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Dinis Boa

O documento aborda a importância médica de artrópodes, protozoários e helmintos, destacando suas características, mecanismos de transmissão e impacto na saúde pública. O trabalho é uma revisão bibliográfica que visa fornecer uma visão abrangente das parasitoses causadas por esses organismos, suas manifestações clínicas e estratégias de controle. O conteúdo é parte de um curso técnico em Enfermagem Geral e inclui uma metodologia de pesquisa e um índice detalhado.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
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Dinis Boa

O documento aborda a importância médica de artrópodes, protozoários e helmintos, destacando suas características, mecanismos de transmissão e impacto na saúde pública. O trabalho é uma revisão bibliográfica que visa fornecer uma visão abrangente das parasitoses causadas por esses organismos, suas manifestações clínicas e estratégias de controle. O conteúdo é parte de um curso técnico em Enfermagem Geral e inclui uma metodologia de pesquisa e um índice detalhado.
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1

INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO SANTA MARIA DO CENÁCULO

Tema:
1. Artrópodes de importância médica.
2. Protozoários de importância médica.
3. Helmintos de importância médica.

(Curso técnico medio em Enfermagem geral)

Discentes:

Auria Gaspar Bila……………….N°06

Dinis Pedro Boa…………………N°16

Gracinda Custódio Lumbela…….N°24

Ricardo Quinita Cumbane……….N°41

Robson Jonas…………………….N°42

Classificação ( )

Limpopo , Maio de 2024


2

Discentes:

Auria Gaspar Bila……………….N°06

Dinis Pedro Boa…………………N°16

Gracinda Custódio Lumbela…….N°24

Ricardo Quinita Cumbane……….N°41

Robson Jonas…………………….N°42

Tema:
1. Artrópodes de importância médica.
2. Protozoários de importância médica.
3. Helmintos de importância médica.

(Curso técnico medio em Enfermagem geral)

Trabalho de carácter avaliativo do modulo de Ciências


Biológicas I: Microbiologia e Parasitologia, a ser
entregue para efeitos de avaliação sob orientação do
Docente: Osvaldo Muchanga

Limpopo ,Maio de 2024


3

Índice

1. Introdução............................................................................................................................5

1.1. Objetivos Gerais...........................................................................................................5

1.2. Objectivos Específicos.................................................................................................5

2. Metodologia.....................................................................................................................5

3. Artrópodes de importância médica..............................................................................6

4. Artrópodes........................................................................................................................6

4.1. Conceito.......................................................................................................................6

4.2. Mecanismos pelos quais os artrópodes causam doenças.............................................6

5.1. Ciclo de desenvolvimento dos mosquitos....................................................................7

6. Simulídeos....................................................................................................................7

7. Moscas de interesse médico.........................................................................................8

8. Piolhos.................................................................................................................................9

9. Pediculose da cabeça........................................................................................................9

10. Pediculose do corpo..................................................................................................9

10.1. Pitiríase...................................................................................................................10

11. Ácaros e carrapatos....................................................................................................10

12. Protozoários de importância médica..........................................................................11

12.1. Parasitoses determinadas por protozoários cavitários ou intestinais..................11

11.1. Tricomoníase............................................................................................................11

13. Giardíase A giardíase.................................................................................................12

14. Amebíase....................................................................................................................13

15. Fasciolose...................................................................................................................14

16. Parasitoses determinadas por protozoários teciduais e/ou sanguíneos.......................15

17. Toxoplasmose.........................................................................................................16

18. Doença de Chagas......................................................................................................17

19. Malária.......................................................................................................................18
4

20. Helmintos de importância médica..............................................................................20

21. Parasitoses determinadas por platelmintos da classe Trematoda...............................20

22. Esquistossomose mansônica, ou barriga-d’água....................................................21

23. Fasciolose...................................................................................................................22

24. Parasitoses determinadas por platelmintos da classe Cestoda.......................................23

25. Complexo teníase-cisticercose...................................................................................23

26. Hidatidose...............................................................................................................24

27. Parasitoses determinadas por nematelmintos Geo-helmintoses.............................25

28. Ascaridíase..............................................................................................................25

29. Tricuríase.......................................................................................................................25

30. Enterobiose, ou Oxiuríase.......................................................................................26

31. Ancilostomose e Necatoríase, ou Amarelão...........................................................27

32. Larva Migrans............................................................................................................27

33. Estrongiloidíase..........................................................................................................28

34. Filarioses........................................................................................................................29

35. Filariose Linfática (Elefantíase).................................................................................29

36. Oncocercose (Cegueira dos Rios)..............................................................................29

37. Conclusão...................................................................................................................31

38. Referencias Bibliográficas......................................................................................32


5

1. Introdução

A prevalência de parasitoses transmitidas por artrópodes e helmintos continua a representar


um desafio significativo para a saúde pública em todo o mundo. Essas doenças afetam
milhões de pessoas, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, causando morbidade
substancial e, em alguns casos, mortalidade. Este trabalho tem como objectivo fornecer uma
visão abrangente das principais parasitoses causadas por protozoários e helmintos, destacando
sua epidemiologia, transmissão, manifestações clínicas e medidas de controle.

1.1. Objetivos Gerais

O objetivo geral deste trabalho é fornecer uma revisão atualizada sobre as parasitoses
determinadas por protozoários e helmintos, abordando as diferentes classes de parasitas e suas
características epidemiológicas, clínicas e diagnósticas. Além disso, busca-se discutir as
estratégias de prevenção e controle dessas doenças, visando reduzir sua incidência e impacto
na saúde pública.

1.2. Objectivos Específicos


 Revisar características de artrópodes e helmintos como agentes causadores.
 Analisar parasitoses por protozoários cavitários ou intestinais.
 Investigar parasitoses por protozoários teciduais e/ou sanguíneos.
 Examinar parasitoses por platelmintos da classe Trematoda.

2. Metodologia

Este trabalho será realizado por meio de uma revisão bibliográfica abrangente, utilizando
fontes de dados científicos, como artigos de revistas especializadas, livros-texto e relatórios
epidemiológicos. Será realizada uma análise crítica da literatura disponível, buscando integrar
e sintetizar os principais achados relacionados às parasitoses mencionadas.
6

3. Artrópodes de importância médica


4. Artrópodes
4.1. Conceito

São um grupo extremamente diversificado de invertebrados caracterizados por um


exoesqueleto quitinoso, apêndices articulados e um corpo segmentado. Este filo inclui uma
ampla gama de organismos, desde insectos a aracnídeos, crustáceos e miriápodes, com uma
vasta distribuição em habitats terrestres e aquáticos. Sua notável diversidade morfológica e
ecológica os torna objetos de estudo fundamentais. (Coura, J. R. 2005)

4.2. Mecanismos pelos quais os artrópodes causam doenças

Os artrópodes podem causar doenças por diversas maneiras:

Presença – Alguns artrópodes são ectoparasitos, e sua presença ou inserção na pele já


caracterizam uma doença (exemplo: um piolho na cabeça de uma criança ou um berne na pele
de uma pessoa).

