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A Metamorfose

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Die Verwandlung
A Metamorfose
A Metamorfose
Capa de uma edição de 1916
Autor(es) Franz Kafka
Idioma língua alemã
País  Áustria-Hungria
Ilustrador Franz Kafka
Editora Kurt Wolff Verlag, Leipzig
Lançamento 1915
Edição portuguesa
Tradução J. A. Teixeira Aguilar
Editora Europa-América
Lançamento 1975
Páginas 115
ISBN ISBN 972-23-1652-4
Edição brasileira
Tradução Christina Maria Wolfensberger
Editora Via Leitura
Lançamento 2017
Páginas 96
ISBN 9788567097459

A Metamorfose (em alemão, Die Verwandlung) é uma novela escrita por Franz Kafka, publicada pela primeira vez em 1915. Veio a ser o texto mais conhecido, estudado e citado da obra de Kafka. Apesar de ter sido publicada em 1915, foi escrita em novembro de 1912[1] e concluída em vinte dias, Kafka tinha apenas 29 anos, é uma das poucas obras publicadas do autor publicadas ainda em vida[2].

Concepção e publicação

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A história foi concebida por Franz Kafka em uma manhã de domingo, em 17 de novembro de 1912, enquanto o jovem de vinte e nove anos estava dormindo na casa de seus pais, a residência conhecida como "O Barco", em Praga.[3]

Na noite anterior e até tarde da noite, ele havia trabalhado em seu romance "O Desaparecido", que começou no início do ano, e foi para a cama com a sensação de que o havia degradado em vez de fazê-lo progredir.

Ele também estava esperando uma carta de Felice Bauer, uma jovem que ele havia conhecido em 13 de agosto e com quem estava correspondendo desde 20 de setembro, mas a carta não havia chegado, o que o levou a decidir não sair da cama até que ela chegasse.

A correspondência foi finalmente entregue por volta do meio-dia, e Kafka respondeu à sua correspondente no domingo à noite. No final de sua carta, ele assegura: "Hoje vou transcrever uma pequena história que me ocorreu enquanto eu estava na cama em agonia e que me atormenta profundamente". Esta história é "A Metamorfose", e, como seu autor, o protagonista tem, nas primeiras páginas da nova, uma incrível dificuldade em sair de sua cama.

A composição do texto, iniciada na mesma noite, levou mais tempo do que o esperado para Kafka, que havia escrito "O Veredito" de uma só vez na noite de 22 a 23 de setembro de 1912. Sentado em seu quarto, que assim como o quarto de seu herói tem três portas, ele só concluiu sua novela após várias semanas.

O texto foi inicialmente publicado em outubro de 1915 em Leipzig, no número de outubro da revista "Die Weißen Blätter" (As Páginas Brancas) editada por René Schickele[4]. Em dezembro de 1915, a primeira edição em formato de livro foi publicada na coleção "Der jüngste Tag" (O Último Dia), pela editora Kurt Wolff Verlag[5], em Leipzig (a capa original indica "1916").

Nesta obra, Kafka descreve um caixeiro viajante de nome de Gregor Samsa, que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso. Kafka descreve este inseto como algo parecido com uma barata gigante. Nos primeiros momentos, o livro descreve as dificuldades iniciais de Gregor na nova forma. Uma ironia presente neste trecho do livro é que Gregor não se preocupa com sua transformação, mas sim com o o facto de estar atrasado para o trabalho.

Quando Gregor, após muitas dificuldades, consegue abrir a porta, todos se assustam, inclusive o gerente, que sai a correr. O pai avança contra ele, forçando-o a entrar de volta no quarto. Após esse episódio, ele é demitido, sua família o rejeita e sua única companhia é ele mesmo. Apenas em alguns momentos a irmã mostra certa compaixão por ele.

No decorrer da história, o autor narra as angústias de Gregor, que sem conseguir fazer nada, ouve sua família discutindo entre si como se sustentar, já que a sua única renda havia ido embora. Nisso, Gregor sente uma forte angústia por não poder fazer nada, nem opinar sobre o que fazer. Nesses tempos, Grete vê os rastros de Gregor nas paredes e no teto do seu quarto, então percebe que Grégor tem falta de espaço, assim, ela e sua mãe vão tirar os móveis do quarto dele. O problema é que o inseto foge do quarto, mas ao sair, depara-se com seu pai que o ataca com maçãs, e uma delas penetra as suas costas, causando tanta dor que o faz desmaiar.

No final das contas os Samsa, (sem contar com a opinião de Gregor, claro) decidem alugar um quarto para ter alguma fonte de renda. O quarto é alugado por três inquilinos, que vivem na casa por um tempo. Num certo dia, Ana esquece uma fresta da porta, que ligava a sala ao quarto de Gregor, aberta. Na hora da jantar, Grete tocava o seu violino para os inquilinos. Gregor, do seu quarto, ouve e fica tão encantado com o som que segue em direção à sala de jantar. Nos primeiros momentos, ninguém o percebe, mas após alguns segundos um dos inquilinos o vê e grita. Sr. Samsa tenta afastar os inquilinos de modo que não vejam o inseto e ao mesmo tempo fazer com que a criatura volte para o seu quarto. Depois desse incidente, Grete, a única que ainda via Gregor como seu irmão e não como um monstro horroroso que atormentava a sua família, perde toda a compaixão e chega à conclusão que eles devem se livrar dele.

No passar do tempo, o autor fala várias vezes sobre a maçã apodrecendo em suas costas, o que é retratado com um sentido simbólico como o ódio de sua família por ele. Depois de certo período, a maçã causa a morte de Gregor. Logo depois de Ana acabar de limpar o quarto do falecido, a família sai da casa feliz. Já não pensavam na morte de Gregor e viam uma certa esperança num futuro próximo, em que poderiam comprar uma casa mais confortável.

Também se mostra interessante que, durante a história, Kafka mostra três períodos da relação da família perante Gregor. No primeiro, ela sente medo; no segundo aceita-o, mas esconde-o do mundo; já no terceiro, odeia-o, vê ele como um peso desnecessário e quer livrar-se dele.

  • Gregor Samsa: Um caixeiro viajante que trabalha ininterruptamente, não tem muitos amigos. Pressionado pelo emprego, apenas se mantém no cargo porque é o único que pode sustentar a família. No inicio se transforma num inseto monstruoso, por conta disso passa por diversos problemas como rejeição de sua família, por exemplo.
  • Greta Samsa: Irmã de Gregor, uma jovem dócil e não sofre por preconceitos. Esta é a única que tem uma relação direta com ele, mesmo após sua transformação. Adorava violino e tocava muito bem, mas a família não tinha dinheiro para pagar seus estudos. Durante a metamorfose ela tem um emprego de vendedora.
  • Sr. Samsa: Pai de Gregor. Recusava e odiava seu filho em forma de inseto. Era muito preconceituoso e não trabalhava pois tinha problemas na coluna.
  • Sra. Samsa: Mãe de Gregor, tinha nojo de seu filho em forma de inseto mas continuava amando-o.
  • Os três inquilinos: Alugam um quarto na casa dos Samsa após a transformação de Gregor.
  • Gerente do escritório: Chantageava Gregor por causa da dívida da família, obrigando-o a trabalhar loucamente.
  • Empregada: Interagia poucas vezes com Gregor e sempre caçoava-o, descobriu também que Gregor havia morrido

Referências

  1. Carone, Modesto (28 de julho de 2009). Lição de Kafka. [S.l.]: Companhia das Letras 
  2. CARONE, Modesto. O parasita da família: sobre A metamorfose de Kafka. Literatura e Sociedade, v. 12, n. 10, p. 237-243, 2007.
  3. «A Metamorfose (Kafka): Resumo, 7 Lições e Resenha». casadoestudo.com. 4 de setembro de 2023. Consultado em 19 de outubro de 2023 
  4. «René Schickele». Wikipédia (em francês). 10 de janeiro de 2023. Consultado em 19 de outubro de 2023 
  5. «Kurt Wolff (éditeur)». Wikipédia (em francês). 4 de janeiro de 2023. Consultado em 19 de outubro de 2023 

Ligações externas

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