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Brighton Clemente
Oblásio Gervásio Navassa
Santos Manuel Nacoherane

Ensino de Leitura

Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente

Universidade Rovuma
Montepuez 2025
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Brighton Clemente

Oblásio Gervásio Navassa

Santos Manuel Nacoherane

Ensino de Leitura

Trabalho de Didáctica de Português II

apresentado à faculdade de ciências e
letras para fins avaliativos sub-
recomendação de

dr. Amisse Muamede

Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente

Universidade Rovuma
Montepuez 2025
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Content

Introdução....................................................................................................................................................................... 3
Objectivo Geral............................................................................................................................................................. 3
Objectivos gerais.......................................................................................................................................................... 3
1. Leitura.................................................................................................................................................................... 4
2. Ensino de Leitura............................................................................................................................................... 4
2.1. Classificação da Leitura............................................................................................................................. 4
2.1.1. Leitura Informativa ou Técnica..........................................................................................................5
2.1.2. Leitura Recreativa...................................................................................................................................5
2.1.3. Leitura Selectiva/skimming.................................................................................................................5
2.1.4. Leitura Crítica ou Analítica.................................................................................................................5
3. Higiene e Requisitos para Escolha de Textos..........................................................................................6
4. Definição didáctica de texto...........................................................................................................................7
5. Requisitos para escolha de textos didácticos............................................................................................7
5.1. Adequação ao nível de desenvolvimento dos alunos.......................................................................7
5.2. Diversidade de géneros textuais..............................................................................................................7
5.3. Relevância temática e interesse...............................................................................................................8
5.4. Qualidade linguística e textual.................................................................................................................8
5.5. Contexto sociocultural................................................................................................................................8
6. Ensino Tradicional.............................................................................................................................................8
6.1. Características principais do ensino tradicional da leitura.............................................................9
7. Procedimentos Diferenciados para o Ensino e Aprendizagem da Leitura......................................9
7.1. Identificação do Género e da Função Social do Texto....................................................................9
7.2. Leitura em Etapas: Antes, Durante e Depois da Leitura.................................................................9
Conclusão..................................................................................................................................................................... 10
Referências................................................................................................................................................................... 11
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Introdução

A leitura é uma habilidade fundamental para o desenvolvimento do pensamento, da

linguagem e da capacidade de interacção social. Entendida como um processo de
construção de sentidos, ela ultrapassa a simples decodificação de palavras e envolve
interpretação, reflexão e análise crítica do texto em diferentes contextos. Este trabalho
tem como foco o ensino da leitura, abordando suas práticas, fundamentos e estratégias
pedagógicas. A proposta é analisar como a leitura pode ser ensinada de forma mais
significativa e eficaz, levando em consideração os diferentes tipos e géneros textuais, e
superando as limitações do ensino tradicional.

Objectivo Geral

 Analisar e entender o sentido geral do ensino da leitura a partir de fundamentos

teóricos e práticos

Objectivos gerais

 Compreender os conceitos fundamentais de leitura e ensino da leitura segundo

diferentes abordagens pedagógicas;
 Identificar práticas diferenciadas para o ensino da leitura de acordo com os tipos e
géneros textuais;
 Identificar os procedimentos diferenciados de ensino e aprendizagem de leitura.
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1. Leitura

Mialaret, citado por Ribeiro (2005, p.19) considera que "saber ler é ser capaz de
transformar uma mensagem escrita numa mensagem sonora segundo leis bem precisas; é
compreender o conteúdo da mensagem escrita, e julgar e apreciar o seu valor estético.

De acordo com as ideias dos dois autores, podemos entender que leitura é o processo por
meio do qual um indivíduo interpreta e compreende informações codificadas em um texto
escrito. Esse processo vai além da simples decodificação de palavras — envolve a
construção activa de sentido, a mobilização de conhecimentos prévios, a análise crítica e
a interacção entre o leitor, o texto e o contexto em que a leitura ocorre.

A leitura pode ter diferentes propósitos: informar, entreter, instruir, refletir, entre outros.
Pode ser silenciosa ou em voz alta, individual ou coletiva, superficial ou aprofundada,
dependendo da intenção e da situação comunicativa.

2. Ensino de Leitura

Ensinar leitura é ensinar estratégias que possibilitem compreender e interpretar textos de

diferentes naturezas. O ensino da leitura, vai além da alfabetização inicial e incluir o
desenvolvimento da competência leitora crítica, ele deve ser sistemático, com objectivos
claros, escolha consciente de textos e estratégias didácticas adequadas a cada etapa da
leitura (antes, durante e depois).

2.1. Classificação da Leitura

De acordo com Dionísio (2000, p.37-38). “A leitura é um acto comunicativo que,

possuindo características invariáveis e universais, se realiza, no entanto, de diferentes
formas. Com efeito, o acto de ler sofre variações conforme (as motivações do leitor, o
tempo que ele tem disponível, o espaço em que se encontra, o conteúdo, a forma e a
linguagem dos textos).
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2.1.1. Leitura Informativa ou Técnica

De acordo com Giasson (1991) compreende a leitura informativa como uma leitura que
visa adquirir conhecimento e dados. Muito usada em textos científicos, jornalísticos e
escolares. Isto é, leitura objectiva, com foco na compreensão de dados. Por exemplo Ler
um manual, artigo específico ou reportagem.

2.1.2. Leitura Recreativa

Para Content (1995), A leitura recreativa está voltada para o prazer e entretenimento.
Com o objectivo de entretenimento ou lazer com envolvimento emocional e prazeroso.
Por exemplo Romances, contos, poesias, quadrinhos.

Dionísio (2000, p.19), “A leitura recreativa ocorre sempre que um leitor lê para se
divertir, para se descontrair ou fazer uma leitura sem qualquer tipo de preocupação
definida”.

2.1.3. Leitura Selectiva/skimming

Na leitura selectiva, o leitor procura informações específicas dentro de um texto maior,

por vezes, ela também é denominada por skimming é um tipo de leitura rápida e global,
cujo objectivo é captar a ideia geral do texto, sem se deter nos detalhes, usada quando
queremos saber sobre o que trata o texto antes de decidir se vamos lê-lo com mais
profundidade. como dados, números, palavras-chave, datas etc.

2.1.4. Leitura Crítica ou Analítica

Leitura crítica é o tipo de leitura em que o leitor analisa, interpreta e julga o conteúdo do
texto, indo além da simples compreensão. Nela, o leitor questiona a intenção do autor,
verifica a veracidade das informações, identifica argumentos e estratégias de persuasão e
constrói seu próprio ponto de vista diante do que está lendo.
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Essa leitura exige:

 Reflexão sobre o tema e a linguagem usada;

 Avaliação dos argumentos e dados apresentados;

 Comparação com outros conhecimentos ou fontes;

 Postura activa e investigativa por parte do leitor.

3. Higiene e Requisitos para Escolha de Textos

A higiene da leitura refere-se ao conjunto de condições físicas, ambientais e

comportamentais que favorecem uma boa prática de leitura. Ela não se limita à saúde
visual ou corporal, mas também envolve aspectos psicológicos e organizacionais que
ajudam na atenção, concentração e compreensão textual.

Amor (1996) “Ler respeitando a pontuação é como ouvir o texto com os olhos, é perceber
a cadência da linguagem e captar sua verdadeira entonação.” Portanto, higiene da leitura
também envolve aspectos de respeito das pontuações, por que ignorar a pontuação é
comprometer a compreensão.

Gomes (2002) sugere que os professores instruam os alunos também para hábitos
saudáveis de leitura, como:

 Ler sentado correctamente, com coluna erecta;

 Manter distância adequada entre os olhos e o texto (cerca de 30 cm);

 Usar iluminação directa, mas não ofuscante;

 Evitar ler deitado, pois dificulta a atenção e cansa os olhos;

 Fazer pausas regulares em leituras longas.

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4. Definição didáctica de texto

Para Britto (2003), texto é um objecto de sentido, que deve ser lido a partir do seu
contexto de produção, circulação e recepção. Ele defende que o ensino da leitura deve
partir de textos reais, com função comunicativa, para formar leitores competentes.

Em termos didácticos, texto é uma unidade de sentido composta por enunciados

organizados com um objectivo comunicativo, em um determinado contexto e com uma
intenção específica. Ou seja, é qualquer produção verbal (oral ou escrita) que permite a
comunicação entre um emissor e um receptor, respeitando regras de coerência e coesão.

5. Requisitos para escolha de textos didácticos

Escolher bons textos para o trabalho em sala de aula é essencial para desenvolver a
leitura significativa, a interpretação e a produção textual dos alunos. Essa escolha deve ir
além de critérios gramaticais, considerando o conteúdo, a função comunicativa e o perfil
dos alunos.

5.1. Adequação ao nível de desenvolvimento dos alunos

Giasson (1991) reforça que a escolha deve considerar a capacidade de compreensão dos
leitores em formação.

 O texto deve ser compatível com a faixa etária; deve permitir desafios cognitivos
progressivos, sem ser excessivamente difícil nem simplificado demais.

5.2. Diversidade de géneros textuais

Marcuschi (2001) destaca que o ensino de línguas deve explorar os géneros textuais
como práticas sociais reais.

 É fundamental apresentar aos alunos diferentes géneros discursivos, como

narrativas, reportagens, poemas, cartas, quadrinhos, receitas, infográficos, entre
outros.
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5.3. Relevância temática e interesse

Amor (1996) ressalta que os textos precisam provocar reflexão e engajamento dos alunos.

 O texto deve abordar temas significativos, actuais ou motivadores, conectados

com a realidade dos estudantes; textos que gerem identificação e curiosidade
favorecem a leitura prazerosa e crítica.

5.4. Qualidade linguística e textual

Koch (2002) destaca a importância da estrutura coesiva e coerente para a compreensão

textual.

 O texto deve apresentar coesão, coerência e estrutura adequada, servindo como

modelo para a leitura e a produção de textos; é importante evitar textos mal
escritos, fragmentados ou excessivamente adaptados que percam seu valor
formativo.

5.5. Contexto sociocultural

Rojo (2000) enfatiza o papel do texto no desenvolvimento do letramento crítico e social.

 A selecção textual deve valorizar a pluralidade cultural e linguística, respeitando

as diferenças sociais, étnicas, regionais e de género; evitar estereótipos e
promover a inclusão e o pensamento crítico.

6. Ensino Tradicional

O ensino tradicional da leitura foi, durante muito tempo, a abordagem predominante nas
escolas. Ele está baseado em uma visão mais mecanicista e tecnicista da leitura, focando
na decodificação de palavras e na reprodução de informações.
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6.1. Características principais do ensino tradicional da leitura

Ênfase na decodificação: Leitura vista como tradução de letras em sons, com foco no
reconhecimento de sílabas e palavras, muitas vezes prioriza a leitura em voz alta, com
pouca preocupação com o sentido do texto.

Uso de textos artificiais: Emprego de textos fragmentados, sem função comunicativa

real, muitas vezes escritos apenas para treinar leitura ou gramática, pouca variedade de
géneros textuais.

Compreensão literal: Valorização da memorização e repetição de informações, leitura

focada no “o que o texto diz”, sem aprofundar nas intenções, inferências ou críticas.

7. Procedimentos Diferenciados para o Ensino e Aprendizagem da Leitura

7.1. Identificação do Género e da Função Social do Texto

 Que tipo de texto é este? (notícia, conto, poema, receita, charge, etc.)

Procedimento: Actividades de pré-leitura que levantem hipóteses sobre o texto a partir

do título, imagens, formato, fonte e outros elementos para textuais.

7.2. Leitura em Etapas: Antes, Durante e Depois da Leitura

 Antes da leitura: Levantamento de hipóteses; Activação de conhecimentos

prévios; Discussão sobre o género.
 Durante a leitura: Paradas estratégicas para perguntas; Verificação de previsões;
Acompanhamento com pistas textuais.
 Depois da leitura: Discussão do conteúdo; Produção de respostas críticas e
criativas; Reescritas, resumos, debates, etc.
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Conclusão

O presente trabalho permitiu-nos observar que o ensino da leitura deve ser compreendido
como um processo que vai além da simples decodificação de palavras, envolvendo
também a construção de sentidos, a análise crítica e a interpretação contextualizada. Por
meio da análise teórica e da proposta prática apresentada, foi possível identificar
procedimentos e estratégias que contribuem para um ensino mais eficaz e significativo da
leitura. Portanto, pode-se afirmar que ensinar a ler é, acima de tudo, formar leitores
conscientes, capazes de compreender o mundo a partir do texto e de se posicionar diante
das diferentes formas de discurso.
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Referências

AMOR, E. (1996). Didática da leitura: construindo o sujeito leitor. São Paulo, SP: Ática.

BRITTO, L. T. de F. (2003). Leitura e formação. São Paulo, SP: Martins Fontes.

CONTENT, A. (1995). Psicologia da leitura: compreensão e tratamento das

dificuldades. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.

DIONÍSIO, M. L. (2000). Leitura e letramento: O ensino da leitura na escola. In T. F.

Leal & A. S. L. Brandão (Orgs.), Letramento e escolarização. Belo Horizonte, MG:
Autêntica.

GIASSON, J. (1991). O ato de ler: fundamentos psicológicos da leitura. Porto Alegre,

RS: Artes Médicas.

GOMES, C. (2002). A prática pedagógica da leitura. São Paulo, SP: Cortez.

KOCH, I. V. (2002). Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo, SP: Contexto.

MARCUSCHI, L. A. (2001). Gêneros textuais e ensino. São Paulo, SP: Parábola

Editorial.

MIALARET, G. (1977). Iniciação à pedagogia geral (5ª ed.). Lisboa, Portugal: Plátano.
(Citado por Ribeiro, 2005)

RIBEIRO, L. C. (2005). A formação de leitores críticos. Petrópolis, RJ: Vozes.

ROJO, R. (2000). Leitura e escrita na escola: o real, o possível e o necessário. São

Paulo, SP: Contexto.