PP Modulo I
PP Modulo I
I: Investigação
V: Visões
A: Ações
Por volta do primeiro ano de idade, fisiologicamente, os tecidos do pénis e clítoris estão
suficientemente formados para que sejam possíveis as ereções espontâneas devido à
estimulação táctil. As brincadeiras da criança com os órgãos genitais são muitas vezes
observadas quando ela é despida ou quando lhe é dado banho. A criança responde quase
naturalmente a várias sensações físicas com sinais do despertar sexual. Uma fase importante
da sexualidade infantil surge da proximidade entre os pais e a criança, quando pegam nela ao
colo, a abraçam com força e a acariciam. Estes vínculos afetivos começam no nascimento e
continuam quando a criança está a ser alimentada, lavada ou vestida.
Um recém-nascido necessita dos adultos para sobreviver, mas já está desde o nascimento, pré-
orientado socialmente e tem grandes capacidades de aprendizagem.
A criança mostra preferências pelos estímulos sociais como o rosto, a voz e o tato humano e
tem uma necessidade primária (não aprendida) de estabelecer vínculos afetivos estreitos e
duradouros com os adultos. Por isso, a criança procura ativamente os estímulos sociais desde
o seu nascimento, e ao longo do primeiro ano de vida vincula-se afetivamente a quem cuida
dela.
Por volta dos dois anos começa a haver uma grande curiosidade sobre as partes do corpo e a
criança descobre, se ainda não o fez, que a estimulação genital provoca sensações agradáveis.
Além de friccionarem o pénis ou o clítoris manualmente, algumas crianças estimulam-se
friccionando os seus órgãos genitais nas almofadas ou noutro objeto qualquer. Nesta altura, a
criança também começa a tomar consciência sobre as atitudes de desaprovação dos pais sobre
as suas brincadeiras com os órgãos genitais, e podem ficar confusas porque os pais as
encorajam a tornar-se mais conscientes e conhecedoras sobre o seu corpo, mas excluem os
órgãos genitais dessa tarefa. Apesar de ser importante para os pais educar sobre os
comportamentos socialmente adequados, alguns pais tentam parar todas as formas de
experimentação sexual da criança reprimindo com mensagens negativas, através do tom de
voz ou com expressões faciais. É melhor os pais reagirem calmamente pois trata-se apenas de
curiosidade sobre o corpo.
Por volta dos dois anos, os vínculos afetivos com os progenitores ou com quem faz esse papel,
têm uma grande importância na vida sexual e afetiva da criança. A maior parte das crianças já
começou a andar e a identificar-se como rapaz ou rapariga. O vínculo afetivo entre a criança e
os que cuidam dela, origina sentimentos de segurança e bem-estar quando estão juntos e de
angústia perante a separação, comportamentos de procura de proximidade e contato
sensorial, como abraços, e um conjunto de expectativas, que se formaram durante o primeiro
ano de vida, sobre os comportamentos que esperam dos outros. Este vínculo, tem grande
importância ao longo de toda a vida e forma-se e mantém-se graças às interações da criança
com quem a trata, o que supõe um contato íntimo, frequente e não formalizado, sempre com
as mesmas pessoas. Estas interações são muito absorventes para o adulto, que lhes deve
dedicar grande quantidade de tempo, e permissivas para com a criança, dado que não se
considera que a criança desta idade pode obedecer. Posteriormente, quando as crianças são
mais velhas, não há praticamente contato corporal com as pessoas, a comunicação é muito
mais formalizada e as relações são mais independentes e esporádicas. Estes vínculos afetivos
mediatizam a sexualidade durante toda a vida. As figuras de afeto são a base da segurança a
partir da qual as crianças exploram o mundo físico e estabelecem contatos de confiança com
as outras pessoas. Esta é a base emocional necessária para que possam ter relações sociais
adequadas.
A puberdade dura cerca de 3 a 4 anos e inicia-se, em média, por volta dos 10.5 anos nas
raparigas e 11.5 anos nos rapazes. Quando os rapazes entram na puberdade ocorre um
aumento dos testículos e das bolsas escrotais e começa a aparecer o pelo púbico.
Aproximadamente passado um ano inicia-se o crescimento do pénis que é acompanhado pelo
aumento do pelo púbico e aparecimento de pelo nas axilas e no resto do corpo. Por volta dos
13 anos, embora a idade seja muito variável, os rapazes dão um “salto de crescimento”, sendo
este o aumento da estatura, acompanhando por um aumento dos testículos, pénis e da
quantidade de pelo púbico, axilar e no resto do corpo. Também aparece a barba, acne e o
cheiro corporal característico. A voz torna-se grave e surgem as primeiras ejaculações. Não se
conhece muito bem a idade em que os testículos começam a produzir esperma e nem sempre
é fácil para os rapazes lidar com as ejaculações noturnas ou a ereção espontânea do pénis em
momentos inoportunos (por exemplo, numa sala de aula ou num autocarro), se ninguém lhes
explicou que isso é uma resposta normal do corpo. A puberdade nas raparigas é anunciada
com o início do desenvolvimento do botão mamário e aparecimento do pelo púbico e axilar.
Por volta dos 11 anos em média, dá-se o “salto de crescimento” na rapariga, embora este
aumento de estatura seja mais moderado que nos rapazes. Também ocorre modificações na
quantidade e distribuição do tecido adiposo e há tendência para arredondar-se o corpo e
aparecer gordura nas coxas e nas ancas. Também aumenta o desenvolvimento do tecido e da
aureola mamária e do pelo púbico e axilar. A vagina aumenta de tamanho, as suas paredes
engrossam e a mucosa torna-se mais ácida. A vulva torna-se mais rosada e húmida, os lábios
maiores aumentam de tamanho, os lábios menores tornam-se menos proeminentes e o clítoris
desenvolve-se plenamente. Nesta altura, começa o cheiro corporal característico.
Posteriormente, aumenta o desenvolvimento do tecido mamário e a aureola torna-se saliente.
O pelo púbico fica com a distribuição da mulher adulta e costuma aparecer o acne. Os ovários
e o útero começam a aumentar rapidamente de volume. O endométrio torna-se proliferativo e
aparece o muco. A primeira menstruação ou menarca aparece nas últimas fases do
desenvolvimento puberal, em média por volta dos 12 anos, e, a partir daqui a rapariga pode
engravidar. A menstruação seguinte pode demorar vários meses a surgir e, geralmente
demora um ou dois anos a aparecerem os ciclos menstruais regulares. Algumas raparigas
orgulham-se de ter a primeira menstruação reforçando os seus sentimentos de ser mulher, de
ter chegado à maturidade sexual. Outras, vivem-na como um mal que terão que suportar até à
menopausa.