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Questões de Português - Pré-Vestibular

O documento apresenta uma série de módulos e exercícios relacionados à língua portuguesa, abordando temas como comunicação verbal e não verbal, variantes linguísticas e interpretação de textos. Inclui questões de aplicação e resolução de exercícios, com referências a obras literárias e autores. O foco é no desenvolvimento da compreensão e análise crítica da linguagem e suas expressões.

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Questões de Português - Pré-Vestibular

O documento apresenta uma série de módulos e exercícios relacionados à língua portuguesa, abordando temas como comunicação verbal e não verbal, variantes linguísticas e interpretação de textos. Inclui questões de aplicação e resolução de exercícios, com referências a obras literárias e autores. O foco é no desenvolvimento da compreensão e análise crítica da linguagem e suas expressões.

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s

de
Módulo 1 ........................448
Módulo 2 ........................ 450

da
Módulo 3 ........................ 452
Módulo 4 ........................ 455

1
15
Módulo 5 ........................ 453

i vi
Módulo 6 ........................ 459
At Resolução dos
Exercícios Extras .........462

Módulo 1 ........................464
Módulo 2 ........................466
Módulo 3 ........................468
Módulo 4 ........................ 471
2

Módulo 5 ........................472
15

Módulo 6 ........................473
Resolução dos
Exercícios Extras ......... 474

Módulo 1 ........................ 475


Módulo 2 ........................ 477
O
Módulo 3 ........................479
Resolução dos
3

Exercícios Extras .........472


15

LP
Módulo 1 Veja Exercícios Propostos na página 18.

Cultura, linguagem e língua


EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. UEL-PR (adaptado) 02. Enem C1-H1
Leia o texto e responda à questão. Observe a charge de Ivan Cabral e responda à questão.

As línguas constituem sistemas de comunicação


verbal. Conquanto a fala seja da maior importância,
fator fundamental de humanidade no homem, a nos-
sa capacidade de comunicar conteúdos expressivos
não se restringe às palavras; nem são elas o único
modo de comunicação simbólica. Existem, na faixa
de mediação significativa entre nosso mundo inter-
no e o externo, outras linguagens além das verbais.
LIVRO DO PROFESSOR

OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de


criação. Petrópolis: Vozes, 1999.

Com base no texto, assinale a alternativa correta. Disponível em: <http://www.ivancabral.com>. Acesso em: jul. 2012.
a. Nada pode substituir as palavras como forma de co-
municação. A palavra inglesa involution traduz-se como involução ou
b. A capacidade humana de comunicação limita-se às regressão. A construção da imagem com base na combinação
linguagens não verbais. do verbal com o não verbal revela a intenção de
c. A fala não é o único elemento a considerar em situa- a. a. denunciar o retrocesso da humanidade.
ções de comunicação simbólica. b. criticar o consumo de bebida alcoólica pelos humanos.
LÍNGUA PORTUGUESA 151

d. A fala é indispensável na mediação entre nosso mun- c. satirizar a caracterização dos humanos como primatas.
do interno e o externo. d. elogiar a teoria da evolução humana pela seleção natural.
e. Para comunicar conteúdos expressivos, é prioritário e. fazer um trocadilho com as palavras inovação e involução.
dominar as linguagens não verbais.
Resolução
Resolução A imagem normalmente usada para ilustrar a evolução
As situações de comunicação não se restringem ao uso humana por meio da utilização de ferramentas é reformula-
das palavras. Há vários códigos que podem ser utilizados para da com a introdução dos dois últimos vultos, associados a
transmitir uma mensagem, como afirma o autor na passagem: bebidas alcoólicas. Assim, a imagem e o elemento verbal in-
“Existem, na faixa de mediação significativa entre nosso mun- volution revelam a intenção de criticar o consumo de bebida
do interno e o externo, outras linguagens além das verbais”. alcoólica pelos humanos.
Alternativa correta: C Alternativa correta: B
Habilidade
Identificar as diferentes linguagens e seus recursos ex-
pressivos como elementos de caracterização dos sistemas
de comunicação.
ATIVIDADES
448

PV2D-17-10
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. Fuvest-SP a. pronúncia das palavras “vorta” e “veve”.

LIVRO DO PROFESSOR
Leia o texto e responda à questão. b. pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”.
c. flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”.
Essa vida por aqui d. redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata
é coisa familiar; em frô”.
mas diga-me retirante, e. pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”.
sabe benditos rezar?
sabe cantar excelências, 05. Encceja
defuntos encomendar? Leia a letra de música de Racionais MC’S e responda
sabe tirar ladainhas, à questão.
sabe mortos enterrar? 12 de outubro

LÍNGUA PORTUGUESA 151


NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina. 12 de outubro de 2001
Dia das Criança
Nesse contexto, o verso “defuntos encomendar” significa Várias festa espalhada na periferia
a. ordenar a morte de alguém. No Parque Santo Antônio hoje teve uma festa
b. lavar e vestir o defunto. Foi bancada pela irmandade, uma organização
c. matar alguém. Tavam confeccionando roupa lá no Parque Santo
d. preparar a urna funerária. [Antônio lá
e. orar pelo defunto. Lutando
Remando contra a maré
04. Enem C1-H1 Mas tá lá tá firme
Leia a letra de música de Luiz Gonzaga e Humberto Teixei- Tinha umas 300 pessoa
ra e responda à questão. No, na festa das criança
[...]
Assum preto E o moleque era mó revolta, vai vendo
Tudo em vorta é só beleza Moleque revolta
Sol de abril e a mata em frô E ele tava friozão

ATIVIDADES
Mas assum preto, cego dos óio Jogando bola lá, tal
Num vendo a luz, ai, canta de dor Como se nada tivesse acontecido
Ali marcou pra ele
Tarvez por ignorança Talvez ele tenha se transformando numa outra
Ou mardade das pió [pessoa aquele dia.
Furaro os óio do assum preto Vai vendo o barato
Pra ele assim, ai, cantá mio Dia das criança

Assum preto veve sorto O rap é um gênero de música popular em que os versos
Mas num pode avuá são declamados rapidamente. A linguagem segue o padrão
Mil veiz a sina de uma gaiola falado predominantemente pelos jovens de periferias urba-
Desde que o céu, ai, pudesse oiá nas. Na composição dos Racionais, os termos destacados
indicam uma tendência dessa variedade linguística, que é
449

As marcas da variedade regional registradas pelos com- a. marcar uma só palavra para indicar o plural.
positores de “Assum preto” resultam da aplicação de um con- b. conjugar o verbo na segunda pessoa.
junto de princípios ou regras gerais que alteram a pronúncia, c. transformar a pronúncia ih em i.
PV2D-17-10

a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é resultado de d. usar palavras em sentidos figurados.


uma mesma regra a e. fazer comparações.
Módulo 2 Veja Exercícios Propostos na página 25.

Variantes linguísticas
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. 02. C1-H1
Leia o fragmento de texto e responda à questão. Leia o fragmento de texto e responda à questão.

Crítica e história literária — Acho que é hoje que a gente vai s’embora...
Na verdade, não pode negar-se a permanência — Manuel Falho, por fim, abriu discurso.
de valores literários, que chegam a desafiar as inevi- — Pra mim... — Henrique Rebolo demorou com
táveis infidelidades da sua tradução e interpretação, a cuia na mão. Olhou o companheiro e deu de om-
resultantes de, por exemplo, terem sido originalmen- bros como a responder que, para ele, tudo seria uma
te realizados em línguas e instituições já mortas há coisa só. Ir ou ficar. — Já tô é leso de nom fazê nada.
muito. Mas tais infidelidades e, com elas, os proble- Penso é no gado lá da fazenda... E nós aqui... Quaje
mas das interpretações e valorizações surgem logo um mês! Isso é vida, sô Manué? A gente só amoita-
LIVRO DO PROFESSOR

depois que uma obra se publica. A própria estrutura do nesse buraco danado que nem criminoso... [...]
da obra nunca reduz todas as intuições do autor a — Penso que é hoje...
uma perfeita coerência; é bem sabido que os gran- — Tombém acho. Mas a gente tem é de esperá
des livros têm uma complicada história, de antes, hora à feição, sô Manué. Quem vai mandá é ela — o
durante e depois da sua redação. E as apreciações dedo rude apontou para a porta do buraco. — Ou tu
de uma obra antiga que se foram impondo através qué vortá pro tronco... pro relho?
de épocas sucessivas dão-nos, frequentemente, a — Tenho farta do gado mai nom quero sê cativo
impressão de inessenciais ou insuficientemente ade- de novo mai nunca! Antão? Trabaiá inté largá o cou-
quadas. Sente-se a cada passo a necessidade de li- ro? A gente tombém nom é de fero... Só panhá... só
bertar a estrutura essencial de uma obra de precon- panhá... Êta vida!
LÍNGUA PORTUGUESA 151

ceitos que, já a partir das próprias intenções mais SANTOS, João Felício dos. Benedita Torreão da Sangria
superficiais e por vezes ostensivas do seu autor, a Desatada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Vitória:
Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1983.
desfiguram; tal necessidade pode considerar-se tão
viva como a obra: vive da sua vida. Nessa liberta- O texto revela que, possivelmente, os dois personagens
ção consiste o grande papel da crítica, ou, segundo falantes
uma tendência mais recente, de uma desconstrução a. apresentam uma fala artificial com o intuito de im-
sem metodologia fixa e definida, mas que permita pressionar alguém.
acender ao não dito ou não pensado oculto em cada b. dominam a norma-padrão da língua, mas preferem
texto (literário ou doutrinário). não utilizá-la.
SARAIVA, António José; LOPES, Oscar. Crítica e história literária. c. estão desempregados porque não dominam a norma-
In: História da literatura portuguesa. 17. ed. 1996. -padrão da língua.
d. provêm da zona rural e possuem baixa condição
Variantes linguísticas são as mudanças que a língua socioeconômica.
sofre diante de diferentes situações (formal ou informal), e. vivem no campo e possuem uma boa condição
regiões, culturas, condições sociais etc. O texto apresentado socioeconômica.
mostra-se
ATIVIDADES

Resolução
a. com variantes sociais, o que evidencia a origem hu-
milde dos autores. O fragmento do romance evidencia a fala de duas per-
b. com linguagem coloquial, que propõe a proximidade sonagens (escravos fugidos, abrigados num esconderijo)
autores-leitor. que certamente têm pouca escolaridade, baixa condição
c. com indícios de linguagem falada, evidenciando a socioeconômica e provêm da zona rural, já que utilizam uma
transcrição da oralidade. linguagem característica. A comprovação ocorre, entre outras
d. com erros gramaticais, de acordo com a norma-padrão passagens, em: “Penso é no gado lá da fazenda...”; “A gente só
da língua portuguesa. amoitado nesse buraco danado que nem criminoso...”; “Ou tu
e. com linguagem formal, característica comum do local qué vortá pro tronco... pro relho?”; “... nom quero sê cativo de
em que está publicado. novo mai nunca!”.
Alternativa correta: D
Resolução Habilidade
O texto está escrito em linguagem formal, pois foi publica- Identificar as diferentes linguagens e seus recursos ex-
do em um livro de história e crítica literária. Assim, ele segue
450

pressivos como elementos de caracterização dos sistemas


as características comuns desse tipo de publicação. de comunicação.
Alternativa correta: E
PV2D-17-10
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. coa
Leia os textos e responda à questão. pag
amo
Texto 1 meu

LIVRO DO PROFESSOR
Seu Ribeiro acumulava, sem dúvida, mas não
acumulava para ele. Tinha uma casa grande, sempre Trabalhando com recursos formais inspirados no Concretis-
cheia, o jerimum caboclo apodrecia na roça e por mo, o poema atinge uma expressividade que se caracteriza pela
aquelas beiradas ninguém tinha fome. a. interrupção da fluência verbal, para testar os limites
Graciliano Ramos. São Bernardo. da lógica racional.
b. reestruturação formal da palavra, para provocar o es-
Texto 2 tranhamento no leitor.
Teríamos ficado ainda muito tempo lá fora, apre- c. dispersão das unidades verbais, para questionar o
ciando o vaivém dos vendedores ambulantes, em sentido das lembranças.
verdadeira feira onde vendiam amendoins, tremo- d. fragmentação da palavra, para representar o estreita-

LÍNGUA PORTUGUESA 151


ços, caroços de abóbora torrados, bananas, tangeri- mento das lembranças.
nas, mil coisas, mas precisávamos entrar para ocu- e. e. renovação das formas tradicionais, para propor uma
parmos nossos assentos. nova vanguarda poética.
Zélia Gattai, Jardim de inverno.
05.
As palavras jerimum e abóbora, presentes nos fragmen- Leia o fragmento de texto e responda à questão.
tos, têm o mesmo significado, mas foram escritas de forma
diferente. A explicação para tal fato é a variação linguística José Carlos da Silva, o Picumã, até os dez anos
a. econômica, que se atrela à situação financeira do falante. vivia com Neusa, a mãe. Quando pequeno, ficava na
b. educacional, que se liga ao grau de instrução escolar creche. Ali passava horas com fome, cagado, mijado.
do falante. Na escola pública, Picumã não mostrou interesse
c. geográfica, que ocorre de acordo com a cultura de pela leitura ou pela aritmética. Interessava mais a
cada região. hora do lanche. O que iria fazer com a leitura? O que
d. histórica, que está ligada à época em que o falante vive. iria contar com a aritmética? E logo se viu indepen-
e. social, que se relaciona com o grupo ao qual pertence dente, logo se viu solto na rua, logo se viu no Juiza-
o falante. do de Menores. No começo, Neusa buscava, depois

ATIVIDADES
entregou a Deus e nunca mais soube do filho que,
04. ENEM C1-H1 com doze anos, vivia pelas ruas, ora nas esquinas,
Leia o poema de Arnaldo Antunes e responda à questão. ora no Juizado. Com dezesseis mandou dois para
o saco e foi para a Febem. Com vinte e três cruzou
da sua memória com a Rota, e recebeu como lembrança uma bala
mil alojada numa perna manca.
e GABRIEL, Carlos. Picumã. In: Cadernos negros 22: contos afro-brasileiros.
mui Organização de Quilombhoje. São Paulo: Quilombhoje, 1999.
tos
out No texto apresentado, a linguagem vulgar é utilizada
ros com o propósito de realçar a situação de marginalidade ex-
ros perimentada pelo personagem desde a infância. A expressão
tos “mandou dois para o saco” significa que Picumã:
451

sol a. brigou com dois amigos.


tos b. dedurou dois amigos.
pou c. matou duas pessoas.
PV2D-17-10

coa d. roubou duas pessoas.


pou e. xingou duas pessoas.
Módulo 3 Veja Exercícios Propostos na página 36.

Semântica I
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. Ufla-MG (adaptado)
Leia os textos e responda à questão.
Texto 1

A ordem é se assumir
As expressões ou palavras que entram na moda erudita das cidades são muito significativas. Mas se massifi-
cam tanto pelo uso abusivo, que se acaba ficando com o ouvido raivoso de tanto as escutar.
Observo nas minhas próprias crônicas a insistência com algumas palavrinhas da moda que se tornaram cha-
tas. Uma que uso muito é “mobilizar”. Outra é “empatia”. Uma terceira, “feedback”. Tenho um amigo que, depois
de descobrir o que quer dizer “feedback”, a utiliza até para comprar um cachorro-quente naquelas carrocinhas
da praia. Já está chamando o troco de “feedback”...
LIVRO DO PROFESSOR

O mais engraçado dessas palavras é que todo mundo sabe mais ou menos o que significam, mas ninguém lhes
conhece o sentido exato. Por isso ganham tanta notoriedade. A partir do momento em que uma palavra pode
significar várias coisas, estamos salvos. É só usá-la e dar a explicação que se quiser.
Outra em grande evidência é “gratificar”. Vinda da psicanálise e atingindo as normas cultas do falar urbano-zona-
sul-carioca, portanto ganhando jornais, artistas e televisão e, por aí, o grande público, “gratificar” serve para tudo.
“Fiquei muito gratificada com o que você disse”, diz a menininha, saborosa de doer, frente a qualquer coisa.
“Ah – diz o intelectual – isso é altamente gratificante.” E tome gratificação a torto e a direito. E a gente escutando.
Gratificação pra cá, gratificação pra lá, mas gratificação no duro, aquele tutu que sempre achamos merecer, essa
que é a boa, nunca vem.
“Eu fui, sabe, até a praia. Lá naquela duna, sabe, eu vi aquele cara, sabe, aí, sabe, ele estava escutando o rádio
LÍNGUA PORTUGUESA 151

de pilha, sabe, naquela música, sabe, na qual, sabe, eu me amarro, sabe.”


Este “sabe” é dito mole e escorregadamente como muleta respiratória ou pausa, sabe, para encontrar a pala-
vra adequada que não vem nunca...
Também em grande destaque, neste outono, o “assumir”. Está todo mundo “se assumindo” ou “assumindo”
algo. É um tal de “se assumir” que parece que antes a pessoa não existia, ou era um “cargo” vago até que resolveu
“assumi-lo”, assumindo-se. O que há de pessoas vagas por aí tentando assumir-se, assume assombrosas propor-
ções. O pior é quando malandro assume o que sempre temeu e aí requebra de vez...
“Assume-se” tudo: a carreira, a culpa, a confusão, a neurose. Já vi mães jovens que um belo dia descobrem a pólvora:
“Sabe, resolvi assumir os meus filhos.” Espantado, pergunto: “Por quê? Você se separou e agora tem a seu
cargo a manutenção dos meninos?” “Não – responde a princesa – separei nada. É que descobri que ainda não
tinha assumido a maternidade e resolvi assumir os meus filhos. Sabe, criança é um barato.”
De tanto ouvir essas coisas (e até escrevê-las em meu sugante trabalho de colunista diário), sinto vontade de
compor o samba-modelo da Zona Sul:

“Gratifiquei meu feedback


assumindo minha empatia.
ATIVIDADES

obilizei minha neurose


para não entrar em entropia.
Inserido no contexto, sabe,
devolvi a gratificação
mas vi ser problema estrutural
e angustiado repudiei a frustração.”

Não haverá um compositor bondoso e baiano (também é moda) para botar música de samba ou rock nesta
letra-modelo da atual temporada? O estribilho seria assim:

“gratificação, gratificação,
com você eu derroto a inflação.” (bis)
Artur da Távola
452

Texto 2
“O lado negativo da gíria é que ela nos oferece um tremendo aspecto de imprecisão. Acontece com ela um
PV2D-17-10

fenômeno chamado polissemia, que consiste na multiplicidade de significados.”


Aurélio Buarque de Holanda, dicionarista.
Essa mesma opinião está expressa no seguinte trecho do texto
a. “Observo nas minhas próprias crônicas a insistência com algumas palavrinhas da moda que se tornaram chatas.”
b. “O mais engraçado dessas palavras é que todo mundo sabe mais ou menos o que significam, mas ninguém lhes conce-
de o sentido exato. Por isso ganham tanta notoriedade. A partir do momento em que uma palavra pode significar várias
coisas, estamos salvos.”
c. “Gratificação pra cá, gratificação pra lá, mas gratificação no duro, aquele tutu que sempre achamos merecer, essa que é
a boa, nunca vem.”
d. “De tanto ouvir essas coisas (e até escrevê-las em meu sugante trabalho de colunista diário), sinto vontade de compor o
samba-modelo da Zona Sul [...]”
e. “As expressões ou palavras que entram na moda erudita das cidades são muito significativas. Mas se massificam tanto
pelo uso abusivo, que se acaba ficando com o ouvido raivoso de tanto as escutar.”
Resolução
A polissemia é o fenômeno linguístico em que as palavras apresentam vários significados em diferentes contextos, como
afirma a alternativa B: “[...]. A partir do momento em que uma palavra pode significar várias coisas, estamos salvos.”

LIVRO DO PROFESSOR
02. Enem C7-H21
Leia a charge e responda à questão.

O efeito de sentido da charge é provocado pela combina-

LÍNGUA PORTUGUESA 151


ção de informações visuais e recursos linguísticos. No con-
texto da ilustração, a frase proferida recorre à
a. polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expres-
são “rede social” para transmitir a ideia que pretende
veicular.
b. ironia para conferir um novo significado ao termo “ou-
tra coisa”.
c. homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o es-
paço da população pobre e o espaço da população rica.
d. personificação para opor o mundo real pobre ao mun-
do virtual rico.
e. antonímia para comparar a rede mundial de computa-
dores com a rede caseira de descanso da família.
Disponível em: <www.ivancabral.com>. Acesso em: fev. 2012.

Resolução

ATIVIDADES
Trata-se de polissemia da expressão “rede social”, pois tanto pode aludir à interligação de computadores para uso da inter-
net como designar uma espécie de leito/balanço em que dorme toda uma família.
Alternativa correta: A
Habilidade
Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
453
PV2D-17-10
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. Fuvest-SP
Leia o texto, referente a um anúncio de produto alimentício, e responda à questão.
LIVRO DO PROFESSOR

Em respeito a sua natureza, só trabalhamos com o melhor da natureza


Selecionamos só o que a natureza tem de melhor para levar até sua casa. Porque faz parte da natureza dos
nossos consumidores querer produtos saborosos, nutritivos e, acima de tudo, confiáveis.
Disponível em: <www.destakjornal.com.br>. Acesso em: maio 2013. Adaptado.

Procurando dar maior expressividade ao texto, seu autor:


a. serve-se do procedimento textual da sinonímia.
b. recorre à reiteração de vocábulos homônimos.
c. explora o caráter polissêmico das palavras.
d. mescla as linguagens científica e jornalística.
LÍNGUA PORTUGUESA 151

e. emprega vocábulos iguais na forma, mas de sentidos contrários.

04. Enem C6-H24 c. conotação, atribuidora de sentidos figurados a pala-


Leia a charge e responda à questão. vras relativas às ações e aos seres.
d. negação enfática, elaborada para reforçar o lamento
do interlocutor pela perda da estrada.
e. pergunta retórica, usada pelo motorista para estabele-
cer interação com o homem do campo.

05. Unirio-RS
Leia o fragmento de poema de João Cabral de Melo Neto
e responda à questão.

A bola não é inimiga


como o touro, numa corrida
e embora seja um utensílio
ATIVIDADES

caseiro e que se usa sem risco,


não é o utensílio impessoal,
sempre manso, de gesto usual:
é um utensílio semivivo,
de reações próprias como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcias de mão.
Disponível em: <www.humortadela.com.br>. Acesso em: set. 2011.
De acordo com o texto, o par em que não há relação de
Conflitos de interação ajudam a promover o efeito de sinonímia é
humor. Na charge, o recurso empregado para promover esse a. utensílio – instrumento.
454

efeito é a b. impessoal – original.


a. intertextualidade, sugerida pelos traços identificado- c. usual – corriqueiro.
res do homem urbano e do homem rural. d. mister – necessário.
PV2D-17-10

b. ambiguidade, produzida pela interpretação da fala do e. astúcias – manhas.


locutor a partir da variedade do interlocutor.
Módulo 4 Veja Exercícios Propostos na página 43.

Semântica II
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01.
Leia a tira e responda à questão.

Alexandre
Beck ARMANDINHO

LIVRO DO PROFESSOR
ALEXANDRE BECK

O humor da tirinha é causado pela ambiguidade da palavra doméstica, entendida como:


a. antônimo de selvagem. d. parônimo de selvagem.
b. hiperônimo de selvagem. e. sinônimo de selvagem.

LÍNGUA PORTUGUESA 151


c. hipônimo de selvagem.
Resolução
A palavra doméstica foi interpretada como adjetivo, antônimo de selvagem. O esperado (ou desejado) é que ele entendesse
doméstica como substantivo, sinônimo de “pessoa que presta serviços em casa de família”.
Alternativa correta: A

02. C8-H27
Assinale a alternativa escrita adequadamente.
a. Houve um equívoco no documento, que deve ser retificado.
b. Infelizmente, será necessário reincidir o contrato.

ATIVIDADES
c. Ontem fui ao banco e tirei meu estrato.
d. O Presidente da República tem um mandado de quatro anos.
e. Precisamos conversar a cerca dos seus estudos para o vestibular.
Resolução
A única alternativa correta é a A: “Houve um equívoco no documento, que deve ser retificado”. Isso porque o termo retificado
(sinônimo de “corrigido, consertado”) foi usado adequadamente e não confundido com ratificado (sinônimo de “confirmado”).
Habilidade
Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do
mundo e da própria identidade.
455
PV2D-17-10
EXERCÍCIOS EXTRAS
LIVRO DO PROFESSOR

03. IFCE A palavra descrição é parônima de discrição. O par de pa-


Leia o texto de Jorge Amado e responda à questão. rônimas, cujos significados estão corretamente apontados,
está na opção
Nasce um escritor a. espiar = sofrer castigo / expiar = olhar, observar.
O primeiro dever passado pelo novo professor b. flagrante = perfumado / fragrante = evidente.
de português foi uma descrição tendo o mar como c. emergir = mergulhar / imergir = vir à tona
tema. A classe inspirou, toda ela, nos encapelados d. comprimento = saudação / cumprimento = extensão.
mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados. e. concerto = sessão musical / conserto = reparo.
O episódio do Adamastor foi reescrito pela menina-
da. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das 04. Enem (adaptado) C5-H16
LÍNGUA PORTUGUESA 151

praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o so- Leia o fragmento do poema de Vinicius de Moraes e res-
nho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição. ponda à questão.
Padre Cabral levara os deveres para corrigir em
sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, Soneto de fidelidade
anunciou a existência de uma vocação autêntica de De tudo, ao meu amor serei atento
escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afir- Que mesmo em face do maior encanto
mou, que o autor daquela página seria no futuro um Dele se encante mais meu pensamento.
escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acaba-
ra de completar onze anos. Assinale a alternativa em que a palavra destacada na es-
Passei a ser uma personalidade, segundo os trofe apresenta equivalência de significado.
cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos a. “Pai, para onde fores,/ irei também trilhando as mes-
campeões de matemática e de religião, dos que obti- mas ruas...” (Augusto dos Anjos)
nham medalhas. Fui admitido numa espécie de Cír- b. “Agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da
culo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. vida interior, que é modesta, com a exterior, que é
Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação ruidosa.” (Machado de Assis)
ATIVIDADES

permanente durante os dois anos em que estudei no c. “Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o re-
colégio dos jesuítas. Houve, porém, sensível mudan- médio não surtiu efeito, mesmo em doses variáveis.”
ça na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral (Raimundo Faoro)
tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas d. “Vamos de qualquer maneira, mas vamos mesmo.”
mãos livros de sua estante. Primeiro As viagens de (Aurélio)
Gulliver, depois clássicos portugueses, traduções de
ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa época 05. UEL-PR
minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda Os pares acidente/incidente; cheque/xeque; vultoso/vul-
a conhecer Mark Twain: o norte-americano não fi- tuoso; verão/estio são, respectivamente,
gurava entre os prediletos do padre Cabral. a. sinônimos, homônimos, parônimos e antônimos.
Recordo com carinho a figura do jesuíta portu- b. parônimos, homônimos, parônimos e sinônimos.
guês erudito e amável. Menos por me haver anun- c. parônimos, parônimos, sinônimos e sinônimos.
ciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor d. homônimos, homônimos, parônimos e sinônimos.
456

aos livros, por me haver revelado o mundo da cria- e. sinônimos, parônimos, sinônimos e antônimos.
ção literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois
anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão,
PV2D-17-10

minha primeira prisão.


O menino Grapiúna. Rio de Janeiro. Record. 1987.
Módulo 5 Veja Exercícios Propostos na página 54.

Ortografia
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. FGV-SP Texto 2
Reescreva o texto, corrigindo-o no que for necessário, levan-
do em consideração as normas do padrão culto da linguagem.

Entregou-se ao professor os relatórios de está-


gio que precisávamos para a obtenção dos crédi-
tos finais e, agora, ficaremos a espera dos resulta-
dos cujos os números serão divulgados em breve
pela secretaria.
Resolução

LIVRO DO PROFESSOR
Entregaram-se ao professor os relatórios de estágio de
que precisávamos para a obtenção dos créditos finais e, a
partir daí, ficamos à espera dos resultados que serão divulga-
dos em breve pela secretária.

Charge de Iotti. Zero hora. Porto Alegre, 24 jan. 1999.

Considere as afirmações e assinale a alternativa correta.

LÍNGUA PORTUGUESA 151


I. As palavras caubói e butique (texto 1) apresentam-se
de acordo com os padrões fonéticos e gráficos da lín-
gua portuguesa.
II. Se a palavra jeans (texto 1) fosse adaptada ao portu-
guês, possivelmente seria grafada jins.
III. Se comparadas às palavras que lhes deram origem, Cê
(texto 2) sofreu um processo de redução semelhante
ao ocorrido com a expressão de assentimento tá.
IV. Se a palavra chantilly (texto 2) fosse corretamente
aportuguesada, seria grafada chantilí.
a. Somente I e II estão corretas.
02. PUC-RS C8-H27 b. Somente I e III estão corretas.
Leia os textos e faça o que se pede. c. Somente II e IV estão corretas.
Texto 1 d. Somente I, II e III estão corretas.
e. I, II, III e IV estão corretas.
Nós, brasileiros

ATIVIDADES
Resolução
A vida em Barretos nunca mais foi a mesma de-
pois que peão de boiadeiro virou caubói e música Se fosse aportuguesada, a palavra chantili não receberia
caipira passou a ser chamada de country. Integrada acento gráfico, por tratar-se de uma oxítona terminada em i.
ao calendário das maiores comemorações nacio- Alternativa correta: D.
nais, a 44a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos Habilidade
está para abrir as porteiras, estilizando a rotina do Compreender e usar a língua portuguesa como língua
campo para o fascínio de legiões urbanas. [...]. É materna, geradora de significação e integradora da organiza-
uma multidão de turistas vestidos a caráter e ape- ção do mundo e da própria identidade.
lidados de “peões de butique”. Chegam de todos os
cantos do país, enfiados em calças jeans, imaculadas
botas de couro, cintos e chapéus vistosos. Os boia-
deiros urbanos capricham na indumentária (chegam
a importá-la) e vivem uma fantasia que só fica a
457

dever ao Carnaval carioca em termos de público e


opulência. No Carnaval, reis e princesas sonham até
a Quarta-Feira de Cinzas. Em Barretos, imagina-se
PV2D-17-10

domar perigosos touros e potros ariscos.


