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INDEX T5 ENDOMETRIOSE Versao Final

A endometriose é uma doença crônica que afeta 10% das mulheres em idade reprodutiva, caracterizada por tecido endometrial fora do útero, causando dor e infertilidade. O diagnóstico é desafiador, frequentemente requerendo confirmação histológica, e o tratamento pode incluir cirurgia para casos graves. A condição tem um impacto significativo na qualidade de vida e produtividade das mulheres, com associações potenciais a câncer em algumas situações.

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INDEX T5 ENDOMETRIOSE Versao Final

A endometriose é uma doença crônica que afeta 10% das mulheres em idade reprodutiva, caracterizada por tecido endometrial fora do útero, causando dor e infertilidade. O diagnóstico é desafiador, frequentemente requerendo confirmação histológica, e o tratamento pode incluir cirurgia para casos graves. A condição tem um impacto significativo na qualidade de vida e produtividade das mulheres, com associações potenciais a câncer em algumas situações.

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Endometriose em adultos: Patogênese, epidemiologia e impacto clínico

Maganhin1 et. al.

Endometriose em adultos: Patogênese, epidemiologia e impacto


clínico
Camilla Maganhin Luquetti¹, Adria Luana Gabler da Costa 2, Marta Esteves D’Oliveira3,
Alice Veras Santos4, Thaiana França Reis Alves5, José Teobaldo da Costa Neto6, José
Augusto Paranhos Marcelo7, Paulo Henrique Fabiano Zamora8, Cesar David Gusso9,
Mariana Siqueira Passos10, Carolina Calandrine Duarte11, Fernanda Dias Pinheiro 12, Elson
Assunção de Andrade Lima Júnior13, Carla Cristina Maganhin14.

ARTIGO DE REVISÃO
RESUMO
Introdução: Endometriose é doença crônica que atinge 10% das mulheres mundialmente. Definida por
tecido endometrial fora da cavidade uterina, é estrogênio-dependente e em mulheres em idade
reprodutiva pode se manifestar desde assintomática até ter relação com infertilidade. Dor abdominal
e/ou pélvica, dispareunia, disquezia, disúria e sangramento uterino irregular impactam na qualidade
de vida e produtividade dessas mulheres. Tanto a região pélvica (ovários, ligamentos uterossacros e
retroperitôneo) como bexiga e intestino (retossigmóide, cólon) podem ter tais implantes, dificultando
o diagnóstico precoce e agregando morbidades. Objetivo: compreender a endometriose e seu quadro
clínico, avaliação e possibilidades diagnósticas. Metodologia: Revisão de literatura integrativa a partir
de artigos das bases científicas de dados da Scielo, da PubMed e da BVS. Tal pesquisa ocorreu no
período de março a maio de 2024, com descritores em inglês “endometriosis”, “pathogenesis”,
“epidemiology” and “clinical impact”, com correspondentes em português. Incluíram-se artigos
completos dos últimos cinco anos (2019-2024), com total de 91 estudos. Após leitura dos resumos,
excluíram-se estudos de outras categorias, com 05 artigos para leitura na íntegra. Resultados e
Discussão: Demonstra-se que o exame físico em pacientes com endometriose é impreciso e variável,
dependendo da localização e do tamanho dos implantes. Dor e intensidade não correspondem à
gravidade. Achados sugestivos incluem: fixação do colo uterino, anexos ou útero; massa ou nódulo
anexial sensível; deslocamento lateral do colo ao toque. Embora o diagnóstico definitivo exija
confirmação histológica por biópsia de tecido, o diagnóstico presuntivo ganha destaque a partir de
sinais e sintomas com achados de imagem (USG/RNM). Não há marcadores laboratoriais específicos
para endometriose. Endometriomas ovarianos, nódulos infiltrativos ou lesão na bexiga são sugestivos
em imagens. Reserva-se cirurgia para mulheres com sintomas graves e refratárias ao uso de
anticoncepcionais hormonais ou outras terapias. O estadiamento segundo a Sociedade Americana de
Medicina Reprodutiva (ASRM) é feito via laparoscopia majoritariamente e direciona o tratamento.
Conclusão: Ressalta-se o diagnóstico cirúrgico da endometriose como padrão-ouro, sendo que tal
condição raramente sofre transformação maligna para câncer. O atraso diagnóstico da dor pélvica
crônica impacta na qualidade de vida e ainda é uma constante, apesar de capacitação médica e avanços
tecnológicos.
Palavras-chave: Endometriose; Patogênese; Epidemiologia; Impacto Clínico.

Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences


Volume 6, Issue 8 (2024), Page 2107-2121.
Endometriose em adultos: Patogênese, epidemiologia e impacto clínico
Maganhin1 et. al.

Endometriosis in adults: Pathogenesis, epidemiology and clinical


impact
ABSTRACT

Introduction: Endometriosis is a chronic disease that affects 10% of women worldwide. Defined by
endometrial tissue outside the uterine cavity, it is estrogen-dependent and in women of
reproductive age it can manifest asymptomatically or be related to infertility. Abdominal and/or
pelvic pain, dyspareunia, dyschezia, dysuria and irregular uterine bleeding impact the quality of life
and productivity of these women. Both the pelvic region (ovaries, uterosacral ligaments and
retroperitoneum) and the bladder and intestine (rectosigmoid, colon) can have such implants,
making early diagnosis difficult and adding morbidity. Objective: to understand endometriosis and
its clinical presentation, evaluation and diagnostic possibilities. Methodology: Integrative literature
review based on articles from the scientific databases of Scielo, PubMed and VHL. This research was
carried out from March to May 2024, with descriptors in English “endometriosis”, “pathogenesis”,
“epidemiology” and “clinical impact” and their corresponding ones in Portuguese. Full articles from
the last five years (2019-2024) were included, with a total of 91 studies. After reading the abstracts,
studies from other categories were excluded, with 05 articles for reading in full. Results and
Discussion: It is demonstrated that the physical examination in patients with endometriosis is
imprecise and variable, depending on the location and size of the implants. Pain and intensity do
not correspond to severity. Suggestive findings include: fixation of the cervix, adnexa or uterus; tend
adnexal mass or nodule; lateral displacement of the cervix to touch. Although the definitive
diagnosis requires histological confirmation by tissue biopsy, the presumptive diagnosis gains
prominence from signs and symptoms with imaging findings (USG/MRI). There are no specific
laboratory markers for endometriosis. Ovarian endometriomas, infiltrative nodules or bladder
lesions are suggestive on imaging. Surgery is reserved for women with severe symptoms and
refractory to the use of hormonal contraceptives or other therapies. Staging according to the
American Society for Reproductive Medicine (ASRM) is mostly performed via laparoscopy and direct
treatment. Conclusion: Surgical diagnosis of endometriosis is highlighted as the gold standard, as
this condition rarely undergoes malignant transformation into cancer. Delayed diagnosis of chronic
pelvic pain impacts quality of life and is still a constant, despite medical training and technological
advances.
Keywords: Endometriosis; Pathogenesis; Epidemiology; Clinical impact.

Instituição afiliada – 1- Médica, Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, São Paulo – SP; 2 -Médica,
Universidad Privada Abierta Latino-Americana – BO; 3- Médica, Universidade Nove de Julho - São Paulo; 4- Enfermeira
Intensivista Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH; 5- Médica, Hospital Geral Roberto Santos Salvador-
Bahia; 6- Médico, Universidade Nilton Lins; 7- Médico, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB; 8- Médico;
Universidade do Sul de Santa Catarina; 9- Médico, Universidade Positivo, 10- Médica, Universidade Tiradentes (Aracaju,
Sergipe; 11- Médica, Universitário Do Planalto Central Apparecido Dos Santos); 12-Médica, Universidade de Itaúna –
UIT; 13-Médico, Universidade Federal do Acre; 14- Pesquisadora, Phd, Pós-Doutorado University of Michigan, UMICH,
Estados Unidos).
Dados da publicação: Artigo recebido em 25 de Junho e publicado em 15 de Agosto de 2024.

DOI: https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n8p-2107-2121
Autor correspondente:
This work is Camila Maganhin
licensed underLuquetti cmaganhinmed@gmail.com
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4.0International License.

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INTRODUÇÃO
Endometriose é a condição inflamatória que atinge mulheres em idade
reprodutiva com tecido endometrial fora do útero, incluindo ovários, ligamentos e
superfície peritonial, bem como órgãos como intestino e bexiga. É doença crônica e de
difícil diagnóstico. Com prevalência estimada em 5% a 10% das mulheres no mundo,
cerca de 176 milhões, é fortemente associada com dor abdominal e pélvica, e
infertilidade [1]. O diagnóstico definitivo ocorre após a comprovação histopatológica,
desta forma salienta-se a dificuldade de quantificar as reais taxas de prevalência e
incidência.

As estimativas variam de acordo com a população estudada e com as


modalidades de diagnóstico disponíveis. Apesar dessa limitação, trata-se de um
problema de saúde global, o que pode ser demonstrado em coortes de mulheres
submetidas à laparoscopia por dor pélvica (12 a 70%) ou infertilidade (9 a 50%), com
prevalência alta de adolescentes com dor crônica refratária ao tratamento clínico e com
atraso diagnóstico [1].

Sua relevância foi estudada por Nnoaham et al em 2011 que, a partir de um


estudo multicêntrico em 10 países, afirmou que mulheres com endometriose,
confirmadas cirurgicamente, perdem 38% de sua capacidade de trabalho, com grande
impacto socioeconômico e redução importante de sua qualidade de vida [2].

Esta doença pode cursar com uma grande diversidade de manifestações clínicas.
Pode-se encontrar desde mulheres assintomáticas ou com sintomas clássicos, como:
dismenorréia, dor abdominal e pélvica crônica e dispareunia de profundidade. Além
disso, podem referir alterações intestinais e urinárias cíclicas, como constipação,
diarréia, disquezia, disúria, tenesmo e hematoquezia. Há também uma associação
conhecida de endometriose com infertilidade, particularmente em 30 a 50 % das
mulheres com menos de 35 anos, sendo necessária investigação do fator masculino,
obstrução tubária e anatomia pélvica.

Para investigação radiológica, os exames complementares de imagem, como


ultrassonografia transvaginal (USTV) com preparo intestinal, ressonância magnética
pélvica, ultrassonografia transretal ou ecolonoscopia têm papel fundamental no
diagnóstico não-invasivo dessa condição. A primeira escolha é o USTV com preparo

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intestinal diante do fácil acesso populacional e com boa especificidade para excluir
endometriose profunda. O diagnóstico definitivo é obtido através de visualização
cirúrgica por laparoscopia e histopatológico da lesão, sendo esse, portanto, o padrão-
ouro. [3]

O aparecimento de um tecido endometrial ectópico é estrogênio-dependente e


de caráter benigno, com três formas de apresentações clínicas: endometrioma (cistos
ovarianos), em superfície peritoneal e nódulos > 5 mm na profundidade, caracterizando
uma endometriose profunda infiltrativa. Essas condições se manifestam primariamente
entre a menarca e a menopausa [1].

A endometriose superficial peritoneal se apresenta a partir de áreas de


hiperemia ou vesículas claras que evoluem para implantes avermelhados. Com a
diminuição da inflamação, ficam escuras devido à deposição de hemossiderina, com
sinais de fibrose e pouca vascularização. Os endometriomas ovarianos, por sua vez, são
cistos achocolatados associados a aderências no peritônio. Por fim, a endometriose
profunda se caracteriza por lesões fibróticas multifocais e com hiperplasia muscular,
podendo invadir linfonodos pélvicos e ter características semelhantes com câncer [4].

Os locais mais comumente afetados por uma endometriose profunda infiltrativa


são: retossigmóide, cólon, septo retovaginal e, retroperitôneo. Na laparoscopia, pode
se apresentar como lesões endometriais típicas e atípicas, nódulos endometrióticos em
diferentes locais e até como hidronefrose ou obstruções intestinais.

Embora a endometriose seja considerada uma doença benigna, dados da


literatura têm afirmado uma associação consistente do aumento de incidência do câncer
de ovário em mulheres portadoras de endometriose. Segundo Brinton et al. [4], há uma
incidência de câncer de ovário de 2,48 (IC 95%, 1,3 – 4,2), quando comparadas com
mulheres sem a doença. Quando diagnosticado, costuma ser um quadro com melhor
prognóstico e em pacientes mais jovens do que aquelas com apenas câncer ovariano.
Além disso, seu estudo observou aumento da incidência de câncer de mama e
neoplasias hematopoiéticas em mulheres com endometriose.

A endometriose atípica é uma lesão pré-maligna caracterizado por área de


hiperplasia e atipia citológica que surge devido ao próprio ambiente inflamatório. Ela

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está presente em 36% dos carcinomas de células claras e em 23% dos carcinomas
endometrióides.

De acordo com LaGrenade e SilverBerg em 1988, há uma associação direta entre


endometriose atípica e câncer ovariano a partir de hiperplasia de glândulas
endometriais com atipias, núcleos hipercromáticos com moderado pleomorfismo, taxa
núcleo-citoplasma aumentada e aglomeração celular. Tudo isso coexistindo tecido
benigno contíguo ao tecido atípico, sugestivo de malignidade [5-6].

Quando ovariana, a transformação maligna da endometriose é representada


pelos subtipos histopatológicos de carcinoma de células claras e adenocarcinoma
endometrióide. Há também um aumento de risco para carcinoma seroso de baixo grau,
não havendo qualquer associação com carcinomas mucinosos, invasivos serosos de alto
grau e tumores bordeline. Ressalta-se ainda o papel do epitélio tubário como precursor
de carcinomas serosos de alto grau, enquanto o endometrioide e o de células claras se
originam do endométrio, via menstruação retrógrada. Já em relação aos casos
extraovarianos, há predominância dos subtipos carcinoma endometrióide e de sarcoma.
[7-8].

Em relação à transformação maligna de endometriose ovariana, a redução do


risco de evolução para câncer ovariano pode ser atingida com o uso de contraceptivos
hormonais combinados. Porém, em relação à endometriose profunda, não há nenhum
dado na literatura como peso, idade, uso de terapia hormonal ou anticoncepcional oral
combinado que interfira negativamente ou positivamente na evolução para
transformação maligna de um foco endometrial com atipias, ficando difícil predizer ou
rastrear quando isso ocorrerá.

Pretende-se discutir a patogênese, epidemiologia e impacto clínico da


endometriose.

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METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura integrativa sobre endometriose, com os
seguintes descritores: “endometriosis”, “pathogenesis”, “epidemiology” and “clinical
impact”, com foco no levantamento bibliográfico de produções científicas atuais e
conceituadas na comunidade acadêmica, com base nas melhores evidências. Há de se
construir uma nova perspectiva e linha de pensamento sobre a ginecologia, com
referências teóricas na articulação dos conceitos e desmistificação de terminologias.
Foi realizada uma profunda pesquisa de artigos de revisão a partir de bases
científicas da Scielo, da PubMed e da BVS, no período de março a maio de 2024, com
descritores em inglês “endometriosis”, “clinical features”, “assessment” and “diagnosis”
e correspondentes em português. Incluíram-se artigos de 2019 a 2024, com total de 91
estudos. Após exclusão de artigos que abordavam outros critérios, foram eleitos 05
artigos para leitura na íntegra.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Globalmente, estima-se que aproximadamente 10% das mulheres em idade
reprodutiva tenham endometriose; a prevalência varia de acordo com a população
clínica. Determinar a prevalência da endometriose é desafiador porque alguns
indivíduos são assintomáticos, aqueles com sintomas podem ter apresentações variadas
e inespecíficas, e o diagnóstico definitivo normalmente requer cirurgia.

Os fatores estabelecidos associados a um risco aumentado de endometriose


incluem história familiar, nuliparidade, exposição prolongada ao estrogênio endógeno
(por exemplo, menarca precoce [antes dos 11 a 13 anos] ou menopausa tardia), ciclos
menstruais mais curtos (definidos como ≤27 dias), sangramento menstrual intenso,
obstrução do fluxo menstrual (por exemplo, estenose cervical, anomalias müllerianas,
exposição ao dietilestilbestrol no útero, altura mais alta e menor índice de massa
corporal. Já os fatores associados à diminuição do risco de endometriose incluem:
partos múltiplos, intervalos prolongados de lactação e menarca tardia (após os 14 anos).

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A endometriose ocorre quando células endometriais ectópicas se implantam,


crescem e provocam uma resposta inflamatória [9]. A patogênese parece ser
multifatorial, incluindo o transporte de tecido endometrial ectópico para a cavidade
peritoneal, imunidade alterada, proliferação celular desequilibrada e apoptose,
sinalização endócrina aberrante e fatores genéticos. Estudos genéticos, incluindo
associação do genoma e sequenciamento do exoma, identificaram regiões e
anormalidades em genes condutores de câncer (PIK3CA, KRAS, ARID1A) [10-11]. A
presença de mutações condutoras de câncer em células não malignas pode explicar
parcialmente a natureza agressiva de lesões profundamente invasivas em comparação
com lesões peritoneais superficiais.
Existem várias teorias propostas para explicar a etiologia e o desenvolvimento da
endometriose: menstruação retrógrada, mecanismos alternativos, endometriose pré-
menarca, mecanismo da dor e mecanismo de subfertilidade. Discute-se um pouco sobre
cada uma delas.
Na teoria mais comum de células endometriais ectópicas (teoria de Sampson da
menstruação retrógrada), as células endometriais fluem para trás através das trompas
de Falópio e para a cavidade peritoneal durante a menstruação [12]. As evidências que
apoiam a menstruação retrógrada vêm da observação de que a incidência de
endometriose aumenta em meninas com obstruções do trato genital que impedem a
drenagem da menstruação pela vagina e, portanto, aumentam o refluxo tubário [13-14].
No entanto, embora até 90% das mulheres tenham menstruação retrógrada, a maioria
não desenvolve endometriose, o que sugere que fatores adicionais estão envolvidos.
Quanto aos mecanismos alternativos, outras fontes potenciais de células
endometriais ectópicas incluem mesotélio, células-tronco, restos müllerianos , células-
tronco da medula óssea e vestígios embrionários, bem como disseminação linfática ou
vascular e metaplasia celômica. A teoria da imunidade celular sugere que uma
deficiência ou aberração na imunidade celular permite que o tecido endometrial
ectópico prolifere [15-17].
Na endometriose pré-menarca, explica-se a endometriose por restos
embrionários müllerianos como resultado de sangramento uterino neonatal, incluindo
sangramento retrógrado, causado pela exposição hormonal materna e que se
manifestariam antes da menarca [18].

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No mecanismo de dor, uma vez estabelecida a endometriose, o processo parece


causar sintomas por meio de alterações inflamatórias. A dor pélvica relacionada à
endometriose está associada ao aumento da produção de mediadores inflamatórios e
de dor, bem como à disfunção neurológica relacionada aos implantes [19]. Um aumento
das fibras nervosas e o desequilíbrio das fibras nervosas simpáticas e sensoriais foram
demonstrados em indivíduos com dor relacionada à endometriose. Os mecanismos
propostos para os sintomas da dor incluem o estrogênio atuando como um
neuromodulador que repele seletivamente os axônios simpáticos, preservando a
inervação sensorial, a sensibilização do nervo periférico estimulando a inflamação e as
alterações indutoras de dor crônica no sistema nervoso central [20].
Por fim, o mecanismo de subfertilidade parece envolver distorção anatômica de
aderências pélvicas e endometriomas e/ou produção de substâncias (por exemplo,
prostanóides, citocinas, fatores de crescimento) que são "hostis" à função ovariana
normal/ovulação, mobilidade do esperma, fertilização e implantação.

