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Metaplasmos 2

O documento discute os diferentes tipos de metaplasmos que ocorrem na língua portuguesa atual, incluindo por acréscimo, supressão, transposição e transformação. Exemplos de cada tipo de metaplasmo são fornecidos, como prótese, síncope, metátese, assimilação e nasalização. As mudanças ocorrem por influências diversas e resultam na variação da língua ao longo do tempo.

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Metaplasmos 2

O documento discute os diferentes tipos de metaplasmos que ocorrem na língua portuguesa atual, incluindo por acréscimo, supressão, transposição e transformação. Exemplos de cada tipo de metaplasmo são fornecidos, como prótese, síncope, metátese, assimilação e nasalização. As mudanças ocorrem por influências diversas e resultam na variação da língua ao longo do tempo.

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METAPLASMOS EM LÍNGUA PORTUGUESA ATUAL

Metaplasmos são figuras de dicção, que consistem na


mudança oral ou escrita de uma língua. Seu estudo pode ser
diacrônico, desde a passagem do Latim até o Português atual, ou
sincrônico, focado nas mudanças que ocorrem na atualidade. Os
metaplasmos ocorrem de quatro maneiras:
Por acréscimo: prótese, epêntese e epítese;
Por supressão: aférese /deglutinação, sincope /haplologia,
apócope /sinalefa, crase;
Por transposição: metátese, hipértese, sístole /diástole;
Por transformação: assimilação /dissimilação; nasalação
/desnasalação; palatização /despalatização; rotacismo
/lambdacismo; sonorização /degeneração; ditongação;
monotongação; metafonia;

1. Metaplasmos por aumento:


a) Prótese ou aglutinação: adição sonora no início da
palavra: renegar – arrenegar; lagoa – alagoa; voar – avoar;
lembrar - alembrar; soar – assoar; de repente – derrepente.

b) Epêntese: adição sonora no interior da palavra: asterisco


- asterístico; lista – listra; beneficência - beneficiência;
prazerosamente - prazeirosamente; estalo - estralo.

- Anaptixe ou suarabácti: acrescenta vogal entre consoantes:


ignorante - iguinorante; pneu - peneu ou pineu; advogado -
adevogado ou adivogado.

d) Paragoge ou epítese: adição sonora no final da palavra:


mártir - mártire; variz - varize.
2. Metaplasmos por supressão

a) Aférese supressão sonora no início da palavra: ainda -


inda; até - té; está - tá; espera - péra; José - Zé; você – cê;
aguentar – guentar; licença – cença.

- Deglutinação: supressão no início da palavra, por influência


de vocais: alcaguete – caguete; abodega – bodega.

b) Síncope: supressão sonora no meio da palavra:


horóscopo - horospo; bêbado - bebo; cócegas - coscas; padrinho
- padinho; também - tamém; mesmo - memo; murcho - mucho;
negro - nego; compadre - cumpade; experimento - expremento,
drible - dibre.

- Haplologia: suprime a terceira sílaba, por semelhança sonora


com a seguinte: entretenimento – entretimento; paralelepípedo –
paralepípedo; infalibilidade – infabilidade.

c) Apócope: supressão sonora no fim da palavra: bobagem


- bobage; quer - qué; saber - sabê; passar - passá; parênteses -
parentes; furúnculo - furunco; lâmpada - lampa; rapaz - rapá; pôr
– pô; mármore – mármor.

- Sinalefa ou elisão: supressão no final da palavra, quando a


palavra seguinte começa por vogal:
outra + hora – outrora;
El’é um car’alegr’inteligent’e generoso.

d) Crase: fusão de duas vogais iguais em uma só:

2
cooperar - coperar; álcool - alco; caatinga - catinga; feiíssimo -
feíssimo.

3. Metaplasmos por transposição

a) Metátese: transposição sonora na mesma sílaba:


perto - preto; perguntar - preguntar; barganha - braganha;
prateleira - parteleira; entreter - enterter, entretela - entertela.

b) Hipértese: transposição sonora de uma sílaba para outra:


nervoso - nevroso; bicarbonato - bicabornato.

c) Transposição de tonicidade

- Sístole: recuo do acento tônico:


rubrica - rúbrica; ruim – rúim; filantropo - filântropo; acrobata -
acróbata.

