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Aula 7 - Circuitos Elétricos II

Apostilas Circuitos Elétricos II

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO

DISCIPLINA: CIRCUITOS ELÉTRICOS II UNEC / EAD

AULA 7
8. ANÁLISE DE MALHAS, NÓS E LAÇOS PARA CIRCUI-
TOS CA
Nesta aula iremos rever técnicas de análises de circuitos similares ao que
vimos na aula 5 de Circuitos elétricos I, em circuitos CC. Aqui, entretanto, as técnicas
se aplicam a circuitos no domínio de fasores, em vez de circuitos puramente resisti-
vos em CC, a fasores de tensão e corrente, em vez de apenas tensões e correntes,
e a impedâncias e admitâncias em vez de apenas resistências e condutâncias.

A análise de circuitos CA é semelhante à análise de circuitos CC pois utiliza a


lei de Ohm e as leis de Kirchhoff, no entanto, a diferença é utilizar valores
complexos e, portanto, a álgebra dos números complexos.

8.1. TRANSFORMAÇÃO DE FONTES


Inicialmente iremos rever os métodos de transformação de fontes, uma vez
que, as análises de malhas e laços são mais fáceis de serem aplicadas com todas as
fontes de corrente transformadas em fontes de tensão, pois utiliza a LKT. Já a análise
nodal é mais fácil com todas as fontes de tensão transformadas em fontes de corrente,
pois utiliza a LKC.
A transformação de fontes é baseada na lei de Ohm. Para transformarmos uma
fonte de tensão em uma fonte de corrente temos:
𝑽
𝑰=
𝒁
Onde o valor de corrente obtido será o valor da fonte de corrente. Nessa trans-
formação a mesma impedância que estava em série com a fonte de tensão, ficará,
agora, em paralelo com a fonte de corrente.
Para transformarmos uma fonte de corrente em uma fonte de tensão temos:
𝑽 = 𝑰𝒁
Onde o valor de tensão obtido será o valor da fonte de tensão. Nessa trans-
formação a mesma impedância que estava em paralelo com a fonte de corrente,
ficará, agora, em série com a fonte de tensão.

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A figura a seguir ilustra o procedimento de transformação de fontes em circuitos
CA:
Figura 44: (a) Transformação de fonte de tensão em fonte de corrente; (b) Transformação de fonte de corrente em
fonte de tensão.

Fonte: O’ MALLEY, JOHN.; Análise de Circuitos Elétricos 2ª Edição. São Paulo: Makron Books, 1993. Pág. 422.

8.2. ANÁLISE DE MALHAS E LAÇOS


A análise de malhas para circuitos no domínio de fasores pode ser compreen-
dida a partir da apresentação da análise de malhas para circuitos CC, estudado na
disciplina de Circuitos Elétricos I. A análise de malhas é uma maneira de se verificar
circuitos usando as correntes de malha como variáveis de circuito (incógnitas). Usar
as correntes de malha ao invés das correntes dos elementos como variáveis é conve-
niente pois reduz o número de equações a serem resolvidas matematicamente.
Na análise de malhas, a lei de Kirchhoff das tensões (LKT) é aplicada a cada
malha, com suas respectivas correntes de malha, onde as correntes de malha são
atribuídas tomando como referência, normalmente, o sentido horário.

A análise de malhas aplica a LKT para se determinar correntes desconhecidas.

Observação:

Em circuitos CA, as técnicas se aplicam a circuitos no domínio de fa-


sores, em vez de circuitos puramente resistivos em CC, a fasores de tensão
e corrente, em vez de apenas tensões e correntes, e a impedâncias e ad-
mitâncias, em vez de apenas resistências e condutâncias.

Utilizaremos no circuito da figura 45 o método da análise de malhas:

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Figura 45: Circuito exemplo e correntes de malha.

Fonte: O’ MALLEY, JOHN.; Análise de Circuitos Elétricos 2ª Edição. São Paulo: Makron Books, 1993. Pág. 423.

Etapas na determinação de correntes de malha:

4. Atribua correntes de malha i1, i2, ..., in a n malhas;

5. Aplique a LKT a cada uma das n malhas. Use a lei de Ohm para ex-

pressar as tensões em termos de correntes de malha.

6. Resolva as n equações simultâneas resultantes para obter as corren-

tes de malha.