Peçonhentos ou urticantes ao contacto – Alguns grupos de artrópodes possuem um aparelho


inoculador de peçonha (aranhas, escorpiões ou lacraias) e outros podem ser urticantes ao
contato (lagartas de mariposas, alguns besouro).

Vectores de doenças – Espécies que podem veicular um agente causador de doença de um


humano para outro (exemplos: o barbeiro transmite a doença de Chagas; algumas espécies de
mosquito do gênero Anopheles transmitem malária).

5. Mosquitos

Os mosquitos são insetos da ordem Díptera e da família Culicídea. Os culicídeos são holo
metábolos, ou seja, apresentam as formas de ovo, larva, pupa e adulto. As formas de larva e
pupa são aquáticas, e os adultos machos e fêmeas são alados. As larvas alimentam-se de
matéria orgânica presente na água onde se criam (criadouros) e sofrem três mudas, possuindo,
assim, quatro estágios larvais. Embora nesses estágios não sejam hematófagas, ou seja, não
transmitem doenças, são alvo de estratégias de controle de mosquitos e vigilância
epidemiológica. A duração do estágio larval depende da espécie e de fatores ambientais como
temperatura, podendo ser de alguns dias para algumas espécies ou até mais de dois meses para
outras.
7

5.1. Ciclo de desenvolvimento dos mosquitos.

Adulto

Ovo

Larva
Pupa

Figura - Ciclo de desenvolvimento dos mosquitos, no qual são mostrados a postura dos ovos,
a eclosão e desenvolvimento das larvas e pupa e a emergência dos adultos (Adaptado de:
<http://www.tetonmosquito.org>.

6. Simulídeos

São insetos pertencentes a ordem Diptera eu ciclo de desenvolvimento compreende as fases


de ovo, larva, pupa e adulto. Assim como os mosquitos, somente a fêmea é hematófaga. Após
a cópula, as fêmeas põem os ovos em ambientes aquáticos. Diferentemente dos mosquitos,
cujas larvas se criam em água parada, as de borrachudos somente se criam em água corrente.
Sempre fixas no substrato, elas se alimentam filtrando a água; passam por seis ou sete
estágios e se transformam em pupas, as quais são protegidas por um casulo, e, após cerca de
três a cinco dias, transformam-se em adultos.

Borrachudo adulto (Disponível em: <http://www. klickeducacao.com.br>


8

7. Moscas de interesse médico

Os insetos conhecidos como mosca pertencem à ordem Diptera. É um grupo muito grande,
com muitas espécies de interesse agrícola, ecológico, veterinário e médico. O principal
interesse médico das moscas está no fato de elas serem importantes causadoras de miíases. A
infecção é conhecida popularmente como bicheira e o inseto causador como mosca-varejeira.

Cabe ressaltar aqui que, embora as moscas varejeiras apresentam geralmente um colorido
metálico intenso (frequentemente verde ou azul), o inverso não é verdadeiro, ou seja, nem
todas as moscas verdes ou azuis são causadoras de miíases.

Várias espécies de mosca causam miíases em animais de criação e podem ocasionar prejuízos
aos criadores. Em humanos, um exemplo típico de miíase é a infecção pela larva da
Dermatobia hominis, conhecida popularmente como berne. Essa espécie tem um ciclo de
desenvolvimento muito interessante, como pode ser observado na Figura abaixo

Fêmea
Postura de ovos
em outro inseto
Pupas no solo

Transporte dos
Larvas saem da ovos até o hospedeiro
pele e caem no solo

Figura 2- Ciclo de desenvolvimento da Dermatobia hominis (Adaptado


de:<http://www.sel.barc.usda.gov>.Acesso em: 09 nov. 2010).
9

8. Piolhos
A ordem Anoplura agrupa todos os insetos conhecidos como piolho. Esses insetos não têm
asas e são ectoparasitos de mamíferos e aves.

Três espécies de piolho podem parasitar o homem:

 Pediculus capitis, ou piolho-da-cabeça;


 Pediculus humanus, ou piolho-do-corpo;
 Pthirus pubis, ou piolho-do-púbis, conhecido popularmente como chato.

9. Pediculose da cabeça

O nome da doença causada pela presença do P. capitis é pedicuose. Essa espécie é muito
comum em todo o território nacional, principalmente entre crianças de idade escolar. São
insetos sem asas que se alimentam exclusivamente de sangue por toda sua vida. Seu ciclo de
desenvolvimento é do tipo hemimetabólico, ou seja, apresentam os estágios de ovo, ninfa e
adulto. Após a cópula, as fêmeas põem seus ovos na base do cabelo ao qual são aderidos por
uma substância excretada pela fêmea. O ovo do piolho preso ao fio de cabelo é conhecido
como lêndea.

Agente etiológico: Pediculus capitis

Transmissão

A transmissão de piolhos se dá principalmente pelo contato di recto ou indirecto. Por


exemplo, se duas pessoas encostarem as cabeças, e uma delas estiver parasitada, o piolho
poderá passar de uma cabeça para a outra. A transmissão também pode ser feita por
compartilhamento de pentes, chapéus, etc. É importante verificar que piolhos não têm asas;
portanto, não voam de uma cabeça para outra. Além disso, são ótimos andadores em pelos,
mas péssimos andadores em superfícies e não pulam de uma cabeça para outra

Prevenção

Para prevenir a pediculose, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios


de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como evitar o contato directo com pessoas
infectadas pelo parasita.

10. Pediculose do corpo

Agente etiológico: Pediculus humanus


10

É morfologicamente idêntico ao P. capitis, mas não vive em cabelos, e sim no corpo. Não
forma lêndeas, e as fêmeas põem os ovos nas dobras de roupas, por isso, somente ocorre nas
pessoas que não trocam de roupa para dormir, como mendigos, por exemplo. É muito mais
raro que o piolho-da-cabeça e ocorre mais comumente em adultos. Somente o fato de trocar
de roupa ao dormir já faz com que os ovos morram, pois dependem do calor do corpo humano
para viver.

10.1. Pitiríase

Difere morfologicamente dos Pediculus. Também coloca seus ovos em pelos, formando
lêndeas. É mais comum nos pelos pubianos, mas pode ser encontrado na barba, nos cílios, nos
pelos das axilas, etc. Quando presente nos pelos, considera-se uma DST (doença sexualmente
transmissível).

Agente etiológico:Pthirus pubis

Figura Adulto de Pthirus pubis (Disponível em: <http:// species.wikimedia.org>. Acesso em: 09 nov.
2010).

11. Ácaros e carrapatos

Ácaros e carrapatos pertencem à classe Arachnida, subclasse Acarina, ou Acari. Uma


característica marcante dessa subclasse é que a cabeça, tórax e abdome são fundidos em uma
só estrutura, chamada de idiossomo. Os carrapatos são maiores que os ácaros; alimentam-se
geralmente sugando o sangue de animais vertebrados e podem transmitir doenças para o
homem e animais de criação, como o boi, o cavalo e o porco. Existe uma infinidade de
espécies de carrapato, todas hematófagas. Assim como todos os Acari, sua morfologia é
caracterizada pela ausência de segmentação, composta por uma única estrutura, o idiossoma,
quatro pares de patas na forma de ninfa e adulto e três pares de patas na forma de larva.
11

12. Protozoários de importância médica


12.1. Parasitoses determinadas por protozoários cavitários ou intestinais

Parasitoses determinadas por protozoários cavitários ou intestinais referem-se a doenças


parasitárias causadas por protozoários que habitam as cavidades do corpo ou o trato
gastrointestinal humano. Estes protozoários podem causar uma variedade de sintomas,
incluindo diarreia, dor abdominal, náuseas e outros distúrbios gastrointestinais. Exemplos
comuns incluem Giardíase, Amebíase O diagnóstico geralmente é feito por meio de exames
de fezes para identificar os parasitas ou seus ovos. O tratamento varia de acordo com o tipo de
parasitose, mas geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários e medidas de
higiene e saneamento para prevenir a infecção e a propagação dessas doenças.

11.1. Tricomoníase

A tricomoníase é uma parasitose que se transmite pela relação sexual, por isso é conhecida
como uma DST, ou doença venérea. Ocorre no mundo todo, é a mais frequente das DSTs e
vem crescendo, especialmente nas mulheres entre a segunda e terceira décadas de vida,
devido às mudanças de hábitos como liberação sexual e troca frequente de parceiros. Na
maioria dos homens, a infecção é assintomática e perdura por mais tempo do que nas
mulheres.

Agente etiológico

Família: Trichomonadidae

Espécie: Trichomonas vaginalis

Transmissão

A transmissão da tricomoníase é directa, ou seja, de uma pessoa infectada a outra, ocorrendo


primariamente por relação sexual sem o uso de preservativo. Pode, em menor grau, ser
transmitida de mãe infectada ao feto no momento do parto e mecanicamente através de
fômites úmidos.

Ciclo biológico

O parasito replica-se na forma trofozoíta por divisão binária longitudinal nas cavidades
geniturinárias, não havendo formas císticas (Figura 3.2). Sendo um organismo anaeróbio
facultativo, cresce em pH de 5 a 7,5 e utiliza açúcares e carboidratos como fontes de energia.
12

Diagnóstico

O diagnóstico clínico da infecção por Trichomonas vaginalis é geralmente realizado pela


observação de sinais característicos da infecção, especialmente em mulheres. No entanto, o
diagnóstico deve ser acompanhado e confirmado por exames laboratoriais.

Para os homens, a coleta de material uretral é realizada no primeiro jato de urina da manhã,
utilizando swab, ou através da coleta de esperma, onde o parasito é abundante.

Para as mulheres, a coleta de material de secreção vaginal é feita com swabs, antes da higiene
matinal.

Tratamento

A tricomoníase tem tratamento eficaz, mas deve-se considerar o portador assintomático, ou


seja, ambos os parceiros devem ser tratados mesmo quando um deles é portador
assintomático. Vários fármacos como o metronidazol, o tinidazol e o secnidazol podem ser
utilizados.

13. Giardíase A giardíase

É uma parasitose que causa diarreia, muito comum entre viajantes e por isso conhecida como
“a diarreia dos viajantes”. Isso porque a giardíase é facilmente transmissível pela água e,
quando a pessoa viaja para área endêmica e entra em contato pela primeira vez com uma
espécie, portanto sem defesa imune, manifesta sintomas da doença

Agente etiológico

Família: Hexamitidae

Espécie: Giardia intestinalis (=Giardia lamblia, =Giardia duodenalis)

Transmissão

A transmissão ocorre principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados com


cistos do parasita, ou através do contato direto com fezes infectadas. Os sintomas incluem
diarréia, cólicas abdominais, gases e náuseas.

Prevenção

Para prevenir a giardíase, é essencial adotar medidas de higiene, como lavar bem as mãos
antes de comer ou preparar alimentos, beber água filtrada ou fervida e evitar o contato com
águas contaminadas. Além disso, cuidados com o saneamento básico são fundamentais para
reduzir a disseminação da doença.
13

Diagnostico

O diagnóstico da giardíase é realizado através da identificação de cistos ou trofozoítos do


parasita em amostras de fezes por exames laboratoriais, como o exame de fezes ou testes
imunológicos.

Tratamento

O tratamento da giardíase geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários, como


o metronidazol ou o tinidazol, prescritos por um profissional de saúde. A recuperação
completa é comum após o tratamento adequado, mas é importante seguir todas as orientações
médicas para evitar recorrências.

14. Amebíase

A amebíase é protozoose que pode levar ao óbito. É mais frequente entre os adultos e tem
maior prevalência nos países tropicais e subtropicais. Entretanto, a sua ocorrência está
condicionada principalmente a baixas condições sanitárias, precariedade das habitações e
maus hábitos de higiene.

Agente etiológico

Família: Entamoebidae

Espécie: Entamoeba histolytica

Transmissão

A transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados com cistos


tetranucleados.

Ciclo biológico

O ciclo é direto e monoxênico. Começa com a ingestão de cistos maduros em alimentos ou


água contaminada com fezes de indivíduos infectados. Após passarem pelo estômago, os
cistos desencistam no intestino delgado ou grosso. Os trofozoítos resultantes se multiplicam e
vivem na mucosa intestinal. Em condições normais, eles se desprendem e se transformam em
cistos novamente, realizando divisões nucleares sucessivas. Na amebíase extraintestinal, os
trofozoítos perfuram a parede intestinal e se disseminam pelo organismo, podendo ser
observados nas fezes diarreicas formas trofozoítas contendo hemácias.
14

Diagnostico

Para diagnosticar a giardíase, o método mais comum é o exame parasitológico de fezes, no


qual são procurados cistos ou trofozoítos do parasita. Além disso, podem ser realizados testes
imunológicos, c para detecção de antígenos específicos de Giardia nas fezes.

Tratamento

O tratamento da giardíase envolve o uso de medicamentos antiparasitários, como


metronidazol, tinidazol, ou nitazoxanida, prescritos pelo médico após avaliação do paciente.
O tratamento geralmente é administrado por alguns dias e pode variar de acordo com a
gravidade dos sintomas e a idade do paciente.

Prevenção

Para prevenir a giardíase, é essencial adotar medidas de higiene, como lavar as mãos
cuidadosamente com água e sabão antes de preparar alimentos ou comer, beber água potável
de fontes seguras, evitar contato com água contaminada e praticar o saneamento básico
adequado.

15. Fasciolose

A fasciolose é uma zoonose de grande importância pecuária, pois atinge animais herbívoros
que pastam em terrenos alagados ou perto de pequenos cursos de água. Os ovinos e os
bovinos são os seus principais hospedeiros.

Agente etiológico

Família: Fasciolidae

Espécie: Fasciola hepática

Tratamento

O triclabendazol, fármaco aprovado inicialmente apenas para uso veterinário, mostrou


eficácia em ensaios populacionais. Sua ação é eficaz inclusive para resolver a obstrução dos
ductos biliares, evitando o tratamento cirúrgico.

Prevenção

Educação e conscientização: Informar as comunidades sobre os riscos de infecção pela


Fasciola hepatica, incluindo os modos de transmissão e as áreas endêmicas, pode ajudar a
aumentar a conscientização e incentivar práticas de prevenção.
15

Higiene: Instruir as pessoas sobre a importância de lavar bem os vegetais antes do consumo,
especialmente aqueles que são consumidos crus ou mal cozidos. A água potável também deve
ser uma preocupação, pois a contaminação da água é um dos principais meios de transmissão.

Diagnóstico

O diagnóstico clínico da amebíase é desafiador devido aos sintomas compartilhados com


outras condições. A confirmação do parasito por métodos laboratoriais é crucial,
especialmente para casos de amebíase extraintestinal. A detecção de cistos em fezes é feita
geralmente pelos métodos de HPJ e de Faust. Em fezes pastosas ou diarreicas, a busca por
trofozoítos é realizada em preparações a fresco ou coradas pela hematoxilina férrica.
Trofozoítos podem ser encontrados também em material de punção de abscessos hepáticos ou
cutâneos.

Tratamento

O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para controlar a amebíase extraintestinal.


Existem fármacos que atuam exclusivamente na luz intestinal, outros nas formas tissulares da
amebíase invasiva e alguns que atuam em ambas as formas. Os derivados imidazólicos, como
metronidazol, nitroimidazol e ornidazol, são comumente utilizados para formas intestinais
usuais da doença.

Prevenção

 Higiene pessoal e ambiental: Manter uma boa higiene pessoal, incluindo lavagem
adequada das mãos com água e sabão antes de manipular alimentos e após usar o
banheiro, pode ajudar a prevenir a infecção por amebíase. Além disso, garantir a
limpeza e desinfecção adequadas de alimentos e utensílios de cozinha é essencial para
evitar a contaminação.
 Água segura: Consumir água potável e evitar o consumo de água de fontes
desconhecidas ou não tratadas pode reduzir o risco de infecção por amebíase.
16. Parasitoses determinadas por protozoários teciduais e/ou sanguíneos

Parasitoses determinadas por protozoários teciduais e/ou sanguíneos referem-se a doenças


parasitárias causadas por protozoários que invadem os tecidos do corpo ou o sistema
circulatório humano. Esses protozoários podem causar uma variedade de sintomas,
dependendo do órgão ou tecido afetado, e podem levar a complicações graves se não forem
tratados adequadamente. Exemplos comuns incluem a malária, causada pelo Plasmodium
spp., e a doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi. O diagnóstico geralmente é
16

feito por meio de exames laboratoriais, como exames de sangue, esfregaços de sangue ou
biópsias de tecidos. O tratamento varia de acordo com o tipo de parasitose e pode incluir o
uso de medicamentos antiparasitários, terapia de suporte e medidas de prevenção, como
controle de vetores e práticas de higiene.

17. Toxoplasmose

A toxoplasmose é protozoose de distribuição mundial e de alta prevalência. Estima-se que


cerca de 60% da população mundial esteja infectada com o parasito, não significando que
venham a desenvolver a doença. Atinge várias espécies de animais e o homem, possuindo o
seu agente, por essa razão, “baixa especificidade” de hospedeiro. Apresenta maior gravidade
nas gestantes, devido à transmissão para o feto com consequências danosas, e também nos
pacientes imunossuprimidos.

Agente etiológico

Família: Sarcocystidae

Espécie: Toxoplasma gondii

Transmissão

A alta prevalência do T. gondii se deve ao fato de que suas três formas vitais são infectivas. A
transmissão pode ocorrer de duas formas distintas: toxoplasmose congênita ou toxoplasmose
adquirida. Esta última ocorre pela ingestão de alimentos contaminados, especialmente carne
ou derivados animais malcozidos ou crus. Os hábitos de higiene de felídeos domésticos, como
lamber e enterrar fezes, e a proximidade de seres humanos com esses animais podem facilitar
a ingestão de oocistos, considerada uma forma comum de transmissão adquirida.

Ciclo Biológico

O ciclo do Toxoplasma gondii é complexo devido à variedade de hospedeiros e formas


infectivas. Inicia-se com um felídeo que ingere um pequeno roedor infectado. As formas
taquizoítas ou bradizoítas infectam o felídeo, que produz oocistos em seu intestino. Esses
oocistos contaminam o solo, a água e outros animais, incluindo seres humanos. Além disso,
ovinos, caprinos e bovinos ou seus produtos alimentares podem conter formas infectivas,
causando infecção humana.

Diagnóstico

O diagnóstico da toxoplasmose é usualmente indireto e realizado através de exames


sorológicos como a RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta) e o ELISA (do inglês
Enzyme Linked Immunosorbent Assay = Ensaio Imunoenzimático) para pesquisa de
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anticorpos antitoxoplasma no soro do paciente. Enquanto o diagnóstico clínico da


toxoplasmose congênita possui marcadores mais específicos, a toxoplasmose adquirida
apresenta sinais difusos e não conclusivos, requerendo exames laboratoriais complementares.

Tratamento

Apesar da elevada prevalência, o tratamento da toxoplasmose é somente indicado em algumas


poucas situações considerando-se a toxicidade dos medicamentos, o custo e o risco. São
indicados para tratamento pessoas imunocompetentes com doença ativa e progressiva,
gestantes de risco, transplantados e indivíduos com AIDS

Prevenção

Higiene alimentar: Evitar o consumo de carne crua ou mal cozida, especialmente carne de
porco, carneiro e bovina, pois estas podem conter cistos de Toxoplasma gondii.

Higiene pessoal: Lavar cuidadosamente as mãos com água e sabão após o manuseio de carne
crua, solo, areia de gato ou qualquer material potencialmente contaminado.

Manipulação de solo: Usar luvas ao lidar com solo ou jardinagem, especialmente se estiver
grávida ou imunocomprometida.

Evitar contato com fezes de gatos: Evitar a manipulação de fezes de gatos e, se necessário,
usar luvas e lavar as mãos após a limpeza da caixa de areia do gato.

18. Doença de Chagas

É uma protozoose primária de animais silvestres que posteriormente se transmitiu ao homem


devido à domiciliação das espécies vectoras do parasito. Por isso é considerada uma
antropozoonose.

Agente etiológico

Família: Trypanosomatidae

Espécie: Trypanosoma cruzi

Transmissão

A transmissão da doença de Chagas ocorre primariamente através de triatomíneos infectados.


Pode ainda ocorrer através de transfusão sanguínea, transplante de órgãos, via congênita,
acidentes laboratoriais ou através de infecção oral pela ingestão de alimentos crus e
contaminado A transmissão por vetores é contaminativa, ou seja, a infecção ocorre pelas
formas tripomastigotas metacíclicas presentes nas fezes dos insectos infectados.
18

Ciclo biológico

O ciclo do T. cruzi é heteroxênico, envolvendo um hospedeiro vertebrado e um vetor ou


hospedeiro invertebrado.Existe uma gama de espécies de mamíferos (primatas, edentados,
roedores, carnívoros, etc.) sabidamente susceptíveis à infecção pelo T. cruzi, assim como
muitas espécies de triatomíneos capazes de transmitir o parasito. Os triatomíneos adquirem
formas tripomastigotas sanguíneas do parasito no momento do repasto sanguíneo em
hospedeiros infectados. Essas formas diferenciam-se em formas epimastigotas replicativas no
intestino médio e o colonizam por sucessivas divisões binárias, mantendo a infecção no vetor.
Com o avanço do processo digestivo, as formas do parasito alcançam a ampola retal onde se
diferenciam em formas tripo mastigotas metacíclicas infectiva

Diagnóstico

O diagnóstico da infecção por Trypanosoma cruzi é diferente nas fases aguda e crônica. Na
fase aguda, a presença de formas tripomastigotas circulantes pode ser observada em
preparações de sangue fresco ou coradas pelo Giemsa, além de métodos indiretos como
sorologia e PCR. Na fase crônica, o diagnóstico é mais difícil e baseado principalmente em
sorologia e aspectos clínicos. A hemocultura e a PCR têm sensibilidade reduzida nesta fase. A
possibilidade de ocorrência de Trypanosoma rangeli também deve ser considerada durante os
exames devido à sua semelhança antigênica e genômica com o T. cruzi.

Tratamento

Não há tratamento efetivo para a cura da doença de Chagas. Os fármacos existentes, como o
benznidazol e o 5-nitrofurano, são tóxicos e têm eficácia limitada na fase crônica. O
tratamento é definido caso a caso, considerando a evolução da doença, os quadros clínicos
envolvidos e a variabilidade do parasito. Em casos extremos de insuficiência cardíaca ou
digestiva, pode ser realizado tratamento cirúrgico corretivo, embora não tenha influência na
infecção em si.

Prevenção

A prevenção da doença de Chagas baseia-se principalmente na redução do contato com o


vetor, o inseto conhecido como "barbeiro". Isso inclui medidas como o uso de telas nas
janelas, a aplicação de inseticidas em áreas afectadas e o melhoramento das condições de
moradia para reduzir a presença do vector.

19. Malária
19

A malária é doença que ocorre nas áreas tropicais e subtropicais do mundo todo. Dentre as
parasitoses, é a que causa maior número de óbitos na África.

Agentes etiológicos

Família: Plasmodiidae

Espécies: Plasmodium falciparum (febre terçã maligna), Plasmodium vivax (febre terçã
benigna), Plasmodium malariae (febre quartã) e Plasmodium ovale, esta última, restrita ao
continente africano.

Transmissão

A transmissão da malária humana é realizada pela picada de fêmeas de mosquitos do gênero


Anopheles infectadas com Plasmodium spp.

Fêmea de Anopheles sp. no momento do repasto sanguíneo. A fêmea assume posição inclinada em relação
à superfície quando pousada ou quando realiza o repasto sanguíneo, e suas asas são geralmente
manchadas
(Disponível em: <http://phil.cdc. gov>. Acesso em: 9 nov. 2010).

Ciclo Biológico

O ciclo biológico do Plasmodium spp. é semelhante para todas as espécies do parasito.


Envolve um hospedeiro humano e um vetor do gênero Anopheles, que pode variar conforme a
região geográfica. Quando um mosquito pica uma pessoa infectada, ele adquire os
gametócitos masculinos e femininos. Dentro do estômago do mosquito, esses gametócitos se
fecundam, formando o oocineto. O oocineto se fixa na parede do intestino do mosquito e se
diferencia em oocisto, onde são geradas as formas infectivas para o hospedeiro humano, os
esporozoítos. Após o rompimento do oocisto, os esporozoítos migram para as glândulas
salivares do mosquito, onde são inoculados na próxima picada.

Diagnóstico

O diagnóstico clínico da malária é possível durante a fase eritrocítica, quando os sintomas


estão presentes e a presença do parasito pode ser detectada. Os sintomas clássicos incluem
febre recorrente e anemia, com informações sobre viagens para áreas endêmicas sendo
20

extremamente relevantes. Os exames de esfregaços sanguíneos corados continuam sendo o


método preferido devido à sua sensibilidade e especificidade, embora testes imunológicos e
moleculares também estejam disponíveis.

Tratamento

O tratamento da malária humana é desafiador devido à alta taxa de mortalidade e à resistência


crescente do parasito aos medicamentos disponíveis. Diferentes fármacos são usados, como
cloroquina, mefloquina, artemisinina, entre outros, com associação de drogas frequentemente
aplicada. O esquema terapêutico é baseado em fatores como a espécie do parasito, gravidade
da doença e histórico de infecção.

Prevenção

A prevenção da malária envolve medidas como o uso de repelentes, mosquiteiros tratados


com inseticidas, profilaxia com medicamentos antimaláricos antes da viagem para áreas
endêmicas, e eliminação de criadouros de mosquitos. Essas medidas visam reduzir a
exposição ao mosquito transmissor e, consequentemente, a incidência da doença.

20. Helmintos de importância médica

Helmintos de importância médica são vermes parasitas que podem infectar seres humanos e
causar uma variedade de doenças. Essas infecções geralmente ocorrem através da ingestão de
ovos ou larvas dos helmintos presentes no meio ambiente contaminado, água ou alimentos. Os
helmintos de importância médica incluem várias espécies de vermes intestinais (nematóides
ou ancilostomídeos), como Ascaris lumbricoides (lombriga), Trichuris trichiura (tricuríase) e
Enterobius vermicularis (oxiúros), que podem causar infecções intestinais, resultando em
sintomas como dor abdominal, diarreia e perda de peso. Além disso, há também helmintos
teciduais, como a Taenia solium (solitária) e Schistosoma spp. (esquistossomose), que podem
invadir os tecidos do corpo, como músculos, fígado e sistema circulatório, levando a
complicações graves, como cistos e danos aos órgãos. O diagnóstico de infecções por
helmintos geralmente é feito por meio de exames laboratoriais de fezes, urina ou sangue. O
tratamento varia de acordo com o tipo de helminto e pode incluir o uso de medicamentos
antiparasitários e medidas de prevenção, como saneamento básico, higiene pessoal e controle
de vetores.

21. Parasitoses determinadas por platelmintos da classe Trematoda

Parasitoses determinadas por platelmintos da classe Trematoda referem-se a doenças


parasitárias causadas por vermes planos da classe Trematoda, comumente conhecidos como
21

trematódeos ou "flukes". Esses parasitas têm ciclos de vida complexos que geralmente
envolvem múltiplos hospedeiros, incluindo moluscos e vertebrados, como peixes e
mamíferos, incluindo seres humanos.

Exemplos de parasitoses causadas por trematódeos incluem a esquistossomose, causada por


diferentes espécies do gênero Schistosoma, e a fasciolíase, causada por espécies do gênero
Fasciola. A esquistossomose é uma das doenças parasitárias mais prevalentes no mundo,
afetando milhões de pessoas, principalmente em áreas tropicais e subtropicais, onde as
condições de saneamento básico são precárias. A infecção ocorre quando larvas de
Schistosoma presentes em águas contaminadas penetram na pele humana durante atividades
aquáticas. A fasciolíase, por sua vez, é geralmente adquirida pela ingestão de plantas
contaminadas com metacercárias de Fasciola spp., que se desenvolvem em vermes adultos no
sistema biliar dos seres humanos.

22. Esquistossomose mansônica, ou barriga-d’água

A esquistossomose mansônica, também conhecida como barriga-d'água, é uma doença


parasitária causada pelo verme Schistosoma mansoni. A transmissão ocorre principalmente
pela água contaminada por caramujos infectados, que liberam as larvas (cercárias) do parasita
na água. Quando uma pessoa entra em contato com essa água, as larvas penetram na pele e
migram para os vasos sanguíneos do sistema porta hepático, onde se desenvolvem em vermes
adultos.

Agente etiológico

Família: Schistosomatidae

Espécie: Schistosoma manson

Transmissão

As cercarias penetram na pele íntegra do homem quando ele entra em contato com água
contaminada.

Ciclo biológico

O ciclo biológico do Schistosoma mansoni é heteroxênico, envolvendo dois hospedeiros.


Começa com a penetração das cercárias, estágio larval do parasita, na pele humana, onde se
transformam em esquistossômulos. Os esquistossômulos entram na corrente sanguínea e são
levados ao sistema porta-hepático, onde se desenvolvem até a fase adulta. Os vermes adultos
se reproduzem nas veias mesentéricas, e os ovos são depositados na submucosa dos vasos
sanguíneos intestinais. Parte dos ovos é eliminada com as fezes, enquanto outros permanecem
22

na parede intestinal ou são transportados para o fígado pela corrente sanguínea. Quando em
contato com a água, os ovos liberam miracídios, que infectam o caramujo, hospedeiro
intermediário, onde se desenvolvem e se multiplicam, dando origem a cercárias. Cada
miracídio pode gerar cerca de 100.000 cercárias.

Diagnóstico

O diagnóstico da esquistossomose envolve o exame parasitológico de fezes para detectar ovos


do parasito, utilizando métodos qualitativos como a técnica de Hoffman, Pons e Janer, e
quantitativos como o método de Kato-Katz. Em áreas endêmicas, é essencial usar métodos
tanto qualitativos quanto quantitativos para avaliar a carga parasitária e a endemicidade da
região. Em casos de carga parasitária baixa, o exame de fezes pode não ser sensível o
suficiente, sendo necessária a repetição dos exames. Além disso, métodos imunológicos,
como RIFI e ELISA, e técnicas de detecção de antígenos parasitários ou DNA do parasito
também podem ser usados.

Tratamento

O tratamento é realizado com drogas como oxamniquina e praziquantel. Quanto mais cedo o
diagnóstico e o tratamento forem iniciados, melhor será o prognóstico. Além do tratamento
medicamentoso, é importante que o paciente siga uma dieta leve, rica em proteínas e de fácil
digestão. Para controlar a cura, é recomendado repetir o exame parasitológico de fezes três
meses após o tratamento e depois mensalmente por pelo menos seis meses.

Prevenção

Saneamento básico: Melhorar as condições de saneamento, como o fornecimento de água


potável, sistemas de esgoto e tratamento adequado de resíduos, pode reduzir a exposição ao
parasito.

Educação em saúde: Promover a conscientização sobre práticas de higiene, como lavar as


mãos e evitar contato com águas contaminadas, pode ajudar a prevenir a infecção.

23. Fasciolose

Fasciolose é uma infecção causada pelo parasita Fasciola hepatica, que afeta principalmente
o fígado de humanos e animais.

Agente Etiológico: Fasciola hepatica.

Família e Espécie: Fasciolidae, Fasciola hepatica.


23

Transmissão

A infecção ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados com metacercárias


(forma infectante do parasita). Os animais hospedeiros, como ovelhas e bovinos, liberam os
ovos do parasita nas fezes, contaminando o ambiente aquático.

Ciclo Biológico

O ciclo envolve um hospedeiro intermediário, o caramujo, onde o parasita passa por várias
fases larvais antes de se tornar infectante para humanos. No hospedeiro definitivo, como
humanos e animais, a Fasciola hepatica atinge a fase adulta no fígado.

Tratamento

O tratamento geralmente envolve medicamentos como triclabendazol e albendazol.

Prevenção

Medidas de controle incluem evitar o consumo de água e vegetais contaminados, inspecionar


alimentos antes do consumo e evitar o contato com áreas contaminadas.

24. Parasitoses determinadas por platelmintos da classe Cestoda

Parasitoses determinadas por platelmintos da classe Cestoda referem-se a doenças parasitárias


causadas por vermes planos da classe Cestoda, comumente conhecidos como "cestódeos" ou
"solitárias". Esses parasitas têm um corpo segmentado em forma de fita, com uma estrutura
chamada de escólex na extremidade anterior, que se prende ao revestimento do intestino
delgado de seu hospedeiro.

25. Complexo teníase-cisticercose

O complexo teníase-cisticercose é uma doença causada pela infecção pelo verme Taenia
solium, que causa teníase (infecção intestinal) e cisticercose (infecção tecidual).

Agente Etiológico: Taenia solium.

Família e Espécie: Taeniidae, Taenia solium.

Transmissão

A teníase ocorre pela ingestão de carne suína mal cozida contendo cisticercos larvais do
parasita. A cisticercose ocorre pela ingestão de ovos do parasita, presentes nas fezes de
indivíduos infectados.
24

Ciclo Biológico

O ciclo de vida do Taenia solium envolve dois hospedeiros: humanos (hospedeiro definitivo)
e suínos (hospedeiro intermediário). Os humanos adquirem a teníase pela ingestão de carne
crua ou mal cozida contaminada com cisticercos, enquanto os suínos se infectam ao ingerir
alimentos ou água contaminados com ovos do parasita.

Tratamento

O tratamento da teníase geralmente envolve medicamentos como praziquantel e niclosamida.


O tratamento da cisticercose pode envolver o uso de medicamentos antiparasitários e, em
alguns casos, cirurgia para remover cistos.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem cozinhar completamente a carne de porco, garantir


saneamento adequado para evitar a contaminação fecal e educação sobre higiene pessoal.

26. Hidatidose

A hidatidose, também conhecida como equinococose, é uma doença parasitária causada pelas
larvas do verme Echinococcus granulosus.

Agente Etiológico: Echinococcus granulosus.

Família e Espécie: Taeniidae, Echinococcus granulosus.

Transmissão

A infecção ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos do parasita,
que são eliminados nas fezes de cães infectados.

Ciclo Biológico

O ciclo de vida envolve cães (hospedeiros definitivos) e herbívoros, como ovelhas e gado
(hospedeiros intermediários). Os cães se infectam ao ingerir órgãos ou carcaças de animais
infectados. No hospedeiro intermediário, os ovos ingeridos eclodem no intestino e as larvas
migram para diferentes órgãos, formando cistos hidáticos.

Tratamento

O tratamento geralmente envolve cirurgia para remover os cistos, além do uso de


medicamentos antiparasitários como albendazol e mebendazol.
25

Prevenção

Medidas de prevenção incluem evitar o contato com cães infectados, manter uma boa higiene
pessoal e garantir a adequada eliminação de fezes de animais.

27. Parasitoses determinadas por nematelmintos Geo-helmintoses

Parasitoses determinadas por nematelmintos, também conhecidas como geo-helmintoses,


referem-se a doenças parasitárias causadas por vermes redondos (nematelmintos) que têm um
ciclo de vida que inclui uma etapa de desenvolvimento no solo (geohelmintos). Esses
parasitas são frequentemente encontrados em áreas onde as condições de saneamento são
precárias e a higiene pessoal é inadequada.

28. Ascaridíase

A ascaridíase é uma infecção causada pelo parasita Ascaris lumbricoides, também conhecido
como lombriga.

Agente Etiológico: Ascaris lumbricoides.

Família e Espécie: Ascarididae, Ascaris lumbricoides.

Transmissão

A infecção ocorre pela ingestão de ovos do parasita presentes no solo contaminado,


frequentemente através de alimentos ou água contaminados.

Ciclo Biológico

Os ovos do parasita ingeridos eclodem no intestino delgado, liberando larvas que penetram na
parede intestinal e migram para o sistema circulatório. As larvas, então, chegam aos pulmões,
onde são expelidas pelas vias respiratórias e engolidas novamente, completando o ciclo no
intestino delgado.

Tratamento

O tratamento envolve o uso de medicamentos como albendazol, mebendazol ou ivermectina.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem lavagem adequada de alimentos, saneamento básico, higiene


pessoal e educação sobre práticas de higiene.

29. Tricuríase
26

A tricuríase é uma infecção causada pelo parasita Trichuris trichiura, também conhecido
como tricocéfalo.

Agente Etiológico

Família e Espécie: Trichuridae, Trichuris trichiura.

Transmissão

A infecção ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos do parasita
presentes no solo.

Ciclo Biológico

Os ovos ingeridos eclodem no intestino delgado, liberando larvas que penetram na parede
intestinal e se desenvolvem em vermes adultos no intestino grosso.

Tratamento

O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos como albendazol ou mebendazol.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem saneamento básico, higiene pessoal, lavagem adequada de


alimentos e educação sobre práticas de higiene.

30. Enterobiose, ou Oxiuríase

A enterobiose, também conhecida como oxiuríase, é uma infecção causada pelo parasita
Enterobius vermicularis, também chamado de oxiúro.

Agente Etiológico: Enterobius vermicularis.

Família e Espécie: Oxiuridae, Enterobius vermicularis.

Transmissão

A infecção ocorre pela ingestão de ovos do parasita presentes em alimentos, água ou poeira
contaminados, ou pela autoinoculação oral-fecal.

Ciclo Biológico

Os ovos ingeridos eclodem no intestino delgado, liberando larvas que se desenvolvem em


vermes adultos no intestino grosso. As fêmeas grávidas migram para a região perianal durante
a noite para depositar seus ovos.

Tratamento
27

O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos como mebendazol, albendazol ou


pirantel pamoato.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem boa higiene pessoal, especialmente lavagem adequada das
mãos, manter unhas curtas, trocar roupas de cama regularmente e desinfecção de áreas
contaminadas.

31. Ancilostomose e Necatoríase, ou Amarelão

Ancilostomose e Necatoríase, também conhecidas como amarelão, são infecções causadas


pelos parasitas Ancilostoma duodenale e Necator americanus, respectivamente, que são
ambos ancilostomídeos.

Agente Etiológico: Ancilostoma duodenale (ancilostomose) e Necator americanus


(necatoríase).

