Entendendo Os Flip Flops
Entendendo Os Flip Flops
Os Flip-Flops são componentes que, além de serem responsáveis por inspirar o nome da FilipeFlop, são
extremamente importantes dentro do mundo da eletrônica digital e com toda certeza todo Maker irá esbarrar
com um ao longo de seus projetos.
Se você não entende muito bem de eletrônica digital básica e Lógica Booleana, eu recomendo a leitura do
artigo Circuitos Lógicos – Lógica Booleana em CI’s, onde eu explico melhor sobre e irá lhe ajudar no entendimento
deste artigo.
Os FF’s (Flip-Flops) são normalmente componentes pulsados baseados em um Circuito Sequencial, circuito cujo
sinal de saída depende diretamente do estado atual do componente.
Os FF’s são, por sua vez, circuitos lógicos capazes de armazenar um dado de 1 Bit, sendo considerados as formas
mais simples de memória dentro da eletrônica. Considerados a base para a montagem de circuitos contadores,
somadores, registradores e entre diversas outras lógicas, os FF’s são componentes importantíssimos dentro da
eletrônica digital.
Com os FF’s somos capazes de construir circuitos mais complexos como memórias, contadores, registradores de
deslocamento e ULA’s (Unidades Lógicas Aritiméticas) entre outros diversos tipos de circuitos, como veremos
mais para frente.
O FF é comumente representado por um bloco lógico contendo duas saídas (Q e ~Q) e duas ou três entradas,
sendo o mais comum duas entradas de dados e uma de controle chamada Clock.
OBS Importante: Na eletrônica digital, comumente utilizamos a simbologia de um sinal contrário do seu sinal
original com uma barra em cima, tal como:
Entretanto, por questões de formatação do texto, vamos utilizar a terminologia do sinal barrado como sendo um
til antes do sinal, desta forma:
Flip-Flop RS básico
O FF RS é o tipo mais básico e com o funcionamento mais simples de se entender. O seu nome é devido a suas
duas entradas, a Set e a Reset, responsáveis por alterar diretamente os estados das saídas.
Figura 2 – Lógica por trás de um Flip Flop
Como podemos observar na Figura 2, o circuito lógico de um FF é composto por duas malhas de realimentação, o
que permite que a saída anterior influencie diretamente na próxima saída.
Vamos olhar a tabela verdade deste carinha para entender melhor, mas ao invés de tratar a tabela verdade com
apenas as entradas, vamos criar uma nova coluna contendo o estado anterior do FF.
Flip-Flop JK
O FF JK é um dos mais utilizados na eletrônica, pois diferente do RS ele tem o tratamento para o caso onde S=1 e
R=1. No caso do FF JK, as entradas possuem nomes diferentes, onde o pino S será o J e o R será o K.
Nós falamos que o circuito do FF é realimentado, pois a sua saída faz parte dos pinos de entrada na porta NAND.
No caso do FF JK, o circuito possui “dupla realimentação”, onde o circuito do JK constitui um circuito de RS
realimentado por uma nova porta NAND
Olhando um único circuito do FF JK não tem diferença entre o os pinos de J e Preset ou K e Clear, visto que eles
possuem a mesma funcionalidade, mas em sistemas mais complexos se faz necessário a utilização destes pinos,
visto que o Preset e o Clear não são influenciados pelo sinal de clock.
Flip-Flop JK Mestre-Escravo
Os FF JK Mestre-Escravo são circuitos mais complexos que eliminam um problema que ainda não falamos neste
post: Caso as entradas do circuito mudem durante a duração do pulso de clock as saídas também irão variar de
acordo com as entradas, funcionando como um FF RS durante o pulso do clock. O JK Mestre-Escravo possui um
circuito que impede isso de acontecer, onde o circuito é dividido em 2 partes:
Figura 9 – Flip-Flop JK Mestre-Escravo com Preset e Clear
Este FF possui um circuito JK atuando como mestre e um circuito RS atuando como escravo atuando com o pulso
de clock invertido em ambos, logo quando o clock for 1, existe a passagem das entradas J e K para o circuito de
entrada do RS, entretanto estas saídas só irão ser registradas no circuito RS quando o Clock for para 0,
bloqueando o circuito Mestre e fazendo o circuito de Escravo comutar para as saídas armazenadas no circuito
Mestre. Este funcionamento retira a possibilidade de as saídas do FF comutarem diversas vezes com os pulsos na
entrada oscilantes, fazendo o FF armazenar somente o último estado das entradas na borda do pulso de Clock.
Flip-Flop tipo T
O FF tipo T nada mais é do que um FF JK com uma única entrada interligadas, implicando que J=K:
Com o projeto mais básico, vamos iniciar com um contador de pulsos. O circuito consiste em vários FF’s tipo T
interligados em série com as saídas Q conectadas ao pino de Clock do FF seguinte.
A teoria pode parecer um pouco complicada, mas você pode replicar este projetinho e analisar com LED’s, vendo
o impacto que teria as saídas em cada LED. Para este projeto, utilize um CI 555 para gerar o sinal de Clock e
adicione os CI’s FF tipo JK 4027. Caso queira saber um pouco mais sobre o 555, recomendo a leitura do
post Entendendo o 555 – O canivete suíço da eletrônica.