CARBONO
CARBONO
EPM-A Diurno; Data: 28/02/2025 3ᵒAno Discentes: José Vicente e Venilda Daniel Chunguane
Perguntas
Respostas
1-R: A fonte inicial de carbono no nosso sistema, em termos astronômicos e cósmicos, está
ligada aos processos de formação de estrelas e à nucleossíntese nas primeiras etapas da evolução
do universo. Vou detalhar como o carbono surgiu em nosso sistema solar:
Big Bang e o início do Universo: o carbono não foi produzido diretamente no Big Bang, mas os
primeiros elementos leves como hidrogênio (H), hélio (He) e uma pequena quantidade de lítio
(Li) foram formados nos primeiros minutos após o Big Bang, em um processo chamado
nucleossíntese primordial. O carbono, um elemento mais pesado, foi produzido mais tarde em
estrelas.
Supernovas e a dispersão de carbono: quando estrelas massivas atingem o final de suas vidas,
elas explodem em uma supernova. Durante esse evento, uma quantidade imensa de energia é
liberada, o que permite a formação de elementos mais pesados, como o carbono, que são
lançados no espaço interestelar. Esses elementos ficam disponíveis para formar novas estrelas,
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planetas e outros corpos celestes, como asteroides e cometas. O carbono, por exemplo, se espalha
em vastas nuvens de gás e poeira chamadas nuvens moleculares.
Formação do Sistema Solar: nosso Sistema Solar se formou a partir de uma nuvem molecular
gigante que continha gás e poeira ricos em carbono e outros elementos pesados, produzidos por
supernovas anteriores. À medida que a nuvem colapsava devido à gravidade, ela formou o disco
protoplanetário, onde os planetas e outros corpos do sistema solar começaram a se formar. Esse
carbono foi incorporado na matéria que formou a Terra e os outros planetas.
2-R: O ciclo do carbono pode ser dividido em duas etapas, para facilitar: ciclo geológico do
carbono e ciclo biológico do carbono.
Sabemos que o carbono apresenta uma série de reservatórios, sendo alguns deles: os solos,
as rochas, os ecossistemas aquáticos e a atmosfera. Nesses ambientes, o carbono está em
constante circulação. O gás carbônico (CO2) presente na atmosfera estabelece uma troca
contínua com o ambiente aquático, uma vez que esse gás é solúvel em água. O CO2 presente
na atmosfera também se movimenta devido à ação das chuvas, uma vez que ele se dissolve na
água, formando uma solução ácida (H2CO3) capaz de promover a erosão de rochas silicatadas.
O processo de desintegração das rochas, chamado intemperismo, é responsável pela liberação
dos íons Ca2+ e HCO3-. Quando levados para os oceanos, esses íons são utilizados por seres
vivos na formação de conchas carbonatadas. As conchas, após a morte desses animais,
acumulam-se no meio ambiente, passando a fazer parte do sedimento no fundo dos oceanos, o
qual pode, após algum período, formar rochas calcárias. O sedimento do fundo oceânico
participa ainda do ciclo tectônico, formando magma, que produz gás carbônico, o qual é liberado
para a atmosfera pelos vulcões.
Percebemos, portanto, que o ciclo geológico do carbono garante a circulação desse elemento pela
atmosfera, litosfera e hidrosfera, não envolvendo, nessa etapa, os seres vivos do ambiente. Esse
ciclo é lento quando comparado ao biológico.
Ciclo biológico do carbono
O ciclo biológico do carbono, como o nome indica, é a etapa que envolve os seres vivos. O ciclo
biológico pode ocorrer tanto no meio terrestre quanto no aquático. O principal processo
envolvendo os seres vivos é o de fotossíntese. Nela os organismos autotróficos fotossintetizantes
retiram o gás carbônico da atmosfera e eliminam, durante o processo, oxigênio, que será
utilizado por alguns seres vivos no processo de respiração. Na fotossíntese o carbono retirado
da atmosfera será utilizado na fabricação de moléculas orgânicas. Enquanto no processo de
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3-R: A entrada de carbono no sistema solo ocorre via a adição deste elemento pela síntese de
compostos orgânicos no processo de fotossíntese. A quantidade adicionada de carbono em
determinadas condições edafoclimáticas depende das espécies e dos sistemas de culturas
utilizados. Já as perdas de carbono ocorrem principalmente pela liberação de CO2 na respiração,
pela decomposição microbiana dos resíduos e da matéria orgânica do solo e pelas perdas de
carbono orgânico por lixiviação e erosão. A magnitude desses processos, em dadas condições
edafoclimáticas, depende direta ou indiretamente, nos agroecossistemas, do manejo do solo
(Mielniczuk, 2008) e nos ecossistemas, do extrativismo. As alterações climáticas também podem
alterar a magnitude dos processos, alterando as taxas de adição e de decomposição de carbono,
consequentemente alterando a quantidade de carbono estocada no solo.
