O alcance das metas propostas para este indicador depende da atuação
conjunta da prestadora de serviços e do município, cabendo a este último
exclusivamente a autuação junta aos munícipes que se encontrarem em
situação irregular apontada em vistoria técnica ambiental; e
 Serão excluídos das metas do ICES, os imóveis que possuírem soleiras em
cota inferior à rede pública enquanto seus proprietários não implantarem
sistemas internos de bombeamento para a rede pública.
Ações gerais de responsabilidade da Concessionária:
1. Manter um programa contínuo de identificação de imóveis com disponibilidade
de rede coletora de esgotos e ainda não conectados;
2. Repassar periodicamente para o município o endereço dos imóveis que
possuem disponibilidade e condição técnica para interligação e que não
estejam conectados à rede pública de coleta de esgoto; e
3. Realizar estudos técnicos e econômicos para atendimento de eventuais
regiões que dispõem do SES, porém sem condições técnicas de atendimento.
Ações gerais de responsabilidade do município:
4. Manter um programa de fiscalização continua dos imóveis não conectados;
5. Adotar mecanismos punitivos eficazes para os imóveis que possuírem
disponibilidade de esgoto e condição técnica e não efetuarem a conexão à
rede pública; e
6. Repassar periodicamente para a concessionária a relação dos imóveis que
efetivaram a sua conexão na rede pública coletora de esgoto.
 Ampliar o índice de regularidade das ligações prediais de esgoto sanitário
- IRLE
Este índice deverá ser calculado pela seguinte expressão.


çõ çõ
. 100
çõ

248
A meta é compatibilizar o IRLE com o índice de cobertura de 95% da área urbana de
Piraquara, no horizonte do ano 2035 com metas intermediárias.
Observações:
 Considera-se regular a situação dos imóveis cujas ligações prediais possuam
todas as suas instalações sanitárias conectadas na rede pública, que possuam
caixas de gordura com dimensões adequadas e que não haja lançamento de
água pluvial do imóvel na rede coletora de esgoto; e,
 O alcance das metas propostas para este indicador depende da operação
conjunta da concessionária e do município, cabendo a este último a notificação
/ autuação junto aos munícipes que se encontrarem em situação irregular
apontada em vistoria técnica ambiental.
Ações gerais de responsabilidade da Concessionária:
 Manter um programa contínuo de realização de vistorias nas novas ligações
prediais de esgoto para fins de emissão de Certificado de Vistoria e Conclusão de
Obras (CVCO) / Habite-se;
 Manter um programa contínuo de realização de vistorias nas novas ligações
prediais de esgoto, com ciclo variável conforme categoria de uso, sendo:
1. Edifícios residenciais e comerciais de uso coletivo: 20 anos;
2. Residências unifamiliares: 10 anos;
3. Restaurantes, bares e lanchonetes: 5 anos;
4. Escolas, clínicas, hospitais e afins: 5 anos; e,
5. Repassar periodicamente para o município a relação dos imóveis que estão
conectados irregularmente à rede pública coletora de esgoto e / ou drenagem
urbana.
Ações gerais de responsabilidade do município:
 Manter um programa de fiscalização continua nos imóveis irregulares;
 Utilizar de mecanismos punitivos eficazes para os imóveis que persistirem com
a irregularidade; e
 Repassar periodicamente para a concessionária a relação dos imóveis que
efetivarem corretamente a sua conexão na rede pública coletora de esgoto.
 Ampliar o índice de tratamento de esgoto - ITE
Este índice deverá ser calculado pela seguinte expressão.


°
. 100
°

Onde:
N° de economias totais tratadas de esgoto = total de economias conectadas a rede de
esgotamento sanitário. Obtido pelo relatório do SGC / SANEPAR.
N° de economias totais de esgoto coletadas e tratadas = é o número de economias
totais conectadas as redes coletoras providas de estações de tratamento de esgoto.
249
Este índice já há algum tempo mantém-se próximo dos 100%.
Observações:
 Este indicador tem caráter quantitativo.
Ações gerais de responsabilidade da Concessionária:
1. Realizar um diagnóstico sistemático das redes coletoras de esgoto para
identificação de eventuais lançamentos de esgoto in natura; e
2. Criar e manter um programa de revitalização das redes coletoras de esgoto do
município.
Ações gerais de responsabilidade do município:
1. Viabilizar com os órgãos internos do município as autorizações para eventuais
obras de eliminação dos lançamentos in natura; e
2. Desenvolver um programa de conscientização das empresas contratadas de
manutenção e ampliação do sistema de drenagem urbana quanto ao
funcionamento do SES e a importância de não seccionar a rede coletora de
esgoto.

4.2.5.2. Metas Pleiteadas Pelo Legislativo Municipal

 Assentamento de 60.000 m de rede coletora nos primeiros 3 anos do novo


Contrato de Concessão;
 Isenção de pagamento de taxa para extensões de rede coletora de esgoto;
 Estudo de viabilidade técnica para a doação ao município de Piraquara da área
de propriedade da SANEPAR, no bairro Santa Mônica, com a finalidade de
construção de parque, área de lazer ou assemelhado; e,
 Estudo de viabilidade técnica para a construção de ponte sobre o canal
extravasor, na Rua Fritz Haase e Rua Olivia Palhares da Silva, fazendo a
ligação dos bairros.

4.2.5.3. Metas Específicas

 Qualidade
Manter o atendimento nos padrões estabelecidos na Portaria MS N°. 2.914, de 12 de
dezembro de 2011, ou subsequente, e demais legislações pertinentes.
 Continuidade
Manter o sistema de coleta e afastamento isento de interrupções e outras
paralizações.
 Uso correto da rede coletora e ligações prediais
Implantar, em conjunto com a sociedade civil, Programa de Conscientização do uso
racional da rede coletora.

250
 Conservação dos Mananciais
No âmbito do sistema de esgoto, foram propostos programas que servirão como base
primordial para a implantação, operação e melhorias no sistema, servindo também
como ferramenta para atingir as metas propostas.

4.3. OBJETIVOS E METAS DO PMSB - PIRAQUARA SÍNTESE DAS


PROPOSIÇÕES A SEREM FEITAS PELA CONCESSIONÁRIA

Objetivo: Universalização do acesso da população urbana ao sistema de


abastecimento de água público, de forma adequada à saúde pública e à proteção do
meio ambiente.
Metas: Alcançar e manter o atendimento de 100% da população urbana do município
com água tratada. Quanto à qualidade, manter o atendimento à portaria 2914/2011 do
Ministério da Saúde e às Resoluções CONAMA 357/2005 e CONAMA 430/2011;
sendo que os resultados continuarão a ser impressos nas faturas das contas de água
entregues à população.
Continuidade: Manter o fornecimento de água de maneira contínua à população,
restringindo os casos de intermitência no abastecimento apenas às situações de
necessária manutenção corretiva ou preventiva do sistema, que serão informadas à
população pela mídia local.
Uso racional da água: Implantar, em conjunto com a sociedade civil, Programa de
Educação Socioambiental visando incentivar o uso racional da água, implementando
ações de Programa de Educação Socioambiental com base na metodologia adotada
pela SANEPAR em parceria com a Prefeitura local e a sociedade civil.
Conservação dos Mananciais: Implantar e manter de forma permanente e integrada
com os Comitês de Bacia Hidrográfica, órgãos governamentais municipais e estaduais
e sociedade civil, Programa de Conservação dos Mananciais de Abastecimento atuais
e futuros. A partir da realização do estudo dos aspectos e necessidades qualitativas e
quantitativas das bacias de mananciais atuais e de potencial futuro, será
implementado Programa de Conservação de Mananciais, visando a garantia da
qualidade e disponibilidade de água para a população atual e futura de Curitiba. O
referido programa será concebido, implementado e gerenciado de forma integrada
com os Comitês de Bacia, organismos municipais e estaduais e a sociedade civil.

4.3.1. Metas Específicas

Diante do apresentado nos itens anteriores, o Plano Municipal de Saneamento para o


planejamento, implantação de serviços e das ações no município de Piraquara, propõe
algumas metas, visando o início de todas as propostas a partir de janeiro de 2016 e
buscando o atendimento em duas etapas; 1ª etapa até 2025 e 2ª etapa até 2035.
Projeção da demanda anual de agua para toda a rede de distribuição de Água de
Piraquara, com projeção, no mínimo, para os próximos 50 anos;
Criação de uma Comissão ou Agência Reguladora ou Unidade Técnica de:
1. Saneamento Ambiental Participativa, por instrumento legal, para atuar nos
próximos 4 anos para acompanhar, complementar, monitorar, revisar,
melhorar, atualizar, o PMS antes da 1ª revisão - dezembro de 2020, conforme
Lei Federal N° 11.445 /2007; e
251
2. Previsão dos eventos de emergência e contingência para os serviços de
Abastecimento de Água. Apresentação para aprovação junto a PMP do Plano
ou Programa de Sistemas de Alerta, emergência e Contingências; e
Cadastramento dos poços artesianos existentes no município de Piraquara.

4.4. PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE


ÁGUAS PLUVIAIS

4.4.1. Contextualização Do Problema De Drenagem Urbana

Os problemas do município nessa vertente do saneamento básico estão relacionados


principalmente a deficiências no sistema de microdrenagem e índice de
impermeabilização elevado, associado à baixa incidência de dispositivos que realizam
controle das águas pluviais na fonte. Essas deficiências do sistema de drenagem
provocaram, no decorrer das últimas décadas, inúmeros prejuízos financeiros ao
munícipio de Piraquara, com a ocorrência de diversos alagamentos e inundações,
entre outros problemas.
Com o intuito de promover a melhora significativa dos serviços de drenagem urbana
para Piraquara, é preciso trabalhar para atingir níveis máximos de excelência nos
serviços, assim, foram estabelecidos objetivos que almejam o alcance de um cenário
ideal para o serviço.
O planejamento da ocupação do espaço urbano no município, através do Plano Diretor
Urbano, não tem considerado a Legislação do uso e ocupação do solo nos aspectos
de drenagem urbana e qualidade da água, que trazem grandes transtornos e custos
para a sociedade e para o ambiente.
Em virtude do município de Piraquara apresentar deficiências no sistema de drenagem
urbana, com problemas de subdimensionamento da rede, falta de dispositivos de
drenagem, e irregularidade em sua manutenção, um dos objetivos primordiais a ser
alcançado é a realização de projetos e a execução de obras estruturais para o
sistema, além de medidas que instituam a sua manutenção preventiva.
Para a concretização do objetivo supracitado, o município carece de dados
atualizados, essenciais ao exato dimensionamento de todo o sistema.
Considerando que, atualmente, Piraquara apresenta déficit de equipamentos que
possibilitam a obtenção de dados climáticos e fluviométricos, a aquisição desses
instrumentos e a atualização periódica de estudos relacionados ao tema, tornam-se
objetivos a serem atingidos. A busca da padronização dos parâmetros utilizados para
dimensionamento dos projetos de drenagem urbana.
Com estes parâmetros definidos, os equívocos de dimensionamento de projetos
tornam-se menores, gerando maior confiabilidade do sistema.
Uma das ferramentas de gestão que possibilitam o melhor gerenciamento do sistema
de drenagem urbana de um município, resultando em maior eficiência do serviço, é o
cadastramento digital de todo o sistema em ambiente computacional.
Atualmente, Piraquara carece de tal serviço, a confecção de um cadastro em base
georreferenciada possibilitará que se realizem análises dos dispositivos de drenagem,
visando à manutenção preventiva, substituição de dispositivos, identificação dos
pontos de alagamento, entre outras ações rotineiras, fornecendo assim dados

252
georreferenciados que indicarão onde devem ser realizadas ações para a minimização
dos problemas.
A falta de um cadastro confiável que caracterize todo o sistema de drenagem, desde
os canais e cursos d’água no perímetro urbano do município, causa inúmeros
equívocos na identificação de todos os elementos e dispositivos da drenagem, além
de sua presença como corpo hídrico sujeito a normas ambientais municipais,
estaduais e federais quanto ao seu uso. Em contrapartida, grande parte da cidade
atualmente possui em sua rede de drenagem junto aos seus limites, intervenções nos
cursos naturais de água. Essas redes originam canais artificiais e elementos que
atualmente fazem parte do sistema de drenagem, realizando uma função projetada
para atender a uma demanda não planejada.
O diagnóstico realizado permitiu a realização de considerações a respeito das
condições atuais e tendenciais da drenagem urbana. Levando-se em conta que a
magnitude do escoamento é bastante dependente do uso do solo, expresso pela taxa
de impermeabilização, pode-se antever a vulnerabilidade do sistema de drenagem
frente a este processo de ocupação que, dentre inúmeros problemas, gera condições
favoráveis a alagamentos e inundações.
Assim, com o crescimento da cidade, é substancial o aumento da taxa de
impermeabilização e área de cobertura com condutos, que geram problemas
ambientais integrados tanto em quantidade como em qualidade. Somado a isto há
ainda toda a desconexão e inoperância com relação à aplicação das políticas públicas
adequadas para a solução das alterações desta nova configuração.
A urbanização e o aumento das áreas cobertas têm causado problemas de
interrupções e entupimentos, em consequência da quantidade de resíduos sólidos
dispostos nas bocas-de-lobo e das limitações do sistema de drenagem, intensificando
as cheias e alagamentos.
As enchentes e alagamentos são agravados pela ocupação indevida de determinadas
regiões do município, incluindo-se também a elevação do grau de assoreamento que
leva a um compartilhamento de responsabilidades do setor público e dos munícipes.
Desta forma, ao longo da elaboração do PMSB serão avaliadas medidas estruturais e
não estruturais, sejam elas urgentes ou de longo prazo, com intuito de melhorar a
condição atual do sistema de drenagem.
Em suma, o desenvolvimento urbano altera o uso e ocupação do solo (cobertura
vegetal), provocando vários efeitos que modificam os componentes do ciclo
hidrológico natural. Com a urbanização, a cobertura da bacia é alterada para
pavimentos impermeáveis e condutos para escoamento pluvial são introduzidos,
gerando diversas alterações, como a redução de infiltração, redução do tempo de
concentração, reduções do escoamento subterrâneo e redução da evapotranspiração.
O presente relatório refere-se à elaboração do Prognóstico que tem como objetivo a
avaliação das alternativas de gestão do serviço, as demandas, os cenários
alternativos, a compatibilidade entre as carências identificadas e as ações propostas e
mecanismos complementares.

4.4.2. Diretrizes Para o Controle de Escoamento

O histórico do planejamento urbano brasileiro, tomando como enfoque a gestão das


águas pluviais, é baseado em obras estruturais emergenciais, as quais procuram
253
drenar as águas das áreas mais densamente povoadas para um coletor principal ou
um corpo hídrico urbano. Atualmente, já são conhecidos, na literatura que aborda essa
temática, os malefícios que tais medidas acarretam, transferindo para jusante os
problemas causados pelo aumento do escoamento superficial, provocando inundações
nos troncos principais na macrodrenagem (PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO
ALEGRE, 2005).
As diretrizes para o controle da drenagem urbana foram realizadas pelos projetos do
Programa de Saneamento Ambiental da Região Metropolitana de Curitiba (PROSAN)
e culminaram com o Plano Diretor de Drenagem Para a Bacia do Rio Iguaçu na
Região Metropolitana de Curitiba (GOVERNO DO PARANÁ, 2002), o qual estabeleceu
um programa a ser oferecido aos gestores da administração de drenagem dos
municípios da Bacia do Iguaçu.
Este Plano apresentou um elenco de políticas e ações para redução das vazões de
águas pluviais e dos impactos das enchentes na Região Metropolitana de Curitiba
(RMC), traçando os princípios essenciais para o desenvolvimento de um programa
consistente de drenagem urbana, que são o Plano Diretor Urbano as Legislações
Municipais e Estaduais e o Manual de Drenagem, onde o primeiro estabelece as linhas
principais, as legislações controlam e o Manual orienta. Estas sugestões deverão ser
adaptadas e detalhadas às condições, especificidades e realidades do município de
Piraquara.

4.4.2.1. Legislação de Uso e do Solo Para Controle da Drenagem


Urbana

Visando a implantação de uma legislação específica que promova o controle da


drenagem urbana em harmonia com o desenvolvimento urbano, foi desenvolvida uma
minuta de Lei sugerida aos municípios pela Superintendência de Desenvolvimento em
Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (SUDERHSA), atual Instituto das Águas
do Paraná (AGUASPARANÁ), sendo que seus artigos mais importantes que são os
descritos a seguir.
“Artigo 1º - considera-se que:
- Deve ser responsabilidade de cada empreendedor urbano a
manutenção das condições prévias de inundação nos arroios
da cidade, evitando transferir para o restante da população o
ônus da adequada compatibilização da drenagem urbana;
- A preservação da capacidade de infiltração das bacias
urbanas é prioridade para conservação ambiental dos arroios e
rios que compõem a macrodrenagem, além dos rios receptores
do escoamento da cidade;
- A nova filosofia do Poder Publico Estadual e Municipal, no
que diz respeito ao controle de cheias e alagamentos baseia-se
no controle na fonte do escoamento pluvial através do uso de
dispositivos que amorteçam o escoamento das áreas
impermeabilizadas e/ou recuperem a capacidade de infiltração
através de dispositivos permeáveis ou pela drenagem em áreas
de infiltração;

254
Artigo 2º - Para efeito de aplicação do presente Decreto, são adotados
os princípios ,conceitos, parâmetros e diretrizes estabelecidos no Plano
Diretor de drenagem para a Bacia do Rio Iguaçu na Região
Metropolitana de Curitiba e nos seu respectivo Manual de Drenagem.
Artigo 3º - A vazão específica gerada por qualquer novo
empreendimento imobiliário aprovado pelo poder público municipal,
não poderá aumentar a vazão máxima de saída em relação à essa
mesma vazão nas condições atuais (condições de pré-
desenvolvimento) da área, nem transferir vazões de cheias para
jusante do empreendimento.
Artigo 4º - As bacias de retenção deverão obedecer aos requisitos
essenciais:
a) Apresentar volume adequado, compatível com a área
contribuinte de montante e dimensionadas em
conformidade com os elementos de hidráulica obtidos
nas fórmulas clássicas já utilizadas para esse fim, ou com
os novos conceitos que possam surgir de técnicas mais
aprimoradas.
b) O retardamento, bem como o volume armazenado, deve
ser aprovado pelo Poder Público, através do órgão
competente.
Artigo 5º - As cisternas de acumulação deverão ser dimensionadas
para cada caso podendo ser instaladas nas próprias áreas dos imóveis,
ou interligadas de forma a acumular as vazões em áreas adjacentes,
dependendo do interesse e da viabilidade econômica.
Artigo 6º- As vias de circulação públicas ou privadas, executadas com
pavimento permeável, estarão minimizando o acréscimo de vazão e,
portanto, diminuindo o volume do reservatório de retenção.
Artigo 7º - Os empreendimentos já aprovados e/ou construídos, cujo
empreendedor proprietário adotar as medidas previstas, receberá
incentivos fiscais. (cabe a Prefeitura Municipal verificar a viabilidade de
aplicação deste instrumento, bem como, definir prazo e percentual de
desconto na contribuição de melhoria relativa a drenagem urbana, ou
no IPTU).
Artigo 8º - A utilização de dispositivos para o controle do escoamento
de águas pluviais deverá obedecer ao Manual de Drenagem da RMC.
Artigo 9º - Para efeito de pré-dimensionamento, poderão ser utilizadas
as tabelas padrões indicando o tempo de retorno conforme a área de
contribuição e volume de reservatórios, conforme áreas dos lotes e
coeficientes de permeabilidade.
Artigo 10º - Nas zonas identificadas com o tipo de solo pouco
permeável, deverão ser construídas medidas de controle do tipo
armazenamento.

255
Artigo 11º - Nas zonas identificadas com o tipo de solo de alta e muito
altas capacidade de infiltração deverá ser construída medidas do tipo
infiltração e percolação.

Artigo 12º - Nenhum conduto, que conduza efluentes com grande


poluição ou alta carga de sedimentos, poderá se conectar com as
medidas de controle implantadas.
Artigo 13º - Nas zonas com alta e muito alta capacidade de infiltração,
os bosques e florestas são considerados de utilidade às terras que
revestem e bens de interesse comum, ficando seu uso permitido
através de técnicas de manejo que garantam o seu perpetuidade, a
critério da autoridade ambiental, após estudo e avaliação do impacto
ambiental provocado pelo processo.
Artigo 14º - Deverão ser mantidas faixas de preservação permanente
nos cursos de água de acordo com o Código Florestal.
Artigo 15º - O espaço para a drenagem urbana é faixa não edificável.
Artigo 16º - Na zona para a passagem das enchentes não será
permitida a construção de aterros.
Artigo 17º - O parcelamento do solo em terrenos alagadiços e sujeitos a
inundação não é permitido, salvo se tomadas as providências para
assegurar o escoamento das águas e proteção contra as cheias e
inundações de montante, de jusante e do próprio terreno.

Artigo 18º - Novos parcelamentos do solo urbano deverão preservar a


faixa marginal dos rios e córregos enquanto área de risco de enchente.
Artigo 19º - Uma gleba sujeita a inundação poderá ser parcelada caso
o empreendedor implante, às suas expensas, medida de controle a
montante, tornando a área não inundável, além das outras medidas
necessárias ao controle de vazão do empreendimento.

Artigo 20º - Objetivando a proteção e preservação do patrimônio


ambiental no Município, a instituição de unidades de conservação, a
manutenção das faixas de preservação permanente, o uso adequado
das faixas de drenagem, a implantação de medidas de controle de
enchentes e a criação de espaços de uso público de lazer, poderá ser
autorizado pelo órgão competente a transferência do potencial
construtivo permitido no imóvel que deva atender a essas funções, aos
que doarem ao Município o referido imóvel.
Artigo 21º - Fica determinada como ZONA DE RESTRIÇÃO A
URBANIZAÇÃO, aquela definida pela predominância de solos
hidromórficos e aluviais.”
A relação completa dos dez volumes do Plano Diretor de Drenagem para a Bacia do
Rio Iguaçu na Região Metropolitana de Curitiba (GOVERNO DO PARANÁ, 2002)
estão no site do Instituto das Águas do Paraná, sendo que a redação completa com os
parágrafos e adendos da Minuta de Lei que contem a legislação sobre drenagem
urbana é apresentada no Volume 2 - Políticas e Ações Não Estruturais, no Anexo A.4.

256
4.4.2.2. Manual de Drenagem

O Manual de Drenagem apresentado no âmbito Plano Diretor de Drenagem Para a


Bacia do Rio Iguaçu na Região Metropolitana de Curitiba (GOVERNO DO PARANÁ,
2002) busca orientar os profissionais que planejam e desenvolvem estudos e projetos
relacionados à drenagem urbana e a ocupação de áreas ribeirinhas ao longo dos
fundos de vale da bacia do Alto Iguaçu.
Como princípios básicos mais importantes destacam-se:
 Retenção das vazões de cheias nas bacias geradoras de forma a evitar a
simples transferência de enchentes para regiões de jusante, através de
instalações e dispositivos apropriados;
 Ênfase no planejamento urbano com o objetivo de articular o desenvolvimento
das áreas urbanas com o planejamento do controle das enchentes;
 Ênfase na aplicação de medidas “não estruturais” abrangendo mecanismos
como legislação de uso da ocupação do solo, normas, manuais técnicos,
programas de proteção da população em situações de emergência, etc.

4.4.2.3. Estabelecimento das Áreas Verdes em Harmonia Com o Urbano

Constata-se em todo o país a prática irregular da ocupação em margens de corpos


d’água urbanos (MELLO, 2011). As principais ações antrópicas, características do
desenvolvimento urbano que impactam os sistemas fluviais, como por exemplo: a
supressão das matas ciliares; as canalizações dos corpos hídricos; as alterações
morfológicas no leito dos cursos d’águas, nos banhados e várzeas pela pressão dos
sistemas de ocupação urbana; o crescente lançamento dos deflúvios nos canais
fluviais, pela continua impermeabilização do uso e solo que alteram substancialmente
a dinâmica do curso d’água, provocando desequilíbrios diversos, como a intensificação
de processos erosivos, inundação das áreas adjacentes, assoreamento do leito, morte
de nascentes. Além disso, o ambiente de esportes, turismo e lazer proporcionado
pelas orlas ribeirinhas desapareceu do cenário de nossas cidades ocorrendo em geral
a desvalorização das áreas lindeiras.
Dentre os vários fatores que contribuem para o desrespeito às regras relativas às
Áreas de Preservação Permanente, há que se destacar a inadequação da legislação
ambiental ao contexto urbano. As regras estabelecidas na Legislação, na maioria das
vezes não carregam as condições para sua aplicação nas cidades e frequentemente
acaba por ter efeito inverso à proteção.
Segundo Mello (2011), os corpos d’água são capazes de afetar o estado emocional
das pessoas, provocando sensações diferenciadas em função de suas peculiaridades.
A qualificação da paisagem urbana, para a promoção do convívio social e a relação
amigável da população com o corpo d’água, caracteriza o conceito de urbanidade. Os
espaços das margens com atributos de urbanidade promovem a valorização do corpo
d’água pela população, desta forma as relações entre as cidades e corpos d’água se
tornam um fator estratégico para sua proteção.
O planejamento dos espaços em margens de corpos d’água apresenta-se como um
dos grandes desafios da pauta de gestão ambiental urbana contemporânea. A
abordagem do tema implica o enfrentamento das relações dicotômicas afetas aos
espaços ribeirinhos localizados em áreas urbanas. Por um lado, a proximidade da
água orienta a estruturação da cidade ao longo da história e os espaços em beira
257
d’água sempre desempenharam múltiplas funções urbanas. Por outro, as zonas
ripárias – que constituem os ecossistemas próprios das áreas marginais aos corpos
d’água – são as áreas mais dinâmicas da bacia hidrográfica, em termos
hidrogeológicos e ecológicos (LIMA, 1996). Em nível de microbacia, a zona ripária,
caracteriza-se como habitat de extrema dinâmica, diversidade e complexidade. Em
sua integridade, constitui o ecossistema ripário, o qual desempenha um dos mais
importantes serviços ambientais, que é a manutenção dos recursos hídricos (LIMA,
2003).
O conceito de Área de Preservação Permanente (APP) embute o princípio de
intangibilidade: a vedação não apenas à retirada de vegetação, mas a qualquer forma
de uso e ocupação. Este dispositivo legal, voltado para a preservação das funções
ambientais dos espaços em beira d’água, não incorpora também as múltiplas funções
urbanas e o efeito de atração que estes espaços exercem sobre as pessoas. Segundo
Mello (2011), constata-se em todo o país a prática irregular da ocupação em margens
de corpos d’água urbanos. Dentre os vários fatores que contribuem para o desrespeito
às regras relativas às APPs, há que se destacar a inadequação da legislação
ambiental ao contexto urbano. O idealismo das regras na maioria das vezes não
carrega as condições para sua aplicação nas cidades e frequentemente acaba por ter
efeito inverso à proteção.
O quadro paradoxal relativo à gestão das margens de corpos d’água urbanos subjaz
dois paradigmas unidimensionais antagônicos: por um lado, a visão estritamente
ambientalista, de que a gestão dos corpos d’água deve se basear apenas nos
aspectos ambientais, à revelia das peculiaridades do meio urbano; por outro, a visão
estritamente urbanística, que se apresenta como imposição da ação do homem, à
revelia das condicionantes da natureza. A adequada abordagem do tema passa pela
reversão desse antagonismo e pela consideração das funções ambientais e urbanas
dos espaços urbanos em beira d’água.
No que concerne aos aspectos afetivos, os corpos d’água são capazes de afetar o
estado emocional das pessoas, provocando sensações diferenciadas em função de
suas peculiaridades (MELLO, 2011). A abordagem dos espaços urbanos em orlas
aquáticas identificam-se duas vertentes básicas de relações entre as cidades e corpos
d’água. Na primeira, o corpo d’água é valorizado e incorporado à paisagem urbana. Na
segunda, o corpo d’água é desconsiderado, tratado como subproduto urbano. Na
vertente de desvalorização dos corpos d’água, as edificações e lotes lindeiros ficam de
costas para a água, as margens viram espaços degradados, depósitos de lixo, são
invadidas por edificações; frequentemente os cursos d’água de menor porte são
recobertos, tornando-se dutos de esgoto. Se olharmos, de maneira global, a história
dos assentamentos humanos, é possível identificar um longo ciclo, moldado pelo vetor
de progressiva desvalorização dos espaços às margens de corpos d’água urbanos.
Segundo Mello (2011), a ausência de critérios ambientalmente sustentáveis de uso e
ocupação das zonas ripárias acarreta sérios impactos ao meio ambiente: altera
substancialmente a dinâmica do curso d’água, provocando desequilíbrios diversos,
como a intensificação de processos erosivos, inundação das áreas adjacentes,
assoreamento do leito, morte de nascentes. A grande diferença diz respeito ao
desempenho de urbanidade da configuração espacial. Na primeira vertente, as
intervenções contribuem para a qualificação da paisagem urbana, para a promoção do
convívio social e a relação amigável da população com o corpo d’água, o que
caracteriza o conceito de urbanidade. A hipótese de que configurações dos espaços
258
das margens com atributos de urbanidade promovem a valorização do corpo d’água
pela população, são um fator estratégico para sua proteção.
Em relação às características hidrológicas e morfológicas dos rios, grandes estragos
ocorreram por meio de intervenções da engenharia (GORSKI, 2011). Hoje,
intervenções tais como canalização ou tamponamento de cursos d’água são alvos de
críticas contundentes, pois ocasionam danos radicais aos ecossistemas, ao
comportamento hidrológico do sistema fluvial e à paisagem urbana, além de não
solucionarem a sua principal meta – conter inundações.
Os prejuízos aos sistemas fluviais são a degradação da qualidade da água e
alterações nas condições hidrológicas do rio, que afetam seu leito, capacidade de
drenagem e fluxo. Também é possível identificar de maneira tendencial que a
urbanização e o aumento das áreas cobertas por condutos hídricos causam problemas
de interrupções e entupimentos em consequência da crescente quantidade de
resíduos sólidos ou pela própria complexidade estrutural do sistema de drenagem.
Esse quadro tem implicações em aumento das inundações, em escassez do volume
de água e deterioração qualidade enquanto recurso hídrico para ao abastecimento
urbano. A fauna e flora nas áreas de entorno dos córregos são profundamente
afetadas, tendendo a se extinguir.
O ambiente de esportes, turismo e lazer proporcionado pelas orlas ribeirinhas
desapareceu do cenário de nossas cidades ocorrendo em geral à desvalorização das
áreas lindeiras. As situações de ruptura nas relações entre a cidade e os corpos
d’água e suas alterações com o desequilíbrio entre o desenvolvimento
socioeconômico passa a se acentuar, pela situação de desigualdade social o déficit
habitacional que propiciam a ocupação irregular das APPs, dos córregos e rios. A
precariedade do saneamento básico, a ausência de planos diretores de drenagem
urbana e a falta de integração entre as diversas esferas e setores de gestão agravam
o quadro de deterioração da rede hidrográfica brasileira (GORSKI, 2011).
O controle de inundação é um dos principais elementos motivadores da elaboração
dos planos para recuperação de rios urbanos (GORSKI, 2011). Em todos os casos
estudados, empregam planos de drenagem que adotam predominantemente medidas
não estruturais e estruturais não convencionais, tais como: alargamento das várzeas;
proteção ou criação de alagados ou banhados; retenção das águas pluviais nas
escalas do lote ou bairro, do sistema viário e na expansão das áreas de várzea;
aumento de áreas verdes livres e de recreação; racionalização de áreas pavimentadas
e aumento da permeabilidade do solo urbano por meio de lagoas ou bacias de
detenção, retenção ou jardins de chuva; introdução de biovaletas e reduções medidas
fundamentais para garantir a eficiência da drenagem ficam evidentes: desconcentrar
os deflúvios por meio da alocação de espaços livres vegetados na macro e micro
escalas e adotar propostas de infiltração. Outro aspecto dos planos de recuperação
dos rios é que adotam, com frequência, soluções de drenagem associadas ao
tratamento paisagístico, como os jardins de chuva, bacias de detenção vegetadas e
banhados construídos, estacionamentos com pisos drenantes e arborização, entre
outras, proporcionando ao ambiente urbano múltiplas funções de infraestrutura, áreas
de amenização do ambiente e recreação.
As áreas ainda não ocupadas, ou parcialmente ocupadas no município de Piraquara,
que têm a possibilidade de estabelecer planos de recuperação de rios com harmonia
do desenvolvimento urbano junto a áreas ambientais, estão localizadas a montante
259
dos afluentes do rio Iraizinho e se revestem em um potencial estratégico de proteção,
melhoria da qualidade das águas e prestam serviços de contenção das vazões.
As áreas que apresentam esse potencial como amortecedoras de vazões nos bairros
municipais, e que podem ser caracterizadas como áreas de Parques para o lazer
público, são as seguintes:
 Fazenda Paraíso, que lança suas águas no fundo de vale com alagamentos
diversos no bairro Vila Fuck. Construção de reservatórios de detenção e
retenção para as águas pluviais. Outro local para detenção está localizado no
mesmo bairro, na esquina da Rua Graciosa Jacomel esquina com Francisco
Ribeiro Junior;
 Área Sr. Ari Milla no bairro Santa Clara, localizada a montante da Rodovia João
Leopoldo Jacomel poderá servir como lançamento das águas da triplicação da
rodovia, com desvio das vazões pela Rua Cerro Azul no bairro Jardim Olinda,
além dos Bairros Santiago e Santa Clara, minimizando as vazões das
microdrenagens a partir da Rua Cristovam Colombo, os alagamentos e
enchentes na Padre Agostinho e, principalmente, a jusante da rua Nações
Unidas no Bairro Bela Vista;
 Área do Volteio, localizada entre as Ruas Nova Tirol e Osmario de Oliveira
Bastos, caracterizada pela presença de chácaras com menor densidade e
impermeabilizações, porém deverão ser objeto de verificação das suas taxas
de ocupação junto ao zoneamento estabelecido devido às pressões de
ocupação. Essa área deve ter suas vazões mantidas para não impactar com
sedimentos o lago do Parque das Águas. Também devem ser construídas e
ampliadas as áreas alagadas, banhados e várzeas, além de um reservatório de
detenção e retenção à montante e jusante da Rua Ângelo Jacomel. Com isso,
seriam minimizadas as enchentes nas imediações área do Terminal Rodoviário
na Rua Francisco Leal e Roque Vernalha;
 Área da Imobiliário Paraíso, com nascentes canalizadas desde a Construtora
Camargo após a Rua Eliseu Jose Hipólito, o afluente 2 do rio Iraizinho, percorre
em valeta aberta o terreno da Imobiliário Paraíso, que lança todas as vazões
na rua Araucária, que passam no meio das ruas, quadras e chegam na linha
férrea. Local com excelente oportunidade de realização de detenção e de
retenção para minimizar as vazões amortecendo também com infiltrações das
vazões, em uma porcentagem desse terreno, para não causar alagamentos e
picos de cheia a jusante no bairro Araçatuba.
 Área do Espolador, terreno localizado ao lado das lojas Pernambucanas na Av.
Getúlio Vargas que recebe contribuições das águas pluviais junto a corpos
hídricos, afluente 1 do rio Iraizinho, da drenagem das área de montante na Vila
Juliana. Local com potencial para realização de detenção e retenção das águas
com reservatórios, criando um ambiente de lazer, comércio de alimentos e área
central excelente para realização de eventos de comunicação. Esses
reservatórios minimizariam as vazões que se dirigem por canalizações pluviais
junto aos corpos hídricos, pelo meio de quadras em direção a linha férrea que
junto com as águas que vem da área da Imobiliária Paraíso, no afluente 2 do
rio Iraizinho, causam agravamento dos alagamentos no bairro Araçatuba.