Assim, a patogênese da endometriose não foi definitivamente estabelecida e


parece ser multifatorial, incluindo tecido endometrial ectópico, imunidade alterada,
proliferação celular desequilibrada e apoptose, sinalização endócrina aberrante e
fatores genéticos.
Histologicamente, as lesões endometrióticas contêm glândulas endometriais e
estroma. Os implantes endometrióticos existem fora do endométrio uterino e do
miométrio e muitas vezes contêm tecido fibroso, sangue e cistos. Há formação de
histiócitos pigmentados e macrófagos carregados de hemossiderina; quanto mais velha
a lesão, maior a probabilidade de ser pigmentada. As lesões de endometriose na pélvis
podem ser categorizadas como peritoneal superficial, ovariana e profunda [21, 22].
- Peritoneal superficial – Há classicamente glândulas endometriais e estroma, mas o
componente glandular pode estar ausente, esparso ou transformado por alterações
hormonais e metaplásicas ou atipia celular [21]. O componente estromal pode ser
obscurecido por infiltrados de histiócitos espumosos e pigmentados, fibrose ou outros
processos. Alterações inflamatórias e reativas dentro ou adjacentes aos focos de
endometriose também podem confundir os achados histológicos. O diagnóstico
histológico também pode ser prejudicado por uma pequena amostra de biópsia.

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Figuras 1 e 2 – Aspectos histológicos da endometriose


Endometriose localizada no intestino, com epitélio glandular, estroma e tecido
fibrótico.
(Fonte: https://anatpat.unicamp.br/)

- Endometrioma ovariano - Um endometrioma ovariano ocorre quando o tecido


semelhante ao endométrio forma um cisto ovariano [23]; o tecido endometrial ectópico
dentro do ovário sangra e resulta em uma coleção de detritos menstruais cercados por
parênquima ovariano duplicado. Ambos os ovários estão envolvidos em um terço dos
casos. Em contraste com a maioria dos cistos ovarianos fisiológicos hemorrágicos, os
endometriomas geralmente têm paredes fibróticas e aderências superficiais; são
preenchidos com material de cor de chocolate semelhante a xarope; são cercados por

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parênquima ovariano duplicado; e são revestidos por epitélio endometrial, estroma e


glândulas.
Anormalidades epiteliais, como hiperplasia complexa ou atipia, podem se
desenvolver no revestimento do cisto; o significado clínico dessas alterações não foi
determinado. O epitélio endometrial e o estroma que revestem o endometrioma podem
ser perdidos ao longo do tempo e substituídos por tecido de granulação e tecido fibroso
denso, o que dificulta o diagnóstico histológico. Nesses casos, o conteúdo do cisto
(material semifluido de cor de chocolate versus fluido aquoso), presença de aderências
e macrófagos cheios de hemossiderina (indicativo de sangramento crônico) e
endometriose histologicamente comprovada em outros locais da pelve auxiliam no
diagnóstico.
- Endometriose profunda: A endometriose profunda (DE) é um tecido semelhante ao
endométrio no abdômen que se estende sob o peritônio. Algumas definições incluem
profundidade de mais de 5 mm de profundidade até o peritônio. O DE é geralmente
encontrado no septo retrovaginal (também conhecido como septo retocervical), reto,
cólon retosigmoide, bexiga, ureter e outras estruturas fibromusculares pélvicas, como
os ligamentos uterinos e a vagina [24].

Quanto ao impacto clínico, podemos discutir sua influência na gravidez, na pós-


menopausa, no câncer de ovária, na doença cardiovascular e na depressão e ansiedade.

Durante a gravidez, pequenas lesões de endometriose peritoneal podem sofrer


decidualização ou regressão e os sintomas geralmente melhoram. Em um estudo
prospectivo, o risco de endometriose confirmada por laparoscopia diminuiu
linearmente à medida que o número de crianças nascidas vivas aumentou [25]. No
entanto, a gravidez não é "tratamento" para endometriose e não deve ser aconselhada
para reduzir a dor pélvica. O conjunto de evidências sugere que a endometriose impacta
negativamente alguns resultados da gravidez, embora nem todos os estudos apoiem
essa associação. Os resultados incluem parto prematuro, placenta prévia, hemorragia e
baixo peso ao nascer [26,27]. O mecanismo por trás dessas associações não é conhecido,
e vigilância adicional para gestantes com endometriose conhecida não é recomendada.
Dados observacionais tornam as conclusões definitivas desafiadoras. [26].

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A endometriose pode continuar sendo uma doença ativa após a menopausa.


Aproximadamente 2% de todos os pacientes com diagnóstico cirúrgico inicial de
endometriose são pós-menopausa com base em dados de estudos mais antigos [28-29].
A endometriose gravemente sintomática não é comum na pós-menopausa.

Estudos observacionais relatam que pacientes com endometriose têm um risco


relativo aproximadamente de dois a quatro vezes maior de câncer de ovário em
comparação com pacientes sem endometriose. Um estudo de coorte de base
populacional dos EUA que combinou mais de 78.000 pacientes com endometriose com
mulheres sem endometriose relatou que aquelas com endometriose tinham um risco
quatro vezes maior de câncer de ovário (taxa de risco ajustada [aHR] 4,20, IC 95% 3,59-
4,91; diferença de risco ajustada [aRD] 9,90 casos por 10.000 pessoas, IC 95% 7,22-
12,57, todos os tipos de câncer de ovário). Não está tão claro se as pessoas com
endometriose correm risco de desenvolver cânceres não ginecológicos, mas o risco geral
parece ser baixo [30-32].

Vale ressaltar ainda, o impacto da endometriose na associação entre aterosclerose


e endometriose é apoiada por estudos que relatam um perfil pró-aterogênico [33-34] e
aumento da aterosclerose subclínica em pacientes com endometriose. Há aumento do
risco de doença cardiovascular, incluindo risco de infarto do miocárdio, doença
cardiovascular composta, acidente vascular cerebral isquêmico e mortalidade por todas
as causas [35].

Semelhante a outros distúrbios crônicos da dor pélvica, a endometriose tem sido


associada a riscos aumentados de depressão e ansiedade.

A endometriose tem sido associada a um risco aumentado de maus resultados da


gravidez, câncer de ovário epitelial (EOC) e aterosclerose. Mais dados são necessários
antes que mudanças na triagem ou no atendimento ao paciente sejam feitas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A endometriose não tem sido relacionada com o aumento do risco de se ter
neoplasias em geral. Epidemiologicamente, os estudos têm demonstrado uma
consistente associação entre endometriose e câncer de ovário. Além disso, faz-se
conhecimento de associação de endometriose com câncer de mama, melanoma e

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linfoma não-Hodgkin. Assim, destaca-se a importância do acesso aos métodos de


rastreio para detecção precoce, como ultrassom transvaginal com preparo intestinal e
RNM.

Além disso, a realização de mamografias e ida às consultas dermatológicas, bem


como atenção às infecções recorrentes, febre inexplicada, tosse persistente ou perda de
peso no caso de linfoma, devem ter espaço nos cuidados cotidianos. Devemos sempre
estar atentos ao risco potencial de degeneração neoplásica de um foco endometrial
como apresentado.

A transformação maligna é rara, com origem a partir de um foco ovariano (80%


das vezes), mas também podendo surgir do intestino, septo retovaginal, parede
abdominal, pleura, entre outros. Importante sempre ter em mente os critérios de
Sampson para não deixar passar um tecido endometrial atípico e uma oportunidade de
intervenção terapêutica antes que o tecido se neovascularize e tenha potencial de
disseminação. Quando diagnosticado precocemente, tem alta chance de cura a partir
do tratamento cirúrgico. Porém, em estadios mais avançados, vê-se dificuldades de
acessos a centros de referência e prognósticos ruins, com baixa sobrevida global, apesar
de multimodalidades de terapias. O atraso diagnóstico da dor pélvica crônica impacta
na qualidade de vida e ainda é uma constante, apesar de capacitação médica e avanços
tecnológicos.

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REFERÊNCIAS
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