4-R: Os hidrocarbonetos são compostos formados apenas por carbono e hidrogênio, com fórmula
geral: CxHy. Trata-se de uma extensa quantidade de substâncias, cujo as mais conhecidas são
constituintes do petróleo e gás natural. A cadeia principal de um hidrocarboneto é formada de
carbono e, por sua vez, os átomos de hidrogênio se ligam por meio de ligação covalente. São
largamente utilizados na indústria química, sendo essenciais na produção dos derivados do
petróleo: combustíveis, polímeros, parafinas, dentre outros.
5-R: As ações humanas influenciam no ciclo global do carbono, uma vez que elas retiram o
carbono armazenado nos depósitos fósseis numa velocidade superior à da absorção do carbono
pelo ciclo. Dessa forma, estamos potencializando o aumento das concentrações de CO2 na
atmosfera, especialmente se considerarmos o fato de que este depósitos são queimados como
combustíveis, acelerando ainda mais o processo. A concentração de dióxido de carbono na
atmosfera tem crescido a uma taxa de 0,4% ao ano. A extração e queima do petróleo, gás e
carvão vem junto com destruição das florestas e, portanto, reduzimos a capacidade de absorção
ao mesmo tempo em que aumentamos a emissão de Carbono.
DÚVIDAS
Como a queima de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono e quais são as possíveis
consequências dessa interferência para os ecossistemas e o clima global?
Explique o papel dos oceanos no ciclo do carbono, considerando tanto sua função como
reservatório quanto sua interação com o aumento das concentrações de CO₂ atmosférico.
Glossário
1. Fotossíntese
Significado: Processo pelo qual as plantas, algas e algumas bactérias convertem luz solar,
dióxido de carbono e água em glicose e oxigênio.
Sinônimo: Síntese solar.
Antônimo: Respiração celular.
Origem: Do grego "photos" (luz) + "synthesis" (composição).
2. Respiração celular
Significado: Processo biológico pelo qual as células convertem glicose em energia, liberando
dióxido de carbono e água como subprodutos.
Sinônimo: Metabolismo celular.
Antônimo: Fotossíntese.
Origem: Do latim "respiratio" (respiração) + "cellula" (célula).
4. Carbono orgânico
Significado: Forma de carbono presente em compostos que fazem parte dos organismos vivos.
Sinônimo: Compostos orgânicos.
Antônimo: Carbono inorgânico.
Origem: Do latim "organicus" (relativo ao organismo).
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5. Biosfera
Significado: Camada da Terra onde ocorre a vida, incluindo os organismos vivos e seus
ambientes interconectados, como o solo e a atmosfera.
Sinônimo: Ecosfera.
Antônimo: Atmosfera, litosfera (em termos de contexto físico).
Origem: Do grego "bios" (vida) + "sphaira" (esfera).
6. Ciclo do carbono
7. Efeito estufa
Significado: Fenômeno natural e/ou induzido, pelo qual certos gases (como o CO₂)
retêm o calor na atmosfera, afetando o clima da Terra.
Sinônimo: Aquecimento global (em contexto de impacto).
Antônimo: Resfriamento global.
Origem: Do latim "aestus" (calor) + "efficere" (produzir).
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Referências Bibliográficas
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Ciclo do carbono"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/ciclo-carbono.htm.
Giongo, V., Cunha, T. J. F., Mendes, A. M. S., & Gava, C. A. T. (2011). Carbono no sistema
solo-planta no Semiárido brasileiro.
Dalcin, G., Mangini, L. F. K., & de Godoi, L. (2021). Química Ambiental e o impacto ambiental
relacionado aos gases de Efeito Estufa. Caderno Intersaberes, 10(27), 117-134.
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