- Diástole: avanço do acento tônico:


gratuito - gratuíto; águo – aguo; ínterim - interím; designo -
desiguíno.

4. Metaplasmos por transformação

a) Assimilação e dissimilação:

- Assimilação - transformação de um fonema em igual ou


semelhante a outro existente na mesma palavra: menino –
minino.

3
- Dissimilação: transformação de um fonema para diferenciar
outro semelhante na mesma palavra: pílula - pírula; itinerário -
etinerário; privilégio - previlégio.

b) Trocas nasais:
Nasalação: transformação de um fonema oral em um fonema
nasal: até - inté; igual - ingual; identidade - indentidade;
ignorante – ingnorante; mostruário - monstruário; mortadela >
mortandela.

Desnasalação: transformação de um fonema nasal em um


fonema oral: virgem - virge; homem - home; fizeram – fizero.

c) Trocas palatais
Palatização: transformação de fonemas em consoante palatal:
Antônio - Antonho; avião - avinhão; basculante - basculhante ou
vasculhante; demônio - demonho; família - familha; salsicha –
salchicha.

Despalatização ou yeísmo: transformação da consoante palatal


em outros fonemas: abeçalho - cabeçálio ou cabeçário; milho –
mio; trabalho – trabaio.

d) Trocas de /l/ por /r/ e vice-versa


- Rotacismo: transformação do fonema /l/ em /r/:
alface - arfa-ce; almoço - armoço; aluguel - aluguer; Flamengo
– framengo.

- Lambdacismo: transformação do fonema /r/ em /l/:


freira - flera; cabeleireiro - cabelelero.

4
e) Sonorização ou abrandamento: transformação de um
fonema surdo, em posição intervocálica, à sua homorgânica:
sonora: /t/ por /d/, /k/ por /g/, /f/ por /v/, /s/ por /z/. Cuspir -
guspir; constipado - gustipado.

Degeneração: troca do fonema /V/ por/ B/ e vice-versa: assobiar


- assoviar; basculante – vasculante; travesseiro - trabesseiro.

f) Metafonia: alteração do timbre ou altura de uma vogal:


direito - dereito; diferente - deferente; semente - simente; e
cadê - quedê.
.
g) Ditongação: transformação de uma vogal ou um hiato em
ditongo: bandeja - bandeija; caranguejo - carangueijo; e
saudar (sa-u-dar) - saudar (sau-dar).

h) Monotongação: simplificação de ditongo em vogal:


doutor - dotor; Europa - Oropa; rouba - roba; trouxe - truxe;
polícia - poliça; sou - sô; jogou - jogô; besouro - besoro;
louco - loco; cabeleireiro – cabelerero; manteiga - mantega;
caixa - caxa; pouco - poco; queijo - quejo; beijo - bejo; treino
- treno; beira - bera; ameixa – amexa.

i) Vocalização- transformação de uma consoante em vogal.


garfo – gaufo; cobertor – cobeitô.

Referências Bibliográficas

BOTELHO, José Mario. História e formação do léxico da língua


portuguesa. Monografia. (Mestrado em Letras) – Pontifícia
Universidade Católica (PUC) – Departamento de Letras, Rio de
Janeiro: PUC-Rio, 1993. (Inédito).

5
CÂMARA Jr., Joaquim Matoso. História e Estrutura da Língua
Portuguesa. 4. ed., Rio de Janeiro: Padrão, 1985.
CARVALHO, Dolores Garcia; NASCIMENTO, Manoel.
Gramática Histórica. 3. ed., São Paulo: Ática, 1969.
TARALLO, Fernando. A pesquisa sócio-lingüística. 7. ed., São
Paulo: Ática, 2000.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação: uma
proposta para o ensino de gramática. 9. ed., São Paulo: Cortez,
2003.
BAGNO, Marcos. Português ou Brasileiro? Um convite à
pesquisa. São Paulo: Parábola. 2005.

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