ENDOMETRIOSE
ENDOMETRIOSE
Essa doença acomete cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, sendo considerada
uma das principais causas de dor pélvica crônica, infertilidade e redução da qualidade de vida
(VILELA et al., 2021). No Brasil, estima-se que mais de 7 milhões de mulheres convivam com
a doença, o que a torna um problema de saúde pública relevante, com impactos diretos no
bem-estar físico, psicológico e na capacidade produtiva das pacientes (BRASIL, 2022).
Conceito e Fisiopatologia
A avaliação por imagem é uma ferramenta valiosa para o diagnóstico não invasivo. A
ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal permite visualizar lesões
profundas, enquanto a ressonância magnética oferece detalhamento anatômico das
áreas acometidas (Hudelist et al., 2021). A laparoscopia, no entanto, continua sendo o
padrão ouro, por permitir visualização direta das lesões e sua biópsia.
Tratamento e Abordagem
Interdisciplinar
A endometriose vai além dos aspectos físicos e compromete de forma significativa o bem-
estar psicológico e social da mulher. A dor crônica, a infertilidade e as dificuldades nas
relações sexuais geram sofrimento emocional, afetando autoestima, relações afetivas e
produtividade no trabalho (Moradi et al., 2014). Estudos mostram associação da
endometriose com quadros de ansiedade, depressão e estresse.
Atuação da Enfermagem e Cuidados à
Mulher com Endometriose
Além das atividades assistenciais, o enfermeiro pode atuar como educador em saúde,
promovendo espaços de diálogo com a comunidade sobre a endometriose. Essas ações são
fundamentais para combater a naturalização da dor menstrual e reduzir o estigma
associado à doença. Palestras, rodas de conversa e distribuição de materiais informativos
são estratégias eficazes para ampliar o conhecimento das mulheres sobre os sintomas e
facilitar a busca por atendimento precoce (SILVA et al., 2022).
Políticas Públicas e Acesso ao Cuidado
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Endometriose. Brasília: MS, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/.
VILELA, M. C. B. et al. Prevalência da endometriose e seus impactos na vida das mulheres brasileiras. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 43, n. 1, p. 14–20,
2021. Disponível em: https://www.thiem
e-connect.de/products/ejournals/abstract/10.1055/s-0040-1717015.
CHAPRON, C. et al. Rethinking mechanisms, diagnosis and management of endometriosis. Nature Reviews Endocrinology, London, v. 15, n. 11, p. 666–682, 2019.
HUDELIST, G. et al. Diagnostic accuracy of transvaginal ultrasound for non-invasive diagnosis of bowel endometriosis: systematic review and meta-analysis. Ultrasound in
Obstetrics & Gynecology, [S. l.], v. 47, n. 5, p. 573–582, 2021.
MORADI, M. et al. Impact of endometriosis on women's lives: a qualitative study. BMC Women's Health, London, v. 14, p. 123, 2014.
VERCELLINI, P. et al. Medical treatment of endometriosis-related pain. Best Practice & Research Clinical Obstetrics & Gynaecology, London, v. 28, n. 5, p. 727–736, 2014.
SANTOS, L. C. A. et al. A escuta qualificada no cuidado à mulher com dor pélvica: contribuições da enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 74, n. 4, p.
e20201033, 2021.
SILVA, R. P. et al. Atuação do enfermeiro na atenção à mulher com endometriose: revisão integrativa. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, Divinópolis, v. 12,
e4493, 2022.
OLIVEIRA, A. S. et al. A importância da escuta ativa no cuidado às mulheres com endometriose. Revista de Enfermagem Atual In Derme, v. 96, p. e022121, 2022.