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Este documento discute os conceitos de patrimônio cultural material e imaterial, abordando diferentes perspectivas históricas e teóricas. A autora analisa como o significado de patrimônio evoluiu ao longo do tempo e como diferentes grupos sociais determinam e legitimam o que é considerado patrimônio cultural, baseado em atribuição de valor simbólico. A autora também discute os desafios em categorizar o patrimônio como individual ou coletivo.
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Este documento discute os conceitos de patrimônio cultural material e imaterial, abordando diferentes perspectivas históricas e teóricas. A autora analisa como o significado de patrimônio evoluiu ao longo do tempo e como diferentes grupos sociais determinam e legitimam o que é considerado patrimônio cultural, baseado em atribuição de valor simbólico. A autora também discute os desafios em categorizar o patrimônio como individual ou coletivo.
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REVISTA ELETRÔNICA

DOCUMENTO
MONUMENTO
ISSN : 2176-5804 VOL.
Vol.27
32 |N.Agosto/2020
1 - Jul/2022
2009 - 2022

NDIHR
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO / NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO HISTÓRICA REGIONAL NDIHR

FALANDO DE PATRIMÔNIO CULTURAl : ABORDAGENS HISTÓRICAS E


CONCEITUAIS, SEUS USOS NO PASSADO E AS PERSPECTIVAS
MATERIAL E IMATERIAL

Camila de Brito Quadros


Mestra e estudante de Doutorado do PPGH/UFGD
camilaq21@hotmail.com

RESUMO

Esse artigo tem por objetivo apresentar algumas problematizações acerca do campo do patrimônio
cultural, tendo como perspectiva de análise as categorias material e imaterial. Algumas
contribuições em âmbito historiográfico mais gerais, bem como associadas as políticas
patrimoniais no Brasil também estão presentes. Nesse sentido, adotou-se a metodologia de análise
e interpretação dos conceitos e discussões abordados por alguns autores, como por exemplo:
Choay (2006); Poulot (2009); Hartog (2014); Funari; Pelegrini (2006); Gonçalves (2009). Dessa
forma, a pesquisa indicou que os diversos significados e atribuições relacionadas aos conceitos
de patrimônio cultural não são excludentes. Eles são complementares, na medida em que revelam
os processos permanentes de recriação cultural vinculados à memória coletiva provenientes das
relações sociais e culturais contemporâneas.

Palavras-chave: Patrimônio. Historiografia. Políticas de proteção.

ABSTRACT

This article aims to present some problematizations about the field of cultural heritage, having as
a perspective of analysis the material and immaterial categories. Some contributions in a more
general historiographical scope, as well as those associated with heritage policies in Brazil are
also present. In this sense, the methodology of analysis and interpretation of the concepts and
discussions addressed by some authors was adopted, such as: Choay (2006); Poulot (2009);
Hartog (2014); Funari; Pelegrini (2006); Goncalves (2009). Thus, the research indicated that the
different meanings and attributions related to the concepts of cultural heritage are not exclusive.
They are complementary, insofar as they reveal the permanent processes of cultural recreation
linked to collective memory arising from contemporary social and cultural relations.

Keywords: Heritage. Historiography. Protection policies.

Patrimônio: O que é? Quem categoriza? Quem legitima?

A palavra patrimônio, do latim patrimonium, é comumente conhecida pelo conjunto


de bens de herança de um indivíduo, que é transmitido de geração em geração. Numa
visão mais global, porém menos aprofundada, trata-se de um tipo de legado que
recebemos do passado, vivemos no presente, e transmitimos para as gerações futuras.
Remete, em sua origem, às estruturas sociais, econômicas e jurídicas num determinado

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espaço e tempo. Com o passar dos anos, essa palavra assumiu diferentes conceitos e
aspectos, evoluindo de acordo com a própria evolução do ser humano em suas práticas
sociais e culturais.
O antropólogo José Reginaldo Santos Gonçalves lança reflexões sobre O
patrimônio como categoria de pensamento1. Segundo o autor, apesar de usarmos esta
palavra com frequência no cotidiano, a mesma denota inúmeras qualificações, o que
demonstra ser fundamental para os estudos sociais enquanto categoria de pensamento
humano. Dentre algumas qualificações, podem-se citar os segmentos ligados a:
economia, finanças, cultura, arquitetura, história, artes, etnografia, ecologia, genética e, o
mais recente aspecto, o caráter intangível do patrimônio (GONÇALVES, 2009, p. 25).
A escolha ou determinação do que é categorizado e/ou legitimado enquanto
patrimônio por um grupo social está relacionado principalmente à construção e atribuição
de valor simbólico ao mesmo. Reinaldo Dias (2006) utiliza os conceitos de atribuição de
valor propostos pelo historiador e professor da Universidade de Barcelona Josep Ballart2
que assim os definiu:
- valor de uso: ocorre em função de sua utilidade. Pode somar-se a esse
valor a atual visão econômica na qual o patrimônio pode ser utilizado
para o desenvolvimento das comunidades;
- valor formal: apreciados pela atração que causam sobre os sentidos.
Valor estético;
- valor simbólico-significativo: enquanto veículos que relacionam o
passado e o presente. Atuam como ponte entre pessoas separadas pelo
tempo. São símbolos que atribuem significados ao passado (DIAS,
2006, p. 77).

O professor e conselheiro do patrimônio cultural Ulpiano Toledo Bezerra de


Meneses também aborda algumas questões que dizem respeito a atribuição do valor
cultural3, no sentido de identificar componentes ou referências do/ao mesmo. Entendendo
que “tais componentes não existem isolados, agrupam-se de forma variada, produzindo
combinações, recombinações, superposições, hierarquias diversas, transformações,
conflitos” (MENESES, 2012, p. 35). Nesse sentido, o autor propõe os seguintes
componentes do valor cultural, utilizando como base de exemplificação um cartum de
uma Catedral Gótica (Chartres), publicada em uma revista francesa4:

I) Valores cognitivos: Se (ou quando) a catedral de nosso cartum tiver


condições de conhecimento ou constituir oportunidade relevante de
conhecimento. [...] O bem está sendo tratado, então, como documento,
ao qual se dirigem questões para obter, como resposta, informações de
múltipla natureza. É um valor de fruição basicamente intelectual.

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II) Valores formais: Quando, porém, essa mesma catedral é percebida


(ou também é percebida) não tanto como documento, não tanto para
produzir informação, mas como oportunidade qualificada para
gratificar sensorialmente e tornar mais profundo o contato de meu “eu”
como o “mundo externo” ou “transcendente”, então o valor
predominante é o formal ou estético.
III) Valores afetivos: Os valores que costumamos chamar de históricos
(mas relacionados à memória e não a conhecimento controlado)
estariam mais bem enquadrados na categoria de valores afetivos. Não
são propriamente históricos, já que se trata de formulação de
autoimagem e reforço de identidade. São afetivos, pois constam de
vinculações subjetivas que se estabelecem com certos bens.
IV) Valores pragmáticos: São mais que valores de uso. [...] Para dizer
com outras palavras: valores pragmáticos são valores de uso percebidos
como qualidades. Tais valores são comumente marginalizados ou
ignorados entre nós, com significativa frequência.
V) Valores éticos: São aqueles associados não aos bens, mas às
interações sociais em que eles são apropriados e postos a funcionar,
tendo como referência o lugar do outro (MENESES, 2009, p. 35-38).

Outros importantes critérios para se pensar e discutir esta categoria são os


apontados por Funari e Pelegrini (2006, p. 9-10): a individualidade e a coletividade do
patrimônio. Ao passo que no primeiro aspecto, o patrimônio é fundamentado a partir de
percepções, sentimentos e afinidades inerentes ao âmbito individual, no segundo, o
mesmo é determinado por outros indivíduos, mesmo quando se referem a grupos de
iguais. Ou seja, categorizar o patrimônio coletivo significa primeiramente entender as
diferenças das próprias relações coletivas, que nem sempre são convergentes. Além disso,
os significados do patrimônio diferem entre os indivíduos na medida em que seus valores
sociais e culturais e, sobretudo seus interesses enquanto grupo, se alteram com o passar
do tempo. Nesse sentido, discutir sobre patrimônio abrange

[...] falar de coisas (ou práticas) cujas propriedades, derivadas de sua


natureza material, são seletivamente mobilizados pelas sociedades,
grupos sociais, comunidades, para socializar, operar e fazer agir suas
ideias, crenças, afetos, seus significados, expectativas, juízos, critérios,
normas, etc., etc. – e, em suma, seus valores (MENESES, 2012, p. 32,
destaque do autor).

Como bem discorrem os autores, discutir patrimônio é uma tarefa desafiadora,


porém necessária, para compreensão mais ampla do tema e de suas contribuições para o
entendimento do ser humano enquanto sujeito no mundo.
Dentro desta perspectiva, podem-se elencar diversas subcategorias presentes no
conceito amplo de patrimônios, sendo as principais: Natural - representada pelas
“riquezas que estão no solo e no subsolo, tanto as florestas quanto as jazidas”

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(BARRETO, 2000, p. 9) e Cultural - formada pelos elementos materiais (tangíveis) e


imateriais (intangíveis) que o compõem. Dias (2006, p. 68) nos fornece exemplos:
Patrimônio Cultural Material: construções antigas, ferramentas, objetos
pessoais, vestimentas, museus, cidades históricas, patrimônio
arqueológico e paleontológico, jardins, edifícios militares e religiosos,
cerâmica, esculturas, monumentos, documentos, instrumentos
musicais, entre outros objetos.

Ou seja, a materialidade do patrimônio revela elementos que representam a


capacidade de adaptação do ser humano em seu meio ambiente e a forma de organização
da vida social, política e cultural. O mesmo autor também elenca os elementos para o

Patrimônio Cultural Imaterial: conhecimentos transmitidos, como as


tradições orais, a língua, a música, as danças, o teatro, os costumes, as
festas, as crenças, o conhecimento, os ofícios e técnicas antigas, a
medicina tradicional, a herança histórica, entre outros (DIAS, 2006, p.
68).

O patrimônio cultural deve ser entendido como o testemunho da história, o que


restou de nossos ascendentes e, sobretudo, o mesmo nos leva a compreender a relação
entre esses testemunhos, o valor simbólico e o contexto histórico em que foram criados.
Há ainda inserido no conceito de patrimônio cultural e que são temas de pesquisas
acadêmicas e mercadológicas, algumas mais consolidadas, outras mais recentes, os
estudos relacionados aos patrimônios: histórico, religioso, arquitetônico, arqueológico,
geológico, paleontológico, genético, industrial, ferroviário, urbano, tecnológico, e
inúmeros outros temas5 que ainda poderão ser categorizados na medida em que se revisa
o próprio conceito de cultura, sendo esta dinâmica, múltipla e em constante modificação6.
Contudo, ao analisarmos os primeiros e principais conceitos publicados sobre a
temática do patrimônio somos direcionados principalmente aos aspectos históricos, sendo
estes constituídos, sobretudo, pela acumulação contínua e variada de marcas e
significados da presença do ser humano no planeta, sua relação com o passado e com um
determinado grupo social.
Françoise Choay em seu livro A alegoria7 do patrimônio, publicado em 2006,
designa que o patrimônio histórico é constituído através de “obras e obras primas das
belas-artes e das artes aplicadas, trabalhos e produtos de todos os saberes e savoir-faire8
dos seres humanos” (CHOAY, 2006, p. 11). Dentro dessa perspectiva, a autora cita como
“bens incomensuráveis e heterogêneos” e ainda, “categoria exemplar que se relaciona
mais diretamente com a vida de todos”, o patrimônio histórico representado pelas
edificações que são definidas como: “todas as formas de arte de construir, eruditas e

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populares, urbanas e rurais, todas as categorias de edifícios, público e privados, santuários


e utilitários” (CHOAY, 2006, p.12).

O patrimônio na História: das origens à preocupação com a proteção e a


preservação

Os estudos dedicados ao patrimônio cultural, de forma geral, são em grande parte,


relativamente recentes, bem como sua produção historiográfica, sobretudo no Brasil. Na
História, essa produção está inserida, sobretudo na abordagem da História Cultural que,
segundo Sandra Jatahy Pesavento (2008) começa a ter destaque na década de 1970 na
Europa e na década de 1990 no Brasil. Para a autora,

Trata-se, antes de tudo, de pensar a cultura como um conjunto de


significados partilhados e construídos pelos homens para explicar o
mundo. A cultura é ainda uma forma de expressão e tradução da
realidade que se faz de forma simbólica, ou seja, admite-se que os
sentidos conferidos às palavras, às coisas, às ações e aos atores sociais
se apresentam de forma cifrada, portando já um significado e uma
apreciação valorativa (PESAVENTO, 2008, p. 15).

Peter Burke (2008) em seu livro O que é História Cultural? aponta que há mais de
200 anos a História Cultural já era praticada na Alemanha e que “antes disso, havia
histórias separadas da filosofia, pintura, literatura, química, linguagem e assim por
diante” (BURKE, 2008, p. 15). Com uma visão contemporânea, o autor destaca que a
História Cultural
[...] foi arena em que se desenvolveram algumas discussões mais
estimulantes e esclarecedoras do método histórico. Ao mesmo tempo,
os historiadores culturais e também os historiadores sociais vêm
ampliando o território da profissão, além de tornar o assunto mais
acessível para um público mais amplo (BURKE, 2008, p. 163).

