Garça-real-comum
Garça-real-comum | |
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Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Pelecaniformes |
Família: | Ardeidae |
Gênero: | Ardea |
Espécies: | A. cinerea
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Nome binomial | |
Ardea cinerea Linnaeus, 1758
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A Ardea cinerea, comummente conhecida como garça-real-comum [2], é uma ave pernalta ciconiforme, da família dos Ardeídeos, que marca presença em território português.[3]
Nomes comuns
[editar | editar código-fonte]É também comummente conhecida como garça-real [4][5][6](nome que partilha com a espécie Pilherodius pileatus, no Brasil)[7][8] e garça-cinzenta[3][9], ou ainda galangundo[10] em Angola.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Quanto ao nome científico desta espécie:
- O nome genérico, Ardea, provém do latim, ardĕa, e significa «garça».[11]
- O epíteto específico, cinerea, também provém do latim, tratando-se de uma declinação do étimo, cĭnĕrĕus[12], e significa «da cor das cinzas; cinzento».[13]
Descrição
[editar | editar código-fonte]É uma ave pernalta, que se destaca pelo seu longo e alvadio pescoço e pela coloração cinzenta-clara da sua plumagem dorsal e das asas.[4] Na época de acasalamento pode assumir cambiantes de coloração amarela-acinzentada ou alaranjada.[5]
A cabeça é esbranquiçada com uma lista negra supraocular que se estende até às penas nucais, rematando nuns penachos compridos e escuros, nos indivíduos adultos.[3] Os olhos soem de sobressair pela íris amarela.[5] Apresenta pernas altas e compridas e bico longo, pouco afilado, tendencialmente rectilíneo de coloração amarelo-alaranjada.[3] As patas, por seu turno, são compridas e avermelhadas.
Pode medir de comprimento até cerca de 1 metro, comportando uma envergadura de 179 a 195 cm e peso de 1,6 a 2 kg.[5] Pode viver cerca de 25 anos.[5]
Os espécimes juvenis apresentam cores mais claras, dorso cinzento-acastanhado e ventre branco raiado de negro e não possuem penacho. Atingem a maturidade aos dois anos de idade.
Distinção com outras espécies
[editar | editar código-fonte]A garça-cinzenta pode confundir-se com a Ardea purpurea, distinguindo-se daquela mercê da ausência de tons castanhos ou arruivados na sua plumagem.[4] Quando em voo, a garça-cinzenta retrai o pescoço em 'S'[3], característica esta que a distingue da Ciconia ciconia.[4]
Distribuição
[editar | editar código-fonte]É a garça mais abundante e difundida no continente europeu.[5] Marca presença em todo o território português continental, tanto no litoral como no interior.[4]
Portugal
[editar | editar código-fonte]A garça-cinzenta encontra-se em Portugal ao longo de todo o ano, sendo certo que, porém, costuma ser mais numerosa fora da época de nidificação.[5] Geralmente marca presença em espaços hrigrófitos e zonas húmidas, mormente nos grandes estuários e lagoas costeiras, junto a margens pouco inclinadas e pouco obstruídas por vegetação densa.[4]
Aquando da época de nidificação, esta espécie escasseia mais, coarctando a sua distribuição geográfica.[4] Há algumas colónias assinaladas e protegidas no Alentejo, especialmente nos distritos de Évora e Portalegre[5], sendo certo que também são amplamente conhecidos espaços de nidificação noutros pontos do território nacional.[4] As garças-reais-comuns, quando não nidificam em Portugal, podem ser vistas nas zonas de invernada ao longo do período da Primavera.[4]
Habitat
[editar | editar código-fonte]Privilegia um vasto leque de zonas húmidas, como as zonas costeiras, lagoas costeiras, estuários, barragens e albufeiras, rios e ribeiras[3], junto a margens pouco inclinadas e pouco obstruídas por vegetação densa.[4] Tem nas árvores das orlas dos rios o espaço predileto para a nidificação, sendo comum uma mesma árvore abarcar diversos ninhos.[5] Apesar de considerada uma ave aquática, não despreza as zonas agrícolas, recentemente aradas, onde anda à cata de répteis, anfíbios e mesmo pequenos mamíferos.[5]
Muitas vezes partilha o habitat das cegonhas.
