Saltar para o conteúdo

Capitania de Gurupá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Capitania da Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá

Capitania régia

1623 – Século XVIII
Continente América do Sul
Região Estado do Maranhão
País Reino de Portugal
Capital Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá
Língua oficial Português
Outros idiomas Língua geral amazônica
Governo Nomeação direta pelo Conselho Ultramarino de Portugal
História
 • 1623 Fundação
 • Século XVIII Dissolução

A Capitania da Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá, também referida como capitania-fortaleza do Gurupá, foi uma capitania régia do Império Português. Diferentemente das capitanias hereditárias ou donatárias, a capitania do Gurupá tinha seus capitães-mores nomeados pelo Conselho Ultramarino ou, interinamente, pelos governadores e capitães-gerais do Estado do Maranhão.[1][2]

A capitania foi estabelecida em 1623[2] com a construção da Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá por Bento Maciel Parente, após a expulsão dos holandeses da entrada do Rio Xingu. Localizada no interior do atual território do Pará, tinha posição estratégica para o controle da navegação na bacia amazônica e formava uma rede de defesa com outras fortificações da região.[1]

Regimentos e administração

[editar | editar código-fonte]

O cargo de capitão-mor tinha duração de três anos e era regulado por regimentos detalhados que definiam suas funções e responsabilidades. O Regimento de 1683, dado a André Pinheiro de Lacerda, incluía orientações sobre:[2]

  • A conduta do capitão-mor;
  • A propagação da fé católica entre os indígenas;
  • A proteção dos índios contra a escravidão e maus-tratos;
  • A repressão de desertores e criminosos;
  • A exploração de minas e drogas do sertão;
  • O registro de pessoas e canoas na região.

Apesar de o regimento estabelecer medidas para proteger os indígenas e controlar abusos, a exploração da mão de obra indígena e o comércio de drogas do sertão eram práticas recorrentes.[2]

Importância estratégica e econômica

[editar | editar código-fonte]

A capitania do Gurupá era vista como um posto valioso tanto para a carreira militar quanto como fonte de ganhos econômicos. O interesse pelo cargo gerava disputas, e o cargo chegou a ser mantido dentro de famílias. No final do século XVII, a nomeação de Eugênio Monteiro Cortes, um militar português sem laços familiares no Estado do Maranhão e Grão-Pará, marcou uma tentativa de limitar os interesses locais no controle da capitania.[2]

Com as reformas administrativas e militares na Amazônia durante o século XVIII, a capitania de Gurupá perdeu importância e foi integrada a outras estruturas administrativas do Estado do Grão-Pará e Maranhão.[2]

A Capitania de Gurupá desempenhou um papel crucial na defesa do território amazônico e no controle das vias fluviais durante o período colonial, sendo também um ponto central na complexa relação entre a Coroa, os colonos e os povos indígenas da região.[2]

Referências

  1. a b Chambouleyron, Rafael (17 de fevereiro de 2014). «Maranhão (Estado)». e-Dicionário da Terra e do Território no Império Português. doi:10.15847/cehc.edittip.2014v027. Consultado em 4 de janeiro de 2025 
  2. a b c d e f g Santos, Fabiano Vilaça dos (9 de julho de 2021). «A capitania da Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá e o Regimento do capitão-mor André Pinheiro de Lacerda (1683)». Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. História Unisinos. 25 (v. 25 n. 2 (2021): Maio/Agosto): 373-381. doi:10.4013/hist.2021.252.16. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy