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Filtração Parte 2

[1] O documento discute a teoria da filtração, especificamente a equação de Kozeny-Carman para descrever o escoamento através da torta durante a filtração. [2] A espessura da torta (L) e a velocidade superficial (vs) podem ser representadas em termos do volume de filtrado (V) coletado ao longo do tempo. [3] A perda total de pressão durante a filtração é igual à variação de pressão na torta somada à variação de pressão no meio filtrante, e
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Filtração Parte 2

[1] O documento discute a teoria da filtração, especificamente a equação de Kozeny-Carman para descrever o escoamento através da torta durante a filtração. [2] A espessura da torta (L) e a velocidade superficial (vs) podem ser representadas em termos do volume de filtrado (V) coletado ao longo do tempo. [3] A perda total de pressão durante a filtração é igual à variação de pressão na torta somada à variação de pressão no meio filtrante, e
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Filtração

Profa. Emília Savioli Lopes


Teoria da filtração

O escoamento através da torta, em geral, é laminar e pode ser descrito pela equação
desenvolvida por Kozeny-Carman (equação desenvolvida para leitos compactos).
•k1 é um valor constante.
•PT = queda de pressão na torta (N/m2)
•L = espessura da torta (m)

PT k1    vs  (1   ) 2  S o
2 • = viscosidade do filtrado em Kg/(m.s)
•vs = velocidade superficial (m/s)
 •So = área específica da superfície da partícula
L  3 (área da partícula/volume da partícula) (m-1)
• = porosidade da torta
Teoria da filtração
•k1 é um valor constante.
•PT = queda de pressão na torta (N/m2)
PT k1    vs  (1   ) 2  S o
2 •L = espessura da torta (m)

 • = viscosidade do filtrado em Kg/(m.s)

 3 •vs = velocidade superficial (m/s)


L •So = área específica da superfície da partícula
(área da partícula/volume da partícula) (m-1)
• = porosidade da torta

Como representar v e L em meio poroso se eles variam com o


tempo de filtração?
Teoria da filtração
- Porosidade (): razão entre o volume de vazios e o volume total
do leito. Qualquer material através do qual é possível encontrar uma
“passagem” de um lado por outro é dito poroso. É a proporção de
espaços vazios. Quanto mais a partícula se afastar da forma esférica,
mais poroso será o leito.

volume de vazios volume de vazios


 
volume total do leito volume de vazios  volume de sólidos

 Apresenta valores entre 0 e 1


Teoria da filtração
Velocidade superficial
Vazios
entre as
partículas
D

vs

A velocidade vs (velocidade superficial) é baseada na área da seção vazia e


pode ser escrita como:
A é a área transversal do

Q  A  vs Q
dV
vs 
dV / dt filtro (m2)
V é o volume coletado
dt A do filtrado em m3 até o
tempo t (s).
Teoria da filtração
 Espessura da torta (L): Devido à dificuldade na obtenção do valor da espessura
da torta (L) pode-se relacionar L com V (volume do filtrado) através de um balanço material

Vtotal da suspensão

L  A   p  (1   )  Cs  (V   .L. A)
  
massa de sólidos massa de sólidos
retida na torta na suspesão

ρp é a densidade dos sólidos na torta do filtro


Cs é a concentração de sólidos na suspensão de alimentação, dada em (Kg de
sólidos/volume de filtrado).
V é o volume de filtrado que passou pela torta (m3)
A é a área da seção transversal. Cs V
LA representa o volume do filtrado retido na torta do filtro (~0) L 
A   p  (1   )
Teoria da filtração
Substituindo a equação de vs e L na equação de Kozeny-Carman, pode-se
correlacionar a variação de pressão na torta por:

PT k1    vs  (1   )  S o
2 2

L 3
Força motriz
dV (PT ) PT
 
A  dt k1  (1   )  S o   C s  V     C s  V
2
 Resistência
 p  3
A A
Fluxo Variáveis da operação
k1  (1   )  S o
2
 [α]= L/m
 p  3
 é a resistência específica da torta
Teoria da filtração
A perda total de pressão através do filtro é igual a variação de pressão na torta mais a variação
de pressão no meio filtrante, desta forma:

Ptotal = PTorta + PMeio Filtrante ou

P = PT + PMF
Para o meio filtrante a resistência pode ser escrita de forma análoga a variação de pressão na
torta, sendo representada por:

dV PMF Rm é a resistência do
 meio filtrante, (m-1)
A  dt   Rm
dV P
 dV

P
dt     Cs V      Cs V 
  Rm  dt
Se o filtrado é descarregado
a pressão atmosférica   Rm 
A  A  (pressão manométrica igual a A  A 
zero) tem-se que o valor de
P = P-0 P é a pressão de
operação (lida no
Equação geral de P na filtração manômetro)
Teoria da filtração: tortas incompressíveis
Nas tortas incompressíveis, a resistência específica é constante!
Rearranjando a equação geral para filtração:

dt     Cs 
  V   Rm
dV A P
2
A P

Integrando:
tf Vf
(k1 V  k2 )   Rm
0 dt  0 P dV sendo k      Cs e k2 
1 2
A A

k1  V f k2 V f
2
tf é o tempo de filtração
P constante! tf   para coletar o volume Vf
2P P
Teoria da filtração
Tipos de operação
Uma classificação importante que se refere a operação do filtro diz respeito ao
mecanismo de bombeamento utilizado, são eles:

• Operação a pressão constante


Pressão
(reciclo)

• Operação a vazão constante Pressão constante

(bomba de deslocamento positivo)


Vazão e Pressão
• Operação a vazão e pressão variáveis variáveis Vazão constante

(reciclo fechado)

Vazão
FILTRO PRENSA de QUADROS E PLACAS
2
3 3
4
1- Tanques para alimentação da
suspensão
1 1
6 2 - Manômetro para medida da
pressão
5
3- Válvulas de reciclo do tanque da
suspensão

4- Localização dos quadros e placas

5- Válvula acionada para o início da


filtração
7 6- Saída do filtrado

7- Bomba centrífuga

Figura – Filtro prensa de quadros e placas


Teoria da filtração
Operação a pressão constante: a pressão no filtro é mantida
constante através de válvulas, a de entrada da suspensão no filtro e a do
reciclo no tanque de alimentação
t
k1  V f k2 V f
2
V
tf  
2P P
Tornando linear:
tf k k k1
 1 V f  2 tan( ) 
k2  2P
V f 2P P
P

Eq.Reta
V
    Cs   Rm
k1  k2 
A2 A
Teoria da filtração
Operação a vazão constante: a suspensão é alimentado ao filtro com
uma bomba de deslocamento positivo.
dV P P
Q
dt     Cs V 
  Rm 
A  A 

P  k1  Q V f  k2  Q
 tan( )  k1  Q 2
k2  Q
Eq.Reta

ou P  k1  Q 2  t f  k 2  Q t
    Cs   Rm
k1  k2 
A2 A
Eq.Reta
Teoria da filtração
Operação a vazão e pressão variáveis: Se a alimentação é realizada
com uma bomba centrífuga a vazão varia com a perda de carga. A vazão fornecida
por uma bomba centrífuga, tem a seguinte curva característica:

dV P

dt     Cs V  P  ( k1  V  k 2 )  Q
  Rm 
A  A 

P
Q  k1  V  k 2
Q

Variação da pressão com a vazão


Teoria da filtração
Operação a vazão e pressão variáveis:
O tempo de filtração necessário, tf necessário para formar o filtrado Vf é
obtido por integração gráfica ou numérica da equação:

1/Q
tf Vf
dV
0 dt V Q
0
Teoria da filtração: capacidade e
lavagem da torta
• Tempo do ciclo de filtração:
O tempo total do ciclo de filtração (tc) é dado por:

tc  t f  t w  t d
tf = tempo de filtração, tw = tempo de lavagem, td = tempo de drenagem, desmonte,
manutenção do filtro.
• Lavagem da torta: em muitos casos, é necessário retirar o líquido que fica
retido na torta. A adição de um solvente é realizada a pressão (Pw) e vazão
(Qw) constantes (a espessura da torta não varia após o término da
filtração)
P  ( k1  V  k 2 )  Q Pw  (k1 V f  k2 )  Qw
Vw
tw  Vw é volume de lavagem
Qw Qw é a vazão de lavagem
Teoria da filtração
• Tempo de Lavagem da torta:

• Filtro folha: o líquido de lavagem segue os mesmos canais que a


suspensão e é injetada sobre a mesma pressão, neste caso, a vazão de
lavagem será igual à taxa final de filtração.

Pw  (k1 V f  k2 )  Qw

Pw
Qw 
k1V f  k 2
Vw
Logo: tw  (k1V f  k 2 )
V Pw
tw  w
Qw
Teoria da filtração
• Tempo de Lavagem da torta:
Filtro prensa: a água de lavagem não percorre o mesmo caminho do filtrado
durante a filtração.
canais de passagem da suspensão nos quadros e placas

O filtrado passa pelos


dois lados do quadro e
atravessa o meio filtrante

canais de passagem do líquido para lavagem da torta

O líquido de lavagem passa pela metade da área de filtração e o dobro da


espessura da torta percorrida.
Teoria da filtração
• Tempo de Lavagem da torta:
• Filtro prensa: o líquido de lavagem passa pela metade das superfícies
formadas pelo meio filtrante e pelo bolo e por uma espessura dupla de
bolo.

1 Pw Logo: Vw
Qw   0,8 t w  4  (k1V f  k 2 )
4 k1V f  k 2 Pw

Gomide sugere considerar a vazão de lavagem 80% da vazão teórica!


Teoria da filtração
• Capacidade do filtro (para otimizar o processo):
Vf Vf
C 
tc t f  tw  td
tempo total do ciclo

C Capacidade máxima:
Cmáx
C  2C Ponto de
C máx 0 e 0 máximo
V f V f
2

 (1 / C )  2 (1 / C )
V C máx 0 e 0 Ponto de
V f V f
2 mínimo
Exercício 1 – filtro presa

Um filtro prensa de placas e quadros foi usado para separar sólidos de uma suspensão
que forma uma torta incompressível. A operação do filtro foi realizada à vazão constante
de 15 m3/h. Com os dados construiu-se o gráfico da variação da pressão em função do
tempo de filtração
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
10 10

8 8

6 6
P (atm)

4 4

2 2

0 0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

tempo (h)
a) Sabendo que a área de filtração do filtro prensa de placas e quadros utilizado nesta
operação é igual a 0,045 m2 e a concentração da solução (CS) igual a 24 Kg/m3.
Calcular a resistência da torta e do meio filtrante a partir dos dados experimentais
disponibilizados. (μágua = 8,94 x10-4 Pa.s)
Se for realizada uma alteração na operação do filtro e ele passar a operar a pressão
constante de 1,5 atm e com a mesma suspensão, determine:
b) O tempo de filtração (tf) para se obter um volume de filtrado Vf= 10m3
c) O tempo de lavagem (tw), usando-se 0,9 m3 de água
d) O tempo total do ciclo (tc), sabendo-se que se leva 0,2 hora para drenagem, descarga,
limpeza e remontagem do filtro
e) A capacidade horária do filtro nas condições descritas anteriormente.
f) A capacidade máxima se o filtro fosse um filtro tipo folha (operando a pressão constante).
Teoria da filtração: Tambor rotativo
A equação para operação a pressão constante e torta incompressível pode
ser modificada para se prever o funcionamento do filtro de tambor rotativo:
tf Vf
(k1 V  k2 ) k1 ' 2 k 2 '
0 dt  0 P dV t fc 
2 P'
V fc  V fc
P'
tfc = Tempo necessário por ciclo para a formação da torta de filtração
P’ = Vácuo
Vfc = volume de filtrado por ciclo
Sendo:
Cs Rm
k1 '     2 k2 '  
As As

Área do tambor = p.D.L


Tambor rotativo
O tempo tfc é relacionado com o ângulo de imersão (a) pela equação:
a = Ângulo de imersão, fração submersa em
a
t fc 
graus
t
o cc tcc = Tempo total do ciclo de filtração
360 tfc=Tempo necessário por ciclo para a
formação da torta de filtração

O volume de filtrado Vfc é o produto da vazão de filtrado


pelo tempo tcc, logo:
V fc  Q  tcc
tcc é inversamente proporcional ao número de rotações do
tambor por unidade de tempo (n), isto é, 1/n. Assim, tem-se:
Ângulo de imersão (a)
a 1 Q
t fc  o
 e V fc 
360 n n
a k1 ' 2 k 2 '
Substituindo na equação de filtração: o
 Q  Q
360 2 P' n P'
Q é a capacidade do filtro tambor rotativo
Cálculo da concentração Cs
25

A concentração da suspensão de alimentação é um pouco menor que a


concentração CS (utilizada no equacionamento).

É possível calcular a concentração CS com informações da torta de filtração e da


suspensão de alimentação:

Fazendo um balanço de massa, chega-se na seguinte equação:

ρ é a densidade do filtrado
Exercício 2 – filtro tambor rotativo

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