0% acharam este documento útil (0 voto)
13 visualizações5 páginas

Força Iônica

Guia experimental da prática química de força iônica de sal

Enviado por

gabyzanelli1
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
13 visualizações5 páginas

Força Iônica

Guia experimental da prática química de força iônica de sal

Enviado por

gabyzanelli1
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 5

1

INFLUÊNCIA DA FORÇA IÔNICA SOBRE A VELOCIDADE DE REAÇÃO

I. Objetivo:

Verificar a influência da força iônica sobre a velocidade de reação entre dois


íons.

II. Introdução:

Nesta aula prática será estudado o efeito da força iônica sobre a reação entre um
corante catiônico, o cristal violeta (CI nº 42555), (que em solução aquosa apresenta uma
cor azul intensa), com íons hidróxido. O produto dessa reação é incolor, de modo que
esta reação pode ser convenientemente estudada empregando-se métodos
espectrofotométricos ou mesmo métodos colorimétricos.
A estrutura do cristal violeta está representada na figura 1:

(H 3C)2N N(CH3)2 (H 3C)2N N(CH3)2


-
Cl
+
C

- +
N(CH3)2 Cl N(CH3)2

(I) (II)

Figura 1: estrutura do cristal violeta (PM = 408 g mol -1).

O corante exibe uma forte absorbância com o máximo em torno de 580nm. A


contribuição de (I) à estrutura híbrida de ressonância, sugere uma eletro-deficiência no
carbono terciário, posição na qual se espera que ocorra o ataque do íon hidróxido,
formando um derivado carbinol, não colorido. A reação acontece portanto, envolvendo
duas cargas, uma positiva (corante) e outra negativa (hidróxido), sendo bastante sensível
a presença de sais e, portanto à formação iônica do meio.
2

III. Teoria:

Bronsted, Bjerrum e outros demonstraram que a velocidade de reação entre dois


íons depende da força iônica da solução. Devido ao fato de a força iônica ser aumentada
pela adição de um sal inerte, o efeito fica conhecido como efeito salino primário.
Os fundamentos teóricos nos quais se baseiam as interpretações desse efeito
(2,3,4)
podem ser encontrados nos livros textos de Cinética Química , de modo que não
serão repetidos neste roteiro. A equação que relaciona a constante específica de
velocidade com a força iônica (I) pode ser escrita como:

log k = log k0 + 2 AZ A Z B g ( I ) (1)

onde: k = constante específica de velocidade quando a força iônica da solução for I


k0 = constante específica de velocidade I = 0
A = constante, que em água, a 25ºC equivale a 0,51
ZA, ZB = carga dos íons

1
I 2
g (I ) = 1
1− I 2

1
I=  Ci Zi2
2 i
onde: Ci = concentração do íon i
Zi = carga do íon i

Para verificar se os resultados experimentais se ajustam a equação (1), um bom


procedimento é plotar os valores de log k versus g(I) correspondentes. Em caso
positivo, será obtida uma reta cujo coeficiente angular deve ser igual a 2AZAZB.
3

IV. Procedimento:

As soluções utilizadas são:

Solução 1: ~0,030g de cristal violeta por litro


Solução 2: diluir a solução 1 por 5 vezes
Solução 3: ~0,1M NaOH
Solução 4: ~1,0M KNO3

a. Curva de calibração:
Selecionar, no colorímetro, o filtro apropriado (580nm).
Diluir 1mL da solução 1 para 100mL, colocar de 3 a 5mL no tubo especial do
colorímetro, introduzindo-o na cavidade e efetuar a medida nas escalas de absorbância.
Repetir o mesmo procedimento utilizando 2, 4, 6, 8 e 10mL de solução do
corante. Construir a curva de calibração plotando a concentração da solução versus a
absorbância lida no colorímetro. Alternativamente pode-se construir uma outra curva de
calibração, plotando-se a absorbância da solução medida num espectrofotômetro versus
a “absorbância” medida no colorímetro.

Observação:
Ao fazer as medidas no colorímetro, observar a marca vertical no tubo. Colocar
esta marca alinhada a outra existente na cavidade. O tubo precisa ser colocado sempre
na mesma posição.

b. Determinação da ordem de reação:


Retirar 50mL da solução 2 (com pipeta volumétrica) e colocar num béquer.
Retirar 4mL da solução 3, diluir para 50mL num balão volumétrico e colocar
num outro béquer
Misturar o conteúdo dos dois béqueres rapidamente e acionar o cronômetro.
Colocar a solução no tubo de ensaio especial e introduzir no colorímetro,
medindo a absorbância da solução em função do tempo.
Repetir mais duas vezes o procedimento utilizando 6 e 8 mL, de NaOH em
vez de 4mL.
4

c. Determinação da influência da concentração do sal:


Colocar 50 mL da solução 2 num béquer.
Retirar 8 mL da solução 3, mais 1mL da solução 4, diluir a mistura para
50mL e colocar num béquer.
Misturar rapidamente o conteúdo dos dois béqueres, acionar imediatamente
o cronômetro, colocar a solução num tubo de ensaio especial, introduzir no
colorímetro e medir a absorbância da solução em função do tempo (construir uma
tabela).
Repetir o mesmo procedimento utilizando 2,4,6,8 e 10mL de KNO3 1,0M.

V. Cálculos:

Para cada experimento plote os valores ln[C0] / [C] ou de ln[A], onde A =


absorbância lida no espectrofotômetro , em vez de ln[C] versus tempo e, determine
o valor de kobs (k observado, ver apêndice I).
Determinar a ordem de reação a partir dos resultados obtidos no item (a).
Calcule os valores de g(I) para todos os experimentos.
Construa uma tabela com os valores de kobs, k e g(I).
Com os dados dessa tabela construa o gráfico de log k versus g(I) para
verificar se a constante de velocidade da reação depende da força iônica – como
mostrado pela equação (1). Qual o valor do coeficiente angular obtido?
Faça o gráfico de log k versus I1/2. Compare com o outro gráfico e discuta.

VI. Questões:

1. Qual a diferença em se fazer medidas de absorbância no espectrofotômetro e no


colorímetro?
2. Deduzir a equação (1).
3. Comentar a validade da equação (1). Em que situação ela é válida, quais fatores
contribuem para que não seja válida? Qual seu formato em solução não diluída?
4. A reação entre um íon e uma molécula neutra teria a sua velocidade dependente
da concentração de sal no meio?
5. Por que é necessário traçar uma curva de calibração?
5

6. Caso o experimento tenha sido feito em um espectrofotômetro que permite


coletar um arquivo dos dados de absorbância contra tempo, como poderíamos
calcular a constante usando a propriedade aditiva. Caso não exista a medida de
tempo longo (infinito) podemos usar o método de Guggenheim?

Referências bibliográficas:

1. CORSARO, G. – A Colimetric Chemical Kinetics Experiment. Journal


Chemical Education, 41 (1), 48-50, 1964.
2. AVERY, H. E. – Cinética Química Básica y Mecanismos de Reacción. Ed.
Reverté, Barcelona, cap.8, p.115-119, 1997.
3. ESPENSON, J. H. – Chemical Kinetics and Mechanisms. McGraw-Hill, cap.9,
p.172-175.
4. LAIDLER, K. J. – Chemical Kinetics, Harper & Row, New York, cap.6, p.197-
201, 1987.

Apêndice I:

A reação estudada é de primeira ordem com relação ao corante e de primeira


ordem com relação ao OH(-) (ver referência 1). Nesta prática, em todos os experimentos,
a [OH-] é sempre bem maior que a [corante] e, portanto a constante observada será uma
constante de pseudo primeira ordem.

V = k [OH-] [corante]
Como [OH-] >> [corante]  [OH-] ~ constante e
V = kobs [corante] onde kobs = k [OH-]

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy