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Relatório Exp 04 Caracterizaçào Tio2

relatório inorgânica experimental

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NATURAIS

CURSO: Bacharelado E Licenciatura em Química


DISCIPLINA: Química Inorgânica Experimental

Nome: Lorena Resende Rodrigues MATR. 191300007


Nome: Sthephane Pereira de Oliveira MATR. 201350010

Relatório Experimento 04
CARACTERIZAÇÃO DO ÓXIDO DE TITÂNIO

Responda às seguintes questões:


1. Faça uma breve introdução sobre o TiO2, destacando sua importância científica e
tecnológica.
O dióxido de titânio (TiO2) se destaca entre os semicondutores mais estudados atualmente,
devido às propriedades vantajosas que o tornam promissor para diversas aplicações tecnológicas e
científicas. Entre suas características marcantes estão o baixo custo, a excelente biocompatibilidade,
a alta estabilidade química, a capacidade fotocatalítica e o baixo impacto ambiental. Essas
características fazem com que haja muitas possibilidades para o uso do TiO2. Na química este
composto vem sendo muito aplicado na fabricação de células solares, devido à sua alta eficiência na
conversão de energia solar em energia elétrica, na fabricação de sensores, devido à sua capacidade
de detectar e quantificar a presença de gases e biomoléculas, também pode ser usado como
catalisador, acelerando a velocidade das reações e em cosméticos como por exemplo, em cremes e
protetores solares devido à sua capacidade de bloquear os raios UV e proteger a pele dos danos
causados pelo sol.
Dentre as fases cristalinas do TiO2, a anatase se destaca por sua alta fotossensibilidade,
sendo a mais estudada na literatura. Sua ativação por luz ultravioleta (UV) é fundamental para as
propriedades fotocatalíticas do material. Quando exposto à radiação UV, o TiO2 gera radicais livres
altamente oxidantes em sua superfície, os quais são responsáveis pela degradação de compostos
orgânicos e pelo efeito antimicrobiano.
Dessa forma, o TiO2 é um material versátil e promissor, com grande potencial para contribuir
para o desenvolvimento de soluções inovadoras em áreas como meio ambiente, química, energia,
medicina e construção civil.

2. Faça uma breve descrição experimental das técnicas usadas na caracterização.


A Difração de Raios-X (DRX) é uma técnica analítica que utiliza raios X para determinar a
estrutura cristalina de um material. Primeiramente a amostra é transformada em um pó fino e
homogêneo, então, um feixe de raios X monocromático vasculha a amostra em diferentes ângulos,
revelando seu padrão de difração único. Por meio de softwares especializados é feita a decodificação
do padrão de difração, revelando a estrutura cristalina: distância entre planos atômicos, ângulos de
difração e tamanho de cristalito. A partir da análise, é possível identificar a fase cristalina, possíveis

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impurezas e defeitos na estrutura. É importante se atentar de que a temperatura e a pressão durante
a análise influenciam o padrão de difração, assim como o tipo de radiação X utilizada.
A Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (IVTF) é uma técnica
analítica que utiliza radiação infravermelha para identificar os grupos funcionais presentes em um
material. A radiação infravermelha é absorvida pelos grupos funcionais do material, gerando um
espectro de absorção que pode ser interpretado para identificar os tipos de ligações químicas
presentes na molécula. Primeiramente é realizada a preparação da mostra em que é feita uma
moagem da amostra, uma dispersão e deposição em película fina para análise. A partir do espectro, é
possível identificar grupos funcionais, analisar a estrutura molecular e as interações intermoleculares
presentes na molécula.
A Análise Termogravimétrica (TGA) é uma técnica analítica que mede a variação de massa
de um material em função da temperatura. Por meio do monitoramento da massa enquanto é
aquecido ou resfriado a uma taxa constante, são fornecidas informações sobre a decomposição
térmica, desidratação, perda de solventes e outras mudanças na composição do material. A amostra
deve ser fragmentada em pedaços pequenos e homogêneos para uma análise precisa.
Experimentalmente, a amostra é colocada em um cadinho e aquecida a uma taxa controlada em
atmosfera específica (inerte ou reativa), uma balança de alta precisão monitora a massa da amostra
continuamente durante o aquecimento e um software plota a curva TGA, que relaciona a massa da
amostra à temperatura, revelando resultados como decomposição, desidratação, perda de solventes e
outras mudanças na composição do material. Também, no mesmo experimento e ao mesmo tempo da
TGA, é possível fazer a Análise Térmica Diferencial (DTA), que é uma técnica analítica que mede a
diferença de temperatura entre o material e um material de referência como função da temperatura, a
DTA fornece informações sobre transições térmicas, como fusão, solidificação, cristalização e
decomposição do material.