A LKT deve ser aplicada a uma malha de cada vez, lembrando-se do fato que
na direção da corrente I, a queda de tensão sobre uma impedância é ZI (lei de ohm),
com a polaridade positiva onde a corrente entra. Dessa forma, para a malha 1 temos:
𝑽𝑍1 + 𝑽𝑍2 − 𝑽2 + 𝑽3 + 𝑽𝑍3 − 𝑽1 = 0
Logo:
𝑽𝑍1 + 𝑽𝑍2 + 𝑽𝑍3 = 𝑽1 + 𝑽2 − 𝑽3

Do lado esquerdo da equação, temos 𝑽𝒁𝟏 + 𝑽𝒁𝟐 + 𝑽𝒁𝟑 , que são a soma das
quedas de tensão sobre as impedâncias da malha. Do lado direito da equação, temos
𝑽𝟏 + 𝑽𝟐 − 𝑽𝟑 , que são a soma das elevações de tensão, considerando, obviamente,
a polaridade de cada fonte.

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Devemos agora, utilizar a lei de Ohm para representar as quedas de tensão
nas impedâncias: 𝑽 = 𝐈𝐙. Repare que as impedâncias Z2 e Z3 são impedâncias mú-
tuas, ou seja, pertencem simultaneamente a duas ou mais malhas. Devemos observar
que a corrente I2 da malha 2 e a corrente I3 da malha 3, estão em Z3 e Z2, respectiva-
mente, em um sentido oposto a I1 e, portanto, produzirão um efeito com polaridade
inversa ao produzido por I1 nas impedâncias Z2 e Z3. Por isso, na referência da malha
1 as correntes I2 e I3 são consideradas negativas em suas respectivas impedâncias
mútuas.
Logo:
𝑰1 𝐙1 + 𝑰1 Z2 − 𝑰3 𝐙2 + 𝑰1 𝐙3 − 𝑰2 𝐙3 = 𝑽1 + 𝑽2 − 𝑽3
ou:
𝑰𝟏 (𝒁1 + 𝒁2 + 𝒁3 ) − 𝑰𝟐 𝒁3 − 𝑰𝟑 𝒁2 = 𝑽1 + 𝑽2 − 𝑽3

Para a malha 2 temos:


𝑽𝑍3 − 𝑽3 + 𝑽𝑍4 − 𝑽4 + 𝑽𝑍5 + 𝑽5 = 0
Logo:
𝑽𝑍3 + 𝑽𝑍4 + 𝑽𝑍5 = 𝑽3 + 𝑽4 − 𝑽5
Como as impedâncias Z3 e Z4 são impedâncias mútuas, na referência da malha
2 as correntes I1 e I3 terão contribuição negativa nas impedâncias Z3 e Z4, respectiva-
mente. Logo:
𝑰2 𝐙5 + 𝑰2 Z3 − 𝑰1 𝐙3 + 𝑰2 𝐙4 − 𝑰3 𝐙4 = 𝑽3 + 𝑽4 − 𝑽5
ou:
−𝑰𝟏 𝒁3 + 𝑰𝟐 (𝒁3 + 𝒁4 + 𝒁5 ) − 𝑰𝟑 𝒁4 = 𝑽3 + 𝑽4 − 𝑽5

Para a malha 3 temos:


𝑽𝑍6 − 𝑽6 + 𝑽4 + 𝑽𝑍4 + 𝑽2 + 𝑽𝑍2 = 0
Logo:
𝑽𝑍6 + 𝑽𝑍4 + 𝑽𝑍2 = −𝑽2 − 𝑽4 + 𝑽6
Como as impedâncias Z2 e Z4 são impedâncias mútuas, na referência da malha
3 as correntes I1 e I2 terão contribuição negativa nas impedâncias Z2 e Z4, respectiva-
mente. Logo:
𝑰3 𝐙6 + 𝑰3 Z2 − 𝑰1 𝐙2 + 𝑰3 𝐙4 − 𝑰2 𝐙4 = −𝑽2 − 𝑽4 + 𝑽6
ou:

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−𝑰𝟏 𝒁2 − 𝑰𝟐 𝒁4 + 𝑰3 (𝒁2 + 𝒁4 + 𝒁6 ) = −𝑽2 − 𝑽4 + 𝑽6

O resultado da análise de malhas é portanto:


Malha 1: 𝑰𝟏 (𝒁1 + 𝒁2 + 𝒁3 ) − 𝑰𝟐 𝒁3 − 𝑰𝟑 𝒁2 = 𝑽1 + 𝑽2 − 𝑽3
Malha 2: −𝑰𝟏 𝒁3 + 𝑰𝟐 (𝒁3 + 𝒁4 + 𝒁5 ) − 𝑰𝟑 𝒁4 = 𝑽3 + 𝑽4 − 𝑽5
Malha 3: −𝑰𝟏 𝒁2 − 𝑰𝟐 𝒁4 + 𝑰3 (𝒁2 + 𝒁4 + 𝒁6 ) = −𝑽2 − 𝑽4 + 𝑽6

Temos agora um sistema com equações lineares, onde podemos através do


método de Cramer encontrar I1, I2 e I3:
𝒌𝟏 𝒂𝟏𝟐 𝒂𝟏𝟑 𝒂𝟏𝟏 𝒌𝟏 𝒂𝟏𝟑 𝒂𝟏𝟏 𝒂𝟏𝟐 𝒌𝟏
𝑑𝑒𝑡| 𝒌𝟐 𝒂𝟐𝟐 𝒂𝟐𝟑 | 𝑑𝑒𝑡|𝒂𝟐𝟏 𝒌𝟐 𝒂𝟐𝟑 | 𝑑𝑒𝑡|𝒂𝟐𝟏 𝒂𝟐𝟐 𝒌𝟐 |
𝒌𝟑 𝒂𝟑𝟐 𝒂𝟑𝟑 𝒂𝟑𝟏 𝒌𝟑 𝒂𝟑𝟑 𝒂𝟑𝟏 𝒂𝟑𝟐 𝒌𝟑
𝑰1 = 𝒂𝟏𝟏 𝒂𝟏𝟐 𝒂𝟏𝟑 ; 𝑰2 = 𝒂𝟏𝟏 𝒂𝟏𝟐 𝒂𝟏𝟑 ; 𝑰3 = 𝒂𝟏𝟏 𝒂𝟏𝟐 𝒂𝟏𝟑
𝑑𝑒𝑡|𝒂𝟐𝟏 𝒂𝟐𝟐 𝒂𝟐𝟑 | 𝑑𝑒𝑡|𝒂𝟐𝟏 𝒂𝟐𝟐 𝒂𝟐𝟑 | 𝑑𝑒𝑡|𝒂𝟐𝟏 𝒂𝟐𝟐 𝒂𝟐𝟑 |
𝒂𝟑𝟏 𝒂𝟑𝟐 𝒂𝟑𝟑 𝒂𝟑𝟏 𝒂𝟑𝟐 𝒂𝟑𝟑 𝒂𝟑𝟏 𝒂𝟑𝟐 𝒂𝟑𝟑

Logo:
𝑽𝟏 +𝑽𝟐 −𝑽𝟑 −𝒁𝟑 −𝒁𝟐 𝒁𝟏 +𝒁𝟐 +𝒁𝟑 𝑽𝟏 +𝑽𝟐 −𝑽𝟑 −𝒁𝟐
𝑑𝑒𝑡| 𝑽𝟑 +𝑽𝟒 −𝑽𝟓 𝒁𝟑 +𝒁𝟒 +𝒁𝟓 −𝒁𝟒 | 𝑑𝑒𝑡| −𝒁𝟑 𝑽𝟑 +𝑽𝟒 −𝑽𝟓 −𝒁𝟒 |
−𝑽𝟐 −𝑽𝟒 +𝑽𝟔 −𝒁𝟒 𝒁𝟐 +𝒁𝟒 +𝒁𝟔 −𝒁𝟐 −𝑽𝟐 −𝑽𝟒 +𝑽𝟔 𝒁𝟐 +𝒁𝟒 +𝒁𝟔
𝑰1 = 𝒁𝟏 +𝒁𝟐 +𝒁𝟑 −𝒁𝟑 −𝒁𝟐 ; 𝑰2 = 𝒁𝟏 +𝒁𝟐 +𝒁𝟑 −𝒁𝟑 −𝒁𝟐
𝑑𝑒𝑡| −𝒁𝟑 𝒁𝟑 +𝒁𝟒 +𝒁𝟓 −𝒁𝟒 | 𝑑𝑒𝑡| −𝒁𝟑 𝒁𝟑 +𝒁𝟒 +𝒁𝟓 −𝒁𝟒 |
−𝒁𝟐 −𝒁𝟒 𝒁𝟐 +𝒁𝟒 +𝒁𝟔 −𝒁𝟐 −𝒁𝟒 𝒁𝟐 +𝒁𝟒 +𝒁𝟔

𝒁𝟏 +𝒁𝟐 +𝒁𝟑 −𝒁𝟑 𝑽𝟏 +𝑽𝟐 −𝑽𝟑


𝑑𝑒𝑡| −𝒁𝟑 𝒁𝟑 +𝒁𝟒 +𝒁𝟓 𝑽𝟑 +𝑽𝟒 −𝑽𝟓 |
−𝒁𝟐 −𝒁𝟒 −𝑽𝟐 −𝑽𝟒 +𝑽𝟔
𝑰3 = 𝒁𝟏 +𝒁𝟐 +𝒁𝟑 −𝒁𝟑 −𝒁𝟐
𝑑𝑒𝑡| −𝒁 𝟑 𝒁 𝟑 +𝒁 𝟒 +𝒁 𝟓 −𝒁𝟒 |
−𝒁𝟐 −𝒁𝟒 𝒁𝟐 +𝒁𝟒 +𝒁𝟔

Encontradas as correntes I1, I2 e I3, poderemos calcular a corrente nas impe-


dâncias mútuas, tomando como referência o sentido da corrente I1:
𝑰𝑍2 = 𝑰1 − 𝑰3
𝑰𝑍3 = 𝑰1 − 𝑰2
E tomando como referência o sentido da corrente I2:
𝑰𝑍4 = 𝑰2 − 𝑰3

Observação:

Repare que o método de Cramer é o mesmo utilizado em CC, porém em


CA os valores são representados por números complexos.

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Observação:

Para facilitar os cálculos com números complexos, utilize sempre a


forma polar quando for multiplicar e dividir e utilize sempre a forma retan-
gular quando for somar ou subtrair.

Observação:

Em uma análise de malhas é conveniente transformar as fontes de


corrente em fontes de tensão, uma vez que, a tensão em uma fonte de cor-
rente não pode ser determinada. No entanto se a fonte de corrente estiver
posicionada no exterior do circuito, ou seja, onde circula apenas uma corrente
de malha, é interessante que essa fonte permaneça no circuito, pois dessa
forma já conhecemos a corrente da malha na qual está inserida e nessa malha
não precisaremos aplicar a LKT.

Para algumas calculadoras científicas é melhor que as equações sejam colo-


cadas na forma matricial. O método de resolução de matrizes utilizando calculado-
ras é melhor que qualquer outro processo, inclusive a regra de Cramer. Dessa forma,
colocando as equações de malhas obtidas na forma matricial temos que:
Malha 1: 𝑰𝟏 (𝒁1 + 𝒁2 + 𝒁3 ) − 𝑰𝟐 𝒁3 − 𝑰𝟑 𝒁2 = 𝑽1 + 𝑽2 − 𝑽3
Malha 2: −𝑰𝟏 𝒁3 + 𝑰𝟐 (𝒁3 + 𝒁4 + 𝒁5 ) − 𝑰𝟑 𝒁4 = 𝑽3 + 𝑽4 − 𝑽5
Malha 3: −𝑰𝟏 𝒁2 − 𝑰𝟐 𝒁4 + 𝑰3 (𝒁2 + 𝒁4 + 𝒁6 ) = −𝑽2 − 𝑽4 + 𝑽6
Logo:
𝒁𝟏 + 𝒁𝟐 + 𝒁𝟑 −𝒁𝟑 −𝒁𝟐 𝑰𝟏 𝑽𝟏 +𝑽𝟐 −𝑽𝟑
| −𝒁𝟑 𝒁𝟑 + 𝒁𝟒 + 𝒁𝟓 −𝒁𝟒 | |𝑰𝟐 | = | 𝑽𝟑 +𝑽𝟒 −𝑽𝟓 |
−𝒁𝟐 −𝒁𝟒 𝒁𝟐 + 𝒁𝟒 + 𝒁𝟔 𝑰𝟑 −𝑽𝟐 −𝑽𝟒 𝑽𝟔

A análise de laço é similar, exceto que alguns caminhos nos quais a LKT é
aplicada não são necessariamente malhas, e as correntes de laços não precisam ter
o sentido horário como referência. Assim, alguns coeficientes das impedâncias mú-
tuas não terão sinal negativo.

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A outra vantagem é a possibilidade de dar preferência para caminhos onde as
correntes de laço são selecionadas de forma que cada fonte de corrente tenha apenas
uma corrente de laço circulando por ela.
Na análise de laços, todos os elementos devem fazer parte de pelo menos um
laço independente.

8.3. ANÁLISE NODAL


A análise de nós para circuitos no domínio de fasores pode ser compreendida
a partir da apresentação da análise nodal para circuitos CC, estudado na disciplina de
Circuitos Elétricos I. A análise de nodal é uma maneira de se verificar circuitos
usando as tensões dos nós como variáveis de circuito (incógnitas). Usar as tensões
dos nós ao invés das tensões sobre os elementos como variáveis é conveniente pois
reduz o número de equações a serem resolvidas matematicamente.
Na análise nodal, a lei de Kirchhoff das correntes é aplicada a cada nó, um
𝑽
de cada vez, utilizando a lei de Ohm para determinar as correntes nos ramos: 𝑰 = 𝒁 .

Para simplificar os cálculos, é interessante utilizar o conceito de admitância ao invés


de impedância, dessa forma temos: 𝑰 = 𝑽. 𝒀. Pela convenção de sinal passivo a cor-
rente na impedância flui do potencial mais alto para o mais baixo.
Como a tensão é sempre medida entre dois pontos, é importante definir um nó
como referência, o qual comumente chamamos de terra (GND). As diferenças de
potencial dos demais nós serão sempre definidos em relação ao GND. No nó de refe-
rência não é necessário aplicar a LKC, pois o seu potencial é nulo. Por convenção,
todos os demais nós serão considerados positivos em relação ao GND.

A análise nodal aplica a LKC para se determinar tensões desconhecidas.

Observação:

Em circuitos CA, as técnicas se aplicam a circuitos no domínio de fa-


sores, em vez de circuitos puramente resistivos em CC, a fasores de tensão
e corrente, em vez de apenas tensões e correntes, e a impedâncias e ad-
mitâncias, em vez de apenas resistências e condutâncias.

Utilizaremos no circuito da figura 46 o método da análise nodal:

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Figura 46: Circuito exemplo e tensões nodais.

Fonte: O’ MALLEY, JOHN.; Análise de Circuitos Elétricos 2ª Edição. São Paulo: Makron Books, 1993. Pág. 420.

Etapas na determinação de tensões nodais:

1. Selecione um nó como referência. Atribua tensões v1, v2, ..., aos vn-1

nós restantes;

2. Aplique a LKC a cada um dos nós, com exceção do nó de referência, e

use a lei de Ohm para expressar as correntes nos ramos em termos

de tensões nodais.

3. Resolva as n equações simultâneas resultantes para obter as tensões

nodais.

Aplicando LKC ao nó 1 temos:


𝑰1 − 𝑰𝑌1 − 𝑰𝑌2 + 𝑰2 − 𝑰𝑌6 − 𝑰6 = 0
ou:
𝑰𝑌1 + 𝑰𝑌2 + 𝑰𝑌6 = 𝑰1 + 𝑰2 − 𝑰6
Onde 𝑰𝑌1 + 𝑰𝑌2 + 𝑰𝑌6 são as correntes que saem do nó 1 e 𝑰1 + 𝑰2 − 𝑰6 são as
correntes que chegam ao nó 1, vindas das fontes de correntes.
Devemos utilizar a lei de Ohm 𝑰 = 𝑽𝒀, para que as correntes sobre as admi-
tâncias sejam relacionadas com as tensões nodais, dessa forma:
𝑽𝟏 𝒀1 + (𝑽𝟏 − 𝑽𝟐 )𝒀2 + (𝑽𝟏 − 𝑽𝟑 )𝒀6 = 𝑰1 + 𝑰2 − 𝑰6
Logo:
𝑽𝟏 (𝒀𝟏 + 𝒀2 + 𝒀6 ) − 𝑽2 𝒀2 − 𝑽3 𝒀6 = 𝑰1 + 𝑰2 − 𝑰6

