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SLIDE - Neurociencia e a aprendizagem

O documento aborda a relação entre neurociência e aprendizagem, destacando a importância do cérebro e dos neurônios na interação com o ambiente e no processamento de informações. Discute o desenvolvimento do sistema nervoso, a neuroplasticidade, a atenção, a memória e as emoções, enfatizando como esses fatores influenciam a aprendizagem e o comportamento humano. Além disso, menciona a inteligência e suas diferentes dimensões, incluindo a teoria das inteligências múltiplas e a inteligência emocional.
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O documento aborda a relação entre neurociência e aprendizagem, destacando a importância do cérebro e dos neurônios na interação com o ambiente e no processamento de informações. Discute o desenvolvimento do sistema nervoso, a neuroplasticidade, a atenção, a memória e as emoções, enfatizando como esses fatores influenciam a aprendizagem e o comportamento humano. Além disso, menciona a inteligência e suas diferentes dimensões, incluindo a teoria das inteligências múltiplas e a inteligência emocional.
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NEUROCIÊNCIA E A APRENDIZAGEM

P R O F. M A . VA N I L DA B A R R O S O LABORO
A ORGANIZAÇÃO GERAL, MORFOLÓGICA E FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO

O cérebro é a porção mais importante do sistema nervoso e atua na interação do organismo


com o meio externo, além de coordenar suas funções internas.
O sistema nervoso funciona por meio dos neurônios, células especializadas na conduções e no
processamento da informação. Os neurônios conduzem a informação por meio de impulsos
elétricos que percorrem sua membrana e a passam a outras células por meio de estruturas
especializadas, as sinapses, onde é liberado um neurotransmissor.
Os neurônios formam circuitos complexos entre si e se agrupam no interior do sistema nervoso
nas áreas de substância cinzenta mais importante é o córtex cerebral, responsável pelas
sensações conscientes e pelos movimentos voluntários.
As vias sensoriais chegam ao cérebro por meio de cadeias neuronais, que levam a informação
até uma região do córtex, que é específica para o processamento daquela modalidade
sensorial.
A via motora voluntária também é constituída por uma cadeia neuronal que tem
origem no córtex motor e termina em contato com os músculos esqueléticos.
O córtex cerebral se organiza em unidades funcionais com regiões primárias,
secundárias e terciárias, que atuam de forma hierárquica para permitir a interação
com o ambiente e o processamento das funções nervosas superiores.
O comportamento humano é função da atividade dos circuitos neurais que funcionam
em diversas áreas do sistema nervoso.
O DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO, A
NEUROPLASTICIDADE E A APRENDIZAGEM
A organização do cérebro de todos os vertebrados obedece a um plano comum. Na espécie humana,
todos temos cérebro semelhantes, mas não existem dois cérebros iguais, pois os detalhes das conexões
entre os neurônios são frutos da história pessoal de cada indivíduo.
Durante o desenvolvimento pré-natal, existem várias etapas que devem ser cumpridas rigorosamente
para que as conexões entre as células nervosas sejam feitas de forma correta. Muitos neurônios são
produzidos e depois eliminados porque não se tornam funcionais.
O bebê humano nasce bastante imaturo, pois a maior parte das conexões em seu cérebro será feita
com a ajuda das interações com o meio ambiente. Mesmo a percepção sensorial e a habilidade motora
deverão passar por longos períodos de aprendizagem.
A falta de estimulação adequada pode ser prejudicial ao desenvolvimento do cérebro. Existem
períodos em que a aprendizagem de determinadas habilidades é mais fácil.
O sistema nervoso tem uma enorme plasticidade, ou seja,
uma grande capacidade de fazer e desfazer ligações
entre as células nervosas como consequência das
interações permanentes com o ambiente externo e o
interno do organismo. A plasticidade é maior nos primeiros
anos de vida, mas permanece, ainda que diminuída, por
toda a existência.
A aprendizagem e a mudança comportamental têm um
correlato biológico, que é a formação e a consolidação
das ligações sinápticas entre as células.
A ATENÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM
O cérebro não tem necessidade nem capacidade de processar todas as informações que
chegam a ele. Por meio da atenção ele pode dedicar-se às informações importantes,
ignorando as que são desnecessárias.
A atenção não é um fenômeno unitário e existem diferentes mecanismos pelos quais ela pode
regular. Uma maneira de classificar a atenção é entre atenção reflexa, comandada por
estímulos periféricos, e atenção voluntária, cujos mecanismos de controles são centrais.
Existem pelo menos três circuitos nervosos importantes para o fenômeno da atenção. O
primeiro mantém os níveis de vigilância ou alerta. O segundo é orientador e desliga o foco
de atenção de um ponto e dirige-o em outro sentido, permitindo ainda uma maior
discriminação do item a ser observado. O terceiro é o circuito executivo, que mantém a
atenção e inibe os distraidores até que o objetivo seja alcançado.
O cérebro é um dispositivo criado ao longo da evolução para
observar o ambiente a apreender o que for importante para a
sobrevivência do indivíduo ou da espécie. Ele prestará atenção no
que for julgado relevante ou com significância.
Terá mais chance de ser considerado como significante e, portanto,
alvo da atenção, aquilo que faça sentido no contexto em que vive
o indivíduo, que tenha ligações com o que já é conhecido, que
atenda a expectativas ou que seja estimulantes e agradável.
MEMORIA OPERACIONAL OU MEMORIA DE
TRABALHO
A memória não é um fenômeno unitário, pois compreende várias subdivisões, as quais são
processadas por sistemas neurais específicos.
A memória de trabalho, ou memória operacional, é uma memoria transitória, on line, onde são
armazenadas e processadas as informações necessárias ao desempenho de uma tarefa que
requer a consciências.
Podemos identificar como componentes da memória de trabalho uma memória sensorial, um
sistema de repetição e também um mecanismo de ativação dos registros armazenados de
forma mãos permanente no cérebro.
O funcionamento da memória de trabalho depende da coordenação executada,
principalmente pela região pré-frontal do córtex cerebral. Essa região se ocupa também da
memória prospectiva, o “lembrar de lembrar”.
É importante exercer controle sobre a quantidade e a qualidade
da informação que u devemos processar.
No ambiente de estudo, fazem diferença a criação de uma rotina
e a utilização de locais com poucos estímulos distraidores. Lembrar,
contudo, que o cérebro estará disposto a processar o que percebe
como significante e gratificante.
O descanso e a higiene mental podem ajudar a manter a memória
de trabalho menos sobrecarregada e pronta a processar as
informações importantes.
A MEMÓRIA EXPLÍCITA E A MEMÓRIA IMPLÍCITA, O
ESQUECIMENTO E O RECORDAR
A memoria de longa duração pode ser explícita, se faz uso dos processos
conscientes, ou implícita, se não faz uso.
Os registros, ou traços da memória explicita, se formam por meio dos processos de
repetição, elaboração e consolidação. Os registros podem ser fortes ou fracos e
podem estar em diferentes níveis de ativação em relação à atividade consciente.
A consolidação da aprendizagem se faz durante o sono e depende do hipocampo.
Nela se constroem conexões entre diferentes áreas do córtex cerebral que
armazenam a informação.
A memória explícita é armazenada sob forma de redes semânticas em diferentes
áreas do córtex cerebral. As lembranças de eventos, de coisas ou pessoas são
reconstituídas a partir dos registros existentes e podem varias ao longo do tempo.
Existem diferentes tipos de memórias implícitas, sendo importante
a memória de procedimentos, que envolve as habilidades sensório-
motoras que acumulamos no cotidiano.
A recuperação da informação, ou seja, a evocação de lembranças
parece se fazer de forma ativa, envolvendo o córtex pré-frontal.
As estratégias de aprendizagem que têm mais chance de obter
sucesso são aquelas que levam em conta a forma do cérebro
aprender. É importante respeitar os processos de repetição,
elaboração e consolidação. Também faz diferença utilizar
diferentes canais de acesso ao cérebro e de processamento da
informação.
A EMOÇÃO E SUAS RELAÇÕES COM A COGNIÇÃO E A
APRENDIZAGEM
As emoções assinalam a presença de um evento importante na vida dos animais. Elas
têm valor de sobrevivência para o indivíduo e a espécie.
As emoções envolvem respostas fisiológicas periféricas, um sentimento afetivo e
ainda uma consciência emocional que nos permite identifica-la.
A amigdala é um centro nervoso regulador dos processos emocionais. As emoções
positivas envolvem também um circuito dopaminérgico que vai do mesencéfalo ao
cérebro. Esse circuito está envolvido no fenômeno da motivação, que é importante
para a aprendizagem.
Um estímulo emocional pode atingir o córtex cerebral antes das informações
sensoriais conscientes. Nesse caso, podemos identificar erroneamente a emoção que
sentimos ou sua causa.
As emoções são inevitáveis, mas podemos aprender a controlar as
respostas que tendem a desencadear, bem como aperfeiçoar o
autoconhecimento emocional.
O córtex orbitofrontal é importante no controle social das
respostas emocionais e cuida da associação do processamento
cognitivo ou racional no cérebro.
As emoções podem facilitar a aprendizagem, mas o estresse tem
efeito contrário.
O ambiente escolar deve ser planejado para facilitar as emoções
positivas e evitar as emoções negativas.
É aconselhável criar condições que levam a um maior
autoconhecimento emocional e orientem para uma adequada
manifestação das respostas emocionais nas interações sociais.
AS FUNÇÕES EXECUTIVAS E SUA IMPORTÂNCIA
As funções executivas podem ser conceituadas como o conjunto de habilidades e
capacidades que permitem executar as ações necessárias para atingir um
objetivo. Elas incluem o estabelecimento de metas, a elaboração de uma
estratégia comportamental, o monitoramento das ações adequadas e o respeito
às normas sociais.
As funções executivas são coordenadas pelo córtex pré-frontal. A região
dorsolateral é responsável pelo planejamento e a flexibilização do
comportamento; a região medial pelas atividades de automonitoramento e da
correção de erros; a região orbitofrontal se encarrega da avaliação dos riscos
envolvidos em determinadas ações e da inibição de respostas inapropriadas.
O córtex pré-frontal tem um amadurecimento lento, que se
prolonga até a adolescência. Paralelamente, existe um processo
de desenvolvimento das funções executivas, cujo amadurecimento
progressivo caracteriza muitos estágios identificados no
desenvolvimento infantil.
É importante impulsionar o desenvolvimento das funções executivas
por meio do ensino de estratégias que o favoreçam. Elas devem
estar voltafas para que os estudantes aprendam a planejar suas
atividades, sendo capazes de estabelecer metas dentro de uma
perspectiva temporal. Pretende-se que eles saibam não só buscar
a informação utilizando os recursos existentes, mas que saibam,
também, identificar as questões relevantes, fazendo inferências e
generalizações. Devem ser capazes de identificar erros, a
discrepância e a ausência de lógica, estando aptos a identificar
corrigir os próprios lapsos nas diversas matérias acadêmicas.
O mundo moderno é muito diferente daquele em que nosso
cérebro evoluiu. Hoje, nem sempre há um ambiente estruturado de
forma adequada para o desenvolvimento das funções executivas.
Esse é um problema que deveria ser levado em conta se quisermos
realmente educar nossos jovens para uma vida útil e feliz.
PROCESSOS NEUROBIOLÓGICOS DA LEITURA
O cérebro humano tem duas regiões, geralmente localizadas no hemisfério esquerdo,
especializadas para a linguagem falada: a área de Broca, no lobo frontal, e a área de
Wernicke, na junção temporo-parietal.
O cérebro desenvolve circuitos que se especializam para a capacidade da leitura, embora
não exista uma programação genética, como ocorre para o processamento da linguagem
falada. Esses circuitos localizam-se no lobo frontal, na junção temporoparietal e na junção
occipito-temporal.
A decodificação das palavras parece ocorrer por duas vias neurais diferente, uma delas
fonológica, a outra por um reconhecimento global temporo-parietal. O reconhecimento global
ocorre na área da forma visual da palavra, na junção occipito-parietal.
Embora a leitura exija várias competências, o melhor indicador para o aprendizado da
leitura é a habilidade que a criança tem de lidar com os fonemas. Maus leitores não
reconhecem os sons constituintes das palavras e , portanto, têm dificuldades para realizar a
conexão automática das letras com os sons.
Algumas crianças, embora com inteligência norma, permanecem com
dificuldade de leitura mesmo depois de muito esforço e treino. Elas são
disléxicas, um transtorno neurológico caracterizado por uma deficiência do
componente fonológico da linguagem, resultando em dificuldade no
reconhecimento fluente das palavras, no soletrar e recodificar os sinais gráficos
em sons.
Não se conhece precisamente as causas da dislexia, mas ela pode estar ligada
a uma alteração no desenvolvimento cerebral, talvez no posicionamento das
células neuronais ou no estabelecimento de suas conexões, ainda no período
embrionário, existem indicações de que o treinamento intensivo da habilidade
de associar os sons (fonemas) com as letras pode ter efeito positivo na
capacidade de leitura dos disléxicos.
A NUMERACIA OU A CAPACIDADE DO CÉREBRO EM
LIDAR COM NÚMEROS
O cérebro humano tem uma programação inata para lidar com números. Ele processa, muito
precocemente, o conceito de quantidade.
O senso numérico, ou “numerosidade”, é uma propriedade básica da representação dos
objetos no cérebro dos animais. Na espécie humana isso é feito através de uma
representação mental, uma linha ou fileira de números cuja magnitude vai aumentando da
esquerda para a direita.
A percepção da quantidade localiza-se em um circuito existente no córtex parietal. Não há
no cérebro um “centro” para a matemática, pois muitas regiões e sistemas cerebrais
contribuem para o seu processamento.
Segundo o modelo do triplo código, os números são processados em três circuitos diferentes
que se relacionam com a percepção da magnitude, a representação visual dos símbolos
numéricos (algarismo arábicos) e a representação verbal dos números ( quatro, sete, vinte e
um, etc.)
O hemisfério esquerdo é capaz de fazer cálculos, e o direito faz
estimativas que se aproximam do resultado correto. As operações
matemáticas precisas dependem da maturação as áreas corticais
da linguagem. Ambos os hemisférios são capazes de fazer
comparações de quantidades e de avaliar números.
Existem crianças nas quais a numeracia não se desenvolve, embora
tenham bom nível de inteligência e treinamento adequado. Essas
crianças têm discalculia, um problema que parece resultar de uma
deficiência do senso numérico.
Não se conhecem as causas para a discalculia, mas parece haver
uma alteração dos circuitos do lobo parietal, causados por lesões
precoce ou por defeito genético.
Existem evidências de que os indivíduos com discalculia podem se
beneficiar de um treinamento específico para desenvolver a
capacidade de identificar e manipular quantidades.
A INTELIGÊNCIA E O FUNCIONAMENTO CEREBRAL
Embora o conceito de inteligência tenha variado ao longo do tempo e do
espaço, a inteligência pode ser considerada como a habilidade de se
adaptar ao ambiente e aprender com a experiência.
Os resultados dos testes de inteligência por convenção são chamados de QI.
Os resultados obtidos por uma pessoa nas diversas tarefas dos testes são
correlacionados, admitindo-se a existência de uma inteligência geral ou fator
g.
Como as pessoas diferem em suas habilidades, há propostas para um modelo
hierárquico da inteligência em que o fator g sintetiza o resultado geral, com
níveis intermediárias e inferiores, expressando fatores mais específicos.
Costuma-se dividir a inteligência geral em dois componentes: uma
inteligência fluida, a capacidade de lidar com problemas novos e uma
inteligência cristalizada, as habilidades já existentes e o conjunto de
informações acumuladas.
Howard Gardner propôs a teoria das inteligências múltiplas, segundo a
qual existiriam oito inteligências: Verbal, lógico-matemática,
visioespacial, corporal-cinestésica, musical, interpessoal, intrapessoal e
naturalística.
Uma inteligência emocional foi proposta como habilidade de perceber,
avaliar as próprias emoções e a dos outros, de expressar e lidar com as
emoções de forma a facilitar os relacionamentos e promover o
crescimento pessoal.
Sternberg propõe uma teoria da inteligência bem-sucedida, ou inteligência plena.
Haveria uma inteligência analítica, saber avaliar problemas e opções disponíveis;
uma inteligência criativa, ser capaz de gerar soluções para os problemas
identificados; e uma inteligência prática, ser capaz de fazer funcionar as opções
escolhidas.
Outras culturas valorizam como inteligência habilidades diferentes. É difícil mensurar
a inteligência de um modo isento de viés cultural, e há capacidades que os testes
usuais não mensuram, como sabedoria, criatividade, conhecimento prático ou
habilidades sociais.
A inteligência sofre influências genéticas. Os fatores ambientais são importantes, pois o
ambiente pode controlar a manifestação e o impacto da ação dos genes.
O número de neurônios, a velocidade de comunicação entre eles, bem como a especialização
funcional em determinadas regiões corticais estão correlacionadas com a inteligência.
A inteligência não tem uma localização cerebral específica, mas é fruto do funcionamento de
sistemas cerebrais interconectados que dependem da eficiência da substância branca que
promove a conexão entre os diversos centros nervosos.
Quanto ao funcionamento cognitivo, sabemos serem importantes para a inteligência a
velocidade mental, a memória de trabalho, a atenção e também a função executiva.
Existe relação entre os resultados dos testes de inteligência e o
desenvolvimento escolar. A intervenção escolar pode alterar
positivamente os resultados dos testes de inteligência, pois
modifica atitudes e cria habilidades intelectuais, além de aumentar
a informação.
AS DIFICULDADES PARA A APRENDIZAGEM E SUA
ABORDAGEM
As dificuldades para a aprendizagem são desafio para o educador e abrangem
um grupo heterogêneo de problemas que alteram a capacidade de aprendizagem.
Embora a aprendizagem ocorra no cérebro, nem sempre ele é a causa original das
dificuldades observadas. Um aprendiz com boa saúde, funções cognitivas
preservadas e sem alteração estrutural ou funcional do sistema nervoso pode
apresentar dificuldades para aprender.
O cérebro que se desenvolveu de forma diferente por fatores genéticos ou que
sofreu modificações devido a condições da gestação apresentará comportamentos
diferentes e necessitará de estratégias pedagógicas distintas durante a
aprendizagem.
Os transtorno de aprendizagem são caracterizados por
desempenho abaixo do esperado para a idade, nível intelectual e
de escolaridade nas habilidades de escrita, leitura ou raciocínio
lógico-matemático em aprendizes que possuem condições
adequadas e contextos favoráveis à aprendizagem. Os principais
exemplos são a dislexia e a discalculia.
A sídrome de Down, o autismo e o transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade (TDAH) são síndromes que produzem
alterações de circuitos cerebrais, comprometendo aspectos do
comportamento e influenciando a aprendizagem. O diagnóstico
obedece a critérios clínicos e requerem profissionais com formação
adequada, competência e experiência na abordagem dos
problemas.
As dificuldades para a aprendizagem têm etiologia multifatorial e
demanda uma abordagem interdisciplinar, na qual diferentes
profissionais contribuem com uma intervenção terapêutica que
abranja todos os fatores que influenciam a aprendizagem. O
envolvimento da escola e da família com os especialistas poderá
permitir que o aprendiz, mesmo apresentando um cérebro
imperfeito, venha a atingir a penitude do seu funcionamento.
AS RELAÇÕES ENTRE A NEUROCIÊNCIA E A EDUCAÇÃO
A educação é caracterizada por um processo que envolve aprendizagem. A aprendizagem é
mediada pelas propriedades estruturais e funcionais do sistema nervoso, especialmente do
cérebro.
Os conhecimentos neurocientificos avançaram muito nas últimas décadas e chegaram ao
público leigo por meio da divulgação científica. Os educadores se reconheceram como
mediadores das mudanças beurobiológicas que caracterizam a aprendizagem.
As neurociências e a educação são áreas autônomas do conhecimento, ainda que possam ter
interfaces em comum.
As neurociências não propõem uma nova pedagogia e nem prometem solução para as
dificuldades d aprendizagem, mas ajudam a fundamentar a prática pedagógica que já se
realiza com sucesso e orientam ideias para intervenções, demonstrando que estratégias de
ensino que respeitam a forma como o cérebro funciona tendem a ser mais eficientes.
Na interface entre educação e neurociências emergem desafios
como a divulgação adequada das neurociências para os
educadores e o público em geral, o estudo dos mecanismos de
aprendizagem em indivíduos com dificuldades educacionais
especiais e a inclusão das neurociências na formação inicial do
educador.

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