Capitania de Gurupá
Capitania da Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá | ||||
| ||||
Continente | América do Sul | |||
Região | Estado do Maranhão | |||
País | Reino de Portugal | |||
Capital | Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá | |||
Língua oficial | Português | |||
Outros idiomas | Língua geral amazônica | |||
Governo | Nomeação direta pelo Conselho Ultramarino de Portugal | |||
História | ||||
• 1623 | Fundação | |||
• Século XVIII | Dissolução |
A Capitania da Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá, também referida como capitania-fortaleza do Gurupá, foi uma capitania régia do Império Português. Diferentemente das capitanias hereditárias ou donatárias, a capitania do Gurupá tinha seus capitães-mores nomeados pelo Conselho Ultramarino ou, interinamente, pelos governadores e capitães-gerais do Estado do Maranhão.[1][2]
História
[editar | editar código-fonte]A capitania foi estabelecida em 1623[2] com a construção da Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá por Bento Maciel Parente, após a expulsão dos holandeses da entrada do Rio Xingu. Localizada no interior do atual território do Pará, tinha posição estratégica para o controle da navegação na bacia amazônica e formava uma rede de defesa com outras fortificações da região.[1]
Regimentos e administração
[editar | editar código-fonte]O cargo de capitão-mor tinha duração de três anos e era regulado por regimentos detalhados que definiam suas funções e responsabilidades. O Regimento de 1683, dado a André Pinheiro de Lacerda, incluía orientações sobre:[2]
- A conduta do capitão-mor;
- A propagação da fé católica entre os indígenas;
- A proteção dos índios contra a escravidão e maus-tratos;
- A repressão de desertores e criminosos;
- A exploração de minas e drogas do sertão;
- O registro de pessoas e canoas na região.
Apesar de o regimento estabelecer medidas para proteger os indígenas e controlar abusos, a exploração da mão de obra indígena e o comércio de drogas do sertão eram práticas recorrentes.[2]
Importância estratégica e econômica
[editar | editar código-fonte]A capitania do Gurupá era vista como um posto valioso tanto para a carreira militar quanto como fonte de ganhos econômicos. O interesse pelo cargo gerava disputas, e o cargo chegou a ser mantido dentro de famílias. No final do século XVII, a nomeação de Eugênio Monteiro Cortes, um militar português sem laços familiares no Estado do Maranhão e Grão-Pará, marcou uma tentativa de limitar os interesses locais no controle da capitania.[2]
Declínio
[editar | editar código-fonte]Com as reformas administrativas e militares na Amazônia durante o século XVIII, a capitania de Gurupá perdeu importância e foi integrada a outras estruturas administrativas do Estado do Grão-Pará e Maranhão.[2]
Legado
[editar | editar código-fonte]A Capitania de Gurupá desempenhou um papel crucial na defesa do território amazônico e no controle das vias fluviais durante o período colonial, sendo também um ponto central na complexa relação entre a Coroa, os colonos e os povos indígenas da região.[2]
Referências
- ↑ a b Chambouleyron, Rafael (17 de fevereiro de 2014). «Maranhão (Estado)». e-Dicionário da Terra e do Território no Império Português. doi:10.15847/cehc.edittip.2014v027. Consultado em 4 de janeiro de 2025
- ↑ a b c d e f g Santos, Fabiano Vilaça dos (9 de julho de 2021). «A capitania da Fortaleza de Santo Antônio do Gurupá e o Regimento do capitão-mor André Pinheiro de Lacerda (1683)». Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. História Unisinos. 25 (v. 25 n. 2 (2021): Maio/Agosto): 373-381. doi:10.4013/hist.2021.252.16. Consultado em 6 de janeiro de 2025