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ENTRAVES E PERSPECTIVAS NO PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO DA


GESTÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA

Milca Jorge de Souza1


Márcia Cristiane Kravetz2

RESUMO

Esse artigo constitui-se de uma análise do processo de descentralização da gestão


ambiental, tendo como base o município de Altamira, localizado no Estado do Pará.
Buscou-se identificar os principais aspectos legais relacionados ao processo de
descentralização da gestão ambiental para os municípios, e caracterizar a gestão
ambiental no município de Altamira, identificando os principais avanços e limitações
que dificultam o desempenho da gestão ambiental pelo poder municipal. Apesar de
ainda incipiente, o município de Altamira já exerce uma gestão ambiental plena, ou
seja, está habilitado para realizar o licenciamento ambiental das atividades de
impacto local. Possui um arcabouço legal instituído com as principais leis
ambientais, todavia enfrenta ainda diversas dificuldades, como a estruturação de
corpo técnico suficiente para atender a extensão territorial do município; a
insuficiência de recursos financeiros e a articulação com outros órgãos de meio
ambiente no desempenho de suas ações. Para desempenho de uma gestão
ambiental eficiente devem ser considerados princípios básicos que garantam o
desenvolvimento sustentável do município de forma a considerar, não somente a
vertente ambiental, mas também o social e econômico, valorizando a participação
efetiva da sociedade local nas decisões e no processo de controle ambiental.

Palavras-chave: Gestão ambiental. Descentralização. Meio ambiente.

1. INTRODUÇÃO

Os impactos sobre o meio ambiente têm se tornado cada vez mais intenso,
sejam ligados à forma de ocupação e intensidade de uso do solo, sejam
relacionados à falta de saneamento básico, a expansão urbana em áreas de risco, a
poluição industrial, a poluição do ar e da água, entre outras inúmeras formas de
degradação ambiental.

1
Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal do Pará, Aluna do Curso MBA em Gestão
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável da FACINTER.
2
Gestora Ambiental formada pela Faculdade Integradas Camões/PR. Especialista em Ecologia
Urbana: Construindo a Cidade Sustentável pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Pós-
graduanda em Formação de Docentes e de Orientadores Acadêmicos em EAD – Grupo Uninter.
Orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso do Grupo Uninter.
2

A preservação do meio ambiente e a busca pelo desenvolvimento com bases


ecologicamente sustentáveis têm caracterizado um desafio para os diversos estados
brasileiros. É indispensável e urgente a formulação e pactuação com diferentes
agentes de uma política de meio ambiente, que apresentem metas concretas de
preservação e prevenção de crises ambientais.
De acordo com a CNM (2009) “existem muitos recursos para se evitar crises
ambientais e as ações podem partir do nível local”. O município, nesse contexto, é o
espaço em que os problemas são vivenciados de forma direta, e pode ser
considerado assim, a esfera em que essa percepção ambiental é mais facilmente
notada, podendo ser mais facilmente resolvida.
Nesse contexto destaca-se a importância da descentralização da gestão
ambiental, principalmente entre estados e municípios, para que os municípios
possam assumir com maior eficácia a gestão ambiental local.
Todavia, apesar das determinações legais que tornam os entes federativos
União, Estados e Municípios habilitados para assumirem a gestão ambiental, sua
efetivação ainda constitui um desafio, pois grande parte dos municípios ainda não
possui a estruturação adequada para exercer uma gestão ambiental eficiente.
Diante do exposto, o presente artigo tem por objetivo a análise e avaliação do
processo de descentralização da gestão ambiental, tendo como base o município de
Altamira, no estado do Pará. Este trabalho busca ainda, identificar quais os
principais entraves e perspectivas para o desenvolvimento de uma gestão ambiental
eficiente no município de Altamira.
Para alcançar os objetivos propostos neste trabalho, foi realizado um
levantamento bibliográfico contemplando os principais aspectos da legislação
ambiental e os principais instrumentos pertinentes à descentralização da gestão
ambiental. Para obtenção dos dados e informações referentes à gestão ambiental no
município de Altamira, entrou-se em contato com a secretaria Estadual de Meio
Ambiente do Pará – SEMA, e com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de
Altamira - SEMAT, sendo também realizadas consultas a livros, teses, artigos e
informações disponibilizadas nos sites do ministério do meio Ambiente e da
Confederação Nacional de Municípios.
3

2. ASPECTOS LEGAIS DO PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO DA GESTÃO


AMBIENTAL

Para entender o processo de descentralização da gestão ambiental faz-se


necessário primeiramente sintetizar o processo de gestão ambiental no Brasil.
De acordo com Bordalo (2007) o desenvolvimento da política ambiental no
Brasil, esteve organizada em três fases. A primeira fase denominada período
conservacionista, em que as ações ambientais foram implementadas entre as
décadas de 1930 e 1970; a segunda, a fase político-institucional ocorrida durante os
anos de 1980; e a última fase, já nos anos de 1990, em que a gestão ambiental
assume um caráter mais descentralizado e participativo.
Conforme Bordalo (2007, p.118)

As primeiras ações ambientais no Brasil foram desenvolvidas na década de


30, como a criação do Código das Águas em 1934 e o Código Florestal, que
levaram a adoção de normas para apropriação e exploração dos recursos
hídricos e florestais, seguidas mais tarde, por outras, como a criação da
legislação de proteção do patrimônio histórico e artístico nacional (1937), o
Código da Pesca (1938) e do Código de Mineração (1940).

Contudo, os principais marcos normativos em que se insere a


descentralização da gestão ambiental no Brasil refere-se à Constituição Federal, que
incumbe ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e atribui competência ambiental comum entre
União, Estado, Distrito Federal e Municípios; e a Lei 6.938/1981, que dispõe sobre a
Política Nacional de Meio Ambiente, e estabelece instrumentos políticos de gestão
ambiental.
Diferentemente de outras leis a Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA
estabelece a distribuição e descentralização da gestão ambiental entre os níveis de
governo, ou seja, distribui competências entre os órgãos federais, estaduais e
municipais, e não mais obedecendo a política econômica, como era de costume.
(TOZI, 2007, p.22).
A PNMA veio estabelecer também as principais bases para a gestão
ambiental, tanto no âmbito da união, como no âmbito dos municípios, estabelecendo
competências entre os diversos níveis de governo.
Conforme Bordalo (2007, p. 120)
4

A PNMA instituiu como instrumentos institucionais à gestão ambiental, o


Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) com a finalidade de
agrupar dentro dos mesmos princípios e normas todos os órgãos
ambientais da União, dos estados e dos Municípios, contudo, mesmo que
propusesse a participação do Estados e Municípios, ainda mantinha-se
bastante centralizado na União.

Integram o SISNAMA os órgãos e entidades da União, Estados, Municípios,


Distrito Federal e as instituições do poder público responsáveis pela gestão
ambiental. Cada órgão e entidade componente do SISNAMA desempenham
funções específicas.
Os principais instrumentos que constam da PNMA são até hoje aplicados no
Brasil, como: Padrões de Qualidade Ambiental; Zoneamento Ambiental
(posteriormente denominado Zoneamento Ecológico econômico); Avaliação de
Impactos Ambientais; Licenciamento e revisão de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras; Sistema Nacional de Informações Ambientais e Sistema
de Unidades de Conservação. (Magrini, 2001).
Todavia, apesar da Política Nacional de Meio Ambiente propor a participação
dos estados e municípios no processo de gestão ambiental, e haver modificado as
estruturas ambientais no sentido de redefinir competências, não havia um
crescimento do envolvimento dos estados e municípios, e a gestão ambiental ainda
mantinha-se bastante centralizada na União.
Sob este aspecto a promulgação da Constituição Federal de 1988 veio
representar um grande avanço no processo de consolidação da gestão ambiental no
Brasil. Pela primeira vez na história legislativa brasileira, foi dedicado um capítulo
próprio sobre o meio ambiente.
De acordo com Magrini (2001) a Constituição de 1988 veio reforçar a política
ambiental brasileira, além de atribuir aos municípios maior autonomia nas questões
ambientais. Para Ferreira (2003) apud Bordalo (2007) “a constituição Federal de
1988 foi o principal marco da ação pública para o meio ambiente, uma vez que foi
resultada da conscientização e mobilização da sociedade brasileira”.
A Constituição Federal de 1988 apresenta um capítulo próprio sobre o meio
ambiente, imprimindo novos desafios políticos e organizacionais à administração
pública, no que se refere à competência e proteção ao meio ambiente. Essas
competências passaram a ser responsabilidade da União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e também da coletividade. Conforme prescreve o artigo 225: “Todos têm
5

direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e


essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (BRASIL,
1988)
Compilando o texto constitucional verificar-se-á uma abertura no sentido da
descentralização política, conferindo autonomia aos municípios, que passaram a
assumir questões referentes à saúde, habitação, educação, saneamento básico,
transporte, segurança e mais recentemente ao meio ambiente que eram tratadas
quase exclusivamente pela união e pelos estados.
A divisão de competências entre os entes federados, em regra, foi definida a
partir do princípio da predominância do interesse, segundo o qual competem à União
as matérias em que predomine o interesse nacional, aos Estados, as de interesse
regional e, aos Municípios, as de interesse local. Compete aos municípios, portanto,
legislar sobre assuntos de interesse local, suplementar a legislação federal e
estadual, no que couber, e promover no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação
do solo urbano.
Outro aspecto importante relacionado ao processo de descentralização da
gestão ambiental refere-se a regulamentação das atribuições quanto ao
licenciamento ambiental definido na resolução CONAMA N° 237/1997.
Essa resolução veio reforçar e fortalecer a competência dos municípios para
exercer, de forma plena, a gestão ambiental dando-lhe o poder para licenciar
empreendimentos, projetos e atividades com implicações ambientais locais. Em seu
artigo 6°, a referida resolução estabeleceu que compete ao órgão municipal, ouvidos
os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal o licenciamento
ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas
que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.
Ocorre, porém, que para desempenhar seu papel de gestor de meio ambiente
e exercer sua competência quanto ao licenciamento ambiental, os municípios devem
estar organizados. É necessário que eles possuam legislação ambiental, Conselho
Municipal de Meio Ambiente estruturado e possuir um quadro de profissionais
multidisciplinar para desempenhar as funções que lhe forem atribuídas. O poder
público deve preocupar-se também em criar e aprovar leis ambientais necessárias
para instituir o Sistema Municipal de Meio Ambiente – SISMUMA que de acordo com
6