Com a ampliação da abordagem de pesquisa dentro da História Cultural, os


trabalhos de investigação foram divididos, de acordo com Pesavento (2008), em campos
temáticos de pesquisa, cujos elementos são, dentre outros: a cidade, as imagens, as
identidades e a memória (associando nesta, o patrimônio). Porém, aos pesquisadores da
História Cultural, a autora faz um alerta:
A História Cultural pressupõe um método, trabalhoso e meticuloso,
para fazer revelar os significados perdidos do passado. Pressupõe ainda
uma carga de leitura ou bagagem acumulada, para potencializar a
interpretação por meio da construção do maior número de relações
possível entre os dados. Como resultado, propõe versões possíveis para
o acontecido, e certezas provisórias (PESAVENTO, 2008, p. 119).

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A historiografia aponta que patrimônio irá definir-se enquanto categoria no final do


século XVIII, paralelamente à formação dos Estados Nacionais. Porém, nota-se a
utilização da mesma no mundo clássico e na Idade Média através de suas referências
semânticas específicas, como por exemplo, o Colecionismo (GONÇALVES, 2009, p.26).
Funari; Pelegrini (2006, p. 13) corroboram a afirmação, relacionando-a também com a
prática aristocrática de se venerar e colecionar antiguidades, presentes nas coleções
particulares e nos antiquários. No entanto, na sociedade moderna, a preocupação com o
patrimônio irá resultar em transformações conceituais denotadas pelos Estados Nacionais,
principalmente na França com a Revolução de 1789.
Assim, temos o marco histórico para o conceito moderno de patrimônio com a
invenção do cidadão francês9, a qual difundia: igualdade entre os indivíduos,
compartilhamento de valores e costumes, determinação e difusão do francês como língua
nacional10. O patrimônio passa a ser considerado um reflexo da Nação, já não mais no
âmbito privado e de velhas tradições, mas sim “de todo um povo, com uma única língua,
origem e território” (FUNARI; PELEGRINI, 2006, p. 17). Sobre essa questão, o
historiador Haroldo Leitão Camargo comenta:
Consequentemente as obras e os monumentos deveriam exprimir e
testemunhar o “gênio do povo francês” através do tempo. Os
monumentos seriam a materialização da identidade nacional e, por meio
deles, os cidadãos se reconheceriam como franceses (CAMARGO,
2002, p. 21).

Com o advento do nacionalismo, emergem também práticas de preservação


patrimoniais. Camargo (2002, p. 19) salienta que tais práticas de preservação enquanto
políticas de Estado na França serviram de modelo para todo o Ocidente e, inclusive foram
utilizados para estruturar a política de preservação patrimonial no Brasil a partir de 1930.
No cenário brasileiro, durante o Estado Novo (1937-45), no primeiro Governo
Vargas, a política de proteção do patrimônio histórico nacional é criada com o objetivo
de aumentar a identificação da população com o país e consolidar a ideia do patrimônio
como símbolo da identidade nacional. Segundo o sociólogo Reinaldo Dias:
O patrimônio histórico selecionado pelas elites, desse modo, cumprirá
sua função de fortalecimento de uma ideologia nacionalista
implementada pelo Estado Novo, a qual visava associar Getúlio com a
personalidade histórica que consolidou a construção do Estado
Nacional (DIAS, 2006, p. 142).

Assim, em 13 de janeiro de 1937 é criado o SPHAN11 - Serviço do Patrimônio


Histórico e Artístico Nacional, “com a finalidade de promover, em todo o país e de modo

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permanente, o tombamento12, a conservação, o enriquecimento e o conhecimento do


patrimônio histórico e artístico nacional” (LEI nº 378, de 13/01/1937). O então Ministro
da Educação Gustavo Capanema, ao expor os motivos para a criação do SPHAN ao
Presidente Getúlio Vargas, ratificou que “montou-se o aparelho de alcance nacional,
destinado a exercer ação enérgica e permanente, de modo direto ou indireto, para
conservar e enriquecer nosso patrimônio histórico e artístico e ainda para torná-lo
conhecido”13. Já em 30 de novembro de 1937 é regulamentada, através de Decreto-Lei nº
25, a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Neste Decreto-Lei, em seu
capítulo 1, artigo 1º, constituiu-se a definição do patrimônio histórico e artístico nacional,
como sendo:
O conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja
conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos
memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico (DECRETO-
LEI Nº 25, DE 30/11/1937).