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3. Apresente o espectro infravermelho do tetrabutóxido de titânio e a interpretação das
bandas (esse espectro poderá ser obtido na biblioteca de IVTF
https://webbook.nist.gov/chemistry/).

Figura 1: Espectro infravermelho do tetrabutóxido de titânio. Fonte:


[https://www.chemicalbook.com/SpectrumEN_5593-70-4_IR3.htm] .

A Figura 1 apresenta o espectro infravermelho do tetrabutóxido de titânio. Pode-se observar


que tem uma banda forte próximo a 2900 cm-1 indica ligação C-H de hibridização sp3 (estiramento),
uma banda entre 1500-1400 cm-1 indica uma ligação C-H de CH2 e de CH3 (dobramento), uma banda
em 1300-1100 cm-1 indica uma ligação C-O (estiramento) que é característico de éteres, e bandas
próximo a 600-400 cm-1 que indica as ligações Ti-O e O-Ti-O.

4. Apresente os espectros infravermelho do óxido de titânio e a interpretação das bandas


(compare com o da biblioteca).

Figura 2: Espectro IV do dióxido de titânio na fase anatase. Fonte:


[https://webbook.nist.gov/cgi/cbook.cgi?ID=C13463677&Type=IR-SPEC&Index=0#Notes]

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Figura 3: Espectros infravermelho do TiO2 antes e depois de calcinar.

A Figura 2 mostra o espectro infravermelho do dióxido de titânio, e é possível observar que a


banda larga presente próximo 3500 cm-1 e uma banda próximo a 1600 cm-1, nos diz que o material não
estava totalmente seco, são bandas características da ligação O-H presente na água. A banda larga
em torno de 600-500 cm-1 é referente a ligação Ti-O-Ti.
A Figura 3 mostra o espectro infravermelho do dióxido de titânio do material antes e depois de
ser calcinado. De acordo com o espectro, antes de calcinar o material é possível observar uma banda
próximo de 3500 e 1600 cm-1 que é característico da ligação O-H presente na água, confirmando que
ele não estava seco. Já após ser calcinado, é possível observar que essas bandas não tem mais,
mostrando que nosso material estava devidamente seco. Além disso, apresenta banda larga próximo
de 500-400 cm-1 que é referente a ligação Ti-O e Ti-O-Ti.

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5. Apresente o gráfico de análise termogravimétrica (TGA) do óxido de titânio antes e
após a síntese e interprete a curva. Se possível apresente as curvas de DTA.

Figura 4: Curva de Análise Termogravimétrica e Análise Térmica Diferencial da amostra de TiO2 antes
de calcinar. Condições de análise: 20 °C/min em atmosfera de ar sintético.

Analisando a Figura 4, referente a amostra de TiO2 antes de calcinar, observa-se uma perda de
massa que pode ser atribuída à remoção de água presente na amostra, que ocorre em temperaturas
baixas (até 200 °C). A baixa de massa na entre 200 °C e 500 °C sugere que a amostra apresenta
poucos compostos orgânicos ou que a maior parte destes já se decompuseram em temperaturas
inferiores a 200 °C. Posteriormente, não é observado uma perda significativa na massa, o que indica a
formação de fases estáveis, como por exemplo, as fases cristalinas, pois sabe-se que a fase anatase
se forma em temperaturas próximas de 500 °C. Pela curva de DTA é possível verificar dois pontos
importantes, próximo de 400 °C que pode ser atribuído à formação da fase anatase que é a fase do
TiO2 com menor densidade e maior área superficial, enquanto a rutilo é a fase mais estável com maior
densidade e menor área superficial. O segundo ponto, é próximo de 700 °C, este evento é menos
intenso que o anterior e pode ser atribuído à transformação da fase anatase em rutilo que gera um
aumento na densidade e na força do material.