260
 Área da Copel e terreno do lado oposto na esquina da Guilhermina Clipel Gaio
com a Avenida Getúlio Vargas e o terreno na Rua Eliseu Jose Hipólito, onde
passam as canalizações que levam as canalizações do bairro Guapira em
direção a via férrea são áreas em potencial para a realização de detenção das
vazões, para minimizar as contribuições hídricas acentuadas que vem de
montante desde a rua Cerro Azul e causam alagamentos na Av. Getúlio Vargas
e principalmente na rua Major Luciano com a rua Eliseu Jose Hipólito, no bairro
Guapira.
 Área entre a Rua Francisco Leal e a Rua Reinaldo Meira, área potencial para
realização de detenção de vazões para amortecer os impactos das águas que
causam alagamentos na Rua Izabel Correia Soares na Vila Izabel.
 Os terrenos ainda desocupados e localizados nos bairros com situação de risco
de alagamentos são na Vila Macedo na Rua Maceió, no talvegue que desce
desde a Rua Porto Alegre em frente ao comércio de roupas usadas. No terreno
pode-se realizar uma praça pública com reservatórios de detenção e retenção
para amortizar alagamentos, em residências entre essa quadra, e na própria
Rua Fortaleza.
 Na vila Santa Monica há possibilidade da realização de detenção de vazões
em vários locais junto ao valetão da Av. São Roque com a realização de um
Parque Linear, que poderia trazer harmonia para o desenvolvimento urbano
com a questão ambiental do bairro.
Em algumas das localidades listadas a população avançou em áreas de expansão de
cheias e são atingidas por alagamentos e enchentes, as informações precisas dessas
irregularidades deverão ser objeto de um Plano Diretor de Drenagem Urbana - PDDU,
entretanto, na atividade do diagnóstico algumas destas áreas já foram identificadas.
As áreas levantadas pela Mineropar (2013b) que são áreas com suscetibilidade a
inundações (predisposição), na bacia do Alto Iguaçu, bacia do rio Iraizinho, na Vila
Rosa Marumbi, atinge as proximidades da Policia Militar, uma parte mais a jusante da
Vila Rosa com as ruas Jose Leal Junior, Altevir Schuli de Aguiar e a Rua Jose Valenga
e parte do bairro Marumbi e a Vila Macedo onde uma parte da população já foi
realocada para o Loteamento Vista da Serra, entretanto, ainda existe uma parcela da
população nas áreas com risco de enchentes. O bairro Guarituba encontra-se na
mesma situação, assim como o bairro Jardim Tropical e as ocupações irregulares no
rio Itaqui, em virtude do risco relacionado às localidades, é fundamental o
mapeamento e divulgação das áreas com risco de inundação.
As áreas com alagamentos no centro da cidade são resultado da impermeabilização
do solo e subdimensionamento das galerias pluviais. Atualmente, as áreas com
terrenos desocupados no centro da cidade são escassas, portanto, há a necessidade
da realização de intervenções estruturais para atenuar os impactos das águas pluviais,
dentre as quais destacam-se a realização de trincheiras de infiltração, detenção nos
lotes, nos loteamentos e reservatórios subterrâneos abaixo de estacionamentos,
dentre outros.
As áreas desocupadas ainda precisam ser reservadas por seu potencial para a
prestação de serviços e compensação ambiental, para seu futuro uso e parcelamento
nessas localidades, com as novas regras estabelecidas na legislação do uso do solo
no município com integração a COMEC. Esses serviços ambientais com áreas sendo

261
protegidas, preservadas e conservadas são de benefício para a sociedade de
Piraquara e todo o abastecimento público da RMC. Por estarem desocupadas, mas
com zoneamentos previstos na legislação atual, mas sem a integração das novas
abordagens da drenagem urbana com atenuação dos alagamentos e cheias
municipais recomenda-se somente realizar parcelamentos, nesses locais a montante,
após a realização dessa renovação da legislação municipal.
As regulamentações tanto da área de passagem das enchentes como no
estabelecimento das áreas de recuperação e estabelecimento de parques públicos
com dispositivos de drenagem urbana devem ser estabelecidas na legislação
municipal. Os incentivos para a preservação das áreas particulares e trocas para
realização de serviços de utilidade publica como áreas de lazer e minimizadoras de
enchentes, devem não afetar os valores econômicos das áreas e buscar um mercado
de troca sem que recursos sejam utilizados pelo poder publico como, Prestação de
Serviços Ambientais, Termos de Ajustamento e Conduta (TAC) com compensações
ambientais, solo criado, entre outros.
Esta reapropriação dos espaços a beira d’água é carregada de significado, pela
relevância dos espaços na constituição da história de Piraquara. São os espaços
públicos, a exemplo do Parque das Águas, os locais em que se tem direito à cidade,
às diferentes vivências, em que as pessoas se encontram, usufruem do seu espaço,
debatem, têm lazer, praticam a vida em sociedade, enfim, são lócus preponderante da
cidadania. Para além da reapropriação, a requalificação destas áreas, dotando-as de
novos usos, mas mantendo os consolidados e respeitando a história, é que vai
realçando o nome da Cidade das Águas, como referência da cidade e garantindo aos
seus, a qualidade de vida que almejam.
Pelo crescimento da população e pela urbanização é a crescente utilização dos
recursos hídricos com reflexos e impactos na drenagem urbana como a disposição
indevida de resíduos sólidos e efluentes domésticos. Tais problemas possuem
soluções não estruturais que passam por ações de educação ambiental.

4.4.2.4. Educação Ambiental

A inserção sistemática e permanente de projetos de Educação Ambiental junto à


sociedade de Piraquara nas escolas e associações de bairros são essenciais para o
entendimento das questões de preservação, as funções ambientais das áreas com
cobertura verde, as APPs, os parques municipais, o uso e ocupação do solo, dentre
outros aspectos relacionados ao bem estar da sociedade e do município.
A meta de envolver a população é um dos focos do PMSB, sendo esse engajamento
encarado como fundamental para o desenvolvimento dos planos de recuperação,
implantação e monitoramento (GORSKI, 2011). As principais iniciativas para obtenção
dessa meta são:
 Promover o rio como elemento essencial para a cidade e para a sociedade;
 Promover o envolvimento da comunidade por meio do desenvolvimento de
projetos educacionais e recreacionais sintonizados com as funções naturais do
rio;
 Revitalizar as margens dos rios como espaço de celebração e eventos
especiais da agenda regional, como o Dia do rio, por exemplo;

262
 Inserir instalações ou elementos artísticos no ambiente ribeirinho;
 Inserir referências características do ecossistema, tanto nos projetos relativos
ao rio como de seu entorno;
 Acolher as reivindicações da comunidade incluindo moradores, comerciantes,
empresários e turistas;
 Assegurar a vitalidade do sistema de áreas verdes urbanas, tornando-o
atraente para a população;
 Promover a capacitação para a indústria do turismo e do ecoturismo criando
rotas terrestres e fluviais de apreciação da paisagem; entre outras.
 É fundamental a intensificação de ações de educação no município de
Piraquara, visto que ele é conhecido como a capital das águas. Desta forma, o
entendimento da população em relação às bacias hidrográficas, o ciclo
hidrológico, entre outros fatores, contribuiria para preservação dos ambientes
verdes e da água.
 Essas ações devem ser frequentemente executadas com a população,
conscientizando-as sobre a correta função dos canais de drenagem e,
sobretudo, da necessidade de preservação da qualidade da água.
 Além do Horto Municipal, que já tem um espaço para realização de eventos
ambientais, a realização de um Mirante Educacional, com local de encontro
com biblioteca ambiental na sua base, dentro do Parque das Aguas nas
proximidades do teatro municipal pode ser um local de comunicação e estudo
dos temas ambientais e ecológicos.
É fundamental a intensificação de ações de educação no município de Piraquara, visto
que ele é conhecido como a capital das águas. Desta forma, o entendimento da
população em relação às bacias hidrográficas, o ciclo hidrológico, entre outros fatores,
contribuiria para preservação dos ambientes verdes e da água.
Essas ações devem ser frequentemente executadas com a população,
conscientizando-as sobre a correta função dos canais de drenagem e, sobretudo, da
necessidade de preservação da qualidade da água.
Além do Horto Municipal, que já tem um espaço para realização de eventos
ambientais, a realização de um Mirante Educacional, com local de encontro com
biblioteca ambiental na sua base, dentro do Parque das Aguas nas proximidades do
teatro municipal pode ser um local de comunicação e estudo dos temas ambientais e
ecológicos.

4.4.3. Impactos e Controle da Drenagem Urbana

Os fatores hidrológicos diretamente afetados pela urbanização são o volume do


escoamento superficial direto, os parâmetros de tempo do escoamento superficial e a
vazão de pico das cheias. Esses efeitos hidrológicos são diretamente causados por
alterações da cobertura do solo (com a impermeabilização), modificações
hidrodinâmicas nos sistemas de drenagem e as ocupações de áreas de várzeas.
A urbanização de uma bacia altera a sua resposta às chuvas. Os efeitos mais
preponderantes são as reduções da infiltração e o tempo de trânsito das águas, que
resultam em picos de vazão muito maiores em relação às condições anteriores à
263
citada urbanização. São clássicos os exemplos que relacionam o crescimento das
vazões máximas de cheias com a área urbanizada da bacia e a área servida por obras
de drenagem. (Leopold, 1968 apud Tucci, 1995) mostra que os picos de cheia numa
bacia urbanizada podem ser 6 vezes superiores ao pico da mesma bacia em
condições naturais. Ou seja, haverá um acréscimo em torno de 6 vezes nos valores da
vazão antes da urbanização, o que resulta em maiores complexidades na rede de
drenagem, maiores diâmetros de escoamento e, portanto, maiores custos.
A tendência da urbanização acelerada de Piraquara tem provocado impactos
significativos na população e no meio ambiente. Esses impactos têm deteriorado a
qualidade de vida da população, através do aumento da frequência e o nível das
inundações, redução da qualidade de água e aumento de materiais sólidos na água.
O processo é desencadeado principalmente pela forma como a cidade se desenvolve
e pelos projetos de drenagem urbana e ocupação das áreas ribeirinhas. A tendência
atual dos projetos com filosofia do escoamento da água precipitada o mais rápido
possível para fora da área projetada. Este critério aumenta de algumas ordens de
magnitude as vazões máximas, a frequência e o nível de inundação de áreas a
jusante.
A solução com propostas para enfrentamento aos desastres ocorridos no município
com relação a alagamentos e enchentes são os princípios de controle de enchentes
elencados pelo Plano Diretor de Drenagem Para a Bacia do Rio Iguaçu na Região
Metropolitana de Curitiba (GOVERNO DO PARANÁ, 2002), que propõem o seguinte:
 O aumento de vazão devido à urbanização não deve ser transferido para
jusante;
 A bacia hidrográfica deve ser o domínio físico de avaliação dos impactos
resultantes de novos empreendimentos;
 O horizonte de avaliação deve contemplar futuras ocupações;
 As áreas ribeirinhas somente poderão ser ocupadas dentro de um zoneamento
que contemple as condições de enchentes;
 As medidas de controle poderão incluir medidas estruturais e não estruturais.

4.4.3.1. Ações Estruturais e Não Estruturais

As ações voltadas à minimização dos impactos gerados pelo aumento da


impermeabilização do solo são classificadas de duas maneiras, ações estruturais e
ações não estruturais (ou estruturantes). As ações estruturais, são obras de
engenharia implementadas para reduzir o risco de enchentes. Estas medidas podem
ser extensivas ou intensivas. As medidas extensivas são aquelas que agem no
contexto da bacia procurando modificar as relações entre a precipitação e a vazão,
como a alteração da cobertura do solo, que reduz e retarda os picos de enchente e
controla a erosão da bacia. As medidas intensivas são aquelas que agem em uma
escala menor, nos cursos d’água e superfícies como desvio do escoamento por canais
e de retardamento, como reservatórios, bacias de amortecimento e de infiltração no
solo.
As ações estruturantes abrangem os mecanismos de estipulação dos princípios
básicos de como esses princípios devem ser respeitados (legislação, normas e

264
manuais técnicos) e de preparação para a sociedade para que eles venham a ser
implementados e obedecidos na atualidade e no futuro.
Assim, um dos objetivos que se deve atingir, visando ao cenário referencia, é a criação
de ações não estruturais que possibilitem o aumento da presença desses dispositivos
no município, porque depois que a bacia, ou parte dela estiver ocupada, dificilmente o
poder público terá condições de responsabilizar aqueles que estiverem ampliando a
cheia. Se esta ação não for realizada preventivamente através do gerenciamento as
consequências econômicas e sociais futuras serão muito maiores para todo o
município.
As ações estruturantes destacam-se por apresentar soluções em longo prazo, as
quais promovem a conscientização e a participação da população, são menores de
custo gerais e estão geralmente associadas a programas e normas.
Para que os problemas causados pelo aumento do escoamento sejam minimizados,
sem impactar áreas à jusante, foram criados mecanismos atenuantes das cheias. São
soluções estruturais que ajudam o armazenamento temporário das águas da chuva,
além de, em alguns casos, serem utilizados para outras finalidades, são representados
por reservatórios denominados bacias de detenção e retenção. A Figura 4.1 a seguir
apresenta o amortecimento dos hidrogramas gerados pelos reservatórios urbanos.

Figura 4.1 – Amortecimento em Reservatórios Urbanos

FONTE: Baseado em GOVERNO DO PARANÁ, 2002.

Os reservatórios ou bacias de detenção podem ser abertas ou fechadas


(subterrâneas). A utilização de áreas temporárias de retardo da vazão podem
representar superfícies de pequeno volume ou áreas maiores, de acordo com as
contribuições hídricas do bairro, da bacia hidrográfica de acordo com os projetos para
as minimizações das vazões a jusante.
O projeto exige que os tanques e reservatórios, na maior parte do tempo, permaneçam
secos, entretanto, em períodos chuvosos, armazenam o volume escoado no lote
urbano, em áreas públicas, num condomínio, pelas microbacias e os libera
lentamente, a fim de reduzir a descarga de pico à jusante.
265
O município de Pinhais, nas medidas de drenagem urbana, estabeleceu em seu
Código de Obras Lei nº 1236/2011, art. 95, que será exigido em todas as edificações
reservatórios para retardo de escoamento das águas pluviais. A vantagem desse tipo
de armazenamento das águas pluviais, quando em áreas maiores, é que, por estarem
secas na maior parte do tempo, podem estar associadas a atividades recreativas.
Pode-se dimensionar uma área do reservatório para escoar uma cheia frequente e
planejar áreas de extravasamento com paisagismo e espaço para atividades
esportivas para as cheias acima da cota referente ao risco mencionado (PREFEITURA
MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 2005). As Figura 4.2 a Figura 4.3 abaixo ilustram
exemplos de bacias de detenção.

Figura 4.2 – Campo de Futebol Utilizado para Amortecimento de Cheias

FONTE: PORTO ALEGRE, 2013.

Figura 4.3 – Microrreservatório em Alvenaria

FONTE: GOVERNO DO PARANÁ, 2002.

266
Figura 4.4 – Bacia Subterrânea

FONTE: GOVERNO DO PARANÁ, 2002.

Já as bacias de retenção diferem-se das supracitadas por apresentarem lâmina d’água


permanente. Esse tipo de dispositivo é vantajoso, pois não haverá crescimento de
vegetação no fundo, tornando-se mais eficiente para o controle da qualidade da água.
Deve-se considerar, conforme já explanado, que os efeitos dessas medidas são
notados em longo prazo, assim como a sua implantação. Entretanto, são inúmeras as
vantagens da adoção de tais medidas. Os benefícios socioambientais do controle na
fonte são a solidariedade com os que residem mais a jusante, retenção de material
sólido eliminado dos sistemas de drenagem, a distribuição do custo de manutenção
entre os usuários, redução considerável dos picos de vazão nas microbacias urbanas,
além de possibilitar o reuso das águas pluviais para diversas práticas, como limpeza,
irrigação de jardins, entre outros.
As obras e a relação das medidas de controle mais indicadas estão apresentadas no
Quadro 4.11.

267
Quadro 4.11 – Medidas de Controle
OBRA CARACTERISTICAS PRINCIPAIS VARIANTES FUNÇÃO EFEITO
Revestimento superficial pode ser Armazenamento temporário da
Retardo e/ou redução do
permeável ou impermeável com injeção chuva no local do próprio
Pavimento com camada de base escoamento pluvial gerado pelo
Pavimento Poroso pontual na camada base porosa. pavimento. Áreas extremas ao
porosa como reservatório. pavimento e por eventuais áreas
Esgotamento por infiltração no solo ou pavimento podem também
externas.
para um exutório. contribuir.
Trincheira de infiltração no solo ou de Infiltração no solo ou retenção, de Retardo e/ou redução do
Trincheira de Reservatório linear escavado no
retenção, com esgotamento por um forma concentrada e linear da água escoamento pluvial gerado em
Infiltração solo com material poroso.
exutório. da chuva. área adjacente.
Infiltração no solo, ou retenção, no Retardo e/ou redução do
Depressões lineares em terreno Vala de infiltração efetiva no solo ou vala
Vala Infiltração leito da vala, da chuva caída em escoamento pluvial gerado em
permeável. de retenção sobre solo pouco permeável.
áreas marginais. áreas vizinhas
Poço preenchido com material poroso ou
Infiltração pontual, na camada não Retardo e/ou redução do
Reservatório vertical e pontual sem preenchimento, revestido. Poço de
Poço de Infiltração saturada e/ou saturada no solo, da escoamento pluvial gerado na
escavado no solo. efetivamente de infiltração ou de injeção
chuva caída em área limítrofe. área contribuinte ao poço.
direta no freático.
Reservatório de pequenas Vazio ou preenchido com material poroso. Armazenamento temporário do Retardo e/ou redução do
Microrreservatório dimensões tipo 'caixa d'água' Com fundo em solo ou vedado, tipo escoamento pluvial de áreas escoamento de áreas
residencial. cisterna. impermeabilizadas próximas. impermeabilizadas.
Telhado Armazenamento temporário da Retardo do escoamento pluvial
Telhado com função reservatório. Vazio ou preenchido com material poroso.
Reservatório chuva no telhado da edificação. da própria edificação.
Reservatório sobre leito natural ou Armazenamento temporário e/ou
Retardo e/ou redução do
Bacia de Detenção Reservatório vazio (seco). escavado. Com leito em solo permeável infiltração no solo do escoamento
escoamento da área contribuinte.
ou impermeável, ou com leito revestido. superficial da área contribuinte.
Armazenamento temporário e/ou
Reservatório com água Reservatório com leito permeável (freático Retardo e/ou redução do
Bacia de Retenção infiltração no solo do escoamento
permanecente. aflorante) ou com leito impermeável. escoamento da área contribuinte.
superficial da área contribuinte.
Reservatório vazio, tampado e estanque. Armazenamento temporário do
Reservatório coberto, abaixo do Retardo e/ou redução do
Bacia Subterrânea Reservatório preenchido com material esgotamento superficial da área
nível do solo. escoamento da área contribuinte.
poroso. contribuinte.
Condutos e reservatórios alargados. Armazenamento temporário do
Condutos de Condutos e dispositivos com Amortecimento do escoamento
Condutos e reservatórios adicionais em escoamento do próprio sistema
Armazenamento função de armazenamento. afluente à macrodrenagem.
paralelo. pluvial.
Amortecimento de cheias e
Faixa de terreno marginais a
Faixa Gramadas Faixas gramadas ou arborizadas. Áreas de escape para enchentes. infiltração de contribuições
corpos d'água.
laterais.

268
4.4.3.2. Diretrizes Para o Tratamento de Fundos de Vale

Os fundos de vale são pontos que dispõem de cota altimétrica inferior, geralmente
com relevo acidentado, formando uma calha por onde as águas pluviais escoam, e
recebendo as águas provenientes de todo seu entorno e das calhas secundárias.
Essas áreas são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP’s) pela Lei nº
12.651/2012. O Art. 3º, Inciso II, as define como sendo áreas protegidas, cobertas ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, proteger o solo e o bem- estar
das populações futuras.
O Art. 7º da referida lei regulamenta que a vegetação das APP’s deve ser mantida,
sendo permitida sua supressão em casos isolados, com prévia autorização dos órgãos
competentes. Também, é prevista a recomposição da vegetação suprimida,
ressalvados os casos em que a citada lei permitir.
Com a ocupação urbana, muitas vezes estas calhas são canalizadas e ocultadas sob
a pavimentação. Assim, durante os períodos de intensa precipitação, as canalizações
não conseguem dar vazão suficiente ao escoamento, acarretando alagamentos e
enchentes. Além disso, a supressão da vegetação dos fundos de vale favorece a
formação de processos erosivos e o assoreamento de algumas seções dos corpos
hídricos.
Atualmente, as diretrizes gerais para prover melhorias nos fundos de vale se resumem
em duas alternativas principais: o isolamento da área com medidas de reflorestamento
ou a implantação de parques lineares. Abaixo, são listadas diretrizes gerais que visam
à mitigação dessas áreas.
 Reflorestamento: Indicado na maioria das áreas marginais aos cursos d´água,
como forma de recuperação da mata ciliar e contenção do processo erosivo. A
presença da vegetação promove maior infiltração das águas da chuva e
protege as margens dos canais e a camada superficial do solo da erosão, além
de manter o equilíbrio ecológico. Deve-se estudar a metodologia de
reflorestamento mais adequada à área, prevendo as condições do solo, o grau
de desmatamento, vegetação nativa. A área deve ser mantida isolada,
impedindo a entrada de possíveis agentes degradadores, Lima, 2003.
 Parques lineares: Os fundos de vale, por suas áreas se situarem em grande
parte em APP, com significativa importância ambiental, deve-se limitar o uso
dessas áreas. Entretanto, há exemplos de criação de parques lineares
urbanos, ao longo dos corpos hídricos, juntos a áreas urbanas consolidadas,
situações as quais, quando bem planejadas e devidamente licenciadas pelos
órgãos competentes, mostram-se como boas alternativas conservacionistas, as
quais, também, proporcionam atividades recreativas, Medeiros, 2009.
 Limpeza e manutenção: Outra diretriz a ser adotada relaciona-se com a
limpeza urbana. Em virtude da má disposição e gerenciamentos dos resíduos
urbanos, durante chuvas de grande magnitude, as áreas de fundo de vale
recebem diversas espécies de resíduos e sedimentos, provenientes do
escoamento superficial e das tubulações da rede de drenagem. Além disso, as
áreas de fundo de vale são geralmente locais onde há disposição irregular de
resíduos urbanos. A manutenção com limpeza dos resíduos e sedimentos nos

269
fundos de vale, principalmente após os períodos de precipitações, é de grande
importância na preservação de tais localidades, procurando manter as
características naturais de escoamento das águas (MEDEIROS, 2009).

4.4.3.3. Medidas de Controle para Redução do Assoreamento

Podem ser adotadas as seguintes medidas mitigadoras para prevenir impactos


negativos e/ou reduzir a magnitude do assoreamento em cursos d’água:
 Dissipadores de energia: Segundo a Deliberação n.º 086/2005 do DER/PR,
dissipador de energia é um dispositivo que visa promover a dissipação da
energia de fluxos d’água escoados, através de canalizações, de modo a reduzir
os riscos dos efeitos de erosão nos próprios dispositivos ou nas áreas
adjacentes. A instalação desse dispositivo, nos pontos de descarga da rede de
drenagem, possibilita a atenuação dos processos erosivos, reduzindo assim o
aumento do assoreamento nos corpos hídricos (CANHOLI, 2005).
 Bacia de retenção: Tanque com espelho d´água permanente, construídos com
os objetivos de: reduzir o volume das enxurradas, sedimentar cerca de 80%
dos sólidos em suspensão e promover o controle biológico dos nutrientes. O
tempo de retenção guarda relação apenas com os picos máximos da vazão
requeridos à jusante e com os volumes armazenados (CANHOLI, 2005).
 Recuperação e preservação da Mata Ciliar: A vegetação às margens dos
corpos de água e cabeceiras de drenagem dos cursos d’água, denominada
Mata Ciliar ou Zona Ripária, desempenha importante função ambiental. Essa
vegetação marginal auxilia a manutenção da qualidae da água, estabilidade
dos solos, regularização dos ciclos hidrológicos, conservação da biodiversidade
e protege os rios do assoreamento, funcionando como obstáculo aos
sedimentos. Esse tipo de cobertura vegetal protege o solo, através da
interceptação das gotas da chuva e pela diminuição da velocidade de
escoamento, sem ela, a erosão das margens se acentua, leva os sedimentos
para dentro do leito do corpo d’água, aumentando os níveis de turbidez e cor,
dificultando a entrada de luz solar (LIMA, 2003).
As matas ciliares devem ser preservadas e restauradas, de acordo com o que
estabelece o Código Florestal, para prevenir impactos ocasionados pela sua
supressão, como o assoreamento, considerada como medida preventiva, assim como
a instalação de dissipadores e bacias de retenção.

4.4.3.4. Medida de Controle Para Reduzir o Lançamento de Resíduos


Sólidos nos Corpos D’água

A disposição inadequada dos resíduos sólidos, somados à má gestão da limpeza


urbana das cidades são os principais problemas que contribuem para o lançamento
dos resíduos sólidos nos corpos hídricos.
Os resíduos depositados fora das lixeiras facilitam o acesso de animais que podem vir
a danificar as embalagens e recipientes, espalhando o lixo pelas ruas e calçadas.
Além disso, em dias de chuvas, estes resíduos são carregados até rios e córregos,
muitas vezes causando a obstrução das bocas de lobo e galerias pluviais, acarretando
danos maiores.

270
Outra situação de ocorrência é a presença de folhas, galhos e rejeitos diversos
localizados junto às sarjetas que acabam depositados nas redes de microdrenagem.
Para esta problemática, deve-se elaborar um cronograma efetivo e com abrangência
significativa, para que o sistema de drenagem (micro e macro) não sofra interferência
negativa pela má gestão dos resíduos sólidos do município.
A seguir apresenta-se um resumo dos impactos previstos para a drenagem urbana,
tendo-se em vista o cenário tendencial e as condições prognosticadas com a adoção
de um cenário baseado em ações determinadas pelo PMSB.

4.4.4. Projeções e Cenários

A demanda do sistema de drenagem urbana de Piraquara foi elaborada a partir da


consideração das estruturas existentes de drenagem (vias pavimentadas e áreas
urbanizadas), e a inserção de medidas estruturais e não estruturais, as quais são
detalhadas no Capítulo 3.
A melhoria do sistema de drenagem urbana deve seguir o princípio da Política
Nacional de Saneamento Básico, que estabelece a necessidade de integração e
universalização dos serviços, a partir da análise do sistema de drenagem que deverá
atender a população do município de Piraquara com eficiência.
No âmbito do PMSB está sendo considerada a adequação da infraestrutura existente
de drenagem, para atender a demanda e suprir as necessidades atuais e futuras.
O Quadro 4.12 a seguir apresenta a projeção populacional do município de Piraquara
ao longo do horizonte de implementação do Plano.
Quadro 4.12 - Projeção Populacional

Ano População Total (hab.)


2015 98.000
2020 112.985
2025 128.487
2030 143.218
2035 156.452

FONTE: Elaboração Própria (2016).

Nesta etapa, foi considerado o crescimento do município de Piraquara de acordo com


três cenários possíveis: (i) cenário tendencial; (ii) cenário otimista; e, (iii) cenário mais
provável.
A seguir será feita uma breve descrição dos três cenários e as variáveis articuladas
em cada um deles.

4.4.4.1. Cenário Tendencial

No cenário tendencial, o sistema de drenagem urbana será ampliado, conforme o


crescimento da cidade e da população. Neste cenário é prevista a ampliação da rede e
a realização de obras de manutenção no município, entretanto, não haveria a
universalização do serviço neste cenário. Com isso, os problemas relacionados a
alagamentos de ruas e casas não seria resolvido até o horizonte de planejamento do
Plano, uma vez que o índice atual de atendimento seria mantido ao longo dos
próximos 20 anos.
271
4.4.4.2. Cenário Otimista

No cenário otimista os problemas relacionados ao sistema de drenagem de Piraquara


seriam resolvidos antes do fim do horizonte de planejamento do PMSB, mais
precisamente no ano de 2025.
Para que isso seja possível, é necessária a realização de um montante de
investimento significativo logo após a finalização do Plano. A viabilização deste
cenário passa pela definição do sistema de drenagem como sendo prioridade para
expansão do município, com isso haveria condições econômico-financeira para a
universalização do serviço até 2025.

4.4.4.3. Cenário Mais Provável

O cenário mais provável consiste na adoção das premissas definidas pelo Plano
Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), que estabelece a necessidade de
universalização dos serviços, ao longo do horizonte de planejamento do PMSB. Por se
tratar do cenário com maior probabilidade de ocorrência, este cenário será
estabelecido como o cenário normativo do Plano, que é definido como aquele que
melhor converge com a visão de futuro do município de Piraquara.
Para que o serviço seja universalizado até 2035, uma série de ações estruturais e não
estruturais deverão ser implementadas no município, as quais serão detalhadas ao
longo do presente relatório e nos próximos produtos referentes à elaboração do Plano
Municipal de Saneamento Básico.

4.4.4.4. Consequências Decorrentes da Ausência de Novas Intervenções


no Município

A estrutura atual do sistema de drenagem do município de Piraquara é deficiente e


gera uma série de transtornos para a população em geral. A não realização das
intervenções necessárias no sistema pode gerar as seguintes consequências ao
município:
 Aumento da vazão máxima com transferência de impacto para jusante (pontos
de alagamento).
 Aumento da ocupação de áreas de risco e APPs;
 Ausência de cadastro de rede de drenagem;
 Indefinição de responsabilidades quanto à manutenção preventiva de canais de
drenagem;
 Indefinição do modelo de uso do solo e taxa de impermeabilização (Plano
Diretor Urbano);
 Ausência do monitoramento do uso do solo;
 Ocupação crescente e falta de fiscalização de novas obras;
 Aumento da erosão e assoreamento nos cursos d’água receptores da
drenagem urbana;
 Alteração da cobertura vegetal e modificação do ciclo hidrológico natural;
 Aumento dos alagamentos no município.

272
4.4.5. Metas do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

4.4.5.1. Objetivos

O Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU) deve ser concebido com foco na
qualidade de vida da população e na qualidade do meio ambiente municipal. O plano
tem o objetivo de nortear os mecanismos de gestão da infraestrutura urbana
relacionados com o escoamento das águas pluviais e dos cursos d´água na área
urbana da cidade. A drenagem urbana faz parte da infraestrutura urbana, portanto
deve ser planejada em conjunto com os outros sistemas urbanos constantes neste
Plano.
Para a realização do PDDU todas as orientações estão contidas no Manual de
Drenagem, onde estão apresentados os principais elementos que foram estabelecidos
para um suporte aos profissionais técnicos, com aspectos de ocupação urbana
relacionados com a drenagem, controle da qualidade de água pluvial, legislação e
regulamentação associadas e com os critérios de projetos e com as variáveis
hidrológicas da RMC.
Os meios de implantação do controle de cheias são o Plano Diretor Desenvolvimento
Urbano, as Legislações Municipal/Estadual e o Manual de Drenagem. O primeiro
estabelece as linhas principais, as legislações controlam e o Manual orienta.
A elaboração de um Plano Diretor de Drenagem Urbana consiste em:
 Estudar a bacia hidrográfica como um todo, com cadastro da micro e
macrodrenagem, inventario das ocorrências de inundações, controle da erosão
e controle de vetores causadores de doenças;
 Estabelecer normas e critérios de projetos uniformes para toda a bacia
hidrográfica;
 Identificar áreas que possam ser preservadas ou adquiridas pelo Poder
Publico;
 Elaborar o zoneamento dos fundos de vale e das várzeas de inundação;
 Valorizar o curso d’água com sua integração a paisagem urbana e fonte de
lazer;
 Estabelecer critérios para implantação de medidas necessárias de acordo com
os recursos disponíveis;
 Articular o plano diretor com os serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, sistema viário;
 Envolver a comunidade na discussão dos problemas e soluções propostas;
 Adotar medidas preventivas em vez de corretivas.

4.4.5.2. Metas

As metas estabelecidas nesse plano dizem respeito a:


 Universalização do acesso à estrutura de drenagem urbana com cobertura e
qualidade satisfatória, abrangendo-se a área urbanizada do município, tendo o
seu caráter gradual e progressivo;

273
 Sustentabilidade ambiental da prestação dos serviços (implantação e operação
do sistema), que implica, dentre outras coisas, a proteção dos recursos hídricos
(redução de ocupação da faixa de APP e redução de assoreamento e erosão
de margens) e sua conservação (redução de resíduos sólidos transportados e
de lançamento clandestino de esgoto sanitário não tratado de forma combinada
à da água pluvial);
 Qualidade, regularidade e eficiência da prestação dos serviços, que inclui, sem
se limitar, ao total atendimento do sistema de drenagem às vazões requeridas,
qualidade das águas pluviais; a eficácia da manutenção preventiva e corretiva
no sistema de drenagem urbana, eficiência no atendimento às ocorrências e
reclamações; a eficiência e polidez no atendimento público.
A seguir serão comentadas especificamente cada uma das metas, a saber:
 Legislação, Monitoramento e Fiscalização do Uso e Ocupação do Solo;
Visando a implantacão de uma legislação do uso e ocupação do solo especifica que
promova o controle da drenagem urbana em harmonia com o desenvolvimento
urbano. O controle permanente de monitoramento e fiscalização, é necessário estar
atento às potenciais violações da legislação na expansão da ocupação do solo e as
taxas de permeabilidade nos lotes e loteamentos urbanos.
 Cadastro com Base Georreferenciada da Micro e Macrodrenagem;
A realização de um cadastro confiável que caracterize todo o sistema de drenagem
existentes, desde os canais e cursos d’água no perímetro urbano do município, são
essenciais para as bases técnicas para execução do Plano Diretor de Drenagem
Urbana-PDDU.
 Educação Ambiental Formal e Informal de Toda a Sociedade com os Aspectos
do Uso e Ocupação e os Impactos na Drenagem Urbana
A sociedade deve ter uma participação nos anseios, nos planos, na sua execução,
impacto da urbanização com a sua consequente urbanização e na contínua
obediência das medidas do uso do solo para o controle de cheias.
 Presença de Áreas Verdes Urbanas, Preservação Áreas de Preservação
Permanente e Parques Urbanos Devidamente Arborizados e Conservados,
Servindo de Zonas de Infiltração e Amortecimento do Escoamento Urbano
O desenvolvimento urbano altera a cobertura vegetal, provocando vários efeitos que
modificam os componentes do ciclo hidrológico natural. Propicia o aumento a
infiltração, aumenta o tempo de concentração na bacia, amortecendo dos picos de
cheia, com o aumento do escoamento subterrâneo, alimenta o lençol freático e realiza
a evapotranspiração com reflexos no bioclima regional. Projetos de renovação dos
ambientes naturais com estimulo ao plantio de espécies nativas para uma
revalorização do verde.
 Redução das Áreas Alagadas
De maneira geral, os pontos de alagamentos da cidade de Piraquara são resultados
de inundação pela urbanização. O controle deve ser realizado considerando a bacia
como um todo e não em trechos isolados. As medidas preconizadas para o controle da
drenagem urbana são pelos planos de infiltração e reservação tanto na fonte,
microdrenagem e na macrodrenagem.

274
Segundo o mapa de áreas de suscetibilidade e risco de inundações do cenário
tendencial, apresentado em Mineropar (2013b), encontram-se quatro áreas com
suscetibilidade no município de Piraquara, duas delas no rio Iraizinho, quais sejam,
Vila Macedo e a área na rodovia estadual de saída para Quatro Barras, que atinge o
bairro Vila Rosa e o Marumbi. As outras duas são no bairro Guarituba, na bacia do rio
Itaqui, e a ocupação irregular na bacia do rio Iraí e o rio Palmital o loteamento Jardim
Tropical.
Na Vila Macedo boa parte dessa população sob risco de inundação foi realocada para
o loteamento Vista da Serra no bairro São Cristóvão.
A área de suscetibilidade e risco de inundações na área do rio Iraizinho atinge as
proximidades da área da Polícia Militar, uma parte mais a jusante da Vila Rosa com as
Ruas José Leal Junior, Altevir Schuet de Aguiar, a Rua Antônio Valenga.
 Capacitação do quadro de funcionários municipais, tanto das Secretarias da
Infraestrutura, Meio ambiente e Urbanismo com todas as secretarias que
tenham integração os aspectos da drenagem urbana.
 Continuidade da fiscalização no controle do uso e ocupação do solo no
município com maior número de servidores para atender as demandas
municipais;
 Realização do mapeamento de todo o sistema de drenagem do município,
fazendo uso de software que possibilite o georreferenciamento de todos os
dispositivos do sistema de drenagem urbana;
 Elaboração do Plano Diretor de Macro e Microdrenagem Urbana para o
Município de Piraquara;
 Criação de banco de dados de monitoramento das condições hidrológicas e da
qualidade das águas para identificar poluições difusas e do sistema de
esgotamento sanitário do município;
 Criação de mecanismos municipais referentes à drenagem em lotes,
intramuros e loteamentos;
 Fiscalização do uso e ocupação do solo e aplicação do código de obras com
relação às notificações e multas para quem coloca irregularmente resíduo e
resíduos sólidos nas bocas de lobo;
A falta de pavimentação em alguns bairros, além de contribuir para a sedimentação e
obstruções nas galerias pluviais, impede o manejo correto das águas pluviais. O
município deve continuar dando ênfase à execução de projetos de pavimentação.

4.5. PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE


RESÍDUOS SÓLIDOS

4.5.1. Contextualização do Problema dos Resíduos Sólidos Urbanos

A metodologia de avaliação das demandas de geração de Resíduos Sólidos será a


clássica, isto é, a ser obtida pela relação direta entre “população projetada” segundo o
item “Projeção Populacional” e a “taxa de geração” dos resíduos considerados, em
kg/hab./dia.

275
O problema da quantidade e qualidade de dados gerados sobre resíduos sólidos
também faz parte deste Prognóstico e está contemplado quando do apontamento dos
indicadores a serem medidos e incorporados ao processo de tomada de decisão dos
gestores dos resíduos sólidos municipais.

4.5.2. Resíduos Sólidos Urbanos

4.5.2.1. Resíduos Comuns

Conforme constatado no Diagnóstico desenvolvido, a geração per capita de resíduo


comum estimada é de 0,47 kg/hab.dia. Considerando a projeção populacional do
município e arredondando a geração per capita para 0,50 kg/hab.dia, pode-se estimar
a quantidade de resíduos sólidos gerados no horizonte de planejamento.
O Quadro 4.13 apresenta a estimativa de resíduos domiciliares gerados no horizonte
de planejamento. Essa projeção adota valores crescentes de per capita, considerando-
se a tendência de melhoria das condições sócio econômicas da população.
Quadro 4.13 – Projeção da geração de RSU da população total do município de Piraquara
até o ano de 2035

Geração
População
Ano Per capita
(habitantes) (t/dia) (t/ano)
(kg/hab.dia)
2015 104.481 0,47 49,1 17.924
2020 112.985 0,50 56,5 20.620
2025 128.487 0,55 70,7 25.794
2030 143.218 0,65 93,1 33.978
2035 156.452 0,75 117,3 42.829

A Figura 4.5 apresenta o gráfico da evolução populacional e da geração de resíduos


sólidos comuns.

276
Figura 4.5 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de Resíduos Sólidos
Comuns

Portanto, em 20 anos está previsto um aumento de 50% na população e um aumento


de 140% na geração de RSU.
Esta situação não pode perdurar dessa forma, há que se introduzir Programas que
incentivem a redução da geração de resíduos e a reciclagem de materiais passíveis de
reutilização.
Ressalta-se que os dados dessa projeção podem ser alterados conforme a variação
da renda da população, tende a aumentar a geração dos resíduos com a melhoria da
renda e vice versa.
O contrato assinado entre a Prefeitura de Piraquara e a empresa TRANSRESÍDUOS
prevê uma quantidade de 18 mil t/ano de resíduos coletado, observa-se que já para o
ano de 2020, este limite deve ser ampliado e o contrato deverá ser revisado para a
quantidade prevista.
Conforme apresentado no capítulo de caracterização, Piraquara conta com uma frota
de 5 caminhões ativos e 1 reserva para a coleta de resíduos sólidos comuns. De
acordo com o cálculo recomendado pelo Manual da FUNASA, para atendimento da
geração diária de 2035, serão necessários 5 caminhões ativos, ou seja, a frota atual
atende as demandas de coleta, porém, não são suficientes para atendimento das
demandas futuras.
No ano de 2025 serão necessários 5 caminhões coletores, com capacidade de 8
toneladas, operantes; em 2030 serão 6 e em 2035, no mínimo 7 caminhões (8
toneladas). Com o acréscimo dos equipamentos operantes, é necessário dispor de
uma equipe maior para a operação do sistema.

277
4.5.2.2. Resíduos Recicláveis

A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo informou que no ano de 2014, foram


coletados 2.240 t de lixo reciclável. Neste mesmo ano, foram coletados 17.145 t de lixo
comum, ou seja, a geração de recicláveis corresponde a 12% da geração total de
RSU.
Com a implantação de Programas de incentivo á reciclagem, esta taxa tende a
aumentar. Por esta razão, no cálculo da projeção da geração de recicláveis, já se
considerou um crescimento nesta porcentagem.
O Quadro 4.14 apresenta a projeção de geração de recicláveis no município de
Piraquara.
Quadro 4.14 – Projeção da geração de resíduos recicláveis da população total do
município de Piraquara até o ano de 2035
Geração de resíduo Índice de Geração de resíduo
Ano População
comum (t/ano) recicláveis (%) reciclável (t/ano)
2015 156.452 17.923,72 12% 2.151
2020 112.985 20.619,76 15% 3.093
2025 128.487 25.793,77 20% 5.159
2030 143.218 33.978,47 25% 8.495
2035 156.452 42.828,74 30% 12.849

A Figura 4.6 apresenta o gráfico da evolução populacional e da geração de resíduos


sólidos recicláveis.

Figura 4.6 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de Resíduos Sólidos


Recicláveis

278
De acordo com a composição gravimétrica apresentada no Capítulo 3, o Quadro 4.15
apresenta a projeção da geração de recicláveis, de acordo com os materiais
recuperáveis.
Quadro 4.15 – Projeção da geração de resíduos recicláveis separada por tipo de material
recuperável

Recicláveis Taxa (%) 2015 2020 2025 2030 2035


Papel e papelão 42% 903 1.039 1.300 1.713 2.159
Plásticos 20% 430 495 619 815 1.028
Metais 3% 65 74 93 122 154
Vidros 5% 108 124 155 204 257
Outros 30% 645 742 929 1.223 1.542
Total 2.151 2.474 3.095 4.077 5.139

A Figura 4.7 apresenta o gráfico da evolução populacional e da geração de resíduos


sólidos recicláveis, separadas por tipo de material.

Figura 4.7– Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de Resíduos Sólidos


Recicláveis Separadas Por Material Recuperável

A equipe e os equipamentos atualmente disponíveis para a coleta e transporte de


resíduos recicláveis atendem as demandas do sistema. Porém, há reclamações da
população quanto à disponibilização desde serviço para alguns bairros do município:
Vila Militar, Guaritubinha, Orquídeas e Âncora.
Recomenda-se que estas falhas sejam resolvidas imediatamente, uma vez que o
contato que a Prefeitura tem com a Empresa Transresíduos prevê a disponibilização
deste serviço para todo o município, incluindo a área rural.

279
4.5.2.3. Resíduos de Serviços de Saúde

O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, realizado pela ABRELPE (2012),


apresenta os índices de coleta de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), para os
estados e regiões do Brasil:
 Paraná: 0,305 kg/hab.ano;
 Região Sul: 0,551 kg/hab.ano; e
 Brasil: 1,496 kg/hab.ano.
De acordo com o diagnóstico do manejo de resíduos sólidos urbanos, publicado pelo
SNIS no ano de 2013 o município de Piraquara coletou 11,4 t de RSS, a população do
município naquele ano era de 101.053 habitantes, que resulta em um índice de 0,113
kg/hab.ano de geração de RSS.
Valor abaixo da média estadual e regional. Por esta razão, para projeção da geração
de RSS em Piraquara, as taxas adotadas serão crescentes e intermediárias entre a
média estadual e a média do país.
O Quadro 4.16 apresenta a projeção de geração de RSS de Piraquara.
Quadro 4.16 – Projeção da geração de RSS do município de Piraquara até o ano de 2035

Ano População Per capita (kg/hab.ano) Geração (kg/dia) Geração (t/ano)


2015 104.481 0,551 157,7 57,6
2020 112.985 0,650 201,2 73,4
2025 128.487 0,750 264,0 96,4
2030 143.218 0,850 333,5 121,7
2035 156.452 1,000 428,6 156,5

A Figura 4.8 apresenta o gráfico da evolução populacional e da geração de resíduos


de serviços de saúde.

280
Figura 4.8 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de RSS

Ressalta-se que apesar da projeção ser realizada com base no crescimento


populacional, é possível que se instale ao longo do horizonte de projeto um
estabelecimento de saúde de grande porte, que seja utilizado também por pacientes
de outros municípios. Nas revisões do PMSB a cada 4 anos estas particularidades
devem ser verificadas.

4.5.2.4. Resíduos da Construção Civil

O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, realizado pela ABRELPE (2012),


apresenta os índices de coleta de Resíduos de Construção Civil (RCC), para a Região
Sul do Brasil:
 Região Sul: 0,686 kg/hab.dia = 250,4 kg/hab.ano; e,
 Brasil: 0,648 kg/hab.dia = 236,5 kg/hab.ano.
Considerando uma pequena margem de garantia para que o Plano não
subdimensione as demandas, adotou-se a taxe de 260 kg/hab.ano de geração de
RCC para o município de Piraquara.
O Quadro 4.17 apresenta a projeção de geração de RCC de Piraquara.
Quadro 4.17 – Projeção da geração de RCC do município de Piraquara até o ano de 2035

Ano População Per capita (kg/hab.ano) Geração (kg/dia) Geração (t/ano)


2015 104.481 260 74.425 27.165
2020 112.985 260 80.482 29.376
2025 128.487 260 91.525 33.407
2030 143.218 260 102.018 37.237
2035 156.452 260 111.445 40.678

281
A Figura 4.9 apresenta o gráfico da evolução populacional e da geração de resíduos
da construção civil.

Figura 4.9 – Gráfico da Evolução Populacional e da Geração de RCC

4.5.2.5. Limpeza Urbana

Segundo a recomendação do Manual de Saneamento da FUNASA, cada gari varre em


média 2,0 km/dia. A equipe de limpeza urbana atual de Piraquara conta com 40
varredores, ou seja, atende cerca de 80 km de vias / dia.
Atualmente Piraquara conta com 75 km de ruas asfaltadas para varrição por dia.
Percebe-se que a equipe da limpeza urbana está no limite de sua capacidade, sendo
necessário aumentar este contingente nos próximos anos.
Recomenda-se que a cada 4 anos seja realizada uma nova avaliação, com um
levantamento das áreas que foram ampliadas e da necessidade de limpeza urbana, e
sejam considerados os seguintes parâmetros para dimensionamento da equipe:
 Área residencial: limpeza de 2 a 5 x por semana – considerar repasse nas
vias de maior movimento;
 Área comercial: Limpeza diária - considerar repasse nas vias de maior
movimento; e
 Feiras, festas, outros – limpeza eventual a ser realizada imediatamente
após a realização do evento.

4.5.2.6. Resumo

O Quadro 4.18 apresenta um resumo do diagnóstico e do prognóstico da coleta e


transporte dos resíduos apresentados.

282
Quadro 4.18 – Resumo da geração de resíduos

Ano 2015 2020 2025 2030 2035

População 104.481 112.985 128.487 143.218 156.452

Resíduos comuns 17.923,72 20.619,76 25.793,77 33.978,47 42.828,74


Geração (t/ano)

Resíduos recicláveis 2.151 2.474 3.095 4.077 5.139

RSS 57,6 73,4 96,4 121,7 156,5

RCC 27.165 29.376 33.407 37.237 40.678

A Figura 4.10 apresenta o gráfico da geração total de resíduo.

Figura 4.10 – Gráfico da Geração Total de Resíduos

O Quadro 4.19 apresenta um resumo do diagnóstico e do prognóstico da coleta e


transporte dos resíduos apresentados.
Quadro 4.19 – Diagnóstico e prognóstico da coleta e transporte dos resíduos

Resíduo Demanda atual Demanda futura (2035)


Resíduo comum Ok! Não atende! Aumentar a equipe
Implantar associação de catadores dentro do
Resíduo reciclável Insatisfatório!
Município
Resíduo verde Ok! Ok!
Implantar pontos de entrega de RCC para
Resíduo da construção civil Não há!
médios geradores
Resíduos dos serviços de saúde Ok! Ok!
Limpeza urbana Ok! Não atende! Aumentar a equipe

283
O Quadro 4.20 apresenta um resumo do diagnóstico e do prognóstico da disposição
final dos resíduos apresentados.
Quadro 4.20 – Diagnóstico e prognóstico da disposição final dos resíduos

Resíduo Demanda atual Demanda futura (2035)


Resíduo comum Ok! Ok!
Implantar centro de triagem dentro do próprio
Resíduo reciclável Ok!
município
Resíduo verde Ok! Ok!
Resíduo da construção civil Não há! Ok! (*)
Resíduos dos serviços de saúde Ok! Ok!
Limpeza urbana Ok! Ok!

(*) A correta destinação do RCC é responsabilidade do gerador.

4.5.3. Metas do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

As metas foram estabelecidas considerando a continuidade das ações relevantes já


realizadas pela Prefeitura e a implantação dos Programas propostos no capítulo
anterior.

4.5.3.1. Objetivos

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) tem por objetivo primordial


proporcionar diretrizes ao município visando a universalização dos serviços de
saneamento básico e sua posterior manutenção, abrangendo tanto áreas urbanas
como rurais.
O PMSB também tem por finalidade o direcionamento quanto ao atendimento da
legislação com abrangência dos procedimentos operacionais.
Dessa forma, visando alcançar os objetivos enunciados e fundamentados nas
carências anteriormente enunciadas, medidas deverão ser implementadas ao longo da
sua vigência, tanto de cunho estrutural quanto não estrutural.
Como objetivos específicos e medidas preconiza-se:
 A inclusão das premissas dos serviços de saneamento básico na gestão
municipal, inclusive das premissas ambientais vinculantes, atuando tanto na
gestão municipal quanto no planejamento urbano e rural, visando o
atendimento universalizado, com qualidade e compatível com as suas
necessidades;
 O estabelecimento de princípios rígidos a serem seguidos visando garantir o
sucesso do planejamento urbano acima mencionado através de lei municipal
que inclua a divulgação de dados sobre o saneamento e a participação efetiva
da sociedade;
 Desenvolvimento da gestão pública, com reestruturação e capacitação,
provendo recursos técnicos, materiais e operacionais necessários;
 Desenvolvimento de Programas específicos e Políticas Públicas que visem o
reaproveitamento sustentável e a minimização dos resíduos sólidos urbanos;

284
 Estudo e revisão do sistema de coleta de resíduos visando atender o município
como um todo, incorporando o limite mínimo de qualidade de atendimento,
inclusive nos locais de fragilidade ambiental e difícil acesso;
 Elaboração e implantação de Programa de Educação Ambiental tendo por
objeto o reaproveitamento sustentável dos resíduos e a minimização da sua
geração;
 Programa de capacitação técnica do corpo técnico municipal;
 Elaboração de um programa de divulgação e comunicação visual destinado a
dar apoio ao PMSB, transparência das informações e visibilidade à
administração municipal, pela divulgação das iniciativas, ações e resultados.
É importante que fique claro que as soluções para a reciclagem de resíduos sólidos
passam por uma premissa: a separação na fonte geradora. Apenas a partir da
incorporação desta prática pela sociedade é que o objetivo descrito em lei de enviar
apenas o rejeito (parte dos resíduos que não tem qualquer forma de aproveitamento)
para aterros sanitários. Assim, o envolvimento da prefeitura, sociedade e empresários
é de suma importância para alavancar o setor da reciclagem e viabilizar as metas
estabelecidas a seguir.

4.5.3.2. Metas Gerais

Manter os padrões de qualidade dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos


sólidos.

4.5.3.3. Metas Específicas

 Consolidar o índice de atendimento de 100% do município, com coleta e


transporte dos resíduos sólidos domiciliares comuns e recicláveis;
 Implementar novas formas e tecnologias para a otimização do serviços;
 Promover ações de Educação Ambiental para toda a população do município;
e,
 Incentivar e promover políticas voltadas para os “3Rs” da sustentabilidade:
redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos urbanos

285
5. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS

Este capítulo apresenta estratégias para que Piraquara alcance os objetivos, diretrizes
e metas definidas pelo PMSB, tendo por base os estudos realizados nas etapas de
Diagnóstico (Capítulo 3) e Prognóstico (Capítulo 4) do referido Plano.
O conteúdo dos programas engloba aspectos de ordem técnica e institucional,
incluindo questões afetas ao planejamento e à prestação dos serviços, à sua
regulação e fiscalização e ao controle social. Para cada eixo do saneamento básico
são propostos programas específicos e condizentes com as condições locais, de
forma a se alcançar estados progressivos de melhoria do seu acesso e qualidade.
As metas consideradas para cada ação em devem ser divididas ao longo do horizonte
de 20 anos do Plano, segundo a sua urgência de implementação e viabilidade de
concretização nos prazos estipulados, assim considerados: imediato (até 4 anos),
curto prazo (4 a 8 anos), médio prazo (9 a 12 anos) e longo prazo (13 a 20 anos).
A partir das ações assim delineadas e priorizadas – considerando-se os responsáveis,
os prazos e os custos para a sua execução –, espera-se que o município de Piraquara
alcance, ao longo de 20 anos, melhorias significativas na qualidade da prestação dos
serviços de saneamento básico.

5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As diretrizes gerais adotadas para a elaboração dos Programas, Projetos e Ações a


serem implementados em Piraquara tiveram como base fundamental a Lei Federal n°
11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico. Além
desta, o presente documento foi amparado (i) no Diagnóstico da Situação Local do
Saneamento apresentado no Capítulo 3; (ii) na Elaboração de Prognósticos e
Alternativas para Universalização dos Serviços de Saneamento Básico, apresentada
no Capítulo 4; (iii) na análise de estudos e projetos previstos para o município; (iv) em
planos e políticas afetos ao tema.
A prestação dos serviços de saneamento seja de abastecimento de água;
esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e, a drenagem
urbana e manejo de águas pluviais, quando realizadas de maneira adequada
proporcionam a melhora significativa nas condições de saneamento básico e
qualidade ambiental de um determinado local.
Por outro lado, para que estas condições almejadas sejam alcançadas dentro de um
horizonte de planejamento, e sejam eficientes, é necessário o equacionamento de
questões de ordem puramente técnica e com foco exclusivo em saneamento com
outras variáveis de tamanha importância.
Visto que a diretrizes previstas no Plano Diretor Municipal e na Lei de Uso e Ocupação
do Solo orientam o planejamento territorial das áreas urbanas e rurais do município, a
regulação e a fiscalização são questões técnicas fundamentais. Tais questões devem
agir em consonância com as premissas ambientais, sejam elas de preservação ou
conservação, e ainda de acesso à terra e à infraestrutura. A questão da habitação
também entra como variável fundamental, pois representa uma interface entre os
planos de habitação e regularização fundiária com os planos municipais de
saneamento.

286
Neste sentido, os impactos sanitários, ambientais e sociais podem ser associados
diretamente com as ocupações irregulares do território, citando como exemplo as
Áreas de Preservação Permanente (APPs), invasões em áreas de proteção e
conservação ambiental, além das ocupações em áreas de risco de inundação e
deslizamentos. Como consequência destas irregularidades há a deterioração dos
cursos d’água, resultando no surgimento e disseminação de doenças de veiculação
hídrica. Para mitigar estes impactos, visando à garantia do acesso ao saneamento
básico e a preservação do meio ambiente, o cumprimento das disposições legais,
tanto urbanísticas quanto ambientais, é de suma importância.
Para que seja possível a mitigação dos impactos supracitados, a interface entre os
planos e programas com foco em saúde e educação com as ações de saneamento
deve ser a mais estreita possível, além de contar com a participação direta e ativa de
agentes de saúde e educadores na disseminação de informações relativas ao tema. O
incentivo ao conhecimento das questões ambientais contribui efetivamente para a
melhoria das condições de vida e meio ambiente. A mobilização social em torno deste
foco, juntamente com a promoção e execução de investimento e obras ligadas ao
setor, é fundamental para que o quadro atual do saneamento seja revertido, e suas
metas sejam efetivamente alcançadas no horizonte de planejamento.
A gama de atores envolvidos nas questões sanitária e ambiental, a qual engloba
desde os prestadores de serviço até a população em geral, tem a incumbência de se
mobilizar e cobrar efetivamente o poder público no que tange às ações efetivas para
melhoria das condições de saneamento em geral do município em que vivem. É neste
foco que o PMSB se encaixa, dando oportunidade para os atores envolvidos, mediante
a disponibilização de informações, de acompanhamento e monitoramento do
andamento das ações e metas previstas.
No caso de Piraquara, com vistas à universalização do acesso aos serviços de
saneamento e à articulação com as políticas de desenvolvimento municipais e
regionais, os programas e as ações propostos neste PMSB foram, na medida do
possível, compatibilizados com os principais planos municipais identificados,
destacando-se: o Plano Diretor Municipal, o Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos, os decretos que regularizam as Unidades Territoriais de Planejamento (UTPs)
e as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), o Código Municipal do Meio Ambiente, a
Gestão do Sistema de Limpeza Urbana, o Código de Obras e Posturas, o Zoneamento
do Uso e Ocupação do Solo das Áreas Urbanas, dentre outros. Por sua própria
natureza, os planos não são estáticos e devem, sempre que preciso, sofrer alterações
e adaptações para que as suas proposições possam ser complementadas e coerentes
com as de outros planos.
Neste sentido, o Plano Diretor figura como um dos principais instrumentos balizadores
no que tange à elaboração de medidas mitigadoras para as questões da drenagem
urbana municipal.
O Plano Diretor de Piraquara, instituído pela Lei N° 854/2006, tem como objetivo
principal disciplinar o desenvolvimento do município, ou seja, estabelece instrumentos
e ações para o planejamento do município de Piraquara, a fim de garantir qualidade de
vida à população, bem como a preservação e conservação do meio ambiente, por
meio das seguintes diretrizes:
 Ordenar o uso e ocupação do solo;
 Orientar o desenvolvimento e o crescimento do município;
287
 Promover o aproveitamento de recursos administrativos, financeiros, naturais,
culturais e comunitários;
 Regulamentar e controlar as iniciativas de parcelamento do solo urbano,
edificação, uso e ocupação dos imóveis;
 Prevenir conflitos de usos;
 Disponibilizar serviços de infraestrutura básica para a população;
 Promover a melhoria da paisagem urbana;
 Preservar e conservar os recursos ambientais;
 Recuperar áreas degradadas.
As duas diretrizes em negrito acima estão diretamente ligadas aos impactos citados
anteriormente, e reiteram a importância da elaboração e cumprimento das metas
relacionadas às questões sanitárias e ambientais.
O Plano Diretor é estruturado em Políticas de Gestão Ambiental, Territorial,
Administrativa, Econômica, Social e Comunitária e, para cada um destes, estão
previstos vários instrumentos para a aplicação e realização de suas proposições, por
meio de leis específicas, políticas, programas e projetos, parcerias com instituições,
setor privado, comunidade e governo nas três esferas, federal, estadual e municipal.
Na esfera em questão, sanitária e ambiental, alguns princípios do Plano Diretor de
Piraquara, segundo consta no Art. 6°, que se relacionam diretamente com os
programas e metas de drenagem urbana são descritos:
“...
III - o direito universal à cidade, compreendendo: à terra urbana, à moradia
digna, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte, aos
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer;
IV - a preservação e recuperação do ambiente natural e construído;
...
IX - a gestão ambiental, cuja premissa básica consiste na conservação dos
recursos naturais, com especial ênfase à proteção dos recursos hídricos.
Tais diretrizes remetem ao conteúdo disposto no Art. 52 do Plano Diretor, que trata
sobre diretrizes específicas de drenagem, como segue:
I. readequar o sistema de drenagem urbana, por meio da elaboração e
implementação de um Plano de Macrodrenagem, em parceria com a
Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento
Ambiental – SUDERHSA;
II. readequar os bueiros existentes na sede urbana, segundo os padrões
estabelecidos pela concessionária;
III. manter as áreas de preservação permanente destinadas a esta
finalidade, privilegiando usos compatíveis; e
IV. garantir a manutenção dos leitos naturais dos córregos e rios, mesmo em
área urbana, evitando canalizações fechadas e construções de vias sobre
os mesmos.

288
Já o Art. 53 ressalta quais ações devem ser prioritárias em relação à drenagem
urbana, com segue:
“...
I. elaborar e executar o Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais;
II. elaborar e executar e elaborar o Plano de Macrodrenagem e
Microdrenagem;
III. ampliar a rede de drenagem urbana.
...
Nesse sentido podemos ver que grande parte das questões relativas à política urbano-
ambiental, como as intervenções estruturais e não estruturais, no que tange à
drenagem urbana, devem ser sempre implementadas de forma integrada e articulada,
de modo a promoverem melhorias efetivas na qualidade ambiental e social das
cidades, como no caso de Piraquara.

5.2. METODOLOGIA UTILIZADA NA ELABORAÇÃO DOS PROGRAMAS,


PROJETOS E AÇÕES

O primeiro passo para o desenvolvimento dos Programas, Projetos e Ações propostos


neste documento foi a conceituação dos próprios termos empregados, considerando-
se, para tanto, as seguintes definições, constantes do Manual de Planejamento e
Orçamento do Governo do Distrito Federal (SEPLAN, 2013):
Programa: “Instrumento de organização da ação governamental, com vistas ao
enfrentamento de um problema e à concretização dos objetivos pretendidos. É
mensurado por indicadores e resulta do reconhecimento de carências, demandas
sociais e econômicas e de oportunidades. Articula um conjunto coerente de ações,
necessárias e suficientes para enfrentar o problema, de modo a superar ou evitar as
causas identificadas, como também aproveitar as oportunidades existentes”;
Ação: “É o instrumento de realização de programas, do qual resultam bens ou
serviços”.
O termo “Projeto” não foi aqui considerado para evitar desentendimentos de
linguagem, visto que o mesmo é amplamente empregado no ramo da arquitetura e
engenharia como desenhos técnicos para a execução de obras. Sendo assim, são
propostas Ações específicas para atendimento dos objetivos do Programa de
Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais, e Manejo de Resíduos Sólidos.
Com o intuito de adequar todas as ações previstas com a realidade do município de
Piraquara, as mesmas foram compatibilizadas com outros planos, programas e
projetos existentes, procurando-se um maior entrosamento entre as áreas ligadas ao
saneamento básico (direta ou indiretamente) e a otimização de recursos e
investimentos no setor.
Para cada Ação proposta foram definidos as responsabilidades e os prazos, de forma
que a implementação dos Programas contemplados neste Plano seja efetivamente
viável, em consonância com a realidade local.

289
5.3. OBJETIVOS GERAIS

O objetivo deste capítulo é a formulação de estratégias para alcançar os objetivos,


diretrizes e metas definidos para o PMSB de Piraquara, com base na realidade local e
em estudos, planos e políticas correlatas.
As estratégias propostas consideram aspectos de cunho técnico e institucional,
voltados para a melhoria do acesso e da qualidade dos serviços de drenagem urbana
e manejo de águas pluviais, além dos serviços de manejo de resíduos sólidos. Incluem
a criação ou adequação da estrutura municipal para o planejamento, a prestação dos
serviços, a regulação, a fiscalização e o controle social – fundamentais para uma
adequada gestão dos serviços de saneamento –, além de ações específicas o setor,
voltadas para a ampliação do atendimento, otimização e melhoria dos serviços
prestados, dentre outras questões.
Os programas e as ações constantes deste documento, a serem implementados ao
longo do horizonte de 20 anos do Plano, dividem-se, de acordo com a sua prioridade,
em metas e ações imediatas e de curto, médio e longo prazos, visando à melhoria das
condições sanitárias em que vivem as populações urbanas e rurais, à promoção da
saúde pública e à proteção dos recursos hídricos e do meio ambiente, atendendo aos
princípios da Política Nacional de Saneamento Básico.
Para que os objetivos do plano sejam alcançados, foram considerados os seguintes
aspectos, de acordo com o Termo de Referência:
a. Estabelecimento de mecanismos e procedimentos para a garantia de efetiva
participação da sociedade em todas as etapas do processo de elaboração,
implantação e revisão do plano;
b. Diagnósticos setoriais, porém integrados, dos serviços de: abastecimento de
água, esgotamento sanitário, coleta de resíduos sólidos e drenagem,
considerando as condições de salubridade ambiental e estimativa da demanda;
c. Modelo e organização jurídico-institucional da gestão;
d. Definição dos objetivos e metas de curto, médio e longo prazo;
e. Definição de programas, ações e projetos necessários para atingir os objetivos
e metas estabelecidos;
f. Ações para emergências, contingências e desastres; e,
g. Programação de revisão, monitoramento e atualização periódicos.
Além dos objetivos supracitados, foram considerados objetivos específicos:
 Estimular a melhoria contínua do gerenciamento e da prestação dos serviços
de saneamento;
 Planejar a universalização progressiva do acesso dos cidadãos e localidades
de baixa renda aos serviços de saneamento básico, considerando aspectos
ambientais, sociais e viabilidade técnica e econômico-financeira;
 Assegurar a efetiva participação da população nos processos de elaboração,
implantação, avaliação e manutenção do PMSB;

290
 Propor ações que visem redução, reutilização, reciclagem e destinação final
adequada dos resíduos, estimulando a implantação da coleta seletiva e a
inclusão social e econômica de catadores de materiais recicláveis;
 Buscar mecanismos que visem à sustentabilidade dos serviços de drenagem e
manejo das águas pluviais, adequados à segurança de vida, do meio ambiente
e do patrimônio público;
 Estabelecer mecanismos que garantam a preservação e manutenção de
mananciais de abastecimento, assim como estabelecer as condições técnicas
e institucionais para garantia da qualidade da água para o abastecimento
público das presentes e futuras gerações;
 Propor medidas de controle para emergências e contingências;
 Garantir a ampliação do sistema de esgotamento sanitário adotando práticas
adequadas para tratamento do esgoto gerado, sem causar prejuízos ao meio
ambiente e saúde pública;
 Estimular o fortalecimento institucional para implantação das ações e
monitoramento do PMSB, tendo em vista a prestação de serviços de
saneamento eficientes.

5.4. IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA A SAÚDE HUMANA

O abastecimento público de água em termos de quantidade e qualidade é uma


preocupação crescente da humanidade, devido à escassez do recurso água e a
deterioração das águas dos mananciais.
A importância da água destinada para consumo humano como veiculo de transmissão
de enfermidades tem sido largamente difundido e reconhecido.
A maior parte das enfermidades existentes em países em desenvolvimento em que o
saneamento é deficiente é causada por bactérias, vírus, protozoários e helmintos.
Estes organismos causam enfermidades que variam em intensidade e vão desde
gastroenterites a graves enfermidades, algumas vezes fatais e/ou de proporções
epidêmicas.
Conforme a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2010), sobre
abastecimento de água, dos 5.570 municípios brasileiros existentes em 2010, 5.531
(99,4%) realizavam abastecimento de água por rede geral de distribuição em pelo
menos um distrito ou parte dele. A maior parte dos municípios brasileiros (87,2%)
distribuía a água totalmente tratada. No entanto, há que se registrar que em 6,2% dos
mesmos a água era apenas parcialmente tratada e, em 6,6% dos municípios não tinha
nenhum tratamento.
A qualidade da água tem sido comprometida desde o manancial, pelo lançamento de
efluentes e resíduos, exigindo investimento nas plantas de tratamento e mudanças na
dosagem de produtos para se garantir a qualidade da água na saída das estações. No
entanto, tem se verificado que a qualidade da água decai no sistema de distribuição
pela intermitência do serviço, pela baixa cobertura da população com sistema público
de esgotamento sanitário, pela obsolescência da rede de distribuição, manutenção
deficiente, dentre outros.

291
Quanto ao esgoto sanitário, a situação é muito pior, pois dos 5.570 municípios, 4091 –
73% - não têm estação de tratamento de esgoto e apenas 1.479 municípios – 27% -
dispõem de algum tipo de tratamento. Neste último grupo o agravo é maior, pois a
grande maioria das estações opera de forma deficiente.
Nos domicílios os níveis de contaminação se elevam pela precariedade das
instalações hidráulico-sanitárias, pela falta de manutenção dos reservatórios e pelo
manuseio inadequado da água. Para tanto, a vigilância em saúde ambiental
relacionada à qualidade da água para consumo humano deve assegurar benefícios à
saúde, garantindo a população acesso à água em quantidade, qualidade e custo
acessível.
Nesse sentido, o controle e vigilância da qualidade da água devem atuar sobre todas e
quaisquer formas de abastecimento de água coletivas ou individuais, na área urbana
ou rural, de gestão pública ou privada, incluindo as instalações intradomiciliares, como
também nos mananciais, no sentido de preservar à qualidade da água para consumo
humano.

5.4.1. Efeitos Sobre a Saúde

Muito se tem escrito sobre os impactos na saúde humana decorrente das melhorias
das condições de saneamento e dentro deste contexto, a influência da qualidade da
água consumida pela população na saúde pública.
A água tem importante papel na transmissão de inúmeras doenças, conhecidas como
de transmissão hídrica. Porém, o fato dessas mesmas patologias terem sua
transmissão associada aos alimentos e aos hábitos higiênicos / culturais de uma
comunidade, tem dificultado a maioria das investigações de surtos e epidemias
envolvendo doenças de transmissão hídrica, a não ser em casos onde esta
associação seja inequívoca face às investigações epidemiológicas levadas a efeito
pelas unidades de saúde pública.
A existência da multifatores causais na transmissão de doenças de transmissão
hídrica, também traz como consequência dificuldades no desenho de metodologias
que possam auxiliar a avaliação de impacto de programas de vigilância da qualidade
da água na saúde da população.
O próprio sistema de vigilância epidemiológica centrada em doenças de notificação
compulsória e cuja relação com a transmissão hídrica resume-se na cólera, hepatite,
diarreia, gastroenterite de origem infecciosa presumível, febre tifoide e paratifoide ou
outras doenças infecciosas intestinais, não é suficientemente sensível ou eficiente
para detectar ocorrências relacionadas à qualidade da água consumida pela
população.

5.4.2. Vigilância da Qualidade da Água Para Consumo Humano

A qualidade da água de abastecimento é um dos principais condicionantes que


influenciam direta e indiretamente a saúde e o bem estar da população.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, o desenvolvimento de ações de
saneamento também é de competência do Sistema Único de Saúde, cabendo ao
sistema realizar a fiscalização e a inspeção da água para consumo humano (Art. 200,
VI).

292
No âmbito da saúde, a gestão da qualidade da água de abastecimento, segue o
preconizado nas diretrizes do Ministério da Saúde, fundamentadas mediante a Portaria
N° 2.914 / 2011 que estabelece os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
A referida portaria no seu artigo 5°, inciso XV, define controle da qualidade da água
para consumo humano como o conjunto de atividades exercidas regularmente pelo
responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de
água destinada a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a
assegurar a manutenção desta condição.
Já as ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano estão inseridas
no contexto da vigilância em saúde, que tem como objetivo a observação e análise
permanente da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de
ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações
que vivem em determinados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que
inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde.
A área de vigilância em saúde abrange as ações de vigilância, promoção, prevenção e
controle de doenças e agravos à saúde, devendo constituir espaço de articulação de
conhecimentos e técnicas, tem como componentes a vigilância e controle das doenças
transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da
situação de saúde, vigilância da saúde do trabalhador, vigilância sanitária e vigilância
em saúde ambiental.
A Vigilância em Saúde Ambiental é um conjunto de ações que proporciona o
conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade
de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais
relacionados às doenças ou outros agravos à saúde.
Seus objetivos são:
 Produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar
ao Sistema Único de Saúde (SUS) instrumentos para o planejamento e
execução de ações relativas às atividades de promoção da saúde e de
prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio ambiente;
 Estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações
relacionadas à vigilância ambiental em saúde nas diversas instâncias de
competência;
 Identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais
condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde;
 Intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para
outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de riscos
à saúde humana;
 Promover, junto aos órgãos afins ações de proteção da saúde humana
relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente; e,
 Conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e
desenvolvimento, visando ao fortalecimento da participação da população na
promoção da saúde e qualidade de vida.

293
A execução das atividades de Vigilância em Saúde Ambiental são planejadas e
implantadas com base na avaliação e gerenciamento de riscos.
O gerenciamento de risco consiste na seleção e implementação de estratégias mais
apropriadas para o controle e prevenção de riscos, envolvendo a regulamentação, a
utilização de tecnologias de controle e remediação ambiental, a análise de
custo/benefício, a aceitabilidade de riscos e a análise de seus impactos nas políticas
públicas.
Nesse sentido, essa estratégia é referendada pelo Plano Nacional de Segurança da
Água (BRASIL, 2012) já que o gerenciamento da qualidade da água, baseado em uma
abordagem preventiva de risco, auxilia na garantia da segurança da água para
consumo humano. Da mesma forma, o controle da qualidade microbiológica e química
da água para consumo humano requer o desenvolvimento de planos de gestão que
forneçam base para a proteção do sistema e o controle do processo, garantindo-se
que o número de patógenos e as concentrações das substâncias químicas não
representem risco à saúde pública, e que a água seja aceitável pelos consumidores.
Nos sistemas de distribuição de água potável, a qualidade desta pode sofrer uma série
de mudanças, fazendo com que a qualidade da água na torneira do usuário se
diferencie da qualidade da água que deixa a estação de tratamento. Tais mudanças
podem ser causadas por variações químicas e biológicas ou por uma perda de
integridade do sistema.
A vigilância da qualidade da água para consumo humano é parte das ações de
vigilância em saúde ambiental, e consiste no conjunto de ações adotadas
continuamente pelas autoridades de saúde pública para garantir que a água
consumida pela população atenda ao padrão e às normas estabelecidas na legislação
vigente, com o propósito de avaliar os riscos que a água consumida representa para a
saúde humana.
A vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo
humano deve ser implementada em ação articulada intra e intersetorialmente, ou seja,
compartilhada entre as diversas esferas de vigilância em saúde e com outros órgãos e
instituições que atuam na questão da água, tais como os órgãos ambientais e de
gerenciamento de recursos hídricos, os prestadores de serviços de abastecimento de
água e os comitês de bacias hidrográficas.
Esse conjunto de ações, articulado com as atividades de inspeção e as boas práticas
em abastecimento de água, subsidia o planejamento e a execução de controle, com
características preventivas e corretivas.
Os procedimentos e as responsabilidades relativas ao controle e à vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade são
estabelecidos na Portaria MS N° 2.914 de 12 de dezembro de 2011.
Nessa Portaria define-se vigilância e controle da qualidade da água para consumo
humano da seguinte forma:
 Vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de ações
adotadas continuamente pela autoridade de saúde pública para verificar se a
água consumida pela população atende à norma e para avaliar os riscos que
os sistemas e as soluções alternativas de abastecimento de água representam
para a saúde humana; e

294
 Controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de
atividades exercidas de forma contínua pelo(s) responsável (is) pela operação
do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água destinadas a
verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a
manutenção desta condição.
Tais definições constituem a base para o estabelecimento de mecanismos, os mais
claros e objetivos possíveis para o exercício eficaz e diferenciado, porém harmônico,
do controle e da vigilância da qualidade da água para consumo humano, sempre sob a
perspectiva da avaliação de riscos à saúde.
Conforme o Artigo 12°, Portaria MS N° 2.914 / 2011, compete a Secretaria da Saúde
do município:
 Exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em
articulação com os responsáveis pelo controle da qualidade da água para
consumo humano;
 Executar ações estabelecidas no VIGIAGUA, consideradas as peculiaridades
regionais e locais, nos termos da legislação do SUS;
 Inspecionar o controle da qualidade da água produzida e distribuída e as
práticas operacionais adotadas no sistema ou solução alternativa coletiva de
abastecimento de água, notificando seus respectivos responsáveis para sanar
a(s) irregularidade(s) identificada(s);
 Manter articulação com as entidades de regulação quando detectadas falhas
relativas à qualidade dos serviços de abastecimento de água, a fim de que
sejam adotadas as providências concernentes a sua área de competência;
 Garantir informações à população sobre a qualidade da água para consumo
humano e os riscos à saúde associados, de acordo com mecanismos e os
instrumentos legais existentes.
 Encaminhar ao responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de
abastecimento de água para consumo humano informações sobre surtos e
agravos à saúde relacionados à qualidade da água para consumo humano;
 Estabelecer mecanismos de comunicação e informação com os responsáveis
pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água sobre
os resultados das ações de controle realizadas;
 Executar as diretrizes de vigilância da qualidade da água para consumo
humano definidas no âmbito nacional e estadual;
 Realizar, em parceria com o Estado, nas situações de surto de doença
diarreica aguda ou outro agravo de transmissão fecal-oral, os seguintes
procedimentos:
o Análise microbiológica completa, de modo a apoiar a investigação
epidemiológica e a identificação, sempre que possível, do gênero ou
espécie de microrganismos;

295
o Análise para pesquisa de vírus e protozoários, quando for o caso, ou
encaminhamento das amostras para laboratórios de referência nacional
quando as amostras clínicas forem confirmadas para esses agentes;

o Epidemiológicos apontarem a água como via de transmissão; e

o Envio das cepas de Escherichia coli aos laboratórios de referência


nacional para identificação sorológica.