Por outro lado, o maior destaque ao conceito de patrimônio nacional em nível


mundial, é dado no período de 1914 a 1945, período este marcado pelas duas guerras
mundiais, que iniciam-se impulsionadas pelo nacionalismo, pois “o que se define como
patrimônio e identidade pretende ser o reflexo fiel da essência nacional14” (CANCLINI,
2003, p. 163). À exemplo, italianos tentavam construir sua identidade através dos
patrimônios romanos e na Alemanha nazista, usavam-se as tradições germânicas e gregas
para tal construção (FUNARI, PELEGRINI, 2006, p. 20-21).
As guerras, sobretudo a finalizada em 1945, trouxeram através dos conflitos,
estragos, destruições e, muitas vezes, levaram ao aniquilamento do patrimônio de bairros
e de cidades inteiras. Assim, tiveram relevantes consequências sobre a consciência
patrimonial no cenário europeu, bem como sobre os modos de uso, restauração e
preservação do patrimônio (POULOT, 2009, p. 30).
Após a Segunda Guerra Mundial é criada a UNESCO15, que terá papel fundamental
na conservação e proteção do patrimônio cultural universal enquanto gestora dos bens
culturais no contexto mundial. Dentre suas contribuições, está a difusão de quatro
quesitos a respeito do patrimônio cultural: trata-se de um recurso de toda humanidade
(não mais um bem nacional, concepção esta que era predominante no cenário mundial
anteriormente); o patrimônio é um recurso não renovável (introdução da ideia de
sustentabilidade); o patrimônio é um bem intocável (deve estar protegido durante e após
conflitos bélicos); o patrimônio envolve o ambiente natural (gestão compartilhada

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patrimônio cultural - natural) (DIAS, 2006, p. 107). Além disso, foram introduzidas
gradativamente outras dimensões patrimoniais que contribuíram para a evolução do
conceito: patrimônios de valor local, indígenas, afrodescendentes, mulheres, grupos
religiosos, imigrantes, dentre outros. Para Funari; Pelegrini (2006),
Essa multiplicação patrimonial ocorreu em conjunto com a crescente
participação das próprias pessoas na gestão dos bens patrimoniais,
culturais e ambientais, que deixaram de ser apenas preocupação da
administração pública nacional (FUNARI; PELEGRINI, 2006, p. 23).

Embasada nesse contexto de apropriação e engajamento humano nas questões


patrimoniais e na preocupação com a degradação ambiental agravado pelo
desenvolvimento econômico e social, acontece em Paris no dia 17 de outubro de 1972 a
Conferência Geral da UNESCO que teve como documento final a elaboração da
Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. Neste documento,
é definida, dentre outros aspectos, a composição do patrimônio cultural e natural da
humanidade, atribuído de valor universal e excepcional16:
- os monumentos: obras arquitetônicas, esculturas ou pinturas
monumentais, objetos ou estruturas arqueológicas, inscrições, grutas;
- os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas;
- os sítios: obras do homem ou obras conjugadas do homem e da
natureza, bem como áreas, que incluem os sítios arqueológicos;
- os monumentos naturais constituídos por formações físicas e
biológicas ou por conjuntos de formações;
- as formações geológicas e fisiográficas, e as zonas estritamente
delimitadas que constituam habitat de espécies animais e vegetais
ameaçadas;
- os sítios naturais ou as áreas naturais estritamente delimitadas
(CONVENÇÃO PARA A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO
MUNDIAL, CULTURAL E NATURAL, 1972).

Hartog (2014) pondera em relação à aplicação da categoria de patrimônio


relacionado à natureza “na medida em que representou de início ‘forçá-la’” (HARTOG,
2014, p.196). Para o autor, a noção de patrimônio orienta-se fortemente em direção à
cultura, sendo seu fundamento residente na transmissão da mesma. Dessa forma, o autor
entende que:
O meio ambiente foi qualificado como “patrimônio” a partir do
momento em que se tomou consciência de que sua degradação,
acidental ou comum (a poluição), temporária ou irreversível,
engendrava o problema de sua transmissão (HARTOG, 2014, p. 196).

Nesse sentido, as políticas de preservação irão se voltar à questão da transmissão


cultural, considerando-a enquanto compromisso coletivo, destinada a fomentar e
fortalecer a pluralidade e da diversidade cultural.

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Além dos desafios tradicionais a enfrentar pelas instituições, o


fenômeno participa de uma mutação fundamental: verifica-se, a partir
da década de 1960, a mudança da definição da cultura que, daí em
diante, engloba os mais diversos aspectos das práticas sociais,
misturando alta e baixa cultura, de acordo com a afirmação dos
sociólogos, no momento em que a paisagem material e imaterial
passava por alterações aceleradas (POULOT, 2009, p. 199).

O Brasil no contexto da proteção ao patrimônio cultural

Historicamente, o Brasil também acompanha a inserção da promoção e proteção do


patrimônio cultural. Em 1988 é promulgada a Constituição Federal17, na qual, pela
primeira vez, é estabelecido o conceito de patrimônio cultural brasileiro. O documento
também incluiu a proteção da cultura imaterial, “suas manifestações populares, indígenas
e afro-brasileiras e das de outros grupos participantes do processo civilizatório
nacional”18.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, s. p.).

