Doca Projecto
Doca Projecto
2.1.1. Leitura
De acordo com Barbosa (2013, p.150) “ ler é uma actividade voluntária, inserida num
projecto individual e/ou colectivo.”
Para Trindade (2002, p.25) “leitura é encarrada como processo de construção de significados
a partir de um texto”. No entanto, o domínio da produção e articulação de sons vocálicos da
língua, onde o processo de leitura tem a sua génese propícia ao professor a selecção de
métodos de ensino que se adequam a cada realidade dos alunos.
No ponto de vista lógico, pode-se concluir que a leitura é um processo dinâmico e social,
resultado da interacção entre a informação presente no texto e o conhecimento prévio do
leitor, possibilitando a construção de sentido, ou seja, a compreensão textual.
2.1.2. Escrita
Buscando Pilete cit up Comenius (2019, P. 34), acredita que a escrita é uma representação do
pensamento e da palavra por meio de sinais convencionais, ou um conjunto de caracteres
adoptado por um sistema de representação por meio de sinais assumidos e partilhados por
determinada colectividade naquilo que se escreve.
Segundo Pilete (2017), a escrita é um instrumento que fomenta a capacidade de pensar, desde
o início da sua aprendizagem, e, por isso, se justifica a sua presença nuclear como conteúdo
escolar.
Para José et. al (2023), a escrita é uma actividade psico-motora que deve corresponder a uma
actividade mental de compreensão do que se escreve e da sua relação com as situações a que
se referem. A criança deve escrever o que sabe ler e compreender.
2.1.3. Ensino
De acordo com Libâneo (1994), podemos definir ensino como um processo ou sequência de
actividades do professor e dos alunos, tendo em vista a assimilação de conhecimentos e
desenvolvimento de habilidades, através dos quais os alunos aprimoram capacidades
cognitivas (pensamento independente, observação, análise, síntese e outras).
Para Bordenave & Pereira (2012), o ensino pode ser entendido como processo que facilita que
as pessoas aprendam e cresçam intelectualmente e moralmente, fornecendo-lhes situações
planificadas de tal modo que os alunos vivam as experiencias necessárias para que se
produzam neles as modificações desejadas, de uma maneira mais ou menos estável.
2.1.4. Aprendizagem
E, por sua vez Nérici, “a aprendizagem é o processo pelo qual se adquirem novas formas de
comportamento ou se modificam formas anteriores do comportamento” (1991: 411). Assim,
os autores deixam bem explícito a aprendizagem como um processo e não algo estático e ou
imediato em relação ao que está acontecer no ambiente do ensino requerendo assim um tempo
ilimitado.
Libâneo (1994, p. 54) afirma que, “o Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA) é uma
sequência de actividades do professor e dos alunos, tendo em vista a assimilação de
conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, através dos quais os alunos aprimoram
capacidades cognitivas”.
Balula (2007), enfatiza que, a leitura é uma actividade que toma a dianteira na vida dos seres
humanos, quer no âmbito social, profissional ou quer no que diz respeito ao campo
educacional em especial, no entanto, esta actividade é realizada com uma determinada
finalidade.
a) Leitura básica
De Acordo com Balula (2007), esta modalidade de leitura tem como finalidade ler e aprender
a ler, esta modalidade de leitura é típica do ensino primário e a alfabetização, basicamente no
que diz respeito à iniciação da actividade de leitura.
b) Leitura recreativa
Para Balula (2007), esta modalidade é praticada pelos leitores com a finalidade de se distrair.
A leitura recreativa estabelece a actividade de leitura pelo gosto, criando horizontes à criança
para poder desenvolvê – la, criando desta forma o habito de leitura quer em conjunto, quer em
família.
c) Leitura informativa
De acordo com Marconi & Lakatos (2003, p.24) “A leitura informativa também denominada
de leitura de estudo. Assim, o que se pretende é, através das técnicas que ela requer,
demonstrar como o estudante deve proceder para melhor estudar e absorver os conteúdos e
significados do texto”.
d) Leitura funcional
Segundo o Antão (2000, citado em Balula, 2007) leitura funcional constitui o elemento chave
no campo educacional, pois ajuda o aluno a obter informações necessárias para desenvolver o
seu nível de conhecimento e satisfazer com exactidão as competências exigidas numa
determinada área formação.
e) Leitura aprofundada
De acordo com Balula (2007), a leitura aprofunda tem como propósito analisar o texto quanto
ao conteúdo, explicar as partes importantes do texto, descrever a sequência cronológica os
factos, compreender as relações que se estabelecem entre esses elementos e distinguir a sua
importância relativa ao seu encadeamento.
Na perspectiva de Jean (1999, p. 91), “ A leitura em voz alta é entendida sobretudo pelos
professores como prática de leitura corrente por oposição às leituras ditas explicativas.”
g) Leitura silenciosa
h) Leitura rápida
Na perspectiva de Balula (2007), leitura rápida é uma modalidade de leitura que permite ao
leitor ler com velocidade e eficácia, sendo estas últimas directamente proporcionais ao
conhecimento e capacidade de utilização das estruturas morfo – sintácticas e semânticas da
língua. Esta modalidade geralmente é feita silenciosamente ou em voz baixa e pode revelar -
se como meio auxiliar no estudo.
i) Leitura selectiva
Em Marconi e Lakatos (2003), a leitura selectiva tem como propósito fazer a selecção das
informações mais relevantes relacionadas com o problema em causa.
