Cândido Batista de Oliveira
Cândido Batista de Oliveira | |
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Senador pela Província do Ceará | |
Período | 1850 até 1865 |
Ministro da Fazenda | |
Período | 16 de abril de 1839 até 1 de setembro de 1839 |
Primeiro-ministro | Pedro de Araújo Lima |
Antecessor(a) | Miguel Calmon du Pin e Almeida |
Sucessor(a) | Manuel Alves Branco |
Ministro da Marinha | |
Período | 22 de maio de 1847 até 8 de março de 1848 |
Primeiro-ministro | Manuel Alves Branco |
Antecessor(a) | João Paulo dos Santos Barreto |
Sucessor(a) | Manuel Felizardo de Sousa e Melo |
Presidente do Banco do Brasil | |
Período | 24 de agosto de 1859 até 26 de maio de 1865 |
Primeiro-ministro | Barão de Uruguaiana Duque de Caxias Zacarias de Góis Marquês de Olinda Francisco José Furtado |
Antecessor(a) | Joaquim José Rodrigues Torres |
Sucessor(a) | Francisco de Assis Vieira Bueno |
Diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro | |
Período | Novembro de 1851 até abril de 1859 |
Antecessor(a) | Bernardo José de Serpa |
Sucessor(a) | Frei Custódio Alves Serrão |
Deputado geral pela Província do Rio Grande do Sul | |
Período | 2 de maio de 1830 até 3 de maio de 1834 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 15 de janeiro de 1801 Porto Alegre, Província do Rio Grande do Sul, Império do Brasil |
Morte | 26 de maio de 1865 (64 anos) a bordo do barco a vapor francês Pelouse, em águas baianas |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Universidade de Coimbra |
Prêmio(s) | Imperial Ordem da Rosa Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo |
Profissão | Diplomata, engenheiro e político |
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Cândido Batista de Oliveira (Porto Alegre, 15 de fevereiro de 1801 — barco a vapor Pelouse, em águas baianas, 26 de maio de 1865) foi um diplomata, engenheiro e político brasileiro.[4] Exerceu os cargos de senador pela Província do Ceará (1850 a 1865),[3] presidente do Banco do Brasil (1859 a 1865),[1] diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1851 a 1859)[2] e deputado geral pela Província do Rio Grande do Sul (1830 a 1834).[3] Foi ainda ministro de Estado por breves períodos e membro do Conselho de Estado.[4]
Oliveira foi o principal defensor da implementação do sistema métrico no Brasil.[6]
Família e educação
[editar | editar código-fonte]Oliveira nasceu em Porto Alegre, na Província do Rio Grande do Sul. Era filho de Francisco Batista dos Anjos e de Francista Cândida de Oliveira. Seus pais destinaram-o aos estudos eclesiásticos. Em 1817, ingressou no Seminário São José, no Rio de Janeiro, cursando humanidades. Sem vocação para o sacerdócio, mudou-se para Portugal em 1820, onde cursou matemática e filosofia na Universidade de Coimbra. Em 1824, tornou-se bacharel. No ano seguinte, continuou seus estudos na França.[7][8]
Na França, Oliveira estudou na École Nationale des Ponts et Chaussées, onde realizou vários cursos.[9][6] Outras fontes referem que teria estudado na Escola Politécnica, em Paris.[10][11][5] Foi amigo e discípulo de François Jean Dominique Arago.[9][6] Também criou laços com o físico e astrônomo Domingos Francisco Arago.[4]
Carreira
[editar | editar código-fonte]De regresso ao Brasil, em 1827, Oliveira foi lente da Escola Militar, onde seria, mais tarde, catedrático de mecânica racional, aposentando-se em 1847.[8] Ingressou no Partido Conservador e foi eleito deputado geral pelo Rio Grande do Sul, em 1830. Depois foi nomeado inspetor geral do Tesouro Nacional.[8][7] No cargo, exerceu atividades importantes ligadas às finanças públicas, eventualmente tornando-se um especialista na área.[7]
Oliveira pode ser considerado o mais ferrenho defensor da adoção do “Systema Métrico Francêz” pelo Brasil, tendo dedicado mais de três décadas de sua vida a esta iniciativa. No dia 12 de junho de 1830 foi apresentada no parlamento do Império do Brasil a proposta do jovem deputado gaúcho para a adoção imediata das unidades métricas do sistema francês no país.[12]
Em 1834, Oliveira deixou o cargo no Tesouro Nacional por motivo de saúde, sendo nomeado em 1835 ministro junto à Sardenha. Em 1839 foi chamado para ministro da Fazenda e de Estrangeiros.[8] Novamente por motivo de saúde, foi nomeado ministro em São Petersburgo e, depois, em 1843, em Viena.
De volta ao Brasil, retomou o ensino na Escola Militar e, em 1844, foi chamado como ministro da Marinha, onde permaneceu um ano, tendo neste período criado o corpo de fuzileiros navais. Deixou o ministério em 1848 (ver Gabinete Alves Branco) e foi encarregado do levantamento topográfico da fronteira sul do Brasil, terminado em 1849.[8]
Amigo do imperador Dom Pedro II, Oliveira integrou o Conselho de Estado.[7] Em 1851, foi designado diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, função que ocupou até 1859.[2] No mesmo ano, foi nomeado diretor e presidente do Banco do Brasil, ali permanecendo até sua morte, em 1865.[1] Como senador do Império, representou a Província do Ceará de 1850 até sua morte.[8]
Obras
[editar | editar código-fonte]Oliveira foi autor de vários trabalhos de literatura, economia e política, entre eles o Systema Financial.[8] O escopo de seu trabalho era abrangente, incluindo escritos econômicos, trabalhos matemáticos e astronômicos, manuais e tabelas sobre o sistema métrico decimal, bem como escritos com uma defesa moderada do abolicionismo.[7]
Na década de 1850, Oliveira foi o fundador e editor da Revista Brazilera. A publicação tratava trimestralmente de ciências, letras e artes. Em 1856, participou da fundação da sociedade Palestra Científica do Rio de Janeiro.[7] Foi também sócio de diversas agremiações, entre elas o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.[8]
- Publicações
- Compêndio de aritmética composto para uso das escolas primárias do Brasil. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional. 1832. 49 páginas
- A escravatura no Brasil e a época provável de sua extinção. São Petersburgo: [s.n.] 1842
- Reconhecimento topográfico da fronteira do Império do Brasil na província de São Pedro do Rio Grande do Sul na parte confinante com o Estado Oriental do Uruguai. Rio de Janeiro: [s.n.] 1850
- Apontamentos sobre alguns fatos importantes da conquista do Rio da Prata pelos espanhóis. Rio de Janeiro: [s.n.] 1851
- Sistema métrico decimal. Rio de Janeiro: [s.n.] 1865
- Memória sobre a teoria da orientação do plano oscilatório do pêndulo simples e sua aplicação à determinação aproximada do achatamento esferóide terrestre. Rio de Janeiro: Revista Brasileira. 1857–1861
- Parecer sobre a memória do coronel J. J. Machado de Oliveira sobre a questão de limites entre o Brasil e Montevidéo, 1853. Rio de Janeiro: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 1853
Morte
[editar | editar código-fonte]Em 26 de maio de 1865 Oliveira morreu a bordo do barco a vapor Pelouse, durante viagem para a França, onde realizaria tratamentos médicos. No momento, a embarcação navegava em águas pertencentes à Província da Bahia.[7]
Referências
- ↑ a b c «BANCO DO BRASIL – RELAÇÃO DOS PRESIDENTES (DESDE 1853)» (PDF). Associação de Aposentados e Pensionista do Banco do Brasil. 2016. Consultado em 3 de agosto de 2020
- ↑ a b c Begonha Bediaga e Renato Pizarro Drummond (2007). «Cronologia Jardim Botânico do Rio de Janeiro» (PDF). Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Consultado em 5 de agosto de 2020. Arquivado do original (PDF) em 22 de março de 2015
- ↑ a b c «Batista de Oliveira». Senado Federal do Brasil. 2020. Consultado em 5 de agosto de 2020
- ↑ a b c d «Cândido Batista de Oliveira». Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 2020. Consultado em 5 de agosto de 2020
- ↑ a b «BATISTA DE OLIVEIRA». Câmara dos Deputados. 2020. Consultado em 5 de agosto de 2020
- ↑ a b c «Notas da história da física no Brasil» (PDF). A Terra Gira!. 2001. Consultado em 5 de agosto de 2020. Arquivado do original (PDF) em 5 de setembro de 2018
- ↑ a b c d e f g Moreira, Ildeu de Castro; Massarini, Luisa (1997). «Cândido Batista de Oliveira e seu papel na implantação do sistema métrico decimal no Brasil». Revista Brasileira de História da Ciência. ISSN 2176-3275
- ↑ a b c d e f g h Aquiles, Porto-Alegre (1917). Homens ilustres do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Livraria Selbach. 235 páginas
- ↑ a b Spalding, Walter (1969). Construtores do Rio Grande. 3. Porto Alegre: Livraria Sulina Editôra. 840 páginas
- ↑ «Revista Brasileira». Academia Brasileira de Letras. 2020. Consultado em 5 de agosto de 2020
- ↑ Costa, Maria Cristina da (Janeiro de 2012). «Práticas de pensões de estudos no Império: um olhar sobre os pensionários militares (1821-1831)». Universidade Federal Fluminense. Niterói, Rio de Janeiro
- ↑ Vaz, Rafael (1997). «Antecedentes do Sistema Métrico Decimal no Brasil: O Artigo "Memória sobre a Adopção do Systema Métrico no Brazil e de uma Circulação Monetária Internacional" (1859), de Cândido Batista de Oliveira» (PDF). Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro. Arquivado do original (PDF) em 21 de janeiro de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Relatório apresentado à Assembleia Geral Legislativa na sessão ordinária de 1838, pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros Cândido Batista de Oliveira, em 15 de maio de 1839.» Disponibilizado pelo Center for Research Libraries.
- Proposta e Relatório apresentados à Assembleia Geral Legislativa na sessão ordinária de 1839 pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda Cândido Batista de Oliveira
Precedido por Maciel Monteiro |
Ministro das Relações Exteriores do Brasil 1839 |
Sucedido por Caetano Maria Lopes Gama |
Precedido por João Paulo dos Santos Barreto |
Ministro da Marinha do Brasil 1847–1848 |
Sucedido por Manuel Felizardo de Sousa e Melo |
Precedido por Joaquim José Rodrigues Torres |
Presidente do Banco do Brasil 1859–1866 |
Sucedido por Francisco de Assis Vieira Bueno |
- Nascidos em 1801
- Mortos em 1865
- Ministros do Império do Brasil
- Ministros da Fazenda do Brasil (Império)
- Ministros das Relações Exteriores do Brasil (Império)
- Ministros da Marinha do Brasil (Império)
- Presidentes do Banco do Brasil
- Senadores do Império do Brasil pelo Ceará
- Engenheiros do Rio Grande do Sul
- Diplomatas do Rio Grande do Sul
- Alunos do Seminário Arquidiocesano São José (Rio de Janeiro)
- Naturais de Porto Alegre
- Matemáticos do Rio Grande do Sul