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CGH Sao Bento Ras

Este relatório descreve o projeto de uma usina hidrelétrica, incluindo estudos hidrológicos, dimensionamento das estruturas como barragem e vertedouro, análise do circuito hidráulico com tomada d'água, canal de adução e conduto forçado, e avaliação econômica do empreendimento.

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Este relatório descreve o projeto de uma usina hidrelétrica, incluindo estudos hidrológicos, dimensionamento das estruturas como barragem e vertedouro, análise do circuito hidráulico com tomada d'água, canal de adução e conduto forçado, e avaliação econômica do empreendimento.

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CGH São Bento

Relatório Ambiental
Simplificado - RAS
CGH São Bento
Relatório Ambiental
Simplificado - RAS

2016
SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR...........................................................................................................1

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR .................................................................................................... 1


1.2 DADOS DA ÁREA E LOCALIZAÇÃO .......................................................................................................... 1
1.3 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO AMBIENTAL ............................................ 2
1.4 EQUIPE TÉCNICA EXECUTORA ................................................................................................................ 2

2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 5

2.1 OBJETIVOS .............................................................................................................................................. 5


2.2 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO ................................................................................................. 6
2.3 APRESENTAÇÃO DA TECNOLOGIA ......................................................................................................... 7
2.4 POTENCIAL ENERGÉTICO DO APROVEITAMENTO .................................................................................. 8
2.5 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO EMPREENDIMENTO ............................................................................... 8
2.6 EMPREENDIMENTOS ASSOCIADOS E/OU SIMILARES ............................................................................ 9
2.7 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA APLICADA NO ESTUDO ........................................................................ 9
2.8 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO LEGAL DA PROPRIEDADE DO AMPREENDIMENTO .................................... 11

3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ...............................................................................................................................12

3.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL .......................................................................................................................... 12


3.2 LEGISLAÇÃO ESTADUAL........................................................................................................................ 20
3.3 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ...................................................................................................................... 22

4.DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO...................................................................................................................23

4.1 DADOS DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................................... 23


4.1.1 ÁREA DE DRENAGEM DA BACIA ................................................................................................... 23
4.1.2 FORMA DA BACIA ........................................................................................................................ 23
4.1.3 SISTEMA DE DRENAGEM ............................................................................................................. 24
4.1.4 DECLIVIDADE DO RIO ................................................................................................................... 25
4.1.5 TEMPO DE CONCENTRAÇÃO ....................................................................................................... 26
4.1.6 RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS .............................................................................. 26
4.2 ESTUDOS HIDROLÓGICOS .................................................................................................................... 27
4.3 RESERVATÓRIO .................................................................................................................................... 32
4.3.1 VOLUME ...................................................................................................................................... 32
4.3.2 BORDA LIVRE ............................................................................................................................... 32
4.4 AVALIAÇÃO DAS ESTRUTURAS EXISTENTES E ANÁLISE ALTERNATIVA PARA O EIXO DO CIRCUITO DE
GERAÇÃO E MOTORIZAÇÃO DA USINA ................................................................................................. 33

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525


4.4.1 AVALIAÇÃO DAS ESTRUTURAS EXISTENTES NA USINA ................................................................ 33
4.4.1.1 ANÁLISE DA CAPACIDADE DE ESCOAMENTO DA BARRAGEM E VERTEDOURO .................................... 33
4.4.1.2 ANÁLISE DA CAPACIDADE DE ESCOAMENTO DAS ESTRUTURAS DE ADUÇÃO ...................................... 34
4.5 ALTERNATIVA PARA O TRAÇADO DO CIRCUITO DE ADUÇÃO E DE GERAÇÃO ....................................... 36
4.6 ANÁLISE DE OTIMIZAÇÃO DO CANAL DE ADUÇÃO EXISTENTE ............................................................. 37
4.6.1 COMPATIBILIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE TOMADA DE ÁGUA ................................................... 38
4.7 ESTUDOS ECONÔMICOS–ENERGÉTICOS .............................................................................................. 39
4.7.1 AVALIAÇÃO ENERGÉTICA............................................................................................................. 40
4.7.2 AVALIAÇÃO ECONÔMICA-ENERGÉTICA ....................................................................................... 43
4.7.3 DESCRIÇÃO GERAL DO APROVEITAMENTO ................................................................................. 44
4.7.4 BARRAGEM E VERTEDOURO ........................................................................................................ 45
4.7.5 DESCRIÇÃO GERAL ....................................................................................................................... 46
4.7.5.1 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO ...................................................................................................... 46
4.7.5.2 VAZÃO ECOLÓGICA .............................................................................................................................. 47
4.7.5.3 ANÁLISE DE ESTABILIDADE ................................................................................................................... 48
4.8 CIRCUITO HIDRÁULICO ......................................................................................................................... 51
4.8.1 TOMADA D’ÁGUA DE BAIXA PRESSÃO – TABP ............................................................................. 52
4.8.1.1 DESCRIÇÃO GERAL ............................................................................................................................... 52
4.8.1.2 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO ...................................................................................................... 52
4.8.1.3 ANÁLISE DE ESTABILIDADE ................................................................................................................... 53
4.8.2 CANAL DE ADUÇÃO ..................................................................................................................... 55
4.8.2.1 DESCRIÇÃO GERAL ............................................................................................................................... 55
4.8.2.2 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO ...................................................................................................... 55
4.8.3 CÂMARA DE CARGA ..................................................................................................................... 55
4.8.3.1 DESCRIÇÃO GERAL ............................................................................................................................... 56
4.8.3.2 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO ...................................................................................................... 56
4.8.4 TOMADA D’ÁGUA DE ALTA PRESSÃO – TAAP .............................................................................. 56
4.8.4.1 DESCRIÇÃO GERAL ............................................................................................................................... 56
4.8.4.2 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO ...................................................................................................... 57
4.8.4.3 ANÁLISE DE ESTABILIDADE ................................................................................................................... 58
4.9 CONDUTO FORÇADO ............................................................................................................................ 59
4.9.1 DESCRIÇÃO GERAL ....................................................................................................................... 59
4.9.2 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO ............................................................................................. 59
4.9.3 CASA DE FORÇA ........................................................................................................................... 60
4.9.3.1 DESCRIÇÃO GERAL ............................................................................................................................... 60
4.9.3.2 ANÁLISE DE ESTABILIDADE ................................................................................................................... 60

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525


4.9.4 CANAL DE FUGA ........................................................................................................................... 62
4.10 PERDAS DE CARGA ............................................................................................................................... 62
4.10.1 LINHA DE TRANSMISSÃO ........................................................................................................... 63
4.11 EQUIPAMENTOS E SISTEMAS MECÂNICOS........................................................................................... 63
4.11.1 EQUIPAMENTOS DA TOMADA D’ÁGUA DE BAIXA PRESSÃO ...................................................... 63
4.11.2 GRADE ....................................................................................................................................... 63
4.11.2.1 COMPORTA ENSECADEIRA ................................................................................................................... 64
4.11.3 EQUIPAMENTOS DA TOMADA D’ÁGUA DE ALTA PRESSÃO ....................................................... 65
4.11.3.1 GRADE .................................................................................................................................................. 65
4.11.3.2 COMPORTA ENSECADEIRA ................................................................................................................... 66
4.11.3.3 COMPORTA VAGÃO ............................................................................................................................. 66
4.11.3.4 EQUIPAMENTO DE IÇAMENTO ............................................................................................................. 67
4.11.3.5 CONDUTO FORÇADO ............................................................................................................................ 68
4.11.4 EQUIPAMENTOS DA CASA DE FORÇA ........................................................................................ 68
4.11.4.1 TURBINAS ............................................................................................................................................. 68
4.11.4.2 PÓRTICO ............................................................................................................................................... 70
4.11.4.3 TALHA ELÉTRICA DO TUBO DE SUCÇÃO ................................................................................................ 71
4.11.4.4 COMPORTA DESLIZANTE ...................................................................................................................... 71
4.11.5 SISTEMAS AUXILIARES MECÂNICOS .......................................................................................... 72
4.11.5.1 SISTEMA DE ÁGUA DE RESFRIAMENTO ................................................................................................ 72
4.11.5.2 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ........................................................................................ 73
4.11.5.3 SISTEMA DE AR COMPRIMIDO DE SERVIÇO.......................................................................................... 74
4.11.5.4 SISTEMA DE ESGOTAMENTO E ENCHIMENTO DAS UNIDADES ............................................................. 75
4.11.5.5 SISTEMA DE MEDIÇÃO HIDRÁULICAS ................................................................................................... 75
4.11.5.6 SISTEMA DE DRENAGEM ...................................................................................................................... 77
4.11.5.7 SISTEMA DE VENTILAÇÃO E AR CONDICIONADO .................................................................................. 77
4.11.5.8 SISTEMA DE COLETA E SEPARAÇÃO DE ÁGUA / ÓLEO .......................................................................... 78
4.11.6 SISTEMA DE UTILIDADES ........................................................................................................... 78
4.11.6.1 SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO ............................................................................................... 78
4.11.6.2 SISTEMA DE ÁGUA TRATADA, COM SUPRIMENTO EXTERNO ............................................................... 79
4.12 EQUIPAMENTOS E SISTEMAS ELÉTRICOS ............................................................................................. 80
4.12.1 GERADOR DA CASA DE FORÇA ................................................................................................... 80
4.12.2 TRANSFORMADOR ELEVADOR .................................................................................................. 81
4.12.2.1 GENERALIDADES .................................................................................................................................. 81
4.12.3 SISTEMA DE CORRENTE ALTERNADA ......................................................................................... 82
4.12.3.1 CASA DE FORÇA .................................................................................................................................... 82

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4.12.3.2 TRANSFORMADORES DOS SERVIÇOS AUXILIARES ................................................................................ 82
4.12.3.3 GERADOR DIESEL DE EMERGÊNCIA ...................................................................................................... 83
4.12.4 SISTEMA DE CORRENTE CONTÍNUA ........................................................................................... 83
4.12.5 SISTEMA DIGITAL DE SUPERVISÃO E CONTROLE ....................................................................... 84
4.12.5.1 UNIDADES GERADORAS E CUBÍCULOS ................................................................................................. 84
4.12.5.2 SUBESTAÇÃO ELEVADORA ................................................................................................................... 85
4.12.5.3 SUBESTAÇÃO COLETORA ...................................................................................................................... 85
4.12.5.4 SERVIÇOS AUXILIARES .......................................................................................................................... 85
4.12.5.5 TOMADA D'ÁGUA E MEDIÇÕES HIDRÁULICAS DA BARRAGEM ............................................................ 86
4.12.5.6 PROCESSADOR DE COMUNICAÇÕES .................................................................................................... 86
4.12.6 SISTEMA DE PROTEÇÃO ............................................................................................................. 86
4.12.7 SISTEMA DE TELECOMUNICAÇÕES ............................................................................................ 88
4.12.8 SISTEMA DE VIGILÂNCIA, SEGURANÇA E ACESSO ...................................................................... 89
4.12.9 SUBESTAÇÃO E LINHAS DE TRANSMISSÃO ................................................................................ 89
4.12.9.1 LINHA DE TRANSMISSÃO EM 34,5 KV ................................................................................................... 89
4.12.9.2 SUBESTAÇÃO ELEVADORA 34,5 KV ....................................................................................................... 90
4.13 PLANEJAMENTO DA CONSTRUÇÃO E CRONOGRAMA .......................................................................... 90
4.13.1 PLANEJAMENTO DA CONSTRUÇÃO ........................................................................................... 90
4.13.1.1 MATERIAIS ARENOSOS ......................................................................................................................... 90
4.13.1.2 MATERIAIS ROCHOSOS ........................................................................................................................ 90
4.13.1.3 MATERIAIS TERROSOS .......................................................................................................................... 91
4.14 IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................... 92
4.15 CRONOGRAMA FÍSICO ......................................................................................................................... 93
4.16 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE CURSOS D’ÁGUA ................................................................... 94

5 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO...............................................................97

5.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) ...................................................................................................97


5.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) ..................................................................................................... 99
5.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) ...................................................................................................101

6 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA..................................................................................103

6.1 MEIO FÍSICO ........................................................................................................................................ 103


6.1.1 CLIMA ........................................................................................................................................ 103
6.1.1.1 CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA ................................................................................................................ 105
6.1.1.2 PRESSÃO ATMOSFÉRICA ..................................................................................................................... 107
6.1.1.3 TEMPERATURA ................................................................................................................................... 109

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6.1.1.4 PRECIPITAÇÃO .................................................................................................................................... 113
6.1.1.5 PERÍODOS MAIS CHUVOSOS ............................................................................................................... 115
6.1.1.6 UMIDADE RELATIVA DO AR ................................................................................................................ 117
6.1.1.7 EVAPOTRANSPIRAÇÃO ....................................................................................................................... 119
6.1.1.8 INSOLAÇÃO ......................................................................................................................................... 121
6.1.1.9 NEBULOSIDADE .................................................................................................................................. 123
6.1.2 RECURSOS HÍDRICOS ................................................................................................................. 125
6.1.2.1 CORPOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS AFETADOS ..................................................................................... 125
6.1.2.2 MORFOLOGIA DO RIO IRATIM ............................................................................................................ 127
6.1.2.3 CORPOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS AFETADOS ................................................................................. 127
6.1.2.4 CONSUMO E UTILIZAÇÃO DE ÁGUA ................................................................................................... 128
6.1.3 HIDROLOGIA .............................................................................................................................. 129
6.1.3.1 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................. 129
6.1.3.2 DETERMINAÇÃO DA SÉRIE DE VAZÕES ............................................................................................... 130
6.1.3.3 ESTUDO DE FREQUÊNCIA DE VAZÕES ................................................................................................ 132
6.1.3.4 ESTUDO DE VAZÕES MÁXIMAS .......................................................................................................... 134
6.1.3.5 ESTUDO DA VAZÃO ECOLÓGICA ......................................................................................................... 141
6.1.3.6 CURVA-CHAVE DO CANAL DE FUGA ................................................................................................... 144
6.1.3.7 CURVA-DE DESCARGA DO VERTEDOURO ........................................................................................... 147
6.1.4 GEOLOGIA .................................................................................................................................. 148
6.1.4.1 GEOLOGIA REGIONAL ......................................................................................................................... 148
6.1.4.2 GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................................................... 149
6.1.4.3 GEOMORFOLOGIA .............................................................................................................................. 155
6.1.4.4 SOLOS ................................................................................................................................................. 156
6.1.4.5 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ............................................................................................................... 160
6.1.4.6 AVALIAÇÃO DA ERODIBILIDADE DAS TERRAS ..................................................................................... 162
6.1.5 ESTUDOS DE SEDIMENTOS ........................................................................................................ 165
6.1.5.1 PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS ............................................................................................................. 165
6.1.5.2 QUANTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS............................................................................ 166
6.1.6 TOPOGRAFIA .............................................................................................................................. 173
6.1.6.1 SEÇÕES TOPOBATIMÉTRICAS ............................................................................................................. 175
6.1.6.2 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO E CADASTRAL ......................................................................... 175
6.2 MEIO BIÓTICO..................................................................................................................................... 177
6.2.1 FLORA ........................................................................................................................................ 177
6.2.1.1 VEGETAÇÃO REGIONAL ...................................................................................................................... 177
6.2.1.2 LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DA FAZENDA SÃO BENTO ...................................................... 178

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6.2.1.2.1 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 178
6.2.1.2.2 SELEÇÃO DAS ÁREAS ........................................................................................................................... 179
6.2.1.2.3 AMOSTRAGEM ................................................................................................................................... 181
6.2.1.2.3.1 NOMECLATURA ................................................................................................................................. 181
6.2.1.2.3.2 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................................................... 182
6.2.1.2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................ 182
6.2.1.2.4.1 RIQUEZA ............................................................................................................................................ 182
6.2.1.2.4.2 ESTRUTURA ....................................................................................................................................... 185
6.2.1.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO EM FACE À LEGISLAÇÃO VIGENTE NO QUE TANGE A DELIMITAÇÃO
DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ....................................................................................................... 187
6.2.1.3.1 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 187
6.2.1.3.2 RESULTADOS ....................................................................................................................................... 187
6.2.1.4 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE .............................. 190
6.2.1.4.1 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 190
6.2.1.4.2 RESULTADOS ....................................................................................................................................... 191
6.2.1.4.2.1 DETERMINAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ........................................................ 191
6.2.1.4.2.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ..................................................... 196
6.2.1.4.2.3 INSTALAÇÃO DE PARCELAS E COMPARAÇÃO COM A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 02 DE 1994 ........... 219
6.2.1.4.2.4 ANÁLISE DO USO ATUAL NO ENTORNO DO RESERVATÓRIO............................................................. 220
6.2.1.5 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ÁREAS DE IMPORTÂNCIA AMBIENTAL .................................. 223
6.2.1.5.1 ÁREAS DE IMPORTÂNCIA AMBIENTAL EM ZONAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ............. 225
6.2.2 FAUNA ....................................................................................................................................... 226
6.2.2.1 MASTOFAUNA .................................................................................................................................... 226
6.2.2.1.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 226
6.2.2.1.2 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 227
6.2.2.1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................ 228
6.2.2.2 HERPETOFAUNA ................................................................................................................................. 236
6.2.2.2.1 ANFÍBIOS............................................................................................................................................. 236
6.2.2.2.1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 236
6.2.2.2.1.2 METODOLOGIA .................................................................................................................................. 237
6.2.2.2.1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................... 238
6.2.2.2.1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 241
6.2.2.2.2 RÉPTEIS .............................................................................................................................................. 242
6.2.2.2.2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 242
6.2.2.2.2.2 METODOLOGIA .................................................................................................................................. 242
6.2.2.2.2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................... 243

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6.2.2.2.2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 246
6.2.2.3 AVIFAUNA ........................................................................................................................................... 246
6.2.2.3.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 246
6.2.2.3.2 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 248
6.2.2.3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................ 249
6.2.2.3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................... 260
6.2.2.4 ICTIOFAUNA ........................................................................................................................................ 260
6.2.2.4.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 260
6.2.2.4.2 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 261
6.2.2.4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................ 263
6.2.2.4.4 ESPÉCIES ENDÊMICAS ......................................................................................................................... 264
6.3 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ANTRÓPICO........................................................................................... 266
6.3.1 HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO ........................................................................................................ 267
6.3.2 . ASPECTOS TURÍSTICOS, MONUMENTOS NATURAIS E OUTROS DE INTERESSES SOCIOCULTURAIS
E RELIGIOSOS ...................................................................................................................................... 268
6.3.2.1. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS, POVOS TRADICIONAIS, RESERVAS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS ............. 271
6.3.2.2 SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS .................................................................................................................... 272
6.3.2.3 POPULAÇÕES TRADICIONAIS .............................................................................................................. 276
6.3.2.3.1 RESERVAS INDÍGENAS ........................................................................................................................ 276
6.3.2.3.2 COMUNIDADES QUILOMBOLAS ......................................................................................................... 280
6.3.2.4 BENS DE PATRIMÔNIO HISTÓRICOS E CULTURAIS TOMBADOS ......................................................... 280
6.3.3 ÁREAS URBANIZADAS E MALHA VIÁRIA .................................................................................... 282
6.3.4 DEMOGRAFIA ............................................................................................................................ 287
6.3.5 CONDIÇÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS ........................................................................................ 290
6.3.5.1 RENDA E POBREZA .............................................................................................................................. 290
6.3.5.1.1 ÍNDICE DE GINI.................................................................................................................................... 293
6.3.5.2 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDHM) ......................................................... 293
6.3.5.3 ECONOMIA ......................................................................................................................................... 297
6.3.6 EQUIPAMENTOS URBANOS ....................................................................................................... 299
6.3.6.1 EDUCAÇÃO ......................................................................................................................................... 299
6.3.6.1.1 REDE ESCOLAR .................................................................................................................................... 302
6.3.6.2 SAÚDE ................................................................................................................................................. 304
6.3.6.3 SEGURANÇA ........................................................................................................................................ 310
6.3.6.4 TRANSPORTE ...................................................................................................................................... 312
6.3.7 INFRAESTRUTURA DE SERVIÇOS ................................................................................................ 314
6.3.7.1 MEIOS DE COMUNICAÇÃO ................................................................................................................. 315

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6.3.7.2 CONDIÇÕES DE HABITAÇÃO ............................................................................................................... 316
6.3.7.2.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................................................ 317
6.3.7.2.2 RESÍDUOS............................................................................................................................................ 320
6.3.7.2.3 ENERGIA ELÉTRICA.............................................................................................................................. 323
6.3.8 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ...................................................................................................... 326
6.3.8.1 ESTRUTURA FUNDIÁRIA...................................................................................................................... 328
6.3.8.2 PRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 329
6.3.8.3 ATIVIDADES ECONÔMICAS ................................................................................................................. 334
6.3.8.3.1 COMUNIDADES/ASSENTAMENTOS .................................................................................................... 337
6.3.9 USO DOS RECURSOS HÍDRICOS.................................................................................................. 341
6.3.9.1 QUALIDADE DA ÁGUA ........................................................................................................................ 342

7 PROGNÓSTICO AMBIENTAL.......................................................................................................................343

7.1 IMPACTO AMBIENTAL ........................................................................................................................ 343


7.2 MÉTODO DA PROGNOSE E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS ...................................................................... 343
7.2.1AVALIAÇÃO QUALITATIVA .......................................................................................................... 345
7.2.1.1 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................................................................... 345
7.2.1.2 ATRIBUTOS DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................................................................... 346
7.2.1.2.1 ETAPAS DO EMPREENDIMENTO ......................................................................................................... 346
7.2.1.2.2 ABRANGÊNCIA .................................................................................................................................... 347
7.2.1.2.3 NATUREZA .......................................................................................................................................... 347
7.2.1.2.4 PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA ...................................................................................................... 347
7.2.1.2.5 IMPORTÂNCIA .................................................................................................................................... 347
7.2.1.2.6 EFEITO................................................................................................................................................. 348
7.2.2 AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA ........................................................................................... 348
7.2.2.1 VALORAÇÃO........................................................................................................................................ 349
7.3 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................................... 351
7.3.1 MEIO FÍSICO ............................................................................................................................... 351
7.3.1.1 POLUIÇÃO DE CORPO HÍDRICO POR REJEITOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS ................................................. 351
7.3.1.2 POLUIÇÃO DE CORPO HÍDRICO E DO SOLO POR REJEITOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS .............................. 352
7.3.1.3 AUMENTO DA TURBIDEZ E DE SEDIMENTOS NO CORPO HÍDRICO .................................................... 353
7.3.1.4 OCORRÊNCIA DE EROSÕES ................................................................................................................. 353
7.3.1.5 ASSOREAMENTO ................................................................................................................................ 354
7.3.1.6 POLUIÇÃO SONORA E ATMOSFÉRICA ................................................................................................. 354
7.3.2 MEIO BIÓTICO ............................................................................................................................ 355
7.3.2.1 FAUNA ................................................................................................................................................ 355

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7.3.2.1.1 REDUÇÃO DE HABITAT NATURAL PARA A FAUNA SILVESTRE ............................................................ 355
7.3.2.1.2 ATROPELAMENTO, CAPTURA E MORTE DE ANIMAIS ......................................................................... 355
7.3.2.1.3 GERAÇÃO DE ESTRESSE À FAUNA ....................................................................................................... 356
7.3.2.2 FAUNA AQUÁTICA .............................................................................................................................. 356
7.3.2.2.1 ALTERAÇÃO DE HABITATS PARA A FAUNA AQUÁTICA ....................................................................... 357
7.3.2.3 FLORA ................................................................................................................................................. 357
7.3.2.3.1 REDUÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS ........................................................................................................ 357
7.3.3MEIO SOCIOECONÔMICO ........................................................................................................... 357
7.3.3.1 GERAÇÃO DE EMPREGOS E RENDA .................................................................................................... 358
7.3.3.2 AUMENTO NA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA ....................................................................................... 358
7.3.3.3 OCORRÊNCIA DE ACIDENTES DE TRABALHO ...................................................................................... 359
7.3.3.4 AUMENTO NA PROLIFERAÇÃO DE VETORES ...................................................................................... 359
7.4 ESTUDO E DEFINIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS/PREVENTIVAS ................................................... 360
7.4.1 MEDIDAS MITIGADORAS ........................................................................................................... 360
7.4.2 MEDIDAS COMPENSATÓRIAS .................................................................................................... 361
7.4.3 MEDIDAS PREVENTIVAS ............................................................................................................ 361
7.4.4 MEDIDAS POTENCIALIZADORAS ................................................................................................ 362
7.5 PLANO DE MONITORAMENTO E ACOMPANHAMENTO ..................................................................... 362
7.5.1 ACOMPANHAMENTO FOTOGRÁFICO PERIÓDICO DO EMPREENDIMENTO, DURANTE A FASE DE
EXECUÇÃO DE OBRAS, INDICANDO AS CONDIÇÕES DO CANTEIRO E DA ÁREA DE ENTORNO ........... 363
7.5.2 MONITORAMENTO DO ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO ....................................................... 363
7.5.3 ACOMPANHAMENTO FOTOGRÁFICO PERIÓDICO DOS PROJETOS DE RECUPERAÇÃO E
RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA DOS TALUDES E DAS ÁREAS DE EMPRÉSTIMO E BOTA-FORA .......... 363
7.5.4 ACOMPANHAMENTO DOS PROGRAMAS DE DESAPROPRIAÇÃO DE IMÓVEIS, REMOÇÃO E
REASSENTAMENTO DA POPULAÇÃO .................................................................................................. 363
7.5.5 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA .......................................................................... 364
7.5.6 MONITORAMENTO DO MICROCLIMA ....................................................................................... 364
7.5.7 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR ............................................................................... 364
7.5.8 MONITORAMENTO DAS ATIVIDADES DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO ..................................... 364
7.6 RESUMO PROGNÓSTICO AMBIENTAL ................................................................................................ 365

8 PROGRAMAS AMBIENTAIS.........................................................................................................................366

8.1 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL ................................................................................................. 366


8.1.1 SUBPROGRAMA DE CONTROLE DA POLUIÇÃO NA OBRA .......................................................... 367
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 367
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 367

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C. MEDIDAS COMPLEMENTARES AO PROGRAMA .............................................................................. 368
D. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 368
8.1.2 SUBPROGRAMA DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL NA OBRA ................................................ 369
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 369
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 369
C. MEDIDAS COMPLEMENTARES AO PROGRAMA .............................................................................. 370
D. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 370
8.1.3 SUBPROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO FOTOGRÁFICO DURANTE A FASE DE EXECUÇÃO DE
OBRAS .................................................................................................................................................. 371
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 371
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 371
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 372
8.1.4 SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DE VETORES ............................................................... 372
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 372
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 372
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 373
8.2 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE .............................................................. 373
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 374
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 374
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 374
8.3 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ...................................................................................... 375
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 375
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 375
C. MEDIDAS COMPLEMENTARES AO PROGRAMA .............................................................................. 376
D. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 377
8.4 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ........................................................................... 377
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 377
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 377
C. MEDIDAS COMPLEMENTARES AO PROGRAMA .............................................................................. 378
D. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 378
8.5 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NA FASE DE IMPLANTAÇÃO .................................. 379
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 379
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 379
C. MEDIDAS COMPLEMENTARES AO PROGRAMA .............................................................................. 380
D. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 380
8.6 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA FASE DE OPERAÇÃO ......................... 380

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A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 381
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 381
C. MEDIDAS COMPLEMENTARES AO PROGRAMA .............................................................................. 382
D. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 382
8.7 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EFLUENTES NA FASE DE IMPLANTAÇÃO ................................ 382
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 383
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 383
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 383
8.8 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EFLUENTES NA FASE DE OPERAÇÃO ...................................... 384
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 384
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 384
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 384
8.9 PROGRAMA DE GESTÃO E MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR ............................................. 385
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 385
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 385
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 386
8.10 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA .................................... 386
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 387
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 387
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 387
8.11 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS .................................................................. 388
8.11.1 SUBPROGRAMA DE RECOMPOSIÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) E
RESERVA LEGAL .................................................................................................................................. 388
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 388
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 388
C. MEDIDAS COMPLEMENTARES AO PROGRAMA .............................................................................. 389
D. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 389
8.11.2 SUBPROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO FOTOGRÁFICO PERIÓDICO DOS PROJETOS DE
RECUPERAÇÃO E RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA DOS TALUDES E DAS ÁREAS DE EMPRÉSTIMO E
BOTA-FORA ......................................................................................................................................... 390
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 390
B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 390
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 391
8.12 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E RELACIONAMENTO COM A
MUNICIPALIDADE ............................................................................................................................... 391
A. IMPACTOS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ............................................................................ 391

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B. ESCOPO ........................................................................................................................................... 391
C. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 392

9 CONCLUSÃO..............................................................................................................................................394

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LISTA DE TABELAS
TABELA 4.1.1RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS........................................................................ 27
TABELA 4.7.1. RESUMO DA SIMULAÇÃO ENERGÉTICA ..................................................................................... 42
TABELA 4.7.2. INDICADORES ECONÔMICOS FINANCEIROS .............................................................................. 44
TABELA 4.7.3. VALORES MÍNIMOS ADMISSÍVEIS DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA........................................ 49
TABELA 4.7.4. VALORES ADOTADOS PARA OS COEFICIENTES DE ATRITO E COESÃO ...................................... 49
TABELA 4.7.5. RESULTADOS DA BARRAGEM .................................................................................................... 50
TABELA 4.7.6. RESULTADOS DO VERTEDOURO ................................................................................................ 50
TABELA 4.8.1. RESULTADOS DA TOMADA D’ÁGUA DE BAIXA PRESSÃO .......................................................... 54
TABELA 4.8.2. RESULTADOS DA TOMADA D’ÁGUA DE ALTA PRESSÃO ............................................................ 58
TABELA 4.9.1. RESULTADOS DA CASA DE FORÇA ............................................................................................. 61
TABELA 4.10.1 PERDAS DE CARGA AO LONGO DO CIRCUITO DE GERAÇÃO DA CGH SÃO BENTO ................... 62
TABELA 4.12.1 PROPRIEDADES ELÉTRICAS DO GERADOR ................................................................................ 80
TABELA 5.2.1. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DE ACORDO COM O MEIO AFETADO. ....................................... 99
TABELA 6.1.1. INFORMAÇÕES SOBRE AS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS UTILIZADAS. ..................................103
TABELA 6.1.2. PRESSÃO ATMOSFÉRICA MÉDIA MENSAL (HPA) PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM .............108
TABELA 6.1.3. TEMPERATURAS MÉDIAS MENSAIS (ºC) PRÓXIMAS À BACIA DO RIO IRATIM ........................110
TABELA 6.1.4. TEMPERATURAS MÁXIMAS MENSAIS (ºC) PRÓXIMAS À BACIA DO RIO IRATIM .....................111
TABELA 6.1.5. TEMPERATURAS MÍNIMAS MENSAIS (ºC) PRÓXIMAS À BACIA DO RIO IRATIM .....................112
TABELA 6.1.6. PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL (MM) PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM .............................114
TABELA 6.1.7. PRECIPITAÇÕES MÁXIMAS (MM) PRÓXIMAS À BACIA DO RIO IRATIM ...................................116
TABELA 6.1.8. UMIDADE RELATIVA DO AR (EM %) PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM .................................118
TABELA 6.1.9. EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL (MM) PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM. ......................120
TABELA 6.1.10. INSOLAÇÃO TOTAL (HORAS E DÉCIMOS) PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM .......................122
TABELA 6.1.11. NEBULOSIDADE PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM .............................................................124
TABELA 6.1.12. DISTÂNCIA ENTRE SEÇÕES TOPOBATIMÉTRICAS ..................................................................145
TABELA 6.1.13. NÍVEIS DE ÁGUA PARA A SEÇÃO 5 .........................................................................................146
TABELA 6.1.14. ESTAÇÃO SEDIMENTOLÓGICA ...............................................................................................166
TABELA 6.1.15. DADOS DE SEDIMENTOS – ESTAÇÃO JANGADA DO SUL .......................................................166
TABELA 6.1.16. APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS NA BACIA DO RIO IRATIM ..........................................171
TABELA 6.1.17. BASES DA PLANIMETRIA - RBMC ...........................................................................................174
TABELA 6.1.18. ESQUEMA DE TRIANGULAÇÃO PARA OS LEVANTAMENTOS COM GPS. ...............................174
TABELA 6.2.1. LOCALIZAÇÃO DOS TRANSECTOS AMOSTRADOS NA FAZENDA SÃO BENTO, DE PROPRIEDADE
DA REMASA REFLORESTA S.A .........................................................................................................................179
TABELA 6.2.2. LISTA DE ESPÉCIES ARBÓREAS E RESPECTIVAS ABUNDÂNCIAS NOS DOIS SÍTIOS DE FLORESTA
COM ARAUCÁRIA NA FAZENDA SÃO BENTO ..................................................................................................183

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TABELA 6.2.3. QUADRO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DE FLORESTA COM ARAUCÁRIA NA
FAZENDA SÃO BENTO .....................................................................................................................................186
TABELA 6.2.4. ESTUDOS FITOSSOCIOLÓGICOS CONDUZIDOS NA FLORESTA COM ARAUCÁRIA NO SUL DO
BRASIL. ONDE: ES= ESTADO; AL= ALTITUDE; AA= ÁREA AMOSTRADA; CR= CRITÉRIO DE INCLUSÃO; N/HA=
NÚMERO DE INDIVÍDUOS ESTIMADOS PARA UM HECTARE; S= NÚMERO DE ESPÉCIES; H’= ÍNDICE DE
DIVERSIDADE DE SHANOON; AB= ÁREA BASAL (M²/HA) ...............................................................................186
TABELA 6.2.5. RESUMO DAS LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS .................................................................................188
TABELA 6.2.6. DETALHES SOBRE O USO DO SOLO NA APP DO RESERVATÓRIO .............................................223
TABELA 6.2.7. LISTA DA MASTOFAUNA REGISTRADA NA ÁREA DE INFLUENCIA DIRETA DA CGH SÃO BENTO,
LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO PR ..............................................................................229
TABELA 6.2.8. LISTA DE ESPÉCIES DE ANFÍBIOS EM CARÁTER REGIONAL COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA NA
AID DA CGH SÃO BENTO .................................................................................................................................239
TABELA 6.2.9. RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE RÉPTEIS ESPERADAS PARA A ÁREA DA BACIA DO RIO IRATIM E
REGIÃO, ESTADO DO PARANÁ. .......................................................................................................................243
TABELA 6.2.10. ESPÉCIES REGISTRADAS NO ENTORNO DA CGH SÃO BENTO, MUNICÍPIO DE GENERAL
CARNEIRO E PALMAS, PR. ...............................................................................................................................250
TABELA 6.2.11.ESPÉCIES REGISTRADAS EM QUATRO RIOS TRIBUTÁRIOS DA USINA HIDRELÉTRICA DE SALTO
SEGREDO (RIO IRATIM INCLUSO.....................................................................................................................263
TABELA 6.3.1. RODOVIAS ESTADUAIS E FEDERAIS .........................................................................................286
TABELA 6.3.2. POPULAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DE GENERAL CARNEIRO E PALMAS .......................................288
TABELA 6.3.3. RENDA PER CAPITA MÉDIA ......................................................................................................291
TABELA 6.3.4. RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE .......................................................................................292
TABELA 6.3.5. OCUPAÇÃO DA POPULAÇÃO DE 18 ANOS OU MAIS ...............................................................292
TABELA 6.3.6. ÍNDICE DE GINI ........................................................................................................................293
TABELA 6.3.7. PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS (2012) ............................................................298
TABELA 6.3.8. EDUCAÇÃO – PALMAS .............................................................................................................300
TABELA 6.3.9. EDUCAÇÃO – GENERAL CARNEIRO ..........................................................................................300
TABELA 6.3.10. REDE ESCOLAR (2012) ...........................................................................................................303
TABELA 6.3.11. MATRÍCULAS (2012) ..............................................................................................................303
TABELA 6.3.12. DOCENTES (2012) ..................................................................................................................304
TABELA 6.3.13. NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE – PALMAS (DEZ/2009) ..................................305
TABELA 6.3.14. NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE – GENERAL CARNEIRO (DEZ/2009) ...............306
TABELA 6.3.15. RECURSOS HUMANOS – PALMAS (DEZ/2009) ......................................................................306
TABELA 6.3.16. RECURSOS HUMANOS – GENERAL CARNEIRO (DEZ/2009) ...................................................307
TABELA 6.3.17. DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS INTERNAÇÕES ..................................................................308
TABELA 6.3.18. LONGEVIDADE, MORTALIDADE E FECUNDIDADE ..................................................................310

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TABELA 6.3.19. ACIDENTES DE TRÂNSITO ......................................................................................................311
TABELA 6.3.20. HOMICÍDIOS ..........................................................................................................................311
TABELA 6.3.21. SUICÍDIOS ..............................................................................................................................312
TABELA 6.3.22. FROTA DE VEÍCULOS – SETEMBRO/2015 ..............................................................................313
TABELA 6.3.23. AGÊNCIAS DE CORREIO .........................................................................................................316
TABELA 6.3.24. EMISSORAS ............................................................................................................................316
TABELA 6.3.25. SANEAMENTO BÁSICO - GENERAL CARNEIRO.......................................................................318
TABELA 6.3.26. SANEAMENTO BÁSICO - PALMAS ..........................................................................................318
TABELA 6.3.27. INDICADORES – ÁGUA E ESGOTO ..........................................................................................318
TABELA 6.3.28. ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...................................................................................................319
TABELA 6.3.29. TRATAMENTO DE ÁGUA ........................................................................................................319
TABELA 6.3.30. TRATAMENTO DE ESGOTO ....................................................................................................320
TABELA 6.3.31. INDICADORES – COLETA DE LIXO ..........................................................................................321
TABELA 6.3.32. POPULAÇÃO ATENDIDA E QUANTIDADE COLETADA – COLETA DE RESÍDUOS ......................321
TABELA 6.3.33. TAXAS DE SERVIÇOS DE COLETA DE RESÍDUOS .....................................................................322
TABELA 6.3.34. FREQUÊNCIA DA COLETA ......................................................................................................323
TABELA 6.3.35. CONSUMO E NÚMERO DE CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA (2014) .........................324
TABELA 6.3.36. INDICADORES – ENERGIA ELÉTRICA ......................................................................................325
TABELA 6.3.37. ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS E ÁREA (2006) .........................................................328
TABELA 6.3.38. PRODUÇÃO AGRÍCOLA (LAVOURA TEMPORÁRIA) – GENERAL CARNEIRO ............................330
TABELA 6.3.39. PRODUÇÃO AGRÍCOLA (LAVOURA PERMANENTE) – GENERAL CARNEIRO ...........................331
TABELA 6.3.40. PRODUÇÃO AGRÍCOLA (LAVOURA TEMPORÁRIA) – PALMAS ...............................................332
TABELA 6.3.41. PRODUÇÃO AGRÍCOLA (LAVOURA PERMANENTE) – PALMAS ..............................................333
TABELA 6.3.42. RENDIMENTO NOMINAL .......................................................................................................335
TABELA 6.3.43. NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E EMPREGOS SEGUNDO AS ATIVIDADES ECONÔMICAS
(2014) .............................................................................................................................................................336
TABELA 6.3.44. ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA INSTALADOS EM GENERAL CARNEIRO ..............338
TABELA 6.3.45. ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA INSTALADOS NO MUNICÍPIO DE PALMAS .........340
TABELA 7.2.1. VALORAÇÃO DE IMPACTOS .....................................................................................................350
TABELA 7.2.2. MAGNITUDE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .............................................................................350
TABELA 7.2.3. MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ..............................................................................351

LISTA DE FIGURAS
FIGURA 4.5.1. TRAÇADOS DO CIRCUITO DE ADUÇÃO E DE GERAÇÃO DA CGH................................................36
FIGURA 4.7.1 FLUXOGRAMA PARA VALORES DE VAZÃO.................................................................................40
FIGURA 4.7.2. PLANTA DO BARRAMENTO.......................................................................................................49

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FIGURA 4.16.1. LOCALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO IRATIM.......................................................96
FIGURA 5.1.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) ........................................................................................ 98
FIGURA 5.2.2. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID).........................................................................................100
FIGURA 5.3.1. ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) ......................................................................................102
FIGURA 6.1.1. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS .................................................104
FIGURA 6.1.2. MAPA DO CLIMA LOCAL ..........................................................................................................106
FIGURA 6.1.3. MAPA DA REDE HIDROGRÁFICA LOCAL...................................................................................126
FIGURA 6.1.4. INDICAÇÃO DAS SEÇÕES UTILIZADAS NA SIMULAÇÃO ...........................................................145
FIGURA 6.1.5. MATERIAL MINERAL DA SONDAGEM DE RECONHECIMENTO ROTATIVA SR-01. ....................152
FIGURA 6.1.6. MATERIAL MINERAL DA SONDAGEM DE RECONHECIMENTO ROTATIVA SR-02 .....................153
FIGURA 6.1.7. MATERIAL MINERAL DA SONDAGEM DE RECONHECIMENTO ROTATIVA SR-03 .....................154
FIGURA 6.1.8. MATERIAL MINERAL DA SONDAGEM DE RECONHECIMENTO ROTATIVA SR-04 .....................155
FIGURA 6.1.9. MAPA DE SOLOS PRESENTE NA BACIA DO RIO IRATIM ...........................................................159
FIGURA 6.1.10. SOLO EM MEIO À ROCHA FONTE..........................................................................................160
FIGURA 6.1.11. SOLO FORMANDO RAVINAS..................................................................................................160
FIGURA 6.1.12. MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DA CGH ..............161
FIGURA 6.1.13. MAPA DE SUSCETIBILIDADE À EROSÃO NA AID DA CHG SÃO BENTO. .................................. 164
FIGURA 6.1.14. APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS NA BACIA DO RIO IRATIM ..........................................172
FIGURA 6.2.1. ASPECTOS FITOGEOGRÁFICOS ONDE A FAZENDA SÃO BENTO ESTÁ INSERIDA (ÁREA
DESTACADA) ...................................................................................................................................................179
FIGURA 6.2.2. LOCALIZAÇÃO DA FAZENDA SÃO BENTO.................................................................................180
FIGURA 6.2.3. LOCALIZAÇÃO DAS DUAS ÁREAS AVALIADAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DA CGH SÃO
BENTO.............................................................................................................................................................180
FIGURA 6.2.4. DIFERENTES FISIONOMIAS ENCONTRADAS NA ÁREA DE INFLUENCIA DIRETA DA PCH SÃO
BENTO.............................................................................................................................................................181
FIGURA 6.2.5. ETAPAS DA AMOSTRAGEM. ONDE: A) MEDIÇÃO DAS PARCELAS; B MARCAÇÃO DOS VÉRTICES
DA PARCELA; C E D) TOMADA DE DADOS DE PERÍMETRO E PLAQUETEAMENTO. .........................................182
FIGURA 6.2.6. DETERMINAÇÃO DA DELIMITAÇÃO DE APP DO RESERVATÓRIO PELA METODOLOGIA DE DIAS,
2001 ................................................................................................................................................................195
FIGURA 6.2.7. LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS AMOSTRAIS DE VISTORIA IN LOCO DA APP DO
EMPREENDIMENTO ........................................................................................................................................197
FIGURA 6.2.8. INDIVÍDUO DE ZANTHOXYLUM RHOIFOLIUM (MAMICA-DE-CADELA) ....................................199
FIGURA 6.2.9. FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ESTÁGIO MÉDIO NA MARGEM ESQUERDA DO
RESERVATÓRIO, VISTA DO PONTO 01 ............................................................................................................199
FIGURA 6.2.10. INDIVÍDUOS DE MEROSTACHYS SP. (TAQUARA-LIXA), PRESENTE NO PONTO 01 .................200
FIGURA 6.2.11. INDIVÍDUO DE MYRCIANTHES GIGANTEA (ARAÇÁ-DO-MATO) .............................................201

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FIGURA 6.2.12. FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ESTÁGIO MÉDIO NA MARGEM ESQUERDA DO
RESERVATÓRIO ...............................................................................................................................................201
FIGURA 6.2.13. FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ESTÁGIO MÉDIO COM PREDOMINÂNCIA DE
ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA NO ESTRATO SUPERIOR .....................................................................................202
FIGURA 6.2.14. INDIVÍDUO DE SALIX HUMBOLDTIANA (SALGUEIRO) EM ÁREA DE CAMPO ÚMIDO ............203
FIGURA 6.2.15. EDIFICAÇÃO DESATIVADA SUPOSTAMENTE UTILIZADA EM ATIVIDADES DE CAÇA E PESCA 203
FIGURA 6.2.16. FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ESTÁGIO SUCESSIONAL MÉDIO
COM PRESENÇA DE MEROSTACHYS SP. (TAQUARA-LIXA) AO FUNDO E AUSÊNCIA DE ESTRATO INFERIOR ..204
FIGURA 6.2.17. ACESSO AO RESERVATÓRIO CRIADO PARA ATIVIDADES DE PESCA ......................................205
FIGURA 6.2.18. VESTÍGIOS DE FOGUEIRA EVIDENCIANDO ATIVIDADES DE PESCA NO ENTORNO DO
RESERVATÓRIO ...............................................................................................................................................205
FIGURA 6.2.19. INDIVÍDUOS DE ALLOPHYLUS EDULIS (VACUM) ....................................................................206
FIGURA 6.2.20. PREDOMINÂNCIA DE BACCHARIS UNCINELLA (VASSOURA) NO ESTRATO INFERIOR DA
VEGETAÇÃO ....................................................................................................................................................206
FIGURA 6.2.21. POVOAMENTO DE EUCALYPTUS SP. (EUCALIPTO) NA MARGEM DO RESERVATÓRIO ..........207
FIGURA 6.2.22. VISTA DO RESERVATÓRIO COM REGENERAÇÃO NATURAL AO FUNDO, PONTO 06 .............208
FIGURA 6.2.23. PRESENÇA DE VEGETAÇÃO HERBÁCEO-ARBUSTIVA .............................................................208
FIGURA 6.2.24. FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ESTÁGIO SUCESSIONAL MÉDIO NA MARGEM DO
RESERVATÓRIO, VISTA DO PONTO 07 ............................................................................................................209
FIGURA 6.2.25. INDIVÍDUO DE MAYTENUS AQUIFOLIUM, PRESENTE NO PONTO 07 ....................................210
FIGURA 6.2.26. ACAMPAMENTO IMPROVISADO PARA ATIVIDADES DE CAÇA E/OU PESCA, PRESENTE NO
PONTO 07 .......................................................................................................................................................210
FIGURA 6.2.27. ACESSO AO RESERVATÓRIO CRIADO PARA ATIVIDADES DE PESCA ......................................211
FIGURA 6.2.28. REGENERAÇÃO DE FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NO PONTO 08.............212
FIGURA 6.2.29. INDIVÍDUO DE BUTIA SP. (BUTIÁ)..........................................................................................212
FIGURA 6.2.30. ACESSO AO RESERVATÓRIO CRIADO PARA ATIVIDADES DE PESCA ......................................213
FIGURA 6.2.31. POVOAMENTO DE PINUS TAEDA NA MARGEM DO RESERVATÓRIO ....................................213
FIGURA 6.2.32. LIMITE ENTRE O POVOAMENTO DE PINUS TAEDA E A APP DO RESERVATÓRIO ..................214
FIGURA 6.2.33. FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ESTÁGIO SUCESSIONAL MÉDIO NA MARGEM DO
LAGEADO DA GOIABEIRA (TRIBUTÁRIO) ........................................................................................................215
FIGURA 6.2.34. INDIVÍDUO DE BERBERIS LAURINA (ESPINHO DE JUDEU) .....................................................215
FIGURA 6.2.35. INDIVÍDUO DE SALIX HUMBOLDTIANA (SALGUEIRO)............................................................216
FIGURA 6.2.36. PASTAGEM COM PRESENÇA DE INDIVÍDUOS DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA BUTIA SP ......217
FIGURA 6.2.37. FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ESTÁGIO SUCESSIONAL AVANÇADO NA
MARGEM DIREITA DO RIO IRATIM .................................................................................................................217
FIGURA 6.2.38. PRESENÇA DE CAMPO ÚMIDO ..............................................................................................218

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FIGURA 6.2.39. FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL EM ESTÁGIO SUCESSIONAL MÉDIA COIM PRESENÇA
DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA NA ESTRATO SUPERIOR ................................................................................219
FIGURA 6.2.40. INDIVÍDUO DE DICKSONIA SELLOWIANA (XAXIM) ................................................................219
FIGURA 6.2.41. USO DO SOLO NA APP DO RESERVATÓRIO DA CGH SÃO BENTO ..........................................222
FIGURA 6.2.42. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO RESERVATÓRIO DA CGH SÃO BENTO .............................224
FIGURA 6.2.43. BUSCA ATIVA POR VESTÍGIOS: FEZES, PEGADAS, ABRIGOS, ETC...........................................228
FIGURA 6.2.44. TRAJETO PERCORRIDO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DURANTE O LEVANTAMENTO DE CAMPO228
FIGURA 6.2.45. VESTÍGIOS DE FELINOS ENCONTRADOS EM TRILHAS E ESTRADAS PRÓXIMOS AO LAGO DA
CGH SÃO BENTO .............................................................................................................................................232
FIGURA 6.2.46. LOCALIZAÇÃO DOS VESTÍGIOS DE LONTRA LONGICAULIS. (COORD. 445929.70 E /
7076566.25 S) .................................................................................................................................................233
FIGURA 6.2.47. VESTÍGIOS DE MAZAMA SP. OBSERVADO EM ESTRADA PRÓXIMA AO LAGO DA CGH SÃO
BENTO.............................................................................................................................................................235
FIGURA 6.2.48. VESTÍGIOS DA PRESENÇA HUMANA NAS ÁREAS DOS ARREDORES DO LAGO DA CGH SÃO
BENTO.............................................................................................................................................................236
FIGURA 6.2.49. REGISTROS FOTOGRÁFICOS DE BOTHROPS JARARACA REALIZADOS NA ÁREA DE INFLUENCIA
DIRETA ............................................................................................................................................................246
FIGURA 6.2.50. LOCALIZAÇÃO DA REPRESA DA CGH SÃO BENTO ..................................................................248
FIGURA 6.2.51. LOCAIS PERCORRIDOS (ESTRADAS E TRILHAS) ONDE FOI REALIZADA A AMOSTRAGEM DE
AVIFAUNA. ......................................................................................................................................................249
FIGURA 6.2.52. EXEMPLOS DE AVES REGISTRADAS NO ENTORNO DAS ÁREAS DA REPRESA DA CGH SÃO
BENTO, MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO .................................................................................................258
FIGURA 6.2.53. ÁREAS DE VÁRZEA NO ENTORNO DAS ÁREAS DA REPRESA DA CGH SÃO BENTO, MUNICÍPIO
DE GENERAL CARNEIRO, PR. ...........................................................................................................................259
FIGURA 6.2.54. REPRESAMENTO EXISTE DA CGH SÃO BENTO. SENDO A) REPRESAMENTO (COORDENADA
445867.95 E / 7076635.43 S); E B) LAGO ARTIFICIAL (448524.07 E / 7075534.62 S) .....................................262
FIGURA 6.3.1. ÁREA URBANIZADA E MALHA VIÁRIA EM GENERAL CARNEIRO/PR ........................................284
FIGURA 6.3.2. VISTA PARCIAL AÉREA DA ÁREA URBANA EM GENERAL CARNEIRO/PR..................................285
FIGURA 6.3.3. ÁREA URBANIZADA E MALHA VIÁRIA EM GENERAL CARNEIRO/PR E PALMAS/PR .................285
FIGURA 6.3.4. VISTA PARCIAL AÉREA DA ÁREA URBANA EM PALMAS/PR .....................................................286
FIGURA 6.3.5. EVOLUÇÃO DO IDHM – GENERAL CARNEIRO ..........................................................................296
FIGURA 6.3.6. EVOLUÇÃO DO IDHM – PALMAS .............................................................................................297
FIGURA 6.3.7. ESCOLARIDADE DA POPULAÇÃO ADULTA - PALMAS ..............................................................301
FIGURA 6.3.8. ESCOLARIDADE DA POPULAÇÃO ADULTA – GENERAL CARNEIRO ..........................................302
FIGURA 6.3.9. USINA EÓLIO-ELÉTRICA DE PALMAS ........................................................................................325
FIGURA 6.3.10. MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DA CGH ..............327

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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 4.2.1 DISTRIBUIÇÃO EXPONENCIAL ................................................................................................... 28
GRÁFICO 4.2.2. LIMITES DE CONFIANÇA PARA VALORES DE VAZÕES MÁXIMAS ............................................. 29
GRÁFICO 4.2.3. CURVA-CHAVE PARA A SEÇÃO 5 ............................................................................................. 31
GRÁFICO 4.2.4. CURVA-CHAVE DO VERTEDOURO ........................................................................................... 32
GRÁFICO 4.4.1. CURVA-CHAVE DO CANAL ADUTOR EXISTENTE, COM E SEM TOMADA DE D’ÁGUA. ............. 35
GRÁFICO 4.7.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E OPERACIONAIS. .......................................................................... 39
GRÁFICO 4.7.2. POTÊNCIA X VAZÃO ................................................................................................................. 41
GRÁFICO 4.7.3. PI X E MÉDIA E PI X FC ............................................................................................................. 42
GRÁFICO 4.7.4 CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS ............................................................................................. 43
GRÁFICO 4.7.5. CURVA DE DESCARGA DO VERTEDOURO................................................................................47
GRÁFICO 6.1.1 PRESSÃO ATMOSFÉRICA MÉDIA MENSAL PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM ......................108
GRÁFICO 6.1.2. TEMPERATURAS MÉDIAS MENSAIS PRÓXIMAS À BACIA DO RIO IRATIM .............................110
GRÁFICO 6.1.3. TEMPERATURAS MÁXIMAS MENSAIS PRÓXIMAS À BACIA DO RIO IRATIM .........................111
GRÁFICO 6.1.4. TEMPERATURAS MÍNIMAS MENSAIS PRÓXIMAS À BACIA DO RIO IRATIM ..........................112
GRÁFICO 6.1.5. PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM .....................................114
GRÁFICO 6.1.6. PRECIPITAÇÕES MÁXIMAS PRÓXIMAS À BACIA DO RIO IRATIM ...........................................116
GRÁFICO 6.1.7. UMIDADE RELATIVA DO AR PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM ...........................................118
GRÁFICO 6.1.8. EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM ...............................121
GRÁFICO 6.1.9. INSOLAÇÃO TOTAL PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM ........................................................122
GRÁFICO 6.1.10. NEBULOSIDADE PRÓXIMA À BACIA DO RIO IRATIM ...........................................................124
GRÁFICO 6.1.11. CONSUMO DE ÁGUA PER CAPITA EM LITROS POR HABITANTE POR DIA NOS MUNICÍPIOS
DE GENERAL CARNEIRO E PALMAS ................................................................................................................129
GRÁFICO 6.1.12. CURVA DE PERMANÊNCIA DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS ..................................................133
GRÁFICO 6.1.13. DISTRIBUIÇÃO EXPONENCIAL..............................................................................................138
GRÁFICO 6.1.14. ESQUEMATIZAÇÃO DOS INTERVALOS DE CONFIANÇA DA CURVA DE FREQUÊNCIA ..........139
GRÁFICO 6.1.15. LIMITES DE CONFIANÇA PARA VALORES DE VAZÕES MÁXIMAS .........................................141
GRÁFICO 6.1.16. CURVA-CHAVE PARA A SEÇÃO 5 .........................................................................................147
GRÁFICO 6.1.17. CURVA-CHAVE DO VERTEDOURO .......................................................................................148
GRÁFICO 6.1.18. CURVA-CHAVE DE SEDIMENTOS CGH SÃO BENTO .............................................................169
GRÁFICO 6.1.19. CURVA DE BRUNE.................. .............................................................................................170
GRÁFICO 6.3.1. PESSOAS RESIDENTES EM TERRAS INDÍGENAS, POR SEXO E GRUPOS DE IDADE. ................278
GRÁFICO 6.3.2. PESSOAS DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, RESIDENTES EM TERRAS INDÍGENAS, POR
CLASSES DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL ..............................................................................................279
GRÁFICO 6.3.3. CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO .............................................................................................287
GRÁFICO 6.3.4. PIRÂMIDE ETÁRIA 2010 – GENERAL CARNEIRO ....................................................................289

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GRÁFICO 6.3.5. PIRÂMIDE ETÁRIA 2010 – PALMAS .......................................................................................289
GRÁFICO 6.3.6. IDHM E SUAS COMPONENTES – PALMAS .............................................................................294
GRÁFICO 6.3.7. IDHM E SUAS COMPONENTES – GENERAL CARNEIRO ..........................................................295
GRÁFICO 6.3.8. PROPORÇÃO DE MORADORES COM ACESSO A MICROCOMPUTADOR E INTERNET ............315
GRÁFICO 6.3.9. PECUÁRIA – GENERAL CARNEIRO .........................................................................................332
GRÁFICO 6.3.10. PECUÁRIA – PALMAS ...........................................................................................................334

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1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

1.1 Identificação do Empreendedor

Nome / Razão Social Iratim Energética Renovável SPE S.A.


Av. Sete de Setembro 4.214 4° Andar Cj. 401, CEP:
Endereço
80.250-210, Curitiba - PR
Telefone / Fax (041) 3324-4843
Número de Registro Legal CNPJ: 23.808.523/0001-64
Representante Legal Eng. Alceu Gugelmin Junior
Paulo Roberto Schwab
Responsável Técnico / Contato
Engenheiro Civil / PR – 5.276/D

1.2 Dados da área e localização

Nome do Empreendimento CGH São Bento


Tipo de Empreendimento Central Geradora Hidrelétrica - CGH
Fazenda São Bento - Zona rural do município de
Localização e Área do Empreendimento
General Carneiro - PR
Rio Iratim
Corpo d'Água Sub-bacia 65 - Bacia Hidrográfica do rio Paraná, rio
Bacia Hidrográfica Iguaçu e outros
Bacia 6 - Bacia Hidrográfica do rio Paraná
Número de Matrícula do Imóvel Matrícula nº 19.681
SISLEG/ CAR / Reserva Legal SISLEG nº 1.048.747-2
Coordenadas Geográficas UTM - 22J: 26° 25' 45" S 51° 32' 34,5" W

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1.3 Identificação da Empresa Responsável pelo Estudo Ambiental

Nome / Razão Social Index Ambiental Ltda.


Rua Euclides Bandeira, 1635, Centro Cívico, CEP: 80.530-020,
Endereço
Curitiba - PR
Telefone (041) 3015-4525
E-mail tiago@indexambiental.com.br
Número de Registro Legal CNPJ: 17.632.169/000-67
Tiago Luis Haus
Representante Legal
Engenheiro Ambiental / CREA PR - 102.746/D

1.4 Equipe Técnica Executora

Nº Registro
Conselho de
Profissional Formação Classe/ Nº Responsabilidade Assinatura
Registro
IBAMA

CREA/PR
Engenheiro
102.746/D
Ambiental, Coordenação Geral
Tiago Luis Haus Mestre em
Engenharia Responsável Técnico
CTF
Ambiental
6090894

Biólogo, CRBio-07
Especialista e 41.052/07-D
Rodrigo de
Mestre em Coordenação Geral
Almeida
Gestão
Ambiental CTF 439265

CRBio-07 Elaboração do RAS,


41.051/07-D caracterização de
Fernando
Biólogo vegetação e áreas de
Matsuno Ramos
preservação
CTF 438503 permanentes (APP)

OAB/PR
Advogado e 48.635 Elaboração do RAS,
Engenheiro CREA/PR caracterização de
Marcelo Leoni
Florestal, Mestre vegetação e áreas de
Schmid 95.790/D
em Economia e preservação
Política Florestal CTF permanentes (APP)
5836917

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Nº Registro
Conselho de
Profissional Formação Classe/ Nº Responsabilidade Assinatura
Registro
IBAMA

CRBio
Biólogo, Mestre
66133/07-D Coordenação meio
em Botânica,
biótico,
Dieter Liebsch Doutorando em
caracterização
Engenharia
CTF florística
Florestal
4017123

Bióloga, Mestre CRBio


em 83924/07-D Inventário da
Adriana Conservação e Mastofauna e
Juraszek Paiter Manejo de Herpetofauna
Recursos CTF (anfíbios e répteis)
Naturais 6567661

Bióloga,
CRBio
Mestranda em
83836/07-D Inventário e
Ecologia de
Cláudia Golec caracterização da
Ambientes
Avifauna e Ictiofauna
Aquáticos
CTF
Continentais

Elaboração do RAS,
mapeamento de
CREA/PR
áreas preservação
72.082/D
Anderson Luiz permanente, e uso e
Geógrafo
Gregorczuk ocupação do solo da
CTF
área do projeto,
6090867
caracterização do
meio socioeconômico

Engenheira
Ambiental e
CREA/PR-
Sanitarista, Elaboração do RAS,
Bianca de 133.369/D
Técnica em caracterização meio
Castro Silva
Meio Ambiente, físico e prognóstico
Rebolho CTF
Especialista em ambiental
6090936
Gestão de
Projetos

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Nº Registro
Conselho de
Profissional Formação Classe/ Nº Responsabilidade Assinatura
Registro
IBAMA

Elaboração do RAS,
Geóloga,
CREA/PR caracterização do
Especialista em
142.458/D meio físico,
Andrea Luiza Geoprocessame
caracterização
Mazetto Pesch nto e
CTF hidrogeológica e
Graduanda em
6565423 geológica da área de
Engenharia Civil
influência do projeto

Elaboração do RAS,
mapeamento de
Denis Eduardo CTF áreas preservação
Geógrafo
Carvalho 6565479 permanente, e uso e
ocupação do solo da
área do projeto

OAB/PR
66.400
Advogada, CAU Legislação aplicável,
Renata Lobato Arquiteta e A44890-7 uso e ocupação do
Urbanista solo
CTF
6565389

Técnico
Segurança do
Bruno Trabalho, Revisão Final /
CTF
Chimaleski da Graduando em
6565448 Formatação
Costa Engenharia
Ambiental e
Sanitária

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2 INTRODUÇÃO

O presente estudo ambiental, denominado Relatório Ambiental


Simplificado (RAS), visa atender aos procedimentos básicos para obtenção do
Licenciamento Ambiental referente à implantação de Centrais Geradoras
Hidrelétricas (CGH) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) em âmbito do
Território Paranaense, com potência instalada de até 10 MW.
Os termos que regem, portanto, este estudo se baseiam no “Termo de
Referência para Licenciamento Ambiental CGH e PCH - Até 10 MW”, de novembro
de 2010, disponibilizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), definidos para o
licenciamento ambiental de empreendimentos elétricos, conforme o disposto nas
resoluções CONAMA nº 237/1997 e nº 279/2001.
O referido Termo de Referência estabelece o Relatório Ambiental
Simplificado (RAS) e o Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais
(RDPA) como instrumentos do Licenciamento Ambiental para a atividade, e
apresenta, entre outros, o conteúdo necessário para elaboração desses estudos.
Nesse sentido, o Relatório Ambiental Simplificado aborda os aspectos
ambientais e socioculturais dos municípios situados na área de influência do
empreendimento, identificando e analisando os possíveis impactos decorrentes de
sua implantação na região. Assim sendo, o estudo permite avaliar a viabilidade do
empreendimento em relação aos componentes ambientais e socioeconômicos, bem
como definir as ações de mitigação e compensação a serem adotadas, além de
programas ambientais que considerem as realidades observadas.

2.1 Objetivos

Com base no exposto, o presente estudo tem como objetivo apresentar


um Relatório Ambiental Simplificado visando à obtenção de Licença Ambiental
Prévia, para a repotencialização da Central Geradora Hidrelétrica (CGH) São Bento,
antiga CGH Joaquim Fernandes Luiz, cuja potência instalada será de 1,30 MW.

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2.2 Justificativa do Empreendimento

Na última década, o crescimento do PIB foi sustentado por uma acertada


política econômica do Governo Federal, que possibilitou a ascensão de
aproximadamente 50 milhões de pessoas para a classe média. Normalmente, o
desenvolvimento econômico de um país ocorre quando existe oferta de energia
elétrica, devido ao fato da energia ser um dos principais insumos do setor produtivo.
O crescimento do PIB brasileiro está diretamente relacionado à oferta de
energia e, portanto, o sucesso das políticas econômicas em vigência depende da
manutenção da oferta de energia. Este cenário também é corroborado pelo
Ministério de Minas e Energia, que noticiou em junho de 2015 a resenha energética
brasileira referente ao ano de 2014 demonstrando um crescimento de 2,2% sobre o
consumo do ano de 2013.
A necessidade da difusão da geração de energia constitui outro grande
desafio devido ao fato do sistema elétrico Brasileiro possuir características
estruturais centralizadas, decorrentes da priorização da geração pontual de energia
através de grandes UHE que consequentemente demandam grandes sistemas de
transmissão. A geração centralizada é acompanhada de certos riscos à sociedade,
pois em caso de queda de uma linha de transmissão, até estados inteiros podem
ficar sem energia elétrica. Um exemplo famoso deste ocorrido é a falha em uma das
linhas de transmissão da Usina Hidrelétrica de Itaipu (responsável pela geração de
19% da energia consumida no Brasil), ocorrida em dezembro de 2009, que deixou
uma porção significativa do país sem energia por várias horas. Na ocasião, Estados
com grande demanda energética como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e
Minas Gerais, ficaram totalmente sem energia. Outros seis estados também tiveram
seu fornecimento prejudicado pelo ocorrido, além de 100% do território Paraguaio
que ficou às escuras.
No que diz respeito à qualidade da matriz energética do Brasil, o
Ministério do Meio Ambiente apontou em 2015 que 78% geração de energia do país
foram oriundas de fontes renováveis, enquanto que a média mundial é de apenas
20,3%.

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Com o intuito de atingir seus objetivos, no que diz respeito às políticas
energética e econômica, o Governo Federal vem estimulando o desenvolvimento de
empreendimentos de geração de energia limpa descentralizados, o que pode ser
constatado pelo crescente número de leilões de compra de energia eólico-elétrica
(leilões de reserva A-3) e pelo estímulo à construção de empreendimentos
hidrelétricos, notadamente as PCH e UHE com até 500 MW de potência instalada.
O projeto da CGH São Bento, apesar de módico, insere-se neste contexto
nacional de necessidade de gerar energia elétrica oriunda de fontes limpas e de
maneira difundida.

2.3 Apresentação da Tecnologia

A geração de energia através de aproveitamentos hidrelétricos consiste


no aproveitamento de quedas ou desníveis naturais dos cursos d’água, de forma a
aproveitar a energia cinética das águas e transformá-la em energia elétrica através
de dispositivos específicos.
A fonte hidrelétrica se constitui numa das maiores vantagens competitivas
do país, por se tratar de um recurso renovável e com possibilidade de ser
implementado pelo parque industrial brasileiro com mais de 90% (noventa por cento)
de bens e serviços nacionais. Além do mais, ao possuir uma das mais exigentes
legislações ambientais do mundo, é possível ao Brasil garantir que as hidrelétricas
sejam construídas atendendo aos ditames do desenvolvimento sustentável.
A CGH, ou Central Geradora Hidrelétrica, é uma geradora destinada a
aproveitamento de potenciais hidráulicos iguais ou inferiores a 1 MW (a PCH
destina-se a aproveitamentos entre 1 MW e 30 MW).
Este tipo de empreendimento normalmente possui estruturas pequenas e
simplificadas, operam a fio d’água e não causam alagamentos ou promovem
acumulação de água. As CGH em geral não utilizam barramentos, mas sim soleiras
vertentes muito simples que tem por finalidade proporcionar condições mínimas para
o desvio das águas do rio para o circuito adutor e então para a turbina hidráulica.

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2.4 Potencial Energético do Aproveitamento

O rio Iratim apresenta diversos estudos de aproveitamento hidrelétrico,


talvez devido à modesta área de drenagem de sua bacia. Segundo Atlas de
Recursos Hídricos do Instituto das Águas do Paraná (1998), não existem grandes
centrais hidrelétricas instaladas na bacia do rio Iratim, porém foi registrado o
inventário para a instalação de seis aproveitamentos e identificada uma potência de
5,89 MW para o rio Iratim.
A CGH São Bento terá potência instalada de 1.300 kW/h (1,30 MW/h)
com previsão de gerar 690 kW/h de energia média.

2.5 Características Gerais do Empreendimento

A CGH São Bento consiste no aproveitamento do potencial hidráulico de


um curto trecho do rio Iratim, que possui 18,65 metros de queda bruta. A solução
técnica aplicada nesta CGH difere da grande parte dos projetos de geração
hidrelétrica porque no caso em tela não haverá a necessidade de alagamento, uma
vez que o reservatório foi instalado em 1964. O projeto da CGH São Bento consiste
em uma usina a fio d’água, com derivação, com potência instalada final de 1,30 MW.
As estruturas existentes da barragem e vertedouro foram aproveitadas,
bem com o traçado do canal de adução em quase toda sua extensão, onde se
projetou nova estrutura.
As principais características projetadas para o arranjo da usina são
listadas a seguir:
 Vertedouro dimensionado para o atendimento à vazão de projeto de
315,00 m³/s, correspondente a um tempo de recorrência de 1.000 anos, e
com lâmina máxima de água de 1,80 m;
 Derivação por meio de um canal de adução escavado em solo e rocha;
 Casa de força projetada para uma turbina Kaplan “S” de eixo horizontal,
com previsão de área para montagem de equipamentos;
 Subestação elevadora constituída por 1 transformador elevador trifásico e
3 para raios.
 A potência resultante da usina de 1,30 MW, teve como base:

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 A consolidação dos níveis de montante e de jusante, resultando numa
queda bruta de 18,65 metros;
 A consolidação da perda de carga ao longo de todo o circuito de geração
da usina, resultando em 3,80% da queda bruta, o que equivale a 0,71
metros;
 Manutenção permanente de vazão ecológica a jusante da barragem, igual
a 0,25 m3/s, o que corresponde a 50% da Q 7,10, ou seja, a vazão
mínima de 7 dias de duração e tempo de recorrência de 10 anos,
conforme o Instituto das Águas do Paraná, através do Manual Técnico de
Outorgas (SUDERHSA, 2006);
 Vazão de engolimento igual a 8,20 m³/s.

2.6 Empreendimentos Associados e/ou Similares

Haverá a necessidade de implantar uma linha de transmissão em 34,5 kV


para conectar a CGH São Bento a Subestação Elevadora de general Carneiro. O
traçado da linha de transmissão compreende um trecho de 28,0 km de linha de
transmissão, conforme indicado na Informação de Acesso nº 088-2015,
disponibilizado pela concessionária, conforme Anexo IV deste estudo.

2.7 Descrição da Metodologia Aplicada no Estudo

O presente relatório foi realizado de acordo com criteriosos padrões


técnicos vigentes no que se refere à realização de estudos ambientais e, também,
os diplomas legais pertinentes, especialmente as Resoluções CONAMA n.º
001/1986, n.º 006/1987, n.º 237/1997, n.º 279/2001, n.º 302/2002 e n.º 303/2002 e
as Resoluções Estaduais SEMA/IAP n.º 031/1998, SEMA/IAP n.º 009/2010, CEMA
n.º 065/2008 e Portaria IAP nº 69/2015.
Com relação ao termo de referência para elaboração do presente
relatório, adotou-se o “TERMO DE REFERÊNCIA PARA LICENCIAMENTO
AMBIENTAL – CGH E PCH – ATÉ 10 MW”, emitido em novembro de 2010 pela
SEMA/IAP, que estabeleceu os procedimentos básicos para obtenção do
Licenciamento Ambiental referente à implantação de Centrais Geradoras

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Hidrelétricas (CGH) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) em âmbito do
Território Paranaense, com potência instalada de até 10 MW.
O procedimento metodológico empregado no presente relatório consistiu
no seguinte:
 Análise prévia referente à possibilidade de instalação de aproveitamento
energético no sítio de estudo, levando em conta os preceitos legais das
esferas municipal, estadual e federal;
 Estudos referentes às legislações incidentes no empreendimento e sua
compatibilidade legal;
 Incursões iniciais de campo para análise ambiental e fundiária da região
de implantação;
 Incursões de campo com o objetivo de proceder à aquisição de dados
primários e levantamento de dados secundários da região do
empreendimento para subsidiar a elaboração dos diagnósticos dos meios
físico, biótico e socioeconômico;
 Avaliação prévia dos impactos ambientais identificados e proposição de
medidas de controle;
 Reuniões da equipe técnica multidisciplinar com a finalidade de comparar
resultados, analisar possíveis sinergias entre os impactos e orientar os
ajustes no arranjo do empreendimento com o objetivo de aperfeiçoá-lo
sob a perspectiva socioambiental;
 Definição do arranjo final da CGH São Bento, a partir das recomendações
da equipe técnica multidisciplinar com o objetivo de minorar e suprimir
quando possível os impactos negativos e potencializar os impactos
positivos;
 Validação do arranjo final com a equipe técnica multidisciplinar;
 Realização do prognóstico ambiental em conjunto com a avaliação de
impactos ambientais;
 Proposição de medidas de controle e compensações ambientais;
 Elaboração dos programas ambientais;
 Consolidação do relatório e revisão final.

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2.8 Descrição da Situação Legal da Propriedade do Empreendimento

As estruturas existentes e planejadas para o projeto básico da CGH São


Bento estão alocadas no imóvel referente a matrícula pertencente a Remasa
Reflorestadora S.A., desta forma não será necessária a desapropriação. Nas Áreas
de Preservação Permanente (APP) do reservatório não foram identificadas
construções ou habitações, porém haverá a necessidade de desapropriar porções
de APP que não pertençam a Remasa Reflorestadora S.A. Durante o processo de
licenciamento do empreendimento, os proprietários dos imóveis que possuem APPs
no entorno do reservatório serão comunicados e um plano de desapropriação e
regularização do uso do solo nas áreas de preservação será estabelecido no intuito
de restaurar áreas de APP antropizadas e assegurar a continuidade de serviços
ambientais fornecidos por tais áreas, bem como o cumprimento da legislação
vigente quanto ao uso e preservação de áreas de preservação permanente no
entorno de reservatórios artificias.

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3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Este capítulo tem por objetivo apresentar as legislações aplicáveis ao


empreendimento objeto deste estudo, em âmbito federal, estadual e municipal, dos
órgãos reguladores da atividade. Neste sentido, apresenta-se a legislação pertinente
a CGH São Bento.

3.1 Legislação Federal

Para o desenvolvimento de suas atividades, o empreendedor deve agir


em conformidade com a legislação, normas e diretrizes atuais pertinentes ao ramo
de atividade envolvido. A base legal utilizada para a elaboração do RAS contemplou:
 Constituição Federal de 1988
Artigo 49 – Dispõe que apenas o Congresso Nacional pode autorizar, em
terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa
e lavra de riquezas minerais;
Artigo 175 – Dispõe sobre as responsabilidades do poder público, na
forma da lei, para a prestação de serviços públicos, diretamente ou sob o regime de
concessão ou permissão;
Artigo 176 – Definem-se as condições para o aproveitamento dos
potenciais de energia hidráulica e para a pesquisa e a lavra de recursos minerais,
bem como dispensa a autorização ou concessão para o aproveitamento do potencial
de energia renovável de capacidade inferior a 1.000 kW;
Artigo 187 – Fornece diretrizes para o planejamento e execução da
política agrícola, enfatizando, dentre outras, as questões relacionadas à eletrificação
rural e à irrigação;
Artigo 225 – Dispõe sobre o Meio Ambiente. Neste artigo, a Constituição
assegura a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e impondo
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações, dentro de condições que especifica;
Artigo 231 – Atribui competência à União para demarcar, proteger e fazer
respeitar os bens dos indígenas em suas terras e condiciona o aproveitamento dos

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recursos hídricos, quando em terras indígenas, à prévia aprovação do Congresso
Nacional;
● Lei Complementar nº 140/2011: Fixa normas, nos termos dos incisos
III, Vi e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal,
para a cooperação entre União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum
relativas à proteção das paisagens naturais notáreis, à proteção do meio
ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a lei nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981;
● Lei Ordinária nº 3.924/1961: Dispõe sobre os monumentos
arqueológicos e pré-históricos;
● Lei Ordinária nº 12.651/2012: Institui o Novo Código Florestal e
promove alterações nas leis anteriores:
● Lei nº 12.727 de 2012: Altera a Lei n° 12.651, de 25 de maio de 2012,
que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de
31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de
dezembro de 2006; a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de
2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de
1973, e o § 2º do art. 4º da Lei n° 12.651, de 25 de maio de 2012.
● Lei Ordinária nº 5.197/1967: Dispõe sobre a proteção à fauna e dá
outras providências;
● Lei Ordinária nº 6.938/1981: Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente;
● Lei Ordinária nº 9.433/1997: Institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º
da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28
de dezembro de 1989;
● Lei Ordinária nº 9.605/1998: Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente,
e dá outras providências;

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● Lei Ordinária nº 9.795/1999: Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências;
● Lei Ordinária nº 9.984/2000: Dispõe sobre a criação da Agência
Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências;
● Lei Ordinária nº 9.985/2000: Regulamenta o art. 225, § 1º, inciso I,II,III
e VII da Constituição Federal, Institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências;
● Lei Ordinária nº 10.165/2000: Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto
de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências;
● Lei Ordinária nº 11.428/2006: Dispõe sobre a utilização e proteção da
vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências;
● Lei Ordinária nº 12.651/2012: Dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de
dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs
4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a
Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências;
● Decreto nº 99.274/1990: Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de
1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem,
respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção
Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras
providências;
● Decreto nº 92.470/1986: Altera o Estatuto da Fundação Nacional do
Índio - FUNAI, aprovado pelo 89.420, de 8 de março de 1984 e dá outras
providências;
● Decreto nº. 7.830 de 2012: Dispõe sobre o Sistema de Cadastro
Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural, estabelece normas de caráter
geral aos Programas de Regularização Ambiental, de que trata a Lei nº
12.651, de 25 de maio de 2012, e dá outras providências;

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● Decreto nº 6.514/2008: Dispõe sobre as infrações e sanções
administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo
federal para apuração destas infrações, e dá outras providências;
● Decreto nº 6.660/2008: Regulamenta dispositivos da Lei nº 11.428, de
22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da
vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica;
● Decreto nº 4.281/2002: Regulamenta a Lei nº 9.795, de 27 de abril de
1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras
providências;
● Decreto nº 3.739/1991: Dispõe sobre o cálculo da tarifa atualizada de
referência para compensação financeira pela utilização de recursos hídricos,
de que trata a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, e da contribuição de
reservatórios de montante para a geração de energia hidrelétrica, de que trata
a Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, e dá outras providências;
● Decreto nº 3.551/2000: Institui o registro de bens culturais de natureza
imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro, cria o programa
nacional do patrimônio imaterial e dá outras providências;
● Decreto nº 750/1993: Dispõe sobre o corte, a exploração e a
supressão da vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de
regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências;
● Decreto nº 25/1937: Organiza a proteção ao patrimônio histórico e
artístico nacional;
● Decreto nº 01/1991: Regulamenta o pagamento da compensação
financeira instituída pela Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, e dá
outras providências;
● Resolução CONAMA nº 01/1986: Dispõe sobre o critérios básicos e
diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental, especificamente
Artigo 6º, inciso I, alínea C, onde são destacados os sítios e monumentos
arqueológicos como elementos a serem considerados nas diferentes fases de
planejamento e implantação do Empreendimento (LP, LI, LO);
● Resolução CONAMA nº 01/1988: Estabelece critérios e
procedimentos básicos para a implementação do Cadastro Técnico Federal

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de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, previsto na Lei nº
6.938/81;
● Resolução CONAMA nº 03/1996: Esclarece que vegetação
remanescente de Mata Atlântica abrange a totalidade de vegetação primária e
secundária em estágio inicial, médio e avançado de regeneração;
● Resolução CONAMA nº 06/1986: Estabelece os modelos de
publicação de pedidos de licenciamento, em qualquer de suas modalidades,
sua renovação e respectiva concessão da licença;
● Resolução CONAMA nº 06/1987: Dispõe sobre o licenciamento
ambiental de obras de grande porte, especialmente as do setor de geração de
energia elétrica;
● Resolução CONAMA nº 09/1996: Estabelece corredor de vegetação
área de trânsito a fauna;
● Resolução CONAMA nº 10/1988: Dispõe sobre a regulamentação das
APP’s;
● Resolução CONAMA nº 10/1993: Estabelece parâmetros básicos para
análise dos estágios de sucessão de mata atlântica;
● Resolução CONAMA nº 13/1990: Estabelece normas referentes ao
entorno das Unidades de Conservação;
● Resolução CONAMA nº 237/1997: Regulamenta os aspectos de
licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio
Ambiente;
● Resolução CONAMA nº 278/2001: Determina ao IBAMA, a suspensão
das autorizações concedidas por ato próprio ou por delegação aos demais
órgãos do SISNAMA, para corte e exploração de espécies ameaçadas de
extinção, constantes da lista oficial;
● Resolução CONAMA nº 279/2001: Estabelece procedimentos para o
licenciamento ambiental simplificado para empreendimentos elétricos com
pequeno potencial de impacto ambiental;
● Resolução CONAMA nº 281/2001: Dispõe sobre o estabelecimento de
modelos simplificados de publicação dos pedidos de licenciamento, sua
renovação e concessão pelos órgãos competentes;

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● Resolução CONAMA nº 300/2002: Complementa os casos passíveis
de autorização de corte previstos no art. 2º da Resolução nº 278, de 24 de
maio de 2001;
● Resolução CONAMA nº 302/2002: Dispõe sobre os parâmetros,
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios
artificiais e o regime de uso do entorno;
● Resolução CONAMA nº 303/2002: Dispõe sobre parâmetros,
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente;
● Resolução CONAMA nº 347/2004: Dispõe sobre a proteção do
patrimônio espeleológico;
● Resolução CONAMA nº 357/2005: Dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências;
● Resolução CONAMA nº 369/2006: Dispõe sobre os casos
excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto
ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em
Área de Preservação Permanente – APP;
● Resolução CONAMA nº 371/2006: Estabelece diretrizes aos órgãos
ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de
gastos de recursos advindos de compensação ambiental, conforme a Lei nº
9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza - SNUC e dá outras providências;
● Resolução CONAMA nº 429 de 2011: Dispõe sobre a metodologia de
recuperação das Áreas de Preservação Permanente - APPs.
● Portaria Interministerial nº 419/2011: Regulamenta a atuação dos
órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos no
licenciamento ambiental, de que trata o art. 14º da Lei nº 11.516, de 28 de
agosto de 2007;
● Portaria nº 1.522/1989: Lista Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas
de Extinção;

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● Instrução Normativa nº 02/2012: Estabelece as bases técnicas para
programas de educação ambiental apresentados como medidas mitigadoras
ou compensatórias, em cumprimento às condicionantes das licenças
ambientais emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA;
● Instrução Normativa nº 08/2011: Regulamenta, no âmbito do IBAMA,
o procedimento da Compensação Ambiental, conforme disposto nos Decretos
nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, com as alterações introduzidas pelo
Decreto nº 6.848, de 14 de maio de 2009;
● Instrução Normativa nº 065/2005: Estabelece os procedimentos para
o licenciamento de Usinas Hidrelétricas UHE e Pequenas Centrais
Hidrelétricas PCH;
● Instrução Normativa nº 146/2007: Estabelece os critérios para
procedimentos relativos ao manejo de fauna silvestre (levantamento,
monitoramento, salvamento, resgate e destinação) em áreas de influência de
empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
causadoras de impactos à fauna sujeitas ao licenciamento ambiental, como
definido pela Lei nº 6938/81 e pelas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº
237/97;
● Portaria nº 37/1992: Reconhece como Lista Oficial de Espécies da
Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção a relação que se apresenta;
● Medida Provisória nº 571/2012: Altera a Lei nº 12.651, de 25 de maio
de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs
6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e
11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de
setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº
2.16667, de 24 de agosto de 2001;
● Medida Provisória nº 2.198-5/2001: Cria a câmara de gestão da Crise
de energia Elétrica e determina ao CONAMA o estabelecimento de
procedimentos simplificados de licenciamento ambiental para
empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica;

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● Portaria IPHAN nº 28/2003: Resolve que os empreendimentos
hidrelétricos dentro do território nacional deverão doravante de renovação da
licença ambiental de operação devem prever a execução de projetos de
levantamento, prospecção, resgate e salvamento arqueológico;
● Portaria IPHAN nº 230/2002: Dispositivos para a compatibilização e
obtenção de licenças ambientais no âmbito dos estudos preventivos de
arqueologia;
● Instrução Normativa IPHAN nº 01/2015: Estabelece procedimentos
administrativos a serem observados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional nos processos de licenciamento ambiental dos quais
participe;
● Resolução Normativa nº 672/2015: Estabelece os procedimentos
para a realizar estudos de inventário hidrelétrico de bacias hidrográficas;
● Resolução Normativa nº 673/2015: Estabelece os requisitos e
procedimentos para a obtenção de outorga de autorização para exploração
de aproveitamento de potencial hidráulico com características de Pequena
Central Hidrelétrica – PCH;
● Resolução ANEEL n.º 395/1998: Estabelece os procedimentos gerais
para Registro e Aprovação de Estudos de Viabilidade e Projeto Básico de
empreendimentos de geração hidrelétrica, assim como a autorização para
exploração de centrais hidrelétricas até 30 MW e dá outras providências;
● Resolução Conjunta nº 3/2010: Estabelecer as condições e os
procedimentos a serem observados pelos concessionários e autorizados de
geração de energia hidrelétrica para a instalação, operação e manutenção de
estações hidrométricas visando ao monitoramento pluviométrico, limnimétrico,
fluviométrico, sedimentométrico e de qualidade da água associado a
aproveitamentos hidrelétricos, e dar outras providências;
● Resolução ANEEL n.º 652/2003: Estabelece os critérios para o
enquadramento de aproveitamento hidrelétrico na condição de Pequena
Central Hidrelétrica (PCH) e revoga a Resolução ANEEL n.º 394, de 04 de
dezembro de 1998;

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● Resolução Normativa ANEEL n.º 116/2004: Altera o Regimento
Interno da ANEEL, aprovado pela Portaria MME n.º 349, de 28 de novembro
de 1997, para modificar a estrutura administrativa da Agência Nacional de
Energia Elétrica – ANEEL;
● Resolução Normativa ANEEL n.º 343/2008: Estabelece
procedimentos para registro, elaboração, aceite, análise, seleção e aprovação
de projeto Básico e para autorização de aproveitamento de potencial de
energia hidráulica com características de Pequena Central Hidrelétrica - PCH,
bem como revoga as disposições em contrário, das Resoluções ANEEL 393 e
395 de 04/12/1998 e do Despacho ANEEL 173 de 07/05/1999, no que
concerne às PCHs, observadas as regras de transição do capítulo VII;
● Resolução Normativa n.º 412/2010: Estabelece procedimentos para
registro, elaboração, aceite, análise, seleção e aprovação de projeto básico e
para autorização de aproveitamento de potencial de energia até 50.000 kW,
sem características de Pequena Central Hidrelétrica - PCH; Altera os arts. 3º
e 15 e inclui o art. 19-A na Resolução ANEEL 393 de 04/12/1998, bem como
revoga a disposição em contrário da Resolução ANEEL 395 de 04/12/1998 e
altera a redação do art. 28 da Resolução ANEEL 343 de 09/12/2008, no que
trata às PCHs, observadas as regras de transcrição do capítulo VII.

3.2 Legislação Estadual

A legislação paranaense segue as leis federais quanto a proteção do


meio ambiente, através do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), autarquia
responsável pelo licenciamento ambiental no estado do Paraná. Para CGH e PCH
de até 10 MW, o IAP estabeleceu um Termo de Referência para o Licenciamento
Ambiental contendo a documentação necessária para a obtenção da licença
ambiental. A seguir, são apresentadas algumas das legislações específicas do
Estado, aplicáveis ao empreendimento:
● Resolução SEMA nº 033/2008: Possibilitar a análise de licenciamento
ambiental de Usinas e Pequenas Centrais Hidrelétricas para consumo
próprio, quando houver avaliação ambiental estratégica da bacia hidrográfica,
conforme definida pela Resolução nº 049/2006 do Conselho Estadual de

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Recursos Hídricos, aprovada pelo órgão ambiental competente, e desde que
respeitados as premissas desta Resolução;
● Resolução CEMA nº 065/2008: Dispõe sobre o licenciamento
ambiental, estabelece critérios e procedimentos a serem adotados para as
atividades poluidoras, degradadoras e/ou modificadoras do meio ambiente e
adota outras providências;
● Resolução Conjunta SEMA / IAP nº 004/2012: Altera a definição da
redação da alínea "p" e acrescenta a definição de Autorização Ambiental no
art. 2°, acrescenta parágrafos no art. 8°, suprime a alínea "b" do inciso I, e
suprime a palavra autorização da alínea "d" do inciso I do art.9° da Resolução
Conjunta SEMA/IAP nº. 009/2010;
● Resolução Conjunta SEMA / IAP nº 09/2010: Dá nova redação a
Resolução Conjunta SEMA/IAP nº 005/2010, estabelecendo procedimentos
para licenciamentos de unidades de geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica no Estado do Paraná;
● Lei Estadual nº 12726/1999: Institui a Política Estadual de Recursos
Hídricos e adota outras providências;
● Lei Estadual nº 11.054/1995: Dispõe sobre a Lei Florestal do Estado
do Paraná;
● Lei Estadual nº 16.242/2009: Cria o Instituto das Águas do Paraná,
conforme especifica e adota outras providências;
● Portaria IAP nº 097/2012: Dispõe sobre conceito, documentação
necessária e instrução para procedimentos administrativos de Autorizações
Ambientais;
● Portaria IAP nº 69/2015: Dispõe sobre a metodologia de cálculo da
extensão das Áreas de Preservação Permanente no entorno de reservatórios
artificiais em áreas urbanas e rurais no Estado do Paraná;
● Portaria IAP nº 79/2011: Desvincula a emissão de licenças ambientais
de atividades potencialmente poluidoras da prévia averbação de Reserva
Legal no imóvel, desde que não haja prejuízos para as demais normas legais
exigíveis no processo;

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 21


● Portaria IAP nº 221/2012: Estabelece os procedimentos
administrativos para a Substituição de Florestas Homogêneas com Espécies
Exóticas por Florestas Heterogêneas com Espécies Nativas em Áreas de
Preservação Permanente.

3.3 Legislação Municipal

Conforme informações fornecidas pela Prefeitura de General Carneiro e


Palmas, os municípios possuem uma Secretaria de Meio Ambiente, porém não há
leis específicas ao meio ambiente nos municípios, sendo o licenciamento ambiental
de impacto local direcionado ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
A legislação ambiental própria dos municípios abrange somente a Lei de
Uso e Ocupação do Solo, a Lei de Parcelamento do Solo e o Plano Diretor.

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4 DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO

A seguir serão apresentadas as principais características do projeto de


implantação da usina.

4.1 Dados do Empreendimento

A CGH São Bento está localizada na bacia hidrográfica do rio Iratim,


região sul do estado do Paraná, no município de General Carneiro, com sua
barragem localizada nas coordenadas 26°25’42,92” S e 51°32’34,47” O.
Neste estudo, as principais características fisiográficas da bacia do rio
Iratim, no trecho compreendido entre a nascente do rio e o eixo do barramento da
CGH São Bento, foram levantadas a partir das cartas geográficas existentes na
região, apresentadas anteriormente.
Para o delineamento da bacia hidrográfica foi realizada uma composição
destas cartas, tendo sido realizados todos os ajustes de escalas e de sistemas
geodésicos de referência necessários, com o auxílio de ferramentas computacionais.
As principais características fisiográficas da bacia do rio Iratim, no trecho
compreendido entre a nascente do rio e o eixo do barramento da CGH São Bento,
estão descritas a seguir.

4.1.1 Área de Drenagem da Bacia

A área de drenagem da bacia é a projeção em um plano horizontal da


superfície contida entre seus divisores topográficos. A área de drenagem da bacia
contribuinte até o eixo do barramento da CGH São Bento é igual a 207,30 km².

4.1.2 Forma da Bacia

A bacia pode ser caracterizada quanto a sua forma, por meio do


coeficiente de compacidade e do fator de forma, que indicam a propensão da bacia
a enchentes.
O coeficiente de compacidade, Kc, é a relação entre o perímetro da bacia
e a circunferência de um círculo de área igual à da bacia. Quanto mais próximo este

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coeficiente for da unidade, mais acentuada é a tendência à enchente. É obtido
através da seguinte expressão:

Onde P é o perímetro da bacia em km, e Ad é a área de drenagem da


bacia em km².
O coeficiente de compacidade para a bacia contribuinte até o eixo do
barramento da CGH São Bento é igual a 1,27, o que indica uma bacia não muito
sujeita a enchentes.
O fator de forma, Kf, é a relação entre a largura média e o comprimento
axial da bacia. Este fator indica uma maior ou menor tendência à ocorrência de
enchentes, onde em uma bacia estreita e longa, a possibilidade de ocorrência de
chuvas intensas cobrindo, ao mesmo tempo, toda a sua extensão, é menor que em
bacias largas e curtas. Este índice é obtido a partir da seguinte expressão:

Onde Ad é a área de drenagem da bacia em km², e L é o comprimento


axial da bacia, ou o comprimento total do curso de água principal, em km.
O fator de forma para a bacia contribuinte até o eixo do barramento da
CGH São Bento é igual a 0,35. Este valor, assim como o do coeficiente de
compacidade, indica que a bacia possui baixa disposição à ocorrência de enchentes.

4.1.3 Sistema de Drenagem

A bacia pode ser caracterizada quanto ao sistema de drenagem, por meio


da ordem dos cursos de água, da densidade de drenagem, da extensão média do
escoamento superficial e da sinuosidade do curso de água.
A ordem do curso de água é uma classificação que reflete o grau de
ramificação ou bifurcação dentro de uma bacia. A ordem do rio Iratim, considerando
o trecho do rio compreendido entre sua nascente até o local do eixo do barramento
da CGH São Bento, é igual a 4, o que reflete um alto grau de ramificação.

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A densidade de drenagem, Dd, é representada pela relação entre o
comprimento total dos cursos de água de uma bacia e a sua área total, fornecendo
uma indicação da eficiência da drenagem, ou seja, da maior ou menor velocidade
com que a água deixa a bacia hidrográfica, e é dada pela seguinte expressão:

Onde LT é o comprimento total dos cursos de água da bacia em km, e Ad


a área de drenagem da bacia em km².
A densidade de drenagem da bacia hidrográfica da CGH São Bento é
igual a 0,72 km de curso de água por km², sendo considerada, portanto uma bacia
de baixa capacidade de drenagem.
A extensão média de escoamento, l, é um índice que define a distância
média que a água da chuva teria que escoar sobre os terrenos da bacia, dada pela
seguinte expressão:

Onde Ad é a área de drenagem da bacia em km², e LT é o comprimento


total dos cursos de água em km.
O valor obtido para a bacia hidrográfica da CGH São Bento é igual a 0,35
km,indicando uma distância média de escoamento superficial baixa.
A sinuosidade do curso de água é um fator controlador da velocidade de
escoamento. É a relação entre o comprimento do rio principal, L, e o comprimento
de um talvegue, Lt, dada pela seguinte relação:

Para a bacia da CGH São Bento, o valor deste parâmetro é igual a 1,48

4.1.4 Declividade do Rio

A declividade média do rio, S, é representada pela relação do desnível


entre os pontos inicial e final pela extensão total do curso de água principal, dada
pela seguinte equação:

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Onde H é o desnível altimétrico entre o ponto inicial e final em metros, e L
é o comprimento total do curso de água principal também dado em metros.
A declividade média calculada para a bacia contribuinte até o eixo do
barramento da CGH São Bento é igual a 0,0053 m/m.

4.1.5 Tempo de Concentração

O tempo de concentração de uma bacia é o tempo necessário para que


toda a bacia contribua para o escoamento superficial numa seção considerada,
podendo ser estimado através de várias formulações empíricas, obtidas sob
diversas condições físicas. Para o cálculo do tempo de concentração da bacia,
adotou-se a fórmula do Soil Conservation Service:

Onde tc é o tempo de concentração, em horas, H é o desnível altimétrico


entre o ponto mais afastado e o ponto considerado, em metros, e L é o comprimento
axial da bacia em km.
O tempo de concentração da bacia contribuinte até o eixo do barramento
da CGH São Bento é igual a 5,85 horas.

4.1.6 Resumo das Principais Características

Na tabela abaixo é apresentado um resumo fisiográficas da bacia


contribuinte da CGH São Bento.

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Tabela 4.1.1Resumo das características fisiográficas.
Características Unidade Bacia da CGH São Bento
Área de Drenagem Km² 207,30
Perímetro km 65,13
Coeficiente de Compacidade - 1,27
Fator de Forma - 0,35
Densidade de Drenagem Km/km² 0,72
Declividade do Rio m/m 0,0053
Extensão Média do Km 0,35
Escoamento
Sinuosidade - 1,48
Tempo de Concentração Horas 5,85
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

4.2 Estudos Hidrológicos

Através da consulta ao banco de dados da Agência Nacional das Águas –


ANA foram identificadas estações fluviométricas localizadas na bacia do rio Iratim e
em seu entorno, com séries históricas de dados.
A estação base, utilizada como dado de entrada das vazões observadas
foi a estação Jangada do Sul, mediante preenchimento das falhas de dados através
de correlações estatísticas entre as estações Salto Canoinhas e UHE Governador
Bento Munhoz Jangada do Sul. Com as falhas preenchidas, a série de vazões
médias diárias da estação Jangada do Sul totalizou 69 anos completos de dados
(1946-2014).
Após a determinação da série de vazões médias diárias para o eixo da
CGH São Bento, calculou-se as vazões médias mensais.
Para a avaliação das vazões máximas, foi utilizada, como base de dados,
a série de vazões médias diárias da estação fluviométrica Jangada do Sul. Desta
estação, foram selecionadas as vazões máximas diárias anuais, somente dos anos
completos de 1946 a 2014, que foram transferidas por relação direta de áreas de
drenagem para o local da barragem da CGH São Bento, resultando em uma série
completa de 62 dados.
Como as vazões máximas são determinadas a partir de vazões médias
diárias, ou seja, da média entre os valores medidos às 7 e 17h do dia, fez-se o uso
de um coeficiente para a majoração destas vazões médias diárias máximas anuais,
visando emular o pico do hidrograma, eventualmente não medido entre os horários
de medição de níveis, para a obtenção de vazões instantâneas anuais. A partir da

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série de vazões máximas instantâneas anuais foram calculadas as seguintes
estatísticas:

 Mínima: 29,04;
 Média: 76,01;
 Máxima: 295,04;
 Variância: 1.635,13;
 Desvio Padrão: 40,44;
 Coeficiente de Assimetria: 2,87;
 Coeficiente de Variação: 0,53.
Na série de vazões máximas instantâneas anuais da CGH São Bento foi
aplicado o critério Exponencial, conforme orientações da Eletrobrás. As vazões
máximas associadas a cada tempo de recorrência, calculadas para a CGH São
Bento, através desta metodologia, estão apresentadas no gráfico a seguir.

Gráfico 4.2.1 Distribuição Exponencial

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.


Na verificação da estrutura do vertedouro existente foi utilizada a vazão
máxima de 1.000 anos de recorrência das vazões instantâneas calculadas,
equivalente a 315,00 m³/s.

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A confiabilidade dos resultados da análise de frequência de cheias
depende do quão bem o modelo estatístico assumido aplica-se a um dado conjunto
de dados hidrológicos.
A metodologia empregada é descrita por Natrella (1963 apud CHOW ET
AL. 1988) e baseiam-se na definição dessa faixa com base em fatores de frequência
limites aqueles que definidos nos estudos de cheias para a curva de frequência para
cada um dos tempos de recorrência.
No presente estudo, adotou-se um nível de confiança de 95%, ou seja, a
probabilidade do valor estimado estar contido no intervalo de valores estimados
prováveis é de 95%, podendo conter uma diferença de 2,5 % para mais ou para
menos.
Na figura abaixo, apresenta-se o gráfico com os valores máximos
estimados para o período completo e os limites superiores e inferiores calculados.

Gráfico 4.2.2. Limites de Confiança para Valores de Vazões Máximas

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

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Pode-se observar no gráfico, que as vazões de cheias estimadas no
presente estudo estão dentro do intervalo de confiança. Portanto, é possível afirmar
que os valores estimados estão de acordo com o valor esperado.
Já no estudo de vazões mínimas foi determinada a vazão ecológica, que
é a vazão mínima necessária para a manutenção do ecossistema aquático, e que
deverá ser 100% mantida no trecho do rio onde haverá derivação de água.
No estado do Paraná, o Instituto das Águas do Paraná, através do Manual
Técnico de Outorgas (SUDERHSA, 2006) estabelece como vazão mínima a ser
garantida a jusante do aproveitamento hidrelétrico, o valor de 50% da Q7,10, que
representa a vazão média mínima em sete dias consecutivos com 10 anos de
recorrência.
A Q7,10 na CGH São Bento foi determinada a partir da série de vazões
médias diárias da estação fluviométrica Jangada do Sul, que possui dados no
período entre 1946 e 2014.
Desta forma, a partir desta série de vazões médias diárias, calcularam-se
as vazões médias de 7 dias (Q7), e o valor mínimo observado em cada ano foi
selecionado e transferido para o eixo da CGH São Bento, através da
proporcionalidade das áreas de drenagem.
Através do critério de Kimbal, associou-se a cada uma destas vazões
uma frequência e um tempo de recorrência. A vazão média mínima em sete dias
consecutivos, com 10 anos de recorrência na CGH São Bento, Q7,10, calculada por
interpolação linear, é igual a 0,50 m³/s.
A vazão ecológica, portanto, correspondente a 50% deste valor
(SUDERHSA, 2006), resultando, assim, em 0,25 m³/s.
Para a elaboração da curva-chave do canal de fuga são necessárias
informações das seções transversais no trecho, as condições de contorno nas
seções de montante e jusante, rugosidade do canal e as vazões de interesse.
Com todos os valores calculados de níveis de água, foi ajustada uma
equação que melhor representasse o comportamento da seção. Esta equação está
apresentada a seguir.

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Gráfico 4.2.3. Curva-Chave para a Seção 5

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Assim, a equação obtida fornece, para a vazão de engolimento, o nível de


jusante na El. 1.028,92 m. Para a vazão associada a 1.000 anos de tempo de
retorno, a simulação fornece o nível de água na El. 1.032,8 m. Para atender este
nível, a proteção da casa de força foi adotada na El. 1.034 m.
A modelagem desenvolvida forneceu resultados para todas as seções.
Observa-se que, para a Seção Ponte, o nível de água para a vazão de 315 m³/s se
encontra na El. 1.032,38 m, cerca de 70 cm abaixo do nível inferior do tabuleiro da
ponte.
A curva de descarga do vertedouro foi calculada através da simulação da
variação de lâmina de água sobre a crista do vertedouro. A curva fornece
informações pertinentes para a definição do nível de proteção das estruturas e da
crista da barragem, uma vez que através dela é possível identificar a elevação do
reservatório para vazões excepcionais, como é o caso do presente projeto, o qual
considerou para efeito de proteção uma vazão máxima correspondente a 315,00
m³/s, associada a um tempo de recorrência de 1.000 anos.

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Gráfico 4.2.4. Curva-Chave do Vertedouro

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

4.3 Reservatório

A seguir serão apresentadas as principais características do reservatório


da CGH São Bento.

4.3.1 Volume

Segundo dados repassados pela REMASA, o reservatório formado desde


1964, tem uma área em cota normal de 1,25 km² volume médio de 4.375.000 m³,
uma profundidade média de 3,5 m e um de água.
O reservatório já formado, deverá operar a fio de água, e permanecerá
com o nível normal na El. 1047,57 m. Para esta elevação, a área do reservatório é
de aproximadamente 1,625 km².

4.3.2 Borda Livre

A borda livre corresponde a distância normal partindo da superfície de


água no reservatório até a crista da barragem, e se refere a distância vertical do
nível do reservatório em sua elevação máxima até a crista da barragem, e o termo

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 32


borda livre mínima se refere a distância vertical do nível do reservatório em sua
elevação máxima maximorum, correspondente ao nível de água máximo acrescido
da lâmina de água acima da crista do vertedouro para a cheia de projeto.
A borda livre, para as características de projeto e das condições do local,
foi definida através de uma análise do custo de execução dos reparos e risco de um
possível galgamento da estrutura, sendo definida a ser igual ou maior a 0,50 m. A
borda livre normal adotada para a CGH São Bento correspondeu a 0,63 m.
Para a estrutura da casa de força, a borda livre adotada, ou seja, a
distância vertical entre o nível de máxima enchente no canal de fuga El. 1.032,80 m
(calculada por modelagem hidrodinâmica) e a cota de proteção da casa de força, foi
de 1,20 m, ou seja, a cota de proteção da casa de força foi definida na El. 1.034,00
m.

4.4 Avaliação das Estruturas Existentes e Análise Alternativa para o Eixo do


Circuito de Geração e Motorização da Usina

Nesta etapa de projeto básico consolidado da CCH São Bento,


primeiramente foi avaliado o aproveitamento das estruturas existentes considerando
possíveis adequações e/ou proposições de novas estruturas.
Considerando os resultados das análises supracitadas desenvolvidas,
foram avaliadas alternativas para o traçado do eixo do canal de adução e do circuito
de geração, bem como análise de otimização do aproveitamento das estruturas do
canal de adução existente e alternativas de motorização para a casa de força.

4.4.1 Avaliação das Estruturas Existentes na Usina

A seguir serão descritas as principais estruturas encontradas na CGH São


Bento.

4.4.1.1 Análise da Capacidade de Escoamento da Barragem e Vertedouro

A capacidade de escoamento da estrutura existente no barramento e do


vertedouro foram analisadas conjuntamente. Para essa análise utilizou-se um

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coeficiente de descarga correspondente a 1,90, definido conforme estudos
apresentados por White (1999).
Verificou-se que, para a estrutura vertente existente, em uma cheia com
período de retorno correspondente a 1.000 anos, ou seja, de vazão igual a 315,00
m³/s, verterá água por cima de toda a crista do barramento, configurando um
galgamento da estrutura. Dessa forma, foi proposto o alteamento da cota de
coroamento da barragem.

4.4.1.2 Análise da Capacidade de Escoamento das Estruturas de Adução

Primeiramente avaliou-se a possibilidade de manter as estruturas


adutoras já existentes, ou seja, considerando a vazão de engolimento definida em
8,20 m³/s, as estruturas adutoras existentes (tomada d’água de baixa pressão,
tomada de água auxiliar, canal adutor e câmara de carga) foram avaliadas de modo
a proporcionar condições de escoamento para a nova vazão e com o nível de
montante na elevação 1.047,57 m.
Constatou-se ainda, que a atual tomada de baixa pressão, localizada no
início do canal adutor existente, não proporciona capacidade de escoamento
suficiente para a atual vazão de engolimento da usina, além disso, nas atuais
condições não proporciona capacidade estrutural estável a instalação dos
equipamentos inerentes a operação da estrutura.
Dada as condições da atual estrutura da tomada d’água de baixa pressão,
propôsse nessa fase de projeto consolidado da CGH São Bento, a substituição
dessa estrutura, portanto será projetada uma nova estrutura que atenda tanto as
condições hidráulicas, quanto estruturais e operacionais necessárias, com base em
um novo dimensionamento hidráulico.
Dessa forma, para a análise de escoamento do canal de adução, foi
considerando apenas a existência da tomada d’água auxiliar.
No decorrer de toda a análise constatou-se que ambas as estruturas de
tomada d’água, tanto a localizada no começo do canal, quanto a auxiliar, localizada
no trecho intermediário do canal adutor, exercem controle sobre o fluxo. Dessa
forma, deverão ser previstas novas estruturas de tomada de água.

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Conforme apresentado na figura abaixo, nota-se que a tomada d’água
auxiliar começa a exercer controle sobre o fluxo para vazões acima de 4,00 m³/s.

Gráfico 4.4.1. Curva-chave do canal adutor existente, com e sem tomada de


d’água auxiliar.

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Pode-se observar no gráfico anterior, que o canal adutor existente não


proporciona condições favoráveis ao escoamento da vazão de engolimento
correspondente a 8,20 m3/s, para o nível de montante na elevação 1.047,57m.
A máxima capacidade de escoamento do canal, em condições atuais,
corresponde a vazão de 2,30 m³/s, ou seja, cerca de 30% da atual vazão de
engolimento, com ou sem tomada d’água auxiliar, visto que tal estrutura exerce a
função de controle do escoamento apenas para níveis de montante superiores a
1.047,81 m. Portanto, o circuito adutor existente necessitará de modificações para
que seja possível o escoamento da atual vazão de engolimento no nível de
montante definido na elevação 1.047,57 m.
Em relação a estrutura de câmara de carga, as Diretrizes para Projeto de
PCH (ELETROBRÁS, 2000), recomenda para usinas com queda bruta inferior a 25

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metros, somente um alargamento da seção do canal adutor, tendo em vista que a
CGH São Bento não se enquadra nessa condição, definiu-se pela manutenção de
estrutura de câmara de carga, ao invés de alargamento de canal. Contudo a atual
câmara de carga, necessitaria de reparos estruturais visando atendimento as
condições operacionais e hidráulicas necessárias, dessa forma, propõe-se uma nova
estrutura de câmara de carga, com volume de amortecimento igual ao da estrutura
existente, no valor de 208 m³.

4.5 Alternativa para o Traçado do Circuito de Adução e de Geração

Após a verificação hidráulica das estruturas existentes e a necessidade


de se prever novas estruturas das tomadas de água e câmara de carga no eixo
atual, foram avaliados, tecnicamente e economicamente, as vantagens e
desvantagens na demolição e remoção das estruturas existentes, e vislumbrou-se,
assim, a possibilidade de alteração do traçado do trecho final do circuito de adução e
um novo eixo para o circuito de geração.
Na figura, a seguir, estão apresentados o traçado do canal de adução e
de geração existentes e o traçado proposto no presente estudo.

Figura 4.5.1. Traçados do circuito de adução e de geração da CGH

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

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A análise foi desenvolvida considerando os novos dimensionamentos
hidráulicos das estruturas, estudos de perdas de carga, custos com escavação e
processo executivo da obra.
Foram vislumbradas as seguintes melhorias para o arranjo, no novo
traçado proposto:
O comprimento do canal reduz em 20%, em relação ao do canal existente
e, portanto, haverá redução do volume a ser escavado;
Otimização do arranjo da nova tomada de água de alta pressão e câmara
de carga;
A nova posição prevista para a casa de força proporcionará um canal de
fuga com dimensões hidraulicamente mais favoráveis, reduzindo a perda de carga e
possíveis erosões ao entorno desta estrutura. Além disso, a área ao entorno para a
obra é ampla, facilitando o processo executivo da obra.
Portanto, devido as vantagens citadas, definiu-se pela alteração do
traçado do circuito de adução e de geração.
Considerando esse novo eixo, e tendo em vista a necessidade de
aumento da capacidade de escoamento do canal de adução, foi desenvolvida uma
análise de otimização do canal existente, apresentada a seguir.

4.6 Análise de Otimização do Canal de Adução Existente

As análises desenvolvidas buscaram o aumento da capacidade de


escoamento do canal de adução, considerando, ainda, os mínimos volumes de
escavação necessários para essa obra.
Primeiramente, visando aumentar sua capacidade de escoamento do
canal, o mesmo foi redimensionado, considerando uma velocidade média igual a
1,00 m/s, contudo os volumes de escavação resultantes, principalmente em rocha,
foram expressivos. Assim, para o dimensionamento, considerou-se uma velocidade
máxima um pouco maior, de 1,25 m/s, para reduzir a seção e consequentemente os
volumes de escavação.
Nesta etapa foram então realizadas as seguintes análises:

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(1) Análise e identificação do trecho do canal que exerce controle sobre o
escoamento a jusante, visando caracterizar o comportamento hidráulico do
escoamento ao longo do mesmo;
(2) e (3) Análises de sensibilidade da remoção gradual do leito do canal
existente, ou seja, da escavação do fundo do canal, na região do controle de
escoamento, conforme análise anterior, com o objetivo de identificar apenas uma
possível escavação parcial do leito do canal;
(4) Análise de escoamento do canal, considerando o leito horizontal
(declividade nula) e;
(5) Análise de escoamento do canal, considerando uma declividade
constante, igual a 0,0021 m/m, determinada pelas elevações de entrada e saída do
canal.
Com base nos resultados obtidos nas análises supracitadas,
concomitantemente com a comparação dos volumes de escavação, perda de carga
e análise dos processos e etapas construtivas, verificou-se que a melhor alternativa
de otimização é a análise (5), ou seja, propõe se a otimização do canal de adução
existente, escavação, visando a manutenção de uma inclinação longitudinal
constante desde o início do canal (logo após a tomada de água de baixa pressão)
até o início da câmara de carga com uma declividade de 0,0021 m/m.

4.6.1 Compatibilização das Estruturas de Tomada de Água

A partir do novo eixo do circuito de geração definido e, conforme análise


anteriormente apresentada, foi importante também compatibilizar os
dimensionamentos das estruturas de tomada de água, para adequar a transição
entre as estruturas de tomada de água com as estruturas adjacentes, como canal
adutor e conduto forçado.
Dessa forma, os dimensionamentos das tomadas d’água de baixa e de
alta pressão, foram desenvolvidos considerando velocidades limites de 1,50 m/s e
2,10 m/s nas entradas das respectivas estruturas.
Esse critério resultou em um pequeno acréscimo no valor da perda de
carga dessas estruturas, que não impactou nos estudos energéticos desenvolvidos.

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Considerando esse critério, as estruturas ficaram mais compactas e
houve redução principalmente dos volumes de escavação e de concreto
convencional.

4.7 Estudos Econômicos–Energéticos

Os estudos energéticos realizados visam definir parâmetros que


maximizam os ganhos energéticos da CGH São Bento, a qual trabalha basicamente
a fio d’água.
Os níveis da CGH São Bento foram determinados pela topografia de
campo, sendo confirmados e estabelecidos em 1.047,57 m o nível de água de
montante, e em 1.028,92 m, o nível de água de jusante, que foi consolidado por
meio da curva-chave do canal de fuga. Com estes níveis estabelecidos, a queda
bruta da usina resultou em 18,65 m.
No circuito de geração consolidado, a perda de carga calculada resultou
em 3,81% da queda bruta e o rendimento médio do conjunto turbina-gerador foi
estabelecido em 89,2%, sendo 92% o rendimento da turbina e 97% o rendimento do
gerador.
As características físicas e operacionais da CGH São Bento,
consideradas para a realização da simulação energética são apresentadas a seguir:
Gráfico 4.7.1 Características físicas e operacionais.
Características Valor
NA normal de montante 1047,57m
NA normal de jusante 1029,92m
Queda bruta 18,65m
Perdas hidráulicas 3,81%
Queda líquida 17,82m
Vazão ecológica 0,25m³/s
Tipo de turbinas Kaplan
Número de turbinas 1 unidade
Indisponibilidade forçada e programada 2%
Rendimento das turbinas 92,00%
Rendimento dos geradores 97,00%
Limite inferior de turbinamento para 1 unidade 30%
(turbina Kaplan)
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

De posse destes parâmetros e da série histórica de vazões médias


mensais, foi possível realizar a simulação energética da usina.

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4.7.1 Avaliação Energética

Para a avaliação energética da usina foi utilizado modelo matemático de


simulação energética, desenvolvido pela RDR Consultores Associados, o qual utiliza
os dados citados anteriormente e determina, para uma dada potência, a simulação
da operação do empreendimento.
Este modelo matemático fornece como resultados preliminares valores de
potência instalada, energia média e fator de capacidade com base nos critérios
físicos da usina e na série hidrológica de vazões médias mensais definidas para o
local do aproveitamento.
A energia média obtida, a partir da disponibilidade hídrica e restrições de
caráter ambiental, permite uma simulação financeira do empreendimento, resultando
em indicadores que refletem a sua viabilidade.
As condições da simulação do modelo utilizado são mostradas no
fluxograma a seguir, que apresenta o teste realizado para cada valor de vazão
média mensal disponível.

Figura 4.7.1 Fluxograma para valores de vazão

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Neste fluxograma, Qa indica a vazão afluente mensal; Qm é a vazão
remanescente que deve escoar no trecho entre a captação e a restituição, dada
como 50% da Q7,10 previamente calculada; Qn é a vazão nominal de turbinamento,
arbitrada com variação no entorno de 0,20 m/s, Qc é vazão de corte, valor mínimo
para que o equipamento possa operar, dada como 30% da vazão total de
engolimento, considerando uma turbina instalada – Tipo Kaplan; HL é a queda
líquida no trecho e o rendimento do conjunto turbina-gerador.
Assim, se for traçado um gráfico da potência em função da vazão, obtém-
se o gráfico mostrado a seguir.

Gráfico 4.7.2. Potência x Vazão

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

As vazões ocorridas na faixa 1 implicam em potências nulas, por restrição


operacional. Na faixa 2, as vazões não são suficientes para a geração plena, tendo
que satisfazer, ainda, as restrições ecológicas. Já na faixa 3, a disponibilidade
hídrica é tal que há o aproveitamento total da potência instalada.
Assim, para cada vazão média mensal testada foi calculada uma potência
média mensal correspondente, gerando-se uma série de valores relacionados com a
série histórica. O valor da potência média é dado pela média aritmética de todos
esses valores calculados.

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Para o estudo realizado, considerou-se que o período histórico
abrangendo o intervalo de janeiro de 1977 a dezembro de 2014, totalizando 38 anos
de dados.
Na tabela, a seguir, é apresentado um resumo destas simulações, para
uma faixa de potências e, no gráfico, a seguir, são apresentadas as relações das
potências instaladas, energias médias e fatores de capacidade.

Tabela 4.7.1. Resumo da simulação energética


Potência Instalada Energia Média (MW Fator de Vazão Nominal de
(MW) méd) Capacidade Engolimento (m²/s)
1,13 0,67 0,59 7,20
1,16 0,67 0,58 7,40
1,20 0,68 0,57 7,60
1,23 0,68 0,56 7,80
1,26 0,69 0,55 8,00
1,30 0,69 0,54 8,20
1,32 0,69 0,53 8,40
1,35 0,70 0,52 8,60
1,38 0,70 0,51 8,80
1,41 0,70 0,50 9,00
1,44 0,70 0,49 9,20
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Gráfico 4.7.3. Pi x E média e Pi x FC

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

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A faixa de potência indicada para a CGH São Bento é a que corresponde
um fator de capacidade de 0,55, que resultou em de 1,26 MW. Porém, para a
motorização da CGH São Bento adotou-se a potência mais próxima da comercial,
correspondente 1,30 MW, que resulta num fator de capacidade em torno de 0,54 e
energia média de cerca de 0,69 MW médios. Para a vazão de engolimento
correspondente a essa potência, de 8,20 m³/s, a permanência da série de vazões é
de aproximadamente 24%.
Deverá ser instalada, assim, uma turbina do tipo Kaplan “S” Eixo
Horizontal, de 1,30 MW de potência.

4.7.2 Avaliação Econômica-Energética

A avaliação econômica-energética do aproveitamento foi realizada de


acordo com metodologia preconizada nas Diretrizes para Estudos e Projetos de
Pequenas Centrais Hidrelétricas, elaborada pela ELETROBRÁS.
As principais características econômicas adotadas para este
empreendimento estão apresentadas na tabela a seguir.

Gráfico 4.7.4 Características econômicas


Características Valores
Data base Janeiro/2016
Taxa cambial R$ 1 = US$ 3,86
Tarifa de venda de energia 200,00 R$/MWh
Vida útil do aproveitamento 30 anos
Custo de manutenção e operação 9,00 R$/MWh
Taxa de juros 10%a.a.
Prazo de construção 12 meses
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

A seguir são descritos os indicadores econômicos financeiros calculados


para a CGH São Bento.
Investimento Total [R$]: representa o valor global estimado de recursos
a serem investidos para a implantação do empreendimento, incluindo, os juros e
custos previstos com a subestação e interligação ao sistema de transmissão
baseados no IAC n° 088/2015. Não estão considerados os custos referentes as
ações ambientais.

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Custo Índice [R$/kW]: este parâmetro é determinado dividindo-se o
custo total do investimento pela potência instalada. Utiliza-se para comparação
como investimento realizado em outras usinas de mesmo porte.
Desta forma, considerando as características econômicas descritas
anteriormente, são apresentados, a seguir, os indicadores econômicos:

Tabela 4.7.2. Indicadores econômicos financeiros


Potência (MW) Investimento Total (R$) Custo Índice (R$/kW)
1,30 10.678.908 8,214
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Sendo:

 CEG Custo da energia gerada, em R$/MWh;


 Ci Valor do Investimento = R$ 10.678.908, incluindo o sistema de
transmissão;
 FRC Fator de Recuperação do Capital = 0,1061, para n = 30 anos e i= 10 %
a.a.;
 OeM Custo Anual de Operação e Manutenção, adotado igual a R$ 9,00/MWh;
 EG Energia Gerada Anual das usinas (MWh);
 EF Energia Firme. Para este caso = Energia Assegurada, em MW médios;
 8.760 Número de horas por ano.
Considerando esses fatores, o Custo da Energia Gerada – CEG
corresponde a 196,41 R$/MWh, equivalente a 50,11 US$/MWh se tomada como
base a cotação média do dólar americano em janeiro de 2016, de US$ 1,00 = R$
3,92.

4.7.3 Descrição Geral do Aproveitamento

O arranjo geral da CGH São Bento tem a característica de uma usina a fio
d’água com derivação por meio de canal de adução e conduto forçado até a casa de
força, onde a queda existente é parte natural e parte formada pela estrutura do
barramento existente, constituindo uma queda bruta total de 18,65 metros.

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O barramento da CGH São Bento é composto por vertedouro, em soleira
livre vertente, situado no leito do rio e barragem em concreto massa nas margens
esquerda e direita do rio. Estas estruturas são existentes e serão totalmente
aproveitadas.
O circuito de geração está localizado na margem direita do rio Iratim e é
constituído de canal de aproximação, tomada d’água de baixa pressão, canal de
adução, câmara de carga, tomada d’água de alta pressão, conduto forçado, casa de
força e canal de fuga.
Para execução das melhorias no circuito de geração, será necessária
uma ensecadeira a montante do canal de aproximação da tomada d’água de baixa
pressão, para que seja possível as obras no circuito de adução, compreendendo a
escavação e limpeza do canal adutor, conforme gabarito, escavação, aterro e
execução da câmara de carga. Para a escavação e construção da casa de força e
canal de fuga é previsto um septo de proteção junto ao rio.
No circuito de geração, a vazão turbinada, correspondente a 8,20 m³/s,
passará inicialmente pela tomada d’água de baixa pressão, a qual será executada
em concreto e escavada em rocha, após a passagem pela tomada d’água de baixa
pressão as águas percorrerão cerca de 147,00 m pelo canal de adução, escavado
em rocha e em solo, partindo da estrutura da tomada d’água de baixa pressão até a
entrada da câmara de carga. Desta estrutura, as águas serão conduzidas à tomada
de água de alta pressão e, posteriormente, ao conduto forçado em aço, com 71,70
m de comprimento, que segue até a casa de força, já próxima ao rio.
O reservatório já formado, deverá operar a fio de água, e permanecerá
com o nível normal na El. 1047,57 m. Para esta elevação, a área do reservatório é
de aproximadamente 1,625 km².

4.7.4 Barragem e Vertedouro

A seguir serão descritas as principais características da barragem e do


vertedouro existentes na CGH São Bento.

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4.7.5 Descrição Geral

A estrutura da barragem existente conta com 81,60 m de comprimento e


10,50 m de altura máxima. Inclui em seu tramo central, no leito do rio, o vertedouro
de soleira livre, o qual possui dois trechos vertentes. O primeiro trecho, principal,
possui 67,60 m de comprimento e cota da crista na El. 1.047,57 m, e o segundo
trecho, localizado ao lado direito do primeiro, possui 9,00 m de comprimento e crista
na El. 1.048,37 m.
Está previsto um alteamento nas ombreiras direita e esquerda da
barragem existente, até a El. 1050,00 m, para garantir a proteção das ombreiras e o
devido funcionamento do vertedouro.
Principais características da barragem e do vertedouro com as devidas
readequações:

 Comprimento Total (Barragem e Vertedouro) 92,00 m


 Comprimento do Vertedouro 76,60 m
 Tipo do Vertedouro Soleira livre
 Elevação da Soleira Principal (N.A. Máximo Normal) 1.047,57 m
 Elevação da Soleira Auxiliar 1.048,37 m
 Elevação da Crista da Barragem 1.050,00 m
 Altura Média do Vertedouro 8,50m
 Altura Máxima do Vertedouro 10,50 m
 Paramento de Jusante do Vertedouro 1V:0,57H
 Paramento de Jusante da Barragem 1V:0,80H

4.7.5.1 Dimensionamento Hidráulico

O vertedouro foi redimensionado para descarregar a vazão de 315,00


m³/s, equivalente à cheia com tempo de recorrência de 1.000 anos, com pico
instantâneo e sem considerar o amortecimento no reservatório.
A capacidade de descarga foi obtida a partir dos critérios preconizados
pela U.S. Bureau of Reclamation, juntamente a uma análise das condições de
escoamento em uma soleira vertente com as características apresentadas, onde o
paramento de jusante não corresponde a linha de fluxo inferior do jato em um

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escoamento sobre uma soleira delgada. Tal análise foi executada com base nas
premissas apresentadas por White (1999).
Ambas as soleiras possuem perfil similar ao perfil da barragem, porém
como a espessura da crista é inferior a 2/3 da carga hidráulica de projeto, o
escoamento sobre a ogiva funcionará de acordo com o equacionamento utilizado
para vertedores de parede delgada, com paramento de montante na inclinação
0,54H:1,00V.
Após a análise concluiu-se que a carga de projeto a qual satisfaz as
condições impostas ao escoamento sobre a crista do vertedouro é de 1,80 m, com
coeficiente de descarga de 1,90, resultando em um N.A. máximo maximorum na El.
1.049,37 m, sendo essa adotada para otimização da estrutura existente.
A figura a seguir, apresenta a curva de descarga do vertedouro.

Gráfico 4.7.5. Curva de Descarga do Vertedouro

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

4.7.5.2 Vazão Ecológica

Para escoar a vazão sanitária, correspondente a 0,25 m³/s, no trecho do


rio entre o eixo do barramento e o canal de fuga, está prevista a execução de dois
furos com diâmetro de 0,20 m, na estrutura da barragem existente, na El. 1.045,27

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m, 2,30 m abaixo do nível normal do reservatório, de maneira a garantir o devido
funcionamento do dispositivo em períodos de estiagem.

4.7.5.3 Análise de Estabilidade

As verificações de estabilidade global das estruturas da barragem e


vertedouro da CGH foram realizadas de acordo com o preconizado no Capítulo 7 da
publicação “Critérios de Projeto Civil de Usinas Hidrelétricas – Eletrobrás”, de
outubro de 2003.
Conforme consta nesta publicação, para tais verificações admite-se a
estrutura como um corpo rígido. As verificações são desenvolvidas visando avaliar a
movimentação deste corpo rígido.
Os casos de carregamento considerados na análise de estabilidade da
barragem e do vertedouro foram os seguintes:
Condição de Carregamento Normal (CCN): Corresponde a todas as
combinações de ações que apresentem grande probabilidade de ocorrência ao
longo da vida útil da estrutura, durante a operação normal ou manutenção de rotina
da obra, em condições hidrológicas normais.
Condição de Carregamento Excepcional (CCE): Corresponde a uma
situação de combinação de ações com baixa probabilidade de ocorrência ao longo
da vida útil da estrutura. Em geral, estas combinações consideram a ocorrência de
somente uma ação excepcional, tais como, condições hidrológicas excepcionais,
defeitos no sistema de drenagem, manobras de caráter excepcional, efeitos
sísmicos, etc. com as demais ações correspondentes a condição de carregamento
normal.
De acordo com o critério adotado, a segurança deve ser respeitada e
verificada para quatro situações distintas: Flutuação (CSF), Tombamento (CST),
Deslizamento (CSD) e Análise de tensões na base da estrutura.
Em cada caso de carregamento, foram considerados os seguintes valores
mínimos admissíveis para os coeficientes de base sujeita à compressão:

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Tabela 4.7.3. Valores mínimos admissíveis das condições de segurança
Condição CCN CCE
CST 1,50 1,20
CSF 1,30 1,10
CSD 1,00 1,00
% Base Comprimida 100 66,7
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

No cálculo da segurança ao deslizamento, foi aplicado um coeficiente de


minoração relativo ao atrito (CSD∅) e um coeficiente de minoração relativo à coesão
(CSDc).Em cada caso de carregamento, os valores adotados para estes coeficientes
foram:

Tabela 4.7.4. Valores adotados para os coeficientes de atrito e coesão


Coeficiente CCN CCE
CSDØ 1,50 1,20
CSDc 3,00 2,00
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

As ações atuantes na presente análise de estabilidade global são:

 Peso Próprio e sobrecargas;


 Pressões Hidrostáticas;
 Subpressão e Pressões intersticiais nos poros de concreto.
Foram verificadas 3 seções da estrutura do barramento existente. Duas
seções do vertedouro e uma seção na margem direita da barragem. Seções A, C e
D, respectivamente, no desenho abaixo apresentado.

Figura 4.7.2. Planta do Barramento

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

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Foram efetuadas análises de estabilidade bidimensionais e realizados
cálculos analíticos com auxílio de planilha de cálculo. As tensões foram calculadas
pelo método de gravidade. e foi considerado, ainda, ângulo de atrito de 45º e coesão
de 200 kpa, na interface concreto x fundação.
A base da barragem foi considerada na El. 1.044,48 m, e a base do
vertedouro na El. 1.034,17 m.
O peso da estrutura foi calculado admitindo-se o peso específico de
concreto convencional de 24,00 kN/m³. Os resultados da análise da barragem são
apresentados abaixo:

Tabela 4.7.5. Resultados da Barragem


Parâmetros CCN CCE TR 1000 CCE Fissura
NA montante (m) 1.047,57 1.049,37 1.049,37
NA jusante (m) 0 0 0
CST 2,66 1,32 1,24
CSF 3,58 2,31 2,07
CSD 7,61 3,84 3,63
Base Comprimida (%) 100 88,30 100
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

No caso CCE, como a compressão da área da base não foi de 100%, os


coeficientes CST, CSF e CSD foram recalculados para contemplar abertura de
fissura de 0,43 m de comprimento, a partir do extremo montante da estrutura, sendo
estes valores apresentados na tabela acima.
Conclui-se que a barragem é estável, nos dois casos de carregamento
analisados.
Os resultados da análise do vertedouro são apresentados abaixo:

Tabela 4.7.6. Resultados do Vertedouro


Seção 1 Seção 2
Parâmetros
CCN CCE CCE CCE
NA montante (m) 1.047,57 1.049,37 1.049,37 1.049,37
NA jusante (m) 0 0 0 0
CST 1,46 1,01 1,46 1,00
CSF 5,64 3,88 5,65 3,89
CSD 1,44 1,29 1,44 1,28
Base Comprimida
71,5 61,2 71,6 60,9
(%)
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

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Nota-se que, em todos os casos, os coeficientes mínimos ao tombamento
não foram respeitados. No entanto, ainda nesta etapa de projeto cabe-se uma
análise mais crítica.
A análise de tombamento para as estruturas hidráulicas é, de certa
maneira, desnecessária e muitas vezes seu método de consideração é falho. Antes
de chegar ao tombamento, a estrutura terá que degradar sua segurança ao
deslizamento, provavelmente, até ao seu colapso. Como em todos os casos os
coeficientes de segurança ao deslizamento são superiores ao mínimo, a princípio,
não haverá problema.
Houve, também, um desenvolvimento excessivo de tração na base, no
entanto, os níveis de tensões à fundação transmitidos são muito baixos, não
gerando consequências à interface rocha x fundação. Além disso, considerando a
existência de coesão atuando nesta interface, essa análise, apesar de mostrar falta
de segurança em termos numéricos, pode ser desconsiderada. Posto isso,
considera-se que a barragem e o vertedouro são estáveis, esse último com
ressalvas, devendo novas análises serem feitas na etapa de projeto executivo.

4.8 Circuito Hidráulico

O circuito hidráulico está localizado na margem direita do rio, se


estendendo desde a tomada d’água do canal de adução até a casa de força e canal
de fuga. A partir do reservatório, até a restituição das águas ao rio Iratim, o circuito
de geração compreende as seguintes estruturas:

 Canal de Aproximação;
 Tomada d’Água de Baixa Pressão;
 Canal de Adução;
 Câmara de Carga;
 Tomada d’Água de Alta Pressão;
 Conduto Forçado;
 Casa de força e canal de fuga.

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4.8.1 Tomada d’Água de Baixa Pressão – TABP

A seguir serão descritas as principais características da tomada de d’água


de baixa pressão – TABP.

4.8.1.1 Descrição Geral

A nova estrutura da tomada d'água de baixa pressão (TABP) está


localizada 40 m a jusante da tomada d’água anterior, sendo precedida por um canal
de aproximação.
A entrada do canal de aproximação, que direciona as águas para a TDBP,
encontra-se na margem direita do rio, aproximadamente 200 m a montante do eixo
da barragem existente, tornando a estrutura da TABP, independente da estrutura da
barragem.
A TABP será uma estrutura em concreto armado, do tipo torre, com
soleira na El. 1.045,70 m, com duas aberturas de 2,00 m de largura por 1,90 m de
altura, e comprimento total de 6,40 m, com cota de proteção na El. 1.050,00 m.
A TABP será equipada com uma comporta ensecadeira e um jogo de
painéis de grades grossas, com dimensões de 2,60 m de base e 3,30 m de altura,
que estarão apoiadas sobre o paramento de montante, com inclinação de
1,00V:0,10H. A comporta ensecadeira será do tipo deslizante sendo manobrada por
um acionamento mecânico através de uma cremalheira instalada no vão, para
permitir o fechamento rápido da comporta.
O acesso à plataforma da TABP será a partir do acesso principal na
margem direita do canal de adução.

4.8.1.2 Dimensionamento Hidráulico

A TABP foi projetada de forma a estabelecer uma aceleração progressiva


e gradual do escoamento partindo do reservatório à adução, evitando-se os
fenômenos de separação do escoamento e minimizando as perdas de carga.
A TABP foi dimensionada para operar com a vazão de engolimento
definida em 8,20 m³/s.

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As velocidades máximas nas seções brutas das grades serão de
aproximadamente 0,47 m/s e na seção das comportas não irá ultrapassar a 1,23
m/s.

4.8.1.3 Análise de Estabilidade

Os casos de carregamento considerados na análise de estabilidade da


TABP foram os seguintes:
Condição de Carregamento Normal (CCN): Corresponde a todas as
combinações de ações que apresentem grande probabilidade de ocorrência ao
longo da vida útil da estrutura, durante a operação normal ou manutenção de rotina
da obra, em condições hidrológicas normais.
Condição de Carregamento Excepcional (CCE): Corresponde a uma
situação de combinação de ações com baixa probabilidade de ocorrência ao longo
da vida útil da estrutura. Em geral, estas combinações consideram a ocorrência de
somente uma ação excepcional, tais como, condições hidrológicas excepcionais,
defeitos no sistema de drenagem, manobras de caráter excepcional, efeitos
sísmicos, etc. com as demais ações correspondentes a condição de carregamento
normal.
As ações atuantes na presente análise de estabilidade global são:

 Peso Próprio e sobrecargas;


 Pressões Hidrostáticas;
 Subpressão e Pressões intersticiais nos poros de concreto;
Foram realizadas análises de estabilidade tridimensionais e realizados
cálculos analíticos com auxílio de planilha de cálculo. A segurança foi avaliada
quanto à flutuação, ao tombamento e ao deslizamento, além de serem verificadas as
tensões atuantes na base.
As tensões foram calculadas pelo método de gravidade. Foi considerado,
ainda, ângulo de atrito de 30º e coesão de 200 kpa, na interface concreto x
fundação.A base da TABP foi considerada na El. 1.044,47m.
O peso da estrutura foi calculado admitindo-se o peso específico do
concreto armado, 25 kN/m³.

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Os resultados são apresentados abaixo:

Tabela 4.8.1. Resultados da Tomada d’água de Baixa Pressão


Parâmetros CCN CCE TR 1000
NA montante (m) 1.047,57 1.049,37
NA jusante (m) 1.047,57 1.049,37
CST 3,47 2,27
CSF 3,88 2,78
CSD 19,41 10,84
Base Comprimida (%) 100 100
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Os resultados demonstraram que todos os coeficientes mínimos de


segurança foram respeitados. Dessa maneira, conclui-se que a nova estrutura da
TABP prevista está estável.
Os casos de carregamento considerados na análise de estabilidade da
tomada de água de baixa pressão foram os seguintes:
Condição de Carregamento Normal (CCN): Corresponde a todas as
combinações de ações que apresentem grande probabilidade de ocorrência ao
longo da vida útil da estrutura, durante a operação normal ou manutenção de rotina
da obra, em condições hidrológicas normais.
Condição de Carregamento Excepcional (CCE): Corresponde a uma
situação de combinação de ações com baixa probabilidade de ocorrência ao longo
da vida útil da estrutura. Em geral, estas combinações consideram a ocorrência de
somente uma ação excepcional, tais como, condições hidrológicas excepcionais,
defeitos no sistema de drenagem, manobras de caráter excepcional, efeitos
sísmicos, etc. com as demais ações correspondentes a condição de carregamento
normal.
As ações atuantes na presente análise de estabilidade global são:

 Peso Próprio e sobrecargas;


 Pressões Hidrostáticas;
 Subpressão e Pressões intersticiais nos poros de concreto;

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4.8.2 Canal de Adução

A seguir serão apresentadas as principais características do canal de


adução.

4.8.2.1 Descrição Geral

O canal de adução existente está localizado na margem direita do rio


Iratim, e conduzirá as águas da TABP até a câmara de carga e tomada d’água de
alta pressão. Para a adequação dessa estrutura, será necessária escavação em
rocha e solo, condicionando a uma seção trapezoidal, com a largura na base de 3,00
m e altura molhada de 1,90 m. No início do canal de adução, o piso encontra-se na
El. 1.045,70 m e, após percorrer cerca de 150,00 m, interliga na estrutura da câmara
de carga, na El. 1045,40 m, perfazendo uma declividade de 0,0021 m/m.
O acesso ao longo de toda extensão do canal, com 3,00 m de largura,
será pela margem esquerda, interligando a TABP à câmara de carga e tomada
d’água de alta pressão.
Para execução do canal de adução está prevista a execução de uma
ensecadeira, a montante da entrada do canal de aproximação, que será executada
em solo, com taludes de montante e jusante de 1,0V:1,8H, e coroamento de 3,00 m
de largura na El. 1.048,50 m.

4.8.2.2 Dimensionamento Hidráulico

Conforme já apresentado, o canal de adução foi redimensionado para


atender a capacidade de escoamento da atual vazão de engolimento, definida em
8,20 m³/s. A velocidade máxima resultante foi de 1,29 m/s, para a El. 1.047,57 m
(N.A. máximo normal) e na ordem de 0,55 m/s, para a El. 1.049,37 m (N.A.máximo
maximorum). A cota de proteção do canal foi determinada em conformidade com o
coroamento da barragem correspondendo a 1.050,00 m.

4.8.3 Câmara de Carga

A seguir serão apresentadas as principais características da câmara de


carga.

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4.8.3.1 Descrição geral

A câmara de carga é necessária para suportar os transientes hidráulicos,


principalmente em relação às oscilações de massa induzidas pela operação da
turbina. A estrutura é locada na extremidade de jusante do canal de adução e
imediatamente antes da tomada d’água de alta pressão.
A nova câmara de carga projetada será uma estrutura escavada em rocha
e em solo, com revestimento em concreto, com crista na El. 1.050,00 m, com
aproximadamente 13,00 m de comprimento e 4,00 m de largura.

4.8.3.2 Dimensionamento Hidráulico

A câmara de carga foi dimensionada para amortecimento dos transientes


hidráulicos provocados pela partida e parada brusca dos conjuntos turbo-geradores.
Suas dimensões foram determinadas a partir do volume necessário para
atender ao funcionamento pleno de uma turbina, com vazão de projeto, e para
atender duas condições críticas de operação da CGH, que seria a partida brusca da
turbina e a parada brusca, garantindo assim a funcionalidade do circuito de geração.
Como a CGH São Bento apresenta uma queda inferior a 25 m, as
Diretrizes para projetos de PCH (ELETROBRÁS, 2000) não recomenda o volume da
câmara de carga necessário, somente sugere alargamento da seção do canal.
Dessa forma, a estrutura da câmara de carga da CGH São Bento foi
dimensionada conforme orientações da Eletrobrás, resultando em uma estrutura
com um volume de 208 m³, próximo ao volume da estrutura anterior existente,
apresentando 13,20 m de comprimento e 4,00 m de largura.

4.8.4 Tomada d’Água de Alta Pressão – TAAP

A seguir serão apresentadas as principais características da tomada de


d’água em alta pressão - TAAP.

4.8.4.1 Descrição Geral

A nova tomada d’água de alta pressão (TAAP) projetada, prevista junto à


câmara de carga, será uma estrutura em concreto, escavada em rocha e em solo,

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com crista na El. 1.050,00 m, soleira na El. 1.043,10 m, e com 8,00 m de
comprimento e 3,60 m de largura.
O paramento de montante da TAAP terá inclinação de 0,10H:1,00V e
sobre ele será montada a grade fina, para a retenção de detritos provenientes do
canal de adução. A limpeza das grades será feita manualmente com rastelo.
Possuirá uma abertura de 1,80 m de largura por 2,50 m de altura, para o
emboque do conduto forçado metálico, providas de ranhuras para operação de
comporta vagão e ensecadeira.
A comporta vagão destina-se ao corte emergencial do fluxo na adução da
TAAP, visando manter a integridade da unidade geradora. Já a comporta
ensecadeira visa garantir a estanqueidade do sistema após o fechamento da
comporta vagão, possibilitando que não haja nenhum escoamento a jusante da
entrada da TAAP.
A comporta vagão será operada através de uma central hidráulica
abrigada, anexa a estrutura da TAAP, na El. 1050,00m.
Além disto, a TAAP terá um pórtico fixo, o qual possuirá uma talha
instalada em uma altura suficiente para que seja possível operar a comporta
ensecadeira, além de auxiliar a instalação e manutenção dos demais equipamentos
da TAAP.

4.8.4.2 Dimensionamento Hidráulico

A nova TAAP foi projetada de forma a estabelecer uma aceleração


progressiva e gradual do escoamento da câmara de carga ao conduto forçado,
evitando-se os fenômenos de separação do escoamento e minimizando-se as
perdas de carga.
As velocidades máximas nas seções brutas das grades serão de
aproximadamente 0,77 m/s e na seção das comportas não irá ultrapassar a 2,07
m/s.
A submergência mínima da TAAP foi avaliada pelo critério de Gordon,
evitando a formação de vórtices com arrastamento de ar, resultando em 2,00 m.

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4.8.4.3 Análise de Estabilidade

Os casos de carregamento considerados na análise de estabilidade da


TAAP foram os seguintes:
Condição de Carregamento Normal (CCN): Corresponde a todas as
combinações de ações que apresentem grande probabilidade de ocorrência ao
longo da vida útil da estrutura, durante a operação normal ou manutenção de rotina
da obra, em condições hidrológicas normais;
Condição de Carregamento Excepcional (CCE): Corresponde a uma
situação de combinação de ações com baixa probabilidade de ocorrência ao longo
da vida útil da estrutura. Em geral, estas combinações consideram a ocorrência de
somente uma ação excepcional, tais como, condições hidrológicas excepcionais,
defeitos no sistema de drenagem, manobras de caráter excepcional, efeitos
sísmicos, etc. com as demais ações correspondentes a condição de carregamento
normal. As ações atuantes na presente análise de estabilidade global são:

 Peso Próprio e sobrecargas;


 Pressões Hidrostáticas;
 Subpressão e Pressões intersticiais nos poros de concreto.
Foram efetuadas análises de estabilidade tridimensionais e realizados
cálculos analíticos com auxílio de planilha de cálculo. A segurança foi avaliada
quanto à flutuação, ao tombamento e ao deslizamento, além de serem verificadas as
tensões atuantes na base.
As tensões serão calculadas pelo método de gravidade. Foi considerado
ainda ângulo de atrito de 30º e coesão de 200 kpa, na interface concreto x fundação.
A base da TAAP foi considerada na El. 1042,10 m.

Tabela 4.8.2. Resultados da Tomada d’Água de Alta Pressão


Parâmetros CCN CCE TR 1000
NA montante (m) 1.047,57 1.049,37
NA jusante (m) 0 0
CST 2,62 1,83
CSF 4,22 3,33
CSD 5,33 4,24
Base Comprimida (%) 100 100
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

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Os resultados demonstram que todos os mínimos coeficientes de
segurança foram respeitados e, dessa maneira, conclui-se que para as análises
realizadas a estrutura da TAAP é estável.

4.9 Conduto Forçado

A seguir serão apresentadas as principais características do conduto


forçado.

4.9.1 Descrição Geral

Após a TAAP, as águas serão conduzidas por um conduto forçado em


aço, até a unidade geradora da casa de força.
O conduto forçado possui uma extensão total de 71,70 m, sendo que nos
primeiros 54,50 m, partindo da TAAP, o conduto apresenta diâmetro de 1,80 m. A
partir desta distância, o conduto forçado reduz seu diâmetro para 1,50 m até a
unidade geradora da casa de força.
Durante toda a sua extensão, o conduto forçado será apoiado em blocos
de concreto em sela de 10 em 10 metros com fundação em rocha. Partirá
horizontalmente da TAAP percorrendo um trecho de 40,25 m. Após este primeiro
trecho, o conduto muda de direção em um bloco de ancoragem com uma curva de
38° a partir do plano horizontal, onde o qual percorre mais 14,25 m até entrar na
casa de força, passando por uma redução em seu diâmetro. Após esta redução do
diâmetro, o conduto segue mais 14,00 m onde muda de direção novamente, com
outra curva de 38°, chegando assim na turbina instalada no interior da casa de força.

4.9.2 Dimensionamento Hidráulico

O conduto forçado foi dimensionado considerando critérios econômicos, a


partir da análise do custo da blindagem e a perda de carga gerada.
O diâmetro econômico foi determinado pelo critério de Bondshu para a
vazão de 8,20 m³/s, resultando em um diâmetro interno de 1,80 m, e velocidade de
3,22 m/s, inferior a velocidade máxima para tubos de aço de 5,00 m/s apresentada
pelas Diretrizes para projetos de PCH (ELETROBRÁS, 2000).

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Os critérios adotados para o dimensionamento da blindagem consideram
a máxima pressão estática, acrescida da máxima sobrepressão devido ao golpe de
aríete.

4.9.3 Casa de Força

A seguir serão apresentadas as principais características da casa de


força.

4.9.3.1 Descrição Geral

A nova casa de força da CGH São Bento será do tipo abrigada em


concreto convencional, projetada para comportar 1 unidade hidrogeradora de eixo
horizontal com potência nominal definida de 1,30 MW, constituída de uma turbina
tipo Kaplan - S Horizontal.
Será uma estrutura de um único bloco encaixado em escavação em
rocha. O bloco possuirá 21,50 m de comprimento no sentido do fluxo, e 9,40 m de
largura, no sentido transversal ao fluxo. O bloco abrigará a unidade geradora, sala
de controle, sala de painéis, área de montagem e pórtico rolante. Anexo ao bloco, foi
projetada em uma área de aproximadamente 6,6m² uma copa e um banheiro.
A proteção da casa de força está definida na El. 1.034,00 m,
correspondente à altura de 1,20 m acima do nível de água máximo maximorum, na
El. 1032,80 m definido pela cheia de projeto para um TR de 1.000 anos.
O acesso à casa de força é pelo pátio, situado na direita da estrutura,
localizado na El. 1.034,00 m. Deste pátio, adentra-se a casa de força pela área de
descarga/montagem, na mesma elevação.
O poço de drenagem e o poço de esgotamento estão dispostos do lado
esquerdo da turbina.

4.9.3.2 Análise de Estabilidade

Os casos de carregamento considerados na análise de estabilidade Casa


de Força foram os seguintes:

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Condição de Carregamento Normal (CCN): Corresponde a todas as
combinações de ações que apresentem grande probabilidade de ocorrência ao
longo da vida útil da estrutura, durante a operação normal ou manutenção de rotina
da obra, em condições hidrológicas normais.
Condição de Carregamento Excepcional (CCE): Corresponde a uma
situação de combinação de ações com baixa probabilidade de ocorrência ao longo
da vida útil da estrutura. Em geral, estas combinações consideram a ocorrência de
somente uma ação excepcional, tais como, condições hidrológicas excepcionais,
defeitos no sistema de drenagem, manobras de caráter excepcional, efeitos
sísmicos, etc. com as demais ações correspondentes a condição de carregamento
normal.As ações atuantes na presente análise de estabilidade global são:

 Peso Próprio e sobrecargas;


 Pressões Hidrostáticas;
 Subpressão e Pressões intersticiais nos poros de concreto.
Foram feitas análises de estabilidade tridimensionais e realizados cálculos
analíticos com auxílio de planilha de cálculo. A segurança foi avaliada quanto à
flutuação, ao tombamento e ao deslizamento, além de serem verificadas as tensões
atuantes na base. Apesar de ter sido feita uma análise completa, é importante citar
que a análise de flutuabilidade é a de maior importância na verificação da segurança
da Casa de Força. Isso se deve ao fato da estrutura estar encaixada em rocha.
As tensões foram calculadas pelo método de gravidade. Foi considerado
ainda ângulo de atrito de 30º e coesão de 200 kpa, na interface concreto x fundação.
A base da casa de força foi considerada na El. 1.022,75 m. O peso da
estrutura foi calculado admitindo-se o peso específico do concreto armado, 25
kN/m³.Os resultados são apresentados abaixo:

Tabela 4.9.1. Resultados da Casa de Força


Parâmetros CCN CCE TR 1000
NA montante (m) 1.029,20 1.032,80
NA jusante (m) 1.029,20 1.032,80
CST 1,87 1,20
CSF 2,04 1,30
CSD 4,55 5,73
Base Comprimida (%) 100 100
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

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Os resultados demonstram que todos os mínimos coeficientes de
segurança foram respeitados. Dessa maneira, conclui-se que para as análises
realizadas a estrutura da Casa de Força é estável.

4.9.4 Canal de Fuga

O canal de fuga será escavado em rocha e solo e terá, aproximadamente,


37,00 m de comprimento e base de 7,00 metros com escavações laterais de
inclinação de 1,00H:1,00V em solo e vertical em rocha.

4.10 Perdas de Carga

A perdas de carga da CGH São Bento foram calculadas para todas as


estruturas do circuito hidráulico de geração, atendendo aos critérios e orientações da
ANEEL, Eletrobrás e de referências bibliográficas consolidadas do setor.
O resumo das perdas de carga ao longo do circuito de geração da CGH
São Bento é apresentado na tabela a seguir.

Tabela 4.10.1 Perdas de carga ao longo do circuito de geração da CGH São


Bento
Estruturas Perda de Carga
Tomada de Água BP
Grades 0,0007m
Emboque 0,0031m
Ranhuras da Comporta 0,0012m
Canal de Adução
Perda Contínua 0,1500m
Tomada de Água AP
Grades 0,0116m
Emboque 0,0087m
Ranhuras da Comporta 0,0034
Entrada do Conduto Forçado 0,0003
Conduto Forçado
Perda Contínua 0,3400
Curvas 0,1205
Redução 0,0007
Casa de Força
Ranhuras da Comporta 0,0029m
Sucção 0,0286m
Canal de Fuga
Entrada do Canal 0,0098m
Perda Contínua 0,0249m
Total 0,7082m
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

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4.10.1 Linha de Transmissão

A linha de transmissão em 34,5 kV, deverá ser construída conforme


requisitos mínimos exigidos pela concessionária. Para a interligação da Subestação
Elevadora da CGH São Bento até a Subestação Elevadora de General Carneiro,
serão necessários 28,0 km de linha de transmissão, conforme indicado na
Informação de Acesso n° 088-2015, disponibilizado pela concessionária.

4.11 Equipamentos e Sistemas Mecânicos

A seguir serão apresentadas as principais características dos


equipamentos e sistemas mecânicos presentes na CGH São Bento.

4.11.1 Equipamentos da Tomada d’Água de Baixa Pressão

A seguir serão apresentadas as principais características dos


equipamentos da tomada d’água de baixa pressão.

4.11.2 Grade

a. Generalidades:
A CGH São Bento possuirá uma estrutura de tomada d’água de baixa
pressão, tipo embutida na rocha, em concreto, constituída de 1 (uma) adução.
A tomada d’água de baixa pressão estará equipada com grade grossa
metálica, com a função de impedir a entrada de detritos provenientes do reservatório
da usina, que por suas dimensões possam danificar as unidades geradoras.
Os painéis serão instalados na ranhura embutida no concreto. A ranhura
metálica será soldada nas peças fixas de primeiro estágio.
Os painéis serão removíveis, sendo cada painel construído com barras
verticais, de perfil retangular, montadas sobre um quadro de aço estrutural e
providos de pinos de guia para garantir o perfeito alinhamento das barras verticais
dos painéis sobrepostos.
b. Características Principais:

 Tipo de grade Removível

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 Quantidade de aduções 2
 Quantidade de jogos de peças fixas 2
 Quantidade de painéis por Grade 2
 Largura Total de uma grade 2,00 m
 Altura Total de uma grade 2,94 m
 Nível d’água máximo normal 1.047,57 m
 Nível d’água máximo maximorum 1.049,37 m
 Nível d’água mínimo operacional 1.047,57 m
 Elevação da soleira da grade 1.045,46 m
 Carga de projeto 50 kPa
 Razão mínima entre a frequência própria das barras e a frequência de
turbilhonamento considerando as grades com 50% de obstrução 1,5

4.11.2.1 Comporta Ensecadeira

a. Generalidades:
A tomada d’água de baixa pressão estará equipada com 2 (duas)
comportas ensecadeira com a função de fechar o canal para qualquer eventual
manutenção e/ou problema com as estruturas e equipamentos à jusante.
As operações de colocação e retirada da comporta na ranhura, deverão
ser realizadas somente quando ocorrer o equilíbrio das pressões hidráulicas a
montante e a jusante da comporta deslizante. O equilíbrio de pressões deverá ser
obtido por intermédio de um by-pass instalado na comporta. O acionamento da
comporta se fará de forma mecânica através de uma cremalheira.
b. Características Principais:

 Quantidade de comportas 2
 Quantidade de conjunto de peças fixas por comporta 2
 Largura livre do vão 2,00 m
 Altura livre do vão 1,90 m
 Nível d’água máximo normal 1.047,57 m
 Nível d’água máximo maximorum 1.049,37 m
 Cota da soleira El. 1.045,70 m
 Cota do piso de operação El. 1.050,00 m

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4.11.3 Equipamentos da Tomada d’Água de Alta Pressão

A seguir serão apresentados os equipamentos da tomada d’água de alta


pressão.

4.11.3.1 Grade

a. Generalidades:
A CGH São Bento possuirá uma estrutura de tomada d’água de alta
pressão, com fundação na rocha, em concreto, interligada ao conduto forçado que
conduzirá a água até a casa de força.
A tomada d’água de alta pressão estará equipada com grade fina
metálica, com a função de impedir a entrada de detritos provenientes do canal de
adução.
O painel será instalado na ranhura embutida no concreto. A ranhura
metálica será soldada nas peças fixas de primeiro estágio.
O painel será fixo, sendo construído com barras verticais, de perfil
retangular, montadas sobre um quadro de aço estrutural e providos de pinos de guia
para garantir o perfeito alinhamento das barras verticais dos painéis sobrepostos.
b. Características Principais:

 Tipo de grade Removível


 Quantidade de aduções 1
 Quantidade de jogos de peças fixas 1
 Quantidade de painéis por Grade 1
 Largura Total de uma grade 1,80 m
 Altura Total de uma grade 3,80 m
 Nível d’água máximo normal 1.047,57 m
 Nível d’água máximo maximorum 1.049,37 m
 Nível d’água mínimo operacional 1.047,57 m
 Elevação da soleira da grade 1.042,95 m
 Carga de projeto 80 kPa
 Razão mínima entre a frequência própria das barras e a frequência de
turbilhonamento considerando as grades com 50% de obstrução 1,5

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4.11.3.2 Comporta Ensecadeira

a. Generalidades:
A tomada d’água estará equipada com 1 (uma) comporta ensecadeira
com a função de dar estanqueidade para qualquer eventual manutenção e/ou
problema com as estruturas e equipamentos à jusante.
As operações de colocação e retirada da comporta na ranhura, deverão
ser realizadas somente quando ocorrer o equilíbrio das pressões hidráulicas a
montante e a jusante da comporta deslizante. O equilíbrio de pressões deverá ser
obtido por intermédio da comporta vagão instalada à Jusante. O acionamento da
comporta se dará com auxílio de uma talha monovia instalada no local juntamente
com uma viga pescadora.
b. Características: Principais:

 Quantidade de comportas 1
 Quantidade de conjunto de peças fixas por comporta 1
 Largura livre do vão 1,80 m
 Altura livre do vão 2,50m
 Nível d’água máximo normal 1.047,57 m
 Nível d’água máximo maximorum 1.049,37 m
 Cota da soleira 1.043,10 m
 Cota do piso de operação 1.050,00 m

4.11.3.3 Comporta Vagão

a. Generalidades:
A tomada d’água de alta pressão estará equipada com 1 (uma) comporta
vagão com a função de fechar o canal em caso de emergência, em desequilíbrio de
pressões, para manter a integridade dos equipamentos a jusante da comporta.
A comporta será acionada por atuador hidráulico instalado acima da
ranhura.
b. Características:
Principais:

 Quantidade de comportas 1

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 Quantidade de conjunto de peças fixas por comporta 1
 Largura livre do vão 1,80 m
 Altura livre do vão 2,40m
 Nível d’água máximo normal 1.047,57 m
 Nível d’água máximo maximorum 1.049,37 m
 Cota da soleira 1.043,10 m
 Cota do piso de operação 1.050,00 m

4.11.3.4 Equipamento de Içamento

a. Generalidades:
A tomada d’água de alta pressão será equipada com uma talha elétrica
monovia, com a finalidade na fase inicial de construção, auxiliar na montagem da
grade e comportas. Posteriormente, durante a fase de operação da usina, será
utilizada na manutenção e manobra da grade e da comporta ensecadeira.
A talha elétrica monovia será instalada em local não abrigado contra as
intempéries. A talha terá capacidade suficiente para movimentar a comporta
ensecadeira e os painéis de grade, por meio da respectiva viga pescadora inclusive
para a remoção dos equipamentos.
O comando deverá ser realizado por meio de botoeira manual pendente,
a partir do piso principal da tomada d’água, na El.1.050 m.
O conjunto da Talha Elétrica Monovia é composto de:
1 Talha elétrica com içamento e translação elétricos;
1 Viga monovia e batentes;
Suportes da viga-monovia, incluindo embutidos de segundo estágio.
b. Características Principais:

 Capacidade do guincho 70 kN
 Comprimento da monovia 5,0 m
 Curso do Gancho 10,0 m
c. Velocidades:

 Translação 15,0 m/min


d. Içamento:

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 máx 10,0 m/min

4.11.3.5 Conduto Forçado

a. Generalidades:
A adução para a turbina será efetuada através de um conduto forçado,
com um diâmetro interno de 1,80m, interligando a tomada d’água de alta pressão à
casa de força, com aproximadamente 72,0m de comprimento.
O conduto forçado será exposto e apoiado sobre blocos de concreto.
b. Características Principais:

 Número de condutos 1
 Diâmetro interno trecho principal 1,80m
 Vazão nominal máxima 8,20 m³/s
 Elevação inicial da linha de centro do conduto 1.044,00 m
 Elevação da linha de centro na casa de força 1.027,20 m
 Elevação N.A. máximo normal de montante 1.047,57 m
 Sobrepressão admitida no fechamento do distribuidor 40%

4.11.4 Equipamentos da Casa de Força

A seguir serão apresentados os equipamentos que compõem a casa de


força.

4.11.4.1 Turbinas

a. Generalidades:
A turbina será do tipo Kaplan “S”, de eixo horizontal, com carcaça de
chapas de aço soldadas, tubo de sucção cônico reto e adequada para acionamento
direto de um gerador de corrente alternada, trifásico, 60 Hz.
Deverão ser previstos os seguintes equipamentos/componentes
juntamente com o fornecimento das turbinas:

 Revestimento do tubo de sucção;


 Pré-distribuidor;
 Carcaça em “S”;
 Aro da câmara do rotor;

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 Anel do distribuidor;
 Anéis de desgaste estacionário;
 Palhetas diretrizes;
 Mecanismo de acionamento das palhetas diretrizes;
 Anel de regulação;
 Servomotor das palhetas diretrizes;
 Servomotor para o Rotor Kaplan;
 Rotor Kaplan: O rotor da turbina deverá ser projetado e fabricado para
suportar todas as tensões resultantes da operação da unidade e do
funcionamento da velocidade de disparo mais crítica, o rotor deverá ser
fabricado em aço inoxidável tipo ASTM A 743 Gr. CA 6 NM, ou similar;
 Eixo principal;
 Vedação do eixo;
 Mancais: O eixo da turbina será suportado por um mancal combinado
guia/escora. O mancal deverá ser dimensionado para operar nas condições
mais severas, impostas pelo disparo da unidade e nas rejeições de carga. A
rigidez dos mancais deverá ser adequada para prover segurança quanto as
velocidades críticas e de disparo da unidade, de forma que as frequências
naturais fiquem convenientemente afastadas. Os mancais serão fornecidos
completos, incluindo seus sistemas de lubrificação, resfriamento e injeção de
óleo (onde aplicável) e respectivos dispositivos de supervisão.
b. Características Principais:

 Número de unidades 1
 Potência nominal no eixo da Turbina 1.341kW
 Vazão nominal 8,20 m3/s
 Rotação nominal 450,00 rpm
 Rendimento médio 92,00%
Níveis de montante:

 Nível d’água máximo normal 1.047,57 m


 Nível d’água máximo maximorum 1.049,37 m
 Nível d’água mínimo operacional 1.047,57 m
Níveis de jusante:

 Nível d’água máximo normal 1.029,82 m


 Nível d’água máximo maximorum 1.032,80 m
 Nível d’água mínimo operacional (1 unidade com carga parcial) 1.028,69 m

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Quedas líquidas:

 Máximo operacional 18,80 m


 Nominal 17,94 m
 Mínima operacional 15,89 m
 Elevação da linha de centro do distribuidor 1.027,20 m
 Altura de sucção (mínimo de água à jusante) 1,73 m
Tipo de regulador de velocidade digital, com processador principal e de
retaguarda.

4.11.4.2 Pórtico

a. Generalidades:
A casa de força será equipada com um pórtico, com finalidade
inicialmente na fase de construção e montagem da usina, de auxiliar no içamento e
transporte dos conjuntos mais pesados das turbinas e geradores, bem como de
auxiliar as montagens parciais desses equipamentos. Posteriormente, durante a fase
de operação da usina, será utilizada na manutenção geral dos equipamentos
contidos na casa de força.
O pórtico será equipado com um guincho principal e um guincho auxiliar
para operar com maior velocidade o içamento de peças menores e mais leves.
A alimentação elétrica do pórtico será realizada por meio de cabo isolado
e sistema de festoon fixadas à viga de jusante do caminho de rolamento ao longo da
casa de força. O ponto de alimentação desse barramento elétrico (caixa de ligação)
será feito próximo à metade da extensão do percurso da ponte rolante.
b. Características Principais:

 Quantidade: 1 (un)
 Vão do Pórtico: 7,10 m
 Capacidade do gancho principal: 100 kN
 Capacidade do gancho auxiliar: 10 kN
 Comprimento do caminho de rolamento: 21,00 m
 Cota do piso do caminho de rolamento: 1.034,00 m
 Curso do gancho principal: 12,00 m

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 Curso do gancho auxiliar: 18,00 m
c. Velocidades:

 translação do carro(máx) 5,0 m/min


 translação do ponte (máx.) 20,0 m/min
 gancho principal(máx.) 2,0 m/min
 gancho auxiliar (máx) 10,0 m/min

4.11.4.3 Talha Elétrica do Tubo de Sucção

a. Generalidades
A casa de força será equipada com uma talha elétrica monovia, com a
finalidade de manobrar as comportas ensecadeiras do tubo de sucção do canal de
fuga.
A talha elétrica monovia será instalada em local abrigado contra as
intempéries, sendo a capacidade da talha suficiente para movimentar a comporta
ensecadeira por meio da respectiva viga pescadora inclusive para a remoção dos
equipamentos.
O comando deverá ser realizado por meio de botoeira manual pendente,
a partir do piso na El.1.034,00 m.
b. Características Principais:

 Capacidade do guincho 50 kN
 Curso do Gancho 18,00 m
c. Velocidades:

 Translação 15,0 m/min


d. Iaçamento:

 máx 10,0 m/min


 mín 1,0 m/min

4.11.4.4 Comporta Deslizante

a. Generalidades:

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A casa de força possuirá uma comporta deslizante destinada ao
fechamento do tubo de sucção, com o objetivo de obstruir a passagem da água do
nível de jusante e permitir a manutenção da respectiva unidade geradora.
A comporta deslizante deverá ser manobrada pela talha elétrica instalada
acima da ranhura das comporta, na qual será acoplada uma viga pescadora que
deverá realizar automaticamente o engate e o desengate à comporta deslizante.
As operações de colocação e retirada da comporta nas ranhuras, serão
realizadas quando ocorrer o equilíbrio de pressões hidráulicas montante/jusante da
comporta. Quando da retirada da comporta deslizante este equilíbrio deverá ser
realizado por intermédio das bombas de esgotamento.
A estocagem da comporta deslizante será realizada por meio de travas de
armazenamento e na parte superior da ranhura, e da viga pescadora por meio de
dispositivo de estocagem na El. 1.034,00 m.
Características Principais:

 Quantidade de comportas deslizante 1


 Quantidade de painéis por comporta deslizante 1
 Quantidade de jogos de peças fixas 1
 Quantidade de vigas pescadoras 1
 Quantidade de dispositivos de estocagem para viga pescadora 1
 Vão livre da Comporta 2,10 m
 Altura livre da Comporta 2,30 m
 Elevação da viga soleira 1.026,05 m
 Nível d’água normal de jusante 1.028,92 m
 Nível d’água mínimo de jusante 1.028,69 m
 Nível d’água máximo maximorum de jusante 1.032,80 m

4.11.5 Sistemas Auxiliares Mecânicos

A seguir serão apresentadas as principais características dos sistemas


auxiliares mecânicos.

4.11.5.1 Sistema de Água de Resfriamento

a. Generalidades:

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O sistema de água de resfriamento da casa de força será constituído por
uma captação de água no conduto forçado que alimenta 2 filtros. As saídas dos
filtros serão unidas através de um coletor único de baixa pressão que alimentarão
um barrilete, para posterior distribuição de água filtrada, através de uma rede de
tubulações para os diversos equipamentos periféricos de cada unidade geradora,
tais como:
Trocadores de calor do óleo dos mancais guia e mancal escora da turbina
e gerador;
Sistema de vedação do eixo da turbina;
Suprimento de água para o sistema de água de serviço.
O filtro deverá suprir a demanda de água filtrada e com a pressão
adequada para duas unidades geradoras completas.
b. Características Principais:
O sistema de extintores deverá ser do tipo portátil sob comando manual.
Serão utilizados extintores de água pressurizada, CO 2 e pó químico,
portáteis e de carreta, conforme recomendação da Norma Brasileira NBR-12963.
Os extintores de água pressurizada, CO2 e pó químico, serão constituídos
por cilindros pressurizados, fabricados de acordo com as normas da ABNT, com
capacidades de 4 e 6 kg.
As carretas portáteis de CO2 e pó químico, serão constituídos por cilindros
pressurizados, de acordo com as normas da ABNT, com capacidades de 25 e 50 kg.
Os extintores serão instalados nos diversos ambientes da casa de força,
em locais apropriados para eliminar sinistros por incêndio.

4.11.5.2 Sistema de Proteção Contra Incêndio

a. Generalidades:
O sistema de proteção contra incêndio será composto por extintores, com
água pressurizada, CO2 e pó químico, do tipo móvel, com funcionamento sob
comando manual, ambos para utilização na extinção de incêndio nos diversos
ambientes da Casa de Força.
b. Características Principais:
O sistema de extintores deverá ser do tipo portátil sob comando manual.

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Serão utilizados extintores de água pressurizada, CO 2 e pó químico,
portáteis e de carreta, conforme recomendação da Norma Brasileira NBR-12963.
Os extintores de água pressurizada, CO2 e pó químico, serão constituídos
por cilindros pressurizados, fabricados de acordo com as normas da ABNT, com
capacidades de 4 e 6 kg.
As carretas portáteis de CO2 e pó químico, serão constituídos por cilindros
pressurizados, de acordo com as normas da ABNT, com capacidades de 25 e 50 kg.
Os extintores serão instalados nos diversos ambientes da casa de força,
em locais apropriados para eliminar sinistros por incêndio.

4.11.5.3 Sistema de Ar Comprimido de Serviço

a. Generalidades:
O sistema de ar comprimido de serviço tem a finalidade de produzir,
armazenar e suprir as necessidades de ar comprimido de serviço, que são:
atuação do sistema de frenagem dos geradores;
limpeza de linhas, equipamentos e superfícies;
operação de ferramentas pneumáticas.
O sistema de ar comprimido de serviço é composto basicamente por 1
grupo motocompressor de ar comprimido e uma rede de tubulações para distribuição
de ar para a casa de força.
Após os compressores haverá um filtro para secagem e purificação do ar.
O controle de operação do compressor será feito por transmissor de
pressão, instalado na linha principal de distribuição de ar, que comandará a
partida/parada do compressor.
b. Características Principais:
Compressor de Ar - Tipo alternativo de pistão, resfriado a ar, estacionários
e intercambiáveis:

 Descarga livre efetiva 1,2 m³/h


 Pressão de trabalho 760 kPa
Reservatório de ar:

 Volume 500 litros

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 Pressão de trabalho 760 kPa
 Quantidade de Compressores 1 conjunto (com reservatório)
O conjunto motocompressor e reservatório deverá conter todos os
dispositivos de sinalização, válvulas de isolamento, válvulas de segurança,
manômetros, pressostatos, etc.

4.11.5.4 Sistema de Esgotamento e Enchimento das Unidades

a. Generalidades:
O sistema de esgotamento será composto por 3 bombas centrífugas
submersíveis, para serem instaladas dentro do poço compartilhado de drenagem e
esgotamento.
O esgotamento será feito após o fechamento da comporta vagão da
tomada d’água e do distribuidor da turbina. Depois de fechada a tomada d’água e a
turbina, é realizado o fechamento da comporta do tubo de sucção. Com todos os
equipamentos fechados, inicia-se o processo de esgotamento, dando a partida na
bomba.
b. Características Principais:
Bombas principais

 Quantidade de Bombas 3
 Tipo Centrífuga submersível de rotor semi-aberto
 Vazão 22 m³ /h, para AMT (aproximado) de 15 mca
 Acionamento Automático

4.11.5.5 Sistema de Medição Hidráulicas

a. Generalidades:
Este sistema compreende as seguintes medições hidráulicas: Medição do
Nível do Reservatório, Medição do Nível na Entrada da Tomada d’Água, Medição do
Nível do Canal de Fuga, Medição da Perda de Carga nas Grades, Detecção do
Equilíbrio de Pressões na Comporta de Serviço da Tomada d’Água e Detecção do
Equilíbrio de Pressões na Comporta do Tubo de Sucção. A seguir estão descritos os
sistemas de medição.

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Para a medição do nível do reservatório serão utilizados sensores de
pressão (sondas piezoresistivas), que convertem a pressão hidrostática
correspondente ao nível d’água do local em um sinal elétrico analógico 4 a 20 mA,
proporcional e independente da carga.
Deverão ser instalados em pontos onde o nível do reservatório esteja
estagnado, junto à barragem. Os sinais provenientes deste instrumento serão
continuamente comparados entre si e em caso de disparidade deverão gerar sinais
de alarme. Os sinais deverão ser indicados na sala de controle.
Medição do Nível na Entrada da Tomada d’Água
Será realizado por um sensor de pressão com transmissor do tipo
capacitivo ou equivalente e terá sinal de pressão de 4 a 20 mA, relativo a pressão
d’água, em função do nível de instalação. Será convertido para nível d’água, em
metros, relativo ao nível do mar e indicado na sala de controle.
A medição do nível do canal de fuga será realizada por um sensor de
pressão com transmissor do tipo capacitivo ou alternativamente por sonda
piezoresistivas, terá sinal de pressão de 4 a 20 mA, relativo à pressão d’água, em
função do nível de instalação. Será convertido para nível d’água, em metros, relativo
ao nível do mar, com indicação na sala de controle.
A medição da perda de carga nas grades será realizada por meio de
transmissores de pressão diferencial, tipo membrana capacitiva, com saída de 4 a
20 mA, com sensores a montante e a jusante das grades.
O sistema de controle centralizado deverá processar estes níveis e indicar
a diferença na tela do computador na sala de controle, em centímetros de coluna
d’água, correspondente à perda de carga de cada grade.
A detecção do equilíbrio de pressões na comporta de serviço da tomada
d’água será realizada por meio de transmissores de pressão diferencial, tipo
membrana capacitiva, com saída de 4 a 20 mA, com sensores a montante e a
jusante da comporta de serviço.
Estes instrumentos terão a finalidade de liberar a abertura da comporta
após o nível d’água estar equilibrado. Os sinais serão também indicados na sala de
controle.
Detecção do Equilíbrio de Pressões na Comporta do Tubo de Sucção

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Será realizada por manômetros diferenciais e deverá permitir a
visualização, pelo operador, do equilíbrio de pressões entre o tubo de sucção e o
nível de jusante, de modo a permitir a retirada das comportas ensecadeiras. A leitura
dos manômetros será local.

4.11.5.6 Sistema de Drenagem

a. Generalidades:
O sistema de drenagem da casa de força será constituído por um poço de
drenagem e esgotamento, que receberá por gravidade, todas as águas provindas de
uma rede de tubulações de drenagem internas na casa de força e provenientes de
diversas origens, tais como descarga de água dos filtros em operação de limpeza
automática, percolação de pisos e paredes, vazamentos de tubulações e
equipamentos, sistema de drenagem das tampas, descarga de sistemas de
filtragens de águas de vedação hidráulica e limpeza dos pisos.
Através de sensores de nível interligados ao centro de controle de
motores, as bombas serão acionadas para operar automaticamente, recalcando a
água para o canal de fuga.

4.11.5.7 Sistema de Ventilação e Ar Condicionado

a. Generalidades: O sistema de ventilação e ar condicionado tem por


objetivo assegurar aos ambientes e locais atendidos da casa de força, através de
renovação de ar, níveis de temperatura e qualidade de ar, adequados às condições
requeridas por pessoas e equipamentos.
O sistema consistirá na instalação exaustores, condicionador de ar,
grelhas e venezianas, que serão dimensionados conforme o arranjo final das
disposições dos equipamentos e da sala de comando, a fim de garantir a qualidade
de ar requeridas.
b. Características Principais do Ar Condicionado:
O objetivo deste sistema é suprir de ar devidamente tratado, a sala de
comando e de painéis. O sistema de ar condicionado será composto por, um
aparelho de parede do tipo mini central compacta, capacidade de 18000 BTU/h, 3

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TR, só refrigeração, trifásico, 220V, 60 Hz, com quadro de comando, com termostato
para temperatura e timer para alternar o funcionamento dos equipamentos a cada
24:00 horas.

4.11.5.8 Sistema de Coleta e Separação de Água / Óleo

O sistema de coleta e separação água / óleo tem a finalidade de coletar e


separar o óleo isolante da água, em caso de incêndio do transformador.
O sistema será composto de bacias de drenagem e contenção, tubulação
coletora, tanque coletor-separador de água e óleo, bomba submersível de drenagem
do óleo e um tanque móvel para coleta do óleo.
Será considerada a possibilidade de ocorrência de incêndio somente em
um transformador.
Para o dimensionamento das bacias de contenção e das tubulações, será
adotado que, em caso de incêndio, o derramamento de óleo ocorrerá em quinze
minutos e o tempo mínimo de combate ao incêndio será de meia hora.
As bacias estarão dispostas sob cada transformador e preenchidas com
pedra britada.
O tanque separador de óleo deverá conter o volume total de óleo de um
transformador com no mínimo 10% de folga. O tanque coletor / separador será
construído em concreto e será constituído por duas câmaras.

4.11.6 Sistema de Utilidades

A seguir serão apresentadas as principais características dos sistemas de


utilidades.

4.11.6.1 Sistema de Tratamento de Esgoto

a. Generalidades:
O sistema esgoto sanitário tem a finalidade de coletar, tratar e lançar para
o canal de fuga o esgoto proveniente dos sanitários. O esgoto é coletado por
gravidade diretamente para o tanque coletor, após o tanque coletor, o efluente é

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transferido por transbordamento para o tanque de descarga e deste por gravidade
para o Canal de Fuga.
O sistema foi dimensionado para atender a 5 pessoas na casa de força.
O projeto deverá atender, onde for aplicável, as recomendações das
normas brasileiras NBR-7229/93 e NBR-8160/83.
O sistema previsto é composto por tubos de coleta, tanque coletor, tubos
de ventilação e tanque para descarga no canal de fuga.
Todo o efluente encaminhado à estação de tratamento de esgoto passa
pelo processo de digestão no tanque coletor, sendo o rejeito líquido transferido, por
transbordamento, para o tanque de descarga onde é feita a desinfeção através de
dosagem controlada de solução de hipoclorito de sódio.
O rejeito líquido da estação é conduzido e despejado, por gravidade, no
canal de fuga, abaixo do nível mínimo de água. Os rejeitos sólidos retidos na fossa
são removidos na limpeza através das tampas de acesso.
b. Características Principais:
Tanque Coletor:

 Material fibra
 Tipo 2 câmaras
 Material fibra
 Capacidade 5 pessoas

4.11.6.2 Sistema de Água Tratada, com Suprimento Externo

a. Generalidades:
Este sistema tem a finalidade de, a partir do suprimento externo de água
tratada e potável, armazenar e distribuir esta água para o sanitário, copa/cozinha,
sala de baterias e bebedouros da casa de força.
A água será armazenada em um reservatório superior, instalado na casa
de força. A alimentação de água para os diversos pontos de consumo será feita por
gravidade, com a pressão equivalente a coluna de água da altura da caixa d’água.
O sistema será dimensionado para atender uma população média de 10
pessoas.

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O sistema será composto basicamente de uma caixa d’água com bóia,
rede de tubulações de PVC, para distribuição e válvulas para operação manual.

4.12 Equipamentos e Sistemas Elétricos

A seguir serão apresentadas as principais características dos


equipamentos e sistemas elétricos.

4.12.1 Gerador da Casa de Força

O gerador será em corrente alternada, síncrono, trifásico, ligação em


estrela, com neutro aterrado através de resistor, de eixo horizontal, com arranjo de
mancais conforme especificado para acoplamento direto à turbina hidráulica, tipo
Kaplan “S”, com carenagem fixada ao concreto, com sistema de resfriamento a ar
em circuito aberto, com sistema de excitação brushless, alimentado a partir dos
terminais do próprio gerador e adequado para eventual operação futura como
compensador síncrono.
Na tabela abaixo, estão apresentadas as principais propriedades elétricas
do gerador.

Tabela 4.12.1 Propriedades Elétricas do Gerador


Características Valor
Potência ativa nominal (nos bornes do gerador) 1300 kW
Potência aparente nominal (nos bornes do gerador) 1444 kVA
Tensão nominal 660 Vef
Corrente nominal 1263,56 A
Frequência nominal 60 Hz
Perda contínua 90%
-7,5% /
Faixa de variação da tensão
+5%
Tipo de ligação Estrela (Y)
Rotação nominal 450 rpm
Número de pólos 16
Distorção harmônica máxima 5%

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Características Valor
Rendimento considerando todas as perdas (FP = 1,0) 97%
Sobrecarga de longa duração (1 hora) 1,1
Sobrecarga momentânea (30 s) 1,5
Reatância síncrona eixo direto (Xdu), não saturado, não superior a 1,00 pu
Reatância transitória eixo direto (X’du ), não saturado, não superior a 0,40 pu
Reatância síncrona eixo em quadratura (Xqu), não saturado, não superior a 1,00 pu
Reatância subtransitória eixo direto (X”du), não saturado. não superior a 0,35 pu
Reatância subtransitória eixo em quadratura (X"qu), não saturado, não superior
0,40 pu
a
Relação de curto-circuito (Rcc), não inferior a 1,05 pu
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

As perdas serão medidas pelo método calorimétrico, em conformidade


com a Norma IEEE Std. 115.
As perdas totais incluirão as perdas no cobre do enrolamento do estator e
do enrolamento do rotor, perdas suplementares, perdas no núcleo, perdas por
ventilação e atrito, perdas nos mancais-guia, perdas do sistema de excitação e
potência consumida por qualquer equipamento auxiliar que operar continuamente.

4.12.2 Transformador Elevador

A seguir serão apresentadas as principais características do


transformador elevador.

4.12.2.1 Generalidades

Para a CGH São Bento deverá ser fornecido 1 (um) transformador do tipo
trifásico, com dois enrolamentos por fase, imersos em óleo mineral isolante,
resfriados por meio de circulação de ar-óleo, dotado de conservador de óleo,
comutador de derivações sem carga e adequado para instalação externa.
Potência nominal, em serviço contínuo, será de 1,5 MVA (ONAN),
operando em qualquer tensão na faixa do comutador.
O enrolamento de tensão superior deverá ser provido de quatro
derivações (+- 2x2,5%) além da principal. A mudança de derivações será efetuada

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manualmente por um comutador de derivações sem carga. O comutador será
instalado no tanque do transformador.
O transformador deverá ser previsto para fornecer a potência nominal
contínua descrita em seu valor de placa em qualquer das derivações do comutador,
estando as tensões nas respectivas faixas operativas. Será considerada como
derivação principal aquela que, em vazio, resulta na relação 0,66 – 34,5 kV.

4.12.3 Sistema de Corrente Alternada

A seguir serão apresentadas as principais características do sistema de


corrente alternada.

4.12.3.1 Casa de Força

Para a casa de força será previsto um sistema de corrente alternada com


duas fontes de alimentação independentes para atender a todas as cargas da casa
de força, tomada d'água e subestação 34,5 kV.
O sistema será composto por 1 (um) transformador de serviços auxiliares
ligado ao gerador, e alternativamente o sistema também poderá ser alimentado por
1 (um) grupo gerador diesel com capacidade de alimentar todas as cargas
essenciais da usina em caso de falta de tensão no sistema de alimentação.
Cada sub-painel terá alimentação vinda uma de cada barramento do
painel geral.
A tensão dos sistemas em corrente alternada da usina será 380 Vca com
variação máxima de +10%, -20%.

4.12.3.2 Transformadores dos Serviços Auxiliares

a. Casa de Força
Para a casa de força deverá ser fornecido 1 (um) transformador de
serviços auxiliares, previsto para uso interno isolado a seco (epóxi) resfriamento
natural (AN). O grupo de ligações será Dyn1, a relação de transformação será de
660-380 V e a potência será de 50 kVA (a ser confirmada durante o projeto
executivo).

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O transformador auxiliar deverá ser dimensionado com capacidade para
assumir a carga plena de todos os painéis da usina. A capacidade de sobrecarga o
transformador não será utilizada.
O transformador será especificado com todos os acessórios e proteções
recomendadas pela NBR 10295 e NBR 5356.

4.12.3.3 Gerador Diesel de Emergência

Para a casa de força será fornecido 1 (um) grupo gerador de emergência


previsto para uso abrigado em sala própria na casa de força. O gerador será
trifásico, síncrono, tensão nominal de 380/220 V, 60 Hz, potência de 50 kVA (a ser
confirmada durante o projeto executivo) destinado a sustentar os consumos
essenciais da usina alimentados desde o quadro de distribuição geral em caso de
falta de tensão da alimentação principal.
O grupo gerador deverá possuir um painel para seu comando automático
e manual e também para supervisão das operações do grupo. Neste painel também
deverão ser instalados os equipamentos do sistema de excitação e de regulação de
tensão.
O grupo gerador deverá também ser fornecido com tanque de
combustível com capacidade para operação nas condições nominais por no mínimo
8 horas, conjunto de baterias e carregadores para o sistema de partida, sistema de
exaustão de gases com silenciador, cabos e tubulação de interligação, óleos e
graxas para a primeira operação e demais dispositivos e acessórios necessários a
operação do grupo.

4.12.4 Sistema de Corrente Contínua

Para a casa de força será previsto um sistema de corrente contínua


(SCC) para atender a casa de força, tomada d'água e subestação 34,5 kV.
O sistema terá tensão nominal de 125 Vcc, não aterrado, configuração
simples com uma fonte, constituída por um conjunto bateria-carregador alimentado
pelo painel principal de corrente alternada. O conjunto terá capacidade mínima de 75
Ah (a ser confirmado durante o projeto executivo).

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As cargas a serem atendidas em corrente contínua são aquelas
relacionadas com a integridade e segurança do aproveitamento e compreendem os
sistemas de supervisão, controle e proteção da usina e da subestação.
A tensão dos sistemas de corrente contínua do aproveitamento será de
125 Vcc +10%, -20%, isolado da terra.

4.12.5 Sistema Digital de Supervisão e Controle

O Sistema Digital de Supervisão e Controle (SDSC) a ser fornecido


deverá propiciar a operação segura da usina, possibilitando ao operador monitorar e
controlar a CGH através das estações de operação e engenharia na sala de
controle.
O sistema de controle deverá ser projetado considerando que a CGH terá
operação assistida local e também deverá ter recursos para operação a partir de um
Centro de Operação Remoto (COR) e supervisão pelo Centro Regional de Operação
(CRO) da Concessionária responsável pela interligação da CGH ao Sistema Elétrico.
O Sistema Digital de Supervisão e Controle deverá cobrir os
equipamentos e sistemas principais da CGH, quais sejam:

 1 (uma) Unidade Geradora;


 1 (um) Transformador Elevador;
 1 (uma) Subestação 34,5 kV com uma Linha de Transmissão 34,5 kV;
 1 (uma) SE Coletora com um bay de chegada de linha 34,5 kV;
 Serviços Auxiliares Elétricos e Mecânicos;
 Comportas da Tomada d'Água;
 Medições Hidráulicas.
A seguir são descritas, resumidamente, as funções do SDSC relativas a
cada grupo funcional e ao processamento dos dados para comunicação com o
COR/CRO.

4.12.5.1 Unidades Geradoras e Cubículos

O SDSC deverá supervisionar e controlar as ações relativas às


sequências de partida e parada da unidade geradora da CGH, monitorar os estados

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e as condições anormais dos equipamentos principais, permitir a leitura de
grandezas elétricas e mecânicas, e monitorar a atuação dos dispositivos de
proteção.

4.12.5.2 Subestação Elevadora

O SDSC deverá monitorar os estados e as condições anormais das


seccionadoras e religadores principais, efetuar os comandos dos religadores e
seccionadoras de alta tensão, as leituras de grandezas elétricas da linha de 34,5 kV
e as informações dos dispositivos de proteção elétrica da linha e da subestação,
além de efetuar comandos e monitorações relativos aos serviços auxiliares da
subestação.

4.12.5.3 Subestação Coletora

O SDSC deverá monitorar os estados e as condições anormais das


seccionadoras e religador do bay de chegada de linha, efetuar as leituras de
grandezas elétricas da linha de 34,5 kV e as informações dos dispositivos de
proteção elétrica da linha e da subestação e efetuar interface com os comandos e
monitorações relativos aos serviços auxiliares existentes da subestação.

4.12.5.4 Serviços Auxiliares

O SDSC deverá comandar e monitorar os disjuntores de entrada e saída


das barras dos quadros principais de distribuição de CA, monitorar os estados e
condições anormais das seccionadoras, e as informações relativas aos serviços
auxiliares da CGH tais como: sistema de corrente contínua, de ar comprimido,
transformador de serviços auxiliares, disjuntores de serviços auxiliares, sistema de
drenagem, sistema de esgotamento, sistema de água de resfriamento, grupo
gerador de emergência, etc. Os motores dos sistemas auxiliares mecânicos
principais deverão poder ser comandados pelo SDSC. Este deverá monitorar
também as informações relativas ao transformador de serviços auxiliares e
comandar os respectivos sistemas de ventilação.

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4.12.5.5 Tomada d'Água e Medições Hidráulicas da Barragem

O SDSC deverá supervisionar as comportas da tomada d'água e os


respectivos sistemas auxiliares elétricos. Deverá monitorar também as medições
hidráulicas da barragem.

4.12.5.6 Processador de Comunicações

Na Unidade de Aquisição e Controle (UAC) de processamento das


comunicações deverão ser tratados os sinais para serem enviados para o COR e
adequados os protocolos de comunicação.
A estação de operação será o cliente/servidor do sistema. A estação
deverá englobar todos os grupos funcionais, de forma a possibilitar ao operador
visualizar o que ocorre na CGH e também habilitar a execução de comandos,
gerenciamento de alarmes e solicitação de relatórios.
Os roteadores (ou outros dispositivos de rede) deverão permitir estender
a rede do SDSC até o posto de operação remoto, no qual deverão estar disponíveis
as mesmas funcionalidades da estação de operação na CGH.

4.12.6 Sistema de Proteção

Deve ser fornecido um sistema de proteção e medições elétricas


completo para a usina abrangido pela Unidade Geradora, Transformador Elevador,
Subestação 34,5 kV, Linha de Transmissão 34,5 kV e Sistemas Auxiliares
Eletromecânicos da Casa de Força, baseado em relés multifunção, multimedidores
digitais, softwares e serviços conforme descritos abaixo:
Todos os relés deverão ser interligados em rede, de forma que os dados
de oscilografia e de parametrização possam ser armazenados no microcomputador
concentrador do sistema de proteção.
O sistema de proteção será constituído de relés de proteção numéricos,
do tipo multifunção e terá as seguintes características:

 Tempo de atuação da proteção do tipo rápido;


 Cada defeito será claramente identificado pela proteção;

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 A proteção será independente do SDSC de maneira que possa desligar os
equipamentos ou sistemas elétricos com defeito mesmo com o SDSC fora de
serviço;
 Relés de bloqueio por falha de disjuntor (86BF) para os
disjuntores/religadores de 34,5 kV associados ao transformador elevador e a
linha de transmissão em 34,5 kV. Em caso de falha do disjuntor/religador de
proteção do gerador e/ou da linha de transmissão, a atuação do esquema de
falha será sobre o relé 86E;
 Relés rápidos, conforme necessários, para provocar o disparo dos
disjuntores;
 Relés "robustos", com capacidade de interrupção de corrente compatível com
as bobinas de abertura e fechamento dos disjuntores, com as bobinas de
válvulas solenóides, etc.;
 Relés auxiliares de interposição (mono e biestáveis), tempo, etc. necessários
à multiplicação dos contatos de desligamento, intertravamento, alarme,
sinalização e demais funções associadas à supervisão e operação segura
dos equipamentos;
 Chaves de testes;
 Réguas terminais, cabos, resistências de aquecimento, iluminação e demais
componentes e materiais dos painéis;
 Os relés devem apresentar capacidade de comunicação serial, das
grandezas atuais, dos registros de oscilografia, de eventos, de alarmes e de
possibilidade de comando de rearme e ajustes operativos por meio de porta
RS485 ou outra padronizada e com protocolo padronizado e aberto;
 Devem possuir indicação, por meio de interface local, tela de cristal líquido ou
display, de todos os valores analógicos atuais das variáveis de entrada (tais
como correntes, tensões e outros) e seus valores compostos (como ângulo
entre as variáveis e outros), assim como sinalização de operação das
unidades de proteção e de alarmes;
 Devem possuir relógio de tempo real para a marcação de data-hora nos
eventos e nos registros oscilográficos, com resolução de 1 ms. Deverá
possuir entrada de sinal de sincronismo, via fibra óptica ou via cabo coaxial
com rede dedicada, proveniente do sistema de relógio central do Controle
(SDSC);
 As conexões com os transformadores de corrente devem ser
automaticamente curto-circuitadas quando houver a retirada de módulos de
entrada de corrente e devem bloquear as saídas de desconexão
apresentando facilidades para medição das variáveis de entrada e para a
correntes e potenciais para ensaios operativos;
 Os secundários dos transformadores de potencial deverão ser protegidos com
fusíveis individuais para cada circuito. Devem ser previstas unidades de
detecção de falhas de fusíveis com bloqueio de operação da proteção caso

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essa falha implique em operação errônea de alguma unidade de proteção
eem emissão de sinal de alarme;
 Deverão possuir isolamento galvânico nos circuitos de entrada (TC’s e TP’s) e
de saída (relés de saída);
 A alimentação auxiliar de corrente contínua deverá ser de 125 Vcc + 10%, -
20% para todas as proteções, relés auxiliares e para todos os circuitos de
alarme e de desconexão;
 Os elementos de corrente dos relés deverão ter corrente nominal igual a 5 A e
suportar uma sobrecarga de 20 A permanente;
 Os elementos de tensão dos relés deverão ter tensão nominal igual a 115 V
(fase-fase) e suportar continuamente uma sobretensão de 20% e capacidade
de 200 V durante 10s.

4.12.7 Sistema de Telecomunicações

O sistema de telecomunicações da CGH terá como função suprir as


necessidades de comunicações de voz, dados, controle e teleproteção internas ao
empreendimento e externas com interligação ao sistema de telefonia pública, ao
Operador do Sistema (ONS) e aos pontos remotos de controle.
O sistema de telecomunicações atenderá aos procedimentos de rede do
ONS.
Do ponto de vista da infra-estrutura, o sistema de telecomunicações será
constituído pelas seguintes partes:

 Acesso à rede pública de telefonia;


 Cabeamento estruturado;
 Rede telefônica;
 Rede de cabos ópticos;
 Sistema de transmissão de voz e dados entre Casa de Força e a Central
Remota de Comando;
 Sistema de transmissão de voz e dados entra a Subestação 0,66/34,5 kV e a
Subestação Coletora da concessionária;
 Sistema de teleproteção;
 Sistema de alimentação (125 Vcc /48 Vcc);
 Sistema de transmissão de voz e dados entra a Subestação 0,66/34,5 kV e a
Subestação Coletora da concessionária;
 Sistema de teleproteção;

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 Sistema de alimentação (125 Vcc /48 Vcc);

4.12.8 Sistema de Vigilância, Segurança e Acesso

Este sistema tem por objetivo prover recursos necessários para a


segurança operacional, patrimonial e de acesso à área de abrangência da usina,
incluindo barragem, tomada d água, casas de força, subestação e acessos.
Consistirá de um sistema composto por câmeras, instaladas em locais
estrategicamente situados, o qual permitirá enviar imagens para um equipamento
concentrador de sinais das câmeras, e executar a digitalização das imagens a
visualização das imagens de qualquer câmera pode ser tanto local como remota, em
rede local, Intranet e Internet.

4.12.9 Subestação e Linhas de Transmissão

A seguir serão apresentadas as principais características da subestação e


das linhas de transmissão.

4.12.9.1 Linha de Transmissão em 34,5 kV

A interligação da usina prevista será por meio de linha de transmissão em


34,5 kV entre CGH São Bento – SE General Carneiro com extensão aproximada de
28 km, em circuito simples com cabos dispostos na horizontal, composta por postes
duplo “T” em concreto autoportantes. Cada fase será constituída por 1 (um) cabo
condutor 2/0 CAA.
A linha de transmissão deverá ter um cabo para-raios com fibras ópticas
OPGW (24 fibras), para proteção contra descargas atmosféricas e transmissão de
dados. Para o aterramento dos postes serão usados cabos de aço galvanizado tipo
4 BWG.
Durante o projeto executivo, deverá ser confirmada a bitola dos cabos
condutores, mediante estudo técnico-econômico de perdas na linha.

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4.12.9.2 Subestação Elevadora 34,5 kV

A subestação de elevação para a potência da casa de força deverá


apresentar as seguintes características: Arranjo barra simples, um bay composto por
um transformador trifásico elevador, três para-raios, um religador, duas chaves
seccionadoras tripolares, sendo uma delas com lâmina de terra, três
transformadores de corrente e três transformadores de potencial.

4.13 Planejamento da Construção e Cronograma

A seguir serão apresentados o planejamento da construção e o respectivo


cronograma de implantação da usina.

4.13.1 Planejamento da Construção

O planejamento da construção da CGH São Bento considera as principais


datas a serem atendidas na sua implantação: construção de estradas e acessos,
escavações, concretagem, montagem eletromecânica e início da geração comercial.
Para o planejamento também são avaliadas, a disponibilidade dos
materiais de construção e a logística para sua implantação.

4.13.1.1 Materiais Arenosos

As regiões constituídas por rochas basálticas são estéreis em areia


natural. Dessa forma recomenda-se a importação desse bem mineral de empresas
que comercializam areia para construção civil na região de União da Vitória,
aproximadamente 70 km da usina.

4.13.1.2 Materiais Rochosos

As rochas basálticas normalmente resultam em agregados pétreos de boa


qualidade, principalmente quando provenientes de basaltos densos.
Quando provenientes de zona vesicular, amigdaloidal ou ainda de
brechas vulcânicas, deverão ter suas características geomecânicas e de reatividade
álcali agregado avaliadas com cuidado por meio de ensaios tecnológicos.

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Os volumes de rocha proveniente das escavações obrigatórias deverão
suprir de maneira adequada parte das necessidades da obra para produção dos
concretos e faixas de proteção, tais como enrocamentos e rip-raps de ensecadeiras.
Para complementar o volume de rocha necessário para o projeto deverão ser
prospectadas em etapa posterior áreas favoráveis a abertura de pedreiras o mais
próximo possível do empreendimento para a obtenção de material rochoso.
Tanto nas rochas obtidas nas escavações obrigatórias quanto nas áreas
onde forem prospectadas pedreiras, o material rochoso deverá ser coletado e
submetido a ensaios de laboratório para avaliação de suas propriedades
geotécnicas.
Os principais ensaios de caracterização que devem ser realizados para
caracterização do material pétreo são:

 NBR 7389/92 - Análise petrográfica;


 NBR 6465/84 - Abrasão Los Angeles;
 DNER ME 089/94 - Sanidade ao sulfato Na ou Mg;
 NBR 12697/92 - Sanidade ao etileno-glicol;
 NBR NM 53/2003 - Índices físicos: densidade e absorção.

4.13.1.3 Materiais Terrosos

O solo proveniente da decomposição das rochas basálticas normalmente


apresenta excelente qualidade para ser aplicado como elemento de vedação.
Entretanto, deverão ser realizados em etapa posterior, ensaios de caracterização
para determinação das propriedades geotécnicas do solo visando confirmar a
utilização desses materiais como elemento de vedação nas obras previstas no
projeto.
Os ensaios necessários para caracterização o solo são:

 NBR 6457/86 - Amostras de Solo - Preparação para ensaios de compactação


e ensaios de caracterização;
 NBR 7181/84 - NBR-NM 248/2003 - Solo - Análise Granulométrica com
sedimentação;
 NBR 6459/84 - Solo - Determinação do limite de liquidez;
 NBR 7180/84 - Solo - Determinação do limite de plasticidade;

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 NBR 6508 /84 - Grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm -
Determinação da massa específica;
 NBR 7182/86 - Solo - Ensaio de compactação;
 NBR 14545/00 - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos
argilosos a carga variável;
 NBR-6457 - "Determinação do Teor de Umidade de Solos - Método de
Ensaio"

4.14 Implantação do Empreendimento

Na implantação das obras da CGH São Bento em função do seu Arranjo


Geral, está prevista a instalação de duas frentes de trabalho.
Com base nas informações disponíveis, nos dados de projetos e materiais
de construção da região, os estudos de planejamento da construção desenvolvidos
mostraram que todos os recursos materiais, de equipamentos e de mão de obra
para o desenvolvimento das obras civis e da montagem eletromecânica são
convencionais e de fácil mobilização.
Primeiramente, deverão ser executadas melhorias nos acessos existentes
até o local das obras e ampliação do acesso da tomada de água de baixa pressão
até a margem direita da barragem. Nesta primeira etapa faz-se necessária a
demolição da estrutura de tomada de água auxiliar do canal de adução existente.
A primeira equipe de escavação dará início aos trabalhos com a
recuperação dos acessos, neste período executa-se a ensecadeira de proteção no
canal de adução existente para possibilitar as escavações de readequação e
recuperação do mesmo e as escavações para início das obras da nova tomada de
água de baixa pressão.
Após a conclusão das escavações necessárias para readequação do
canal de adução, serão iniciadas as escavações na região da nova câmara de
carga, tomada de água de alta pressão e conduto forçado. Com o término das
escavações serão iniciadas as concretagens das estruturas das tomadas de água de
baixa e alta pressão, câmara de carga e blocos de ancoragem do conduto forçado.
Concluídas as estruturas da tomada de água de alta pressão e câmara de
carga, executam-se os aterros, visando garantir acesso e a vedação do canal de
adução junto as estruturas.

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Cabe ressaltar, que todo o material de escavação de rocha deverá ser
estocado em área próxima à central de britagem, para posterior utilização.
O caminho crítico na implantação da usina passa pela execução da casa
de força, desta forma os primeiros trabalhos serão realizados nessa região.
Simultaneamente ao início da melhoria dos acessos, uma segunda equipe
iniciará os trabalhos de escavação na região da casa se força e canal de fuga, e
posteriormente a limpeza de fundação da estrutura da casa de força para o início da
concretagem.
Para garantir a evolução da concretagem da casa de força, é prevista a
utilização de um septo no canal de fuga.
Após o término das escavações inicia-se a concretagem da casa de força,
e após a concretagem atingir a cota de proteção na El. 1.034 m, executam-se os
aterros do pátio da casa de força e a implantação da subestação elevadora.
Com o término da concretagem e montagem dos eletromecânicos da
casa de força e a retirada do septo de proteção do canal de fuga, será dado início ao
comissionamento e testes do conjunto turbina – gerador, para a geração comercial.
A barragem de concreto existente precisará ser alteada para a El. 1.050
m, cota de proteção prevista em projeto. As concretagens das estruturas de
barragem da margem esquerda e direita serão executadas simultaneamente com a
concretagem da tomada de água de baixa pressão.
Também são previstas melhorias na estrutura do vertedouro existente, ou
seja, a ogiva deverá ser recuperada em toda sua extensão, com uma nova camada
de concreto. No entanto, esse serviço só poderá ser executado após o início da
geração comercial, com o rebaixamento do nível do reservatório para e El. 1.047 m.

4.15 Cronograma Físico

O prazo total estimado para implantação das obras para repotenciação da


CGH São Bento é de 12 (doze) meses, contados a partir da mobilização do
empreiteiro e início da construção dos acessos. O início da geração está prevista
para o fim do décimo mês.
O detalhamento do cronograma físico do empreendimento foi dividido nas
seguintes atividades:

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 Elaboração dos Projetos Executivos;
 Fornecimento dos Equipamentos Eletromecânicos;
 Construção e Montagem:
 Acessos;
 Escavações;
 Tomadas d’Água;
 Barragem;
 Vertedouro;
 Canal de Adução;
 Conduto Forçado;
 Casa de Força;
 Canal de Fuga;
 Subestação;
 Linhas de Transmissão.

4.16 Identificação e caracterização de cursos d’água

Através da análise dos corpos hídricos que compõem o reservatório da


CGH São Bento, foi possível identificar que o principal curso d’água existente na
área de abrangência do empreendimento é o Rio Iratim.
O rio Iratim compõe a sub-bacia do Rio Iguaçu (nº 65), o qual por sua vez
compõe a bacia hidrográfica do Rio Paraná (nº 06). Nasce no município de General
Carneiro, escoando em direção noroeste por cerca de 173 km até sua foz no Rio
Iguaçu. Apresenta um desnível total de 590 m entre a nascente (cota 1.170) e a foz
no Rio Iguaçu (cota 580).
A bacia hidrográfica do Rio Iratim é uma das principais sub-bacias do Rio
Iguaçu, localizando-se na região Sul do estado do Paraná. De acordo com
informações levantadas pela Companhia Paranaense de Eletricidade – Copel
(1986), a área drenada pela bacia do Rio Iratim é de 1.794 km², abrangendo desta
forma territórios nos municípios de General Carneiro, Palmas, Bituruna e Coronel
Domingos Soares, conforme apresentado na figura XX.
A bacia é composta pelos seguintes corpos hídricos: Córrego do Passo
Feio, Córrego do Tigre, Córrego Dorneles, Lajeado da Escada, Lajeado da

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Goiabeira, Lajeado Grande, Rio da Estrela, Rio Iratim, Rio São Lourenço e seus
afluentes.De acordo com Albuquerque (2013), a bacia do Rio Iratim quanto à sua
formação geológica encontra-se totalmente inserida na Bacia Sedimentar do Paraná
no Grupo Litológico denominado Formação Serra Geral que é formado por derrames
de lava no término do episódio magmático eocretácico. A Formação Serra Geral é
resultante de um dos maiores eventos de vulcanismo já registrados, encerrando-se
com a abertura do Oceano Atlântico e o rompimento da Gondwana (CPRM, 2004).
Albuquerque (2013) ressalta que a bacia hidrográfica do Iratim está
inserida totalmente em área de derrames basálticos, sendo que tais derrames
apresentam características distintas, podem ser observados basaltos de
característica colunar e amigdalóides.

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Figura 4.16.1. Localização da bacia hidrográfica do Rio Iratim

Fonte: Index Ambiental, 2016.

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5 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

A área de influência de um empreendimento para um estudo


ambiental pode ser descrita como o espaço passível de alterações em seus
meios físico, biótico e/ou socioeconômico, decorrentes da sua implantação e/ou
operação.
A delimitação das áreas de influência é determinante para todo o
trabalho, uma vez que somente após esta etapa, é possível orientar as
diferentes análises temáticas, bem como a intensidade dos impactos e a sua
natureza. Para a delimitação da área de influência do empreendimento foi
realizada uma análise preliminar dos possíveis impactos, a qual apontou que:
i. Existem fatores físicos ou bióticos próximos ao empreendimento
que justifiquem a sua utilização para a delimitação da área de influência, por
exemplo, rios;
ii. A região do empreendimento possui baixa densidade urbana,
aumentando os impactos sobre a fauna e flora;
iii. Existe um baixo fluxo de veículos e de pedestres devido à baixa
densidade populacional da região;
iv. Possíveis interferências com as comunidades do entorno;
v. Características e abrangência do empreendimento;
Com base nos critérios apresentados acima, a área de influência
será delimitada de acordo com cada meio.

5.1 Área Diretamente Afetada (ADA)

A Área Diretamente Afetada (ADA) pode ser descrita como aquela


área que sofre diretamente as intervenções de operação e das possíveis
ampliações do empreendimento, considerando alterações físicas, biológicas,
socioeconômicas e das particularidades da atividade. Para este diagnóstico a
ADA foi delimitada como sendo a área total do terreno onde está instalado o
empreendimento.

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Figura 5.1.1 Área Diretamente Afetada (ADA)

Fonte: Index Ambiental, 2016.

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5.2 Área de Influência Direta (AID)

A Área de Influência Direta (AID) é a área geográfica diretamente


afetada pelos impactos decorrentes do empreendimento ou projeto e
corresponde ao espaço territorial contínuo e ampliado da Área Diretamente
Afetada – ADA, e como esta, deverá sofrer impactos, tanto positivos quanto
negativos. A área de influência direta foi definida de acordo com cada tema
específico.

Tabela 5.2.1. Área de Influência Direta de acordo com o meio afetado.


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
Meio Físico Raio de 10 km
Meio Biótico Raio de 10 km
Meio Antrópico Municípios de General Carneiro e Palmas
Fonte: Index Ambiental, 2015.

De acordo com os dados obtidos, pode-se analisar a Área de


Influência Direta do empreendimento com a abrangência dentro do raio de
10km a partir dos limites do terreno do empreendimento. Devido a essa região
ser tipicamente rural, possuindo ampla área de vegetação, fortalece a
afirmação do baixo impacto causado no sistema viário local pelo
empreendimento. Mas por se tratar de um empreendimento de porte
excepcional, a área de influência direta do empreendimento não se restringe
apenas à área estimada, abrangendo os municípios de General Carneiro e
Palmas, para os impactos associados ao meio antrópico, relativos à geração de
empregos, renda e tributos aos municípios do entorno.

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Figura 5.2.1. Área de Influência Direta (AID)

Fonte: Index Ambiental, 2016.

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5.3 Área de Influência Indireta (AII)

Considera-se a Área de Influência Indireta (AII), como aquela área


real ou potencialmente ameaçada pelos impactos indiretos da implantação e
operação da atividade, abrangendo os ecossistemas e o sistema
socioeconômico que podem ser impactados por alterações ocorridas na AID. A
área de influência indireta foi definida para os três temas específicos, meio
físico, meio biótico e meio antrópico, para os municípios de General Carneiro e
Palmas.

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Figura 5.3.1. Área de Influência Indireta (AII)

Fonte: Index Ambiental, 2016.

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6 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA

O Diagnóstico ambiental tem como objetivo retratar a situação do


meio físico em que se encontram as áreas de influência da instalação e
operação da CGH São Bento. Além de uma análise integrada dos aspectos
sociais, econômicos e culturais da população residente nos municípios do
entorno do empreendimento, General Carneiro e Palmas. Para a elaboração
deste diagnóstico, foram realizadas coletas de dados primários in loco,
obtenção de dados secundários através de órgãos governamentais e outras
entidades, além de consulta a referências bibliográficas.

6.1 Meio Físico

A seguir serão apresentadas as principais características físicas da


região.

6.1.1 Clima

A análise das características climáticas da bacia do Rio Iratim foi


realizada com base nos dados existentes das estações meteorológicas Porto
União - SC e Palmas - PR, pertencentes ao Instituto Nacional de Meteorologia
– INMET, com dados referentes a uma série temporal de aproximadamente 30
anos, no período de observação compreendido entre 1961-1990. Por falta de
alguns parâmetros da estação de Palmas do INMET, foram também analisados
dados da estação meteorológica de Palmas - PR pertencente ao IAPAR –
Instituto Agronômico do Paraná. A localização das estações meteorológicas
pode ser vista na Figura 6.1.1 e suas principais informações estão descritas a
seguir.

Tabela 6.1.1. Informações sobre as estações meteorológicas utilizadas.


Código Nome Instituição Latitude Longitude Altitude Período
Porto União
83864  INMET 26°14'S  51°04'W  778,0  1961/1990
- SC 
Palmas -
83860 INMET 26°29'S  51°59'W  1090,5 1961/1990
PR
Palmas -
02651043 IAPAR 26.29 S 51.59 W 1100 1979/2014
PR
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET e Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR,
2015.
 

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Figura 6.1.1. Mapa de localização das estações meteorológicas 

Fonte: Index Ambiental, 2015.


   

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6.1.1.1 Classificação Climática

O sistema de classificação climática de Köppen baseia-se na


vegetação, temperatura e pluviosidade do local, formado por um código de
letras que designam grupos e subgrupos climáticos, além de subdivisões que
distinguem características estacionais de temperatura e pluviosidade
(Trewartha & Horn, 1980).
Como resultado das diferentes formações topográficas e
características geológicas, o clima no Estado do Paraná apresenta três tipos
distintos, todos correspondentes a clima úmido.
O tipo que corresponde à maior área paranaense é o Cfa, que se
caracteriza por ser sub-tropical úmido, mesotérmico, com verão quente, sem
estação seca de inverno definida e geadas menos frequentes. O tipo Cfb é sub-
tropical úmido, mesotérmico, com verões frescos e geadas severas e
frequentes. Finalmente, o tipo Af caracteriza-se pelo clima tropical chuvoso,
sem estação seca e isento de geadas.
Já o clima predominante na bacia do Rio Iratim, segundo a
classificação de Köeppen baseada na vegetação, temperatura e pluviosidade,
é o Cfb - Subtropical Úmido Mesotérmico. Nos períodos mais quentes é
registrada a temperatura média de 22°C e nos períodos mais frios inferior a
12°C. A espacialização do clima presente na Bacia do Rio Iratim pode ser visto
na Figura 6.1.2.
   

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Figura 6.1.2. Mapa do clima local

Fonte: Index Ambiental, 2015.


   

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6.1.1.2 Pressão Atmosférica

A pressão atmosférica depende da altitude e da temperatura locais.


Quanto menor é a altitude maior é a temperatura. À medida que nos afastamos
da superfície do planeta, o ar se torna rarefeito, diminuindo a concentração de
moléculas, e, consequentemente, exerce uma pressão cada vez menor. Os
dados da pressão atmosférica média mensal (hPa) registrados próximos à
bacia do Rio Iratim estão relacionados na tabela e o gráfico compara esses
valores entre as estações.

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Tabela 6.1.2. Pressão atmosférica média mensal (hPa) próxima à bacia do Rio Iratim
Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
Porto
83864 SC 924,3 925,0 925,8 927,6 928,4 929,4 930,3 929,0 928,4 926,3 925,2 923,9 927,0
União
83860 Palmas PR 893,4 893,9 894,5 895,3 896,2 896,3 897,1 896,3 895,1 894,2 893,3 892,8 894,9
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

Gráfico 6.1.1 Pressão atmosférica média mensal próxima à bacia do Rio Iratim
 

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6.1.1.3 Temperatura

A temperatura é o calor da atmosfera local, cuja variação depende


da localização e da circulação atmosférica. A seguir estão relacionados os
valores de temperaturas médias mensais estimadas a partir das isotermas dos
mapas normais climatológicos do INMET. Além disso, as tabelas a seguir
mostram as temperaturas médias máximas e mínimas mensais. Os gráficos
comparam os valores entre as estações.

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Tabela 6.1.3. Temperaturas médias mensais (ºC) próximas à bacia do Rio Iratim
Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
83864 Porto União SC 21,8 21,8 20,5 17,1 14,4 12,3 12,6 13,6 15,6 17,7 19,5 21,1 17,3
83860 Palmas PR 19,3 19,3 17,9 14,8 12,2 10,7 10,4 11,3 13,7 15,5 17,2 18,5 15,1
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

Gráfico 6.1.2. Temperaturas médias mensais próximas à bacia do Rio Iratim

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Tabela 6.1.4. Temperaturas máximas mensais (ºC) próximas à bacia do Rio Iratim
Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
83864 Porto União SC 35,9 36,1 34,8 33,2 30,2 28,4 28,8 31,5 34,2 33,8 35,0 35,4 36,1
83860 Palmas PR 26,8 26,8 25,4 23,4 21,2 19,4 19,2 20,1 22,0 23,8 25,2 26,2 23,3
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

Gráfico 6.1.3. Temperaturas máximas mensais próximas à bacia do Rio Iratim

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Tabela 6.1.5. Temperaturas mínimas mensais (ºC) próximas à bacia do Rio Iratim
Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
83864 Porto União SC 8,4 7,5 5,2 1,5 -2,5 -3,7 -3,3 -6,1 -2,7 1,2 3,9 5,3 -6,1
83860 Palmas PR 13,7 13,9 12,3 8,6 6,1 5,1 4,7 5,4 7,7 9,3 10,8 12,2 9,2
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

Gráfico 6.1.4. Temperaturas mínimas mensais próximas à bacia do Rio Iratim

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Observa-se que a região Sul do Paraná apresenta temperaturas


médias que variam de 21,8°C a 10,4°C durante o ano, sendo que a maior
temperatura máxima é de 36,1°C em fevereiro, registrada na estação de Porto
União e a menor temperatura mínima é a de -6,1°C em agosto, também
registrada na estação de Porto União.

6.1.1.4 Precipitação

Em termos meteorológicos, precipitação corresponde a


condensação do vapor de água na atmosfera, que se precipita de forma líquida
dando origem a chuva, ou de forma sólida originando neve ou granizo. Exerce
um papel chave e indispensável no ciclo hidrológico, alimentando a fase
terrestre. Portanto, é fator importante para os processos de escoamento
superficial direto, infiltração, evaporação, transpiração, recarga de aquíferos,
vazão básica dos rios entre outros.
A análise das cartas de isoietas do Atlas Climatológico do INMET
permite mostrar a distribuição anual da precipitação média próximo à bacia. Os
dados da precipitação média mensal (mm) registrados próximos à bacia do Rio
Iratim estão relacionados na tabela a seguir e o gráfico compara esses valores
entre as estações.

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Tabela 6.1.6. Precipitação média mensal (mm) próxima à bacia do Rio Iratim
Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
83864 Porto União SC 152,9 140,4 150,2 89,0 125,5 133,4 151,1 130,6 163,5 157,9 143,5 182,7 1720,6
83860 Palmas PR 162,7 154,8 182,1 125,9 117,1 146,2 104,6 119,3 170,8 160,2 106,6 155,3 1705,5
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

Gráfico 6.1.5. Precipitação média mensal próxima à bacia do Rio Iratim

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6.1.1.5 Períodos Mais Chuvosos

É a máxima de precipitação registrada durante de 24 horas


contínuas. Conforme observado na Tabela 6.1.7, na estação de Porto União a
precipitação máxima ocorreu em julho de 1977 e atingiu 152,5mm; já na
estação de Palmas, a precipitação máxima ocorreu em setembro de 1972 onde
atingiu 140,0mm. Os dados da precipitação máxima mensal (mm) registrados
próximos à bacia do Rio Iratim estão relacionados na tabela a seguir e o gráfico
compara esses valores entre as estações.

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Tabela 6.1.7. Precipitações máximas (mm) próximas à bacia do Rio Iratim


Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
Porto 
83864  SC  82,5 86,7 68,4 90,6 147,1 89,8 152,5 100,1 118,6 73,7 82,2 70,5 152,5
União 
83860 Palmas PR 115,8 72,8 95,1 108,1 71,8 84,7 53,4 114,2 140,0 73,5 62,4 74,8 140,0
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

Gráfico 6.1.6. Precipitações máximas próximas à bacia do Rio Iratim

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6.1.1.6 Umidade Relativa do Ar

A umidade relativa do ar corresponde à quantidade de vapor de


água presente na atmosfera, que quando saturada, precipita na forma de
chuvas. A tabela a seguir mostra a distribuição anual da umidade relativa que
prevalece na área próxima à bacia do Rio Iratim e o gráfico compara esses
valores entre as estações.

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Tabela 6.1.8. Umidade relativa do ar (em %) próxima à bacia do Rio Iratim


Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
83864 Porto União SC 78,0 81,0 81,0 83,0 86,0 87,0 85,0 81,1 81,0 77,0 75,0 76,0 80,9
83860 Palmas PR 80,7 81,5 83,0 83,0 85,1 86,1 85,4 82,9 81,2 81,3 79,5 78,0 82,3
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

Gráfico 6.1.7. Umidade relativa do ar próxima à bacia do Rio Iratim

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Os dados demonstram que a umidade relativa manteve-se alta,
acima dos 70%, verificando que há umidade no ar suficiente para converte-se
em água precipitável, caso haja o mecanismo desencadeador do processo,
como as linhas de instabilidade atmosféricas que surgem com frequência no
verão.

6.1.1.7 Evapotranspiração

A forma pela qual a água da superfície terrestre passa para a


atmosfera no estado de vapor é denominada evapotranspiração. Consiste na
perda de água do solo e de superfícies de água livre por evaporação e perda
de água da vegetação por transpiração. O balanço hídrico entre a água que
entra na microbacia pela chuva e que sai por evapotranspiração resultará na
vazão (Q) do sistema de drenagem. Os dados da evapotranspiração potencial
(mm) registrados próximos à bacia do Rio Iratim estão relacionados na tabela a
seguir e o gráfico compara esses valores entre as estações.

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Tabela 6.1.9. Evapotranspiração potencial (mm) próxima à bacia do Rio Iratim.
Porto
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
União - SC
EP (mm) 58,5 49,1 46,5 39,5 29,1 25,1 28,5 36,6 40,7 53,5 57,9 61,6 526,6
P (mm) 152,9 140,4 150,2 89,0 125,5 133,4 151,1 130,6 163,5 157,9 143,5 182,7 1720,6
P-EP (mm) 94,4 91,3 103,7 49,5 96,4 108,3 122,6 94 122,8 104,4 85,6 121,1 1194
Palmas -
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
PR
EP (mm) 75,1 60,9 69,5 57,5 47,6 43,3 56,2 74,0 72,0 72,3 82,7 81,1 792
P (mm) 162,7 154,8 182,1 125,9 117,1 146,2 104,6 119,3 170,8 160,2 106,6 155,3 1705,5
P-EP (mm) 87,6 93,9 112,6 68,4 69,5 102,9 48,4 45,3 98,8 87,9 23,9 74,2 913
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

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Gráfico 6.1.8. Evapotranspiração potencial próxima à bacia do Rio Iratim

Pelo balanço hídrico entre a precipitação e a evapotranspiração,


verifica-se a ocorrência de precipitação considerável, suprindo a água perdida
na evapotranspiração.

6.1.1.8 Insolação

É a quantidade de radiação proveniente do Sol que incide sobre uma


unidade de área da Terra e, sendo assim, quanto maior for a duração da
insolação, maior será a quantidade de energia recebida pela superfície
terrestre. Os dados de insolação registrados próximos à bacia do Rio Iratim
estão relacionados na tabela a seguir e o gráfico compara esses valores entre
as estações.

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Tabela 6.1.10. Insolação total (horas e décimos) próxima à bacia do Rio Iratim
Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
83864 Porto União SC 135,4 133,1 132,7 132,3 117,8 104,2 106,7 113,3 112,2 135,8 155,3 141,3 1520,1
02651043 Palmas PR 210,8 186,2 206,4 182,1 177,7 164,0 187,5 207,6 176,9 194,3 223,3 213,9 2331
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET e Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR, 2015.

Gráfico 6.1.9. Insolação total próxima à bacia do Rio Iratim

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6.1.1.9 Nebulosidade

A nebulosidade é um dos fatores do clima, pois o conjunto de


nuvens formado tem o efeito de barreira sobre a luz solar, diminuindo a
quantidade de calor que a crosta terrestre perde por irradiações. Sendo assim,
a nebulosidade corresponde ao número de dias por ano em que o céu está
coberto por nuvens. Os dados de nebulosidade registrados próximos à bacia
do Rio Iratim estão relacionados na tabela e no gráfico a seguir.

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Tabela 6.1.11. Nebulosidade próxima à bacia do Rio Iratim


Nome da
Código UF Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Estação
83864 Porto União SC 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,7 0,7 0,6 0,7 0,6
Fonte: INMET - Normais Climatológicas 1961-1990.

Gráfico 6.1.10. Nebulosidade próxima à bacia do Rio Iratim

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6.1.2 Recursos Hídricos

A rede de drenagem do Estado do Paraná compreende rios que


correm diretamente para o litoral, no sentido leste, e rios que correm para
oeste, tributários do Rio Paraná, os quais dominam a maior parte da superfície
do estado. Entre os mais extensos estão o Paranapanema, que faz o limite
com São Paulo, e o Iguaçu, que faz, em parte, limite com Santa Catarina e
Argentina. O rio Paraná marca os limites ocidentais do estado com o Mato
Grosso do Sul e com o Paraguai.

6.1.2.1 Corpos Hídricos Superficiais Afetados

A CGH São Bento está implantada no rio Iratim, nos limites


municipais entre General Carneiro e Palmas, região Sul do Estado do Paraná.
O rio Iratim pertence à bacia hidrográfica do Rio Paraná (06), sub-
bacia do Rio Iguaçu (65), mais especificamente à bacia do Rio Iratim. Nasce no
município de General Carneiro e desenvolve seu percurso em direção a
noroeste por cerca de 170 km onde desagua no rio Iguaçu. Apresenta um
desnível total de 590 m entre a nascente e a foz. Sua área de drenagem
apresenta em torno de 1800 km2 e é considerada de pequeno porte. O principal
afluente do Rio Iratim é o Rio Estrela, localizado próximo à foz.
A bacia hidrográfica do Iratim compreende os municípios de General
Carneiro, Palmas, Bituruna e Coronel Domingos Soares.
Os aproveitamentos hidrelétricos identificados ao longo do Rio Iratim
estão vinculados aos saltos e corredeiras formadores de quedas naturais,
associadas às conformações sinuosas do rio.
Já no contexto regional, o rio Iguaçu é formado pelo encontro dos
rios Iraí e Atuba na porção leste do município de Curitiba, na divisa com o
município de Pinhais. Tem origem na borda ocidental da Serra do Mar com um
curso de 1320 km cruzando os três planaltos paranaenses até desaguar no Rio
Paraná.
A bacia hidrográfica do Rio Iratim pode ser vista na Figura 6.1.3 a
seguir.
   

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Figura 6.1.3. Mapa da rede hidrográfica local

Fonte: Index Ambiental, 2015. Base cartográfica modificada de IGPlan, EPPenergia e


Brookfield.

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6.1.2.2 Morfologia do Rio Iratim

Segundo a avaliação ambiental integrada (AAI) desenvolvida em


parceria da IGPlan, EPP Energia e Brookfield, o rio Iratim encontra-se
encaixado num vale de características onduladas. No trecho médio o rio perde
a simetria dos meandros, característica comum verificada em pequenas bacias
hidrográficas. Em alguns pontos há ocorrência de corredeiras e cachoeiras em
uma sucessão de rápidos saltos, com declividades médias variando de 3,1
m/km até 3,4 m/km.
O vale do rio é orientado de sudeste (SE) para noroeste (NO),
acompanhando o lineamento dos derrames de basalto.

6.1.2.3 Corpos Hídricos Subterrâneos Afetados

Para entender o comportamento da água subterrânea presente na


região dos municípios de General Carneiro e Palmas, é preciso conhecer a
estrutura típica dos derrames basálticos, que condicionam a migração e o
armazenamento da água no subsolo desta região. O topo de cada derrame
constitui a zona vítrea e vesicular (porosa), que se altera facilmente formando
uma camada argilosa de poucos metros de espessura. A porção central é a
mais espessa, formada por basalto maciço entremeado por juntas e fraturas,
verticais e sub-horizontais.
O potencial aquífero dos basaltos depende da densidade de fraturas
e vesículas, atingindo seu máximo quando estas feições estão associadas a
fraturas regionais. Entretanto, à medida que a profundidade aumenta, a
compressão das rochas faz com que as fraturas se fechem, de modo que
abaixo dos 90 metros as reservas de água diminuam consideravelmente.
Segundo estudos de Rosa Filho et al., 1987, onde foram analisados
222 poços tubulares perfurados no Terceiro Planalto Paranaense, os autores
estabeleceram com base em parâmetros estatísticos, um zoneamento
hidrogeológico para esta região, na qual nos interessa a bacia hidrográfica
caracterizada como Zona A – Rio Iguaçu. Nesta bacia foram analisados 38
poços que registraram o menor potencial hidrogeológico do Terceiro Planalto
sendo comuns as vazões situadas no intervalo de 1 a 2 m3/h.

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O poço tubular de água cadastrado em General Carneiro na


localidade de Iratim também indica o valor esperado de produtividade da
região, com vazão registrada de 10 m3/h, confirmando a baixa produtividade
que caracteriza esta zona hidrogeológica.

6.1.2.4 Consumo e Utilização de Água

A quantificação do consumo de água na região de influência do


empreendimento foi realizada nos municípios de General Carneiro e Palmas,
limítrofes da CGH São Bento.
O consumo de água, verificado pela SANEPAR e outras empresas
de saneamento como a CAGEPAR, CASAN, DEMAE, SAAE, SAAEM, SAEMA,
SAMAE e Prefeituras Municipais registraram valores para General Carneiro de
475.078m³ para consumo faturado e 374.711m³ para consumo medido; já o
município de Palmas obteve valores de 2.007.736m³ para consumo faturado e
1.591.301m³ para consumo medido.
O consumo de água per capita em litros por habitante por dia nos
municípios de General Carneiro e Palmas foi levantado a partir do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS, administrado pelo
Governo Federal no âmbito da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
(SNSA) do Ministério das Cidades (MCID).
O gráfico a seguir mostra a comparação do consumo de água entre
os municípios.
 

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Gráfico 6.1.11. Consumo de água per capita em litros por habitante por
dia nos municípios de General carneiro e Palmas

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS, 2013.

6.1.3 Hidrologia

O objetivo dos estudos hidrológicos é obter uma série de vazões


médias mensais para a CGH São Bento, com pelo menos 30 anos, que
represente da melhor forma possível o regime fluvial da bacia contribuinte a
esta usina. As considerações a seguir foram desenvolvidas pela empresa RDR
Consultores Associados em março de 2016, informações presentes também no
relatório técnico do projeto básico consolidado da CGH em questão.
Nestes estudos, também foram realizadas análises de frequência de
ocorrência das vazões da série definida, e análise das vazões extremas, de
cheia e de estiagem.
A CGH São Bento está localizada na bacia do Rio Paraná (06), sub-
bacia do Rio Iguaçu (65), mais especificamente na bacia do Rio Iratim.

6.1.3.1 Levantamento e Análise de Dados

A CGH São Bento está localizada na bacia do Rio Paraná (06), sub-
bacia do Rio Iguaçu (65), mais especificamente na bacia do Rio Iratim. Através
da consulta ao banco de dados da Agência Nacional das Águas – ANA foram
identificadas estações fluviométricas localizadas na bacia do rio Iratim e em
seu entorno, e que possuem séries históricas de dados. As estações

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       129 
 

fluviométricas selecionadas, preliminarmente, são apresentadas na tabela a


seguir.
Tabela 6.1.4 Estações Fluviométricas

Área de Coordenadas Geográficas


Código Nome da Período de
Rio Drenagem
ANA Estação Dados
km² Latitude Longitude
Jangada
65370000 Jangada 1945-2015 1.010 26°23’13’’ 51°16’19’’
do Sul
UHE Gov.
Bento
65370001 Munhoz Jangada 2003-2009 1.010 26°23’13’’ 51°16’19’’
Jangada
do Sul
Salto 772
65180000 Canoinhas 1951-2010 26°22’21’’ 51°16’19’’
Canoinhas
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

As características e os dados destas estações foram obtidos da


Agência Nacional de Águas – ANA, entidade responsável pelas estações,
através de consulta ao Sistema de Informações Hidrológicas – Hidroweb (ANA,
2015), e do Instituto das Águas do Paraná, operadores da estação.

6.1.3.2 Determinação da Série de Vazões

A determinação da série de vazões da CGH São Bento foi realizada


pelo método de modelo chuva-vazão.
A estação base, utilizada como dado de entrada das vazões
observadas foi a estação Jangada do Sul, mediante preenchimento das falhas
de dados através de correlações estatísticas entre a estação Jangada do Sul e
as estações Salto Canoinhas e UHE Governador Bento Munhoz Jangada do
Sul.
Com as falhas preenchidas, a série de vazões médias diárias da
estação Jangada do Sul totalizou 69 anos completos de dados (1946-2014).
Após a determinação da série de vazões médias diárias para o eixo
da CGH São Bento, calculou-se as vazões médias mensais. As vazões
características extraídas da série de vazões médias mensais da CGH São
Bento são apresentadas na tabela a seguir.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       130 
 

Tabela 6.1.5. Comportamento da Série de Vazões Médias Mensais

Vazão Característica Vazão (m³/s) e Mês/Ano de Registro

Vazão Média Mensal (QMLP) 5,86

Vazão Mensal Mínima 0,25 (maio/2006)

Vazão Mensal Máxima 42,76 (julho/1983)

Vazão Anual Mínima 3,43 (1978)

Vazão Anual Máxima 11,89 (1983)


Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

A série de vazões médias mensais para a CGH São Bento é


apresentada na tabela a seguir.

Tabela 6.1.6. Série de Vazões Médias Mensais (m³/s) CGH São Bento AD =
207,30 km²
Data Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

1977 3,62 2,97 5,56 3,35 0,85 4,64 5,09 7,04 4,64 7,00 5,45 3,10 4,44

1978 1,87 0,74 4,01 0,36 1,95 4,44 8,30 5,98 4,62 2,57 4,04 2,26 3,43

1979 0,46 2,06 3,13 4,07 11,14 4,58 4,01 4,57 5,17 13,13 10,25 4,09 5,56

1980 2,64 3,12 9,90 2,84 6,00 4,52 5,41 6,18 9,74 3,83 2,35 4,24 5,06

1981 6,11 3,87 1,97 3,23 3,44 5,48 2,57 3,63 4,19 3,99 3,07 3,48 3,75

1982 1,52 4,26 1,55 1,15 4,38 10,23 15,93 9,64 3,38 7,74 10,26 5,44 6,29

1983 6,21 6,23 8,77 4,96 12,85 13,77 42,76 12,25 10,93 10,26 9,83 3,91 11,89

1984 2,19 1,67 4,30 4,02 5,63 12,54 9,30 14,39 9,70 5,36 7,37 3,54 6,67

1985 1,59 9,50 3,97 6,80 3,46 1,96 3,00 3,68 3,16 2,97 3,27 0,77 3,68

1986 3,13 5,83 1,71 5,69 5,87 4,02 2,06 3,60 5,58 5,17 6,15 2,68 4,29

1987 3,16 5,31 2,81 3,91 21,70 11,53 8,63 6,31 3,18 5,39 2,98 1,57 6,37

1988 2,94 3,40 1,20 3,88 16,83 11,29 4,06 1,20 2,21 6,07 2,49 5,53 5,09

1989 4,84 6,93 2,64 4,28 5,45 2,72 4,90 5,35 15,83 9,31 3,67 0,50 5,54

1990 8,15 2,87 3,51 6,37 6,46 19,03 8,85 8,63 7,99 7,21 6,27 3,01 7,36

1991 2,79 1,35 1,23 4,00 2,00 10,57 7,19 5,18 1,42 6,64 4,33 3,43 4,18

1992 2,67 4,28 3,08 2,68 13,20 11,78 13,50 8,56 7,38 4,11 5,31 2,57 6,59

1993 3,87 1,94 1,87 3,05 6,69 7,66 6,38 1,96 7,17 10,69 3,15 2,21 4,72

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       131 
 

Data Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

1994 0,28 3,59 0,63 2,31 6,79 9,99 13,81 4,43 3,77 4,49 6,99 4,95 5,17

1995 12,35 6,58 2,44 2,13 1,03 4,50 5,45 1,40 6,64 9,04 1,97 3,39 4,74

1996 6,89 5,49 7,07 3,06 0,47 8,30 12,71 8,18 11,02 13,19 8,37 3,98 7,39

1997 3,72 9,97 4,17 1,88 5,47 11,31 10,73 14,00 8,88 21,03 15,97 5,78 9,41

1998 5,45 6,96 9,33 31,89 13,57 6,43 7,79 13,87 18,85 15,49 3,57 5,13 11,53

1999 5,87 4,10 1,42 3,92 2,36 9,58 12,46 2,21 4,83 9,59 2,12 3,23 5,14

2000 4,40 4,60 6,04 3,93 5,97 3,39 6,86 3,67 13,31 9,61 2,40 1,94 5,51

2001 5,29 11,08 8,41 3,28 4,23 6,36 6,43 3,31 5,16 8,75 3,78 4,00 5,84

2002 2,03 1,23 2,60 1,33 7,86 4,31 2,91 6,00 6,60 5,88 8,99 3,56 4,44

2003 1,87 4,51 4,08 2,29 2,88 7,59 3,92 1,59 1,77 4,48 5,25 9,07 4,11

2004 4,33 2,29 1,01 2,24 8,17 5,56 9,28 3,37 4,10 9,34 7,56 1,51 4,90

2005 2,71 0,52 1,12 5,60 7,65 10,03 6,73 4,45 14,09 13,23 4,64 1,18 6,00

2006 2,95 1,62 4,56 1,45 0,25 0,99 2,61 4,30 7,72 5,70 4,96 4,72 3,49

2007 9,00 3,03 4,11 9,10 14,98 5,74 5,44 1,97 2,50 6,73 9,07 6,19 6,49

2008 3,04 1,46 2,79 5,22 5,30 6,10 3,15 3,64 4,73 7,23 4,42 1,54 4,05

2009 2,30 3,39 1,40 1,50 4,47 4,69 5,18 7,96 11,00 10,74 3,76 3,69 5,01

2010 6,50 4,63 6,86 16,96 17,02 10,45 7,34 5,10 1,52 4,93 3,00 8,41 7,73

2011 7,30 8,55 3,34 3,39 3,68 6,26 11,88 14,77 16,34 8,79 4,05 1,36 7,48

2012 6,74 2,82 1,46 6,17 5,35 7,89 6,49 3,51 1,74 4,74 1,95 2,55 4,28

2013 5,06 4,82 4,71 3,46 5,95 21,43 11,58 7,92 11,10 7,33 3,19 4,15 7,56

2014 4,78 4,41 6,47 3,89 5,64 20,82 9,44 4,51 10,25 9,30 7,07 3,84 7,54
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

6.1.3.3 Estudo de Frequência de Vazões

A curva de permanência de vazões médias mensais para a CGH


São Bento, determinada através do método de Kimbal, está apresentada no
gráfico a seguir.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       132 
 

Gráfico 6.1.12. Curva de Permanência de Vazões Médias Mensais

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Desta curva extraíram-se as seguintes vazões características:

Tabela 6.1.7. Vazões Características – Curva de Permanência

Tempo (%) Vazão (m³/s)

1 21,48

5 14,35

10 11,85

15 10,14

20 9,08

25 7,97

30 7,17

35 6,47

40 6,0

45 5,46

50 4,96

55 4,53

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       133 
 

Tempo (%) Vazão (m³/s)

60 4,23

65 3,92

70 3,57

75 3,18

80 2,88

85 2,35

90 1,80

95 1,25

99 0,44
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

6.1.3.4 Estudo de Vazões Máximas

As vazões máximas são utilizadas para o dimensionamento das


estruturas de desvio do rio e do vertedouro.
O estudo de máximas baseia-se em critérios estatísticos aplicados
nas séries de vazões máximas anuais, que devem ser extraídas de séries de
vazões médias diárias representativas do regime fluvial na bacia em análise.
Para esta avaliação, foi utilizada, como dados base, a série de
vazões médias diárias da estação fluviométrica Jangada do Sul, que apresenta
dados no período entre 1946 e 2014. Desta estação, foram selecionadas as
vazões máximas diárias anuais, dos anos completos de 1946 a 2014, que
foram transferidas por relação direta de áreas de drenagem para o local da
barragem da CGH São Bento, resultando em uma série completa de 62 dados.
Como as vazões máximas são determinadas a partir de vazões
médias diárias, ou seja, da média entre os valores medidos às 7 e 17h do dia,
fez-se o uso de um coeficiente para a majoração destas vazões médias diárias
máximas anuais, visando emular o pico do hidrograma, eventualmente não
medido entre os horários de medição de níveis, para a obtenção de vazões
instantâneas anuais.
Para isto, aplicou-se o critério de Füller, conforme equacionado a
seguir, o que resultou em uma série de vazões máximas instantâneas anuais.

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       134 
 

2,66
1 ,
 

Onde QPico é a vazão de pico instantânea (m³/s); Qmax é a vazão


máxima média diária, e Ad é a área de drenagem (km²).
Na tabela a seguir, é apresentada a série de vazões máximas
extraídas da série de vazões médias diárias, e a respectiva série de vazões
máximas instantâneas, para o período entre 1946 e 2014 da CGH São Bento.

Tabela 6.1.8. Série de Vazões Máximas Anuais para o Período Completo


Ano Vazão Máxima  Vazão Máxima Ano Vazão Máxima Vazão Máxima
  Diária (m³/s)  Instantânea (m³/s) Diária (m³/s) Instantânea (m³/s)
1946  53  82  1981  22  34 

1947  52  80  1982  55  85 

1948  43  66  1983  192  295 

1949  19  29  1984  57  88 

1950  67  104  1985  23  35 

1951  37  56  1986  31  48 

1952  ‐  ‐  1987  48  74 

1953  28  44  1988  47  73 

1954  46  70  1989  65  100 

1955  47  72  1990  69  107 

1956  31  48  1991  38  59 

1957  67  103  1992  104  160 

1958  22  34  1993  49  76 

1959  20  30  1994  43  66 

1960  29  45  1995  34  52 

1961  44  68  1996  56  87 

1962  36  55  1997  68  104 

1963  26  41  1998  66  102 

1964  38  58  1999  67  103 

1965  51  78  2000  51  78 

1966  33  51  2001  ‐  ‐ 

1967  35  54  2002  23  36 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       135 
 

Ano Vazão Máxima  Vazão Máxima Ano Vazão Máxima Vazão Máxima


  Diária (m³/s)  Instantânea (m³/s) Diária (m³/s) Instantânea (m³/s)
1968  43  67  2003  34  52 

1969  40  61  2004  30  45 

1970  33  51  2005  ‐  ‐ 

1971  52  79  2006  ‐  ‐ 

1972  81  125  2007  ‐  ‐ 

1973  51  79  2008  ‐  ‐ 

1974  29  44  2009  ‐  ‐ 

1975  63  96  2010  97  150 

1976  44  68  2011  85  131 

1977  36  55  2012  34  53 

1978  28  43  2013  66  101 

1979  50  76  2014  80  123 

1980  55  85  2015  ‐  ‐ 


Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

A partir da série de vazões máximas instantâneas anuais foram


calculadas as estatísticas apresentadas na tabela a seguir.
Tabela 6.1.9. Estatísticas da Série de Vazões Máximas Instantâneas
Anuais

Parâmetro Valor

Mínima 29,04

Média 76,01

Máxima 295,04

Variância 1.635,13

Desvio Padrão 40,44

Coeficiente de Assimetria 2,87

Coeficiente de Variação 0,53


Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Na análise de frequência de cheias recomenda-se utilizar a


distribuição Gumbel, quando o coeficiente de assimetria da série de máximas

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       136 
 

for inferior a 1,5 e a distribuição Exponencial, em caso contrário


(ELETROBRÁS, 2000).
Na série de vazões máximas instantâneas anuais da CGH São
Bento foi aplicado o critério Exponencial, conforme orientações da Eletrobrás.
As vazões máximas associadas a cada tempo de recorrência,
calculadas para a CGH São Bento, através desta metodologia, estão
apresentadas na tabela e no gráfico a seguir.

Tabela 6.1.10. Vazões Máximas para o Período Completo (m³/s)

Tempo de Recorrência (anos) Vazões Máximas(m³/s)

2 64

5 101

10 129

25 166

50 194

100 222

500 287

1000 315

5000 408
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.
 

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Gráfico 6.1.13. Distribuição Exponencial

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Na verificação da estrutura do vertedouro existente foi utilizada a


vazão máxima de 1.000 anos de recorrência das vazões instantâneas
calculadas, equivalente a 315,00 m³/s.
A confiabilidade dos resultados da análise de frequência de cheias
depende do quão bem o modelo estatístico assumido aplica-se a um dado
conjunto de dados hidrológicos.
As estimativas estatísticas são frequentemente apresentadas por um
intervalo de confiança, onde se delimita limites superiores e inferiores, gerando
um intervalo de valores estimados prováveis e que deverá conter o valor real
observado. Com base no tamanho da amostra e a variabilidade da mesma,
tem-se esse intervalo como a faixa de ocorrência dos valores amostrais, com
uma probabilidade adotada na forma de um determinado nível de confiança.
A metodologia empregada é descrita por Natrella (1963 apud CHOW
ET AL. 1988) e baseiam-se na definição dessa faixa com base em fatores de
frequência limites aqueles que definidos nos estudos de cheias para a curva de
frequência para cada um  dos tempos de recorrência. O gráfico a seguir,

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       138 
 

apresenta o princípio do processo de inferência estatística usado nesse


procedimento. 

Gráfico 6.1.14. Esquematização dos Intervalos de Confiança da Curva de


Frequência

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

O nível de significância α depende do nível de confiança β escolhido


e é dado pela equação a seguir:
1
2
A magnitude das vazões de cheia para um período de retorno TR,
considerando o limite superior UT,α e o limite inferior LT,α, pode ser calculado
através das equações de fator de frequência mostradas a seguir:

, ,

, ,

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Onde UT,α é a vazão de cheia do limite superior para um período de


retorno T com nível de significância α e LT,α é a vazão de cheia do limite
inferior para um período de retorno T com nível de significância α, é a média
das vazões máximas instantâneas, sx é o desvio padrão amostral das vazões
máximas instantâneas, é o fator de frequência do limite superior para um
período de retorno T com nível de significância α e é o fator de frequência do
limite inferior para um período de retorno T com nível de significância α.
Os fatores de frequência dos limites superior e inferior podem ser
determinados através de distribuições de probabilidade adequadas a cada
caso. Neste caso, adotando-se o ajuste desses coeficientes à distribuição
normal, estimam-se esses parâmetros com as seguintes expressões:

Onde: é o fator de frequência do limite superior para um período de


retorno T com nível de significância α, é o fator de frequência do limite inferior
para um período de retorno T com nível de significância α, KT é o fator de
frequência usado na definição da curva de frequência para um período de
retorno T, a e b são parâmetros calculados a partir do tamanho da amostra e
nível de confiança.

1
2 1
 

 
 
Sendo zα é um parâmetro estatístico adotado, n é o tamanho da
amostra e KT é o fator de frequência para um período de retorno T.
O valor de zα é uma variável reduzida normal, com uma
probabilidade α de ser superada.
No presente estudo, adotou-se um nível de confiança de 95%, ou
seja, a probabilidade do valor estimado estar contido no intervalo de valores

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estimados prováveis é de 95%, podendo conter uma diferença de 2,5 % para


mais ou para menos.
No gráfico abaixo, apresenta-se o gráfico com os valores máximos
estimados para o período completo e os limites superiores e inferiores
calculados.

Gráfico 6.1.15. Limites de Confiança para Valores de Vazões Máximas

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016. 

Pode-se observar no gráfico, que as vazões de cheias estimadas no


presente estudo estão dentro do intervalo de confiança. Portanto, é possível
afirmar que os valores estimados estão de acordo com o valor esperado.

6.1.3.5 Estudo da Vazão Ecológica

No estudo de vazões mínimas foi determinada a vazão ecológica,


que é a vazão mínima necessária para a manutenção do ecossistema aquático,
e que deverá ser 100% mantida no trecho do rio onde haverá derivação de
água.

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No estado do Paraná, o Instituto das Águas do Paraná, através do


Manual Técnico de Outorgas (SUDERHSA, 2006) estabelece como vazão
mínima a ser garantida a jusante do aproveitamento hidrelétrico, o valor de
50% da Q7,10, que representa a vazão média mínima em sete dias
consecutivos com 10 anos de recorrência.
A Q7,10 na CGH São Bento foi determinada a partir da série de
vazões médias diárias da estação fluviométrica Jangada do Sul, que possui
dados no período entre 1946 e 2014.
Desta forma, a partir desta série de vazões médias diárias,
calcularam-se as vazões médias de 7 dias (Q7), e o valor mínimo observado
em cada ano foi selecionado e transferido para o eixo da CGH São Bento,
através da proporcionalidade das áreas de drenagem.
Através do critério de Kimbal, associou-se a cada uma destas
vazões uma frequência e um tempo de recorrência, conforme apresentado na
tabela a seguir.

Tabela 6.1.11. Série de Vazões Médias de 7 dias – Valores Mínimos Anuais


Mínima Q7 (m³/s) Tempo de Recorrência
Frequência
(anos)
1,51 0,02 61,00

1,88 0,03 30,50

2,05 0,05 20,33

2,05 0,07 15,25

2,18 0,08 12,20

2,40 0,10 10,17

2,50 0,11 8,71

2,63 0,13 7,63

2,74 0,15 6,78

2,90 0,16 6,10

3,18 0,18 5,55

3,22 0,20 5,08

3,25 0,21 4,69

3,36 0,23 4,36

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Mínima Q7 (m³/s) Tempo de Recorrência


Frequência
(anos)
3,47 0,25 4,07

3,51 0,26 3,81

3,51 0,26 3,81

3,69 0,28 3,59

3,75 0,30 3,39

3,76 0,31 3,21

3,86 0,33 3,05

3,89 0,34 2,90

3,98 0,36 2,77

4,02 0,38 2,65

4,05 0,39 2,54


4,09  0,41  2,44 

4,28  0,43  2,35 

4,38  0,44  2,26 

4,45  0,46  2,18 

4,59  0,48  2,10 

4,66  0,49  2,03 

4,70  0,51  1,97 


4,81  0,54 1,85 

4,84  0,56 1,79 

4,97  0,57 1,74 

5,00  0,59 1,69 

5,00  0,61 1,65 

5,09  0,62 1,61 

5,13  0,64 1,56 

5,23  0,66 1,53 

5,57  0,67 1,49 

5,65  0,69 1,45 

5,66  0,70 1,42 

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Mínima Q7 (m³/s) Tempo de Recorrência
Frequência
(anos)
5,84  0,72 1,39 

5,96  0,74 1,36 

6,17  0,75 1,33 

6,20  0,77 1,30 

6,26  0,79 1,27 

6,62  0,80 1,24 

6,96  0,82 1,22 

6,96  0,82 1,22 

6,98  0,84 1,20 

7,35  0,85 1,17 

7,52  0,87 1,15 

7,97  0,89 1,13 

8,05  0,90 1,11 

8,41  0,92 1,09 

8,71  0,93 1,07 

9,26  0,95 1,05 

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

A vazão média mínima em sete dias consecutivos, com 10 anos de


recorrência na CGH São Bento, Q7,10, calculada por interpolação linear, é igual
a 0,50 m³/s. A vazão ecológica, portanto, correspondente a 50% deste valor
(SUDERHSA, 2006), resultando, assim, em 0,25 m³/s.

6.1.3.6 Curva-Chave do Canal de Fuga

Para a elaboração da curva-chave, foi utilizado o software HEC-


RAS, versão 4.1, desenvolvido pelo Hydrologic Engineer Center do U.S. Army
Corps of Engineer. Este software utiliza uma modelagem unidimensional, com
regime de escoamento permanente, gradualmente variado ou transiente e
apresenta as opções de escoamento subcrítico, crítico e misto.

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Para o desenvolvimento da simulação são necessárias informações
das seções transversais no trecho, as condições de contorno nas seções de
montante e jusante, rugosidade do canal e as vazões de interesse.
As seções topobatimétricas utilizadas na simulação foram
levantadas pela empresa de Topografia Meditec e estão apresentadas a seguir.

Figura 6.1.4. Indicação das Seções Utilizadas na Simulação

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016. 

A distância entre seções está na tabela a seguir.

Tabela 6.1.13. Distância entre Seções Topobatimétricas


Seção Distância (m)
Montante Jusante Entre seções Acumulada
Seção 3 Seção 4 15,86 15,86
Seção 4 Seção 5 14,99 30,85
Seção 5 Seção Ponte 20,34 51,19
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Localizada na seção mais a jusante existe uma ponte com um pilar


aproximadamente no centro do rio. Na base deste pilar, a espessura é de 1,50
m na direção transversal ao fluxo. A cota superior do tabuleiro está na El.
1.034,20 m e a inferior, na El. 1.033,10 m. Sua geometria também foi inserida
na simulação.
Como condição de contorno de jusante e montante, foi utilizada a
inclinação do trecho, obtida pelos níveis de água das seções e as distâncias
entre elas. Para a rugosidade, foi utilizado coeficiente de Manning igual a 0,03.

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O intervalo de vazões simuladas contém desde vazões menores que
a vazão média de longo período até vazões com tempo de retorno
característicos. Para estas últimas, os valores encontrados, após a realização
da simulação, estão na tabela seguinte.
A curva-chave foi definida para a Seção 5 pois é a seção que
coincide com o canal de fuga da usina.

Tabela 6.1.14. Níveis de água para a Seção 5

TR (anos) Vazão (m³/s) Cota (m)

2 64 1.030,27
5 101 1.030,81
10 129 1.031,14
25 166 1.031,53
50 194 1.031,80
100 222 1.032,05
500 287 1.032,58
1.000 315 1.032,78
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016. 

Com todos os valores calculados de níveis de água, foi ajustada


uma equação que melhor representasse o comportamento da seção. Esta
equação está apresentada a seguir.

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Gráfico 6.1.16. Curva-Chave para a Seção 5

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016. 

Assim, a equação obtida fornece, para a vazão de engolimento, o


nível de jusante na El. 1.028,92 m. Para a vazão associada a 1.000 anos de
tempo de retorno, a simulação fornece o nível de água na El. 1.032,8 m. Para
atender este nível, a proteção da casa de força foi adotada na El. 1.034 m.
A modelagem desenvolvida forneceu resultados para todas as
seções. Observa-se que, para a Seção Ponte, o nível de água para a vazão de
315 m³/s se encontra na El. 1.032,38 m, cerca de 70 cm abaixo do nível inferior
do tabuleiro da ponte.

6.1.3.7 Curva-de Descarga do Vertedouro

A curva de descarga do vertedouro foi calculada através da


simulação da variação de lâmina de água sobre a crista do vertedouro
referente ao dimensionamento e descrição geral das estruturas da CGH São
Bento.
Abaixo segue a curva de descarga do vertedouro, a qual apresenta
para cada vazão vertida um respectivo nível de montante.

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A curva fornece informações pertinentes para a definição do nível de
proteção das estruturas e da crista da barragem, uma vez que através dela é
possível identificar a elevação do reservatório para vazões excepcionais, como
é o caso do presente projeto, o qual considerou para efeito de proteção uma
vazão máxima correspondente a 315,00 m³/s, associada a um tempo de
recorrência de 1.000 anos.

Gráfico 6.1.17. Curva-Chave do Vertedouro 

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

6.1.4 Geologia

O levantamento geológico, geomorfológico e pedológico se deu


essencialmente através de dados secundários obtidos em literatura técnica
específica, mas também contou com dados in situ obtidos através de sondagens e
observações do meio. Estas informações possibilitaram o reconhecimento das
compartimentações geológicas, geomorfológicas e estruturais da área de
influência direta do empreendimento.

6.1.4.1 Geologia Regional

A geologia regional é representada exclusivamente pela Formação


Serra Geral denominada desta forma por White (1906). Trata-se da província

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magmática formada por derrames e intrusivas do Cretáceo, com
aproximadamente 133 Ma segundo Renne et al. (1992) que recobrem parte
dos sedimentos da Bacia do Paraná, abrangendo grande porção da região
centro-sul do Brasil, estendendo-se para o Paraguai, Uruguai e Argentina. Esta
unidade é constituída predominantemente por basaltos e subordinadamente
por basalto-andesitos, ambos de filiação toleiítica, os quais contrastam com
raros riolitos e riodacitos, formando uma associação litológica bimodal (Wildner,
2004). A atividade ígnea intrusiva associada é representada por sills e diques.
Essas rochas encontram-se em contato concordante e abrupto com os arenitos
eólicos subjacentes da Formação Botucatu.
Os basaltos apresentam preferencialmente texturas afaníticas e
microcristalinas com estruturas maciças ou vesículo-amigdalodais, com
decomposição esferoidal nos afloramentos em processo avançado de
intemperismo.
Acumulados nos sopés de taludes íngremes ou escarpas rochosas
são comuns os depósitos coluvionares, compostos por blocos e/ou grãos de
qualquer dimensão transportados por gravidade até esses locais.
Do ponto de vista estrutural, a Formação Serra Geral apresenta-se
em sucessivos derrames com sistemas de faturamentos relacionados aos
esforços tectônicos, gerando fraturas sub-verticais associadas à
descontinuidades sub-horizontais formadas no processo de resfriamento da
lava basáltica.
As fraturas tectônicas posteriores ao evento magmático
interconectam-se, por todo o derrame Esta estruturas são importantes pois
conectam os níveis de porosidade potencial dentro da sequência como as
zonas vesiculares, brechadas e intertraps arenosos.

6.1.4.2 Geologia Local

A geologia local foi caracterizada com o auxílio de sondagens


realizadas pela empresa Geo-X Sondagens. Foram desenvolvidas sondagens
a trado manual, a percussão e rotativa.
As modalidades a trado e a percussão são processos de exploração
e reconhecimento do subsolo para identificação e classificação dos solos e do

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nível freático. Já as sondagens rotativas são utilizadas para a investigação de
maciços rochosos e solos impenetráveis nos outros métodos citados.
Para este trabalho foram executadas três sondagens à percussão,
SPT-1, SPT-2 e SPT-4, totalizando 18,75 metros perfurados. Foi também
realizado um único furo de sondagem à trado manual, ST-3, com 4 metros de
profundidade.

A sondagem à percussão SPT-01 registrou o seguinte perfil:

 0,00 a 1,85m: solo argilo-arenoso de coloração marrom;


 1,85 a 2,85m: argila pouco arenosa de coloração marrom;
 2,85 a 3,85m: argila pouco arenosa de coloração marrom;
 3,85 a 4,85m: argila pouco arenosa de coloração marrom;
 A partir de 4,85 m: impenetrável.

A sondagem à percussão SPT-02 registrou o seguinte perfil:

 0,00 - 2,90m: solo argilo-arenoso de coloração marrom;


 2,90 - 3,90m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 3,90 - 4,90m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 4,90 - 5,20m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 A partir de 5,20m: impenetrável.

A sondagem a trado manual ST-03 registrou o seguinte perfil:

 0,00 - 1,30m: solo argilo-arenoso de coloração marrom;


 1,30 - 2,30m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 2,30 - 3,30m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 3,30 - 4,00m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 A partir de 4,00m: impenetrável.

A sondagem à percussão SPT-04 registrou o seguinte perfil:

 0,00 - 2,90m: solo argilo-arenoso de coloração marrom;


 2,90 - 3,90m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 3,90 - 4,90m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 4,90 - 5,90m: argila arenosa de coloração marrom claro;

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 5,90 - 6,90m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 6,90 - 7,90m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 7,90 - 8,70m: argila arenosa de coloração marrom claro;
 A partir de 8,70m: impenetrável.

As análises das sondagens acima diagnosticaram um solo


essencialmente argiloso subordinadamente arenoso, apresentando coloração
marrom clara.
Foram executados também quatro furos de sondagem rotativa, SR-
01, SR-02, SR-03 e SR-04, totalizando 76,00 metros de perfuração,
distribuídos conforme seguem os perfis a seguir.

A sondagem de reconhecimento rotativa SR-01 registrou o seguinte


perfil:

 0,00 - 9,75m: sedimento argilo-arenoso de coloração marrom claro a


escuro;
 9,75 - 18,65m: alteração de rocha basáltica imersa em solo argilo-
arenoso de cor marrom, fragmentada, muito alterada, friável;
 18,65 - 24,00m: rocha basáltica de coloração cinza, fraturada, rocha sã,
muito coerente;

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Figura 6.1.5. Material mineral da sondagem de reconhecimento rotativa
SR-01.

Fonte: Geo-X Sondagens, 2015.

A sondagem de reconhecimento rotativa SR-02 registrou o seguinte


perfil: 

 0,00 - 1,60m: rocha basáltica de cor cinza, fragmentada, pouco alterada,


coerente;
 1,60 - 7,00m: rocha basáltica de cor cinza, fraturada, pouco alterada,
coerente;

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Figura 6.1.6. Material mineral da sondagem de reconhecimento rotativa
SR-02

Fonte: Geo-X Sondagens, 2015.

A sondagem de reconhecimento rotativa SR-03 registrou o seguinte


perfil:

 0,00 - 1,60m: sedimento argilo-arenoso de cor marrom claro à escuro;


 1,60 - 5,00m: rocha basáltica de cor cinza, muito fraturada, pouco
alterada, coerente;
 5,00 - 11,32m: rocha basáltica de cor cinza, pouco fraturada, rocha sã,
muito coerente;
 11,32 - 20,00m: rocha basáltica de cor cinza, fraturada, pouco alterada,
coerente;

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Figura 6.1.7. Material mineral da sondagem de reconhecimento rotativa
SR-03

Fonte: Geo-X Sondagens, 2015.

A sondagem de reconhecimento rotativa SR-04 registrou o seguinte


perfil:

 0,00 - 10,00m: sedimento argilo-arenoso de cor marrom claro à escuro c/


framentos de rocha basáltica de cor cinza;
 10,00 - 16,75 m: alteração de rocha basáltica de cor marrom,
fragmentada, muito alterada, pouco coerente;
 16,75 - 20,28m: rocha basáltica amigdaloidal de cor cinza á marrom
claro, fraturada, pouco alterada, coerente;
 20,28 - 25,00m: rocha basáltica de cor cinza, pouco fraturada, rocha sã,
muito coerente.

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Figura 6.1.8. Material mineral da sondagem de reconhecimento rotativa
SR-04

Fonte: Geo-X Sondagens, 2015.

As análises das sondagens rotativas diagnosticaram um arcabouço


rochoso composto por basalto de coloração cinza, fraturado e muito coerente.
O grau de coerência é um parâmetro destinado a avaliar, de forma indireta, as
características de resistência da rocha. Uma rocha coerente, como o caso,
quebra facilmente ao golpe do martelo, produzindo vários fragmentos de
bordos quebradiços por pressão dos dedos; sua superfície é riscável com aço,
deixando sulcos leves, é também escavável a fogo.

6.1.4.3 Geomorfologia

Segundo o Atlas Geomorfológico do Estado do Paraná, folha de


Clevelândia, escala 1:500.000, entre as coordenadas geográficas de latitudes
26º 00’ e 27º 00’ sul e longitudes 51º 00’ e 52º 30’ oeste, há na região duas
sub-unidades morfoesculturais principais, consideradas neste estudo como as
mais expressivas na área de influência direta da CGH São Bento.
A sub-unidade morfoescultural denominada Planalto de Clevelândia,
situada no Terceiro Planalto Paranaense, apresenta dissecação média e ocupa

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uma área de 450,87 km². As classes de declividades predominantes são
menores que 6% em uma área de 604,76 km², e de 12-30% em uma área total
de 1.465,63 km2. Possui um gradiente de 600 metros, com altitudes variando
entre 720 e 1.320 m. As formas predominantes são topos aplainados com
residuais de aplanação, vertentes convexas, convexocôncavas e vales em “V”,
modelados em rochas da Formação Serra Geral.
Já a sub-unidade morfoescultural denominada Planalto de
Palmas/Guarapuava, situada no Terceiro Planalto Paranaense, apresenta
dissecação baixa e ocupa uma área de 3.373,71 km². A classe de declividade
predominante é menor que 6% em uma área de 2.008,26 km². Em relação ao
relevo, apresenta um gradiente de 660 metros com altitudes variando entre 700
a 1.360 m. As formas predominantes são topos aplainados, vertentes retilíneas
e convexas e vales em “U”, modelados em rochas da Formação Serra Geral.

6.1.4.4 Solos

Segundo o mapa de solos do Estado do Paraná de escala 1:50.000,


desenvolvido pelo Instituto de Terras , Cartografia e Geociências – ITCG em
2008, a área de influência direta da CGH São Bento abrange essencialmente
três tipos de solo: neossolos, nitossolo e cambissolo.
Os neossolos são constituídos por material mineral ou por material
orgânico pouco espesso, com predomínio de características herdadas do
material originário, sendo definido pelo SiBCS (Embrapa, 2006) como solos
pouco evoluídos e sem a presença de horizonte diagnóstico. Abrangem
diversos ambientes climáticos, associados desde áreas de relevos ondulados a
montanhosos até as áreas planas, sob a influência do lençol freático. Quanto
ao material de origem, variam desde sedimentos aluviais até materiais
provenientes da decomposição de rochas cristalinas datadas do pré-
cambriano. Possuem sequência típica de horizontes A-C ou A sobre rocha.
Os neossolos da região são derivados do basalto, de composição
essencialmente argilosa, com forte atração magnética devido a presença da
magnetita, contendo ainda altos teores de Ca, Fe e Mg.
O uso destes solos deve ser restringido quando estiverem próximos
aos cursos d´água e em ambientes de relevos declivosos, pois os neossolos

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mais rasos apresentam forte suscetibilidade aos processos erosivos,
necessitando o uso de práticas conservacionistas. Os neossolos são terras
indicadas para preservação da flora e da fauna ou para reflorestamentos.
Já os nitossolos, são constituídos por material mineral, não
hidromórfico, definido pelo SiBCS (Embrapa, 2006) pela presença de horizonte
diagnóstico subsuperficial B nítico em sequência a qualquer tipo de horizonte
A. Este horizonte diagnóstico é caracterizado pelo desenvolvimento de
cerosidade, pois apresentam textura argilosa ou muito argilosa, com teores de
argila maiores que 350g/kg de solo.
Esta classe de solo está mais relacionada ao material de origem,
provindo principalmente de rochas básicas, como o basalto, amplamente
presente na região. São profundos, bem drenados e de coloração
avermelhada. Estes solos são identificados em diversos ambientes climáticos,
estando associados desde as áreas de relevos suavemente ondulados à
fortemente ondulados. Em áreas mais declivosas há a necessidade das
práticas conservacionistas devido a maior suscetibilidade aos processos
erosivos, porém menor que nos neossolos descritos anteriormente. Os
nitossolos são terras com aptidão restrita para lavoura, com a necessidade do
uso de corretivos e fertilizantes.
Os cambissolos, de expressão menor na área de estudo, são pouco
desenvolvidos e apresentam características do material originário, a rocha
mãe, evidenciado pela presença de minerais primários. São definidos pela
ocorrência de horizonte B incipiente, pouco desenvolvimento estruturalmente,
podendo ser em blocos, granular ou prismática. Já sua textura é franco-
arenosa ou mais argilosa. Variam de solos pouco profundos a profundos,
normalmente com baixa permeabilidade.
São identificados em diversos ambientes, mas normalmente
associados a áreas de relevos ondulados a montanhosos podendo, no entanto,
ocorrer em áreas planas fora da influência do lençol freático. Nestas áreas mais
planas, os cambissolos apresentam potencial para o uso agrícola. Já em
ambientes de relevos mais declivosos em encostas, os cambissolos mais rasos
apresentam limitações para o uso agrícola relacionadas à mecanização e à alta
suscetibilidade aos processos erosivos.

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Os cambissolos são terras com aptidão restrita para lavoura, com a
necessidade do uso de corretivos e fertilizantes e práticas conservacionistas,
indicados para pastagens e reflorestamentos.
A Figura 6.1.9 seguir especializa os solos registrados na bacia do
Rio Iratim.

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Figura 6.1.9. Mapa de solos presente na bacia do Rio Iratim

Fonte: Index Ambiental, 2015. Base cartográfica modificada do Instituto de Terras, Cartografia
e Geociências - ITCG.

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Os solos das imagens a seguir são originados dos basaltos que
compõe a geologia da região. A Figura 6.1.20 mostra um solo pouco
desenvolvido em meio a rocha fonte. Já a figura seguinte mostra um solo sem
os fragmentos líticos observados no solo anterior, formando ravinas.

Figura 6.1.10. Solo em meio à rocha fonte. Figura 6.1.11. Solo formando
ravinas

Fonte: Index Ambiental, 2015. Fonte: Index Ambiental, 2015.

6.1.4.5 Uso e Ocupação do Solo

A área de influência direta da CGH São Bento está classificada em


seis tipos distintos de classes de ocupação do solo. Além dos corpos de água
extensos, há regiões antropizadas, regiões de reflorestamento e Florestas
Ombrófila Mista com baixa, média e alta conservação.
O mapa utilizado para a classificação de uso e ocupação do solo foi
realizado pela IGPlan em parceria com a EPPenergia e Brookfield, na escala
de 1:250.000, disponível para download no site do Instituto Ambiental do
Paraná (IAP).

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Figura 6.1.12. Mapa de uso e ocupação do solo da área de influência
direta da CGH São Bento. 

Fonte: IGPlan, EPPenergia e Brookfield, modificado por Index Ambiental, 2015.

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6.1.4.6 Avaliação da Erodibilidade das Terras

A erosão é um dos processos da dinâmica externa da Terra que tem


por finalidade, juntamente com o intemperismo, aplainar as massas rochosas
soerguidas pela dinâmica interna terrestre. Sendo assim, trata-se de um
processo natural que geralmente é intensificado por ações antrópicas
negativas.
A ocupação humana inadequada associada às condições naturais
do solo, ao clima, ao relevo e à vegetação de uma região provocam a
aceleração dos processos erosivos resultando na degradação dos solos e das
águas. As consequências mais expressivas da erosão são a alteração da
qualidade das águas, com o assoreamento de rios e lagos, e a redução da
capacidade produtiva dos solos. Segundo Bertoni e Lombardi Neto (1990) a
erosão é o processo de mobilização e transporte acelerado do solo, causado
essencialmente pela água e pelo vento.
A área de influência direta da CGH São Bento é composta
essencialmente por neossolos, solos rasos ou muito rasos, com sequência
típica de horizontes A-C ou A sobre a rocha. Trata-se, portanto, de solo jovem,
pouco desenvolvido com contato abrupto com a rocha mãe.
As alterações não são significativas em relação ao material originário
devido à baixa intensidade dos processos pedogenéticos atuantes nesse
material. Os neossolos da região são derivados do basalto, de composição
essencialmente argilosa, com altos teores de Ca, Fe e Mg e com forte atração
magnética devido a presença da magnetita.
Possuem textura variável, frequentemente argilosa, com estrutura
fraca granular fina e consistência úmida friável para o horizonte A e estrutura
maciça e consistência muito friável para o horizonte C.
Estas texturas e estruturas são características morfológicas
importantes, uma vez que solos com essas propriedades podem ser bastante
susceptíveis à erosão, principalmente se removida à cobertura vegetal
protetora, expondo a fina camada do horizonte A. Quando ocorrem em relevo
fortemente ondulado a montanhoso, com presença rochas, a susceptibilidade à
erosão é ainda mais forte.

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Para elaboração do mapa de suscetibilidade a processos erosivos
foram utilizadas bases temáticas do tipo do solo, declividade e coleções
hídricas fornecidos pelo Instituto de Terras, Cartografia e Geociências - ITCG.
Para cada uma das bases temáticas foi atribuído um valor referente à
suscetibilidade para a identificação dos locais de maior risco ambiental à
erosão. Todo processo foi executado em ambiente SIG através de álgebra de
mapas como o uso do software ArcGis 10.2.1.
Na área de influência direta da CGH foram identificados três tipos de
solos, em ordem de aumento da fragilidade ambiental: nitossolos, cambissolos
e neossolos. Já as declividades registradas são de até 45%; não ocorrendo
declividades superiores a este valor nem mesmo nas imediações da AID.

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Figura 6.1.13. Mapa de suscetibil i d a d e à e r o s ã o n a A I D d a
C H G S ão Bento.

Fonte: Index Ambiental, 2015.

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Pode-se observar pelo mapa que a região imediatamente ao redor
da represa em questão possui baixa suscetibilidade à erosão, pois apresenta
um relevo com declividades suaves associado a solos não friáveis. As regiões
de maior fragilidade ambiental, registradas em vermelho, estão exclusivamente
associadas às áreas em torno de rios, as APPs (áreas de preservação
permanente).

6.1.5 Estudos de Sedimentos

A importância dos estudos sedimentológicos para a caracterização


do comportamento fluvial do rio reside na avaliação da capacidade de
assoreamento dos eventuais reservatórios, no possível comprometimento do
circuito de geração, na redução da capacidade de armazenamento e na
regularização. A quantidade de sedimentos transportada é importante na
concepção de obras de controle, como desarenadores, e a programação dos
planos de monitoramento e manutenção.
As principais características, quanto à produção de sedimentos e
sua quantificação, foram desenvolvidas pela empresa RDR Consultores
Associados em março de 2016, informações presentes também no relatório
técnico do projeto básico consolidado da CGH em questão.

6.1.5.1 Produção de Sedimentos

A produção de sedimentos é originária da área de drenagem


contribuinte, suscetível a diversos fatores, sendo os principais:
 Erosão;
 Precipitação – quantidade, intensidade e frequência;
 Tipo de Solo;
 Características Físicas da Bacia;
 Vegetação;
 Escoamento Superficial.
A erosão é o fator mais importante na produção de sedimentos,
sendo um processo complexo que se manifesta de diversas formas e, portanto,
sua avaliação também é complexa. Nem todo sedimento erodido alcança o
curso d’água, ficando parte retido em depressões e áreas planas.

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6.1.5.2 Quantificação da Produção de Sedimentos

Para a avaliação da produção de sedimentos no trecho em estudo da


bacia da CGH em questão foram utilizados dados da estação descrita na tabela a
seguir.

Tabela 6.1.24. Estação Sedimentológica


Código Número de Área de Coordenadas
Nome da Estação Drenagem
ANEEL Medições Latitude Longitude
(km)
65370000 Jangada do Sul 75 1.010 26°23'13'' 51°16'19''
Os dados de concentrações de sólidos suspensos, e das outras medições realizadas in loco
(vazão, cota, velocidade média, largura, área molhada) destas estações foram obtidos da
Agência Nacional de Águas – ANA.

Foram utilizadas 75 medições da concentração de sólidos em


suspensão, realizadas entre 1982 e 2002, na estação Jangada do Sul. Os
valores de vazões utilizados nos estudos sedimentológicos podem diferir das
descargas médias diárias da série histórica por se tratarem de valores
instantâneos avaliados nas medições.
Na tabela abaixo são apresentados os dados de sedimentos obtidos
da estação Jangada do Sul.

Tabela 6.1.25. Dados de Sedimentos – Estação Jangada do Sul


Cota  Q  Área Molhada  Largura  Vel. Média  C 
Nº  Data  (cm)  (m³/s)  (m²)  (m)  (m/s)  (ppm) 
1  30/01/1982  50  4,56  39,90  58,90  0,115  8,960 
2  18/02/1982  92  38,20  64,10  62,00  0,595  43,960 
3  26/05/1982  94  36,60  66,60  62,40  0,549  20,270 
4  11/10/1982  130  94,50  92,00  69,00  1,027  80,980 
5  21/11/1983  88  34,00  64,70  62,00  0,526  57,670 
6  24/04/1984  100  44,50  71,20  65,52  0,625  70,600 
7  18/06/1984  137  110,00  100,90  71,00  1,092  26,820 
8  08/09/1984  76  20,20  58,00  62,00  0,349  39,060 
9  24/11/1984  90  35,10  65,90  65,00  0,532  5,920 
10  09/03/1985  72  17,10  57,60  62,00  0,297  94,890 
11  21/04/1985  74  18,40  56,80  62,50  0,324  18,120 
12  02/07/1985  62  10,30  47,80  62,50  0,215  34,870 
13  27/09/1985  52  4,71  41,00  62,00  0,115  14,600 
14  30/10/1985  72  15,20  53,20  63,00  0,285  45,950 

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Cota  Q  Área Molhada  Largura  Vel. Média  C 
Nº  Data  (cm)  (m³/s)  (m²)  (m)  (m/s)  (ppm) 
15  04/03/1986  68  14,40  53,30  62,00  0,270  19,050 
16  02/05/1986  61  7,87  47,70  63,30  0,165  16,410 
17  17/06/1986  68  10,00  48,40  61,80  0,207  12,590 
18  03/09/1986  50  4,68  43,30  62,00  0,108  17,560 
19  31/10/1986  62  11,80  50,20  62,00  0,235  22,600 
20  21/02/1987  111  63,90  79,90  64,00  0,800  54,750 
21  30/04/1987  50  5,70  42,10  61,00  0,135  21,970 
22  26/08/1987  64  13,40  50,40  62,00  0,810  11,850 
23  28/04/1988  94  37,10  66,60  62,40  0,549  9,800 
24  05/09/1988  0  6,26  36,30  61,70  0,172  16,670 
25  04/04/1989  74  17,60  57,00  60,00  0,309  13,600 
26  27/05/1989  65  11,30  49,60  60,00  0,227  23,800 
27  24/07/1989  54  5,40  42,00  60,00  0,128  21,600 
28  28/09/1989  90  32,40  65,00  65,00  0,498  10,400 
29  27/08/1990  143  115,00  96,20  74,00  1,198  26,200 
30  06/11/1990  95  38,20  68,20  64,00  0,560  23,400 
31  03/12/1990  88  30,40  65,70  61,70  0,463  40,200 
32  23/07/1991  93  40,50  66,40  61,50  0,610  28,680 
33  15/04/1992  76  19,60  53,80  61,50  0,364  15,200 
34  20/05/1992  70  15,10  50,50  59,70  0,299  22,200 
35  23/06/1993  77  22,70  61,30  61,70  0,370  9,994 
36  12/08/1993  67  14,60  54,90  61,40  0,265  27,923 
37  14/09/1993  55  6,91  46,90  62,00  0,147  7,754 
38  19/11/1993  68  14,30  51,40  61,00  0,278  20,418 
39  17/04/1994  52  5,83  45,60  59,50  0,128  28,675 
40  05/05/1994  63  11,90  53,10  62,00  0,224  24,275 
41  31/05/1994  80  27,20  62,00  63,10  0,438  15,903 
42  28/07/1994  107  61,10  79,10  62,00  0,773  73,894 
43  01/09/1994  59  9,35  49,90  62,15  0,187  28,043 
44  06/04/1995  61  9,92  48,10  61,40  0,206  26,488 
45  10/05/1995  54  7,08  44,80  62,50  0,158  19,224 
46  27/07/1995  56  8,17  46,10  62,50  0,177  21,531 
47  24/10/1995  71  18,60  53,40  61,50  0,349  9,694 
48  27/04/1996  65  13,90  51,00  62,00  0,272  26,443 
49  29/05/1996  54  7,02  48,00  61,00  0,146  13,790 
50  18/08/1996  88  35,60  60,00  61,80  0,593  34,563 
51  14/03/1997  93  41,30  68,90  61,20  0,600  31,459 
52  23/05/1997  86  31,00  61,10  60,30  0,507  18,778 
53  30/06/1997  100  52,50  71,00  63,00  0,739  26,994 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       167 
Cota  Q  Área Molhada  Largura  Vel. Média  C 
Nº  Data  (cm)  (m³/s)  (m²)  (m)  (m/s)  (ppm) 
54  24/07/1997  103  52,90  79,90  60,60  0,662  29,442 
55  23/09/1997  66  13,20  49,80  60,08  0,265  15,484 
56  16/11/1997  122  82,10  85,90  61,50  0,955  24,170 
57  13/03/1998  111  56,70  71,40  60,05  0,794  65,442 
58  20/04/1998  108  52,40  73,50  60,00  0,713  17,396 
59  25/06/1998  73  17,60  52,60  57,30  0,334  26,632 
60  27/08/1998  114  58,30  77,00  60,10  0,757  19,167 
61  19/10/1998  109  53,50  73,20  60,20  0,730  20,681 
62  01/12/1998  67  13,80  50,00  58,30  0,858  17,336 
63  04/05/1999  55  7,90  43,00  60,00  0,184  23,507 
64  01/07/1999  72  26,20  54,50  61,00  0,480  30,898 
65  25/08/1999  49  5,67  39,70  57,80  0,143  38,744 
66  26/10/1999  89  38,90  66,20  61,40  0,587  24,621 
67  10/03/2000  78  22,70  59,40  58,50  0,381  24,277 
68  27/04/2000  57  7,69  43,80  57,00  0,178  34,175 
69  13/07/2000  95  60,30  70,60  59,00  0,855  18,640 
70  16/08/2000  84  29,60  63,80  60,00  0,464  78,288 
71  24/10/2000  102  54,50  73,90  60,00  0,737  33,606 
72  06/06/2001  77  29,90  55,90  57,50  0,535  27,438 
73  11/09/2001  71  22,40  53,70  60,00  0,417  42,337 
74  14/08/2002  64  12,20  48,80  55,50  0,251  34,034 
75  23/10/2002  93  47,50  65,00  56,00  0,731  26,865 
Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

A descarga sólida total em um curso de água é definida pela soma


do material sólido em suspensão com a descarga sólida de arrasto. Neste
estudo, as vazões sólidas totais estimadas para o local da CGH São Bento
foram calculadas pelo método simplificado de Colby. (Carvalho et al.,1994).
Estes valores foram parametrizados em termos das áreas de drenagem,
obtendo-se uma curva de descarga sólida específica que relaciona a vazão
sólida total específica (qs), com a vazão líquida específica (q). A partir desta
relação, pode-se estabelecer a geração de sedimentos em função da equação
apresentada no gráfico a seguir.

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Gráfico 6.1.18. Curva-Chave de Sedimentos CGH São Bento

Fonte: RDR Consultores Associados, 2016.

Através da vazão média de longo período específica aplicada à


equação potencial da curva-chave de sedimentos obteve-se uma descarga
sólida total específica na CGH São Bento de 48,89 t/ano.km2.
Para a área de drenagem contribuinte ao aproveitamento, igual a
207,30 km², a vazão sólida total é de aproximadamente 10.136 t/ano. Adota-se
multiplicar este valor por 2 para prever um aumento da produção de
sedimentos com o tempo (CARVALHO, 1994). Desta forma, a descarga sólida
total na CGH São Bento resultou em 20.272 t/ano.
A eficiência de retenção de sedimentos no reservatório foi
determinada a partir da curva de Brune. Esta curva está apresentada no gráfico
abaixo. No eixo das abscissas, entra-se com a capacidade de afluência,
correspondente à relação entre o volume do reservatório no N.A. máximo
normal e a afluência média anual. Do eixo das ordenadas, obtém-se o valor da
eficiência de retenção de sedimentos no reservatório.

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Gráfico 6.1.19. Curva de Brune

Fonte: CARVALHO et. al, 2000.

Considerando o volume do reservatório da CGH São Bento no N.A.


máximo normal (1.047,57 m) igual a, aproximadamente, 4,38x106 m³, e a
afluência média anual igual a 184,82x106 m³/ano, a capacidade de afluência
resulta em 2,367x10-2. Com este valor na curva média de Brune, estima-se a
eficiência de retenção do reservatório da CGH São Bento, é igual a 63% (valor
aproximado).
Desta forma, a partir das considerações adotadas, foi possível
determinar o tempo de assoreamento do volume do reservatório da CGH São
Bento, associado ao N.A. Máximo Normal, o qual resultou em 470 anos.
Estruturas hidráulicas implantadas pela bacia hidrográfica
As barragens são estruturas construídas de forma natural ou
artificial, sobre córregos rios ou canais para reter e controlar o fluxo de água e
podem ter finalidades e funcionamento muito diversos, porém possuem um
ponto em comum: em algum momento a água ficará retida no reservatório
formado.
Analisando-se a bacia hidrográfica do rio Iratim, percebe-se que
existem condições físicas hidráulicas e ambientais para a instalação de PCH’s

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nesse rio, assim como de seus principais afluentes, os rios Lajeado Grande e
Foz do Estrela, principalmente.
As características potamográficas e o pequeno porte do rio
conduziram à identificação de aproveitamentos hidrelétricos vinculados aos
saltos e corredeiras formadores de quedas naturais, associadas às
conformações sinuosas do rio. Por ser vista como “aproveitamento hidrelétrico”
a bacia hidrográfica do rio Iratim, têm sido alvo de um alagamento de
Pequenas Centrais Hidreléricas – PCHs, sendo que apenas para a Bacia do
Iratim dos empreendimentos previstos alguns encontram-se em processo de
licenciamento pelo Instituto Ambiental do Paraná – IAP. Na Tabela 6.1.26 são
apresentados os empreendimentos previstos e instalados na Bacia do Iratim
bem como algumas de suas características quanto a potência, área do
reservatório dentre outras.

Tabela 6.1.26. Aproveitamentos Hidrelétricos na Bacia do Rio Iratim


Nível
Distância Área de Nível de
de Potência Reservatório
Aproveitamento da Foz Drenagem Montante
Jusante MW km²
km km² m
m
Foz do Estrela 21 1592 675 610 29,5 1,81
Engenho Velho 32 1246 709 681 10,1 2,08
Catanduva 47 1069 766 709 17,6 0,7
Vista Alegre 57 995 810 766 12,7 1,57
Paiol Grande 86 664 900 837 12 0,51
Faxinal dos
102 556 990 900 14,4 4,72
Santos
Total 96,3
Fonte: Correcta Consultoria e Projetos de Engenharia, 2008.

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Figura 6.1.14. Aproveitamentos Hidrelétricos na Bacia do Rio Iratim

Fonte: Modificado de IGPlan, Avaliação Ambiental Integrada – AAI, 2009

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6.1.6 Topografia

Os serviços realizados referem-se à ocupação de cinco marcos


topográficos, execução de sete (07) seções topobatimétricas, levantamento
planialtimétrico nas regiões de barramento, canal de adução, tomada d’água, casa
de força, e acessos da CGH Joaquim Fernandes Luiz. Os trabalhos foram realizados
no mês de agosto/2015 e setembro/2015 pela empresa Meditec Topografia.
Foi implantado e ocupado inicialmente um marco base denominado de
MJFL-01, para servir de base para o georreferenciamento dos marcos auxiliares,
que por sua vez servirão de apoio aos serviços de levantamentos topográficos,
locações e demais serviços necessários à implantação do projeto da CGH.
Foram implantados e georreferenciados mais quatro (4) marcos
geodésicos, que serviram de apoio aos serviços de topografia e servirão de apoio
também na fase de execução dos serviços de implantação das obras da CGH. Estes
marcos foram implantados dois junto ao barramento (um em cada margem do rio) e
dois próximos à Casa de Força da CGH.
O transporte das coordenadas planialtimétricas foi executado com o
auxílio de GPS geodésico de dupla frequência, com tempo de rastreio de 9:00h para
o marco base e 1:00h para os marcos auxiliares, permitindo o cálculo das
coordenadas geodésicas com precisão melhor que 10mm+1ppm, tanto para
coordenadas planimétricas, como para as altitudes.
Para o transporte das coordenadas planialtimétricas e ajustamento do
marco MJFL-01, foi utilizada uma triangulação a partir de três estações da RBMC do
IBGE (SCCH, SCLA e UFPR) e utilizou-se o Mapgeo 2010 V-1.0 para determinação
da altitude Ortométrica através da ondulação geoidal. A escolha de três estações da
RBMC deve-se ao fato dos serviços estarem centralizados entre estas três estações.
Sendo: H=h-n, onde:
H = Altitude Ortométrica
h= Altitude Elipsoidal (Determinada pelo processamento e ajustamento do
marco tendo como base as Estações da RBMC do IBGE)
N= Ondulação Geiodal (Determinada através do Mapgeo 2010 V1.0)
Os valores de “h” na fórmula acima são extraídos do processamento do
levantamento de “GPS”, calculado a partir do rastreamento.

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Para o transporte de coordenadas, utilizaram-se como referência de
origem planialtimétrica três estações geodésicas do IBGE:
Estações Geodésicas de Origem:
 Estação SCCH (Chapecó) – Código 94026.
 Estação SCLA (Lages) – Código 94025.
 Estação UFPR (Curitiba) – Código 93970.
A seguir tem-se uma tabela com as informações geográficas dos marcos
do IBGE utilizados.

Tabela 6.1.28. Bases da Planimetria - RBMC


IBGE
SCCH E = 341.486,093 m h = 744,24 m
N = 6.997.318,540 m H = 738,19 m
IBGE
SCLA E = 568.538,121 m h = 940,72 m
N = 6.925.551,902 m H = 935,04 m
IBGE
UFPR E = 677.878,515 m h = 922,14 m
N = 7.184.223,310 m H = 935,04 m
Fonte: Meditec Topografia, 2015.

Para o transporte de coordenadas e altitudes foi utilizada triangulação em


2 etapas. Na primeira etapa, foram calculadas as coordenadas planialtimétricas do
marco base MJFL-01, tendo as estações SCCH, SCLA e UFPR como pontos de
apoio. Numa segunda etapa, foram calculadas as coordenadas planialtimétricas dos
marcos auxiliares (MJFL-02, MJFL-03, MJFL-04 e MJFL-05), tendo como ponto de
apoio o marco base MJFL-01. O esquema da triangulação está representado na
tabela abaixo.

Tabela 6.1.29 Esquema de triangulação para os levantamentos com GPS.


Triângulo Origem Vértices GEOFERRENCIADOS
1 SCCH, SCLA e UFPR MJFL-01
2 MJFL-01 MJFL-02, MJFL-03, MJFL-04 e MJFL-05
Fonte: Meditec Topografia, 2015.

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6.1.6.1 Seções topobatimétricas

As seções topobatimétricas foram executadas com Estação Total a partir


dos marcos geodésicos implantados, tendo-se nivelado todo o perfil transversal do
rio, inclusive fundo e NA, para obter-se a verdadeira seção transversal.
Foram executadas sete seções topobatimétricas: três seções localizadas
a montante do barramento existente da CGH São Bento, três seções localizadas
próximas ao local da futura casa de força da CGH uma seção localizada junto a
ponte da estrada vicinal.

6.1.6.2 Levantamento planialtimétrico e cadastral

O levantamento planialtimétrico e cadastral foi executado a partir dos


marcos geodésicos implantados, tendo sido cadastradas todas as ocorrências, tais
como: tipo de uso do solo, pontes, sangas, valas, estradas, caminhos, cercas,
matas, edificações, redes de energia, etc.
Para a execução do levantamento planialtimétrico foram usadas estações
totais com precisão angular de 5” e leitura direta de 1” e precisão linear de
1mm+2PPM e leitura direta de 1mm.
No rastreio dos pontos com GPS destacam-se:
- Fatores que influenciam a precisão:
a) Proximidade da estação de referência (correlação espacial);
b) Condições atmosféricas nas proximidades da estação de referência e
horário de rastreamento;
c) Geometria da configuração dos satélites.
- Condições observadas para alcançar a acurácia desejada:
a) Considerações para estação de referência:
Para Bases IBGE-RBMC: tempo mínimo de rastreio de 4 horas.
Para Bases Locais até 20 km: tempo mínimo de rastreio de 30 min.
b) PDOP máximo: < 4;
c) Razão Sinal/Ruído mínima do sinal GPS: > 8;
d) Horizonte mínimo de rastreamento: 15°;

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e) Operação no modo 3D, com no mínimo 6 satélites rastreados
simultaneamente para a inicialização e manutenção de um mínimo e 5 durante a
execução do levantamento;
f) Intervalo de gravação dos dados: 5s.

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6.2 Meio Biótico

O diagnóstico do meio biótico contemplou a caracterização da flora,


incluindo o levantamento fitossociológico da Fazenda São Bento, além da
localização e caracterização de áreas de preservação permanente. Este capítulo
contempla ainda a caracterização da fauna, a saber, mastofauna, herpetofauna,
avifauna e ictiofauna, das áreas de influência em estudo para a repotencialização da
CGH São Bento.

6.2.1 Flora

A seguir serão apresentadas as principais características da flora local.

6.2.1.1 Vegetação Regional

A Floresta Ombrófila Mista (FOM) ou Floresta com Araucária (FA)


apresenta ocorrência preferencial nos estados do sul do Brasil, com a inconfundível
presença da araucária (Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze), como espécie
típica e caracterizadora desse bioma (Klein, 1960, IBGE, 1992). No entanto, a FOM
pode ser definida como uma mistura de floras de diferentes origens, definindo
padrões fitofisionômicos típicos, em zona climática caracteristicamente pluvial, sem
influência direta do oceano, e com chuvas bem distribuídas ao longo do ano (IBGE
1992). Segundo Roderjan et al. (2002), a composição florística da FOM é fortemente
influenciada pelas baixas temperaturas e pela ocorrência regular de geadas no
inverno.
Originalmente a Floresta Ombrófila Mista ocupava cerca de 200.000 km 2,
(Maack, 1950), ocorrendo com maior intensidade nos Estados do Paraná (40%),
Santa Catarina (31%), Rio Grande do Sul (25%), apresentando manchas esparsas
no sul de São Paulo (3%), Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%) (Klein, 1960). Porém,
ao longo do processo de ocupação do sul do Brasil, assistiu-se a uma rápida
eliminação de sua cobertura florestal, que teve o seu auge de exploração no período
de 1950 a 1970, tanto para fins de extração de madeira, como para dar espaço a
atividades agropecuárias e silviculturais. Hoje, estima-se que os remanescentes de
Floresta com araucária somam 12,3% (Ribeiro et al., 2009), e fragmentos em

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melhores estágios de conservação não passam de 0,7% da área original, sendo a
situação desse importante bioma crítica, já que seus remanescentes são pequenos
ou médios e estão dispersos na paisagem (Castella & Britez 2004). Apesar disso, a
pressão sobre ele continua por meio da extração ilegal de essências florestais e da
sua substituição por outros usos da terra, como a pecuária e as florestas plantadas
(Castella & Britez 2004).
Essas áreas sofreram as primeiras alterações em sua composição em
meados da década de 50 do século passado, com a retirada de espécies
madeiráveis, notadamente araucária (A. angustifolia) e imbuia (Ocotea porosa).
Logo após, grandes extensões florestais foram substituídas por plantios comerciais
de espécies exóticas, principalmente do gênero Pinus. Assim, atualmente, tem-se
um mosaico complexo de plantios florestais e florestas nativas em diversos estádios
sucessionais e em diferentes graus de conservação. Em menor escala, são
observadas porções de pastagens e agricultura.

6.2.1.2 Levantamento Fitossociológico da Fazenda São Bento

A seguir serão apresentadas as principais características fitossociológicas


da área de estudo.

6.2.1.2.1 Metodologia

O trabalho foi desenvolvido em áreas pertencentes à Remasa


Reflorestadora SA., localizada no município de General Carneiro e Palmas (26º14-
26º22’S e 51º34’–51º39’W). O clima, segundo Köppen, é o subtropical úmido
mesotérmico (Cfb) com média do mês mais quente superior a 22 ºC e do mês mais
frio inferior a 18ºC, sem estação seca, verão brando e geadas severas e frequentes
(Maack 1981).

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 178
Figura 6.2.1. Aspectos fitogeográficos onde a fazenda São Bento está inserida
(área destacada)

Fonte: Roderjan et. al. 2002.

6.2.1.2.2 Seleção das Áreas

Para o levantamento fitossociológico foi selecionado o maior fragmento


situado ao lado do reservatório. Visualmente, trata-se do local que apresentava a
vegetação em melhor estádio sucessional daquelas situados ao longo do rio. Porem,
como a maioria dos fragmentos da região, essas áreas foram submetidas a partir de
1950 a retirada em grande quantidade de madeira com valor econômico, como
araucária (Araucaria angustifolia) e imbuia (Ocotea porosa).

Tabela 6.2.1. Localização dos transectos amostrados na Fazenda São Bento,


de propriedade da Remasa Refloresta S.A
Sítios Coordenadas Altitude
Área A 416293.36 E - 7103067.00 S 1141
Área B 417185.28 E - 7103116.84 S 1117

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 179
Figura 6.2.2. Localização da fazenda São Bento

Fonte: Google Earth, 2015.

Figura 6.2.3. Localização das duas áreas avaliadas na área de influência direta
da CGH São Bento

Fonte: Google Earth, 2015.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 180
Figura 6.2.4. Diferentes fisionomias encontradas na área de influencia direta da
PCH São Bento.

6.2.1.2.3 Amostragem

A amostragem foi feita pelo método de parcelas contíguas (Müeller-


Dombois e Ellenberg, 1974). Para tanto em cada área foi estabelecidos uma parcela
de 100 metros x 20 metros de largura, posteriormente foi subdividido em 10 parcelas
retângulas com 200m² cada (Figura 6.2.5). Foram amostrados todos os indivíduos
com diâmetro à altura e tiveram a circunferência anotada (posteriormente foi
transformada em diâmetro). As análises fitossociológicas para cada sítio seguiu os
padrões tradicionais para esses estudos. São apresentados valores absolutos e
relativos para: densidade, frequência, dominância, valor de cobertura e valor de
importância, além de estimativas de diversidade.

6.2.1.2.3.1 Nomeclatura

O enquadramento taxonômico das Angiospermas seguiu o Angiosperm


Phylogeny Group (APG II 2003) e Tryon & Tryon (1982) para as Pteridófitas. A
definição de espécies ameaçadas de extinção foi determinada segundo Instrução
Normativa N° 6/2008 do Ministério do Meio Ambiente. Já, em relação às espécies
exóticas invasoras, seguiu-se a portaria que define espécies exóticas e invasoras
para o estado do Paraná (Portaria IAP N˚ 125).

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 181
Figura 6.2.5. Etapas da amostragem. Onde: A) Medição das parcelas; B
marcação dos vértices da parcela; C e D) tomada de dados de perímetro e
plaqueteamento.

6.2.1.2.3.2 Análise dos dados

As análises fitossociológicas das arbóreas calculadas para cada área


seguiu os padrões tradicionais para esses estudos. São apresentados valores
absolutos e relativos para: densidade, frequência, dominância, valor de cobertura e
valor de importância, além de estimativas de diversidade.

6.2.1.2.4 Resultados e Discussão

6.2.1.2.4.1 Riqueza

Ao total foram avaliados 433 indivíduos (4.000 m²), num total de 38


espécies. A família mais rica foi Lauraceae com cinco espécies, seguidas por
Myrtaceae com quatro espécies. As famílias Myrtaceae e Lauraceae para a Floresta
com Araucária são comumente encontradas nessa formação (Duarte et al., 2014), o
que de certa forma já era esperado. Asteraceae com três espécies chama a atenção
pela abundancia. Essa família é composta por espécies pioneiras, que ocupam
estádios iniciais de sucessão. Aliado a abundancia de Mimosa scabrella (bracatinga)
denota a baixa qualidade dos fragmentos avaliados.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 182
Tabela 6.2.2. Lista de espécies arbóreas e respectivas abundâncias nos dois sítios de Floresta com Araucária na
Fazenda São Bento

Densidade Frequência Dominância Cobertura Importância


DA DR FA FR DoA DoR VC VCR VI VIR
Ocotea porosa 70 7,9 70.0 08/09/2016 07/06/2016 36.5 44.4 22/02/2016 53.2 17/07/2016
Vernonanthura discolor 125 14,1 80.0 10/01/2016 05/05/2016 26/04/2016 40.5 20/03/2016 50.6 16/09/2016
Myrsine coriacea 160 18,1 60.0 07/06/2016 01/03/2016 06/05/2016 24/05/2016 12/03/2016 32.1 10/07/2016
Piptocarpha angustifolia 105 11,9 80.0 10/01/2016 0.8 03/07/2016 15/05/2016 07/08/2016 25/06/2016 08/05/2016
Mimosa scabrella 65 7,3 40.0 05/01/2016 2.0 09/05/2016 16/09/2016 08/04/2016 21/09/2016 07/03/2016
Symplocos tetandra 75 8,5 70.0 08/09/2016 0.7 03/03/2016 11/08/2016 05/09/2016 20/07/2016 06/09/2016
Lamnonia ternata 30 3,4 40.0 05/01/2016 0.7 03/02/2016 06/06/2016 03/03/2016 11/07/2016 03/09/2016
Jacaranda puberula 35 4 40.0 05/01/2016 0.5 02/06/2016 06/05/2016 03/03/2016 11/06/2016 03/09/2016
Ilex paraguariensis 30 3,4 40.0 05/01/2016 0.2 01/01/2016 04/05/2016 02/02/2016 09/05/2016 03/02/2016
Clethra scabra 30 3,4 30.0 03/08/2016 0.3 01/04/2016 04/08/2016 02/04/2016 08/06/2016 02/09/2016
Ocotea puberula 30 3,4 20.0 02/05/2016 0.1 0.7 04/01/2016 2.0 06/06/2016 02/02/2016
Zanthoxylum rhoifolium 20 2,3 30.0 03/08/2016 0.1 0.3 02/06/2016 01/03/2016 06/04/2016 02/01/2016
Ilex taubertiana 15 1,7 30.0 03/08/2016 0.0 0.2 01/09/2016 0.9 05/07/2016 01/09/2016
Araucaria angustifolia 15 1,7 20.0 02/05/2016 0.1 0.6 02/03/2016 01/02/2016 04/09/2016 01/06/2016
Casearia decandra 15 1,7 20.0 02/05/2016 0.1 0.4 02/01/2016 01/01/2016 04/06/2016 01/05/2016
Ocotea pulchella 10 1,1 20.0 02/05/2016 0.2 0.9 02/01/2016 1.0 04/06/2016 01/05/2016
Matayba elaeagnoides 15 1,7 20.0 02/05/2016 0.0 0.2 01/09/2016 1.0 04/05/2016 01/05/2016

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Sapium glandulosum 10 1,1 20.0 02/05/2016 0.0 0.1 01/03/2016 0.6 03/08/2016 01/03/2016
Gymnanthes klotzschiana 5 0.6 10.0 01/03/2016 0.3 01/04/2016 2.0 1.0 03/02/2016 01/01/2016
Drymis brasiliensis 5 0.6 10.0 01/03/2016 0.1 0.6 01/02/2016 0.6 02/04/2016 0.8
Allophylus edulis 5 0.6 10.0 01/03/2016 0.0 0.1 0.7 0.3 01/09/2016 0.6
Ilex theezans 5 0.6 10.0 01/03/2016 0.0 0.1 0.6 0.3 01/09/2016 0.6
Miconia cineracens 5 0.6 10.0 01/03/2016 0.0 0.1 0.6 0.3 01/09/2016 0.6
Myrtaceae 01 5 0.6 10.0 01/03/2016 0.0 0.1 0.6 0.3 01/09/2016 0.6

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6.2.1.2.4.2 Estrutura

Ao longo da avaliação de campo, não foi possível identificar porções em


estádios melhores que os avaliados. Trata-se de uma fazenda com florestas nativas
bem descaracterizadas fisionomicamente. Com raros ou ausentes fragmentos que
poderia ser identificados como estádio avançado de sucessão. A densidade
encontrada, estimados para cada hectare foi mediana, variando de 885 a 1280
indivíduos/hectare, valores próximos a outros levantamentos, que geralmente variam
de 800 a 1500. Em relação à área basal, foram relativamente medias a baixas,
características de florestas pouco desenvolvidas. O que é corroborado pela
diversidade de Shannon (2.3 e 2.6), valores abaixo daqueles encontrados em muitas
áreas, inclusive em outras fazendas da Remasa. O destaque positivo é a presença
de araucárias, xaxins e imbuia, espécies com maior valor paisagístico
conservacionista dessa formação florestal, por serem ameaças de extinção.
A região onde ocorrem Florestas com Araucárias podem ser definidas em unidades
fitogeográficas, distintas umas das outras com regimes climáticos distintos (Higuchi
et al., 2012). A região centro-sul do estado do Paraná, onde está incluído o
município de Palmas, Bituruna, Coronel Domingos Soares, foi submetido há um
processo de empobrecimento florístico (Liebsch et al., 2009). Esse fenômeno muito
comum no Sul do Brasi (Souza et al., 2012) causado pelo corte seletivo e uso de
capões para criação de gado, aliado ao descontrole populacional de taquaras
(Liebsch e Reginato, 2009). De fato, grandes porções de florestas estão ocupadas
por densos agrupamentos de taquaras, o que leva a uma menor capacidade de
regeneração das espécies arbóreas. Esses resultados mostram que o histórico de
uso dos recursos florestais nessa fazenda causou sérios impactos na estrutura da
comunidade.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 185
Tabela 6.2.3. Quadro resumo das características estruturais de Floresta com
Araucária na Fazenda São Bento
Parâmetros Área A Área B
N° indivíduos avaliados 177 256
Densidade ind*há 885 1280
Riqueza 24 30
Área basal 20,7 26,1
Diversidade de Shannon 2,66 2,33
Equitabilidade de pielou 0,84 0,69

Tabela 6.2.4. Estudos fitossociológicos conduzidos na Floresta com Araucária


no sul do Brasil. Onde: ES= Estado; AL= altitude; AA= área amostrada; CR=
critério de inclusão; n/ha= número de indivíduos estimados para um hectare;
S= número de espécies; H’= Índice de Diversidade de Shanoon; AB= área basal
(m²/ha)
Município ES AL AA CR n/ha S H’ AB Fonte*
Caçador SC 1000 26.000 ≥ 10 483 71 3,58 31,4 1
Campo Belo do Sul SC 1017 9.600 ≥ 10 909 - - 28,21 2
Curitiba PR 900 9.350 ≥ 9,55 641 67 2,7 33,25 3
Curitiba 2 PR 900 3.600 ≥5 1972 77 3,43 37,08 4
General Carneiro PR 1000 2.880 ≥ 10 590 39 3,26 - 5
Guarapuava PR 1070 3.200 ≥ 4,8 1397 45 2,79 - 6
Tijucas do Sul PR 850 4.000 ≥ 3,18 2512 88 - 35,28 7
Clevelândia PR 913 8000 ≥ 20 290 26 2,74 29,67 8
São Bento – Área A PR 1141 2000 ≥ 4,8 885 24 2.66 20,7 9
São Bento – Área B PR 1117 2000 ≥ 4,8 1280 30 2.33 26,1 9
*Fonte: 1: Herrera et al., 2009; 2 - Fomento et al., 2004; 3 - Kozera et al., 2006; 4 - Rondon Neto et
al., 2002; 5 - Watzlawick et al., 2005; 6 - Cordeiro e Rodrigues 2007; 7 - Geraldi et al., 2005; 8: Valério
et al., 2008; 9 - presente estudo.

De uma maneira geral, as espécies mais importantes, quando compradas


as 10 espécies com maior valor de importância, presentes em quatro das seis áreas
são: o miguel-pintado (Matayba elaegnoides), araucaria (Araucaria angustifolia),
canela-lageana (Ocotea pulchella), vacum (Allophyllus edulis) e a guaçatonga
(Casearia decandra). Outras seis espécies então entre as dez mais importantes em
três sítios, com destaque para imbuia (Ocotea porosa) e xaxim (Dicksonia
sellowiana), espécies ameaçadas de extinção.
Entre as espécies mais importantes nos seis sítios amostrados, xaxim
(Dicksonia sellowiana), araucaria (Araucaria angustifolia), guaçatonga (Casearia

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 186
decandra), miguel-pintado (Matayba elaegnoides), são espécies típicas de florestas
primárias ou em estagio avançado de sucessão (IFFSC, 2009; Longhi et al., 2005).

6.2.1.3 Caracterização do projeto em face à legislação vigente no que tange a


delimitação de áreas de preservação permanente

6.2.1.3.1 Metodologia

Nesta etapa dos trabalhos, foi levantada e estudada a legislação


ambiental vigente no que tange os limites de áreas de preservação permanente no
entorno de reservatórios artificiais, caracterizando desta forma a área de
abrangência do empreendimento perante a legislação estudada.
Dentre os diplomas legais vigentes, os principais analisados foram:
 Lei Federal nº 12.651/2012: Dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de
dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis
nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e
a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências;
 Resolução CONAMA nº 302 de 20 de março de 2002: Dispõe sobre os
parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de
reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno;
 Resolução CONAMA nº 303 de 20 de março de 2002: Dispõe sobre
parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente;
 Portaria IAP nº 69 de 28 de abril de 2015: Dispõe sobre a metodologia
de cálculo da extensão das Áreas de Preservação Permanente no
entorno de reservatórios artificiais em áreas urbanas e rurais no Estado
do Paraná.

6.2.1.3.2 Resultados

Para determinar se o reservatório da CGH está de acordo a legislação


vigente, foi realizada uma análise de proximidade em ambiente SIG, onde foi
possível delimitar as áreas de preservação permanente (APPs) e identificar seu uso

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 187
e ocupação atual, determinando desta forma as APPs no entorno do
empreendimento que necessitam de desenvolvimento de Programas de
Recuperação de Áreas Degradadas - PRADs.

Tabela 6.2.5. Resumo das legislações aplicáveis


Âmbito Federal
APP (m) - APP (m) - Zona
Número Descrição
Zona Rural Urbana
Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites
Resolução
de Áreas de Preservação Permanente de
CONAMA nº 30 100
reservatórios artificiais e o regime de uso do
302 de 2002
entorno.
Resolução
Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de
CONAMA nº 30 100
Áreas de Preservação Permanente.
303 de 2002
Resolução nº Dispõe sobre a metodologia de recuperação das não não
429 de 2011 Áreas de Preservação Permanente - APPs. especificado especificado
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa;
altera as Leis n° 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de
Lei nº. 12.651 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs
30-100 15-30
de 2012 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14
de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-
67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências.
Altera a Lei n° 12.651, de 25 de maio de 2012, que
dispõe sobre a proteção da vegetação nativa;
altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de
Lei nº 12.727
22 de dezembro de 2006; a Medida Provisória nº 30-100 15-30
de 2012
2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do
inciso II do art. 167 da Lei n° 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, e o § 2° do art. 4° da Lei n°
12.651, de 25 de maio de 2012.
Dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental
Rural, o Cadastro Ambiental Rural, estabelece
Decreto nº. normas de caráter geral aos Programas de Não Não
7.830 de 2012 Regularização Ambiental, de que trata a Lei n° especificado especificado
12.651, de 25 de maio de 2012, e dá outras
providências.
Desvincula a emissão de licenças ambientais de
atividades potencialmente poluidoras da prévia
Portaria IAP nº Não Não
averbação de Reserva Legal no imóvel, desde que
79 de 2011 especificado especificado
não haja prejuízos para as demais normas legais
exigíveis no processo.
Estabelece os procedimentos administrativos para
Portaria IAP nº a Substituição de Florestas Homogêneas com Não Não
221 de 2012 Espécies Exóticas por Florestas Heterogêneas especificado especificado
com Espécies Nativas em Áreas de Preservação

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Âmbito Federal
APP (m) - APP (m) - Zona
Número Descrição
Zona Rural Urbana
Permanente.
Define orientações técnicas e jurídicas para os
Portaria IAP nº procedimentos do IAP, a serem adotados,
30-100 15-30
97 de 2014 considerando o início da operação do Sistema de
Cadastro Ambiental Rural - SICAR, no Paraná.
Dispõe sobre a metodologia de cálculo da
Portaria IAP nº extensão das Áreas de Preservação Permanente
30-100 15-30
69 de 2015 no entorno de reservatório artificiais em áreas
urbanas e rurais no Estado do Paraná.

O principal instrumento de proteção e normatização do uso e proteção


dos recursos florísticos do país esta concentrado na Lei nº 12.651, de 2012, também
conhecida como Novo Código Florestal, que em seu artigo 2º estabelece-se que:
Art. 2º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de
vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de
interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de
propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei
estabelecem.”
No artigo 4º são definidas as florestas e demais formas de vegetação
natural consideradas de preservação permanente, dentre as quais aquelas
localizadas ao longo dos rios ou de qualquer curso de água, ao redor das lagoas,
lagos ou reservatórios de águas naturais ou artificiais.
No caso de reservatórios artificiais para fins energéticos, o artigo 5º
apresenta definições específicas que as respectivas áreas de preservação
permanente devem adotar, conforme exposto a seguir:
Art. 5º Na implantação de reservatório d’água artificial destinado a
geração de energia ou abastecimento público, é obrigatória a aquisição,
desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor das
Áreas de Preservação Permanente criadas em seu entorno, conforme estabelecido
no licenciamento ambiental, observando-se a faixa mínima de 30 (trinta) metros e
máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a faixa mínima de 15 (quinze) metros
e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 189
O diploma legal utilizado como base para a avaliação de conformidade do
reservatório em questão foi a Portaria do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) nº 69
de 28 de Abril de 2015, a qual dispõe sobre a metodologia que deverá ser adotada
para o cálculo da extensão das áreas de preservação permanente no entorno de
reservatório artificiais em áreas urbanas e rurais no Estado do Paraná, conforme
disposto a seguir:
Art. 1º. Adotar e exigir a metodologia desenvolvida por Dias (2001)
apresentada no anexo desta Portaria para definição da metragem da área de
preservação permanente para os empreendimentos de geração de energia elétrica.
Art. 2º. O empreendedor deverá apresentar o resultado da aplicação da
metodologia quando da solicitação da Licença Prévia, bem como a fórmula e o
desenvolvimento da aplicação.
Se faz necessário destacar que, em novembro de 2010, o Instituto
Ambiental do Paraná tornou público os Termos de Referência para Licenciamento
Ambiental de CGHs e PCHs (até 10 MW) e em 19 de abril de 2011 emitiu a Portaria
IAP nº 79, que desvincula a emissão de licenças ambientais de atividades
potencialmente poluidoras da prévia averbação de Reserva Legal no imóvel, desde
que não haja prejuízos para as demais normas legais exigíveis no processo.

6.2.1.4 Localização e caracterização de áreas de preservação permanente

6.2.1.4.1 Metodologia

Com base nos resultados obtidos nas análises realizadas nos itens 4.1 e
4.2, foi elaborado mapa temático das áreas de APP identificadas na área de
abrangência do empreendimento, tanto pela existência do reservatório artificial,
quanto de cursos d’água.
Após localizadas e delimitadas as APPs, essa informação foi validada
com os dados do levantamento de campo, cujo objetivo foi caracterizar tais áreas.
O levantamento de campo foi realizado de forma qualitativa. Com base na
área delimitada e observação de imagens de satélite disponíveis, pontos foram pré-
alocados para a realização da coleta de dados, de forma a abranger toda a área de
preservação permanente existente e as diferentes fitofisionomias envolvidas.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 190
Para caracterização da vegetação existente nas APPs, em cada ponto
pré-estabelecido foram avaliadas e identificadas as espécies de maior ocorrência, a
estrutura da vegetação presente, e seu estado de conservação. Nos casos em que
não foi possível a identificação direta em campo, o material foi coletado para
montagem de exsicatas e posterior identificação com base em comparações com
bibliografia e material do Museu Botânico Municipal de Curitiba (MBM).
Após a coleta realizada em campo, os dados foram compilados, gerando
a caracterização para as áreas de preservação permanente, considerando
principalmente a comparação com os critérios estabelecidos na resolução CONAMA
nº 02/1994.

6.2.1.4.2 Resultados

6.2.1.4.2.1 Determinação das áreas de preservação permanente

Para a determinação da faixa de preservação permanente em torno do


reservatório artificial foram consideradas as legislações em vigor, a Lei nº
12.651/2012 (Novo Código Florestal), a Resolução CONAMA nº 302/2002 e a
Portaria nº 69 de 2015 , que dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de
Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do
entorno.
O Novo Código Florestal estabelece, conforme previamente discutido no
seção sobre legislação, que a faixa mínima para este caso seria de 30 (trinta) metros
e máxima de 100 (cem) metros, não recomendando desta forma uma metodologia
para determinação precisa da APP necessária para a proteção de tais
reservatórios.‖De acordo com a Resolução CONAMA nº 302/2002, a CGH São
Bento, por estar inserida em área rural, deve apresentar área de preservação
permanente de 100 (cem) metros no entorno de seu reservatório.
No entanto em 20 abril de 2015, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP)
disciplinou e normatizou a Lei e a Resolução citadas através da Portaria nº 69, a
qual adota e exige a utilização da metodologia desenvolvida por Dias (2001) como
padrão para definição da metragem da área de preservação permanente para os
empreendimentos de geração de energia elétrica no estado do Paraná.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 191
A metodologia proposta por Dias (2001) indica a delimitação das APPs de
reservatórios de usinas hidrelétricas com base nos limites estabelecidos para o leito
natural do rio (artigo 3º da Resolução CONAMA nº 303/2002 e artigo 4º do Novo
Código Florestal). Esta metodologia considera que, para definição da largura de APP
no entorno de reservatórios, deve-se ter como base a área de APPs dos leitos
naturais dos corpos hídricos afetados (como definido no Código Florestal). Efetuam-
se cálculos de proporção para que a largura de APP mantida para os reservatórios
seja aquela necessária para manutenção da área de APP do leito natural do rio.
Desta forma, o cálculo de APP do reservatório fica individualizado para a
especificidade de cada aproveitamento hidrelétrico (AHE) considerado, de forma
que, quanto maior o impacto do reservatório em APPs naturais, maior será a APP
requerida. Se faz importante ressaltar que, considerando a delimitação atual do
CONAMA, as APPs de lagos pequenos acabam mantendo uma APP maior do que a
do leito natural do rio em que se inserem. Quando de APPs de lagos maiores,
contrariamente, acabam ficando menores do que a dos próprios leitos naturais dos
rios, as quais deveriam, no mínimo, ser mantidas para todos os empreendimentos
hidrelétricos.
Para delimitação da APP do reservatório com base em Dias (2001), foram
utilizados dados de SIG da área afetada (delimitação do leito do rio e do
reservatório). Primeiramente, foi necessária a determinação da área de preservação
ciliar do Rio Iratim e dos afluentes em seus leitos naturais no trecho influenciado. A
delimitação da APP natural foi fundamentada em uma pesquisa por bases
institucionais com informações sobre a hidrografia da bacia do Rio Iratim.
Foi encontrada a hidrografia em escala 1:1.000.000, a qual foi fornecida
pela Agência Nacional de Águas - ANA. Após isto, verificou-se que para atender à
necessidade deste projeto algumas alterações seriam necessárias para que o nível
de detalhe se adequasse à metodologia proposta por Dias (2001), sendo assim, foi
realizada a vetorização em escala 1:5.000 com auxílio de imagem orbital
disponibilizada pelo servidor Bing, bem como a carta topográfica MI-2864-4,
fornecida pela Diretoria do Serviço Geográfico (DSG) do Exército Brasileiro. Essa
vetorização buscou seguir o mesmo sentido e orientação disposta na hidrografia
fornecida pela Agência Nacional de Águas (ANA).

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 192
Foram então estabelecidos os entornos de APPs de 30, 50 e 100 metros
correspondentes a largura do Rio Iratim nos trechos com largura inferior a 10 metros,
entre 10 a 50 metros, e entre 50 a 200 metros, respectivamente. Para os afluentes,
foram delimitadas APPs de 30 metros estendidas até o remanso do futuro lago da
represa. As áreas agrupadas definem a APP do leito natural do rio.
Para determinação do comprimento dos trechos do rio principal, foi
vetorizada uma linha de centro entre as margens do Rio Iratim e seus afluentes
desde a barragem até o final do reservatório da CGH São Bento.
Em seguida, foi delimitada a APP ciliar do lago da represa (considerada
como o contorno do lago em uma distância 100 metros) tomando como referencial a
linha de cota máxima de inundação do reservatório existente. Da mesma forma,
determinou-se a área da região de preservação permanente ciliar do lago (100
metros).
Para a transferência dos parâmetros preconizados pelo Código Florestal
para os reservatórios, o estudo de Dias (2001) propõe o cálculo da largura da faixa
de manutenção de área de preservação permanente ciliar no entorno de
reservatórios (FMAP), através da seguinte fórmula:

Onde:

 FMAP: Faixa de manutenção de área de preservação permanente ciliar (em


hectares);
 z: Largura de faixa (em metros);
 APPr: Área de Preservação Permanente ciliar do rio;
 APPl: Área de Preservação Permanente ciliar do entorno do lago.
O parâmetro FMAP corresponde à largura da faixa de manutenção de
área de preservação permanente ciliar necessária no entorno do reservatório, em
conformidade com a faixa de preservação permanente ciliar do rio, em seu leito
natural, de acordo com o Código Florestal. Ou seja, o valor obtido de FMAP significa
a largura de APP recomendada para a CGH em questão. Detalhes sobre os valores
utilizados para realizar o cálculo da FMAP para a CGH São Bento podem ser
encontrados no Quadro 6.2.1.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 193
Quadro 6.2.1. Detalhes sobre o cálculo da FMAP para a CGH São Bento

Parâmetros Valores

APPr (ha) 90,33

APPl (ha) 125,58

z - faixa de APP definida pela Resolução CONAMA nº 302/2002 (metros) 100

FMAP (metros) 71,93

O resultado obtido para FMAP indica que a delimitação de APP do


reservatório com base na Resolução CONAMA n° 302/2002 (faixa de 100 metros no
entorno do reservatório) diminuiria a área de APP proposta para o leito natural do rio
pelo art. 4° do Código Florestal. Para conservação da APP do leito natural deveria
existir uma faixa de 71,93 metros no entorno do reservatório.
As áreas de preservação definidas tanto pela Resolução CONAMA nº
302/2002 (100 metros) quanto pela metodologia de Dias (2001) são apresentadas
no anexo 6.2.1. Apesar das considerações em relação à delimitação da APP,
apresentadas neste item, os demais itens deste estudo, quando relacionados à APP,
apresentam esta da forma como definida pela Resolução CONAMA nº 302/2002,
faixa de 100 metros, de modo a considerar o pior cenário no quesito área afetada
pelo empreendimento. Cabe ao órgão ambiental licenciador avaliar e aprovar a
delimitação alternativa apresentada com base no disposto no Novo Código Florestal.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 194
Figura 6.2.6. Determinação da delimitação de APP do reservatório pela metodologia de Dias, 2001

Fonte: Index Ambiental, 2016.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 195
6.2.1.4.2.2 Caracterização das áreas de preservação permanente

A caracterização das áreas de preservação permanente presentes no


entorno do reservatório da CGH São Bento foi realizada em duas fases, onde a
primeira consistiu em vistoria de campo composta pela alocação de 11 pontos
amostrais ao longo do reservatório juntamente com a instalação de 3 parcelas nas
proximidades da futura casa força da CGH e a segunda da análise de imagens
gratuitas recentes da área e identificação dos usos atuais.
6.2.1.4.2.2.1 Vistoria de pontos amostrais no entorno do reservatório
O plano de amostragem foi estabelecido com o auxílio de mapas
elaborados em softwares de geoprocessamento, imagens de satélite e cartas do
IBGE. Por meio dos mapas e imagens, foram demarcados os limites do reservatório
da CGH São Bento no intuito de realizar diagnósticos pontuais, bem como o
diagnóstico generalizado das áreas de preservação permanente da área de estudo.
O reservatório foi percorrido, com o auxílio de um GPS, tendo como base o mapa
contendo imagens com o uso do solo atual e a definição de alguns pontos de
interesse pré-estabelecidos (proximidades da CGH).
Por meio da visita in loco, a descrição dos fragmentos foi realizada com
base na interpretação de 11 pontos amostrados na área de preservação permanente
do reservatório.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 196
Figura 6.2.7. Localização dos pontos amostrais de vistoria in loco da APP do empreendimento

Fonte: Index Ambiental, 2016.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 197
No Quadro 6.2.2, podem ser encontradas informações sobre os pontos
visitados durante a vistoria de campo, os quais serão melhor descritos a seguir:
Quadro 6.2.2. Descrição dos pontos amostrais observados na caracterização
das APPs
Ponto Coord. X Coord. Y Descrição
01 445650 7076559 FOM Aluvial em estágio sucessional médio
02 446746 7075643 FOM Aluvial em estágio sucessional médio
03 446747 7074614 FOM Aluvial em estágio sucessional médio
04 447024 7072744 FOM Aluvial em estágio sucessional médio
05 447024 7074427 FOM Aluvial em estágio sucessional inicial
06 447409 7075079 FOM Aluvial em estágio sucessional inicial
07 447237 7074050 FOM Aluvial em estágio sucessional médio
08 447379 7074240 FOM Aluvial em estágio sucessional médio
09 447477 7073965 FOM Aluvial em estágio sucessional médio
10 448453 7075715 Pastagem Antrópica
11 448408 7075901 FOM Aluvial em estágio sucessional médio

Ponto Amostral 01:


Este ponto amostral, situado na porção noroeste do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
médio. Estão presentes dois estratos arbóreos definidos, com 12 e 5 metros de
altura. No primeiro estrato estão presentes Nectandra grandiflora (canela-sebo),
Clethra scabra Pers. Voucher (carne-de-vaca) e Vernonia discolor (vassourão-preto).
No segundo estrato arbóreo podem ser observadas Piptocarpha
angustifolia (vassourão-branco), Mimosa scabrella (bracatinga), Dicksonia sellowiana
(xaxim), Sebastiania commersoniana (branquilho), Zanthoxylum rhoifolium (mamica-
de-cadela), e Myrsine ferruginea (capororoca). Os indivíduos desta área apresentam
uma circunferência a altura do peito (CAP) de aproximadamente 20-40 cm.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 198
Figura 6.2.8. Indivíduo de Zanthoxylum rhoifolium (mamica-de-cadela)

Figura 6.2.9. Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio médio na margem


esquerda do reservatório, vista do ponto 01

Foi evidenciada a presença de Merostachys sp. (taquara-lixa),


demonstrando que o ponto pode apresentar dificuldades de regeneração, pois o
descontrole populacional de taquaras em alguns locais é considerado um fator
inibidor da regeneração natural de espécies arbóreas.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 199
Figura 6.2.10. Indivíduos de Merostachys sp. (taquara-lixa), presente no ponto
01

Ponto Amostral P02


Este ponto amostral, situado na porção noroeste do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
médio. Foi evidenciada a presença de um estrato arbóreo com 7 metros de altura.
Foram encontrados indivíduos de Myrsine ferruginea (capororoca), Myrcia multiflora
(cambuí), Lithraea brasiliensis (bugreiro), Ilex theezans (caúna), Prunus brasiliensis
(pessegueiro-bravo), Myrcianthes gigantea (araçá-do-mato), Drymis brasiliensis
(cataia) e Sebastiania commersoniana (branquilho). Os indivíduos desta área
apresentam CAPs entre 10-20 cm. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser
observados nas figuras Figura 6.2.11 e Figura 6.2.12.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 200
Figura 6.2.11. Indivíduo de Myrcianthes gigantea (araçá-do-mato)

Figura 6.2.12. Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio médio na margem


esquerda do reservatório

Foi evidenciada a presença de Merostachys sp. (taquara-lixa),


demonstrando que o ponto pode apresentar dificuldades de regeneração, pois o
descontrole populacional de taquaras em alguns locais é considerado um fator
inibidor da regeneração natural de espécies arbóreas.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 201
Ponto Amostral P03
Este ponto amostral está situado na porção oeste do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
médio e uma porção de campo úmido. Neste fragmento florestal estão presentes
dois estratos arbóreos definidos, com 17 e 8 metros de altura, respectivamente. No
primeiro estrato estão presentes predominantemente indivíduos de Araucaria
angustifolia (araucária), Pinus sp. (pinus) e Vernonia discolor (vassourão-preto),
enquanto que no segundo, Butia eriospatha (butiá), Sebastiania commersoniana
(branquilho) e Lithraea brasiliensis (bugreiro). Os indivíduos desta área apresentam
CAPs entre 30-40 cm.
Nas áreas de campo úmido foi possível encontrar indivíduos de Salix
humboldtiana (salgueiro) Bromelia sp. (caraguatá) e Eichhornia sp. (aguapé). Foram
encontradas edificações na área de preservação permanente que, de acordo com
informações fornecidas pelos funcionários da propriedade, no passado eram
utilizadas durante as atividades de pesca e/ou caça nas margens reservatório.
Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas figuras Figura
6.2.13Figura 6.2.14 Figura 6.2.15.

Figura 6.2.13. Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio médio com


predominância de Araucaria angustifolia no estrato superior

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 202
Figura 6.2.14. Indivíduo de Salix humboldtiana (salgueiro) em área de campo
úmido

Figura 6.2.15. Edificação desativada supostamente utilizada em atividades de


caça e/ou pesca

Ponto Amostral P04


Este ponto amostral está situado na porção sul do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
médio. Foi evidenciada a presença de um estrato arbóreo bem definido com 7
metros de altura. Foram encontrados indivíduos de Podocarpus lambertii (pinheiro-

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 203
bravo), Drymis brasilienesis (cataia), Clethra scabra Pers. Voucher (carne-de-vaca),
Quillaja brasiliensis (saboneteira), Roupala brasiliensis (carvalho-brasileiro) e Ilex
theezans (caúna).
Os indivíduos deste ponto apresentam CAPs entre 30-40 cm. Foi
evidenciada a presença de indivíduos de Merostachys sp. (taquara-lixa) em baixa
densidade. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas figuras
Figura 6.2.16Figura 6.2.17 Figura 6.2.18.

Figura 6.2.16. Fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio


sucessional médio com presença de Merostachys sp. (taquara-lixa) ao fundo e
ausência de estrato inferior

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 204
Figura 6.2.17. Acesso ao reservatório criado para atividades de pesca

Figura 6.2.18. Vestígios de fogueira evidenciando atividades de pesca no


entorno do reservatório

Ponto Amostral P05


Este ponto amostral está situado na porção sudoeste do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
inicial. Foi evidenciada a presença de um estrato arbóreo-arbustivo com altura média
de 5 metros. Nele foram encontrados indivíduos das espécies Baccharis uncinella
(vassoura), Piptocarpha angustifolia (vassourão-branco), Symplocos uniflora (sete

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 205
sangrias), Butia eriospatha (butiá), Allophylus edulis (vacum), Matayba elaeagnoides
(miguel-pintado), Myrsine ferruginea (capororoca), Lithraea brasiliensis (bugreiro).
Os indivíduos encontrados nesta área apresentaram CAPs entre 20 e 40 cm
aproximadamente. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas
figuras Figura 6.2.19 Figura 6.2.20.

Figura 6.2.19. Indivíduos de Allophylus edulis (vacum)

Figura 6.2.20. Predominância de Baccharis uncinella (vassoura) no estrato


inferior da vegetação

Ponto Amostral P06

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 206
Este ponto amostral está situado na porção leste do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
inicial. Foi observado que a vegetação desta área encontra-se com elevado grau de
antropização. Neste ponto foi evidenciada a presença de povoamento de Eucalyptus
spp. (eucalipto), além de regeneração natural de campos úmidos. Na regeneração
natural foi possível observar um estrato arbóreo-arbustivo com 2 metros de altura,
onde foi evidenciado a presença de Schinus terebinthifolius (aroeira), Pinus taeda
(pinus), Piptocarpha axillaris (vassourão), Baccharis uncinella (vassourinha),
Baccharis dracunculifolia (alecrim do campo) e Myrciaria delicatula (cambuí
amarelo).
Os indivíduos desta área apresentam CAPs entre 10 e 20 cm
aproximadamente. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas
figurasFigura 6.2.21Figura 6.2.22 Figura 6.2.23.

Figura 6.2.21. Povoamento de Eucalyptus sp. (Eucalipto) na margem do


reservatório

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 207
Figura 6.2.22. Vista do reservatório com regeneração natural ao fundo, ponto
06

Figura 6.2.23. Presença de vegetação herbáceo-arbustiva

Ponto Amostral P07


Este ponto amostral está situado na porção sul do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
médio. Foi observado que a vegetação desta área encontra-se com elevado grau de
antropização, evidenciado pela remoção de indivíduos do sub-bosque e instalação
de acampamento improvisado para atividades de pesca e/ou caça. Neste ponto foi

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 208
evidenciada a presença de dois estratos arbóreos definidos, com 12 e 5 metros de
altura. No primeiro estrato estão presentes Araucaria angustifolia (araucária), Styrax
leprosus (pau de remo), Prunus persica (pessegueiro) e Drymis brasilienesis
(cataia). No segundo estrato arbóreo foram observados indivíduos de Maytenus
aquifolium (espinheira santa), Allophylus edulis (vacum), Myrsine coriacea
(capororoca) Quillaja brasiliensis (pau de sabão), Matayba elaeagnoides (miguel-
pintado), Lithraea brasiliensis (bugreiro), Podocarpus lambertii (pinheiro bravo),
Symplocos uniflora (sete sangrias) e Citronella gongonha (congonha).
Os indivíduos desta área apresentam CAPs entre 50 e 70 cm
aproximadamente. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas
figurasFigura 6.2.24Figura 6.2.25, Figura 6.2.26 Figura 6.2.27.

Figura 6.2.24. Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional médio


na margem do reservatório, vista do ponto 07

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 209
Figura 6.2.25. Indivíduo de Maytenus aquifolium (espinheira-santa), presente
no ponto 07

Figura 6.2.26. Acampamento improvisado para atividades de caça e/ou pesca,


presente no ponto 07

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 210
Figura 6.2.27. Acesso ao reservatório criado para atividades de pesca

Ponto Amostral P08


Este ponto amostral está situado na porção sul do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
médio. Foi observado que a vegetação desta área encontra-se com elevado grau de
antropização, evidenciado pela remoção de indivíduos do sub-bosque para
atividades de pesca. Neste ponto foi evidenciada a presença de dois estratos,
arbóreo e arbustivo, apresentam 7 e 3 metros de altura respectivamente. No
primeiro estrato estão presentes Myrciaria delicatula (cambuí amarelo), Nectandra
grandiflora (canela-sebo), Allophylus edulis (vacum), Citronella gongonha
(congonha), Symplocos uniflora (sete sangrias), Schinus terebinthifolius (aroeira) e
Lithraea brasiliensis (bugreiro). No segundo estrato, o arbustivo, podem ser
observados indivíduos de Zanthoxylum rhoifolium (mamica-de-cadela), Butia sp.
(butiá), Matayba elaeagnoides (miguel-pintado), Myrsine coriacea (capororoca),
Colletia paradoxa (curro) e Berberis laurina (espinho de judeu).
Os indivíduos desta área apresentam CAPs entre 70 e 80 cm
aproximadamente. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas
figuras Figura 6.2.28,Figura 6.2.29 Figura 6.2.30.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 211
Figura 6.2.28. Regeneração de fragmento de Floresta Ombrófila mista no ponto
08

Figura 6.2.29. Indivíduo de Butia sp. (butiá)

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 212
Figura 6.2.30. Acesso ao reservatório criado para atividades de pesca

Neste ponto foi possível observar plantios de Pinus taeda (pinus) no


interior das áreas destinadas como APP (Figura 6.2.31 e Figura 6.2.32).

Figura 6.2.31. Povoamento de Pinus taeda na margem do reservatório

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 213
Figura 6.2.32. Limite entre o povoamento de Pinus taeda e a APP do
reservatório

Ponto Amostral P09


Este ponto amostral está situado na porção sul do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
médio. Foi observado que a vegetação desta área encontra-se com moderado grau
de antropização, evidenciado pela remoção de indivíduos do sub-bosque para
atividades de pesca.
Neste ponto foi evidenciada a presença de dois estratos, um primeiro
arbóreo e um segundo arbustivo, apresentam 12 e 3 metros de altura
respectivamente. No primeiro estrato estão presentes Gochnatia polymorpha
(cambará), Salix humboldtiana (salgueiro), Prunus persica (pessegueiro) e Cupania
vernalis (camboatá). Dentre outras espécies foram encontrados no estrato arbustivo
indivíduos de Maytenus ilicifolia (espinheira santa), Berberis laurina (espinho de
judeu) e Colletia paradoxa (curro).
Os indivíduos desta área apresentaram CAPs entre 70 e 90 cm
aproximadamente. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas
figurasFigura 6.2.33,Figura 6.2.34 eFigura 6.2.35.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 214
Figura 6.2.33. Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional médio
na margem do Lageado da Goiabeira (tributário)

Figura 6.2.34. Indivíduo de Berberis laurina (espinho de judeu)

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 215
Figura 6.2.35. Indivíduo de Salix humboldtiana (salgueiro)

Ponto Amostral P10


Este ponto amostral está situado na porção nordeste do reservatório. Foi
observado que a vegetação desta área apresenta elevado grau de antropização,
evidenciado pela remoção significativa da vegetação natural e implementação de
pastagem para pecuária. Neste ponto foi possível encontrar alguns indivíduos de
Araucaria angustifolia (araucária) de grande porte, Butia sp. (butiá) e Podocarpus
lambertii (pinheiro bravo).
Os indivíduos desta área apresentam CAPs entre 90 e 110 cm
aproximadamente. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas
figuras Figura 6.2.36 Figura 6.2.37.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 216
Figura 6.2.36. Pastagem com presença de indivíduos de Araucaria angustifolia
e Butia sp

Figura 6.2.37. Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional


avançado na margem direita do Rio Iratim

Ponto Amostral P11


Este ponto amostral está situado na porção nordeste do reservatório,
representa um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional
médio. Foi observada a presença de campos úmidos e ilhas com fragmento florestal
no interior do lago.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 217
Neste ponto foi evidenciada a presença de dois estratos arbóreos,
apresentam 6 e 20 metros de altura respectivamente. No primeiro estrato estão
presentes indivíduos de Araucaria angustifolia (Araucária), Podocarpus lambertii
(Pinheiro Bravo), Ocotea pulchella (canela lageana), enquanto que no segundo
estrato foram identificados indivíduos de Baccharis dracunculifolia (Alecrim do
Campo), Myrsine ferruginea (capororoca), Dicksonia sellowiana (xaxim) e Symplocos
uniflora (sete sangrias).
Os indivíduos desta área apresentaram CAPs entre 110 e 120 cm
aproximadamente. Detalhes sobre o ponto visitado podem ser observados nas
figurasFigura 6.2.38Figura 6.2.39 Figura 6.2.40.

Figura 6.2.38. Presença de campo úmido

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 218
Figura 6.2.39. Floresta Ombrófila Mista Aluvial em estágio sucessional média
coim presença de Araucaria angustifolia na estrato superior

Figura 6.2.40. Indivíduo de Dicksonia sellowiana (xaxim)

6.2.1.4.2.3 Instalação de parcelas e comparação com a Resolução CONAMA Nº


02 de 1994

Segundo a Resolução CONAMA 02/1994, os estágios sucessionais de


Floresta Ombrófila Mista, são classificados de acordo com o Quadro 6.2.3.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 219
Quadro 6.2.3. Classificação de Floresta Ombrófila Mista, segundo a Resolução
CONAMA 02/1994

Estágio Sucessional da Diâmetro Médio Nº de Espécies


Altura Média (m)
Vegetação (cm) Lenhosas

Inicial Até 10 5 a 15 1 a 10

Médio 8 a 17 10 a 40 5 a 30

Avançado > 30 20 a 60 > 30

Na análise dos estágios sucessionais da vegetação foram avaliados os


resultados da instalação de 03 (três) parcelas para mapeamento de parâmetros
biométricos de indivíduos. Utilizando a resolução citada no Quadro 6.2.4 foi possível
definir o estágio de regeneração da floresta nos pontos analisados no entorno da
casa de força da CGH São Bento, através de variáveis como DAP, altura das
árvores e número de espécies lenhosas.
O resultado da comparação do levantamento florístico das 03 (três)
parcelas instaladas pela Index Florestal no imóvel com a Resolução CONAMA Nº
02/1994 pode ser observado no Quadro 6.2.4.
Quadro 6.2.4. Classificação de Floresta Ombrófila Mista, segundo a Resolução
CONAMA 02/1994

Altura Média Diâmetro Nº de espécies Classificação CONAMA


Parcela
(m) Médio (cm) lenhosas nº 02/2004

01 6,6 7,70 8 Inicial

02 6,1 7,81 7 Inicial

03 6,0 5,62 7 Inicial

6.2.1.4.2.4 Análise do uso atual no entorno do reservatório

A Lei 12.651/2012 referente ao Código Florestal Brasileiro dispõe em seu


capítulo 1, artigo 3°, inciso II que:
“II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 220
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações
humanas;”
Desta forma, em uma área de preservação permanente é indicada a
presença de espécies nativas da flora local. A retirada de espécies exóticas em área
de interesse a biodiversidade é ressaltada no artigo 3º da Lei Federal 12.651/2012
que declara:
“IX - interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação
nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão,
erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas;”
Segundo o artigo 7o do Novo Código Florestal a APP deve ser mantida e,
tendo ocorrido supressão de vegetação, recomposta:
Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá
ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título,
pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de
Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer
título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos
autorizados previstos nesta Lei.
Através da análise da projeção de 100 (cem) metros definidos a partir do
leito superior do reservatório, foi possível constatar que a área total com uso
irregular na APP do reservatório é 34,17 ha. Os principais usos irregulares
encontrados na análise foram a presença de plantios com essências florestais
(24,74 ha com pinus e 5,07 ha com eucalipto), campos antrópicos (4,17 ha) e
estradas (0,19 ha), conforme apresentado na Figura 6.2.41 e descrito na Tabela
6.2.6.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 221
Figura 6.2.41. Uso do solo na APP do reservatório da CGH São Bento

Fonte: Index Ambiental, 2016.

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Tabela 6.2.6. Detalhes sobre o uso do solo na APP do reservatório
Área (App 100 m) Área (App 71,93 m)
Uso
ha % ha %
Campo Antrópico 4,17 3,34 2,72 2,98
Campo Natural 14,12 11,34 12,25 13,43
Estrada 0,19 0,15 0,10 0,11
Eucalipto 5,07 4,07 2,47 2,71
Floresta Nativa 76,26 61,23 61,34 67,27
Pinus 24,74 19,87 12,31 13,50
TOTAL 124,55 100,00 91,19 100,00

6.2.1.5 Localização e caracterização de áreas de importância ambiental

Áreas de importância ambiental são áreas que possuem características


específicas que proporcionam a manutenção da função como a exemplo dos
hotspots, unidades de conservação estaduais e federais, reservas particulares do
patrimônio privado (RPPN), parques nacionais e estaduais entre outras áreas de
conservação relevantes presentes nas zona de influência direta, indireta e
amortecimento.
A figura a seguir apresenta a localização das Unidades de Conservação
bacia hidrográfica do Rio Iratim.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 223
Figura 6.2.42. Unidades de Conservação do reservatório da CGH São Bento

Fonte: Index Ambiental, 2016.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 224
6.2.1.5.1 Áreas de importância ambiental em zonas de influência do
empreendimento

Após analisar os limites determinados para a área de influência direta da


CGH (10 km), foi possível constatar que a única unidade de conservação (UC)
dentro de tal limite é o Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas (REVIS dos
Campos de Palmas). A REVIS dos Campos de Palmas é uma unidade de
conservação de proteção integral, situado nos municípios de Palmas e General
Carneiro, ambos situados no estado do Paraná.
O refúgio foi estabelecido através de decreto federal de 3 de abril de
2006, abrangendo uma área total de 16.594,17 hectares, sendo o raio de
amortecimento da reserva 500 metros a partir de seu perímetro. Esta UC apresenta
como objetivo proteger ambientes naturais necessários à existência ou reprodução
da flora e fauna residente ou migratória, especialmente os remanescentes de estepe
gramíneo-lenhosa de Floresta Ombrófila Mista, as áreas de campos úmidos e
várzeas, bem como realizar pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades
controladas de educação ambiental e turismo.
Especificamente em relação a fauna da reserva, podem ser encontrados
mamíferos como o morcego (Chrotopterus auritus), o bugio (Alouatta guariba
clamitans), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e a aves como a noivinha-de-
rabo-preto (Xolmis dominicanus), entre outros grupos animais.
As principais atividades econômicas desenvolvidas na unidade são o
pastoreio extensivo, exploração da erva-mate, cultivo de grãos e silvicultura. O
REVIS ainda guarda um importante registro sociocultural de antigas construções do
início da ocupação e da passagem dos tropeiros pela região, além de manter o
modelo de pecuária tradicional.
Nos limites da área de influência indireta da CGH São Bento encontram-
se duas unidades de conservação, sendo a primeira na categoria de Reserva
Particular do Patrimônio Natural - RPPN e a segunda na categoria de Parque
Estadual. RPPN das Araucárias está localizada no município de General Carneiro,
sendo a sua criação efetivada no ano de 1999, com base na portaria do IAP nº

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 225
79/99. Esta área de conservação abrange um total de 115 hectares e é pertencente
as Indústrias Pedro N. Pizzatto.
O Parque Estadual de Palmas é uma unidade de conservação de
proteção integral, situada no município de Palmas, estado do Paraná.
O parque estadual foi estabelecido através do decreto nº 1.530, em 02 de
outubro de 2007, abrangendo uma área total de 180,12 hectares. De acordo com o
plano de manejo (1988), esta UC apresenta como objetivo:
Conservar em estado natural uma amostra significativa de campos e
matas de araucária, vegetação típica da região;
Proteger as espécies faunísticas raras como a gralha azul e branca e
outras, tais como: bugio, veado, capivara, etc.;
Fomentar atividades de pesquisa cientifica e monitoramento ambiental.
Estudo da mata ciliar do rio Lageado da Cidade, onde foi encontrada a espécie Acer
sp., exótica, porém plenamente adaptada a situação local;
Possibilitar atividades de recreio e turismo diretamente relacionadas e
compatíveis com os recursos naturais da área e com os demais objetivos de manejo.

6.2.2 Fauna

6.2.2.1 Mastofauna

6.2.2.1.1 Introdução

A Mata Atlântica abrange uma grande diversidade de formações, e seus


remanescentes abrigam uma rica fauna e flora, estando entre os 25 hotspots do
mundo (TABARELLI et al., 2005). Em relação à mastofauna da Mata Atlântica é
relatada a ocorrência de 250 espécies, com uma taxa de endemismo relativo de
22%, o que corresponde aproximadamente a 55 espécies (REIS et al., 2006). Os
mamíferos apresentam uma grande variação no tamanho corpóreo, comportamento
e utilização do habitat. Contudo, a modificação e degradação ambiental nos trópicos
tornam incerta a presença e a variabilidade biológica dos mamíferos no futuro.
Devido à grande diversidade de comportamento algumas espécies conseguem ser

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 226
mais tolerantes, enquanto outras mais exigentes são fortemente impactadas pela
ação antrópica.
As atividades humanas que mais comprometem a existência das espécies
com maior requerimento ecológico são: fragmentação, descaracterização da floresta
nativa e a caça. De maneira geral os mamíferos de médio e grande porte são os
mais afetados, pois possuem baixas taxas reprodutivas e necessitam de grandes
áreas de vida para obtenção dos recursos necessários a sua sobrevivência.
Os ambientes profundamente impactados podem ter os seus processos
ecológicos comprometidos, pois muitas espécies de mamíferos possuem papéis
importantes para a integridade e funcionalidade dos ecossistemas, atuando nos
processos de polinização, dispersão e predação de sementes e frutos.

6.2.2.1.2 Metodologia

A avaliação da mastofauna de possível e/ou real ocorrência na área de


influência direta da CGH São Bento foi realizada por meio de informações pré-
existentes em bibliografias (relatórios técnicos, publicação científica) e busca direta
das espécies e dos vestígios por elas deixadas in loco. Para isso nos dias 23, 24 e
25 de agosto de 2015 foi realizada uma campanha de campo na área de entorno do
lago percorrendo a pé estradas e trilhas já existentes com o intuito de verificar a
ocorrência de espécies de mamíferos principalmente de médio e grande porte, que
são os organismos mais afetados pelas atividades humanas.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 227
Figura 6.2.43. Busca ativa por vestígios: fezes, pegadas, abrigos, etc.

Figura 6.2.44. Trajeto percorrido na área de influência durante o levantamento


de campo

6.2.2.1.3 Resultados e Discussão

Foram diagnosticadas 66 táxons de mamíferos pertencentes a nove


ordens e 23 famílias como potencialmente ocorrentes na região de estudo. Este
número representa 36.6% das espécies descritas de ocorrência para o Estado do
Paraná. A maioria das espécies registras apresentam atividade crepuscular e/ou

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 228
noturna e tem hábitos predominantemente solitários. A sociabilidade pode ser
verificada em alguns grupos como primatas, porcos-do-mato, capivaras e quatis.

Tabela 6.2.7. Lista da mastofauna registrada na área de influencia direta da


CGH São Bento, localizado no município de General Carneiro PR. Status de
Conservação (Mikich e Bernils, 2004): VU= vulnerável, DD= dados
insuficientes, NE=casos omissos, LC= preocupação menor. Hábitos
alimentares: Fr = frugívoro, On= onívoro, Ca= Carnívoro, In= insetívoro, He=
Herbívoro, Gr= granívoro, Mi= mimercófago, Pi= piscívoro, Hm= hematófago
Grupo Taxonômico Nome Popular Status Habitos Alimentares
Ordem Marsupialia
Família Didelphidae
Caluromys lanatus cuíca-lanosa Fr/On
Chironectes minimus cuíca d’água VU Ca
Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca DD Fr/On
Didelphis aurita gambá-de-orelha-preta DD Fr/On
Lutreolina crassicaudata cuíca Ca
Gracilinanus microtarsus cuíca In/On
Gracilinanus sp. cuíca
Monodelphis americana catita In/On
Monodelphis scalops In/On
Monodelphis sp.
Philander frenatus cuíca-verdadeira In/On
Ordem Primates
Família Cebidae
Alouatta guariba bugio ruivo VU Fr/He
Sapajus nigritus macaco-prego NE Fr
Ordem Cingulata
Família Myrmecophagidae
Tamandua tetradactyla tamandua -mirim NE Mi
Família Dasypodidae
Cabassous tatouay tatu-de-rabo-mole NE Fr/On
Dasypus novencinctus tatu-galinha NE In/On
Dasypus septencinctus tatu-mulita DD In
Euphractus sexcintus tatu-peludo NE In/On
Ordem Carnívora
Família Canidae
Cerdocyon thous graxaim-do-mato LC In/On
Família Procyonidae
Nasua nasua coati VU On

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Procyon cancrivorous mão-pelada NE On/Fr
Família Mustelidae
Eira Barbara irara VU Ca
Galictis cuja furão DD Ca
Lontra longicaudis lontra VU Ca
Família Felidae
Puma concolor suçuarana VU Ca
Puma yaguarondi gato-mourisco VU Ca
Leopardus pardalis jaguatirica VU Ca
Leopardus guttulus gato-do-mato-pequeno VU Ca
Leopardus wiedii gato-maracajá VU Ca
Ordem Artiodactyla
Família Tayassuidae
Tayassu pecari queixada LC Fr/He
Pecari tajacu cateto VU Fr/He
Família Cervidae
Mazama americana veado-mateiro DD Fr/He
Mazama gouazoubira veado-catingueiro LC Fr/He
Mazama nana veado-bororó Fr/He
Ordem Perissodactyla
Família Tapiridae
Tapirus terrestris anta VU Fr/He
Ordem Lagomorpha
Família Leporidae
Lepus europaeus lebre DD He/Gr
Sylvilagus brasiliensis tapeti VU He/On
Ordem Chiroptera
Família Phyllostomidae
Chrotopterus auritus morcego-bombachudo VU Ca
Anoura caudifer morcego-beija-flor Fr/Pi
Artibeus lituratus morcego-cara-branca Fr/Pi
Carollia perspicillata morcegos Fr/Pi
Sturnira lilium morcego-fruteiro Fr/Pi
Pygoderma bilabiatum morcego Fr/Pi
Desmodus rotundus morcego-vampiro Hm
Glossophaga soricina morcego-beija-flor Fr/Pi
FamíliaVespertilionide
Eptesicus brasiliensis morcego In
Eptesicus furinalis morcego In
Histiotus velatus morcego-orelhudo In

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Histious montanus morcego-orelhudo In
Lasiurus blossevilli morcego-vermelho In
Lasiurus ciENreus morcego In
Myotis ruber morcego-borboleta DD In
Myotis nigricans morcego-borboleta-preto In
Myotis levis morcego-borboleta In
Família Molossidae
Tadarida brasiliensis morcego-das-casas In
Ordem Rodentia
Família Cavidae
Cavia aperea preá EN Fr/Gr
Hydrochaeris hydrochaeris capivara EN He
Família Myocastoridae
Myocastor coypus ratão do banhado EN He
Família Dasyproctidae
Dasyprocta azarae cutia DD Fr/Gr
Família Cuniculide
Cuniculus paca paca EN Fr/He
Família Erythizontidae
Coendou sp. ouriço EN Fr/He
Família Cricetidae
Akodon sp. rato-do-mato In
Bolomyslasiurus rato-do-mato In
Oligoryzomys sp. rato-do-mato He
Nectomys squamipes rato-d´água On
Família Echimyidae
Kannabateomys amblyonyx rato-da-taquara He
Família Sciuridae
Guerlinguetus ingrami serelepe He

Apesar da região ser fortemente impactada pela agricultura e


principalmente silvicultura, merece atenção pois foi observado os vestígios de
espécies consideradas de interesse conservacionista citadas como “vulneráveis” ou
“deficientes em dados” no livro vermelho da fauna ameaçada do estado do Paraná.
Dentre os grupos amostrados, os carnívoros apresentam o maio número
de espécies ameaçadas (oito espécies na categoria vulnerável). Um destaque
especial é dado à família Felidae. Das oito espécies de felinos descritas como de
ocorrência para o território brasileiro verificou se a presença de cinco delas na área

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amostrada. Os felinos são os únicos mamíferos predadores de grande porte da
região Neotropical (Emmons, 1987). Como Citado anteriormente estes exercem
importantes funções ecológicas, influenciando na abundância da população das
suas espécies de presas e também na dinâmica e diversidade da comunidade
animal e vegetal (Emmons, 1987; Terborgh, 1988; Fonseca & Robinson, 1990;
Terborgh et al., 2001; Miller et al., 2001; Mangini et al., 2006).
De maneira geral os mamíferos de médio e grande porte, com hábitos
terrestres, serão parcialmente impactados, pois o lago já esta formado não
necessitando a retirada de vegetação. Possivelmente o maior impacto para a
mastofauna será devido a maior movimentação de veículos durante a reforma da
barragem o que pode resultar em afugentamento das espécies mais sensíveis, ou
maior risco de atropelamento das espécies mais tolerantes a presença humana.
Deste modo orienta-se que sejam tomadas medidas preventivas como, por exemplo,
a orientação do trafego em velocidade modera/baixa, bem como a sinalização
indicando a presença de animais.

Figura 6.2.45. Vestígios de felinos encontrados em trilhas e estradas próximos


ao lago da CGH São Bento

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Outra espécie de interesse registrada no local e que será afetada é a
Lontra longicaudis, categorizada como vulnerável segundo a avaliação Rodrigues et
al (2013) e no livro vermelho da fauna ameaçada do Estado do Paraná. As Lontras
apresentam grande dependência de cursos d’água e matas ciliares que atualmente
encontram se intensamente degradadas.
Ainda de acordo com Rodrigues et al (2013) além do declínio
populacional em detrimento do ambiente como a fragmentação de habitat, poluição
da água, a espécie é ameaçada também pela construção de usinas hidrelétricas e
PCHs, caça por retaliação de conflitos com piscicultores, redução do estoque das
suas presas por pesca predatória e por atropelamentos. Dentre as 66 espécies
registradas certamente esta terá sua populações impactada pela reativação do
empreendimento, pois foi constatada a presença de vestígios (toca e fezes) no canal
adutor que possivelmente terá sua profundidade alterada. Levando em conta o
comportamento territorialista em que as mesmas demarcam seus territórios
utilizando fezes e produção de muco odorífero o/os indivíduos que ocupam este
canal terão de se ajustar e disputar um novo território.

Figura 6.2.46. Localização dos vestígios de Lontra longicaulis. (Coord.


445929.70 E / 7076566.25 S)

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Durante as amostragens foi verificado a presença de espécies exóticas/
como é o caso da lebre (Lepus europaeus) que compete com a espécie nativa, o
tapeti (Sylvilagus brasiliensis) que se encontra ameaçado.
Os vestígios de cão doméstico (Canis familiaris), foram verificados em
grande parte da área. Esta é a espécie de carnívoro mais abundante no mundo
(Daniels & Bekoff, 1989a; Green & Gipson, 1994), no Brasil o cão foi introduzido
pelos europeus em meados do século XVI e era empregada principalmente para
caça (Dean, 1996; Miranda, 2004), prática esta que persiste até os dias atuais
(Chiarello, 2000; Cullen et al., 2000). A presença de cães pode interferir em vários
aspectos referentes à dinâmica das comunidades biológicas (Kay, 1998). Apesar
dos cães serem considerados predadores ineficientes (Van’t Woudt, 1990; Oliveira &
Cavalcanti, 2002), estes predam animais de pequeno e médio porte (Campos et al
2007; Galetti & Sazima, 2006) e quando formam matilhas, podem predar animais de
grande porte, como foi observado no Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo
onde foram encontrados três catetos (Pecari tajacu) uma paca (Agouti paca) mortos
por cachorros domésticos (G.V. Bianconi, in litt. 2005).
Durante o estudo foi observado a presença de três indivíduos de grande
porte a ladrar, instantes depois constatou-se que os mesmos estavam em
perseguição a um cervo.( fato este verificado por meio das pegadas). Em um estudo
realizado por Galetti & Sazima (2006) na Reserva de Santa Genebra verificou-se
que os mamíferos eram predados com maior frequência. Segundo estes autores o
alto impacto dos cães ferais em alguns de mamíferos é provavelmente a principal
causa da extinção local de diversas espécies como a paca (Agouti paca), veados e a
cutia (Dasyprocta azarae). Ainda segundo eles os efeitos da extinção desses
frugívoros-herbívoros na podem comprometer seriamente a herbivoria e a dispersão
de sementes da flora local.

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Figura 6.2.47. Vestígios de Mazama sp. observado em estrada próxima ao lago
da CGH São Bento

Além da competição por recursos e predação, os cães também são


potenciais vetores de diversas doenças, como raiva, leishmaniose, cinomose,
parvovirus, giárdia e cisto muscular (Alexander & Appel 1994; Rhodes et al., 1997;
Laurenson et al., 1998; Sime,1999; Cleveland et al., 2000; Butler & Du Toit, 2004;
Curi, 2005).
Aparentemente os cães são animais mantidos pelos moradores do
entorno do lago para auxiliar nas criações de gado/ovelha ou simplesmente como
animal de estimação. Uma sugestão mais razoável seria realizar, um programa de
educação com os moradores sobre os impactos que os cães podem causar à
comunidade biológica.
Entre as espécies frugívoras, com potencial de ser encontradas na área,
destacam-se o cateto (Pecari tajacu) e anta (Tapirus terrestris). Devido ao tamanho
corpóreo atuam como dispersores de sementes de maiores proporções. A
preocupação com ambas espécies esta diretamente ligada a atividade de caça, pois
durante os dias de campo foi constatado uma série de acampamentos que
potencialmente podem ser utilizados para a caça ilegal.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 235
Figura 6.2.48. Vestígios da presença humana nas áreas dos arredores do lago
da CGH São Bento

Verifica-se a fragilidade da região, devido a fragmentação e


descaracterização cada vez mais intensa dos ambientes florestais e seus efeitos de
borda, como caça, e invasão de espécies exóticas. A busca por medidas que visem
à sustentabilidade são primordiais para a manutenção da biodiversidade local,
evitando que a sobrevivência da fauna nativa e dos processos naturais sejam
comprometidos.

6.2.2.2 Herpetofauna

6.2.2.2.1 Anfíbios

6.2.2.2.1.1 Introdução

A classe Amphibia (anfíbios) corresponde ao grupo de animais


conhecidos como Gymnophiona ou Apoda (cobras-cegas), Caudata ou Urodela
(salamandras) e Anura (sapos, rãs e pererecas) e ocorrem em diversos ambientes
de água doce e terrestres, exceto algumas ilhas e regiões polares (DUELLMAN &

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 236
TRUEB, 1986). No Brasil, atualmente são descritas 946 espécies de anfíbios, das
quais 913 são da ordem Anura (SEGALLA et al., 2012).
Devido aos anfíbios apresentarem várias particularidades ecológicas,
fisiológicas e comportamentais, como ovos e larvas de dependentes de água ou de
ambientes extremamente úmidos, pele permeável, respiração cutânea, sua
ocorrência esta intimamente relacionada a diversos fatores ambientais, tornando
estes organismos extremamente sensíveis às mudanças ambientais.
Muitas mudanças resultantes da destruição ou alteração da cobertura
vegetal original e fragmentação de seu habitat que é geralmente acompanhada de
alteração microclimática como mudança de temperatura e umidade, causando
enorme impacto sobre as populações locais (LIPS, 1999; BOSCH, 2003,
CUSHMAN, 2006). O presente estudo teve como objetivo inventariar as espécies de
anfíbios potencialmente ocorrentes nas áres de inluencia direta e indireta da CGH
São Bento, localizada no município de General Carneiro.
Os inventários de fauna permitem a identificação das espécies que
ocorrem em um ecossistema e constituem o ponto de partida para os demais
estudos científicos, além de que as informações geradas servem de subsídios na
orientação e formulação de estratégias de conservação (MILANO et al.,1986; DAY et
al., 1987, LOPES, 2000).

6.2.2.2.1.2 Metodologia

6.2.2.2.1.2.1 Área de estudo


O trabalho para o inventário da anurofauna foi desenvolvido nas áreas de
Influencia Direta e Indireta da represa da CGH São Bento. Esta unidade contempla
remanescentes de Floresta Ombrófila Mista (floresta com Araucária) e campos
úmidos e várzeas, e apesar da paisagem bastante alterada pela ocupação histórica
desordenada, ainda se vislumbram vários remanescentes presentes em um sistema
de mosaico entre estas formações naturais e áreas ocupadas por atividades agro-
silvo-pastoris.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 237
6.2.2.2.1.2.2 Coleta de dados
A fim de caracterizar a anurofauna da área de estudo foram realizadas
atividades De buscas por dados secundários provenientes de duas fontes fontes
bibliográficas: 1 - Avaliação Ambiental Integrada da Bacia Hidrográfica do rio Iratim
(dados compilados por IGPlan - Inteligência Geográfica Ltda), 2 - Relatório de
Anurofauna da Fazenda Morro do Inglês-Palmas, executado pela Remasa
Reflorestadora Ltda, 2013 e 3 – Tese de doutorado de Carlos Eduardo Conte,
especificamente a ára de estudos IPP – Industrias Pedro N. Pizzatto em General
Carneiro. Além de informações disponíveis em artigos científicos, teses,
dissertações (e.g. Gonçalves & Conte, 2010; MMA).

6.2.2.2.1.3 Resultados e Discussão

O levantamento de informações primárias e secundárias indica que o pool


regional de espécies com provável ocorrência para a área estudada é representada
por cerca de 30 espécies de anfíbios, distribuídas em quatro famílias distintas, sendo
a família Hylidae a mais representativa. Esta riqueza de espécies de anfíbios
corresponde 21% da riqueza de anfíbios conhecidas para o estado do Paraná (142
Spp - CONTE et al., 2010) o que representa 3,2% da riqueza de espécies do país
(SBH, 2012). Em se tratando de caracterização regional e potencialmente ocorrente
na área de influencia do empreendimento, é esperada a provável ocorrência de 31
espécies de anuros (Tabela 6.2.8).

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 238
Tabela 6.2.8. Lista de espécies de anfíbios em caráter regional com provável
ocorrência na AID da CGH São Bento; Forma de registro: 1 – Avaliação
Ambiental Integrada da Bacia Hidrográfica do rio Iratim e 2 – Avaliação da
Anurofauna da Fazenda Morro do Inglês-Palmas; 3 – Tese de Doutorado de
Carlos Eduardo Conte, especificamente a Fazenda Indístrias Pedro N. Pizzato
em General Carneiro. Substratos: Te, superfície da terra/criptozóico; Sa, sub-
arborícola /arborícola. Fisionomias: Ab, formações abertas de campos,
banhados, brejos, poças e açudes; Mg, Matas de Galeria; Fl, outras formações
de caráter florestal. Substratos e fisionomias de acordo com Haddad et al.
(2008) e IUCN (2006).
Forma de
Taxa Nome vulgar Substrato Fisionomias
registro
Família Brachycephalidae
Ischnocnema henselii Rã-de-folhiço 1;2;3 Te Fl
Família Bufonidae
Melanophryniscus tumifrons Sapinho 1;2 Te Ab
Rhinella icterica Sapo-cururu 1;2;3 Te Ab, Mg, Fl
Rhinella henseli 2;3
Rhinella schneideri Sapo 1 Te Mg
Família Centrolinidae
Vitreorana uranoscopa Ra-de-vidro 1;2;3 Sa Mg
Família Cyclorhamphidae
Limnomedusa macroglossa 1 Te Ab
Odontophrynus americanus Sapo-escavador 1;2;3 Te Ab
Proceratophrys brauni 2;3
Família Hylidae
Aplastodiscus perviridis Perereca-verde 1,2;3 Sa Ab, Mg, Fl
Dendropsophus minutus Pererequinha-do-brejo 1,2;3 Sa Ab
Dendropsophus nanus Pererequinha 1 Sa Ab
Dendropsophus nahdereri 2;3
Dendropsophus sanborni Pererequinha 1,2;3 Sa Ab
Hypsiboas albopunctatus Perereca-cabrita 1 Sa Ab
Hypsiboas bischoffi Perereca 1,2;3 Sa Mg, Fl
Hypsiboas caingua Perereca 1 Sa Mg, Fl
Hypsiboas faber Sapo-martelo 1,2;3 Sa Ab, Mg, Fl
Hypsiboas leptolineatus Perereca 1,2;3 Sa Ab
Hypsiboas prasinus Perereca 1,2;3 Sa Fl
Hypsiboas semiguttatus Perereca 1 Sa Mg
Phyllomedusa tetraploidea Perereca-de-folhagem 1 Sa Fl
Pseudis cardosoi 2
Scinax aromothyella 2;3

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 239
Forma de
Taxa Nome vulgar Substrato Fisionomias
registro
Scinax berthae Pererequinha 1 Sa Ab
Scinax fuscovarius Perereca-de-banheiro 1,2;3 Sa Ab
Scinax granulatus 2;3
Scinax perereca Perereca-de-banheiro 1,2;3 Sa Ab
Scinax squalirostris Pererequinha 1,2;3 Sa Ab
Scinax uruguayus Pererequinha 1,2;3 Sa Ab
Sphaenorhynchus surdus 2;3
Trachycephalus dibermardoi Perereca-grudenta 1 Sa Mg, Fl
Trachycephalus typhonius Perereca-grudenta 1 Sa Mg, Fl
Família Leiuperidae
Physalaemus cuvieri Ra-cachorro 1;3 Te Ab
Physalaemus gracilis Razinha 1;2;3 Te Ab
Família Leptodactylidae
Leptodactylus araucaria 2;3
Leptodactylus fuscus Ra-assobiadora 1 Te Ab
Leptodactylus gracilis Ra-listrada 1 Te Ab
Leptodactylus latrans Ra-manteiga 1;2;3 Te Ab
Leptodactylus mystacinus Ra-assobiadora 1 Te Ab
Leptodactylus plaumanni 2;3
Microhylidae
Elachistocleis bicolor Sapo-guarda 1,2;3 Te Fl

A anurofauna desta área apresenta o padrão generalizado de espécies


com ampla distribuição geográfica, sendo que muitas delas ocorrem em mais de um
domínio ou unidade fitogeográfica (sensu Conte, 2010). Com exceção de cinco
espécies (Rhinella henseli, Proceratophrys brauni, Hypsiboas leptolineatus, Pseudis
cardosoi, Sphaenorhynchus surdus) consideradas endêmicas de Floresta Ombrófila
Mista. A formulação desta listagem local e regional promove o conhecimento sobre a
riqueza, composição e distribuição espacial das espécies o que corresponde o
primeiro passo para desencader qualquer ação de conservação para as espécies de
uma determinada área (Silvano & Pimenta, 2003). Portanto as informações aqui
levantadas servem como subsídios e constituem o ponto de partida na orientação e
formulação de estratégias para conservação do grupo na área de estudo.
É importante ressaltar que muitas espécies de anfíbios apresentam forte
sazonalidade, na qual sua ocorrência pode estar estritamente relacionada com

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algum determinado fator ambiental (WELLS, 2007). Sabe-se, por exemplo, que a
ocorrência e distribuição dos anfíbios é fortemente influenciada pela presença de
água, muita vezes apenas na forma de chuva (Duellman & Trueb, 1986). Vários são
os estudos que tem sido demonstrada a importância da chuva na ocorrência e na
abundância das espécies de anfíbios anuros (Santos et al., 2007).

6.2.2.2.1.4 Considerações Finais

Status de conservação das espécies de anfíbios registradas


A grande maioria das espécies da anurofauna local é associada a áreas
abertas e possuem distribuição geográfica ampla, contribuindo para que poucas
espécies estejam incluídas em alguma das três listas de espécies ameçadas
consultadas (“Listas Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção”
/ “IUCN Red List” - International Union for Conservation of Nature and Natural
Resources / “Lista de espécies ameaçadas do Estado do Paraná”). Duas foram às
espécies em carácter regional com provável ocorrência para área que se enquadram
em alguma categoria em pelo menos uma das três listas, a saber:
Vitreorana uranoscopa caracterizada como dados deficientes na lista de
espécies ameaçadas do Estado do Paraná (Mikich & Bérnils 2004);
Scinax aromothyella também classificada na categoria dados deficientes
na lista vermelha da fauna ameaçada da IUCN 2013;
Limnomedusa macroglossa criticamente em perigo na lista de espécies
ameaçadas no Paraná (Mikich & Bérnils 2004). Em escala regional, populações mais
próximas são aquelas concentradas nos Guarani e Jordão, não sendo registradas
populações para o rio Iratim (Conte et al., 2009).
Endemismo
Umas das espécies registradas durante as atividades de campo e quatro
espécies com provável ocorrência para área podem ser consideradas endêmicas
para a formação de Floresta Ombrófila Mista, não necessariamente para região do
empreendimento (Rhinella henseli, Proceratophrys brauni, Hypsiboas leptolineatus,
Pseudis cardosoi, e Sphaenorhynchus surdus - sensu Conte, 2010). As demais
espécies registradas com provável ocorrência para área apresentam ampla
distribuição geográfica, muitas delas ocorrendo em mais de um bioma, inclusive

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 241
algumas delas se adaptam bem a ambientes alterados (e.g.: Physalaemus cuvieri,
Dendropsophus minutus).

6.2.2.2.2 Répteis

6.2.2.2.2.1 Introdução

A Região Neotropical apresenta uma das mais ricas faunas de répteis do


mundo (DUELLMAN, 1999; POUGH et al., 2004). O Brasil, com toda a sua dimensão
territorial e diversidade de biomas, é um dos países que abrigam as mais diversas
faunas de répteis do Planeta, registrando a ocorrência de 708 espécies (BÉRNILS,
2009), sendo a Floresta Atlântica um dos biomas que apresentam as mais elevadas
diversidades de espécies reptilianas e maiores taxas de endemismo da
herpetofauna no Brasil (HADDAD & ABE, 1999; MARTINS & MOLINA, 2008).
A perda e degradação de hábitats, introdução de espécies invasoras,
poluição, doenças, uso insustentável e mudanças climáticas globais representam as
principais ameaças à conservação dos répteis no Planeta (WILCOX & MURPHY,
1985; GIBBONS et al., 2000; POUGH et al., 2004). No Brasil, a perda e a
degradação dos ambientes naturais são apontados como as principais ameaças às
espécies brasileiras (MARTINS & MOLINA, 2008). Segundo Alvarez (2011), os
répteis constituem um grupo de difícil amostragem (especialmente as serpentes), o
que demanda tempo e altos custos para a realização de inventários completos da
herpetofauna de uma região. Para o estado do Paraná existe um conhecimento
relativamente satisfatório da composição da herpetofauna, ainda que os padrões de
distribuição sejam pouco conhecidos (Di-Bernardo et al 2003).

6.2.2.2.2.2 Metodologia

6.2.2.2.2.2.1 Área de estudo


O trabalho de campo para o inventário da anurofauna foi desenvolvido
nas áreas de Influencia Direta e Indireta da represa da CGH São Bento. Esta
unidade contempla remanescentes de Floresta Ombrófila Mista (floresta com
Araucária) e campos úmidos e várzeas, e apesar da paisagem bastante alterada
pela ocupação histórica desordenada, ainda se vislumbram vários remanescentes

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 242
presentes em um sistema de mosaico entre estas formações naturais e áreas
ocupadas por atividades agro-silvo-pastoris.
6.2.2.2.2.2.2 Coleta de dados
Foi realizada uma campanha de campo, entre os dias 23 a 25 de agosto
de 2015. Nessa companha foram feitas buscas diretas in loco, onde foram
percorridas a pé, estradas e trilhas no entorno do lago. A fim de caracterizar a
anurofauna da área de estudo foram realizadas atividades de buscas por dados
secundários provenientes de duas fontes bibliográficas: 1 - Avaliação Ambiental
Integrada da Bacia Hidrográfica do rio Iratim (dados compilados por IGPlan -
Inteligência Geográfica Ltda), 2 - Relatório de Impacto Ambiental da PCH Faxinal
dos Santos (dados compilados por IGPlan - Inteligência Geográfica Ltda), proposta
para o mesmo rio Iratim distante cerca de 10 quilometros da CGH São Bento.

6.2.2.2.2.3 Resultados e Discussão

Durante a campanha de campo foi registrada uma espécies de réptil,


trata-se de uma jararaca (Bothrops jararaca). Por meio da análise ambiental das
Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento, baseado em dois estudos
para a região do empreendimento, verificou-se a potencial ocorrência de 55
espécies de répteis. Entre todas as espécies registradas, as serpentes
correspondem pela grande maioria das espécies, com destaque para a família
Dipsadidae (28 espécies). Merece destaque a família Viperidae. Espécies dessa
família comumente relatada tendo problemas de acidentes ofídicos com humanos.

Tabela 6.2.9. Relação das espécies de Répteis esperadas para a área da bacia
do rio Iratim e região, estado do Paraná, Sendo: 1 - AEI Iratim, 2 - PCH Faxinal –
EIA/RIMA. Ambientes: Fl: Florestal; Rp: Sistemas ripários; Cp: Campos e
demais formações abertas; Bn: Banhados; R: Rios; Substratos: Aq: Aquático;
Ter: Terrestre; Ar: Arbustivo ou Arborícola; St: Subterrâneo.
Taxa Nome Vulgar Fonte Ambiente Substrato
Família Amphisbaenidae
Amphisbaena prunicolor Cobra-de-duas-cabeças 1
Amphisbaena trachura Cobra-de-duas-cabeças 1
Amphisbaena daewinii Cobra-de-duas-cabeças 2 Cp, Fl St
Leposternon microcephalum Cobra-de-duas-cabeças 1

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Taxa Nome Vulgar Fonte Ambiente Substrato
Família Anguidae
Ophiodes fragilis Cobra-de-vidro 1;2 Fl, Bn, Rp Ter
Família Anomalepididae
Liotyphlops beui Cobra-cega 1;2 Cp; Fl St
Família Chelidae
Acanthochelys spixii Cágado-preto 1
Hydromedusa tectifera Cágado-pescoço-de-cobra 1;2 Bn; R Aq
Phrynopswilliamsi Cágado-grande 1
Família Colubridae
Chironius bicarinatus Cobra-cipó 1;2 Fl Ter, Ar
Spilotes pullatus Caninana 1
Tantilla melanocephala Cobra-da-terra 1;2 Cp; Fl Ter, St
Família Dipsadidae
Atractus reticulatus Cobra-da-terra 1;2 Cp Ter, St
Boiruna maculata Muçurana 1;2 Fl Ter
Calamodontophis ronaldoi s.n.v.
Clelia hussami Muçurana
Clelia plumbea Muçurana 1
Clelia rustica Muçurana-parda 1;2 Fl, Cp Ter
Echinanthera cyanopleura Cobra-lisa 1;2 Fl Ter
Gomesophis brasiliensis Cobra-espada 1
Helicops infrataeniatus Cobra-d’ água 1;2 Bn, R Aq
Liophis jaegeri Cobra-verde 1;2 Cp Ter
Liophis miliaris Cobra-d’água 1;2 Bn, Fl, Rp, Cp, Ter, Aq
R
Liophis poecilogyrus Cobra-lisa 1;2 Bn, Rp, Cp Ter
Liophis reginae Cobra-d’água 1
Oxyrhopus clathratus Falsa-coral 1;2 Fl Ter
Oxyrhopus rhombifer Falsa-coral 1;2 Cp Ter
Philodryas aestivus Cobra-verde 1;2 Cp; Rp Ter, Ar
Philodryas olfersii Cobra-verde 1;2 Cp; Fl, Rp Ter, Ar
Philodryas patagoniensis Papa-pinto 1;2 Cp Ter, Ar
Pseudoboa haasi Muçurana 1;2 Fl Ter
Sibynomorphus ventrimaculatus Dormideira 1
Taeniophallus affinis Cobra-lisa 1
Thamnodynastes hypoconia Jararaca-do-brejo 1;2 Fl, Bn, Rp Ter, Ar
Thamnodynastes nattereri Cobra-espada 1
Thamnodynastes strigatus Jararaca-do-brejo 1;2 Fl, Bn, Rp Ter, Ar
Tomodon dorsatus Cobra-espada 1;2 Fl, Rp Ter

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Taxa Nome Vulgar Fonte Ambiente Substrato
Xenodon guentheri Boipevinha 1;2 Fl Ter
Xenodon merremii Boipeva 1
Xenodon neuwiedii Boipevinha 1;2 Fl Ter
Família Elapidae
Micrurus altirostris Coral-verdadeira 1;2 Fl, Rp, Cp Ter, St
Família Gekkonidae
Hemidactylus mabouia Lagartixa 1
Família Gymnophtalmidae
Cercosaura schreibersii Lagartinho 1;2 Cp Ter
Família Leiosauridae
Anisolepis grilli Calango 1;2 Fl Ter, Ar
Enyalius iheringii Calango-verde 1
Urostrophus vautieri Calango
Família Scincidae
Mabuya dorsivittata Lagartinho 1;2 Cp Ter
Família Teiidae
Tupinambis merianae Teiú 1;2 Fl, Rp, Cp Ter
Família Tropiduridae
Tropidurus torquatus Lagartinho 1
Família Viperidae
Bothrops jararacuçu Jararacuçu 1
Bothrops jararaca Jararaca 1;2 Fl, Rp Ter
Bothrops neuwiedi Jararaca-pintada 1;2 Fl Ter
Bothrops alternatus Urutu 1;2 Cp Ter
Bothrops cotiara Cotiara 1;2 Fl Ter
Crotalus durissus Cascavel 1;2 Cp, Rp Ter

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6.2.2.2.2.4 Considerações Finais

Status de conservação das espécies de répteis


Entre as espécies ameaçadas de extinção, merecem destaque as
serpentes Calamodontophis ronaldoi, considerada ameaçada pela lista da União
Internacional para a Conservação da Natureza (MARTINS E MOLINA, 2008; IUCN,
2009). Além do cágado Phrynops williamsi é uma das três espécies com o status de
ameaçadas na lista paranaense (BÉRNILS et al., 2004; MIKICH & BÉRNILS 2004).
Em menor escala de ameaça, mas contando na lista paranaense como dados
deficientes (DD) estão as serpentes Philodryas arnaldoi e Rhinocerophis cotiara.

Figura 6.2.49. Registros fotográficos de Bothrops jararaca realizados na Área


de Influencia Direta

Foto: Dieter Liebsch.

6.2.2.3 Avifauna

6.2.2.3.1 Introdução

O Brasil está entre os países com maior diversidade de espécies de aves


do planeta, apresentando cerca de 1.901 espécies (CBRO, 2014). A Mata Atlântica é
um dos biomas brasileiros de maior biodiversidade e de endemismos, totalizando
75,6 % das espécies de aves ameaçadas e endêmicas do Brasil (MARINI &

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GARCIA, 2005; RIBEIRO et al., 2011), sendo incluída dentre os 25 hotspots de
diversidade do planeta (MYERS et al., 2000) e, provavelmente, o ecossistema mais
devastado (GALINDO-LEAL & CÂMARA, 2005).
Dentre as regiões da Mata Atlântica prioritárias para a conservação de
aves ameaçadas, destacam-se os planaltos do sul (MARINI & GARCIA, 2005). O
estado do Paraná conta com 744 espécies de aves (SCHERER-NETO et al, 2011),
totalizando 40% do total registrado para o país, esta alta riqueza de espécies, é
possível graças a variedade de fitofisionomias florestais, formações abertas, sua
rede fluvial e costa marítima.
A Floresta Ombrófila Mista (FOM) é uma das tipologias vegetacionais
inseridas no Bioma Mata Atlântica, é caracterizada pela inconfundível presença da
araucária (Araucaria angustifolias (Bertol.) O. Kuntze), (KLEIN, 1960, IBGE, 1992).
Muitas aves estão fortemente relacionadas à FOM, destacando-se Leptasthenura
setaria (grimpeiro), o qual é estritamente relacionado com o pinheiro (BELTON,
1994; SICK, 1997).
Apesar de sua grande riqueza e diversidade de espécies, o país enfrenta
sérios problemas com a perda e fragmentação de habitats, caça predatória,
contrabando de animais silvestres, invasão de espécies exóticas, perturbações
antrópicas entre outras (MARINI & GARCIA, 2005).
As aves são prontamente afetadas pela destruição e fragmentação de
habitas, em especial, aquelas que necessitam de ambientes florestados para
alimentação e nidificação. O grupo das aves apresenta variadas adaptações nos
hábitos alimentares, exercendo papel fundamental no equilíbrio ecológico, atuando
como dispersoras de sementes (FRANCISCO & GALETTI, 2002), polinizadoras ou
até mesmo reguladoras de populações (NATURLINK, 2007).
As espécies frugívoras são sensíveis â degradação de habitats, pois para
a manutenção de populações viáveis destas aves, são necessárias áreas grandes e
preservadas de florestas (RIBON; SIMON; MATTOS, 2003; UEZU; METZGER;
VIELLIARD, 2005). Outro grupo bastante afetado é o dos carnívoros florestais, a
exemplo de algumas espécies de rapinantes, as quais necessitam de grandes áreas
de vida, e muitas vezes estes animais acabam se tornando susceptíveis à caça em

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 247
locais antropizados, comprometendo a estrutura trófica das comunidades (BLAKE,
1983; WILLIS, 1979).
As aves, além de formarem o grupo com maior numero de espécies
afetadas pelas ações antrópicas, também são consideradas bioindicadores da
qualidade do ambiente, podendo subsidiar programas de conservação e manejo de
ecossistemas (LINDENMAYER; MARGULES; BOTKIN, 2000; MARTINS 2007).

6.2.2.3.2 Metodologia

O trabalho foi desenvolvido em áreas pertencentes à Remasa


Reflorestadora SA., localizada no município de General Carneiro e Palmas (26º14-
26º22’S e 51º34’ – 51º39’W). A vegetação local é caracterizada por Floresta
Ombrófila Mista, entremeada com plantações de pinus. O clima, segundo Köppen, é
o subtropical úmido mesotérmico (Cfb) com média do mês mais quente superior a 22
ºC e do mês mais frio inferior a 18ºC, sem estação seca, verão brando e geadas
severas e frequentes (MAACK 1981).
O levantamento rápido da avifauna foi realizado entre os dias 24 e 25 de
agosto de 2015. Foram amostradas as áreas de influência do reservatório (Figura
6.2.50), percorrendo-se trilhas e estradas já existentes, a partir do amanhecer ao
anoitecer do dia.

Figura 6.2.50. Localização da represa da CGH São Bento

Fonte: Google Earth, 2015.

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A amostragem da avifauna foi realizada através de técnicas tradicionais
em estudos ornitológicos, tais como reconhecimento específico “in loco” por contatos
visuais e auditivos, gravação de vocalizações, e corroboração com literatura
especializada. Reconhecimento visual in situ, através fotografias de câmera
semiprofissional, com auxílio de binóculos e guias de campo (NAROSKY &
YZURIETA 1993; SIGRIST, 2014). Além do inventário rápido, o presente relatório foi
fundamentado, principalmente, no trabalho de Dal’masso (2008), pois trata-se da
mesma região com vegetação semelhante, exceto pelas áreas de campos.

Figura 6.2.51. Locais percorridos (estradas e trilhas) onde foi realizada a


amostragem de avifauna.

6.2.2.3.3 Resultados e Discussão

Através deste levantamento rápido foram registradas 107 espécies de


aves, pertencentes a 21 ordens e distribuídas em 43 famílias. A tabela abaixo
demonstra as espécies amostradas neste estudo, juntamente com as espécies
registradas por Dal’Maso (2008), e com de ocorrência esperada para o local, devido
a proximidade e semelhança na vegetação, exceto pelas áreas de campos.

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Tabela 6.2.10. Espécies registradas no entorno da CGH São Bento, município de General Carneiro e Palmas, PR. Onde:
LE=levantamento rápido realizado, DA=espécies de ocorrência esperada para a área de acordo com Dal’Maso (2008),
IUCN=espécies consideradas ameaçadas em escala mundial, PR=ameaçadas no estado do Paraná (MIKICH & BÉRNILS
2004), categorias de ameaça, EM=em perigo; NT=quase ameaçada; DD=dados insuficientes; LC= Pouco preocupante.
Grupo taxonômico Nome popular IUNC PR LE DA
Tinamiformes
Tinamidae
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) Inhambuguaçu LC X X
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) Perdiz LC X
Anseriformes
Anatidae
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) Pato-do-mato LC X X
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) Pé-vermelho X X
Anas versicolor (Vieillot, 1816) Marreca-cricri LC LC X
Galliformes
Cracidae
Penelope obscura (Temminck, 1815) Jacuaçu LC LC X X
Odontophoridae
Odontophorus capueira (Spix, 1825) Uru LC LC X
Podicipediformes
Podicipedidae
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) Mergulhão pequeno LC LC X X
Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) Mergulhão caçador LC LC X
Pelecaniformes
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) Biguá X X
Ciconiiformes
Ardeidae
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) Savacu LC LC X
Butorides striata (Linnaeus, 1758) Socozinho LC LC X
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) Garça vaqueira LC LC X X
Ardea cocoi (Linnaeus, 1766) Garça moura LC LC X
Ardea alba (Linnaeus, 1758) Garça-branca-grande LC LC X X
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) Maria faceira LC LC X X
Egretta thula (Molina, 1782) Garça-branca-pequena LC LC X X

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Grupo taxonômico Nome popular IUNC PR LE DA
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) Coro-coró LC LC X
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) Curucaca LC LC X X
Ciconiidae
Ciconia maguari (Gmelin, 1789) Maguari X
Cathartiformes
Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) Urubu-de-cabeça-vermelha LC LC X X
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Urubu-de-cabeça-preta LC LC X X
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) Urubu rei LC LC X
Accipitriformes
Accipitridae
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) Gavião tesoura LC LC X
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) Gavião peneira LC LC X
Harpagus diodon (Temminck, 1823) Gavião bombacinha LC LC X
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) Sovi LC LC X X
Pseudastur polionotus (Kaup, 1847) Gavião-pombo-grande NT NT X
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) Gavião preto LC LC X
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) Gavião caboclo LC LC X X
Parabuteo leucorrhous (Quoy & Gaimard, 1824) Gavião-de-sobre-branco LC DD X
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Gavião carijó LC LC X X
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) Gavião-de-rabo-branco LC LC X
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) Gavião-de-penacho LC EN X
Falconiformes
Falconidae
Caracara plancus (Miller, 1777) Caracará LC LC X X
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Carrapateiro X X
Milvago chimango (Vieillot, 1816) Chimango LC LC X
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) Acauã LC LC X
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) Falcão caburé LC LC X
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) Falcão relógio LC LC X
Falco sparverius (Linnaeus, 1758) Quiri quiri LC LC X X
Falco rufigularis (Daudin, 1800) Cauré LC LC X
Gruiformes
Rallidae
Aramides saracura (Spix, 1825) Saracura-do-mato LC LC X X
Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) Saracura-sanã LC LC X

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Grupo taxonômico Nome popular IUNC PR LE DA
Gallinula galeata ((Lichtenstei, 1818) Frango-d’água-comum LC LC X
Charadriiformes
Charadriidae
Vanellus chilensis (Molina, 1782) Quero quero LC LC X X
Jacanidae
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) Jaçanã LC LC X X
Columbiformes
Columbidae
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) Rolinha roxa LC LC X X
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) Pombão LC LC X X
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) Pomba amargosa LC LC X X
Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855) Juruti pupu LC LC X X
Columbina squammata (Lesson, 1831) Fogo apagou LC LC X X
Psittaciformes
Psittacidae
Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) Tirriba-de-testa-vermelha LC LC X X
Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) Cuiu-cuiu LC LC X
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) Maitaca verde LC LC X X
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) Papagaio verdadeiro LC LC X
Amazona vinacea (Kuhl, 1820) Papagaio-de-peito-roxo EN NT X
Cuculiformes
Cuculidae
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) Alma de gato LC LC X X
Guira guira (Gmelin, 1788) Anu branco LC LC X X
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) Saci LC LC X
Strigiformes
Tytonidae
Tyto alba (Scopoli, 1769) Coruja de Igreja LC LC
Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817) Corujinha-do-mato LC LC X
Strix hylophila (Temminck, 1825) Coruja-listrada LC NT X
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) Caburé LC LC X
Athene cunicularia (Molina, 1782) Coruja buraqueira LC LC X X
Asio stygius (Wagler, 1832) Mocho-diabo LC DD X
Caprimulgiformes
Nyctibiidae
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) Mãe-da-lua LC LC X

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Grupo taxonômico Nome popular IUNC PR LE DA
Caprimulgidae
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) Bacurau LC LC X
Hydropsalis forcipata (Nitzsch, 1840) Bacurau-tesoura-gigante LC LC X
Apodiformes
Apodidae
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) Taperuçu-de-coleira-branca LC LC X
Trochilidae
Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818) Beija-flor-de-topete LC LC X
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) Besourinho-de-bico-vermelho LC LC X X
Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) Beija-flor-de-papo-branco LC LC X X
Trogoniformes
Trogonidae
Trogon surrucura (Vieillot, 1817) Surucuá-variado LC LC X X
Trogon rufus (Gmelin, 1788) Surucuá-de-barriga-amarela LC LC X
Coraciiformes
Alcedinidae
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) Martim-pescador-grande LC LC X X
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) Martim-pescador -pequeno LC LC X X
Galbuliformes
Bucconidae
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) João bobo LC LC X X
Piciformes
Ramphastidae
Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766) Tucano-de-bico-verde LC LC X X
Picidae
Picumnus temminckii (Lafresnaye, 1845) Pica-pau-anão-de-coleira LC LC X X
Picumnus nebulosus (Sundevall, 1866) Pica-pau-anão-carijó NT LC X
Melanerpes candidus (Otto, 1796) Pica-pau-branco LC LC X
Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) Benedito-de-testa-amarela LC LC X X
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) Picapauzinho-verde-carijó LC LC X X
Piculus aurulentus (Temminck, 1821) Pica-pau-dourado NT LC X
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) Pica-pau-verde-barrado LC LC X
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) Pica-pau-do-campo LC LC X X
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) Pica-pau-de-banda-branca LC LC X
Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818) Pica-pau-rei LC LC X
Passeriformes
Thamnophilidae

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Grupo taxonômico Nome popular IUNC PR LE DA
Batara cinerea (Vieillot, 1819) Matracão LC LC X
Mackenziaena leachii (Such, 1825) Borralhara assobiadora LC LC X
Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823) Borralhara LC LC X X
Thamnophilus caerulescens (Vieillot, 1816) Choca da mata LC LC X X
Thamnophilus ruficapillus (Vieillot, 1816) Choca-de-chapéu-vermelho LC LC X X
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) Choquinha lisa LC LC X X
Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901) Trovoada-de-bertoni LC LC X X
Drymophila malura (Temminck, 1825) Choquinha carijó LC LC X X
Conopophagidae
Conopophaga lineata (Wied, 1831) Chupa dente LC LC X X
Rhinocryptidae
Scytalopus iraiensis (Bornschein, Reinert& Macuquinho-da-várzea EN EN X
Pichorim,1998)
Scytalopus speluncae (Ménétriès, 1835) Tapaculo preto LC LC X X
Formicariidae
Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823) Tovaca campainha LC LC X
Chamaeza ruficauda (Cabanis & Heine, 1859) Tovaca-de-rabo-vermelho LC LC X
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) Arapaçu verde LC LC X X
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) Arapaçu-de-garganta-branca LC LC X
Dendrocolaptes platyrostris (Spix, 1825) Arapaçu grande LC LC X
Lepidocolaptes squamatus (Lichtenstein, 1822) Arapaçu escamado LC LC X
Campylorhamphus falcularius (Vieillot, 1822) Arapaçu-de-bico-torto LC LC X
Furnariidae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) João-de-barro LC LC X X
Leptasthenura striolata (Pelzeln, 1856) Grimpeirinho LC DD X
Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) Grimpeiro NT LC X X
Synallaxis ruficapilla (Vieillot, 1819) Pichororé LC LC X X
Synallaxis cinerascens (Temminck, 1823) Pi-puí LC LC X X
Synallaxis spixi (Sclater, 1856) João teneném LC LC X X
Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853) Arredio oliváceo LC LC X
Clibanornis dendrocolaptoides (Pelzeln, 1859) Cisqueiro NT LC X X
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) Trepador quiete LC LC X
Philydor rufum (Vieillot, 1818) Limpa-folha-de-testa-baia LC LC X
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823 João porca LC LC X
Heliobletus contaminatus (Berlepsch, 1885) Trepadorzinho LC LC x

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Grupo taxonômico Nome popular IUNC PR LE DA
Tyrannidae
Mionectes rufiventris (Cabanis, 1846) Abre-asas-de-cabeça-cinza LC LC X
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) Tororó LC LC X X
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) Piolhinho LC LC X
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) Guaracava-de-barriga-amarela LC LC X
Elaenia parvirostris (Pelzeln, 1868) Guaracava-de-bico-curto LC LC X X
Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) Tuque LC LC X X
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) Risadinha LC LC X x
Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) Alegrinho LC LC X X
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) Borboletinha do mato LC LC X X
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) Miudinho LC LC X
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) Bico-chato-de-orelha-preta LC LC X
Platyrinchus mystaceus (Vieillot, 1818) Patinho LC LC X
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) Filipe LC LC X
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) Enferrujado LC LC X
Contopus cinereus (Spix, 1825) Papa-moscas-cinzento LC LC X
Knipolegus cyanirostris (Vieillot, 1818) Maria-preta-de-bico-azulado LC LC X
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) Suiriri pequeno LC LC X
Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) Primavera LC LC X X
Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) Tesoura cinzenta LC LC X X
Colonia colonus (Vieillot, 1818) Viuvinha LC LC X
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) Suiriri cavaleiro LC LC X X
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Bem te vi LC LC X X
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) Bem-te-vi-rajado LC LC X
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) Neinei LC LC X X
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) Peitica LC LC X
Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819) Suiriri LC LC X X
Tyrannus savana (Vieillot, 1808) Tesourinha LC LC X
Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine, 1859) Iré LC LC X X
Cotingidae
Pyroderus scutatus (Shaw, 1792) Pavó - NT X
Pipridae
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) Tangará LC LC X
Tityridae
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) Flautim LC LC X
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) Anambé-branco-de-rabo-preto LC LC X
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827 Caneleiro X

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 255
Grupo taxonômico Nome popular IUNC PR LE DA
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) Pitiguari LC LC X X
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) Juruviara LC LC X
Hylophilus poicilotis (Temminck, 1822) Verdinho-coroado LC LC X
Corvidae
Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) Gralha-azul NT - X X
Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) Gralha-picaça LC LC X X
Hirundinidae
Progne chalybea (Gmelin, 1789) Andorinha-doméstica-grande LC LC X X
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) Andorinha-pequena-de-casa LC LC X X
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) Andorinha serradora LC LC X
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) Androinha do rio LC LC X
Troglodytidae
Troglodytes musculus (Naumann, 1823) Curruíra LC LC X X
Turdidae
Turdus rufiventris (Vieillot, 1818) Sabiá laranjeira LC LC X X
Turdus leucomelas (Vieillot, 1818) Sabiá barranco LC LC X
Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850) Sabiá poca LC LC X X
Turdus subalaris (Seebohm, 1887) Sabiá ferreiro LC LC X
Turdus albicollis (Vieillot, 1818) Sabiá coleira LC LC X
Mimidae
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) Sabiá do campo LC LC X X
Thraupidae
Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) Tietinga LC LC X
Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844) Cabecinha castanha LC LC X X
Piranga flava (Vieillot, 1822) Sanhaçu-de-fogo - NT X
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) Tiê preto LC LC X X
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) Sanhaçu cinzento LC LC X X
Pipraeidea bonariensis (Gmelin, 1789) Sanhaçu-papa-laranja LC LC X
Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) Sanhaçu frade LC LC X X
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) Saíra viúva LC LC X
Tangara preciosa (Cabanis, 1850) Saíra preciosa LC LC X
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) Saíra de papo preto LC LC X X
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) Figuinha-de-rabo-castanho LC LC X
Poospiza cabanisi (Bonaparte, 1850) Tico-tico-da-taquara LC LC X
Poospiza thoracica (Nordmann, 1835) Peito-pinhão - NT

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Grupo taxonômico Nome popular IUNC PR LE DA
Haplospiza unicolor (Cabanis, 1851) Cigarra bambu LC LC X
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) Canário-da-terra-verdadeiro LC LC X
Embernagra platensis (Gmelin, 1789) Sabiá-do-banhado LC LC X X
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Tiziu LC LC X X
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) Coleirinho LC LC X
Saltator similis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Trinca-ferro-verdadeiro LC LC X X
Saltator maxillosus (Cabanis, 1851) Bico grosso LC LC X
Passerellidae
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) Tico tico LC LC X X
Cardinalidae
Amaurospiza moesta (Hartlaub, 1853) Negrinho-do-mato NT - X
Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823) Azulão LC LC X
Parulidae
Setophaga pitiayumi (Vieillot, 1817) Mariquita LC LC X X
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) Pia cobra LC LC X X
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) Pula pula LC LC X X
Icteridae
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) Tecelão LC LC X X
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) Guaxê LC LC X X
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) Graúna LC LC X X
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) Vira bosta LC LC X X
Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) Chopim-do-brejo LC LC X X
Fringillidae
Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) Pintassilgo LC LC X X

Fonte: Dieter Liebsch.

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Figura 6.2.52. Exemplos de aves registradas no entorno das áreas da represa
da CGH São Bento, município de General Carneiro, PR. A= Chimango (Milvago
chimango), B=Gavião caboclo (Heterospizias meridionalis), C=Marreca-cricri
(Anas versicolor), D= Sabiá-do-banhado (Embernagra platensis), E=Chopim-
obrejo (Pseudoleistes guirahuro), F=Maitaca-verde (Pionus maximiliani).

Fonte: Claudia Golec.

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Apesar de ter sido um inventário rápido, obteve-se um número
considerado de registros, com destaque a algumas espécies que não foram
registradas no trabalho de Dal’masso (2008). Dentre estas estão: Mesembrinibis
cayennensis (Gmelin, 1789), Milvago chimango (Vieillot, 1816), Tachycineta
albiventer (Boddaert, 1783), Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819), Poospiza
cabanisi (Bonaparte, 1850) Amazona vinacea (Kuhl, 1820), Scytalopus iraiensis
(Bornschein, Reinert & Pichorim, 1998), com destaque as duas ultimas espécies,
citadas no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná (MIKICH &
BÉRNILS 2004), e a nível Mundial (IUCN, 2012).
As maiores ameaçadas para Amazona vinacea (Papagaio-do-peito-roxo)
são a caça de contrabando e destruição do habitat. A espécie constrói seus ninhos
em ocos de árvores, desta forma necessita de matas preservadas que possibilitem
sua reprodução e alimentação.
Já Scytalopus iraiensis, conhecido popularmente como Macuquinho-da-
várzea, é uma espécie endêmica que habita tipicamente áreas de várzeas ao longo
de rios, onde a vegetação forma uma trama densa e fechada com cerca de 60-180
cm, é estritamente dependente destes locais para sobrevivencia. A espécie é
considerada ameaçada de extinção a nível global e nacional, “Em perigo” nos
estados do Paraná e Santa Catarina, e “Vulnerável” para o estado de Minas Gerais
(MAURICIO et al., 2013).

Figura 6.2.53. Áreas de várzea no entorno das áreas da represa da CGH São
Bento, município de General Carneiro, PR.

Foto: Dieter Liebsch.

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Outra espécie prioritária para conservação, registrada na área de estudo,
é Lepthasthenura setaria (Grimpeiro), considerada como “quase ameaçada” de
extinção pela IUCN (2012), principalmente devido à destruição da FOM,
consequentemente da araucária, da qual a espécie é estritamente relacionada e
dependente, tanto para alimentação quanto para reprodução (SICK, 1997, MOHR,
2012).

6.2.2.3.4 Considerações Finais

Apesar de a paisagem estudada encontrar-se bastante modificada,


principalmente por ação dos reflorestamentos, registrou-se um número considerável
de espécies de aves, algumas destas ameaçadas de extinção e/ou com
necessidades ecológicas mais restritas. Este fato atesta a importância destas áreas,
pois mesmo sofrendo ações de fragmentação e degradação ambiental, são
fundamentais para a manutenção da diversidade biológica que ainda sobrevive
nestes locais, demonstrando a importância de se manter estes fragmentos
preservados.
Ressaltam-se de modo especial, as áreas de entorno da represa da CGH
São Bento, caracterizadas por várzeas, onde se obteve o registro de Scytalopus
iraiensis, espécie estritamente relacionada a estes ambientes. Desde forma a
reativação da represa, não poderá em hipótese alguma comprometer seu nível atual
de alagamento, caso contrário poderá causar supressão das áreas de várzea,
comprometendo seriamente a população local do Macuquinho-da-várzea.

6.2.2.4 Ictiofauna

6.2.2.4.1 Introdução

Em todos ambientes aquáticos, as populações de peixes respondem ao


meio em que vivem de modo diferenciado e estas respostas dependem da
intensidade e da duração dos fenômenos envolvidos (ABILHOA et al., 2003). Entre
as alterações, podem ser de pequena ou grande duração, porem, podem provocar
efeitos imprevisíveis sobre os parâmetros ambientais e fisiológicos que agem sobre
as comunidades de peixes (SINDERMANN, 1979). Nesse contexto, a construção de

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 260
represamentos e formação de reservatórios tem aumentado de forma significativa
nos últimos anos, provocando respostas ambientais diversas, como a sucessão de
comunidades e a extinção de espécies (CECILIO et al., 1997). Os represamentos
produzem, como consequências inevitáveis, alterações na composição específica e
na estrutura das comunidades de peixes nativos (AGOSTINHO et al., 1992). De fato,
novos ambientes são formados, passando de ambientes lóticos para lênticos.
Dentro desse contexto de represamentos, temos a bacia do rio Iguacu,
que compreende uma cerca de 1000 a 1.200 quilômetros e uma área de 70.800 km²,
indo da capital (nascente), é formado a partir da união dos rios Atuba e Iraí, na
região leste do município de Curitiba, até a Foz do Iguaçu (foz), quando desemboca
no rio Paraná.
O rio Iratim contribui com essa importante bacia desaguando na margem
esquerda na altura do município de Coronel Domingos Soares. O rio Iratim nasce no
município de General Carneiro, na localidade denominada de “Nascente do Iratim”
onde ocorre a união dos rios ribeirão Iratim e o córrego Campo Novo e percorre
cerca de 150 km até a sua foz.
O rio Iratim possui algumas cachoeiras ao longo do seu desnível, o que
pode contribuir para as características de riqueza encontrada. A ictiofauna da bacia
do rio Iguaçu é caracterizada pelo pequeno número de espécies, se comparada a
outros rios da bacia do Paraná, pelo elevado grau de endemismo e pela ausência de
grandes migradores, sendo característica das espécies desses ambientes
encachoeirados a realização de pequenas migrações e desova parcelada (Garavello
et al., 1997).
Apresente grande numero de espécies endêmicas, havendo ainda uma
relevante quantidade de formas sob estudos taxonômicos que deverão aumentar o
número de espécies para esses rios.

6.2.2.4.2 Metodologia

O trabalho consistiu em realizar um inventario bibliográfico para registrar


ocorrência de estudos de campo para o inventário da ictiofauna nas áreas de
Influencia Direta e Indireta da represa da CGH São Bento. Esta unidade parte do rio

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Iratim, trata-se de um barramento já existente, construído a cerca de 40 anos (Figura
6.2.54).

Figura 6.2.54. Represamento existe da CGH São Bento. Sendo A)


Represamento (coordenada 445867.95 E / 7076635.43 S); e B) Lago artificial
(448524.07 E / 7075534.62 S)

Fotos: Dieter Liebsch.

Para o inventario da ictiofauna que potencialmente possa ocorrer no lago


da CGH São Bento, foram realizadas buscas em fontes bibliográficas,
principalmente no Relatório do EIA/RIMA da PCH Faxinal dos Santos (IGPlan -
Inteligência Geográfica Ltda). Além de informações disponíveis em artigos
científicos, teses, dissertações e capítulos de livros relacionados à região de
interesse (e.g Baumgartner et al., 2012).

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6.2.2.4.3 Resultados e Discussão

Inventariamento bibliográfico revelou a ocorrência provável de 29


espécies. Dessas merece destaque aquelas da família Characidae. Espécies do
gênero Astyanax (lambaris) são espécies de pequeno porte, sedentárias, com alto
potencial reprodutivo, baixa longevidade e ampla tolerância ambiental caracterizam-
se normalmente com oportunistas, as quais exibem maior facilidade na invasão de
novos ambientes (AGOSTINHO & GOMES, 1997). Como a represa foi formada a
mais de 40 anos, provavelmente essas populações já estão estabelecidas e
adaptadas a condição de ambiente lêntico (OLIVEIRA et al., 2008).
Foram encontradas três espécies de espécies exóticas estabelecidas e
comumente pescadas na represa da CGH São Bento (OBS Pessoal). Trata-se das
comumente conhecidas como carpa (Cyprinus carpio), tilápia (Tilapia rendalli) e
peixe-rei (Odonthestes bonariensis). Assim, é possível que o represamento pretérito
tenha favorecido o estabelecimento e permanência de tais espécies.
Dentre as espécies registradas como potencialmente ocorrentes nessa
porção do rio Iratim, nenhuma é atribuída grau de ameaça de extinção pelo Livro
Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná (MIKICH & BÉRNILS 2004).

Tabela 6.2.11.Espécies registradas em quatro rios tributários da Usina


Hidrelétrica de Salto Segredo (Rio Iratim incluso). A = espécies ameaçada; E=
espécie endêmica. A classificação é baseada em Nelson (1994). Adaptada de
Agostinho & Gomes (1997), Garavello (1998)
Taxon Nome Vulgar
CHARACIDAE
Astyanax gymnodontus(Eigenmann, 1911) Lambari
Astyanaxsp B Lambari
Astyanaxsp C Lambari
Astyanaxsp E Lambari
Astyanaxsp F Lambari
Bryconamericussp. A
Bryconamericussp. B
Hyphessobrycon reticulatus(Ellis, 1911) Lambari-prata
Oligosarcus longirostrisMenezes & Géry, 1985 Saicanga
PARODONTIDAE
Apareiodon vittatus(Garavello, 1977) Lambari

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ERYTHRINIDAE
Hoplias malabaricus(Bloch, 1794) Traira
GYMNOTIDAE
Gymnotus carapoLinnaeus, 1758 Tuvira
PIMELODIDAE
Heptapterus stewartiHaseman, 1911 Bagre
Rhamdia branneri(Haseman, 1911) Bagre
Rhamdia voulezi(Haseman, 1911) bagre
TRICHOMYCTERIDAE
Trichomycterus castroiPinna, 1992 Cambeva
Trichomycterussp. A
Trichomycterussp. B
Trichomycterussp. C
Trichomycterussp. D
Trichomycterussp. E
CALLICHTHYIDAE
Corydoras paleatus(Gill, 1858) Coridora
LORICARIIDAE
Hypostomus commersoniValenciennes, 1836 Cascudo
JENINSIIDAE
Jeninsya eigenmanni(Haseman,1911)
CYPRINIDAE
Cyprinus carpio(Linnaeus, 1758) Carpa*
CICHLIDAE
Crenicichla iguassuensisHaseman,1911 Joaninha
Geophagus brasiliensis(Quoy & Gaimard, 1824) Acará
Tilapia rendalli(Boulenger, 1898) Tilapia*
ATHERINIDAE
Odonthestes bonariensisValenciennes, 1835 Peixe-rei*
* espécie exótica.
As letras designativas para o gênero Astyanax foram convencionadas por
Sampaio (1988). Para o gênero Trichomycterus foram utilizadas letras designativas
segundo Wosiacki (1997).

6.2.2.4.4 Espécies Endêmicas

Os rios que compõe a bacio do Iguaçu apresentam algumas


particularidades em relação a dois gêneros, trata-se de Trichomycterus sp. A, B, C,
D, E, F além de Astyanax sp. b, c, e, f. Por se tratar de grupos taxonômicos

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extremamente crípticos, sua determinação e real estado de conservação ainda não
estão esclarecidos. Nesse sentido, todo esse grupo de espécies apresenta grande
valor em termos taxonômicos e de conservação.

Euclides Bandeira, 1635 - Centro Cívico - Curitiba - PR - 80530-020 - 41- 3015-4525 265
   

     

6.3 Caracterização do Meio Antrópico

A caracterização do meio antrópico, também denominada meio


socioeconômico, tem por objetivo avaliar os possíveis impactos decorrentes da
implantação e operação da CGH São Bento, no que tange a questão social e
econômica local.
Para tanto, são delineadas as principais características das áreas de
influência direta e indireta do empreendimento, seus aspectos históricos, locacionais
e populacionais, de infraestrutura física e social, além de aspectos econômicos e de
estrutura fundiária.
Nos quesitos sociais realizou-se levantamento da dinâmica das
populações humanas nas Áreas de Influência Direta (AID) e Indireta (AII),
abrangendo os seguintes itens: demografia, nível de renda, condições gerais de
habitação e infraestrutura, demandas em relação a serviços de transporte, energia
elétrica, comunicação, abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta
e disposição de lixo, bem como saúde, educação, características econômicas gerais
e finanças municipais.
Ainda foi averiguada a existência ou inexistência de áreas indígenas,
comunidades quilombolas, áreas de proteção/conservação ambiental, patrimônios
naturais, históricos, paisagísticos, culturais, turísticos e arqueológicos, locais
sagrados para a população.
Quanto aos quesitos econômicos, foram enfocadas as atividades
produtivas desenvolvidas por estas populações como atividade agrícola, uso
turístico, atividades de lazer e outros possíveis usos na área de influência direta.
Igualmente, foi caracterizado o uso e ocupação do solo e entorno.
Em relação aos quesitos culturais, enfocou-se o histórico da ocupação
territorial da região afetada pelo empreendimento, efetuando a contextualização
arqueológica e etno-histórica e a identificação e caracterização de sítios históricos
ou culturais, bem como dos locais de relevante beleza cênica.
Os estudos socioeconômicos no contexto regional foram realizados com o
objetivo de caracterizar a região sob os aspectos de sua ocupação, organização
territorial, institucional, social e qualidade de vida, a fim de identificar os principais

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aspectos que podem, eventualmente, interferir ou serem influenciados pela


implantação do empreendimento.
Para possibilitar as análises socioeconômicas realizadas no âmbito deste
estudo, foram efetuados levantamentos de dados secundários nas bases de
instituições oficiais consagradas, federais, estaduais e municipais, como:
i. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/Cidades);
ii. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA);
iii. Fundação Nacional do Índio (FUNAI);
iv. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
v. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES);
vi. Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN);
vii. Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER);
viii. Companhia Paranaense de Energia (COPEL);
ix. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN);
x. Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR);
xi. Prefeitura Municipal de General Carneiro;
xii. Prefeitura Municipal de Palmas.
Desse modo, para a caracterização da dinâmica socioeconômica, são
analisados os municípios inseridos nas áreas de influência do projeto, a saber
General Carneiro e Palmas, no Estado do Paraná.

6.3.1 Histórico de Ocupação

O município de General Carneiro tem como origem histórica os


desmembramentos de áreas ocorrido no município de Palmas. Surgiu com advento
das expedições dos tropeiros que se deslocavam dos Campos Gerais em busca dos
Campos de Palmas.
A região de Campos de Palmas, assim denominada em 1815, durante a
exploração do Rio Iguaçu, começou a ser povoada em 1839, conforme depoimento
de José Cleto da Silva, a partir do contrato firmado entre Pedro de Siqueira Côrtes
com outros destemidos sertanistas, em 28 de abril do referido ano.
A partir de tal advento é que a história de criação dos municípios de
General Carneiro e Palmas se desdobra, ligada à descoberta dos Campos de

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Palmas, momento no qual poloneses e ucranianos provocaram grande


desenvolvimento na região.
Com o objetivo da exploração de ouro, que diziam existir em grande
quantidade no morro do Bituruna, o bandeirante curitibano Pedro de Siqueira Côrtes
conquistou e povoou a imensa região, onde hoje se localiza a cidade de Palmas.
O município de Palmas, cujo nome provém da sua localização nos
chamados “Campos de Palmas” foi instalado em 1879, após sua elevação da
categoria de vila, com o nome de Palmas, em 1877, pela Lei Provincial nº 484, de 13
de abril (anteriormente, em 1855, denominada Freguesia de Senhor Bom Jesus de
Palmas, em Guarapuava). A elevação à categoria de cidade ocorreu pela Lei
Estadual nº 233, de 18 de dezembro de 1896.
Por sua vez, atraídos pela riqueza da cobertura florestal existente, o
município de General Carneiro teve a ocupação iniciada pela Vila ″Passo da
Galinha″, antigo pouso de tropeiros, que já contava com várias famílias de
desbravadores; as primeiras construções estabeleceram-se em torno da primeira
casa de comércio.
Foi em 1901, através do Decreto n.º 281, a criação do Distrito Policial na
Colônia General Carneiro, nomeado em homenagem ao general Antônio Ernesto
Gomes Carneiro. Em 1927, por meio da Lei Estadual n.º 2.466, a sede do Distrito de
General Carneiro foi transferida para o lugar denominado “Iratim”, surgindo, então, o
Distrito de Iratim.
Já no ano de 1958, com sede na localidade de Passo da Galinha –
povoado este que teve um crescimento acentuado – foi criado o Distrito de São José
de Palmas. Foi então em 25 de janeiro de 1961, pela Lei n.º 4.339, que São José de
Palmas foi elevado à categoria de município, desmembrando-se do território do
município de Palmas, porém com a denominação alterada para General Carneiro.
Somente em 19 de novembro de 1961 que o município recebeu sua emancipação
política administrativa.

6.3.2 Aspectos Turísticos, Monumentos Naturais e outros de Interesses


Socioculturais e Religiosos

Este item por objetivo apresentar os resultados do levantamento da


identificação, localização e caracterização, quando existente, dos locais com
 

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monumentos naturais e outros de interesses socioculturais, dos saberes e fazeres


da população e as manifestações de cunho artístico, cultural e religioso, além das
áreas de importância ou potencialidade turística, na área de influência do
empreendimento.
Entre os aspectos turísticos no município de General Carneiro estão a
festa de Rodeio Crioulo e a festa do aniversário de emancipação política
administrativa de General Carneiro, sendo essa última comemorada com diversas
atrações, entre elas apresentações de grupos escolares, fanfarras, grupos
evangélicos e bandas locais.
Destacam-se também as seguintes festas populares: Festa do Carneiro
Dessosado e Recheado e a Festa em honra a São Sebastião (evento promovido
pela comunidade do Iratim, interior de General Carneiro).
Conforme dados disponíveis no portal eletrônico da Prefeitura Municipal
de General Carneiro, os pontos turísticos estão separados nas seguintes categorias:
cascata, parques, igreja, lago e monumento, conforme pode ser visualizado no
Quadro 1. Foram incluídos também hotel e hotel fazenda em função da existência de
aspectos turísticos do ponto de vista paisagístico, como cachoeiras com mata ciliar
preservada, fauna e flora nativas, além de gastronomia típica regional e danças
típicas, que ressaltam a história do município.
Quadro 6.3.1. Aspectos e/ou pontos turísticos em General Carneiro/PR
DENOMINAÇÃO CATEGORIA DESCRIÇÃO
Estrutura ao ar livre, tendo espaços cobertos e
CTG Sinuelo dos fechados, bosque, pistas para provas, quiosques com
Parques
Tropeiros churrasqueiras. Aberto em datas e horários
programados. Rodeio Crioulo em novembro.
Fazenda Santa Cândida na vila São Pedro (Pizzatto),
Lago Kuriukaka Lago a 10 km do centro da cidade. Lago de pesca e
quiosque.
Fazenda Santa Cândida, a 10 km do centro da cidade.
Acesso com asfalto (2 km) e o restante estrada de
cascalho em boas condições. Segue sentido bairro
São João passando pela Vila São Pedro (Pizzatto).
Hotel Fazenda das Cachoeiras com mata ciliar preservada.
Hotel Fazenda
Araucárias Vistas panorâmicas, lagos, lagoas e tanques artificiais,
observatório e expedições para visualização de aves
raras, espécies arbóreas inventariadas pela fundação
de pesquisas florestais da UFPR, FUPEF. Safari
fotográfico, trilhas interpretativas, passeios a cavalo.
Localidade Marco Cinco, as margens da BR 153 (5 km
do centro da cidade). Em 1985 aproximadamente 100
Igreja do Divino
Igreja famílias de imigrantes vindos da Ucrânia fundaram na
Espírito Santo
localidade de Jangada – Marco Cinco – a primeira
Igreja do Rito Ucraniano. Construída em 1903, em
 

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DENOMINAÇÃO CATEGORIA DESCRIÇÃO


madeira serrada manualmente, estilo oriental,
conserva as mesmas características nos dias atuais. A
pintura interna da igreja data de 1913. É um acervo
riquíssimo em detalhes.
Margens da BR 153, trevo de acesso principal (300
metros do centro da cidade). Igreja em estilo oriental,
de rito ucraniano, em fase final de construção, com
Igreja Ucraniana
Igreja capacidade para acomodar em torno de 200 pessoas,
São Miguel Arcanjo
com vitrais decorativos, sendo visível para quem
trafega pela rodovia em qualquer sentido, o que a
torna um cartão postal do município.
Margens da BR 153 km 520, bairro Monte Castelo, em
frente ao Chalé do Produtor e Posto Otto. A 2 km do
centro da cidade.
O monumento foi construído em 2007, esculpido em
Monumento aos
Monumento Imbuia. Retrata a história dos pioneiros que
Pioneiros
desbravaram a região. São peças em tamanho natural.
Fica em frente ao Chalé do Produtor que possui
banheiros, local de venda de artesanato e produtos da
região.
Localidade Marco Cinco, a 2 km do centro da cidade
seguindo pela estrada velha General Carneiro - União
da Vitória.
Constava inicialmente apenas uma cruz de madeira,
feita pelo camponês que socorreu o aviador
acidentado, rústica, feita de dormentes da ferrovia do
contestado, com o nome de Kirk (Hoje capitão Ricardo
Kirk) entalhado a faca. Permanece até hoje lembrando
Monumento Cruz
Monumento o infortúnio do primeiro acidente fatal de um aviador
do Aviador
brasileiro.
Em 05 de outubro de 1980, foi inaugurada no local
pela Prefeitura, uma estrutura de concreto armado
simbolizando o avião de Ricardo Kirk ao redor da cruz
de dormentes. Em 10 de março de 2002, o comando
de aviação do exército erigiu no local um busto em
bronze do aviador. O busto foi retirado pelo comando
do Exército de Porto União/SC.
Estrada Arroio do Gado, localidade. Indubra. Segue
pelo trevo principal da cidade sentido Indubra a 27km
do centro da cidade.
Pousada Refúgio
Hotel Gastronomia típica regional, atividades em trilhas na
da Montanha
mata para observação de pássaros, borboletas, flora e
fauna nativa, cachoeira, passeios a cavalo, contação
de histórias e danças típicas.
Rua Santos Dumont, centro.
A praça abriga o prédio da Câmara Municipal e o
Praça Quindrade
Praça Centro de Multiplo Uso Prefeito Thomaz Daldin
Gaiovicz
Gaiovicz Possui parque infantil, quadra de areia,
espaço para apresentações ao ar livre.
Estrada de acesso a localidade de São Pedro
(Pizzatto), a 4 km do centro da cidade. Tanques de
Sítio São Camilo Pesqueiro
pesca, quiosques e trilhas, tanques para pesca. Local
para desfrutar da natureza com espaço para camping.
Fonte: Portal eletrônico da Prefeitura Municipal de General Carneiro – PR, 2016.

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Em função de sua economia basicamente rural, o município de Palmas
realiza diversos eventos agropecuários ao longo do ano. São feiras de bezerros, de
cordeiros, de ovinos e de bovinos, sempre animadas por shows e rodeios. Outros
eventos realizados no município é a festa de aniversário da cidade e a festa do
Padroeiro Senhor Bom Jesus da Coluna dos Campos.
Entre os pontos turísticos na cidade de Palmas estão o Teatro CEPEA, a
Praça Bom Jesus e Catedral do Senhor Bom Jesus, e os citados no Quadro 6.3.2 a
seguir.
Quadro 6.3.2. Aspectos e/ou pontos turísticos em Palmas/PR
DENOMINAÇÃO CATEGORIA DESCRIÇÃO
O Museu, localizado no centro da cidade, retrata a
realidade histórica do fim do séc. XIX início do séc.
XX, através de sua arquitetura características da
Museu Histórico
época (1910) e pelo significativo acervo, composto por
Municipal de Museu
aproximadamente 2.000 (duas mil) peças, a mais
Palmas
antiga data de 1747, que são vestígios da cultura
material produzida e experenciada pelos tropeiros e
indígenas povoaram a cidade.
Obra localizada às margens da PRC 280 no trevo da
entrada da cidade. A cidade de Palmas foi
Monumento de Poty
Monumento contemplada com o monumento por ocasião da
Lazzarotto
construção e inauguração da PRT 280 em 14 de abril
de 1978.
O parque eólico, construído em 1999, foi o primeiro
instalado na região sul do país. Cinco geradores
Parque Usina pertencem ao Paraná e cada uma tem potência de
Eólica de Água Parques 500 kW, totalizando 2,5 MW. A energia abastece a
Doce cidade de Palmas. Outras 23 torres estão no município
de Água Doce, Santa Catarina. Além da beleza,
alguns turistas estão interessados na tecnologia.
A área abriga um pequeno cânion, formando uma
cachoeira e conta com infraestrutura para
Parque da Gruta Parques acampamento, quadras esportivas e churrasqueiras. O
nome da reserva se dá por conta da gruta onde foi
colocada uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes.

6.3.2.1. Sítios Arqueológicos, Povos Tradicionais, Reservas Indígenas e


Quilombolas

A seguir são apresentados os resultados dos levantamentos realizados no


que tange a caracterização de sítios arqueológicos na área de influência do
empreendimento, bem como de povos tradicionais, incluindo reservas indígenas e
quilombolas.

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6.3.2.2 Sítios Arqueológicos

A análise de proximidade com sítios arqueológicos foi realizada com base


no banco de dados disponibilizado pelo IPHAN, e inicialmente resultou em 12
registros para o município de Palmas, conforme apresentado no Quadro 6.3.3 e
Anexo I (Análise de Proximidade). Não foram encontrados registros para o município
de General Carneiro.
Quadro 6.3.3. Análise junto ao IPHAN para o município de Palmas
Cadastro Nacional
de Sítios Denominação do
Localidade / Referência Coord. X Coord. Y
Arqueológicos Sítio Arqueológico
(CNSA)
PR00813 PR-MN-025* Barra do Rio Butiá 3 391342 7130820
PR00814 PR-MN-026* da Fogueira 392147 7130695
PR00815 PR-MN-027* Fazenda Don José 395706 7130108
PR00816 PR-MN-028* Sete Ilhas 396034 7129556
PR00817 PR-MN-029* Barra do Lajeado 402807 7124334
PR00818 PR-MN-030* do Pontilhão 395889 7127087
PR00825 PR-UV-060* da Sanga 428966 7133082
- PR VI 3 Córrego da Divisa 400768 7063604
- PR VI 2 Fazenda Santa Maria 399379 7066891
- PR VI 1 Córrego da Lagoa 399113 7069657
- Taipa HQ Taipa Haroldo Queiróz 420672 7055353
- Maria Rosa Maria Rosa Bauer Santos 419616 7055674
Fonte: Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN).
*Sítios cadastrados como sendo pertencentes ao município de Palmas, porém são datados de 1992,
época na qual não existia o município de Coronel Domingos Soares (criado em 1997).

Não foram encontrados sítios arqueológicos no imóvel que compreende a


CGH São Bento, porém o registro de sítio arqueológico mais próximo está localizado
a uma distância média de 50 km (PR VI 1), desta forma é possível afirmar que o
empreendimento em questão não oferece influência direta nos sítios arqueológicos
analisados.
A Instrução Normativa 01/2015 do IPHAN estabelece procedimentos
administrativos a serem observados pelo instituto quando instado a se manifestar
nos processos de licenciamento ambiental federal, estadual e municipal em razão da
existência de intervenção na Área de Influência Direta - AID do empreendimento em
bens culturais acautelados em âmbito federal. Informações sobre as condições
 

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específicas relacionadas ao licenciamento, no que se refere à sítios arqueológicos,


para atividade florestal podem ser encontrados no Quadro 6.3.4.

Quadro 6.3.4. Resumo da Instrução Normativa IPHAN nº 01/2015


Sub- Caracterização do Procedimentos
Empreendimento Detalhamento Nível
detalhamento Empreendimento Exigidos
De baixa
interferência sobre
Apresentação de
as condições
Termo de
Dentro de vigentes do solo,
Compromisso do
área I localizados em áreas
Empreendedor -
licenciada alteradas, não
TCE, conforme art.
coincidentes com
Ampliação de 15.
sítios arqueológicos
Usina cadastrados
Hidrelétrica /
UHE, De média e alta Elaboração do
ENERGIA Aproveitamento interferência sobre Projeto de
Geração Hidrelétrico / as condições Avaliação de
AHE e Pequena vigentes do solo, Impacto ao
Central grandes áreas de Patrimônio
Hidrelétrica / intervenção, com Arqueológico a
PCH Fora da área limitada ou ser previamente
III
licenciada inexistente autorizado por
flexibilidade para Portaria do
alterações de IPHAN, e
localização e procedimentos
traçado. subsequentes,
conforme arts. 18
e 19.
Fonte: Index Ambiental, adaptado de Instrução Normativa IPHAN n° 01/2015.

O licenciamento ambiental para implantação de Pequenas Centrais


Hidrelétricas (PCH) seguirá o disposto nas Resoluções CONAMA nº 01/1986, nº
06/1987 e nº 237/1997. Uma condicionante intrínseca do licenciamento da atividade
é a instrução normativa anteriormente citada, bem como demais legislações vigentes
relacionadas ao patrimônio histórico-cultural também deverão ser analisadas para o
cumprimento total da legislação.
A Análise Ambiental Integrada (AAI) desenvolvida pela IGPlan (2009)
compreendeu o reconhecimento arqueológico da área da bacia hidrográfica do rio
Iratim, com foco em pontos predeterminados, à priori, para a instalação de PCH´s.
No referido estudo, foi realizado um diagnóstico inicial do potencial arqueológico da
bacia hidrográfica, porém não foram realizadas intervenções de subsuperfície, nem
coleta de material.

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Dos 57 pontos de amostragem ao longo da bacia do rio Iratim, apenas 04


pontos estão localizados no interior da área de influência direta da CGH São Bento.
Informações sobre os pontos amostrados serão expostas a seguir:
Nome: PA-08
Coordenadas: 22J - 0457225 / 7071164
Altitude: 1.151,00 m
Potencialidade: Média
Município: General Carneiro
Descrição: Ponto localizado em área de topo de planalto suave
ondulado, nas proximidades da cabeceira do rio Iratim, na comunidade
conhecida como Vila Iratim. O solo apresenta-se como latossolo de cor
vermelha e textura argiloso-arenosa. A vegetação de Floresta Ombrófila
Mista, originária na região, está bastante desfigurada no local, onde a
mata de capoeira se dissemina principalmente nas margens do rio. No
entorno mais distante da área vê-se mata de pinheiro ainda preservada.
Caminhamento pelo local e seu entorno não revelou vestígio
arqueológico, apesar de a topografia apresentar-se favorável para a
ocupação humana pretérita. Caso algum empreendimento seja
desenvolvido na área, necessária será a realização de um levantamento
através de sondagens sistemáticas, evitando-se, assim, danos ao
patrimônio arqueológico.
Nome: PA-09
Coordenadas: 22J - 0449585 / 7074376
Altitude: 1.058,00 m
Potencialidade: Alta
Município: General Carneiro
Descrição: Ponto localizado em área de relevo elevado, mas de
composição suave ondulada. O solo mostra-se como latossolo vermelho,
de textura argiloso-arenosa. A vegetação de Floresta Ombrófila Mista,
originária na região, apresenta-se bastante desfigurada. Predomina no
local uma vegetação de áreas alagadas, com capoeira baixa e pasto nas
partes mais elevadas do relevo. Caminhamento pela área não revelou
vestígio arqueológico. Entretanto, se algum empreendimento for
 

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implantado no local, será necessária a realização de um levantamento


para melhor avaliação do potencial arqueológico da região.
Nome: PA-10
Coordenadas: 22J - 0443132 / 7080274
Altitude: 1.027,00 m
Potencialidade: Média
Município: Palmas
Descrição: Este ponto está localizado na margem esquerda do rio Iratim,
em área de elevada altitude, com relevo suave ondulado. O solo
predominante é composto pelo latossolo vermelho de textura argiloso-
arenosa. A vegetação é remanescente da Floresta Ombrófila Mista.
Reflorestamento de pinus ocorre no entorno da área. Caminhamento pelo
local e seu entorno não revelou vestígio de material arqueológico em
superfície. Este fator, no entanto, não descarta a existência de sítios
arqueológicos em profundidade. Dessa forma, se algum empreendimento
ocorrer, a área e as proximidades deverão passar por monitoramento.
Sugere-se ainda, um levantamento através de sondagens sistemáticas
para melhor análise arqueológica.

Nome: PA-11
Coordenadas: 22J - 0445682 / 7080851
Altitude: 1.046,00 m
Potencialidade: Média
Município: Palmas
Descrição: Ponto localizado na margem direita do rio Iratim, em área de
elevada altitude, com relevo ondulado. O solo predominante é composto
pelo latossolo vermelho de textura argilosoarenosa. A vegetação de
Floresta Ombrófila Mista, original da região, praticamente foi substituída
pelo reflorestamento de pinus. Caminhamento pela área não revelou
nenhum vestígio arqueológico em superfície. Porém, essa condicionante
não descarta a existência de sítios arqueológicos em profundidade. Dessa
forma, se algum empreendimento ocorrer, o local e o seu entorno deverão
passar por monitoramento. Sugere-se ainda, antes de qualquer atividade,
 

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um levantamento através de sondagens sistemáticas para melhor análise


arqueológica.

6.3.2.3 Populações Tradicionais

A Constituição Federal estabelece que povos e comunidades tradicionais


são grupos que possuem culturas diferentes da cultura predominante na sociedade
e se reconhecem como tal. Estes grupos devem se organizar de forma distinta,
ocupar e usar territórios e recursos naturais para manter sua cultura, tanto no que
diz respeito à organização social quanto à religião, economia e ancestralidade. As
populações tradicionais abordadas nesta análise serão as comunidades indígenas e
quilombolas, conforme exposto a seguir.

6.3.2.3.1 Reservas Indígenas

A avaliação da existência de terras indígenas nas áreas de influência do


empreendimento foi realizada com base nas informações disponíveis em órgãos
consagrados, a saber, IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em
relação aos dados do Censo realizado no ano de 2010, e também da FUNAI -
Fundação Nacional do Índio, órgão indigenista oficial do Estado brasileiro, vinculada
ao Ministério da Justiça, que detém de uma base de dados vasta e consolidada
sobre a população indígena no país. A Fundação Nacional do Índio – FUNAI tem
como missão institucional proteger e promover os direitos dos povos indígenas no
Brasil e, cabe à FUNAI, entre outros, promover estudos de identificação e
delimitação, demarcação, regularização fundiária e registro das terras
tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorar e fiscalizar as
terras indígenas.
Dessa forma, com base nas pesquisas realizadas aos dados da FUNAI, e
a base cartográfica enviada pelo cliente, foi possível constatar que a área de
influência direta não apresenta sobreposição com terras indígenas, porém foi
identificado que a terra indígena mais próxima está localizada a uma distância média
de 50 km (Palmas - Etnia Kaingang), na divisa do município de Palmas (PR) e
Abelardo Luz (SC), desta forma é possível afirmar que o empreendimento em
questão não oferecem influência direta sobre terras indígenas. Detalhes sobre a

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terra indígena registrada nas proximidades das fazendas podem ser encontrados no
Quadro 6.3.5 e Anexo I (Análise de Proximidade).
Quadro 6.3.5. Terras Indígenas
Terra Superfície Fase do
Etnia Município/UF Modalidade
indígena (ha) procedimento
Palmas (PR),
Tradicionalmente
Palmas Kaingang Abelardo Luz 3.800,8794 Regularizada
ocupada
(SC)
Fonte: FUNAI - Fundação Nacional do Índio.

Conforme apresentado no Quadro 6.3.5 anteriormente, a terra indígena


Palmas quanto à fase do procedimento demarcatório, se encontra regularizada, ou
seja, terras que, após o decreto de homologação, foram registradas em Cartório em
nome da União e na Secretaria do Patrimônio da União. Dessa forma, de acordo
com a Constituição Federal de 1988, os povos indígenas detêm o direito originário e
o usufruto exclusivo sobre as terras que tradicionalmente ocupam.
Cabe destacar, portanto, que nos termos da legislação vigente
(Constituição Federal de 1988, Lei 6001/73 – Estatuto do Índio, Decreto n.º1775/96),
no que tange a modalidade de classificação, a reserva indígena de Palmas é
classificada como “Terra Indígena Tradicionalmente Ocupada”, a saber, as terras
indígenas de que trata o art. 231 da Constituição Federal de 1988, direito originário
dos povos indígenas, cujo processo de demarcação é disciplinado pelo Decreto n.º
1775/96.
De acordo com o levantamento realizado na base do IBGE - Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, relativa aos dados obtidos no Censo 2010, da
população total composta por 765 pessoas, 50,7% (388 pessoas) da população
indígena nessa reserva é de mulheres e 49,3% (377 pessoas) de homens. Estão
presentes na terra indígena as seguintes etnias:
a. Guarani Kaiowá;
b. Guarani Nhandeva;
c. Kaingang.
Em ambos os grupos, por sexo, a maior parte da população residente em
terras indígenas está entre 25 e 49 anos e 15 e 24 anos, na ordem em que
aparecem.
 

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Gráfico 6.3.1. Pessoas residentes em terras indígenas, por sexo e grupos de idade.

Fonte: IBGE, 2010.

Pôde-se identificar ainda que, das pessoas indígenas de 5 anos ou mais


de idade, residentes em terras indígenas, por condição de falar língua indígena no
domicílio 61,4% (412 pessoas) não falavam e 38,6% (259 pessoas) falavam. No que
se refere à alfabetização, do total de pessoas de 10 anos de idade, residentes nas
terras indígenas, por condição de alfabetização (587), mais de 90% (548) são
alfabetizadas, sendo apenas 39 pessoas não alfabetizadas.
Ainda quanto às pessoas de 10 anos ou mais de idade (587 pessoas),
desse total, 491 pessoas não têm rendimento, sendo os demais distribuídos entre
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo (43), Até 1/2 salário mínimo (24), Mais de 1 a 2
salários mínimos (23) e apenas 6 pessoas com rendimentos de Mais de 2 a 5
salários mínimos.
 

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Gráfico 6.3.2. Pessoas de 10 anos ou mais de idade, residentes em terras indígenas, por
classes de rendimento nominal mensal

Fonte: IBGE, 2010.

Em se tratando dos domicílios particulares permanentes localizados em


terras indígenas 166 (99,4%) são do tipo casa e apenas 1 (0,6%) oca ou maloca,
dos quais 76% são próprios e 24% cedidos. A seguir, apresenta-se a descrição
desses domicílios quanto à existência de energia elétrica, forma de abastecimento
de água, existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário e
destino do lixo.
i. Existência de energia elétrica: 94,6% (158) tinham; 5,4% (9) não tinham;
ii. Forma de abastecimento de água: 151 rede geral; 3 Poço ou nascente na
propriedade; 13 outra;
iii. Existência de banheiro ou sanitário e tipo de esgotamento sanitário: 150
Tinham banheiro de uso exclusivo ou sanitário; 114 Tinham banheiro de uso
exclusivo ou sanitário - fossa rudimentar; 24 Tinham banheiro de uso
exclusivo ou sanitário - rede geral de esgoto ou pluvial ou fossa séptica; 10
Tinham banheiro de uso exclusivo ou sanitário - outro tipo; 2 Tinham banheiro
de uso exclusivo ou sanitário – vala e 17 Não tinham banheiro de uso
exclusivo ou sanitário;
iv. Destino do resíduo: a coleta de resíduos ocorre em apenas 3 domicílios,
sendo a maioria dos resíduos Queimada (na propriedade) – 118. Outras
formas de destinação são: enterrado (na propriedade) – 3; Jogado em terreno
baldio ou logradouro – 3; Jogado em rio, lago ou mar – 1 e outros – 39
domicílios.

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6.3.2.3.2 Comunidades Quilombolas

De acordo com a pesquisa realizada junto a Fundação Cultural Palmares,


existem 35 comunidades quilombolas certificadas no Estado do Paraná, das quais
três estão localizadas no município de Palmas. As comunidades quilombolas estão
localizadas nas proximidades do centro urbano do município e se encontram a uma
distância média de 45 km. Desta forma, é possível afirmar que o empreendimento
em questão não oferece influência direta sobre comunidades quilombolas. Detalhes
sobre as comunidades quilombolas registradas nas proximidades do
empreendimento podem ser encontrados no Quadro 6.3.6 e Anexo I (Análise de
Proximidade).
Quadro 6.3.6. Comunidades Quilombolas no município de Palmas

Comunidade ID Quilombola Processo FCP DATA D.O.U FCP

Adelaide Maria da Trindade


2.075 01420.000584/2007-10 16/04/2007
Batista (Trindade)

Castorina Maria da Conceição


2.076 01420.000585/2007-64 16/04/2007
(Fortunato)

Tobias Ferreira (Lagoão) 2.277 01420.016301/2012-19 19/09/2013


Fonte: FCP - Fundação Cultural Palmares, 2016.

6.3.2.4 Bens de Patrimônio Históricos e Culturais Tombados

Em consulta à base do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico


Nacional), em nível nacional, sobre “Bens tombados e processos de tombamento em
andamento” não foram identificados bens tombados nos municípios da área de
influência do empreendimento, a saber, General Carneiro e Palmas. Ainda em
consulta à “Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário”, não foram identificados bens
declarados valor histórico, artístico e cultural nos termos da Lei nº 11.483/07 e da
Portaria IPHAN nº 407/2010.
Em nível estadual, a consulta foi realizada na base da Coordenação do
Patrimônio Cultural (CPC), setor da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) do
Estado do Paraná encarregado dos assuntos relativos à preservação do patrimônio
arqueológico, histórico, artístico e natural do Paraná (Lei Estadual nº 1.211/53). Suas
ações referem-se às medidas necessárias ao tombamento, à restauração, à
conservação e à divulgação desses bens culturais.
 

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Na base da Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) não foram


localizados bens tombados no município de General Carneiro. Para o município de
Palmas, foi identificado um bem tombado apenas na Área de Influência Indireta (AII):
1 - Obras de Poty Lazzarotto – em Palmas
Natureza: Painéis e Murais
Inscrição Tombo 11-III
Processo Número: 04/2011
Data da Inscrição: 25 de março 2015
Localização: Palmas (presentes também nos municípios de Curitiba, Foz
do Iguaçu, Maringá, Paranaguá e Tibagi)
Proprietários: Governo Federal, Estado do Paraná, Município de Curitiba
e Município de Maringá
Grupo: 04. Estruturas Viárias. - 04.02. Monumento rodoviário no
entroncamento Curitiba/Palmas - Decorativo.
Histórico: Napoleon Potyguara Lazarotto nasceu em Curitiba no dia 29 de
março de 1924. Ilustrador, gravador, escultor, desenhista e muralista.
Ilustrou as obras de Guimarães Rosa, Jorge Amado, Tchekov, Dalton
Trevisan, A Revista Joaquim entre muitos outros. Foi um dos fundadores,
junto com Carlos Sclair, dos clubes de gravuras em todo o Brasil. O
tombamento dos painéis de Poty Lazarotto significa o reconhecimento
necessário da imensa contribuição deste grande artista paranaense para
a cultura local e nacional. Compondo a paisagem urbana, ocupando
logradouros públicos, edifícios, hospitais, aeroportos e outras instituições
públicas, as obras de Poty criaram uma verdadeira identidade visual para
a história paranaense, pois, muitas de suas obras têm como principal
tema aspectos históricos e sociais da formação do Estado. Os painéis de
Poty cumprem plenamente uma das principais funções da arte pública
que é a de criar uma consciência histórica coletiva. Tombamento
aprovado na 154ª Reunião da CEPHA, em 20 de agosto de 2014 (CPC,
2016).

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6.3.3 Áreas Urbanizadas e Malha Viária

As áreas urbanizadas podem ser classificadas como áreas de cidades ou


vilas ocupadas principalmente por complexos industriais, comerciais e por
moradias1.
Inicialmente foi realizada busca no banco de dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), que disponibiliza para download o produto Áreas
Urbanizadas do Brasil – 2005, referente ao mapeamento (vetorização) de áreas
urbanizadas a partir de imagens de satélite CBERS-2B em escala de 1:100.000.
O objetivo do referido produto é retratar o estágio de urbanização no
território brasileiro na década de 2000. A data da maioria das imagens que serviram
de base para o mapeamento está compreendida entre os anos de 2005 e 2007.
As manchas urbanizadas foram classificadas em três categorias: muito
densa, densa e pouco densa. As manchas muito densas normalmente
correspondem às áreas centrais de grandes aglomerações urbanas, caracterizando-
se por um adensamento acentuado das construções, com presença de
verticalização e quase ausência de solo não impermeabilizado.
As manchas classificadas como densas caracterizam-se por uma
ocupação urbana contínua, baixa verticalização, com predominância de casas, com
pouco espaçamento entre as construções, porém, com maior presença de solo não
impermeabilizado.
As manchas classificadas como pouco densas caracterizam-se pela
presença de feições urbanas (ruas, quadras, etc.), porém com uma ocupação
esparsa. As manchas poucos densas podem representar loteamentos ainda em
processo de ocupação ou uma transição entre a paisagem urbana e a paisagem
rural, situando-se geralmente nas bordas das manchas densas. Também há casos
onde são encontradas manchas pouco densas em pequenas ocupações isoladas,
como, por exemplo, sedes de distritos municipais.
O produto está dividido em três conjuntos:
a) Áreas urbanizadas das grandes aglomerações urbanas brasileiras: Tal
conjunto foi utilizado como a unidade urbana básica da pesquisa Região de
Influência das Cidades – REGIC (2007). Essas unidades agregam todas as
                                                            
1
 http://www.bndes.cnpm.embrapa.br/textos/a_urb.htm. 
 

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aglomerações urbanas ou municípios isolados com população superior a 350 mil


habitantes no ano 2000 e foram identificadas a partir de critérios de coesão
territorial, medidos através do deslocamento de pessoas para trabalho e estudo
(Censo Demográfico 2000), e da identificação de conurbação das áreas
urbanizadas.
b) Manchas urbanizadas dos municípios da Zona Costeira do Brasil:
Neste conjunto estão mapeadas as manchas urbanizadas dos municípios costeiros
definidos pelo Anexo A do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro II (Lei 7.661
de 16/05/1988). Essas manchas foram utilizadas em mapas do Atlas Geográfico das
Zonas Costeiras e Oceânicas do Brasil (IBGE, 2011), retratando o estado da
urbanização da zona costeira brasileira.
c) Manchas urbanizadas dos municípios com mais de 100.000 habitantes.
Neste conjunto foram vetorizadas as manchas urbanizadas dos municípios com
mais de 100.000 habitantes, de acordo com a estimativa de população do IBGE para
o ano de 2005.
Cabe lembrar, por fim, que a repetição de alguns polígonos ocorrerá
sempre que um mesmo município pertencer, ao mesmo tempo, a mais de um
conjunto.
Tendo por base os conjuntos acima descritos, uma vez que os municípios
analisados não se enquadram em nenhum desses, foram localizadas malhas
urbanizadas para os municípios de General Carneiro e Palmas, utilizando a base do
IBGE, através da vetorização das áreas urbanizadas encontradas.
 CGH São Bento (parque gerador) à área urbanizada de General Carneiro:
cerca de 25km (raio);
 CGH São Bento (parque gerador) à área urbanizada de Palmas: cerca de
50km (raio).
A Figura 6.3.1 apresenta a área urbana localizada no município de
General Carneiro, na escala 1:200.000, distante aproximadamente 25km (raio) da
CGH São Bento. Na Figura 6.3.3 observa-se as áreas urbanizadas em ambos os
municípios que compõe a Área de Influência Indireta (AII), General Carneiro
(distante cerca de 25km) e Palmas (distante cerca de 50km), não sendo
identificadas áreas urbanizadas na Área de Influência Direta (AID).

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Figura 6.3.1. Área urbanizada e malha viária em General Carneiro/PR

Fonte: Index Ambiental. Dados: IBGE, 2015.


 

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Figura 6.3.2. Vista parcial aérea da área urbana em General Carneiro/PR

Fonte: Google Earth, 2016.

Figura 6.3.3. Área urbanizada e malha viária em General Carneiro/PR e Palmas/PR

Fonte: Index Ambiental. Dados: IBGE, 2015.

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Figura 6.3.4. Vista parcial aérea da área urbana em Palmas/PR

Fonte: Google Earth, 2016.

A Tabela 6.3.1 apresenta a lista das rodovias estaduais e federais que


ligam os municípios de General Carneiro e Palmas a outros municípios, conforme
informações do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Tabela 6.3.1. Rodovias estaduais e federais


Denominação Rodovia Trecho
Entr. BR-153 - (General
Rod. Engenheiro Tancredo Benghi
PR-170 Carneiro) - Bituruna -
Pinhão - Guarapuava

Rod. Transbrasiliana BR-153 General Carneiro

Palmas - São Pedro


Rod. Vereador Sady Marcondes Loureiro PR-449
(Mangueirinha)

Palmas - Clevelândia - Pato


Rod. Manoel Lustosa Martins PR-280
Branco

Fonte: DER (Departamento de Estradas de Rodagem).

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6.3.4 Demografia

Situados na região sul do estado do Paraná, os municípios de General


Carneiro e Palmas contam, respectivamente, com uma população de 14.039
habitantes e 42.888 habitantes.
Com base nos últimos censos realizados, entre os anos de 1970 a 2010
(Gráfico 6.3.3), é possível observar um crescimento populacional em ambos os
municípios no referido período, exceto pelo ano de 2010 em General Carneiro que
experimentou um decréscimo na população. Por sua vez, o ano de 2010 no
município de Palmas registrou um aumento populacional expressivo se comparado
ao ano de 2000.
A projeção para o ano de 2015, conforme estimativa realizada pelo
próprio IBGE para as duas cidades é que haja um aumento em relação ao último
censo realizado, especialmente na cidade de Palmas, com um acréscimo de 11,16%
na população, contra 2,70% em General Carneiro.

Gráfico 6.3.3. Crescimento demográfico

Crescimento Demográfico (1970‐2015)
50000 47674

45000 42888

40000
35262 34819
35000
30867
30000 25811
25000
20000
13889 13669 14039
15000 11287
8976
10000 6810
5000
0
1970 1980 1991 2000 2010 2015*

General Carneiro Palmas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1970-2010.


* Nota: A população apresentada para o ano de 2015 se refere à população estimada. Fonte: IBGE.
Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS.

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Nos estudos sobre a dinâmica das populações, um dos conceitos mais


utilizados é o de densidade demográfica, também chamada de população relativa.
Com base no número de habitantes e no espaço territorial, esse dado possibilita
mensurar a distribuição da população residente em um determinado território,
permitindo a verificação das áreas mais e menos povoadas.
Quanto à densidade demográfica, observa-se que o município de General
Carneiro é mais densamente povoado, com densidade de 12,76 hab/km2
(1.071,183km2), enquanto que no município de Palmas a população apresenta-se
mais dispersa com densidade de 27,53 hab/km2 (área de 1.557,904 km2).
Em se tratando da distribuição populacional por sexo, verifica-se um
relativo equilíbrio entre homens e mulheres nas duas cidades, embora em General
Carneiro o número de homens seja infimamente maior (6.898), contra 6.771
mulheres, fato este que se inverte no município de Palmas, em que o contingente
feminino é de 21.705, enquanto há 21.183 mulheres, conforme Tabela 6.3.2.

Tabela 6.3.2. População nos municípios de General Carneiro e Palmas


Percentual em
População
Município Gênero relação à população
(nº habitantes)
do município
Homens 6.898 50,46%
General Carneiro Mulheres 6.771 49,54%
TOTAL 13.669 100%
Homens 21.183 49,39%
Palmas Mulheres 21.705 50,60%
TOTAL 42.888 100%
Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010.

A partir da distribuição populacional por sexo, pode-se distribuir a


população por grupos de idade, conforme pirâmides etárias apresentadas no Gráfico
6.3.5.
 

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Gráfico 6.3.4. Pirâmide etária 2010 – General Carneiro

Fonte: IBGE, 2010.

Gráfico 6.3.5. Pirâmide etária 2010 – Palmas

Fonte: IBGE, 2010.

Nota-se que a faixa etária de 10 a 14 anos apresenta o maior


populacional em ambos os sexos, em ambos municípios, seguida pelas faixas
etárias de 15 a 19 e de 5 a 9 anos, revelando a jovem população que ali residem.
 

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Em Palmas, a faixa de 5 a 9 anos revela-se ainda mais expressiva que aquela entre
15 a 19; o mesmo acontece em General Carneiro, em se tratando de homens. Por
outro lado, nota-se a ínfima quantidade de pessoas acima de 90 anos nos dois
municípios.

6.3.5 Condições Sociais e Econômicas

No que tange ao desenvolvimento social e econômico do entorno da CGH


São Bento apresentam-se neste capítulo as condições verificadas nos municípios de
General Carneiro e Palmas, especialmente quanto a renda e pobreza e índice de
desenvolvimento humano (IDH), mais especificamente o Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal (IDHM), da população atingida.
Para tanto, os dados se baseiam em fontes de pesquisas realizadas pelo
IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), PNUD (Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento) e FJP (Fundação João Pinheiro), compiladas no
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (Atlas do Brasil), IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), além das informações contidas nas prefeituras
dos municípios.

6.3.5.1 Renda e Pobreza

Pobreza é um fenômeno complexo, associado à ocorrência de carências


relativas aos diferentes aspectos da condição de vida dos indivíduos, entre elas a
renda. Nesse sentido, a renda torna-se essencial para o atendimento das
necessidades básicas do indivíduo como água, comida e abrigo, além de possibilitar
a opção por alternativas disponíveis e sua ausência pode limitar as oportunidades de
vida.
Uma das formas de se verificar, então, a possibilidade de acesso às
oportunidades é a taxa média anual de crescimento da renda per capita. Segundo
dados do Atlas do Brasil (2013), a renda per capita média de General Carneiro
cresceu 51,74% nas últimas duas décadas, passando de R$ 278,94, em 1991, para
R$ 350,17, em 2000, e para R$ 423,27, em 2010. Isso equivale a uma taxa média
anual de crescimento nesse período de 2,22%. A taxa média anual de crescimento
foi de 2,56%, entre 1991 e 2000, e 1,91%, entre 2000 e 2010.

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No município de Palmas, a renda per capita média cresceu 60,50% nas


últimas duas décadas, passando de R$ 358,59, em 1991, para R$ 489,33, em 2000,
e para R$ 575,55, em 2010. Isso equivale a uma taxa média anual de crescimento
nesse período de 2,52%. A taxa média anual de crescimento foi de 3,51%, entre
1991 e 2000, e 1,64%, entre 2000 e 2010 (Atlas do Brasil, 2013), conforme mostra a
Tabela 6.3.3.

Tabela 6.3.3. Renda per capita média


Renda per capita (em R$)/ano
Município
1991 2000 2010
General Carneiro 278,94 350,17 423,27
Palmas 358,59 489,33 575,55
Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

Juntamente com o aumento da renda, verificou-se a redução das pessoas


consideradas pobres, nesse mesmo período, em ambos os municípios. A proporção
de pessoas pobres, a saber, aquelas com renda domiciliar per capita inferior a R$
140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de 47,08%, em 1991, para 32,91%,
em 2000, e para 20,00%, em 2010 (Atlas do Brasil, 2013) em General Carneiro.
A redução foi maior ainda no município de Palmas, em que a proporção
de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a
preços de agosto de 2010), passou de 40,29%, em 1991, para 27,83%, em 2000, e
para 16,63%, em 2010.
Analisa-se de igual modo o percentual de vulneráveis à pobreza, que se
refere à proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a
R$255,00 mensais (o universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em
domicílios particulares permanentes).
Nos municípios analisados, ainda se verifica um alto percentual da
população vulnerável à pobreza, embora registrada uma redução do percentual de
vulneráveis à pobreza. No ano de 2010, Palmas atingiu uma taxa de 37,91%, menor
se comparado ao ano de 2000, com 57,60%. O mesmo se verifica em General
Carneiro, reduzindo de 63,31% (2000) para 48,39% (2010), conforme Tabela 6.3.4.
 

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Tabela 6.3.4. Renda, Pobreza e Desigualdade


General Carneiro Palmas
Município
1991 2000 2010 1991 2000 2010
% vulneráveis à
75,07 63,31 48,39 68,75 57,60 37,91
pobreza
% de extremamente
15,20 8,45 4,83 13,39 8,50 4,71
pobres
% de pobres 47,08 32,91 20,00 40,29 27,83 16,63
Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

Nesses períodos, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais


(ou seja, o percentual dessa população que era economicamente ativa) em General
Carneiro passou de 58,95% em 2000 para 60,89% em 2010. Ao mesmo tempo,
sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população economicamente
ativa que estava desocupada) passou de 8,36% em 2000 para 7,10% em 2010.
Estes dados indicam que em termos de acesso a renda e sua distribuição, o
município analisado apresenta um crescimento positivo neste quesito.
No município de Palmas, no mesmo período, entre 2000 e 2010, a taxa
de atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o percentual dessa
população que era economicamente ativa) passou de 63,00% em 2000 para 67,12%
em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da
população economicamente ativa que estava desocupada) passou de 11,56% em
2000 para 3,86% em 2010 (ver Tabela 6.3.5).

Tabela 6.3.5. Ocupação da população de 18 anos ou mais


Taxa de atividade Taxa de desocupação
Municípios
2000 2010 2000 2010
General Carneiro 58,95 60,89 8,36 7,10
Palmas 63,00 67,12 11,56 3,86
Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

Por fim, é possível observar que, apesar do crescimento no contingente


da população economicamente ativa, a renda per capita da população de General
Carneiro e Palmas ainda está abaixo do salário mínimo nacional, mesmo tendo
crescido entre 2000-2010. Além disso, quase a metade da população está
vulnerável a pobreza, embora também tenha se notado um decréscimo no mesmo
período (Atlas, 2013).
A ocupação da população com 18 anos ou mais (população
economicamente ativa) também mostrou crescimento na última década, atingindo a
 

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marcar de 60,89% em General Carneiro e 67,12% em Palmas, além da redução da


taxa de desocupação, conforme apresentado anteriormente na Tabela 6.3.5.

6.3.5.1.1 Índice de Gini

Outro indicador útil para analisar a renda é o Índice de Gini, o qual


permite verificar o nível de desigualdade de renda da população. Este importante
instrumento aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais
ricos, uma vez que mede o grau de concentração de renda.
O coeficiente varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo do zero
menor é a desigualdade de renda, ou seja, melhor a distribuição de renda. Quanto
mais próximo do um, maior a concentração de renda.

Tabela 6.3.6. Índice de Gini


Índice de Gini
Município
1991 2000 2010
General Carneiro 0,55 0,54 0,48
Palmas 0,60 0,63 0,54
Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

Conforme visualizado na Tabela 6.3.6, no período entre 2000 e 2010, o


Índice de Gini passou de 0,55, em 1991, para 0,54, em 2000, e para 0,48, em 2010,
no município de General Carneiro, revelando um aumento na distribuição da renda.
Em Palmas, o Índice passou de 0,60, em 1991, para 0,63, em 2000,
apontando um aumento na concentração da renda, entretanto, no ano de 2010 se
verificou uma redução do Índice para 0,54, com uma melhor distribuição da renda.

6.3.5.2 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi desenvolvido como


contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per
capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento,
visando ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano (PNUD, 2012).
Dessa forma o progresso de uma nação é medido a partir de três
dimensões: renda, saúde e educação. É um índice-chave dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e, no Brasil, tem sido utilizado pelo

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governo federal e por administrações regionais através do Índice de


Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) (PNUD, 2012).
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de Palmas é 0,660, em
2010, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio
(IDHM entre 0,600 e 0,699). A dimensão que mais contribui para o IDHM do
município é Longevidade, com índice de 0,827, seguida de Renda, com índice de
0,687, e de Educação, com índice de 0,505 (Atlas do Brasil, 2013).

Gráfico 6.3.6. IDHM e suas Componentes – Palmas

IDHM ‐ Palmas

2010

2000

1991

0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500

Renda Longevidade Educação

Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Atlas do Brasil, 2013.

Segundo o Atlas do Brasil (2013), em General Carneiro o IDHM é 0,652,


em 2010, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio
(IDHM entre 0,600 e 0,699). A dimensão que mais contribui para o IDHM do
município é Longevidade, com índice de 0,816, seguida de Renda, com índice de
0,638, e de Educação, com índice de 0,532.
 

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Gráfico 6.3.7. IDHM e suas Componentes – General Carneiro

IDHM ‐ General Carneiro

2010

2000

1991

0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500

Renda Longevidade Educação

Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Atlas do Brasil, 2013.

Constata-se que os dois municípios se situam na faixa de


Desenvolvimento Humano Médio (IDHM entre 0,600 e 0,699) com base no último
censo realizado (2010), considerando as suas componentes, Educação,
Longevidade e Renda.
Em General Carneiro o IDHM passou de 0,381 em 1991 para 0,532 em
2000 e para 0,652 em 2010, atingindo uma taxa de crescimento de 22,56% no
período de 2000 a 2010. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância
entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em
74,36% nesse último período (entre 2000 e 2010), conforme evolução apresentada
na Figura 6.3.5.

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Figura 6.3.5. Evolução do IDHM – General Carneiro

Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

Segundo dados do Atlas do Brasil, 2013, o IDHM no município de Palmas


passou de 0,451 em 1991 para 0,568 em 2000 e para 0,660 em 2010 - uma taxa de
crescimento de 16,20% (entre 2000 e 2010). O hiato de desenvolvimento humano,
ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1,
foi reduzido em 78,70% entre 2000 e 2010. A evolução do IDHM no município está
na FIgura 6.3.6.
 

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Figura 6.3.6. Evolução do IDHM – Palmas

Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

6.3.5.3 Economia

O Estado do Paraná possui a quinta maior economia do País, e responde


atualmente por 5,60% do PIB nacional, registrando uma renda per capita de R$ 24,2
mil em 2012, acima do valor de R$ 22,6 mil referente ao Brasil (IPARDES, 2011).
Segundo o IPARDES (2011), o Paraná é o maior produtor nacional de
grãos, com uma pauta agrícola diversificada. Em termos de produtividade, a
utilização de técnicas agronômicas avançadas o coloca em destaque. A cana-de-
açúcar, o milho, a soja, a mandioca e o trigo sobressaem na estrutura produtiva da
agricultura local, observando-se, em paralelo, forte avanço de outras atividades,
como a produção de frutas.
Na pecuária, destaca-se a avicultura, com 29,2% do total de abates do
País. Nos segmentos de bovinos e suínos, a participação do Estado atinge 4,2% e
19,1%, respectivamente.
Em se tratando dos municípios que compõe as áreas de influência do
empreendimento, destaca-se também a produção de grãos e criação de animais,
conforme detalhado a seguir.
Neste item são ainda apresentadas as estimativas do Produto Interno
Bruto - PIB dos municípios, a preços correntes e per capita, e do valor adicionado da
Agropecuária, Indústria e Serviços, a preços correntes, realizadas pelo IBGE (2012),

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em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de


Governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA,
possibilitando, assim, conhecer a capacidade competitiva das economias de cada
município.
Conforme apresentado na Tabela 6.3.7, o município de General Carneiro
apresenta um PIB per capita (a preços correntes) (23.834,01 reais) maior que o do
município de Palmas (11.803,86 reais), embora o PIB deste último seja maior
(520.633 mil reais, contra 324.977 mil reais de General Carneiro); isso se deve ao
contingente populacional existente em cada um, detalhados anteriormente.

Tabela 6.3.7. Produto Interno Bruto dos municípios (2012)

General Carneiro Palmas


Descrição
Valor Valor

Impostos sobre produtos líquidos de subsídios a


10.873 mil reais 50.550 mil reais
preços correntes

PIB a preços correntes 324.977 mil reais 520.633 mil reais

PIB per capita a preços correntes 23.834,01 reais 11.803,86 reais

Valor adicionado bruto da agropecuária a preços


194.566 mil reais 53.250 mil reais
correntes

Valor adicionado bruto da indústria a preços


15.987 mil reais 89.420 mil reais
correntes

Valor adicionado bruto dos serviços a preços


103.550 mil reais 327.413 mil reais
correntes
Fonte: IBGE e IPARDES, 2012.

Constata-se que, enquanto o município de General Carneiro apresenta


valor adicionado bruto da agropecuária a preços correntes maior se comparado com
Palmas, isso se inverte quando se analisa o valor adicionado bruto da indústria e
dos serviços a preços correntes.

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6.3.6 Equipamentos Urbanos

Por definição, equipamentos urbanos são todos os bens públicos e


privados, de utilidade pública, destinados à prestação de serviços necessários ao
funcionamento da cidade, em espaços públicos e privados (ABNT NBR 9050:2015).
No caso dos equipamentos urbanos, é importante diferenciar os
equipamentos, que são os edifícios, as instalações pontuais; no caso da educação,
o edifício da escola representa o equipamento urbano.
Ressalta-se que o equipamento urbano traz consigo a função que o
identifica e o qualifica como um prestador de serviço à comunidade, tornando-se
assim imprescindível no meio urbano. Assim, são exemplos de equipamentos
urbanos os hospitais, as escolas, os postos policiais, os centros comunitários,
ginásio de esportes, clubes, praças, parques, auditórios, estacionamentos, módulos
policiais, delegacias, terminais de transporte e outros, relativos aos serviços de
educação, saúde, segurança, transporte etc., descritos neste capítulo.

6.3.6.1 Educação

Segundo dados do Atlas do Brasil (2013), conforme visualizado na Tabela


6.3.8, no município de Palmas, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola é
de 80,90%, em 2010. No mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos
frequentando os anos finais do ensino fundamental é de 70,02%; a proporção de
jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo é de 48,98%; e a
proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo é de 23,64%.
Em análise da evolução durante o período entre 1991 e 2010, essas
proporções aumentaram, respectivamente, em 58,84 pontos percentuais, 35,83
pontos percentuais, 29,91 pontos percentuais e 13,03 pontos percentuais.
Ainda no ano de 2010, 77,09% da população de 6 a 17 anos do município
de Palmas estavam cursando o ensino básico regular com até dois anos de
defasagem idade-série. Em 2000 eram 85,34% e, em 1991, 80,30%. Dos jovens
adultos de 18 a 24 anos, 10,03% estavam cursando o ensino superior em 2010. Em
2000 eram 7,87% e, em 1991, 4,93%.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       299 
   

     

Tabela 6.3.8. Educação – Palmas

Educação 1991 2000 2010

% de 18 anos ou mais com ensino fund. completo 26,29 32,19 41,30

% de 5 a 6 anos frequentando a escola 22,06 50,99 80,90

% de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fund. 34,19 54,58 70,02

% de 15 a 17 anos com ensino fund. completo 19,07 36,11 48,98

% de 18 a 20 anos com ensino médio completo 10,61 20,55 23,64


Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.
Nota: Ensino fund.: ensino fundamental

No município de General Carneiro, a proporção de crianças de 5 a 6 anos


na escola é de 72,70%, em 2010. No mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a
13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental é de 82,80%; a
proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo é de
59,88%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo é de
38,52%, conforme apresentado na Tabela 6.3.9. Entre 1991 e 2010, essas
proporções aumentaram, respectivamente, em 49,15 pontos percentuais, 59,64
pontos percentuais, 45,77 pontos percentuais e 30,79 pontos percentuais.
Em 2010, 83,49% da população de 6 a 17 anos do município estavam
cursando o ensino básico regular com até dois anos de defasagem idade-série. Em
2000 eram 86,42% e, em 1991, 80,94%. Dos jovens adultos de 18 a 24 anos, 8,43%
estavam cursando o ensino superior em 2010. Em 2000 eram 1,39% e, em 1991,
2,53%.

Tabela 6.3.9. Educação – General Carneiro

Educação 1991 2000 2010

% de 18 anos ou mais com ensino fund. completo 12,55 24,02 37,36

% de 5 a 6 anos frequentando a escola 23,55 37,26 72,70

% de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fund. 23,16 65,21 82,80

% de 15 a 17 anos com ensino fund. completo 14,11 49,12 59,88

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       300 
   

     

Educação 1991 2000 2010

% de 18 a 20 anos com ensino médio completo 7,73 16,02 38,52


Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.
Nota: Ensino fund.: ensino fundamental

Com relação à população adulta, entre 2000 e 2010, o percentual da


população de 18 anos ou mais com o ensino fundamental completo passou de
32,19% para 41,30%, no município, e de 39,76% para 54,92%, na UF. Em 2010,
considerando-se a população municipal de 25 anos ou mais de idade, 11,82% eram
analfabetos, 38,30% tinham o ensino fundamental completo, 24,23% possuíam o
ensino médio completo e 10,53%, o superior completo, conforme verificado na
Figura 6.3.7.

Figura 6.3.7. Escolaridade da população adulta - Palmas

Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

No município de General Carneiro não é diferente, uma vez que esse


indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais
antigas, de menor escolaridade. Verifica-se que o percentual da população de 18
anos ou mais com o ensino fundamental completo entre 2000 e 2010, passou de
24,02% para 37,36%, no município, e de 39,76% para 54,92%, no Paraná.
Em 2010, considerando-se a população municipal de 25 anos ou mais de
idade, 12,61% eram analfabetos, 29,98% tinham o ensino fundamental completo,
17,56% possuíam o ensino médio completo e 3,95%, o superior completo.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       301 
   

     

Figura 6.3.8. Escolaridade da população adulta – General Carneiro

Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

Outro indicador utilizado é a Expectativa de Anos de Estudo, que sintetiza


a frequência escolar da população em idade escolar, indicando o número de anos de
estudo que uma criança que inicia a vida escolar no ano de referência deverá
completar ao atingir a idade de 18 anos. Entre 2000 e 2010, ela passou de 7,82
anos para 8,23 anos, no município de Palmas e de 8,19 anos para 9,71 anos no
município de General Carneiro, enquanto o Estado do Paraná registrou um aumento,
de 10,11 anos para 10,43 anos.

6.3.6.1.1 Rede Escolar

Segundo dados do Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos


e Pesquisas Educacionais (INEP), com base no último Censo Educacional realizado
(2012) o município de General Carneiro possui 27 escolas para o ensino
fundamental, das quais 23 são escolas públicas municipais, contra 4 estaduais. Para
o ensino médio conta com 3 escolas (públicas estaduais) e para ensino pré-escolar
4 escolas públicas municipais.
Palmas tem um contingente maior de escolas, perfazendo um total de 49
escolas, distribuídas entre 26 para o ensino fundamental, 9 de ensino médio e,
finalmente, 14 para ensino pré-escolar, conforme verificado Tabela 6.3.10.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       302 
   

     

Tabela 6.3.10. Rede escolar (2012)

Nº escolas
Rede escolar - 2012
General Carneiro Palmas

Escolas - Ensino fundamental 27 26

Ensino fundamental - escola pública estadual 4 8

Ensino fundamental - escola pública municipal 23 16

Ensino fundamental - escola privada 0 2

Escolas - Ensino médio 3 9

Ensino médio - escola pública estadual 3 6

Ensino médio - escola privada 0 3

Escolas - Ensino pré-escolar 4 14

Ensino pré-escolar - escola pública estadual 0 1

Ensino pré-escolar - escola pública municipal 4 9

Ensino pré-escolar - escola privada 0 4

TOTAL 34 49
Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -
Censo Educacional 2012.

A Tabela 6.3.11 e Tabela 6.3.12 a seguir apresentam os levantamentos


realizados pelo INEP quanto aos alunos matriculados e docentes da rede de ensino
em ambos os municípios, conforme Censo Educacional, 2012.

Tabela 6.3.11. Matrículas (2012)

Matrículas General Carneiro Palmas

Matrícula - Ensino fundamental 2.546 8.144

Matrícula - Ensino médio 552 1.737

Matrícula - Ensino pré-escolar 173 714

TOTAL 3.271 10.595


Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -
Censo Educacional 2012.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       303 
   

     

Tabela 6.3.12. Docentes (2012)

Docentes General Carneiro Palmas

Docentes - Ensino fundamental 126 430

Docentes - Ensino médio 48 176

Docentes - Ensino pré-escolar 10 62

TOTAL 184 668


Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -
Censo Educacional 2012.

Com base nos dados acima referenciados, em 2012 haviam 3.271 alunos
matriculados no município de General Carneiro. A maior parte destes no ensino
fundamental (2.546) e no ensino médio (552), com 173 no ensino pré-escolar. Para
atender a este contingente atuam na rede de ensino da cidade 184 docentes, que
proporcionalmente estão me maioria no ensino fundamental (126), e no ensino
médio (48).
Palmas registrou a matrícula de 10.595 alunos, seguindo a mesma
distribuição do município anterior, a saber, ensino fundamental (8.144), ensino
médio (1.737), e ensino pré-escolar (714).

6.3.6.2 Saúde

Segundo dados do IBGE (2010), para atender a população municipal a


cidade de General Carneiro conta com 16 estabelecimentos municipais de saúde do
SUS (Sistema Único de Saúde), contra 13 estabelecimentos existentes no município
de Palmas.
Além desses, existem outros tipos de estabelecimentos, conforme
informações do Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde),
exibidas na Tabela 6.3.13 que apresentam o número de estabelecimentos por tipo
de prestador segundo tipo de estabelecimento em cada município.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       304 
   

     

Tabela 6.3.13. Número de estabelecimentos de saúde – Palmas (Dez/2009)


Tipo de estabelecimento Público Filantrópico Privado Total

Centro de Saúde/ Unidade Básica de Saúde 1 - - 1

Clínica Especializada/ Ambulatório Especializado - 1 7 8

Hospital Especializado - - 2 2

Hospital Geral - - - -

Posto de Saúde 4 - - 4

Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia - - 5 5

Unidade de Vigilância em Saúde 1 - - 1

Sub Total 6 1 14 21

Consultório Isolado - - 32 32

TOTAL 6 1 46 53

Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010.


Nota: Número total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS.

Conforme verificado na Tabela 6.3.13 apresentada anteriormente, o


município de Palmas conta com 6 estabelecimentos públicos, sendo 4 deles Postos
de Saúde e 14 privados, inclusive 2 hospitais especializados. No total, incluindo
também estabelecimentos filantrópicos, e consultórios isolados, existem no
município 53 estabelecimentos de saúde.
Para a cidade de General Carneiro há um total de 6 estabelecimentos de
saúde, sendo 5 públicos, entre eles 1 Hospital Geral e 1 Posto de Saúde; e 1
privado, a saber, clínica especializada/ ambulatório especializado.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       305 
   

     

Tabela 6.3.14. Número de estabelecimentos de saúde – General Carneiro (Dez/2009)


Tipo de estabelecimento Público Filantrópico Privado Total

Centro de Saúde/ Unidade Básica de Saúde 3 - - 3

Clínica Especializada/ Ambulatório Especializado - - 1 1

Hospital Especializado - - - -

Hospital Geral 1 - - 1

Posto de Saúde 1 - - 1

Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia - - - -

Unidade de Vigilância em Saúde - - - -

Sub Total 5 - 1 6

Consultório Isolado - - - -

TOTAL 5 - 1 6

Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010.


Nota: Número total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS.

No que se refere ao contingente de profissionais da saúde, conforme


dados do Datasus (2009), há no município de Palmas 120 médicos, sendo 93
aqueles que atendem ao SUS (2,8 profissionais por habitante) e que não atendem
ao SUS 27 (2,1 profissionais por habitante), ver Tabela 6.3.15. Estão disponíveis no
município os seguintes equipamentos: Mamógrafo (1), Raio-X (10), Tomógrafo
Computadorizado (1), Ultrassom (11) e Equipo Odontológico Completo (9).

Tabela 6.3.15. Recursos Humanos – Palmas (Dez/2009)


Recursos Humanos (vínculos) segundo categorias selecionadas (Dez/2009)
Não
Atende Prof/ 1.000 Prof SUS/
Categoria Total atende
ao SUS hab 1.000 hab
ao SUS
Médicos 120 93 27 2,8 2,1
.. Anestesista 6 5 1 0,1 0,1
.. Cirurgião Geral 5 3 2 0,1 0,1
.. Clínico Geral 25 21 4 0,6 0,5
.. Gineco Obstetra 16 10 6 0,4 0,2
.. Médico de Família 6 6 - 0,1 0,1

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       306 
   

     

Recursos Humanos (vínculos) segundo categorias selecionadas (Dez/2009)


Não
Atende Prof/ 1.000 Prof SUS/
Categoria Total atende
ao SUS hab 1.000 hab
ao SUS
.. Pediatra 16 11 5 0,4 0,3
.. Psiquiatra 1 1 - 0,0 0,0
.. Radiologista 3 3 - 0,1 0,1
Cirurgião dentista 18 7 11 0,4 0,2
Enfermeiro 28 27 1 0,6 0,6
Fisioterapeuta 13 8 5 0,3 0,2
Fonoaudiólogo 4 3 1 0,1 0,1
Nutricionista 2 2 - 0,0 0,0
Farmacêutico 12 11 1 0,3 0,3
Assistente social 3 3 - 0,1 0,1
Psicólogo 4 4 - 0,1 0,1
Auxiliar de Enfermagem 16 15 1 0,4 0,3
Técnico de Enfermagem 26 24 2 0,6 0,6
Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010.
Nota: Se um profissional tiver vínculo com mais de um estabelecimento, ele será contado tantas
vezes quantos vínculos houver.

Em General Carneiro, o contingente de profissionais da saúde perfaz um


total de 23 médicos, todos que atendem ao SUS 93 (1,5 profissionais por habitante),
ver Tabela 6.3.16. O município conta ainda com os seguintes equipamentos: Raio-X
(1), Ultrassom (1) e Equipo Odontológico Completo (3).

Tabela 6.3.16. Recursos Humanos – General Carneiro (Dez/2009)


Recursos Humanos (vínculos) segundo categorias selecionadas (Dez/2009)

Atende ao Não atende Prof/ 1.000 Prof SUS/


Categoria Total
SUS ao SUS hab 1.000 hab

Médicos 23 23 - 1,5 1,5


.. Anestesista 2 2 - 0,1 0,1
.. Cirurgião Geral 1 1 - 0,1 0,1
.. Clínico Geral 8 8 - 0,5 0,5
.. Gineco Obstetra 3 3 - 0,2 0,2
.. Médico de Família 3 3 - 0,2 0,2
.. Pediatra 3 3 - 0,2 0,2
.. Psiquiatra 1 1 - 0,1 0,1
.. Radiologista - - - - -
Cirurgião dentista 2 2 - 0,1 0,1
Enfermeiro 5 5 - 0,3 0,3
Fisioterapeuta 4 4 - 0,3 0,3
Fonoaudiólogo 1 1 - 0,1 0,1
Nutricionista - - - - -
Farmacêutico 3 3 - 0,2 0,2
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       307 
   

     

Recursos Humanos (vínculos) segundo categorias selecionadas (Dez/2009)

Atende ao Não atende Prof/ 1.000 Prof SUS/


Categoria Total
SUS ao SUS hab 1.000 hab

Assistente social 1 1 - 0,1 0,1


Psicólogo 1 1 - 0,1 0,1
Auxiliar de Enfermagem 11 11 - 0,7 0,7
Técnico de Enfermagem - - - - -
Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010.
Nota: Se um profissional tiver vínculo com mais de um estabelecimento, ele será contado tantas
vezes quantos vínculos houver.

Em se tratando de internações, verifica-se que no município de General


Carneiro, no ano de 2009, o maior número de internações ocorreu na área de clínica
médica, com 309 internações, seguida das especialidades de obstetrícia (188),
clínica cirúrgica (170) e pediatria (115), perfazendo 782 internações no referido ano,
com uma média de 3,4 dias de permanência. Foram ainda registrados 12 óbitos na
área de clínica médica.
Se comparado ao registrado em General Carneiro, Palmas teve um
número bastante expressivo no ano de 2009, com um total de 3.392 internações,
com uma média de 3,2 dias de internamento, assim distribuídas: clínica médica
(1.436), pediatria (752), obstetrícia (633) e clínica cirúrgica (571). No período foram
registrados 110 óbitos, sendo 88 na área de clínica médica e 22 em clínica cirúrgica.
A maior causa das internações nos municípios se deve a doenças do
aparelho respiratório (acometendo em sua maioria crianças até 9 anos) e do
aparelho circulatório (pessoas de 50 anos ou mais) e por gravidez, parto e puerpério
(expressiva na faixa entre 15 e 19 anos), conforme verificado na Tabela 6.3.17.

Tabela 6.3.17. Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária
Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária - CID10 (por local
de residência) - 2009
General
Capítulo CID Palmas
Carneiro
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 6,6 6,0
II. Neoplasias (tumores) 4,9 4,8
III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 1,1 0,5
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 0,9 2,1
V. Transtornos mentais e comportamentais 0,5 2,4
VI. Doenças do sistema nervoso 1,6 2,5
VII. Doenças do olho e anexos 0,2 0,7
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 0,0 0,2

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       308 
   

     

Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária - CID10 (por local
de residência) - 2009
General
Capítulo CID Palmas
Carneiro
IX. Doenças do aparelho circulatório 10,3 13,1
X. Doenças do aparelho respiratório 29,7 16,7
XI. Doenças do aparelho digestivo 6,2 7,3
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 0,6 1,0
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 2,0 1,5
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 3,6 8,1
XV. Gravidez parto e puerpério 16,9 22,6
XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 1,4 1,9
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 0,5 0,2
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 0,8 0,7
XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 9,0 5,5
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 0,0 0,1
XXI. Contatos com serviços de saúde 3,1 2,2
Total 100,0 100,0
Fonte: SIH/SUS. Situação da base de dados nacional em 03/05/2010.

Em Palmas doenças do aparelho respiratório são mais expressivas


(29,7%), seguida por gravidez, parto e puerpério (16,9%), e doenças do aparelho
circulatório (10,3%). Por sua vez em General Carneiro o quadro se inverte sendo
que gravidez, parto e puerpério representam o maior número de internações
(22,6%), seguida de doenças do aparelho respiratório (16,7%) e doenças do
aparelho circulatório (13,1%).
Outro indicador útil para se caracterizar a saúde no município é a taxa de
esperança de vida ao nascer, utilizado para compor a dimensão Longevidade do
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).
Segundo dados do Atlas do Brasil (2013) no município de General
Carneiro, a esperança de vida ao nascer cresceu 6,2 anos na última década,
passando de 67,8 anos, em 2000, para 74,0 anos, em 2010. Em 1991, era de 62,6
anos. Em Palmas, a esperança de vida ao nascer cresceu 5,4 anos na última
década, passando de 69,2 anos, em 2000, para 74,6 anos, em 2010. Em 1991, era
de 64,1 anos.
Verifica-se que em ambos os municípios possuem uma expectativa de
vida acima de 74 anos, acima daquela observada para o pais. No Brasil, a
esperança de vida ao nascer é de 73,9 anos, em 2010, de 68,6 anos, em 2000, e de
64,7 anos em 1991.

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       309 
   

     

Os dados compilados na Tabela 6.3.18 revelam a redução da mortalidade


infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano de idade) em ambos os
municípios. Em General Carneiro passou de 32,3 por mil nascidos vivos, em 2000,
para 14,2 por mil nascidos vivos, em 2010. Das crianças até 5 anos de idade a
redução foi de 56,8 (1991) para 37,6 (2000), atingindo os 16,5 por mil nascidos
vivos, em 2010.
Em 1991, a taxa era de 49,5. No município de Palmas a mortalidade
infantil passou de 29,0 por mil nascidos vivos, em 2000, para 13,3 por mil nascidos
vivos, em 2010. Em 1991, a taxa era de 43,7. A redução pode ser observada
também na faixa representativa das crianças até 5 anos de idade, onde a
mortalidade passou de 50,2 (1991) para 33,8 (2000), atingindo os 15,5 por mil
nascidos vivos, em 2010.

Tabela 6.3.18. Longevidade, Mortalidade e Fecundidade


General Carneiro Palmas
Município
1991 2000 2010 1991 2000 2010
Esperança de vida ao nascer (em
62,6 67,8 74,0 64,1 69,2 74,6
anos)
Mortalidade até 1 ano de idade (por
49,5 32,3 14,2 43,7 29,0 13,3
mil nascidos vivos)
Mortalidade até 5 anos de idade (por
56,8 37,6 16,5 50,2 33,8 15,5
mil nascidos vivos)
Taxa de fecundidade total
4,0 3,3 2,7 3,1 3,0 2,6
(filhos por mulher)
Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

Já no Paraná, a taxa era de 13,1, em 2010, de 20,3, em 2000 e 38,7, em


1991. Entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade infantil no país caiu de 30,6 por mil
nascidos vivos para 16,7 por mil nascidos vivos. Em 1991, essa taxa era de 44,7 por
mil nascidos vivos.
Com a taxa observada em 2010, o Brasil cumpre uma das metas dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, segundo a qual a
mortalidade infantil no país deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015.

6.3.6.3 Segurança

A fim de garantir a segurança da população, há em General Carneiro uma


delegacia, localizada no centro da cidade. Em Palmas, funciona a Delegacia de
Polícia da Comarca de Palmas, no bairro Santa Cruz. Em 2011, o município recebeu
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       310 
   

     

novamente um importante mecanismo contra a criminalidade, após desativada


desde 2005, com a implantação da ROTAM (Ronda Tático Motorizada), composta
por cinco policiais, armas diferenciadas e uma viatura. A ROTAM é uma força policial
qualificada para dar atendimento a ocorrências de maior potencial de risco.
Segundo dados do IPEADATA, foram registrados no ano de 2009 no
município de General Carneiro oito vítimas de acidente de trânsito e no município de
Palmas 15 vítimas. Ainda na Tabela 6.3.19 pode-se verificar que no período de
2005-2009 houve redução na taxa de vítimas de 64,37 (para cada 100.000
habitantes) para 52,37 em General Carneiro, e de 51,66 para 34,56.

Tabela 6.3.19. Acidentes de trânsito

General Carneiro Palmas


Ano
Taxa de Vítimas Número de Taxa de Vítimas
Número de vítimas
(100.000 hab) vítimas (100.000 hab)
2005 10 64,37 20 51,66
2006 7 44,21 11 27,91
2007 5 31,02 16 39,89
2008 5 32,98 18 42,21
2009 8 52,37 15 34,56
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2013.

Na Tabela 6.3.20 são apresentados os casos de homicídios registrados


no município de General Carneiro, que no ano de 2009 registrou 2 casos, sendo
verificado um decréscimo no número de homicídios desde o ano de 2005.
Apresenta-se também a realidade observada em Palmas, que em 2009 registrou 17
casos, duplicando o número de homicídios se comparado com o ano de 2008 (9
casos), mas apresentou redução no período desde 2005. Ao todo, foram registrados
19 casos de homicídios nos municípios, no ano de 2009.

Tabela 6.3.20. Homicídios

General Carneiro Palmas


Ano Taxa de Taxa de
Número de Número de
Homicídios Homicídios
homicídios homicídios
(100.000 hab) (100.000 hab)
2005 5 32,19 22 56,82
2006 5 31,58 25 63,42
2007 5 31,02 20 49,86
 

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General Carneiro Palmas


Ano Taxa de Taxa de
Número de Número de
Homicídios Homicídios
homicídios homicídios
(100.000 hab) (100.000 hab)
2008 4 26,39 9 21,11
2009 2 13,09 17 39,16
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2013.

Com relação aos casos de suicídio, detalhados para o período de 2005 a


2009 na Tabela 6.3.21, verifica-se que nos últimos anos analisados (2008 e 2009)
não houveram registros de suicídios no município de General Carneiro, que chegou
a registrar 2 casos em 2006. Por sua vez, em Palmas, constata-se uma redução de
5 para 2 casos, no referido período, com uma taxa de suicídio de 6,91 para cada
100.000 habitantes no ano de 2009.

Tabela 6.3.21. Suicídios

General Carneiro Palmas


Ano Taxa de Taxa de
Número de Número de
Suicídios Suicídios
suicídios suicídios
(100.000 hab) (100.000 hab)
2005 1 6,44 5 12,91
2006 2 12,63 2 5,07
2007 1 6,2 5 12,46
2008 - - 3 7,04
2009 - - 3 6,91
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2013.

6.3.6.4 Transporte

O município de General Carneiro está localizado a 274 km de distância da


capital do Paraná (Curitiba), fazendo divisa com as cidades Bituruna, Porto Vitória,
Matos Costa e Macieira. As principais vias de acesso ao município são a BR-153,
BR-280.
Situado na divisa com o Estado de Santa Catarina, Palmas está
localizada a 368,58 km da capital, limitada pelas cidades de Bituruna, General
Carneiro, Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Aberlardo Luz (SC) e Passos
Maia (SC). As principais vias de acesso ao município são a PR-449, PR-280.

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No que se refere à infraestrutura de transporte, a população de General


Carneiro conta com serviço de transporte público realizado especialmente no
terminal rodoviário, localizado no centro da cidade. No município de Palmas não há
rodoviária.
Quanto à frota municipal, segundo dados do Departamento Nacional de
Trânsito – Denatran (Setembro/2015), se comparados, verifica-se que a cidade de
Palmas (19.850 veículos) possui aproximadamente 3,4 vezes mais veículos do que
a quantidade de existente na cidade de General Carneiro (5.803 veículos). A Tabela
6.3.22 apresenta as composições da frota municipal.
Em General Carneiro, conforme citado, há 5.803 veículos, dentre estes a
maior parte foram classificados como automóveis (3.457), caminhonetes (714) e
motocicletas (580). Nota-se que não há tratores registrados na cidade.
A mesma distribuição se verifica no município de Palmas, que registrou
um total de 19.850 veículos no ano de 2015 (levantamento do mês de setembro),
sendo automóveis (12.130), caminhonetes (2.281) e motocicletas (2.033).
Outra frota de destaque é a de caminhões, que registrou 440 caminhões
em General Carneiro e 992 no município de Palmas. Em ambos os municípios não
foram registrados nas categorias: bonde, chassi plataforma, quadriciclo e trator
esteira.

Tabela 6.3.22. Frota de veículos – Setembro/2015


QUANTIDADE
TIPO DE VEÍCULO
GENERAL CARNEIRO PALMAS
Automóvel 3.457 12.130
Bonde 0 0
Caminhão 440 992
Caminhão trator 53 321
Caminhonete 714 2.281
Camioneta 201 657
Chassi plataforma 0 0
Ciclomotor 1 7
Micro-ônibus 27 82
Motocicleta 580 2.033
Motoneta 110 368
Ônibus 80 111
Quadriciclo 0 0
Reboque 65 201
Semi-reboque 62 526
Side-car 0 2
Outros 2 1
Trator esteira 0 0
Trator rodas 0 3
 

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QUANTIDADE
TIPO DE VEÍCULO
GENERAL CARNEIRO PALMAS
Triciclo 0 5
Utilitário 11 130
TOTAL 5803 19850
Fonte: DENATRAN, 2015.

O município de Palmas conta ainda com um aeroporto (aeródromo)


municipal, inicialmente denominado Aeroporto São Sebastião, agora, Aeroporto
Dimorvan Carraro.
É utilizado por aeronaves privadas pertencentes a empresários do setor
industrial local e por compradores da produção palmense. Igualmente, tem servido à
organismos públicos de todas as esferas, bem como para transporte de pacientes
que vem para a Unidade de Terapia Intensiva do hospital local ou para
deslocamento para outros centros médicos, em situações de emergência. Na
década de 60 chegou a operar com voos comerciais regulares2.
Interditado de por vários itens a serem sanados, recentemente recebeu
completa reforma e reestruturação. Foram investidos recursos no recapeamento
asfáltico e sinalização em toda a pista de 1.100 de extensão por 23 de largura;
terraplanagem às margens e cabeceiras e aterros de segurança.
A ANAC alterou e renovou a licença de funcionamento do aeroporto,
interditado a aproximadamente quatro anos, através da Portaria nº 2144/SIA, de 10
de agosto de 2015 alterou e renovou a inscrição do aeródromo público de
Palmas/PR - São Sebastião (SSPS) no cadastro de aeródromos, com a validade de
10 (dez) anos3.
Apto a pousos e decolagens, o Aeroporto Dimorvan Carraro transforma-
se em uma ferramenta importante para o município, tendo em vista a possibilidade
de deslocamento rápido, inclusive para eventuais transportes médicos por exemplo.

6.3.7 Infraestrutura de Serviços

Infraestrutura consiste em um conjunto de elementos estruturais que


impulsiona o desenvolvimento socioeconômico de um determinado local. Neste

                                                            
2
 Fonte: http://www.rbj.com.br/sem‐categoria/anac‐autoriza‐funcionamento‐aeroporto‐de‐palmaspr‐
1431.html, acesso em 27/10/2015. 
3
 Fonte: http://erp.pmp.pr.gov.br/index.php?action=noticia&id=2282, acesso em 27/10/2015. 
 

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capítulo apresentam-se os principais serviços que compõem a infraestrutura, a


saber, meios de comunicação, condições de habitação, uso e ocupação do solo.

6.3.7.1 Meios de Comunicação

Segundo dados divulgados no Portal Objetivos do Milênio (ODM),


apresentados no Gráfico 6.3.8 para o ano de 2010, a proporção de moradores
urbanos com acesso a microcomputador em General Carneiro era de 30,4%; essa
proporção diminui para 16,5% se considerado o acesso a microcomputador com
internet. Em Palmas, a proporção de moradores urbanos com acesso a
microcomputador era de 33,4%; sendo reduzido para 25,1% se considerado o
acesso a microcomputador com internet.
Já no meio rural esse percentual cai substancialmente, visto que apenas
11,2% tinham acesso a microcomputador, sendo 2,1% com acesso a
microcomputador com internet. No meio rural, 10,1% tinham acesso a
microcomputador e 1,8% acesso a microcomputador com internet (ODM, 2010).

Gráfico 6.3.8. Proporção de moradores com acesso a microcomputador e internet (2010)

Proporção de moradores com acesso a microcomputador e internet (2010)
40,0%

35,0% 33,4%
30,4%
30,0%
25,1%
25,0%

20,0%
16,5%
15,0%
11,2% 10,1%
10,0%

5,0% 2,1% 1,8%


0,0%
Urbano Rural Urbano Rural
General Carneiro Palmas

Microcomputador Microcomputador (com acesso a internet)

Fonte: IBGE - Censo Demográfico. Extraído de Portal ODM (2010).

No que se refere à telefonia móvel, a proporção de moradores com


acesso a telefone celular, em 2010, em General Carneiro no meio urbano, era de
 

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88,7%; no meio rural, 77,9%. Em Palmas o acesso a telefone celular é menor, sendo
registrado 85,2% no meio urbano e 53,2% no meio rural (ODM, 2010).
O correio é considerado um dos mais antigos meios de comunicação e,
logicamente, não ficaram indiferentes às mudanças, passando a remodelar sua
estrutura e também atualizar a sua capacidade técnica de atender à necessidade de
comunicação. Em General Carneiro existem atualmente duas agências de correio,
um própria e outra comunitária, enquanto que em Palmas apenas uma própria,
conforme Tabela 6.3.23.

Tabela 6.3.23. Agências de Correio


Número
Agências
General Carneiro Palmas
Agências de Correio (Próprias) 1 1
Agências de Correio comunitária 1 -
Fonte: ECT. Extraído de IPARDES, 2015.

Segundo a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), a partir


dos dados disponíveis no IPARDES (2015), a cidade de Palmas é bem servida de
emissoras de rádio (3) e emissoras de televisão digital (4), enquanto que no
município de General Carneiro há apenas uma de cada (ver Tabela 6.3.24).

Tabela 6.3.24. Emissoras


Número
Emissoras
General Carneiro Palmas
Rádio 1 3
Televisão digital 1 4
Fonte: ANATEL. Extraído de IPARDES, 2015.

6.3.7.2 Condições de Habitação

Quanto às condições de habitação nos municípios localizados na área de


influência do empreendimento são analisados os aspectos relativos a serviços de
saneamento básico, a saber abastecimento de água, esgotamento sanitário e
manejo de resíduos sólidos. São analisadas também as condições de acesso à
energia.

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6.3.7.2.1 Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

O acesso à água de boa qualidade e em quantidade adequada está


diretamente ligado à saúde da população, contribuindo para reduzir a ocorrência de
diversas doenças. Logo, em termos de qualidade de vida, a oferta de saneamento
básico é fundamental, uma vez que sua ausência acarreta poluição dos recursos
hídricos, trazendo prejuízo à saúde da população, sobretudo no aumento da
mortalidade infantil (PNSB, 2008).
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
(PNSB) realizada em 2008, a maior parte dos municípios brasileiros (87,2%)
distribuía a água totalmente tratada. No entanto, há que se registrar que em 6,2% a
água era apenas parcialmente tratada e, em 6,6%, não tinha nenhum tratamento.
Em 2000, os municípios onde não se realizava nenhum tipo de tratamento na água
representavam 18,1% do País.
Em se tratando do serviço de esgotamento sanitário, segundo a PNSB
2008, pouco mais da metade dos municípios brasileiros (55,2%) tinham o serviço por
rede coletora, que é o sistema apropriado, marca pouco superior à observada na
pesquisa anterior, realizada em 2000, que registrava 52,2%. Em 2008, a proporção
de municípios com rede de coleta de esgoto foi bem inferior à de municípios com
rede geral de distribuição de água (99,4%), manejo de resíduos sólidos (100,0%) e
manejos de águas pluviais (94,5%).
Ressalta-se que a estatística de acesso à rede coletora de esgoto se
refere apenas à existência do serviço no município, sem considerar a extensão da
rede, a qualidade do atendimento, o número de domicílios atendidos, ou o
tratamento do esgoto após sua coleta.
No recorte por Unidade da Federação, o estado do Paraná se situa no
patamar de quase metade dos domicílios atendidos pelo serviço de esgotamento
sanitário (46,3%), marca acima da média nacional (44,0%).
Com relação aos municípios, General Carneiro registrou um total de 3.430
economias abastecidas, sendo 2.795 economias ativas abastecidas residenciais,
contra 11.390 registradas no município de Palmas (destas, 10.482 economias ativas
abastecidas residenciais), ver Tabela 6.3.25 e Tabela 6.3.26.

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Tabela 6.3.25. Saneamento básico - General Carneiro


Descrição Quantidade Unidade
Número de economias abastecidas, de economias ativas abastecidas e
3.430 unidades
de domicílios - Número de economias abastecidas
Número de economias abastecidas, de economias ativas abastecidas e
2.795 unidades
de domicílios - Número de economias ativas abastecidas residenciais
Volume de água tratada distribuída por dia - Existência e tipo de
1.440 m³
tratamento da água - Convencional
Volume de água tratada distribuída por dia - Existência e tipo de
26 m³
tratamento da água - Não-Convencional
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico 2008.

Tabela 6.3.26. Saneamento básico - Palmas


Descrição Quantidade Unidade
Número de economias abastecidas, de economias ativas abastecidas e de
11.390 unidades
domicílios - Número de economias abastecidas
Número de economias abastecidas, de economias ativas abastecidas e de
10.482 unidades
domicílios - Número de economias ativas abastecidas residenciais
Volume de água tratada distribuída por dia - Existência e tipo de tratamento
5.300 m³
da água - Convencional
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico 2008.

Conforme pode ser visualizado na Tabela 6.3.27, tem-se verificado uma


melhora nas condições de acesso a água ao longo dos últimos anos.

Tabela 6.3.27. Indicadores – Água e Esgoto


Palmas General Carneiro
Indicadores
1991 2000 2010 1991 2000 2010
% da população em domicílios com
58,95 76,02 88,33 45,05 67,67 85,82
banheiro e água encanada
% da população em domicílios com
73,02 88,13 98,52 70,04 91,23 95,06
água encanada
Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

A responsabilidade pela distribuição e tratamento de água no Estado do


Paraná é da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), logo, responsável
pelo atendimento nos municípios de General Carneiro e Palmas.
Em General Carneiro, segundo informado pela Companhia, a rede de
abastecimento de água tratada da Sanepar está disponível para 100% da população
urbana, ou seja, a população da área rural não é provida integralmente pela
companhia.
Para o abastecimento de água da cidade, a água é captada do rio
Avestruz situada na bacia hidrográfica do rio Iguaçu e de um poço tubular profundo

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no aquífero Guarani, e distribuída através da rede geral de distribuição na área


urbana. A bacia do rio Avestruz apresenta predomínio de ocupação rural, porém
localmente com áreas urbanas. Com relação ao tratamento de esgoto, o percentual
de moradores urbanos com acesso à rede de esgoto adequada (rede geral ou fossa
séptica) é de 50%. A rede vem sendo ampliada para atender ainda mais a
população, com previsão de atendimento de cerca de 70% das residências de toda a
cidade com esgoto tratado, em função de um novo contrato a partir de 20164.
Em análise dos dados do Ministério da Saúde, através do Sistema de
Informação de Atenção Básica (SIAB), disponibilizados pelo Datasus (referente ao
mês de setembro/2015), constata-se que mais de 80% da população é abastecida
por meio da rede pública, em Palmas esse número chega a 95%. O abastecimento
de água pode ser realizado também por poço/nascente ou outros.

Tabela 6.3.28. Abastecimento de Água


Número de
Rede pública Poço/ nascente Outros
famílias
General Carneiro 987 821 166 -
Palmas 5.034 4.800 223 11
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB), 2015.

Uma realidade bastante diferente nos municípios analisados é quanto ao


tratamento da água. Enquanto que no município de General Carneiro a maior parte
da água (65,04%, em números absolutos 642 famílias) passa pelo processo de
filtração (água filtrada), em Palmas 90,58% (4.560 famílias) da água não recebe
nenhum tipo de tratamento antes de ser distribuída à população (Tabela 6.3.29).

Tabela 6.3.29. Tratamento de Água

Número de Água Água Água Sem


famílias Filtrada Fervida Clorada Tratamento

General Carneiro 987 642 6 178 161

Palmas 5.034 341 106 27 4.560


Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB), 2015.

                                                            
4
 
http://www.generalcarneiro.pr.gov.br/53/Noticias/GeneralCarneiroJaContaComCercaDe50DaRedeDe
Esgoto_94966/, acesso em 29/10/2015. 
 

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O levantamento do Ministério da Saúde apontou ainda que no município


de General Carneiro o tratamento utilizado para esgoto é a fossa séptica (93,72%,
em números absolutos 925 famílias) e o restante lançado a céu aberto (6,28%).
Esse levantamento realizado diverge do apresentado pela prefeitura municipal e
pela companhia de saneamento (Sanepar), que 50% da população era provida de
tratamento de esgoto.
Em Palmas, a maior parte do esgoto é tratado, sendo 46,54% rede de
esgoto e 51,49%. O restante 1,97% é lançado a céu aberto.

Tabela 6.3.30. Tratamento de Esgoto

Número de
Município Esgoto Fossa Céu aberto
famílias

General Carneiro 987 - 925 62


Palmas 5.034 2.343 2.592 99
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB), 2015.

6.3.7.2.2 Resíduos

Todo resíduo gerado deve ter uma destinação ambientalmente correta,


sendo ele orgânico ou inorgânico. A partir da publicação da lei de Saneamento
Básico (Lei Federal nº 11.445/2007) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
Federal nº 12.305/2010) os municípios têm se esforçado para se adequar ao que
preconiza a legislação.
A coleta dos resíduos gerados nos municípios de General Carneiro e
Palmas é realizada pelas respectivas prefeituras municipais (Prefeitura Municipal de
General Carneiro –PMGC e Prefeitura Municipal de Palmas, Divisão de Meio
Ambiente - DMA), e no caso de Palmas, também por agentes privados. A coleta é
realizada nas áreas urbanas e também na zona rural. É importante destacar também
que ambos os municípios operam programas de coleta seletiva, garantindo a
recuperação de materiais recicláveis.
A Tabela 6.3.31 apresenta o percentual da população em domicílios com
coleta de lixo nos municípios de Palmas e General Carneiro. Verifica-se a melhora
do serviço prestado pelas prefeituras municipais ao longo dos últimos anos (1991-
2010).

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Tabela 6.3.31. Indicadores – Coleta de Lixo


Palmas General Carneiro
Indicadores 1991 2000 2010 1991 2000 2010
% da população em domicílios com
72,64 86,92 98,40 71,69 94,46 98,20
coleta de lixo(1)
Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013. (1)Somente para população urbana.

Em Palmas o percentual da população atendida passou de 72,64% em


1991 para 98,40% em 2010. Em General Carneiro observou-se também uma
melhora expressiva, passando de 71,69% (1991) para 98,20% (2010).
Segundo dados da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
(SNSA), vinculada ao Ministério das Cidades, disponíveis no Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento (SNIS, 2013), a população total atendida no
município de General Carneiro é de 10.500 habitantes, com um total de 4.000,00
toneladas/ano, incluindo RDO (Resíduos Sólidos Domiciliares) e RPU (Resíduos
Sólidos Públicos), todas coletadas por agentes públicos. Em Palmas, 43.955
habitantes são atendidos pelo serviço de coleta de resíduos, sendo a maior parte
(9.125,00) coletada pelos agentes privados, de um total de 10.125,00 toneladas/ano
no município.

Tabela 6.3.32. População atendida e quantidade coletada – Coleta de Resíduos

Descrição General Carneiro Palmas

População urbana atendida no município, abrangendo o


7.000 42.955
distrito-sede e localidades (Habitantes)
População total atendida no município (Habitantes) 10.500 43.955
Quantidade de RDO e RPU coletada pelo agente público
4.000 1.000
(Tonelada/ano)
Quantidade de RDO e RPU coletada pelos agentes
0 9.125
privados (Tonelada/ano)
Quantidade total de RDO e RPU coletada por todos os
4.000 10.125
agentes (Tonelada/ano)
Quantidade total de materiais recicláveis recuperados
2 245
(Toneladas/Ano)
Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2013.

A Tabela 6.3.33 apresenta as taxas de cobertura do serviço de coleta de


resíduos, terceirização da coleta e recuperação de materiais recicláveis registradas
nos municípios de General Carneiro e Palmas. Pode-se verificar que a taxa de
cobertura do serviço de coleta domiciliar direta (porta-a-porta) da população urbana
do município de General Carneiro é de 50,88%, enquanto que em Palmas chega a
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       321 
   

     

100%. Há de se destacar que em Palmas 90,12% do serviço de coleta – RDO


(Resíduos Sólidos Domiciliares) + RPU (Resíduos Sólidos Públicos) são coletados
por empresa terceirizada (SNIS, 2013).
Embora contem com um bom serviço de coleta, especialmente quanto
aos Resíduos Sólidos Domiciliares, a taxa de recuperação de materiais recicláveis
(exceto matéria orgânica e rejeitos) em relação à quantidade total (RDO + RPU)
coletada ainda é ínfima, a saber, 0,05% em General Carneiro e 2,42% em Palmas
(SNIS, 2013).

Tabela 6.3.33. Taxas de Serviços de Coleta de Resíduos

Descrição General Carneiro Palmas

Taxa de cobertura do serviço de coleta domiciliar direta


50,88 100
(porta-a-porta) da população urbana do município (%)

Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em


74,79 94,95
relação à população total do município (%)

Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em


71,23 100
relação à população urbana (%)

Taxa de terceirização do serviço de coleta de (RDO +


0 90,12
RPU) em relação à quantidade coletada (%)

Taxa de cobertura do serviço de coleta seletiva porta-a-


81,4 100
porta em relação à população urbana do município (%)

Taxa de recuperação de materiais recicláveis (exceto


matéria orgânica e rejeitos) em relação à quantidade 0,05 2,42
total (RDO + RPU) coletada (%)
Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2013.

Quanto à frequência da coleta, o levantamento do SNIS (2013) apontou


que metade da população de General Carneiro é atendida diariamente com o
serviço de coleta de lixo. Em Palmas, a maior parte da população (65%) é atendida
com frequência de 2 ou 3 vezes por semana, conforme detalhes da Tabela 6.3.34.
 

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Tabela 6.3.34. Frequência da coleta

Descrição General Carneiro Palmas

Percentual da população atendida com frequência diária


50 30
(%)

Percentual da população atendida com frequência de 2


30 65
ou 3 vezes por semana (%)

Percentual da população atendida com frequência de 1


20 5
vez por semana (%)

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2013.

6.3.7.2.3 Energia Elétrica

O abastecimento de energia elétrica nos municípios que compõe a áreas


de influência do empreendimento é feito pela COPEL.
Segundo dados da própria Companhia (IPARDES, 2015), no município de
General Carneiro foi registrado o consumo de 17.569 MWh no ano de 2014, sendo o
maior consumo referente ao Setor secundário (indústria) (4.993MWh), seguido do
uso residencial (4.993MWh), atendendo a 3.285 consumidores. Na categoria rural,
594 consumidores são atendidos, gerando um consumo de 1.602 MWh.
Em Palmas, o consumo total registrado no ano de 2014 foi de 118.744
MWh, com o atendimento de 14.342 consumidores. Assim como em General
Carneiro, o maior consumo é registrado pela categoria do Setor Secundário
(Indústria) (22.127MWh), e nesse caso seguido do setor comercial (25.144MWh). O
consumo residencial figura em terceiro lugar com um consumo de 22.127 MWh e
12.212 consumidores (IPARDES, 2015).
É importante destacar que embora o número de consumidores no setor
secundário (indústria) e setor comercial seja menor que na categoria residencial o
consumo a eles associado é significativamente superior, dadas as características de
uso em cada uma das categorias citadas.
 

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Tabela 6.3.35. Consumo e número de consumidores de energia elétrica (2014)


General Carneiro Palmas
Categorias Consumo
Consumo (MWh) Consumidores Consumidores
(MWh)

Residencial 4.993 3.285 22.127 12.212

Setor secundário
6.207 89 39.906 175
(Indústria)

Setor comercial 2.974 263 25.144 960

Rural 1.602 594 4.033 787

Outras classes(1) 1.794 128 7.026 207

Consumo livre (na


indústria) (uso do - - 20.507 1
sistema)(2)

TOTAL 17.569 4.359 118.744 14.342


Fonte: COPEL, Concessionárias – CPFL, COCEL, FORCEL, CFLO e CELESC. Extraído de
IPARDES, 2015.
(1)
Inclui as categorias: poder público, iluminação pública, serviços e própria.
(2)
Refere-se ao consumo de energia elétrica da autoprodução da indústria. Inclui os consumidores
atendidos por outro fornecedor de energia e os que possuem parcela de carga atendida pela COPEL
Distribuição e a outra parcela por outro fornecedor.

Conforme pode ser visualizado na Tabela 6.3.36, tem-se verificado uma


melhora nas condições de habitação ao longo dos últimos anos. Os indicadores
apresentados serão detalhados nos itens a seguir.
 

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Tabela 6.3.36. Indicadores – Energia Elétrica


Palmas General Carneiro
Indicadores
1991 2000 2010 1991 2000 2010
% da população em domicílios com
89,61 97,45 99,23 73,99 93,70 97,77
energia elétrica
Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Extraído de Atlas do Brasil, 2013.

O município de Palmas conta ainda com uma usina eólio-elétrica, uma


usina eólica conectada ao sistema elétrico integrado. A Usina Eólio-Elétrica de
Palmas, Figura 6.3.9, é composta por cinco aerogeradores de 500 kW cada,
totalizando 2,5 MW de potência instalada. Situada na região de Horizonte, no
Município de Palmas, ao sul do Estado do Paraná, a usina foi a primeira eólica da
região sul do Brasil (COPEL, 2014).

Figura 6.3.9. Usina Eólio-Elétrica de Palmas

Fonte: COPEL, 2014.

Implantada pela Centrais Eólicas do Paraná, da qual a Copel participava,


inicialmente, com 30%, a usina entrou em operação em fevereiro de 1999. Em 2008
a Copel adquiriu 100% do controle dessa Empresa. A Usina de Palmas passou
efetivamente a fazer parte do parque gerador da Copel, em janeiro de 2012, ocasião
em que a ANEEL aprovou a reversão da concessão para a Copel Geração S.A
(COPEL, 2014).

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6.3.8 Uso e Ocupação do Solo

Neste item são analisadas as classes de ocupação do solo na área de


influência direta da CGH São Bento, além de aspectos relativos ao uso e ocupação
do solo nos municípios de General Carneiro e Palmas referentes à estrutura
fundiária e produção.
A área de influência direta da CGH São Bento está classificada em seis
tipos distintos de classes de ocupação do solo. Além dos corpos de água extensos,
há regiões antropizadas, regiões de reflorestamento e Florestas Ombrófila Mista com
baixa, média e alta conservação.
O mapa utilizado para a classificação de uso e ocupação do solo foi
realizado pela IGPlan em parceria com a EPPenergia e Brookfield, na escala de
1:250.000, disponível para download no site do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
 

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Figura 6.3.10. Mapa de uso e ocupação do solo da área de influência direta da CGH São Bento

Fonte: IGPlan, EPPenergia e Brookfield, modificado por Index Ambiental, 2015.

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6.3.8.1 Estrutura Fundiária

A estrutura fundiária faz referência à organização do espaço agrário, ou


seja, ao modo como as propriedades rurais estão dispersas pelo território e seus
respectivos tamanhos, de modo a compreender as desigualdades que acontecem no
meio rural, o que interfere diretamente na quantidade de postos de trabalho, valor de
salários e, automaticamente, nas condições de trabalho e o modo de vida dos
trabalhadores rurais.
Segundo dados do IBGE (2006), há ao todo 640 estabelecimentos
agropecuários em General Carneiro. Dentre estes, a maior parte possui como
atividade a pecuária e criação de outros animais (258), a lavoura temporária (147) e
a produção florestal (140). A mesma distribuição é observada no município de
Palmas, pecuária e criação de outros animais (312), lavoura temporária (172) e
produção florestal (115), incluindo outras atividades, totalizando 723
estabelecimentos.
O que se destaca nos municípios analisados é o tamanho das áreas
utilizadas para os estabelecimentos agropecuários. Em General Carneiro são
utilizados 58.508 hectares, com o maior uso na produção de florestas plantadas
(34.536 ha). Por sua vez, em Palmas, 117.005 hectares são utilizados nas
atividades agropecuárias, sendo 58.097 ha utilizados para a pecuária e criação de
outros animais e 31.466 na lavoura temporária, conforme apresentado na Tabela
6.3.37.

Tabela 6.3.37. Estabelecimentos agropecuários e área (2006)5


General Carneiro Palmas
Atividades econômicas Estabelecimento Área Estabelecimento Área
s (ha) s (ha)

Lavoura temporária 147 7.744 172 31.466

Horticultura e floricultura 69 2.683 47 2.334

                                                            
5
NOTA: A soma das parcelas da área, não corresponde ao total porque os dados das
Unidades Territoriais com menos de três informantes estão desindentificados com o caracter 'x'.
Dados revisados e alterados após divulgação da 2ª Apuração do Censo Agropecuário 2006, em
outubro de 2012.
 

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General Carneiro Palmas


Atividades econômicas Estabelecimento Área Estabelecimento Área
s (ha) s (ha)

Lavoura permanente 10 436 52 7.455

Pecuária e criação de outros animais 258 12.064 312 58.097

Produção florestal de florestas


140 34.536 115 15.506
plantadas

Produção florestal de florestas nativas 12 922 21 1.905

Aquicultura 4 123 4 241

117.00
TOTAL 640 58.508 723
5
Fonte: IBGE, 2006 – Censo Agropecuário. Extraído de IPARDES, 2015.

6.3.8.2 Produção

Com base no levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2013, sobre a


Produção Agrícola Municipal, os municípios de General Carneiro e Palmas tem
como destaque nas lavouras temporárias o milho e soja, já na lavoura permanente,
em ambos os municípios está entre os principais cultivos a erva-mate (que em
Palmas está abaixo somente da produção de maçã), conforme detalhados a seguir.
Na agricultura, conforme dados do IBGE (2013) o município de General
Carneiro os cultivos com maior área de lavoura temporária são milho (1.800 ha) e
soja (800 ha), que proporcionalmente tiveram a maior quantidade produzida e os
maiores valores de produção. Outras culturas como feijão e arroz também tiveram
alta produção, conforme apresentado na Tabela 6.3.38.

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       329 
   

     

Tabela 6.3.38. Produção Agrícola (Lavoura temporária) – General Carneiro

Rendimento
Quantidade Valor da
Área colhida médio da
Lavoura temporária produzida produção (mil
(hectares) produção
(toneladas) reais)
(kg/hectare)
Alho
1 3 3.000 12
Amendoim (em casca)
3 3 1.000 6
Arroz (em casca)
100 198 1.980 127
Batata-doce
20 220 11.000 165
Cebola
2 24 12.000 19
Feijão (em grão)
200 260 1.300 518
Mandioca
10 170 17.000 125
Melancia
6 114 19.000 56
Milho (em grão)
1.800 10.800 6.000 3.676
Soja (em grão)
800 1.920 2.400 1.719
Tomate
1 45 45.000 90
Trigo (em grão)
50 50 2.000 68
TOTAL
2.993 13.807 121.680 6.581
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.

No que se refere à lavoura permanente, 5.024 hectares são destinados a


este tipo de lavoura, que tem como principais cultivos a erva-mate (5.000 ha) e a uva
(16 ha), logo, os mais produtivos e mais rentáveis, visto que renderam 10.450 mil
reais e 80 mil reais, respectivamente (IBGE, 2013). Para detalhes sobre outros
cultivos ver Tabela 6.3.39.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       330 
   

     

Tabela 6.3.39. Produção Agrícola (Lavoura permanente) – General Carneiro

Rendimento
Quantidade Valor da
Área colhida médio da
Lavoura permanente produzida produção (mil
(hectares) produção
(toneladas) reais)
(kg/hectare)

Caqui 1 9 9.000 10

Erva-mate (folha verde) 5.000 19.000 3.800 10.450

Figo 1 6 6.000 12

Laranja 1 5 5.000 5

Limão 1 8 8.000 6

Pera 1 9 9.000 13

Pêssego 2 12 6.000 14

Tangerina 1 7 7.000 7

Uva 16 80 5.000 80

TOTAL 5024 19.136 58.800 10.597


Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.

No que se refere à pecuária, considerando o efetivo dos rebanhos,


conforme o Gráfico 6.3.9 a seguir, as principais criações são de aves (15.960
cabeças de galinhas e 26.960 galos, frangas e pintos). A pecuária bovina também é
expressiva na cidade, que registrou 12.800 cabeças de gado, no ano de 2014.
 

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       331 
   

     

Gráfico 6.3.9. Pecuária – General Carneiro

Pecuária (2014) ‐ General Carneiro

Codornas 0

Galinhas 15.960

Galináceos 26.960

Ovino 2.098

Caprino 350

Suíno (matrizes) 215

Suíno (total) 1.680

Bubalino 55

Equino 715

Bovino 12.800

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000

Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2014. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.

Por sua vez, em se tratando lavoura temporária, 31.012 hectares são


destinados a este tipo de lavoura no município de Palmas, sendo os cultivos com
maior área de lavoura soja (25.000ha) e milho (3.500ha), que proporcionalmente
tiveram a maior quantidade produzida e os maiores valores de produção; destaca-se
também a produção de batata-inglesa (1.000ha) (IBGE, 2013). Outras culturas como
trigo e feijão também tiveram alta produção, conforme apresentado na Tabela
6.3.40.

Tabela 6.3.40. Produção Agrícola (Lavoura temporária) – Palmas

Rendimento
Quantidade Valor da
Área colhida médio da
Lavoura temporária produzida produção (mil
(hectares) produção
(toneladas) reais)
(kg/hectare)

Amendoim (em casca) 2 2 1.000 2

Arroz (em casca) 5 10 2.000 7

Aveia 50 125 2.500 56

Batata-doce 10 100 10.000 80

Batata-inglesa 1.000 32.405 32.405 35.214

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       332 
   

     

Rendimento
Quantidade Valor da
Área colhida médio da
Lavoura temporária produzida produção (mil
(hectares) produção
(toneladas) reais)
(kg/hectare)

Cebola 2 16 8.000 13

Feijão (em grão) 530 935 1.764 2.290

Mandioca 10 200 20.000 20

Milho (em grão) 3.500 33.250 9.500 11.809

Soja (em grão) 25.000 72.500 2.900 62.241

Tomate 3 210 70.000 252

Trigo (em grão) 850 3.400 4.000 2.397

Triticale (em grão) 50 125 2.500 44

TOTAL 31.012 143.278 166.569 114.425


Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.

No que se refere à lavoura permanente, os principais cultivos são a maçã


(409ha) e a erva-mate (60 ha), logo, os mais produtivos e mais rentáveis, visto que
renderam 16.555 mil reais e 275 mil reais, respectivamente (IBGE, 2013). Os demais
cultivos são detalhados na Tabela 6.3.41. Verifica-se que se comparado ao
município de General Carneiro, embora figure entre os principais cultivos, a
produção de erva-mate está bem aquém quando comparado com aquele (5.000ha).

Tabela 6.3.41. Produção Agrícola (Lavoura permanente) – Palmas

Rendimento
Quantidade Valor da
Área colhida médio da
Lavoura permanente produzida produção (mil
(hectares) produção
(toneladas) reais)
(kg/hectare)

Caqui 3 21 7.000 21

Erva-mate (folha verde) 60 450 7.500 275

Limão 1 7 7.000 5

Maçã 409 11.285 27.592 16.555

Uva 2 20 10.000 56

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Rendimento
Quantidade Valor da
Área colhida médio da
Lavoura permanente produzida produção (mil
(hectares) produção
(toneladas) reais)
(kg/hectare)

TOTAL 475 11.783 59.092 16.912


Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2013. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.

Por fim, no que diz respeito à pecuária, considerando o efetivo dos


rebanhos, as principais criações são de aves (4.400 cabeças de galinhas e 75.200
galináceos – galos, frangas e pintos). A pecuária bovina também é expressiva na
cidade, que registrou 25.759 cabeças de gado, no ano de 2014 (ver Gráfico 6.3.10).

Gráfico 6.3.10. Pecuária – Palmas

Pecuária (2014) ‐ Palmas

Codornas 88

Galinhas 4.400

Galináceos 75.200

Ovino 5.100

Caprino 590

Suíno (matrizes) 300

Suíno (total) 1.300

Bubalino 110

Equino 1.150

Bovino 25.759

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000

Fonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2014. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.

6.3.8.3 Atividades Econômicas

Neste item são apresentados os aspectos relativos às atividades


econômicas nos municípios de General Carneiro e Palmas.
As informações disponibilizadas pelo IBGE referentes ao Censo
Demográfico 2010, consideraram como rendimento mensal domiciliar per capita a
divisão do rendimento mensal domiciliar pelo número de moradores da unidade

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domiciliar, exclusive aqueles cuja condição na unidade domiciliar fosse pensionista,


empregado doméstico ou parente do empregado doméstico.
Considerou-se ainda domicílio particular como a moradia onde o
relacionamento entre seus ocupantes é ditado por laços de parentesco, de
dependência doméstica ou por normas de convivência; e domicílio particular
permanente aquele domicílio que foi construído a fim de servir exclusivamente para
habitação e, na data de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou
mais pessoas.

Tabela 6.3.42. Rendimento nominal

Valor (reais)
Rendimento nominal
General
Palmas
Carneiro
Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos
262,50 186,67
domicílios particulares permanentes - Rural
Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos
350,00 420,00
domicílios particulares permanentes - Urbana
Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios
particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação 1.240,32 902,69
do domicílio - Rural
Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios
particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação 1.615,66 2.157,61
do domicílio - Urbana
Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

No que se refere às atividades econômicas nos municípios estudados,


apresenta-se na Tabela 6.3.43 o total das atividades econômicas relativo a soma
dos grandes setores: Indústria; Construção Civil; Comércio; Serviços; Agropecuária;
e Atividade não Especificada ou Classificada, conforme setores e subsetores do
IBGE:
i. Indústria: extração de minerais; transformação; serviços industriais de
utilidade pública.
ii. Transformação: produtos minerais não metálicos; metalúrgica; mecânica;
material elétrico e comunicações; material de transporte; madeira e do
mobiliário; papel, papelão, editorial e gráfica; borracha, fumo, couros, peles e
produtos similares e indústria diversa; química, produtos farmacêuticos,
veterinários, perfumaria, sabões, velas e matérias plásticas; têxtil, vestuário e
artefatos de tecidos; calçados e produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico.
 

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iii. Comércio: varejista; atacadista.


iv. Serviços: instituições de crédito, seguros e capitalização; administradoras de
imóveis, valores mobiliários, serviços técnicos profissionais, aux atividade
econômica; transporte e comunicações; serviços de alojamento, alimentação,
reparo, manutenção, radiodifusão e televisão; serviços médicos,
odontológicos e veterinários; ensino; administração pública direta e indireta.

Tabela 6.3.43. Número de estabelecimentos e empregos segundo as atividades econômicas


(2014)

Palmas General Carneiro


Atividades econômicas
Estabelecimentos Empregos Estabelecimentos Empregos

INDÚSTRIA 109 2.738 59 422

Extração de minerais - - 1 -

Indústria de transformação 107 2.736 58 422

Indústria de produtos minerais


6 65 1 -
não metálicos

Indústria metalúrgica 14 432 1 -

Indústria mecânica 6 13 1 2

Indústria do material elétrico e


2 7 - -
de comunicações
Indústria do material de
- - - -
transporte
Indústria da madeira e do
30 1.005 36 183
mobiliário
Indústria do papel, papelão,
9 410 6 96
editorial e gráfica
Indústria da borracha, fumo,
couros, peles e produtos 4 7 1 47
similares e indústria diversa
Indústria química, de produtos
farmacêuticos, veterinários, de
3 76 1 1
perfumaria, sabões, velas e
matérias plásticas
Indústria têxtil, do vestuário e
9 17 2 2
artefatos de tecidos

Indústria de calçados - - 1 16
Indústria de produtos
alimentícios, de bebida e álcool 24 704 8 75
etílico

Euclides Bandeira, 1635 ‐ Centro Cívico ‐ Curitiba ‐ PR ‐ 80530‐020 ‐ 41‐ 3015‐4525                       336 
   

     

Palmas General Carneiro


Atividades econômicas
Estabelecimentos Empregos Estabelecimentos Empregos

Serviços industriais de utilidade


2 2 - -
pública

CONSTRUÇÃO CIVIL 49 504 11 61

COMÉRCIO 416 2.085 142 555

Comércio varejista 378 1.880 129 495

Comércio atacadista 38 205 13 60

SERVIÇOS 303 2.929 81 798

Instituições de crédito, seguros


9 67 3 11
e de capitalização
Administradoras de imóveis,
valores mobiliários, serviços
58 580 11 37
técnicos profissionais, auxiliar
de atividade econômica
Transporte e comunicações 59 265 28 98
Serviços de alojamento,
alimentação, reparo,
105 420 32 110
manutenção, radiodifusão e
televisão
Serviços médicos,
50 175 4 71
odontológicos e veterinários

Ensino 16 285 1 5

Administração pública direta e


6 1.137 2 466
indireta
AGROPECUÁRIA (agricultura,
silvicultura, criação de animais, 285 2.535 69 325
extração vegetal e pesca)
ATIVIDADE NÃO
ESPECIFICADA OU - - - -
CLASSIFICADA
TOTAL 1.162 10.791 362 2.161
Fonte: IPARDES, 2015 - FONTE: MTE/RAIS NOTA: Posição em 31 de dezembro.

6.3.8.3.1 Comunidades/Assentamentos

Segundo levantamento realizado na Análise Ambiental Integrada – AAI da


Bacia do Rio Iratim (IGPlan, 2009), a região banhada pelo rio Iratim apresenta uma

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população urbana de 110.000 habitantes, similar à maioria dos municípios com


densidade populacional menor que 30 hab/km2.
Na bacia do rio Iratim as principais atividades econômicas estão
relacionadas à exploração dos recursos e potencialidades das terras compreendidas
na bacia hidrográfica, o comércio e as finanças municipais.
As propriedades rurais são minifúndios que utilizam apenas 12% da área
rural da bacia do rio. Os latifúndios de exploração representam 28% das
propriedades e ocupam mais de 50% da área rural da bacia. A pecuária é voltada à
criação de suínos e aves de corte, com algumas cooperativas dedicadas à produção
e comercialização (IGPlan, 2009).
As madeireiras de desdobramento de madeira compreendem 20% do
total de estabelecimentos que consomem mais de 25% da energia elétrica destinada
ao setor industrial na região.
Há razoável potencial para exploração das rochas basálticas e de outros
recursos minerais como a água mineral e hidrotermal do arenito Botucatu, que
ocorre interligado aos derrames basálticos.
A Análise Ambiental Integrada – AAI da Bacia do Rio Iratim (IGPlan,
2009) realizada na bacia do rio Iratim identificou, segundo dados da FAEP -
Federação de Agricultura do Estado do Paraná, que General Carneiro abrange três
PA’s (Projetos de Assentamento), com capacidade total de 150 famílias: 60 em
Colina Verde, 70 em Recanto Bonito e 20 em Rio Catequese; o município não
possui assentamentos cadastrados como pertencentes a mais uma cidade.

Tabela 6.3.44. Assentamentos da reforma agrária instalados no município de General Carneiro

Assentamento Área (ha) Capacidade famílias Data de Criação

PA Colina Verde 1.784,60 60 14/10/97

PA Recanto Bonito 1.300,63 70 08/10/99

PA Rio Catequese 416,54 20 20/12/00

Fonte: FAEP, extraído de IGPlan, 2009.

As informações sobre as comunidades mapeadas na Análise Ambiental


Integrada – AAI são apresentadas a seguir:
 

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a) Assentamento Colina Verde


Há 13 anos ocorreu a ocupação, por 80 famílias da região, de uma
fazenda abandonada.
Permaneceram acampados na fazenda por 3 anos, até que o INCRA
iniciou o processo de regularização da área. Foram assentadas efetivamente 59
famílias, em terrenos que variam entre 8 e 24 hectares. A renda monetária é
proveniente de trabalhos temporários em fazendas do entorno (conhecido como
“diárias” ou “empreitadas”). Essa renda é complementada com lavoura de
subsistência: milho, feijão e mandioca.
A maior parte das crianças em idade escolar frequenta a escola da
comunidade Iratim, embora a comunidade possua uma pequena escola multiseriada,
atendendo alguns alunos.
Para tratamento de saúde procuram a sede de General Carneiro. Há um
pequeno posto de saúde na comunidade que recebe médicos e profissionais do PSF
(Programa de Saúde da Família) uma vez por mês.
As propriedades são abastecidas com água de nascentes e só tiveram
ligação de energia elétrica há 3 anos, pelo programa Luz para Todos.

b) PA Recanto Bonito
A área foi ocupada em 1999, sendo iniciado seu processo de
regularização quatro meses mais tarde. Inicialmente a ocupação foi feita por 43
famílias provenientes do norte do Paraná. Entretanto, houve negociação com o
poder público para que os lotes também fossem concedidos para famílias do
município de General Carneiro. No final, dos 70 lotes do Assentamento, 35 foram
destinados a parte dos ocupantes originais e 35 a famílias de agricultores do
município.
A escola do assentamento atende até a quarta série. Os alunos que
frequentam as séries subsequentes são encaminhados para a comunidade do
Iratim. O atendimento à saúde é realizado inicialmente num posto improvisado. Mas
grande parte dos que necessitam de cuidados médicos vai para a sede de General
Carneiro.A economia do assentamento gira em torno da produção de carvão
vegetal, leite e grãos. A produção de leite é armazenada inicialmente em

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resfriadores na comunidade e o destino final da produção é o laticínio de Porto


Vitória.
Já a cidade de Palmas, segundo a Análise Ambiental Integrada – AAI,
foram contabilizados seis assentamentos: PA Bom Retiro / Butiá; PA Cruzeiro do
Sul; PA Margem do Iratim, PA Paraíso do Sul, PA São Lourenço e PA 27 de
Outubro, lembrando que Bom Retiro / Butiá figura também em Coronel Domingos
Soares, e 27 de Outubro, na relação de assentamentos de Bituruna e de Coronel
Domingos Soares. A capacidade total dos assentamentos do município é de 441
famílias. Essa situação de assentamento pertencente a mais de um município e os
desencontros das informações advêm, em parte, do histórico das sucessivas
alterações na divisão administrativa dos municípios envolvidos.

Tabela 6.3.45. Assentamentos da reforma agrária instalados no município de Palmas

Assentamento Área (ha) Capacidade famílias Data de Criação

PA Bom Retiro/ Butiá 1.730,00 72 10/06/92

PA Cruzeiro do Sul 601,57 30 23/11/95

PA Margem do Iratim 1.333,39 57 07/11/00

PA Paraíso do Sul 1.380,73 58 07/01/00

PA São Lourenço 1.741,94 58 15/12/03

PA 27 de Outubro 7.260,00 166 07/04/00

Fonte: FAEP, extraído de IGPlan, 2009.

a) Assentamento 27 de Outubro
O Assentamento Vinte e Sete de Outubro foi instalado no local em 1989.
Ao todo são 84 famílias residentes. A exemplo do Assentamento Santa Bárbara, as
propriedades do Assentamento Vinte e Sete de Outubro possuem energia elétrica e
o abastecimento de água é realizado por nascentes.
Os entrevistados afirmaram que o carvão e a erva mate são as principais
fontes de renda e que, para o pequeno agricultor poder sobreviver, é necessário
diversificar a produção. Dessa forma, o carvão ainda é importante para a economia.

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Em média se produz duas fornadas ao mês e cada uma rende 7 m3 do Estado e


para Minas Gerais.

6.3.9 Uso dos Recursos Hídricos

A bacia hidrográfica do rio Iratim, onde se insere o empreendimento, é


uma das principais sub-bacias do rio Iguaçu, e está localizada na região Sul do
estado do Paraná.
Conforme publicação “Bacias Hidrográficas do Paraná” da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), a demanda hídrica da Bacia
do Iguaçu é de aproximadamente 16 mil L/s, dos quais 81% provêm de mananciais
superficiais e 19% de mananciais subterrâneos. Com relação aos setores usuários,
62% vão para o abastecimento público, 18% para uso industrial, 10% para o setor
agrícola, 9% para o setor pecuário e o setor minerário com menos de 1%. Cabe
destacar que a região do Alto Iguaçu é responsável por 78% da demanda total para
abastecimento público da bacia.
Nessa bacia ocorrem importantes aproveitamentos hidrelétricos com
destaque para as usinas hidrelétricas de Salto Santiago (1.420 MW), de Segredo
(1.260 MW), de Salto Caxias (1.240 MW) e de Salto Osório (1.078 MW) (SEMA,
2010).
Quanto à disponibilidade dos recursos hídricos, a publicação SEMA
(2010) apresenta:
 Superficial: a disponibilidade hídrica superficial da Bacia do Iguaçu é de 291
mil L/s, o que representa 25% do total do estado. O valor demandado é de
13,5 mil L/s, representando apenas 5% do total disponível na bacia.
 Subterrâneo: a disponibilidade hídrica subterrânea da Bacia do Iguaçu é
estimada em 72 mil L/s, provida pelas unidades aquíferas: Pré-Cambriana,
Karst, Paleozóica Inferior, Paleozóica Média-Superior, Paleozóica Superior,
Guarani, Serra Geral Sul e Guabirotuba.
O rio Iratim compõe a bacia hidrográfica do Paraná nº 06, sub-bacia do rio
Iguaçu nº 65. Nasce no município de General Carneiro e se desenvolve em direção
noroeste por cerca de 173 km até sua foz no rio Iguaçu. Apresenta um desnível total
de 590m entre a nascente (cota 1170,00) e a foz no rio Iguaçu (cota 580,00). A área
de drenagem de 1794 km2 é considerada de pequeno porte.
 

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A bacia hidrográfica do Iratim compreende os municípios de General


Carneiro, Palmas, Bituruna e Coronel Domingos Soares, dos quais destaca-se
Palmas como o município mais importante em termos econômicos.
As características potamográficas e o pequeno porte do rio conduziram à
identificação de aproveitamentos hidrelétricos vinculados aos saltos e corredeiras
formadores de quedas naturais, associadas às conformações sinuosas do rio, tendo-
se descartado soluções com quedas formadas por altura de barragem, que
necessariamente resultariam em alagamentos e custos elevados de aproveitamento
(Análise Ambiental Integrada – AAI da Bacia do Rio Iratim - IGPlan, 2009).
O rio Iratim apresenta diversos estudos de aproveitamento hidrelétrico,
talvez devido à modesta área de drenagem de sua bacia. Segundo Atlas de
Recursos Hídricos do Instituto das Águas do Paraná, não existem grandes centrais
hidrelétricas instaladas na bacia da bacia do rio Iratim, porém foi registrado o
inventário para a instalação de seis aproveitamentos e identificada uma potência de
5,89 MW para o rio Iratim.

6.3.9.1 Qualidade da água

Conforme a Análise Ambiental Integrada – AAI realizada na Bacia do Rio


Iratim (IGPlan, 2009), a água do Iratim e de seus afluentes é de boa qualidade. Os
índices que definem a qualidade da água sobre amostras coletadas na ocasião das
visitas de reconhecimento mostraram pouca alteração em relação aos indicados de
medições anteriores feitas nos postos de monitoramento, sendo apropriada para
consumo humano e animal.
O valor médio geral e sazonal de turbidez aumenta ao longo do rio, no
sentido da nascente para a foz, provavelmente pela influência das chuvas quando as
médias são maiores que as médias de estiagem.

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7 Prognóstico Ambiental

Neste capítulo são apresentados os impactos relacionados à


potencialização e operação da CGH São Bento.

7.1 Impacto Ambiental

Entende-se por impacto ambiental: “Qualquer alteração das propriedades


físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (II) as atividades
sociais e econômicas; (III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias do meio
ambiente; (V) a qualidade dos recursos ambientais" (Resolução do CONAMA nº 001
de 23/01/86), ou seja, é qualquer alteração significativa no meio ambiente, em um ou
mais de seus componentes, provocado pela ação humana. Uma avaliação de
impacto ambiental consiste em um processo de estudo para prever as
consequências ambientais resultantes do desenvolvimento de um projeto.
Os impactos ambientais podem ser classificados como diretos ou
indiretos. Os impactos diretos resultam de uma simples ação de causa e efeito, já os
impactos indiretos são assim ditos quando são uma reação secundária em relação à
ação ou quando é parte de uma cadeia de reações.

7.2 Método da prognose e avaliação de impactos

A ferramenta mais comum para a identificação de impactos ambientais é


a matriz, que tem esse nome devido à sua forma. A matriz tem por objetivo a
identificação das possíveis interações entre os componentes do projeto e os
elementos do meio.
Para o presente estudo, foi utilizada a metodologia resultante do trabalho
de Leopold et al (1971), do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Neste estudo, os
autores prepararam uma lista de cem ações humanas que podem causar impactos
ambientais, e outra lista de 88 componentes ambientais que podem ser afetados por
ações humanas. Resultando, portanto, em 8.800 interações possíveis. Para cada
empreendimento, os analistas deviam selecionar as ações que se aplicavam ao
 

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caso de estudo, ou criar sua própria lista de ações e aplicar o mesmo procedimento
para os componentes ambientais. Leopold e seus colaboradores aplicaram seu
método à análise dos impactos de uma mina de fosfato, e para isto selecionaram
nove ações e treze componentes ambientais. Das 117 interações possíveis, os
autores consideraram que somente quarenta eram pertinentes ao projeto.
Depois de selecionadas as ações e os componentes ambientais
pertinentes, o analista deve identificar todas as interações possíveis, marcando a
célula correspondente. De acordo com a proposta original, a matriz de Leopold
também pode ser utilizada para outras finalidades além da identificação dos
impactos, principalmente para a comunicação dos resultados. Os números inseridos
em cada célula correspondem a uma pontuação de magnitude e importância da
interação, em escala arbitrária de 1 a 10 (se a magnitude for zero não há interação e
a célula não é marcada). A magnitude é apontada no canto superior esquerdo da
célula, ao passo que a importância é apontada no canto inferior direito.
Os autores explicam que seu procedimento emprega uma “matriz que é
suficientemente geral para ser usada como uma lista de verificação de referência ou
como uma recordação do amplo espectro de ações e impactos ambientais que
podem estar relacionados às ações propostas”. A matriz também teria função de
comunicação, pois serviria como “um resumo do texto da avaliação ambiental” e
possibilitaria que os vários leitores de estudos de impacto determinem rapidamente
quais são os impactos considerados significativos e qual a sua importância relativa
(LEOPOLD et al, 1971).
Atualmente, existem inúmeras variações da matriz de Leopold, que na
verdade pouco tem a ver com a original a não ser pela forma de apresentação e de
organização das linhas e colunas.
Para a prognose dos impactos resultantes das obras do empreendimento,
foi desenvolvida uma adaptação da matriz de Leopold. Na coluna da esquerda da
matriz quantitativa estão os impactos separados por meio físico, biótico e antrópico,
cada um possuindo suas respectivas subdivisões: meio físico – ar, água, solos,
outros; meio biótico – resíduos; meio antrópico – emprego, economia, infraestrutura,
social, sistema viário. O RAS identifica e descreve os prováveis impactos
ambientais, conforme as etapas do empreendimento, em positivos e negativos;
 

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ocorrência incerta, provável ou certa; imediatos, de médio e longo prazos;


importância pequena, média ou grande; área de influência (ADA, AID ou AII);
cíclicos, cumulativos e sinérgicos; reversíveis, parcialmente reversíveis e
irreversíveis; temporários ou permanentes, bem como sua distribuição social, para
cada alternativa, nas fases de execução de obras, operação e desativação, sobre os
meios físico, biótico e sócio-econômico. A partir das avaliações nestes parâmetros
foi possível estabelecer a valoração e respectiva magnitude dos impactos
considerados relevantes. Para os impactos foram propostas medidas mitigadoras
que, quantitativamente, diminuem a valoração e magnitude dos impactos negativos;
e propostas de medidas potencializadoras que, quantitativamente, aumentam a
valoração e magnitude dos impactos positivos.
Para evidenciar as medidas mitigadoras foi desenvolvida uma matriz de
medidas de controle de impactos ambientais que, além de mostrar a mitigação,
também mostra medidas preventivas e compensatórias quando existentes, e para os
impactos positivos foram descritas as medidas potencializadoras.

7.2.1 Avaliação Qualitativa

A prognose dos potenciais impactos ambientais foi realizada por uma


equipe de especialistas. Todos os impactos foram apresentados à equipe envolvida
no estudo, o que promoveu uma visão multidisciplinar dos resultados obtidos. Foi
realizada a descrição de cada impacto encontrado, com o objetivo de esclarecer as
informações por meio de uma análise dos atributos. A partir da avaliação de cada
impacto individualmente, pôde-se avaliar o impacto global em relação ao ambiente
em que o empreendimento está inserido.

7.2.1.1 Descrição dos Impactos Ambientais

Os impactos foram avaliados nas áreas de abrangência definidas para


cada um dos fatores estudados, segundo a metodologia clássica da qualificação
multifocal dos impactos previsíveis, estratificados por fase de projeto –
implantação/adequação ou operação – e por área de conhecimento: meio físico,
meio biótico e meio socieconômico (ou antrópico).

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i. Meio Físico: abrange a climatologia, qualidade do ar (ruídos e poluição


atmosférica), solos (pedologia, geologia, hidrogeologia e geotecnia) os recursos
hídricos (hidrologia, qualidade das águas, uso da água), abordados na descrição da
AID e AII;
ii. Meio Biótico: abrange os ecossistemas, incluindo a flora e fauna
terrestre e aquática;
iii. Meio Socioeconômico (Antrópico): abrange a dinâmica
populacional, o uso e a ocupação do solo, o nível de qualidade de vida, a estrutura
produtiva e de serviço e a organização social.

7.2.1.2 Atributos dos Impactos Ambientais

A análise dos impactos ambientais foi realizada a partir de uma adaptação


da Matriz de Leopold (LEOPOLD et al., 1971), que define os impactos como tendo
dois atributos fundamentais: magnitude, definida como a grandeza em escala
espaço-temporal da interação das ações e a importância (ou significância), definida
como a intensidade do efeito na área de influência do empreendimento. A
metodologia utilizada foi consolidada a partir do exposto na Resolução CONAMA nº
001/86.

7.2.1.2.1 Etapas do Empreendimento

São consideradas duas fases de ocorrência:


i. Construção (implantação): compreende desde a mobilização para
instalação até a conclusão da obra. É a partir da construção que começa a
manifestar-se a maioria dos impactos prognosticados, pois é a partir deste ponto que
começam as alterações no ambiente original;
ii. Operação: compreende o estágio de ocupação da área e início das
atividades de geração de energia elétrica, concluídas as etapas da fase de
construção.

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7.2.1.2.2 Abrangência

Este parâmetro indica a abrangência do impacto, conforme as seguintes


definições:
i. ADA: Área Diretamente Afetada pelo empreendimento – perímetro das
estruturas planejadas para o projeto;
ii. AID: Área de Influência Direta do empreendimento – local do
empreendimento e arredores. Pode ser local ou relacionada com a sub-bacia, de
acordo com o impacto e área determinada em cada diagnóstico ambiental;
iii. AII: Área de Influência Indireta do empreendimento – pode ter
dimensão municipal ou regional relacionada à sub-bacia ou bacia; irá variar de
acordo com o impacto e área determinada em cada diagnóstico ambiental.

7.2.1.2.3 Natureza

Indica se o impacto ambiental é benéfico ou adverso, da seguinte forma:


i. Impacto positivo: é aquele que corresponde à ocorrência de benefícios
ambientais no meio estudado;
ii. Impacto negativo: em contraposição ao anterior, é aquele que
corresponde à ocorrência de depreciação da qualidade ambiental do componente
em análise.

7.2.1.2.4 Probabilidade de Ocorrência

Indica a possibilidade que o impacto venha a acontecer no


empreendimento:
i. Incerta: o impacto em análise ocorreu poucas vezes em
empreendimentos similares, improvável ocorrer durante a atividade;
ii. Certa: o impacto em análise ocorreu muitas vezes em
empreendimentos similares, incluindo eventos altamente frequentes ou contínuos.

7.2.1.2.5 Importância

A importância foi definida de modo subjetivo, conforme a experiência e


avaliação dos especialistas aos impactos ambientais diagnosticados, podendo ser
 

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pequena, média ou grande, na medida em que tenha maior ou menor influência


sobre o conjunto da qualidade ambiental local.

7.2.1.2.6 Efeito

Todo impacto tem sua causa e consequentemente seu efeito que ocorrerá
no meio, estes são classificados em sinérgico, cumulativo ou cíclico:
i. Sinérgico: resultante da presença simultânea de um ou mais fatores,
inclusive de outros empreendimentos, cuja associação não apenas potencializa a
sua ação, como também produz um efeito distinto;
ii. Cumulativo: quando o impacto deriva da soma de outros impactos ou
de cadeias de impacto que se somam, porém contíguo, num mesmo sistema
ambiental. É o impacto no meio ambiente resultante do impacto incremental da ação
quando adicionada a outras ações;
iii. Cíclico: Quando o efeito esperado apresenta uma sazonalidade de
ocorrência, ou seja, o efeito pode ser interrompido em determinada ocasião, mas
volta a ocorrer ao longo do tempo.

7.2.2 Avaliação Quali-quantitativa

Os atributos adotados na avaliação qualitativa foram também avaliados


quantitativamente com o objetivo de obter uma valoração dos impactos. Foram
estabelecidos os seguintes pesos para avaliar os impactos e suas respectivas
magnitudes:
i. Natureza - A quantificação para o atributo natureza foi feita com o valor
de +1 quando considerado o impacto positivo ou benéfico e -1 quando considerado o
impacto negativo ou adverso;
ii. Probabilidade de Ocorrência - As possibilidades de ocorrência de um
impacto ambiental pode ser certa, provável ou incerta. A quantificação é feita com o
valor de +1 para possibilidade incerta, +3 para possibilidade provável e com o valor
de +5 para a possibilidade certa;

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iii. Tempo de Ocorrência - O impacto ambiental pode ocorrer


imediatamente, à médio prazo ou a longo prazo. A quantificação é feita com o valor
de +1 para imediata, +3 para médio prazo e +5 para longo prazo;
iv. Importância - A importância é definida pelo grau de relevância de
determinado impacto, sendo quantificada como: +1 pequena, +3 média e +5 grande;
v. Abrangência - A abrangência foi quantificada com as valorações de: +
1 para a ADA; +3 para a AID; e +5 para a AII;
vi. Efeito - O efeito causado por determinado impacto recebe a seguinte
pontuação: +1 para cíclico, +3 para sinérgico e +5 para efeito cumulativo;
vii. Reversibilidade - A seguinte pontuação foi adotada para a
reversibilidade do impacto ambiental: +1 reversível, +3 para parcialmente reversível
e +5 para irreversível;
viii. Duração - A pontuação adotada para duração do impacto foi: +1 para
temporária e +3 para duração permanente.

7.2.2.1 Valoração

A magnitude de um impacto ambiental é definida como a grandeza em


escala espaço-temporal da interação das ações (LEOPOLD et al., 1971). É definida
como a medida de gravidade da alteração de parâmetro ambiental (consideram-se
questões como a extensão do impacto, sua periodicidade e seu grau de
modificação). A magnitude é também definida pela extensão do efeito daquele tipo
de ação sobre a característica ambiental, em escala espacial e temporal. Pode ser
classificada como alta, média ou baixa, conforme o resultado obtido na fórmula de
valoração do impacto ambiental a seguir:

Valoração = (Natureza) x [(probabilidade de ocorrência) + (tempo de ocorrência) +


(importância) + (abrangência) + (efeito) + (reversibilidade) + (duração)]

Os critérios e pesos de cada atributo estão apresentados na Tabela 1.


 

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Tabela 7.2.1. Valoração de Impactos

Atributo Critério Peso

Natureza Positivo +1 Negativo -1 -

Probabilidade
Incerta +1 Provável +3 Certa +5 1
de ocorrência

Tempo de
Imediato +1 Médio prazo +3 Longo prazo +5 1
ocorrência

Importância Pequena +1 Média +3 Grande + 5 1

Abrangência ADA +1 AID +3 AII +5 1

Efeito Cíclico +1 Sinérgico +3 Cumulativo +5 1

Reversibilidade Reversível +1 Parcialmente reversível +3 Irreversível +5 1

Duração Temporária +1 Permanente +3 1

O resultado do cálculo corresponde a um valor que pode variar entre 0 e


33. A valoração obtida pela fórmula indicará a magnitude do impacto ambiental ().

Tabela 7.2.2. Magnitude dos impactos ambientais

Magnitude do Impacto Ambiental Valoração

Alta 23 a 33

Média 15 a 22

Baixa 7 a 14

Nula 0

A mitigação foi determinada de acordo com a experiência técnica da


equipe multidisciplinar, sendo estabelecidos níveis em porcentagens para medidas
mitigadoras:
 

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Tabela 7.2.3. Mitigação dos Impactos Ambientais

Mitigação dos Impactos Ambientais

Total 100%

Muito elevada 80%

Elevada 70%

Moderada 50%

Baixa 30%

Muito Baixa 10%

Nula 0%

7.3 Identificação dos Impactos Ambientais

Seguindo a metodologia apresentada anteriormente e avaliando as fases


de potencialização e operação da CGH São Bento, identificou-se os impactos
ambientais nos meios físico, biótico e socioeconômico. Cada aspecto do
empreendimento foi avaliado pela equipe multidisciplinar, visando identificar as
consequências favoráveis e desfavoráveis aos recursos naturais, econômicos e
sociais da região.

7.3.1 Meio Físico

Nesta sessão são apresentados os impactos associados ao meio físico e


seus componentes, bem como a avaliação quali-quantitativa conforme metodologia
definida acima e consolidada na matriz de impactos apresentada no Anexo V, para a
CGH São Bento.

7.3.1.1 Poluição de Corpo Hídrico por Rejeitos Sólidos e Líquidos

A instalação do canteiro de obras, poderá acarretar em alterações devido


ao fluxo e aglomeração de operários, geração de efluentes e resíduos, comuns e da
construção civil. A má destinação ou o acúmulo inadequado destes rejeitos pode
contribuir para a poluição do corpo hídrico.

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Este impacto poderá ser identificado na fase de construção e na fase de


operação, sendo em ambas as fases um impacto negativo com ocorrência provável
podendo ser mitigado em oitenta por cento.
Na etapa de construção haverá um número maior de funcionários, assim,
o tempo de ocorrência deste impacto foi identificado como imediato, de importância
grande e área de influência AII. Ainda na etapa de construção este impacto é
considerado cíclico com duração temporária e magnitude média, foram relacionadas
duas medidas mitigadoras à este impacto.
Já na etapa de operação o número de funcionários será reduzido, e
haverá apenas 5 funcionários no local, assim considera-se que o impacto
permanece, embora com menor relevância. Para esta fase, o tempo de ocorrência
será médio, a importância do impacto será média, a área de influência será AID,
com duração permanente e magnitude média.

7.3.1.2 Poluição de Corpo Hídrico e do Solo por Rejeitos Sólidos e Líquidos

A instalação do canteiro de obras, poderá acarretar em algumas


alterações devido ao fluxo e aglomeração de operários, geração de efluentes e
resíduos da construção civil. A má destinação ou o acúmulo inadequado destes
rejeitos pode contribuir para a poluição do solo.
Este impacto poderá ser identificado na fase de construção e na fase de
operação, sendo em ambas as fases um impacto negativo com ocorrência provável
podendo ser mitigado em oitenta por cento. Na etapa de construção haverá um
número maior de funcionários, assim, o tempo de ocorrência deste impacto foi
identificado como imediato, de importância média e área de influência AID.
Ainda na etapa de construção este impacto é considerado cíclico com
duração temporária e magnitude média, foram relacionadas duas medidas
mitigadoras à este impacto. Já na etapa de operação o número de funcionários será
reduzido, e haverá apenas 5 funcionários no local, assim considera-se que o
impacto permanece com menor relevância.
Na etapa de operação, o tempo de ocorrência será médio, a importância
do impacto será média, a área de influência será AID, com duração permanente e
magnitude média.
 

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7.3.1.3 Aumento da Turbidez e de Sedimentos no Corpo Hídrico

Em função das obras de potencialização da CGH São Bento,


principalmente na etapa de escavação e dragagem, o solo poderá ficar exposto a
intempéries climáticas que poderão resultar no transporte de sedimentos ao leito do
Rio Iratim. Este aumento de sedimentos na água poderá acarretar na elevação da
turbidez, este impacto também pode ser causado pela lavagem de equipamentos e
veículos envolvidos nas obras.
Este impacto poderá ser identificado apenas na fase de construção,
sendo um impacto negativo com ocorrência provável podendo ser mitigado em
setenta por cento, e em função da fase em que se apresenta, o tempo de ocorrência
deste impacto será imediato, de importância média e área de influência AID.
Ainda na etapa de construção este impacto é considerado cíclico com
duração temporária e magnitude média, foram listadas três medidas mitigadoras a
este impacto.

7.3.1.4 Ocorrência de Erosões

O desenvolvimento dos processos erosivos e a intensificação daqueles já


existentes podem decorrer principalmente da suscetibilidade à erosão desses solos,
relacionados às ações das obras de construção, e aos impactos da chuva, que,
normalmente, em caráter mais intenso ou torrencial aceleram a geração de
sedimentos.
Assim, a ocorrência de erosão pode se dar principalmente no local onde
for instalado o canteiro de obras e nos locais de escavação, e também devido à
necessidade de supressão de vegetação, expondo o solo conforme citado no item
“iii” acima. O processo de remoção de indivíduos vegetais e terraplenagem na fase
de implantação da infraestrutura de apoio poderá dar início a processos erosivos.
Este impacto poderá ser identificado apenas na fase de construção,
sendo um impacto negativo com ocorrência provável podendo ser mitigado em
oitenta por cento. Na etapa de construção irão ocorrer escavações, assim, o tempo
de ocorrência deste impacto foi identificado como imediato, de importância média e
área de influência ADA.
 

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Pelas características do terreno, dimensões das obras e volume das


intervenções, no entanto, esse impacto foi classificado de baixa magnitude. Ainda na
etapa de construção este impacto é considerado cíclico com duração temporária e
magnitude baixa, foram listadas quatro medidas mitigadoras a este impacto.

7.3.1.5 Assoreamento

A ocorrência de assoreamento pode ocorrer principalmente no local onde


forem realizadas as escavações, devido a necessidade de supressão de vegetação,
e assim expondo o solo conforme citado no impacto anterior. Este impacto poderá
ser identificado apenas na fase de construção, sendo um impacto negativo com
ocorrência provável podendo ser mitigado em setenta por cento.
Na etapa de construção irão ocorrer escavações, assim, o tempo de
ocorrência deste impacto foi identificado como imediato, de importância média e
área de influência ADA. Ainda na etapa de construção este impacto é considerado
cíclico com duração temporária e magnitude média, foram listadas quatro medidas
mitigadoras a este impacto.

7.3.1.6 Poluição Sonora e Atmosférica

Para a execução da obra poderá ser necessário a utilização de


equipamentos que realizam queima de combustível para sua operação, além do
aumento do fluxo de veículos na região, acarretando assim, um aumento na geração
de ruídos e na emissão de poluentes na atmosfera. Este impacto poderá ser
identificado apenas na fase de construção, sendo um impacto negativo com
ocorrência certa podendo ser mitigado em setenta por cento.
Na etapa de construção serão utilizados equipamentos movidos a
combustão, assim, o tempo de ocorrência deste impacto foi identificado como
imediato, de importância grande e área de influência AID. Ainda na etapa de
construção este impacto é considerado cíclico com duração temporária e magnitude
média, foi listada uma medida mitigadora a este impacto.

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7.3.2 Meio Biótico

A seguir são apresentados os impactos gerados associados ao meio


biótico e seus componentes relativos à CGH São Bento, avaliados quali-
quantitativamente de acordo com a metodologia apresentada acima e consolidada
na matriz de impactos apresentada no Anexo V.

7.3.2.1 Fauna

A seguir são apresentados os impactos relacionados à fauna.

7.3.2.1.1 Redução de Habitat Natural para a Fauna Silvestre

Ao longo das obras de potencialização da CGH São Bento, uma área de


0,5 ha de vegetação nativa pode vir a ser suprimida, no entanto, este impacto não
será significativo à fauna local uma vez que a localização e tamanho da área a ser
suprimida se configuram apenas como uma pequena porção dos remanescentes
florestais da região. Através de avaliações preliminares, foi possível avaliar que o
estágio sucessional da área afetada é considerado inicial, bem como a presença de
estruturas para geração de energia que datam da década de 60, ou seja, o impacto
já está consolidado e representam um ambiente descaracterizado com fauna
adaptada a essa condição.
Feitas estas considerações, pode-se dizer que este impacto ocorrerá na
fase de construção, possui natureza negativa, probabilidade certa, de ocorrência
média e de importância baixa, visto a existência de um meio já descaracterizado. A
duração deste impacto é permanente, cíclico e pode ser mitigado em sessenta por
cento, a área afetada será a ADA e a magnitude deste impacto será baixa.

7.3.2.1.2 Atropelamento, Captura e Morte de Animais

Durante a execução das obras haverá um aumento significativo de


operários e veículos transitando pelo local, podendo assim haver atropelamento ou
captura de animais silvestres. Este impacto pode ser mais expressivo sobre os
animais peçonhentos e cobras, pois podem ser alvos de operários sem
conhecimento em quais animais são venenosos ou não.
 

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Este impacto ocorrerá apenas na fase de construção, possui natureza


negativa, sendo um impacto incerto com tempo de ocorrência médio, de baixa
importância e área de influência AID. A duração deste impacto é temporária, cíclico
e pode ser mitigado em setenta por cento, a magnitude deste impacto será nulo.

7.3.2.1.3 Geração de Estresse à Fauna

O aumento na circulação de veículos e pessoas, pode acarretar estresse


à fauna local, uma vez que a fauna não está acostumada com a poluição sonora que
será causada pelos veículos e maquinários que serão utilizados na fase de
construção do empreendimento. Este impacto poderá ser identificado apenas na
fase de construção, terá natureza negativa sendo um impacto provável de
importância baixa e tempo de ocorrência médio.
A área do impacto será a AID, de efeito cíclico, temporário e podendo ser
mitigado em oitenta por cento. Foram listadas duas medidas mitigadoras a este
impacto.

7.3.2.2 Fauna Aquática

Na construção de qualquer barramento, a transformação do ambiente


lótico em lêntico é o primeiro impacto observado, modificando as condições
químicas e físicas da água e, com isso, formando um novo ambiente, com novos
habitats. Observa-se também a perda de outros habitats, necessários ao ciclo de
vida dos peixes em algum momento.
Além desses, outro impacto reconhecido na ictiofauna decorre das
mudanças nas condições abióticas dos habitats, que provocam alterações na taxa
de recrutamento e na condição nutricional de algumas espécies.
Entretanto, como a CGH São Bento já possui barragem existente e
consolidada, considera-se que esse impacto causado pela alteração do ambiente
lótico em lêntico já foi mitigado.

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7.3.2.2.1 Alteração de Habitats para a Fauna Aquática

Ainda que não haja alteração do ambiente, as obras na CGH irão gerar
diversas alterações no habitat aquático, o que reduzirá e alterara temporariamente
parte do ambiente aquático. Este impacto poderá ser identificado apenas na fase de
construção, provável, de natureza negativa, sendo um impacto de importância média
e tempo de ocorrência imediato.
A área do impacto será a AID, de efeito cumulativo, temporário, podendo
ser mitigado em oitenta por cento. Foi listado uma medida mitigadora a este impacto.

7.3.2.3 Flora

A seguir são apresentados os impactos relacionados à flora.

7.3.2.3.1 Redução de Espécies Nativas

A remoção da vegetação nos períodos de escavações e estabelecimento


do canteiro de obras acarretará na redução da vegetação natural, o que reduzirá
permanentemente as áreas com cobertura nativa. Este impacto poderá ser
identificado apenas na fase de construção, certo, de natureza negativa, sendo um
impacto de importância média e tempo de ocorrência imediato.
A área do impacto será a ADA, de efeito cíclico, permanente, podendo ser
mitigado em oitenta por cento. Foram listadas quatro medidas mitigadoras a este
impacto.

7.3.3 Meio Socioeconômico

A seguir, apresentam-se os impactos associados ao meio


socioeconômico e seus componentes, bem como a avaliação quali-quantitativa
conforme metodologia apresentada anteriormente e consolidada na matriz de
impactos apresentada no Anexo V, para a CGH São Bento.

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7.3.3.1 Geração de Empregos e Renda

Para a construção do empreendimento, assim como na operação da


CGH, será necessária a contratação de mão de obra em vários níveis, como
auxiliares, pedreiros, engenheiros, etc. Esta contratação será prioritariamente de
mão de obra local, o que acarretará na geração de renda temporária para
empregados e para a microeconomia local. Na fase de operação a necessidade de
mão de obra reduzirá, porém haverá uma constante demanda de funcionários para
manutenção e operação da CGH.
Este impacto poderá ser identificado na fase de construção e na fase de
operação, sendo em ambas as fases um impacto positivo com ocorrência certa
podendo ser potencializada em cinquenta por cento. Na etapa de construção haverá
um número maior de funcionários, assim, o tempo de ocorrência deste impacto foi
identificado como imediato, de importância grande e área de influência AII.
Ainda na etapa de construção este impacto é considerado sinérgico com
duração temporária e magnitude média, foi relacionada uma medida mitigadora à
este impacto. Já na etapa de operação o número de funcionários será reduzido, e
haverá apenas 5 funcionários no local, assim considera-se que o impacto
permanece, porém com menor relevância.
Na etapa de operação, o tempo de ocorrência será imediato, a
importância do impacto será baixa, a área de influência será AID, com duração
permanente e magnitude baixa.

7.3.3.2 Aumento na Arrecadação Tributária

Conforme citado anteriormente, haverá um aumento de renda na região, o


mercado ficará mais aquecido e assim haverá aumento da arrecadação de impostos.
Este impacto poderá ser identificado na fase de construção e na fase de operação,
sendo em ambas as fases um impacto positivo com ocorrência certa podendo ser
potencializada em trinta por cento.
Para os empresários locais e pequenos empreendedores as expectativas
tenderão a ser positivas, na medida em que poderão constituir um mercado
consumidor potencial. Logo, a aquisição de insumos e equipamentos para a
 

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realização das obras, além de aquecer a economia local, quando disponíveis os


produtos necessários, produzirá ainda o aumento na arrecadação de impostos.
Na etapa de construção haverá um número maior de funcionários, e
também maior demanda pela aquisição de insumos e equipamentos, assim, o tempo
de ocorrência deste impacto foi identificado como imediato, de importância média e
área de influência AII.
Ainda na etapa de construção este impacto é considerado sinérgico com
duração temporária e magnitude baixa, foi relacionada uma medida potencializadora
à este impacto. Já na etapa de operação o número de funcionários será reduzido, e
haverá apenas 5 funcionários no local, bem como a demanda por insumos e
equipamentos, assim considera-se que o impacto permanece, porém com menor
relevância.
Na etapa de operação, o tempo de ocorrência será imediato, a
importância do impacto será baixa, a área de influência será AID, com duração
permanente e magnitude média.

7.3.3.3 Ocorrência de Acidentes de Trabalho

Em todos os tipos de obras existe a possibilidade de ocorrência de


acidentes de trabalho. Normalmente, estes riscos de acidente estão relacionados a
depósitos de materiais perigosos, transporte de materiais e operação de maquinário
pesado.
Este impacto poderá ser identificado apenas na fase de construção, terá
natureza negativa sendo um impacto incerto de importância grande e tempo de
ocorrência imediato. A área do impacto será a ADA, de efeito cíclico, temporário e
podendo ser mitigado em setenta por cento. Foram listadas duas medidas
mitigadoras a este impacto.

7.3.3.4 Aumento na Proliferação de Vetores

Em todos os tipos de obras onde haja a supressão de vegetação haverá


um aumento na proliferação de vetores, no senso comum, vetores são qualquer tipo
de animal que possa transmitir uma doença ao ser humano, onde apenas o ser

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humano sofre os sintomas da doença, sendo o vetor apenas um hospedeiro do


agente infectante. Os vetores podem ser ratos, mosquitos, pulgas, carrapatos entre
outros, e sua proliferação se baseia em 3 fatores, a saber, alimento, habitat
favorável e predação.
Nos locais onde há intervenção no habitat natural, a maior parte dos
predadores naturais se afugentam, reduzindo assim o controle da proliferação de
determinados vetores, logo, a população de determinado vetor dependera apenas
de alimento e habitat favorável, dois fatores que o homem acaba proporcionando. A
instalação de uma CGH, ou sua Repotencialização, pode gerar uma rápida
proliferação de vetores, que uma vez em contato com um agente infectante poderá
causar uma endemia na região.
Este impacto poderá ser identificado nas fases de construção e operação,
terá natureza negativa sendo um impacto provável e de importância grande, o tempo
de ocorrência será imediato. A área do impacto será a ADA, de efeito cíclico,
permanente, podendo ser mitigado em setenta por cento. Foram listadas duas
medidas mitigadoras e três medidas compensatórias a este impacto.

7.4 Estudo e Definição de Medidas Mitigadoras/Preventivas

Este item apresenta as medidas mitigadoras, potencializadoras,


preventivas e compensatórias propostas para reduzir ou compensar os impactos
identificados e apresentados no item anterior. A expectativa, na apresentação do
presente conjunto de medidas, planos e programas, é que a sua implementação
venha permitir que a inserção do empreendimento ocorra da maneira menos
impactante, tanto social, quanto ambientalmente.
A seguir é apresentada uma coletânea com todas as medidas, separadas
por natureza, propostas para atender aos impactos considerados negativos e
positivos pela presente avaliação.

7.4.1 Medidas Mitigadoras

 Utilizar combustível menos poluente e realizar revisão e


manutenção periódica em máquinas e veículos para controle sobre

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as emissões gasosas e de ruídos, visando com isso à redução da


poluição sonora e atmosférica;
 Promover campanhas de vacinação entre funcionários e população
local;
 Palestras voltadas aos funcionários e população local sobre
vetores locais e doenças que podem ser transmitidas, assim como
orienta-los a um correto manejo dos resíduos e dos aspectos que
possam geral um habitat favorável a vetores;
 Minimização e monitoramento das atividades de supressão de
vegetação.
 Projeto e execução de sistema de tratamento de efluentes
sanitários (ou adoção de banheiros químicos);
 Distribuir EPI aos trabalhadores, colaboradores e visitantes que
estejam no local das obras;
 Construção de estruturas temporárias para drenagem das águas
pluviais na área do canteiro de obras do empreendimento e
revegetação das áreas abertas a fim de evitar a erosão do solo.

7.4.2 Medidas Compensatórias

 Recomposição das Áreas de Preservação Permanente (APP) e


Reserva Legal;
 Programa de conservação, resgate e aproveitamento científico da
flora.

7.4.3 Medidas Preventivas

 Realizar palestras e treinamentos para os operários e


colaboradores envolvidos na obra quanto à importância da correta
gestão dos resíduos sólidos na área de instalação do
empreendimento;
 Evitar água limpa parada;
 Estabelecer uma rotina de verificação e limpeza das instalações;
 

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 Adotar a utilização de repelente por parte dos funcionários;


 Realizar trabalho de esclarecimento e de proibição de qualquer
atividade de caça, pesca ou captura de animais na área do projeto;
 Orientar os operários a não matar cobras ou animais peçonhentos
que possivelmente sejam encontrados na área, mesmo que, no
caso das peçonhentas, possam representar perigo;
 Realizar trabalho preventivo com condutores de veículos,
orientando-os para trafegar com velocidade reduzida até o local
das obras para evitar possíveis atropelamentos de animais;
 Implantação de sinalização e elementos de redução de velocidade
nas rodovias visando o controle de acidentes e à redução do índice
de atropelamentos de animais silvestres na área do pátio de obras
e em vias de acesso ao empreendimento, bem como à
minimização dos riscos de acidentes com as comunidades
regionais;
 Promover treinamento para os envolvidos na obra, abrangendo
aspectos de segurança e saúde do trabalho, uso de EPI
(Equipamento de Proteção Individual) e procedimentos a serem
adotados nas obras, com vistas a evitar a ocorrência de acidentes
e incidentes;
 Definir locais já degradados para estabelecimento do canteiro de
obras.

7.4.4 Medidas Potencializadoras

 Priorizar a contratação de mão-de-obra local, beneficiando assim a


microeconomia dos municípios.

7.5 Plano de Monitoramento e Acompanhamento

Durante o desenvolvimento da obra da CGH São Bento será observada


sua evolução, bem como a aplicação e fiscalização da implantação de medidas de

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gestão ambiental, incluindo medidas mitigadoras e de monitoramento, conforme


descritas abaixo.

7.5.1 Acompanhamento Fotográfico Periódico do Empreendimento, durante a


Fase de Execução de Obras, indicando as Condições do Canteiro e da
Área de Entorno

O acompanhamento do canteiro de obras durante as obras de


potencialização da CGH São Bento é de extrema importância, pois na fase de obras
foi identificada a maior parte dos possíveis impactos ambientais. Esse plano visa
verificar a eficiência dos programas que serão propostos no capítulo 8 deste estudo.

7.5.2 Monitoramento do Enchimento do Reservatório

O projeto a ser implantado trata-se da potencialização da barragem com


reservatório já existente, desta forma não haverá alteração no nível ou aumento da
área alagada do reservatório, logo, não haverá enchimento do reservatório, nem ao
menos necessidade de monitoramento.

7.5.3 Acompanhamento Fotográfico Periódico dos Projetos de Recuperação e


Recomposição Paisagística dos Taludes e das Áreas de Empréstimo e
Bota-Fora

Durante as obras não serão utilizadas áreas de bota-fora ou áreas de


empréstimo, porém durante as escavações, haverá uma alteração paisagística
devido à supressão de vegetação nativa. Será necessária a recuperação das áreas
dos taludes através da implementação de um programa específico de contenção e
estabilização.

7.5.4 Acompanhamento dos Programas de Desapropriação de Imóveis,


Remoção e Reassentamento da População

Na área de APP do lago não foram identificadas construções ou


habitações, não sendo necessária remoção ou reassentamento de populações,
assim haverá apenas a necessidade de desapropriação das Áreas de Preservação
 

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Permanente (APP) no perímetro do lago e que não pertençam a Remasa


Reflorestadora S.A.

7.5.5 Monitoramento da Qualidade da Água

Será realizado um Programa de Monitoramento da Qualidade da Água no


Rio Iratim, visando identificar e mitigar possíveis alterações negativas que
inviabilizem os usos múltiplos da água, referente aos impactos que as atividades da
CGH poderá causar. Este Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas
Superficiais deve ser implantado nas fases de construção e operação, sendo que o
monitoramento deverá ser específico para cada fase, com parâmetros vigentes
estabelecidos pelo CONAMA.

7.5.6 Monitoramento do Microclima

Em relação às possíveis alterações no microclima do entorno do


empreendimento, estas não estão previstas, ou não ocorrerão, tendo em vista a
dimensão reduzida do empreendimento, bem como a pré-existência do reservatório.

7.5.7 Monitoramento da Qualidade do Ar

A avaliação constante e controle dos impactos sobre a qualidade do ar é


fator essencial para a flora, a fauna e a saúde ocupacional dos trabalhadores que
poderão ser diretamente impactadas pela emissão de particulados e ruídos oriundos
da fase de potencialização da CGH São Bento. Desta forma, este programa de
monitoramento terá objetivos relacionados tanto ao meio biótico quanto ao meio
socioeconômico.

7.5.8 Monitoramento das Atividades de Supressão de Vegetação

Durante a execução das atividades de supressão de vegetação


necessária será realizado o monitoramento a fim de garantir que somente a área
delimitada e necessária à construção da CGH seja suprimida. O monitoramento
dessas atividades permitirá também avaliar os indivíduos suprimidos, auxiliando na
conservação da diversidade vegetal local.
 

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7.6 Resumo Prognóstico Ambiental

O Anexo V, Volume II deste estudo, apresenta o resumo da avaliação do


Prognóstico Ambiental para a CGH São Bento, realizada para os critérios adotados,
juntamente com a classificação das medidas propostas para os impactos
identificados para os meios físico, biótico e socioeconômico.

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8 Programas Ambientais

A viabilidade ambiental de qualquer empreendimento que apresente


impactos ambientais e/ou sociais depende diretamente das ações que serão
adotadas para prevenir, mitigar ou compensar esses impactos. O presente estudo
ambiental demonstra claramente que os impactos negativos originados pela
instalação e operação do empreendimento podem ser prevenidos, mitigados ou
compensados adequadamente para atestar tecnicamente a viabilidade, como é o
caso da CGH São Bento.
Em um relatório ambiental os programas ambientais são ações de
responsabilidade do empreendedor e devem ser subsidiados por ele, sendo que sua
definição é realizada pela equipe técnica envolvida na elaboração do estudo
ambiental. Este capítulo apresenta os planos e programas de controle ambiental e
social propostos para a CGH São Bento, que serão detalhados no Relatório de
Detalhamento dos Programas Ambientais (RDPA).

8.1 Programa de Gestão Ambiental

A partir da realização dos diagnósticos socioambientais e identificação e


avaliação de impactos, torna-se necessária a definição de medidas de controle
(mitigadoras, preventivas ou compensatórias) dos impactos negativos e medidas
potencializadoras para os impactos positivos. Estas medidas devem integrar o
escopo do Plano de Gestão Ambiental - PGA para o empreendimento. Este deverá
ser implantado e mantido durante todas as fases do empreendimento.
O Plano de Gestão Ambiental - PGA deverá ser colocado em prática no
início das obras, antes da ocorrência efetiva dos impactos identificados. As medidas
e programas propostos no PGA podem ser executados pela própria empresa
construtora do empreendimento ou mesmo por empresa terceira, desde que os
parâmetros de controle previamente definidos sejam seguidos.
Os impactos ambientais identificados na CGH São Bento, mostraram-se
bastante reduzidos. A seguir são apresentados os programas voltados à
amenização ou prevenção dos possíveis impactos relativos ao empreendimento.
Salienta-se que, o detalhamento de cada um destes programas deve ser objeto de
 

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novos estudos, ou mesmo de um estudo integrado, contemplando os diversos


programas aqui propostos.

8.1.1 Subprograma de Controle da Poluição na Obra

O presente programa aborda a necessidade do gerenciamento ambiental, de


forma a permitir ao empreendedor, a órgãos setoriais, instituições científicas e a
sociedade o acompanhamento e supervisão da execução e da operação do
empreendimento.
Durante a execução da obra, devem ser observados alguns aspectos
importantes, com vistas a evitar ou minimizar a ocorrência de alguns impactos
ambientais. As medidas constantes neste programa abrangem os principais
impactos negativos identificados no empreendimento, como descrito a seguir.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Poluição do corpo hídrico e do solo por efluentes e resíduos sólidos;
 Aumento da turbidez e sedimentos nas águas;
 Ocorrência de processos erosivos;
 Ocorrência de processos de assoreamento;
 Geração de poluição sonora e atmosférica.

B. Escopo

 Utilizar combustível menos poluente e realizar revisão e manutenção


periódica em máquinas e veículos para controle sobre as emissões gasosas e de
ruídos, visando com isso à redução da poluição sonora e atmosférica;
 Projeto e execução de sistema temporário de tratamento de efluentes
domésticos – sistema fossa séptica e sumidouro ou utilização de banheiros
químicos;
 Construção de locais específicos para armazenamento de óleos
lubrificantes e combustíveis, bem como de produtos perigosos, caso este
armazenamento seja necessário nesta obra. Estas áreas deverão ser locadas
 

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distantes dos cursos d’água e ser devidamente impermeabilizadas, apresentando


sistemas de contenção em caso de vazamento destes produtos;
 Construção de sistema temporário de drenagem de águas pluviais na
área do canteiro de obras. Estas consistem em estruturas bastante simples devido à
pequena dimensão do canteiro, sendo simplesmente valetas escavadas no solo com
a finalidade de direcionar o escoamento superficial e evitar a ocorrência de erosão;
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: temporário, enquanto ocorrerem as obras do empreendimento.

C. Medidas Complementares ao Programa

Algumas medidas complementares, com objetivo de aperfeiçoar o escopo do


programa e aumentar a sua eficiência podem ser citadas, como:
 Realizar escavações e terraplanagens, bem como a construção do
barramento em época de estiagem. Esta medida aumenta a eficiência de algumas
medidas do programa, visto que a baixa pluviosidade e a consequente diminuição do
leito natural do rio atenuam a possibilidade do transporte de sedimentos até o curso
d’água, ocasionado pelas escavações e movimentações de solo na obra.

D. Objetivos

Os objetivos do Programa de Controle da Poluição na obra consistem em:


 Evitar a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas
através da disposição e/ou destinação inadequada de resíduos sólidos e efluentes
domésticos;
 Evitar a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas
através de eventuais vazamentos de óleos, combustíveis e produtos perigosos
armazenados na área do canteiro de obras;
 Evitar a ocorrência de erosão e, consequentemente, da lixiviação na
área da obra, aumentando indevidamente a concentração de sólidos e a turbidez
nas águas do rio Iratim.

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8.1.2 Subprograma de Conscientização Ambiental na Obra

Além da elaboração e implantação de projetos e estruturas de controle


ambiental, é de extrema importância que os trabalhadores envolvidos na obra
tenham consciência da importância dos aspectos ambientais inerentes à
implantação da atividade, bem como da correta utilização dos equipamentos e
estruturas disponíveis.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Geração de estresse à fauna;
 Redução de habitat natural para a fauna silvestre;
 Redução de espécies nativas;
 Atropelamento, captura e morte de animais.

B. Escopo

 Recomposição das Áreas de Preservação Permanente (APP) e


Reserva Legal;
 Orientar os funcionários quanto à importância de não realizar
atividades de caça e pesca e também da preservação dos animais que apresentem
peçonha;
 Promover a realização de palestra / treinamento orientativo para os
operários e colaboradores envolvidos na obra, abrangendo os aspectos: 1 –
Importância e procedimentos quanto à correta gestão de resíduos sólidos na área de
instalação do empreendimento; 2 – Importância da correta utilização das estruturas
de apoio instaladas na área da obra (sanitários, lixeiras, etc.); 3 – Orientação quanto
a preservação ambiental na região do empreendimento e da não realização de
atividades cinegéticas (caça, pesca, retirada de madeira, etc.);
 Realizar trabalho preventivo com condutores de veículos, orientando-os
para trafegar com velocidade reduzida até o local das obras para evitar possíveis
atropelamentos de animais;

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 Implantação de sinalização e elementos de redução de velocidade nas


rodovias visando o controle de acidentes e à redução do índice de atropelamentos
de animais silvestres na área do pátio de obras e em vias de acesso ao
empreendimento, bem como à minimização dos riscos de acidentes com as
comunidades regionais;
 Designar um “coordenador ambiental” dentro da equipe de operários,
responsável pela constante observação e orientação quanto ao cumprimento das
diretrizes abordadas nas palestras e treinamentos realizados antes do início das
obras.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Temporário, a ser executado enquanto as obras estiverem em execução.

C. Medidas Complementares ao Programa

Algumas medidas complementares, com objetivo de aperfeiçoar o escopo do


programa e aumentar a sua eficiência podem ser citadas, como:
 Designar um profissional da área ambiental para acompanhar
periodicamente a eficiência das medidas de controle e orientações do programa.

D. Objetivos

Os objetivos do Programa de Conscientização Ambiental na Obra consistem


em:
 Garantir a correta execução do Plano de Controle da Poluição na Obra,
através da capacitação do corpo técnico e operacional envolvido;
 Promover a máxima preservação do ambiente natural na região do
empreendimento, através da orientação e conscientização do pessoal envolvido na
execução das obras;
 Promover a educação ambiental e criação de consciência ambiental
para os trabalhadores, não só na fase da obra, mas como uma herança cultural após
o término da implantação do empreendimento, transformando-os em agentes
divulgadores da consciência ambiental;

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 Manter o local da obra limpo, para evitar a proliferação de vetores e


animais peçonhentos;
 Realizar trabalho de esclarecimento e de proibição de qualquer
atividade de caça ou captura de animais na área do projeto;
 Orientar os operários a não matar cobras ou animais peçonhentos que
possivelmente sejam encontradas na área, mesmo que, no caso das peçonhentas,
possa representar perigo;
 Realizar trabalho preventivo com condutores de veículos, orientando-os
para trafegar com velocidade reduzida até o local das obras para evitar possíveis
atropelamentos de animais.

8.1.3 Subprograma de Acompanhamento Fotográfico durante a Fase de


Execução de Obras

Na fase de implantação irá ocorrer a instalação do canteiro de obras e será


realizada a maior parte das alterações previstas ao empreendimento, logo, é notável
para o bom andamento das atividades o acompanhamento dos impactos causados
durante o período de execução de obras.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Redução do habitat natural para a fauna silvestre;
 Redução de espécies nativas;
 Interferência na vida de espécies faunísticas.
 Geração de estresse à fauna.

B. Escopo

 Estabelecer um cronograma para captura de imagens em pontos


críticos da implantação da CGH.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Temporário, enquanto durarem as obras.

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C. Objetivos

O objetivo do Programa consiste em:


 Acompanhar a evolução dos impactos ambientais causados pelas
obras da CGH São Bento.

8.1.4 Subprograma de Monitoramento de Vetores

No presente programa estão reunidas as orientações e recomendações de


controle de vetores para a CGH São Bento. O programa proposto busca
implementar medidas de controle integrado de vetores, estes procedimentos
incorporam medidas intervencionistas, uma vez que tratam da noção de manejo que
consiste na maneira pela qual será manipulado o conhecimento sobre a supressão
do vetor.
Este Programa procura associar diferentes ações que apresentam a
capacidade de agir na redução da infestação do vetor transmissor de acordo com a
viabilidade técnica. Para mitigação do impacto sobre a saúde da população, gerados
pelos aspectos oriundos da implantação de empreendimentos hidrelétricos, são
elencadas medidas mitigadoras e de controle que possuem alta eficácia.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle do seguinte impacto:


 Aumento na proliferação de vetores.

B. Escopo

 Avaliação dos serviços existentes no município para controle e


prevenção a proliferação de vetores;
 Campanhas de visitação às residências a fim de conscientizar a
população e orientá-la ao correto manejo de pragas;
 Reuniões técnicas no município para apresentação dos dados
levantados e conscientização da população;

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 Elaboração de relatórios periódicos apresentando o acompanhamento


a proliferação de pragas e doenças;
 Relatório Final apresentando a evolução dos vetores identificados na
área de influência do empreendimento.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Permanente, durante os dois primeiros anos de operação, em seguida o
programa deve ser revisto.

C. Objetivos

O objetivo do Programa consiste em:


 Implementar medidas de controle integrado de vetores.
 Desenvolver estratégias de monitoramento, prevenção e controle de
enfermidades em sinergismo com os Programas Nacionais de Combate às
enfermidades, visando à melhoria da qualidade do trabalho de combate a vetores;
 Avaliar a influência do empreendimento na dinâmica da saúde pública
da região afetada pelo empreendimento;
 Desenvolver campanhas de informação e mobilização de pessoas, de
maneira a fortalecer a vigilância epidemiológica e entomológica, de maneira a se
criar uma maior conscientização da população potencialmente afetada;
 Contribuir na promoção de mudanças de hábito da população na
manutenção de seu ambiente doméstico livre de potenciais criadouros de vetores,
reservatórios e doenças de veiculação hídrica;
 Impedir a formação exagerada de focos de proliferação de
hospedeiros, vetores e agentes de doenças humanas.

8.2 Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre

O diagnóstico ambiental de mastofauna indicou a localização de um ponto


utilizado por indivíduos de lontra (Lontra longicaulis). Ainda, destaca que dentre as
66 espécies registradas, esta terá sua população impactada pela reativação do
empreendimento. De fato, foi registrada a presença de vestígios (toca e fezes) no
canal adutor. Levando em conta o comportamento territorialista em que tais espécies

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demarcam seus territórios utilizando fezes e produção de muco odorífero, o


indivíduo (os indivíduos) que ocupam este canal terão de se ajustar e disputar um
novo território.
O diagnóstico ambiental de avifauna identificou uma população de
macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis), uma espécie endêmica que habita
tipicamente áreas de várzeas ao longo de rios, onde a vegetação forma uma trama
densa e fechada com cerca de 60-180 cm, é estritamente dependente destes locais
para sobrevivência. Qualquer alteração no nível do reservatório poderá trazer
consequências para tais populações.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Geração de estresse à fauna;
 Redução de habitat natural para a fauna silvestre;
 Redução de espécies nativas;
 Atropelamento, captura e morte de animais.

B. Escopo

 Contribuir para o acréscimo do conhecimento técnico-científico da


fauna da região;
 Propor medidas quando for identificado algum impacto sobre a fauna;
 Avaliar a qualidade ambiental;
 Monitorar quadrimestralmente os impactos sofridos pelas espécies
nativas;
 Elaborar relatórios contendo as informações relevantes quanto aos
impactos apresentados a fauna.

C. Objetivos

O objetivo do Programa consiste em:


 Avaliar o impacto ambiental sobre a fauna presente nos
remanescentes;
 

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 Monitorar as populações de Lontra longicaulis e Scytalopus iraiensis;


 Avaliar possíveis alterações nas populações de tais espécies em
relação a implantação da CGH São Bento.

8.3 Programa de Prevenção de Acidentes

Além da elaboração e implantação de projetos e estruturas de controle


ambiental, é de extrema importância que os trabalhadores envolvidos na obra
tenham consciência da importância dos aspectos de segurança inerentes à
implantação da atividade, bem como da correta utilização dos equipamentos e
estruturas disponíveis.
Além dos aspectos ambientais, aspectos relacionados à saúde e segurança
do trabalhador devem ser abordados, de maneira a orientar todos os envolvidos
quanto aos corretos procedimentos na fase de obras, atendendo assim os objetivos
de proteção ambiental e de segurança e saúde no trabalho durante as obras.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Ocorrência de acidentes de trabalho.

B. Escopo

 Realizar palestra orientatíva para os envolvidos na obra (operários e


colaboradores), abrangendo aspectos de segurança e saúde no trabalho,
importância e uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e
procedimentos de trabalho a serem adotados nas obras, com vistas a evitar a
ocorrência de acidentes de trabalho, bem como acidentes ambientais diversos;
 Realizar DDS (Diálogos Diários de Segurança) para sensibilizar os
colaboradores quanto sua integridade física e psicológica durante a sua carga
horaria de trabalho;
 Desenvolver a APR (Análise Preliminar de Risco) antes de iniciar
qualquer atividade passiva de acidente deverá ser elaborado uma análise preliminar
a fim de informar ao colaborador atuante e prever possíveis riscos de acidente;
 

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 Realizar trabalho preventivo com condutores de veículos, orientando-os


para trafegar com velocidade reduzida até o local das obras para evitar possíveis
atropelamentos de animais;
 Implantação de sinalização e elementos de redução de velocidade nas
rodovias visando o controle de acidentes e à redução do índice de atropelamentos
de animais silvestres na área do pátio de obras e em vias de acesso ao
empreendimento, bem como a minimização dos riscos de acidentes com as
comunidades regionais.
 Providenciar a compra de EPI adequados a cada setor ou fase das
obras e promover sua distribuição a operários, colaboradores e visitantes que
estejam no local da obra, realizando também sua correta manutenção de forma
periódica;
 Realizar trabalho preventivo com condutores de veículos, orientando-os
para trafegar com velocidade reduzida até o local das obras para evitar possíveis
atropelamentos de animais;
 Implantação de sinalização e elementos de redução de velocidade nas
rodovias visando o controle de acidentes e à redução do índice de atropelamentos
de animais silvestres na área do pátio de obras e em vias de acesso ao
empreendimento, bem como à minimização dos riscos de acidentes com as
comunidades regionais.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Permanente, a ser executado enquanto houver operação no
empreendimento.

C. Medidas Complementares ao Programa

Algumas medidas complementares, com objetivo de aperfeiçoar o escopo do


programa e aumentar a sua eficiência podem ser citadas, como:
 Designar um profissional da área de segurança de trabalho para
acompanhar periodicamente a eficiência das medidas de controle e orientações do
programa.

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D. Objetivos

O objetivo do Programa de Prevenção de Acidentes consiste em:


 Promover segurança aos trabalhadores, evitando assim qualquer
acidente de trabalho;
 Evitar acidentes e transtornos causados pelo tráfego de veículos dentro
do canteiro de obras;
 Conscientizar a todos a fim de evitar ao máximo os riscos de acidentes;
 Instalar placas de sinalização e advertência no local da obra e nas
proximidades;
 Fiscalizar as medidas de controle propostas.

8.4 Programa de Desenvolvimento Econômico

Este programa derivado do Relatório Ambiental Simplificado – RAS visa


detalhar os aspectos relevantes do impacto econômico da região de General
Carneiro e Palmas/PR, um dos impactos positivos causados economicamente é a
contratação e capacitação de mão de obra local, medida esta que reflete na
economia de toda a cidade.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Aumento da arrecadação tributária;
 Geração de empregos e renda.

B. Escopo

 Realizar a contratação de mão de obra local, tanto funcionários diretos


quanto empresas terceirizadas, sempre que possível;
 Identificar potenciais trabalhadores antes do início da contratação a fim
de levantar quais capacitações serão necessárias;

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 Subsidiar o Programa de Comunicação e Participação Social com


informações sobre os cargos demandados pelo empreendedor e os critérios de
recrutamento para posterior divulgação;
 Contratar trabalhadores locais que tenham o perfil demandado pelo
empreendimento;
 Acompanhar o processo de recrutamento a fim de garantir que as
contratações sejam locais;
 Contemplar os trabalhadores desmobilizados com oficina de reinserção
no mercado de trabalho.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Permanente, a ser executado enquanto houver operação no
empreendimento.

C. Medidas Complementares ao Programa

Algumas medidas complementares, com objetivo de aperfeiçoar o escopo do


programa e aumentar a sua eficiência podem ser citadas, como:
 Realizar a contratação de mão de obra local, tanto funcionários diretos
quanto empresas terceirizadas, quando possível.

D. Objetivos

O objetivo do Programa de Desenvolvimento Econômico consiste em:


 Desenvolver estratégias de capacitação profissional e pessoal, a fim de
contratar mão de obra local;
 Priorizar a capacitação dos trabalhadores locais e, em seguida, a
contratação destes antes de contratar mão de obra fora da região;
 Contratar mão de obra local, de acordo com o perfil demandado pelo
empreendimento;
 Viabilizar a realização dos cursos necessários para qualificação e
certificação da mão de obra local;
 Acompanhar recrutamento dos trabalhadores;

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 Implementar ações par apoiar a reinserção da mão de obra


desmobilizada no mercado.

8.5 Programa de Gerenciamento de Resíduos na Fase de Implantação

Na fase de construção, haverá uma grande geração de resíduos e rejeitos


provenientes da construção, logo, se fará necessária a elaboração de um PGRCC
(Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil) para evitar que os
resíduos sólidos venham a contaminar água, solo ou a atmosfera local. O Plano
deverá seguir as diretrizes constantes na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998; e dá outras providências, e a Resolução CONAMA nº 307 de 5 de
julho de 2002 que escabece critérios, diretrizes e procedimentos para a gestão de
resíduos da construção civil.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

 Contaminação de corpo hídrico por rejeitos sólidos e líquidos;


 Poluição atmosférica;
 Contaminação do solo por rejeitos sólidos e líquidos.

B. Escopo

 Elaborar e implantar um Plano de Gerenciamento de Resíduos da


Construção Civil do canteiro de obras da CGH, visando à correta gestão,
armazenamento e destinação dos resíduos durante as obras;
 Realizar palestras e treinamentos para os operários e colaboradores
envolvidos na obra quanto à importância da correta gestão dos resíduos na área de
instalação do empreendimento.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Temporário, será executado apenas durante o período de implantação.

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C. Medidas Complementares ao Programa

Algumas medidas complementares, com objetivo de aperfeiçoar o escopo do


programa e aumentar a sua eficiência podem ser citadas, como:
 Implementar a coleta seletiva no local da obra.

D. Objetivos

O objetivo do Programa consiste em:


 Elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PGRCC);
 Reduzir a quantidade de resíduos gerados durante a implementação da
obra;
 Reaproveitar e/ou reciclar todos os resíduos passíveis de reciclagem
(papel, plástico, vidro, latas, madeira e sucata metálica);
 Promover a disposição e/ou destinação adequada dos resíduos de
construção civil e efluentes domésticos;
 Evitar a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas
através da disposição e/ou destinação inadequada de resíduos sólidos e efluentes
domésticos;
 Promover a conscientização dos funcionários quanto à necessidade de
gerenciamento dos resíduos gerados durante a implantação do empreendimento
com realização de palestras educativas;
 Criar procedimentos e instrumentos técnico-gerenciais para garantir a
implantação das ações propostas, durante as obras;
 Elaborar procedimentos e instrumentos para o monitoramento e o
acompanhamento na fase de implantação.

8.6 Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos na Fase de Operação

Na fase de operação, haverá uma menor geração de resíduos e rejeitos,


porem, ainda se fará necessária a elaboração de um PGRS (Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos) para evitar que os resíduos sólidos venham a

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contaminar água, solo ou a atmosfera local. O Plano deverá seguir as diretrizes


constantes na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional
de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências, e demais resoluções pertinentes.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Contaminação de corpo hídrico por rejeitos sólidos e líquidos;
 Poluição atmosférica;
 Contaminação do solo por rejeitos sólidos e líquidos.

B. Escopo

Durante toda a operação da CGH São Bento, será de total responsabilidade


do empreendedor e suas contratadas o gerenciamento dos resíduos sólidos gerados
pelas atividades, que irá demandar controles adequados, visando minimizar ou
mesmo evitar impactos ambientais e problemas de saúde e segurança. Para o
gerenciamento de resíduos durante esta fase, deverão ser desenvolvidos
procedimentos que determinem as formas de identificação, classificação,
segregação, acondicionamento, armazenamento temporário, transporte e destinação
final de cada resíduo, contemplados no Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos (PGRS).
Assim, para o desenvolvimento do Programa foram estabelecidas as
atividades necessárias, conforme apresentado a seguir:
 Elaborar e implantar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
do canteiro de obras da CGH, visando à correta gestão, armazenamento e
destinação dos resíduos sólidos durante as obras;
 Realizar palestras e treinamentos para os colaboradores envolvidos na
operação da CGH quanto à importância da correta gestão dos resíduos gerados
pelo empreendimento;
 Segregação, Acondicionamento e Destinação final.

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Prazo de implementação do programa: Ao início da operação. Duração do


programa: Permanente.

C. Medidas Complementares ao Programa

Algumas medidas complementares, com objetivo de aperfeiçoar o escopo do


programa e aumentar a sua eficiência podem ser citadas, como:
 Implementar a coleta seletiva no local de operação do
empreendimento.

D. Objetivos

O objetivo do Programa consiste em:


 Prevenir a contaminação do meio ambiente por rejeitos gerados na
operação da CGH São Bento.
 Elaborar e implantar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
para os resíduos oriundos da operação da CGH, visando à correta gestão,
armazenamento e destinação dos resíduos sólidos;
 Realizar palestras e treinamentos para os colaboradores envolvidos na
operação da CGH quanto à importância da correta gestão dos resíduos sólidos
gerados pelas atividades do empreendimento;
 Gerenciar os resíduos gerados, incluindo sua identificação,
classificação, quantificação, determinação e cumprimento de rotinas claras para
coleta, acondicionamento, armazenamento temporário, transporte e destinação final;
 Segregar todos os resíduos gerados nas atividades;
 Estabelecer conformidades com os requisitos legais brasileiros, quanto
à classificação e ao gerenciamento dos resíduos.

8.7 Programa de Gerenciamento de Efluentes na Fase de Implantação

Tal qual para resíduos sólidos, na fase de implantação o empreendedor


deverá instalar e manter sistemas de tratamento dos efluentes líquidos produzidos
junto ao empreendimento, evitando a emissão dos mesmos para os cursos d’água
locais. Tais estações de tratamento deverão ser criadas obedecendo-se à legislação
 

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e normas brasileiras específicas que tratam do tema. Ressalta-se, contudo, que os


efluentes a serem produzidos consistem essencialmente em caráter sanitário
simples ou domésticos.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Contaminação de corpo hídrico por rejeitos sólidos e líquidos.

B. Escopo

 Estabelecer um sistema de tratamento dos efluentes a serem


produzidos durante a implantação do empreendimento.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: temporário, cotado apenas para a fase de obras.

C. Objetivos

O objetivo do Programa consiste em:


 Prevenir a contaminação de corpos hídricos rejeitos gerados no
período de obras da CGH.
 Evitar a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas
através da disposição e/ou destinação inadequada de efluentes domésticos;
 Estabelecer um sistema de tratamento dos efluentes a serem
produzidos durante a fase de implantação do empreendimento;
 Promover a disposição e/ou destinação adequada dos efluentes
domésticos;
 Criar procedimentos e instrumentos técnico-gerenciais para garantir a
implantação das ações propostas, durante as obras;
 Elaborar procedimentos e instrumentos para o monitoramento e o
acompanhamento na fase de implantação.

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8.8 Programa de Gerenciamento de Efluentes na Fase de Operação

Tal qual para a fase de implantação, na fase de operação o empreendedor


deverá instalar e manter sistemas de tratamento dos efluentes líquidos produzidos
junto ao empreendimento, evitando a emissão dos mesmos para os cursos d’água
locais. Tais estações de tratamento deverão ser criadas obedecendo-se à legislação
e normas brasileiras específicas que tratam do tema. Ressalta-se, contudo, que os
efluentes a serem produzidos consistem essencialmente em nos de caráter sanitário
simples ou domésticos.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Contaminação de corpo hídrico por rejeitos sólidos e líquidos.

B. Escopo

 Estabelecer um sistema de tratamento dos efluentes a serem


produzidos durante a operação do empreendimento.
Prazo de implementação do programa: Ao início da operação. Duração do
programa: Permanente.

C. Objetivos

O objetivo do Programa consiste em:


 Prevenir a contaminação de corpos hídricos, por meio de efluentes
gerados no período de operação da CGH;
 Evitar a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas
através da disposição e/ou destinação inadequada de efluentes sanitários;
 Estabelecer um sistema de tratamento dos efluentes a serem
produzidos durante a fase de operação do empreendimento;
 Promover a disposição e/ou destinação adequada dos efluentes
sanitários;

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 Criar procedimentos e instrumentos técnico-gerenciais para garantir a


operação das ações propostas, durante as obras;
 Elaborar procedimentos e instrumentos para o monitoramento e o
acompanhamento na fase de operação.

8.9 Programa de Gestão e Monitoramento da Qualidade do Ar

A avaliação constante e controle dos impactos sobre a qualidade do ar é


fator essencial para a flora, a fauna e a saúde ocupacional dos trabalhadores que
poderão ser diretamente impactadas pela emissão de particulados e ruídos oriundos
da fase de construção da barragem e da abertura de estradas. Desta forma, este
programa tem objetivos relacionados tanto ao meio biológico quanto ao meio
socioeconômico.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Poluição atmosférica.

B. Escopo

 Manutenção de todos os veículos, máquinas e equipamentos movidos


a diesel, utilizados na implantação da CGH São Bento, para assim atender aos
padrões de emissão de gases, conforme os manuais dos fabricantes e as normas e
legislações vigentes;
 Estabelecimento de uma rotina de medidas para mitigação das
emissões de material particulado nas atividades de construção, transporte e
armazenagem de materiais
 Monitoramento e Controle de Ruídos durante a Fase de Construção da
CGH
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Permanente, será executado enquanto houver operações no
empreendimento.

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C. Objetivos

 Preservar a qualidade atmosférica no local do empreendimento e nas


áreas do entorno.
 Avaliar constantemente a intensidade dos impactos relativos às
emissões atmosféricas, poeiras e ruídos decorrentes da construção do
empreendimento e do uso de estradas e acessos;
 Gerenciar as emissões, incluindo a identificação das principais
atividades geradoras de emissões atmosféricas e de material particulado;
 Estabelecer conformidades com os requisitos legais brasileiros, quanto
ao gerenciamento de emissões atmosféricas e de material particulado;
 Gerar informações necessárias à periódica avaliação dos
procedimentos adotados;
 Gerenciar a geração de ruídos, incluindo a identificação da fonte e
quantificação da intensidade;
 Determinar e fiscalizar o cumprimento de rotinas de medição e
tratamento de não conformidades;
 Realizar manutenção preventiva, de acordo com as normas vigentes e
manual elaborado pelo empreendedor, em todos os equipamentos e máquinas
geradores de ruído;
 Manter padrões aceitáveis de qualidade do ar nas proximidades da
obra.

8.10 Programa de Monitoramento e Controle da Qualidade da Água

O monitoramento da qualidade da água em reservatórios possui extrema


importância devido aos processos de eutrofização, estratificação e acidificação aos
quais podem estar sujeitos. Este programa visa acompanhar a evolução da
qualidade da água na área de influência da CGH São Bento durante as etapas de
implantação e operação do empreendimento, o que admitirá a adoção de medidas e
ações estratégicas preventivas e corretivas para a conservação do rio Iratim.

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A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Aumento da turbidez e sedimentos no corpo hídrico;
 Poluição de corpo hídrico por rejeitos sólidos e líquidos;
 Assoreamento;
 Alteração de habitats para fauna aquática.

B. Escopo

 Realizar uma campanha antes do início das obras, coletas trimestrais


durante o período de obras, e semestral durante os primeiros dois anos de operação
do empreendimento;
 Realizar campanhas de coleta em pontos de amostragem a montante,
na área do reservatório e a jusante deste, assim como nos principais afluentes do rio
Iratim;
 Acompanhar as características sedimentológicas na área de influência
(ADA) do empreendimento;
 Acompanhar a qualidade da água na área de influência (ADA) do
empreendimento;
 Conduzir testes de riqueza, diversidade e densidade nos indivíduos
coletados;
 Acompanhar da ocorrência de macrófitas aquáticas;
 Propor medidas de recuperação e controle da qualidade das águas
necessárias à conservação do ecossistema aquático;
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Permanente, será executado enquanto houver operações no
empreendimento.

C. Objetivos

 Preservar a qualidade da água e a biodiversidade no Rio;

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 Caracterizar as condições limnológicas e da qualidade da água do rio


Iratim, através da análise de variáveis físicas, químicas e microbiológicas;
 Caracterizar a qualidade do sedimento do rio Iratim, através da análise
de variáveis físicas, químicas e microbiológicas;
 Monitorar o aparecimento e evolução da proliferação de macrófitas
aquáticas;
 Contribuir para o conhecimento a respeito do comportamento das
alterações ambientais (limnológicas e qualidade da água) decorrentes das atividades
de construção e operação da CGH.

8.11 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

8.11.1 Subprograma de Recomposição das Áreas de Preservação Permanente


(APP) e Reserva Legal

Em virtude das alterações a serem causadas pelas obras nos aspectos dos
meios físico e biótico, devem ser efetivadas medidas preventivas e corretivas para a
recuperação das áreas degradadas em todos os locais diretamente atingidos pelas
atividades de implantação do empreendimento e também o restabelecimento das
áreas de proteção permanentes previamente suprimidas.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Redução do habitat natural para a fauna silvestre;
 Redução de espécies nativas;
 Assoreamento;
 Ocorrência de erosão;
 Geração de estresse a fauna.

B. Escopo

 Elaboração de PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas);

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 Levantamento tipológico da vegetação que será retirada para a


realização das obras;
 Levantamento da área a ser abrangida pelo subprograma de
Recuperação;
 Propor técnicas de recuperação das áreas degradadas;
 Efetuar o reflorestamento e adensamento da faixa ciliar do reservatório.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Temporário, será executado enquanto houver supressão de vegetação
devido as obras do empreendimento.

C. Medidas Complementares ao Programa

 Procurar retirar a vegetação existente somente nos locais necessários,


retirando o mínimo possível desta cobertura;
 Propor no Plano a utilização de espécies vegetais nativas da região na
recuperação florestal da área;
 Constituição de reflorestamento e adensamento da vegetação próxima
à área diretamente afetada pelo empreendimento;
 Realizar plantio de espécies nativas em áreas da propriedade que não
sejam afetadas pelo empreendimento, como forma de compensação às áreas
ocupadas pelas estruturas físicas da CGH, não passíveis de posterior recuperação.

D. Objetivos

 Preservar a diversidade de fauna e flora da região;


 Identificar as áreas com maior potencial de degradação e executar as
ações específicas de recuperação das áreas degradadas;
 Recompor as áreas afetadas pelas obras, de forma a que retornem
rapidamente às suas condições originais ou estáveis em termos ambientais;
 Implantar medidas capazes de reintegrar as áreas degradadas à
paisagem local, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental;
 Evitar processos erosivos.

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8.11.2 Subprograma de Acompanhamento Fotográfico Periódico dos Projetos


de Recuperação e Recomposição Paisagística dos Taludes e das Áreas
de Empréstimo e Bota-fora

Durante as obras não serão utilizadas áreas de bota-fora ou áreas de


empréstimo, porém durante as escavações, haverá uma alteração paisagística
devido à supressão de vegetação nativa. Assim este programa trata do
acompanhamento fotográfico da recomposição paisagística e de reflorestamento das
áreas afetadas pelas obras.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Redução do habitat natural para a fauna silvestre;
 Redução de espécies nativas;
 Assoreamento;
 Ocorrência de erosão;
 Interferência na vida de espécies faunísticas;
 Geração de estresse à fauna.

B. Escopo

 Estabelecer um cronograma para captura de imagens em pontos


críticos de supressão da vegetação nativa.
 Definição da metodologia para a revegetação das áreas deve
considerar os níveis de degradação de cada área, ou seja, o comprometimento da
capacidade de resiliência da área degradada deverá ser avaliado.
 Recompor a paisagem natural da região mediante a recuperação do
terreno e reflorestamento com espécies exclusivamente autóctones
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Permanente, para evitar novos desmatamentos na área do
empreendimento.

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C. Objetivos

O objetivo do Programa consiste em:


 Acompanhar a evolução da supressão necessária às obras da CGH
São Bento, e a etapa de reflorestamento e recuperação das áreas afetas;
 Minimizar os efeitos negativos da implementação das estruturas
temporárias da obra sobre a paisagem local mediante a prevenção e controle dos
processos de degradação durante a construção.

8.12 Programa de Comunicação, Educação Ambiental e Relacionamento com a


Municipalidade

A implantação de empreendimento hidrelétrico, como a CGH São Bento, não


provoca grandes alterações na dinâmica da comunidade local, porém é
compromisso do empreendedor promover a melhoria nas condições de vida social e
ambiental da comunidade diretamente afetada pelo empreendimento. Durante as
várias etapas de implementação da CGH é imprescindível à existência de um
processo de comunicação entre o grupo empreendedor, trabalhadores envolvidos na
obra, a população residente ou que exerça atividades nas áreas próximas ao
empreendimento.

A. Impactos Contemplados pelo Programa

Este programa abrange o controle dos seguintes impactos:


 Geração de Empregos e Renda.

B. Escopo

 Estabelecer um procedimento para o repasse das informações


relevantes, de forma padronizada e de caráter oficial.
 Esclarecer a população residente ou que exerce atividades próximas
ao empreendimento, representantes do Poder Público e demais instituições
interessadas sobre todos os aspectos da implementação do empreendimento (dados
técnicos, licenciamento, andamentos dos estudos e programas).

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 Identificar os principais anseios e dúvidas da população referentes à


implementação do empreendimento, possibilitando a melhor operacionalização de
algumas medidas mitigadoras e compensatórias, mediante a adequação das ações
à realidade apresentada pela população.
 Contribuir para a formação de agentes capazes de disseminar
informações voltadas à educação ambiental, higiene, saúde pública e cidadania para
instrumentalizar as ações indispensáveis, em cujo campo a “Educação Ambiental”
desempenha papel primordial.
 Desenvolver na população local a conscientização ambiental,
ensinando formas de utilização dos recursos naturais de forma equilibrada e
ambientalmente saudável.
 Prestar esclarecimentos à população sobre questões relativas a
animais peçonhentos, primeiros socorros e medidas de controle.
Prazo de implementação do programa: Ao início da implantação. Duração do
programa: Permanente, a ser executado enquanto houver operação no
empreendimento.

C. Objetivos

São objetivos do Programa de Comunicação, Educação Ambiental e


Relacionamento com a Municipalidade:
 Criar uma linha direta entre o empreendedor e a sociedade, para
prestar esclarecimentos e coletar sugestões sobre a implantação da CGH São
Bento;
 Promover o acesso à informação e ao conhecimento das questões
ambientais e científicas de forma clara e transparente;
 Desenvolver trabalho de comunicação preventiva, evitando que sejam
criadas falsas expectativas pela comunidade;
 Incentivar a participação das comunidades organizadas do município
na implantação e fiscalização deste empreendimento;
 Auxiliar a população no processo de adaptação às novas condições
geradas pela implantação do empreendimento;

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 Realizar atividades educacionais durante as várias etapas do


empreendimento, sobre a problemática ambiental e as questões específicas do
empreendimento, de modo que essas informações e exemplos estimulem a
conscientização ambiental;
 Conscientização da mão-de-obra empregada na construção, de forma
a respeitar os hábitos, costumes, valores e cultura das comunidades visando evitar
conflitos na localidade;
 Minimizar os impactos ambientais e sociais decorrentes da implantação
do empreendimento;
 Elaborar e produzir materiais institucionais, didáticos, informativos e de
divulgação;
 Em parceria com os moradores ajudá-los a organizar a APP de suas
propriedades;
 Manter um fluxo de comunicação entre o empreendedor e a
comunidade.

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9 CONCLUSÃO

O presente Relatório Ambiental Simplificado (RAS) referente à


repotencialização da Central Geradora Hidrelétrica (CGH) São Bento foi
desenvolvido visando subsidiar o processo de licenciamento ambiental a fim de
obter para a proprietária IRATIM ENERGÉTICA SUSTENTÁVEL SPE S.A. o registro
como Produtor Independente de Energia e da exploração energética deste potencial
hídrico, considerando a política vigente para Setor Elétrico Brasileiro, bem como a
legislação pertinente.
A implantação da CGH São Bento apresenta uma importância estratégica
para toda a sociedade paranaense, em especial no contexto regional onde está
inserida, a ser implantada no rio Iratim, região sul do estado do Paraná, no município
de General Carneiro. São 1,3 MW de potência final instalada comercial, operando a
fio d’água, disponibilizados ao desenvolvimento socioeconômico do Estado a custos
socioambientais relativamente reduzidos, se comparados às usinas hidrelétricas
convencionais.
Em geral, CGHs tendem a apresentar um reservatório pequeno em
relação à energia gerada, sendo normalmente localizadas em vales estreitos e
encaixados, com rios onde os acidentes naturais (saltos e quedas) constituem-se em
condições as mais adequadas para a geração hidrelétrica. Tais saltos ainda
reduzem significativamente os impactos ambientais em geral, já que impõem uma
barreira natural ao processo de migração de peixes, um dos impactos em geral de
maior magnitude geralmente associados às barragens e aos reservatórios, fato este
considerado já minimizado visto que se trata de repotencialização da CGH São
Bento, inclusive considerando o aproveitamento das estruturas já existentes da
barragem, vertedouro e reservatório, implantadas há décadas. Esta perspectiva tem
sido inclusive a tônica dentro do setor elétrico brasileiro no que tange ao fomento de
pequenas centrais e centrais hidrelétricas como forma a reduzir impactos, este um
dos objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente.
Ao se considerar, portanto, a repotencialização da CGH São Bento, o
empreendimento em questão certamente gerará impactos ambientais, os quais
foram avaliados ao longo de todo o desenvolvimento do Relatório Ambiental

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Simplificado abordando os aspectos relevantes aos meios físico, biótico e


socioeconômico. Assim sendo, com base nos resultados obtidos da avaliação
ambiental procedida para a CGH, através dos dados primários e secundários
coletados, bem como do prognóstico sugerido pela equipe multidisciplinar que atuou
na elaboração deste estudo, é possível concluir que:
i. Por se tratar de um empreendimento em área isolada, distante das
áreas urbanizadas dos municípios considerados na área de influência,
e com baixo número de pessoas morando próximo à área, os
impactos negativos das fases de construção e operação relacionados
ao meio socioeconômico são muito inexpressivos. Existindo maior
ênfase em relação aos impactos do meio biótico e físico, ligados a
alterações de um ambiente natural;
ii. Os impactos negativos identificados contribuirão para gerar
modificações nos meios físico e biótico, e que esses impactos serão
mitigados e/ou compensados de acordo com as propostas das ações
e programas constantes deste documento;
iii. No que se refere aos impactos provenientes pela repotencialização da
CGH, assim como a viabilidade do mesmo, considera-se através dos
dados secundários e primários coletados, que não foram encontrados
registros de comunidades sensíveis na área do empreendimento.
Ainda, os assentamentos identificados não se encontram na área do
empreendimento, bem como não será necessária remoção ou
realocação de população atingida, o que indica que estas não
sofrerão interferência na sua dinâmica social, cultural e econômica;
iv. Os impactos (negativos e positivos) que ocorrem no meio
socioeconômico são equilibrados e deverão ser adequadamente
tratados pela adoção de medidas minimizadoras e/ou
potencializadoras. Há também que se considerar que o
empreendimento contribuirá para a dinamização da economia local e
regional. A adoção das medidas potencializadoras dos impactos
positivos amplia essa importância econômica e social;

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v. A avaliação de impactos ambientais mostra ainda que a maioria dos


efeitos decorrentes do empreendimento deverá apresentar baixa
magnitude, sendo em geral restritos à Área Diretamente Afetada
(ADA) ou, no máximo, afetando as condições do entorno desta – Área
de Influência Direta (AID).
Quanto aos impactos que podem ser provocados pela instalação da CGH
São Bento, observou-se que de maneira geral, a grande parte dos impactos
negativos são decorrentes da fase de implantação do empreendimento. São
impactos de baixa e média magnitude e importância, com boa capacidade de
reversão. Estes impactos negativos poderão ser mitigáveis e/ou compensados. No
que diz respeito ao meio socioeconômico, os impactos incidentes são bem
equilibrados em sua grande maioria positivos e de média a alta magnitude.
Cabe ainda destacar que, em se tratando dos impactos ambientais
importantes e comuns ao empreendimento, a implementação dos Programas
Ambientais não só deverá mitigar muitos destes, mas principalmente promover
ganhos significativos em termos de conservação da biodiversidade local pelos
aspectos de proteção e recuperação dos ambientes naturais presentes no rio Iratim.
As perspectivas socioambientais para a região também podem mudar de forma
favorável com a implantação da CGH, cumprindo plenamente a execução dos
Programas Ambientais propostos.
Assim sendo, as medidas e programas estabelecidos no presente estudo
representam um estudo realista e consistente para uma articulação responsável de
se produzir energia elétrica de forma sustentável com a conservação ambiental e
deverão mitigar a grande maioria dos impactos negativos. A equipe multidisciplinar
entende que os arranjos projetados para o empreendimento, no local e na forma
prevista, o tornam um empreendimento extremamente interessante para a
sociedade paranaense, gerando uma combinação onde ganhos podem ser comuns
ao desenvolvimento econômico e conservação ambiental da biodiversidade local.
Dessa forma, de acordo com o exposto acima e melhor detalhado nos
capítulos que compõem o presente Relatório Ambiental Simplificado, procede-se
pela viabilidade de implantação do empreendimento.

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ANEXOS
USO DO SOLO NA ÁREA DE APP DO RESERVATÓRIO
445600 446400 447200 448000

LOCALIZAÇÃO
420000 450000

7110000

7110000
Coronel Domingos Bituruna
Soares
7076300

7076300
7080000

7080000
General Carneiro
Palmas

420000 450000

LEGENDA
APP Metodogia de Dias, 2001.
7075600

7075600
APP de 100 metros do Reservatório
Campo Antrópico
Campo Natural
Estrada
Floresta Nativa
Eucalipto
Pinus
Corpo D'água
Ilha

INFORMAÇÕES CARTOGRÁFICAS

µ
7074900

7074900
USO DO SOLO NA APP DE 100 M.
Tema Área Ha Área %
Campo Antrópico 4,17 3,34%
Campo Natural 14,12 11,34%
Estrada 0,19 0,15% Sistema de Projeção UTM
Eucalipto 5,07 4,07% Datum Horizontal WGS1984
Floresta Nativa 76,26 61,23% Fuso 22
Pinus 24,74 19,87% Imagem Orbital: Agosto de 2013.
TOTAL 124,55 100,00% Fonte: Bing, 2015.

USO DO SOLO NA APP DIAS, 2001 (71,93 M.) ESCALA 1:16.000


Tema Área Ha Área % 0 75 150 300 450 600
Campo Antrópico 2,72 2,98% Metros
Campo Natural 12,25 13,43%
Execução
Estrada 0,10 0,11%
7074200

7074200
Eucalipto 2,47 2,71%
Floresta Nativa 61,34 67,27%
Pinus 12,31 13,50%
TOTAL 91,19 100,00%
Data: 28/10/2015.
445600 446400 447200 448000
LOCALIZAÇÃO DA BACIA DO RIO IRATIM
-54 -52 -50 -48 400000 420000 440000 460000
-22

-22
MS
SP

7120000

7120000
Coronel Domingos Bituruna
Soares

7100000

7100000
PR
-25

-25
Curitiba

7080000

7080000
General Carneiro
Palmas

SC

7060000

7060000
RS
-54 -52 -50 -48 400000 420000 440000 460000

405000 420000 435000 450000 465000


7120000

7120000
7105000

7105000
7090000

7090000

Reservatório
7075000

7075000

LEGENDA
Hidrografia
Bacia do Rio Iratim ±
Reservatório CGH - Joaquim Fernandes Luiz

ESCALA 1:400.000
0 2,5 5 10 15 20
7060000

7060000

Km

405000 420000 435000 450000 465000


APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE DIAS (2001) PARA DELIMITAÇÃO DE ÁREA DE APP
445600 446400 447200 448000

LOCALIZAÇÃO
420000 450000

7110000

7110000
Coronel Domingos Bituruna
Soares
7076300

7076300
7080000

7080000
General Carneiro
Palmas

420000 450000

LEGENDA

APP Metodogia de Dias, 2001.


7075600

7075600
APP de 100 metros do Reservatório
Corpo D'água
Ilha

INFORMAÇÕES CARTOGRÁFICAS

µ
7074900

7074900
Sistema de Projeção UTM
Datum Horizontal WGS1984
Fuso 22

Imagem Orbital: Agosto de 2013.


Fonte: Bing, 2015.

ESCALA 1:16.000
0 75 150 300 450 600
Metros
Execução
7074200

7074200
Data: 28/10/2015.
445600 446400 447200 448000
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE DIAS (2001) PARA DELIMITAÇÃO DE ÁREA DE APP
445600 446400 447200 448000

LOCALIZAÇÃO
420000 450000

7110000

7110000
Coronel Domingos Bituruna
Soares
7076300

7076300
7080000

7080000
General Carneiro
Palmas

420000 450000

LEGENDA
APP Metologia de Dias, 2001.
7075600

7075600
APP de 100 metros do Reservatório
Corpo D'água
Ilha

INFORMAÇÕES CARTOGRÁFICAS
7074900

7074900
µ
Sistema de Projeção UTM
Datum Horizontal WGS1984
Fuso 22
Imagem Orbital: Agosto de 2013.
Fonte: Bing, 2015.
ESCALA 1:16.000
0 75 150 300 450 600
Metros

Execução
7074200

7074200
Data: 28/10/2015.
445600 446400 447200 448000
PONTOS DE VISTORIA DE CAMPO
445600 446400 447200 448000 448800

LOCALIZAÇÃO
420000 450000

001
!
(

7110000

7110000
7076300

7076300
Coronel Domingos Bituruna
Soares

7080000

7080000
General Carneiro

011 Palmas

!
(

010 420000 450000

!
(
LEGENDA
7075600

7075600
!
( Pontos de Visita em Campo
Limite do Resrevatório
002
!
( Ilhas

006
!
(
Vistoria de Campo:
01 e 02 de Outubro, 2015.
7074900

7074900
INFORMAÇÕES CARTOGRÁFICAS

003
!
( µ
Sistema de Projeção UTM
Datum Horizontal WGS1984
005 Fuso 22
!
( Imagem Orbital: Agosto de 2013.
Fonte: Bing, 2015.

ESCALA 1:16.000
008
0 80 160 320 480 640
7074200

7074200
!
( Metros

Execução
007
004 !
(
!
(
009
!
(
Data: 28/10/2015.
445600 446400 447200 448000 448800
PONTOS DE VISTORIA DE CAMPO
445600 446400 447200 448000 448800

LOCALIZAÇÃO
420000 450000

001
!
(

7110000

7110000
7076300

7076300
Coronel Domingos Bituruna
Soares

7080000

7080000
General Carneiro

011 Palmas

!
(

010 420000 450000

!
(
LEGENDA
7075600

7075600
!
( Pontos de Visita em Campo
Limite do Resrevatório
002
!
( Ilhas

006
!
(
Vistoria de Campo:
01 e 02 de Outubro, 2015.
7074900

7074900
INFORMAÇÕES CARTOGRÁFICAS

003
!
( µ
Sistema de Projeção UTM
Datum Horizontal WGS1984
005 Fuso 22
!
( Imagem Orbital: Agosto de 2013.
Fonte: Bing, 2015.

ESCALA 1:16.000
008
0 80 160 320 480 640
7074200

7074200
!
( Metros

Execução
007
004 !
(
!
(
009
!
(
Data: 28/10/2015.
445600 446400 447200 448000 448800
ANEXO IV - ANÁLISE DE PROXIMIDADE
75°0'0"W 60°0'0"W 45°0'0"W

RR AP
2
%
440000

0°0'0"

0°0'0"
2
%
2
%

Mallet
2
%

AM PA
2
%

ESEC MA CE RN
2
%
2
%

PB
2
%

Rio dos Touros PR00825


Brasil PI PE
2
%

Reserva do Iguaçu AC AL%2


2
%
2
%

RO
Pinhão TO SE
2
% 2
%

BA %2
2
%
PR00813 PR00814
PR00815 MT

15°0'0"S

15°0'0"S
PR00816
GO%2 DF
2
% 2
%

MG
PR00818 RVS do APA da Serra ES
MS
Pinhão
2
%
2
%

da Esperança
2
%

SP RJ
Cruz Machado PR
2
%
2
%

PR00817 2
%

SC%2
RS
Oceano Atlântico

30°0'0"S

30°0'0"S
2
%

µ
7120000

7120000
PA - 33 PA - 34
75°0'0"W 60°0'0"W 45°0'0"W

Estado do Mato Grosso do Sul,


e localização das propriedades
Mangueirinha PA - 56
PCH Foz do Estrela 52°0'0"W 48°0'0"W

PA - 37
PA - 43 PA - 44
PA - 35
PA - 42
Caverna dos MS
Opiliões SP
PA - 38
PA - 31 União da Vitória
PA - 16

PA - 17
PA - 18 PR
Paula Freitas
PA - 19 PA - 23 Bituruna
Honório Serpa
PA - 20

Coronel Domingos Soares PA - 21 PA - 41

26°0'0"S
26°0'0"S
PCH Catanduava
PA - 53
PA - 54 PA - 40 SC
PA - 55
PA - 30
PA - 24

Porto Vitoria
RS
52°0'0"W
µ
48°0'0"W

PA - 28 PCH Vista Alegre PA - 12


PA - 27
PA - 26

LEGENDA
PA - 29
PA - 13
PCH Paiol Grande

PCH Faxinal dos Santos PCH Engenho Velho


PA - 46 PA - 49 Sítios Arqueológicos - IPHAN
PA - 01
PA - 07 PA - 47
PA - 48 Pequenas Centrais Hidrelétricas
Pontos com Vestígios Arqueológicos
PA - 06 PA - 02

PA - 05

Pontos de Amostragem
Quilombos Certificados

Cavidades Naturais Subterrâneas


Área de Influência Direta - AID
Clevelândia
PA - 11
PA - 10
Bacia Hidrográfica do Rio Iratim
Terras Indígenas
Unidades de conservação de uso sustentável
COMUNIDADE
CASTORINA PA - 09 Unidades de conservação de proteção integral
PE de MARIA
Palmas DA CONCEIÇÃO Represa
Rio dos
COMUNIDADE
Palmas Limites Municipais
Pardos
PA - 08
ADELAIDE M.
PR VI 1 TRINDADE
PA - 57
BATISTA

µ
General Carneiro
PR VI 2 RVS dos
Campos de Palmas
ESEC da
Mata Preta PALMAS PR VI 3
7060000

7060000
Escala 1:200.000
Maria Rosa
Taipa HQ
Metros
0 2.500 5.000 10.000 15.000 20.000

DATA: 12/04/2016
SISTEMA DE PROJEÇÃO UTM
FUSO - 21/22
DATUM HORIZONTAL - WGS84
DATUM VERTICAL - IMBITUBA-SC

PN das COORDENADOR
Araucárias Bianca Rebolho - Engª Ambiental e Sanitarista
Floresta Nacional
de Caçador
COORDENADOR GIS
Maciel Batista Paulino - Eng. Florestal

440000
LOCALIZAÇÃO DA CGH SÃO BENTO
-52

Reserva do Iguaçu Pinhão Cruz


Machado

Coronel
Domingos Soares
Bituruna

PR

General
Carneiro
Palmas

SC
-52

LEGENDA
Bacia Hidrográfica do Rio Iratim
Área Diretamente Afetada - ADA
Reservatório CGH - São Bento
Campo
Edificação
Estrada

±
Reflorestamento
7076500

7076500

Vegetação Nativa

ESCALA 1:2.000
0 0,0125
0,025 0,05 0,075 0,1
Km
LOCALIZAÇÃO DA CGH SÃO BENTO
-54 -52 -50 -48 400000 420000 440000 460000
-22

-22
MS
SP

7120000

7120000
7100000

7100000
PR
-25

-25
Curitiba

7080000

7080000
SC

7060000

7060000
RS
-54 -52 -50 -48 400000 420000 440000 460000

447000 448500
7076500

7076500
7075000

7075000

±
LEGENDA
Reservatório CGH - São Bento

ESCALA 1:17.000
0 0,1 0,2 0,4 0,6 0,8
Km

447000 448500
Anexo II - Projeto Básico

Ver CD a parte: Projeto Básico Consolidado Volume I


Anexo III - Desenhos do Projeto

Ver CD a parte: Projeto Básico Consolidado Volume II


SRF Superintendência de Regulação e Finanças da Distribuição
DMRE Departamento de Mercado, Regulação e Comercialização de Energia
VAGD Divisão de Atendimento a Acessantes de Geração Distribuída

INFORMAÇÃO DE ACESSO

Acessante de
Geração CGH São Bento
Chopim Empreendimentos
Solicitante:
Florestais S.A. TIPO: IAC
Responsável VAGD: Emerson/ Kátia/ Maycon/ Zeni
NÚMERO: IAC 088-2015
3
2
1
0 01.10.2015 Emissão Inicial
Rev. Data Situação Observações
Sumário
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 3

2 DADOS DA CENTRAL GERADORA .............................................................................................................. 3

2.1. DA CENTRAL GERADORA ......................................................................................................................... 3

2.2. DO SOLICITANTE ...................................................................................................................................... 3

2.3. DO CONTATO/CORRESPONDÊNCIA ........................................................................................................ 3

2.4. LOCALIZAÇÃO NO SISTEMA ELÉTRICO .................................................................................................... 3

3 ALTERNATIVAS ANALISADAS .................................................................................................................... 4

3.1. CONEXÃO A PARTIR DE DERIVAÇÃO (PINGO) DO ALIMENTADOR GENERAL CARNEIRO ...................... 4

3.2. CONEXÃO ATRAVÉS DE CIRCUITO EXPRESSO A PARTIR DA SUBESTAÇÃO GENERAL CARNEIRO .......... 4

4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO .................................................................................... 5

5 ESTIMATIVA DE CUSTOS DOS ATIVOS DE CONEXÃO ................................................................................. 6

5.1. CUSTOS DOS SERVIÇOS DE ENGENHARIA ASSOCIADOS AOS ATIVOS DE CONEXÃO ............................. 6

6 PERDAS..................................................................................................................................................... 6

7 OBSERVAÇÕES .......................................................................................................................................... 7

8 RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................................... 8

9 CONCLUSÃO ........................................................................................................................................... 10

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 2


N
E
T
A IM
DE
N
A O
T
S
M
A
D C
IN
O
T
É
E S
O

1 INTRODUÇÃO

O senhor Derli Koefender diretor da empresa Chopim Empreendimentos Florestais S.A., CNPJ
09.596.310/0001-95, formulou consulta de acesso à COPEL para a CGH São Bento localizada no
município de Coronel Domingos Soares, estado do Paraná.

Este parecer pretende avaliar a possibilidade de conexão da CGH no sistema elétrico da COPEL
Distribuição.

Na elaboração deste documento foram considerados aspectos técnicos, comerciais e regulatórios,


tendo como principais referências todos os estudos provenientes das áreas de planejamento e
proteção emitidos no ATG0130/15-MT-C.

Os critérios para análise da alternativa pautaram-se na estrita verificação da capacidade técnica do


atendimento quanto à confiabilidade, qualidade e nos menores custos globais de investimentos.

2 DADOS DA CENTRAL GERADORA

2.1. DA CENTRAL GERADORA

Tensão de conexão: 34,50 kV


Potência instalada: 1,30 MW
Potência injetável: 1,30 MW
Localização: Latitude 26° 25' 45"S
Longitude 51° 32' 34,5"O
Entrada em operação Fevereiro de 2018
(informação do acessante)

2.2. DO SOLICITANTE

Representante: Derli Koefender


Av Sete de Setembro, 4214 – CEP 80.250-210
Endereço:
Curitiba – Paraná

2.3. DO CONTATO/CORRESPONDÊNCIA

Representante: Gilson Geronasso


Rua Estrela Zugman, 293 – Sala B - Distrito Ubaldino
Endereço: Taques
Coronel Domingos Soares – PR
Telefones de Contato: (41) 3324-4843
E-mail: gilson@remasa.com.br

2.4. LOCALIZAÇÃO NO SISTEMA ELÉTRICO

A Figura 1 apresenta a localização da CGH São Bento em relação ao sistema elétrico da


Copel.

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 3


Figura 1 – Localização da CGH São Bento em relação ao sistema elétrico da COPEL

3 ALTERNATIVAS ANALISADAS

O estudo de integração da central geradora contemplou simulações computacionais e análises do


desempenho do sistema elétrico da COPEL considerando a conexão ao sistema elétrico.

3.1. CONEXÃO A PARTIR DE DERIVAÇÃO (PINGO) DO ALIMENTADOR GENERAL


CARNEIRO

O acessante está a aproximadamente 28 km a jusante da SE General Carneiro 34,5-13,8kV. O


alimentador 34,5kV contém aproximadamente 23km de cabo 04 CAA. A conexão, mesmo com
geração reduzida para 1MW, implica na necessidade da troca de todos os cabos, da SE General
Carneiro até o ponto de conexão, para bitola mínima 2/0 CAA, a fim de reduzir a sobretensão que
será verificada. Sem a troca dos cabos, esta sobretensão seria na ordem de 1,3% (com geração de
1,0 MW). Como há outros consumidores ligados, o acessante teria a obrigação de manter a tensão
entre 0,96 e 1,00 p.u., conforme NTC 905100, item 6.3.1..

A obra necessária para que o despacho de 1,0 MW possa ocorrer envolve a troca de cabo de 28 km
de linha do alimentador General Carneiro para cabo 336 CA a um custo estimado de R$1.537.424,00.
Não estão computados aqui os custos de desligamento e o prazo que deverá ser maior para
execução. Dessa forma, a conexão em derivação do alimentador (pingo) torna-se inviável.

3.2. CONEXÃO ATRAVÉS DE CIRCUITO EXPRESSO A PARTIR DA SUBESTAÇÃO


GENERAL CARNEIRO

Dada a inviabilidade técnica de conexão por derivação de linha, é recomendada a construção de uma
linha expressa. A conexão deverá ser feita na barra não regulada de 34,5kV da SE General Carneiro.
O acessante deverá construir aproximadamente 28 km de linha com cabo 2/0 CAA e estará 65km a
jusante da fonte, SE União da Vitória.

Uma vez que a conexão será na barra não regulada da SE General Carneiro, a tensão ali é estimada
em 92,5% em carga leve, o que é um valor baixo e que pode trazer problemas para a partida das

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 4


máquinas do acessante. Por esta razão, é indicada, também, a instalação de um banco de
reguladores de tensão.

Na Tabela 1, são apresentados os resultados da simulação de fluxo de potência.


Como a tensão será regulada pelo banco de reguladores de tensão, o padrão é o mesmo tanto no
horário de carga leve como no de carga pesada.
O fluxo de potência mostra grande sensibilidade do fluxo de reativos em função da tensão nas
máquinas da CGH. Nesta condição, indica-se a necessidade destas máquinas possuírem controle de
reativos, para se adequarem aos níveis de tensão requeridos pela Copel.

(*) Barra não regulada da SE Gal. Carneiro: valor médio regulado pelo banco reg. tensão

Tabela 1 – Resultados do Fluxo de Potência

4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO

Os sistemas de proteção dimensionados deverão estar em conformidade com os Procedimentos de


Distribuição de Energia Elétrica – PRODIST (Módulos 3 e 8) disponível no sítio da ANEEL, bem como
com as normas técnicas da Copel, que complementam o PRODIST, a NTC 905100 – Acesso de
Geração Distribuída ao Sistema da Copel, disponível no site www.copel.com.

Outras adequações adicionais às previstas nesta análise poderão ser exigidas quando da emissão do
Parecer de Acesso, quando o interessado deverá apresentar os projetos básicos do empreendimento.
Neste documento serão anexadas as informações das áreas de estudos de proteção da Copel,
contendo uma avaliação dos sistemas e equipamentos a serem instalados e/ou alterados, em função
da conexão do acessante de geração. Para está análise serão considerados os critérios da NTC
anteriormente mencionada.

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 5


5 ESTIMATIVA DE CUSTOS DOS ATIVOS DE CONEXÃO
O acessante deverá contratar uma empresa especializada no mercado para execução das obras.

Custos referentes a materiais, equipamentos e mão-de-obra

Construção de saída em 34,5kV com RA, na barra não regulada da SE General Carneiro

Materiais, Equipamentos e Mão-de-Obra R$ 530.607,00

Trecho novo, 28 km, cabo 2/0 CA, tensão 34,5kV, isolador tipo pilar, para interligação da CGH
1
à rede ( )
Materiais, Equipamentos e Mão-de-Obra R$ 1.216.289,20

Instalação de banco de reguladores de tensão 34,5kV x 200A, bidirecional, na LD União da


Vitória/General Carneiro, aprox. 18km a jusante da SE União da Vitória
Materiais, Equipamentos e Mão-de-Obra R$ 164.887,00

Implantação do Sistema de Medição de Faturamento

Materiais, Equipamentos e Mão-de-Obra R$ 22.200,00

2
Total1 R$ 1.933.983,00

5.1. CUSTOS DOS SERVIÇOS DE ENGENHARIA ASSOCIADOS AOS ATIVOS DE CONEXÃO

São serviços que devem ser contratados com a COPEL:

Custos referentes aos serviços da COPEL – SE General Carneiro

Ajustes e Parametrização de relés R$ 2.000,00

Acompanhamento e Fiscalização R$ 35.000,00

Serviços de automação R$ 12.000,00

Total2 R$ 49.000,00

TOTAL GERAL (Total1 + Total2) R$ 1.982.983,00

6 PERDAS

O cálculo de fluxo de potência mostra que as perdas na LD Gal. Carneiro/CGH são menores que a
resolução do programa que as calcula – 0,1 MW. Isto ocorre devido ao baixo montante de geração e
implica em inexatidão considerável para cálculos econômicos. Por esta razão, não serão calculadas
as perdas.

1
Se em área urbana, poderá ser indicada rede compacta
2
Estes custos são meramente orientativos e não devem ser utilizados para fins contratuais

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 6


7 OBSERVAÇÕES

A conexão deverá seguir todos os requisitos do PRODIST – Procedimentos de Distribuição, módulo 3


e da NTC 905100 – Acesso de Geração Distribuída ao Sistema da COPEL. A NTC 905100 está
disponível para consulta no site da COPEL, www.copel.com.

O acessante deverá contratar uma empresa especializada para execução dos projetos de
coordenação e seletividade da proteção das instalações internas, com ART devidamente assinada
pelo responsável técnico, e apresentá-los à COPEL para aprovação.

O acessante deverá contratar uma empresa especializada para elaboração do projeto do sistema de
medição de faturamento da instalação e apresentá-lo à COPEL para aprovação prévia. A aprovação
definitiva será efetuada pelo ONS.

O acessante será responsável por contratar uma empresa especializada para execução dos projetos
da linha, se for o caso. Os serviços de topografia para o projeto da linha também deverão ser
contratados com empresas especializadas.

O projeto da linha e os demais projetos deverão ser apresentados à Divisão de Atendimento a


Acessantes de Geração Distribuída (VAGD), para distribuição interna e aprovação junto à COPEL.

Os equipamentos a serem instalados na subestação do acessante e de uso exclusivo do mesmo


(transformador, conexões, relés, disjuntores, etc.), as obras necessárias na subestação do acessante
e o levantamento dos obstáculos em campo, investigando se não há loteamentos aprovados ou
outros problemas, por ocasião da construção da linha de conexão serão de responsabilidade do
próprio acessante.

Os serviços realizados pela COPEL deverão ser formalizados através de um Contrato de Prestação
de Serviços de Engenharia. Tais serviços se justificam pelo fato de que a conexão de qualquer novo
agente requer garantias de que a confiabilidade do sistema elétrico e a qualidade da energia
fornecida aos outros agentes já conectados não serão prejudicados.

A COPEL Distribuição está obrigada a fornecer a seus consumidores tensões em níveis adequados,
conforme módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição (PRODIST). A central geradora não deverá
provocar violação dos limites de tensão estipulados pela ANEEL, portanto suas máquinas deverão ter
condições de gerar os reativos necessários para o controle da tensão.

Portanto, o acessante fica obrigado a assumir o compromisso de que suas unidades geradoras não
provocarão tensões fora destes critérios, o que implica que suas unidades geradoras deverão possuir
sistemas de controle de tensão por variação de reativo e operação com fator de potência compatível
para regulação local da tensão dentro dos níveis considerados adequados pela COPEL.

Nas barras de carga das subestações, as tensões devem estar nas faixas de valores da tabela a
seguir:

Tensões [kV] Tensões [kV]


Patamar de Carga
Mínima Máxima
Pesada 34,25 34,50
Intermediária 33,75 34,25
Leve 33,00 33,75

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 7


A central geradora deverá operar com fator de potência não inferior a 0,92.

O acessante deve garantir que não seja violado o valor de referência para a distorção harmônica total
e individual no ponto de conexão: para tensão entre 13,8 kV e 69 kV, DHT de 6,0%.

Os custos das obras são modulares e estimativos, com base em custos de referência da COPEL.
Servem apenas como referência de custo para a construção dos ativos de conexão. Não foram
considerados os custos das obras das instalações internas do acessante.

Todos os custos decorrentes do sistema de medição de faturamento (implantação e manutenção)


serão de responsabilidade do acessante e deverão atender aos padrões da CCEE/ONS.

A conexão deverá estar em conformidade com as normas e todos os requisitos técnicos da COPEL,
assumindo a responsabilidade por eventuais adequações necessárias na instalação.

A central geradora não poderá operar em situação de contingência do sistema, quando a


configuração da rede for alterada, quando houver a troca de alimentação fonte ou quando estiver
ilhada.

A central geradora estará sujeita às interrupções do sistema e também àquelas provocadas em


virtude das condições de proteção exigidas.

8 RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se que o acessante avalie todas as consequências em relação a prováveis


interferências no sistema de geração provenientes de ocorrências normais no sistema
elétrico, em função dos dados de desempenho do sistema na região e da filosofia de proteção
do sistema adotada.
O acessante deverá ser responsável pela proteção adequada e eficiente de toda a sua
instalação, bem como de todos os seus equipamentos, de tal forma que faltas, falhas,
distúrbios e religamentos automáticos no sistema COPEL não causem danos aos seus
equipamentos.
O acessante deve ajustar as suas proteções de tal forma a desfazer o paralelismo de sua
geração caso ocorram desligamentos, antes da subsequente tentativa de religamento dos
equipamentos de proteção COPEL. Portanto, a COPEL não se responsabiliza por danos
decorrentes de paralelismo fora de sincronismo. O acessante é responsável pela integridade
de sua planta de geração e instalações.
Cabe ressaltar:

A COPEL não aceita a utilização de equipamentos recondicionados.


Para a construção efetiva do empreendimento deverá ser levantado o custo detalhado, com o
respectivo projeto.
Eventuais equipamentos adicionais de proteção, automação e comunicação no sistema da
COPEL podem não ter sido considerados, pois tal detalhamento somente poderá ser obtido
quando da efetiva implantação da conexão.
Os religadores instalados nas usinas poderão ter características diferentes da especificação
COPEL para religadores REL 01, mediante concordância prévia da COPEL e desde que este
não seja o ponto de conexão. Caso o acessante opte por utilizar este tipo de equipamento,
deverá providenciar e custear treinamento a ser ministrado pelo fabricante para a equipe da

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 8


COPEL que participará da análise e acompanhará o comissionamento. A COPEL exige que o
equipamento a ser instalado no ponto de conexão seja automatizado para operação e
monitoramento de dados pelo COS/COD – Centro de Operação da Distribuição da COPEL.
Todos os equipamentos de proteção, bem como as lógicas de intertravamento
implementadas no lado da COPEL e no lado do acessante deverão ser testadas com o
acompanhamento da COPEL Distribuição, observando as normas e os requisitos técnicos da
empresa em vigor.
Em nenhuma hipótese a geração poderá operar ilhada alimentando cargas na região e para
isso devem ser tomadas todas as medidas técnicas necessárias para restringir esta
possibilidade.
A operação dos equipamentos que compõem o ponto de conexão será executada pela
COPEL, devendo as condições operativas constarem no Acordo Operativo a ser assinado
entre as partes antes da energização da usina.
Ao efetuar a Solicitação de Acesso, o acessante deverá apresentar:

projeto das instalações de conexão, incluindo memorial descritivo, localização, arranjo físico,
diagramas e, quando couber, Sistema de Medição para Faturamento - SMF, conforme a
seção 3.3 do módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição;
estudos de fluxo de potência, curto-circuito e superação de equipamentos na área de
influência das centrais geradoras;
estudos operacionais, de estabilidade e comportamento dinâmico das unidades geradoras;
demais informações aplicáveis relacionadas no item 4.3 da seção 6.2 do Procedimentos de
Distribuição;
licença ambiental emitida pelo órgão competente.

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 9


9 CONCLUSÃO

A alternativa de conexão apresentada atende a todos os critérios técnicos estabelecidos para o


planejamento e expansão do sistema elétrico da COPEL (NTC905100). Como as centrais geradoras
hidrelétricas com potência instalada abaixo de 3 MW são dispensadas de contrato de concessão e de
ato autorizativo, não é necessário protocolar esta Informação de Acesso na ANEEL. Em função
destas questões:

O presente documento não dá garantia ao ponto de conexão apresentado;


Somente a apresentação da Solicitação de Acesso dará a garantia do ponto de conexão e;
A Solicitação de Acesso deve ser formalizada com a apresentação dos documentos
apresentados no capítulo 8.

Se o acessante formalizar a Solicitação de Acesso e cumprir os prazos regulatórios associados terá a


preferência, ou seja, a garantia do ponto de conexão.

Curitiba, 01 de outubro de 2015.

Todo e qualquer contato sobre esta Informação de Acesso deve ser tratado com:

André Luís Zeni


COPEL Distribuição S.A.
Superintendência de Regulação e Finanças da Distribuição
Departamento de Mercado, Regulação e Comercialização de Energia
Divisão de Atendimento a Acessantes de Geração Distribuída
Rua José Izidoro Biazetto, 158 – Bloco B – Bairro Mossunguê
CEP 81200-240 Curitiba – PR
e-mail: andre.zeni@copel.com
Tel.: (41) 3310-5441

Maycon Ribeiro Macedo


e-mail: macedo@copel.com
Tel.: (41) 3310-5500

Kátia Cristina de Oliveira Dias


e-mail: kdias@copel.com
Tel.: (41) 3331 – 2665

Emerson Luiz Nascimento


e-mail: emerson.nascimento@copel.com
Tel.: (41) 3331 – 2380

Recebido em ____/____/____, pelo representante da CGH Girau

Nome: __________________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

SRF/DMRE/VAGD IAC 088/15 10


Tempo de Reversibilidade
Matriz de Aspecto e Probabilidade de
Etapas do empreendimento Natureza Probabilidade de ocorrência Tempo de Importância Efeito (reversível, Duração Valoração Magnitude Valoração Magnitude
Impacto Ambiental Natureza (1 Ocorrência Importância Área de Influencia Abrangência Reversibilida
ASPECTO IMPACTO (Planejamento/ Construção/ (Positiva/ Ocorrência (imediato, ocorrência (Pequena (Cíclico/Sinérgico/Cum Efeito (1/3/5) parcialmente (temporária ou Duração (1/3) Mitigação Potencialização Medida Preventiva Medida Mitigadora Medida Compensatória Medida Potencializadora
e -1) (Incerta/Provável/ (1/3/5) (ADA/AID/AII) (1/3/5) de (1/3/5)
Operação) Negativa) (1/3/5) médio ou (1/3/5) Média/Grande) ulativo) reversível ou permanente)
Certa)
longo prazo) irreversível)
MEIO Sem medida ambiental Com medida ambiental

Realizar palestra e treinamentos para os operários e


Geração de Resíduos e Poluição de corpo hídrico por colaboradores envolvidos na obra quanto à importância
OPERAÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 MÉDIO 3 MEDIA 3 AID 3 CÍCLICO 1 REVERSÍVEL 1 PERMANENTE 3 -17 MÉDIA 80% -3.4 BAIXA Projeto e execução de sistema de tratamento de efluentes - -
efluentes rejeitos sólidos e líquidos da correta gestão dos resíduos sólidos na área de
domésticos (ou adoção de banheiros químicos).
instalação do empreendimento;
Água

Realizar palestra e treinamentos para os operários e


Geração de Resíduos e Poluição de corpo hídrico por colaboradores envolvidos na obra quanto à importância
CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 IMEDIATO 1 GRANDE 5 AII 5 CÍCLICO 1 REVERSÍVEL 1 TEMPORÁRIA 1 -17 MÉDIA 80% -3.4 BAIXA Projeto e execução de sistema de tratamento de efluentes - -
efluentes rejeitos sólidos e líquidos da correta gestão dos resíduos sólidos na área de
domésticos (ou adoção de banheiros químicos).
instalação do empreendimento;

Aumento da turbidez e de PARCIALMENTE Definir locais já degradados para estabelecimento do Minimização e monitoramento das atividades de supressão de Recomposição das Áreas de Preservação Permanente
Supressão de Vegetação CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 IMEDIATO 1 MEDIA 3 AID 3 CÍCLICO 1 3 TEMPORÁRIA 1 -15 MÉDIA 70% -4.5 BAIXA -
sedimentos no corpo hídrico REVERSÍVEL canteiro de obras; vegetação. (APP) e Reserva Legal;

1. Definir locais já degradados para estabelecimento do


canteiro de obras;
Minimização e monitoramento das atividades de supressão de
PARCIALMENTE 2. Construção de estruturas temporárias para drenagem Recomposição das Áreas de Preservação Permanente
Supressão de Vegetação Assoreamento CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 MÉDIO 3 MEDIA 3 ADA 1 CÍCLICO 1 3 TEMPORÁRIA 1 -15 MÉDIA 70% -4.5 BAIXA vegetação; -
REVERSÍVEL das águas pluviais na área do canteiro de obras do (APP) e Reserva Legal;
empreendimento e revegetação das áreas abertas a fim
de evitar a erosão do solo.
Meio Físico

1. Definir locais já degradados para estabelecimento do


canteiro de obras;
Recomposição das Áreas de Preservação Permanente
2. Construção de estruturas temporárias para drenagem Minimização e monitoramento das atividades de supressão de
Supressão de Vegetação Ocorrência de erosões CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 IMEDIATO 1 MEDIA 3 ADA 1 CÍCLICO 1 REVERSÍVEL 1 TEMPORÁRIA 1 -11 BAIXA 80% -2.2 BAIXA (APP) e Reserva Legal; -
das águas pluviais na área do canteiro de obras do vegetação;
Solo

empreendimento e revegetação das áreas abertas a fim


de evitar a erosão do solo.

Realizar palestra e treinamentos para os operários e


Geração de Resíduos e Poluição de solo por rejeitos PARCIALMENTE colaboradores envolvidos na obra quanto à importância Projeto e execução de sistema de tratamento de efluentes
OPERAÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 MÉDIO 3 MEDIA 3 AID 3 CÍCLICO 1 3 TEMPORÁRIA 1 -17 MÉDIA 80% -3.4 BAIXA - -
efluentes sólidos e líquidos REVERSÍVEL da correta gestão dos resíduos sólidos na área de domésticos (ou adoção de banheiros químicos).
instalação do empreendimento;

Realizar palestra e treinamentos para os operários e


Geração de Resíduos e Poluição de solo por rejeitos PARCIALMENTE colaboradores envolvidos na obra quanto à importância Projeto e execução de sistema de tratamento de efluentes
CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 IMEDIATO 1 GRANDE 5 AID 3 CÍCLICO 1 3 TEMPORÁRIA 1 -17 MÉDIA 80% -3.4 BAIXA - -
IMPACTO NEGATIVO E POSITIVO DE CADA MEIO - Meio Físico, Meio Biótico e Meio Socioeconômico

efluentes sólidos e líquidos REVERSÍVEL da correta gestão dos resíduos sólidos na área de domésticos (ou adoção de banheiros químicos).
instalação do empreendimento;

Utilizar combustível menos poluente e realizar revisão e


PARCIALMENTE manutenção periódica em máquinas e veículos para controle
Ar

Consumo de Combustível Poluição sonora e atmosférica CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 CERTA 5 IMEDIATO 1 GRANDE 5 AID 3 CÍCLICO 1 3 TEMPORÁRIA 1 -19 MÉDIA 70% -5.7 BAIXA - - -
REVERSÍVEL sobre as emissões gasosas e de ruídos, visando com isso à
redução da poluição sonora e atmosférica.

Definir locais já degradados para estabelecimento do


Redução de habitat natural Minimização e monitoramento das atividades de supressão de Recomposição das Áreas de Preservação Permanente
Supressão de Vegetação CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 CERTA 3 MÉDIO 3 BAIXA 0 ADA 1 CÍCLICO 1 REVERSÍVEL 1 PERMANENTE 3 -12 BAIXA 60% -4.8 BAIXA canteiro de obras; -
para a fauna silvestre vegetação. (APP) e Reserva Legal;

1. Realizar trabalho de esclarecimento e de proibição de


qualquer atividade de caça ou captura de animais na
área do projeto;
2. Orientar os operários a não matar cobras ou animais
peçonhentos que possivelmente sejam encontradas na
Atropelamento, captura e
Contratação de mão de obra CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 INCERTA 1 MÉDIO 3 BAIXA 0 AID 3 CÍCLICO 1 REVERSÍVEL 1 TEMPORÁRIA 1 -10 BAIXA 70% -3 BAIXA área, mesmo que, no caso das peçonhentas, possa - - -
morte de animais
representar perigo;
3. Realizar trabalho preventivo com condutores de
veículos, orientando-os para trafegar com velocidade
reduzida até o local das obras para evitar possíveis
Fauna

atropelamentos de animais.
Meio Biótico

1. Minimização e monitoramento das atividades de supressão


de vegetação;
Supressão de Vegetação / 2. Utilizar combustível menos poluente e realizar revisão e
Geração de estresse à fauna CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 MÉDIO 3 BAIXA 0 AID 3 CÍCLICO 1 REVERSÍVEL 1 TEMPORÁRIA 1 -12 BAIXA 80% -2.4 BAIXA - - -
Consumo de Combustível manutenção periódica em máquinas e veículos para controle
sobre as emissões gasosas e de ruídos, visando com isso à
redução da poluição sonora e atmosférica.

Programa de monitoramento da fauna aquática.


Alteração de habitats para
Barramento CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 PROVÁVEL 3 IMEDIATO 1 MEDIA 3 AID 3 CUMULATIVO 5 REVERSÍVEL 1 TEMPORÁRIA 1 -17 MÉDIA 80% -3.4 BAIXA - Como a CGH São Bento já possui barragem existente e - -
fauna aquática
consolidada, considera-se que esse impacto já foi mitigado.

1. Recomposição das Áreas de Preservação


Flora

Definir locais já degradados para estabelecimento do Minimização e monitoramento das atividades de supressão de Permanente (APP) e Reserva Legal;
Supressão de Vegetação Redução de espécies nativas CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 INCERTA 1 IMEDIATO 1 MEDIA 3 ADA 1 CÍCLICO 1 REVERSÍVEL 1 TEMPORÁRIA 1 -9 BAIXA 80% -1.8 BAIXA -
canteiro de obras. vegetação. 2. Programa de conservação, resgate e aproveitamento
científico da flora;

Priorizar a contratação de mão-de-obra local,


Oportunidades

Utilização de mão de obra Geração de empregos e renda OPERAÇÃO POSITIVA 1 CERTA 5 MÉDIO 3 MEDIA 3 AID 3 SINÉRGICO 3 REVERSÍVEL 1 PERMANENTE 3 21 MÉDIA 50% 31.5 ALTA - - - beneficiando assim a microeconomia dos
municípios

Priorizar a contratação de mão-de-obra local,


Utilização de mão de obra Geração de empregos e renda CONSTRUÇÃO POSITIVA 1 CERTA 5 IMEDIATO 1 GRANDE 5 AII 5 SINÉRGICO 3 REVERSÍVEL 1 TEMPORÁRIA 1 21 MÉDIA 50% 31.5 ALTA - - - beneficiando assim a microeconomia dos
Meio Socioeconômico

municípios
Economia (Consumo de Bens

Geração de Energia Elétrica Estrutura Produtiva OPERAÇÃO POSITIVA 1 CERTA 5 LONGO 5 GRANDE 5 AII 5 SINÉRGICO 3 REVERSÍVEL 1 PERMANENTE 3 27 ALTA 0% 27 ALTA - - - -
e Serviços)

Priorizar a contratação de mão-de-obra local,


Aumento na arrecadação
Utilização de mão de obra OPERAÇÃO POSITIVA 1 CERTA 5 MÉDIO 3 MEDIA 3 AID 3 SINÉRGICO 3 REVERSÍVEL 1 PERMANENTE 3 21 MÉDIA 30% 27.3 ALTA - - - beneficiando assim a microeconomia dos
tributária
municípios

Priorizar a contratação de mão-de-obra local,


Aumento na arrecadação
Utilização de mão de obra CONSTRUÇÃO POSITIVA 1 CERTA 5 IMEDIATO 1 MEDIA 3 AII 5 SINÉRGICO 3 REVERSÍVEL 1 TEMPORÁRIA 1 19 MÉDIA 30% 24.7 ALTA - - - beneficiando assim a microeconomia dos
tributária
municípios
Viário/Seguranç
Circulação/

Promover treinamento para os envolvidos na obra,


abrangendo aspectos de segurança e saúde do
Ocorrência de acidentes de Distribuir EPI aos trabalhadores, colaboradores e visitantes
Utilização de mão de obra CONSTRUÇÃO NEGATIVA -1 INCERTA 1 IMEDIATO 1 GRANDE 5 ADA 1 CÍCLICO 1 IRREVERSIVEL 0 TEMPORÁRIA 1 -10 BAIXA 70% -3 BAIXA trabalho, uso de EPI e procedimentos a serem adotados -
a

trabalho que estejam no local das obras.


nas obras, com vistas a evitar a ocorrência de
acidentes;

TOTAL SEM MEDIDAS -72 TOTAL COM MEDIDAS 96.5


Serviço Público Federal
CONSELHO FEDERAL
CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA ­ 7ª REGIÃO

ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA ­ ART N°: 07­3091/16

CONTRATADO
Nome: FERNANDO MATSUNO RAMOS Registro CRBio: 41051/07­D
CPF: 03134332914 Tel: 30154525
E­mail: renata.lobato@indexgrupo.com.br
Endereço: R. EUCLIDES BANDEIRA, 1635
Cidade: CURITIBA Bairro: CENTRO CIVICO
CEP: 80530­020 UF: PR
CONTRATANTE
Nome: IRATIM ENERGÉTICA RENOVÁVEL SPE S.A.
Registro profissional: CPF/CGC/CNPJ: 23.808.523/0001­64
Endereço: Estrada Fazenda São Bento ­ REMASA s/n
Cidade: GENERAL CARNEIRO Bairro:
CEP: 84660­970 UF: PR
Site:
DADOS DA ATIVIDADE PROFISSIONAL
Natureza: Prestação de Serviços ­ 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 1.7, 1.8, 1.9
Identificação: RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO (RAS)
Município do trabalho: Curitiba Município da sede: CURITIBA UF: PR, PR
Forma de participação: Equipe Perfil da equipe: MULTIDISCIPLINAR
Área do conhecimento:Ecologia Campo de atuação: Meio ambiente
Descrição sumária da atividade: ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DE RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO
(RAS) DA CENTRAL HIDRELÉTRICA GERADORA (CGH) SÃO BENTO DO SUL, LOCALIZADOS NO ESTADO
DO PARANÁ. (CARACTERIZAÇÃO DE VEGETAÇÃO, APPS).

Valor: R$ 20000,00 Total de horas: 40
Início: 29/03/2016 Término:
ASSINATURAS
Para verificar a
Declaro serem verdadeiras as informações acima autenticidade desta
ART acesse o CRBio7­
Data:       /      /        Data:       /      /       
24 horas em nosso
site e depois o serviço
Conferência de ART
Assinatura do profissional Assinatura e carimbo do contratante
Solicitação de baixa por distrato Solicitação de baixa por conclusão
Declaramos a conclusão do trabalho anotado na presente ART, razão
pela qual solicitamos a devida BAIXA junto aos arquivos desse CRBio.

Data:       /      /       

Data:       /      /       Assinatura do profissional 
Assinatura do profissional 

Data:       /      /        Data:       /      /       Assinatura e carimbo do contratante

Assinatura e carimbo do contratante
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Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6567661 10/05/2016 10/05/2016 10/08/2016
Dados básicos:
CPF: 070.632.389-06
Nome: ADRIANA JURASZEK PAITER
Endereço:
logradouro: RUA BAHIA
N.º: 121 Complemento: JUNTO AO CRAS
Bairro: CENTRO Município: IRINEOPOLIS
CEP: 89440-000 UF: SC

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2211-05 Biólogo Realizar consultoria e assessoria na área biológica e ambiental
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação VXBBY5J4APMTQ31B

IBAMA - CTF/AIDA 10/05/2016 - 20:15:23


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6090867 29/06/2016 29/06/2016 29/09/2016
Dados básicos:
CPF: 028.018.789-01
Nome: ANDERSON LUIZ GREGORCZUK
Endereço:
logradouro: RUA PROFESSOR MANOEL DE OLIVEIRA FRANCO
N.º: 264 Complemento: CASA
Bairro: CAJURU Município: CURITIBA
CEP: 82970-200 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
Tratar informações geográficas em base
2513-05 Geógrafo
georreferenciada
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física inscrita.
Chave de autenticação JMGFGXW94JUAB444

IBAMA - CTF/AIDA 29/06/2016 - 11:28:46


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6565423 09/05/2016 09/05/2016 09/08/2016
Dados básicos:
CPF: 063.483.189-58
Nome: ANDREA LUIZA MAZETTO PESCH
Endereço:
logradouro: RUA EUCLIDES BANDEIRA
N.º: 1635 Complemento:
Bairro: CENTRO CÍVICO Município: CURITIBA
CEP: 80530-020 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2134-05 Geólogo Prestar assessoria e consultoria
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Chave de autenticação N97ANLJAAG5KQC3M

IBAMA - CTF/AIDA 09/05/2016 - 09:37:39


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6090936 09/05/2016 09/05/2016 09/08/2016
Dados básicos:
CPF: 070.063.359-65
Nome: BIANCA DE CASTRO SILVA REBOLHO
Endereço:
logradouro: RUA EUCLIDES BANDEIRA
N.º: 1635 Complemento:
Bairro: CENTRO CÍVICO Município: CURITIBA
CEP: 80530-020 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2140-05 Engenheiro Ambiental Prestar consultoria, assistência e assessoria
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

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concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação 7HPPS9QF279AXPWS

IBAMA - CTF/AIDA 09/05/2016 - 10:00:14


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6565448 09/05/2016 09/05/2016 09/08/2016
Dados básicos:
CPF: 068.680.289-62
Nome: BRUNO CESAR CHIMALESKI DA COSTA
Endereço:
logradouro: RUA EUCLIDES BANDEIRA
N.º: 1635 Complemento:
Bairro: CENTRO CÍVICO Município: CURITIBA
CEP: 80530-020 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2140-05 Engenheiro Ambiental Prestar consultoria, assistência e assessoria
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cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação DHE9B7Q6A68V37R1

IBAMA - CTF/AIDA 09/05/2016 - 09:52:33


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6042145 21/05/2016 20/05/2016 20/08/2016
Dados básicos:
CPF: 071.382.979-63
Nome: CLÁUDIA GOLEC
Endereço:
logradouro: RUA SALGADO FILHO
N.º: 550 Complemento: APTO 04
Bairro: CENTRO Município: UNIAO DA VITORIA
CEP: 84600-000 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2211-05 Biólogo Realizar consultoria e assessoria na área biológica e ambiental
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação EWQQM2W3VNDDFVN6

IBAMA - CTF/AIDA 21/05/2016 - 15:24:19


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6565479 09/05/2016 09/05/2016 09/08/2016
Dados básicos:
CPF: 080.084.109-30
Nome: DENNIS EDUARDO CARVALHO
Endereço:
logradouro: RUA EUCLIDES BANDEIRA
N.º: 1635 Complemento:
Bairro: CENTRO CÍVICO Município: CURITIBA
CEP: 80530-020 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2513-05 Geógrafo Tratar informações geográficas em base georreferenciada
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação 123EXCVLBIWATUAT

IBAMA - CTF/AIDA 09/05/2016 - 10:06:47


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
4017123 09/05/2016 09/05/2016 09/08/2016
Dados básicos:
CPF: 028.864.199-07
Nome: DIETER LIEBSCH
Endereço:
logradouro: RUA TENENTE RICARDO KIRCH
N.º: 188 Complemento:
Bairro: JARDIM DAS AMÉRICAS Município: CURITIBA
CEP: 81530-120 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2211-05 Biólogo Realizar consultoria e assessoria na área biológica e ambiental
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação U41ZQSGXHPVLCVHP

IBAMA - CTF/AIDA 09/05/2016 - 11:52:22


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
438503 29/06/2016 29/06/2016 29/09/2016
Dados básicos:
CPF: 031.343.329-14
Nome: FERNANDO MATSUNO RAMOS
Endereço:
logradouro: RUA MYLTHO ANSELMO DA SILVA
N.º: 1351 Complemento:
Bairro: MERCÊS Município: CURITIBA
CEP: 80810-060 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras


e Utilizadoras de Recursos Ambientais – CTF/APP
Código Descrição
21-27 uso próprio de motosserra ou para empréstimo a terceiros
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais e de prestação de informações ambientais sobre as atividades desenvolvidas sob controle e fiscalização do Ibama, por
meio do CTF/APP.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/APP não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/APP não habilita o transporte e produtos e subprodutos florestais e faunísticos.

Chave de autenticação WAQHIPB1UH7FZU6A

IBAMA - CTF/AIDA 29/06/2016 - 10:57:43


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6092519 29/06/2016 29/06/2016 29/09/2016
Dados básicos:
CNPJ : 17.632.169/0001-67
Razão Social : RODRIGO DE ALMEIDA CONSULTORIA EM MEIO AMBIENTE - EPP
Nome fantasia : RODRIGO DE ALMEIDA CONSULTORIA EM MEIO AMBIENTE - EPP
Data de abertura : 28/12/2012
Endereço:
logradouro: RUA COSTA RICA
N.º: 1922 Complemento: APTO 23
Bairro: BACACHERI Município: CURITIBA
CEP: 82515-270 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código Atividade
0003-00 Consultoria técnica
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa jurídica está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa jurídica, de observância dos padrões técnicos normativos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT, pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO e pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente -
CONAMA.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
jurídica inscrita.
Chave de autenticação MQDIXSPCHUI95VLI

IBAMA - CTF/AIDA 29/06/2016 - 11:13:26


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
5836917 29/06/2016 29/06/2016 29/09/2016
Dados básicos:
CPF: 019.990.079-56
Nome: MARCELO LEONI SCHMID
Endereço:
logradouro: EUCLIDES BANDEIRA
N.º: 1635 Complemento: CASA
Bairro: CENTRO CÍVICO Município: CURITIBA
CEP: 83530-020 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
Prestar assistência e consultoria técnicas e extensão
2221-20 Engenheiro Florestal
rural
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação DQCKPWBBI816PI51

IBAMA - CTF/AIDA 29/06/2016 - 11:41:01


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6565389 09/05/2016 09/05/2016 09/08/2016
Dados básicos:
CPF: 034.619.679-55
Nome: RENATA DE OLIVEIRA LOBATO DA COSTA
Endereço:
logradouro: RUA MATO GROSSO
N.º: 1307 Complemento: APTO 12
Bairro: GUAÍRA Município: CURITIBA
CEP: 80530-020 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2141-25 Arquiteto Urbanista Prestar serviços de consultoria e assessoria
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação L56QBDZKJC9X9PGI

IBAMA - CTF/AIDA 09/05/2016 - 09:18:18


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
439265 29/06/2016 29/06/2016 29/09/2016
Dados básicos:
CPF: 026.586.359-74
Nome: RODRIGO DE ALMEIDA
Endereço:
logradouro: RUA EUCLIDES BANDEIRA
N.º: 1635 Complemento:
Bairro: CENTRO CÍVICO Município: CURITIBA
CEP: 80530-020 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
Realizar consultoria e assessoria na área biológica e
2211-05 Biólogo
ambiental
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação 9RU9KIRHUMZGKVTA

IBAMA - CTF/AIDA 29/06/2016 - 11:00:42


Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaváveis
CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CR
Registro n.º Data da consulta: CR emitido em: CR válido até:
6090894 29/06/2016 29/06/2016 29/09/2016
Dados básicos:
CPF: 040.984.929-46
Nome: TIAGO LUIS HAUS
Endereço:
logradouro: RUA EUCLIDES BANDEIRA
N.º: 1632 Complemento: CASA
Bairro: CENTRO CÍVICO Município: CURITIBA
CEP: 80530-020 UF: PR

Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA


Código CBO Ocupação Área de Atividade
2140-05 Engenheiro Ambiental Prestar consultoria, assistência e assessoria
Conforme dados disponíveis na presente data, CERTIFICA-SE que a pessoa física está em conformidade com as obrigações
cadastrais do CTF/AIDA.

A inscrição no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental – CTF/AIDA constitui declaração, pela
pessoa física, do cumprimento de exigências específicas de qualificação ou de limites de atuação que porventura sejam determinados
pelo respectivo Conselho de Fiscalização Profissional.

O Certificado de Regularidade emitido pelo CTF/AIDA não desobriga a pessoa inscrita de obter licenças, autorizações, permissões,
concessões, alvarás e demais documentos exigíveis por instituições federais, estaduais, distritais ou municipais para o exercício de
suas atividades, especialmente os documentos de responsabilidade técnica, qualquer o tipo e conforme regulamentação do respectivo
Conselho de Fiscalização Profissional, quando exigíveis.

O Certificado de Regularidade no CTF/AIDA não produz qualquer efeito quanto à qualificação e à habilitação técnica da pessoa
física inscrita.
Chave de autenticação 4LSYD7LREFSDVA7Y

IBAMA - CTF/AIDA 29/06/2016 - 11:06:45

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