Alimentação
[editar | editar código-fonte]É nas zonas húmidas onde habita que encontra o seu alimento, especialmente pequenos peixes, crustáceos, insectos e répteis, mas não despreza batráquios, pequenos mamíferos ou moluscos terrestres e aquáticos.[5] Digere bem as espinhas mas regurgita os pelos dos roedores na forma de bolas.
No que repeita às suas tácticas de caça, a garça-real serve-se das suas reacções rápidas e dinâmicas para capturar as presas.[5] Ao pescar, posiciona-se junto à margem, de atalaia ao menor movimento dos peixes.[5] Assim que avista algum, proclina-se para diante, esticando o pescoço e arpoando-o subitamente com o bico.[5] Normalmente engole os peixes inteiros, se bem que, os maiores, devora-os em terra.[5]
Reprodução
[editar | editar código-fonte]Reproduz-se de Fevereiro a Julho. Costumam escolher as árvores das orlas dos rios como espaço para a nidificação, sendo comum uma mesma árvore abarcar colónias de garças-reais.[5] O seu ninho é chato, em forma de plataforma, semelhante ao das cegonhas. A fêmea põe de 3 a 6 ovos muito claros. Os ovos são cobertos alternadamente pelos dois progenitores durante 25 a 28 dias. Os jovens começam a voar ao fim de 50 dias e abandonam o território dos pais ao fim de 8 a 9 semanas.
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]Existem 4 subespécies:
- Ardea cinerea cinerea Linnaeus, 1758. Europa, África, Ásia ocidental
- Ardea cinerea jouyi Clark, 1907. Ásia oriental
- Ardea cinerea firasa Hartert, 1917. Madagáscar
- Ardea cinerea monicae Jouanin & Roux, 1963. Banc d'Arguin, Mauritânia.
Referências
- ↑ BirdLife International (2019). «Ardea cinerea». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2019: e.T22696993A154525233. doi:10.2305/IUCN.UK.2019-3.RLTS.T22696993A154525233.en. Consultado em 19 de novembro de 2021
- ↑ Paixão, Paulo (2021). Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo (PDF). Bruxelas, Bélgica: A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 150. 334 páginas. ISBN 978-989-33-2134-8. ISSN 1830-7809
- ↑ a b c d e f «Ardea cinerea». Museu Virtual Biodiversidade. Consultado em 31 de dezembro de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j «Garça-real (Ardea cinerea) – Aves de Portugal». Consultado em 31 de dezembro de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p «Arda cinerea - Página de Espécie • Naturdata - Biodiversidade em Portugal». Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Consultado em 31 de dezembro de 2024
- ↑ S.A, Priberam Informática. «Garça-real - Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 31 de dezembro de 2024
- ↑ S.A, Infopédia- Dicionário da Língua Portuguesa. «garça-real». Infopédia Dicionário da Língua Portuguesa. Consultado em 14 de agosto de 2023
- ↑ Paixão, Paulo (2021). Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo (PDF). Bruxelas, Bélgica: A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 38. 334 páginas. ISBN 978-989-33-2134-8. ISSN 1830-7809
- ↑ S.A, Priberam Informática (Garça-cinzenta). «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 31 de dezembro de 2024 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ S.A, Priberam Informática. «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 31 de dezembro de 2024
- ↑ Olivetti, Olivetti Media Communication-Enrico. «ardĕa - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». online-latin-dictionary.com (em inglês). Consultado em 31 de dezembro de 2024
- ↑ Olivetti, Olivetti Media Communication-Enrico. «cinerea - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». online-latin-dictionary.com (em inglês). Consultado em 31 de dezembro de 2024
- ↑ «cĭnĕrĕus - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 26 de maio de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Onde observar a garça-real»
- «Garça-real». Mais fotos de Garças Reais