Época, 24 maio 1999. Adaptado.
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. Mackenzie-SP Esse caso de você ter medo duma possivel doen-
Quanto à ortografia, considere as afirmações e assinale a ça comprida e chupando lentamente o que tem de
alternativa correta. perceptivel na gente, pro lado lá da morte, é mes-
I. Durante o regime militar, muitos políticos tiveram seus mo um caso serio. Deve ser danado a gente morrer
mandatos caçados e foram exilados. com lentidão, mas em todo caso sempre me parece
II. Os detectores do poder anseiam sempre por subjulgar inda, não mais danado, mas semvergonhamente
os mais fracos. pueril, a gente morrer de repente. Eu jamais que
LIVRO DO PROFESSOR

III. Os dirigentes governamentais que, verdadeiramente, imagino na morte, creio que você sabe disso. Aboli
respeitam a liberdade dos indivíduos não deveriam a morte do mecanismo da minha vida e embora já
ser uma exceção. esteja com meus trinteoito anos, faço projetos pra
a. I, II e III estão corretas. daqui a dez anos, quinze, como si pra mim a morte
b. Somente I está correta. não tivesse de “vim”... como todos pronunciam. A
c. Somente II está correta. idea da morte desfibra danadamente a atividade,
d. Somente III está correta. dá logo vontade da gente deitar na cama e morrer,
e. Somente I e III estão corretas. irrita. Aboli a noção de morte prá minha vida e te-
nho me dado bem regularmente com êsse pragma-
04. Unesp C8-H26 tismo inocente. Mas levado pela sua carta, não sei,
LÍNGUA PORTUGUESA 151

Leia os textos e responda à questão. mas acho que não me desagradava não me pôr em
Texto 1 contacto com a morte, ver ela de perto, ter tempo
pra botar os meus trabalhos do mundo em ordem
Alma fatigada que me satisfaça e diante da infalivel vencedora,
Nem dormir nem morrer na fria Eternidade! regularisar pra com Deus o que em mim sobrar de
mas repousar um pouco e repousar um tanto, inutil pro mundo.
os olhos enxugar das convulsões do pranto, Mário de Andrade
enxugar e sentir a ideal serenidade.
Envolvido, como declara mais de uma vez em suas car-
A graça do consolo e da tranquilidade tas, na criação de um discurso literário próprio, culto, mas
de um céu de carinhoso e perfumado encanto, com aproveitamentos de recursos e soluções da linguagem
mas sem nenhum carnal e mórbido quebranto, coloquial, Mário de Andrade apresenta nos textos de suas
sem o tédio senil da vã perpetuidade. cartas soluções de ortografia, pontuação, variações colo-
quiais de vocábulos e de regência que podem surpreender
Um sonho lirial d’estrelas desoladas, um leitor desavisado. Escreve, por exemplo, no último perío-
onde as almas febris, exaustas, fatigadas do do trecho citado, “ver ela de perto”, tal como se usa co-
ATIVIDADES

possam se recordar e repousar tranquilas! loquialmente. Aponte a forma que teria essa passagem em
discurso formal, culto.
Um descanso de Amor, de celestes miragens,
onde eu goze outra luz de místicas paisagens 05. Mackenzie-SP
e nunca mais pressinta o remexer de argilas! Assinale a alternativa que apresenta total correção quan-
Cruz e Sousa to à ortografia e à acentuação ortográfica dos verbos desta-
cados.
Texto 2 a. Quando você o vir, notará que, no passado, ele creu
nos homens, já pôde, portanto, ser feliz um dia.
Carta a Manuel Bandeira, b. Os tios provêm a casa com alimentos e frutas, convém
S.Paulo, 28-III-31 que as crianças deem valor a tudo.
Manú, c. Ele interveio na discussão para que nós reavêssemos
bom-dia. Amanhã é domingo pé-de-cachimbo, e o dinheiro perdido e víssemos uma saída.
458

levarei sua carta, (isto é vou ainda rele-la pra ver si d. Se você repuser o que gastou, prometo que o advoga-
a posso levar tal como está, ou não podendo con- do não mais intervirá em nossas vidas, como também
tarei) pra Alcantara com Lolita que tambem ficarão desfazerá os mal-entendidos com a sua família.
PV2D-17-10

satisfeitos de saber que você já está mais fagueiri- e. Hoje, enquanto enxagúo a louça, abençoo a água e
nho e o acidente não terá consequencia nenhuma. reúno forças para enfrentar a luta.
Módulo 6 Veja Exercícios Propostos na página 59.

Acentuação gráfica
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. Unesp (adaptado)
Leia o texto de Monteiro Lobato e responda à questão.

Uma história de mil anos


— HU... HU...
É como nos invios da mata soluça a juriti.
Dois HUS – um que sobe, outro que desce.
O destino do u!... Veludo verde-negro transmutado em som – voz das tristezas sombrias. Os aborígines, mara-
vilhosos denominadores das coisas, possuíam o senso impressionista da onomatopeia. URUTÁU, URÚ, URUTÚ,
INAMBÚ – que sons definirão melhor essas criaturinhas solitárias, amigas da penumbra e dos recessos?
A juriti, pombinha eternamente magoada, é toda US. Não canta, geme em U – geme um gemido aveludado,

LIVRO DO PROFESSOR
lilás, sonorização dolente da saudade.
O caçador passarinheiro sabe como ela morre sem luta ao mínimo ferimento. Morre em U...
Já o sanhaço é todo AS. Ferido, debate-se, desfere bicadas, pia lancinante.
A juriti apaga-se como chama de algodão. Frágil torrão de vida, extingue-se como se extingue a vida do torrão
de açúcar aos simples contacto da água. Um U que se funde.

O autor interpreta os valores expressivos dos sons com que representamos o canto dos pássaros, bem como de vocábulos
onomatopaicos que a língua portuguesa herdou do tupi. Com base nesse comentário,responda às questões.
a. Para exprimir relações entre som e sentido, os escritores muitas vezes se servem da sinestesia, ou seja, da mescla de
diferentes impressões sensoriais, por exemplo o sintagma “ruído áspero e frio”, em que se misturam sensações audi-

LÍNGUA PORTUGUESA 151


tivas (ruído) e tácteis (áspero e frio). Localize, no quinto parágrafo do texto, um sintagma em que ocorre procedimento
semelhante e identifique as impressões sensoriais evocadas.
b. Monteiro Lobato não concordava com as regras de acentuação do Sistema Ortográfico vigente, instituído em 1943, e não
as empregava em seus textos. As diversas edições de suas obras têm mantido a acentuação original do escritor. Após re-
ler o texto apresentado, localize duas palavras cuja acentuação não esteja de acordo com a ortografia oficial e mencione
as regras a que deveriam obedecer.
Resolução
a. A sinestesia ocorre no trecho “geme um gemido aveludado, lilás sonorização dolente de saudade” e evoca os sentidos:
audição (gemido) tato (aveludado) e visão (lilás).
b. Em “urutáu”, o ditongo au não se acentua pela regra vigente. Também “urú”, pois é oxítona terminada em u.

ATIVIDADES

02. C8-H27
A palavra distraído é acentuada porque:
a. a letra i do hiato está sozinha e é tônica. d. é paroxítona terminada em ditongo.
b. a palavra é paroxítona terminada em o. e. a palavra tem homônimos, e o acento diferencia.
c. a palavra é proparoxítona.
Resolução
Apenas a alternativa A apresenta a justificativa correta para a acentuação da palavra distraído.
Habilidade
Reconhecer os usos da norma-padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
459
PV2D-17-10
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. IMED-SP Sobre determinados vocábulos, destacados no texto,
Leia o texto de Jussara de Barros e responda à questão. considere as afirmações e assinale a alternativa correta.
I. A palavra país, ao ser pluralizada, deve perder o acen-
Dia da Proclamação da República to gráfico.
Há exatos 125 anos, em 15 de novembro de II. O vocábulo república, caso perdesse o acento gráfico,
1889, foi proclamada a república do Brasil. transformar-se-ia em um verbo, flexionado no presen-
Na época, o país era governado por D. Pedro II e te do indicativo.
passava por grandes problemas, em razão da aboli- III. A retirada do h da palavra havia, constituiria outro vo-
ção da escravidão, em 1888. cábulo da língua portuguesa.
Como os negros não trabalhavam mais nas la- a. Somente I está correta.
vouras, os imigrantes começaram a ocupar seus lu- b. Somente II está correta.
gares, plantando e colhendo, mas cobravam pelos c. Somente I e II estão corretas.
trabalhos realizados, o que gerou insatisfação nos d. Somente II e III estão corretas.
proprietários de terras. e. I, II e III estão corretas.
As perdas também foram grandes para os coro-
LIVRO DO PROFESSOR

néis, pois haviam gasto uma enorme quantidade de 04. IFSP C8-H27
dinheiro investindo nos escravos, e o governo, após Leia o texto e responda à questão.
a abolição, não pagou nenhuma indenização a eles.
A guerra do Paraguai (1864 a 1870) também aju- Quantos seres humanos a Terra
dou na luta contra o regime monárquico no Brasil. seria capaz de suportar?
Soldados brasileiros se aliaram aos exércitos do O número ideal seria entre 1,5 a 3 bilhões de
Uruguai e da Argentina, recebendo orientações para pessoas. Atualmente, porém, a população é de 7 bi-
implantarem a república no Brasil. lhões. Ou seja, já somos mais do que o dobro do que
Os movimentos republicanos também já acon- a Terra conseguiria abrigar de forma sustentável. De
teciam no país, a imprensa trazia politização à po- acordo com o Fundo de População das Nações Uni-
LÍNGUA PORTUGUESA 151

pulação civil, para lutarem pela libertação do país das (UNFPA), três fatores devem ser considerados
dos domínios de Portugal. Com isso, vários partidos para o cálculo: disponibilidade de comida, água e
teriam sido criados, desde 1870. terra; padrão de consumo e capacidade do planeta
A Igreja também teve sua participação para que de absorver a poluição; e número de pessoas. Para
a república do Brasil fosse proclamada. Dois bispos o pesquisador Alan Weisman, autor de Contagem
foram nomeados para acatarem as ordens de D. Pe- regressiva: a nossa última e melhor esperança para
dro II, tornando-se seus subordinados, mas não acei- um futuro na Terra, há um paradoxo. Não adianta
taram tais imposições. Com isso, foram punidos com aumentar a nossa capacidade de alimentar e manter
pena de prisão, levando a igreja a ir contra o governo. bilhões de pessoas vivas se cada vez mais pessoas
Com as tensões aquecendo o mandato de D. Pedro continuarem nascendo. “No início do século 20 éra-
II, o imperador dirigiu-se com sua família para a cida- mos 2 bilhões e tínhamos vastas florestas, qualidade
de de Petrópolis, também no estado do Rio de Janeiro. de vida, comida para todo mundo e pouca emissão
Porém seu afastamento não foi nada favorável, de combustíveis fósseis. Ou seja, tínhamos um pla-
fazendo com que fosse posto em prática um golpe neta saudável”, afirma Weisman.
militar, onde o Marechal Deodoro da Fonseca cons- Saco sem fundo
pirava a derrubada de D. Pedro II. Com o avanço da tecnologia e da medicina, mais
ATIVIDADES

Boatos de que os responsáveis pelo plano seriam gente vive por mais tempo. Também produzimos
presos fizeram com que a armada acontecesse, re- mais grãos utilizando o mesmo espaço – atualmen-
cebendo o apoio de mais de seiscentos soldados. te, nos EUA, cerca de 70% dos grãos alimentam
No dia 15 de novembro de 1889, ao passar pela gado (que geram alimento para o homem). Porém,
Praça da Aclamação, o Marechal, com espada em quanto mais comida produzimos, mais pessoas sur-
punho, declarou que, a partir daquela data, o país gem para serem alimentadas.
seria uma república. Alívio temporário
Dom Pedro II recebeu a notícia de que seu gover- A taxa de natalidade mundial está diminuindo.
no havia sido derrubado e um decreto o expulsava do Atualmente muitas pessoas vivem nas cidades e as
país com sua família. Dias depois, voltaram a Portugal. famílias não precisam ter tantas crianças (antiga-
Para governar o Brasil República, os responsáveis mente, os filhos eram importante força de trabalho
pela conspiração montaram um governo provisório, na lavoura). Além disso, os lares estão cada vez me-
mas o Marechal Deodoro da Fonseca permaneceu nores e o custo de vida maior. Por tudo isso, pessoas
460

como presidente do país. Rui Barbosa, Benjamin urbanas têm cada vez menos filhos.
Constant, Campos Sales e outros foram escolhidos Somos exagerados
para formar os ministérios. Desenvolvimento também não é garantia de
PV2D-17-10

Disponível em: <http://www.brasilescola.com>. abundância. Se toda a população consumisse como


Acesso em: abr. 2016. Adaptado. os americanos, a Terra não suportaria – precisaría
mos do triplo de recursos existentes atualmente. O fim desse desencontro deveria ocorrer no
Mas nem precisamos ir tão longe: com o consumo começo da vida adulta, quando trabalhamos, pro-
médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes criamos e tomamos decisões de repercussão so-
mais do que o planeta oferece. cial. Finalmente deveríamos sentir-nos legítimos
Planejamento familiar cidadãos da vida. Porém, julgamos ser uma frau-
De acordo com Alan Weisman, podemos reduzir de: imaginávamos que os adultos eram algo maior,
a quantidade de pessoas que vivem na Terra ao lon- mais consistente do que sentimos ser. Logo em se-
go de três gerações sem tomar medidas extremas. guida disso, já começamos a achar que perdemos
“Há países que reduziram o número de habitantes o bonde da vida. O tempo nos faz estrangeiros à
apenas com distribuição de contraceptivos, educa- própria existência.
ção e planejamento familiar, sem precisar obrigar as Uma das formas mais simples de combater todo
famílias a ter menos filhos”. esse mal-estar é encontrar outro para chamar de
Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quantos- diferente, de inadequado. Quem pratica o bullying,
seres-humanos-a-terra-seria-capaz-de-suportar>. Acesso em: mar. 2016. quer seja entre alunos ou com os que têm hábitos e
aparência distintos do seu, conquista momentanea-
No trecho “Desenvolvimento também não é garantia de mente a ilusão da legitimidade. Quem discrimina ar-
abundância.”, a palavra destacada encontra-se acentuada ranja no grito e na violência um lugar para si.

LIVRO DO PROFESSOR
porque é Conviver com as diferentes cores de pele, in-
a. paroxítona, terminada em ditongo oral. terpretações dos gêneros, formas de amar e casar,
b. paroxítona terminada em ditongo decrescente nasal. vestimentas, religiões ou a falta delas, línguas faz
c. oxítona terminada em a. com que todos sejam estrangeiros. Isso produz a
d. paroxítona em que há um hiato oral. mágica sensação de inclusão universal: se formos
e. oxítona terminada em hiato. todos diferentes, ninguém precisa sentir-se excluí-
do. Movimentos migratórios misturam povos, a
05. IFSUL-RS (adaptado) eliminação de barreiras de casta e de preconceitos
Leia o texto e responda à questão. também. Já pensou que delícia se, no futuro, en-
tendermos que na vida ninguém é nativo. A exis-

LÍNGUA PORTUGUESA 151


Somos todos estrangeiros tência de cada um é como um barco em que faze-
Volta e meia, em nosso mundo redondo, colap- mos um trajeto ao final do qual sempre partiremos
sa o frágil convívio entre os diversos modos de ser sem as malas.
dos seus habitantes. Neste momento, vivemos uma Diana Corso
nova rodada dessas com os inúmeros refugiados, Disponível em: <http://wp.clicrbs.com.br/
opiniaozh/2015/09/12/artigo-somos-todos-estrangeiros/?
famílias fugitivas de suas guerras civis e massacres.
topo=13,1,1,,,13>. Acesso em: out. 2015. Adaptado.
Eles tentam entrar na mesma Europa que já expul-
sou seus famintos e judeus. Esses movimentos in- Considere as afirmações, marque V para verdadeiro, F para
troduzem gente destoante no meio de outras cultu- falso e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
ras, estrangeiros que chegam falando atravessado, ( ) A substituição dos pronomes demonstrativos nes-
comendo, amando e rezando de outras maneiras. Os te e dessas (primeiro parágrafo) pelos pronomes
diferentes se estranham. demonstrativos nesse e destas, respectivamente,
Fui duplamente estrangeira, no Brasil por ser manteria a correção gramatical da frase.
uruguaia, em ambos os países e nas escolas públicas ( ) Quanto à acentuação gráfica, as palavras infância e
por ser judia. A instrução era tentar mimetizar-se, adolescência são paroxítonas acentuadas porque
falar com o menor sotaque possível, ficar invisível terminam em ditongo crescente.

ATIVIDADES
no horário do Pai Nosso diário. ( ) Os verbos deveríamos e imaginávamos estão con-
Certamente todos conhecem esse sentimento de jugados no mesmo tempo verbal, o pretérito perfeito
sentir-se estrangeiro, ficar de fora, de não ser tão au- do modo indicativo.
têntico quanto os outros, ou não ser escolhido para ( ) O vocábulo mal-estar necessita de hífen porque o se-
o que realmente importa. Na infância, tudo é grande gundo termo começa por uma vogal.
demais, amedronta e entendemos fragmentariamen- ( ) Na frase destacada no final do terceiro parágrafo, a
te, como recém-chegados. Na puberdade, perdemos mudança do sujeito de 1a pessoa do plural para a
a familiaridade com nossos familiares: o que antes 1a pessoa do singular implica duas alterações, a fim
parecia natural começa a soar como estrangeiro. Na de manter a sintaxe de concordância adequada.
adolescência, sentimo-nos estranhos a quase a. F – V – F – V – F
tudo, andamos por aí enturmados com os da b. V – V – F – V – V
mesma idade ou estilo, tendo apenas uns aos c. V – V – V – F – F
outros como cúmplices para existir. d. F – F – V – V – V
461
PV2D-17-10
Resolução dos Exercícios Extras
LÍNGUA PORTUGUESA 151 Módulo 3
03. C
Módulo 1 O autor usa o recurso da polissemia da palavra natureza,
03. E repetida quatro vezes no anúncio, com dois significados dis-
As excelências e as ladainhas, muito comuns na cultura tintos (na segunda e terceira ocorrências, como “conjunto de
nordestina, são cânticos religiosos entoados no momento da elementos do mundo natural” e, na primeira e quarta, como “o
encomendação (espécie de funeral, velório) do morto, em que compõe a substância do ser; essência”), conforme sua
que se ora pela alma do defunto. aplicação no contexto.

04. E 04. B
Os termos “tarvez” e “sorto”, característicos da linguagem O diálogo que se estabelece entre as duas personagens
coloquial em algumas regiões rurais do Brasil, sofreram pro- do cartum, assim, como os acessórios que as acompanham,
cesso de rotacismo (fenômeno linguístico de troca do R pelo permitem deduzir que pertencem a meios diferentes; o pri-
L ou vice-versa) das formas cultas equivalentes “talvez” e meiro, à esquerda, é do meio urbano, e o segundo, do meio
“solto”. rural. Assim, é correta a opção B, pois a pergunta do condutor
LIVRO DO PROFESSOR

Habilidade produz ambiguidade ao ser compreendida de maneira dife-


Identificar as diferentes linguagens e seus recursos ex- rente pelo camponês, promovendo o efeito de humor.
pressivos como elementos de caracterização dos sistemas Habilidade
de comunicação. Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes
linguagens e suas manifestações específicas.
05. A
Os termos destacados são de cunho informal, próprio da 05. B
língua falada, em que se colocam apenas os determinantes Impessoal é sinônimo de anônimo, imparcial.
no plural, permanecendo os substantivos no singular, cau-
sando, assim, erros de concordância. Módulo 4
03. E
Módulo 2 Em “Houve um equívoco no documento, que deve ser re-
03. C tificado”, o termo retificado (sinônimo de corrigido, conserta-
RESOLUÇÃO

A variação linguística geográfica (ou regional) apresenta do) foi usado adequadamente e não confundido com ratifica-
diferenças conforme a cultura de um determinado local. As- do (sinônimo de confirmado).
sim, a mesma palavra pode ser conhecida por formas diferen- Nas opções A, B, C e D, os significados dos pares de parô-
tes em diversas regiões do país, como é o caso de jerimum, nimos estão invertidos. A única opção em que o valor semân-
no Norte e no Nordeste, e de abóbora, no Sul e no Sudeste. tico das palavras está correto é a E.

04. D 04. C
A característica principal do Concretismo é a ruptura do Nos dois últimos versos do primeiro quarteto, a palavra
conceito tradicional do verso para definir o poema como con- mesmo adquire o valor adverbial de inclusão (até), o que
junto de elementos que estruturam a mensagem através de acontece também na frase em C. Em A e B, é adjetivo (seme-
signos verbivocovisuais, (valorização do conteúdo verbal, lhante) e em D, advérbio de afirmação (realmente).
sonoro e visual, por meio do aproveitamento do espaço do Habilidade
papel), permitindo a possibilidade de diversas leituras de Relacionar informações sobre concepções artísticas e
acordo com diferentes ângulos. No poema “da sua memória”, procedimentos de construção do texto literário.
a fragmentação de palavras dispostas na vertical dá origem a
uma coluna estreita em que os termos precisam ser interliga- 05. B
dos para manterem o nexo semântico primitivo. Se aliarmos Os pares dos vocábulos são, respectivamente, parôni-
essa disposição gráfica ao título do poema, podemos inferir mos, homônimos, parônimos e sinônimos.
que o poema se caracteriza pela fragmentação da palavra,
para representar o estreitamento das lembranças. Módulo 5
Habilidade 03. D
Identificar as diferentes linguagens e seus recursos ex- I apresenta vocábulo incorreto em caçado – o correto se-
pressivos como elementos de caracterização dos sistemas ria cassado, que significa cancelamento ou anulação; II apre-
de comunicação. senta erro ortográfico em subjulgar – o correto seria subjugar.

05. C 04. Em discurso formal, culto, a passagem “ver ela de perto”


462

A expressão “mandar para o saco”, no contexto do con- teria a seguinte forma: vê-la de perto.
to de Carlos Gabriel, significa “matar”, “assassinar”, “cometer Habilidade
homicídio”. Em consequência desse crime, a personagem Compreender e usar a língua portuguesa como língua
PV2D-17-10

Picumã é internada na Febem (atual Fundação Casa), confir- materna, geradora de significação e integradora da organiza-
mando sua vida criminosa. ção do mundo e da própria identidade.
H26 – Relacionar as variedades linguísticas a situações Habilidade
específicas de uso social. Reconhecer os usos da norma padrão da língua portu-
guesa nas diferentes situações de comunicação.
05. A
A alternativa A apresenta os vocábulos destacados grafa- 05. A
dos corretamente. A primeira afirmativa é falsa, pois existem diferenças en-
tre os termos destas e dessas, neste e nesse no que diz res-
Módulo 6 peito à proximidade daquele que fala; quando o falante está
03. A próximo do momento em que se fala, ele faz uso do pronome
A alternativa I está incorreta, pois, segundo as regras da neste, e quando está longe, usa nesse; quando o falante não
gramática normativa, acentuam-se i e u tônicos quando for- está próximo daquilo a que se refere, ele faz uso do pronome
mam hiato com a vogal anterior, estando eles sozinhos na desse, e quando está perto, usa deste.
sílaba ou acompanhados apenas de s, desde que não sejam A terceira afirmativa é falsa, pois deveríamos está no fu-
seguidos por -nh: países. turo do pretérito, e imaginávamos está no pretérito imperfeito.
A quinta afirmativa é falsa, pois a frase ficaria com
04. A separação das sílabas de abundância deve ser: a-bun- mais alterações: “Na adolescência, senti-me (1a alteração)
dân-cia. Assim, é considerada uma paroxítona, que termina estranho (2a alteração) a quase tudo, andei (3a alteração)

LIVRO DO PROFESSOR
em ditongo oral, pois há duas vogais orais pronunciadas so- por aí enturmado (4a alteração) com os da mesma idade ou
mente pela boca (ia). estilo [...].”

RESOLUÇÃO
463
PV2D-17-10
Módulo 1 Veja Exercícios Propostos na página 74.

Texto literário, texto não literário


EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
Leia o texto do crítico Antonio Candido e responda às 01. Cusc-ES
questões de 01 a 04. Em um período posterior a 1822, ainda no século XIX, al-
guns autores procuraram forjar, além de um fundamento na-
A literatura do Brasil faz parte das literaturas do cionalista para sua literatura, um mito fundador para a nação
Ocidente da Europa. No tempo da nossa indepen- então independente. Ao misturar a cultura europeia à popula-
dência, proclamada em 1822, formou-se uma teo- ção autóctone, tal preocupação é expressa no livro
ria nacionalista que parecia incomodada por este a. Sagarana, de Guimarães Rosa.
dado evidente e procurou minimizá-lo, acentuando b. Iracema, de José de Alencar.
o que haveria de original, de diferente, a ponto de c. Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.
rejeitar o parentesco, como se quisesse descobrir d. Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade.
um estado ideal de começo absoluto. Trata-se de e. Memórias de um sargento de milícias, de Manuel An-
LIVRO DO PROFESSOR

atitude compreensível como afirmação política, tônio de Almeida.


exprimindo a ânsia por vezes patética de identida-
Resolução
de por parte de uma nação recente, que descon-
fiava do próprio ser e aspirava ao reconhecimento Iracema é uma obra em que os povos indígenas entram
dos outros. Com o passar do tempo, foi ficando em contato com os portugueses.
cada vez mais visível que a nossa literatura é mo- Alternativa correta: B
dificada pelas condições do Novo Mundo, mas faz
parte orgânica do conjunto das literaturas ociden-
tais. Por isso, o conceito de “começo” é nela bas-
tante relativo, e diferente do mesmo fato nas litera-
LÍNGUA PORTUGUESA 152

turas matrizes. A literatura portuguesa, a francesa


ou a italiana foram se constituindo lentamente, ao
mesmo tempo em que se formavam os respectivos
idiomas. Língua, sociedade e literatura parecem
nesses casos configurar um processo contínuo, afi-
nando-se mutuamente e alcançando aos poucos a
maturidade. Não é o caso das literaturas ociden-
tais do Novo Mundo. Com efeito, no momento da
descoberta e durante o processo de conquista e
colonização, houve o transplante de línguas e lite-
raturas já maduras para um meio físico diferente,
povoado por povos de outras raças, caracterizados
por modelos culturais completamente diferentes,
incompatíveis com as formas de expressão do co-
lonizador. No caso do Brasil, os povos autóctones
eram primitivos vivendo em culturas rudimentares.
ATIVIDADES

Havia, portanto, afastamento máximo entre a cul-


tura do conquistador e a do conquistado, que por
isso sofreu um processo brutal de imposição. Este,
além de genocida, foi destruidor de formas cul-
turais superiores no caso do México, da América
Central e das grandes civilizações andinas.
Iniciação à literatura brasileira, 2007. Adaptado.
464

PV2D-17-10
H25 Resolução
02. Cusc-ES
De acordo com Antonio Candido, a literatura do Brasil Para o crítico Antonio Candido, a literatura brasileira é vin-
a. vincula-se intimamente às literaturas ocidentais, culada diretamente a outras literaturas, como as europeias.
como a portuguesa, a francesa e a italiana. Alternativa correta: A
b. é inaugurada em momento preciso, que coincide com Habilidade
a independência do país, em 1822. Estabelecer relações entre o texto literário e o momen-
c. tem um começo absoluto, com o descobrimento, to de sua produção, situando aspectos do contexto histó-
quando a cultura europeia encontra a população local. rico, social e político.
d. sobreviveu à chegada do europeu, diferente do que
aconteceu com a literatura mexicana.
e. configurou-se em um processo contínuo, integrado à
lenta formação do idioma e da cultura.

LIVRO DO PROFESSOR
EXERCÍCIOS EXTRAS

LÍNGUA PORTUGUESA 152


03. Cusc-ES Em comum, tais comunidades apresentam a pro-
Considerando o trecho do primeiro parágrafo: “[…] a nossa funda comunhão com o ambiente em que vivem,
literatura é modificada pelas condições do Novo Mundo […]”, o o respeito em relação aos indivíduos mais velhos,
que se pode concluir a respeito da literatura brasileira? a preocupação com as futuras gerações, e o sen-
so de que a felicidade individual depende do êxito
04. Cusc-ES H17 do grupo. Para eles, o sucesso é resultado de uma
Releia o trecho do último parágrafo e responda à questão. construção coletiva. Estas ideias, partilhadas pelos
povos indígenas, são indispensáveis para construir
No caso do Brasil, os povos autóctones eram qualquer noção moderna de civilização. Os verda-
primitivos vivendo em culturas rudimentares. Ha- deiros representantes do atraso no nosso país não
via, portanto, afastamento máximo entre a cultura são os índios, mas aqueles que se pautam por visões
do conquistador e a do conquistado, que por isso preconceituosas e ultrapassadas de “progresso”.
sofreu um processo brutal de imposição. Este, além AZZI, R. As razões de ser guarani-kaiowá. Disponível em: <http://
de genocida, foi destruidor de formas culturais supe- www.outraspalavras.net.> Acesso em: dez. 2012.
riores no caso do México, da América Central e das

ATIVIDADES
grandes civilizações andinas. Considerando-se as informações abordadas no texto, ao
iniciá-lo com a expressão “Na verdade”, o autor tem como ob-
O termo destacado refere-se jetivo principal
a. ao processo brutal de imposição. a. expor as características comuns entre os povos indí-
b. à imposição. genas no Brasil e suas ideias modernas e civilizadas.
c. ao conquistador. b. trazer uma abordagem inédita sobre os povos indíge-
d. ao conquistado. nas no Brasil e, assim, ser reconhecido como especia-
e. ao afastamento máximo. lista no assunto.
c. mostrar os povos indígenas vivendo em comunhão
05. Enem com a natureza e, por isso, sugerir que se deve respei-
Leia o texto e responda à questão. tar o meio ambiente e esses povos.
d. usar a conhecida oposição entre moderno e antigo como
Na verdade, o que se chama genericamente uma forma de respeitar a maneira ultrapassada como vi-
465

de índios é um grupo de mais de trezentos povos vem os povos indígenas em diferentes regiões do Brasil.
que, juntos, falam mais de 180 línguas diferentes. e. apresentar informações pouco divulgadas a respeito
Cada um desses povos possui diferentes histórias, dos indígenas no Brasil, para defender o caráter des-
PV2D-17-10

lendas, tradições, conceitos e olhares sobre a vida, ses povos como civilizações, em contraposição a vi-
sobre a liberdade, sobre o tempo e sobre a natureza. sões preconcebidas.
Módulo 2 Veja Exercícios Propostos na página 81.