O processo de leitura não é somente um produto final do processo escolar, mas representa
também um importante avanço para o desenvolvimento de uma determinada sociedade.
Através da leitura, o aluno desenvolve melhor a linguagem, e se torna um indivíduo mais
comunicativo, inserido num grupo social que possui vida e histórias individuais.
Conforme com Augusto (2022), a linguagem é composta por uma estrutura formada por
fonologia, léxico, morfologia, semântica e sintaxe. Já para Barroco (2018), a leitura é formada
por dois elementos de grande importância e indissociáveis, sendo eles a decodificação e a
compreensão. A decodificação se dá por meio do reconhecimento e identificação das letras,
símbolos e palavras, enquanto a compreensão é o processo que acarreta no aprendizado da
informação disposta no texto.
Existem crianças que possuem dilemas somente no reconhecimento das palavras, mas
possuem a capacidade de entender uma mensagem oral. Outros alunos podem ainda saber ler
as palavras, mas enfrentam grandes dificuldades na compreensão do que foi lido. Em casos
mais problemáticos, as crianças possuem dificuldade em ambas as áreas, seja na leitura, ou
compreensão de mensagens orais. (Cataine, P. 1998).
Os dilemas na leitura acarretam ainda na dificuldade que o aluno possui em recordar palavras
vistas anteriormente, dificuldade em soletrar palavras, troca de letras e palavras e vocabulário
deficiente, o que acaba por diminuir o interesse pela leitura que a criança possui.
O processo de aprendizagem da escrita deve ser muito bem trabalhado, tendo em vista que
necessita que o aluno domine uma variedade de habilidades em várias áreas, como
coordenação motora e habilidades ortográficas. Além disso, é um procedimento que lida com
a forma de aprendizagem, através de níveis estruturais.
Bruce (2024) percebe que os problemas enfrentados pelos alunos na aprendizagem da escrita,
é um factor que deve ser analisado, e a realidade deve ser transformada com foco na
interacção entre os três elementos mais importantes para o processo da aprendizagem, que são
o sujeito, o professor que, de fato, atua no processo de aprendizagem do aluno, e os conteúdos
que constituem o objecto de ensino.
Segundo Baptista (1998, P. 34), podemos considerar que a leitura acontece quando o leitor
utiliza o que já sabe para criar significados para o que está escrito em determinado texto.
Cosme (2024) colabora que a leitura é um requisito para se obter conhecimento, que é muito
importante actualmente par ao mercado de trabalho, para o exercício dos direitos e
principalmente, da cidadania, ou seja, é através da leitura que se compreende melhor a função
do indivíduo no meio social em que ele vive. A leitura é então uma ferramenta na busca por
conhecimento.
Nunca é demais lembrar que a prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, leitor
cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são as suas obrigações e
também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas de outros direitos
necessárias para uma sociedade justa, democrática e feliz. (Cosme, 2024, p. 100)
De acordo com o referido autor, percebe-se então que a escola é o ambiente ideal para se
buscar conhecimento, e tem como função, formar cidadãos capazes de terem um olhar crítico
acerca do mundo exterior, actuando de maneira competente e digna, condizente com seu meio
social. E, pra isso, tanto a leitura quanto a escrita desempenham papéis importantes na
formação de uma sociedade mais juntos e igualitária, onde a busca pelo conhecimento é
constante, para o correto exercício da cidadania.
Isto posto, vale ressaltar a importância dos professores na criação do hábito da leitura e escrita
nos alunos, onde os profissionais devem criar condições e favorecer a busca pela leitura e
escrita.
Dessa forma, a leitura é um meio eficiente para se construir uma compreensão do mundo,
sendo o elo capaz de ligar as culturas, sendo por meio desse ato – de ler – que o aluno forma
uma visão crítica. E no mesmo sentido segue a escrita, pois exteriorizar o conhecimento é de
grande importância para fixação do mesmo e sua disseminação, ou seja, é através da escrita –
dentre outras formas – que é possível demonstrar o que se aprendeu.
Paulo Freire (1989) destaca a importância da leitura e da escrita para se fazer uma avaliação
sobre a maneira com que estamos enxergando o mundo. Segundo o autor,
Segundo essa exposição de ideias, podemos compreender que o aluno deve sair da escola
possuindo certo conhecimento do mundo externo, e para isso, a leitura e a escrita são de
grande importância. Contudo, importante ressaltar que é com a aquisição de experiência de
vida, que a leitura é capaz de se aperfeiçoar e garantir a correta compreensão e interpretação
dos textos.
Neste sentido, Bordenave (1985, pp.53-55) “identifica cinco estratégias gerais no âmbito
educativo”. As três primeiras ajudam os alunos a elaborar e organizar os conteúdos para que a
aprendizagem seja eficaz, a quarta está destinada a controlar a actividade mental do aluno
para dirigir a aprendizagem e a quinta está no apoio à aprendizagem para que este se produza
nas melhores condições possíveis: