Diego Salgado de Lima: A Propulsão Elétrica Nos Navios Mercantes
Diego Salgado de Lima: A Propulsão Elétrica Nos Navios Mercantes
RIO DE JANEIRO
2013
DIEGO SALGADO DE LIMA
Rio de Janeiro
2013
DIEGO SALGADO DE LIMA
Orientador (a):_______________________________________________________________
Professor
_________________________
Assinatura do Orientador
NOTA FINAL:____________
Aos meus pais, Carlos e Néia, aos
quais devo tudo em minha vida e à minha
namorada Amanda Neves que sempre me
apoiou em tudo.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho visa mostrar o sistema de propulsão elétrica usado pelo setor mercante.
Essa monografia tem o proposito de detalhar todos os equipamentos necessários para essa
operação, bem como mostrar as vantagens desse tipo de propulsão que ganha terreno no setor
marítimo, além de mencionar que aparece como solução para a redução de custos e de
emissão de poluentes.
This paper aims to show an electric propulsion system used by Merchant sector.
Moreover, this monograph has a purpose to detail all equipment necessary for its operation.
As well as shows the advantages of this type of propulsion which gains ground in the marine
world. Not to mention that it is seems to be a solution to spend and reduce the emission of
pollutants.
INTRODUÇÃO 09
2 PROPULSÃO ELÉTRICA 14
2.4 TRANSFORMADORES 20
2.5 TRANSMISSÃO 20
2.5.1 MECÂNICA 20
2.5.1.1 CONVENCIONAL 21
2.5.1.2 Z DRIVE 21
2.5.1.3 L DRIVE 21
2.5.2 PODDED 22
3 VANTAGENS 23
3.6 MANOBRABILIDADE 25
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 27
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INTRODUÇÃO
No início da década de 90, mais uma inovação no campo da propulsão elétrica foi
apresentada. A propulsão por PODs começou a ser instalada em navios quebra-gelo. Os PODs
possuem a capacidade de girar 360º e nele o motor elétrico fica submerso acoplado a um
hélice de passo fixo. Essa inovação aumentou a capacidade de manobra dos navios e
melhorou sua eficiência hidrodinâmica.
Fig.1:Esquema de um navio com propulsão elétrica e acionamento do hélice por linha de eixo
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CAPÍTULO 1
Entende-se por propulsão todo e qualquer meio que coloque uma embarcação em
movimento. Dentre os diversos tipos de propulsão podemos citar a propulsão a vela, a vapor,
mecânica e elétrica.
Cada tipo de sistema de propulsão teve sua época áurea, devido a fatores econômicos
foram desaparecendo ou aperfeiçoados. A criação de novas tecnologias pertimiu a elaboração
de sistemas cada vez mais econômicos e menos ruidosos.
A propulsão a vapor teve seu ápice no século XIX. Nesse sistema de propulsão, uma
caldeira produz vapor para movimentar uma turbina ou um motor a vapor que movimentava
inicialmente uma roda de pás que seria substituida pelo hélice.
A maioria dos MCPs de grande e médio porte utilizam tanto o óleo diesel quanto o
óleo pesado, o que é uma grande vantagem devido ao fato de o óleo pesado ser extremamente
barato, tornando viável o sistema de propulsão mecânica.
A propulsão elétrica ainda é recente no meio marítimo e não tão difundida quanto a
propulsão mecânica, mas ganha terreno a cada dia devido à eficiência e reduzidíssima
emissão de poluentes. Nesse sistema de propulsão, um motor elétrico alimentado por um
grupo de geradores de energia movimenta um hélice propulsor.
Por propulsão híbrida entende-se que é a existência de dois meios diferentes capazes
de prover movimento ao navio.
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Um dos sistemas propulsão híbrida mais antigos foi o de navios movidos a vela e a
remos, seguidos dos navios movidos a vapor e a vela.