Família e Espécie: Ancilostomidae, Ancilostoma duodenale e Necator americanus.

Transmissão

A infecção ocorre pela penetração ativa das larvas filarioides através da pele, geralmente dos
pés, em contato com solo contaminado.

Ciclo Biológico

As larvas infectantes penetram na pele humana, migram pela corrente sanguínea até os
pulmões e, em seguida, são engolidas e alcançam o intestino delgado, onde se desenvolvem
em vermes adultos que se fixam na mucosa intestinal e se alimentam de sangue.

Tratamento

O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos como albendazol ou mebendazol.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem o uso de calçados adequados, boa higiene pessoal, saneamento
básico e controle de parasitas no solo.

32. Larva Migrans


28

A larva migrans é uma condição causada pela penetração de larvas parasitárias no tecido
humano, geralmente devido à infecção por larvas de nematóides do gênero Ancylostoma ou
Toxocara.

Agente Etiológico: Larvas de Ancylostoma spp. (larva migrans cutânea) ou Toxocara spp.
(larva migrans visceral).

Família e Espécie: Nematoda, Ancylostoma spp. e Toxocara spp.

Transmissão

A infecção ocorre quando as larvas penetram na pele humana, geralmente por contato direto
com solo contaminado ou por ingestão de ovos infectados.

Ciclo Biológico

As larvas penetram na pele humana e migram através dos tecidos, causando lesões cutâneas
(larva migrans cutânea) ou migrando para órgãos internos como pulmões, fígado e cérebro
(larva migrans visceral).

Tratamento

O tratamento varia dependendo da gravidade da infecção e pode incluir medicamentos como


albendazol, ivermectina ou corticosteroides.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem evitar o contato com solo contaminado, evitar o consumo de
alimentos contaminados e desparasitação regular de animais de estimação.

33. Estrongiloidíase

Estrongiloidíase é uma infecção causada pelo nematoide Strongyloides stercoralis.

Agente Etiológico: Strongyloides stercoralis.

Família e Espécie: Strongyloididae, Strongyloides stercoralis.

Transmissão

A infecção ocorre principalmente pela penetração activa das larvas filarioides através da pele,
geralmente dos pés, em contato com solo contaminado.

Ciclo Biológico

Após a penetração da pele, as larvas migram pela corrente sanguínea até os pulmões, são
aspiradas e engolidas, alcançando o intestino delgado, onde se desenvolvem em vermes
adultos que se fixam à mucosa intestinal. A fêmea adulta pode reproduzir-se assexuadamente,
29

produzindo ovos que eclodem na mucosa intestinal, liberando larvas rhabditiformes que
podem ser excretadas nas fezes ou se transformar em larvas filarioides e penetrar novamente
na pele, reiniciando o ciclo.

Tratamento

O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos como ivermectina, albendazol ou


tiabendazol.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem evitar o contato com solo contaminado, uso de calçados
adequados e higiene pessoal adequada.

34. Filarioses

As filarioses são um grupo de doenças parasitárias causadas por vermes filariais, que são
transmitidos por picadas de mosquitos infectados. Esses vermes geralmente infectam os
sistemas linfático e/ou vascular de seus hospedeiros, causando uma variedade de sintomas e
complicações

35. Filariose Linfática (Elefantíase)

A filariose linfática, também conhecida como elefantíase, é uma doença crônica causada
principalmente pelo parasita Wuchereria bancrofti.

Agente Etiológico: Wuchereria bancrofti.

Família e Espécie: Filariidae, Wuchereria bancrofti.

Transmissão

A transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados, que são vetores para as larvas
infectantes (microfilárias).

Ciclo Biológico

As microfilárias são transmitidas aos seres humanos pela picada de mosquitos vetores. No
hospedeiro humano, as microfilárias se desenvolvem em vermes adultos que se alojam nos
vasos linfáticos, causando obstrução e inflamação crônica.

Tratamento

O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos como dietilcarbamazina (DEC),


ivermectina e albendazol, dependendo da fase da infecção.

Prevenção
30

Medidas de prevenção incluem controle de mosquitos vetores, uso de repelentes, mosquiteiros


e medidas de saneamento básico.

36. Oncocercose (Cegueira dos Rios)

A oncocercose, também conhecida como cegueira dos rios, é uma doença parasitária crônica
causada pelo parasita Onchocerca volvulus.

Agente Etiológico: Onchocerca volvulus.

Família e Espécie: Onchocercidae, Onchocerca volvulus.

Transmissão

A transmissão ocorre pela picada de mosquitos do gênero Simulium, que são vetores para as
larvas infectantes (microfilárias).

Ciclo Biológico

As microfilárias são transmitidas aos seres humanos pela picada de mosquitos vetores. No
hospedeiro humano, as microfilárias se desenvolvem em vermes adultos que se alojam nos
tecidos subcutâneos e nos nódulos cutâneos, causando inflamação e lesões características.

Tratamento

O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos como ivermectina e albendazol,


além de cuidados para aliviar os sintomas e complicações.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem controle de mosquitos vetores, uso de repelentes,


mosquiteiros e medidas de saneamento básico.
31

37. Conclusão

O entendimento aprofundado das características epidemiológicas, clínicas e de controle das


parasitoses transmitidas por protozoários e helmintos representa um passo fundamental na
formulação de estratégias mais eficazes para prevenir e controlar essas doenças. A
disseminação do conhecimento e a implementação de medidas preventivas são pilares
essenciais para reduzir significativamente a carga dessas enfermidades e promover a saúde e o
bem-estar das populações afetadas. Além disso, é crucial o engajamento de diversos setores
da sociedade, incluindo profissionais de saúde, educadores e governantes, para garantir uma
abordagem abrangente e integrada no combate às parasitoses. Ao investir em educação,
saneamento básico, acesso a água potável e cuidados médicos adequados, podemos avançar
na construção de comunidades mais saudáveis e resilientes, livres do impacto negativo dessas
doenças parasitárias.
32

38. Referencias Bibliográficas

Coura, J. R. (2005). Dinâmica das doenças infecciosas e parasitárias (Vol. 1). Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.

Neves, D. P., Araújo, A., Linhares, A. X., & Vitor, R. W. A. (2005). Parasitologia humana
(11ª ed.). São Paulo: Atheneu.

Neves, D. P. (2009). Parasitologia dinâmica (3ª ed.). São Paulo: Atheneu.

Rey, L. (2009). Bases da Parasitologia Médica (3ª ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Scaglia, M., Gatti, S., & Rondanelli, E. G. (2006). Parasitas e parasitoses humanas: Da clínica
ao laboratório. Pavia: Selecta Medica.

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