Milaré (1999), trata-se de “um conjunto de estrutura organizacional, diretrizes


normativas e operacionais, implementação de ações gerenciais, relações
institucionais e interação com a comunidade”.

2.1 Gestão Ambiental no Pará

A evolução da Gestão ambiental no Estado do Pará ocorreu de forma


relativamente semelhante com o modelo nacional. Evidentemente este processo
iniciou-se mais tardiamente e foi marcado, por especificidades culturais,
econômicas, e, sobretudo políticas.
Para Bordalo (2007, p.122) a gestão ambiental no Estado do Pará pode ser
dividida em três fases: a primeira “a embrionária”, teve início na década de 70 e foi
marcada pela forte influência do modelo conservacionista, terminando no final dos
anos oitenta, já sob as diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente e das
Resoluções do CONAMA. A segunda fase, a de “consolidação”, ocorreu durante a
década de 1990, pela criação do Conselho Estadual de Meio Ambiente, e a
implantação definitiva da SECTAM - Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e
Meio Ambiente, atualmente SEMA-Secretaria Estadual de meio Ambiente, adotando
posteriormente um modelo de gestão descentralizado, integrado e participativo, bem
como a promulgação da lei Ambiental do Estado em 1995. E por ultimo, já no início
do século XXI, a terceira fase, em que a gestão ambiental inicia o processo de
institucionalização em seis municípios.
Embora a política Nacional de meio Ambiente e O SISNAMA já houvesse sido
instituído no ano 1981, na prática ainda não haviam sido efetivados no estado do
Pará. Somente 10 (dez) anos após a instituição do SISNAMA e da aprovação da
Política Nacional de Meio Ambiente, deu-se início ao processo de criação e
transformação das estruturas organizacionais governamentais com a definição dos
marcos legais dos temas relacionados ao meio ambiente no Estado.
A constituição do estado do Pará foi promulgada em 1989 e a exemplo da
Constituição federal, dedicou um de seus capítulos para tratar das questões
relacionadas ao meio ambiente. Em seu artigo 253, a Constituição Estadual
assegura a participação popular em todas as decisões relacionadas ao meio
ambiente e o direito à informação sobre essa matéria, no entanto ela não trata de
forma clara sobre a descentralização da gestão ambiental.
7

A consolidação da gestão ambiental no estado ocorreu somente nos anos 90,


pela Lei n° 5.610 de 20 de novembro de 1990, que criou e colocou em
funcionamento o Conselho Estadual de Meio Ambiente (COEMA) e implantou em
1991, a SECTAM, atualmente SEMA, e posteriormente em 1995 em que foi
promulgada a Lei Ambiental do Estado, Lei nº 5887/1995, dispondo sobre a Política
Estadual de Meio Ambiente.
A Política Estadual de Meio Ambiente veio reforçar os princípios da Política
Nacional, além de instituir o SISEMA - Sistema Estadual de Meio Ambiente para
executar a lei. Além disso, foi criado também o Fundo Estadual de Meio Ambiente,
de caráter contábil, autônomo, mas tendo unidade orçamentária vinculada a SEMA,
cujos objetivos definidos no artigo 147, consistem em:

Financiar planos, programas, projetos, pesquisas e tecnologias que visem


ao uso racional e sustentado dos recursos naturais, bem como a
implementação de ações voltadas ao controle, à fiscalização, à defesa e à
recuperação do meio ambiente, observadas as diretrizes da Política
Estadual de Meio Ambiente. (PARÁ, 2005)

Deve-se ressaltar, que apesar da Secretaria Estadual de Meio Ambiente


haver sido criado em 1991, somente em 1995 ela foi efetivamente implantada, assim
como a lei que rege a Política Ambiental no Estado (Lei N° 5887/1995) foi
sancionada apenas em maio de 1995. Dessa forma os instrumentos de execução da
política ambiental do estado do Pará ainda apresenta caráter bastante incipiente.
Contudo, um grande esforço vem sendo empreendido no desenvolvimento de
políticas que combatam o passado descomprometido do estado com o meio
ambiente. O governo do estado, a partir de 2003, tem tratado com prioridade as
questões relativas a gestão ambiental, definindo algumas linhas prioritárias de ação,
dentre as quais, a descentralização da gestão ambiental.

2.2 Descentralização da gestão ambiental no estado do Pará

Considerando a imensidão territorial do Estado do Pará, as especificidades


das questões ambientais de seus municípios e as diversas naturezas dos problemas
ambientais enfrentados pelo estado, é inquestionável a necessidade de
descentralização da gestão ambiental para os municípios.
8

Conforme descrito no site institucional da SEMA (2010), o Processo de


descentralização da gestão ambiental no Estado teve início a partir da
Desconcentração da Gestão Ambiental, com a implementação de Unidades
Regionalizadas para apoiar o processo de Descentralização da Gestão Ambiental.
O primeiro instrumento legal a disciplinar a descentralização da gestão
ambiental no Estado do Pará foi a resolução COEMA nº 079 de 02 de julho de 2009,
que dispõe sobre o Programa Estadual de Gestão Ambiental Compartilhada com fins
ao fortalecimento da gestão ambiental, mediante normas de cooperação entre os
Sistemas Estadual e Municipal de Meio Ambiente. A resolução define também as
atividades consideradas de impacto ambiental local para fins do exercício da
competência do licenciamento ambiental municipal.
Conforme critérios estabelecidos na resolução COEMA n° 79/2009 são
condições para celebração de convênio de descentralização e conseqüentemente
para exercer a competência do licenciamento ambiental, os municípios:

 Ter implantado Fundo Municipal de Meio Ambiente;


 Ter implantado e em funcionamento Conselho Municipal de Meio
Ambiente, com caráter deliberativo, tendo em sua composição, no mínimo,
50% de entidades não governamentais;
 Possuir nos quadros do órgão municipal do meio ambiente, ou a
disposição do mesmo, profissionais legalmente habilitados para a realização
do licenciamento ambiental, exigindo a devida Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART), ou conselho.
 Possuir servidores municipais com competência e habilidade para
exercício da fiscalização ambiental;
 Possuir legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental e
as sanções administrativas pelo seu descumprimento;
 Possuir Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o Município com
população superior a 20.000 habitantes, ou Lei de Diretrizes Urbanas, o
Município com população igual ou inferior a 20.000 habitantes;
 Possuir Plano Ambiental, aprovado pelo Conselho Municipal de Meio
Ambiente, de acordo com as características locais e regionais.

Em 2010 foi publicada a Lei 7.389 de 31 de março de 2010 que veio definir e
regulamentar as atividades consideradas de impacto ambiental local no Estado do
Pará. A referida lei ampliou as atividades contidas na resolução COEMA n° 79/2009,
delegando aos municípios a competência para licenciá-las, de acordo com o porte e
potencial poluidor degradador da atividade e/ou empreendimento.
A publicação desta lei simplificou o processo de descentralização do
licenciamento para os municípios ao definir claramente as atividades e
empreendimentos que podem ser delegadas aos municípios.
9

Através de apoio técnico e recursos oriundos do Fundo Estadual de Meio


Ambiente - FEMA, a SEMA vem executando o programa de descentralização da
gestão ambiental, objetivando desenvolver, junto aos municípios, ações de
assessoramento e instrumentalização para estruturação dos sistemas municipais de
meio ambiente, de forma que os municípios possam desenvolver suas competências
constitucionais. De acordo com a SEMA, até abril de 2010, de um universo de 143
municípios, 26 municípios já estavam exercendo a gestão ambiental plena no
Estado do Pará: Alenquer, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Belém, Concórdia do
Pará, Eldorado dos Carajás, Goianésia do Pará, Itaituba, Marabá, Marituba, Moju,
Paragominas, Ourilândia do Norte, Parauapebas, Portel, Rondon do Pará, Santa
Izabel do Pará, Santarém, Santa Maria das Barreiras, São Felix do Xingu, Tailândia,
Tomé-Açu, Tucumã, Tucuruí e Xinguara.
Apesar do número de municípios que já estão exercendo a gestão ambiental
ser ainda pequeno, esse processo representa um grande avanço na gestão
ambiental do Estado do Pará, pois devido a imensidão territorial do Estado, e seus
problemas de naturezas múltiplas e complexas a SEMA enfrenta enormes
dificuldades no desempenho de suas atribuições, limitando, dessa forma a
capacidade de atuação do Estado.

3. ANÁLISE DO PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO DA GESTÃO


AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA

3.1 Descrição da Área de Estudo

O município de Altamira pertence a messoregião Sudoeste Paraense e a


microrregião Altamira. Localiza-se a cerca de 700 Km da capital do Estado e limita-
se ao norte com o município de Vitória do Xingu, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará,
Placas e Rurópolis; a Leste com os municípios de Senador José Porfírio, São Félix
do Xingu e Vitória do Xingu; ao Sul com o Estado do Mato Grosso e a Oeste com
Trairão, Itaituba e Novo Progresso.
De acordo com dados do IBGE (2010), o município possui uma extensão de
159.533 km2 e uma população de 105.030 habitantes.
10

Altamira é a cidade mais importante da região, sendo considerado o município


pólo, em termos de transporte, acessibilidade geográfica, ofertas de serviços
públicos e particulares, entre outros fatores.
A origem do município está relacionada a três fatores históricos: à
colonização das missões jesuíticas, na primeira metade do século XVIII; à extração
da borracha até a metade do século XX e; ao processo de abertura da fronteira
amazônica que teve início a partir da década de 1970. Em 1961, e posteriormente
em 1991 o município de Altamira desmembrou-se e deu origem aos municípios de
Senador José Porfírio, São Félix do Xingu, parte do município de Brasil Novo, Vitória
do Xingu e Porto de Moz.
O processo de urbanização do município acelerou-se com a abertura da
Transamazônica e a população cresceu rapidamente, em função do processo
migratório estabelecido neste período. Foram criadas ao longo dos anos dezenas de
assentamentos de reforma agrária e conseqüentemente as atividades de agricultura,
pecuária, e o desflorestamento aumentaram significativamente na região.
O município apresenta uma elevada potencialidade para exploração dos seus
recursos naturais, com vocação para atividades de agricultura, pecuária e florestal,
constituindo a base econômica do município.
A exploração econômica dessas atividades tem se caracterizado por ser uma
base produtiva fortemente centrada na exploração primária dos recursos naturais,
com baixo nível de verticalização industrial. Além disso, a forma como estas
atividades vêm sendo desenvolvidas tem causado grandes impactos ambientais,
como a degradação das florestas, do solo, assoreamento dos rios e redução da
biodiversidade, com perda de populações vegetais.
Ao longo das últimas décadas houve uma devastação dos recursos naturais
desse município, sobretudo, devido a supressão da vegetação para implantação de
pastagens concomitantemente à atividade madeireira realizada de forma não
manejada.
Assim como os demais municípios da Região Amazônica, Altamira vem
enfrentando nos últimos anos uma série de problemas ambientais causados pela
ocupação desordenada dos ecossistemas, crescimento populacional sem
planejamento, desmatamentos, e principalmente o uso inadequado dos recursos
hídricos provocando a contaminação e assoreamento de igarapés e degradação das
11

áreas de preservação permanente, geralmente em função da ocupação de áreas


alagadas impróprias para essa finalidade.
Até bem pouco também, Altamira não dispunha da presença do órgão
ambiental estadual e municipal. As políticas de incentivos e esclarecimentos sobre a
questão ambiental eram totalmente inexistentes. Somente no de 2001 foi criada
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo no Município – SEMAT, e em
2008 foi implantada a Unidade Regionalizada da Sema em Altamira. Esse fator, sem
dúvida contribuiu para situação de degradação ambiental existente no município,
tendo em vista a dificuldade de acesso a serviços de licenciamento, informações
ambientais e a ausência de projetos voltados à educação ambiental.

3.2 Gestão Ambiental no Município

A gestão ambiental pública no município de Altamira está sob a


responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMAT - órgão de
coordenação, controle e execução da política ambiental do município.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Altamira foi criada em
2001 mediante a publicação da Lei 1.483/2001. Todavia, vale ressaltar que em
1997, através da Lei nº 1.374, foi criada a Coordenadoria de Meio Ambiente
composta de uma Divisão de Fiscalização do Meio Ambiente e uma Divisão de
Turismo. Essa Coordenadoria permaneceu formalmente vinculada à SEMAGRI –
Secretaria Municipal de Agricultura até dezembro de 2001, quando fora sancionada
a Lei de Criação da SEMAT.
Apesar de ser legalmente criada em 2001, a SEMAT, permaneceu vinculada
à SEMAGRI até maio de 2005, funcionando apenas como Coordenadoria, e
somente a partir de 2010 o município passou a exercer a Gestão Ambiental plena,
ou seja, passou a estar legalmente habilitado para realizar o licenciamento ambiental
das atividades de impacto local.
Altamira é um dos poucos municípios do Estado que possui a maior parte dos
instrumentos de gestão na área ambiental, atendendo a vários dos requisitos
considerados importantes para desempenho da gestão municipal. Dentre esses
requisitos destaca-se a existência do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Plano
Diretor, Legislação ambiental própria, Agenda 21 instituída, recursos financeiros e
12

capacidade institucional com quadro de profissional mínimo para desempenho das


atividades de licenciamento e fiscalização.
As principais atividades desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Meio
Ambiente estão relacionadas: à licenciamento de atividades consideradas de
impacto local, fiscalização, vistorias e campanhas educativas.
Em relação a legislação ambiental do município destacam-se a seguir
principais leis ambientais já em vigor.