É nesse cenário que se desperta para a importância e se desenvolve a noção de


imaterialidade do patrimônio. “Uma paisagem não é apenas um conjunto de árvores,
montanhas e riachos, mas sim uma apropriação humana dessa materialidade” (FUNARI;
PELEGRINI, 2006, p. 25). Considerando que o patrimônio material é uma produção
humana, logo se entende que haverá processos de imaterialidade em tais produções, na
medida em que tais processos traduzem símbolos e significados num contexto individual
ou coletivo.
Nesse sentido, o Brasil institui, através do Decreto nº 3551, de 4 de agosto de 2000,
a proteção ao patrimônio imaterial nacional, por meio do instrumento Registro de bens
culturais de natureza imaterial19, bem como o Programa Nacional do Patrimônio
Imaterial20.

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À nível mundial, é realizada em 17 de outubro de 2003 em Paris, a 32ª sessão da


UNESCO que produziu o documento Convenção para a salvaguarda do patrimônio
cultural imaterial21, sendo tal documento importante também para as políticas
patrimoniais brasileiras. Nesta recomendação, o patrimônio cultural imaterial passa a ser
entendido e finalmente reconhecido pelas
práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto
com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são
associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os
indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio
cultural (CONVENÇÃO PARA A SALVAGUARDA DO
PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL, 2003, p. 1).

A referida recomendação reforça ainda, a importância da transmissão do patrimônio


para as futuras gerações, além de salientar que o mesmo é “constantemente recriado pelas
comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de
sua história” (CONVENÇÃO PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO
CULTURAL IMATERIAL, 2003, p. 1). Ou seja, o aprofundamento das discussões sobre
o patrimônio material levou ao entendimento de se alargar a concepção do conceito e
abarcar o patrimônio imaterial.
Percebe-se, assim, que ocorreu no Brasil um amadurecimento e ampliação da noção
de patrimônio através das décadas, algo que em sua gênese era reconhecidamente
reducionista, ligado principalmente ao âmbito histórico. Porém tal noção, na atualidade,
tenta refletir a multiculturalidade brasileira na medida em que insere outras e novas
práticas culturais a serem também contempladas no rol de pesquisas acadêmicas e
políticas públicas.
Nota-se também, no campo da legislação protetiva do patrimônio cultural,
sobretudo referente aos mecanismos de Tombamento e ao Registro, que o Brasil se revela
enquanto protagonista, pois enquanto a Unesco discute e institui a proteção do patrimônio
imaterial à nível mundial em 2003, o Brasil já o fizera em nossa lei maior, a Constituição
Federal de 1988, revelando a importância da discussão de mecanismos de proteção e
valorização do patrimônio cultural brasileiro em suas mais diversas perspectivas. Em
2009, Ulpiano Meneses se posicionou sobre as políticas públicas relacionadas ao
patrimônio imaterial brasileiro, constatando que “De passagem observo que a política de
patrimônio imaterial que o Iphan vem desenvolvendo procura reconhecer que o campo
cultural diz respeito à totalidade da vida social, quando diferencialmente qualificada
(pelos sentidos, valores)” (MENESES, 2012, p. 29). Nesse sentido, poderíamos nos

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questionar: É possível separar ambos, materialidade e imaterialidade? De acordo com as


percepções de Gonçalves (2009, p. 30), relacionadas à imaterialidade do patrimônio, a
resposta para estes questionamentos é taxativa: certamente não. Para o autor, é justamente
Nessa direção que caminha a noção recente de “patrimônio intangível”,
nos recentes discursos brasileiros acerca de patrimônio. [...] De certo
modo, essa noção expressa a moderna noção antropológica de cultura.
Segundo ela, a ênfase está nas relações sociais ou mesmo nas relações
simbólicas, mas não nos objetos e nas técnicas. A categoria
“intangibilidade” talvez esteja relacionada a esse caráter
desmaterializado que assumiu a referida moderna noção antropológica
de cultura (GONÇALVES, 2009, p. 30).

Ulpiano Meneses (2012) também reforça essa discussão da relação materialidade e


imaterialidade, concluindo que
[...] o patrimônio cultural tem como suporte, sempre, vetores materiais.
Isso vale também para o chamado patrimônio imaterial, pois se todo
patrimônio material tem uma dimensão imaterial de significado e valor,
por sua vez todo patrimônio imaterial tem uma dimensão material que
lhe permite realizar-se. As diferenças não são ontológicas, de natureza,
mas basicamente operacionais (MENESES, 2012, p. 31, destaques do
autor).