Estilística e figuras de linguagem


EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. Enem 02. Enem H22
Leia o texto e responda à questão. Leia a crônica de Dalton Trevisan e responda à questão.

O negócio
Grande sorriso do canino de ouro, o velho Abílio
propõe às donas que se abastecem de pão e banana:
— Como é o negócio?
De cada três dá certo com uma. Ela sorri, não
responde ou é uma promessa a recusa:
— Deus me livre, não! Hoje não...
Abílio interpelou a velha:
LIVRO DO PROFESSOR

— Como é o negócio?
Ela concordou e, o que foi melhor, a filha também
aceitou o trato. Com a dona Julietinha foi assim. Ele
se chegou:
— Como é o negócio?
Ela sorriu, olhinho baixo. Abílio espreitou o come-
ta partir. Manhã cedinho saltou a cerca. Sinal combi-
Zero hora, 2 mar. 2006. nado, duas batidas na porta da cozinha. A dona saiu
para o quintal, cuidadosa de não acordar os filhos.
Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente Ele trazia a capa de viagem, estendida na grama
LÍNGUA PORTUGUESA 152

um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, orvalhada. O vizinho espionou os dois, aprendeu o
painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição sinal. Decidiu imitar a proeza. No crepúsculo, pum-
provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Es- -pum, duas pancadas fortes na porta. O marido em
panha. Na charge, publicada no período de carnaval, recebe viagem, mas não era dia do Abílio. Desconfiada, a
destaque a figura do carro, elemento introduzido por Iotti no moça surgiu à janela e o vizinho repetiu:
intertexto. Além dessa figura, a linguagem verbal contribui — Como é o negócio?
para estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a char- Diante da recusa, ele ameaçou:
ge ao explorar — Então você quer o velho e não quer o moço?
a. uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, es- Olhe que eu conto!
clarecendo-se o referente tanto ao texto de Iotti quan-
to à obra de Picasso. Quanto à abordagem do tema e aos recursos expressi-
b. uma referência ao tempo presente, com o emprego da vos, essa crônica tem um caráter
forma verbal é, evidenciando-se atualidade do tema a. filosófico, pois reflete sobre as mazelas sofridas pe-
abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo char- los vizinhos.
gista brasileiro. b. lírico, pois relata com nostalgia o relacionamento
c. um termo pejorativo, trânsito, reforçando-se a imagem da vizinhança.
ATIVIDADES

negativa de mundo caótico presente, tanto em Guernica c. irônico, pois apresenta com malícia a convivência en-
quanto na charge. tre vizinhos.
d. uma referência temporal, sempre, referindo-se à per- d. crítico, pois deprecia o que acontece nas relações
manência de tragédias retratadas tanto em Guernica de vizinhança.
quanto na charge. e. didático, pois expõe uma conduta a ser evitada na re-
e. uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, re- lação entre vizinhos.
metendo-se tanto à obra pictórica quanto ao contexto
Resolução
de trânsito brasileiro.
O texto tem caráter irônico, já que trata do relacionamento
Resolução entre os vizinhos de forma maliciosa.
A palavra dramático pode ser entendida de duas formas: Alternativa correta: C
como o gênero do quadro e como a situação em que se encon- Habilidade
tra o trânsito brasileiro. Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assun-
466

Alternativa correta: E tos e recursos linguísticos.


PV2D-17-10
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. Enem b. cunho apelativo, pela predominância de imagens
Leia o texto de Vinicius de Moraes e responda à questão. metafóricas.
c. tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
O exercício da crônica d. espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.

LIVRO DO PROFESSOR
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo pro- e. originalidade, pela concisão da linguagem.
sa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um
ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas 05. Enem
personagens e situações que, azar dele, criou por- Leia o texto e responda à questão.
que quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa
fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, Jogar limpo
olha através da janela e busca fundo em sua imagi- Argumentar não é ganhar uma discussão a
nação um fato qualquer, de preferência colhido no qualquer preço. Convencer alguém de algo é, antes
noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as de tudo, uma alternativa à prática de ganhar uma
suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue questão no grito ou na violência física – ou não físi-

LÍNGUA PORTUGUESA 152


novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar ca. Não física, dois-pontos. Um político que mente
em torno e esperar que, através de um processo as- descaradamente pode cativar eleitores. Uma publi-
sociativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda cidade que joga baixo pode constranger multidões
dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente des- a consumir um produto danoso ao ambiente. Há
pertados pela concentração. Ou então, em última manipulações psicológicas não só na religião. E é
instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, comum pessoas agirem emocionalmente, porque
já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, vítimas de ardilosa – e cangoteira – sedução. Em-
pode surgir o inesperado. bora a eficácia a todo preço não seja argumentar,
tampouco se trata de admitir só verdades cientí-
Predomina no texto a função da linguagem que se constitui ficas – formar opinião apenas depois de ver a de-
a. nas diferenças entre o cronista e o ficcionista. monstração e as evidências, como a ciência faz.
b. nos elementos que servem de inspiração ao cronista. Argumentar é matéria da vida cotidiana, uma for-
c. nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica. ma de retórica, mas é um raciocínio que tenta con-
d. no papel da vida do cronista no processo de escrita vencer sem se tornar mero cálculo manipulativo, e
da crônica. pode ser rigoroso sem ser científico.
e. nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio Língua portuguesa, São Paulo, ano 5, n. 66, abr. 2011. Adaptado.

ATIVIDADES
de uma crônica.
No fragmento, opta-se por uma construção linguística
04. Fuvest-SP C5-H25 bastante diferente em relação aos padrões normalmente
Leia o fragmento da letra de música de Gabriel O pensa- empregados na escrita. Trata-se da frase “Não física, dois-
dor e responda à questão. -pontos”. Nesse contexto, a escolha por se representar por
extenso o sinal de pontuação que deveria ser utilizado
Até quando? a. enfatiza a metáfora de que o autor se vale para desen-
Não adianta olhar pro céu volver seu ponto de vista sobre a arte de argumentar.
Com muita fé e pouca luta b. diz respeito a um recurso de metalinguagem, evidencian-
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer do as relações e as estruturas presentes no enunciado.
e muita greve, você pode, você deve, pode crer c. é um recurso estilístico que promove satisfatoria-
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver mente a sequenciação de ideias, introduzindo apos-
Se liga aí que te botaram numa cruz e tos exemplificativos.
467

só porque Jesus sofreu não quer dizer que você d. ilustra a flexibilidade na estruturação do gênero
[tenha que sofrer! textual, a qual se concretiza no emprego da lingua-
gem conotativa.
PV2D-17-10

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto e. prejudica a sequência do texto, provocando estranhe-
a. caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet. za no leitor ao não desenvolvê-la.
Módulo 3 Veja Exercícios Propostos na página 87.

Gêneros literários e estilos de época


EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. Fadi-SP Volte o olhar ao sol, o sopro aos ares,
Leia o texto de Luís de Camões e responda à questão. A palavra à amplidão, e os membros todos
Às plantas se misturem.
Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente; Mas a essência imortal, aquece-a, oh! Ágnis,
é um contentamento descontente; E leva-a docemente à clara estância
é dor que desatina sem doer; Onde os justos habitam,

É um não querer mais que bem querer; Para que aí receba um novo corpo,
é um andar solitário por entre a gente; E banhada em teu hálito celeste
é nunca contentar-se de contente; Outra vida comece…
LIVRO DO PROFESSOR

é um cuidar que ganha em se perder.


Desce à terra materna, tão fecunda,
É querer estar preso por vontade; Tão meiga para os bons que a fronte encostam
é servir a quem vence, o vencedor; Em seu úmido seio.
é ter com quem nos mata lealdade.
Ela te acolherá terna e amorosa
Mas como causar pode seu favor Como em seus braços uma mãe querida
nos corações humanos amizade, Acolhe o filho amado.
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Tematicamente, os versos de Fagundes Varela esta-
LÍNGUA PORTUGUESA 152

__________ reflete __________ experimentada por aqueles que amam. belecem um diálogo com a seguinte passagem de padre
As lacunas são preenchidas, correta e respectivamente, por Antônio Vieira.
a. O soneto – a servidão a. “O trigo que semeou o pregador evangélico diz Cristo
b. A ode – a alegria que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, o
c. O soneto – a contradição caminho e a terra boa em que o trigo caiu são os diver-
d. O poema – a solidão sos corações dos homens.” (Sermão da Sexagésima)
e. O poema – o desgosto b. “Muitos pregadores há que vivem do que não colhe-
ram e semeiam o que não trabalharam. Depois da sen-
Resolução
tença de Adão, a terra não costuma dar fruto, senão a
O texto é um soneto que revela as contradições do amor. quem come o seu pão com o suor do seu rosto.” (Ser-
Alternativa correta: C mão da Sexagésima)
c. “O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando
a terra se vê tão corrupta como está a nossa, haven-
do tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou
qual pode ser a causa desta corrupção?” (Sermão
de Santo Antônio)
ATIVIDADES

d. “Os vivos pó, os mortos pó; os vivos pó levantado, os


mortos pó caído; os vivos pó com vento, e por isso
vãos; os mortos pó sem vento, e por isso sem vai-
dade. Esta é a distinção, e não há outra.” (Sermão da
Quarta-feira de Cinzas)
e. “Mas ponde os olhos em Antônio vosso pregador, e
vereis nele o mais puro exemplar de candura, da sin-
02. Unicid-SP H18 ceridade e da verdade, onde nunca houve dolo, fingi-
Leia o poema de Fagundes Varela e responda à questão. mento ou engano.” (Sermão de Santo Antônio)
Resolução
Oração fúnebre
Segue o caminho antigo onde passaram O texto literário que tem relação com o texto apresentado
Outrora nossos pais. Vai ver os deuses é o do “Sermão da Quarta-feira de Cinzas”.
468

Indra, Iama e Varuna. Alternativa correta: D


Habilidade
Livre dos vícios, livre dos pecados, Identificar os elementos que concorrem para a progres-
PV2D-17-10

Sobe à eterna morada, revestido são temática e para a organização e estruturação de textos de
De formas luminosas. diferentes gêneros e tipos.
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. UFPR Era o primo! O sujeito, as suas visitas perderam de
Leia os textos e responda à questão. repente para ela todo o interesse picante. A sua ma-
lícia cheia, enfunada até aí, caiu, engelhou-se como
Texto 1 uma vela a que falta o vento. Ora, adeus! Era o primo!
Carregado de mim ando no mundo, Subiu à cozinha, devagar – lograda.
E o grande peso embarga-me as passadas, – Temos grande novidade, Sra. Joana! O tal pe-
Que como ando por vias desusadas, ralta é primo. Diz que é o primo Basílio.
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo. E com um risinho:
— É o Basílio! Ora o Basílio! Sai-nos primo à últi-
O remédio será seguir o imundo ma hora! O diabo tem graça!
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas, — Então que havia de o homem ser senão paren-
Que as bestas andam juntas mais ousadas, te? – observou Joana.
Do que anda o engenho mais profundo. Juliana não respondeu. Quis saber se estava o
ferro pronto, que tinha uma carga de roupa para
Não é fácil viver entre os insanos, passar! E sentou-se à janela, esperando. O céu baixo

LIVRO DO PROFESSOR
Erra, quem presumir que sabe tudo, e pardo pesava, carregado de eletricidade; às vezes
Se o atalho não soube dos seus danos. uma aragem súbita e fina punha nas folhagens dos
quintais um arrepio trêmulo.
O prudente varão há de ser mudo, — “É o primo!” – refletia ela. — “E só vem
Que é melhor neste mundo, mar de enganos, então quando o marido se vai. Boa! E fica-se toda
Ser louco c’os demais, que só, sisudo. no ar quando ele sai; e é roupa-branca e mais
Gregório de Matos roupa-branca, e roupão novo, e tipoia para o pas-
seio, e suspiros e olheiras! Boa bêbeda! Tudo fica
Texto 2 na família!”
A poesia satírica de Gregório de Matos empre- Os olhos luziam-lhe. Já se não sentia tão lograda.

LÍNGUA PORTUGUESA 152


ga modelos e procedimentos variados. José Miguel Havia ali muito “para ver e para escutar”. E o ferro
Wisnik indica que ela pode ser entendida como estava pronto?
“uma luta cômica entre duas sociedades, uma nor- Mas a campainha, embaixo, tocou.
mal e outra absurda”.
WISNIK, J. M. “Prefácio”. Poemas escolhidos de Gregório A leitura do texto permite concluir corretamente que
de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. essa obra
a. expõe a sociedade portuguesa da época para recupe-
Com base nisso, é correto dizer que o soneto de Gregó- rar a tradição e os vínculos sociais.
rio de Matos b. traz as relações humanas de forma idealista, ainda
a. apresenta a imagem de um “mundo às avessas”, em que recupere a ideologia vigente.
que a maioria aceita a sociedade absurda como se c. retrata a sociedade portuguesa da época de forma ro-
fosse a ideal. mântica e idealizada.
b. desenha a sociedade ideal e utópica, que deverá ser d. faz explicitamente a defesa das instituições sociais,
alcançada no futuro. como a família.
c. explora a dualidade conflituosa entre corpo e espírito e. faz um retrato crítico da sociedade portuguesa da épo-
e associa a vertente satírica à sacrorreligiosa. ca, exibindo os seus costumes.

ATIVIDADES
d. apresenta um sujeito poético “sisudo e só”, o que re-
tira do soneto o tom cômico que caracteriza a sátira. 05. ITA-SP
e. apresenta a crítica aberta e racional como solução Leia a crônica de Rubem Braga e responda à questão.
para o estado insano do mundo.
Imigração
04. UNIFESP H13 José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flo-
Leia o trecho do romance O primo Basílio, de Eça de Quei- res, onde ficam os imigrantes logo que chegam. E
rós, e responda à questão. falou dos equívocos de nossa política imigratória.
As pessoas que ele encontrou não eram agriculto-
O melro veio com efeito às três horas. Luísa estava res e técnicos, gente capaz de ser útil. Viu músi-
na sala, ao piano. cos profissionais, bailarinas austríacas, cabeleirei-
— Está ali o sujeito do costume – foi dizer Juliana. ras lituanas. Paul Balt toca acordeão, Ivan Donef
Luísa voltou-se corada, escandalizada da expressão: faz coquetéis, Galar Bedrich é vendedor, Serof
469

— Ah! meu primo Basílio? Mande entrar. Nedko é ex-oficial, Luigi Tonizo é jogador de fu-
E chamando-a: tebol, Ibolya Pohl é costureira. Tudo gente para o
— Ouça, se vier o Sr. Sebastião, ou alguém, asfalto, “para entulhar as grandes cidades”, como
PV2D-17-10

que entre. diz o repórter.


O repórter tem razão. Mas eu peço licença para Brasil como agricultores, comerciantes, barbeiros
ficar imaginando uma porção de coisas vagas, ao ou capitalistas, aventureiros ou vendedores de gra-
olhar essas belas fotografias que ilustram a repor- vata? Sem o tráfico de escravos não teríamos tido
tagem. Essa linda costureirinha morena de Bada- Machado de Assis, e Carlos Drummond seria im-
joz, essa Ingeborg que faz fotografias e essa Irgard possível sem uma gota de sangue (ou uísque) esco-
que não faz coisa alguma, esse Stefan Cromick cuja cês nas veias, e quem nos garante que uma legisla-
única experiência na vida parece ter sido vender ção exemplar de imigração não teria feito Roberto
bombons – não, essa gente não vai aumentar a pro- Burle Marx nascer uruguaio, Vila Lobos mexicano,
dução de batatinhas e quiabos nem plantar cidades ou Pancetti chileno, o general Rondon canadense
no Brasil Central. ou Noel Rosa em Moçambique? Sejamos humildes
É insensato importar gente assim. Mas o destino diante da pessoa humana: o grande homem do Bra-
das pessoas e dos países também é, muitas vezes, sil de amanhã pode descender de um clandestino
insensato: principalmente da gente nova e países que neste momento está saltando assustado na
novos. A humanidade não vive apenas de carne, praça Mauá, e não sabe aonde ir, nem o que fazer.
alface e motores. Quem eram os pais de Einstein, Façamos uma política de imigração sábia, perfeita,
eu pergunto; e se o jovem Chaplin quisesse hoje materialista; mas deixemos uma pequena margem
entrar no Brasil acaso poderia? Ninguém sabe que aos inúteis e aos vagabundos, às aventureiras e aos
LIVRO DO PROFESSOR

destino terão no Brasil essas mulheres louras, esses tontos porque dentro de algum deles, como sor-
homens de profissões vagas. Eles estão procuran- te grande da fantástica loteria humana, pode vir a
do alguma coisa: emigraram. Trazem pelo menos nossa redenção e a nossa glória.
o patrimônio de sua inquietação e de seu apetite
de vida. Muitos se perderão, sem futuro, na vaga- O objetivo do autor é
bundagem inconsequente das cidades; uma mulher a. discutir a reportagem de José Leal sobre a chegada de
dessas talvez se suicide melancolicamente dentro imigrantes ao Brasil.
de alguns anos, em algum quarto de pensão. Mas é b. apoiar a imigração europeia, independentemente da
preciso de tudo para fazer um mundo; e cada pes- condição social dos imigrantes.
soa humana é um mistério de heranças e de taras. c. mostrar que o Brasil não precisa de imigrantes sem
LÍNGUA PORTUGUESA 152

Acaso importamos o pintor Portinari, o arquite- qualificação profissional.


to Niemeyer, o físico Lattes? E os construtores de d. defender uma política imigratória não necessariamen-
nossa indústria, como vieram eles ou seus pais? te vinculada a critérios profissionais.
Quem pergunta hoje, e que interessa saber, se esses e. criticar a legislação brasileira sobre imigração vigente
homens ou seus pais ou seus avós vieram para o na época.
ATIVIDADES
470

PV2D-17-10
Módulo 4 Veja Exercícios Propostos na página 97.

Trovadorismo
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. ESPM-SP 02. UFRGS-RS C5 H15
O amor cortês foi um gênero praticado desde os trovado- Sobre o Trovadorismo em Portugal, assinale a alterna-
res medievais europeus. Nele, a devoção masculina por uma tiva incorreta.
figura feminina inacessível foi uma atitude constante. A op- a. Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do
ção cujos versos confirmam o exposto é ponto de vista feminino.
a. “Eras na vida a pomba predileta b. Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento
[...] entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância
Eras o idílio de um amor sublime. e extrema submissão.
Eras a glória, – a inspiração, – a pátria, c. A influência dos trovadores provençais é nítida nas
O porvir de teu pai!” cantigas de amor galego-portuguesas.
Fagundes Varela d. Durante o Trovadorismo, ocorre a separação entre poe-

LIVRO DO PROFESSOR
b. “Carnais, sejam carnais tantos desejos, sia e música.
Carnais sejam carnais tantos anseios, e. Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros
Palpitações e frêmitos e enleios ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
Das harpas da emoção tantos arpejos...”
Cruz e Sousa
Resolução
c. “Quando em meu peito rebentar-se a fibra, As cantigas trovadorescas são, ao contrário do que se
Que o espírito enlaça à dor vivente, apresenta na alternativa D, a junção entre poesia e música.
Não derramem por mim nenhuma lágrima Alternativa correta: D
Em pálpebra demente.” Habilidade
Álvares de Azevedo Estabelecer relações entre o texto literário e o momento

LÍNGUA PORTUGUESA 152


d. “Em teu louvor, Senhora, estes meus versos de sua produção, situando aspectos do contexto histórico,
E a minha Alma aos teus pés para cantar-te, social e político.
E os meus olhos mortais, em dor imersos,
Para seguir-lhe o vulto em toda a parte.”
Alphonsus de Guimaraens
e. “Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer
amar e malamar,
amar, desamar, amar?”
Manuel Bandeira

Resolução
Nos versos de Alphonsus de Guimaraens, a devoção por
uma senhora inacessível está presente.
Alternativa correta: D

EXERCÍCIOS EXTRAS ATIVIDADES

03. PUC-RS 04. UFMG C5 H17


O paralelismo, uma técnica de construção literária nas Interpretando historicamente a relação de vassalagem
cantigas trovadorescas, consistiu em entre homem amante/mulher amada, ou mulher amante/ho-
a. unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e re- mem amado, pode-se afirmar que
citá-las em simultaneidade. a. o Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
b. um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que b. o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista.
sempre se procura dizer a mesma ideia. c. o Trovadorismo corresponde ao feudalismo.
c. apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre d. o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser
com o acompanhamento de um coro. provençais.
d. reduzir todo o refrão a um dístico. e. tanto o Trovadorismo como o Humanismo são expres-
471

e. pressupor que há sempre dois elementos paralelos sões da decadência medieval.


que se digladiam verbalmente.
05.
PV2D-17-10

Do ponto de vista estilístico, como eram feitas as canti-


gas medievais?
Módulo 5 Veja Exercícios Propostos na página 100.

Humanismo
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. PUC-SP 02. ENC-SP C5 H16
O Auto da barca do inferno pertence ao movimento literá- Se o teatro vicentino é acentuadamente religioso e me-
rio do Humanismo, em Portugal, porque Gil Vicente dievalizante, como se explica sua classificação nos limites
a. critica a Igreja pela venda indiscriminada de indulgên- do Humanismo? Sobre o Auto da barca do inferno, assinale a
cias e pela vida desregrada dos padres. alternativa correta.
b. se preocupa somente com a salvação do homem após a a. Analisa o homem em suas relações sociais, na busca
morte, sem se voltar para os problemas sociais da época. do melhor caminho para o encontro com Deus e a mo-
c. equilibra a concepção cristã da salvação após a mor- ralidade religiosa.
te com a visão crítica do homem e da sociedade do b. Analisa o homem em suas relações com Deus, na busca
seu tempo. do melhor caminho para o encontro com o semelhante.
d. tem como única preocupação criticar o homem e as ma- c. Investiga o homem em suas relações com a Igreja, des-
LIVRO DO PROFESSOR

zelas sociais do momento histórico em que está inserido. tacando a crítica aos padres que não se voltam para os
e. critica a Igreja, ao defender com entusiasmo os princípios valores humanos.
reformistas disseminados pela Reforma protestante. d. Analisa o homem em suas relações com a nobreza, o cle-
ro e o povo, tendo em vista a vida transitória da religião e
Resolução
do mercado ascendente.
Gil Vicente revela uma visão crítica do homem de seu
e. Critica a Igreja, ao defender com entusiasmo os princípios
tempo juntamente à concepção de salvação ou condenação
reformistas disseminados pela Reforma protestante.
humana após a morte.
Alternativa correta: C Resolução
Gil Vicente analisa o homem de seu tempo mostrando como
LÍNGUA PORTUGUESA 152

este busca o encontro com Deus depois de seus pecados.


Alternativa correta: A
Habilidade
Relacionar informações sobre concepções artísticas e
procedimentos de construção do texto literário.
ATIVIDADES

EXERCÍCIOS EXTRAS
03. 05. UFU-MG
O Humanismo segue a filosofia da corrente Na Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente
a. teocêntrica. d. concretista. a. retoma a análise do amor do velho apaixonado, desen-
b. antropocêntrica. e. transcendente. volvida em O velho da horta.
c. relativista. b. mostra a humilhação da jovem que não pode escolher
seu marido, tema de várias peças desse autor.
04. Unifap-SP C5 H16 c. denuncia a revolta da jovem confinada aos serviços
As primeiras peças teatrais portuguesas escritas com ob- domésticos, o que confere atualidade à obra.
jetivo de serem levadas a público são de autoria de d. conta a história de uma jovem que assassina o marido
472

a. Manuel Maria Barbosa du Bocage. para se livrar dos maus-tratos.


b. Paio Soares de Taveirós. e. aponta, quando Lianor narra as ações do clérigo,
c. D. Dinis. uma solução religiosa para a decadência moral de
PV2D-17-10

d. Camões. seu tempo.


e. Gil Vicente.
Módulo 6 Veja Exercícios Propostos na página 106.

Camões lírico e Camões épico


EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
Leia o soneto de Camões e responda às questões 01 e 02. 02. Mackenzie-SP (adaptado) C5 H15
Esse soneto pertence ao estilo de época do Renascimen-
Amor é fogo que arde sem se ver; to, tendo sido, portanto, criado no século
É ferida que dói e não se sente; a. XV.
É um contentamento descontente; b. XVI.
É dor que desatina sem doer; c. XVII.
d. XVIII.
É um não querer mais que bem querer; e. XIX.
É andar solitário por entre a gente;
Resolução
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder. O soneto foi escrito no século XVI, período do Classicismo,

LIVRO DO PROFESSOR
em que se localiza a produção do autor.
É querer estar preso por vontade; Alternativa correta: B
É servir a quem vence, o vencedor; Habilidade
É ter com quem nos mata lealdade. Estabelecer relações entre o texto literário e o momento
de sua produção, situando aspectos do contexto histórico,
Mas como causar pode seu favor social e político.
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

01. Mackenzie-SP (adaptado)

LÍNGUA PORTUGUESA 152


Como o amor é percebido e sentido pelo eu lírico?
Resolução
O amor é percebido como um sentimento irracional, cheio
de contradições.

EXERCÍCIOS EXTRAS
03. Fuvest-SP (adaptado) Cessem do sábio Grego e do Troiano
Assinale a alternativa incorreta sobre Os lusíadas. As navegações grandes que fizeram;
a. O herói tido como coletivo é o povo português. Cale-se de Alexandre e de Trajano
b. As epopeias Ilíada e Odisseia são bases para a produ- A fama das vitórias que tiveram.
ção de Camões. Que eu canto o peito ilustre lusitano
c. Há uma mistura do histórico e do mitológico. A quem Netuno e Marte obedeceram.

ATIVIDADES
d. Os portugueses que participaram das navegações Cesse tudo que a antiga Musa canta
são exaltados. Que outro valor mais alto se alevanta!
e. Há aspectos medievais entre os aspectos renascen-
tistas na obra. Sobre o texto, assinale a alternativa incorreta.
a. A estrofe corresponde à primeira parte do poema (pro-
04. Fuvest-SP C5 H16 posição) e indica a matéria épica de Os lusíadas.
Na lírica de Camões, b. O verso empregado na estrofe abordada é o decas-
a. o metro usado para a composição dos sonetos é a re- sílabo (ou verso de medida nova), verso tipicamen-
dondilha. te clássico.
b. a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada c. A estrofe recebe o nome de oitava rima ou oitava real (oito
de espiritualidade. versos decassílabos com esquema de rima AB/AB/AB/CC).
c. cantar a pátria é o centro das preocupações. d. O subjetivismo do texto fica no emprego da primeira
d. encontra-se fonte de inspiração de muitos poetas bra- pessoa (que caracteriza a função emotiva da lingua-
473

sileiros do século XX. gem, típica do Classicismo).


e. encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos. e. Netuno e Marte são figuras mitológicas que indicam
que o maravilhoso presente no texto é o maravilho-
PV2D-17-10

05. Osec-SP so pagão (mitologia greco-latina), índice do Classi-


Leia o fragmento de Os lusíadas e responda à questão. cismo do trecho.
Resolução dos Exercícios Extras
LÍNGUA PORTUGUESA 152 Módulo 4
03. B
Módulo 1 O paralelismo na literatura consiste na repetição da mes-
03. A condição de Novo Mundo à qual Antonio Candido se re- ma ideia no início dos versos.
fere é a de colonizado. Sendo assim, pode-se concluir que a
literatura brasileira sofre influências da tradição literária im- 04. C
posta pela colônia. A relação entre vassalo e senhor, a mesma presente
entre homem e mulher no Trovadorismo, está relacionada
04. A ao feudalismo.
O termo dá coesão ao trecho, retomando o que o autor disse Habilidade
sobre o processo brutal de imposição da cultura do colonizador. Reconhecer a presença de valores sociais e humanos
Habilidade atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
Reconhecer a presença de valores sociais e humanos
atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional. 05. Os trovadores tinham a intenção de fazer poesia e músi-
ca, construindo um texto com ritmo, rima e métrica.
LIVRO DO PROFESSOR

05. E
O autor do texto busca divulgar algumas informações Módulo 5
desconhecidas a respeito dos indígenas, colocando-as em 03. B
contraposição ao que é comumente divulgado. O Humanismo é o período literário que segue a corrente
antropocêntrica, uma vez que coloca o homem como respon-
Módulo 2 sável por suas ações e atitudes.
03. E
O texto traz em sua função linguística a intenção de mos- 04. E
trar as dificuldades de se escrever uma crônica por meio de Gil Vicente inaugurou o teatro português.
uma crônica, ou seja, faz uso de metalinguagem. Habilidade
Relacionar informações sobre concepções artísticas e
04. D procedimentos de construção do texto literário.
A linguagem do texto confere-lhe espontaneidade, por
RESOLUÇÃO

meio do uso de coloquialismos. 05. C


Habilidade Há a denúncia da revolta de Inês, jovem que vive descon-
Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas tente em meio a afazeres domésticos.
linguísticas que singularizam as variedades linguísticas so-
ciais, regionais e de registro. Módulo 6
03. E
05. C Camões trata de aspectos renascentistas, não retoman-
O texto literário emprega, como recurso estilístico, a es- do aspectos medievais em sua epopeia.
crita por extenso de “dois-pontos”, o que não prejudica a se-
quenciação de ideias, introduzindo os apostos explicativos. 04. E
Os tipos textuais citados na alternativa são encontrados
Módulo 3 na produção de Camões.
03. A Habilidade
O soneto, texto literário, apresenta um mundo às aves- Relacionar informações sobre concepções artísticas e
sas, como se o absurdo fosse aceito como ideal. procedimentos de construção do texto literário.

04. E 05. D
A obra literária faz uma crítica à sociedade da época em A linguagem emotiva, com o emprego da primeira pessoa,
que se localiza, revelando seus costumes. não é característica da narrativa épica de Camões.
Habilidade
Analisar as diversas produções artísticas como meio de
explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.

05. D
O autor do texto pretende defender a imigração, sugerin-
do uma política que não seja necessariamente vinculada a
474

aspectos profissionais.
PV-EMI-16-XX
Módulo 1 Veja Exercícios Propostos na página 118.

Funções da linguagem
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. Enem 02. Enem C6-H19
Leia o texto e responda à questão. Leia o fragmento de texto e responda à questão.

14 coisas que você não deve jogar na privada Desabafo


Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cro-
que contamina o ambiente e os animais. Também nicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá.
deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usa- Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã
remos. Alguns produtos podem causar entupimentos: de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala
• cotonete e fio dental; que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem
• medicamento e preservativo; respondidos na secretária eletrônica. Recados cha-
• óleo de cozinha; tos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou

LIVRO DO PROFESSOR
• poeira de varrição de casa; nervoso. Estou zangado.
• fio de cabelo e pelo de animais; CARNEIRO, J. E. Veja, set. 2002.
• tinta que não seja à base de água;
• querosene, gasolina, solvente, tíner. Nos textos, em geral, é comum a manifestação simultânea
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto,
deles, como óleo de cozinha, medicamento e tinta, de uma sobre as outras. No texto apresentado, a função da lin-
podem ser levados a pontos de coleta especiais, que guagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois
lhes darão a destinação adequada. a. o discurso do enunciador tem como foco o próprio
MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta código.
sustentável, jul.-ago. 2013. Adaptado. b. a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está

LÍNGUA PORTUGUESA 153


sendo dito.
O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do c. o interlocutor é o foco do enunciador na construção
foco no interlocutor, que caracteriza a função conativa da da mensagem.
linguagem, predomina também nele a função referencial, d. o referente é o elemento que se sobressai em detri-
que busca mento dos demais.
a. despertar no leitor sentimentos de amor pela nature- e. o enunciador tem como objetivo principal a manuten-
za, induzindo-o a ter atitudes responsáveis que bene- ção da comunicação.
ficiarão a sustentabilidade do planeta.
Resolução
b. informar o leitor sobre as consequências da destina-
ção inadequada do lixo, orientando-o sobre como fa- Em A, há referência à função poética; em C, à função co-
zer o correto descarte de alguns dejetos. nativa; em D, à função referencial; em E, à função fática. No
c. transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mos- texto, há o uso dos verbos em primeira pessoa: desculpem (a
trando exemplos de atitudes sustentáveis do autor do mim); não dá (para eu fazer); esqueci; estou, expressões que
texto em relação ao planeta. caracterizam a função emotiva da linguagem.
d. estabelecer uma comunicação com o leitor, procuran- Alternativa correta: B
do certificar-se de que a mensagem sobre ações de Habilidade

ATIVIDADES
sustentabilidade está sendo compreendida. Analisar a função da linguagem predominante nos textos
e. explorar o uso da linguagem, conceituando detalha- em situações específicas de interlocução.
damente os termos utilizados de forma a proporcionar
melhor compreensão do texto.
Resolução
A alternativa A está incorreta, pois a ideia de despertar
sentimentos não pode ser associada à função referencial; C
está incorreta, pois o caráter subjetivo não é o propósito da
função referencial; D está incorreta, pois é a função fática que
estabelece a comunicação; E está incorreta, pois não é obje-
tivo do texto explorar o uso da linguagem; B está correta, pois
vem ao encontro do que está pedido no enunciado – função
referencial –, sendo que tal função da linguagem busca infor-
475

mar, e é esse o objetivo do texto: alertar para os efeitos que o


descarte inadequado gera no meio ambiente.
PV2D-17-10

Alternativa correta: B
LIVRO DO PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA 153

EXERCÍCIOS EXTRAS
03. 05. Insper-SP
Leia o texto e responda à questão. Leia o texto e responda à questão.

Locutor: A cena cotidiana, que a maioria já vivenciou, sem-


Ser mãe é simplesmente O Boticário. pre serviu como exemplo de conversa superficial.
Coloque sentidos em sua vida. “Está quente hoje”, comenta um. “Será que vai cho-
ver?”, indaga o interlocutor desinteressado.
No anúncio, podemos perceber a predominância da função Para uma fatia dos moradores da região metropo-
a. conativa. litana de São Paulo, contudo, a pergunta não é mais
b. referencial. retórica. Revela, ao contrário, preocupação genuína
c. emotiva. com a situação do sistema Cantareira, responsável
ATIVIDADES

d. poética. pelo abastecimento hídrico de 8,8 milhões de pessoas.


e. fática. Por causa da estiagem incomum, tornaram-se fre-
quentes, e não só nos elevadores, os diálogos sobre um
04. Unaerp-SP C6-H19 possível racionamento em parte da capital e em mu-
Leia o poema de Millôr Fernandes e responda à questão. nicípios próximos. A Sabesp (companhia paulista de
saneamento básico), por ora, descarta essa hipótese e
Na poça da rua assegura o suprimento até março de 2015.
O vira-lata Folha de S.Paulo, 24 jul. 2014.
Lambe a Lua.
Disponível em: <http://auribertoeternochocalheiro.blogspot.com. O texto evidencia os propósitos comunicativos dos falan-
br/2011/02/haikai-voce-conhece.html>. Acesso em: set. 2015. tes, a partir de escolhas linguísticas que exploram diferentes
funções de linguagem. Dessa forma, de acordo com o texto,
No texto de Millôr Fernandes, é possível identificar: a preocupação com a seca fez com que os diálogos dos pau-
476

a. as funções emotiva e fática. listanos acerca da previsão do tempo deixassem de cumprir


b. uma linguagem metalinguística. unicamente o objetivo da função
c. predomínio da função referencial. a. emotiva. d. metalinguística.
PV2D-17-10

d. somente uma linguagem denotada. b. apelativa. e. fática.


e. uma linguagem esteticamente trabalhada. c. referencial.
Módulo 2 Veja Exercícios Propostos na página 129.

Orientações básicas para a dissertação I


EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
01. Unicamp-SP 02. Unicamp-SP C7-H23
Em ensaio publicado em 2002, Nicolau Sevcenko discor- No livro Veneno remédio: o futebol e o Brasil (São Paulo:
re sobre a repercussão da obra de Euclides da Cunha no pen- Companhia das letras, 2008.), o músico, compositor e ensaís-
samento político nacional. Leia o texto e faça o que se pede. ta José Miguel Wisnik afirma que o futebol se tornou uma es-
pécie de “língua geral”, válida para todos, que põe “em contato
Acima de tudo Euclides exaltava o papel crucial as populações de todos os continentes”. Leia trechos em que
do agenciamento histórico da população brasileira. o autor explora essa analogia e faça o que se pede.
Sua maior aposta para o futuro do país era a edu-
cação em massa das camadas subalternas, qua- Nada nos impede de dizer que os lances cria-
lificando as gentes para assumir em suas próprias tivos mais surpreendentes não dispensam a prosa
mãos seu destino e o do Brasil. Por isso se viu em corrente do “arroz-com-feijão” do jogo, necessário

LIVRO DO PROFESSOR
conflito direto com as autoridades republicanas, da a toda partida. Ou de constatar, na literatura como
mesma forma como outrora lutara contra os tirane- no futebol, que a “prosa” pode ser bela, íntegra, arti-
tes da monarquia. Nunca haveria democracia dig- culada e fluente, ou burocrática e anódina, e a “poe-
na desse nome enquanto prevalecesse o ambiente sia”, imprevista, fulgurante e eficaz, ou firula retóri-
mesquinho e corrupto da “república dos medíocres” ca sem nervo e sem alvo. [...] o futebol é o esporte
[...]. Gente incapaz e indisposta a romper com as que comporta múltiplos registros, sintaxes diversas,
mazelas deixadas pelo latifúndio, pela escravidão e estilos diferentes e opostos, e gêneros narrativos, a
pela exploração predatória da terra e do povo. [...] ponto de parecer conter vários jogos dentro de um
Euclides expôs a mistificação republicana de uma único jogo. A sua narratividade aberta às diferenças
“ordem” excludente e um “progresso” comprometi- terá relação, muito possivelmente, com o fato de ter

LÍNGUA PORTUGUESA 153


do com o legado mais abominável do passado. Sua se tornado o esporte mais jogado no mundo, como
morte precoce foi um alívio para os césares. A histó- um modelo racional e universalmente acessível que
ria, porém, orgulhosa de quem a resgatou, não deixa fosse guiado por uma ampla margem de diversidade
que sua voz se cale. interna, capaz de absorver e expressar culturas.
Nicolau Sevcenko, O outono dos césares e a primavera da a. O autor vê o futebol como formas de “prosa” e de “poe-
história. Revista da USP, São Paulo, n. 54, jun-ago 2002. sia”. Embora ambas as formas sejam consideradas ne-
cessárias, cada uma tem um lado negativo. Indique-os.
a. No último período do texto, há uma ocorrência do co- b. Apresente dois argumentos por meio dos quais o autor
nectivo porém. Que argumentos do texto são articula- justifica sua afirmação de que o futebol é uma espécie
dos por esse conectivo? de “língua geral”.
b. Apresente o argumento que embasa a posição atribuí-
Resolução
da a Euclides da Cunha em relação ao lema da Bandei-
ra Nacional. a. Para José Miguel Wisnik, a prosa, assim como o futebol,
pode ser “burocrática e anódina” (= inofensiva), com re-
Resolução gras rígidas e desnecessárias. A poesia, por sua vez, tam-
a. O conectivo porém refere-se ao resgate dos ideais bém pode ser simples “firula retórica sem nervo e sem

ATIVIDADES
de Euclides da Cunha. Segundo Nicolau Sevcenko, alvo”, ou seja, uma ação que não alcança seu objetivo.
Euclides da Cunha defendia o protagonismo do povo b. Segundo o autor, o futebol se assemelha a uma “língua
brasileiro, que só seria alcançado pela educação das geral” porque é um esporte que faz uso de diversas
“camadas subalternas”, as quais seriam capazes de formas de narrar, de diversas sintaxes, e é capaz de
atuar como agentes de uma mudança social, em rela- absorver e expressar culturas diversas nessa espécie
ção a si mesmas e à própria nação. de língua de todos.
b. O lema “Ordem e Progresso” é questionado por Eucli- Habilidade
des da Cunha, pois o autor da obra Os sertões defen- Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produ-
dia a educação das massas. Diante disso, o lema da tor e quem é seu público-alvo, pela análise dos procedimen-
bandeira mostra-se uma mistificação da República, tos argumentativos utilizados.
visto que a “ordem” caracteriza a exclusão das cama-
das mais necessitadas da população, e o “progresso”
só chega aos latifundiários, os quais, desde a monar-
477

quia, exploram o povo, seja por meio da escravidão,


seja pela exploração predatória da terra e do povo.
PV2D-17-10
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. Enem representa para os motoristas, o material descarta-
do poderia ser devolvido para a cadeia produtiva.
Ou seja, o papel que está sobrando nas rodovias po-
deria ter melhor destino. Isso também vale para os
plásticos inservíveis, que poderiam se transformar
em sacos de lixo, baldes, cabides e até acessórios
para os carros.
Disponível em: <www.girodasestradas.com.br>. Acesso em: jul. 2012.

Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de


composição de texto, determinados pelo contexto em que
são produzidos, pelo público a que eles se destinam, por sua
finalidade. Pela leitura do texto apresentado, reconhece-se
que sua função é
a. apresentar dados estatísticos sobre a reciclagem no país.
LIVRO DO PROFESSOR

b. alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do


mercado de recicláveis.
c. divulgar a quantidade de produtos reciclados retira-
Zero hora, jun. 2008. Adaptado. dos das rodovias brasileiras.
d. revelar os altos índices de acidentes nas rodovias bra-
Dia do Músico, do Professor, da Secretária, do Veterinário... sileiras poluídas nos últimos anos.
Muitas são as datas comemoradas ao longo do ano e elas, ao e. conscientizar sobre a necessidade de preservação
darem visibilidade a segmentos específicos da sociedade, ambiental e de segurança nas rodovias.
oportunizam uma reflexão sobre a responsabilidade social
desses segmentos. Nesse contexto, está inserida a propagan- 05. Fuvest-SP
LÍNGUA PORTUGUESA 153

da da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em que se com- Leia o texto de Fernando Reinach e responda à questão.
binam elementos verbais e não verbais para se abordar a es-
treita relação entre imprensa, cidadania, informação e opinião. Nosso andar é elegante e gracioso, e também
Sobre essa relação, depreende-se do texto da ABI que, para extremamente eficiente do ponto de vista energé-
a. a imprensa exercer seu papel social, ela deve transfor- tico. Somos capazes de andar dezenas de quilôme-
mar opinião em informação. tros por quilo de feijão ingerido. Até agora, nenhum
b. a imprensa democratizar a opinião, ela deve selecio- sapato, nenhuma técnica especial de balançar os
nar a informação. braços, ou qualquer outro truque foram capazes de
c. o cidadão expressar sua opinião, ele deve democrati- melhorar o número de quilômetros caminhados por
zar a informação. quilo de feijão consumido. Mas, agora, depois de
d. a imprensa gerar informação, ela deve fundamentar- anos investigando o funcionamento de nossas per-
-se em opinião. nas, um grupo de cientistas construiu uma traqui-
e. o cidadão formar sua opinião, ele deve ter acesso tana simples, mas extremamente sofisticada, que é
à informação. capaz de diminuir o consumo de energia de uma
caminhada em até 10%.
04. Enem C7-H24 Trata-se de um pequeno exoesqueleto que re-
ATIVIDADES

Leia o texto e responda à questão. cobre nosso pé e fica preso logo abaixo do joelho.
Ele mimetiza o funcionamento do tendão de Aqui-
Embalagens usadas e resíduos devem les e dos músculos ligados ao tendão. Uma haste
ser descartados adequadamente na altura do tornozelo, a qual se projeta para trás,
Todos os meses são recolhidas das rodovias bra- segura uma ponta de uma mola. Outra haste, logo
sileiras centenas de milhares de toneladas de lixo. abaixo do joelho, segura uma espécie de embrea-
Só nos 22,9 mil quilômetros das rodovias paulis- gem [...].
tas são 41,5 mil toneladas. O hábito de descartar Disponível em: <www.estadao.com.br>. Acesso em: jun. 2015. Adaptado.
embalagens, garrafas, papéis e bitucas de cigarro
pelas rodovias persiste e tem aumentado nos últi- a. Transcreva o trecho do texto em que o autor explora, com
mos anos. O problema é que o lixo acumulado na fins expressivos, o emprego de termos contraditórios.
rodovia, além de prejudicar o meio ambiente, pode b. Esse excerto provém de um artigo de divulgação
impedir o escoamento da água, contribuir para as científica. Aponte duas características da linguagem
478

enchentes, provocar incêndios, atrapalhar o trânsito nele empregada que o diferenciam de um artigo
e até causar acidentes. Além dos perigos que o lixo científico especializado.
PV2D-17-10
Módulo 3 Veja Exercícios Propostos na página 137.