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Figura 5: Curva de Análise Termogravimétrica e Análise Térmica Diferencial da amostra de TiO2 após
calcinar. Condições de análise: 20 °C/min em atmosfera de ar sintético.

De acordo com a Figura 5, referente a amostra de TiO2 após calcinar, a curva de TGA mostra
uma perda de massa muito baixa durante toda a análise, isto porque a amostra já foi calcinada a 500
°C, de forma que grande parte de de resíduos orgânicos e água já foram retirados da amostra. Essa
perda de massa residual pode estar relacionada à remoção de água adsorvida na superfície ou entre
as partículas do TiO2 que não foi completamente removida na calcinação anterior a 500 °C. A curva de
DTA mostra um pico próximo de 600 °C, que pode ser atribuído à transformação da fase anatase para
a fase rutilo. Como o TiO2 já foi calcinado a 500 °C, nesta análise a fase anatase estava presente
desde o início e essa curva serve para visualizar de forma mais precisa a conversão para a fase rutilo.

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6. Apresente os difratogramas de raios X do óxido de titânio sintetizado e a interpretação
da estrutura cristalina, baseando-se na literatura.

Figura 6: Difratograma de Raios X para o TiO2 antes de calcinar.

Figura 7: Difratograma de Raios X para o TiO2 sintetizado após calcinação a 500 °C.

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Figura 8: Difratogramas de Raios X para o TiO2 na fase cristalina anatase e rutilo. Fonte: GOMES,
Paulo Henrique et al. Preparação e caracterização de TiO2: Co: Sb nanoestruturado. 2016.

Pelo difratograma da Figura 6, é possível perceber que não há presença de picos definidos de
forma que não é possível verificar se há fase cristalina no material, isso se justifica pela não etapa de
calcinação desta amostra, que garante a formação dos cristais, e elimina impurezas devido à elevada
temperatura, de forma que na amostra provavelmente também haviam impurezas e água.
Analisando o difratograma da Figura 7, conforme a ficha catalográfica ICSD 84-1286 e
também os difratogramas da Figura 8 como referência, os picos de difração observados em 2θ ≈
25,32°, 27,46° são atribuídos às fases anatase e rutilo do TiO2, respectivamente assim como os
demais picos presentes no difratograma que são característicos de ambas as fases cristalinas de TiO2,
anatase e rutilo. No entanto, devido à resolução limitada da imagem e sobreposição de alguns picos
de fases distintas, a identificação precisa de cada pico é prejudicada. Contudo, avaliando
minuciosamente os picos de maior intensidade foram identificados para cada uma das fases. A
calcinação a 500 °C promove o aumento da proporção da fase anatase em relação ao rutílio no TiO2,
pois essa fase cristalina é predominante em temperaturas maiores do que 700 °C. Apesar de que
essa temperatura não foi alcançada, a fase rutílio permanece presente, evidenciando que a obtenção
de cristais exclusivamente na fase anatase não foi alcançada. Isso confirma a presença de cristais nas
fases rutilo e anatase no material.