3.2.1 Código de Posturas do município

Publicada em 08 de dezembro de 2003, através da Lei n° 1.514, o código de


postura do município de Altamira dá providências quanto a preservação e
conservação do meio ambiente, higiene pública, localização e funcionamento de
estabelecimentos comerciais, transporte e habitações, publicidade e propaganda,
indústrias e prestadoras de serviços, bem como as correspondentes relações
jurídicas entre o poder público Municipal e os munícipes.
O código de postura trata, portanto, das questões de interesse local
notadamente aquelas referentes ao uso dos espaços públicos, ao funcionamento de
estabelecimentos, à higiene e ao sossego público. È a lei municipal que estabelece
critérios para o desenvolvimento de qualquer atividade dentro do município definindo
as prioridades para estabelecer empreendimentos, construir, fazer loteamentos,
entre outras.

3.2.2 Plano Diretor de desenvolvimento e Expansão urbana

O plano diretor do município de Altamira foi criado pela Lei n° 1.515, de 16 de


dezembro de 2003. Trata-se de uma lei municipal que estabelece diretrizes para a
adequada ocupação do município, estabelecendo as normas necessárias à
implementação da política urbana.
O Plano Diretor municipal abrange diretrizes e prioridades de cunho social,
econômico e ambiental tratando de questões relativas ao desenvolvimento e
expansão urbana, o direito de construir, e faz referência a outros instrumentos
jurídicos para a aplicação efetiva de seus objetivos, como a lei de ocupação e uso
do solo; Lei de parcelamento do solo, código de edificações e código de postura,
13

bem como prevê o acompanhamento e controle para evitar que o mesmo se torne
ineficiente.

Conforme o seu artigo primeiro tem como finalidade: promover o


desenvolvimento e a expansão urbana de Altamira com a melhoria da
qualidade de vida de seus habitantes, cumprindo o que determinam a
Constituição Federal e Estadual e a Lei Orgânica do Município de Altamira,
mediante o desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, da preservação ambiental, do fortalecimento de sua
base econômica, da organização do espaço urbano e do sistema de
planejamento e gestão democrática por meio da participação popular e de
associações representativas (ALTAMIRA, 2006).

O Plano Diretor constitui-se em um instrumento importantíssimo para a gestão


urbana do município, pois estabelece as diretrizes para o adequado
desenvolvimento das cidades.

3.2.3 Lei 1.528 de 26 de março de 2004

Esta lei Institui o conselho municipal de meio ambiente – COMAM, órgão


deliberativo, consultivo e de assessoramento do poder público em políticas
ambientais.
O Conselho Municipal é um órgão criado para promover mudanças de hábitos
e comportamentos da população em relação à gestão do meio ambiente. Trata-se
de um instrumento de exercício de democracia e educação para cidadania, cujo
espaço destina-se à participação de órgãos públicos, setores empresariais e
políticos e as organizações da sociedade civil no debate e na busca de soluções
para o uso dos recursos naturais e solução de problemas ambientais.
O Conselho Municipal de Meio Ambiente de Altamira é composto por 10
representantes do poder público e da comunidade. Tem a função de opinar e
assessorar o poder executivo municipal, a Prefeitura, suas secretarias e o órgão
ambiental municipal nas questões relativas ao meio ambiente. Nos assuntos de sua
competência, é também um fórum para se tomar decisões, tendo caráter deliberativo
e consultivo.
A criação do conselho Municipal de Meio Ambiente abriu caminhos para que
administração desse início a um processo mais consolidado de gestão ambiental,
pois confere a participação política direta da população e estimula a criação de
mecanismos para melhor execução da política ambiental municipal.
14

3.2.4 Código Ambiental

O código ambiental do município de Altamira foi instituído pela Lei n° 1.765 de


19 de setembro de 2007, e dispõe sobre a política municipal de meio ambiente, o
uso adequado e sustentável dos recursos naturais e cria o Fundo Municipal de Meio
Ambiente (FMA)
O código ambiental de Altamira foi elaborado de forma a conter as diretrizes
para implementação da Política Ambiental para o município bem como uma proposta
de Sistema de Gestão para o Meio Ambiente, disponibilizando instrumentos legais
que visem a sistematização das ações para efetiva proteção do meio ambiente.
Dentre os tópicos contemplados por esta lei estão: a estruturação do sistema
municipal de meio ambiente; os instrumentos da política municipal de meio
ambiente: Plano de ação integrado, zoneamento Ecológico-Econômico, espaços
territoriais especialmente protegidos, monitoramento, educação ambiental,
participação popular e direito a informação, licenciamento ambiental, avaliação
prévia de impactos ambientais, audiências públicas; fiscalização ambiental; da
qualidade ambiental e do controle da poluição em todas as suas formas e das
infrações administrativas.
Sem dúvida, a aprovação do código ambiental do município de Altamira
impulsionou as ações relacionadas à gestão ambiental no município, tendo em vista
as definições de atribuições e diretrizes para implementação de uma política
ambiental efetiva no município.

4. AVANÇOS E DESAFIOS PARA GESTÃO AMBIENTAL EM ALTAMIRA

Nos últimos anos o município de Altamira apresentou uma melhoria


significativa no que diz respeito ao crescimento das estruturas municipais para
desempenho da gestão ambiental e conseqüentemente a questão ambiental passou
a fazer parte do município com maior ênfase.
O município tem buscado estruturar-se para implementar de forma eficaz um
sistema de gestão ambiental em termos políticos, técnicos e operacionais. Altamira
criou, a partir do ano de 2003, uma série de leis ambientais que o
instrumentalizaram para assumir a gestão ambiental municipalizada. É um dos
15

poucos municípios da região norte que possui estruturada e em funcionamento uma


secretaria municipal de meio ambiente responsável pelas atividades de gestão
ambiental, conselho municipal de meio ambiente e um arcabouço institucional legal
com leis específicas sobre a política municipal de meio ambiente, uso e ocupação do
solo e Plano Diretor. Sobretudo é um dos poucos municípios do estado a exercer a
gestão ambiental plena, com termo de descentralização firmado com a Secretaria
Estadual de Meio Ambiente.
Indubitavelmente, a criação das referidas leis, e a descentralização da gestão
ambiental introduziram novos instrumentos de gestão, buscando integrar aspectos
qualitativos e quantitativos relativos ao gerenciamento dos recursos naturais no
município.
Todavia, convém ressaltar que a gestão ambiental no município ainda
encontra-se bastante incipiente. É fato que existe uma lacuna na gestão ambiental
do município, não relacionada a existência de instrumentos e marcos regulatórios,
mas sim a um problema de visão sobre a gestão ambiental, tanto do poder público
como da população.
Por outro lado Altamira é um município muito extenso, com uma diversidade
sócio-econômica, cultural e ambiental enorme, e possui um quadro com poucos
profissionais técnicos, para atender a extensa área territorial com limitados recursos
financeiros.
No que tange aos problemas ambientais, a situação é complexa, pois trata-se
do acúmulo de problemas, resultados de anos de descaso com as questões
ambientais.
Os principais obstáculos para aplicabilidade dos instrumentos de gestão
ambiental no município estão relacionados a recursos financeiros escassos, a
fragilidade do arcabouço institucional, a falta de uma base sólida de dados
ambientais e a carência de profissionais técnicos necessários à prática de gestão
ambiental em todos os níveis.
Dessa forma dentre os diversos desafios para a gestão ambiental municipal
em Altamira, um dos principais é promover a educação ambiental de forma que
todos se conscientizem da importância e participação nesse processo, buscando
minimizar as conseqüências resultantes do passado descomprometido com as
questões ambientais no município.
16

Além disso, é necessário que o município amplie sua capacidade estrutural,


de forma a manter um quadro técnico multidisciplinar com pessoal capacitado,
estrutura operacional e recursos financeiros capazes de atender todo seu território,
tanto no âmbito urbano como no rural.
A ampliação dos serviços e da estrutura de fiscalização do município é um
desafio urgente, pois sua atuação ainda é bastante deficiente. É notório as
irregularidades ambientais presentes no município, como a ocupação de áreas
protegidas suscitando ocupação do solo de forma ambientalmente insustentável;
disposição inadequada de resíduos, ausência de tratamentos de esgotos, entre
outros inúmeros problemas urbanos e rurais.
Um outro importante desafio para a consolidação da gestão ambiental no
município diz respeito à articulação efetiva entre as diversas instâncias
governamentais e atores envolvidos. É necessário ainda, que haja um
aprimoramento das políticas ambientais do município, de modo a garantir o
desenvolvimento econômico e a sustentabilidade dos recursos naturais, bem como a
superação das disputas existentes entre os diferentes órgãos ambientais que atuam
no município, em geral de modo desarticulado.
E por fim é necessário que o Município amplie sua estrutura de licenciamento,
abrangendo maior número de atividade consideradas de impactos locais, definindo
padrões e procedimentos necessários para realização do licenciamento.
Somente com a implementação dessas mudanças é que as perspectivas
colocadas pela legislação municipal irão contribuir, de fato, para realização de uma
gestão ambiental eficaz.

5. CONCLUSAO

O desafio para descentralização da gestão ambiental para os municípios


reside na dificuldade de estabelecimento das estruturas organizacionais de meio
ambiente, necessárias ao desempenho das atribuições relativas à gestão ambiental
municipal.
O presente artigo buscou analisar o processo de descentralização da gestão
ambiental no município de Altamira, com efeito, a exposição dos resultados obtidos
permite que se compreenda, certo aspecto inerente à gestão ambiental da
localidade estudada.
17

O município de Altamira conta atualmente com uma Secretaria de Municipal


de Meio Ambiente, cujas atribuições estão relacionadas à gestão dos impactos
ambientais locais. Exerce a gestão ambiental plena e descentralizada
A gestão ambiental do município ainda é bastante incipiente, tendo em vista
que as mudanças ocorridas no município frente à gestão ambiental somente se
iniciaram a partir de 2003, com aprovação de leis ambientais até então inexistentes
no município.
Vale ressaltar que houve um grande avanço na formulação de normas e
diretrizes para gerir o meio ambiente em âmbito municipal. A maior parte dos
instrumentos, necessários à execução da Política Municipal de Meio Ambiente já
foram criados, embora alguns deles não sejam efetivamente aplicados.
Entretanto o processo de gestão ambiental no município de Altamira está
apenas se iniciando, há ainda alguns desafios e limitações que precisam ser
superados. A insuficiência de recursos financeiros e de pessoal para exercer
adequadamente as funções inerentes à gestão ambiental constitui um dos principais
obstáculos a serem superados dentro do processo de gestão ambiental
A descentralização da gestão ambiental no município de Altamira caracterizou
uma importante estratégia para reverter uma tendência altamente centralizadora do
modelo de gestão que até então vinha sendo desenvolvido no município. Todavia,
com a descentralização manteve-se a desintegração, ou seja, não há uma
articulação das ações entre os diversos níveis da administração pública, que agem
na maioria das vezes de forma isolada.
A complexidade dos problemas ambientais no município dificulta a ação pelo
poder municipal, o que requer uma atuação conjunta do poder público e da
sociedade. Sob este aspecto a educação ambiental e a participação assumem um
papel de destaque, seja na divulgação da legislação ambiental, seja na divulgação
de formas sustentáveis para o desenvolvimento de atividades utilizadoras de
recursos naturais.
Por fim é importante ressaltar que para o desempenho eficaz de uma gestão
municipal de meio ambiente, o município de Altamira deve garantir um permanente
processo de integração das áreas de planejamento físico-territorial e de meio
ambiente, através de revisões e aprimorações constantes de suas leis; realizar
parcerias com órgãos públicos e outras instituições para desenvolvimento de ações
voltadas ao meio ambiente e; promover o desenvolvimento sustentável incorporando
18

as questões sociais e econômicas e, sobretudo, a garantia da participação social


qualificada e efetiva nos processos decisórios.

REFERÊNCIAS

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Regional Sustentável. Altamira-PA, [s.n], 2006.

BORDALO, Carlos Alexandre Leão. Gestão Ambiental no Estado do Pará. In:


Gestão Ambiental: Desafios e experiências Municipais no Estado do Pará. Belém:
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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>.
Acesso em: 15 Novembro 2010.

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gestão ambiental, mediante normas de cooperação entre os Sistemas Estadual
e Municipal de Meio Ambiente, define as atividades de impacto ambiental local
para fins do exercício da competência do licenciamento ambiental municipal e
dá outras providências. Disponível em: <http://
www.sema.pa.gov.br/legislacao_coema>. Acesso em 25 outubro 2010.

CONAMA. Resolução n. 237, de 16 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão


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licenciamento ambiental. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3> Acesso em: 15
novembro 2010.

CNM – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS. Diagnóstico da


Municipalização do Meio Ambiente no Brasil. Outubro de 2009. Disponível em:
<http://portal.cnm.org.br/sites/9000/9070/Estudos/MeioAmbienteeAgricultura/
DiagnosticodaMunicipalizacaodoMeioAmbientenoBrasil.pdf> Acesso em: 25
novembro 2010.

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Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm. Acesso em 03
novembro 2010.

MAGRINI, Alessandra. Política e Gestão Ambiental: conceitos e instrumentos.


Revista Brasileira de Energia. Rio de Janeiro: SBPE – Sociedade Brasileira de
Planejamento Energético, v.8, n.2, 2001.

MILARÉ, Edis. Sistema Municipal do Meio Ambiente – SISMUMA: instrumentos


legais e econômicos. In: Revista de Direito Ambiental, n° 14, ano 04, São Paulo,
1999, p. 39.
19

PARÁ. Lei Ambiental do Estado do Pará: Lei n. 5.887, de 9 de maio de 1995 e


legislação complementar. Secretaria Estadual de meio Ambiente. Belém: SEMA,
2005.

SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente. [2010]. Disponível em:


<http://www.sema.pa.gov.br/interna.php?idconteudocoluna=36>. Acesso em: 05
novembro 2010.

TOZI, Shirley Capela. Municipalização da Gestão Ambiental: Situação Atual dos


Municípios do Estado do Pará. Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Geografia – PPGEO da Universidade Federal do Pará. Universidade
Federal do Pará, Programa de Pós Graduação em Geografia, Belém, 2007, p. 22.

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