Impressao
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AVALIAÇÃO DE DANOS EM
PERÍCIAS DE ENGENHARIA E
ARQUITETURA
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• § 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na
forma da lei.
• § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de
reminiscências históricas dos antigos quilombos.
• § 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo
estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua
receita tributária líquida, para o financiamento de programas e
projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento
de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
• I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
• II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
• III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Brasil, 1988)
1.Imóveis:
1.1) segundo seu aspecto físico:
- edificações (como templos, fortificações, palácios, casas de câmara e
cadeiras, residenciais e fábricas);
- monumentos (como obelisco, arcos, esculturas, memoriais e pinturas
monumentais);
- elementos de infraestrutura (como aquedutos, chafarizes e pontes);
- vestígios arqueológicos (como inscrições rupestres, cavernas
habitadas pelo homem pré-histórico).
1.2) segundo sua conservação:
- em ruínas;
- parcialmente deteriorado;
- regular;
- conservado;
1.3) segundo seu estado em relação à concepção original:
- preservado;
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- restaurado;
- reconstruído;
- adaptado;
- descaracterizado;
1.4) segundo o seu uso original:
- residencial;
- industrial;
- comercial e de serviço;
- institucional (governamental, religioso, militar e outros).
1.5) segundo a natureza do tombamento:
- imóvel isolado;
- agrupamento de edificações;
- conjunto arquitetônico, paisagístico ou urbanístico;
- sítios.
2.Bens integrados:
2.1) segundo o tipo, entre outros:
- baixo relevo e alto relevo;
- coluna e seus elementos;
- frontão, friso ou cornija;
- escultura;
- escadaria e balaústre;
- mural de azulejos ou pinturas
- parlatório, púlpito e coro;
- retábulo e altar;
- vitral e muxarábi;
2.2) segundo o material de execução e o acabamento, entre outros:
- cerâmica e azulejo;
- madeira;
- metal;
- pedra;
- óleo sobre tela ou sobre madeira;
- afresco;
- vidro e cristal.
2.3) segundo a localização no contexto do imóvel:
- em espaços intermediários (em pórticos, pátios, átrios, galerias e
escadarias externas, pilotis, entre outros);
- extrema (em fachadas, frontões, frontispícios, sacadas, jardins,
caminhos, telhados, beirais, entre outros);
- interna (em salas, tetos, naves centrais, transeptos, superfícies e
nichos de paredes internas, abóbodas entre outros).
2.4) segundo a autoria:
- anônima;
- atribuída;
- reconhecida.
2.5) segundo sua preservação e integridade:
- preservado;
- restaurado;
- descaracterizado. (ABNT, 2005)
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i. Danos materiais reversíveis:
Podem e devem ser restaurados. Sempre que possível, o retorno do bem
ao seu estado anterior (ou o mais próximo dele), é medida prioritária e
impositiva na reparação dos bens culturais
ii. Danos materiais irreversíveis:
Os danos materiais irreversíveis são aqueles que recaíram sobre o
conjunto de bens ou do bem não mais passível de restauração, de forma
total ou parcial, seja pelo grau de deterioração, seja pela
desproporcionalidade dessa opção. Tanto o dano parcial quanto o total,
conforme a Diretriz, a obrigação remanescente há de ser compensada por
meio da indenização ou pela assunção1 de outra obra ou ação que venha
a recuperar bem de valor análogo. Nesses casos, se fará necessária a
aplicação de uma metodologia científica capaz de aferir, da forma mais
precisa possível, o valor perdido e o valor a ser ressarcido.
iii. Danos interinos e sociais:
Os danos interinos ou sociais são aqueles que se apresentam entre o
momento da ação ou omissão gravosa ao patrimônio cultural e o pleno
restabelecimento do bem atingido. Trata-se de contemplar a comunidade
pelos danos ao bem difuso naquele lapso temporal que medeia entre a
conduta danosa e a efetiva reparação.
iv. Danos morais coletivos:
Os danos morais coletivos são reservados para os casos mais graves e
que sejam capazes de privar a coletividade das sensações espirituais
(emotivas, afetivas, hedônicas, evocativas e estéticas) desfrutadas pela
conexão com o bem cultural. (elaborado com base em CNMP, 2021, p. 122,
grifos nossos)
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Diz respeito a valores e princípios éticos ou morais. É um termo usado para discutir questões
relacionadas à avaliação de valores, como o que é considerado certo ou errado, ou bom ou mau,
e como esses valores influenciam comportamentos e decisões. Em contextos como filosofia,
sociologia e direito, o conceito é importante para entender como valores moldam normas e
ações.
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1. Valor Histórico-Cultural:
Valor de bens e imóveis, tombados ou não, que possuem importância
histórica ou cultural;
2. Valor Artístico:
Valor de bens e imóveis, tombados ou não, que possuem, pela sua
concepção estética e maestria de execução, importância na história da
arquitetura e da arte.