7. Correlacione as técnicas utilizadas em relação à caracterização estrutural e térmica do


material preparado.
O TiO2 pode ser obtido em três tipos de ordenamento cristalino diferentes: anatase, rutilo e
bruquita. Assim, durante o processo de preparação do material, é necessário a utilização de algumas

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técnicas de caracterização para acompanhamento de qual fase está sendo formada. Desse modo, no
experimento em questão, foram utilizadas três técnicas diferentes: Difração de Raios X, Infravermelho
e Análise Termogravimétrica (TGA). Essas técnicas fornecem uma visão abrangente das propriedades
estruturais e térmicas do TiO2, permitindo entender sua composição, estrutura cristalina, estabilidade
térmica e propriedades superficiais relevantes para diversas aplicações, incluindo catalítica,
fotocatalítica e materiais semicondutores.
A difração de Raio X é capaz de revelar diversas características do ordenamento estrutural de
longo alcance, permitindo determinar quais fases cristalinas compõem o material, de acordo com
tratamento térmico, processamento ou presença de modificadores.
A análise termogravimétrica é usada para estudar a estabilidade térmica do TiO2 e determinar
a sua decomposição térmica. Permite analisar como a quantidade de TiO2 muda com a temperatura,
fornecendo informações sobre a estabilidade térmica, perda de massa e possíveis transformações
estruturais durante o aquecimento. Além disso, junto com a TGA, obtém a DTA que é capaz de revelar
transições de fase, mudanças endotérmicas e exotérmicas, e outros eventos térmicos que ocorrem
durante o aquecimento do TiO2.
E por fim, o espectro infravermelho é utilizado para identificar os grupos funcionais presentes
na superfície do TiO2. Esses grupos podem influenciar propriedades como a capacidade de adsorção
de moléculas ou a reatividade catalítica do TiO2. Além disso, o IV é utilizado para observar o
ordenamento de curta distância, pois correlacionam os modos vibracionais quando um cristal ou
molécula respondem ativamente a radiação incidente na amostra.

8. Faça uma conclusão sobre os principais pontos envolvidos na caracterização do


material.
Com base nos resultados obtidos através da Espectroscopia de Infravermelho, Difratometria
de Raios X e Análise Térmica, foi possível compreender detalhadamente o processo de ordenamento
estrutural do dióxido de titânio, particularmente na transição da fase anatase para a fase rutilo. Os
dados de Análise Térmica desempenharam um papel crucial ao elucidar os mecanismos de eliminação
de resíduos e a cristalização subsequente da fase anatase, além de fornecer percepções sobre a
energia envolvida na transição de fases.
A interpretação integrada desses dados permitiu não apenas entender a evolução das
propriedades fotônicas do semicondutor durante o tratamento térmico, mas também identificar a
temperatura ideal para obter anatase cristalina com menor bandgap de energia, crucial para aplicações
em fotocatálise. Este estudo destaca a importância da caracterização detalhada de materiais
semicondutores para otimizar seus desempenhos em aplicações tecnológicas avançadas,
demonstrando como a ciência dos materiais pode direcionar o desenvolvimento de novos materiais
funcionais com propriedades específicas desejadas.

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Referências:
HURLEY, Nathaniel et al. Surfactant-Free Synthesis of Three-Dimensional Perovskite Titania-Based
Micron-Scale Motifs Used as Catalytic Supports for the Methanol Oxidation Reaction. Molecules, v.
26, n. 4, p. 909, 2021.
EL-DESOKY, M. M. et al. Synthesis, structural and electrical properties of PVA/TiO2 nanocomposite
films with different TiO2 phases prepared by sol–gel technique. Journal of Materials Science:
Materials in Electronics, v. 31, n. 20, p. 17574-17584, 2020.
KHOSRAVI, Masoud et al. Structural, electrical, optical and morphological properties of
aluminum-doped TiO 2 thin films deposited by spray pyrolysis method. Journal of Materials Science:
Materials in Electronics, v. 31, p. 7150-7163, 2020.
GOMES, Paulo Henrique et al. Preparação e caracterização de TiO2: Co: Sb nanoestruturado. 2016.
Universidade Federal de São Carlos. RAIOS X: DIFRAÇÃO E ESPECTROSCOPIA. Disponível em:
<http://labcat.unb.br/images/PDF/Apontamentos_RAIOS_X-_DIFRAO_E_ESPECTROSCOPIA_EdUF
SCar_jos_de_Anchieta_Rodrigues_Srie_Universidade_Federal_de_So_Carlos.pdf>.

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