Constantino Estilbes
Constantino Estilbes | |
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Nascimento | século XII |
Morte | século XIII |
Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | Clérigo |
Religião | Catolicismo |
Constantino Estilbes (em grego: Κωνσταντίνος Στιλβής; romaniz.: Constantínos Stilbés; fl. 2º metade do século XII) foi um retórico e clérigo bizantino, e um prolífico autor de tratados eclesiásticos, cartas e poesia.
Vida
[editar | editar código-fonte]Nasceu em meados do século XII e a data de sua morte é desconhecida.[1] A partir de seus escritos sabe-se com certeza que tornou-se um diácono e magistro da Escola Patriarcal de Constantinopla. Um pouco antes de 1204, foi promovido para o bispado metropolita de Cízico, que teve que abandonar logo depois da conquista latina. Embora muito do que se sabe sobre Estilbes advém de suas próprias obras, Nicetas Coniates faz elogios a um certo "Estilbes, um homem bom em todos os aspectos" (ὁ καλὸς τὰ πάντα Στιλβὴς).[2]
Obras
[editar | editar código-fonte]As obras de Estilbes pertencem em sua maioria à teologia, das quais a mais conhecido entre os estudiosos é sua "Erros da Igreja Latina",[3][4][5] que Estilbes compilou na sequência da Quarta Cruzada. A lista descreve "erros" ocidentais, incluindo a sua incapacidade de honrar os santos estrangeiros e seu ódio pelo imperador Constantino (r. 303–337) para a criação da Nova Roma.[6] Estilbes é também conhecido por seu poema descrevendo um incêndio catastrófico que ocorreu em Constantinopla em 25 de julho de 1197.[7] Por cerca de 1000 linhas, o Carmen de Incendio descreve o curso do fogo junto do Corno de Ouro da Porta do Drungário até o Quarteirão Latino, usando écfrases ricas com metáforas bíblicas e clássicas.[8]
O poema é um recurso importante para quem está estudando a topografia urbana da Constantinopla medieval, uma vez que descreve o incêndio de três casas térreas[8] e casas aristocráticas com torres,[9] e faz alusão a estradas costeiras,[10] aquedutos,[11] o porto Neório,[12] celeiros,[13] a Igreja dos Quarenta Mártires Sagrados[14] e a Igreja de Maria Ciriotissa.[11] O bizantinista Paul Magdalino usou o poema para datar a reconstrução medieval da igreja Ciriotissa entre a data do incêndio em 1197 e a Quarta Cruzada em 1204.[15]
Referências
- ↑ Diethart 2005, p. VII.
- ↑ Nicetas Coniates século XII/XIII, 10, 215,2.
- ↑ Abulafia 1999, p. 542.
- ↑ Mottahedeh 2001, p. 117.
- ↑ Angold 2003, p. 201-202.
- ↑ Kaldellis 2008, p. 358.
- ↑ Vasiliev 1971, p. 502.
- ↑ a b Diethart 2005, p. 16.
- ↑ Diethart 2005, p. 24.
- ↑ Diethart 2005, p. 21.
- ↑ a b Diethart 2005, p. 27.
- ↑ Diethart 2005, p. 40.
- ↑ Diethart 2005, p. 15.
- ↑ Diethart 2005, p. 29.
- ↑ Magdalino 2007, p. 227-230.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Abulafia, David (1999). The New Cambridge Medieval History c.1198-c.1300. [S.l.]: Cambridge University Press
- Angold, Michael (2003). The Fourth Crusade: Event and Context. [S.l.]: Longman
- Diethart, Johannes Maria; Wolfram Hörandner (2005). Constantinus Stilbes Poemata. [S.l.]: Walter de Gruyter. ISBN 978-3-598-71235-7
- Kaldellis, Anthony (2008). Hellenism in Byzantium - The Transformations of Greek Identity and the Reception of the Classical Tradition. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0521876889
- Magdalino, Paul (2007). «Constantinopolitana». In: Ashgate. Studies on the History and Topography of Byzantine Constantinople. [S.l.: s.n.]
- Mottahedeh, Roy (2001). The Crusades from the Perspective of Byzantium and the Muslim World. [S.l.]: Dumbarton Oaks
- Nicetas Coniates (século XII/XIII). Epístola. [S.l.: s.n.]
- Vasiliev, Alexander (1971). History of the Byzantine Empire, 324-1453. 2. [S.l.]: University of Wisconsin Press