3. Valor Excepcional:
Valor atribuído a conjunto de bens, tombados ou não, por sua notória
empatia emocional. Exemplo de bens como valor excepcional: conjunto
de construções e entono de Ouro Preto, Plano Piloto de Brasília, maciço
do Corcovado e Cristo Redentor. (ABNT, 2005)
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no caso de perda total de um bem material, como a demolição completa de uma
edificação tombada, cuja reconstrução não seria aceitável (pois isso resultaria na
criação de um falso histórico, uma “trapalhada” sem valor cultural). Nesses casos,
a reparação deve ocorrer por meio do pagamento de uma indenização que abranja
tanto os aspectos materiais quanto os extrapatrimoniais do dano, além da
imposição de obrigações que evitem a obtenção de vantagens ilícitas decorrentes
da demolição, como a restrição de construir acima das dimensões e
características originais do bem destruído.
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ii. Cálculo da área equivalente de construção: Deve ser calculada de acordo
com a seguinte fórmula, em consonância com o previsto na NBR 12721
para os casos de prédios em condomínio:
Em que:
• S é a área equivalente de construção;
• Ap é a área construída padrão;
• Aqi é a área construída de padrão diferente;
Em que:
• C é o custo unitário de construção por m² de área equivalente de
construção;
• CUB é o custo unitário básico;
• OE é o orçamento de elevadores;
• OI é o orçamento de instalações especiais e outras, como geradores,
sistemas de proteção contra incêndio, centrais de gás, interfones,
antenas, coletivas, urbanização, projetos etc.
• OFe é o orçamento de fundações especiais;
• OFd é o orçamento de fundações diretas;
• S é a área equivalente de construção, de acordo com a NBR 12721;
• A é a taxa de administração da obra;
• F é o percentual relativo aos custos financeiros durante o período da
construção;
• L é o percentual correspondente ao lucro ou remuneração da
construtora.
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4.1.2 Identificação de custo pelo orçamento detalhado
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i: cada dependência deve ser considerada em três dimensões, tendo seu
custo real efetivo orçado ou estimado com os mesmos critérios utilizados
no orçamento-padrão, ou seja:
i’: com os acabamentos efetivamente empregados nessa dependência;
i’’: com o critério de delimitação de perímetro de áreas dessa dependência
da seguinte forma: incluir as paredes externas não confrontantes com
outra área construída, e incluir a metade da espessura da parede
confrontante com as outras áreas construídas.
ii: o custo unitário equivalente dessa dependência será obtido pela divisão do
custo orçado ou estimado conforme item i, dividindo pela respectiva área
definida no item i’’. Como esse custo é simplificado por definição, podem
ser desconsideradas neste cálculo as eventuais repercussões indiretas de
custo – nas estruturas, fundações etc.;
iii: o coeficiente para cálculo da equivalência de área é o resultado da divisão
do custo unitário dessa área dividindo pelo último custo unitário básico de
mesmo padrão divulgado oficialmente.
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TEMA 5 – MÉTODO DO CUSTO DE REPOSIÇÃO
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Conforme as Diretrizes... (CNMP, 2021, p. 132) as informações mínimas
necessárias para realizar a valoração são:
O próprio CNMP (2021) reconhece que o método é limitado, pois não capta
de forma abrangente o valor cultural, visto que não consegue abarcar na totalidade
o valor do dano nas esferas artístico-formal, de antiguidade, de testemunho, de
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uso, de raridade, além de valores espirituais e afetivos. Todavia, estabelece um
valor mínimo aceitável para a indenização de um bem cultural não mais passível
de reparação física. Estabelece ainda uma relação direta e indireta entre a
degradação e a reparação por meio de uma lógica intuitiva básica ao se pensar
em prejuízo e a reparação por um dano provocado. Steigleder (2012, citada por
CNMP, 2021) defende ser um ponto de partida importante para a valoração a ser
utilizado como mecânica de cálculo em alternativa mais fundamentada aos
métodos que consideram somente o CUB ou o valor venal/cadastral.
Por fim, o método custo de reposição (MCR), conforme o CNMP (2021, p.
140) “[...] estará sob a hipótese forte que um patrimônio histórico negativamente
impactado possa ser ‘recuperado/reconstruído’. O MCR fornece o valor mínimo
(piso) desse patrimônio”.
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de 2024, indica R$ 3.627,52/m². Assim, ao aplicarmos a metodologia, obtemos o
valor total de R$ 2.660.581,80 conforme a tabela a seguir:
E Projetos: 6% de C 244,65
Subtotal (CUB + fundações + projetos
F C+D+E 4.729,92
complementares):
TOTAL R$ 2.660.581,80
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988.
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MAGLIANO, M. M. Valoração econômica em laudos periciais de crimes
contra o meio ambiente. Dissertação (Mestrado em Perícias Criminais
Ambientais) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.
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