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ELETROMAG Cap 03 Rev2324

O documento aborda a Lei de Gauss e o fluxo elétrico, explicando como calcular a carga total em uma região e a relação entre densidade de fluxo elétrico e campo elétrico. A Lei de Gauss estabelece que o fluxo total que sai de uma superfície fechada é igual à carga total contida dentro dela, e a densidade de fluxo elétrico é um campo vetorial que varia em direção e magnitude. O texto também discute superfícies gaussianas especiais e a aplicação da Lei de Gauss em diferentes configurações de carga.
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O documento aborda a Lei de Gauss e o fluxo elétrico, explicando como calcular a carga total em uma região e a relação entre densidade de fluxo elétrico e campo elétrico. A Lei de Gauss estabelece que o fluxo total que sai de uma superfície fechada é igual à carga total contida dentro dela, e a densidade de fluxo elétrico é um campo vetorial que varia em direção e magnitude. O texto também discute superfícies gaussianas especiais e a aplicação da Lei de Gauss em diferentes configurações de carga.
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3.

Lei De Gauss e Fluxo Electrico

3.1. Carga total de uma região

Usando a definição de densidade de carga apresentada no capitulo anterior, pode


se calcular a carga total presente em um determinado volume por integração. Assim, de:
𝑑𝑄 = 𝜌𝑑𝑣 [𝐶], obtem se:𝑄 = ∫𝑣 𝜌𝑑𝑣 [𝐶], naturalmente, ρ não precisa ser constante em
todo o volume v.

3.2. Fluxo e Densidade de Fluxo Elétrico

O fluxo electrico, ѱ, por definição, começa numa carga positiva e termina numa
carga negativa. Quando não houver carga negativa, o fluxo ѱ termina no infinito. Por outro
lado, também por definição, 1C de carga eléctrica cria um fluxo electrico de 1 C. Sendo
assim: ѱ = Q [𝐶]

A Fig 3.1 (a) monstra linhas de fluxo partindo de +Q e terminando em –Q. Supomos,
a priori, que ambas as cargas sejam iguais em modulo. A Fig. 2.1 (b), ilustra uma
configuração com carga positiva e sem carga negativa. As linhas de fluxo são equidistantes
entre si, através de ângulo solido indicado, dirigidas para o infinito, saindo da carga.

Embora o fluxo elétrico ѱ seja uma grandeza escalar, a densidade de fluxo elétrico,
D, é um campo vectorial que tem direção e sentido determinados pelas linhas de fluxo. Veja
a Fig. 3.2, como exemplo. Se na vizinhança do ponto P as linhas de fluxo apresentam a
direção e o sentido do versor a e se uma certa quantidade de fluxo 𝑑ѱ atravessar a área
𝒅ѱ
diferencial dS, normal a a, a densidade de fluxo elétrico em P, será : 𝑫 = 𝒂 [𝑪⁄𝒎𝟐 ].
𝒅𝑺

A Fig.3-3 mostra uma distribuição volumétrica de cargas de densidade 𝜌[𝑪⁄𝒎𝟐 ],


limitada pela superfície S. Como, por definição, cada 1C de carga gera 1C de fluxo ѱ, o fluxo
total relativo a superfície fechada S será uma medida exata de carga total contida nesse
volume. Por outro lado, D pode variar, em modulo e direção, de um ponto a outro de S
;geralmente, D não estará orientado segundo a normal a S. Caso, sobre o elemento de áreas
dS, D fizer um ângulo ϴ com a normal, o fluxo diferencial que atravessará dS será escrito
como: 𝑑ѱ = DdScosθ = D ∙ dS𝐚𝒏 = D ∙ dS

Sendo dS o elemento vectorial diferencial de área, de modulo dS e direção 𝑎𝑛 . E comum se


tomar o versor an dirigido para fora de S, de modo que 𝑑ѱ corresponda ao fluxo elementar
passando do interior para o exterior de S através de dS.

3.3. Lei de Gauss

Integrando se a expressão anterior, relativa a dѱ, sobre uma superfície fechada S,


obtém se como resultado, uma vez que ѱ = Q ∶ ∮ 𝐷 ∙ 𝑑𝑆 = 𝑄𝑖𝑛𝑡.

Expressão esta que corresponde a lei de Gauss, que estabelece ser o fluxo total que
sai de uma superfície fechada igual a carga total envolvida pela mesma. Veremos como é
possível obter informações praticas a partir desta Lei, sem necessitar, entretanto, levar a
cabo a integração.

3.4. Relacao Entre densidade de Fluxo Electrico e Campo


Electrico

Seja a carga pontual Q (suposta positiva por questão de simplicidade) localizada na


origem (Fig.3.4). Se houver uma superfície esférica de raio r, envolvendo Q, pode se concluir
que, devido a simetria existente, o D devido a Q será constante, em modulo, ao longo da
superfície, e a Q será constante, em modulo, ao longo da superfície, e normal a mesma
qualquer que o ponto tomado. Usando a lei de Gauss: 𝑄 = ∮ 𝐷 ∙ 𝑑𝑆 = 𝐷 ∮ 𝑑𝑆 = 𝐷(4𝜋𝑟 2 ). D
𝑄 𝑄
onde: 𝐷 = 𝑄 ⁄4𝜋𝑟 2 . Logo: 𝐷 = 4𝜋𝑟 2 𝑎𝑛 = 4𝜋𝑟 2 𝑎𝑟

Mas, utilizando as noções apresentadas na secção 2.2, pode se escrever que o


𝑄
campo elétrico E devido a carga Q vale: 𝐸 = 4𝜋𝑟∈ 2 𝑎𝑟 , de onde: 𝐷 = 𝜖0 𝐸. De maneira mais
0
geral: 𝐷 = 𝜖𝐸

3.5. Superficies Gaussianas Especiais

A superficie esférica empregada na secção 3.4 é uma superfície gaussiana especial, pois
satisfaz as seguintes condições:
1. E uma superfície fechada
2. Em cada ponto da mesma, D e normal (ou tangencial) a superfície.
3. D e constante, para todos os pontos da superfície onde D for normal.