Orientações básicas para a dissertação II


EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
Leia os textos e responda às questões de 01 a 04. eu quero dizer? Nenhuma lembrança ruim ou boa,
Texto 1 nenhuma neurose. O passado fechado, encerrado.
Definitivamente bloqueado. Não seria engraçado?
O homem que queria eliminar a memória Não se lembrar sequer do que se tomou no café da
Estava na sala diante do doutor. Uma sala bran- manhã? E para que quero me lembrar do que tomei
ca, anônima. Por que são sempre assim, derrotando no café da manhã?
a gente logo de entrada? Ignácio de Loyola Brandão. Cadeiras proibidas: contos.
O médico: Rio de Janeiro: Codecri, 1984. Fragmento.
— Sim?
— Quero me operar. Quero que o senhor tire um Texto 2
pedaço do meu cérebro.

LIVRO DO PROFESSOR
— Um pedaço do cérebro? Por que vou tirar um Os avanços da genética nos filmes
pedaço do seu cérebro? Uma boa forma de se pensar as possibilidades
— Porque eu quero. e riscos no avanço das ciências é se aventurar nas
— Sim, mas precisa me explicar. Justificar. ficções literárias e cinematográficas. Enquanto os
— Não basta eu querer? cientistas devem zelar para não fazer especulações
— Claro que não. infundadas, os autores de ficção tratam de dar asas
— Não sou dono do meu corpo? à imaginação e projetar em histórias emocionantes
— Em termos. as possíveis aplicações da ciência e alguns de seus
— Como em termos? efeitos inesperados.
— Bem, o senhor é e não é. Há certas coisas que A possibilidade de recriação da vida humana ou

LÍNGUA PORTUGUESA 153


o senhor está impedido de fazer. Ou melhor; eu é do controle que poderíamos ter sobre seus corpos
que estou impedido de fazer no senhor. e destinos são alguns dos grandes temas que há
— Quem impede? muito tempo vêm sendo explorados. O que seria
— A ética, a lei. de nossa vida se soubéssemos como prolongá-la
— A sua ética manda também no meu corpo? Se indefinidamente? Como ficariam nossos corpos se
pago, se quero, é porque quero fazer do meu corpo pudéssemos transformá-los à vontade ou se conse-
aquilo que desejo. E se acabou. guíssemos fabricar seres para nos substituírem nas
— Olha, a gente vai ficar o dia inteiro nesta dis- tarefas duras e chatas? Não seria uma maravilha se
cussão boba. E não tenho tempo a perder. Por que o pudéssemos implantar ou fazer um download de me-
senhor quer cortar um pedaço do cérebro? mórias e conhecimentos que nos dispensassem de
— Quero eliminar a minha memória. ter que aprender “na marra”, com muito estudo e al-
— Para quê? gumas experiências ruins? Que tal poder escolher e
— Gozado, as pessoas só sabem perguntar: o reconfigurar nossas características e as das pessoas
quê? por quê? para quê? Falei com dezenas de pes- com quem convivemos?
soas e todos me perguntaram: por quê? Não podem Nosso imaginário é povoado por robôs, clones,
aceitar pura e simplesmente alguém que deseja eli- artifícios fantásticos, instrumentos poderosos e tec-

ATIVIDADES
minar a memória. nologias sofisticadas que aparecem sob variadas
— Já que o senhor veio a mim para fazer esta ope- formas nos enredos de diversos filmes. Metrópolis,
ração, tenho ao menos o direito dessa informação. Frankenstein, Blade runner, Inteligência artificial, Eu,
— Não quero mais me lembrar de nada. Só isso. Robô e Matrix são alguns que se tornaram clássicos,
As coisas passaram, passaram. Fim! pois foram marcantes para gerações e continuam
— Não é tão simples assim. Na vida diária, o se- sendo referidos e revisitados. De maneira geral, re-
nhor precisa da memória. Para lembrar pequenas tratam como boas ideias podem ter desdobramen-
coisas. Ou grandes. Compromissos, encontros, coi- tos imprevistos e indesejáveis. É o que acontece,
sas a pagar etc. por exemplo, nas narrativas utópicas que descrevem
— É tudo isso que vou eliminar. Marco numa sociedades ideais, mas que se revelam sombrias e
agenda, olho ali e pronto. nada atraentes quando conhecidas de perto, como
— Não dá para fazer isso, de qualquer modo. A nos filmes 1984 ou Brazil.
medicina não está tão adiantada assim. Isto obviamente não invalida, nem deveria de-
479

— Em lugar nenhum posso eliminar a minha sestimular, os avanços do conhecimento. Pelo con-
memória? trário! Juntamente com as dúvidas que essas histó-
— Que eu saiba não. rias lançam sobre nossas certezas e expectativas,
PV2D-17-10

— Seria muito melhor para os homens. O dia elas suscitam interrogações e recolocam questões
a dia. O dia de hoje para a frente. Entende o que fundamentais. Se a engenharia genética pode fazer
as pessoas melhores, mais saudáveis, mais desejá- 02. UNESP C6-H18
veis, por que não seguir em frente? Quais seriam as Depois de comparar os dois textos, demonstre que,
implicações dessa seleção artificial? quanto à questão da memória, a personagem do texto 1, que
Assistir e conversar sobre o filme GATTACA é procura o médico, e o autor do texto 2 manifestam opiniões
uma boa forma de entrar nessa discussão. O nome bem distintas.
da produção e do local onde se passa vem das le-
Resolução
tras com que representamos as sequências do DNA
(G, A, T, C). Mais precisamente, as iniciais das bases Trata-se de posições distintas: no texto 1, a personagem
químicas dessas moléculas: guanina, adenina, timi- acredita que a eliminação da memória acabaria com o sofri-
na e citosina. O filme retrata uma sociedade orga- mento das pessoas. No texto 2, há argumentos que permitem
nizada e estratificada de forma racional, tomando inferir que na ficção há exemplos de que seres configurados
como base o levantamento genético dos indivíduos. geneticamente ou narrativas utópicas tornaram o homem
Aparentemente, uma forma de se aproveitar melhor, melhor. Assim, o autor do texto 2 vê a memória como algo po-
e para o bem comum, as características e o poten- sitivo, pois a possibilidade de “baixar” lembranças ou implan-
cial de cada um. Acontece que um jovem, inconfor- tá-las faria com que as pessoas não precisassem aprender
mado com o destino que seus genes “defeituosos” com erros ou com experiências negativas.
lhe reservara, falseia sua identidade genética para Habilidade
LIVRO DO PROFESSOR

assumir a profissão com que sempre sonhara, a de Identificar os elementos que concorrem para a progres-
espaçonauta. Boa parte da trama e do suspense do são temática e para a organização e estruturação de textos de
filme advém do fato de que sua verdadeira identi- diferentes gêneros e tipos.
dade biológica, inválida para aquela atividade, tinha
que ser ocultada todo o tempo e com muita astúcia,
pois a manutenção da ordem social se baseava em
constantes escaneamentos genéticos. As situações
enfrentadas pela personagem nos levam a compar-
tilhar sua percepção de injustiça, e torcer pela sub-
versão ao sistema.
LÍNGUA PORTUGUESA 153

Bernardo Jefferson de Oliveira. Os avanços da genética


nos filmes. pré-Univesp, edição 6, 15.11.2010.
Disponível em: <http://www.univesp.ensinosuperior.
sp.gov.> Acesso em: mar. 2016.

01. UNESP
A personagem do texto 1, em suas tentativas de demons-
trar ao médico que seria bom eliminar a memória, apresenta,
entre seus argumentos, no último parágrafo, um de ordem
emocional, sentimental. Identifique esse argumento e justi-
fique-o do ponto de vista da personagem.
Resolução
Para a personagem do texto 1, eliminar a memória signifi-
ca apagar as experiências do passado: “nenhuma lembrança
ruim ou boa, nenhuma neurose”. Dessa forma, segundo ele, a
ATIVIDADES

eliminação da memória faria as pessoas mais felizes.


480

PV2D-17-10
LIVRO DO PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA 153
EXERCÍCIOS EXTRAS
03. UNESP Um leitor interessado nas decisões governamentais escre-
De acordo com o texto 2, ao apresentar uma sociedade ve uma carta para o jornal que publicou o edital, concordando
organizada e estratificada de forma racional, tomando como com a resolução sintetizada no edital da Secretaria de Cultura.
base o levantamento genético dos indivíduos, o filme GATTACA Uma frase adequada para expressar sua concordância é:
focaliza uma utopia cuja aplicação, como em todas as uto- a. Que sábia iniciativa! Os prédios em péssimo estado de
pias, acaba não funcionando perfeitamente. Indique qual é o conservação devem ser derrubados.
aspecto da natureza humana que a organização da sociedade b. Até que enfim! Os edifícios localizados nesse trecho des-
de GATTACA ignorou e que acabou gerando toda a complicação caracterizam o conjunto arquitetônico da Rua Augusta.
exposta no filme. c. Parabéns! O poder público precisa mostrar sua força
como guardião das tradições dos moradores locais.
04. UNESP C5-H15 d. Justa decisão! O governo dá mais um passo rumo à eli-
No primeiro parágrafo e em outras passagens do texto 2, minação do problema da falta de moradias populares.

ATIVIDADES
destaca-se que os literatos e os cineastas desfrutam de uma e. Congratulações! O patrimônio histórico da cidade me-
liberdade que os cientistas não têm ante suas próprias des- rece todo empenho para ser preservado.
cobertas científicas. Que liberdade é essa?

05. Enem
Leia o texto e responda à questão.
Secretaria de Cultura
EDITAL
NOTIFICAÇÃO — Síntese da resolução publicada no Diário Ofi-
cial da Cidade, 29/07/2011 — página 41— 511a Reunião Ordi-
nária, em 21/06/2011.
Resolução n° 08/2011 — TOMBAMENTO dos imóveis da Rua
Augusta, n° 349 e n° 353, esquina com a Rua Marquês de Para-
481

naguá, n° 315, n° 327 e n° 329 (Setor 010, Quadra 026, Lotes


0016-2 e 00170-0), bairro da Consolação, Subprefeitura da
PV2D-17-10

Sé, conforme o processo administrativo n° 1991-0.005.365-1.


Folha de S.Paulo, 5 ago. 2011. Adaptado.
Resolução dos Exercícios Extras
LÍNGUA PORTUGUESA 153 Habilidade
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empre-
Módulo 1 gadas para o convencimento do público, tais como a intimida-
03. A ção, sedução, comoção, chantagem, entre outras.
No texto, o locutor (enunciador) refere-se ao interlocutor
(mãe) fazendo uso de um verbo no imperativo (coloque) de- 05. a. O fragmento que apresenta os recursos expressivos
monstrando a função conativa. Não há elementos que inte- contraditórios é: “[...] um grupo de cientistas construiu
grem as outras funções. uma traquitana simples, mas extremamente sofistica-
da [...]” No fragmento, o adjetivo simples refere-se a
04. E algo sem complicação, e sofisticado refere-se a algo
A alternativa A está incorreta, pois a função do texto não é mais complexo.
centrada no emissor e também não há a intenção de testar o b. Um artigo científico especializado faz uso de uma lin-
canal; B está incorreta, pois a metalinguagem também não é guagem cuja terminologia seria específica a uma deter-
detectada – o foco do texto não é o próprio texto; C está incor- minada área do conhecimento, por meio de expressões
reta, pois o texto não enfatiza um referente; D está incorreta, de caráter objetivo e denotativo. Desse modo, o texto
LIVRO DO PROFESSOR

pois o texto tem linguagem conotativa e não denotativa. Em apresentado distancia-se dessa tipologia, pois o autor
E, há o trabalho estético evidenciado no texto, levando-se em faz uso de expressões cotidianas, mais acessíveis aos
consideração o aspecto gráfico do poema e a conotação dos leigos. Além disso, o uso de expressões da primeira
elementos que o formam. pessoa do plural (nosso, somos) gera uma interlocução
Habilidade que aproxima o texto do leitor. Outro recurso que distan-
Analisar a função da linguagem predominante nos textos cia o texto dos artigos científicos especializados é o uso
em situações específicas de interlocução. da metáfora em “haste... espécie de embreagem”.

05. E Módulo 3
A preocupação com o clima sempre foi considerada 03. O filme ignorou a capacidade de superação do ser hu-
exemplo de “conversa de elevador” aquela que serve, sim- mano, o qual nem sempre segue o destino genético que lhe
plesmente, para estabelecer uma comunicação, sendo utili- foi determinado.
zada, para tanto, a função fática. Dessa forma, a preocupação
RESOLUÇÃO

dos moradores da região metropolitana de São Paulo não tem 04. A liberdade que literatos e cineastas têm é a de utilizarem
mais o objetivo de testar a comunicação, mas revela uma real a imaginação e a criatividade com base em ideias científicas,
preocupação com o volume do sistema Cantareira. Sendo as- gerando narrativas utópicas e filmes de ficção. No entanto, os
sim, excluem-se as outras funções: emotiva, apelativa, refe- cientistas não desfrutam de tal liberdade, visto que não lhes
rencial e metalinguística. é dado afirmar sem comprovação científica.
Habilidade
Módulo 2 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento
03. E de sua produção, situando aspectos do contexto histórico,
Analisando-se os elementos verbais e não verbais, é social e político.
possível compreender que só é possível ao cidadão formar
sua opinião se ele tiver acesso à informação. Diante desse 05. E
argumento, implícito na propaganda, a alternativa adequada A alternativa A está incorreta, pois o edital não trata da demo-
é a E. lição de prédios; B está incorreta, pois o texto não fala da desca-
racterização arquitetônica da Rua Augusta; C está incorreta, pois
04. E o tombamento não se refere à guarda de tradições locais; D está
O texto faz uso de argumentos e elementos que informam incorreta em razão da falta de referência ao problema das mora-
sobre a quantidade de lixo descartado nas rodovias, alertan- dias populares. Diante de tal análise, percebe-se que a alternati-
do, dessa forma, para a possibilidade de acidentes e sobre o va E trata do processo de preservação do patrimônio histórico da
prejuízo para o meio ambiente. cidade e é a única adequada às informações contidas no texto.
482

PV-EMI-16-XX

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