Portanto, é importante salientar que os diversos significados e atribuições


relacionadas ao patrimônio, sejam eles materiais ou imateriais, não se excluem, nem se
anulam. Ao contrário, se complementam através de processos permanentes de recriação
cultural coletiva que refletem a transformação das sociedades contemporâneas e de suas
relações sociais e culturais.

NOTAS

1
Comunicação apresentada na mesa redonda Patrimônios emergentes e novos desafios: do genético ao
intangível, durante a 26ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais,
realizada em Caxambu, em 23 de outubro de 2002. Foi publicado em 2009, enquanto capítulo do livro:
Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos, organizado por Regina Abreu e Mário Chagas.
2
BALLART, Josep. El património histórico y arqueológico: valor y uso. Barcelona: Ariel, 1997.
3
Conferência Magna apresentada durante o I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural, realizado em Ouro
Preto/MG em 2009. Os anais foram publicados foram publicados em 2012 pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O material completo está disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Anais2_vol1_ForumPatrimonio_m.pdf. Acesso em
14/10/2021.
4
Meneses (2009) utiliza a exemplificação do cartum da Catedral Gótica durante toda a Conferência Magna
proferida. Nesse sentido, considero relevante apresentar o contexto abordado pelo autor naquele momento,
pois nos leva a refletir sobre o sentido e a importância que direcionamos ao patrimônio cultural. Segundo
o autor, “Essa imagem me acompanha desde que comecei a me interessar pelo patrimônio cultural, pela sua
capacidade de sintetizar uma série de problemas com uma extraordinária força de convicção que só os
artistas são capazes de obter (tenho a vaga memória de que o cartunista seria Sempé). Nessa imagem, no
interior hierático, solene e penumbroso de uma catedral gótica (Chartres), aparece uma velhinha

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REVISTA ELETRÔNICA DOCUMENTO MONUMENTO Vol. 32

encarquilhada, de joelhos diante do altar-mor, profundamente imersa em oração. Em torno dela, a


contemplá-la interrogativamente, dispõe-se um magote de orientais, talvez japoneses. A presença de um
guia francês nos permite considerar que se trata de turistas em visita à catedral. O guia toca os ombros da
anciã e lhe diz: – “Minha senhora, a senhora está perturbando a visitação”. Eis um retrato impressionante
da perversidade de certa noção de patrimônio cultural vigente entre nós” (MENESES, 2009, p. 26).
5
Hartog (2014) lista vários exemplos que categorizam a temática, afirmando que o “os patrimônios se
multiplicam” e “o ritmo acelerado da constituição ou mesmo da produção do patrimônio, em qualquer lugar
do mundo, é uma constatação que todos podemos fazer” (HARTOG, 2014, p. 235).
6
Muitos estudos antropológicos atestam que cada sistema cultural está sempre em mudança, gerando
dinamicidade à cultura, sendo o tempo um importante elemento para esta análise. Conforme Laraia (2006)
são dois os tipos de mudança cultural: uma interna (resultado da dinâmica do próprio sistema cultural) e
outra externa (resultado do contato de um sistema cultural com um outro) (LARAIA, 2006, p. 95-101).
7
A proposta da autora nesta obra não é fazer da noção de patrimônio histórico e de seu uso o objeto de uma
pesquisa histórica, mas o sujeito de uma alegoria, na medida em que os mesmos sejam ilustrados na forma
de objetos, coleções, monumentos, cidades históricas, dentre outros (CHOAY, 2006, p. 29).
8
Traduzido do francês - Saber fazer.
9
A expressão utilizada remete à invenção de um conjunto de cidadãos que compartilhassem elementos
inerentes a uma mesma cultura, “para que pudessem se comunicar entre si, para que tivessem um solo e
uma origem supostamente comuns” (FUNARI; PELEGRINI, 2006, p. 15).
10
Anteriormente à Revolução Francesa, o francês era falado somente pela elite (FUNARI, PELEGRINI,
2006, p. 16).
11
Em 1946 O SPHAN passa a se denominar Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(DPHAN). E em 1970, O DPHAN se transforma no atual IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional. Para maiores informações, acessar: http://portal.iphan.gov.br/. Acesso em: 14/10/2021.
12
O Tombamento é o mais antigo instrumento de proteção em utilização pelo Iphan, tendo sido instituído
pelo Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, e proíbe a destruição de bens culturais tombados,
colocando-os sob vigilância do Instituto. Para ser tombado, um bem passa por um processo administrativo,
até ser inscrito em pelo menos um dos quatro Livros do Tombo instituídos pelo Decreto: Livro do Tombo
Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; Livro do Tombo Histórico; Livro do Tombo das Belas Artes; e
Livro do Tombo das Artes Aplicadas. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/275.
Acesso em: 14/10/2021.
13
Anexo VIII da Lei nº 378 de 13/01/1937. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Lei_n_378_de_13_de_janeiro_de_1937.pdf. Acesso em:
14/10/2021.
14
Ainda sobre essa questão, Canclini (2003) afirma que: “Lugares históricos e praças, palácios e igrejas
servem de palco para representar o destino nacional, traçado desde a origem dos tempos. Os políticos e os
sacerdotes são os atores vicários desse drama” (CANCLINI, 2003, p. 163).
15
A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - é uma agência
da Organização das Nações Unidas - ONU. Foi criada em 16 de novembro de 1945 com o objetivo de
garantir a paz por meio da cooperação intelectual entre as nações acompanhando o desenvolvimento
mundial e auxiliando os Estados-Membros na busca de soluções para os problemas que desafiam nossas
sociedades. Disponível em: https://nacoesunidas.org/agencia/unesco/. Acesso em: 14/10/2021.
16
Para a UNESCO, “O valor universal excepcional significa uma importância cultural e/ou natural tão
relevante que transcende as fronteiras nacionais e reveste-se de caráter inestimável para as gerações atuais
e futuras de toda a humanidade. Sendo assim, a proteção permanente deste patrimônio é da maior
importância para a comunidade internacional”. Disponível em: http://www.portopatrimoniomundial.com/.
Acesso em: 14/10/2021.
17
A Constituição Federal está disponível integralmente no site:
http://www2.planalto.gov.br/acervo/legislação. Acesso em: 14/10/2021.
18
Artigo 215, § 1º.
19
O registro é um instrumento legal de preservação, reconhecimento e valorização do patrimônio imaterial
do Brasil, composto por bens que contribuíram para a formação da sociedade brasileira. Esse instrumento
é aplicado àqueles bens que obedecem às categorias estabelecidas pelo Decreto: celebrações, lugares,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO / NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO HISTÓRICA REGIONAL NDIHR

formas de expressão e saberes, ou seja, as práticas, representações, expressões, lugares, conhecimentos e


técnicas que os grupos sociais reconhecem como parte integrante do seu patrimônio cultural. Para saber
mais, consultar:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Decreto_n_3.551_de_04_de_agosto_de_2000.pdf. Acesso
em: 14/10/2021.
20
Para saber mais, consultar: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/761/. Acesso em: 14/10/2021.
21
Disponível na íntegra no site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN:
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/226. Acesso em: 14/10/2021.

FONTES DOCUMENTAIS

Constituição Federal Brasileira, 1988.

Convenção para a proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, 1972.

Convenção para a salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, 2003.

Decreto-Lei nº 25, de 30/11/1937.

Decreto nº 3551, de 04/08/2000.

Lei nº 378, de 13/01/1937.

REFERÊNCIAS

BARRETTO, Margarita. Turismo e legado cultural: as possibilidades do planejamento.


Campinas/SP: Papirus, 2000.
BURKE, Peter. O que é história cultural? Tradução de Sergio Goes de Paula. 2. ed. Rio
de Janeiro: Zahar, 2008.
CAMARGO, Haroldo Leitão. Patrimônio histórico e cultural. 2. ed. São Paulo: Aleph,
2002.
CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da
modernidade. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa Pessa Cintrão. 4. ed. São Paulo:
EDUSP, 2003.
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. Tradução de Luciano Vieira Machado. 5.
ed. São Paulo: Estação Liberdade: UNESP, 2006.
DIAS, Reinaldo. Turismo e patrimônio cultural: recursos que acompanham o
crescimento das cidades. São Paulo: Saraiva, 2006.
FUNARI, Pedro Paulo.; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e
cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. O patrimônio como categoria de pensamento. In:
CHAGAS, Mário; ABREU, Regina (Orgs.). Memória e patrimônio: ensaios
contemporâneos. 2 ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009, p. 25-33.
HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo.
Vários tradutores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 19. ed. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2006.

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REVISTA ELETRÔNICA DOCUMENTO MONUMENTO Vol. 32

MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. O campo do patrimônio cultural: uma revisão
de premissas. In: IPHAN. I Fórum do Patrimônio cultural: Sistema Nacional de
Patrimônio Cultural: desafios, estratégias e experiências para uma nova gestão.
Brasília/DF: IPHAN, 2012.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. 2. ed. 2. reimp. Belo
Horizonte: Autêntica, 2008.
POULOT, Dominique. Uma história do patrimônio no Ocidente, séculos XVIII-XXI: do
monumento aos valores. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. São Paulo:
Estação Liberdade, 2009.

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