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Repare que o coeficiente (𝒀𝟏 + 𝒀2 + 𝒀6 ) de 𝑽𝟏 , é a auto-admitância do nó 1,
que é a soma das admitâncias conectadas ao nó 1. O coeficiente −𝒀2 de 𝑽2 é o ne-
gativo da admitância conectada entre os nós 1 e 2. Assim, 𝒀2 é a admitância mútua,
ou seja, como todos os nós são considerados positivos em relação ao nó de referên-
cia, 𝒀2 sofre, portanto, uma influência contrária de 𝑽2 quando se está analisando 𝑽1 .
Por isso, o sinal negativo para admitâncias mútuas. Da mesma forma, o coeficiente
−𝒀6 é também uma admitância mútua, que recebe influência contrária de 𝑽3 quando
se está analisando 𝑽1 .
Aplicando LKC ao nó 2 temos:
𝑰3 − 𝑰𝑌3 − 𝑰𝑌4 − 𝑰4 − 𝑰2 − 𝑰𝑌2 = 0
ou:
𝑰𝑌2 + 𝑰𝑌3 + 𝑰𝑌4 = −𝑰2 + 𝑰3 − 𝑰4
Aplicando a lei de Ohm:
(𝑽𝟐 − 𝑽𝟏 )𝒀2 + 𝑽𝟐 𝒀3 + (𝑽𝟐 − 𝑽𝟑 )𝒀4 = −𝑰2 + 𝑰3 − 𝑰4
Logo:
−𝑽𝟏 𝒀2 + 𝑽2 (𝒀2 + 𝒀3 + 𝒀4 ) − 𝑽3 𝒀4 = −𝑰2 + 𝑰3 − 𝑰4

Aplicando LKC ao nó 3 temos:


−𝑰5 − 𝑰𝑌5 − 𝑰𝑌4 + 𝑰4 − 𝑰𝑌6 + 𝑰6 = 0
ou:
𝑰𝑌4 + 𝑰𝑌5 + 𝑰𝑌6 = 𝑰4 − 𝑰5 + 𝑰6
Aplicando a lei de Ohm:
(𝑽𝟑 − 𝑽𝟐 )𝒀4 + 𝑽𝟑 𝒀5 + (𝑽𝟑 − 𝑽𝟏 )𝒀6 = 𝑰4 − 𝑰5 + 𝑰6
Logo:
−𝑽𝟏 𝒀6 − 𝑽2 𝒀4 + 𝑽3 (𝒀4 + 𝒀5 + 𝒀6 ) = 𝑰4 − 𝑰5 + 𝑰6

O resultado da análise nodal é portanto:


Nó 1: 𝑽𝟏 (𝒀𝟏 + 𝒀2 + 𝒀6 ) − 𝑽2 𝒀2 − 𝑽3 𝒀6 = 𝑰1 + 𝑰2 − 𝑰6
Nó 2: −𝑽𝟏 𝒀2 + 𝑽2 (𝒀2 + 𝒀3 + 𝒀4 ) − 𝑽3 𝒀4 = −𝑰2 + 𝑰3 − 𝑰4
Nó 3: −𝑽𝟏 𝒀6 − 𝑽2 𝒀4 + 𝑽3 (𝒀4 + 𝒀5 + 𝒀6 ) = 𝑰4 − 𝑰5 + 𝑰6

Temos agora um sistema com equações lineares, onde podemos através do


método de Cramer encontrar V1, V2 e V3:

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𝑰1 +𝑰2 −𝑰6 −𝒀2 −𝒀6 𝒀𝟏 +𝒀2 +𝒀6 𝑰1 +𝑰2 −𝑰6 −𝒀6
𝑑𝑒𝑡|−𝑰2 +𝑰3 −𝑰4 𝒀2 +𝒀3 +𝒀4 −𝒀𝟒 | 𝑑𝑒𝑡| −𝒀2 −𝑰2 +𝑰3 −𝑰4 −𝒀𝟒 |
𝑰4 −𝑰5 +𝑰6 −𝒀4 𝒀4 +𝒀5 +𝒀6 −𝒀6 𝑰4 −𝑰5 +𝑰6 𝒀4 +𝒀5 +𝒀6
𝑽1 = 𝒀𝟏 +𝒀2 +𝒀6 −𝒀2 −𝒀6 ; 𝑽2 = 𝒀𝟏 +𝒀2 +𝒀6 −𝒀2 −𝒀6
𝑑𝑒𝑡| −𝒀2 𝒀2 +𝒀3 +𝒀4 −𝒀𝟒 | 𝑑𝑒𝑡| −𝒀2 𝒀2 +𝒀3 +𝒀4 −𝒀𝟒 |
−𝒀6 −𝒀4 𝒀4 +𝒀5 +𝒀6 −𝒀6 −𝒀4 𝒀4 +𝒀5 +𝒀6

𝒀𝟏 +𝒀2 +𝒀6 −𝒀2 𝑰1 +𝑰2 −𝑰6


𝑑𝑒𝑡| −𝒀2 𝒀2 +𝒀3 +𝒀4 −𝑰2 +𝑰3 −𝑰4 |
−𝒀6 −𝒀4 𝑰4 −𝑰5 +𝑰6
𝑽3 = 𝒀𝟏 +𝒀2 +𝒀6 −𝒀2 −𝒀6
𝑑𝑒𝑡| −𝒀2 𝒀2 +𝒀3 +𝒀4 −𝒀𝟒 |
−𝒀6 −𝒀4 𝒀4 +𝒀5 +𝒀6

Observação:

Repare que o método de Cramer é o mesmo utilizado em CC, porém em


CA os valores são representados por números complexos.

Observação:

Em uma análise de nós é conveniente transformar as fontes de tensão


em fontes de corrente, uma vez que a corrente em uma fonte de tensão não
pode ser determinada. No entanto se a fonte de tensão tiver um polo “ater-
rado”, ou seja, um polo ligado ao GND, é interessante que essa fonte de ten-
são permaneça no circuito, pois dessa forma já conhecemos a tensão do nó
em que esta fonte está inserida e não precisaremos aplicar a LKC para deter-
minar a tensão deste nó.

Para algumas calculadoras científicas é melhor que as equações sejam colo-


cadas na forma matricial. O método de resolução de matrizes utilizando calculado-
ras é melhor que qualquer outro processo, inclusive a regra de Cramer. Dessa forma,
colocando as equações nodais obtidas na forma matricial temos que:
Nó 1: 𝑽𝟏 (𝒀𝟏 + 𝒀2 + 𝒀6 ) − 𝑽2 𝒀2 − 𝑽3 𝒀6 = 𝑰1 + 𝑰2 − 𝑰6
Nó 2: −𝑽𝟏 𝒀2 + 𝑽2 (𝒀2 + 𝒀3 + 𝒀4 ) − 𝑽3 𝒀4 = −𝑰2 + 𝑰3 − 𝑰4
Nó 3: −𝑽𝟏 𝒀6 − 𝑽2 𝒀4 + 𝑽3 (𝒀4 + 𝒀5 + 𝒀6 ) = 𝑰4 − 𝑰5 + 𝑰6
Logo:
𝒀𝟏 + 𝒀2 + 𝒀6 −𝒀2 −𝒀6 𝑽𝟏 𝑰1 +𝑰2 −𝑰6
| −𝒀2 𝒀2 + 𝒀3 + 𝒀4 −𝒀𝟒 | |𝑽𝟐 | = |−𝑰2 +𝑰3 −𝑰4 |
−𝒀6 −𝒀4 𝒀4 + 𝒀5 + 𝒀6 𝑽𝟑 𝑰4 −𝑰5 +𝑰6

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

O’ MALLEY, JOHN. Análise de Circuitos, 2. Ed. São Paulo: MAKRON Books, 1993.

ALEXANDER, CHARLES K.; SADIKU, MATTHEW N. O. Fundamentos de Circuitos,


5. Ed. Porto Alegre: Mc Graw Hill, 2013.

IRWIN, J. DAVID ; NELMS, R. MARK. Análise básica de Circuitos para Engenharia,


10. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

NILSSON, JAMES W. Circuitos Elétricos, 10. Ed. São Paulo: Pearson, 2016.

BOYLESTAD, ROBERT. Introdução à análise de Circuitos, 13. Ed. São Paulo: Pe-
arson, 2019.

MARKUS, OTAVIO. Circuitos Elétricos. Érica, 2004.

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