Exemplo 1. Calcule o campo D devido a uma distribuicaao linear uniforme de cargas com
densidade 𝜌𝑙 (𝐶/𝑚), usando superfície gaussiana especial. Aplicando a lei de Gauss:
𝑄 = ∫1 𝐷 ∙ 𝑑𝑆 + ∫2 𝐷 ∙ 𝑑𝑆 + ∫3 𝐷 ∙ 𝑑𝑆

Sobre as superfícies 1 e 3, D e dS são ortogonais, de modo que as integrais se anulam. Sobre


2, por outro lado, D e dS são paralelos (ou antiparalelos, se 𝜌𝑙 for negativa), D sendo
constante devido a r também o ser. Portanto: 𝑄 = 𝐷 ∫2 𝑑𝑆 = 𝐷(2𝜋𝑟𝐿), onde L é o
𝜌
𝑙
comprimento do cilindro. Entretanto, a carga envolvida vale 𝑄 = 𝜌𝑙 𝐿. Sendo assim: 𝐷 = 2𝜋𝑟
𝜌
𝑙
e 𝐷 = 2𝜋𝑟 𝒂𝒓 Observe a simplicidade destes cálculos acima em comparação aos
requisitados por alguns exercícios.

A única limitação seria relativa ao método de gaussianas, e quanto a sua utilização, valida
apenas para configurações de carga com forte simetria. Outrossim, para outras
configurações o método pode fornecer aproximações ligeiras para os campos muito
próximos ou bem afastados das cargas (ou corpos carregados). Ver exemplo, Problema 3.40.

A Lei de Gauss estabelece a relação entre o fluxo do campo eléctrico (𝛷𝐸 ) através
de uma superfície fechada, com carga eléctrica (q) que existe dentro do volume
limitado desta superfície volumetrica. Assim, podemos dizer, a lei de Gauss
relacçiona os campos eléctricos em pontos, sobre uma superfície gaussiana
(fechada) com a carga resultante em volta dessa superfície.

Figura : Fluxo eléctrico através da superfície A. O fluxo é positivo, zero e negativo nos pontos 1, 2 e 3
respectivamente, de acordo com o ângulo θ.

O fluxo do campo eléctrico (𝛷𝐸 ) é considerado como uma medida do número de


linhas de campo que atravessam a superfície. Convencionalmente, há mais linhas
de campo saindo da superfície do que entrando. O fluxo de campo eléctrico é
positivo e se há mais linhas de campo entrando na superfície do que saindo, o fluxo
é negativo. Quando o número de linhas de campo que entra na superfície é igual ao
número de linhas de campo que sai da superfície, então o fluxo de campo elétrico
através da superfície é nulo.

𝛷𝐸 = ∫ 𝐸. 𝑑𝐴
𝑠

No caso de uma superficie fechada, teremos:

𝛷𝐸 = ∮ 𝐸. 𝑑𝐴
𝑠

No caso da carga (q), estar numa superficie externa

𝛷𝐸 = ∮ 𝐸. 𝑑𝐴 = 0
𝑠
A Lei de Gauss é uma das quadros equações de Maxwell, e é fundamental no
estudo do eletromagnetismo. Assim:

 É possível obter a lei de Coulomb a partir da lei de Gauss e vice-versa, poes,


a lei de Gauss não contém nenhuma informação que não esteja contida na
Lei de Coulomb e no princípio da superposição.
 É fundamental para a lei de Gauss, o fato de que a força electrica é
proporcional ao inverso do quadrado da distância. É esse fato que faz com
que o fluxo de E não dependa da "superfície gaussiana" escolhida e dependa
apenas das cargas que estão localizadas no interior da superfície.
 A lei de Gauss se refere sempre ao fluxo no interior de uma superficie
gaussiana escolhida. Portanto, para utilizar a lei de Gauss, é necessário
definir o que é uma superfície gaussiana, que normalmente é escolhida
(arbitariamente) de modo que a simetria da distribuição de carga permita, ao
menos em parte da superfície, um campo elétrico de intensidade constante.

Agora, analisemos a forma integral da lei de Gauss: assim, para entender-mos


como a lei de Gauss relaciona o fluxo do campo elétrico no interior de uma
superfície gaussiana com a carga no interior dessa mesma superfície, escolhe-se
uma superfície qualquer com uma carga q em seu interior. Logo, escolhe-se outra
superfície gaussiana S' que está envolvendo q no interior de S. A forma dessa
superfície S' pode ser qualquer, contudo, a fim de facilitar os cálculos e a
visualização, vamos fazer dessa superfície S', uma esfera de raio r centrada na
carga q, como por exemplo a superfície gaussiana representada na figura abaixo. O
raio r é tal que S' esteja inteiramente dentro de S.

Figura: Superfície gaussiana esférica centrada em q.

O fluxo do campo elétrico através dessa esfera é dado por:


𝛷𝐸 = ∮ 𝐸. 𝑑𝐴
𝑠´

E = constante, logo:

1 𝑞 𝑞
𝛷𝐸 = 𝐸 ∮ 𝑑𝐴 = ( 2
) (4𝜋𝑟 2 ) =
𝑠´ 4𝜋𝜀0 𝑟 𝜀0

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