Conforme Portaria MS N° 2.914/2011, cabe à Vigilância da Qualidade da Água de


Consumo Humano a verificação do cumprimento, por parte da concessionária, do
Decreto Federal N° 5.440, de 05 de maio de 2005, que estabelece mecanismos e
instrumentos de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo
humano, conforme os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Este Decreto assegura ao consumidor mecanismos para o recebimento das
informações completas e atualizadas sobre todos os aspectos envolvidos na
distribuição coletiva de água, incluindo-se os resultados das analises dos parâmetros
de qualidade da água e seus respectivos riscos a saúde, além de informações sobre
os mananciais de captação de água e os respectivos tratamentos de água, quando
necessários.
De acordo com o decreto supracitado são admitidos três formas de abastecimento de
água, a saber:
 Cadastrar e autorizar o fornecimento de água tratada, por meio de solução
alternativa coletiva, mediante avaliação e aprovação dos documentos exigidos;
 Sistemas de Abastecimento de Água - SAA: instalação composta por um
conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, desde a zona de captação
até as ligações prediais, destinada à produção e ao fornecimento coletivo de
água potável, por meio de rede de distribuição;
 Solução Alternativa Coletiva- SAC: modalidade de abastecimento coletivo
destinada a fornecer água potável, com captação subterrânea ou superficial,
com ou sem canalização e sem rede de distribuição; e,
 Solução Alternativa Individual - SAI: modalidade de abastecimento de água
para consumo humano que atenda a domicílios residenciais com uma única
família, incluindo seus agregados familiares.
O Programa de suprimento de água potável consiste no conjunto de ações adotadas
continuamente pelas autoridades de saúde pública para garantir que a água
consumida pela população atenda aos padrões e às normas estabelecidas na
legislação vigente.
O objetivo do Programa é garantir à população o acesso à água em quantidade
suficiente e qualidade compatível com o padrão de potabilidade estabelecido na
legislação vigente, para a promoção da saúde, sendo seus objetivos específicos, a
saber:
 Reduzir a morbimortalidade por doenças e agravos de transmissão hídrica, por
meio de ações de vigilância sistemática da qualidade da água consumida pela
população.

296
No município de Piraquara as ações de controle são de responsabilidade da
Companhia de Saneamento do Paraná e a Vigilância da qualidade da água é
atribuição da Secretaria Municipal da Saúde.

5.4.3. Controle Social

A participação social prevista na Lei N° 8.080 / 1990 e no Código de Defesa do


Consumidor garante a democratização das informações geradas pelas ações da
vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo
humano permitindo à população exercer efetivamente o controle social previsto pelo
SUS. A democratização da informação se constitui em estratégia fundamental para
que o consumidor se torne efetivamente sujeito ativo da vigilância em saúde ambiental
relacionada à qualidade da água para consumo humano. As informações sobre a
qualidade da água para consumo humano e riscos associados à saúde devem estar
disponíveis ao consumidor, conforme determina a legislação vigente.

5.4.4. Ações de Vigilância e Monitoramento da Qualidade da Água Para


Consumo Humano

5.4.4.1. Parâmetros Analisados

 Mensais: (colimetria - CT e Escherichia coli, turbidez, cloro residual livre,


fluoreto, cor e pH) o Trimestrais: (trihalometanos); e,
 Semestrais: Agrotóxicos: Alaclor, Endrin, Permetrina, Bentazona, Molinato, etc.;
Orgânicos: Acrilamida, Benzeno, Estireno, Diclorometano, Tetracloreto de
Carbono, etc.; Inorgânicos: Arsênio, Bário, Cádmio, Cromo, Chumbo, Mercúrio,
Selênio, etc. Substâncias organolépticas, entre outras.

5.4.4.2. Consumo Humano (SISAGUA) do Ministério da Saúde

 Relatórios do controle da qualidade e discussão sobre as respectivas


informações quando da prestação de contas do município;
 Inspeções em Caminhões Transportadores de Água Potável - Solução
Alternativa Coletiva; e,
 Inspeções e coleta de amostras em Soluções Alternativas Coletivas.

5.4.4.3. Monitoramento e vigilância da qualidade da água de consumo


humano no município de Piraquara – em execução desde 2008.

A execução das atividades de Vigilância da Qualidade da Água de Consumo Humano


são planejadas e implantadas com base na avaliação e gerenciamento de riscos.
Mensalmente são coletadas amostras distribuídas por todos os bairros de Piraquara
para a realização de análises físico-químicas e microbiológicas, a fim de se verificar se
a água distribuída atende ao preconizado na Portaria N° 2.914 / 2011.
Com base nos resultados do monitoramento é possível verificar que ao longo do
tempo a qualidade da água tem sido mantida encontrando-se de acordo com o
estabelecido pela Portaria N° 2.914 / 2011.

297
Em relação aos Coliformes Totais, no período analisado, a porcentagem de amostras
não conformes apresentaram resultados de acordo com o permitido na referida
Portaria, que permite a presença de Coliformes Totais em até 5% das amostras.
O parâmetro Cloro Residual Livre também se mantém de acordo. As não
conformidades encontradas foram corrigidas pela concessionária de forma imediata. O
parâmetro flúor tem se mantido de acordo com o preconizado na legislação.

5.4.5. Água e Saúde

A 1ª Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada pela


Organização Mundial da Saúde - OMS confirmou a saúde como direito humano
fundamental e uma das mais importantes metas sociais mundiais.
A perspectiva era de que os diferentes atores internacionais atuassem no sentido de
garantir a saúde para todos até o ano 2000, considerando a saúde como “um estado
completo de bem-estar físico, mental e social”, não somente a ausência de
enfermidades (Plano de Desenvolvimento Social, 2008).
Até o final dos anos 80 a saúde era de responsabilidade do governo federal, não
existindo planejamento de saúde no nível municipal (Plano Municipal de Habitação e
Habitação de Interesse Social, 2008).
Em 1986, com a reestruturação administrativa da Prefeitura Municipal de Piraquara -
PMP, a Lei N° 6.817 criou a Secretaria Municipal da Saúde - SMS e ampliou o número
de unidades de saúde. Para expansão da rede foram considerados: avaliação das
necessidades, aspectos demográficos, grau de carência socioeconômica da
população e inexistência de serviços públicos de saúde na área.
Na década de 90 a proposta nacional de municipalização da saúde resultou no
Sistema Único de Saúde (SUS). O planejamento voltou-se então à definição de uma
metodologia local regionalizada para a criação de um serviço único de saúde, que
atendesse a demanda da população (Plano Municipal de Habitação e Habitação de
Interesse Social, 2008).
A Rede de Saúde da cidade de Piraquara, considerando-se equipamentos públicos e
particulares, possui atualmente 14 unidades, entre Hospitais, Unidades de Saúde,
Centros de Atenção Psicossocial (UPAs) e Farmácia.
Os moradores de Piraquara, devido à proximidade e facilidade de acesso a Curitiba,
também fazem uso dos Equipamentos Públicos Municipais da capital, quais sejam: 2
hospitais, 10 Unidades de Saúde, 3 Centros de Atenção Psicossocial, 1 farmácia e 1
central de ambulância.
Dentre os agravos com notificação obrigatória pelo Ministério da Saúde, e que mantêm
estreita relação com o saneamento básico, destaca-se a leptospirose e a dengue
como um dos problemas que tiveram maior crescimento nos últimos anos em todo o
país.

5.5. PROGRAMAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A Prefeitura Municipal de Piraquara, por meio da sua Secretaria de Meio Ambiente e


Urbanismo tem como metas a serem alcançadas na vigência do 2º contrato de
concessão com a SANEPAR, as seguintes atividades:

298
a. Manutenção dos índices atuais – quase 100% - do abastecimento de água nas
áreas urbanas;
b. Continuidade do abastecimento;
c. Efetiva diminuição das perdas do sistema dos atuais 38% para 25%; e,
d. Implantação de programas que visem o consumo racional de água tratada.
A meta de manutenção da universalização deve:
a. Garantir condições de acesso a água potável a toda a população urbana em
quantidade e qualidade que assegure a proteção à saúde, observadas as
normas relativas à qualidade da água para o consumo humano, bem como a
legislação ambiental e a de recursos hídricos;
b. Promover a conservação dos recursos hídricos, por meio da redução das
perdas nos sistemas ou da reutilização da água;
c. Indicar procedimentos para a avaliação sistemática da efetividade, eficiência e
eficácia dos serviços prestados, que incluam indicadores para aferir o
cumprimento das metas;e,
d. Promover a melhoria continua do gerenciamento, da prestação e da
sustentabilidade dos serviços;
Nos Quadros 5.1 a 5.8 que seguem, estão apresentadas as descrições dos Programas
recomendados a serem implantados para a melhoria do sistema.
Quadro 5.1 – Programa 1 – Manutenção dos Índices de Suprimento de Água Potável da
Área Urbana

Parâmetros Descrição
Rede de distribuição de água em todas as áreas urbanizadas desde que essas
Projeto
áreas estejam regularizadas.
Manter a rede de abastecimento com 100% de cobertura, com implantação de
Objetivos
redes novas em áreas de expansão.
Abrangência Municipal

Solicitar à Concessionária de Serviços a implantação de rede de distribuição nas


Ação
áreas urbanas sem atendimento por rede.

Importância Alto
Prazo Curto prazo – assim que surjam as demandas

Extensão de rede / quantidade de ligações (m / ligação) ou


Indicadores
Extensão de rede / quantidade de economias (m / economia).

Recursos Necessários Investimentos para ampliação de rede a cargo da concessionária.


Responsáveis no
Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo – Gabinete do Prefeito.
Município
É de suma importância garantir condições de acesso a água potável à população,
Justificativa assegurando a proteção à saúde e ao meio ambiente com a otimização de
recursos hídricos e sistemas que garantam a eficiência na prestação do serviço.

299
Quadro 5.2 – Programa 2 - Monitoramento da Qualidade da Água Distribuída

Parâmetros Descrição
Projeto Aferição da qualidade da Água.

Garantir por meio das análises das amostras de água coletada em pontos da
Objetivos rede de distribuição existente, o atendimento a Portaria MS N° 2.914, de 12
de dezembro de 2011 e a Resolução CONAMA 357/2005.

Abrangência Municipal

Analisar e revisar se necessário, o plano de monitoramento;


Realizar, periodicamente, coleta e análise da água distribuída para o consumo;
Acionar a Concessionária para os locais da rede que não apresentem
Ação
conformidade com a Portaria N° 2.914.
Os resultados dos ensaios da qualidade da água distribuída seguem sendo
divulgado nas faturas mensais entregues a população.

Importância Alto
Prazo Imediato / emergencial – execução entre 1 a 4 anos – até 2020
Indicadores Comparação dos dados de campo com valores limites da Portaria 2.914.
Recursos Necessários Investimentos a cargo da concessionária.
Responsáveis Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Concessionária de Serviços.

A lei N° 11.445/07, no seu art. 43, declara que a prestação dos serviços de
abastecimento de água deverá atender aos requisitos mínimos de qualidade,
Justificativa devendo o prestador de serviços alcançar os padrões estabelecidos pela
legislação especifica, sendo o controle da qualidade fundamental para diminuir
ocorrências de doenças relacionadas à água.

Quadro 5.3 – Programa 3 - Continuidade e Regularidade do Abastecimento

Parâmetros Descrição

Projeto Continuidade e regularidade de abastecimento.

Objetivos Garantir o regular e contínuo abastecimento.

Abrangência Municipal
Identificar as regiões onde ocorre falta d'água e suas causas;
Efetuar o monitoramento e controle das pressões;
Ação
Efetuar a manutenção preventiva e corretiva, informando a população
antecipadamente, por todos os meios de comunicação.
Importância Média

Prazo Imediato / emergencial – execução entre 1 a 4 anos – até 2020

Indicadores Número de ocorrências de interrupção no fornecimento.

Recursos Necessários Investimentos a cargo da concessionária.

Responsáveis Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Empresa Concessionária de Serviços.


Propiciar à população o acesso aos serviços de abastecimento de água em
Justificativa conformidade com suas necessidades, maximizando a eficácia do sistema e
mantendo um canal de comunicação com a população.

300
Quadro 5.4 – Programa 4 - Controle de Perdas – Ações Contra Vazamentos

Parâmetros Descrição

Projeto Minimizar a ocorrência de vazamentos.

Manter a eficiência produtiva e de distribuição, com a máxima: “Água potável


Objetivos
para todos, mas sem esperdício”.

Abrangência Municipal
Manutenção preventiva e corretiva;
Aperfeiçoamento de métodos para detecção de vazamentos não visíveis;
Controle das pressões estáticas e dinâmicas na rede;
Diminuir o índice de perdas não físicas;
Ação Acompanhar, por meio de indicadores, os procedimentos utilizados no
atendimento as ocorrências de vazamentos;
Avaliar a eficiência dos métodos de detecção dos vazamentos; Orientar a
população para correta instalação da rede hidráulica;
Efetuar renovação de hidrômetros.
Importância Média

Prazo Imediato a longo prazo – programa permanente

Indicadores Redução do número de vazamentos.

Recursos Necessários Investimentos a cargo da concessionária.

Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Empresa Concessionária de


Responsáveis
Serviços.
Reduzir ao máximo as perdas por esperdício – quanto menores as perdas
Justificativa
maior a população abastecida e menor os investimentos.

301
Quadro 5.5 – Programa 5 - Controle de Perdas – Ações de Uso Racional

Parâmetros Descrição

Projeto Conscientização sobre o Uso Racional da Agua


Identificar hábitos e condutas que geram desperdício;
Propor alternativas para redução de consumo de água por grandes
consumidores;
Objetivos Reduzir os esperdícios de qualquer natureza;
Reduzir o volume de água a ser captada e tratada;
Diminuir o volume de esgotos a serem coletados e tratados; Garantir o
fornecimento ininterrupto de água ao usuário.
Abrangência Municipal
Estudo de alternativas para reuso de águas servidas e uso de águas pluviais;
Levantamento do perfil de grandes consumidores para propor alternativas
Ação
adequadas de redução;
Realizar campanhas educativas para orientar e conscientizar a população.
Importância Alta

Prazo Imediato a longo prazo – programa permanente

Indicadores Estudos e campanhas desenvolvidos.

Recursos Necessários Investimentos para ampliação de rede a cargo da concessionária.

Responsáveis SMMU de Piraquara e Empresa Concessionária de Serviços.


Incentivar o uso racional da água para implementação de ações de
Justificativa Educação Socioambiental, sob orientação da Prefeitura, da sociedade civil e
da Empresa Concessionária.

Quadro 5.6 – Programa 6 - Conservação de Mananciais

Parâmetros Descrição

Projeto Estudo sobre qualidade e quantidade de água na área manancial.


Melhorar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas;
Objetivos Redução dos investimentos na captação de água em mananciais cada vez
mais distantes.
Abrangência Área das bacias dos mananciais
Elaborar estudo específico sobre qualidade e quantidade de água nas áreas
Ação de mananciais.
S manancial sempre em conjunto com campanhas educativas.
Importância Alta

Prazo Inicio imediato e execução permanente

Indicadores Estudo

Recursos Necessários Investimentos a cargo da concessionária

Responsáveis Município, Estado e Empresa Concessionária de Serviços.


Melhorar a e conservar as condições qualitativas e quantitativas das bacias
Justificativa mananciais atuais e de potencial futuro.
Utilizar o Programa de Conservação de Mananciais.

302
Quadro 5.7 – Programa 7 - Plano de Emergência e Contingência

Parâmetros Descrição

Projeto Plano de Emergências e Contingências.


Manter o plano atualizado elevando o grau de segurança na continuidade
operacional das instalações afetas aos serviços de abastecimento de água;
Objetivos
Utilizar mecanismos locais e corporativos de gestão;
Minimizar as situações que concluam pela interrupção da prestação dos serviços.
Abrangência Município
Analisar e avaliar o histórico dos eventos que originam as emergências;
Propor adequações a planos existentes para enfrentamento de ocorrências
Ação não previstas;
Prever e executar obras que permitam o abastecimento da área urbana de
forma flexível e alternativa tanto pelo sistema Iguaçu como pelo sistema Iraí.
Importância Alta

Prazo Imediato com revisões bianuais

Indicadores Ações propostas e ações efetivas.

Recursos Necessários Investimentos a cargo da concessionária.

Responsáveis Empresa Concessionária de Serviços e Prefeitura.


O plano é fundamental no sentido de planejar ações preventivas e corretivas
para enfrentamento de eventos que coloquem em risco a prestação dos
Justificativa
serviços de abastecimento de água, a integridade dos munícipes e do meio
ambiente.

Quadro 5.8 – Programa 8 - Fiscalização dos Serviços de Abastecimento de Água

Parâmetros Descrição

Projeto Fiscalização SAA


Proteção sanitária dos mananciais;
Objetivos Identificação de fontes poluidoras dos mananciais;
Monitoramento da água bruta e tratada.
Abrangência Municipal
Formação de conselho ou comissão para fiscalização e / ou acompanhamento;
Ação Capacitação dos membros fiscais;
Proposição do regimento do conselho ou comissão.
Importância Média

Prazo Longo

Indicadores Implantação e assiduidade dos trabalhos.

Recursos Necessários Investimentos a cargo da concessionária e Prefeitura.

Secretarias Municipais de Desenvolvimento Sustentável e de Saúde, Empresa


Responsáveis
Concessionária de Serviços e Sociedade Civil.
A fiscalização dos serviços é uma atividade de verificação e acompanhamento do
cumprimento das normas legais e técnicas relativas à prestação dos serviços na
Justificativa
forma prevista nos contratos e deve ser realizada por meio de conselho ou
comissão na forma da Lei.

303
5.6. PROGRAMAS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A Prefeitura Municipal de Piraquara, por meio da sua Secretaria de Meio Ambiente e


Urbanismo tem como metas a serem alcançadas na vigência do 2º contrato de
concessão com a SANEPAR, as seguintes atividades:
a. Ampliação gradativa do atendimento com rede coletora de esgoto visando à
universalização, como mostra o Quadro 5.9 a seguir.
Quadro 5.9 – Metas de Cobertura no Ano de Referência

Ano Meta de Cobertura (%)


2017 81,69% com rede coletora
2028 85,62% com rede coletora
Até o final do
85,62% com rede coletora
contrato

A meta de universalização é de 95%, sendo que a complementação entre os


índices de atendimento com redes públicas de esgoto de responsabilidade da
SANEPAR (previstas no quadro acima) e a meta de 95%, se dará mediante a
adoção e manutenção dos sistemas individuais de tratamento em imóveis
localizados fora do perímetro urbano ou em áreas de baixo adensamento
populacional.
Em função de o município de Piraquara apresentar características atípicas, os
percentuais de atendimento com sistema público e com sistemas individuais
podem variar, contanto que o índice final de 95% seja respeitado. Esta
adequação será efetivada ao longo dos anos do horizonte do planejamento,
dependendo, principalmente, das condições de expansão do município e da
dinâmica populacional.
b. Efetiva ligação das moradias à rede coletora;
c. Identificação, cadastro e regularização das ligações de esgoto que lançam nos
fundos de vale ou na galeria de águas pluviais;
d. Identificação, cadastro e regularização das ligações de esgoto que lançam na
rede de águas pluviais;
e. Delimitação das bacias de drenagem; e,
f. Implantação de poços de visita para monitoramento de ligações clandestinas
de águas pluviais na rede de esgoto;
g. Medição das vazões de infiltração;
h. Padronização das ligações domiciliares e;
i. Controle operacional das estações elevatórias de esgoto.
A meta da ampliação deve:
a. Garantir condições de ligação das moradias à rede coletora de esgoto e;
b. Quando não for viável a ligação a Concessionária deve fornecer assistência
técnica para a construção e operação de sistemas individuais ou condominiais
compostos de fossa séptica, filtro e sumidouro;

304
c. Promover a conservação dos recursos hídricos, por meio da eliminação de todo
e qualquer extravasamento de esgoto bruto, seja da rede coletora, seja das
elevatórias; e,
d. Indicar procedimentos para a avaliação sistemática da efetividade, eficiência e
eficácia dos serviços prestados, que incluam indicadores para aferir o
cumprimento das metas,
Nos Quadros 5.10, 5.11 e 5.12 que seguem, estão apresentadas as descrições dos
Programas recomendados a serem implantados para a melhoria do sistema.
Quadro 5.10 – Programa 1 – Atualização do Cadastro das ligações de esgoto existentes

Parâmetros Descrição

Projeto Atualização do cadastro da rede coletora de esgoto.

Objetivos Atualizar o cadastro existente e identificar possíveis ligações irregulares.

Abrangência Municipal

Solicitar, junto à Concessionária de Serviços, a a t u a l i z a ç ã o d o c a d a s t r o


Ação
da rede existente.

Importância Alta

Prazo Imediato

Indicadores Número de ligações e extensão de rede

Recursos Necessários Investimentos para cadastro a cargo da concessionária.

Responsáveis no
Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo – Gabinete do Prefeito.
município
Com o aumento da rede coletora torna-se necessário a t u a l i z a r o
Justificativa
c a d a s t r o e x i s t e n t e , p a r a aferição das metas de cobertura do sistema.

305
Quadro 5.11 – Programa 2 - Ampliação do Índice Atendimento Com Rede Coletora de
Esgoto

Parâmetros Descrição

Projeto Rede coletora de esgoto em todas as áreas urbanizadas.

Ampliar a rede de coletora com 95% de cobertura, para o horizonte do ano


Objetivos
2035, com implantação de novas áreas de expansão.

Abrangência Municipal

Solicitar, junto à Concessionária de Serviços, a implantação de rede coletora


Ação
nas áreas sem atendimento por rede; desde que haja viabilidade.

Importância Alta

Prazo Longo

Indicadores Número de novas ligações, número de unidades atendidas.

Recursos Necessários Investimentos para ampliação de rede a cargo da concessionária.

Responsáveis no
Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo – Gabinete do Prefeito.
município
Com o aumento da rede coletora torna-se necessário garantir condições de
Justificativa salubridade aos corpos hídricos, assegurando a proteção à saúde e ao meio
ambiente.

Quadro 5.12– Programa 3 - Conservação de Mananciais

Parâmetros Descrição

Projeto Estudo sobre qualidade e quantidade de água na área manancial.


Melhorar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas;
Objetivos Redução dos investimentos na captação de água em mananciais cada vez
mais distantes.
Abrangência Área das bacias mananciais
Elaborar estudo específico sobre qualidade e quantidade de água na área
Ação manancial, e;
Realizar campanhas educativas.
Importância Alta

Prazo Longo

Indicadores Estudo

Recursos Necessários Investimentos a cargo da concessionária.

Responsáveis no
Município, Estado e Empresa Concessionária de Serviços.
Município
A realização do estudo dos aspectos qualitativos e quantitativos das bacias dos
Justificativa mananciais atuais e de potencial futuro, implementando Programa de
Preservação Ambiental.

306
5.7. PROGRAMA DE CRIAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS
AMBIENTAIS (SGRA)

O Sistema de Gestão de Riscos Ambientais (SGRA) foi concebido de acordo com o


ciclo PDCA e está baseado nos princípios da ABNT 31000:2009.
As fases do trabalho abordam, entre outros princípios dessa norma, o estabelecimento
do escopo do processo de gestão de risco, descrição da organização, integração com
a política ambiental e de gestão de riscos, responsabilização, integralização com os
processos organizacionais, recursos e mecanismos de comunicação.
A estrutura para implementar os processos para gestão de riscos ambientais consiste
nas etapas descritas a seguir.

5.7.1. Identificação dos Riscos Ambientais

A Concessionária deve manter registro abrangente de riscos ambientais, estando suas


fontes sob seu controle ou não, mesmo que as fontes ou causas dos riscos possam
não ser evidentes. Este registro deve incluir as causas (fontes de risco), o(s)
impacto(s) sobre o meio ambiente e cenário / descrição de potencial evento
relacionado.
Para identificação dos riscos ambientais, a Concessionária aplica ferramentas da
qualidade, podendo ser: tempestade de ideias (brainstorming), Matriz GUT, “5 Por
Quês”, técnica de Análise Preliminar de Riscos (APR) e outras que sejam adequadas
aos seus objetivos, capacidades e riscos enfrentados.

5.7.2. Análise de Riscos Ambientais

A Concessionária deve manter registro da análise de riscos ambientais, contendo


fatores que afetam as consequências e a probabilidade dos riscos identificados.
Convém que ações de controle existentes também sejam levadas em consideração. A
análise de riscos ambientais pode ser realizada com diversos graus de detalhe,
dependendo do risco ambiental, das informações, dados e recursos disponíveis. A
técnica de análise pode ser qualitativa, semi-quantitativa ou quantitativa, ou uma
combinação destas.

5.7.3. Avaliação de Riscos Ambientais

A Concessionária deve avaliar os riscos ambientais, para auxiliar na tomada de


decisões sobre quais riscos necessitam de tratamento e a prioridade para a
implementação do tratamento.

5.7.4. Tratamento de Riscos Ambientais

A Concessionária trata os riscos ambientais avaliados como críticos e sérios, de


acordo com as instruções de trabalho internas. O tratamento se dá por meio de
procedimentos documentados no Sistema Normativo da Concessionária e Planos de
Tratamento de Riscos.

307
5.7.5. Treinamento

A Concessionária identifica as necessidades de treinamento associadas aos riscos


ambientais críticos e sérios e realiza treinamento e ações de conscientização,
mantendo os registros apropriados os quais são mantidos no sistema de Recursos
Humanos da Concessionária.

5.7.6. Monitoramento e Análise Crítica da Estrutura

A Concessionária estabelece, implementa e mantém procedimentos para monitorar e


medir suas atividades operacionais relacionadas a riscos ambientais críticos ou sérios.
A Concessionária possui procedimentos documentados para identificar e tratar não
conformidades reais e potenciais, relacionadas aos requisitos especificados no
presente documento, de forma a evitar sua repetição (ou ocorrência) e prevenir
emergências ambientais. As ações corretivas e/ou preventivas são apropriadas aos
efeitos das não conformidades detectadas.
Para a manutenção da eficácia do SGRA são definidos indicadores, de preferência já
existentes, capazes de medir periodicamente o atendimento aos objetivos e princípios
da política de gestão de riscos ambientais, além de objetivos e metas específicos
estabelecidos.

5.7.7. Auditoria Interna

As auditorias internas são executadas em intervalos planejados para:


 Determinar se o SGRA: está em conformidade com os requisitos do presente
documento e se está mantido e implementado adequadamente; e,
 Fornecer informações a Concessionária sobre os resultados das auditorias.

5.7.8. Análise Crítica da Estrutura Para Melhoria Continua da Estrutura de


Gerenciamento de Riscos Ambientais

As reuniões de análise do SGRA ocorrem duas vezes ao ano, com a participação do


CGRA (Comitê de Gestão de Riscos Ambientais) e a Gerência da área dentro do
escopo da Concessionária. Podem participar outras pessoas quando se julgar
necessário.
A partir dos resultados do monitoramento, são estabelecidas análises críticas
periódicas, visando definir ações capazes de impulsionar a melhoria contínua da
gestão de riscos ambientais na Concessionária.
As decisões tomadas nas reuniões de análise do SGRA devem incluir a identificação
de melhorias implementadas e futuras na estrutura de gestão de riscos ambientais.

5.7.9. Registros do Processo de Gestão de Riscos

Registros são estabelecidos e mantidos para demonstrar conformidade com os


requisitos do SGRA e com os resultados obtidos.

308
5.7.10. Procedimentos de Comunicação Interna e Externa

Quando da ocorrência de alguma situação de incidente ambiental com iminente risco


ambiental, o responsável pelo atendimento às emergências ambientais deve receber a
comunicação do fato provindo da Defesa Civil, IAP, ou outra fonte e procurar
imediatamente levantar as características do fato, bem como sua gravidade, caráter do
dano ambiental, bem como comunicação aos demais envolvidos dentro da
Concessionária (unidade operacional envolvida e de gestão ambiental).
Caso a comunicação do fato não tenha provindo da Defesa Civil e/ou IAP, e se faça
necessário, os mesmos deverão ser comunicados. Quando necessário deve ocorrer
acompanhamento, apoio e tomada de ações conforme previsto no SGRA.
O tratamento do risco se dá por meio de procedimentos documentados no Sistema
Normativo da Concessionária e Planos de Tratamento de Riscos. As ações corretivas
e / ou preventivas são apropriadas aos efeitos das não conformidades detectadas.

5.8. PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO HÍDRICA

O Programa de Despoluição Hídrica (PDH) visa à realização do inventário da situação


da coleta e tratamento de esgotos no município, principalmente, através da
fiscalização das ligações irregulares de esgoto, propondo medidas de correção,
visando garantir a preservação e conservação dos recursos hídricos no município
como forma de melhoria da qualidade de vida da população.

5.8.1. Objetivos

 Fiscalizar as ligações prediais irregulares domiciliares, comerciais e industriais;


 Fiscalizar as ligações irregulares com lançamentos in natura de redes de
esgotos implantadas pela Concessionária;
 Encaminhar a Concessionária as demandas de implantação das redes de
coleta e a condução dos efluentes para tratamento nas atuais estações;
 Despoluir cursos d’água; e,
 Criar e manter atualizado cadastro das redes de coleta e tratamento de
esgotos e das ligações prediais.
A implantação do Programa de Despoluição Hídrica requer ações estratégicas para
obtenção de impactos imediatos. A forma de atuação das ações foi dividida em três
temas com ações estratégicas para o PDH.

5.8.1.1. Fiscalização no Lote Para Verificação da Regularidade da


Ligação Predial

 Solicitar a Concessionária os resultados das vistorias já realizadas,


anualmente, ao final de cada ano corrente;
 Planejar áreas para atuação de equipes terceirizadas;
 Distribuir tarefas e locais de vistorias para as equipes de campo;
 Distribuir tarefas e locais de vistorias para as equipes permanentes de
fiscalização da SMMU;

309
 Fiscalizar e aplicar corante no sistema domiciliar de coleta de esgoto, para
verificação das condições das ligações;
 Aplicação de notificação, pelos Fiscais da PMP, de regularização para as
economias vistoriadas que estejam em condições irregulares;
 Retorno aos lotes irregulares após prazo transcorrido da notificação. Caso
continuem irregulares será aplicada multa;
 Atualização do Sistema Georreferenciado na SMMU, mensalmente, tanto para
os casos regularizados, quanto para os lotes irregulares; e,
 Verificação das solicitações e reclamações provenientes de chamadas de
telefone ou pelo canal de relacionamento com o contribuinte pela internet
(http://www.piraquara.pr.gov.br/Contato+141+251.shtml), e demais solicitações
provenientes, por outros meios.
São consideradas irregularidades das ligações prediais:
a. Não estar ligado à rede de esgoto existente da Concessionária;
b. Ligação das águas de chuva na rede de esgoto predial ou na rede coletora de
esgotos da Concessionária;
c. Ausência de caixa de gordura ou sem retenção de lama, graxa ou óleo;
d. Uso de sistemas alternativos (fossas, sumidouros, etc.) quando existir rede
coletora de esgotos da Concessionária;
e. Rede de esgoto predial conectada nas galerias de águas pluviais ou nos rios e
córregos;
f. Ligações prediais executadas por cima do Dispositivo de Terminal de Inspeção
(DTI); e,
g. Ramais prediais internos obstruídos.

5.8.1.2. Lotes Sem Cobertura de Rede Pública de Esgoto:

 Mapeamento dos lotes que não possuem rede de coleta e tratamento de


esgotos pela Concessionária;
 Listagem dos locais sem rede de esgoto;
 Fiscalização em campo dos locais identificados no mapeamento;
 Encaminhar à Concessionária ofícios dos locais com inexistência de rede de
esgoto, para inclusão em Planos de Obras e regularização dos lotes sem rede
de esgoto;
 A implantação de redes de esgoto solicitadas pela PMP deverá ser atendida
num prazo de atendimento de, no máximo, 24 meses;
 A Concessionária deverá comunicar oficialmente à SMMU os locais com
atendimento de redes novas;
 Fiscalização dos locais com implantação de rede nova, para que não ocorram
lançamentos de coleta de esgotos pela Concessionária, em fundo de vale ou
córregos; e,
 Atualização do Sistema Georreferenciado na SMMU, anualmente.
310
5.8.1.3. Pontos de Lançamento Irregulares da Rede de Esgoto da
Concessionária

 Solicitar a Concessionária o cadastro de rede de esgoto existente no Município;


 Mapeamento dos locais possíveis de lançamento irregulares em Sistema de
Informação Georreferenciado, onde a Concessionária coleta e lança em
drenagem ou em corpos aquáticos;
 Fiscalização em campo dos locais identificados no mapeamento;
 Encaminhar à Concessionária solicitação regularização, podendo ser aplicada
a multa devido ao lançamento de esgoto irregular pela Concessionária,
devendo esta, regularizar a situação mediante prazo de 20 dias;
 Atualização do Sistema Georreferenciado na SMMU, mensalmente; e,
 Aplicação de sanções cabíveis à Concessionária (aviso, notificação e multa).

5.8.2. Programa de Monitoramento da Qualidade de Águas dos Rios

A concentração urbana e os impactos sobre os recursos hídricos no município de


Piraquara são visíveis. Resultados das simulações de qualidade da água mostram que
as descargas de matéria orgânica por fontes pontuais e difusas, feita ao longo da
Bacia do Rio Iguaçu, tem acarretado a poluição dos corpos hídricos em níveis muito
acima dos limites críticos aceitáveis pela legislação nacional, conforme apresentado
no Diagnostico da Bacia do Alto Iguaçu (2011).
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SMMU) concentra esforços
para colher informações que permitem auxiliar no direcionamento da implementação
de políticas de uso da água, na área de abrangência do município de Piraquara.

5.8.2.1. Objetivo

Avaliar a qualidade da água dos rios de Piraquara, mediante implantação de Programa


de Monitoramento da Qualidade de Água dos Rios de Piraquara (PMQAR), pela
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SMMU).

5.8.2.2. Objetivos Específicos

 Diagnosticar a qualidade de cursos d’água em tributários que alimentam os


principais rios de Piraquara, por meio de análises da água de acordo com
parâmetros do CONAMA;
 Criar banco de dados, que permite elaborar planejamentos de gestão em
recursos hídricos no município;
 Planejar trabalho de despoluição de cursos d’água nas áreas diagnosticadas;
 Fiscalizar e notificar contribuintes cujas ligações prediais estejam irregulares,
nos cursos d’água nas áreas analisadas; e
 Conscientizar, orientar e informar a população, por meio de panfletos e
explicações verbais, sobre as formas adequadas das ligações prediais ou de
sistemas alternativos de tratamento de esgoto, onde não houver a
disponibilidade de rede coletora de esgotos.

311
5.8.2.3. Área de Estudo

A cidade de Piraquara é hidrograficamente constituída por cinco bacias formadas


pelos rios: Iraí, Iguaçu, Itaqui, Piraquara e Iraizinho.
Embora os recursos hídricos em Piraquara sejam abundantes, sua qualidade está
comprometida devido a diversos fatores: infraestrutura insuficiente de esgotamento
sanitário, incidência de ocupações irregulares nas margens dos rios, presença de lixo,
assoreamento dos rios por motivos diversos, dentre outras.
A sociedade, por meio de diferentes formas de manifestação, solicita a atenção dos
órgãos públicos para cuidados com aparência e odor das águas de rios e córregos, em
áreas específicas do município.
A falta de informações da qualidade da água em sub-bacias e micro bacias do
município justifica o monitoramento em trechos de importância para o meio antrópico.

5.8.2.4. Metodologia de Trabalho

A metodologia consiste em coletar as amostras para análise da qualidade da água, em


afluentes que desembocam próximos aos principais rios das Bacias Hidrográficas, que
cortam o município de Piraquara.
As ações de saneamento integradas ao monitoramento serão desenvolvidas nas
seguintes etapas:
1. Mapeamento dos pontos de coleta de cada sub-bacia;
2. Realização de coletas e análises por laboratórios credenciados pela PMP,
previamente planejadas e agendadas;
3. Análise dos resultados pela SMMU;
4. Elaboração do mapeamento das ligações prediais irregulares e as
correspondentes indicações fiscais dos lotes, por sub-bacias;
5. Notificação aos contribuintes irregulares via Aviso de Recebimento (AR), pelos
Correios, para adequação dentro de prazo máximo de 60 dias;
6. Passado o prazo de adequação, o contribuinte deverá comprovar a ligação
predial regularizada por meio de laudo emitido pela Concessionária. Cópia
deste laudo deverá ser encaminhada para a SMMU, para cadastro da
regularização do lote;
7. Casos de não atendimento à notificação serão multados conforme PDH,
seguindo trâmite administrativo próprio da PMP;
8. Nova coleta será realizada para averiguar melhoria dos parâmetros de
qualidade da água;
9. Período de equalização do Rio (4 meses);
10. Nova coleta, início do ciclo, comprovando-se melhorias, ou não, nos
parâmetros analisados;
11. Em não havendo melhorias nas amostras, buscar-se-á identificar outras fontes
poluidoras (rede de esgotos obstruída ou irregular, resíduos sólidos, efluentes
de cemitérios ou comerciais ou industriais, ligações clandestinas de difícil
acesso etc.); e,
312
12. Análise e tabulação dos dados, com elaboração de relatório anual de
monitoramento, a ser realizado nos meses de dezembro.
Na SMMU encontra-se o arquivamento do monitoramento das informações obtidas e
resultados alcançados, por sub-bacias, para fins de controle e tabulação de dados.
Para as situações de assentamento irregulares, em fase de regularizações ou em lotes
sem acesso à coleta de esgoto, serão vistoriadas e incorporadas a este programa a
partir do ano de 2018, pois muitas destas situações não possuem indicação fiscal e /
ou rede coletora de esgoto, cuja inclusão deverá constar na primeira revisão deste
Plano.

5.8.2.4.1. Padrões Referenciais Utilizados

Nas amostras primárias de água serão analisados os parâmetros físico-químicos do


CONAMA, apresentados no Quadro 5.13 a seguir.
Quadro 5.13– Parâmetros Físico-Químicos a Serem Analisados nas Amostras Primárias
Nomenclatura Unidade
OD Oxigênio Dissolvido mg O2/L
T Temperatura Graus Celsius
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio mg DBO/L
DQO Demanda Química de Oxigênio mg DQO/L
NA Nitrogênio Amoniacal mg N/L
RS Resíduos Suspensos a 103 °C mg/L
OG Óleos e Graxas 20 g/m³
pH Potencial Hidrogeniônico Unidades de pH
CF Coliformes fecais NMP / 100 mL

Quando houver necessidade, haverá solicitação de análises complementares com


resultados específicos.

5.8.3. Razões Para a Qualidade Ambiental e Resultados Esperados

1. Razão de saúde pública: Reduzir o número de organismos patogênicos e


substâncias tóxicas presentes nos rios e cursos d’água provenientes de
esgotos e lançamentos irregulares, evitando o risco de transmissão de doenças
de veiculação hídrica;
2. Razão ecológica: Evitar a degradação ambiental, protegendo a vida vegetal e
animal;
3. Razão econômica: Reduzir o custo do tratamento da água e evitar a falta desse
recurso hídrico para diversos usos, dentre eles o consumo humano, industrial,
comercial, assim como para as comunidades;
4. Razão estética: Evitar prejuízos ao lazer e ao turismo, pelo mau aspecto,
cheiro, presença de lixo e animais transmissores de doenças; e

313
5. Razão legal: Evitar a depreciação dos patrimônios, pois os proprietários de
áreas a jusante dos lançamentos de esgotos têm direitos legais ao uso da água
em seu estado natural.

Considerando-se os procedimentos elencados espera-se atingir os seguintes


resultados:
1. Alcançar o percentual de 98% a 100% das ligações prediais regularizadas,
onde a rede de coleta de esgoto é ofertada por sub-bacia;
2. Municiar a Concessionária com informações detalhadas, auxiliando na
promoção da ampliação da rede de saneamento no âmbito municipal;
3. Atingir o objetivo final que é o "Rio Limpo” e a melhoria na qualidade de vida e
na qualidade ambiental.
Com esses estudos a SMMU terá como base um banco de dados suficiente para a
tomada de decisões, para planejar gestão sustentável na área de saneamento, o que
inclui neste processo desafios em diferentes níveis institucionais com programas a
curto, médio e longo prazo, para manutenção dos cursos d’água em padrões
aceitáveis de qualidade.

5.8.4. Proteção, Preservação e Recuperação das Nascentes

A nascente é o local onde se inicia um curso de água, proveniente de descarga de


aquíferos. Atualmente e principalmente em áreas urbanas, assim como em áreas
rurais, as nascentes vêm diminuindo suas vazões e em muitos casos secando.
Os córregos, rios e demais cursos de água sofrem os mesmos problemas, pois
dependem das nascentes para sua manutenção e sobrevivência. É fundamental
reconhecer a importância vital das nascentes sua fragilidade diante das agressões às
quais estão sujeitas principalmente em decorrência da ação antrópica.
As alterações no uso e ocupação do solo nas cidades interferem nesses ambientes;
de maneira que as nascentes são comumente drenadas, aterradas ou diretamente
conectadas às galerias de drenagem pluvial, implicando em severos impactos em todo
o sistema fluvial.
Assim, devido as suas características geológicas, geomorfológicas e climáticas,
Piraquara é uma cidade privilegiada em quantidade de nascentes e apesar de uma
urbanização acelerada que se imprime à cidade, muitas nascentes encontram-se
ainda preservadas ou em condições de serem recuperadas.
Dados referentes à localização, Georreferenciamento e diagnóstico da situação local
de cada nascente identificada permearão o desenvolvimento das ações cabíveis,
realizada em parceria com os diferentes setores da Prefeitura Municipal e a
comunidade de Piraquara.

5.8.4.1. Tipos de Nascentes

As nascentes localizam-se em encostas ou depressões do terreno ou ainda no nível


de base representado pelo curso d’água local, podem ser perenes (de fluxo contínuo)
temporárias (de fluxo apenas na estação chuvosa) e efêmeras (surgem durante a
chuva, permanecendo por apenas alguns dias ou horas).

314
As nascentes são classificadas quanto à sua formação em:
1. Quando a descarga de um aquífero concentra-se em uma pequena área
localizada, tem-se a nascente ou olho d’água. São exemplos desse tipo as
nascentes de encosta e de contato.
2. Quando a superfície freática ou um aquífero artesiano interceptar a superfície
do terreno e o escoamento for espraiado numa área o afloramento tenderá a
ser difuso formando um grande número de pequenas nascentes por todo o
terreno, originando as veredas.

5.8.4.1.1. Legislação Estadual e Municipal

Com o objetivo de evitar que interferências sem critérios nas nascentes e ao longo dos
cursos d’água venham causar danos irreversíveis à rede natural de drenagem, deve-
se respeitar e atender a legislação específica de recursos hídricos. Os objetivos destas
leis visam preservar os recursos hídricos para o bem do ambiente como um todo.
A assinatura do termo de COOPERAÇÃO TÉCNICA “NASCENTES PROTEGIDAS”,
firmados, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente - SEMA - Secretaria de Estado
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Instituto das Águas do Paraná, mais a
Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural; concluíram pela
necessidade de proteção e recuperação das nascentes.
Dentre os principais artigos constantes do documento destaca-se o que determina que
a recuperação voluntária de nascentes, visando à regularização de fluxo hídrico ou
desassoreamento com recuperação ou não da área de proteção permanente
adjacente, deve ser comunicada aos órgãos gestores ambientais do Estado do Paraná
por meio do preenchimento do Cadastro de Nascentes.
Há outro artigo que autoriza o uso do formulário de CADASTRO de nascentes como
requerimento de dispensa de outorga para pequenos usos de água proveniente de
nascentes exclusivamente, tendo em vista a necessidade de atendimento das
disposições da RESOLUÇÃO N° 039 / 04 - SEMA, devendo o mesmo ser protocolado
no Instituto das Águas do Paraná.

5.8.4.2. Recuperação das Nascentes

No processo de recuperação de nascentes devem ser desenvolvidas ações como:


 Aumentar a capacidade de infiltração do solo: A cobertura permanente do solo
por plantas ou resíduos vegetais, além de conter o escoamento superficial
favorece a infiltração da água no solo, minimiza as perdas de água por
evaporação e auxilia a sua depuração, em face da capacidade de filtro que o
solo possui;
 Proteção das áreas ciliares às nascentes e rios: A reposição da floresta nas
áreas de preservação permanente (APP) e outras áreas são fundamentais na
proteção e produção de água. A preservação e a recuperação da APP e a
manutenção de áreas florestadas não deve ser entendida como medida para
atender a legislação, mas uma ação imprescindível para a manutenção da
vida;
 Controle de erosão hídrica: Chuvas de elevada intensidade acarretam
formação de enxurrada carreando sedimentos e contaminantes para as
315
nascentes e cursos d’água. Os solos geralmente não possuem permeabilidade
para infiltrar toda a água da chuva. Ferramentas fundamentais no controle da
erosão hídrica como sistema de terraceamento corretamente dimensionado,
readequação de estradas em bases conservacionistas e contenção das águas
pluviais diminuem os efeitos das enxurradas. A contenção da enxurrada trás
como benefícios o controle da contaminação das águas das nascentes e rios;
controle do soterramento de nascentes e assoreamento dos rios; aumento do
volume de água infiltrada no solo uma vez que será contido no canal dos
terraços.
 Controle da contaminação ambiental: O sistema de terraceamento e a
readequação de estradas em bases conservacionistas cumprem também a
função de evitar que agrotóxicos alcancem as nascentes e rios através de
enxurradas. O gerenciamento adequado de efluentes domésticos e industriais
e o destino correto do lixo e esgotos são práticas que auxiliam na qualidade
ambiental.

5.8.4.3. Proteção das Nascentes

Havia um entendimento de que as nascentes podiam ser abertas e protegidas apenas


com a construção de caixas ou pequenas barragens abertas diretamente sobre o olho
da água, para manter as condições de escoamento e captação da água.
Hoje, sabe-se que a consequência desta prática é a ramificação da nascente
transformando o local em um banhado devido ao assoreamento por deposição de
sedimentos sobre a nascente (SEMA- 2010).
Sugestões de técnicas para conservação da fonte de nascentes de acordo com
SEMA, PR, 2010 e SAMAE, Caxias do Sul, RS, 2011, englobam: a limpeza manual
local, sem utilizar máquinas ou veículos para evitar danos à vegetação e fazer
abertura de vala para escoamento da água represada; a construção da estrutura de
proteção do entorno e da nascente; a desinfecção da nascente, quando houver
aproveitamento da água para abastecimento; construção de cerca no entorno da
nascente (conforme a Legislação), bem como, evitar a entrada de animais que possam
contaminar a água e destruir a vegetação da mata ciliar.

5.8.4.4. Contaminação de Águas Superficiais e Subterrâneas

As águas das chuvas se infiltram no solo e alimentam as águas subterrâneas, que


podem ser de lençóis rasos ou profundos. Nestes casos, a água subterrânea circula
nos poros, fendas e fraturas e vazios da dissolução da rocha (dolinas e cavernas),
respectivamente. As águas subterrâneas profundas são mais puras e com poucos
nutrientes, a camada de solo acaba servindo de filtro natural.
Os lençóis rasos são formados pelo excedente das águas profundas, constituindo
então os lençóis freáticos e nascentes (zona saturada) que, por estarem mais
próximos da superfície ou aflorados formam banhados, córregos, rios e lagos, mais
suscetíveis às contaminações.
Os problemas mais graves relacionados à degradação de recursos hídricos derivam
da poluição e são devidos ao esgoto doméstico, poluição Industrial, resíduos sólidos,
poluição agrícola, eutrofização salinização e Falta de Proteção.

316
 Potabilidade: A água usada para consumo humano deve ser potável, de acordo
com a Portaria N° 2914/MS/2011, e não oferecer riscos à saúde. Para uso
humano a água deve ser monitorada de acordo com a legislação, assim não é
aconselhável o uso sem os cuidados necessários;
 Mata Ciliar: Para a recuperação desta vegetação devem ser plantadas
espécies nativas da região; e
 Qualidade da água: Finalizada a proteção e desinfecção da nascente, a água
poderá ser utilizada para fins de potabilidade e irrigação. Para esta finalidade é
necessário verificar a qualidade da água em órgãos competentes.

5.8.4.5. Objetivos

Realizar o cadastramento das nascentes urbanas do município de Piraquara, com o


intuito de levantar áreas críticas objetivando à qualidade dos mananciais hídricos e
condições ambientais. Os dados servirão de ferramentas para futuros programas de
recuperação ambiental dessas nascentes.

5.8.4.5.1. Específicos

Preservar, conservar e recuperar nascentes em áreas públicas urbanas do município


de Piraquara, com referência para nascentes em áreas particulares.
 Apresentar modelos estruturais, ambientais e educacionais de preservação,
conservação e recuperação para diferentes tipos de nascentes em áreas
públicas, os quais poderão no futuro serem utilizados como referência também
para nascentes em áreas particulares;
 Executar a proteção, conservação e ou recuperação de nascentes em áreas de
domínio público urbano, no município de Piraquara, por meio de estruturas
físicas, ambientais e educacionais;
 Preservar a área de domínio público com nascentes de invasões irregulares
mediante monitoramento para o livre fluxo do curso da água;
 Recuperar áreas degradadas, decorrentes da ocupação urbana indiscriminada
das margens de nascentes e cursos d'agua, subsidiado por Programa de
Educação Ambiental; e,
 Preservar qualidade da água e divulgação de práticas de cuidados com o
ambiente e uso sustentável da água.

5.8.4.5.2. Resultados Esperados

 Aumentar o índice de vegetação urbana, refletindo positivamente na qualidade


da água, do ar, no microclima e, portanto, ajudando a combater o aquecimento
global;
 Aumentar a biodiversidade, de fauna e flora nativa, importantes para o
equilíbrio ambiental;
 Promover a sensibilização da comunidade sobre os problemas ambientais e a
importância do engajamento de cada cidadão em programas e projetos que
visem melhorar a qualidade ambiental e da vida de todos; e,

317
 Áreas recuperadas ambientalmente e uma nova paisagem.

5.8.4.6. Metodologia de Trabalho

A metodologia consiste em ações técnicas estruturais e não estruturais, considerando


o objetivo ambiental e educacional de proteção, conservação e ou recuperação da
nascente. Para a implantação da metodologia, são propostas as seguintes etapas:
 Visitas aos locais para levantamento e identificação de nascentes em áreas
públicas urbanas;
 Mapeamento das nascentes – Georreferenciamento;
 Diagnóstico da situação;
 Limpeza, drenagem e retirada de plantas invasoras quando presentes;
 Educação ambiental na comunidade e escolas da região;
 Recomposição da mata ciliar com delimitação da APP quando presente;
 Plantio de mudas de espécies nativas da região;
 Implantação e condução do processo de proteção/recuperação nos locais
determinados;
 Serviços de conservação da área;
 Alcançar os objetivos em conjunto com as comunidades; e,
 Monitoramento das nascentes.

5.9. PROGRAMA DE AMPLIAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM E CONTROLE


DE INUNDAÇÕES

5.9.1. Implantação de Elementos de Macrodrenagem

Ação Contratação de estudos hidrológicos e hidráulicos


Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara - Secretaria de Obras
Prazo: Curto Prazo (2018)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Com o objetivo de garantir uma maior eficiência operacional no sistema de
macrodrenagem, visando à redução nos riscos de inundações, são propostas medidas
estruturais. Tais medidas se fazem necessárias em decorrência das carências
identificadas nas etapas de Diagnóstico e Prognóstico do Plano.
Neste caso, estudos hidrológicos e hidráulicos específicos devem ser realizados, nas
localidades ou bacias hidrográficas prioritárias, apontando as possíveis soluções, bem
como as obras necessárias e a ordem em que devem ser realizadas, ou seja, a sua
hierarquização, visando sanar as deficiências encontradas.
Ação Contratação de Projetos Básicos e Executivos
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara - Secretaria de Obras
Prazo: Curto Prazo (2018), Médio Prazo (2025) e Longo Prazo (2035)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
318
Após o cumprimento da etapa de contratação de estudos hidrológicos e hidráulicos de
macrodrenagem, realizados por localidade ou bacia hidrográfica prioritária, apontando
as soluções e hierarquizando as obras necessárias, o município de Piraquara deverá
realizar a contratação de projetos básicos e executivos das intervenções propostas.
Os projetos em questão se referem às readequações de seções hidráulicas de
córregos, implantação de bacias de detenção e recuperação de canais. A contratação
dos projetos deverá seguir uma hierarquização, priorizando a segurança e o bem estar
da população, bem como a proteção ambiental.
Ação Implantação das obras
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Curto Prazo (2021), Médio Prazo (2023) e Longo Prazo (2029)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Tendo a etapa de estudos hidrológicos e hidráulicos concluída, inicialmente prevista
para o final de 2018, de acordo com a hierarquização para cada localidade ou bacia
hidrográfica que apresentou carências em relação à macrodrenagem, foi previsto um
período de três anos para a conclusão das medidas necessárias. Este período
contempla três etapas, realizadas em três anos, sendo necessário um ano para cada:
a primeira delas para a elaboração de projetos; a segunda é a captação de recursos e
estabelecimento de parcerias; e a terceira é a consolidação e realização das
intervenções previstas. Considerando que o período total de três anos se inicia
posteriormente à hierarquização das obras, aquelas que foram consideradas como
prioritárias terão seu início no curto prazo (2021), as demais serão realizadas em
médio prazo (2023) e longo prazo (2029).
Esta ação contempla ações de canalizações, readequação de travessias e bacias de
detenção, além de recuperação de canais.

5.9.2. Implantação de Elementos de Microdrenagem

Ação Contratação de estudos hidrológicos e hidráulicos


Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara - Secretaria de Obras
Prazo: Curto Prazo (2018)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Da mesma forma que foi proposta para implantação dos elementos de
macrodrenagem, há a necessidade de se elaborar estudos hidrológicos e hidráulicos
para microdrenagem, com o intuito de identificar as causas da ocorrência de
alagamentos, além de idealizar alternativas para sanar tais deficiências e propor a
hierarquização das obras de microdrenagem por meio de elementos consistentes e
eficazes.
Para tal, são necessários estudos visando à adequação ou implantação de redes de
microdrenagem nas áreas ou pontos mais suscetíveis a alagamentos, conforme já
identificado no Produto 2 - Diagnóstico da Situação Local do Saneamento, e reforçado
no Produto 3 – Elaboração de Prognósticos e Alternativas para Universalização dos
Serviços de Saneamento Básico.

319
Ação Contratação de projetos básicos e executivos
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara - Secretaria de Obras
Prazo: Curto Prazo (2018), Médio Prazo (2025) e Longo Prazo (2035)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Após o cumprimento da etapa de contratação de estudos hidrológicos e hidráulicos de
microdrenagem, realizados nas áreas ou pontos mais suscetíveis, apontando as
soluções e hierarquizando as obras necessárias, o município de Piraquara deverá
realizar a contratação de projetos básicos e executivos das intervenções propostas.
Ação Implantação das obras
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Curto Prazo (2021), Médio Prazo (2023) e Longo Prazo (2029)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Seguindo a mesma linha do item semelhante para macrodrenagem, tendo a etapa de
estudos hidrológicos e hidráulicos concluída, inicialmente prevista para o final de 2018,
de acordo com a hierarquização para pontos ou área suscetível a alagamentos, foi
previsto um período de três anos para a conclusão das medidas necessárias. Este
período contempla três etapas, realizadas em três anos, sendo necessário um ano
para cada: a primeira delas para a elaboração de projetos; a segunda é a captação de
recursos e estabelecimento de parcerias; e a terceira é a consolidação e realização
das intervenções previstas. Considerando que o período total de três anos se inicia
posteriormente à hierarquização das obras, aquelas que foram consideradas como
prioritárias terão seu início no curto prazo (2021), as demais serão realizadas em
médio prazo (2023) e longo prazo (2029).
Esta ação contempla ações de readequações/implantações de seções de bueiros de
travessias e galerias de águas pluviais, além de implantação e readequação de
sarjetas e bocas-de-lobo.
Ação Implementação de diretrizes para a implantação de dispositivos de detenção da
água em novos empreendimentos
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Curto Prazo (2021)
Fonte de recursos: Ministérios das Cidades
Regulamentar por meio do código de obras e edificações municipal que novos
empreendimentos implantem dispositivos para detenção e infiltração das águas
pluviais, minimizando o escoamento e a vazão de água direcionada para sistema de
drenagem municipal. Esta ação tem como objetivo promover medidas de retenção de
águas pluviais, visando a amortização dos picos de vazão ao longo do tempo no
sistema de drenagem municipal.

320
5.10. PROGRAMA DE OTIMIZAÇÃO E MELHORIAS DA OPERAÇÃO DO
SISTEMA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS

5.10.1. Elaboração de Estudos Técnicos

Ação Contratação de estudo do modelo de gestão para o sistema de drenagem


Responsabilidade: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Emergencial (2017)
Fontes de recursos: Ministério das Cidades
As questões administrativas relacionadas ao saneamento exigem uma estrutura
administrativa municipal muito bem estruturada, e para que isso seja possível, há a
necessidade de implantação de um Modelo de Gestão para o Sistema de Drenagem,
visando nortear o município nas questões desse setor. Aliado a isso, dentre os
objetivos desse modelo de gestão estão a interdisciplinaridade, a intersetorização e
integração entre as gestões municipal, de drenagem e de bacias hidrográficas, com o
intuito de promover um desenvolvimento sustentável urbano. Este Modelo de Gestão
deverá ser elaborado por uma equipe técnica especialista em gestão municipal voltada
ao tema ambiental, com foco em drenagem urbana.
Ação Contratação do Plano Diretor de Drenagem Urbana – PDDU
Responsabilidade: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Emergencial (2017)
Fontes de recursos: Ministério das Cidades
O município de Piraquara possui o Plano Diretor como instrumento que norteia o
desenvolvimento urbano do município em seus diversos setores e, dentre eles, o setor
de saneamento e drenagem urbana.
Neste foco, vem à tona a necessidade da elaboração do Plano Diretor de Drenagem
Urbana (PDDU), documento este que norteia todas as ações referentes ao tema,
estabelecendo mecanismos para gestão da infraestrutura urbana relativas às águas
pluviais.
O documento – PDDU – tem como objetivo a compatibilização e a promoção da
harmonia entre a ocupação antrópica e a infraestrutura, aliada à preservação e
conservação ambiental, e deverá ser elaborado por uma equipe técnica especializada
no tema.

5.10.2. Implantação de Sistema de Operação e Manutenção do Sistema de


Drenagem

Ação Cadastramento do Sistema de Captação e Drenagem das Águas Pluviais


Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Emergencial (2017)
Fonte de recursos: Ministério das Cidades
O Cadastramento do Sistema de Captação e Drenagem das Águas Pluviais é de
grande relevância para que os estudos futuros relacionados à drenagem sejam
elaborados com maior consistência. O referido cadastro possibilitará o conhecimento,
321
seja do gestor municipal ou dos técnicos responsáveis pela elaboração de estudos, do
sistema atual de drenagem, permitindo realizar avaliações das possíveis deficiências
e, como consequência, a promoção de ações emergenciais para mitigação de
problemas.
Ação Elaboração do Plano de Manutenção do sistema de captação e drenagem de
águas pluviais
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Emergencial (2017)
Fonte de recursos: Ministério das Cidades
A Elaboração do Plano de Manutenção do sistema de captação e drenagem de águas
pluviais tem como objetivo a realização de ações preventivas e corretivas, além de
eliminar a perda de carga referente a ações sem nenhum tipo de planejamento.
O plano em questão vem à tona, aliado ao PDDU e ao cadastramento do sistema de
drenagem, na busca de uma melhor eficiência das atividades de operação e
manutenção do sistema de drenagem.
Para tal, o planejamento das atividades, como o desassoreamento de cursos d’água,
limpeza de bocas-de-lobo, manutenção de galerias, canais e demais dispositivos de
drenagem, é de grande relevância, exigindo um plano específico para tal. Este
planejamento deverá ser realizado, da mesma forma que as ações anteriores, por uma
equipe técnica especializada.

5.10.3. Implantação do Plano de Operação e Manutenção do Sistema de


Drenagem

Ação Aquisição de equipamentos para manutenção e limpeza periódica dos


dispositivos de drenagem
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Médio Prazo (2023)
Fonte de recursos: Ministério das Cidades
Visando a estruturação da Secretaria de Obras do município, a aquisição de
equipamentos para manutenção e limpeza periódica dos dispositivos de drenagem se
faz necessária para que seja possível a realização das atividades. A frota base teria
como equipamentos uma retroescavadeira, um caminhão basculante com capacidade
de transporte de 5m³, além de um caminhão pipa.

5.10.4. Implantação de Tecnologias Complementares ao Sistema de Drenagem

Ação Implantação de pavimento permeável


Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Longo Prazo (2035)
Fonte de recursos: Ministério das Cidades
Visando a redução no escoamento superficial, acarretando na redução de possíveis
pontos de alagamentos e inundações, é indicada a implantação de pavimento
permeável. Esta tipologia de pavimento facilita a infiltração da água pluvial na camada
322
inferior do pavimento, funcionando como uma espécie de reservatório, retardando,
assim, o escoamento da água para os corpos d’água.
Ação Implantação de canteiro pluvial e de jardim de chuva
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Longo Prazo (2035)
Fonte de recursos: Ministério das Cidades
A implantação de canteiro pluvial e jardim de chuva possui o mesmo objetivo da
implantação de pavimento permeável, ou seja, reduzir o escoamento superficial por
meio do aumento do coeficiente de infiltração de água no solo, reduzindo assim o risco
de alagamentos e inundações, e proporcionando um aumento na qualidade de vida da
população.
A implantação dos canteiros pluviais e jardins de chuva deve ser objeto de estudo
específico, a ser realizado por equipe especializada, a qual indicará quais os pontos
ou áreas mais propícias a receberem os investimentos.

5.11. PROGRAMA DE MONITORAMENTO, PREVISÃO E ALERTA

As informações sobre as condições meteorológicas, climáticas e dos escoamentos


fluviais em tempo real são, atualmente, fundamentais para o planejamento urbano.
Diante desta necessidade, faz-se necessária a implantação de um Sistema de
Monitoramento, Previsão e Alerta, com o intuito de fornecer estes dados de prontidão
– coleta e transmissão – a fim de subsidiar a tomada de decisões referentes as ações
de macro e microdrenagem urbana. O sistema ainda tem a incumbência de recepção
e processamento de informações e estabelecimento de programas preventivos.
Todas as informações coletadas e processadas, face aos diversos riscos iminentes,
são de interesse comum à população e entidades ligadas à gestão territorial, proteção,
organização e de defesa civil. O sistema como um todo envolve a mobilização e
organização de recursos humanos, infraestrutura e instrumentos tecnológicos, para
fornecer os insumos necessários para o planejamento de ações mitigadores e
preventivas aos atores envolvidos.

5.11.1. Implantação de Redes

Ação Implantação da rede de monitoramento de eventos críticos


Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Médio Prazo (2023)
Fonte de recursos: Ministério das Cidades
O município deverá implantar, posteriormente à definição do sistema de
monitoramento de eventos críticos, o sistema propriamente dito. Essa ação implica na
aquisição, montagem e instalação dos equipamentos de monitoramento.
A quantidade de equipamentos será diretamente proporcional à tipologia do sistema
definido na ação anterior, ou seja, quanto mais completo o sistema, maior o número de
equipamentos necessários, o que ressalta a necessidade de estudos por meio de uma
equipe técnica especializada, a qual irá especificar qual o tipo de sistema que se
encaixa nas necessidades do município, prezando a relação custo x benefício.
323
Ação Implantação de sistema de prevenção e alerta
Responsável: Prefeitura Municipal de Piraquara
Prazo: Médio (2023 – software + funcionário) e longo (2025 a 2035 – apenas o
funcionário)
Fonte de recursos: Ministério das Cidades
A implantação do sistema de prevenção e alerta permite a antecipação do
conhecimento de eventos críticos, como a magnitude das cheias, monitoramento de
pontos de inundação, monitoramento de pontos de deslizamentos, dentre outros. O
sistema dá subsídios às ações da defesa civil no que tange à tomada de decisões,
prezando a segurança da população.

5.12. PROGRAMA DE MANUTENÇÃO E INCREMENTO DE CAMPANHAS


EDUCATIVAS

A Prefeitura já conta com um Programa de Educação Ambiental promovido durante as


feiras Reciclagem que acontecem nos bairros do município. Propõe-se que estas
feiras sejam mantidas e ampliadas, e que sejam promovidas reuniões para
conscientização não apenas da importância do manejo correto dos resíduos, mas
também sejam apresentadas noções básicas de saneamento básico no âmbito de
abastecimento de água, sistema de coleta afastamento e tratamento de esgoto e
drenagem urbana.
Nestas reuniões deve ser apresentado o conceito dos “3Rs” para a população: reduzir,
reutilizar e reciclar.

5.13. PROGRAMA DE COLETA DE LIXO ELETRÔNICO

As pilhas e baterias, juntamente com outros equipamentos eletrônicos, pertencem ao


grupo dos lixos eletrônicos. Estes equipamentos são produzidos com substâncias
nocivas, e uma vez descartados em locais inadequados, podem vir a contaminar o
solo e a água.
A Prefeitura já conta com um Programa de coleta deste tipo de resíduo nas feiras de
Educação Ambiental. Onde a população é convidada a levar este tipo de descarte
para os locais onde estão sendo promovidos estes eventos Porém, esta iniciativa não
é suficiente para atendimento de toda a população do município.
Recomenda-se que sejam implantados PEVs – Pontos de Entrega Voluntária – em
locais estratégicos, para que toda a população tenha condições de acesso aos locais
adequados de descarte de eletrônicos.
A empresa responsável pela reciclagem e destinação final destes elementos irá
periodicamente até estes PEVs para o recolhimento dos resíduos deixados pela
população.
Para facilitar o processo, recomenda-se que estes Pontos sejam implantados junto aos
PEVs de óleo de coxinha usado, nas escolas municipais, Prefeitura e Unidades de
Saúde Pública.

324
5.14. PROGRAMA DE COLETA DE RESÍDUOS VOLUMOSOS

Assim como ocorre a coleta de resíduos da Poda Verde, a Prefeitura pode


disponibilizar um canal para que a população solicite a coleta de lixo de grande
volume, evitando a disposição irregular de entulhos. Pra evitar onerações
desnecessárias à Prefeitura, uma sugestão é que este serviço seja disponibilizado
mensalmente, preferencialmente aos sábados, dia em que a maioria das pessoas está
em casa e pode realizar este tipo de descarte.

5.15. PROGRAMA DE REDUÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS

De acordo com a Lei Federal N° 12.305/2010 a não geração e reutilização de resíduos


sólidos é um dos objetivos da Politica Nacional de Resíduos Sólidos.
Desta forma, o Programa de Redução de resíduos Orgânicos pode ser dividido em 2
frentes de projeto:

5.15.1. Projeto de Manejo de Arborização Urbana

Este projeto consiste no planejamento da arborização urbana, de modo a serem


plantadas na cidade somente árvores adequadas à região, e no correto manejo destas
plantas, com a utilização da técnica e dos equipamentos adequados, além de
qualificação das equipes que desenvolverão o trabalho.

5.15.2. Projeto para Aproveitamento de Alimentos

A 2ª etapa consiste na implantação de um Projeto para conscientização e capacitação


das cozinheiras, merendeiras e donas de casa para a reutilização de partes de
legumes e vegetais que antes eram jogadas fora como inservíveis.
Este Projeto pode ser implantado na forma de pequenas reuniões nos bairros do
município e também com a distribuição de folders para a população.

5.16. PROGRAMA de COLETA DE RCC DE MÉDIOS GERADORES

A responsabilidade da coleta, transporte e destinação final dos Resíduos da


Construção Civil é do próprio gerador. Porém, os chamados médios geradores,
aqueles geram um pequeno volume de resíduo – costumam “deixar” o entulho de lixo
no próprio local de geração, ou “descartam” em terrenos abandonados.
Para evitar este tipo de prática, propõe-se a implementação de um Programa de coleta
de RCC e ou a implantação de um Ponto de Entrega Voluntária – PEV.

5.17. PROGRAMAS E INTERVENÇÕES PROPOSTAS QUE NECESSITAM


DE AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA

5.17.1. Programa de Compostagem

A implantação de um sistema de compostagem está prevista na Política Nacional de


Resíduos Sólidos como uma das responsabilidades do Poder Público.
Piraquara já conta com o Horto municipal, local onde é realizada a compostagem dos
resíduos recolhidos do Programa Poda Verde. Porém, há necessidade de ampliar este
Programa com a meta de que a maior quantidade possível de resíduo orgânico gerado
325
no município possa ser reciclada com a compostagem. Uma vez que a Lei Federal N°
12.305/2010 considera a compostagem como uma forma de destinação final para os
resíduos sólidos e coloca como atribuição do titular dos serviços públicos de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos a compostagem e a articulação com os agentes
econômicos e sociais as formas de utilização do composto produzido.
De acordo com o Manual para Implantação de Compostagem e Coleta Seletiva,
desenvolvido pelo Ministério de Meio Ambiente, a geração média de resíduos
orgânicos em um município do porte de Piraquara deve estar próxima a 30 t/dia. De
acordo com o Censo 2010, quase 50% do município é considerada zona rural, com
pequenas propriedades que trabalham com lavoura e manejo de animais. Ou seja, há
uma demanda considerável de adubo, produto final da compostagem. Porém, deve
haver um estudo técnico e econômico específico para avaliação da viabilidade de
implantação de uma unidade de compostagem de tamanho porte para atendimento do
município e região.

5.17.2. Implantação de Uma Usina Recicladora de RCC

Os RCC coletados podem ser processados na usina e transformados em matéria


prima como, por exemplo, em agregados.
Porém, primeiramente é necessária a quantificação da produção destes resíduos e o
volume de investimento necessário para a construção da usina, na sequência estuda-
se a viabilidade técnica e econômica deste empreendimento no município de
Piraquara.

5.17.3. Usina Recicladora de Pneus

O processo de reciclagem de pneus consiste basicamente na separação das


substancias que o compõe e posterior tratamento dessas substâncias para uso
específico.
Após a separação, cada substância é aproveitada por uma indústria específica. O aço
é encaminhado para uma indústria siderúrgica e a borracha, em maior quantidade
pode receber diversos fins, como ser usada na fabricação de pisos e quadras de
esporte, solas de calçados, isolamento para telhados e paredes na construção civil,
indústria de asfalto ou mesmo par a fabricação de novos pneus.
Recomenda-se que seja realizado um estudo específico para a avaliação da
viabilidade técnica e econômica da implantação de uma usina recicladora de pneus,
considerando a segregação dos materiais, o envio do aço para uma indústria
siderúrgico fora do município e a reciclagem da borracha. Para tanto, é necessário
quantificar o volume de pneus inservíveis produzido no município.

326
6. MEDIDAS DE EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS

A elaboração dos Planos de Racionamento e Atendimento à Demanda Temporária foi


realizada através da coleta de informações, considerando referências nacionais e
internacionais sobre o tema. Dentre as informações coletadas é importante destacar o
estudo de Vieira et al (s.d.) de título “Elaboração e Implementação de Planos de
Contingência em Sistemas de Abastecimento de Água” e o “Plano de Segurança de
Água” desenvolvido pelo Ministério da Saúde e publicado em 2012.
A primeira referência mostra a estrutura de um Plano de Contingência, orientando a
sua elaboração através da apresentação de seus principais elementos, e conjuntos de
procedimentos a serem adotados no caso da ocorrência de situações de emergência.
Já a segunda apresenta as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) no que
concerne o desenvolvimento de ações necessárias para a garantia do abastecimento
de água potável para a população, tanto em termos quantitativos, quanto qualitativos.
Essas diretrizes tem grande relação com a segurança hídrica, visto que a falta de
abastecimento de água gera diversas consequências relacionadas à saúde como
apresentado no Capítulo 2.

Segundo Vieira et al (s.d.), o Plano de Contingências é definido por um conjunto de


documentos produzidos com o intuito de treinar, organizar, orientar, facilitar, agilizar e
uniformizar as ações necessárias ao controle e à mitigação de ocorrências atípicas.
Este deve se concentrar em incidentes de maior probabilidade e não em catástrofes
que são menos prováveis de acontecer.

Além disso, o Plano de Contingências descreve ações a serem tomadas para manter a
operação de um sistema em condições normais de funcionamento. Estes Planos
devem prever ações para reduzir a vulnerabilidade e aumentar a segurança dos
sistemas, reduzindo riscos associados aos incidentes.

As ações que fazem parte de um Plano de Contingências podem ser preventivas,


emergenciais ou de readequação. Ações preventivas são desenvolvidas no período de
normalidade e consistem na elaboração de planos, no aperfeiçoamento de sistemas e
no levantamento de ações necessárias para minimizar acidentes. Já o atendimento
emergencial ocorre quando as ações são concentradas no período da ocorrência, por
meio do emprego de profissionais e equipamentos necessários à superação de
anormalidades. Por sua vez, as ações de readequação concentram-se no período do
evento e após o mesmo, com o objetivo de aperfeiçoamento do sistema a partir da
avaliação posterior dos eventos.
As denominadas Ações de Contingência e de Emergência buscam, então, caracterizar
as estruturas disponíveis e estabelecer as formas de atuação da operadora
responsável em caráter preventivo, emergencial e de readequação, procurando
aumentar a segurança e a continuidade operacional das instalações relacionadas. A
união dessas ações forma então o Plano de Emergência, que no caso do saneamento
básico, está vinculada aos serviços de abastecimento de água, de esgotamento
sanitário, de drenagem urbana e manejo das águas pluviais e de limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos.

Para a definição do Plano de Emergência, o primeiro passo consiste em identificar os


eventos mais suscetíveis de ocorrer em um determinado sistema, seja no
327
abastecimento de água, no esgotamento sanitário, na drenagem urbana ou nos
serviços de coleta de resíduos sólidos. Posteriormente, os eventos excepcionais a
considerar em cada Plano de Emergência podem ser agrupados em três estados de
alerta (Quadro 6.1), conforme a gravidade da situação (VIEIRA et al, s/d).
Quadro 6.1 – Estados de Alerta de Emergência

Incidente, anomalia ou suspeita que, pelas suas dimensões ou


1 Situação Anormal
confinamento, não é uma ameaça para além do local onde foi produzida.

Acidente que pode evoluir para situação de emergência se não for


2 Situação de Perigo considerada uma ação corretiva imediata, mantendo-se, contudo, o
sistema em funcionamento.

Acidente grave ou catastrófico, descontrolado ou de difícil controle, que


Situação de originou ou pode originar danos pessoais, materiais ou ambientais;
3
Emergência requer ação corretiva imediata para a recuperação do controle e
minimização das suas consequências.

FONTE: Vieira et al (s.d.).

Desta forma, o Plano de Emergência apresentado no item a seguir incorpora todas as


informações disponíveis no Capítulo 3 do município de Piraquara, de modo a
concordar com a realidade da região. Há de se ressaltar que as ações a serem
propostas devem cobrir toda a área e população municipal, não se atendo somente às
sedes, tendo em vista que o município em estudo possui população urbana distribuída
em distritos, além de um contingente populacional residente no meio rural.
Considerando as diferentes origens, causas e medidas de contingências, os Planos de
Emergência foram divididos conforme as ocorrências, possibilitando o tratamento de
cada uma delas de maneira individual. Ainda como forma de facilitar a adoção de
medidas de contingências, optou-se por incluir estados de alerta que orientam quanto
à gravidade das ocorrências, e dividir os Planos de Emergência por eixo do
saneamento básico.

6.1. AÇÕES DO PLANO DE EMERGÊNCIA

As ações do Plano de Emergência devem refletir as etapas essenciais necessárias


para iniciar, dar continuidade e encerrar uma resposta a uma emergência. Esta etapa
deve ser concisa, objetiva e de fácil aplicação.
Este capítulo tem por objetivo apresentar as os planos voltados à prevenção de
acidentes existentes no país, bem como descrever as ações de atendimento e
operação em situações críticas, e ainda apresentar as diretrizes para o plano de
racionamento de água e de atendimento de demanda temporária.

6.1.1. Planos Voltados à Prevenção de Acidentes

Visto que neste capítulo trata-se do Plano de Emergência, é de importância


fundamental a descrição de planos voltados à prevenção de acidentes. Nesses se
promove a mitigação de situações de risco através da previsão de obras que
eventualmente sejam necessárias, ou em relação à melhoria dos sistemas, ou à
melhoria dos serviços.
328
Desta forma, neste item são apresentados os principais Planos existentes em âmbito
nacional que envolvem este tema, cujos objetivam a prevenção e o combate a
acidentes, buscando a promoção da qualidade de vida da população e sua segurança.
A seguir na Figura são descritas as principais características do Plano de Segurança
de Barragens e do Plano de Sinalização de Mananciais e Áreas de Preservação em
Rodovias, respectivamente.

Figura 6.1 – Plano Voltados à Prevenção de Acidentes

6.1.2. Ações de Atendimento e Operação em Situações Críticas

Os quatro setores do sistema de saneamento básico de um município, quais sejam:


abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo de águas
pluviais, e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; podem sofrer diversas
situações críticas que geram comprometimento do sistema, e desta forma prejudicar
de maneira direta a população.
Desta forma, o presente item apresenta alternativas para a elaboração de ações para
as situações críticas. Essas ações se constituem em medidas de emergência e
contingência e são abordadas para cada um dos setores do saneamento básico. No
329
final de cada item é apresentada uma tabela que contém os possíveis eventos aos
quais cada setor pode estar vulnerável, as causas das ocorrências, os estados de
alerta para as situações e as medidas necessárias para o enfrentamento das
ocorrências. Cabe relembrar que os estados de alerta são os que foram apresentados
no Quadro 6.1.

6.1.2.1. Sistema de Abastecimento de Água

O município de Piraquara faz parte do Sistema de Abastecimento Integrado de


Curitiba e Região Metropolitana (SAIC) que está localizado na sub-bacia do Alto
Iguaçu e é composto por quatro sistemas: Sistema Iguaçu, Sistema Iraí, Sistema
Passaúna e Sistema Miringuava. Desses, Piraquara utiliza o Sistema Iraí e o Sistema
Iguaçu em menor proporção.
De acordo com o Capítulo 3, 100% da população urbana do município de Piraquara
são atendidos por rede de distribuição.

Apesar do alto índice de atendimento, situações de emergência necessitarão de


medidas apropriadas, uma vez que possíveis anomalias existentes no sistema,
dependendo do tipo e local do acidente ocorrido, podem ter como consequência a falta
parcial ou generalizada de água.

Os Sistemas de Abastecimento de Água engloba as seguintes fases: (i) captação de


água bruta; (ii) tratamento; (iii) reservação; e, (iv) distribuição. Desta forma, é
necessária a previsão de situações excepcionais que possam vir a ocorrer em todas
as fases.

De maneira geral, essas situações excepcionais podem ser ocasionadas pelos


seguintes fatores: (i) nível baixo das águas de mananciais em períodos de estiagem;
(ii) contaminação de mananciais por substâncias tóxicas e contaminação de
mananciais ou do sistema produtor pelo esgoto não tratado; (iii) falhas no sistema
elétrico das instalações de produção e de distribuição de água; (iv) rompimento de
rede e de linhas adutoras de água tratada e; (iv) danos nas estruturas dos
reservatórios e das elevatórias de água tratada.

Para a mitigação dessas situações, destacam-se dentre as medidas de emergência, a


comunicação rápida com a Defesa Civil e com a população, e a priorização de ações
como a própria comunicação e o atendimento às instituições hospitalares e Unidades
Básicas de Saúde (UBS).

Indica-se ainda que para novos tipos de ocorrências que porventura venham a surgir,
a Prefeitura Municipal, a Defesa Civil, demais entidades da sociedade civil e
governamental, assim como a prestadora dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, deverão elaborar de novos planos de ação.
A partir dessas informações o Quadro 6.2 apresenta os principais eventos que podem
acarretar em falta de água e as medidas de contingência correspondentes.

330
Quadro 6.2 – Ações de Emergência: Serviço de Abastecimento de Água

Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência

Ações persuasivas para o racionamento do uso da água e campanhas gerais para promover o uso responsável da
água sob a perspectiva de escassez;
1 Compromisso institucional com medidas conjunturais de caráter voluntário entre as instituições usuárias da água;
Compromisso das instituições usuárias de água com a eficiência do sistema: intensificação das práticas de
eficiência na gestão de infraestrutura e controle ativo de perdas.

Intensificação das campanhas de comunicação social visando à racionalização do uso de água;


Acionamento das estruturas emergenciais de captação, de transferência ou de transposição de vazões de água
Deficiência de água nos períodos de bruta e/ou tratada;
2
estiagem Requerimento de economia de âmbito geral: redução de consumo através de instrumentos legais ou tarifários que
estabeleçam limites para a captação e uso da água.

Criticidade do Manancial Interrupções seletivas no abastecimento de água;


Indução individualizada de redução de consumo: medidas vinculadas a quantias utilizadas para cada unidade de
3 consumo, associada, ou não, à aplicação de tarifas;
Obrigação individualizada de redução de consumo mediante a implantação de práticas de racionamento associadas
aos sistemas de aplicação de penalidades.

Interrupção do abastecimento pelo manancial atingido;


Intensificação das campanhas de comunicação social visando à racionalização do uso de água;
Acionamento das estruturas emergenciais de captação, de transferência ou de transposição de vazões de água
Contaminação de mananciais (atividades
agropecuárias, lançamento de efluentes 2 bruta e/ou tratada;
Falta de água parcial ou localizada industriais e outros) Identificação dos tipos, das fontes e das magnitudes de contaminação para o devido tratamento, caso isso seja
possível;
Comunicação à população, às autoridades, à polícia local e ao órgão de controle ambiental.

Interrupção no fornecimento de energia / Execução de reparos nas instalações danificadas e de troca de equipamentos se necessário;
pane no sistema elétrico Promoção de controle e de ações de racionamento da água disponível em reservatórios de água tratada;
Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para os usos essenciais;
Pane ou falha em equipamentos Comunicação ao titular do serviço e aos órgãos de fiscalização e de controle;
Problemas na Estação de Tratamento de eletromecânicos
2 Comunicação à população;
Água Falhas estruturais / ações por agentes Comunicação à concessionária de energia elétrica para o acionamento dos planos emergenciais de fornecimento
externos de energia;
Comunicação às equipes de reparos em situações de emergência;
Falta de produtos químicos Aquisição, em regime de emergência, de produtos químicos.

Rompimento na rede Execução de reparos nas instalações danificadas e de troca de equipamentos se necessário;
Promoção do controle e da gestão das demandas de água;
Danos em estruturas de reservatórios e Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para os usos essenciais;
elevatórias de água tratada Comunicação ao titular do serviço e aos órgãos de fiscalização e de controle;
Acidentes nos Dispositivos Hidráulicos de
2 Comunicação à população;
Distribuição Danos em equipamentos de estações
Comunicação às equipes de reparos em situações de emergência;
elevatórias de água tratada
Comunicação à concessionária de energia elétrica L para o acionamento dos planos emergenciais de fornecimento
de energia.
Interrupção no fornecimento de energia

331
Quadro 6.2 – Ações de Emergência: Serviço de Abastecimento de Água (Continuação)

Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência

Ações persuasivas para o racionamento do uso da água e campanhas gerais para promover o uso responsável da
água sob à perspectiva de escassez;
1 Compromisso institucional com medidas conjunturais de caráter voluntário entre as instituições usuárias da água;
Compromisso das instituições usuárias de água com a eficiência do sistema: intensificação das práticas de eficiência
na gestão de infraestrutura e controle ativo de perdas.

Intensificação das campanhas de comunicação social visando à racionalização do uso de água;


Acionamento das estruturas emergenciais de captação, de transferência ou de transposição de vazões de água
Escassez de água nos períodos de bruta e/ou tratada;
2
estiagem Requerimento de economia de âmbito geral: redução de consumo através de instrumentos legais ou tarifários que
estabeleçam limites para a captação e uso da água.

Interrupções seletivas no abastecimento de água;


Criticidade do Manancial Indução individualizada de redução de consumo: medidas vinculadas a quantias utilizadas para cada unidade de
consumo, associada ou não à aplicação de tarifas;
3 Obrigação individualizada de redução de consumo mediante a implantação de práticas de racionamento associadas
aos sistemas de aplicação de penalidades;
Estabelecimento de cortes do uso da água para fins não essenciais.
Interrupção do abastecimento pelo manancial atingido;
Intensificação das campanhas de comunicação social visando à racionalização do uso de água;
Contaminação de mananciais Acionamento das estruturas emergenciais de captação, de transferência ou de transposição de vazões de água
(derramamento de cargas perigosas ou bruta e/ou tratada;
Falta de água generalizada ocorrência de componentes orgânicos 3 Identificação dos tipos, das fontes e das magnitudes de contaminação para o devido tratamento, caso isso seja
ou minerais acima do padrão possível;
estabelecido) Acionamento dos sistemas de controle de plumas de poluição para rápida recuperação do manancial;
Comunicação à população, às autoridades, à Polícia local, e ao órgão de controle ambiental.
Execução de reparos nas instalações danificadas e de troca de equipamentos se necessário;
Acionamento de sistemas alternativos de mitigação, ainda que parcial, das restrições ao abastecimento;
Rompimento de adutora
Promoção do controle de ações de racionamento da água;
Acidentes nos Dispositivos Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para os usos essenciais;
2
Hidráulicos de Grande Porte Comunicação ao titular do serviço e aos órgãos de fiscalização e de controle;
Falha em estação elevatória e Comunicação à população;
reservatórios de água tratada
Comunicação às equipes de reparos em situação de emergência.
Interligação do sistema de abastecimento aos poços profundos;
Interrupção no fornecimento de energia
Mobilização de sistemas móveis e compactos de tratamento de água;
/ pane no sistema elétrico
Execução de reparos nas instalações danificadas e de troca de equipamentos se necessário;
Promoção do controle e de ações de racionamento da água;
Pane ou falha em equipamentos
eletromecânicos Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para os usos essenciais;
Problemas na Estação de Comunicação ao titular do serviço e aos órgãos de fiscalização e de controle;
3
Tratamento de Água Comunicação à população;
Falhas estruturais / ações por agentes
externos Comunicação à concessionária de energia elétrica para o acionamento dos planos emergenciais de fornecimento de
energia;
Comunicação às equipes de reparos em situações de emergência;
Falta de produtos químicos
Aquisição, em regime de emergência, de produtos químicos.

1 Situação anormal 2 Situação de perigo 3 Situação de emergência

332
6.1.2.2. Sistema de Esgotamento Sanitário

De acordo com as informações já apresentadas no Capítulo 3, o município de


Piraquara é atendido pelo Sistema Integrado de Esgotamento Sanitário ETE Atuba
Sul, o qual tem seu lançamento no Rio Atuba, e sua localização no município de
Curitiba, próxima à região do Guarituba. Segundo a SANEPAR, essa estação é a
maior Estação de Tratamento de Esgoto do Paraná, beneficiando habitantes de 14
bairros de Curitiba e parte dos municípios de Pinhais Piraquara e São José dos
Pinhais.
No município são atendidas 22.274 economias, ou seja, ligações à rede de coleta de
esgoto, isso representa uma parcela de aproximadamente 73% do total da população
atendida pelo sistema de abastecimento de água.

Apesar do razoável atendimento da população em relação ao sistema de esgotamento


sanitário, todos os sistemas apresentam fragilidades que podem ocasionar situações
críticas como, por exemplo, falhas operacionais nas ETEs. Desta forma, o município
de Piraquara deve prever ações de emergência e contingência para se preparar
quaisquer anormalidades que envolvam os sistemas coletores e a ETE Atuba Sul.

Já para os estabelecimentos que utilizam fossas sépticas, as medidas de contingência


devem ser tomadas para garantir a segurança e a saúde da população no momento
em que houver algum evento extremo, como transbordamentos e alagamentos. Tais
medidas compreendem ações como o tapamento das fossas e a remoção da
população. Porém, a solução para a falta de sistemas de esgotamento sanitário
nessas áreas não cabe às ações de contingência e emergência, mas depende de
ações previstas na fase de planejamento para a construção de novas estruturas.

O Quadro 6.3 a seguir apresentam, respectivamente, os componentes do sistema de


esgotamento sanitário do município e as situações atípicas que os mesmos podem
sofrer, assim como as ações que devem ser realizadas nessas situações.

333
Quadro 6.3 – Ações de Emergência: Serviço de Esgotamento Sanitário

Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência

Comunicação à concessionária de energia elétrica;


Reparação das instalações danificadas;
Instalação dos equipamentos de reserva;
Extravasamentos de esgotos em Danos em equipamentos eletromecânicos e
2 Contenção e controle dos impactos ambientais;
estações elevatórias localizadas sistemas de suprimento de energia elétrica
Comunicação aos órgãos de controle ambiental;
Instalação de sistemas emergenciais de controle e de armazenamento do esgoto extravasado.

Desmoronamentos de taludes

Reparação/substituição das tubulações danificadas;


Rompimento de linhas de recalque, Erosões de fundos de vale Recomposição dos taludes e canais;
coletores tronco, interceptores e 2 Contenção e controle dos impactos no meio ambiente;
emissários Rompimento de travessias Comunicação aos órgãos de controle ambiental.

Fadiga de materiais de tubulações

Lançamento indevido de águas pluviais em Reparação das instalações danificadas;


redes coletoras de esgoto Execução dos trabalhos de limpeza e desinfecção;
Retorno de esgotos em imóveis 2 Acompanhamento e campanha de avaliação das condições de saúde das famílias afetadas;
Poluição por falhas em sistemas de Obstruções em coletores de esgoto Realocação provisória das famílias afetadas.
esgotamento sanitário

Interrupção no fornecimento de energia


elétrica nas instalações de bombeamento Comunicação à concessionária de energia elétrica;
Reparação das instalações danificadas;
Extravasamentos de esgotos em Instalação dos equipamentos de reserva;
estações elevatórias finais/grande Excesso de pressão no sistema 3 Comunicação aos órgãos de controle ambiental;
porte Instalação de sistemas emergenciais de controle e de armazenamento do esgoto extravasado.
Implementação do Plano de Recuperação das áreas degradadas.
Danos nos equipamentos eletromecânicos

Execução de reparos das instalações danificadas e troca de equipamentos, se necessário;


Comunicação ao titular do serviço e aos órgãos de fiscalização e de controle;
Acionamento do Plano Emergencial de recebimento e de armazenamento dos efluentes;
Paralisação da estação de tratamento Interrupção no fornecimento de energia / Comunicação à população;
3 Comunicação aos órgãos ambientais;
de esgotos pane no sistema elétrico
Comunicação à concessionária de energia elétrica para o acionamento dos planos emergenciais de fornecimento de
energia;
Implementação do Plano de Recuperação das áreas degradadas.

334
Quadro 6.3 – Ações de Emergência: Serviço de Esgotamento Sanitário (Continuação)

Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência

Procedimentos emergenciais de contenção dos extravasamentos;


Excesso de pluviometria Encerramento das fossas;
Contaminação do lençol freático 2 Comunicação às famílias residentes no entorno do evento;
Efetivação de campanha emergencial para análise da qualidade da água;
Rompimento do sumidouro Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para as famílias afetadas.

Procedimentos emergenciais de contenção dos extravasamentos;


Excesso de pluviometria Encerramento das fossas;
Poluição por fossas sanitárias Comunicação às famílias residentes no entorno do evento;
Contaminação do solo 2 Efetivação de campanha emergencial para análise de contaminação do solo;
Promoção do abastecimento por caminhão tanque/pipa, especialmente para as famílias afetadas;
Rompimento do sumidouro
Execução do Plano de Remoção e reassentamento das famílias afetadas.
Procedimentos emergenciais de contenção dos extravasamentos;
Encerramento das fossas;
Extravasamento superficial do esgoto Transbordamento e saturação 2 Comunicação às famílias residentes no entorno do evento;
Execução do Plano de Mitigação do derramamento de esgoto para sistemas de drenagem, corpos hídricos e
mananciais.

1 Situação anormal 2 Situação de perigo 3 Situação de emergência

335
6.1.2.3. Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

O planejamento da drenagem urbana e manejo das águas pluviais é fundamental para


a definição da maneira ótima de transportar, armazenar e infiltrar as águas pluviais,
prevendo pontos onde se localizam ou localizarão os setores voltados às atividades
econômicas e todos os demais usos do espaço urbano. Este planejamento é a
garantia de melhores condições de saúde para a população, e por consequência o
aumento da qualidade de vida.
No sistema de drenagem urbana, as falhas e acidentes que podem ocorrer em
períodos de chuvas intensas, associadas à impermeabilização do solo, podem trazer
como consequências os transbordamentos dos talvegues, dos cursos d’água, dos
canais e das galerias e os deslizamentos de encostas. Tais situações podem ocorrer
devido a fatores como: precipitação em intensidade acima da capacidade de
escoamento do sistema; mau funcionamento do sistema decorrente de assoreamento
e da presença de resíduos e de entulhos; obstrução das calhas do rio ocasionada pelo
colapso de estruturas e de obras de arte (pontes e viadutos); saturação do solo em
épocas de chuva intensa, aliada à declividade excessiva das encostas e às
características da geologia local; ocupações inadequadas das encostas por
construções de moradias ou infraestruturas diversas. Todos estes fatores podem
comprometer a capacidade de escoamento por diminuição da área útil do conduto
e/ou do curso d’água.
O Município de Piraquara, não apresenta sistemas de microdrenagem em todas as
áreas urbanizadas. Os problemas surgidos na microdrenagem, quando existentes, são
advindos principalmente da inexistência de pavimentação de algumas ruas,
canalizações atravessando lotes e quadras em leito de fundo de vale,
subdimensionamento da rede, e não realização de manutenção no sistema de
drenagem.
O município também não dispõe de um Plano Diretor de Drenagem Urbana e nem de
um cadastro técnico de seu sistema de micro e macrodrenagem, o que dificulta a
realização de um diagnóstico nos moldes tradicionais, comparando a vazão de
escoamento pluvial com as capacidades hidráulicas dos dispositivos. Além disso,
Piraquara não possui um plano para a manutenção do seu sistema de drenagem,
tornando-o suscetível a falhas e, portanto, a situações de risco de inundação, de modo
que deve preparar-se para responder rapidamente às ocorrências inesperadas.
A partir dessas considerações, percebe-se que ações mitigadoras de acidentes devem
estar relacionadas a um melhor gerenciamento do uso do solo, ao dimensionamento e
construção de equipamentos voltados à contenção de encostas, retenção de águas
pluviais, coleta e direcionamento dessas águas até rios e córregos.
Ao se deparar com situações de emergências, o município deve tomar providências
como: (i) comunicar a Defesa Civil, os hospitais, as UBS, as polícias civil e militar, a
população e demais instituições interessadas; (ii) comunicar as autoridades de tráfego
para controle e desvio do trânsito em áreas inundadas ou alagadas; (iii) providenciar o
reparo emergencial das estruturas danificadas e; (iv) quando necessário, providenciar
a remoção da população que se encontra ilhada em locais de cheias e de
deslizamentos.
O Quadro 6.4 apresenta os principais eventos que podem acarretar problemas de
inundação e de deslizamento, que são decorrentes de adversidades no manejo das
336
águas pluviais e da drenagem urbana, bem como medidas de contingência
correspondentes.

337
Quadro 6.4 – Ações de Emergência: Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana
Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência
Alerta sobre a possibilidade de ocorrência de chuva;
Acionamento dos procedimentos específicos para as áreas sujeitas às inundações localizadas;
Subdimensionamento dos dispositivos de 1
microdrenagem e macrodrenagem; Informação às autoridades de controle de tráfego e à defesa civil;
Informação às comunidades das áreas sujeitas à inundação.
Colapso das estruturas de macrodrenagem;
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações localizadas;
Chuvas intensas localizadas Deficiência dos serviços de limpeza e de Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
manutenção dos dispositivos de drenagem;
Isolamento do tráfego e utilização de rotas alternativas;
Deficiência nos projetos de implantação de 2 Acionamento dos serviços de manutenção emergencial;
vias públicas. Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
Apoio às populações afetadas.
Alerta sobre a possibilidade de ocorrência de chuva;
Acionamento dos procedimentos específicos para as áreas sujeitas às inundações localizadas;
1 Informação às autoridades de controle de tráfego e à defesa civil;
Informação às comunidades das áreas sujeitas à inundação.
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações nos córregos secundários;
Insuficiência na capacidade de
Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
escoamento da calha do córrego;
Isolamento do tráfego e utilização de rotas alternativas;
Chuvas intensas provocando Assoreamento e/ou obstrução de 2
transbordamentos de corpos d’água Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
córregos e canais;
de importância secundária Apoio às populações afetadas.
Ocupação indevida de talvegues e
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações nos córregos secundários;
canais.
Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
Isolamento do tráfego e utilização de rotas alternativas;
Alagamento/Inundação 3 Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
Remoção e apoio às populações afetadas;
Realização dos serviços de recomposição das áreas afetadas.
Alerta sobre a possibilidade de ocorrência de chuva;
Acionamento dos procedimentos específicos para as áreas sujeitas às inundações localizadas;
1 Informação às autoridades de controle de tráfego e à defesa civil;
Informação às comunidades das áreas sujeitas à inundação.
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações nos corpos d’água principais;
Insuficiência na capacidade de
escoamento da calha dos corpos d’água; Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
Comunicação aos operadores e às autoridades responsáveis pela prestação de serviços público;
Assoreamento e/ou obstrução de Isolamento do tráfego, utilização de rotas alternativas e apoio de campo para orientar a mobilidade urbana e os
córregos e de canais; 2
transportes;
Chuvas intensas provocando Deficiência nos serviços de preservação Intensificação da comunicação às comunidades afetadas;
transbordamentos de corpos d’água das condições hidráulicas de Apoio às populações afetadas.
de importância principal escoamento; Decretação de estado de emergência;
Transferência de vazões excessivas Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de inundações nos corpos d’água principais;
para jusante; Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
Ocupação indevida de talvegues e de Operação dos serviços de saúde pública em regime de emergência;
canais. 3 Isolamento do tráfego, utilização de rotas alternativas e apoio de campo para orientara mobilidade urbana e os
transportes;
Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
Remoção e apoio às populações afetadas;
Realização dos serviços de recomposição das áreas afetadas.

338
Quadro 6.4 – Ações de Emergência: Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana Urbana (Continuação)

Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência


Alerta sobre a possibilidade de ocorrência de deslizamentos;
Acionamento dos procedimentos específicos para as áreas sujeitas aos deslizamentos;
1 Comunicação à defesa civil;
Comunicação às comunidades das áreas sujeitas aos deslizamentos.
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de deslizamentos;
Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
Isolamento das áreas afetadas e remoção das populações;
Ocupações inadequadas de encostas
2 Acionamento dos serviços de manutenção emergencial;
ou interferências indevidas de
Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
construções ou de infraestruturas
Chuvas intensas sobre encostas e Acionamento dos serviços emergenciais de assistência social;
Deslizamento diversas;
áreas suscetíveis à erosão Remoção e apoio às populações afetadas.
Insuficiência de dispositivos de
Ativação dos procedimentos específicos para as áreas de deslizamentos
drenagem;
Ativação dos procedimentos pela Defesa Civil;
Remoção da cobertura vegetal.
Isolamento das áreas afetadas e remoção das populações;
Operação dos serviços de saúde pública em regime de emergência;
3 Ativação das medidas emergenciais de controle de danos e de redução de riscos;
Intensificação da comunicação com as comunidades afetadas;
Acionamento dos serviços emergenciais de assistência social;
Remoção e apoio às populações afetadas;
Realização dos serviços de recomposição das áreas afetadas.

1 Situação anormal 2 Situação de perigo 3 Situação de emergência

339
6.1.2.4. Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

O sistema de limpeza e manejo de resíduos sólidos engloba as seguintes fases: (i)


coleta; (ii) transporte; (iii) disposição final. Dentro desse universo, as possíveis
situações críticas que possam ocorrer levando a um acúmulo de resíduos em locais
inapropriados estão intimamente vinculadas à gestão da coleta, ou seja, a frequência
com que o caminhão passa nos bairros, guarnição, transporte dos resíduos e
destinação final. Desta forma, as medidas de contingência devem estar relacionadas à
essas etapas, aos serviços de comunicação e conscientização da população e ao
gerenciamento das equipes de trabalho.
De acordo com o Capítulo 3, no município de Piraquara os serviços de coleta de
resíduos sólidos domiciliares secos e úmidos abrangem a totalidade dos moradores do
município por meio da coleta porta a porta. Segundo a Secretaria Municipal do Meio
Ambiente e Urbanismo (SMMU) em 2014 foram coletadas 17.145 toneladas de
resíduo domiciliar úmido e 2.240 toneladas de resíduos secos.
No que se refere ao tratamento e destinação final de resíduos, o Município de
Piraquara integra o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos
Urbanos (CONRESOL). São integrantes deste consórcio 21 municípios da região
metropolitana de Curitiba: Agudos do Sul; Almirante Tamandaré; Araucária; Balsa
Nova; Bocaiúva do Sul; Campina Grande do Sul; Campo Largo; Campo Magro;
Colombo; Contenda; Curitiba; Fazenda Rio Grande; Mandirituba; Piên; Pinhais;
Piraquara; Quatro Barras; Quitandinha; São José dos Pinhais; Tijucas do Sul; e Tunas
do Paraná.
A destinação final dos resíduos sólidos urbanos (RSU) de Piraquara é Centro de
Gerenciamento de Resíduos Iguaçu, aterro sanitário da empresa Estre Ambiental,
localizado no município de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba.
Da mesma forma que para os outros componentes de saneamento, as medidas de
contingência e de emergência são ações que servem para responder rapidamente a
situações inesperadas em sistemas de limpeza urbana e na gestão de resíduos
sólidos. A falta de equipamentos ou de estruturas para o atendimento adequado
desses serviços deve ser resolvida no âmbito de planejamento do município.
Assim, o Quadro 6.5 apresenta os principais eventos que podem acarretar em
problemas com a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos, bem como as
medidas de contingência correspondentes.

340
Quadro 6.5 – Ações de Emergência: Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

Ocorrência Origem Causa Estado Medidas de Contingência

Subdimensionamento das equipes;


Greves de funcionários;
Falta de pessoal
Excesso de ausências no trabalho;
Interrupção e/ou descontinuidade Falta de treinamento e de capacitação.
nos serviços de limpeza urbana,  Contratação de empresas e/ou de equipamentos;
de coleta seletiva, de resíduos de Obsolescência de equipamento de coleta;  Contratação de pessoal em regime extraordinário;
Subdimensionamento de equipamentos; 1
construção civil, de podas de  Realização dos serviços em regime de mutirão para a efetuação do serviço;
árvores e de capinas e de serviços Falta de equipamentos e de Elevado tempo dos serviços de  Comunicação à população.
especiais instalações manutenção;
Frequência excessiva de acidentes e
problemas mecânicos.
Eventos climáticos Chuvas excessivas.

Subdimensionamento das equipes;


Greves de funcionários;
Falta de pessoal
Excesso de ausências no trabalho;
Falta de treinamento e capacitação.
 Contratação de empresas e/ou de equipamentos;
2  Contratação de pessoal em regime extraordinário;
Obsolescência de equipamento de coleta;
Subdimensionamento de equipamentos;  Comunicação à população.
Interrupção e/ou descontinuidade Elevado tempo dos serviços de
nos serviços de coleta, de manutenção;
transporte e de disposição final Falta de equipamentos e de Frequência excessiva de acidentes e de
dos resíduos sólidos domiciliares instalações problemas mecânicos.
Limitações das áreas de disposição final de
resíduos;
Problemas contratuais para o recebimento  Instalações emergenciais de recebimento e de armazenamento de resíduos sólidos;
e a disposição final. 3  Comunicação aos órgãos de controle ambiental;
Chuvas excessivas;  Implantação de Planos de Recuperação e de Monitoramento das áreas degradadas.
Eventos climáticos Vazamento de chorume;
Inundação e/ou processos erosivos.

Subdimensionamento das equipes;


Greves de funcionários;
Falta de pessoal
Excesso de ausências no trabalho;
Falta de treinamento e de capacitação.
Interrupção e/ou descontinuidade  Contratação de empresas e/ou equipamentos;
dos serviços de coleta, de Obsolescência e falta de equipamento de  Contratação de pessoal em regime extraordinário;
transporte e de disposição final coleta. 2  Implantação de um plano alternativo de emergência para a coleta e a disposição final dos resíduos da saúde;
dos resíduos sólidos dos serviços  Comunicação aos prestadores públicos e privados de serviços de saúde;
de saúde Subdimensionamento de equipamentos.  Comunicação à população.
Falta de equipamentos e de
instalações Elevado tempo dos serviços de
manutenção.
Frequência excessiva de acidentes e
problemas mecânicos.

1 Situação anormal 2 Situação de perigo 3 Situação de emergência

341
6.1.3. Plano de Racionamento

O racionamento de água é um tema que ganhou destaque devido à situação do


município de São Paulo, grande metrópole do país. A seca registrada no Estado de
São Paulo e nas cabeceiras das represas afetou o Sistema Cantareira, e deixou o
nível das represas abaixo do esperado. Nos seis primeiros meses do ano de 2014,
choveu apenas 56,5% do índice previsto segundo a média histórica (GLOBO, 2014).
Observando o caso de São Paulo é possível concluir que uma das causas para o
racionamento de água em um município é a ocorrência de secas prolongadas que
gerem grande impacto no manancial. Outra causa possível são avarias em
equipamentos e manutenções ou instalações nos sistemas de abastecimento de água.
Os dois casos são considerados na maioria das vezes críticos e imprevistos.
No primeiro caso, ou seja, na ocorrência de seca prolongada onde o manancial não
atenda às condições mínimas de captação, o impacto é duradouro e deverão ser
tomadas medidas de cunho operacional, quais sejam:
 Realização de rodízios de abastecimento de água;
 Controle frequente da água disponível nos reservatórios;
 Distribuição emergencial de água através de caminhões pipa;
 Campanhas educativas que visem o uso racional da água.
Ressalta-se que essas medidas de contingência devem adiantar a comunicação e o
atendimento para a Defesa Civil, as autoridades e os estabelecimentos de serviços
prioritários como Hospitais, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Corpo de Bombeiros.
No segundo caso, a mitigação dos impactos depende, quase que exclusivamente, da
agilidade da SANEPAR em relação à tomada de medidas corretivas, conforme as
citadas anteriormente. Porém, as ações principais consistem na contratação
emergencial de obras de reparos das instalações atingidas, fazendo com que a
situação do abastecimento possa ser rapidamente solucionada e retornar ao normal.
No que diz respeito à situação de Piraquara nos últimos anos, ocorreram dois casos
relevantes relacionados a racionamento de água. O primeiro, no ano de 2006, se deu
pela falta de chuvas regulares entre novembro de 2005 e agosto de 2006, promovendo
um rodízio que atingia o município um dia por semana (PARANÁ-ONLINE, 2006;
GAZETA DO POVO, 2006). O segundo caso registrado ocorreu por conta de obras na
Estação de Tratamento de Água do Iguaçu e no reservatório do Portão,
comprometendo o abastecimento de água no bairro Guarituba nos dias 17 e 31 de
agosto de 2012 (GLOBO, 2012).
Atualmente, não há risco quanto ao racionamento no município devido aos elevados
índices pluviométricos dos últimos meses, neste caso há um relativo conforto do
sistema quanto à possibilidade de racionamento prolongado por falta de condição do
manancial. A possibilidade maior pode se referir às situações que envolvam acidentes
na captação e na adução, o que com ação ágil e eficaz pode ser minimizada em curto
prazo.
Há outro problema que pode comprometer a quantidade e a qualidade da água de
abastecimento da população de Piraquara: é o uso e ocupação do solo no entorno dos
mananciais superficiais. Este é preocupante e de relevância para os serviços de água,
principalmente naqueles existentes na zona urbana e próximos a núcleos urbanos,

342
como é o caso da Barragem do Iraí, que representa aproximadamente 85% da
produção de água do município.
Apesar de a bacia ser protegida por meio de uma Área de Proteção Ambiental (APA)
através do Decreto Estadual n. 1753 de 06/05/96, a proximidade das cidades da
Região Metropolitana de Curitiba define um grande potencial de urbanização desses
mananciais. Além disso, as águas do Rio Iraizinho são contribuintes do Rio Iraí à
jusante da barragem, e devido à influência do município de Piraquara, a qualidade da
água encontra-se bastante comprometida (SANARE, 1999).

6.1.4. Plano Atendimento de Demanda Temporária

A demanda temporária está intimamente ligada com o fluxo de turistas no município,


principalmente em ocasiões festivas e/ou religiosas, ou ainda no verão onde há
aumento de temperatura e, consequentemente, de consumo de água. No caso de
Piraquara não há datas festivas ou religiosas de grande porte, desta forma o turismo
tem pequeno impacto sobre as demandas de serviços.
Devido ao clima temperado da região, e considerando que a média do mês mais
quente fica abaixo de 22º, o aumento do consumo de água no verão é irrelevante,
levando a um baixo incremento do abastecimento de água, totalmente absorvido pelo
sistema de abastecimento de água existente.
Apesar das características do clima da região, é sempre essencial definir medidas
mitigadoras caso a demanda temporária se torne expressiva futuramente, seja no caso
de possíveis períodos de seca e calor, ou por meio da criação de eventos turísticos de
grande porte. Nesses casos, para o abastecimento de água, as medidas de cunho
operacional são iguais às situações de racionamento, entre as quais estão a
disponibilidade de caminhões pipa e os procedimentos operacionais de manobras na
distribuição e controle de reservatórios. Porém, sabe-se que estas duas situações são
previsíveis, desta forma é primordial a necessidade de um planejamento consistente,
que possibilite a contratação de caminhões pipa de maneira prévia, a organização de
um rodízio, e a comunicação prévia da população, ajudando no aumento de reserva
domiciliar de água.
Para a coleta de resíduos, as medidas também são similares as já apresentadas no
item 6.1.2.4, cujas quais se concentrarão na disponibilidade de frota adicional para
coleta, funcionários extras para a realização dessa coleta, varrição e capina, e ainda
equipamentos adicionais no aterro sanitário por conta do aumento do volume de
resíduos gerados e coletados.

6.2. REGRAS DE ATENDIMENTO E FUNCIONAMENTO OPERACIONAL PARA


SITUAÇÃO CRÍTICA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE
SANEAMENTO BÁSICO

6.2.1. Contexto Institucional das Responsabilidades

Os princípios de serviços de saneamento básico foram estabelecidos através da Lei


Federal n° 11.445/2007 e inclui as responsabilidades de cada fase do planejamento.
Para um funcionamento seguro dos sistemas e para minimizar as potenciais situações
de risco, é necessário um conjunto de ações situado nos planos de manutenção
preventiva das instalações e monitoramento constante do funcionamento operacional.

343
As responsabilidades nas situações críticas da prestação de serviços estão divididas
em todos os níveis institucionais, como a Figura 6.2 a seguir:

Figura 6.2 – Fluxograma dos Níveis Institucionais das Responsabilidades

FONTE: Elaborado Pela COBRAPE (2016).

6.2.2. Mecanismos Tarifários de Contingência

É assegurado que o emprego dos mecanismos de tarifas de contingência é de


responsabilidade do ente regulador, visando garantir o equilíbrio financeiro da
prestação de serviços em momentos de emergência, de acordo com a Lei Federal
n°11.445/2007, artigo 46:
“Em situação crítica de escassez ou contaminação
de recursos hídricos que obrigue à adoção de
racionamento, declarada pela autoridade gestora de
recursos hídricos, o ente regulador poderá adotar
mecanismos tarifários de contingência, com objetivo
de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo
o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a
gestão da demanda (BRASIL, 2007).”

Deverão ser adotados procedimentos pelo regulador, tais como:


 Sistematização dos custos operacionais e dos investimentos necessários para
atendimento dentro das regras de fornecimento;
 Cálculo tarifário e quantificação de receitas e subsídios necessários.
Geralmente o subsídio pode ser tarifário caso integrem a estrutura tarifária, ou pode
ser fiscal, quando decorrem de alocação de recursos orçamentários. A Lei
n°11.445/2007 permite ainda, a aplicação e coexistência de diferentes esquemas de
subsídios, estes podem ser orientados pela oferta (subsídios indiretos), destinados aos
prestadores de serviços, ou para a demanda (subsídios diretos), destinados aos
usuários de serviços de saneamento básico que estejam em condições vulneráveis.
No caso da tarifa de contingência com quantificação dos subsídios, torna-se
necessário proceder-se ao cálculo da tarifa de prestação de serviços de maneira a
incluir a formatação do subsídio direto à parte, de maneira que o benefício destinado

344
ao prestador, no caso de situações emergenciais, não prejudique o usuário com maior
vulnerabilidade econômica.

6.2.3. Regras Gerais dos Serviços

Os planos detalhados dos serviços de água e esgotos, limpeza e drenagem urbana do


prestador nas situações críticas deverão conter em comum:
 Instrumentos formais de comunicação entre o prestador, regulador, instituições,
autoridades e Defesa Civil;
 Tipificação de acidentes e de imprevistos nas instalações;
 Definição dos serviços padrão e seus preços unitários médios;
 Registrar o histórico das manutenções;
 Meios e formas de comunicação à população; e,
 Minuta de contratos emergenciais para contratação de serviços.

6.2.4. Regras de Segurança Operacional

6.2.4.1. Regras de Segurança Operacional dos Sistemas de Água e de


Esgotos

Os planos detalhados nas situações críticas deverão conter as seguintes regras de


segurança, descritas na Figura 6.3 a seguir.

345
Figura 6.3 – Regras de Segurança Operacional dos Sistemas de Água e Esgoto

FONTE: Elaborado pela COBRAPE (2016).

346
6.2.4.2. Regras de Segurança Operacional do Sistema de Limpeza
Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

Deverão conter nos planos detalhados do prestador nas situações críticas:


 Cadastrar equipamentos e instalações;
 Programar a manutenção preventiva;
 Programar a manutenção preditiva de equipamentos críticos;
 Programar inspeções periódicas dos equipamentos e veículos;
 Prévia listagem dos fornecedores de caminhões coletores, de equipamentos e
de locação de mão de obra;
 Verificar a existência de locais alternativos legalizados na região para
disposição dos resíduos sólidos;
 Elaborar plano de ação no caso de acidente com coleta ou transporte; e,
 Gerenciar riscos ambientais em conjunto com órgãos do meio ambiente.

6.2.4.3. Regras de Segurança Operacional do Sistema de Drenagem


Urbana e Manejo de Águas Pluviais

 Monitorar os níveis dos canais de macrodrenagem;


 Plano de apoio às populações atingidas;
 Plano de abrigo para populações atingidas;
 Montagem do sistema de ALERTA, ou seja, um sinal de vigilância usado para
avisar uma população vulnerável a uma situação em que o risco e perigo são
previsíveis em curto prazo; e,
 Montagem do sistema de ALARME, que compõe se de sinal informação oficial
utilizado para advertir sobre perigo ou risco. Esse sistema somente deve ser
acionado quando houver certeza sobre a ocorrência de enchente.

6.3. DIRETRIZES PARA FORMULAÇÃO DE PLANOS

6.3.1. Plano Municipal de Redução de Riscos

O Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) tem por finalidade apresentar


soluções para a gestão das áreas de risco presentes no município, a partir do
mapeamento das áreas críticas e da classificação dessas áreas por tipo de risco
existente e por nível de criticidade, dando suporte à tomada de decisão em uma
situação de emergência.
Além disso, o PMRR tem as funções de: permitir à Prefeitura da cidade conhecer e
acompanhar a evolução das situações de risco; planejar as ações da Prefeitura,
fazendo obras nos locais de maior risco; organizar uma Política Municipal voltada para
as áreas críticas, em parceria com as comunidades; levantar recursos junto ao
Governo Federal para a execução das obras necessárias; manter a população
informada, contribuindo para que a cidade resolva os problemas de risco.

347
Em linhas gerais, pode-se dizer que as áreas de risco são aquelas passíveis de
desastres, os quais podem ser causados pelas atividades antrópicas ou até mesmo
por eventos naturais, causando danos humanos, materiais, ambientais e
consequentes prejuízos econômicos e sociais.
Um dos principais agravantes para a ocorrência de desastres é o crescimento
populacional desordenado, normalmente presentes em países em desenvolvimento ou
em regiões de grande expansão demográfica. Em busca de um lugar para morar,
muitas vezes a população de baixa renda acaba se instalando em regiões perigosas,
instáveis e pouco propícias, como é o caso do município de Piraquara, em especial no
bairro Guarituba.
As áreas de risco comumente encontradas são:
 Áreas localizadas em encostas;
 Áreas sujeitas a inundações e/ou alagamentos;
 Áreas de baixios topográficos;
 Faixas de domínio de linhas ferroviárias;
 Faixas de servidão de linhas de transmissão de energia elétrica de alta tensão;
 Áreas sobre linhas de canalização de gás;
 Áreas de instabilidade sujeitas a desabamentos, escorregamentos e/ou
soterramentos.
A Figura 6.4 apresenta um fluxograma com as diretrizes do Plano Municipal de
Redução de Riscos, conforme “Manual para Apresentação de Propostas Referente ao
Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres”, de modo a dirimir a
ocorrência de desastres.

348
Figura 6.4 – Diretrizes do Plano Municipal de Redução de Riscos

FONTE: Elaborado pela COBRAPE (2016).

O Plano deve conter: a caracterização dos riscos em baixo, médio, alto e muito alto; a
concepção de intervenções para cada nível de risco alto e muito alto e a estimativa
dos custos das intervenções necessárias.
O cadastro de riscos é uma ferramenta utilizada em visitas de campo que permite
determinar o potencial para a ocorrência de desastres, com a identificação das
situações de risco. De acordo com o “Mapeamento de Riscos em Encostas e Margens
de Rios”, é necessário ter um roteiro para a identificação e o mapeamento das áreas
de risco. Sendo assim, o Quadro 6.6 abaixo apresenta a classificação dos riscos.
Quadro 6.6 – Classificação dos Riscos
Níveis de
Descrição
Riscos
- Locais com condições geológicas e geotécnicas favoráveis, pouco suscetíveis ao
R1
desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos;
Baixo ou sem
- Locais com a condição menos crítica, não se espera a ocorrência de eventos
risco
destrutivos no período de um ano.
- Locais com nível de intervenção de média potencialidade para a ocorrência de
escorregamentos e solapamentos;
R2
- Locais com algumas evidências de instabilidade;
Médio
- Locais com chances reduzidas de ocorrência de eventos destrutivos durante episódios
de chuvas intensas e prolongadas no período de um ano.
- Locais com alta suscetibilidade para o desenvolvimento de processos de
escorregamentos e solapamentos;
R3
- Locais com significativas evidências de instabilidade;
Alto
- Locais com grandes chances de ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de
chuvas intensas e prolongadas no período de um ano.

349
Níveis de
Descrição
Riscos
- Locais com as maiores chances de desenvolvimento de processos de escorregamentos
e solapamentos;
R4 - As evidências de instabilidade são expressivas e estão presentes em grande número
Muito Alto ou magnitude.
- É a condição mais crítica, sendo muito provável a ocorrência de eventos destrutivos
durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de um ano.

FONTE: Ministério das Cidades, 2007.

Ao conhecer a probabilidade e a magnitude dos eventos adversos, bem como o


impacto deles, no caso de ocorrência, o próximo passo é a seleção e a priorização dos
riscos que exigem maior atenção. O grau de vulnerabilidade pode ser reduzido por
meio de medidas estruturais e não estruturais.
Tais medidas dizem respeito a obras e ações tendentes a consolidar a estabilidade de
taludes e a mitigar as inundações e alagamentos, aliando o tipo de processo de
instabilização com a intervenção a ser adotada. Quando a mitigação das causas dos
riscos não for suficiente, a população diretamente atingida deverá ser retirada do local
e realocada em área segura.
As medidas estruturais visam aumentar a segurança por meio de atividades
construtivas, como barragens, açudes, melhorias de estradas, construção de galerias
de captação de águas pluviais, dentre outras.
As medidas não estruturais referem-se à urbanização, mudança cultural,
implementação de normas técnicas e regulamentos de segurança.
Tais medidas podem ser implantadas pelo poder público, por meio de ações
legislativas, intensificação da fiscalização, campanhas educativas e obras de
infraestrutura.
Vale ressaltar que as medidas preventivas a serem adotadas podem variar de acordo
com as especificidades locais e com o tipo de risco de cada região.

6.3.2. Plano de Segurança da Água

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012), a utilização de ferramentas de


avaliação e gerenciamento de riscos à saúde, associados aos sistemas de
abastecimento de água, facilita a realização de boas práticas, de princípios de
múltiplas barreiras e de gerenciamento de riscos, conforme Portaria MS nº 2.914/2011,
sobre a potabilidade da água para o consumo humano. Essas ferramentas de
avaliação são consideras pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Planos de
Segurança da Água (PSA).
O PSA tem por finalidade a prevenção a partir de ações que minimizem ou eliminem
possíveis focos de poluição e consequente contaminação da água durante as etapas
do sistema de abastecimento, garantindo a qualidade e a saúde do consumidor.
Segundo a OMS, o controle da qualidade da água para o consumo humano por meio
de análises laboratoriais utiliza métodos demorados e com baixa capacidade para o
alerta rápido da população em casos de contaminação da água, não garantindo a
efetiva segurança da qualidade da água para o consumo.
Dessa forma, a utilização de ferramentas de avaliação e gerenciamento de riscos,
aplicados de forma ampla e integrada em todo o processo de produção, é a maneira

350
mais eficaz de garantir a qualidade e a segurança da água que vai para o consumo
humano. Para tanto, as ações determinantes do Plano de Segurança da Água devem
estar voltadas à prevenção, minimização e até mesmo eliminação de possíveis
contaminantes da água que será consumida, assim sendo, os objetivos do PSA devem
estar diretamente ligados com essas ações, como mostra a Figura 6.5.

Figura 6.5 – Objetivos do Plano de Segurança da Água

FONTE: Elaborado pela COBRAPE (2016).

A Figura 6.6 a seguir apresenta as etapas que o PSA deve seguir, conforme
estabelecido no documento “Plano de Segurança da Água – Garantindo a Qualidade e
Promovendo a Saúde” elaborado pelo Ministério da Saúde, para atingir os objetivos
citados acima.

351
Figura 6.6 – Etapas do Plano de Segurança da Água- PSA

FONTE: Elaborado pela COBRAPE (2016).

Os Planos de Segurança da água devem ser elaborados pelos responsáveis pelo


sistema de abastecimento de água do município, acompanhados pelo Comitê de Bacia
Hidrográfica da respectiva área e por representantes do setor da saúde. Os Planos
devem retratar todas as etapas do abastecimento de água para o consumo humano e
devem manter o foco no controle de captação, tratamento e distribuição de água.
Vale salientar que o PSA pode variar em nível de complexidade, conforme a situação,
e se estrutura como um sistema operacional de gestão da qualidade e do risco, guiado
pelas metas de saúde. Além disso, o Plano se constitui de uma importante ferramenta
para o fornecimento seguro de água, auxiliando as autoridades da saúde pública na
vigilância da qualidade da água para o consumo.

352
7. MECANISMOS E PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO SISTEMÁTICO DO
PMSB

7.1. METODOLOGIA UTILIZADA NA REALIZAÇÃO DOS MECANISMOS E


PROCEDIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DO PMSB

O desenvolvimento dos Mecanismos e Procedimentos para a Avaliação Sistemática


do Plano Municipal de Saneamento Básico de Piraquara se dividiu nos seguintes itens:
(i) indicadores de prestação de serviços de saneamento básico; (ii) mecanismos de
monitoramento; (iii) mecanismos de divulgação; (iv) mecanismos de representação da
sociedade; e, (v) orientações para revisão do Plano,
Para a definição dos procedimentos a serem realizados no auxílio do processo de
planejamento e avaliação da eficiência, eficácia e efetividade das ações programadas
pelo PMSB, em relação ao saneamento básico do município de Piraquara, no item 7.2
propõe-se a utilização de indicadores que possibilitem mensurar os resultados a serem
alcançados.
A determinação dos mecanismos de monitoramento se baseou nas diretrizes
estabelecidas na Lei 11.445/07. Sendo assim, foi proposta a implantação de um
Sistema Municipal de Informações de Saneamento Básico, que permite o
monitoramento do saneamento básico através dos indicadores propostos no item 7.2.
Com isso, para realizar a avaliação foi proposta a elaboração de um Relatório de
Avaliação Anual do PMSB, que sintetiza todas as informações e as análises do
acompanhamento da implantação das ações e programas propostos.
Para disponibilizar à população as informações obtidas através dos mecanismos de
monitoramento supracitados foram determinados como mecanismos de divulgação: a
publicação do Relatório Avaliação Anual do PMSB, a elaboração de uma versão
simplificada do mesmo e a realização de um Seminário Público de Acompanhamento.
Para garantir a representação da sociedade no Plano, os mecanismos sugerem a
criação de um Conselho Municipal de Saneamento Básico, o qual será o principal
agente na defesa dos interesses da população.

As etapas de monitoramento, avaliação e divulgação, além do controle social que se


manifesta na realização dos seminários e de outros eventos de mobilização social, são
interdependentes e essenciais para a revisão do PMSB. Portanto, foram estabelecidas
orientações para revisão do mesmo, através da análise de todas as informações
obtidas no monitoramento e na avaliação, além das contribuições dos processos
participativos. Estas orientações incluem a elaboração de uma Versão Preliminar de
Revisão do PMSB a ser discutida em Consulta Pública, que permitirá uma revisão
democrática e participativa.

A Figura 7.1 ilustra as etapas e respectivos mecanismos estabelecidos neste


documento.

353
Figura 7.1 – Fluxograma dos Níveis Institucionais das Responsabilidades

7.2. INDICADORES DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO


BÁSICO

7.2.1. Contextualização dos Indicadores

A utilização de indicadores na avaliação da eficiência gerencial e operacional dos


serviços executados pelas companhias estaduais se iniciou durante a elaboração do
Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) onde foi instituído um sistema de
avaliação de desempenho dos serviços com base em indicadores normalizados. Neste
sistema, as operadoras tinham a responsabilidade de emitir relatórios de desempenho,
nos quais eram apresentadas as metas de eficiências assumidas e seus respectivos
resultados obtidos.
Os relatórios de desempenho acabaram por cumprir uma segunda finalidade,
atualmente mais importante que a inicial, que foi a organização de uma base de dados
organizada com todos os indicadores de desempenho. Esses relatórios eram
agrupados e divulgados nos Catálogos Brasileiros de Engenharia Sanitária e
Ambiental (CABES), entre os anos de 1977 e 1995, e futuramente evoluíram para o
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

354
Desta forma, os indicadores acabaram sendo utilizados na avaliação dos serviços de
saneamento, sendo definidos segundo Alegre et al., (2008), como sendo uma “medida
quantitativa da eficiência e eficácia de uma entidade gestora relativamente a aspectos
específicos da atividade desenvolvida”.
Segundo Von Sperling (2012), é importante que os indicadores a serem utilizados na
avaliação dos serviços de saneamento sigam os critérios gerais apresentados a
seguir:
 Devem representar apenas os aspectos relevantes para a avaliação do
desempenho da Prestadora, resultando em um total de indicadores
estritamente necessário, evitando-se a inclusão de aspectos não essenciais;
 Deve existir a possibilidade de comparação com critérios legais e/ou outros
requisitos existentes ou a definir;
 Devem, sempre que possível, ser aplicáveis a Prestadoras de serviços com
diferentes características, dimensões e graus de desenvolvimento;
 Devem permitir a identificação antecipada de problemas e situações de
emergência;
 Devem possibilitar uma determinação fácil e rápida, permitindo que o seu valor
seja facilmente atualizado;
 Deve ser levado em consideração o público-alvo que utilizará os resultados dos
indicadores;
 Devem originar resultados verificáveis.
Ainda segundo Von Sperling (2012), são destacados a seguir os principais atributos
que os indicadores deverão apresentar de forma a se mostrarem eficientes no
momento da avaliação/fiscalização dos serviços de saneamento básico:
 Avaliar objetivamente e sistematicamente a prestação dos serviços;
 Subsidiar estratégias para estimular a expansão e a modernização da
infraestrutura, de modo a buscar a sua universalização e a melhoria dos
padrões de qualidade;
 Diminuir a assimetria de informações e incrementar a transparência das ações
do prestador de serviços públicos e da agência reguladora;
 Subsidiar o acompanhamento e a verificação do cumprimento dos contratos de
concessão ou contratos de programa;
 Aumentar a eficiência e a eficácia da atividade de regulação.
Atualmente, as principais informações existentes sobre o setor de saneamento básico
no país são apresentadas sob a forma de indicadores pelo SNIS. Porém, além desse
sistema, existem outros que utilizam indicadores para os serviços de saneamento,
como é apresentado na Figura 7.2 a seguir.

355
Figura 7.2 – Principais Sistemas de Indicadores Utilizados no Brasil

Apesar da existência de outros Sistemas de Indicadores, o SNIS ainda se apresenta


como o mais relevante em escala nacional. Ele possui em seu banco de dados
informações de caráter operacional, gerencial, financeiro e de qualidade, em relação à
prestação de serviços de água e de esgotos e sobre os serviços de limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos.
No caso dos serviços de água e esgotos, os dados são atualizados anualmente para
uma amostra de prestadores de serviços no Brasil, desde o ano base de 1995. Em
relação aos serviços de manejo de resíduos sólidos, os dados também são
atualizados anualmente para uma amostra de municípios brasileiros, contendo dados
desde 2002.
As informações existentes no SNIS são obtidas através do envio voluntário dos
próprios prestadores dos serviços, e sofrem análise de consistência, contudo não são
auditadas. Ao final do processo são divulgadas no Diagnóstico dos Serviços de Água e
Esgotos e no Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos. A partir dessas
informações são calculados os indicadores.
Por fim, é importante destacar que o SNIS publica anualmente um glossário de termos
e relações de indicadores, no qual constam os nomes, definições, unidades de medida
das informações primárias e indicadores, além das fórmulas de cálculo desses últimos
e definições complementares.

7.2.2. Indicadores Selecionados Para o Município

Para a definição dos procedimentos a serem realizados no auxílio do processo de


planejamento e avaliação da eficiência, eficácia e efetividade das ações programadas
pelo PMSB, em relação ao saneamento básico do município de Piraquara, propõe-se
a utilização de indicadores que possibilitem mensurar os resultados a serem
alcançados. É importante destacar que há uma grande complexidade na realidade
socioambiental, e, portanto, qualquer modelo de sistema de indicadores representa
uma tentativa de representação da realidade tendo suas limitações.

356
Desta forma, para a melhor representação da realidade, é importante que o sistema de
indicadores selecionados para o município de Piraquara seja composto por métodos
quantitativos e qualitativos de avaliação. Neste sentido, a avaliação das políticas
públicas de saneamento básico no município, compreende os critérios da eficácia,
eficiência e efetividade. A Figura 7.3 abaixo ilustra esses conceitos de forma geral.

Figura 7.3 – Critérios de Avaliação

FONTE: SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL (2013).

Para facilitar a elaboração dos indicadores por parte do município de Piraquara, optou-
se pela seleção de indicadores já existentes em sistemas de informação,
principalmente o SNIS, por ser considerado o mais importante. Além dele, deve-se
observar outros sistemas de informação do IBGE e outros setoriais, como o
DATASUS, a fim de melhor visualizar os cenários, considerando o “antes” e “depois”
da execução do PMSB.
Conforme comentado no item 7.1, o SNIS possui em enorme arcabouço de
indicadores que contemplam as áreas operacional, gerencial, financeira e de
qualidade da prestação de serviços de água e de esgotos e sobre os serviços limpeza
urbana. Devido ao objetivo deste PMSB, não é interessante a utilização de todos os
indicadores presentes no SNIS, já que a grande maioria deles reflete o desempenho
operacional e financeiro da Prestadora, e não tem como objetivo principal a regulação
dos serviços. Visto isso, o PMSB de Piraquara selecionou os indicadores do SNIS
considerados mais relevantes, e adaptou outros, baseado na experiência da
consultora. Por fim, foram ainda propostos indicadores que não são utilizados pelo
SNIS, mas foram considerados necessários a partir da realidade do município.
Ao total foram selecionados 23 indicadores, considerados essenciais para a avaliação
de ações quantitativas, qualitativas e de eficiência operacional. Esses estão divididos
pelos quatro componentes do saneamento, sendo que quatro deles são específicos da
qualidade dos serviços, segundo os usuários. Os indicadores estão apresentados no
Quadro 7.1 a seguir juntamente com um estudo comparativo dos indicadores
referentes à base nacional, o SNIS.

357
Quadro 7.1– Indicadores Selecionados

Componente Indicador e Descrição Comparação com o SNIS


Saúde

S1. Taxa de incidência de verminoses de veiculação hídrica: nº de casos


Não está contemplado.
registrados de verminoses de veiculação hídrica por ano (nº casos/ano)

Os indicadores do SNIS medem as ocorrências ligadas à paralizações e


interrupções e não a qualidade dos serviços:
I071 – número de economias atingidas por paralisações
Q1. Índice de reclamações na ouvidoria por serviços de abastecimento de (economias/paralizações);
água: média do nº de reclamações relacionadas aos serviços de abastecimento I072 – duração média das paralisações;
de água registrados por mês na ouvidoria geral do município (nº
reclamações/mês) I073 – número de economias atingidas por intermitências prolongadas
(economias/interrupção);
I074 – duração média das intermitências;
I083 - duração média dos serviços executados (hora/serviço).
Os indicadores do SNIS medem as ocorrências ligadas à extravasamentos
Qualidade

e não a qualidade dos serviços:


Q2. Índice de reclamações na ouvidoria por serviços de esgotamento I077 - duração média dos reparos de extravasamentos de esgotos
sanitário: média do nº de reclamações relacionadas aos serviços de (horas/extravasamento);
esgotamento sanitário registrados por mês na ouvidoria geral do município (nº
reclamações/mês) I082 - extravasamentos de esgotos por extensão de rede
(extravasamento/km);
I083 - duração média dos serviços executados (hora/serviço).
Q3. Índice de reclamações na ouvidoria por serviços de manejo de
resíduos: média do nº de reclamações relacionadas aos serviços de manejo de
Não está contemplado.
resíduos registradas por mês na ouvidoria geral do município (nº
reclamações/mês)
Q4. Índice de reclamações na ouvidoria por serviços de drenagem pluvial:
média do nº de reclamações relacionadas aos serviços de drenagem pluvial Não está contemplado.
registradas por mês na ouvidoria geral do município (nº reclamações/mês)

358
Componente Indicador e Descrição Comparação com o SNIS

A1. Índice de atendimento por rede de distribuição (%): Número de O SNIS utiliza o indicador “Índice de atendimento urbano de água” (I023),
economias residenciais de água/ Número total de domicílios urbanos (IBGE) x que mede apenas as economias ativas. Neste caso o coeficiente de
100 calculo utilizado é domicílio (economias), o do SNIS, população.
A2. Índice de desconformidade aos padrões de potabilidade para o
parâmetro coliformes: nº de amostras de coliformes totais fora do padrão de
Indicador I084
potabilidade (Portaria 2914/2011) / nº de amostras de coliformes totais
realizadas por ano (%)
Água

A3. Consumo per capita (L/hab.dia): volume consumido por habitante em um


Indicador I022
dia.

A4. Índice de perdas no sistema de abastecimento (%): (Volume de água


produzida disponibilizada para consumo - Volume de água consumido) / Volume Indicador I049
de água produzido disponibilizada para consumo x 100
A5. Índice de hidrometração: nº ligações de água hidrometradas / nº ligações
Indicador I009
de água totais (%)
E1. Índice de cobertura por rede coletora de esgotos (%): Número de
Utiliza o indicador índice de atendimento urbano de esgoto (I047), que
economias residenciais de esgoto / Número total de domicílios urbanos (IBGE) x
mede apenas as economias ativas.
100
Esgoto

E2. Índice de tratamento de esgotos (%): Volume de esgoto tratado / volume Trabalha com a medição do volume de esgotos tratados (I016) ao invés de
de esgoto coletado x 100 número de economias que possuem os esgotos tratados.

E3. Índice de extravasamento de esgoto: nº de extravasamentos de esgotos


Indicador I082
registrados no ano / extensão total do sistema de coleta (nº / km.ano) [SNIS]

359
Componente Indicador e Descrição Comparação com o SNIS

R1. Índice de cobertura por coleta normal de resíduos (%): Número de


Indicador I016 (a informação primária é número de domicílios e não
domicílios urbanos atendidos por coleta direta de resíduos sólidos / Número total
população declarada).
de domicílios urbanos x 100
R2. Índice de cobertura por coleta seletiva (%): Número de domicílios
urbanos atendidos por coleta seletiva de resíduos sólidos / Número total de
domicílios Não está contemplado.
urbanos x 100
R3. Índice de recuperação de materiais recicláveis (%): Quantidade total de
materiais recuperados (exceto mat. orgânico e rejeitos) / Quantidade total Indicador I031
coletada x 100
Resíduos

R4. Geração per capita (kg/ hab.dia): Volume de resíduos gerados por
Indicador I022
habitante em um dia
R5. Índice de adesão à coleta seletiva (%): População que aderiu à coleta
Não está contemplado.
seletiva / População total atendida x 100
R6. Índice de resíduos oriundos da coleta normal por população coberta
por coleta seletiva, que seguem para disposição final (%): Quantidade total
Não está contemplado.
não coletada na área com coleta seletiva / Quantidade total gerada na área com
coleta seletiva x 100
R7. Índice de resíduos oriundos da população coberta por coleta seletiva,
que aderiram e seguem para triagem (%): Quantidade total coletada na área Não está contemplado.
com coleta seletiva x Quantidade total gerada na área com coleta seletiva x 100
R8. Índice de atendimento do serviço de varrição (%): Extensão das vias
Não está contemplado.
com serviço de varrição / extensão total das vias pavimentadas
D1. Índice de cobertura da microdrenagem (%): extensão total de ruas com
serviço de microdrenagem (guias, sarjetas e bocas – de –lobo) / extensão total Não está contemplado.
Drenagem

de ruas do município

D2. Índice de cobertura da macrodrenagem (%): extensão de intervenções na


Não está contemplado
rede hídrica do município/ extensão da rede hídrica do município

360
É importante destacar que os valores de referência para os indicadores consideram o
município como um todo, porém destaca-se a necessidade de obtenção das informações
para cada uma das localidades/áreas atendidas por sistemas independentes de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos e drenagem pluvial,
bem como para as áreas não atendidas por serviços públicos de saneamento. Desta forma,
é possível avaliar, dentro do município, as áreas mais deficitárias.
Posteriormente, foram definidas metas para os indicadores dentro do horizonte de
planejamento do Plano. Os valores foram estabelecidos a partir de uma análise sistêmica,
ou seja, considerando a situação atual do município e as ações previstas (em andamento e
propostas) baseadas no Capítulo 4, conforme apresentado no Quadro 7.2.
Quadro 7.2 – Metas dos Indicadores Selecionados

Indicador e Descrição 2020 2025 2030 2035

S1. Taxa de incidência de verminoses de


(a) (b) (b) (b)
veiculação hídrica

Q1. Índice de reclamações na ouvidoria por


(a) (b) (b) (b)
serviços de abastecimento de água

Q2. Índice de reclamações na ouvidoria por


(a) (b) (b) (b)
serviços de esgotamento sanitário

Q3. Índice de reclamações na ouvidoria por


(a) (b) (b) (b)
serviços de manejo de resíduos

Q4. Índice de reclamações na ouvidoria por


(a) (b) (b) (b)
serviços de drenagem pluvial

A1. Índice de atendimento por rede de


100 100 100 100
distribuição (%)

A2. Índice de desconformidade aos padrões


(a) 0 0 0
de potabilidade para o parâmetro coliformes

A3. Consumo per capita (L/hab.dia) 150 150 150 150

A4. Índice de perdas no sistema de


39,6 35 30 25
abastecimento (%)

A5. Índice de hidrometração 100 100 100 100

E1. Índice de cobertura por rede coletora de


80 85 90 95
esgotos (%)

E2. Índice de tratamento de esgotos (%) 100 100 100 100

E3. Índice de extravasamento de esgoto 0,05 0,025 0,01 0

R1. Índice de cobertura por coleta normal de


100 100 100 100
resíduos (%)

R2. Índice de cobertura por coleta seletiva


100 100 100 100
(%)

R3. Índice de recuperação de materiais


(a) (b) (b) (b)
recicláveis (%)

R4. Geração per capita (kg/ hab.dia) 0,50 0,60 0,65 0,75

361
Indicador e Descrição 2020 2025 2030 2035

R5. Índice de adesão à coleta seletiva (%) 100 100 100 100

R6. Índice de resíduos oriundos da coleta


normal por população coberta por coleta
85 80 75 60
seletiva, que seguem para disposição final
(%)
R7. Índice de resíduos oriundos da população
coberta por coleta seletiva, que aderiram e 15 20 25 30
seguem para triagem (%)
R8. Índice de atendimento do serviço de
100 100 100 100
varrição (%)

D1. Índice de cobertura da microdrenagem


(a) (b) (b) 100
(%)

D2. Índice de cobertura da macrodrenagem


(a) (b) (b) 100
(%)
(a) Valor desconhecido. Informação a ser levantada.
(b) Metas a serem traçadas após a definição do valor inicial.

Para que os indicadores sejam utilizados para uma boa avaliação do Plano é indicada a
elaboração de um “Relatório de Avaliação Anual do PMSB”, descrita no item 4.2 que deve
ser elaborado pelo órgão de gestão do saneamento do município.
Desta forma, caso as ações definidas pelo Plano não estejam apresentando resultados que
reflitam nos indicadores, deve-se analisar se as ações não estão sendo eficazes ou se é
necessária a elaboração ou incorporação de outros indicadores que possam mensurar os
aspectos relacionados à ação em questão.
Ainda é importante destacar, que apesar dos indicadores terem o objetivo de mensurar os
resultados das ações executadas, essa mensuração nem sempre poderá ser refletida na
melhoria dos indicadores diretamente ou em um primeiro momento. Algumas ações são
utilizadas na definição de novas ações, cujos reflexos e impactos resultarão em uma
melhora no aceso e na qualidade dos serviços, melhora essa que refletirá de maneira direta
e imediata nos indicadores.
A maioria das ações que funcionam dessa forma é considerada não estrutural, relacionada,
por exemplo, com a gestão do saneamento, à educação ambiental e à participação da
população. Elas também dão suporte político e gerencial para a sustentabilidade dos
serviços, ou seja, seus efeitos são notados apenas no médio ou longo prazo, principalmente
porque algumas dessas ações devem ser executadas de forma contínua ou periódica.
Com base nessas definições, e para a melhora na avaliação de todas as ações previstas no
PMSB é sugerida a “Análise de Execução das Ações Propostas”, item que também deve
constar no “Relatório de Avaliação Anual do PMSB”. Esta análise é um importante indicador,
pois permite verificar a conformidade dos prazos estabelecidos para as ações. Nele deve
ser apresentada a situação em que se encontram as ações propostas, podendo as mesmas
se enquadrar como atrasadas, prorrogadas, concluídas, em execução ou em conformidade
com o prazo estabelecido.
Sugere-se então que as ações sejam organizadas de maneira tabular, contendo, além da
identificação do setor correspondente, as seguintes colunas: prazo, ação, situação e
comentário. O Quadro 7.3 apresenta um modelo para elaboração da Análise de Execução
das Ações Propostas.

362
Quadro 7.3– Sugestão de Tabela Para Análise de Execução das Ações Propostas

Prazos Ações Situação Comentário


 Concluída
 Descrever dificuldades ou entraves na
2015  Em execução
execução das ações ou outras
a Consultar Capítulo 5  Conforme o prazo
considerações importantes sobre a
2035  Atrasada
situação das ações.
 Prorrogada

Portanto, a “Análise de Execução das Ações Propostas” é item indispensável para que os
gestores e responsáveis pela implementação do Plano tenham controle sobre a execução
dos programas e ações. Cabe ressaltar que apesar de constar no relatório anual, esta
ferramenta deve ser atualizada constantemente.

7.3. INSTRUMENTOS DE GESTÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PMSB

7.3.1. Mecanismos de Monitoramento

Anteriormente, foram definidos os indicadores e as metas a serem cumpridas através das


ações e programas propostos no Plano, que por sua vez baseiam-se na situação em que se
encontra o saneamento básico do município e nas proposições de alternativas. Com isso, o
monitoramento do PMSB propicia uma avaliação da eficácia das atividades propostas e,
portanto, é necessário realizar um acompanhamento da execução das ações e programas
apresentados no Plano.
Aliado a isso, a Lei nº 11.445/2007 estabelece que seja função da Prefeitura Municipal
estabelecer um sistema de informações sobre serviços de saneamento, conectado ao
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Nesse contexto sugeriram-se
alguns instrumentos de gestão, e dentre eles, destaca-se o Sistema de Informações
Municipais de Saneamento Básico.
O Sistema de Informações Municipal de Saneamento Básico configura-se como uma
ferramenta baseada em dados, armazenados em um banco, que após processamento
geram relatórios com indicadores que possibilitam a análise do andamento da execução do
Plano. Ou seja, este Sistema colabora na avaliação da efetividade das ações propostas e no
cumprimento dos objetivos do Plano. Além disso, se mostra como um instrumento essencial
no monitoramento da situação real do saneamento básico no município.
Este Sistema apresenta diversos indicadores, conforme apresentado no item 7.2, essenciais
para a verificação dos progressos do Plano, e que representam a situação dos setores de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem pluvial. Por
meio da análise do desenvolvimento destes indicadores, é possível identificar os impactos
das ações e programas na melhoria da situação de cada setor, e consequentemente, na
melhoria da qualidade de vida dos habitantes.
Além de indicadores de saúde, os relatórios de pesquisas de satisfação também devem ser
avaliados como forma de verificar os impactos das atividades do Plano. Também é
interessante que as reclamações e sugestões recebidas através dos canais de comunicação
com a população sejam consideradas como indicadores qualitativos, e devem ser levados
em consideração na proposição de ações alternativas ou modificações das ações
existentes.
O desenvolvimento e implantação do Sistema ficam ao encargo de uma empresa
especializada em softwares. Posteriormente, a Prefeitura fica responsável por instituir e
treinar sua equipe para a aquisição de dados e operação do Sistema.

363
Para instituir o Sistema são necessários alguns passos:
 Abrir licitação para contratação da empresa de desenvolvimento de softwares para
criação do Sistema.
 Auxílio à empresa contratada e disponibilização de informações por parte da
Prefeitura, da Sanepar e demais entidades envolvidas e interessadas com serviços
de saneamento. Estes órgãos deverão indicar representantes que irão colaborar com
a implantação do Sistema pela empresa contratada. É importante que estes
representantes integrem posteriormente a equipe responsável pela operação do
Sistema depois que este for concluído.
 Aquisição de materiais necessários à implantação do Sistema, conforme orientação
da empresa contratada. Estes materiais deverão ser adquiridos por licitação, cujo
edital será elaborado com o auxílio da empresa contratada.
 Formar equipe para aquisição dos dados e operação do Sistema, através de
assistência da empresa contratada, que irá definir funções, responsabilidades, e
perfil profissional desejado dos recursos humanos. Esta equipe será responsável
pelo gerenciamento, operação e manutenção do Sistema.
O Sistema pode ser integrado ao site da Prefeitura, e será mantido pelos funcionários
escolhidos para constituir equipe responsável pela aquisição e operação dos dados.
A atualização dos dados no Sistema deve ser feita anualmente, assim como a inclusão dos
dados no SNIS. Vale ressaltar que o preenchimento do banco de dados nacional é requisito
para acesso aos recursos federais para investimento nas ações de saneamento básico. O
Sistema permitirá uma avaliação geral da situação do município no que se refere à
qualidade e abrangência dos serviços de saneamento.

7.3.2. Mecanismos Para a Divulgação

Para que a população de Piraquara tenha amplo acesso às informações referentes ao


PMSB, foram definidos alguns instrumentos de divulgação, são eles: o Relatório de
Avaliação Anual do Plano; a versão simplificada impressa deste; e o Seminário Público de
Acompanhamento do PMSB.
O “Relatório de Avaliação Anual do PMSB” deve relacionar todos os indicadores constantes
no Sistema de Informações Municipal de Saneamento Básico, bem como sua evolução ao
longo do tempo. Desta forma, é possível verificar os impactos das ações executadas, que se
refletem na alteração dos valores dos indicadores propostos. Com isso, pode ser
documentada no relatório a eficácia das ações propostas na solução dos problemas e
limitações identificadas na fase de Diagnóstico.
Além de ser uma ótima ferramenta de análise, o Relatório de Avaliação Anual é um
mecanismo muito relevante, pois resume todas as informações associadas à execução das
ações e programas propostos no Plano. Ele deve ser publicado no site da Prefeitura, e
precisa ser facilmente acessado. É interessante que haja uma parte do site somente voltada
ao PMSB. Diante disso, é essencial que estas informações sejam amplamente divulgadas
nos meios de comunicação do município, como televisão, rádio, jornais, redes sociais, entre
outros.
Dentro do relatório é fundamental a existência do item a “Análise de Execução das Ações
Propostas”, conforme apresentado no item 7.2.2. Esta análise é um importante indicador,
pois permite verificar a conformidade dos prazos estabelecidos para as ações. Nele deve
ser apresentada a situação em que se encontram as ações propostas, podendo as mesmas

364
se enquadrar como atrasadas, prorrogadas, concluídas, em execução ou em conformidade
com o prazo estabelecido.
Outro instrumento de divulgação de grande importância é uma versão simplificada deste
relatório. Visto que deve ser impresso e distribuído à população, esta publicação precisa ser
objetiva, com uma linguagem acessível a todos os públicos, e deve apresentar os aspectos
mais importantes do relatório, focando nos principais resultados e nas dificuldades
encontradas.
A versão simplificada pode ser distribuída pelos próprios prestadores de serviços, como por
exemplo, entregue junto à conta de água/esgoto. Após a distribuição, é necessária a
realização de um Seminário Público de Acompanhamento do PMSB, onde será apresentado
o Relatório. Assim, garante-se o direito dos cidadãos de conhecer a situação de
implementação do Plano, além de permitir discussões e opiniões referentes a este.

7.3.3. Mecanismos de Representação da Sociedade

A fim de promover discussões, propor melhorias e solucionar problemas referentes ao


saneamento básico no município, deve-se criar o Conselho Municipal de Saneamento
Básico. Este deve possuir representantes dos órgãos relacionados à área, das empresas
prestadoras de serviços, dos usuários, e das entidades técnicas, organizações da sociedade
civil e de defesa do consumidor relacionadas ao setor de saneamento básico, conforme
recomendado na Lei Federal n°. 11.445/2007.
O Conselho deve ser o principal ator na defesa dos interesses dos habitantes quando se
trata de saneamento, pois tem como responsabilidade fiscalizar, regular, discutir e
acompanhar os serviços prestados pelo município. Para instituí-lo são necessárias as
seguintes ações:
 Realização de audiências públicas para composição do Conselho, com a intenção de
envolver a sociedade civil e definir quais as entidades estarão envolvidas com o
mesmo. Como representantes da sociedade civil podem-se citar: Associação de
Moradores, Associação Comercial e Industrial, Universidades, ONGs, Cooperativas,
Estabelecimentos de Ensino, Sindicatos, Representações Estudantis, entre outros. A
comunidade também deve estar envolvida, e nas audiências públicas devem ser
esclarecidos os principais motivos da criação deste e qual será sua função dentro do
município. Estas devem atender a diversas regiões da cidade; tendo o município,
com isso, obrigação de divulga-las através dos principais meios de comunicação. É
importante ressaltar que os conselheiros municipais agem voluntariamente, não
tendo qualquer tipo de remuneração por seus serviços.
 Indicação de funcionários da Prefeitura pelo próprio prefeito para compor o
Conselho, preferencialmente das Secretarias de Administração Regional, Meio
Ambiente, Saúde e Planejamento; e podem ser convidados representantes de outros
órgãos, como por exemplo, da Sanepar e dos Comitês de Bacia locais.
 Convocação dos nomeados para compor o Conselho através de Decreto, por meio
oficial da Prefeitura. A partir disso, esses representantes terão como tarefa elaborar
e aprovar o regimento interno do Conselho.
 O regimento interno sintetiza as normas de organização e funcionamento do
Conselho. Neste devem constar sua finalidade e suas competências, a estrutura
básica, a distribuição dos setores, e regras sobre deveres e mandatos dos membros.
Também serão determinadas normas de organização das reuniões, que devem ser
abertas para a participação da comunidade sob a condição de ouvinte.

365
 O Conselho é composto basicamente pelo plenário, que consiste em um conjunto de
conselheiros, e pela direção, sendo integrada pela presidência, vice-presidência e
secretaria. A direção deve ser definida através de votação pelos membros, deve ter
suas funções muito bem definidas, e sugere-se que seja composta pelos
representantes de uma das Secretarias municipais.
 As despesas com o Conselho são de responsabilidade da Prefeitura, embora a
execução de seus projetos possa ter parcerias com o setor público ou privado. Os
recursos necessários devem ser aprovados anualmente de acordo com as ações
previstas para o período, de maneira que garanta a autonomia do Conselho. No
planejamento das despesas inclui-se a capacitação dos conselheiros, infraestrutura,
contratação de apoio técnico e participação em eventos.
Este conselho representa a principal ferramenta de controle social, e torna muito eficiente a
participação da sociedade na estruturação dos serviços de saneamento básico. Ele deve ser
instituído rapidamente, e funcionar o quanto antes, para que possa auxiliar no processo de
implantação das atividades propostas no PMSB. Logo, o Conselho deve estar a par das
necessidades e solicitações da população, e deve acompanhar de maneira regular a
implementação das ações e programas do Plano.
Para isso, é importante que os membros do Conselho se mantenham articulados com a
população e com os profissionais do município, sejam eles da área de saneamento ou
apenas das áreas administrativas. A análise do Relatório de Avaliação Anual do PMSB fica
ao encargo do Conselho, que questiona o que achar relevante e propõe soluções
alternativas se achar necessário.
Como este tem papel fundamental na implantação do PMSB, é importante que os membros
participem de conferências, oficinas, palestras e quaisquer tipos de eventos voltados ao
saneamento básico, para que estes aprendam mais sobre o tema e tenham capacidades
técnicas para trabalhar com o Plano.
Como citado anteriormente, o Seminário Público de Acompanhamento do PMSB, serve
como um ótimo instrumento, juntamente ao Conselho. Por meio deste, a população estará
ciente a respeito das ações e programas do Plano, e poderá opinar e manifestar-se em
relação a isto.
As sugestões da sociedade são fundamentais para a manutenção do Plano, visto que suas
ideias e avaliações permitem realizar um mapeamento das localidades problemáticas, o que
propicia focar as ações para regiões que necessitam de intervenção urgente.

7.3.4. Orientações Para a Revisão do Plano

O órgão municipal responsável pela gestão do saneamento deve atualizar o Plano pelo
menos a cada quatro anos. Assim, os elementos constantes do Plano como as ações, os
programas, o cronograma de execução, entre outros, devem ser ajustados segundo os
relatórios de avaliação anual, os seminários públicos de acompanhamento do PMSB e
outros eventos que discutam as questões referentes ao saneamento básico. Além disso, as
reclamações, sugestões e opiniões da população e do Conselho Municipal de Saneamento
Básico devem ser levadas em conta.
Ao revisar o Plano Municipal de Saneamento Básico de Piraquara, o primeiro passo baseia-
se na análise dos Relatórios de Avaliação Anual do PMSB. Com isto, o gestor terá uma
ampla visão da situação do saneamento no munícipio.

366
Desta forma, o gestor deve avaliar as dificuldades encontradas e pensar em atitudes
alternativas ou modificações, além de ideias apresentadas e discutidas nos Seminários
Públicos de Acompanhamento do PMSB. A partir disto, serão identificados os locais que
possuem maior urgência de intervenção e quais ações serão tomadas para solucionar os
problemas críticos.
Pensando nisso, o gestor pode modificar os prazos determinados no cronograma, sempre
visando o aumento no acesso aos serviços.
Portanto, deve ser criada uma versão prévia da revisão do PMSB, sendo que esta deve ser
apresentada em Consulta Pública, onde as dúvidas da população possam ser esclarecidas.
A Consulta Pública deve ter uma divulgação ampla, de no mínimo duas semanas antes do
evento, através dos principais meios de comunicação do município. O Conselho deve estar
presente, representando a sociedade, e tem a função de contestar ou aprovar o PMSB.
Então, considerando o que foi abordado na Consulta Pública, os profissionais do Núcleo de
Gestão do Saneamento devem fazer os ajustes e correções finais e estruturar a Versão
Final da Revisão do PMSB. Com isso, se efetivam os instrumentos para que a tomada de
decisões no setor de saneamento básico seja mais democrática e participativa.
É importante que o PMSB seja revisto em períodos coincidentes com o Plano Plurianual do
município. Assim, revisar os dois Planos juntos, entendendo a condição do saneamento no
município e determinando metas técnicas para chegar à universalização dos serviços
adequados ao Plano Nacional de Saneamento Básico, são os primeiros passos para uma
nova gestão municipal. Além disso, devem ser analisados os recursos necessários para
revisar o Plano na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

367
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371
ANEXO I

ANTEPROJETO DE LEI QUE INSTITUI


O PLANO MUNICIPAL DE
SANEAMENTO BÁSICO (PMSB) DE
PIRAQUARA (PR) E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS

372
ANTEPROJETO DE LEI

Institui o Plano Municipal de Saneamento


Básico (PMSB) de Piraquara (PR) e dá
outras providências

O Prefeito Municipal de Piraquara (PR), no uso das atribuições que lhe confere a Lei Orgânica
do Município, sanciona a seguinte Lei:
Art. 1º. Esta Lei institui o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), nos termos do
Anexo Único que a integra, que contém diretrizes destinadas a formular, aprovar, implantar,
promover, executar e avaliar a prestação dos serviços públicos essenciais de saneamento básico
no Município, consoante com o que dispõe a Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007,
bem como o que estabelece o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), objeto da
Portaria Interministerial nº 571, de 5 de dezembro de 2013, subscrita pelos Ministros de Estado
da Casa Civil da Presidência da República, da Fazenda, da Saúde, do Planejamento, Orçamento
e Gestão, do Meio Ambiente, da Integração Nacional e das Cidades.
Art. 2º. O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) instituído por esta Lei será revisto,
periodicamente, no prazo não superior a 4 (quatro) anos, e com base anterior à elaboração do
Plano Plurianual do Município.
§1º. O Poder Executivo Municipal deverá encaminhar a proposta de revisão do Plano Municipal
de Saneamento Básico (PMSB) à Câmara Municipal, e dela fazer constar as alterações
consideradas indispensáveis ou necessárias à atualização e consolidação do Plano Plurianual do
Município imediatamente anterior.
§2º. Cada revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) deverá guardar
compatibilidade com o correspondente Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica, a que
o Município integrar, nos termos dos artigos 31 caput, 33, IV, 38, III e 39, III da Lei Federal nº
9.433 de 08 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos e do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
§3º. A revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) não poderá ocasionar
inviabilidade técnica ou estabelecer desequilíbrio econômico-financeiro e patrimonial
relativamente à prestação dos serviços que o integram ou estejam delegados a órgão ou entidade
local, devendo qualquer acréscimo de custo ter a respectiva fonte de custeio indicada e a
anuência da prestadora.
Art. 3º. O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) objeto da presente Lei guardará
compatibilidade com a legislação inerente ao Plano Diretor do Município, nos termos da Lei
Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade) e legislação posterior, que
estabelece diretrizes gerais da política urbana, bem como o disposto na Constituição do Estado,
concernente à Região Metropolitana, Aglomeração Urbana e Microrregião, como couber,
observada a legislação específica, que deles decorrer e em vigor.

373
Art. 4º. As despesas de custeio e de investimentos decorrentes da aplicação e da execução da
presente Lei correrão por conta das dotações consignadas no orçamento anual e plurianual do
Município, bem como em créditos especiais, adicionais, transferências e repasses que lhe forem
conferidas.
Art. 5º. Na hipótese de conveniência institucional ou de interesse público, o Município poderá
optar pela prestação delegada, compartilhada ou por meio de concessão administrativa ou,
ainda, pelo estabelecimento de parceria público-privada para a execução dos serviços públicos
essenciais de saneamento básico de que trata esta Lei, no todo ou em parte, observada,
respectivamente, a legislação orgânica municipal, a legislação federal e estadual, bem como as
normas de posturas municipais aplicáveis.
§1º. A opção pela gestão executiva delegada, compartilhada, consorciada, por concessão ou por
parceria público-privada respaldar-se-á, previamente, em pesquisas e estudos técnicos de
natureza econômica, social, organizacional, administrativa e gerencial, que serão submetidos
previamente à convocação de audiência pública da população do Município, seus distritos (se os
houver) ou localidades rurais que o integrem, para efeito de aprovação.
§2º. O processo de audiência pública, em cada caso, será estabelecido, discutido e aprovado, na
forma de decreto para tanto baixado pelo Prefeito Municipal.
Art. 6º. O Prefeito Municipal, mediante decreto, baixará as demais medidas e providências de
caráter regulamentar e implementar, bem como as de ordem organizacional, administrativa,
técnica e gerencial, com o objetivo de efetivar a plena organização, implantação e consecução
do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do Município de Piraquara (PR) objeto da
presente Lei.
Art. 7º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Piraquara (PR) em ...... de ............................. de 2016.

Prefeito Municipal

Secretariado

374
ANEXO II

ANTEPROJETO DE LEI

Dispõe sobre a Política do Regime Integrado


da Prestação, Regulação, Fiscalização e
Controle dos Serviços Públicos Essenciais de
Abastecimento de Água, Esgotamento
Sanitário, Limpeza Urbana, Manejo de
Resíduos Sólidos Urbanos e de Drenagem e
Manejo das Águas Pluviais Urbanas do
Município de Piraquara (PR), e dá outras
providências.

375
ANTEPROJETO DE LEI

Dispõe sobre a Política do Regime Integrado da


Prestação, Regulação, Fiscalização e Controle
dos Serviços Públicos Essenciais de
Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário,
Limpeza Urbana, Manejo de Resíduos Sólidos
Urbanos e de Drenagem e Manejo das Águas
Pluviais Urbanas do Município de Piraquara
(PR), e dá outras providências

O Prefeito Municipal de Piraquara (PR), no uso das atribuições que lhe confere a Lei Orgânica
do Município e tendo em vista o disposto na Lei Federal nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007, que
estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, bem como na Lei Federal 12.305, de 2
de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sanciona a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º. A prestação, regulação, regime tarifário, fiscalização e controle dos serviços públicos
essenciais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos
sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas no Município de Piraquara (PR) reger-
se-ão pelas normas constantes desta Lei, com observância da legislação federal, estadual e
municipal, que lhe forem compatíveis e aplicáveis e tem por finalidade:

I. garantir a universalização do atendimento, promovendo a equidade no acesso dos


serviços públicos essenciais indicados neste artigo;

II. assegurar a qualidade dos serviços e a plena satisfação dos usuários;

III. atrair recursos financeiros para investimentos na expansão e na melhoria dos


serviços, incluindo a participação de agentes privados no financiamento e na
prestação dos serviços;

IV. promover a competição pelo mercado e estimular a eficiência e a auto-sustentação


financeira dos serviços, bem como a redução dos seus custos;

V. disciplinar a utilização dos recursos públicos do Município nos subsídios ao


investimento e ao atendimento dos consumidores de mais baixa renda;

VI. garantir livre concorrência para a prestação dos serviços, bem como o monopólio de
sua prestação;

VII. assegurar a proteção ao meio ambiente, na forma da legislação aplicável.

376
Art. 2º. A prestação dos serviços indicados no artigo anterior é considerada essencial por
observar o princípio da continuidade e tendo como principais objetivos:

I. o atendimento das necessidades da vida e do bem-estar da população

II. a preservação da saúde pública e do meio ambiente;

III. a promoção do desenvolvimento social e econômico.

Parágrafo único. O inadimplemento do consumidor relativamente à prestação dos serviços será


devidamente identificado e analisado e receberá o tratamento jurídico adequado na forma da
legislação aplicável em especial o Código de Defesa do Consumidor CDC, objeto da Lei
Federal nº 8.078/1990.

Art. 3º. Para os efeitos desta Lei considera-se saneamento básico o conjunto de serviços,
infraestrutura, instalações e atividades operacionais de:

I. abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e


instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação
até as ligações prediais e respectivos instrumento de medição;

II. esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações


operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos
esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio
ambiente;

III. limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas


e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino
final dos resíduos sólidos domésticos e dos resíduos sólidos originários da varrição
e limpeza de logradouros e vias públicas, inclusive a triagem para fins de reúso,
reciclagem ou compostagem, e os serviços de varrição, capina e poda de árvores em
vias e logradouros públicos e outros eventuais serviços pertinentes à limpeza
pública;

IV. drenagem e manejo de águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,


infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de
transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias,
tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.

Art. 4º. Os recursos hídricos não integram os serviços de saneamento básico.

Parágrafo único. A utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de


saneamento básico, inclusive para o lançamento de esgotos sanitários está sujeita à outorga de
direito de uso, nos termos da Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que institui a
Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos.

Art. 5º. Não constitui serviço público de saneamento a ação executada por meio de soluções
individuais, desde que o usuário não dependa de terceiros para operar os serviços, bem como as

377
ações de saneamento básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resíduos de
responsabilidade do gerador.

Art. 6º. A fim de cumprir e observar o disposto no art. 30, incisos I a IX da Constituição Federal
de 1988 bem como o contido nos arts..................................... da Lei Orgânica do Município de
Piraquara (PR), no que concerne ao saneamento básico, consideram-se como de interesse local,
respectivamente:

I. a observação e o incentivo à adoção de posturas e práticas sociais e econômicas


ambientalmente sustentáveis;

II. a adequação das atividades e ações econômicas, sociais, urbanas e rurais e do Poder
Público às imposições do equilíbrio ambiental;

III. a busca permanente de soluções negociadas entre o Poder Público, a iniciativa


privada e a sociedade civil para a redução dos impactos ambientais;

IV. a instituição, o planejamento e a fiscalização de programas de desenvolvimento


urbano nas áreas de habitação e saneamento básico, de acordo com as diretrizes
estabelecidas na legislação federal, sem prejuízo do exercício da competência
comum correspondente;

V. a ação na defesa e conservação ambiental no âmbito regional e dos demais


municípios vizinhos, mediante convênios e consórcios;

VI. a defesa e conservação das áreas de mananciais, das reservas florestais e demais
áreas de interesse ambiental;

VII. o licenciamento e fiscalização ambiental com o controle das atividades potencial ou


efetivamente produzam degradação ou poluição;

VIII. a melhoria constante da qualidade do ar, da água, do solo, da paisagem e dos níveis
de ruído e vibrações, mantendo-os dentro dos padrões técnicos estabelecidos pelas
legislações de controle de poluição ambiental federal, estadual e municipal no que
couber;

IX. o acondicionamento, a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final dos


resíduos sólidos;

X. a captação, o tratamento e a distribuição de água, assim como o monitoramento de


sua qualidade;

XI. a coleta, a disposição e o tratamento de esgotos;

XII. o reaproveitamento de efluentes destinados a quaisquer atividades;

XIII. a drenagem e a destinação final das águas;

XIV. o cumprimento de normas de segurança no tocante à manipulação, armazenagem e


transporte de produtos, substâncias, materiais e resíduos perigosos ou tóxicos;

XV. a conservação e recuperação dos rios, córregos e matas ciliares e áreas florestadas;

378
XVI. a garantia de crescentes níveis de salubridade ambiental, através do provimento de
infraestrutura sanitária e de condições de salubridade das edificações, ruas e
logradouros públicos;

XVII. monitoramento de águas subterrâneas visando à manutenção dos recursos hídricos


para as atuais e futuras gerações, exigindo o cumprimento da legislação;

XVIII. a criação programas de construção de moradias e a melhoria das condições


habitacionais e de saneamento básicos.

Art. 7º. Para o estabelecimento da Política Municipal de Saneamento Básico serão observados
os seguintes princípios fundamentais:

I. universalização do acesso;

II. integralidade, compreendida como o conjunto de atividades e componentes de cada


um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso
na conformidade de suas necessidades e de modo a maximizar a eficácia das ações
e resultados;

III. abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos


sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio
ambiente;

IV. disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo


das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio
público e privado;

V. adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e


regionais;

VI. articulação com políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de


combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da
saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de
vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;

VII. eficiência e sustentabilidade econômica;

VIII. utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos


usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;

IX. transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios


institucionalizados;

X. controle social;

XI. segurança, qualidade e regularidade;

XII. integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos
hídricos.

379
Art. 8. Para o estabelecimento da Política Municipal de Saneamento Básico no que se refere à
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas deverão ser observados os seguintes princípios e
orientações técnicas:

I. conhecer, coordenar, projetar e executar os serviços específicos de identificação,


registro, delimitação, roçagem, desassoreamento, bem como a construção,
manutenção, preservação quando cabível e limpeza dos sistemas de águas pluviais
urbanas, que drenam o Município;

II. cuidar dos aspectos relacionados com o bom funcionamento da mobilidade urbano
local, por meios e equipamento adequados de passagem e trânsito de pessoas e
veículos;

III. examinar e ajustar planos de loteamentos, desmembramentos e fracionamento de


terrenos, rejeitando, alterando ou aprovando os projetos pertinentes ao sistema de
escoamento de águas pluviais locais, e zelar pela observância das restrições
relativas às faixas não edificáveis de proteção dos córregos e canais que drenam o
Município, observada a legislação federal, estadual de posturas municipais cabíveis.

§1º. Na hipótese de cobrança de tarifa decorrente da prestação pública dos serviços e obras e sua
continuidade será esta objeto de regulação e cobrança mediante Resolução do Conselho
Consultivo Regulatório e Tarifário do Município como previsto na lei que institui o Plano
Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do Município de Piraquara (PR) e dá outras
providências.

380
CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES EXECUTORAS DA POLÍTICA
MUNICIPAL INTEGRADA DE SANEAMENTO BÁSICO
E DAS FORMAS DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS

Art. 9. A prestação dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem


urbana, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos por entidade que não integre a
administração pública municipal observarão as formas consentidas pela Legislação Federal
específica, bem como nos termos do art. 241 da Constituição Federal.

§1º. Os serviços poderão ser autorizados para usuários e consumidores organizados em


cooperativas, associações civis ou condomínios, observada a legislação federal aplicável e desde
que se limite respectivamente a:

I. determinado condomínio;

II. localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por população de baixa


renda, nas quais outras formas de prestação apresentem custos de operação e
manutenção incompatíveis com a capacidade de pagamentos dos usuários ou
consumidores.

§2º. Na autorização prevista no parágrafo anterior deverá constar a obrigação de transferir ao


titular os bens vinculados aos serviços por meio de termos específicos, instruídos com os
respectivos cadastros técnicos.

Art. 10. São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços
públicos de saneamento básico:

I. a existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira


da prestação universal e integral dos serviços;

II. a existência de normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das
diretrizes desta lei, incluindo a designação da entidade ou órgão de regulação e de
fiscalização;

III. a realização prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de licitação,


no caso de concessão, e sobre a minuta do contrato.

Art. 11. Nos casos de serviços prestados mediante contratos de concessão ou de programa, as
normas previstas no inciso II do artigo anterior deverão prever:

I. a autorização para a contratação dos serviços, indicando os respectivos prazos e a


área a ser atendida;

II. inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos serviços,
de qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de outros
recursos, em conformidade com os serviços a serem prestados;
381
III. as prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas;

IV. as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação de


serviços, em regime de eficiência, incluindo:

a) o sistema de cobrança e a composição de taxas e tarifas;

b) a sistemática de reajustes e de revisões de taxas e tarifas;

c) a política de subsídios;

V. mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e


fiscalização dos serviços;

VI. as hipóteses de intervenção e de retomada dos serviços.

§ 1º. Os contratos não poderão conter cláusulas que prejudiquem as atividades de regulação e de
fiscalização ou de acesso às informações sobre serviços contratados.

§ 2º. Na prestação regionalizada, o disposto neste artigo e no anterior poderá se referir ao


conjunto de municípios por ela abrangidos.

Art. 12. Nos serviços públicos de saneamento básico em que mais de um prestador execute
atividade interdependente com outra, a relação entre elas deverá se regulada por contrato e
haverá órgão único encarregado das funções de regulação e de fiscalização.

Parágrafo Único. Na regulação deverá ser definido, pelos menos:

I. as normas técnicas relativas à qualidade e regularidade dos serviços aos usuários e


entre os diferentes prestadores envolvidos;

II. as normas econômicas e financeiras relativas às tarifas, aos subsídios e aos


pagamentos por serviços prestados aos usuários e entre os diferentes prestadores
dos serviços;

III. a garantia de pagamento de serviços prestados entre os diferentes prestadores dos


serviços;

IV. os mecanismos de pagamento de diferenças relativas a inadimplemento dos


usuários, perdas comerciais e físicas e outros créditos devidos, quando for o caso;

V. o sistema contábil específico para os prestadores que atuem em mais de um


Município.

Art. 13. O contrato a ser celebrado entre os prestadores de serviços a que se refere o artigo
anterior deverá conter cláusulas que estabeleçam pelo menos:

382
I. as atividades ou insumos contratados;

II. as condições recíprocas de fornecimento e de acesso às atividades ou aos insumos;

III. o prazo de vigência, compatível com as necessidades de amortização de


investimentos, e as hipóteses de sua prorrogação;

IV. os procedimentos para a implantação, ampliação, melhoria e gestão operacional das


atividades;

V. os direitos e deveres sub-rogados ou os que autorizam a sub-rogação;

VI. as hipóteses de extinção, inadmitida a alteração e a rescisão administrativas


unilaterais;

VII. as penalidades a que estão sujeitas as partes em caso de inadimplemento;

VIII. a designação do órgão ou entidade responsável pela regulação e fiscalização das


atividades ou insumos contratados.

383
CAPÍTULO III
DA PARTICIPAÇÃO REGIONALIZADA EM
SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Art. 14. O Município de Piraquara (PR) poderá participar de prestação regionalizada de serviços
de saneamento básico que é caracterizada por:

I. um único prestador dos serviços para vários municípios, contíguos ou não;

II. uniformidade de fiscalização e regulação dos serviços, inclusive sua remuneração;

III. compatibilidade de planejamento.

§1º. Na prestação de serviços de que trata este artigo, as atividades de regulação e fiscalização
poderão ser exercidas, respectivamente:

I. por órgão ou entidade de ente da Federação a que o titular tenha delegado o


exercício dessas competências por meio de convênio de cooperação técnica entre
entes da Federação, obedecido o disposto no art. 241 da Constituição Federal;

II. por consórcio público de direito público integrado pelos titulares dos serviços.

§2º. No exercício das atividades de planejamento dos serviços a que se refere o caput deste
artigo, o titular poderá receber cooperação técnica do estado e basear-se em estudos fornecidos
pelos prestadores.

Art. 15. A prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico poderá ser
realizada por:

I. órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa pública


ou sociedade de economia mista estadual ou municipal;

II. empresa a que se tenha concedido os serviços;

III. parceria público privada (PPP).

§ 1º. O serviço regionalizado de saneamento básico poderá obedecer a um Plano Municipal


Regulatório de Saneamento Básico elaborado para o conjunto dos municípios.

§ 2º. Os prestadores deverão manter sistema contábil que permita registrar e demonstrar,
separadamente, os custos e as receitas de cada serviço para cada um dos municípios atendidos.

384
CAPÍTULO IV
DA REGULAÇÃO E DO CONTROLE

Art. 16. Nos termos desta Lei, o exercício da função de regular não poderá ser exercido por
quem presta o serviço e atenderá aos seguintes princípios:

I. independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e


financeira do órgão regulador;

II. transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.

Art. 17. São objetivos da regulação:

I. estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a


satisfação dos usuários;

II. garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

III. prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos


órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência;

IV. definir tarifas que assegurem o equilíbrio econômico e financeiros dos contratos
como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzem a eficiência e
eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de
produtividade;
V. definir as penalidades;

VI. definir ou estabelecer outros objetivos regulamentares pertinentes.

Art. 18. O órgão ou a entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica,
econômica e social de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo menos, os seguintes
aspectos, mediante Resolução referendada pelo Prefeito Municipal:

I. padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços;

II. requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;

III. as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os respectivos


prazos;

IV. regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos de sua
fixação, reajuste e revisão;

V. medição, faturamento e cobrança de serviços;

VI. monitoramento dos custos;

VII. avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;

385
VIII. plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;

IX. subsídios tarifários e não tarifários;

X. padrões de atendimento ao público e mecanismo de participação e informação;

XI. medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento.

§ 1º. As normas previstas neste artigo deverão fixar prazo para os prestadores de serviços
comunicarem aos usuários as providências adotadas em face de queixas ou de reclamações
relativas aos serviços.

§ 2º. O órgão ou entidade fiscalizadora deverá receber e se manifestar conclusivamente sobre as


reclamações que, a juízo do interessado, não tenham sido suficientemente atendidas pelos
prestadores dos serviços.

Art. 19. Em caso de gestão associada ou prestação regionalizada dos serviços, poderão ser
adotados os mesmos critérios econômicos, sociais e técnicos da regulação em toda a área de
abrangência da associação ou prestação.

Art. 20. Os prestadores de serviços de saneamento básico deverão fornecer ao órgão ou entidade
reguladora todos os dados e informações necessárias para o desempenho de suas atividades, na
forma das normas legais, regulamentares e contratuais.
§ 1º. Inclui-se entre os dados e informações a que se refere o caput deste artigo aquelas
produzidas por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou fornecer
materiais e equipamentos específicos.

§ 2º. Compreendem-se nas atividades de regulação a interpretação e a fixação de critérios para a


fiel execução dos contratos, dos serviços e para a correta administração de subsídios.

Art. 21. Deve ser dada publicidade aos relatórios, estudos e decisões e instrumentos
equivalentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, bem como aos direitos e
deveres dos usuários e prestadores, a eles podendo ter acesso qualquer do povo,
independentemente da existência de interesse direto.

§1º. Excluem-se do disposto no caput deste artigo os documentos considerados sigilosos em


razão de interesse público relevante, mediante prévia e motivada decisão.

§2º. A publicidade a que se refere o caput deste artigo deverá se efetivar, preferencialmente, por
meio de site na internet.

Art. 22. É assegurado aos usuários e consumidores dos serviços públicos de saneamento básico:

386
I. amplo acesso às informações sobre os serviços prestados;

II. prévio conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem
estar sujeitos;

III. acesso ao manual de prestação do serviço e de atendimento ao usuário, elaborado


pelo prestador e aprovado pelo órgão ou entidade reguladora;

IV. acesso ao relatório periódico sobre a qualidade da prestação dos serviços;

V. outros acessos afins.

387
CAPÍTULO V
DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

Art. 23. O regime de serviços integrados de saneamento básico de que trata esta Lei terão a
sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração
pela cobrança dos serviços:

I. de abastecimento de água e esgoto sanitário: por tarifas e outros preços públicos,


que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou conjuntamente;

II. de limpeza urbana e manejo de resíduos urbanos: por taxas ou tarifas e outros
preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas
atividades;

III. de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de taxa ou tarifa, em conformidade


com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.

§ 1º. Na instituição das tarifas, preços públicos e taxas para aos serviços de saneamento básico
serão observadas as seguintes diretrizes:

I. ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda os serviços;

II. geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando o
cumprimento das metas e objetivos do serviço;

III. inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;

IV. recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiência;

V. remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;

VI. estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis


exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;

VII. incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.

§ 2º. O Município poderá adotar subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e
localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente para
cobrir o custo integral dos serviços.

Art. 24. Observado o disposto no artigo anterior, a estrutura de remuneração e cobrança dos
serviços públicos de saneamento básico poderá levar em consideração os seguintes fatores:

I. categorias de usuários, distribuídos por faixas ou quantidades crescentes de


utilização ou de consumo;

II. padrões de uso ou de qualidade requeridos;

388
III. quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia de
objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o adequado atendimento
dos usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;

IV. custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e qualidade


adequadas;

V. ciclos significativos de aumento de demanda dos serviços, em períodos distintos;

VI. capacidade de pagamento dos consumidores.

Art. 25. Os subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidades de baixa renda


poderão ser:

I. diretos: quando destinados a usuários determinados;

II. indiretos: quando destinados ao prestador dos serviços;

III. tarifários: quando integrarem a estrutura tarifária;

IV. fiscais: quando decorrerem da alocação de recursos orçamentários, inclusive por


meio de subvenções;

V. internos a cada titular ou localidades: nas hipóteses de gestão associada e de


prestação regional.

Art. 26. O reajuste de tarifas de serviços públicos de saneamento básico será realizado
observando-se o intervalo mínimo de 12 (doze) meses, de acordo com as normas legais,
regulamentares e contratuais.

Art. 27. As revisões tarifárias compreenderão a reavaliação das condições da prestação dos
serviços e das tarifas praticadas e poderão ser:

I. periódicas, objetivando a distribuição dos ganhos de produtividade com os usuários


e a reavaliação das condições de mercado;

II. extraordinárias, quando se verificar a ocorrência de fatos não previstos no contrato,


fora do controle do prestador dos serviços, que alterem o seu equilíbrio econômico-
financeiro.

§1º. As revisões tarifárias terão suas pautas definidas pelo órgão ou entidade reguladora,
ouvidos os usuários e os prestadores dos serviços.

§ 2º. Poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à eficiência, inclusive fatores
de produtividade, assim como de antecipação de metas de expansão e qualidade dos serviços.

§3º. O órgão ou entidade reguladora poderá autorizar o prestador dos serviços a repassar aos
usuários custos e encargos tributários não previstos originalmente e por ele não administrados,
389
nos termos da Lei Federal nº. 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da
prestação de serviços públicos, sem prejuízo de demais legislação federal compatível.

Art. 28. As tarifas devem ser fixadas de forma clara e objetiva, devendo os reajustes e as
revisões tornados públicos com antecedência mínima de 30 (trinta) dias com relação à sua
aplicação.

Parágrafo único. A fatura a ser entregue ao usuário final deverá ter seu modelo aprovado pelo
órgão ou entidade reguladora, que definirá os itens e custos a serem explicitados.

Art. 29. Desde que previsto nas normas de regulação, grandes usuários poderão negociar suas
tarifas com o prestador dos serviços, mediante contrato específico, ouvido previamente o
regulador.

Art. 30. Os valores investidos em bens reversíveis pelos prestadores constituirão créditos
perante o titular, a serem recuperados mediante a exploração dos serviços, nos termos das
normas regulamentares e contratuais.

§1º. Não gerarão crédito perante o titular os investimentos feitos sem ônus para o prestador, tais
como os decorrentes de exigência legal aplicável à implantação de empreendimentos
imobiliários e os provenientes de subvenções ou transferências fiscais voluntárias.

§2º. Os investimentos realizados, os valores amortizados, a depreciação e os respectivos saldos


serão anualmente auditados e certificados pelo órgão ou ente regulador.

§3º. Os créditos decorrentes de investimentos devidamente certificados poderão constituir


garantia de empréstimos aos delegatários, destinados exclusivamente a investimentos nos
sistemas de saneamento objeto do respectivo contrato.

390
CAPÍTULO VI
DOS ASPECTOS TÉCNICOS

Art. 31. Nos termos desta Lei, os serviços prestados atenderão a requisitos mínimos de
qualidade, incluindo a regularidade, a continuidade e as condições operacionais e de
manutenção dos sistemas.

Art. 32. Toda edificação urbana permanente será conectada às redes públicas de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário disponível e sujeita ao pagamento das tarifas e de outros
preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços, ressalvadas as disposições em
contrário da entidade de regulação e do meio ambiente.

§ 1º. Na ausência de redes públicas de saneamento básico, serão admitidas soluções individuais
de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, observadas as normas reguladoras.

§ 2º A instalação hidráulica predial ligada à rede de abastecimento de água não poderá ser
também alimentada por outras fontes.

391
CAPÍTULO VII
DO CONSELHO MUNICIPAL DE SANEAMENTO1

Art. 34. Fica criado o Conselho Municipal de Saneamento Básico como órgão superior de
assessoramento e consulta da administração municipal, com funções consultivas, fiscalizadoras
e deliberativas no âmbito de sua competência, conforme dispõe esta Lei.

Art. 35. São atribuições do Conselho Municipal de Saneamento:

I. elaborar seu regimento interno;

II. dar encaminhamento às deliberações da Conferência Nacional de Saneamento


Básico;

III. articular discussões para a implementação do Plano Municipal de Saneamento


Básico;

IV. opinar sobre questões de caráter estratégico para o desenvolvimento da cidade


quando couber;

V. deliberar e emitir pareceres sobre propostas de alteração da Lei do Plano Municipal


de Saneamento Básico e dos regulamentos;

VI. acompanhar a execução do desenvolvimento de planos e projetos de interesse do


desenvolvimento do município;

VII. deliberar sobre projetos de lei de interesse da política do saneamento municipal,


antes do seu encaminhamento a Câmara de Vereadores;

VIII. acompanhar a implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico previsto


nesta lei;

IX. apreciar e deliberar sobre casos não previstos na Lei do Plano Municipal de
Saneamento Básico e na legislação municipal correlata;

X. referendar as Resoluções do Conselho Consultivo Regulatório e Tarifário.

Art. 36. O Conselho será composto de 10 (dez) membros efetivos, além de seus respectivos
suplentes, com mandato de 02 (dois) anos, admitida a recondução, sendo o secretário municipal
de meio ambiente membro nato, e os demais, nomeados por decreto do prefeito, da seguinte
forma:

I. quatro representantes do governo municipal, sendo indicados:

a) um pelo Conselho Municipal da Saúde;

b) um pelo Conselho Municipal Popular de Defesa e Conservação do Meio


Ambiente;

1
No caso da já existência do Conselho Municipal de Saneamento, desconsiderar o Capítulo VIII.

392
c) um pela Secretaria Municipal de Obras, Viação e Serviços Urbanos;

d) um pelas empresas e/ou autarquias prestadoras de serviços de saneamento ao


município.

II. um membro indicado por organizações não-governamentais;

III. dois membros indicados por entidades de representação profissional;

IV. dois membros indicados pelas associações de moradores.

§1º. Os membros devem exercer seus mandatos de forma gratuita, vedada a percepção de
qualquer vantagem de natureza pecuniária.

§2º. O suporte técnico e administrativo necessário ao funcionamento do Conselho será prestado


pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

§3º. As reuniões do Conselho são públicas, facultado aos munícipes solicitar, por escrito e com
justificativa, que se inclua assunto de seu interesse na pauta da primeira reunião subsequente.

§4º. O conselho será presidido pelo titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente2, órgão
responsável pela implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico a pelas
deliberações deverão ser aprovadas por volto da maioria, cabendo ao presidente o voto de
desempate.

Art. 37. São atribuições do Presidente do Conselho Municipal de Saneamento Básico:

I. convocar e presidir as reuniões do Conselho;

II. solicitar pareceres técnicos sobre temas de relevante na área de saneamento e nos
processos submetidos ao Conselho;

III. firmar as atas das reuniões e homologar as resoluções e decisões;

IV. praticar os demais atos compatíveis ou que lhe forem submetidos.

2
Conforme a existência
393
CAPÍTULO VIII
DA PARTICIPAÇÃO POPULAR

Art. 38. O instituto da participação popular reconhecido por esta Lei tem por objetivo valorizar
e garantir a presença e o envolvimento de comunidades, do Município de Piraquara (PR), de
forma pacífica e organizada com vistas à colaboração perante a gestão pública e nas atividades
políticas e administrativas relacionadas com o saneamento básico local e de municípios
vizinhos.

Art. 39. A garantia da participação dos cidadãos é responsabilidade do governo municipal e tem
por objetivos:

I. a socialização do homem e a promoção do seu desenvolvimento integral como


indivíduo e membro da coletividade;

II. o pleno atendimento das aspirações coletivas no que se refere aos objetivos e
procedimentos da gestão pública, influenciando nas decisões e no seu controle;

III. a permanente valorização e aperfeiçoamento do poder público como instrumento a


serviço da coletividade

IV. a busca de solução integrada de questões que envolvam a prestação dos serviços
públicos essenciais de saneamento básico municipal.

394
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 40. À Prefeitura Municipal de Piraquara (PR), por seus órgãos e entidades, compete
promover a capacitação sistemática de seus servidores a fim de garantir a eficiência e a eficácia
desta Lei e demais normas pertinentes relacionadas com a prestação dos serviços públicos
essenciais de saneamento básico.

Art. 41. Ao prestador de serviços de saneamento básico compete promover a capacitação


sistemática dos seus servidores para garantir a aplicação e a eficácia e efetividade desta Lei e
demais normas pertinentes.

Art. 42. Esta Lei e sua implementação sujeitar-se-á a contínuo acompanhamento, revisão e
adaptação às circunstâncias emergentes e será revisto em prazo não superior 4 (quatro) anos.

Art. 43. Ao Poder Executivo Municipal compete dar ampla divulgação do conteúdo desta Lei e
das demais normas municipais referentes ao saneamento básico.

Art. 44. Os regulamentos decorrentes desta Lei dos serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das
águas pluviais urbanas baixados por decreto do Poder Executivo, após aprovação do Conselho
Municipal de Saneamento Básico e enquanto não forem editados os regulamentos específicos
ficam em uso as atuais normas e procedimentos relativos aos serviços de água e esgotos
sanitários, bem como as tarifas e preços públicos em vigor, que poderão ser reajustadas
anualmente pelos índices de correção setoriais.

Art. 45. As providências relativas à pré e pós-extinção de contratos de concessão dos serviços
públicos essenciais de que trata esta Lei observarão as disposições constantes da Lei Federal nº
8.987/1995, de modo especial as contidas nos artigos 23 e 35 a 39, incisos e parágrafos sem
prejuízo de outros compatíveis.

Art. 46. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em
contrário.
Prefeito Municipal

Secretariado

395

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