O mar sempre representou uma importante fonte econômica. Os primeiros barcos que
se aventuraram na conquista dos mares eram movidos à vela e surgiram no Egito, Grécia e
Roma. Porém, com o ser humano desejando cada vez mais se afastar da costa, o primeiro
sitema de propulsão híbrida da história foi implementado, navios movidos a vela e a remos
surgiram suprindo a deficiência das velas redondas, que não permitinham que as embarcações
se movessem contra o vento. Essa limitação só teve fim com a invenção das velas latinas,
permitindo um maior afastamento da costa e travessias maiores e iniciando a navegação
marítima propriamente dita. Apesar de não haver gastos com combustível, as embarcações a
vela apresentavam velocidades limitadas o que tornavam demoradas as viagens.
velocidades maiores, mas ainda havia limitações quanto à carga útil dos navios, pois os
motores exigiam grandes quantidades de carvão. O surgimento do hélice, o aumento e
construção totalmente metálica dos navios, o surgimento da turbina a vapor e dos motores de
múltiplas expansões firmaram o vapor como meio de propulsão principal.
Apesar das vantagens dos motores a diesel, os espaços requeridos para suas
instalações ainda são grandes, ou seja, perde-se espaço de carga para instalações de máquinas.
O espaço requirido e peso de uma instalação do sistema de propulsão mecância são tão
grandes que o navio é projetado em função do MCP. Visando a redução dos gastos com
máquinas e aumento dos espaços criou-se a propulsão elétrica. Eliminando-se o MCP e todos
os sistemas necessários para o seu funcionamento libera-se muito espaço no navio que pode
ser utilizado para carga ou conforto da tripulação, além de reduzir a temperatura na praça de
máquinas, reduzir o nível de ruídos no navio, reduzir a emissão de poluentes e aumentar a
economia da embarcação.
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CAPÍTULO 2
PROPULSÃO ELÉTRICA
Num sistema de propulsão elétrica, a geração elétrica de bordo, além de suprir todos
os sistemas essenciais, ainda tem que alimentar os motores elétricos de propulsão.
A geração a diesel é a fonte de energia elétrica mais comum nos navios de todo o
mundo. Largamente difundidos no meio marítimo, esses geradores são movidos por um motor
de combustão interna do ciclo disel que podem utilizar tanto diesel marítimo quanto óleo
pesado, essa versatilidade oferece vantagens na operação e permite uma redução nos gastos
com combustível. Esses geradores também trabalham em sua rotação ideal possuindo uma
pequena variação de velocidade para evitar variações na frequência da rede elétrica,com isso a
vida util desses motores é otimizada.
A turbina a gás é uma máquina de combustão interna que trabalha no ciclo Brayton e
seu funcionamento é relativamente simples. O ar entra na turbina e é comprimido pelo
compressor, segue para a câmara de combustão onde o combustível se mistura com o ar
comprimido e é queimado, os gases provenientes da queima passam pela turbina e giram a
máquina que está acoplada a um gerador. São equipamentos extremamente eficientes e
entregam grandes potências, porém necessitam de um combustível de alta qualidade que torna
o seu funcionamento caro, além de exigir um compartimento com ventilação excelente, pois a
demanda de ar exigida para este equipamento é grande.
ampla faixa de rotação com torque constante e atualente há versões com potências de até
35Mw.
Fig.6: Motor com ímãs superficiais (esquerda) e Motor com ímãs Internos (direita)
O motor de ímãs internos ou pólos salientes possui ímãs montados internamente no
rotor. Devido à geometria do rotor, este tende a produzir saliência e indutâncias do eixo direto
e quadratura diferentes. Esta saliência produz torque de relutância que, somado ao torque
eletromagnético devido aos ímãs, produz um maior torque resultante. Os motores de ímãs
internos são capazes de funcionar em uma grande faixa de velocidades acima da nominal,
com potência constante.
O motor com ímãs superficiais também é conhecido como motor de pólos lisos, pois
as indutâncias do eixo direto e quadratura são praticamente iguais e constantes, apresenta uma
limitada capacidade de operar em velocidades acima da nominal, com potência constante,
devido à baixa indutância resultante do grande entreferro.
A curva V/f deve ser mantida de forma que proporcione ao motor um comportamento
adequado e que atenda à velocidade requisitada. O valor V/f pode ser parametrizado em um
motor ou controlado por computador, esta relação faz com que o motor consiga manter o
rendimento elevado em qualquer faixa de velocidade.
Existem dois meios de um inversor de frequência controlar esta curva, e são estes
meios que diferenciam os Inversores de Frequencia Escalares e os Vetoriais.
2.4 TRANSFORMADORES
2.5 TRANSMISSÃO
2.5.1 MECÂNICA
2.5.1.1 CONVENCIONAL
A transmissão convencional é a mais desvantajosa, pois não elimina nem reduz a linha
de eixo, bucha do eixo, a quantidade de mancais e o tradicional sistema de governo do navio
por leme.
2.5.1.2 Z DRIVE
A transmissão por Z Drive foi um dos primeiros tipos de transmissão a não utilizar a
tradicional linha de eixo. O motor fica montado na posição horizontal dentro do navio e é
conectado ao eixo do propulsor por meio de duas caixas de engrenagens.
Além de eliminar a linha de eixo, o Z Drive ainda elimina o sistema de governo por
meio de leme. Com duas caixas de engrenagens, o hélice propulsor pode ser posicionado em
qualquer posição, girando num ângulo de 360º, esse sistema de governo é chamado de
azimutal.
2.5.1.3 L DRIVE
Assim como o Z Drive, o L Drive também elimina a tradicional linha de eixo, porém
possiu a vantagem de só possuir uma caixa de engrenagem, reduzindo as perdas por
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transmissão. De fato, é a única diferença entre os dois tipos de transmissão junto com a
posição do motor.
2.5.2 PODDED
O POD foi desenvolvido para reduzir ainda mais as perdas por transmissão e são o que
há de mais moderno e eficiente no campo da propulsão elétrica. Nele o motor fica fora do
navio e abaixo da linha d’água, dentro de estruturas chamadas pods. O acoplamento do hélice
se dá diretamente no eixo do motor elétrico, assim elimina-se perdas com mancais de escora,
caixas de engrenagens e a linha de eixo.
CAPÍTULO 3
VANTAGENS
Um navio propulsado por um motor elétrico não apresenta esse problema, pois o
motor que irá mover o hélice pode trabalhar em qualquer velocidade mantendo o rendimento
elevado. Dessa forma não haverá mais perdas de combustível e nem de potência.
Estima-se que a eficiência energética da propulsão elétrica seja 17% maior em relação
à propulsão mecânica convencional. Pesquisas mostram que para um mesmo navio gaseiro,
durante um ano de operação, o sistema de propulsão elétrica obteve resultados e vantagens
melhores em relação à propulsão a vapor e mecânica convencional (Figura 12).
A visão de não poluição do meio ambiente por navios é cada dia mais difundida entre
a comunidade marítima. Um dos anexos da MARPOL trata da poluição do ar por navios e,
assim como todos os outros anexos, está se tornando mais rigorosa e cobrada com o passar do
tempo.
3.6 MANOBRABILIDADE
Enormes motores com cerca de oito metros de altuma por cinco de largura com a
enorme linha de eixo dão espaço aos de moteres elétrico que ocupam muito menos espaços e
se utilizados os sistemas Podded economiza ainda mais espaços. (Fig k). Montado em
módulos, o sistema de propusão elétrica pode ser alocado de forma a otimizar o espaço do
compartimento de máquinas.
Fig.15: comparação do espaço dos porões de carga nos diversos sistemas de propulsão
encontrados em navios atualmente.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao fim desse trabalho, ve-se que a propulsão elétrica apresenta diversas vantagens
sobre a propulsão mecânica convêncional em diversos tipos de navios.
Os recentes avanços no aumento de potência dos motores elétricos, da densisade
energética dos imãs permanentes, nos estudos de hidrodinamica e no desenvolvimento de
geradores elétricos cada vez mais potentes e econômicos, possibilita a aplicação da propulsão
elétrica em embarcações.
Dentre as diversas vantagens, destacam-se a redução da emissão de poluentes, a alta
eficiência do sistema, alto grau de manibrabilidade e a redução e modularidade desse tipo de
propulsão, tornando os motores elétricos uma alternativa viável à propusão mecânica.
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Bibliografia
ADNANES, Alf Kåre. Maritime Electrical Installations and Diesel Electric Propulsion.
RADAN, Damir. Power Electronic Converters for Ship Propulsion Electric Motors.
WEG.